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DIÁRIO DO COMÉRCIO - 1ª p. e p. 4 - 16.06.2011

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Compromisso garante a construção da Alça SulA construção da trincheira que ligará a MG-30 à BR-356, alternativa de quem segue de Nova Lima e cidades vizinhas

para BH, está garantida, após a assinatura de compromisso entre um gurpo de empresários e o Ministério Público. A previ-são é de que as obras comecem no segundo semestre e terminen até julho do ano que vem. Pág. 4

INFRAeSTRUTURA

Trincheira na MG-30 deve sari do papel Empresários assinam documento

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LeGISLATIVO eSTADUAL

Ex-governadores sem pensão

Amanda Almeida

Acusado pelo Ministério Público de im-probidade administrativa, o prefeito de Nova Lima, Carlos Roberto Rodrigues (PT), o Pro-fessor Carlinhos, disse que não vê problema no fato de a empresa de seu genro ser contratada sem licitação para construir três escolas muni-cipais. Em entrevista coletiva ontem, Carlinhos anunciou que apresentará sua defesa nos próxi-mos dias. Ele é alvo de duas ações civis públicas propostas pela promotora Ivana Andrade.

A primeira é sobre lei sancionada em 20 de julho de 2009, que autoriza o Executivo a doar um lote no Bairro Vila da Serra à empresa Engefor Engenharia e Construções em troca da construção de três escolas. Segundo o prefeito, o terreno público teria sido avaliado pela Cai-xa em R$ 3,2 milhões e, juntos, os centros de ensino sairiam por R$ 3,6 milhões aos cofres públicos. “Usei uma licitação de outra escola

que a própria prefeitura está construindo para estimar o valor das escolas que serão erguidas pela empresa.”

Para a promotora, não há como comparar o preço de escolas construídas em bairros e ter-renos diferentes, já que há gastos específicos de cada um, como terraplanagem, e deveria ter sido feita licitação. Além disso, a Engefor con-tratou outra empresa, a Engeral, para construir a escola. O último grupo é do pai do genro de Carlinhos e tem também o marido da filha como um dos sócios. O prefeito diz que o genro não é “parente”, mas “marido da filha”.

A segunda acusação contra Carlinhos é sobre um decreto do fim do ano passado, que dá título precário e gratuito de uso de imóvel público à Patrimar-Engefor Imóveis, onde seria construído um condomínio de duas torres. Jun-to às ações, a promotora Ivana Andrade pediu o bloqueio de bens dos envolvidos e o afastamen-to do prefeito.

Nova Lima

Prefeito rebate acusação

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Rogério Tavares - Assessor de Co-municação TRE-MG - Belo Horizonte

“A respeito da matéria ‘Desfiliação na surdina’ (14/6), o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG) esclarece que sua competência no caso seria julgar eventuais ações apresenta-das por partidos, por interessados que se sentirem prejudicados com a desfi-liação do agente político ou pelo Mi-nistério Público Eleitoral. O fato de

um cidadão ter comunicado ao cartório eleitoral sua desfiliação não gera provi-dências pela Justiça Eleitoral quanto à decretação da perda de mandato, pois o TRE só pode agir, nesses casos, quando devidamente provocado. Registro que o TRE-MG já decretou a perda do man-dato eletivo de mais de 300 vereadores de Minas em razão de infidelidade par-tidária, agindo dentro das normas e dos procedimentos legais.”

eSTADO De MINAS - 06 - 16.06.2011CARTAS - eSpAçO DO LeITOR

Desfiliação

Tribunal esclarece sobre processo

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Viadutos que ligam nada a lugar nenhum

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LeGISLATIVO MUNICIpAL

Câmara libera os fichas-sujaseSTADO De MINAS - p. 11 - 16.06.2011

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O TeMpO - p. 24 - 16.06.2011Soltura negociada. Mensagens indicariam a intimidade entre Maria José Starling e a noiva do goleiro

E-mails comprometem juíza

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Thaís Mota - Do Portal HDO deputado Durval Ângelo (PT), que preside a Comissão de

Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, pediu nesta quar-ta-feira (15) o afastamento da juíza Maria José Starling junto à Corregedoria-Geral de Justiça e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

A iniciativa foi baseada em documentos divulgados pelo par-lamentar nesta quarta, e que segundo ele comprovariam um su-posto esquema de extorsão envolvendo a titular da comarca de Esmeraldas e o advogado Robson Pinheiro.

O esquema, no valor de R$ 1,5 milhão, foi denunciado por Ingrid Calheiros, noiva do ex-goleiro do Flamengo Bruno Fernan-des, na última sexta-feira (10). Bruno está preso acusado do desa-parecimento da modelo Eliza Samudio.

De acordo com o deputado, o advogado Robson Pinheiro foi apresentado a Ingrid pela juíza Maria José Starling, que garantiu que o advogado conseguiria um habeas corpus para o ex-goleiro. Além disso, em um suposto e-mail enviado a Ingrid Calheiros, a juíza indica o nome de um homem identificado apenas como Marcelo, que seria ligado ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e poderia intervir no processo de soltura do jogador caso houvesse algum imprevisto. Posteriormente, a juíza teria afirmado que esse seu contato era na verdade um estelionatário e que ela iria prendê-lo.

Durval Ângelo apresentou ainda uma suposta correspondên-cia direcionada a Ingrid Calheiros e Victor Fernandes Carvalho, empresário do jogador, em que o advogado Robson Pinheiro afir-maria que ‘o habeas corpus já está pronto só aguardando autori-zação do Victor’.

O deputado apresentou ainda documentos que depõem contra a lisura da magistrada, como processos de março deste ano, em que ela aparece como devedora de cartão de crédito e de um con-domínio. Em ambos os casos, o advogado da juíza seria Robson Pinheiros, o mesmo envolvido no esquema de extorsão.

Foi apresentada ainda cópia de um cheque sem fundos que teria sido emitido pela juíza no valor de R$ 16 mil, em 22 de fe-vereiro de 2011. Também neste processo, o advogado foi Robson Pinheiros.

Todos esses documentos já foram encaminhados para o Tri-bunal de Justiça e o CNJ, e devem ser encaminhados nesta quinta-feira (16) para a Ordem de Advogados do Brasil (OAB), junta-mente com o pedido de afastamento.

ReTOMADAA dentista Ingrid Calheiros denunciou, na sexta-feira (10), o

esquema de extorsão no valor de R$ 1,5 milhão para obter um ha-beas corpus que soltaria o ex-goleiro Bruno fernandes. A denúncia foi oficializada pela noiva do atleta nas comissões de Direitos Hu-manos e de Segurança Píblica da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e nas ouvidorias do Estado e da OAB.

Segundo Ingrid, em outubro do ano passado ela teria rece-bido uma ligação da juíza Maria José Starling convidando-a para um encontro. Na ocasião, ela teria indicado o advogado Robson Pinheiros para cuidar do caso. Posteriormente, ficou acertado o pagamento de R$ 1,5 milhão ao advogado, que deveria ser feito em dinheiro vivo, 48 horas depois da soltura do atleta.

O dinheiro foi levantado junto a amigos de Bruno. Diante da “facilidade” em conseguir o dinheiro, o advogado Robson Pi-nheiros exigiu que o pagamento acontecesse antes da liberação do jogador. Com essa atitude, Ingrid Calheiros passou a desconfiar que estava sendo vítima de um esquema de extorsão e denunciou a negociação.

Há algumas semanas, em visita ao ex-goleiro Bruno na Pe-nitenciária Nelson Hungria, Ingrid foi abordada por um homem armado que se identificou como policial civil e a ameaçou dizendo para ela “pensar com carinho em manter o doutor Robson como advogado”. Segundo depoimento de Ingrid, o suposto policial civil disse que a doutora Maria José tinha muita influencia no Estado.

Deputado pede afastamento de juíza acusada de extorsãoDurval Ângelo (PT) apresentou os documentos que sustentariam o pedido contraa a juíza Maria José Starling

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Caso BrunoSid TeixeiraLi a matéria

“Juíza teria cobrado R$ 1,5 mi para tirar Bruno da prisão” (Ci-dades, 14.6). Vamos abrir essa caixa-preta do Poder Judiciário e cobrar mais trans-parência e celeridade nas decisões. Cadê o Ministério Público e a imprensa? Vamos olhar isso direitinho. Além desse absurdo, ainda temos que con-viver com uma Justi-ça lenta, tendenciosa e mercenária.

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TÂMARA TEIXEIRA Inteligente, esperta, mestre na arte

de planejar crimes. Esse é o perfil da estudante de direito Érika Passarelli, que continua livre e driblando a polícia mineira, que também parece ter caído nas artimanhas da fugitiva. A loira é acusada de mandar matar o próprio pai e aplicar vários golpes. Depois de dois meses de caçada, os delegados e inves-tigadores do Estado não têm qualquer pista sobre o paradeiro da moça.

“Não faço a menor ideia de onde ela está. Continuamos as buscas, mas não temos nenhum rastro dela”, admi-tiu o delegado responsável pelo caso, Bruno Wink.

De acordo com o chefe da inves-tigação, a última notícia da jovem foi há mais de um mês. No início de maio, foram divulgadas imagens de Érika se divertindo na praia Grande, no litoral do Espírito Santo. Nas cenas, ela apare-ce sorrindo e bebendo cerveja. Depois disso, a polícia não teve mais notícias da golpista.

No mês passado, o delegado che-gou a dizer à imprensa que tinha pis-tas e que investigadores estavam no encalço da criminosa. No entanto, ele afirmou que não revelaria detalhes para não atrapalhar as apurações.

Segundo Wink, nas últimas sema-nas, a investigação foi comprometida por causa da greve da Polícia Civil. “Isso contribuiu para atrasar os traba-lhos. O inquérito já está concluído. Ela foi indiciada pela morte do pai. Agora, só falta achá-la”, disse o delegado.

O advogado de Érika, Zanone Oli-veira Júnior, também disse ontem não saber sobre o paradeiro da cliente. Ele afirma que, há cerca de um mês, não tem contato com a jovem. “Ela sempre faz o contato, o que não tem aconteci-do. Tenho falado com o padrasto e a mãe dela”, afirmou.

Criminosa. Para o Ministério Pú-blico Estadual, que ofereceu denúncia contra Érika, ela arquitetou a morte do pai, Mário José Teixeira Filho, para fi-car com o seguro de vida dele. A apó-

lice, que seria destinada apenas a estu-dante, tinha o valor de R$ 1,2 milhão. O crime ocorreu em agosto de 2010, em Itabirito, na região Central de Mi-nas. O pai foi morto com três tiros.

O namorado dela, Paulo Ricardo de Oliveira Ferraz, 19, e o sogro, o cabo da Polícia Militar Santos das Gra-ças Alves Ferraz, 47, já estão presos por participação no crime.

A polícia também suspeita que Érika - que já tem passagem por este-lionato - ainda esteja envolvida com a morte de sua madrasta, que ocorreu em 2003, em Ibirité, na região metropolita-na da capital. A jovem ainda teria apli-cado outros golpes, como dar cheques falsos ou sem fundos em lojas de luxo de Belo Horizonte.

estudante desistiu de se apresentar à justiça

A defesa de Érika Passarelli não cogita mais a possibilidade de ela se entregar à polícia. Em 10 de maio, o advogado dela, Zanone Oliveira Júnior, disse que a cliente estava cansada de se esconder, deprimida e que se apresen-taria à Justiça.

O defensor disse ontem que irá entrar com um habeas corpus no Su-perior Tribunal de Justiça, em Brasília. Só depois que a liminar do pedido for julgada é que a moça irá decidir o que fazer. Na última semana, o Tribunal de Justiça mineiro negou um pedido de soltura para a estudante.

“Ela mudou de ideia sobre se en-tregar porque está com medo e assus-tada com todas as acusações que caem sobre ela”, afirmou Zanone. (TT) Minientrevista

“Não temos nenhuma pista de onde ela está”

Bruno WinkDelegado responsável pelo caso Quais as pistas que a Polícia Civil

tem do paradeiro de Érika Passarelli?Nenhuma. Não temos nenhuma

ideia do paradeiro dela. Por que a demora em encontrar a

estudante?Não temos nenhuma pista de onde

ela está. A população pode nos ajudar através do 181, do Disque Denúncia.

A polícia tem uma estratégia para capturá-la?

Temos, mas não podemos divul-gar.

A polícia foi ao Espírito Santo de-pois que uma foto da moça na praia foi divulgada?

Não fomos até lá porque ela já teria fugido. Mas conversamos com a polícia capixaba. Ela não foi encontra-da lá.

A polícia já pediu autorização para escutas telefônicas?

Essa foi uma das estratégias no início da investigação, mas depois de um tempo, essas estratégias não dão mais resultado.

Caso Passarelli.Polícia admite que não tem “a menor ideia” sobre localização da suspeita de matar o pai

Paradeiro de Érika continua desconhecidoDelegado afirma que greve da Civil teria prejudicado as investigações

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Celso Martins - RepórterMinas Gerais registrou um au-

mento de 14,8% em 2010, na com-paração com 2009, no número de pessoas com formação superior que cometeram crimes e foram presas. Levantamento da Secretaria de Es-tado de Defesa Social (Seds) revela que eram 349 no ano passado contra 304 em 2009.

No Brasil, o Ministério da Jus-tiça registrou crescimento de 7% no número de prisões de pessoas com formação universitária no mesmo período. Especialistas ouvidos pelo Hoje Em Dia revelam que o aumento de presos com formação superior é reflexo do envolvimento de pessoas de classe média com o tráfico de dro-gas e com crimes de estelionato.

“Muitos jovens recebem o di-ploma, não conseguem uma oportu-nidade de trabalho e acabam se en-volvendo com o tráfico de drogas na esperança de ficarem milionários”, afirma o advogado criminal Enir Le-mos.

A Polícia Civil de Minas Gerais prendeu no dia 7 de maio deste ano o advogado Nilton Valim Lodi, de 46 anos, que estava foragido da Jus-tiça há pelo menos cinco anos. Ele foi detido em Sete Lagoas, Região Central do Estado, mas atuava em Palmas, capital de Tocantins, e Ara-çatuba, interior de São Paulo.

Até o final do ano passado Minas Gerais tinha 46.293 presos. Destes 1.383 eram analfabetos. Em relação ao ano anterior, o Estado registrou queda de 5% no número de presos sem nenhuma escolaridade.

Segundo a Secretaria de Esta-do de Defesa Social, 5.043 presos do Estado estudam o ensino básico dentro e fora das unidades e 26 estão fazendo curso superior.

O número de presos libertados pela Justiça aumentou 31,2% no ano passado, em relação a 2009. Segundo o Ministério da Justiça, no ano pas-

Número de presos com curso superior aumenta em MinasA justificativa estaria no grande número de jovens de classe média envolvidos no tráfico de drogas

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sado o Tribunal de Justiça de Minas concedeu 2.834 habeas corpus, con-tra 2.160 concedidos no ano anterior.

No país, a quantidade de liberta-ções autorizadas pela Justiça aumen-tou 23,7% em 2010. O Ministério da Justiça informou que em 2009 foram concedidos 15.072 habeas corpus e ano passado este número passou para 18.649.

“O aumento de habeas corpus

é resultado do perfil dos presos. Os detentos com formação universitária têm mais acesso a um advogado ou têm condições financeiras de entrar com vários recursos na Justiça para pedir a libertação”, avalia o advogado Breno Marçal Lourenço, de 43 anos, voluntário de uma Organização Não-Governamental (ONG) de Santa Lu-zia, que trabalha na ressocialização de presos.

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Diego Abreu

Brasília – Depois de a Justiça vetar a realização das marchas da maconha em pelo menos nove capitais brasileiras, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu, ontem, liberar qualquer mani-festação pró-legalização das drogas, desde que as reuniões sejam pacíficas e previamente avisadas às autoridades públicas. Por una-nimidade, os ministros acataram em plenário os argumentos da vice-procuradora-geral da República, Deborah Duprat, autora da ação. Ela pedia que os atos em defesa do uso de entorpecentes fossem considerados legais, em respeito à liberdade de expressão. “Não cabe ao Estado fazer juízo de valor sobre a opinião de quem quer que seja”, afirmou a vice-procuradora.

Para o relator do processo, Celso de Mello, a Marcha da Ma-conha não estimula o consumo de drogas ilícitas, mas busca expor, de maneira organizada e pacífica, as concepções dos participantes dessas manifestações. “A polícia não pode intervir sem que haja a perturbação da ordem”, afirmou. Celso ressalvou, porém, que não se pode admitir o consumo de entorpecentes durante os atos. “O Supremo não está legalizando o uso de drogas. Esse processo não tem como objetivo discutir os efeitos benéficos resultantes da utilização dessas substâncias, mas, busca preservar o direito à ma-nifestação”, esclareceu.

O voto de Celso de Mello foi acompanhado pelos ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski, Carlos Ayres Britto, Ellen Gracie, Marco Aurélio e pelo presidente do STF, Cezar Peluso. Assim, ficou definido que uma marcha em prol da legalização de drogas não pode ser considerada “apologia de fato criminoso”. Último a votar, Peluso destacou que as marchas de-vem ser enxergadas como expressões de pensamento lícitas. “O governo não pode proibir expressões verbais ou não verbais ape-nas porque a sociedade as repute desagradáveis, ofensivas e con-trárias ou incompatíveis com o pensamento dominante.”

Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa não participaram do jul-gamento, uma vez que estão em viagem. Já o ministro Dias Toffoli se declarou impedido de julgar a ação, por ter atuado no caso na época em que exercia o cargo de advogado-geral da União. CULTIVO

O advogado Mauro Machado, que fez sustentação na qua-lidade de amicus curiae, instrumento que permite a participação de entidades interessadas em processos que envolvem terceiros, chegou a pedir, em nome da Associação Brasileira de Estudos Sociais do Uso de Psicoativos (Abesup), que o STF liberasse o cultivo doméstico da planta da maconha e o seu uso para fins re-ligiosos e medicinais. O pedido, no entanto, foi negado, uma vez que os ministros entenderam que esse não era o alvo do processo em questão.

ASSUNTOS pOLÊMICOSConfira a lista de temas de grande

repercussão votados pelo STF nos últimos anosMANDATOEm outubro de 2007, os ministros decidiram que o mandato

pertence ao partido, e não aos parlamentares. A medida vale para cargos proporcionais (deputado federal, deputado estadual e ve-reador) e teve efeito a partir de 27 de março do mesmo ano. Em novembro de 2008, o assunto retornou ao plenário da Corte, após o PSC e a Procuradoria Geral da República recorrerem contra a

resolução. Na ocasião, os ministros, por 9 votos a 2, declararam a plena constitucionalidade da medida.

CÉLULAS-TRONCOConsiderado pelo Supremo um dos julgamentos mais mar-

cantes de sua história, o uso de pesquisas com células-tronco em-brionárias no Brasil foi liberado pelos ministros da Corte em maio de 2008. A liberação da lei, que prevê que os embriões usados nas pesquisas sejam considerados “inviáveis” ou estejam congelados há mais de três anos, foi alvo de intensos debates entre os minis-tros, mas acabou aprovada em sua integralidade por seis integran-tes da corte.

FICHA LIMPADe iniciativa popular, o projeto da Ficha Limpa foi apresen-

tado com mais de 1,6 milhão de assinaturas e a lei foi sancionada pelo presidente Lula em junho de 2010. Conforme o texto, tor-na-se inelegível o candidato condenado em decisão colegiada por crimes. O ministro Ricardo Lewandowski, presidente do TSE, su-geriu que o Supremo voltasse a analisar a lei, para garantir sua aplicação nas eleições de 2012, e a Ordem dos Advogados do Bra-sil (OAB) entrou com ação no mesmo sentido. O tema ainda pode voltar a votação na corte.

ALGEMASEm agosto de 2008, o STF decidiu, por unanimidade, editar

uma súmula para explicar a todos os juízes as regras para o uso de algemas em presos e apontar as situações em que o uso do dispo-sitivo pode ser considerado abuso de autoridade. A questão che-gou ao plenário após um réu permanecer algemado durante todo o julgamento em que foi condenado a 13 anos e meio de prisão por homicídio triplamente qualificado. A defesa dele recorreu e o STF anulou o julgamento, considerando que foi irregular manter o acusado nessa situação.

LEI DA ANISTIAEm abril de 2010, o Supremo julgou improcedente uma ação

apresentada pela OAB que contestava a Lei da Anistia, de 1979, que concedeu o perdão a todos os crimes relacionados ao período do Regime Militar (1964-1985). A OAB defendia uma interpre-tação mais clara do artigo 1º da lei, no que se refere ao perdão a crimes conexos “de qualquer natureza” quando relacionados aos crimes políticos. Em seu voto, o relator do caso, ministro Eros Grau, afirmou que não caberia ao STF fazer alterações na Lei da Anistia, apenas interpretá-la.

UNIÃO HOMOAFETIVAEm 5 de maio, a Corte decidiu pelo reconhecimento da união

estável entre pessoas do mesmo sexo. Todos os 10 ministros aptos a votar foram favoráveis a estender a parceiros homossexuais di-reitos hoje previstos a casais heterossexuais. A decisão abre espaço a gays em união estável para acesso a herança e pensões alimentí-cia ou por morte, além de dar aval para tornarem-se dependentes em planos de saúde e de previdência.

CESARE BATTISTIO caso do ex-ativista de esquerda Cesare Battisti foi julgado

pelo Supremo em novembro de 2009, quando os ministros decidi-ram atender o pedido da Itália para extraditá-lo. A Corte definiu, no entanto, que a decisão final caberia ao presidente da República. No último dia de mandato, em 31 de dezembro de 2010, Lula deci-diu não extraditar Battisti. Em de 8 de junho, o STF decidiu negar a extradição e libertar Cesare Battisti.

eSTADO De MINAS - 12 - 16.06.2011 jUSTIçA

Supremo autoriza marcha da maconhaMinistros do Supremo Tribunal Federal alegam que manifestar opinião

favorável à legalização não é crime. Decisão vale para outros entorpecentes

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O Conselho Nacional do Ministério Público revogou a proibição de afastamento dos membros do MP para exercer cargos públicos, com exceção do magistério. Em sessão ex-traordinária, um dia após a 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal ter reafirmado a impossibilidade de membro do MP exercer outra função pública, foram aprovadas alterações na Resolução 5/2006.

De autoria da conselheira Claudia Chagas, o texto apro-vado excluiu os artigos 2º, 3º e 4º da Resolução 5/2006. Na justificativa da proposta é dito que existem interpretações di-versas para os artigos 128, parágrafo 5º, inciso II, alínea “d” e 129, inciso IX, da Constituição Federal, dentre elas a de que é possível o afastamento para ocupar cargos públicos.

A proibição para exercício de atividade político-partidá-ria, também estabelecida na resolução 5/2006, permanece.

Com a mudança, o CNMP considerou improcedentes os Procedimentos de Controle Administrativo 116/2011-18 e 149/2011-50, que questionavam as autorizações de afasta-mento para exercício de cargo público concedidas a mem-bros dos MP de São Paulo e da Bahia.jURISpRUDÊNCIA

Nesta terça-feira (15/6), por unanimidade, os ministros do STF negaram recurso apresentado pelo estado do Rio Grande do Sul em processo sobre a possibilidade de integra-ção de membro do Ministério Público no Conselho Superior

de Polícia.Segundo o relator, ministro Marco Aurélio, o STJ já fir-

mou o entendimento de que membro do Ministério Público não pode exercer outra função pública, em harmonia com o disposto no artigo 128, parágrafo 5º, inciso II, alínea “d”, da Constituição Federal. O dispositivo diz que é vedado ao membro do Ministério Público exercer, ainda que em dis-ponibilidade, qualquer outra função pública, salvo uma de magistério.

“A previsão dos incisos VII e IX, do artigo 129, não via-biliza a mitigação da vedação aludida. O controle externo da atividade policial há de ser feito na forma da lei complemen-tar, sem que possa implicar a inserção do Ministério Público em órgão da própria polícia, que é o Conselho Superior de Polícia”, ressaltou o ministro Marco Aurélio.

“Também não cabe dizer que a participação no Conselho Superior de Polícia é harmônica com a atividade do Ministé-rio Público”, completou. Isto porque, conforme lembrou, no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.298, o Plenário do Supremo concluiu pela impossibilidade de membro do Ministério Público exercer cargo comissionado, estadual ou federal, fora da própria instituição. Com Infor-mações da Assessoria de Imprensa da Associação Nacional dos Membros do Ministério Público.

Diego AbreuPromotores e procuradores do Ministério Público

(MP) estão liberados para exercer funções políticas fora da instituição, como assumir cargos no Executivo. Em de-cisão tomada ontem, por oito votos a quatro, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) revogou três ar-tigos da Resolução nº 5, que limita a atuação de membros do MP. O conselho, no entanto, manteve o tópico que veta o exercício da atividade político-partidária por integrantes da carreira.

Nos bastidores, a proposta contou com o apoio do pro-curador-geral da República, Roberto Gurgel. Ele defende publicamente que membros do MP disputem cargos ele-tivos e exerçam funções políticas, desde que a atividade tenha relação com as atribuições do órgão.

Autora da proposta, a conselheira Claudia Chagas não descarta a possibilidade de o CNMP vir a discutir em bre-ve a legalidade de promotores e procuradores disputarem eleições. A Constituição, porém, proíbe a vida partidária daqueles que ingressaram no MP depois de 1988.

Em seu voto, Claudia destacou que a liberação de membros do MP para o exercício de cargos de primei-ro escalão nos governos estaduais, por exemplo, precisa ser submetida ao Conselho Superior dos MPs. “Sendo a

questão controvertida, é mais adequado que cada unidade do Ministério Público decida se concorda ou não com o afastamento do membro, diante de situações concretas”, afirmou. Segundo a conselheira, os integrantes do MP têm muito a colaborar para a formulação de políticas públicas.

A decisão do CNMP contraria os precedentes do Su-premo Tribunal Federal (STF), que tem se manifestado contrário à possibilidade de membros do MP exercerem funções públicas fora do órgão. Na última terça-feira, a 1ª Turma do STF negou, por unanimidade, recurso do estado do Rio Grande do Sul que pedia o reconhecimento da le-galidade da integração de um membro do MP no Conselho Superior da Polícia.

Também ontem, o CNMP julgou improcedente o pro-cesso que questionava o afastamento do promotor de Jus-tiça Augusto Rossini para o exercício do cargo de diretor do Departamento Penitenciário Nacional (Depen). O con-selho ainda considerou legal a liberação do promotor Al-miro Sena, atual secretário de Justiça e Direitos Humanos da Bahia. Voto vencido na análise de ontem, o conselheiro Almino Afonso criticou a decisão do CNMP. “Constitui-se um novo trem da alegria para que os membros do MP pos-sam migrar para os braços calorosos do Poder Executivo.”

CONSULTOR jURíDICO - Sp - CONAMp - 16.06.2011

CNMP autoriza membros do MP a exercer cargo público

CORReIO BRAzILIeNSe - DF - CONAMp - 16.06.2011

Conselho libera promotoresEntidade permite a membros do MP serem nomeados para cargos fora

da instituição, mas mantém proibição de concorrerem em eleições

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hOje eM DIA - p. 12 - 16.06.2011

O GLOBO - p. 6 - 16.06.2011A farra nos cofres públicos continua

Morte sem penaANTÔNIO ÁLVARES DA SILVA

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