26
315 18 Reações de aldeídos e cetonas O grupo carbonila faz parte de varias funções orgânicas que estão presentes na natureza e na indústria química desempenhando papel importante. Os aldeídos, RCHO, e cetonas, RCOR 1 , são responsáveis pelo aroma e sabor de muitos alimentos. No sistema biológico participam das funções de muitas enzimas. O centro reativo das estruturas carboniladas esta no grupo carbonila, - C = O, que devido ao efeito de ressonância permite uma variedade de reações de adição. O R R 1 R e R 1 são radicais alquilas. Formula geral de uma cetona O CH 3 CH 3 Acetona Propanona O CH 3 CH 2 CH 3 Butanona O R H R é um radical alquila. Formula geral de um aldeído O CH 3 Propanal O CH 3 CH 2 H Etanal H 18.1 Aldeído por oxidação de álcool primário Os aldeídos podem ser preparados a partir de álcool primário por oxidação com clorocromato de piridínio, C 5 H 5 NH + CrO 3 Cl (PCC). R H 2 C O H C 5 H 5 NH + CrO 3 Cl CH 2 Cl 2 R C H O Álcool primário Aldeído H C 5 H 5 NH + CrO 3 Cl CH 2 Cl 2 O Álcool primário Aldeído H 2 C O H C

18 Reações de aldeídos e cetonas - UFPA · 2020. 9. 30. · uma variedade de reações de adição. O R R1 R e R1 são radicais alquilas. Formula geral de uma cetona O CH3 CH3

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315

18 Reações de aldeídos e cetonas

O grupo carbonila faz parte de varias funções orgânicas que estão presentes na natureza e na indústria química desempenhando papel importante. Os aldeídos, RCHO, e cetonas, RCOR1, são responsáveis pelo aroma e sabor de muitos alimentos. No sistema biológico participam das funções de muitas enzimas. O centro reativo das estruturas carboniladas esta no grupo carbonila, - C = O, que devido ao efeito de ressonância permite uma variedade de reações de adição.

O

R

R1

R e R1 são radicais alquilas.

Formula geral de uma cetona

O

CH3

CH3

Acetona

PropanonaO

CH3CH2

CH3

Butanona

O

R

H R é um radical alquila.

Formula geral de um aldeído

O

CH3

Propanal

O

CH3CH2

HEtanal H

18.1 Aldeído por oxidação de álcool primário Os aldeídos podem ser preparados a partir de álcool primário por oxidação com clorocromato de piridínio, C5H5NH+CrO3Cl (PCC).

R

H2C

OH C5H5NH+CrO3Cl

CH2Cl2R

CH

O

Álcool primário Aldeído

HC5H5NH+CrO3Cl

CH2Cl2

O

Álcool primário Aldeído

H2C

O HC

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316

CH2Cl2

O

Benzaldeído

H2C

OH

PCCC

H

Álcool benzílico

CH2Cl2

O

PCC

OH H

18.2 Aldeído por oxidação de alceno

Os alcenos com hidrogênios vinílicos através de clivagem oxidativa produzem aldeídos. A reação ocorre com o ozônio em presença de dimetilsulfeto, mecanismo estudado no capítulo 11.

C C

H H

HH

+ O3 CO

C

OOH

H

H

H

CH3 - S - CH3 C

H

H

O + CH3SCH3

O

2

Metanal O alceno cíclico, com hidrogênios vinílicos produz um dialdeído.

+ O3CH3 - S - CH3

O

OO

O

HH

OPentanodialCiclopenteno

18.3 Aldeído por redução de cloretos de acila

O cloreto de acila pode ser reduzido a aldeído por meio da reação de redução efetuada com tri-ter-butóxialuminio e lítio.

1-Li Al H[(O-t-bu)3]3, Et2O, -78oC

2- H2O

CCl

O

Cloreto de benzoíla

CH

O

Benzaldeído

Desenvolvimento do mecanismo. Na primeira etapa, o par de elétrons do oxigênio se desloca e faz conexão no metal

lítio. Este movimento eletrônico permite a separação entre o lítio e alumínio que se encontram presentes na estrutura do hidreto de t-butóxialuminio e lítio.

Page 3: 18 Reações de aldeídos e cetonas - UFPA · 2020. 9. 30. · uma variedade de reações de adição. O R R1 R e R1 são radicais alquilas. Formula geral de uma cetona O CH3 CH3

317

CCl

O

Benzaldeído

LiAlH[OC(CH3)3]3 CCl

OLi+

+ AlH[OC(CH3)3]3

O processo de redução inicia com o deslocamento do hidreto para o carbono da

carbonila.

CCl

OLi+

Al[OC(CH3)3]3

H

CCl

OLi

H Al[OC(CH3)3]3+

O átomo de alumínio presente no t-butóxialuminio se manifesta como um ácido de

Lewis e recebe o par de elétrons do oxigênio.

CCl

OLi

+

H

Al[OC(CH3)3]3 CCl

O

LiH

Al[OC(CH3)3]3+

C

O

LiClH

Al[OC(CH3)3]3

+

A adição de água provoca a hidrolise do complexo de alumínio levando a formação

do aldeído.

+

C

O

H

Al[OC(CH3)3]3

H2OC

O

H

18.4 Aldeído por redução de ésteres

Os ésteres e nitrilas podem ser reduzidos a aldeído com o uso do reagente redutor hidreto de dibutóxialuminio, DIBAL-H. É importante utilizar na reação, quantidades controladas dos reagentes, afim de evitar a super-redução e não esquecer de utilizar baixa temperatura.

CH3CH2C

OCH3

O

Al( i-Bu)

( i-Bu)H

CH3CH2C

OCH3

OAl

( i-Bu)

( i-Bu)H

+

Par de elétrons do oxigênio é deslocado para o orbital vazio do alumínio.

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318

CH3CH2C

OCH3

OAl

( i-Bu)

( i-Bu)H O

( i-Bu)( i-Bu)

H+

Al

CH3CH2C

OCH3

CH3CH2C

H

O+Al

+ OCH3

( i-Bu)2

O deslocamento de hidreto para o centro eletrofílico da carbonila leva a redução

CH3CH2C

H

O+Al

+ OCH3

( i-Bu)2

H2O

várias etapas CH3CH2C

H

O

Aldeído propanal

18.5 Cetonas a partir de arenos

O

RC

Cl

Cloreto de acila

O

R

Anel aromático

+AlCl3

C

Cetona aromática

+ HCl

Este método de obtenção de cetona segue o processo de reação desenvolvido pelos

químicos Charles Friedel e James Crafts. Esta reação é conhecida com o nome de acilação de Friedel-Crafts, e tem o objetivo de gerar cetonas aromáticas pela introdução de um grupo acila no anel aromático. A outra reação descoberta por eles é a alquilação de Friedel-Crafts que tem a finalidade de introduzir radical alquila no anel aromático. Nesta reação o anel aromático é um substrato rico em elétrons e sendo assim, mostra afinidade por eletrófilos (E+). O eletrófilo desta reação é gerado de um cloreto de acila.

O

+RC

Cl

Cloreto de acila

O

RC

Radical acila

O

RC

Eletrófilo acila

+O

RC

Mais estável

O benzeno é um substrato pouco reativo e por esta razão esta reação ocorre na

presença de um catalisador. O catalisador utilizado é o cloreto de alumínio, que inicia o mecanismo preparando o eletrófilo. Qualquer eletrófilo ao interagir com o anel aromático quebra a aromaticidade do anel.

+

E+

Anel aromático

E

Anel não aromático

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319

No final do mecanismo a aromaticidade do anel é recuperada por uma base. Desenvolvimento do mecanismo. Primeira etapa preparação do eletrófilo. O

+R

CCl

Cloreto de acila

Al

Cl

Cl

Cl

O

RC

Cl AlCl3 +

O

RC Cl AlCl3+

Eletrófilo

O par de elétrons do cloro é deslocado para o orbital vazio do alumínio. O complexo formado é rompido na ligação carbonila–cloro gerando o eletrófilo. Na segunda etapa o eletrófilo formado recebe o par de elétrons do anel aromático.

+

O

RO

RC

Anel aromático

C

+

etapa lenta

intermediário estabilizado por ressonância

O

RC+

++

O

RC

O

RC

Formas de ressonância do intermediário

+

O

RC

ou

A próxima etapa do mecanismo tem como finalidade recuperar a aromaticidade do

anel, este procedimento é realizado por uma base de Lewis.

O

+ RC

O

RCH

Cl - AlCl3

etapa rápida+ HCl + AlCl3

No final da reação é adicionada água a mistura reacional com o objetivo de liberar o catalisador, que fica conectado ao oxigênio da carbonila formando um complexo.

+

O

RC

AlCl3O

RC

AlHCl3

3 H2O

O

RC

+ Al (OH)3 + 3 HCl

18.6 Cetonas por oxidação de alcenos

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Os alcenos sem hidrogênios vinílicos através de clivagem oxidativa produzem cetonas. A reação ocorre com o ozônio em presença de dimetilsulfeto.

C C

R R1

R1R

+ O3 CO

C

OOR

R

R1

R1

CH3 - S - CH3C

R

R

O + CH3SCH3

O

C

R1

R1

O+

+ O3CH3 - S - CH3

O

OO

OO

Ciclopenteno sem hidrogênios vinílicos - produto dicetona

R

RR

R

RR

Dicetona 18.7 Cetonas por oxidação de álcool secundário

As cetonas podem ser preparadas a partir de álcool secundário por oxidação com clorocromato de piridínio, C5H5NH+CrO3Cl (PCC).

RHC

OH C5H5NH+CrO3Cl

CH2Cl2R

C

OÁlcool secundário

R1

R1Cetona

18.8 Cetonas a partir de alcinos

A adição de água a alcinos em presença de ácido forte e ions mercúrio Hg+2, forma como produto álcool vinílico que se tautomeriza para uma cetona ou etanal se o alcino for o etino.

R

R

H O

R- C C - R + H - OHHgSO4

H2SO4

H

OHR

Rtautomerização

C CH

CetonaEnolAlcino

Tautomerização do enol para cetona.

H

OR

R

Enol

H2O - H+ H

OR

RH

++ H2O

H

OR

RH

++ H3O

Cetona protonadaCetona

H H

H O

CH3- C C - CH3 + H - OH HgSO4

H2SO4

H

OHCH3

CH3tautomerização C C

H2-Butino CH3

CH3

Butanona

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321

18.9 Adição nucleofílica em aldeídos e cetonas

Este tipo de adição ocorre devido ao efeito de ressonância presente no grupo carbonila. A ressonância promove na estrutura um dipolo elétrico que permite a entrada de um nucleófilo no centro positivo, localizados no carbono da carbonila, e um eletrófilo no centro negativo, localizado no oxigênio.

Deslocalização dos elétrons pi

+

Aqui entra o nucleófilo

Aqui entra o eletrófilo

H3C

C

H3C

O

H3C

C

H3C

O+

O nucleófilo tem que possuir na sua estrutura par de elétrons disponível, desta forma pode aparecer como uma molécula neutra com par de elétrons não ligante ou como uma estrutura aniônica. Aparecem como nucleófilos neutros em reações orgânicas o metanol, CH3OH, a água, H2O, o tiol, RSH, amina RNH2 e outros.

Como exemplo de nucleófilo carregado negativamente temos os seguintes ânions: hidróxi, -OH, amideto, -NH2, alcóxi, RO- e outros. Algumas reações de adição nucleofílica se desenvolvem de forma reversível e utilizam ao longo do mecanismo nucleófilos neutros ou nucleófilos carregados negativamente.

Os aldeídos são mais reativos que as cetonas e isto se deve a efeito estérico e de polaridade. O efeito estérico é maior nas cetonas, pelo fato de apresentarem dois radicais alquilas ligados a carbonila. Estes radicais dificultam a aproximação do nucleófilo, enquanto que, na estrutura dos aldeídos o efeito estérico é menor por existir apenas um radical alquila conectado ao grupo carbonila.

Dois grupamentos metila dificultando a entrada do nucleófilo. Bloqueio estérico maior.

Um grupamento metilabloqueio estérico menor.Reação mais rápida.

Cetona Aldeído

O efeito da polaridade esta relacionada com a estabilidade do centro catiônico

formado em decorrência da ressonância. Na cetona o centro catiônico se localiza em um carbono secundário, enquanto que, no aldeído o centro catiônico reside em um carbono primário, conferindo a estrutura maior energia.

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Cetona Aldeído

+

Cátion em carbono secundário.Menor energia. Cátion em carbono primário.

Maior energia.

+

18.10 Adição nucleofílica catalisada por ácido

Como o catalisador é um ácido vai procurar o centro básico do substrato carbonilado, que se encontra no oxigênio da carbonila.

Cetona Aldeído

Centro de maior densidade eletrônica- centro básico

C O

R

R1

R1 = H Aldeído

H - AÁcido de Lewis

Par de elétrons do centro básico da estrutura captura o hidrogênio ionizável do ácido, através de uma reação ácido-base.

Base de LewisC O

R

R1

+H C OH

R

R1

++ A

BaseconjugadaCátion oxônio

O carbono de um cátion oxônio é mais ativado para receber o ataque de um nucleófilo do que o carbono da carbonila.

C O

R

R1

+H C OH

R

R1

+

Cátion oxônio

Mais suscetível ao ataque do nucleófilo

C O

R

R1C O

R

R1

+

Mais ativado para receber o nucleófilo

Menos suscetível ao ataque do nucleófiloMenos ativado para receber o nucleófilo

Na segunda etapa, o nucleófilo ataca o centro catiônico (centro eletrofílico) ativado pelo catalisador.

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C OH

R

R1

R1 = H Aldeído

H - Nu

RR1

+

Base conjugada do catalisador ácido

+

H - Nu

OH

A

RR1

OH

Nu

+ H - ACatalisadorrecuperado

18.11 Formação de hemiacetal

A reação de um aldeído ou uma cetona com um álcool forma um composto denominado de hemiacetal. Como a reação será desenvolvida por meio de catálise ácida, é necessário iniciar o processo com a forma ácida do reagente.

OHR

OHR

H

OHR

+

Base

Ácido

Ácido conjugado

+ R - OBase conjugada

Par ácido-base utilizado no mecanismo

H

OHR

+

Ácido conjugado

OHR

Base

Desenvolvimento do mecanismo.

Na primeira etapa o catalisador, um ácido de Lewis, recebe o par de elétrons do oxigênio da carbonila e forma o cátion oxônio.

C O

R

R1

R1 = H Aldeído

Base de Lewis

C O

R

R1

+H C OH

R

R1

++ R - OH

BaseconjugadaCátion oxônio

H

OHR

+

C O

R

R1

+H

Cátion oxônioO

HR

H

OHR

+

O

H

R

RR1

+

OH

RR1

OH

OR

Nucleófilo promovendo o ataque no centro eletrofílico

O

H

R

+

Hemiacetal

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324

18.12 Adição nucleofílica catalisada por base

A base forte presente no meio reacional ataca o centro eletrofílico do substrato, formando um alcóxido como intermediário tetraédrico, que por ser básico captura um hidrogênio ionizável.

C O

R

R1Cátion oxônio

RR1

O

RR1

OH

Base forte promovendo o ataque no centro eletrofílico

+

B B H - B B

B

O hemiacetal pode também ser formado através de catalise básica.

C O

R

R1Cátion oxônio

RR1

O

RR1

OH

Base forte promovendo o ataque no centro eletrofílico

+

RO RO H - OR OR

OR

18.13 Formação de acetal

É um mecanismo que envolve duas moléculas e álcool para uma do composto carbonilado. Na primeira fase do mecanismo forma-se o hemiacetal e posteriormente o acetal.

C O

R

R1

R1 = H Aldeído

Base de Lewis

C O

R

R1

+H C OH

R

R1

++ R - OH

BaseconjugadaCátion oxônio

H

OHR

+

C O

R

R1

+H

Cátion oxônioO

HR

H

OHR

+

O

H

R

RR1

+

OH

RR1

OH

ORO

H

R

+

Hemiacetal

O hemiacetal formado na presença do ácido de Lewis tem o oxigênio da hidroxila

protonado. Após a protonação, ocorre um deslocamento de elétrons que leva a formação do cátion oxônio altamente reativo.

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325

C O

R

R1

+

RH

OHR

+

+

RR1

OH

OR

+

RR1

OH2 H2O

Protonação da hidroxilaCátion oxônio reativoOR

Uma segunda molécula de álcool, na função de nucleófilo, ataca o carbono do íon

oxônio por ser um centro eletrofílico.

C O

R

R1

+R

OHR

H

OHR

+

O

H

R +O

H

R

RR1

ORCátion oxônio reativo

OR

RR1

ORAcetal

+

Os acetais são utilizados em síntese orgânica como grupos protetores de aldeídos e cetonas, pelo fato de serem estáveis em soluções básicas. 18.14 Formação de imina

Os aldeídos e cetonas reagem com aminas primárias (R – NH2) formando compostos denominados de imina (R – CH = N R). A reação é desenvolvida através de catalise ácida e o produto formado é uma mistura de isômeros (E) e (Z).

C O

R

R1

R1 = H Aldeído

+ H2N - R2

H3O+

C N

R

R1

R2

+ H2O

Imina,isômeros (E) e (Z)

Aminaprimária

No desenvolvimento do mecanismo, a etapa importante ocorre no momento em que o aminoálcool protonado perde uma molécula de água formando o íon imino.

C O

R

R1 R1 = H Aldeído H2N - R2 +

RR1

Aminaprimária

O

Cetona

Intermediário dipolar

HN

H

R2

Par de elétrons do oxigênio captura o hidrogênio. Reaçãoácido-base intramolecular.

RR1

OH

NH

R2

Aminoálcool

O aminoálcool na presença do ácido de Lewis tem sua hidroxila protonada formando o aminoálcool protonado.

Page 12: 18 Reações de aldeídos e cetonas - UFPA · 2020. 9. 30. · uma variedade de reações de adição. O R R1 R e R1 são radicais alquilas. Formula geral de uma cetona O CH3 CH3

326

+

RR1

OH

NH

R2

Aminoálcool

O

H

HH

+ RR1

OH2

NH

R2

Aminoálcoolprotonado

+C N

R

R1

R2

H

Íon imínio

+ H2O

A água captura o hidrogênio ionizável do íon imínio levando a formação da imina.

++C N

R

R1

R2

H

Íon imínio H2O

C N

R

R1

R2

+ H3O

Iminaisômeros (E) e (Z)

Se o mecanismo de reação for desenvolvido com um amina secundária, R2 NH, o

produto formado é uma enamina. O mecanismo é idêntico ao da formação de imina, sendo que, no estágio de formação do íon imínio não existe próton sobre o nitrogênio que possa ser perdido, neste momento, é retirado o próton do carbono vizinho (carbono alfa).

C O

CH3

R - HN - R +

CH3

Aminasecundária

O

CetonaIntermediário dipolar

HN

R

R

Par de elétrons do oxigênio captura o hidrogênio. Reaçãoácido-base intramolecular.

OH

NR

R

AminoálcoolCH3

H3CCH3

H3C

CH3H3C

+

R

OH

N

R

Aminoálcool

O

H

HH

+

OH2

N

Aminoálcoolprotonado

+C N

Íon imínio

R

R

H3C

R

RH3C

CH3

CH3

+ H2O

+C N

Íon imínio

R

RH3C

H2C

H OH2

C N

R

RH3C

H2C

Enamina

+ H3O+

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327

Qual produto se obtém, quando a butanona reage com a metilamina sob catalise ácida. Formação do aminoálcool.

C O

CH3

H2N - CH3 +

O

HN

H

CH3

OH

NH

CH3

Aminoálcool

CH3CH3

CH2CH3

CH3CH2Butanona

Metilamina

CH3CH2

Formação do íon imínio.

CH3

CH3CH3

CH3

CH3

CH3CH2

CH3CH2

+

OH

NH

Aminoálcool

O

H

HH

+

OH2

NH

Aminoálcoolprotonado

+C N

H

Íon imínio

CH2CH3

CH3

Formação da imina.

CH3CH3CH3

CH3CH2CH3CH2

CH3 ++C N

H

Íon imínio H2O

C N + H3O

Imina

A reação a seguir envolve o substrato butanona e o reagente nucleofílico

dimetilamina.

C O

CH3

+

O

HN

CH3

OH

N

CH3

Aminoálcool

CH3CH3

CH2CH3

CH3CH2Butanona CH3CH2

NCH3

CH3H Dimetilamina

O par de eletrons não ligante do nitrogenio ataca o centro eletrofílico formandoum intermediário dipolar.

Intermediário dipolar promove uma reaçãoácido-base intramolecular. Par de elétrons dooxigênio captura o hidrogênio ionizável ligadoao nitrogênio, formando o aminoálcool

H3CH3C

Page 14: 18 Reações de aldeídos e cetonas - UFPA · 2020. 9. 30. · uma variedade de reações de adição. O R R1 R e R1 são radicais alquilas. Formula geral de uma cetona O CH3 CH3

328

CH3

CH3

CH3CH3

CH3

CH3

CH3CH2

CH3CH2

+

OH

NH3C

Aminoálcool

O

H

HH

+

OH2

NH3C

Aminoálcoolprotonado

+C N

Íon imínio

CH2CH3

CH3

Protonação da hidroxila do aminoálcool. O par de elétrons do oxigênio captura um hidrogênio ionizável da água protonada.

A deslocalização do par de elétrons do nitrogênio rumo ao oxigênio positivo,promove a formação da dupla ligação e liberação da água.

+ H2O

CH3

H2C+

C N

Íon imínio

CH2CH3

CH3

H

H2O

CH3

H2C

C N

Enamina

CH2CH3

CH3

+ H3O+

18.15 Redução de Wolff-Kishner

Esta reação tem o objetivo de desoxigenar aldeídos e cetonas, levando o grupo

carbonila, -C = O, a ser transformado em –CH2. O processo acontece em duas fases: na primeira fase o substrato que pode ser um

aldeído ou uma cetona reage com o nucleófilo hidrazina gerando uma hidrazona, que será utilizada na segunda fase como substrato da reação com base forte (NaOH).

A base forte promove a remoção de nitrogênio da estrutura através de um mecanismo denominado de redução de Wolff-Kishner.

Primeira fase: formação da hidrazona.

C O

R

R1R1 = H Aldeído

H2N - NH2 +

RR1

O

Cetona

Intermediário dipolar

HN

H

NH2

RR1

OH

NH

NH2Hidrazina

Par de elétrons do nitrogêniofaz conexão no carbono da carbonila(carbono eletrofílico).

Par de elétrons disponível do oxigêniocaptura o hidrogênio ionizável conectado no nitrogênio.

Page 15: 18 Reações de aldeídos e cetonas - UFPA · 2020. 9. 30. · uma variedade de reações de adição. O R R1 R e R1 são radicais alquilas. Formula geral de uma cetona O CH3 CH3

329

+

RR1

OH

NH

NH2

O

H

HH

+ RR1

OH2

NH

NH2

+C N

R

R1

NH2

H

+ H2O

Protonação do grupohidroxila Deslocamento do par de elétrons do

nitrogênio com eliminação de água.

NH2R

R1

NH2 ++C N

H

Desprotonação da hidrazona H2O

C N + H3O

Hidrazona

R

R1

Segunda fase: Eliminação de nitrogênio com base forte.

NH2

C N +

Hidrazona

R

R1

NaOHtrietilenoglicol 200oC

RCH2R1 + N21

Alcano

Mecanismo de eliminação de nitrogênio.

N

C N

Hidrazona

R

R1

H

HOH

N

C N

R

R1

H

C N

N HR

R1

A base forte captura um hidrogênioda hidrazona efetuando a desprotonação.

O deslocamento do par de elétrons transportaa carga negativa para o carbono sp2.

C N

NH

R

R1 HO

H

CH N

NH

R

R1

O carbânion formado é uma base de Lewis e captura um hidrogênio da água.

+ OH

CH N

NR

R1

CH N

NH

R

R1

+ OH

A base captura o último hidrgênioconectado ao nitrogênio.

+ H2O

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330

O deslocamento do par de elétrons, libera N2 egera um carbânion

CH N

NR

R1

CHR

R1

+ N2

HO

HCH

R

R1

A reação encerra com carbânio, base de Lewis, capturando o hidrogênio da água.

CH2

R

R1

+ OH

18.16 Reação de Wittig

Georg Wittig em 1979 recebeu o prêmio Nobel de Química por seu trabalho em compostos orgânicos contendo fósforo. A reação de Wittig tem como objetivo transformar um aldeído ou uma cetona em um alceno. O reagente transformador do aldeído ou cetona em um alceno é um composto químico chamado de ilídeo de fósforo, fosforano ou ainda ileto de fósforo.

Os iletos de fósforo são preparados através de duas reações. A primeira é uma reação SN2 entre um halometano, haloalcano primário ou secundário (raramente) com o nucleófilo trifenilfosfina. A segunda reação envolve um processo ácido-base, onde uma base de Lewis captura um hidrogênio ionizável.

Primeira reação.

P

HH

H

BrSN2 P

+H

H

H

+ Br

Par de elétrons não ligante do fósforo ataca a retaguarda do brometo de metila.

Grupo despedidoou retirante

Segunda reação.

P+

HH

H

Li CH2CH2CH2CH3THF+

PH

H

P+

H

H

Metilenotrifenilfosforano Ileto de fósforo

+ C4H10 + Li+

Com o ileto de fósforo preparado é possível desenvolver o mecanismo de reação de Wittig. O mecanismo será efetuado com a propanona que será transformada em um alceno.

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331

P+

H

H

H3CC

H3CO

CH2

P + O

CCH3

CH3

3

CH2

P O

CCH3

CH3

3

Betaína de fósforo Oxa-fosfa-ciclobutanoOxafosfetano

CH2

P O

CCH3

CH3

3

Oxa-fosfa-ciclobutanoOxafosfetano

CH2 CCH3

CH3 P O

3+

Alceno Óxido de trifenilfosfina

A reação a seguir mostra o mecanismo de transformação do butanal.

P+

H

H

CH3CH2CH2C

HO

CH2

P + O

CH

CH2CH2CH3

3

CH2

P O

CH

CH2CH2CH3

3

Betaína de fósforo Oxafosfetano

CH2

P O

CH

CH2CH2CH3

3

Oxa-fosfa-ciclobutanoOxafosfetano

CH2 CH

CH2CH2CH3P O

3+

Alceno1-penteno

Óxido de trifenilfosfina

Nesta reação o aldeído ou a cetona é transformado em alceno pela substituição do oxigênio do reagente carbonílico pelo =CH2, =CHR ou = CR2 do ileto.

C O

CH2CH3

CH3CH2

3-pentanona

(Ph)3P - CHCH3

+

THF

C CHCH3

CH2CH3

CH3CH2Veio do ileto

Veio da cetona

+ (Ph)3P = O

3-Etil-2-penteno

18.17 Adição de reagente de Grignard

O reagente de Grignard tem fórmula geral RMgX e é obtido através da reação entre um haleto orgânico e o magnésio metálico em presença de éter anidro. Segue a preparação de alguns reagentes de Grignard.

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332

H3C

H2C

CH2

Cl + Mgéter anidro

H3C

H2C

CH2 MgCl

Haleto orgânico primárioCloreto de propila

Reagente de GrignardCloreto de propilmagnésio

H2C

H2C

CH

CH3

Br

Haleto orgânico secundário2-bromobutano

+ Mgéter anidro H2C

H2C

CH MgBr

CH3

Brometo de s-butilmagnésio

+ Mgéter anidro

H3C

C

CH3

H3C Cl

Haleto orgânico terciário2-cloro-2-metilpropano

H3C

CMgCl

H3C

H3C

Cloreto de t-butilmagnésio

O reagente de Grignard reage com aldeídos e cetonas produzindo álcool. O reagente

de Grignard é uma fonte geradora de nucleófilo carbânion, pelo fato do grupo alquila na estrutura do reagente de Grignard, se encontrar extremamente polarizado perto do magnésio que é um metal e, portanto eletropósitivo. O mecanismo começa com o Mg+2 efetuando uma complexação no oxigênio do grupo carbonila. Este processo deixa o centro eletrofilico do carbono da carbonila mais ativado e pronto para receber o ataque do carbânion.

Desenvolvimento do mecanismo.

H3C

C

H3CO

H3C

H2C

CH2 MgCl

O Mg+2 por ser um ácido de Lewis faza complexação no par de elétrons do oxigênio

H3C

C

H3C

O MgCl H3C

H2C

CH2+

Carbânion propila

H3C

C

H3C

O MgCl

H3C

H2C

CH2

Nucleófilo carbânion propilaatacando o centro eletrofílico.

H3C

C

H3C

CH3CH2CH2

OMgCl

Intermediário tetraédrico

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333

H3C

C

H3C

CH3CH2CH2

OMgCl

HO

H

Par de elétrons do oxigênio captura o hidrogênio ionizável da água, formando o álcool terciário.

H3C

C

H3C

CH3CH2CH2

OH

+ Mg (OH)Cl

Álcool terciário

Sal básico

A reação do reagente de Grignard com aldeído formado por dois ou mais carbonos, produz álcool secundário. A reação com o formaldeido leva a formação de álcool primário.

H3C

C

H

O

H3C

H2C

CH2 MgCl

Complexação do magnésio no para de elétrons do oxigênio do aldeído.

H3C

C

HO MgCl H3C

H2C

CH2+

Carbânion propila

H3C

C

H

O MgCl

H3C

H2C

CH2

Nucleófilo carbânion propilaatacando o centro eletrofílico.

H3C

C

H

CH3CH2CH2

OMgCl

Intermediário tetraédrico

H3C

C

H

CH3CH2CH2

OMgCl

HO

H

Par de elétrons do oxigênio captura o hidrogênio ionizável da água, formando o álcool secundário.

H3C

C

H

CH3CH2CH2

OH

+ Mg (OH)Cl

Álcool secundário

Sal básico

Desenvolvimento do mecanismo para o substrato aldeído fórmico.

H

C

H

O

H3C

H2C

CH2 MgCl

Complexação do magnésio no para de elétrons do oxigênio do aldeído fórmico

H

C

H

O MgCl H3C

H2C

CH2+

Carbânion propila

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334

H

C

H

O MgCl

H3C

H2C

CH2

Nucleófilo carbânion propilaatacando o centro eletrofílicodo aldeído fórmico.

H

C

H

CH3CH2CH2

OMgCl

Intermediário tetraédrico

H

C

H

CH3CH2CH2

OMgCl

Intermediário tetraédrico

HO

H

Par de elétrons do oxigênio captura o hidrogênio ionizável da água,formando o álcool primário.

H

C

H

CH3CH2CH2

OH

+ Mg (OH)Cl

Álcool primário

Sal básico

18.18 Reações aldólicas

As reações aldólicas ocorrem entre dois compostos carbonílicos iguais ou diferentes. Um composto carbonilico participa da reação como substrato eletrofílico, equanto que, o outro exerce a função de reagente nucleofilico.

Vamos analisar um composto carbonílico e procurar na estrutura um centro eletrofílico e um centro capaz de se transformar em um nucleófilo.

Aqui existe ligação sigma e ligação pi.A ligação pi é responsavel pelo efeito de ressonânciaque torna o carbono da carbonila um centro eletrofílicoou catiônico.

αα

Os hidrogênios conectados nos carbonos alfa ( )αsão dotados de fraca acidez e podem ser capturadospor base forte e gerar um carbânion (nucleófilo).

Carbonila - C = O

Propanona

Usando a propanona como exemplo é possível encontrar o centro eletrofílico da propanona-substrato.

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335

αα

Propanona-substrato

Deslocamento de elétrons pi para o oxigênio

+

Aqui no centro eletrofílico (+) ocorre a conexão do reagente nucleofílico(-)

Ao longo do mecanismo esta situação fica indicada pelas setas curvas, que indicam o movimento de um par de elétrons.

Esta análise mostra que a propanona-substrato será atacada pelo nucleófilo no carbono da carbonila, exatamente onde reside o centro eletrofílico. Agora vamos analisar a segunda molécula de propanona que será responsável pela formação do nucleófilo.A segunda estrutura da propanona, será transformada em um reagente nucleofílico com a ajuda de uma base forte.

Propanona

B

B é uma base forte

H2C

CH3C

OH2C

CH3C

O

H

CH3C

OH2C

Íon enolato é o nucleófilo.A conexão no centro eletrofílico (+) da propanona substrato será realizada pelo carbono aniônico (-), obedecendo a lei da atração.

Tranformação da propanona em nucleófilo

Observe como pode ser efetuada esta conexão.

H2C

CH3C

O

H3C

CH3C

O

Um ânion alcóxidoH3CC

H3C

O

CH2

CCH3

O

Par de elétrons do carbono efetuando a conexão no centro eletrofílico e formando o ânion alcóxido

H3C

CH3C

O

C

H3C

O

CH2

Um ânion alcóxidoH3CC

H3C

O

CH2

CCH3

O

Par de elétrons do oxigênio é deslocado para o carbono, para que os eletrons pi efetuem a conexão no centro eletrofílico, formando o alcóxido.

O sentimento do mecanismo já foi lançado, agora vamos realizar o mecanismo completo de condensação. Para começar vamos condensar duas moléculas de acetaldeído.

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336

H3C

CH

O2 10% NaOH

H2O , 5oC

H3CC

H

OH

CH2

CH

O

3-hidróxibutanal

Veio do aldeído-substrato

Veio do aldeído que setransformou em nucleófilo

Mecanismo. Primeira etapa: preparação do nucleófilo íon enolato.

H2C

CH

OH2C

CH

O

H

CH

OH2C

Íon enolato é o nucleófilo.

Tranformação do acetaldeído em nucleófilo OH

+ H2O

Na segunda etapa, o nucleófilo íon enolato ataca o centro eletrofílico do aldeído-substrato.

H2C

CH

O

H3C

CH

O

Um ânion alcóxidoH3CC

H

O

CH2

CH

O

Par de elétrons do carbono efetuando a conexão no centro eletrofílico e formando o ânion alcóxido.

Na terceira etapa, o íon alcóxido (base de Lewis) captura um hidrogênio ionizável da molécula de água (ácido de Lewis).

Um ânion alcóxido

H3CC

H

O

CH2

CH

O H3CC

H

OH

CH2

CH

O

3-hidróxibutanal

HO

H

+ OH

O produto de uma condensação aldólica entre duas moléculas de aldeído produz um hidróxi- aldeído que recebe a denominação de aldol. Aquecendo o 3-hidroxibutanal, que se encontra no meio básico, acontece à desidratação e a formação de um aldeído insaturado.

Desidratação do aldol.

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337

O

CH C

C H

OHH3C

H

H

∆H3C

C C

H

CH

H

O

+ H2O + OH

2-butenal / crotonaldeído

OH Como ficaria o desenvolvimento do mecanismo para a síntese do 2-etil-3-

hidróxiexanal. Escrevendo a estrutura fica fácil de descobrir o aldeído que será condensado. No lugar da hidroxila antes existia uma carbonila. Separando a estrutura no carbono hidroxilado, se encontra o aldeído de partida.

O

CH C

C H

OHCH3CH2CH2

H

CH2CH3Butanal substrato

1

234

12

3 4Butanal que se transformou em enolato

CH3CH2CH2

CH

O2 NaOH, dil

O

CH C

CH

OHCH3CH2CH2

H

CH2CH3 Mecanismo de condensação de duas moléculas de butanal. Preparação do nucleófilo.

C

CH

O

HC

CH

O

H

CH

OC

Íon enolato é o nucleófilo.

OH

+ H2OCH3CH2 HCH3CH2 HCH3CH2

Conexão do nucleófilo íon enolato no butanal-substrato

C

CH

O

C

CH

OCH3CH2 H

CH3CH2 H2

CH2

H2C

CH

HC

C

O

H3C

CH2CH3

O

H

Formação do hidróxi-aldeído

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338

CH2

H2C

CH

HC

C

O

H3C

CH2CH3

O

H

HO

H

CH2

H2C

CH

HC

C

OH

H3C

CH2CH3

O

H + OH

2-etil-3-hidróxiexanal 18.19 Reações aldólicas cruzadas

A reação aldólica cruzada ocorre entre dois aldeídos diferentes, e provoca a formação de vários produtos, não sendo indicada para o uso em síntese orgânica. A reação entre o etanal e o propanal fornece quatro produtos diferentes.

C

CH

O

H3C

CH

O

CH3 H2H

O

H+OH

H2OH3C

CHCH2

C

OH

3-Hidróxibutanal

H3C

H2C

CHCH

C

OH

CH3 O

+

3-Hidróxi-2-metilpentanal

H

O

H3CCH

CC

OH

H CH3

3-Hidróxi-2-metilbutanal

+ HH3C

H2C

CH

H2C

C

OH

O

3-Hidróxipentanal

Analisando a estrutura de cada produto é possível descobrir os aldeídos que foram

condensados.

H

O H

H3CCH

CH2

C

OH H3C

H2C

CHCH

C

OH

CH3 OEtanal

Etanal

Formada pela condensação de duas moléculas de etanal Propanal

Propanal

Formada pela condensação de duas moléculas de propanal

H

O

H3CCH

CC

OH

H CH3

HH3C

H2C

CH

H2C

C

OH

O Formados pela condensação de uma molécula de propanale uma de etanal

Etanal

Propanal

Propanal

Etanal

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339

18.20 Reações de Claisen-Schmidt

A reação de Claisen-Schmidt usa como um dos componentes de reação, uma cetona, que se condensa rapidamente com o benzaldeído na presença do hidróxido de sódio. Nas reações de Claisen-Schmidt, que utilizam o benzaldeído como substrato, a desitradação ocorre espontaneamente.

C

O

H H3C

CH3C

O+OH

100oC

HC

CH

C

CH3

O

4-Fenil-3-buten-2-onaBenzalacetonaBenzaldeído Acetona

Mecanismo

Primeira etapa: Preparação do nucleófilo íon enolato.

H2C

CH3C

OH2C

CH3C

O

H

CH3C

OH2C

Íon enolato é o nucleófilo.

Tranformação da propanona em nucleófilo OH

+ H2O

Na etapa seguinte o nucleófilo formado, íon enolato, desloca o par de elétrons do carbono alfa para o centro eletrofílico do substrato-benzaldeído, formando assim, a junção entre as duas estruturas. O íon alcóxido formado é uma base de Lewis e captura um hidrogênio da água, formando uma hidróxi cetona.

C

O

H

H2C

CH3C

O

CCH2

C

CH3

OO

H

Íon enolato ataca o centro eletrofílico

CCH2

C

CH3

OO

H

HO

H

CCH2

C

CH3

OOH

H + OH

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340

CC

C

CH3

OOH

HH

H

OH

HC

CH

C

CH3

O

+ H2O + OH

A reação a seguir mostra a formação da benzalacetofenona.

C

O

H

CH3C

O+OH

100oC

HC

CH

C

O

Benzaldeído Acetofenona 1,3-Difenil-2-propen-1-onaBenzalacetofenona