17
Revista Revista Revista Revista Revista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 1

17 de Maio 20112 – Revista FEBASEFEBASE 17 de Maio 2011 Revista FEBASE 17 de Maio 2011 – 3 l EDITORIALsumário Propriedade: Federação do Sector Financeiro NIF 508618029 Correio

  • Upload
    others

  • View
    3

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

  • RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 1

  • RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 32 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    l EDITORIAL

    sum

    ário

    Propriedade:Federação do Sector FinanceiroNIF 508618029

    Correio electrónico:[email protected]

    Director:Delmiro Carreira – SBSI

    Directores Adjuntos:Carlos Marques – STASCarlos Silva – SBCPereira Gomes – SBN

    Conselho editorial:Firmino Marques – SBNPatrícia Caixinha – STASSequeira Mendes – SBC

    Editor:Rui Santos

    Redacção e Produção:Rua de S. José, 1311169-046 LisboaTels.: 213 216 113Fax: 213 216 180

    Revisão:António Costa

    Grafismo:Ricardo Nogueira

    Execução Gráfica:Xis e Érre, [email protected] José Afonso, 1 – 2.º Dto.2810-237 Laranjeiro

    Tiragem: 80.000 exemplaresPeriodicidade: MensalDepósito legal: 307762/10Registado na ERC: 125 852

    Ficha Técnica

    l STAS ActividadeSeguradora

    26l Bancários Nortel Bancários Sul e Ilhas

    20

    23

    SINDICAL l ActualidadeDesemprego e austeridade dominam 1.º de Maio 4

    Muito protesto por melhores salários 6

    Unidade global é essencial 7

    Eleições no SBSI e no SBC 8

    CONTRATAÇÃO l SegurosA crise e a negociação colectiva em Portugal 9

    Relançamento da negociação colectiva 9

    CONTRATAÇÃO l BancaProvedor de Justiça responde a queixa da Febase 10

    Defesa dos postos de trabalho é a prioridade da Febase 11

    Sindicatos acompanham situação no Montepio 11

    JURÍDICAS l QuestõesA actualização da antiguidade na pré-reforma 14

    TEMPOS LIVRES l NacionalFilipe Rebelo leva título nacional de ténis para Coimbra 15

    Nos passados dias 4 e 5 de Maio foram empossadosos novos Órgãos Sociais de dois Sindicatos da FEBA-SE – SBC e SBSI – após processos eleitorais democrá-ticos e transparentes, que confirmaram a continuidade dedois projectos político-sindicais subscritos e acarinhadospelos bancários de todo o País – a FEBASE e a UGT. A vitóriade ambas as candidaturas, confirmada nas urnas, é reflexodessa aposta sindical e é um efectivo êxito para as orga-nizações sindicais envolvidas.

    Cabe aqui uma palavra de apreço e reconhecimentopelo trabalho desenvolvido, ao longo de uma vida dedi-cada à causa do sindicalismo democrático, ao DelmiroCarreira, que abandonou, por vontade própria, a lideran-ça do SBSI. Os Homens passam e as Instituições mantêm--se, mas o contributo daqueles transcende, muitas vezes,as fronteiras da sua própria Organização e provocamreflexos em muitas outras entidades e pessoas – é o casodo Delmiro Carreira, a quem aqui cabe expressar umBem-Haja.

    Os actos eleitorais a que me referi ocorreram numperíodo difícil da vida do nosso País, talvez uma das maisgraves crises a que a história contemporânea assistiu. Oanúncio do acordo entre o Governo português e a "troika"das instituições financeiras internacionais que negocia-ram o resgate financeiro de 78 mil milhões de euros a

    Três certezase uma esperança

    A venda do BPN, definida até Julhodeste ano, poderá provocar

    no sector uma situação a que nãoestamos habituados, face

    a um eventual despedimentocolectivo. Mas as Direcções

    sindicais da FEBASE deverãoassumir, na presença desseeventual cenário, a defesado emprego e dos direitosdos trabalhadores e exigir

    a assumpção da responsabilidadesocial do Estado, da CGD

    e da Administração do BPNna procura das melhores soluçõespara a Instituição e o seu principal

    activo – os seus trabalhadores

    Portugal, implica consequências trágicas para os traba-lhadores, fruto, em muitos casos, de má governação. Avenda do BPN, definida até Julho deste ano, poderá provo-car no sector uma situação a que não estamos habituados,face a um eventual despedimento colectivo. Mas as Direc-ções sindicais da FEBASE deverão assumir, na presençadesse eventual cenário, a defesa do emprego e dos direi-tos dos trabalhadores e exigir a assumpção da responsa-bilidade social do Estado, da CGD e da Administração doBPN na procura das melhores soluções para a Instituiçãoe o seu principal activo – os seus trabalhadores.

    No próximo dia 5 de Junho haverá eleições legislativase surgirá um novo Governo, que terá como incumbênciafulcral a aplicação do rigoroso plano de austeridade im-posto a Portugal. Aos partidos políticos exige-se capaci-dade de entendimento e cooperação para que o próximoexecutivo tenha a possibilidade de governar com estabi-lidade política. Aos principais partidos políticos portugue-ses não me posso coibir de lhes exigir que olhem para aUGT e para as tendências sindicais que ali coexistem hámais de 30 anos, buscando de forma recorrente os consen-sos que fazem da Central Sindical um bastião de defesa dostrabalhadores portugueses. Em nome do superior interes-se nacional, tantas vezes apregoado, mas nem semprepraticado, aqui fica um bom exemplo de harmonia nadefesa dos direitos do colectivo.

    TEXTO: CARLOS SILVA

    16l Bancários Centro

    O SBSI designará oportunamenteum Director-adjunto e um repre-sentante no Conselho editorial

  • RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 54 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    SINDICAL l Actualidade Actualidade l SINDICAL

    Manifestação do Dia do Trabalhador

    Desemprego e austeridade dominam 1.º de Maio

    Àsemelhança do ano passado, o 1.ºde Maio foi dominado pela crise.Mas não só. Num ano a situação dostrabalhadores e dos mais desfavorecidospiorou drasticamente, face às dificuldadesdo País em responder ao ataque concerta-do dos especuladores, que impuseramjuros cada vez mais elevados aos emprés-timos do Estado para se financiar e, emconjugação com a crise política entretantodespoletada, obrigaram ao pedido de aju-da externa – e à chegada da ‘toika’ – UE, BCEe FMI – para negociar as pesadas condiçõesexigidas para o resgate de Portugal.

    O combate a todas as causas e conse-quências da actual crise, bem como arecusa categórica de aceitar mais desi-gualdades e ainda maiores penalizaçõespara trabalhadores e pensionistas, so-bretudo os de mais baixos recursos, esti-veram assim no centro das reivindica-ções deste 1.º de Maio.

    Estando Portugal no meio do furacão das“guerras” internas da União Europeia, cer-cado por instituições que exigem medidasdraconianas para prestar auxílio financei-

    Trabalhadores filiadosnos sindicatos da UGT

    ou simpatizantes voltarama desfilar entre o Marquês

    de Pombal e os Restauradores, emLisboa, para comemorar

    o 1.º de Maio. Com a ‘troika’ instaladana capital a negociar com o Governo

    e outras instituições nacionaisas medidas para o resgate do País,

    o Dia do Trabalhador ficou marcadopela luta contra o desemprego

    e a exigência de mais empregoe defesa do Estado social

    ro, e com o desemprego e a pobreza aaumentarem, o tema não poderia deixarde estar presente em todos os discursos ede balizar as reivindicações.

    Assim, o combate à crise esteve nocentro dos protestos – com especial rele-vo para o desemprego – a par com areivindicação da salvaguarda da nego-ciação colectiva e dos direitos dos traba-lhadores.

    Mas nas palavras de ordem não faltaramoutras exigências. Numa dicotomia quaseperfeita entre a exigência e a rejeição,gritou-se Av. da Liberdade abaixo: “Traba-lho sim, desemprego não”; “Emprego dequalidade, sem precariedade”; “Justiçasocial sim, desigualdades não”; “Melhorsituação, com mais contratação”; “Defen-der o emprego, com o Estado social”.

    Mobilização menos expressiva

    Perante uma situação que é já muitocomplicada e face à perspectiva de quemuita coisa pode tornar-se mais negra –não eram ainda conhecidas oficialmente

    as reformas impostas pela ‘troika’, masas notícias vindas a público eram catas-tróficas (mais do que uma semana maistarde se veio a verificar), a manifestaçãoda UGT – como aliás a da CGTP – denotouo desânimo que se abate sobre os portu-gueses. Ou seja, a mobilização foi menosexpressiva que em anos anteriores.

    “Não sei se veio menos gente. Houvesindicatos que tiveram recentemente elei-ções, particularmente o SBSI e o SBC, oSINTAP realiza hoje o seu Congresso, eisso tem influência. E além disso hojecomemora-se o Dia da Mãe. Mas quer aFebase, quer o SINTAP e muitos outrossindicatos estão aqui fortemente repre-sentados”, afirmou João Proença, Secre-tário-geral da UGT.

    De qualquer forma, mais uma vez ossindicatos responderam ao desafio daCentral e mobilizaram os trabalhadoresdos respectivos sectores para estarempresentes na Avenida da Liberdade, naquarta manifestação desde que a Centraladoptou este modelo de comemoraçãodo Dia do Trabalhador.

    A gravidade da actual situação mun-dial e do País – com níveis de desempregocomo há muito não se registava, preca-riedade laboral, encerramento de em-presas e recurso abusivo ao lay-off, bai-xos salários e pensões – terá pesado nadecisão de todos quantos não quiseramdeixar de estar presentes e, sobretudo,na diversidade dos que desfilaram atéaos Restauradores: homens e mulheres,jovens e menos jovens, trabalhadores noactivo, desempregados e reformados.

    Antes ainda das 14h30, trabalhadoresde Norte a Sul do País começaram a juntar--se em torno do Marquês, empunhandobandeiras de sindicatos e panos com pa-lavras de ordem. Longas faixas davamconta das reivindicações gritadas ao longode todo o percurso, entre as quais “Traba-lho sim, desemprego não” – a mais repe-tida, demonstrando bem qual a principalpreocupação dos portugueses.

    Tal como em anos anteriores e deacordo com a tradição deste tipo de even-tos, a manifestação foi acompanhada poruma parafernália de elementos figurati-

    vos. Lá estiveram bombos, gigantones,bandas filarmónicas e ranchos folclóricosa alegrar o desfile.

    Encabeçada pelos principais líderes daUGT – entre os quais João Proença, João deDeus, Delmiro Carreira, Rui Riso, MárioMourão, Carlos Silva, Carlos Marques eViriato Baptista – a manifestação começoucerca das 15h00, tendo como palavra deordem bem presente no pano dianteiro“Defender o emprego, com o Estado social”.

    Febase à frente

    Os trabalhadores do sector financeiro acor-reram à manifestação da UGT. Sob a alçada

    comum da Federação do Sector Financeiro(Febase), os trabalhadores representadospelos Sindicatos da Banca (SBSI, SBN e SBC)e dos Seguros (STAS e SISEP) ocuparam oprimeiro lugar desde a cabeça da manifes-tação, logo a seguir à juventude, que tradi-cionalmente abre a manifestação logo atrásda faixa empunhada pelos dirigentes.

    Assim, bancários e trabalhadores dosseguros desfilaram até aos Restaurado-res empunhando panos onde se podiamler palavras de ordem genéricas – “Ven-cer a crise”, “Defender o emprego”, “Lu-tar pela defesa dos postos de trabalho,defender os trabalhadores” –, ou directa-mente relacionadas com o sector: “Sim à

    Luís Ferreira, 43 anos, bancário“É a primeira vez que venho a uma manifestação do 1.º de Maio. Achei que era importante

    marcar presença porque a situação do País é muito preocupante.”

    Aldina Silva, 44 anos, empregada num salão de chá“Estamos no meio de uma grande crise, por isso há que vir para a rua mostrar o nosso

    descontentamento. Só todos juntos temos mais força.”

    Ana Teresa, 20 anos, estudante“Sou um dos milhares de trabalhadores precários deste País. Os meus pais fizeram

    sacrifícios para eu poder estudar, fiz uma licenciatura em Turismo e num país que dizapostar no turismo eu não consigo um trabalho nessa área – estou num ‘call center’, atrabalhar a recibo verde. Este é o destino da minha geração e só nos resta protestar.”

    José Silvério, 56 anos, electricista da construção civil“Não me lembro de isto estar tão mal. Alguma vez pensámos que nas obras íamos estar

    parados? Nunca! Mas é verdade, os patrões não têm obras e nós não temos trabalho. Istoestá uma miséria, temos de protestar e fazer saber aos senhores do FMI que andam poraí que nós queremos trabalho.”

    Sílvia Nunes, 38 anos, trabalhadora dos seguros“Acho que é importante mostrarmos que estamos cá e podemos fazer alguma coisa. Não

    podemos deixar que os governantes nos tirem os direitos conquistados ao longo dos anospelas gerações anteriores. E face ao que se está a passar, penso que este ano ainda deviaestar mais gente na rua, a participar.”

    José Morgado, 63 anos, bancário reformado“Alguém pode estar contente com isto? Para os trabalhadores é uma desgraça, quem

    trabalha tem cada vez menos. E com o FMI aí coisa boa não vem, estou receoso. Temosde reclamar pelos nossos direitos. Costumava participar nas acções do 1.º de Maio semgrande regularidade, mas desde que a UGT começou a organizar a manifestação tenhovindo sempre.”

    Maria Lucinda Lopes, 51 anos, administrativa“A situação está péssima e tudo o que se ouve é que vai ser pior ainda. Por isso temos

    obrigação de vir para a rua e mostrar a essa ‘troika’ que se for preciso fazemos como osgregos, que não tiveram medo de protestar. Não podemos deixar que continuem a retirar--nos direitos e regalias até à escravidão.”

    Em discurso directoA “Revista Febase” ouviu alguns dos participantes na manifestaçãoorganizada pela UGT sobre a razão por que decidiram desfilar.TEXTO: INÊS F. NETO

  • RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 76 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    Actualidade l SINDICALSINDICAL l Actualidade

    negociação, não ao capitalismo de casi-no”.

    Reunidos espacialmente num únicogrupo que representava o sector finan-ceiro, os trabalhadores marcharam uni-dos por sindicatos e envergando todost-shirts e bonés brancos com o logótipoda Federação. Além de um carro de apoio,a delegação contou ainda com o incentivovisual e sonoro dos bombos e Zé Pereirasdo grupo “Amigos de Galegos”, de Pena-fiel, bem como os gigantones, além deenorme balões vermelhos e cartazes.

    Recorde-se que antes da manifesta-ção, bancários e trabalhadores dos segu-ros filiados nos cinco sindicatos da Febasereuniram-se num almoço-convívio nasinstalações do SBSI na Marquês de Fron-teira, de onde partiram para se juntaremaos restantes milhares de trabalhadoresque participaram no 1.º de Maio da UGT.

    Chuva penaliza protesto

    Se durante metade do percurso o solmarcou presença, pouco antes de a ma-nifestação atingir os Restauradores uns

    No palco montado para as interven-ções sindicais tomaram a palavra JoãoProença e João de Deus.

    O Presidente da UGT, que começou pordedicar o dia a “todas as mães”, deimediato referiu a profunda crise que oPaís atravessa. “Vivemos hoje dias degrande angústia, tristeza e desalento.Estamos perante um cenário ainda maisgrave do que no ano anterior. Os sacrifí-cios a que todos fomos sujeitos no anoque passou não só foram insuficientescomo ainda se agravou mais a situaçãode crise gravíssima que se abateu sobrenós”, ao ponto de ser necessário pedirajuda externa para Portugal não entrarem insolvência.

    João de Deus lembrou que este é oresultado do “ataque concertado do capi-tal financeiro especulativo e das agên-cias de rating ao nosso país”, sem quetenha havido uma resposta concertada eatempada da UE.

    “O desemprego atinge níveis nuncavistos em Portugal, as desigualdadesaumentaram, a crise social e a pobrezaaumentaram”, afirmou, lembrando que“a UGT tudo fez para evitar este pedido deajuda externa, porque sabemos que estepedido irá exigir de nós ainda mais e maissacrifícios”.

    João de Deus lembrou que a UGT cele-brou um Acordo Tripartido que “contémas bases para um entendimento mínimopara que o País possa crescer e resolveros seus problemas de endividamento eempobrecimento”.

    “A UGT irá lutar e estar contra medidasque ponham em causa os direitos dostrabalhadores, aumentem ainda mais aprecariedade, ponham em causa o salá-rio mínimo, reduzam os salários, redu-

    zam as políticas activas de emprego e osapoios sociais, e ataquem a negociaçãocolectiva”, garantiu o presidente da UGT.

    Admitindo que serão precisos sacri-fícios, João de Deus concluiu: “O que nosrevolta e indigna é que sejam sempre osmesmos a sofrerem e a sacrificarem-separa resolver os problemas e as crisesque outros criaram e alimentaram”.

    “É preciso um bom acordo”

    Depois de também saudar “as mães, eem particular as mães trabalhadoras,que continuam a ser vítimas de múltiplasdiscriminações”, João Proença referiu-seainda aos desempregados, às famíliasque sofrem a pobreza e exclusão e aosjovens, “que hoje têm realmente razãopara recearem o futuro, que sofrem aprecariedade e as dificuldades para en-contrar emprego”.

    E logo o líder da UGT concentrou a suaintervenção na ‘troika’ internacional: “AUGT sempre disse que não queria o FMIem Portugal. Infelizmente, a crise, a inca-pacidade de resposta da UE e sobretudoos erros políticos em Portugal tornaramobrigatória a ajuda internacional”.

    “Os trabalhadores portugueses estãohoje pior do que há um ou dois anos.Fizeram sacrifícios e continuam a fazermais sacrifícios, nomeadamente paracorrigir o défice externo e combater osdesequilíbrios das contas externas. Infe-lizmente, vamos ter de continuar a fazermais sacrifícios. Por isso dizemos clara-mente à ‘troika’, ao Governo e aos parti-dos políticos que não podemos aceitarquaisquer condições e sacrifícios”, disseo líder da UGT, salientando: “É necessárioum acordo, mas queremos um bom acor-do, que crie condições para um futuromelhor dos portugueses”.

    João Proença deixou claro que a Centralestará contra cedências com políticas dedesregulação social. Para a UGT são con-dições fundamentais o respeito integralpela Constituição, bem como pelo AcordoTripartido para a Competitividade e oEmprego, porque “os acordos são para

    Um pouco por todo o Mundo, milhões de trabalhadores comemoraram o 1.º de Maio,aproveitando o dia de homenagem aos “mártires de Chicago” de 1886 para protestarpelas cada vez maiores dificuldades a que são sujeitos. Face à crise global reivindicarammais trabalho, aumentos salariais e melhores condições laborais e de vida.

    Das múltiplas manifestações, a “Revista Febase” destaca apenas algumas.Espanha: com uma taxa de desemprego que já ultrapassa 20% e a ameaça dos especuladores

    a pairar sobre o país e a vida dos cidadãos, milhares de espanhóis saíram à rua neste 1.º de Maio,participando em manifestações organizadas nas principais cidades do país, nomeadamente emMadrid e Barcelona. A luta contra o desemprego foi o tema dominante nas palavras de ordem enos cartazes.

    Suíça: o desemprego e a precariedade também já chegaram ao país das contas bancáriassecretas. Apesar do forte dispositivo policial montado, os trabalhadores desfilaram em Zurique,empunhando cartazes reivindicando o direito ao salário mínimo e reclamando aumentos salariais.

    Áustria: cerca de 100 mil manifestantes desfilaram em Viena, exigindo melhores salários emenos impostos. “Quando as coisas estão mal, os contribuintes é que pagam”, lia-se num cartaz.

    Alemanha: o dia foi agitado, principalmente em Berlim e Hamburgo, cidades em que as forçaspoliciais montaram fortes dispositivos de segurança. As manifestações foram convocadas pelossindicatos, que exigiram melhores salários.

    Grécia: há um ano fustigados pelas receitas impostas pelo FMI e sob ameaça de novas medidasde austeridades, os trabalhadores gregos aproveitaram o Dia do Trabalhador para mais uma vezprotestarem. As maiores manifestações realizaram-se em Atenas e Salónica, onde as palavrasde ordem que dominaram o protesto foram contra o FMI e os políticos gregos: “Não pagaremospela crise deles”, “fiquem com o vosso plano de austeridade e vão-se embora” e “nenhum sacrifíciopara a plutocracia”.

    Polónia: A religião levou a melhor e os trabalhadores ficaram sem festa nem protesto: a manifestaçãodo 1.º de Maio foi anulada devido às cerimónias de beatificação de João Paulo II.

    Hong Kong: os trabalhadores continuam a trabalhar muito e a ganhar muito pouco. Isso mesmodisseram os sindicatos neste dia de luta, denunciando que o novo salário mínimo – de 2,43 eurospor hora – é insuficiente para a sobrevivência das famílias.

    Pelo Mundo

    “Em todo o Mundo os trabalhadores estãosob o ataque de corporações, de políticos e deregimes autoritários”, denunciou Philip Jennings,Secretário-geral da UNI, lembrando o compro-misso de unir e organizar os trabalhadores pararesistirem e lutarem por “trabalho digno, salá-rio justo e justiça social”.

    Até agora, 2011 tem sido um desafio para ostrabalhadores, considerou a UNI, recordandoas revoluções e revoltas no Oriente Médio eNorte de África, onde os sindicatos têm lidera-do o esforço pela mudança. E se se registaramvitórias históricas na Tunísia e no Egipto, nou-tros países, como a Líbia e Bahrain, os regimesautoritários continuam a esmagar os protestoscom brutal violência.

    A UNI chama ainda a atenção para a ameaçaaos direitos dos trabalhadores nos Estados Uni-dos, onde em vários estados os republicanos têmfeito uma campanha política no sentido de privaros trabalhadores públicos dos direitos de ne-gociação colectiva. Este ataque desencadeouprotestos populares maciços, mas o resultadofinal para os trabalhadores não é claro.

    “Estes são tempos de desafio para as famíliastrabalhadoras de todo o Mundo. Agora, mais doque nunca, precisamos de estar unidos nos sindi-catos e no movimento sindical global para lutarpelos nossos direitos”, exortou Philip Jennings.

    A UNI está empenhada em cumprir o seuplano de acção, cujo objectivo principal é con-seguir mais direitos e melhores condições paraos trabalhadores de todo o Mundo.

    Trabalhar em conjunto com os sindicatosfiliados para organizar globalmente os traba-lhadores dos serviços, bem como assinar acor-dos-quadro globais garantindo direitos labo-rais e sindicais aos trabalhadores das multina-cionais são outros objectivos.

    “Só com o aumento da sindicalização sere-mos capazes de mudar as regras do jogo nomercado de trabalho global e garantir que a vozdos trabalhadores seja ouvida”, defendeu oSecretário-geral da UNI.

    Muito protesto por melhores salários

    chuviscos começaram a cair, e quando osdirigentes iniciaram os discursos choviajá copiosamente.

    cumprir, pelo actual governo ou pelofuturo governo”. Do mesmo modo, a Cen-tral Sindical exige o respeito pela nego-ciação colectiva, que é “um direito cons-titucional dos sindicatos”. Para a UGT éigualmente inaceitável que sejam postosem causa os 13.º e 14.º meses dos traba-lhadores e pensionistas.

    Respeito pelosdireitos adquiridos

    Num momento de particular ataqueaos direitos dos trabalhadores, a UGT,pela voz do seu líder, deixou a mensagemde que não aceitará redução dos direitosadquiridos dos trabalhadores no activo,nem que seja posto em causa o empregopúblico. “Muitos querem atingir os traba-lhadores no activo com a brutal quebra dedireitos. Dizemos claramente que nãoaceitaremos. E não aceitaremos que seponha em causa o Estado social”.

    “Estas são condições indispensáveispara a UGT manifestar apoio – ou pelomenos concordância – para um diálogonecessário para levar à prática medidaspela defesa dos trabalhadores”, frisou.

    A Central Sindical está igualmentepreocupada com o nível de desigualdaderegistado em Portugal, e considera im-prescindível a sua redução. “A UGT deixaclaro que vai bater-se pelo aumento dossalários e das pensões, particularmenteos mais baixos”.

    Defesa da negociação colectiva

    A defesa da negociação colectiva é fun-damental para a UGT e o Secretário-geralda Central Sindical sublinhou-o por diver-sas vezes na sua intervenção. “Conti-nuaremos a bater-nos por acordos denegociação colectiva e de concertação, epelo respeito pelos compromissos assu-midos nesses acordos”, frisou, acrescen-tando: “Continuaremos a bater-nos pelamanutenção dos postos de trabalho”.

    Na mesma linha estratégica está adefesa do Estado social, actualmente nocentro de múltiplos ataques. “Muitosquerem hoje pôr em causa o Estadosocial. Não podemos permitir.” Mais doque nunca, disse, “é o Estado social quegarante a igualdade de oportunidades eo mínimo de dignidade àqueles que so-frem a pobreza e a exclusão social”.

    Por fim, também o sector financeiro foialvo de críticas. “É necessária uma regu-lação efectiva do sector financeiro”, disseJoão Proença, defendendo o combate àespeculação, aos paraísos fiscais e acriação de uma taxa sobre as operaçõesfinanceiras especulativas. A Central exi-ge ainda o combate à economia clandes-tina e a fraude fiscal.

    Unidade globalé essencial

    CGTP na Alameda

    A CGTP comemorou o 1.º de Maio nova-mente na Alameda D. Afonso Henriques,onde culminou a manifestação que teveinício no Martim Moniz.

    Carvalho da Silva, que participou pelaúltima vez enquanto líder da Central,focou as críticas na “ingerência da UniãoEuropeia e do FMI” e anunciou duas ma-nifestações para o dia 19, em Lisboa ePorto.

  • RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 98 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    SINDICAL l Actualidade

    Eleições no SBSI e no SBC

    Bancários escolhem listas de continuidade

    Na Assembleia Geral Eleitoral, quedecorreu nos dias 13 e 14 deAbril, os associados do Sindicatodos Bancários do Sul e Ilhas (SBSI) elege-ram os seus dirigentes para o quadrié-nio que irá concluir-se em 2015, dandoa maioria dos votos à lista que prome-tia dar continuidade ao trabalho desen-volvido no anterior mandato.

    Mais de 25% dos associados partici-pou neste acto eleitoral e a maioria deua vitória à Lista A, que chamou a si maisde 61% dos votos expressos – um totalde 7011 votos –, enquanto a Lista B,com 4298 votos, ficou a mais de 2600votos de distância.

    Se a Lista A venceu a eleição para aDirecção, o mesmo aconteceu para aMesa Coordenadora dos Órgãos Delibe-rativos Centrais (Mecodec), pelo que,nos próximos quatro anos, estes doisórgãos sociais do SBSI serão lideradospor Rui Riso e Arménio Santos, respec-tivamente, que substituem DelmiroCarreira e Manuel Camacho naquelasfunções.

    Recorde-se que os associados do SBSItiveram ao seu dispor três meios paraexpressarem a sua vontade: voto elec-trónico (dias 13 e 14), voto presencial(dia 14, nas mesas centrais e nas mesasdescentralizadas criadas para o efeito)e voto por correspondência. Em todoseles a vitória foi dada à Lista A.

    Quanto às eleições de delegados aoCongresso do Sindicato, os númerosapurados representaram uma vitóriada Tendência Sindical Socialista, queobteve 3785 votos, contra os 2002 da

    Nas eleições do SBSI,os associados deram a vitóriaà Lista A, encabeçada por Rui

    Riso, que aglutinou maisde 61% dos votos expressos.

    Já no SBC, a única listaa apresentar-se ao sufrágio

    mereceu a confiança de maisde 30% do total dos sócios

    do Sindicato, que assimreelegeram Carlos Silva

    Tendência Social-Democrata e os 1614da Tendência Mudar, enquanto os inde-pendentes que apoiavam a Lista A so-maram 1650 votos, contra os 1831 dosindependentes que apoiavam a Lista B.

    A tomada de posse dos novos CorposGerentes decorreu no dia 5 deste mês(ver reportagem nas páginas do SBSIdesta edição).

    SBC: lista única

    Ao acto eleitoral no Sindicato dosBancários do Centro (SBC), que serealizou dia 14 de Abril, apenas seapresentou uma lista, a Lista A, basea-da nos actuais Órgãos Sociais. Segun-do a Mesa da Assembleia Geral e doConselho Geral (MAG/CG), a votaçãoultrapassou a barreira dos 30% doscerca de seis mil associados inscritosnos cadernos de recenseamento elei-toral.

    Embora grande parte dos associa-dos do SBC tenha optado pelo voto porcorrespondência, registou-se igual-

    mente uma votação presencial muitosignificativa, com largas centenas desócios a exercerem o seu direito so-bretudo nas mesas das quatro Sec-ções Regionais, mas também nas queforam criadas nas agências onde exis-tem delegados sindicais.

    De um total de 5.805 eleitores, vo-taram 1.883 sócios (32,44%). A ListaA obteve 93,37% dos votos expres-sos, assim distribuídos pelos órgãos:Direcção e MAG/CG: 94,8% dos votosexpressos; Conselho Fiscalizador deContas: 94,64%; Conselho Disciplinar:94,42%; Secretariado Sindical de Re-formados: 35%.

    A tomada de posse dos novos Cor-pos Gerentes do SBC teve lugar no dia4 de Maio (ver reportagem nas pági-nas do SBC nesta edição).

    Os Sindicatos da Febase saudaramjá os Corpos Gerentes do SBSI e do SBCpela vitória nos respectivos actos elei-torais e a todos desejaram votos debom trabalho na defesa dos interes-ses dos bancários.

    TEXTO: INÊS F. NETO

    A crisee a negociação colectiva em Portugal

    Os trabalhadores portugueses e assuas organizações representativastêm sido os mais afectados comesta situação, quer a nível do elevadoíndice de desemprego, aumento de im-postos e redução sistemática do seu po-der de compra.

    Por sua vez, as entidades patronais têmprocurado retirar o máximo de dividen-dos, despedindo colectivamente, encer-rando empresas, algumas através de pro-cessos de falência fraudulentos, exigindomais e mais flexibilidade na legislação dotrabalho, opondo-se sistematicamente ànormalização das relações de trabalho,pondo em causa a negociação colectiva eos acordos alcançados em sede da concer-tação social, numa atitude sem preceden-tes do “quero, posso e mando”.

    E quando procuram incumprir o exaradode boa-fé nos instrumentos de regula-mentação colectiva de trabalho, devida-mente publicados e em vigor, socorrem--se de “doutos” pareceres jurídicos, enco-mendados à “medida”, para fundamenta-rem unilateralmente as suas posições, aoarrepio da legislação vigente e das deci-sões das autoridades arbitrais, sem qual-quer pingo de bom senso e de ética.

    Estranha-se assim ou talvez não, este(in)explicável comportamento dos re-presentantes dos detentores do capitalsocial das nossas empresas, de pro-curarem ir, sistematicamente, de des-regulamentação em desregulamenta-ção até à desregulamentação final dasconvenções colectivas, esbulhando-asde direitos conquistados arduamente eque, contrariamente ao que pretendemfazer crer, a sua manutenção não temfeito perigar a sustentabilidade e oequilíbrio financeiro das empresas sobsua gestão.

    Outro tanto não poderá ser dito dosmodelos de gestão que aplicam nas suasempresas que, bastas vezes, as conduzempara situações muito complicadas, cujoresultado final é a sua falência, apesar dosavisos à navegação dos trabalhadores edas suas estruturas representativas.

    Tarda então a ser compreendido o pa-pel das estruturas representativas dostrabalhadores, parceiros associados, nocontexto do sistema produtivo, comoelementos potenciadores da perenidadee boa saúde financeira das empresas,através de processos de negociação co-lectiva conseguidos, onde as partes secredibilizem, cumprindo e fazendo cum-prir os acordos subscritos de boa-fé epublicados administrativamente.

    É que, mais do que nunca, as relaçõesde trabalho merecem ser respeitadas

    pelos seus destinatários e qualquer alte-ração a introduzir nas mesmas deveráser objecto duma negociação, sem qual-quer imposição de metodologias ou dematérias castradoras da livre vontadenegocial de qualquer das partes, atentoo paradigma de que uma relação detrabalho é sempre uma relação desequi-librada para o trabalhador, porque ele é,por natureza, o elo mais fraco da cadeiaprodutiva.

    Urge pois, nesta conjuntura de crisegeneralizada, que os representantes docapital accionista das nossas empresase os representantes dos trabalhadoresestabeleçam, em sede da negociaçãocolectiva, as necessárias pontes de en-tendimento, para que não ecludam noseu seio graves conflitos, que possamfazer perigar os tão almejados equilí-brios dinâmicos e, bem assim, a pazsocial, sem os quais o sucesso ou insu-cesso das nossas empresas tambémpassa por aí.

    Às partes negociadoras é-lhes, ainda,exigido que cumpram com o imperativoinserto no Código do Trabalho, de nego-ciarem sempre de boa-fé, e façam umesforço para construírem um instrumen-to colectivo de trabalho ajustado à reali-dade social, económica, financeira, em-presarial e funcional da sua empresa e ousector de actividade.

    Será pedir muito nesta conjuntura?

    TEXTO: LUÍS DIAS

    Realizou-se, no passado dia 3 e a pedido da APS, uma reunião, onde estiveram presentesrepresentantes dos três Sindicatos, com a finalidade de ser abordada a questão dorelançamento da negociação colectiva no sector de Seguros, tendo-se a APS compro-metido a apresentar, até 15 de Junho, uma proposta, com vista à substituição do actual CCTpara a Actividade Seguradora. Outro tanto irá acontecer com os Sindicatos que, de per si ouem conjunto, irão também apresentar as suas propostas.

    Aproveitamos para informar os trabalhadores de Seguros, associados do STAS, quequalquer atropelo ou incumprimento do actual CCT será objecto das competentes acçõesjudiciais, para repor a legalidade da sua aplicabilidade, contra os seus autores individuaise/ou colectivos.

    Para o efeito, os Serviços Jurídicos do Sindicato estão ao inteiro dispor dos associados.Será desta vez que, finalmente, o sector de Seguros irá ser dotado de um Contrato Colectivo

    moderno e ajustado a uma realidade cada vez mais exigente?A Direcção, como aliás tem sucedido desde o ano de 2000, irá procurar esforçar-se nesse

    sentido, mas salvaguardando sempre os legítimos interesses e direitos dos associados.

    Relançamento da negociação colectiva

    O País está a atravessaruma das maiores crises

    políticas e financeiras de quehá memória no pós-25

    de Abril e, a fazer féno posicionamento

    dos partidos da áreado poder, não se vislumbra

    que os resultados a sairdas próximas eleições

    venham criar as condiçõespara a existência dum

    desejável Governomaioritário forte e coeso,capaz de relançar a nossa

    vulnerável economiae equilibrar as nossas

    finanças públicas

    Seguros l CONTRATAÇÃO

  • RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 1110 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    CONTRATAÇÃO l Febase Banca l CONTRATAÇÃO

    OSecretariado da Federação doSector Financeiro (Febase) reu-niu-se dia 11 de Maio para fazeruma análise exaustiva da situação nosector bancário e decidir as acções adesencadear face à insistência do Gru-po Negociador das Instituições de Cré-dito (IC) no congelamento salarial,transmitido na sessão realizada navéspera.

    No entanto, a maior preocupação daFebase centra-se nas recentes informa-ções que têm surgido sobre o encerra-mento de balcões de várias Instituições.

    O Secretariado elegeu como prioritá-rio a defesa e manutenção dos postosde trabalho, afirmando-se disponívelpara, em conjunto com os trabalhado-res que representa, levar este objecti-vo até às últimas consequências – dei-xando claro que se oporá, por todos osmeios ao seu dispor, a qualquer tenta-tiva de despedimentos na Banca.

    Insistir num acordo

    Quanto à revisão salarial, a situaçãomantém-se num impasse. Na últimasessão de negociações, realizada dia10 de Maio, o Grupo Negociador repre-

    Defesa dos postos de trabalhoé a prioridade da FebaseA defesa e manutenção dos postos de trabalho no sectorbancário é o objectivo prioritário definido pelo Secretariadoda Febase. Relativamente à revisão salarial, a Federaçãoconsiderou ser ainda possível chegar a um acordode consenso, pelo que vai iniciar um conjunto de diligênciasao mais alto nível com as Instituições de Crédito

    Os três Sindicatos verticais reuniram-se com aAdministração do Montepio Geral para discutir asalterações introduzidas no Estatuto dos trabalhado-res da Instituição.

    Na reunião, que se realizou dia 27 de Abril, aAdministração do Montepio não revelou aberturapara uma eventual negociação das alterações intro-duzidas na circular 1243 (Estatuto dos Trabalhadoresdo Montepio Geral).

    Trata-se de alterações introduzidas num normati-vo interno da empresa, efectuadas numa altura emque o Montepio Geral absorveu, por Oferta Pública deAquisição, o Finibanco.

    Segundo o comunicado conjunto dos três Sindica-tos – SBSI, SBN e SBC – "não houve por parte daAdministração qualquer abertura para uma eventualnegociação das alterações introduzidas na referidaNorma, nomeadamente da possibilidade de a mes-ma vir a abranger os trabalhadores agora integradosno Montepio Geral".

    Na reunião, a Administração afirmou que nasalterações introduzidas houve a preocupação de nãoproceder a alterações no vencimento líquido dostrabalhadores do Montepio, antes proceder ao "con-gelamento" do Complemento Remuneratório, sendoa tabela salarial aumentada nas percentagens quevierem a ser acordadas na mesa negocial.

    Na parte referente às diuturnidades, "foi afirmadoque quem já tem direito às anuidades vai manteresse direito até perfazer a próxima diuturnidade",lê-se no comunicado.

    Os Sindicatos vão continuar a acompanhar o evo-luir da situação no Montepio Geral, nomeadamenteno que se refere à integração dos trabalhadores doex-Finibanco.

    Sindicatos acompanhamsituação no Montepio

    sentante das IC subscritoras do ACT dosector bancário não evoluiu na posiçãoque tem defendido.

    Recorde-se que na sessão anterior oGrupo Negociador tinha argumentadonecessitar conhecer as medidas decidi-das para o resgate de Portugal, e sóentão adiantaria a sua posição.

    Questionado agora pela Febase, oGrupo Negociador argumentou que, aocontrário do que era expectável, a situa-ção do País em nada se alterou, pelo quenão estava em condições, para já, deevoluir na sua proposta inicial – ou seja,manteve-se irredutível no congelamen-to salarial.

    O Secretariado da Febase analisouesta posição na sua reunião, concluindoque não estão ainda esgotadas as pos-sibilidades de se obter um acordo deconsenso.

    Assim, vai iniciar um conjunto dediligências ao mais alto nível, tendo porobjectivo confrontar os Bancos com asituação de injustiça que se verificaráse se mantiver o congelamento dossalários.

    As negociações entre as partes vãoprosseguir, em data a agendar breve-mente.

    OProvedor de Justiça, Alfredo deSousa, respondeu já à queixaapresentada pela Febase sobreos cortes salariais impostos pelo Orça-mento do Estado para 2011(OE2011)aos funcionários públicos e trabalhado-res das empresas com capitais públi-cos, nomeadamente da CGD, Banco dePortugal, BPN e seguradoras.

    Recorde-se que a queixa ao Provedorinsere-se num conjunto de iniciativasdesencadeadas pela Federação em de-fesa dos seus associados vítimas dasnormas do OE2011, que inclui ainda asolicitação de Pareceres a especialis-tas em Direito do Trabalho e um pedidode fiscalização da constitucionalidadedas normas do Orçamento ao TribunalConstitucional.

    A revista "Febase" publica os excer-tos mais significativos da resposta deAlfredo de Sousa.

    Empresas do Estado

    O Provedor sublinha que inúmerasqueixas lhe têm sido apresentadas porcidadãos a título individual e pelos sin-dicatos, adiantando que uma das ques-tões mais frequentes nas queixas rece-bidas prende-se com a circunstância dea redução remuneratória se aplicarigualmente aos trabalhadores do sec-tor empresarial do Estado, que estãoabrangidos pelo Código do Trabalho.

    Em causa cortes salariais impostos pelo OE2011

    Provedor de Justiça respondea queixa da Febase

    O Tribunal Constitucional é o órgãohabilitado para tomar uma decisão

    sobre a eventual inconstitucionalidadedas normas do Orçamento do Estado

    para 2011, que impõe cortes salariaisna Função Pública e nas empresas

    do sector empresarial do Estado,considera o Provedor de Justiça. E face

    aos requerimentos a esse propósitojá apresentados ao Tribunal

    Constitucional, Alfredo de Sousadecidiu não avançar com mais um

    pedido de fiscalização, pois "não terianeste momento qualquer efeito útil"

    "Não creio, no entanto, que valha apena autonomizar esta questão", diz oProvedor, apresentando duas ordensde razões. Por um lado, "na aferição dalicitude constitucional da medida, arelevância (ou não) da excepcionalida-de da situação vivida operará (ou não)independentemente das razões formaisinvocadas". Por outro, se é alegada aviolação do princípio da igualdade pornão abranger os trabalhadores do sec-tor privado, se fossem excluídos os tra-balhadores do sector empresarial doEstado não só se "agravaria a situaçãocontestada como criaria mais uma di-ferenciação entre os trabalhadores pa-gos com dinheiros públicos".

    Outra questão invocada diz respeitoao facto de a redução remuneratóriaincidir sobre parcelas da remuneraçãoque não deveriam estar incluídas. Al-fredo de Sousa não lhe dá especial re-levância, referindo que o legisladorexcluiu e salvaguardou "os montantesabonados a título de subsídio de refei-ção, ajuda de custo, subsídio de trans-porte ou o reembolso de despesas efec-tuado nos termos da lei e os montantespecuniários que tenham natureza deprestação social".

    "Estando atingida pela medida orça-mental a própria remuneração base – aexistir um princípio constitucional deirredutibilidade ou intangibilidade dovencimento, a parcela correspondenteà remuneração base seria por naturezaa mais irredutível ou intangível", frisa.

    Também alvo de queixas é a alegadaimpossibilidade de normas como as doArt.º 19.º do OE2011 integrarem o pró-

    prio Orçamento. "A questão da inserçãonas leis orçamentais de matérias 'es-tranhas' à função constitucionalmenteatribuída ao Orçamento do Estado foijá por diversas vezes tratada pela ju-risprudência, designadamente do Tri-bunal Constitucional, que tem vindo asustentar a sua admissibilidade face àLei Fundamental", responde o Prove-dor.

    Razões formais, razões materiais

    Alfredo de Sousa recorda que foi jáapresentado ao Tribunal Constitucio-nal e em sede de fiscalização abstractasucessiva da constitucionalidade umrequerimento subscrito por um grupode deputados à Assembleia da Repú-blica.

    Nesse requerimento, as normas doArt.º 19.º do OE são postas em causa porrazões formais – princípio constitucio-nal que garante às organizações repre-sentativas dos trabalhadores a partici-pação na elaboração da legislação dotrabalho –, e por razões materiais, porreferência aos princípios do Estado dedireito (nomeadamente aos subprincí-pios da segurança jurídica e da protec-ção da confiança) da igualdade, "igual-mente se alegando a violação do prin-cípio de não redutibilidade do salário dotrabalhador".

    Sobre a invocada violação de princí-pios e regras constitucionais pela for-ma e pelo conteúdo das normas, a pri-meira consideração do Provedor é que"constando do referido requerimentoas questões com maior relevância doponto de vista jurídico-constitucionalsobre a matéria, cabe agora aguardar--se pelo acórdão do Tribunal Constitucio-nal que sobre as mesmas decidirá".

    "Tomada aquela iniciativa, nuncaseria oportuna a apresentação peloProvedor de Justiça de pedido autóno-mo ao Tribunal Constitucional com omesmo objecto, embora porventura comfundamentos (que se não antevêem) di-versos", frisa. Até porque, adianta, "oTribunal Constitucional tem poderespara, sobre as mesmas normas sindica-das, formular quaisquer juízos com baseem qualquer arrimo constitucional pos-

    sível, posto que distinto dos que sãoinvocados pelos requerentes".

    Assim, conclui, "não teria neste mo-mento qualquer efeito útil, apenas even-tualmente servindo para atrasar a de-cisão".

    Fiscalização abstracta

    Quanto às questões mais substanti-vas do requerimento, Alfredo de Sousasublinha que qualquer direito ou princí-pio constitucional "não têm carácterabsoluto, podendo ceder perante ou-tros direitos, interesses ou princípioscom relevância constitucional e com osquais tenham de ser compatibilizados".

    E dá como exemplo o pedido do Pre-sidente da República de fiscalizaçãosucessiva da norma do Art.º 68.º, n.º 1,do Código do IRS (criação de um escalãoadicional no IRS e aumento do valor dastaxas em todos os escalões), a que oTribunal Constitucional não deu provi-mento, "não declarando a inconstitucio-nalidade da norma em causa".

    "Como se sabe, o Presidente da Repú-blica invocou igualmente, para funda-mentar aquele seu pedido, a violaçãoda protecção da confiança ínsita nanoção de Estado de Direito consagradano Art.º 2.º do texto constitucional".

    Ou seja, "o Tribunal Constitucionalenquadrou, no aresto mencionado, a

    questão da protecção da confiança nocontexto difícil das finanças do Estadoentão vivido, e que, como se sabe, semantém actualmente, sendo por issonatural que volte, no caso das normasdo Art.º 19.º do OE, a aferir da respectivaconstitucionalidade tendo por pano defundo este mesmo contexto muito par-ticular".

    Assim, o Provedor de Justiça conclui:"Na presente situação, caberá ao Tribu-nal Constitucional formular um juízo arespeito desta outra realidade, do mes-mo modo decidindo, face às motiva-ções invocadas, sobre a licitude da dis-tinção entre o universo abrangido peloArt.º 19.º do OE2011 e os demais traba-lhadores (ou, noutra acepção, cidadãos--contribuintes)".

    E aconselha a que se aguarde a deci-são daquele Tribunal, que gozará "deforça obrigatória geral".

    TEXTOS: INÊS F. NETO

  • RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 1312 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

  • RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 1514 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    A actualização da antiguidade na pré-reformaTEXTO: JOSÉ LEITÃO*

    Os trabalhadores de seguros têmdireito a um prémio de antiguida-de, ao completarem 10 anos deactividade seguradora, seguidos ou in-terpolados, prestados às entidades em-pregadoras a que se aplica o CCT para aActividade Seguradora.

    Nos termos da Cláusula 45.ª, n.º 2 doCCT para a Actividade Seguradora de 1995,todo o trabalhador tinha direito a umprémio de antiguidade de 10% ao com-pletar 10 anos e de 1% por cada anocompleto a mais, até ao limite de 30%.As percentagens acima referidas incidi-rão, em todos os casos, sobre o ordenadobase do nível X (n.º 5 do Art. 45.º do CCT).

    Por força da alteração introduzida em2002, no n.º 2 da Cláusula 45.ª do CCT, foieliminado o limite de 30% e os trabalha-dores que tinham atingido o anteriormáximo de 30% viram o seu prémio deantiguidade actualizado para as percen-tagens correspondentes ao número deanos de antiguidade acumulada.

    A actualização da antiguidade opera-se,fazendo multiplicar a nova percentagemde antiguidade (anos de actividade segu-radora) pelo valor que tiver nesse ano oordenado base do nível X.

    Os trabalhadores podem, por acordocom a entidade empregadora, passar àsituação de pré-reforma, tal como prevêo CCT e o Código do Trabalho (CT).

    Nos termos do Art. 318.º do CT, consi-dera-se pré-reforma a situação de redu-ção ou suspensão da prestação de traba-lho, constituída por acordo entre empre-gador e trabalhador com idade igual ousuperior a 55 anos, durante a qual estetem direito a receber do empregadoruma prestação pecuniária mensal.

    O acordo é efectuado por escrito edetermina a data do seu início, bem comoos direitos e obrigações de cada uma daspartes, nomeadamente o valor da pres-tação anual de pré-reforma, modo da suaactualização e número de prestaçõesmensais em que será paga.

    Os acordos de pré-reforma que têmsido celebrados na actividade segurado-ra traduzem-se na suspensão da presta-ção de trabalho por acordo e mediante opagamento de uma prestação mensal.

    Estes acordos celebrados entre as enti-dades empregadoras e os trabalhadoresrevestem-se da maior importância paraavaliar as prestações a que os trabalhado-res têm direito ao longo da pré-reforma,com veremos mais detalhadamente.

    Com efeito, nos termos da Cláusula60.ª do CCT, as prestações de pré-reforma

    são actualizadas conforme estiver esta-belecido no acordo individual de pré-refor-ma de cada trabalhador ou, sendo esteomisso, nos termos da lei aplicável.

    Uma questão que tem sido suscitada,e foi objecto de diversas decisões judi-ciais, consiste em saber se o prémio deantiguidade se actualiza ou não duranteo período de pré-reforma.

    Para responder a esta questão teremosde ter presente que o contrato de traba-lho que vinculava as partes antes dacelebração do acordo de pré-reforma nãocessa, tendo a prestação de pré-reformanatureza salarial e sendo-lhe, por isso,aplicáveis as alterações laborais entre-tanto efectuadas no CCT.

    Uma situação concreta apreciada peloTribunal de Trabalho foi a da aplicação dasnovas regras, em matéria de contagemda antiguidade estabelecidas pelo CCT de2002, quando eliminou o limite de 30%na contagem da antiguidade. As decisõesjudiciais foram no sentido de que o novocritério de cálculo do prémio de antigui-dade, convencionado no CCT para a Acti-vidade Seguradora, em vigor desde 1 deJaneiro de 2002, era aplicável aos traba-lhadores que, nessa data, já se encontra-vam na situação de pré-reforma, se osmesmos nada estipularem em contrário.

    Neste sentido podem referir-se diver-sas sentenças e acórdãos já transitadosem julgado. Foi o caso, nomeadamente,da sentença proferida no processo n.º4055/05.3, que correu seus termos pelo2.º Juízo, 3.ª Secção do Tribunal do Traba-lho de Lisboa, e o Acórdão do Tribunal daRelação de Lisboa, no processo n.º 78/

    05.0TTLSB, de 18/10/2006 (Apelação n.º5097/06).

    As decisões têm por fundamento, deentre outras, a aplicação imediata dasnormas laborais no tempo, no que dizrespeito ao conteúdo e efeitos futuros doscontratos anteriores (com base no dispos-to no Art.º 12/2, 2.ª parte do Código Civil).

    Saber se, em concreto, se deve actualizara antiguidade na situação de pré-reforma,passa necessariamente pela interpreta-ção das cláusulas do acordo de pré-refor-ma, uma vez que as partes podem esti-pular que assim não suceda.

    Os acordos de pré-reforma são negóciosjurídicos e postulam uma interpretação,entendida como uma actividade dirigidaa fixar o seu sentido e alcance decisivos,segundo as respectivas cláusulas inte-gradoras.

    Em matéria de interpretação, deve-mos ater-nos às regras de interpretaçãoem matéria de declaração negocial esta-belecidas no Art.º 236.º do CC. Assim, adeclaração negocial vale com o sentidoque um declaratário normal, colocado naposição do real declaratário, possa dedu-zir do comportamento do declarante,salvo se este não puder razoavelmentecontar com ele. Sempre que o declaratá-rio conheça a vontade real do declarante,é de acordo com ela que vale a declaraçãoemitida. Caso assim não suceda, deveprevalecer o sentido objectivo que seobtenha do ponto de vista do declaratárioconcreto, supondo-o uma pessoa razoá-vel, quer isto dizer, deve ter-se em contao homem normal e médio e os elementosque teria para tirar conclusões, quandocolocado na posição do destinatário.

    Quer isto dizer que a actualização daprestação de pré-reforma e, designada-mente, da percentagem de antiguidade,deve fazer-se de acordo com as regrasestabelecidas no CCT, excepto se do acor-do de pré-reforma resultar que as partespretenderam que a antiguidade não fos-se actualizável, ou consagraram outrasolução. Esta é também uma opção legí-tima das partes, pese embora o factode, como referimos, o contrato indivi-dual de trabalho não ter cessado, masestar apenas suspenso com a passagemà pré-reforma. Impõem-no a liberdadedas partes na definição das cláusulas doacordo de pré-reforma, bem como asregras da boa-fé na interpretação dosacordos.

    *Advogado, Director dos ServiçosJurídicos do STAS

    JURÍDICAS l Questões Nacional l TEMPOS LIVRES

    As finais nacionais contaram coma presença de quase meia cente-na de tenistas, em representaçãodos três Sindicatos verticais do sectorbancário. E a cidade de Coimbra rece-beu as delegações com excelentes con-dições climatéricas para a prática damodalidade e sem a presença do ventoforte que os tenistas tanto detestam.

    O destaque maior vai para os repre-sentantes do Sindicato dos Bancáriosdo Centro, que chamaram a si três dossete títulos nacionais, com Filipe Rebeloa vencer a prova de seniores masculinos,tal como Olga Alfaiate em senioresfemininos e a dupla Filipe Rebelo ePaulo Araújo na vertente de paresmasculinos.

    Outros três dos restantes títulos na-cionais couberam à representação doSindicato dos Bancários do Sul e Ilhas,com José Manuel Frazão a vencer navertente de veteranos +55, AntónioRamos Sousa, em veteranos +60 e adupla formada por Ana Catarina e Mar-garida Araújo, em pares femininos,enquanto José Maria Santiago arreba-tou o título nacional de veteranos parao Sindicato dos Bancários do Norte.

    Como já referimos, Filipe Rebelo im-pôs-se a João Moreira Silva na final deseniores masculinos, depois de DiogoPalma, do SBSI, ter ganho a Filipe Lima, doSBN, no jogo de consolação, para apura-mento do terceiro e quarto classificado.

    Ténis

    Filipe Rebelo leva título nacional para CoimbraA 28.ª edição do torneionacional interbancáriode ténis chegou ao fim,com a realização das finais,que tiveram lugarem Coimbra, no primeirofim-de-semana de Março.E Filipe Rebelo, fazendo jusà ideia feita de que jogarem casa é uma vantagem,acabou por se sagrarcampeão nacional, depoisde bater João Moreira Silva,do Norte,no jogo derradeiroda competição

    Na final de seniores femininos, OlgaAlfaiate bateu Margarida Araújo, doSBSI, depois de Ana Catarina Silva, doSBSI, se ter imposto a Arlete Costa, doSBN, no jogo de consolação.

    A dupla formadapor Ana Catarina eMargarida Araújo,do SBSI, levou amelhor sobre Ar-lete Costa, do SBN,e Olga Alfaiate, doSBC, na final depares femininos.

    Já na vertente depares masculinos,F i l ipe Rebelo ePaulo Araújo, doSBC, bateram nafinal a dupla doNorte, formada porFernando Cunha eMarques Almeida.E, no jogo para apu-ramento do tercei-ro, António Rober-to e José Frazão, do SBSI, derrotaramJosé Santiago e Guedes da Costa, doSBN.

    Em veteranos, José Maria Santiagobateu Hélder Martins, do SBSI, na final,depois de João Espinha, do SBSI, se terimposto a Joaquim Guedes da Costa, doSBN, no duelo de apuramento dos ter-ceiro e quarto classificados.

    Em veteranos com mais de 55 anos,houve duas vitórias sulistas sobre te-nistas nortenhos, com José Manuel Fra-zão a impor-se a Fernando Cunha, nafinal, depois de António Campos Palma

    ter batido Paulo Horta no jogo de con-solação.

    Também em veteranos com mais de 60anos, a vitória sorriu a um representantedo SBSI, António Ramos Sousa, que, nafinal, bateu José Bessa, do SBN. Mas outrotenista do SBN, Marques Almeida, have-ria de ganhar a Delfim Caseira, do SBSI, naluta pelo terceiro lugar.

    TEXTO: RUI SANTOS

    Olga Alfaiate e Ana Catarina Silvadefrontaram-se nas meias-finais

  • RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 1716 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    Notícias l Bancários CentroBa

    ncár

    ios

    Cent

    roNotícias l Bancários Centro

    Bancários Centro

    RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 1716 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    Num sindicato de “memórias e afec-tos”, como o SBC, é natural queaqueles que dedicaram muito dotempo e esforço de uma vida para defen-der o Sindicato e os seus trabalhadoressejam recordados e homenageados.

    Foi o que aconteceu na cerimónia detomada de posse dos novos corpos sociaisdo SBC, que ficou marcada pela homena-gem ao até então Presidente da Mesa daAssembleia Geral e do Conselho Geral,Mário Figueira. “Um sindicalista da velhaguarda” – como descreveu João Proença,Secretário-geral da UGT – que abando-nou as suas funções debaixo de uma

    ovação de pé de uma emocionada plateiaque encheu a sala do Hotel D. Inês.

    Na hora da despedida, Mário Figueirarecordou algumas das principais con-quistas em 40 anos de sindicalismo: acriação dos SAMS – “um dos melhoressubsistemas de saúde do País” – e oacordo tripartido para integrar os bancá-rios na Segurança Social – “uma con-quista há muito desejada”. Deixando aosnovos dirigentes o desejo de “um manda-to repleto de vitórias sindicais”, o Presi-dente cessante da Mesa da AssembleiaGeral terminou com uma garantia: “esta-rei sempre aqui”.

    TEXTO: VASCO GARCIA

    Plena de emoções a tomada de posse dos novos órgãos sociais do SBC

    O adeus de Mário Figueira e a criação do Sindicato único marcaram a cerimónia

    As referências a Mário Figueira estive-ram em todos os discursos da tarde, comdestaque para o reeleito Presidente daDirecção. Visivelmente emocionado, Car-los Silva recordou a “teimosia e força devontade” daquele sindicalista em lutarcontra a doença que o impediu de estar nacerimónia de encerramento das comemo-rações dos 75 anos do Sindicato. “Mashoje está connosco e conferiu-me possepara este segundo mandato à frente dosdestinos do SBC. Para o Mário Figueira,com o sentido de dever cumprido, expri-mo, de forma inequívoca, um enormebem-haja”, declarou.

    Na sua intervenção, Carlos Silva pres-tou também homenagem a Delmiro Car-reira, Presidente do SBSI, e aos falecidosmembros do SBC, Francisco Gouveia eCarlos Conde.

    “Rumo à criaçãode um Sindicato único”

    Num plano mais político, foi o apelo àcriação de um Sindicato único nacionalque se destacou nas intervenções. O pró-prio Mário Figueira deu o mote. “Rumo àcriação de um Sindicato único” foram asúltimas palavras do seu discurso.

    Muitos dirigentes sindicaistestemunharam

    a despedida emocionadade Mário Figueira

    A mesa que presidiuaos trabalhos

  • RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 1918 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    Notícias l Bancários CentroBa

    ncár

    ios

    Cent

    roNotícias l Bancários Centro

    Bancários Centro

    RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 1918 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    Carlos Marques, em representação daFEBASE, afirmou que o Sindicato único“é algo que deve estar na nossa mente”.

    Já Carlos Silva frisou que “há que apro-fundar o relacionamento” entre os Sindi-catos dos bancários, “num período degrande concorrência sindical”. Mas aler-tou: “não podemos deixar vencer na opi-nião pública bancária a demagogia e opopulismo do tão propalado ‘Sindicatoúnico’, como se esse objetivo fosse con-seguido com um estalar de dedos”.

    Ainda assim, ficou a garantia: “se ofuturo próximo passar por uma maiorarticulação entre os três Sindicatos, queimplique uma eventual fusão e a criação

    de um grande Sindicato nacional, creiamque não será pelo SBC, nem pelo seupresidente, que surgirá qualquer blo-queio”.

    Sobre o resultado das eleições do dia14 de Abril, o Presidente do SBC desta-cou que, apesar de apenas uma lista se terapresentado a sufrágio, “cerca de 35 porcento dos associados disseram presenteno acto eleitoral, conferindo reforçadalegitimidade” aos eleitos para o quadrié-nio 2011-2015. “E aqui estamos numacerimónia discreta, embora formal, mar-cando simbolicamente um acto, desta vezsim, formal e solene, contrariando a pos-se judicial conferida em 15 de Março,depois de um atribulado processo eleito-ral de má memória para a nossa vidaassociativa”, concluiu.

    A cerimónia de tomada de posse dosnovos corpos sociais do SBC contouainda com a participação do Presidente edo Secretário-geral da UGT. A crise e oacordo alcançado entre o governo e a“troika” estiveram no centro das atenções.“O País entrou numa rota de loucura” e o“sector bancário está no olho do furacão”,alertou João de Deus Pires.

    João Proença lembrou que “há algumasameaças pela frente”, mas deixou umamensagem de esperança: “temos de estartodos juntos para sermos mais fortes etermos um futuro melhor”, concluiu.

    TEXTOS: SEQUEIRA MENDES

    Asegunda prova de apuramentoregional de surfcasting do Sindi-cato dos Bancários do Centroteve lugar na Figueira da Foz, em 26de Março, com mar calmo e com al-gum vento mas com boas condiçõespara a prática da modalidade.

    Surfcasting

    Oito representantes do SBC na final nacional

    Participaram 14 pescadores mas,o peixe não apareceu, ou melhor,apareceu muito pouco.

    Após as tradicionais pesagens eentrega de prémios, teve lugar umsão convívio num restaurante local,com total satisfação para todos.

    Pesca

    A segunda prova de apuramentodo campeonato de pesca de marteve lugar na Figueira da Foz, em2 de Abril, um dia de má memória paratodos os participantes, pois foram en-contrar condições adversas, tanto de

    Finalistas regionais já apurados

    mar, como climatéricas, o que levou aque nem uma escama saísse.

    A típica e famosa cidade piscatóriada Nazaré foi palco da terceira e últi-ma etapa do apuramento regional depesca de mar, prova se realizou em 30

    de Abril e que teve a participação deonze concorrentes.

    O dia, para não variar, não se apre-sentava muito convidativo, fresco enublado, mas o mar estava de feição,chão e sem vento, com condições exce-lentes para a prática da modalidade.

    O peixe apareceu em força, para ale-gria dos participantes, tendo os doisprimeiros classificados, António Cas-cão e Vítor Malheiros, abusado, paranão variar. E, como habitualmente astainhas foram rainhas, aparecendo tam-bém algumas sarguetas e salemas.

    Após as pesagens teve lugar um muitoagradável convívio, num restaurantetípico da Nazaré, após o que se proce-deu à entrega dos prémios.

    São os seguintes os apurados paradisputarem a final nacional, em Peni-che, a 22 de Outubro: António Cascão,Vítor Malheiros, Pedro Veiga, ManuelBarqueiro, Rogério Silva, João PimentelSantos, António Freire, Fernando TomásLuís, David Faria, António Cairrão eAlexandra Batista.

    Ficaram apurados para a final nacio-nal, que vai realizar-se em Santo André,no próximo dia 21, os seguintes pesca-dores: João Pedro Agostinho, RogérioSilva, João Leitão Veiga, António Cascão,António Cairrão, Alexandre Batista, Fer-nando Tomás Luís e Pedro Veiga.

    O novo elenco directivo do SBC

    Carlos Silva toma posse,após a sua reeleição

    Freitas Simões, Presidente da MAG/CG

  • RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 2120 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    STAS-A

    ctividade SeguradoraNotícias l STAS - Actividade Seguradora

    STA

    S-A

    ctiv

    idad

    e Se

    gura

    dora

    Notícias l STAS - Actividade Seguradora

    FEBASE – A concretização de um sonho antigo

    RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 2120 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    Assinala-se, no corrente mês deMaio, uma data que, de formaindelével, originou a criação daFEBASE.

    Por se tratar, de algum modo, darealização de um sonho de muitos denós e de outros que já não se encontramentre nós, afinal um projecto ambicioso– complexo e difícil – visando a unidadede esforços e de meios instrumentais,importa, pois, registar aqui, ainda quede forma sincopada, a sua génese eevolução, até à sua constituição.

    Em 26 de Maio de 1998, e promovidapela Direcção do Sindicato dos Traba-lhadores de Seguros do Sul e RegiõesAutónomas, hoje denominado Sindica-to dos Trabalhadores da ActividadeSeguradora, realizou-se nas suas insta-lações a primeira reunião, visando osproblemas que afectavam os trabalha-dores de Seguros e Banca.

    Fizeram-se representar nessa reu-nião, além do Sindicato anfitrião, osSindicatos dos Bancários (SBSI, SBN eSBC) e ainda o Sindicato dos Trabalha-dores de Seguros do Norte.

    Reputada de histórica, essa reuniãoteve como conclusão a definição de mé-todos futuros de organização e actuação.

    No dia 14 de Julho desse ano, e nasinstalações do SBN, prosseguiu a aná-lise da situação do sector financeiro e abusca de soluções conjuntas para osproblemas tendencialmente comuns.

    Foi então decidida a constituição dedois grupos de trabalho: um, designadopor Observatório, tendo em vista aadopção de medidas conjuntas em or-dem a combater os problemas e pugnarpela defesa dos direitos dos trabalha-dores; o outro estudaria a possibilidadede criação de uma Federação dos Sindi-catos do sector financeiro.

    Estes dois grupos voltariam a reunir--se em 17 e 18 de Setembro do mesmoano e nas instalações do SBC.

    Os problemas que, então, assolavamo sector financeiro foram sujeitos auma análise profunda e requereram umplano apropriado.

    Foi efectuada, ainda em Coimbra,nova reunião a 27 de Outubro seguinte.Desta vez com a preocupação de análi-se do projecto de estatutos aplicável ànovel Federação.

    Entretanto, foi nesta circunstância queo Sindicato dos Trabalhadores de Segu-ros do Norte decidiu demitir-se de toda

    e qualquer intervenção na constituiçãoda Federação, atitude que lastimamos,em nome dos trabalhadores, afinal osdestinatários das acções da Federação.

    Por outro lado, a conciliação com osestatutos dos Sindicatos e a substitui-ção de algumas Direcções originou umimpasse na implementação da Federa-ção.

    Retomaram-se os encontros de tra-balho em 2004, agora com a inclusão deum outro Sindicato – o Sisep.

    Após duas reuniões concretizadas na-quele ano, com representantes do STAS,SISEP, SBSI e SBC foi aprovado um ante-projecto de estatutos da Federação,sem prejuízo de ulterior ratificaçãopelas respectivas direcções sindicais,ficando marcada outra reunião para 12de Julho.

    Nesse dia, com a participação doSTAS, SBSI e SBC, definiu-se a denomi-nação social: FEBASE-Federação do Sec-tor Financeiro, e também o esboço dos

    marcante página na história do sindica-lismo em Portugal.

    E, nesta história, ficará também regis-tada a data de 6 de Dezembro de 2007,revestida com cores de esperança.

    Neste dia, e na sede da UGT, foramaprovados pela Assembleia Geral Cons-tituinte, os Estatutos (que seriam publi-cados no Boletim do Trabalho e Empre-go n.º 7 de 22/2/2008) e eleita a Co-missão Instaladora.

    Finalmente, em 17 de Maio de 2008,teve lugar o primeiro Conselho Geral daFederação que elegeu os vários órgãosconstitutivos da FEBASE.

    Todo este percurso, que culminou nacriação da Federação, em boa verdadeinsere-se na prossecução do reforço edo fortalecimento do movimento sindi-cal no sector financeiro, de modo atermos respostas mais eficazes aosdesafios com que todos nos confronta-mos, sob o lema de que “juntos e unidossomos mais fortes”.

    TEXTO: JOSÉ LUÍS PAIS

    seus estatutos que foram objecto deanálise jurídica.

    Ao mesmo tempo, seriam contacta-dos, para se saber da sua adesão, o SBNe o Sinapsa (ex-Sindicato dos Trabalha-dores de Seguros do Norte). Este últimomanteve a sua posição anterior, ouseja, de não querer integrar esta impor-tante Federação de Sindicatos.

    Ficou, também, a saber-se que o SBSIcarecia que o seu Congresso autorizas-se a adesão, enquanto o STAS e o SBCiriam reunir os seus Conselhos Geraispara o mesmo fim.

    Por sua vez, o SBN dependeria doresultado das eleições sindicais, que serealizariam no mês de Abril do anoseguinte.

    Havia, ainda, que ultrapassar outrassituações que se verificavam com al-guns dos Sindicatos aderentes.

    Mas a vontade era enorme e, final-mente, conseguiu-se viabilizar a FEBA-SE, escrevendo-se uma significativa e

    Curso de monitoresanimadores

    Realizou-se, no mês de Abril, mais um curso de monitores animadores daAssociação Jovens Seguros, em Proença-a-Nova. Esta acção de formaçãode 85 horas, reveste-se de algumas características ímpares no contextodas formações de animação cultural preconizadas em Portugal. Todo oprocesso formativo reveste-se de um modelo de prática simulada, que éconsubstanciado na obtenção de uma dupla certificação (IPJ e DGERT).

    O desenvolvimento de competências, técnicas e pedagógicas, dos monito-res de campos de férias são uma exigência actual. A prevenção de situaçõesde risco, a par de uma competente dinamização das actividades e daantecipação e satisfação das necessidades do grupo são áreas muito explo-radas neste curso, que tem como objectivo formar monitores para a realizaçãode campos de férias, bem com a sua sensibilização no desenvolvimentointegral das crianças e jovens.

    A multiplicidade de actividades e a abrangência temática proporcionamuma formação bastante completa nos diversos módulos que a constituem,bem como a constante procura de mais e melhor, a experiência profissionaldos formadores e o entusiasmo pela partilha torna-o numa experiência/liçãode vida.

    A Jovens Seguros orgulha-se de, ao longo destes dez anos de existência, terconseguido alcançar um estrondoso êxito na realização de campos de férias,apostando na formação dos seus monitores e regendo-se por uma filosofia eéticas muito próprias, baseadas na amizade, responsabilidade, união, segu-rança, solidariedade e tolerância.

    TEXTO: MARGARIDA MENDES

  • RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 2322 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    STA

    S-A

    ctiv

    idad

    e Se

    gura

    dora

    Notícias l STAS - Actividade Seguradora Notícias l Bancários Sul e Ilhas

    RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 2322 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    Lista derrotada alegou irregularidades no processo eleitoral

    Conselho Geral rejeita recurso da Lista B

    TEXTO: INÊS F. NETO

    Os conselheiros eleitosno mandato anterior

    reuniram-se uma última vezpara deliberar sobre

    o recurso relativo às eleiçõesde Abril apresentado pelo

    representante da Lista Bna Comissão de FiscalizaçãoEleitoral – que chumbaram,

    ao aprovar a propostade deliberação da Mesa.

    A lista derrotada anunciouter apresentado em tribunal

    uma providência cautelarpara evitar a tomada

    de posse dos novos CorposGerentes, pois interpôs

    um recurso de impugnaçãodos resultados eleitorais

    No ponto fora da Ordem de Trabalhos, os conselheirosaprovaram por larga maioria uma moção e umasaudação.A saudação, apresentada pela conselheira WandaGuimarães em nome da Tendência Sindical Socialista,era dedicada às mães portuguesas e, em especial, àsmães bancárias. Foi aprovada por maioria, com 3votos contra e 9 abstenções.Já a moção, que teve como primeiros subscritoresViriato Baptista e Wanda Guimarães, apelava à parti-cipação no 1.º de Maio. Foi igualmente aprovada pormaioria, mas com 5 votos contra e 8 abstenções.

    A última sessão do Conselho Geraldo anterior mandato foi muito ten-sa, talvez mesmo a mais tensa detodas as realizadas no quadriénio. Tendodecorrido a escassos 15 dias das eleições(no dia 29 de Abril), os ânimos exaltaram-se por diversas vezes. Quando foram encer-radas as inscrições para intervenções, ti-nham pedido a palavra 35 conselheiros. Eao longo das mais de três horas que duroua sessão, assistiu-se a um número inusita-do de protestos e contra-protestos, pedidosde esclarecimento, defesa da honra e (qua-se) todas as figuras regimentais previstasnos Estatutos. A discussão foi muito acesa,registando-se até, por vezes, alguma violên-cia verbal. Frequentemente o presidente daMecodec, Manuel Camacho, teve de intervirveementemente para manter a ordem.

    Da Ordem de Trabalhos constava umúnico ponto: “Apreciação e deliberaçãosobre o recurso apresentado pelo repre-sentante da Lista B na Comissão de Fisca-lização Eleitoral referente ao acto eleitoralde 13 e 14 de Abril de 2011”. Em causa ofacto de a Mesa ter indeferido o recursointerposto por João Pascoal, representan-te da lista derrotada, que alegava irregu-laridades no processo eleitoral, nomeada-

    mente problemas no acesso ao voto elec-trónico, dificuldades no atendimento tele-fónico e anomalias em algumas mesas.

    Recurso improcedente

    Além do não cumprimento de algumasexigências estatutárias, como a obrigato-riedade de declarar na acta de uma mesaque se irá recorrer dos resultados, a Meco-dec entendeu que as razões alegadas porJoão Pascoal não justificavam a anulaçãoe repetição do acto eleitoral, pelo que nãodeu provimento ao requerimento.

    Face ao indeferimento, o representanteda Lista B recorreu para o Conselho Geral.A Mesa apresentou aos conselheiros umaproposta de deliberação, em que subli-nhava: “Poderá admitir-se a existência deuma ou outra situação em que o processode votação poderá não ter corrido damelhor forma. Todavia, não se pode con-cluir pela existência de um processo semtransparência ou pela existência de irre-gularidades graves que ponham em causaa credibilidade do acto eleitoral”.

    Assim, a Mecodec propunha ao Conse-lho Geral que deliberasse “considerarimprocedente o recurso” apresentado. Aproposta foi aprovada por larga maioria,com 23 votos contra e 4 abstenções.

    Anunciado pedido de impugnação

    Ao tomar a palavra, João Pascoal con-siderou que a Mesa deveria “recusar darposse até decisão judicial”, pois “deuontem [dia 28 de Abril] entrada no Tribu-nal uma providência cautelar sobre esteassunto. É preciso haver honestidade enão ter medo da realidade”.

    Mais tarde, José Resende, candidato apresidente da Direcção pela Lista B, adian-taria que “deu entrada no Tribunal deTrabalho de Lisboa uma acção de impug-nação do acto eleitoral, com vista à repe-tição do acto eleitoral”. O Conselho Gerale os Corpos Gerentes na altura ainda emfunções ficaram assim a conhecer a acçãodesencadeada pela lista derrotada, dadoque até ao momento nenhuma notificaçãodas autoridades competentes tinha dadoentrada no SBSI. Ironizando, Delmiro Car-reira afirmou que o anúncio oficial nãopodia ser "substituído pelo 'oficial de dili-gências' João Pascoal".

    Respondendo às críticas de alguns con-selheiros, Delmiro Carreira acusou: “Adesmoralização deste Conselho Geraldeve-se a uma estratégia já adoptadaem 2007, de descredibilização do Sindi-cato por aqueles que perdem e não seconformam com os resultados. Se esti-véssemos perante uma margem peque-na, compreendia-se. Mas a diferença émuito significativa”.

    “Perderam no voto presencial, electró-nico e por correspondência. Fazem o fogotodo no voto pela Internet, como se avotação por esse meio não tivesse decor-rido durante dois dias. Mas passam porcima disso, porque querem denegrir aimagem do Sindicato”, frisou.

    No final do Conselho Geral, cerca das13h00, o presidente da Mesa informouque os resultados globais e finais doacto eleitoral iriam nesse momento serafixados nas instalações da Marquês deFronteira para consulta.

    Documentos aprovados

  • RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 2524 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    Bancários Sul e IlhasNotícias l Bancários Sul e Ilhas

    Banc

    ário

    s Sul

    e Il

    has

    RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 2524 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    Rui Riso ao tomar posse como Presidente da Direcção

    “SBSI estará muito atento à anunciadadiminuição de trabalhadores bancários”

    TEXTO: INÊS F. NETO

    Os Corpos Gerentes que presidirãoaos destinos do SBSI durante oquadriénio 2011 – 2015 tomaramposse dia 5 de Maio, numa cerimónia quedecorreu no Hotel Altis, em Lisboa, e quecontou com a presença de muitos dirigentesde outros sindicatos, dos Secretário-geral ePresidente da UGT, e de representantes deInstituições de Crédito, entre os quais CarlosSantos Ferreira, Presidente do BCP, e CarlosSitima, administrador do Santander.

    Presidida pelo recém-empossado vice--Presidente da Mecodec, Fernando Mar-tins – em substituição do Presidente daMesa, que por motivos imperativos nãopôde estar presente –, a sessão foi marca-da por intervenções focadas no momentodifícil que o País atravessa e nos sacrifíciosque estão a ser exigidos aos trabalhadores.

    Na sua intervenção, Rui Riso deixouclaras as principais preocupações da novaDirecção a que preside: “Porque sabere-mos honrar o passado e queremos conti-nuar a construir o futuro, o SBSI estaráparticularmente atento à anunciada di-minuição de trabalhadores bancários,bem como aos efeitos do não rejuvenes-cimento da classe nos SAMS”, tal comoestará “particularmente envolvido nacriação de um serviço de assistênciamédico-social único, resultante também

    Emprego na Banca,privatização do BPN,Fundos de Pensões e direitosadquiridos pelos reformados,bem como a melhoriadas condições de trabalhoe remuneratóriasdos bancários são algumasdas prioridades dos novosCorpos Gerentes do SBSI,que tomaram posse dia 5

    daquilo que temos estabelecido, nomea-damente através da Febase”.

    BPN e remunerações

    Do mesmo modo, o Sindicato “estaráparticularmente atento e interventivo naanunciada venda do BPN, e tudo fará paraque seja cumprida a lei da sua naciona-lização, recusando os despedimentos”,anunciou o dirigente, referindo que aDirecção dará também especial atençãoaos Fundos de Pensões e “aos direitosadquiridos pelos reformados nessa sede”.

    Embora assumindo que será sempreprivilegiado o diálogo, Rui Riso adiantouque o SBSI “não porá de parte as outrasformas de intervenção quando estive-rem em causa os direitos dos bancários”.

    Nesse sentido, afirmou que o Sindicato“não perderá nunca de vista a melhoriadas condições de trabalho e remunerató-rias dos bancários, procurando uma maisjusta repartição da riqueza que ajudamtodos os dias a ganhar”.

    A esse propósito, Rui Riso lembrou opapel relevante que os trabalhadorestêm desenvolvido na modernização daBanca e evolução dos resultados, muitasvezes sacrificando a sua vida pessoal efamiliar. “As empresas existem porque

    existem mulheres e homens que todos osdias se envolvem no seu desenvolvimen-to. As bancárias e os bancários têm aolongo de muitos anos demonstrado a suacapacidade e competência, contribuindopara transformar a Banca portuguesanuma das mais modernas e produtivas.Compreendemos e envolvemo-nos nosobjectivos traçados, orgulhamo-nos tam-bém dos resultados obtidos. Mas muitasvezes com sacrifício claro de direitos,como o do trabalho extraordinário, flage-lo que apesar de tudo, e também pelaacção dos sindicatos, tem vindo a serminimizado”.

    Código de conduta

    A nova Direcção tem ainda como prio-ridade o envolvimento do SBSI na elabora-ção de um código de conduta de venda deprodutos financeiros, uma vez que “ape-sar da má experiência presente, a toxici-dade dos produtos não foi erradicada”.

    “Vale a pena lembrar que quando sepede mais supervisão, também se pedesupervisão para esses produtos, o quequer dizer que são para continuar, commais ou menos riscos, mas são paracontinuar – e isso naturalmente preocupatodos os bancários”, frisou.

    Outro dos objectivos do SBSI passa poraumentar a sua implantação, “assumin-do uma nova atitude, sobretudo de pro-ximidade com os seus associados e asbancárias e os bancários em geral”.

    Num agradecimento aos homens e mu-lheres que tornaram o SBSI no grande Sin-dicato que ele é hoje, Rui Riso afirmou: “Aminha candidatura só teve sucesso porquese baseia num capital de confiança que aolongo dos anos as pessoas que trabalhamno SBSI, os sindicalistas, enfim todos oselementos do SBSI, valoraram. Foi por issoque foi possível ganhar as eleições”.

    Respeitar a democracia

    A polémica levantada pela lista derro-tada – que em Conselho Geral afirmou terentregue em tribunal uma providênciacautelar para impugnação dos resultadoseleitorais (ver notícia nesta edição) – tinhajá merecido críticas de diversos oradores,nomeadamente de Fernando Martins eJoão Proença, e foi igualmente alvo decensura por parte do recém-eleito Presi-dente da Direcção: “Permito-me lembraraos que têm dificuldade em reconhecer ademocracia, que é exactamente porqueesta existe que há direito de escolha. E emdemocracia há que saber ganhar e há quesaber perder. Colocar em causa os queganham é colocar em causa os que nelesvotaram, a sua decisão e a sua escolha”.

    “O SBSI deverá estar sempre muito aci-ma de qualquer tentativa de minimizaçãoda democracia, porque a sua história temsido feita de princípios e valores democrá-ticos, mesmo no tempo em que Portugalvivia em ditadura”, frisou.

    “Aqueles em quem os bancários vota-ram para dirigir os bancários nos próximosquatro anos saberão ser os dirigentes detodos os bancários, independentemente dequadrantes políticos e das listas em quevotaram”, garantiu Rui Riso. E acrescentou:Mas exigem o respeito que a democraciaconcede a quem ganha”.

    “Que todos sem excepção se unam emtorno dos superiores interesses dos bancá-rios, porque os nossos adversários nãoestão dentro do SBSI, estão fora” salientou,adiantando que eles são sobretudo “ossindicatos sem actividade sindical e quedividem a classe”.

    Grande ovação a Delmiro Carreira

    Na sessão de tomada de posse dos Cor-pos Gerentes usaram ainda da palavraDelmiro Carreira, Presidente do SBSI queagora cessou funções; João Proença, Secre-tário-geral da UGT; João de Deus, Presiden-te da UGT; Carlos Silva, Secretário-geral daFebase e Presidente do SBC (que na véspera

    tinha tomado posse no cargo), e MárioMourão, Presidente do SBN.

    No seu discurso, Delmiro Carreira chamoua atenção para o momento difícil em que anova Direcção inicia funções, dada a situaçãodo País: “Raramente ao longo dos mais de 75anos de existência do SBSI e dos outrossindicatos dos bancários da UGT enfren-támos um cenário tão sombrio como aqueleque se nos depara face ao acordo denomina-do de ajuda financeira a Portugal e às suasincidências nos direitos laborais dos traba-lhadores e nos seus rendimentos. No mo-mento em que deixo de exercer funções, nãoposso deixar de sublinhar o papel tremendoque os dirigentes da Febase, entre os quaisos do SBSI, têm pela frente. Seria maisagradável passar o testemunho num cená-rio diferente deste”, disse.

    O Presidente cessante do SBSI, lembrouque não foram os trabalhadores e os seusdirigentes os culpados pelas actuais dificul-dades, apontando o dedo à “máquina dosistema capitalista” que convenceu cida-dãos e governantes de que nunca faltariamos meios para pagar juros e novos emprés-timos para pagar mais necessidades definanciamento. “Enfim, a máquina de fazerdinheiro nunca deixaria de funcionar”.

    Breve balanço

    Fazendo um breve balanço da sua vidaenquanto dirigente do SBSI, Delmiro Carrei-ra disse sair com sentimentos contraditó-

    rios: sentimento do dever cumprido e algu-mas conquistas do Sindicato em que esteveenvolvido – nomeadamente a criação daFebase, os acordos de Segurança Social, arevisão dos Estatutos, a resolução da que-rela jurídica com o SNS, a consolidaçãofinanceira dos SAMS, a defesa dos postos detrabalho, e a intervenção no acompanha-mento dos Fundos de Pensões.

    Por outro lado, frustração por não ter sidopossível concretizar alguns projectos a queatribui enorme importância: a constituiçãodo Fundo de Pensões para os cerca de 1500trabalhadores do SBSI e a resolução dealgumas questões ligadas ao patrimónioimobiliário do Sindicato.

    “Mas a principal fonte de preocupaçãopara mim tem a ver com o futuro dos SAMS.As despesas com a saúde crescem, a popu-lação beneficiária envelhece; as contribui-ções diminuem e o desafogo financeiro dehoje pode não se verificar amanhã. É pre-ciso encontrar soluções, encontrar quemconnosco queira fazer parcerias vantajosaspara ambas as partes”, concluiu.

    Ao terminar a sua intervenção, DelmiroCarreira – a quem todos os oradores agra-deceram o trabalho e dedicação em prol doSBSI e do movimento sindical democrático– foi ovacionado de pé pelos presentes. Ese este foi um dos momentos mais emoti-vos da cerimónia, outros foram igualmentedignos de registo, nomeadamente a despe-dida dos restantes dirigentes que tambémcessaram funções.

    DelmiroCarreira,

    visivelmenteemocionado,

    recebeu ahomenagem

    doMovimento

    SindicalDemocrático

  • RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 2726 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    Notícias l Bancários NorteBancários N

    orte

    RevistaRevistaRevistaRevistaRevista FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE FEBASE 17 de Maio 2011 ––––– 2726 – Revista – Revista – Revista – Revista – Revista FEBASEFEBASEFEBASEFEBASEFEBASE 17 de Maio 2011

    SAMS

    Começou a tão desejada reestruturaçãoNo seguimento do que foiprometido pela Direcçãodo SBN e pelo Conselhode Gerência dos SAMS,

    já começaram a sercelebrados mais

    protocolos, no âmbitod