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B O L E T I M
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162 N Ú M E R O D O D I A
R$ 15 mipor ano a Under Armour
pagaria ao São Paulo por um patrocínio de cinco anos
O F E R E C I M E N T O
Patrocínio do São Paulo pode ir parar na Justiça
POR ERICH BETING
O novo fornecedor de mate-rial esportivo do São Paulo po-derá ser definido pela Justiça.
E, no fim das contas, não se-ria Penalty nem Under Armour que iriam fabricar os unifor-mes do clube, mas a Puma.
Na última semana, o São Paulo deixou encaminhado um contrato com a Under Armour. A marca entraria no lugar da Penalty, atual fornecedora, a partir do Brasileirão, em maio.
Apenas alguns detalhes sepa-ram o clube e a Under Armour de um anúncio oficial. E um des-ses “detalhes” pode ser respon-sável por levar o caso à Justiça.
Em setembro, o São Paulo havia negociado com a Puma e assinou um termo de compro-misso de fechar com a fabri-cante alemã a partir de 2015.
À época, a empresa negocia-va havia um ano para substituir a Penalty. Chegou-se até a defi-nir que a Puma pagaria a multa rescisória para que o contrato passasse a vigorar já em janeiro.
O negócio esfriou, mas o pré-contrato continua vigente, segundo apurou a Máquina do Esporte com fontes ligadas ao negócio. O contrato é assina-do por Carlos Miguel Aidar, presidente do São Paulo, e Fabio Espejo, CEO da Puma.
Esse documento pode ser usado pela fabricante para acionar a Justiça e fazer valer o direito de vestir o São Paulo em 2015. Para isso, porém, a Puma precisa esperar que o acerto do clube com a Under Armour seja oficializado.
São Paulo e Puma não foram localizados pela reportagem
para comentar sobre o assunto. A Under Armour negou que já tenha assinado com o clu-be, mas admite que negociou com a diretoria são-paulina.
Se a esfera jurídica for aciona-da, será a segunda vez que um patrocínio do São Paulo terá de ser definido pela Justiça. Em janeiro de 2003, o clube fechou com a Siemens e rompeu com a LG, que retomou o acordo na Justiça fazendo valer uma cláu-sula de preferência de renova-ção de contrato. A parceria com a empresa de eletrônicos core-ana seguiu até 2008, quando o clube não renovou o patrocínio.
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POR ADALBERTO LEISTER FILHO
A Wada (Agência Mundial An-tidoping) irá investigar o suposto encobrimento de 150 exames do atletismo com parâmetros sanguíneos suspeitos que não teriam sido levados adiante pela Iaaf (Associação Internacional das Federações de Atletismo). O caso foi denun-ciado pela TV alemã ARD, que mostrou uso de doping sistemá-tico na Rússia.
Para conduzir as investigações da Wada foi nomeado Dick Pound, ex-pre-sidente da entidade, que foi um dos dirigentes mais contundentes no combate ao doping. Durante o período em que dirigiu a agência, o canadense entrou em polêmica com federações que pouco com-
batiam o problema, como a Fifa (futebol) e a UCI (ciclismo). Ri-chard McLaren, membro da Corte de Arbitragem do Esporte, tribu-nal suíço que é última instância de julgamentos no esporte, tam-bém integra o grupo. Um terceiro
membro ainda será nomeado.Entre os casos encobertos
estariam quatro do Brasil. “A comissão independente tem a tarefa vital de rever as alegações veiculadas, assim como todas
as outras informações recebi-das pela Wada para determinar se houve violação às regras do antidoping”, disse Craig Re-edie, presidente da Wada.
O escândalo russo já respingou sujeira nos tapetes de Môna-
co, sede da Iaaf. Valentin Balakhnichev, presidente da Federa-ção Russa de Atletismo, deixou o cargo de tesoureiro da entidade e membro do Conselho enquanto durarem as investiga-
ções. Outro que pediu demissão foi Papa Massata Diack, filho do presidente da Iaaf, Lamine Diack, após denúncia de tráfico de influência feita pelo jornal britânico “The Guardian”.
Agência antidoping vai investigar maior escândalo do atletismo
POR DENTRO DO CASONa TV
TV alemã ARD revelou
doping de russos, incluindo
Mariya Savinova, campeã
olímpica dos 800m e
Liliya Shobukhova, tri da
Maratona de Chicago.
PropinaShobukhova teria pago
propina de R$ 1,5 mi para
encobrir exames positivos
antes de Londres-2012, na
qual era uma das favoritas
ao título da maratona.
Sumiu?Segundo documentário,
150 exames, entre 2006 e
2008, tiveram parâmetros
sanguíneos alterados e
foram encobertos. Desses,
quatro foram de brasileiros.
O filhoPapa Diack, filho do
presidente da Iaaf, Lamine
Diack, teria pedido US$ 5 mi
para ajudar Doha na briga
pelo Mundial-2017. Após o
caso, ele deixou a entidade.
PressãoCandidatos a presidente da
Iaaf, Sebastian Coe e Sergey
Bubka lançam manifestos
pedindo investigações
independentes para apurar
os responsáveis no caso.
RUSSA MARIYA SAVINOVA, CAMPEÃ OLÍMPICA DOS 800M, TEVE CASO DE DOPING REVELADO
Erich Beting é diretor da Máquina do Esporte
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O ano de 2014 foi péssimo para o mercado de marcas esportivas. To-das esperavam um estouro de ven-das por conta da Copa do Mundo e, quando viram, a realidade foi oposta.
Em conversas informais com todas as marcas do mercado, a única que não reclamou sobre 2014 foi a Under Armour. Celebrando o seu primeiro ano “para valer” no Brasil, a marca americana teve ótimo resultado.
Por que, então, a UA decidiu fazer o penoso investimento para patroci-nar um time de futebol?
O problema é que, numa estratégia de entrada de mercado no Brasil, é impossível para uma marca ignorar completamente a força do futebol.
Durante quase duas décadas, a Olympikus se notabilizou por inves-tir em todos os esportes, menos no futebol. No ranking de lembrança de marcas e vendas, a fabricante do
interior do Rio Grande do Sul quase nunca aparecia entre as dez mais.
Em 2009, com meio ano de pa-trocínio ao Flamengo, a Olympikus passou a rivalizar com Nike e Adidas nas pesquisas de opinião sobre lem-brança e reconhecimento da marca.
A aposta da Under Armour é exa-tamente nessa estratégia. O futebol, no Brasil, é um cartão de visitas. Se, internacionalmente, a marca apos-tou suas fichas na figura de Gisele Bündchen para ganhar espaço entre as mulheres, por aqui a ideia é pegar um clube entre os cinco maiores, como o São Paulo, para despontar.
Foi a mesma e bem sucedida estra-tégia usada pela marca na Inglaterra e no Chile. Não seria diferente aqui.
Tanto que o caso pode ir parar na Justiça, já que a Puma também não quer perder um ativo como esse. O futebol é vital às marcas no Brasil.
Futebol ainda é vital às marcas no Brasil
DA REDAÇÃO
Clube que mais gastou no mundo desde 2008, o Manchester City caminha para ter seu primeiro lucro.
O atual campeão da Premier League registrou prejuízo de R$ 94,4 mi-lhões na última tempora-da, sendo uma multa de R$ 66,8 milhões por não seguir as regras da Uefa de fair play financeiro.
Agora, o plano do clube é ter lucro ao final da tem-porada 2014-2015. Seria o primeiro desde que o sheik Mansour bin Zayed Nahyan comprou o clube, em 2008 e investiu nele, até o momento, R$ 4 bi-lhões (leia detalhes aqui).
Maior “gastão”, City caminha para ter 1º lucro