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Revista de Imprensa19-12-2016
1. (PT) - Jornal de Notícias, 17/12/2016, Estado vai pagar prótese a quem venceu cancro 1
2. (PT) - Correio da Manhã, 17/12/2016, Apoio à Saúde mental 2
3. (PT) - Correio da Manhã, 17/12/2016, Plataforma sobre doenças oncológicas 3
4. (PT) - Correio do Minho, 18/12/2016, Concelho ganha mais um médico 4
5. (PT) - Jornal de Notícias, 17/12/2016, Centro Hospitalar continuará a ser autónomo 6
6. (PT) - Público, 19/12/2016, Cuidados paliativos em Matosinhos são caso de sucesso 7
7. (PT) - Diário de Aveiro, 18/12/2016, Movimento quer regresso da urgência ao Hospital 10
8. (PT) - Diário de Notícias, 17/12/2016, Marcelo e ministro da Saúde dizem que Estado de direito está afuncionar
11
9. (PT) - Público, 17/12/2016, Sectores público e privado pedem lei plurianual para a Saúde 12
10. (PT) - Jornal de Notícias, 17/12/2016, Seis pessoas sucumbiram à gripe desde o início da época 15
11. (PT) - Expresso, 17/12/2016, Cartas - Evitar a diabolização da gripe 16
12. (PT) - Diário do Minho, 19/12/2016, Hospitais vão fazer caraterização de doentes por motivos sociais eclínicos
17
13. (PT) - Jornal de Notícias, 19/12/2016, Hospitais continuam a acolher doentes com alta clínica por nãoterem para onde ir
18
14. (PT) - Correio da Manhã, 19/12/2016, Pelo menos 300 idosos deixados nos hospitais 19
15. (PT) - Correio da Manhã, 19/12/2016, Haja saúde 21
16. (PT) - Correio do Minho, 18/12/2016, Hospital insiste na necessidade do Estado aumentar contratação 22
17. (PT) - Público, 17/12/2016, Hospital de Braga com PPP não responde “às necessidades da população” 23
18. (PT) - i, 19/12/2016, Bloco quer acabar com parcerias público-privadas nos hospitais. Marcelo não.Governo entre a espada e a parede
24
19. (PT) - Correio da Manhã, 18/12/2016, Investigação AVC 27
20. (PT) - Expresso - Emprego, 17/12/2016, Direito da Medicina para estrangeiros 28
21. (PT) - Correio da Manhã, 17/12/2016, Fundação cria 4 salas cirúrgicas 29
22. (PT) - Público, 17/12/2016, Provedor de Justiça alerta para discriminação 30
23. (PT) - i, 19/12/2016, Portugueses comem mais carne do que precisam 31
24. (PT) - Jornal de Notícias, 19/12/2016, Membro do júri opôs-se a Cunha Ribeiro 32
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Tiragem: 72675
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 10
Cores: Cor
Área: 21,53 x 23,79 cm²
Corte: 1 de 1ID: 67396801 17-12-2016
Tratamento do cancro obriga à remoção de alguns ou de todos os dentes e as próteses nos dentistas privados são caras
Cada Sofia Luz carialuz@in pt
200 milhões em medicamentos
Cerca de 500 sobreviventes de tumores orais terão a reabilitação no SNS
Estado vai pagar próteses a quem venceu o cancro
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a fazer a reabilitação oral ‘: "As doenças oncológicas são uma ameaça à sustentabilidade dos sobreviventes do cancro da ca- financeira do SNS". O alerta é de Fernando Araújo, dando conta beça e do pescoço. As próteses são que foram gastos mais de 200 milhões de euros em medicamen- produzidas e colocadas em cinco tos oncológicos entre janeiro e outubro. Corresponde a uma subi- hospitais do país e nos três institu- da de 9% em relação ao período homólogo de 2015. O diagnósti- tos de oncologia (IPO) do Porto, de co precoce do cancro, a par da prevenção, ajuda a baixar a fatura Lisboa e de Coimbra, a expensas do e os rastreios nacionais são fundamentais. Norte, Alentejo e Estado. O programa, já no terreno e Coimbra já têm em marcha projetos-piloto de rastreio ao cancro que será avaliado dentro de um do cólon e do reto. "Queremos alargá-los ao país, começando por ano, beneficiará cerca de 500 pes- estes projetos. Vamos tentar que chegue a outros agrupamentos soas curadas. de centros de saúde em 2017, de modo a que a população de ris-
"Temos 1500 novos casos de can- co [a partir dos 50 anos] tenha um diagnóstico precoce e melho- cro no pescoço e na cabeça por ano res resultados do ponto de vista da evolução clínica", conclui. •
e 70% são doenças avançadas com prognóstico reservado", explica Ana Castro, oncologista e presiden-te do Grupo de Estudos de Cancro de Cabeça e Pescoço, que se tem batido pela integração da reabilita-ção oral dos pacientes no SNS. Os tratamentos obrigam, muitas vezes, à retirada de alguns ou de todos os dentes. Apesar de curado, o utente fica incapacitado de mastigar ali-mentos, ingerindo apenas líquidos e papas. A debilidade nem sempre é resolvida, por falta de meios fi-nanceiros e, sem dentes, é quase impossível arranjar um emprego.
As próteses são caras e a maioria dos doentes tem grandes carências económicas. "É uma doença asso-ciada a um estrato social baixo, com cuidados de higiene oral maus e com hábitos tabágicos e alcoólicos marcados. Começa a atingir, tam-bém, estratos mais jovens, por cau-
Surgem 1500 casos de cancro da cabeça e do pescoço por ano, principalmente entre os pobres
sa da infeção do H PV (vírus do pa-piloma humano). Não são muitos doentes, mas mata muito", conti-nua.
O lançamento do programa de reabilitação oral nos centros hospi-talares do Porto, S. João, Gaia, Coim-bra e Lisboa Norte e nos três IPO foi assinalado pelo secretário de Esta-do da Saúde, Fernando Araújo,com a assinatura do protocolo com o Grupo de Estudos de Cancro da Ca-beça e Pescoço.
"São oito hospitais de referência nesta área do cancro e têm os re-cursos humanos diferenciados para tratar integralmente estes doentes. Muitos pacientes vulneráveis fica-vam com enormes problemas em termos da alimentação e da inser-ção na sociedade e no mercado de trabalho", sublinha Fernando Araú-jo, certo de que a reabilitação do doente é tão importante quanto o tratamento.•
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Tiragem: 134109
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 18
Cores: Cor
Área: 4,51 x 3,35 cm²
Corte: 1 de 1ID: 67397278 17-12-2016
CUIDADOS CONTINUADOS
APOIO A SAÚDE MENTAL O Governo vai criar urna rede de cuidados continuados in-tegrados em Saúde Mental, garantiu Manuel Delgado, se-cretário de Estado da Saúde.
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Tiragem: 134109
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 17
Cores: Cor
Área: 5,29 x 12,50 cm²
Corte: 1 de 1ID: 67397231 17-12-2016
NACIONAL
Plataforma sobre doenças oncológicas 0 0 Governo quer lançar em 2017 uma plataforma nacio-nal que reúna todos os dados sobre doenças oncológicas, indicou ontem o secretário de Estado Adjunto e da Saú-de, Fernando Araújo, apon-tando a medida como "fun-damental" para criar "eficá-cia na resposta". "Na mesma lógica em que os rastreios ajudam a perceber se conse-guimos identificar e mini-miz2r casos, com a platafor-ma nacional teremos uma capacidade diferente de dar resposta a estas doenças", frisou. O governante partici-pou em Valongo no, lança-mento de um projeto-piloto de rastreios ao cancro do có-lon e reto. •
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Tiragem: 8000
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Regional
Pág: 13
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Corte: 1 de 2ID: 67406286 18-12-2016
TERRAS DE BOURO| Redacção |
Terras de Bouro vai ter mais ummédico de família e respectivoenfermeiro. O anúncio foi feitopelo director do Agrupamentode Centros de Saúde Gerês/Ca-breira, Nuno Oliveira, durante ainauguração do Parque de Lazerna freguesia de Moimenta, reve-lando ainda a adesão do conce-lho ao “fundamental” projecto-piloto de Saúde Oral.
A abertura oficial deste “im-portante e salutar espaço de fun-cionalidade e embelezamento”da freguesia de Moimenta de-correu, como não podia deixarde ser, em ambiente de festa.Quem não faltou à inauguraçãoforam o presidente da CâmaraMunicipal de Terras de Bouro,Joaquim Cracel, e a vereadora
dos pelouros da Acção Social eda Educação, Liliana Machado.O presidente da Junta de Fregue-sia de Moimenta, Manuel Tibo,o director do Agrupamento deCentros de Saúde (ACES) Ge-rês/Cabreira, Nuno Oliveira, e opresidente da ATAHCA, MotaAlves, também se juntaram a ou-tros convidados, autarcas locaise elementos da assembleia mu-nicipal.
De destacar que este Parque deLazer da freguesia de Moimenta,agora inaugurado, foi construídono âmbito do projecto ‘Liga-te àSaúde’, após candidatura daUnidade de Cuidados da Comu-nidade de Terras de Bouro doAgrupamento de Centros deSaúde Cávado II -Gerês/Cabrei-ra). Este projecto acabou, entre-tanto, por ser premiado pelaMissão Sorriso.
Concelho ‘ganha’ mais um médicoANÚNCIO foi feito pelo director do Agrupamento de Centros de Saúde Gerês/Cabrita, Nuno Oliveira,durante a inauguração do Parque de Lazer da freguesia de Moimenta, em Terras de Bouro.
DRMomento da inauguração do Parque de Lazer de Moimenta
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Tiragem: 8000
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Regional
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Corte: 2 de 2ID: 67406286 18-12-2016TERRAS DE BOUROConcelho ganha mais um médico Pág. 13
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Tiragem: 72675
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Corte: 1 de 1ID: 67396935 17-12-2016
Centro Hospitalar continuará a ser autónomo
PÓVOA DE VARZIN/VILA DO CON-DE O secretário de Estado Adjunto e da Saúde garantiu, ontem, que está "definitivamente afastada" a integração do Centro Hospitalar Póvoa de Varzim/ Vila do Conde na Unidade Local de Saúde de Ma-tosinhos. Fernando Araújo disse ainda que é preciso resolver o pro-blema da falta de espaço do hospi-tal e, por isso, está a estudar uma candidatura a fundos comunitá-
rios para ampliar instalações. O presidente da Câmara poveira, Ai-res Pereira, diz sim e até já se com-prometeu a ceder terrenos, no an-tigo quartel, junto à unidade. Do lado de Vila do Conde, Elisa Ferraz quer ver estudada a hipótese de mudar o hospital público para o privado "Hospital Senhor do Bon-fim". Só assim, "os dois concelhos teriam o hospital de excelência que merecem". A.T.M.
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Tiragem: 33035
País: Portugal
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Âmbito: Informação Geral
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Corte: 1 de 3ID: 67413171 19-12-2016
Em Matosinhos, ninguém espera por cuidados paliativos em casa
Até há cerca de três anos, Agostinho
Carvalho vivia a azáfama própria de
um homem de trabalho. Era proprie-
tário de um restaurante, que geria
com a esposa, depois de já ter sido
dono de outros estabelecimentos na
área da restauração. O negócio ia de
vento em popa. Não havia grandes
segredos que este ofício lhe escon-
desse, já que mais de metade da sua
vida foi dedicada a esta área. Em
2013, não muito longe de completar
50 anos, nada podia preparar o ca-
sal para a notícia que iam receber.
Agostinho foi diagnosticado com
Esclerose Lateral Amiotrófi ca. A si-
tuação foi-se agravando e o negócio
caiu por terra. Actualmente, passa a
maior parte do tempo numa cadeira
de rodas e precisa da ajuda de uma
máquina para respirar. Está em ca-
sa, onde vive com Gabriela Carvalho,
com quem está casado há 15 anos, e
com a fi lha de sete anos. Regularmen-
te, desde há cerca de um ano, conta
com a visita da equipa de Cuidados
Paliativos (CP) da Unidade Local de
Saúde de Matosinhos (ULSM) que lhe
presta apoio domiciliário.
Passam poucos minutos das 10h00
quando Maria do Céu Rocha, médica
e coordenadora da equipa de CP, e
Bruno Fonseca, enfermeiro, chegam
a casa do casal. Agostinho e Gabriela
estão bem dispostos e com um sorri-
so estampado no rosto. Recebem a
equipa da mesma forma que se rece-
bem as visitas e põem a conversa em
dia. Dá-se conta do estado geral de
saúde do paciente e lançam-se dicas
para gerir algumas difi culdades relati-
vamente a aspectos técnicos levados
a cabo pela esposa que assumiu o pa-
pel de cuidadora. Papel que é funda-
mental por ser, em muitos dos casos,
a ponte entre o paciente e a equipa
técnica e o garante de que o paciente
terá o apoio que necessita.
O dia de Gabriela começa cedo,
às 7h30. Muitas vezes não chega a
Apenas 10% da população nacional que necessita tem acesso a cuidados paliativos. Mas há uma excepção: em Matosinhos, todos conseguem ajuda nessa difícil fase da vida
acordar porque também não chega a
adormecer. É um trabalho “a tempo
inteiro” e sem horas extras porque
o dia só tem 24 horas e são 24 horas
que está “ao serviço”, diz. Dedica a
maior parte do tempo a apoiar o ma-
rido e a garantir que à fi lha, em idade
escolar, nada falte. Sempre gostou de
ler, mas pouco tempo lhe sobra para
que o possa fazer. O único escape que
tem são os minutos que reserva para
fumar um cigarro na varanda.
A pouca ajuda que tem é-lhe da-
da pela equipa de CP, pela Associa-
ção Portuguesa de Esclerose Lateral
Amiotrófi ca (APELA) e por uma vi-
zinha que sempre que precisa toma
conta da fi lha e lhe auxilia nalgumas
tarefas. “Pensava que tinha muitos
amigos, mas na hora da verdade não
foram muitos os que sobraram”,
diz.
Há um sentimento de constante
revolta e de incredulidade com tudo
o que está a acontecer, como se “es-
tivesse adormecida” e lhe impossibi-
litasse de “processar a informação”.
A adrenalina constante de saber que
tem que estar pronta a agir a qual-
quer momento deixa-lhe pouco es-
paço para refl ectir. Não suporta ouvir
que desejem as melhoras ao marido.
Algumas vezes há “um grito de revol-
ta” que solta. O que mais a frustra é
que não percebam que se trata de um
problema mais sério do que muitos
possam pensar. Contudo, admite que
isso possa acontecer porque “quan-
do se está de fora e sem qualquer
problema” não se tenha consciência
do que acontece na realidade com
os outros.
Agostinho não perdeu o sentido
de humor. Gosta de conversar e de
receber a equipa de CP lá em casa.
Tem consciência total do seu pro-
blema, mas aprendeu a adaptar-se
a uma nova realidade. É adepto de
desporto e passa uma grande parte
do dia a ver programas desportivos,
sobretudo futebol e bilhar, modali-
dade que jogava com frequência. “As
secas que eu apanhei a vê-lo jogar
bilhar ainda quando era solteira”,
diz Gabriela que começou a namorar
com Agostinho há 29 anos. Em tom
de brincadeira, o marido responde
que naquela altura ela não se quei-
xava muito.
Desde que foi diagnosticado, a di-
nâmica do núcleo familiar e a vida
do casal mudaram muito. “No fundo
estamos os três naquela cadeira de
rodas”, afi rma Gabriela. “Tínhamos
uma vida desafogada, sem grandes
luxos, mas nada nos faltava, De um
momento para o outro tudo mudou”,
recorda. As poupanças que tinham
foram investidas no restaurante, que
tiveram que entregar ao senhorio.
Os dois tiveram que abandonar a ac-
tividade. Agostinho por motivos de
SaúdeAndré Vieira
No fundo, estamos os três naquela cadeira de rodas GabrielaCuidadora do marido
saúde e Gabriela para poder cuidar
do marido que necessita de acom-
panhamento a tempo inteiro. Actu-
almente vivem com uma reforma e
uma pensão que no total chega aos
609 euros. Só a mensalidade da casa
são cerca de 400 euros. Uma ajuda
fundamental considera ter sido a da
APELA, que presta apoio, nomeada-
mente, a nível jurídico e a ajudou a
chegar à equipa de CP da ULSM. O
casal fez o pedido para que o mari-
do pudesse ser acompanhado, que
“pouco tempo depois” foi aceite.
Matosinhos é excepçãoDe acordo com dados da Associação
Portuguesa de Cuidados Paliativos,
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Tiragem: 33035
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 23
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Área: 25,70 x 30,75 cm²
Corte: 2 de 3ID: 67413171 19-12-2016
FOTOGRAFIA: FERNANDO VELUDO/NFACTOS
apenas 10% da população portugue-
sa que precisa deste tipo de cuida-
dos tem acesso aos mesmos. Para
um universo de cerca de 80 mil
pessoas em território nacional que
potencialmente necessitam de CP
seriam necessárias 133 equipas do-
miciliárias e 102 intra-hospitalares.
Actualmente há 17 equipa domicili-
árias e 32 intra-hospitalares.
Em Matosinhos as cerca de 60
pessoas que precisam de CP domi-
ciliários, numa área que abrange 180
mil utentes, estão a recebê-los. Nes-
te momento não há fi la de espera,
que ultrapasse o tempo normal de
avaliação, que exceda uma semana.
No entanto, de acordo com a coor-
denadora do serviço, Maria do Céu
Rocha, o que se passa na Unidade
Local de Saúde de Matosinhos é “um
oásis” que não representa o resto
do país.
A ULSM foi uma das primeiras a
criar este serviço. Em 2000, ainda
antes de ser criada a Rede Nacional
de Cuidados Continuados Integra-
dos (2006), já Maria do Céu Rocha
avançava com o projecto. A equipa
começou a fazer domicílios a partir
de 2008.
Há um motivo para ter envereda-
do por esta área da medicina: “Des-
de os 13 anos sempre me preocupou
saber como é que vou morrer ou
como é que os outros vão morrer.”
Lidar com a morte não me causa stress. O que me causa stress é não conseguir ajudar um pacienteMaria do Céu RochaCoordenadora do serviço
Relata o episódio da morte da bisa-
vó como clique para o desencadear
desta preocupação. Lembra-se de
que perto da morte, ainda que já na
altura recebesse a visita de um médi-
co em casa, a porta do quarto fi cava
fechada para que ninguém pudesse
espreitar. Ver a bisavó “morrer sozi-
nha num quarto” marcou-a. Muito
mais tarde, na sua passagem pela
oncologia, onde fez o internato, teve
que lidar com a morte de pessoas
muito jovens, o que de certa forma
também contribuiu para que desse
esse passo.
No fundo, quis contribuir para
que se colmatasse uma lacuna que
existia em Portugal e que “aqui ao
lado, em Espanha, já existia há 30
anos”, para que se pudesse morrer
com dignidade.
Lidar com a morte não é fácil,
mas Maria do Céu opta por ter uma
perspectiva que a oriente para outro
foco: “Prefi ro pensar que estamos a
ajudar as pessoas. Dentro de um ce-
nário mau estamos a tentar torná-lo
menos mau.” É isso que a continua
a motivar e a guiá-la para o cumpri-
mento do objectivo que a motivou
inicialmente: “Lidar com a morte
não me causa stress. O que me cau-
sa stress é não conseguir ajudar um
paciente”, afi rma.
Empatia entre as pessoasParte do seu trabalho é dar más no-
tícias. “Há pessoas que dizem que
isso se aprende e eu acredito que
sim. Mas há pessoas que já têm de-
terminada empatia que outras não
têm. Por mais mestrados que tive-
rem nunca vão conseguir fazer isso
bem. Por outro lado, há os que o
fazem mais naturalmente”, diz. Crê
ser fundamental contrabalançar a
emoção com a objectividade para
que a mensagem não se torne fria
nem emotiva de mais. Contudo, ad-
mite que há alturas em que não é
possível conter as emoções.
Bruno Fonseca, enfermeiro que
também está na equipa desde a sua
génese, parte do mesmo princípio.
Acredita ser fundamental controlar
as emoções para que, principalmen-
te, o paciente e a família sejam os
mais benefi ciados: “É um processo
natural que se vai apreendendo.
Não nos tornámos mais frios. É uma
questão de desempenho”.
Diariamente faz quatro ou cinco
visitas domiciliárias. Os enfermeiros
acabam por ter um contacto mais
regular com os pacientes e com a
família. Entram na privacidade de
um núcleo familiar e naturalmente
há ligações que se criam de ambos
os lados. Acima de tudo diz esta-
rem lá para ajudar o paciente e a
família, que nalguns casos são tam-
bém encaminhados para consultas
de psicologia, quando necessário.
Apesar de ser uma relação criada
num contexto profi ssional há altu-
ras em que “inevitavelmente” se re-
vêem nalguns casos, como diz ter
acontecido ainda este ano com um
paciente que, de certa forma, pela
proximidade da idade o fez lembrar
que podia ser ele a estar “naquela
posição”.
A cidade de Matosinhos é campeã nos cuidados paliativos
133Para cerca de 80 mil pessoas, que necessitam de cuidados paliativos, seriam necessárias 133 equipas domiciliárias e 102 intra-hospitalares. Há 17 e 32, respectivamente
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Tiragem: 33035
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
Pág: 1
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Corte: 3 de 3ID: 67413171 19-12-2016
Ao contrário do que acontece no resto do país, em Matosinhos não há lista de espera. Um “oásis” p22/23
Cuidados paliativos em Matosinhos são caso de sucesso
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Tiragem: 5550
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Regional
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Área: 8,67 x 19,69 cm²
Corte: 1 de 1ID: 67404611 18-12-2016
ESPINHO Um “Movimento deUtentes de Saúde” (MUS), criadoem Espinho, recolheu assina-turas junto ao Hospital local,que remeterá para a Assembleiada República, a exigir a reaber-tura do Serviço de Urgência Bá-sica nessa unidade.
“Foi-nos retirado por razõespuramente políticas, centraliza -doras e economicistas, com apromessa de que, em contra-partida, teríamos em perma-nência no hospital uma ambu-lância do INEM [Instituto Na-cional de Emergência Médica]e uma VMER [Viatura Médicade Emergência e Reanimação],o que nunca foi cumprido”, dis -se à Lusa António Moreira, umdos dinamizadores do MUS.
“Explicou que o objectivo érepor o serviço que foi retiradoem 2007 e evitar assim que apopulação local tenha que re-correr sempre à Urgência deGaia, que se encontra a cerca
de 20 quilómetros e que “estácongestionada”, pelo que o pe-ríodo de espera para casos demenor gravidade é habitual-mente de várias horas.
“Como o Hospital de Espinhojá tem a infra-estrutura da Ur-gência Básica toda montada,equipada e pronta a entrar no-vamente ao serviço, queremosagora levar este assunto ao Par-lamento, para recuperar o quenos tiraram e garantir um me-lhor serviço de saúde às popu-lações”, acrescentou.
António Moreira considerouque beneficiariam com essamedida não apenas os utentesdo concelho e das freguesiasque lhe são mais próximas, mastambém as populações dos ou-tros municípios que têm o Hos-pital de Gaia como unidade dereferência e que o vêem sobre-carregado por mais procura doque aquela para a qual foi di-mensionado. |
Movimento quer regressoda urgência ao Hospital
Pinto Moreira e Silvério Cordeiro, no Hospital de Espinho
ARQUIVO
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A11
Tiragem: 24814
País: Portugal
Period.: Diária
Âmbito: Informação Geral
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Corte: 1 de 1ID: 67396677 17-12-2016
Lalanda e Castro pediu ontem
a revogação do mandado de detenção
revogação do seu mandado de de-tenção europeu.
Cunha Ribeiro e Lalanda e Castro são amigos de in-fância. Conforme
com rapidez —dete-tar problemas, in-vestigar problemas e encontrar solu-ção para os proble-mas", disse o Chefe do Estado, depois
Marcelo e ministro da Saúde dizem que Estado de direito está a funcionar
SAÚDE Presidente afirmou que investigações sobre alegados casos de corrup-ção divulgados nesta sema-na estão "em boas mãos"
O Presidente da República de-fendeu ontem que as investiga-ções a casos de alegada corrup-ção no setor da saúde mostram que o Estado de direito está a fun-cionar, o que considerou ser mo-tivo de congratulação. Marcelo Rebelo de Sousa, que foi secun-dado nesta posição pelo ministro da Saúde, Adalberto Campos Fer-nandes, prestou tais declarações no final da inauguração de um centro cirúrgico e de interna-mento na Fundação Champali-maud, em Lisboa, sem nomear qualquer caso concreto.
"Olhando para a realidade, eu ao mesmo tempo sinto o seguin-te: que bom ter uma máquina num Estado de direito democrá-tico que permite— desejavelmente
INEM, Cunha Ribeiro, detido na terça-feira pela Policia Judiciária por suspeita de favorecer a em-presa Octopharma nos concur-sos públicos no tratamento do plasma e hemoderivados, cujo presidente, Lalanda e Castro, foi detido e constituído arguido, na quinta-feira, na Alemanha, por suspeitas de corrupção ativa. O processo já conta com cinco arguidos, entre eles dois advoga-dos, Paulo Farinha Alves, do es-critório PLMJ, por suspeita de branqueamento de capitais, e Luís Barros de Figueiredo, e Elsa Morgado, da Associação Portu-guesa de Hemofílicos.
Ontem, Cunha Ribeiro, que conhece Lalanda e Castro desde os bancos da faculdade, conti-nuou a ser ouvido no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, de-vendo só hoje conhecer as medi-das de coação que lhe serão apli-cadas. NaAlemanha, e segundo informou o advogado Ricardo Sá
Fernandes, Lalan- da e Casto pediu a
de os jornalistas lhe perguntarem se estava preocu-pado com os casos de alegada corrupção divulgados nesta se-mana e que envolvem ex-presi-dentes do INEM.
Segundo o Presidente da Re-pública, "o pior que podia haver era ter-se a sensação de que as coisas se poderiam passar e eram incontroláveis, não havia meca-nismos jurídicos ou jurisdicio-nais para tratar deles". "Havendo, isso dá a garantia de que o Estado de direito democrático está a funcionar, assim funcione rapi-damente", concluiu Marcelo Re-belo de Sousa. No seu entender, os casos em investigação "estão com certeza em boas mãos" e "aquilo que o Presidente da Re-pública pode dizer é que espera que a justiça cumpra a sua mis-são".
O ministroAdalberto Campos Fernandes afirmou, por seu lado, "é nossa obrigação fazer como temos feito até aqui, suscitara in-tervenção das autoridades poli-ciais e judiciais para que as ques-tões possam ser esclarecidas."
Tanto o Presidente como o mi-nistro da Saúde não referiram em concreto o caso do negócio do sangue que envolve o ex-presi-dente da Administração Regional de Lisboa e Vale do Tejo e do
noticiou o DN na edição de ontem, Paulo Lalanda e Castro entrou para a Octopharma em 1988 e na década de 1990 con-seguiu que a empresa Suíça ocu-passe um lugar de destaque nos concursos de plasma fracionado. Nos últimos anos, Lalanda e Cas-tro já foi acusado por tráfico de in-fluências no processo dos vistos golde é arguido por fraude fiscal na Operação Marquês. A investi-gação concluiu que as suspeitas sobre a relação entre Paulo Lalan-da e Castro e Cunha Ribeiro eram conhecidas há algum tempo nos meios da saúde.
Ontem, também o secretário de Estado da Saúde anunciou que o governo está a preparar um concurso com negociação privilegiada entre concorrentes para evitar o monopólio na ven-da de plasma ao Instituto Portu-guês do Sangue e da Transplan-tação.
O governante informou tam-bém que já foram selecionadas três entidades que estão em con-dições de fazer o trabalho. Ma-nuel Delgado adiantou que o go-verno está a preparar um despa-cho sobre os procedimentos que os hospitais públicos deverão adotar no tratamento do sangue, tendo em vista o aproveitamento do plasma.
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Privados e público pedem lei plurianual. Marcelo pressiona acordo
Não foi por acaso que o Presidente
recebeu ontem os seis bastonários da
Saúde e, mesmo sem falar, pressiona
para que haja um acordo transversal
no sector. Para isso tem o público e
o privado lado a lado e o Governo
não está contra, apesar de dizer que
agora não há dinheiro.
Marcelo Rebelo de Sousa recebeu
o grupo dos bastonários que lhe le-
vou uma proposta para uma lei de
programação na Saúde que invista
anualmente cerca de mais 1,2 mil mi-
lhões de euros no sector. Mas não é a
única proposta que chegou a Belém.
Alguns privados, que se juntam no
Conselho Estratégico Nacional da
Saúde (CENS) da CIP (Confederação
Empresarial de Portugal), enviaram
há duas semanas uma carta ao Presi-
dente a defender uma lei de meios.
Os vários ramos da Saúde estão a
puxar para o mesmo lado e Marcelo,
que no início do mandato elogiou o
clima de “pacifi cação”, propício a
um “fácil consenso”, está a ouvir.
Os bastonários tinham pedido
a audição em Outubro, mas o Pre-
sidente fê-lo esta semana, pouco
tempo depois de ter recebido um
carta do órgão da CIP, que junta a
Apifarma (indústria farmacêutica),
a Associação Nacional de Farmácias,
a Apormed (dispositivos médicos) e
a Associação de Hospitalização Pri-
vada, e numa altura em que a oposi-
ção carrega nas críticas ao ministro
e aponta falhas ao Serviço Nacional
de Saúde (SNS).
Os seis bastonários da área querem
uma “recapitalização” do SNS em 1,2
mil milhões por ano, para que estas
falhas deixem de existir. O Governo
agradece a proposta, mas diz que não
tem margem. Antes mesmo da au-
dição com os responsáveis, Marcelo
esteve na Fundação Champalimaud
com o ministro da Saúde. Adalberto
Campos Fernandes, antecipando a
proposta dos bastonários, disse que
Bastonários da Saúde apresentaram proposta a Marcelo e saíram satisfeitos. Associação de privados tinha enviado a carta ao Presidente há duas semanas
SaúdeAlexandra Campose Liliana Valente
Obviamente que nem o país suportaria em termos orçamentais um acréscimo imediato desse valorAdalberto Campos Fernandes Ministro da Saúde
a posição “é razoável” e não a descar-
tou, mas não será possível concre-
tizá-la de uma vez só: “Obviamente
que nem o país suportaria em termos
orçamentais um acréscimo imediato
desse valor, [nem as regras] a que
estamos obrigados a responder pe-
rante obrigações externas permiti-
riam tal.”
Uma reacção esperada pelos bas-
tonários. “Ele sofre tanto como nós
com as exigências do orçamento da
saúde ou até mais. Ele conhece a re-
alidade”, disse ao PÚBLICO José Ma-
nuel Silva, bastonário dos Médicos.
Se o problema é a dimensão do re-
forço, não será o método. Os priva-
dos também estão de acordo numa
lei de meios plurianual, que consigne
a receita de impostos ao sector da
Saúde e fi zeram-no chegar a Marcelo
por carta. “Se houver uma lei que
identifi que de onde vem o dinheiro,
como é feito o fi nanciamento, permi-
tiria um planeamento por parte do
ministro da pasta”, disse Óscar Gas-
par, do CENS da CIP e ex-secretário
de Estado da Saúde do Governo de
José Sócrates, ao PÚBLICO.
Esta não é a receita milagrosa para
os problemas da Saúde, mas ajudaria
a resolver alguns problemas, acre-
ditam os profi ssionais. “O dinheiro
é sempre curto. Todos os anos fi ca
mais curto e as necessidades aumen-
tam”, respondeu Ana Rita Cavaco,
bastonária da Ordem dos Enfermei-
ros, quando questionada sobre se há
aumento das cativações de verbas
que estejam a provocar falhas. “De
ano para ano o orçamento ou ema-
grece ou mantém-se”, lamenta, no-
tando que faltam equipamentos, me-
dicamentos e até alimentos no SNS,
como denunciou esta semana.
Foram, aliás, as denúncias que fez
que provocaram uma avalanche de
perguntas da oposição. Nas últimas
semanas, PSD e CDS têm insistido
nas falhas da Saúde e fi zeram já 24
perguntas desde o início de Novem-
bro. “Desde a recusa de atendimento
de utentes à sobrelotação dos servi-
ços de urgência, passando ainda por
repetidas rupturas nas escalas médi-
cas, são cada vez mais as evidências
de um agravamento das condições de
funcionamento do SNS”, escrevem
deputados do PSD. Já esta semana,
Assunção Cristas fazia o diagnósti-
co de que a “política de Saúde” está
“desnorteada e sem rumo”.
BE questiona sobre Hospital de Cascais
O Bloco de Esquerda não tem só uma série de perguntas para fazer ao Ministério da Saúde sobre a eventual
“precarização das relações laborais, manipulação de indicadores e de actividade no Hospital PPP [parceria público-privada] de Cascais”. O BE quer o Governo investigue o assunto e decidiu pedir-lhe respostas. O momento não foi escolhido por acaso. O executivo tem até ao fim do mês para tomar uma decisão sobre a continuidade, ou não, daquela parceria público-privada (PPP). Segundo o documento com as perguntas que deu entrada no Parlamento, assinado pelo deputado Moisés Ferreira, os bloquistas estão preocupados com a “qualidade
dos cuidados de saúde prestados” e com a eventual “precarização das relações laborais e manipulação de indicadores” naquele hospital.
Contactado, o gabinete de comunicação do hospital respondeu ao PÚBLICO que “o Hospital de Cascais é escrutinado minuciosamente pelo Estado no cumprimento dos seus deveres para com os utentes e os colaboradores no âmbito do seu contrato de gestão, e por exigentes entidades externas independentes. Foi recentemente classificado como o melhor hospital do serviço nacional de saúde na sua categoria.” Maria João Lopes
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Falta de médicos e equipamentos obsoletosA Ordem dos Médicos (OM) consi-
derou, na quinta-feira, “alarmante”
a falta de especialistas nas mater-
nidades Bissaya Barreto e Daniel
de Matos (Coimbra) e alertou para
uma situação de “catástrofe imi-
nente” nos serviços de urgência das
duas maternidades, mas também
nos Hospitais da Universidade de
Coimbra. O problema decorre da
escassez de médicos. No Hospital
de Portimão, a urgência esteve esta
semana um dia sem pediatras de
serviço. Além da falta de recursos
humanos, a OM tem afi rmado que
muitos equipamentos estão obso-
letos e necessitam urgentemente
de ser renovados.
Doentes sem comida nem medicamentos
A bastonária da Ordem dos Enfer-
meiros disse na segunda-feira à
noite que vários doentes estiveram
dois dias sem comer e sem ser me-
dicados num hospital público. Sem
especifi car a que hospital se estava
a referir, Ana Rita Cavaco explicou
que o problema terá ocorrido numa
altura em que a afl uência às urgên-
cias foi maior e não houve um cor-
respondente reforço de enfermeiros
e auxiliares, que já estão a trabalhar
no fi o da navalha. O CDS-PP pediu a
audição da bastonária e o ministro
da Saúde e Ana Rita Cavaco pediram
à Inspecção-Geral das Actividades
em Saúde que investigasse o caso.
Metade das farmácias em insolvência ou situação muito difícilNa semana passada, a bastonária da
Ordem dos Farmacêuticos revelou
que quase metade das farmácias
portuguesas estão em situação de
insolvência ou de grande fragilida-
Faltam médicos, equipamentos estão obsoletos e farmácias enfrentam dificuldades
de económica. Ana Paula Martins
precisou que, num universo de três
mil farmácias, “há cerca de 500 em
insolvência, 800 em grande fragili-
dade económica e 1500 não pagam
aos fornecedores”. Esta realidade é
um refl exo da crise das farmácias,
lembrou, alertando que, em situa-
ções destas, em que os farmacêuti-
cos têm de gerir com menos dinhei-
ro, “há um risco adicional de haver
práticas menos correctas”.
Alexandra Campos
O Presidente disse ontem que vê nas investigações sobre corrupção no sector da Saúde um sinal de que o Estado de direito está a funcionar
MIGUEL MANSO
Marcelo recebeu ontem seis bastonários das ordens da Saúde
“[O Presidente] ouviu com mui-
ta atenção as nossas preocupações
transversais e sectoriais, ele está in-
formado, tem feito uma magistratura
de infl uência e é muito interventivo”,
comentou José Manuel Silva. O en-
contro “correu muito bem”, con-
siderou Ana Rita Cavaco. Para os
enfermeiros, calcula, é necessário
contratar três mil profi ssionais por
ano, num horizonte de dez anos.
Sublinhando que este é “um mo-
mento de emergência” no SNS (in-
cluindo o sector privado e social), o
bastonário da Ordem dos Médicos
Dentistas, Orlando Monteiro Silva,
diz que “hoje se faz sentir um outro
tipo de austeridade por asfi xia no
sector que lentamente está a levar a
um estrangulamento”. Na sua área,
destaca os atrasos nos pagamentos
dos cheques-dentista e a falta de pro-
moção e divulgação deste programa.
com David Dinis
[email protected]@publico.pt
Só 13 dentistas em centros de saúde
Na saúde oral, existem neste mo-
mento, e apenas em experiência-
piloto em centros de saúde da re-
gião de Lisboa, 13 médicos dentis-
tas a atender utentes nos centros
de saúde públicos. A maior parte
dos portugueses tem que recor-
rer ao sector privado. O que existe
desde 2008 é um programa para
a promoção de saúde oral que
consiste na distribuição de che-
ques-dentistas a grávidas, crian-
ças, idosos e pessoas infectadas
com VIH e permitiu dar resposta
a 2,5 milhões de pessoas em oito
anos, mas tem havido sucessivos
atrasos no pagamento aos profi s-
sionais. O bastonário da Ordem
dos Médicos Dentistas diz que é
urgente alargar este programa aos
diabéticos.
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Marcelo Rebelo de Sousa pressiona para entendimento p10/11
Sectores público e privado pedem lei plurianual para a Saúde
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Seis pessoas sucumbiram à gripe desde o início da época
Dos 25 doentes internados com gripe nos cuidados intensi-vos, seis sucumbiram ao vírus até ontem. O diretor-geral da Saúde confirmou os números ao IN, mas afasta, terminantemente, um ce-nário de epidemia.
"Desde o inicio da época, foram internados nos cuidados intensi-vos 25 doentes, todos eles com gri-pe do tipo MI13). Dos 25, entraram em evolução negativa, no sentido fatal, seis docentes. Está dentro das estimativas feitas inicialmen-te. "O vírus da gripe circula nas se-manas frias, estes são cenários es-perados", insistiu.
O diretor-geral garante que a estirpe "está contemplada na va-cina" que está a ser disponibiliza-da e voltou a fazer um apelo à va-cinação, especialmente a quem pertence aos grupos de risco.
A vacina da gripe é gratuita e re-comendada para quem tem mais de 65 anos, reside ou está interna-do em instituições, como lares de idosos. Este ano, recorde-se, a va-cina foi alargada também a doen-tes que aguardam transplantes, fa-zem quimioterapia, têm trissomia 21, fibrose quística ou doença neu-romuscular. Grávidas, doentes crónicos e imunodeprimidos com seis ou mais meses de idade tam-bém são alvos prioritários.
Há muito que a Direção-Geral da Saúde alertou que este ano o ví-rus da gripe é mais forte. E, no ini-cio do mês, também o ministro da Saúde reforçou o apelo à vacina-ção.
"A gripe este ano prevê-se dura e difícil. É um incentivo que faço a todos os profissionais de saúde e todos os cidadãos para que se mobilizem de forma que a vaci-nação seja realizada", defendeu Adalberto Campos Fernandes. ALEXANDRA INÁCIO
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Cartas
Evitar a diabolização da gripe
Têm aumentado significativa-mente as corridas às urgências hospitalares, devido aos núme-ros crescentes de doentes afeta-dos pela gripe sazonal que, em pânico e em algum estado de histeria, entopem os serviços de urgência, apesar dos mesmos existirem alegadamente para si-tuações de elevado risco de vida ou associadas a sintomatologias ou patologias com diagnósticos de possíveis fatalidades. Apesar da informação constante para que estas sintomatologias, ex-cluindo doentes cuja idade ou fragilidade justifiquem o recur-so à urgência hospitalar, sejam diagnosticadas e tratadas numa primeira fase, através do recur-so ao médico de família, seja via telefónica nos horários para tal estipulados, seja presencial-mente, seja nos vários centros de atendimento complementar das várias áreas de residência, há uma tendência para o recur-so direto às urgências hospi-talares sem atender aos riscos em que incorrem esses mesmos pacientes nas filas de espera para atendimento. É importan-te ter em conta que a afluência desenfreada de pacientes com sintomas de gripe às urgências hospitalares dificulta o trata-mento e assistência médica eficaz a quem realmente deles necessita.Cristina Machado, Lisboa
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# Saúde
HOSPITAIS VÃO FAZER
CARATERIZAÇÃO DE DOENTES
POR MOTIVOS SOCIAIS E CLÍNICOS
O presidente da Associa-ção Portuguesa de Admi-nistradores Hospitalares avançou que irá ser reali-zada uma caracterização dos doentes internados nos hospitais, para cal-cular o tempo de inter-namento desnecessário e encontrar as melhores respostas na comunida-de para os casos sociais.
«Estamos a reabilitar um processo de revisão da utilização em que o objeti-vo é, para a grande maio-ria dos doentes que estão internados, fazer uma ca-raterização clara sobre quais são os que estão in-ternados por motivações sociais ou por motivações clínicas», explicou Ale-xandre Lourenço à agên-cia Lusa.
Redação/Lusa
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Hospitais continuam a acolher doentes com alta clínica por não terem para onde ir
• Há doentes com alta hos-pitalar que permanecem nos hospitais por não terem para onde ir, ocupando ca-mas necessárias para outros pacientes e correndo o risco de contrair infeções. O pre-sidente da Associação Por-tuguesa de Administradores Hospitalares, Alexandre Lourenço, adverte que os casos sociais continuam com "tempos de estadias muito elevados" nos hospitais. Entre ja-neiro e novembro, os centros hospitalares Lisboa Central e Lisboa Ocidental registaram. respetivamente, 198 e 60 casos de doentes com alta adiada por motivos sociais. Em Lisboa Central, as situa-ções demoraram, em média, 21 dias a ser resolvidas. No Centro Hospitalar do Porto, estão 35 doentes à espera de solução.
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SAÚDE
Pelo menos 300 idosos deixados nos hospitais SOLIDARIEDADE O Falta de resposta social e familiar mantém utentes internados sem razão clínica
CRISTINA SERRA*
p elo menos .300 doentes, na maioria idosos, foram abandonados entrejanei -
ro e novembro em hospitais pú-blicos de Lisboa e Porto. Falta de resposta social e de apoio fami-liar são as razões para a perma-nência dos mais velhos nas uni-dades sem haver razão clínica. Quando são menores, os moti-vos prendem-se com a aplicação de medidas de proteção.
O Centro Hospitalar de Lisboa Central, que inclui o São José,
Capuchos e Curry Cabral, con-tabilizou 198 casos de doentes com alta adiada por motivos sociais, situações que demo-raram, em média, 21 dias a se-
ADMINISTRADORES VÃO ESTUDAR INTERNAMENTOS DESNECESSÁRIOS
rem resolvidas. Em 2015, foram registados 290 casos, mais dois do que no ano anterior. Tam-bém o Centro Hospitalar de Lisboa Ocidental, que integra
E Centenas de doentes abandonados todos os anos nos hospitais
o São Francisco Xavier, conta-bilizou, até novembro, 60 ca-sos. No ano passado foram 69 casos e, em 2014, 46. Os idosos foram encaminhados para ins - tituições sociais.
No Hospital de Santo António, no Porto, encontram-se 35 doentes com alta clínica à espe-ra de solução para sair. A Asso-ciação dos Administradores Hospitalares vai fazer um estu-do para calcular o tempo de in-ternamento desnecessário (ver página 51). *COM LUSA
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ENTRE JANEIRO E NOVEMBRO P.18
Pelo menos 300 idosos deixados nos hospitais
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DIA A DIA
Haja saúde... Doentes instalados em macas e até em cadeirões, doentes deitados em camas sem lençóis, doentes priva-dos de comida e de medica-mentos durante dois dias... Não, não são casos ocorri-dos em hospitais públicos de um qualquer país do Terceiro Mundo, mas sim em hospitais de um pais da União Europeia, onde se apregoam bem alto os valo-res do humanismo: o nosso.
Nem nos piores dias da era da troika tínhamos ouvido falar de algo assim. As denúncias partiram não só de familiares dos doen-tes, como de profissionais da Saúde, e o caso mais grave, dos doentes priva-dos de comida e de medi-camentos, foi mesmo de-nunciado pela bastonária da Ordem dos Enfermei-ros. O ministro da Saúde considerou a revelação de "grande intensidade dra-mática", mas só há uma palavra para descrever o ocorrido: escândalo.
Dirão: são casos pontuais, que não comprometem a imagem do Serviço Nacio-nal de Saúde, dito excelen-te. Excelente, pois, des-contando as longas horas nas Urgências, os doentes nos corredores, os meses à espera de uma consulta ou de um exame, e até de uma operação, a lentidão na resposta do INEM, etc., etc... Perante tal panora-ma, resta-nos dizer, fazen do figas: "Haja saúde..." • JOSÉ RODRIGUES GRANDE REPÓRTER
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SAÚDE| Redacção/Lusa |
O Hospital de Braga considera
que as conclusões e recomenda-
ções do Tribunal de Contas
(TdC) “são claras” e “vêm con-
firmar a necessidade de maior
contratação de actividade” por
parte da Administração Regional
de Saúde (ARS) do Norte.
Em comunicado enviado à Lu-
sa, aquele hospital acrescenta
que “tem vindo insistentemen-
te”, ao longo dos anos, a propor
aquela maior contratação.
Uma auditoria do Tribunal de
Contas à parceria público-priva-
da (PPP) do Hospital de Braga,
cujos resultados foram divulga-
dos anteontem, dá conta de um
aumento das listas e dos tempos
de espera para consultas e cirur-
gias, por desajustamento da pro-
dução anual de cuidados contra-
tada pelo Estado ao parceiro
privado.
“A produção de cuidados hos-
pitalares acordada anualmente
entre o Estado e o parceiro pri-
vado não se tem subordinado às
necessidades de serviços de saú-
de da população, conduzindo ao
aumento das listas e dos tempos
de espera para consultas e cirur-
gias”, refere o Tribunal de Con-
tas.
Na sequência da auditoria, re-
ferente ao período entre 2010 e
2015, o Tribunal de Contas reco-
menda ao Ministério da Saúde o
ajustamento da produção anual
contratada ao Hospital de Braga
às necessidades de serviços de
saúde da população da respecti-
va área de influência, “garantin-
do a satisfação dos interesses
dos utentes”.
“Apesar da insuficiente contra-
tação de actividade por parte do
Estado, o Tribunal de Contas re-
conhece o substancial aumento
de cuidados de saúde prestados à
população”, acrescenta o comu-
nicado do Hospital de Braga.
Diz ainda que o Tribunal de
Contas “vem confirmar a supe-
rior eficiência do hospital em
termos de custo por doente e na
utilização dos recursos públi-
cos”.
Hospital insiste na necessidade do Estado aumentar contrataçãoHOSPITAL DE BRAGA considera que a auditoria do Tribunal de Contas confirma a necessidade demaior contratação de actividade por parte da ARS Norte.
DR
Hospital de Braga pronunciou-se sobre resultados da auditoria do Tribunal de Contas
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Corte: 1 de 1ID: 67396318 17-12-2016PAULO PIMENTA
Desde 2009, Hospital de Braga tem aumentado número de consultas, mas Estado paga cada vez menos
O Hospital de Braga não tem “aten-
dido às necessidades de cuidados de
saúde da população”. Apesar de nos
últimos anos ter feito mais consultas
e cirurgias, esta unidade, que funcio-
na em regime de parceria público-
privada (PPP), aceitou um contrato
que prevê uma produção de cuida-
dos de saúde que sabe “ser insufi -
ciente”. As conclusões fazem parte
de uma auditoria do Tribunal de Con-
tas (TdC), divulgada ontem, à execu-
ção do contrato de gestão deste hos-
pital do Grupo José de Mello Saúde.
“A produção de cuidados hospi-
talares acordada anualmente entre
o Estado e o parceiro privado não
se tem subordinado às necessidades
de serviços de saúde da população,
conduzindo ao aumento das listas e
dos tempos de espera para consultas
e cirurgias”, lê-se no relatório. Aliás,
no entender do TdC, se o contrato
Hospital de Braga com PPP não responde “às necessidades da população”
refl ectisse o que é realmente necessá-
rio, “o volume de cuidados de saúde
contratado, em 2015, teria sido supe-
rior, no mínimo, em 23%”.
O hospital rejeita e considera “er-
rado” que não responda às necessi-
dades da população. “O Hospital de
Braga responde a toda a actividade
contratualizada pelo Estado, exce-
dendo-a em alguns casos, e está e
sempre esteve apto para responder
a todas as necessidades da popula-
ção”, disse, considerando que as re-
comendações do TdC confi rmam “a
necessidade de maior contratação
de actividade por parte” da Adminis-
tração Regional de Saúde do Norte
(ARS). A tutela não comentou.
A auditoria é conhecida poucos
dias após a Unidade Técnica de
Acompanhamento de Projectos do
Ministério das Finanças ter defendi-
do num outro relatório que o Hospi-
tal de Cascais deve continuar a ser
gerido por privados. Recomendou,
porém, ao Governo que lance um
concurso para uma nova parceria.
O Governo tem de decidir até ao
fi nal do ano se continua ou não com
a PPP em Cascais. Também em No-
vembro, um estudo da Universidade
Católica, encomendado pelas admi-
nistrações das unidades, concluiu
que a gestão do Hospital de Braga e
do Hospital de Cascais poupou ao Es-
tado cerca de 200 milhões de euros
em quatro anos. O próximo contrato
que o executivo de António Costa tem
de analisar é o do Hospital de Braga,
até 31 de Agosto de 2017. Face aos
dados recolhidos, o TdC, nas reco-
mendações ao Ministério da Saúde, à
Administração Central do Sistema de
Saúde, à Administração Regional de
Saúde do Norte e ao próprio hospital,
coloca a tónica na necessidade de se
fazer um contrato que dê resposta
às reais necessidades de saúde dos
utentes atendidos na unidade.
Para o TdC, na base desta desade-
quação entre o que é feito e o que as
pessoas realmente precisam estão
as “restrições orçamentais” do pa-
ís. “O parceiro privado tem-se aco-
modado às propostas do parceiro
público”, justifi ca-se. Entre 2009 e
2015 o hospital aumentou em 99% o
número de consultas externas, mas
os tempos de espera aumentaram
nos últimos anos. Desde 2013 que o
Estado contrata à instituição menos
consultas do que as realizadas no ano
anterior. Quando os hospitais fazem
mais consultas do que aquelas a que
se comprometeram, não são ressar-
cidos por isso.
SaúdeRomana Borja-Santos
Tribunal de Contas destaca aumento das listas de espera para consultas e para cirurgias com a parceria público-privada
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O Bloco de Esquerda avisa que só aceita uma solução:
acabar com todas as parce-rias público-privadas na
Saúde
PPP na Saúde. BE põe pressão máxima no governo
Governo está pressionado pelo BE para acabar com parcerias com privados nos hospitais. Mas de Belém vem pressão em sentido contrário. Marcelo já deixou avisos a Costa
MARGARIDA DAVIM margarida.davimonline.pt
O BE não abdica de acabar com as parcerias público-privadas na Saú-de. E vai manter alta a pressão sobre o governo para garantir que os hospitais de ~Is e Braga - C4jOS contratos terminam em 2019 - voltam para a gestão pública. António Costa está entre a espada do Presidente da República, que nem quer ouvir falar em acabar com as PPP na Saúde, e a parede do BE, que diz estar disposto a levar o assunto ao Parlamento e até a ta= manifestações nas ruas.
O BE tem uma posição mui-to clara: a gestão pública dos hospitais é a melhor solução".
sublinha ao i o deputado blo-quistas Moisés Ferreira.
Para já, no Bloco há "toda a disponibilidade para conversar com o ministro da Saúde e esgri-mir argumentos". mas o parti-do de Catarina Martins não vai poupar recursos para alcançar o seu objetivo: "acabar com as PPP na Saúde".
Moisés Ferreira diz que, caso o governo opte por lançar novos concursos para parcerias que substituam as que estão em fim de contrato, "o BE tem capaci-dade de iniciativa no parlamen-to e de mobilização nas ruas" para contrariar uma decisão que os bioquistas entendem ser dano-sa para o interesse público.
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Citações
A DECISAO E DO GOVERNO. MAS O BE TEM CAPACIDADE DE INICIATIVA NO PARLAMENTO E DE MOBILIZAÇÃO NAS RUAS
MOISÉS FERREIRA, DEPUTADO DO BE
A POSIÇÃO DO BE É CLARA: A GESTÃO PÚBLICA
DOS HOSPITAIS É A MELHOR SOLUÇÃO
IDEM
NAO PODEMOS CONTINUAR A ALIMENTAR O SETOR PRIVADO DA SAÚDE COM DINHEIROS PÚBLICOS
CATARINA MARTINS. LÍDER DO BE
NO PROGRAMA DO GOVERNO ESTÁ ESCRITO QUE A DECISÃO SOBRE AS PPP DA SAÚDE SERIA OBJETO DE UMA DECISÃO POLÍTICA SUPORTADA NUMA AVALIAÇAO TÉCNICA SÓLIDA
IDEM
ESTÃO EM CIMA DA MESA A REINTEGRAÇÃO
DA GESTÃO NO SNS E O LANÇAMENTO DE UM
NOVO CONCURSO PÚBLICO BIDEM
SAÚDE
450 MILHÕES PARA PRIVADOS "As PPP rep~atam 450 milhões de euros por ano que vão para financiar privados que estão em regime concorrencial com os hospitais públicos em vez de irem para o Serviço Nacional de Saúde", sublinha Moisés Ferrei-ra, que acredita que a melhor maneira de salvaguardar a qua-lidade dos serviços prestados aos utentes é ter uma gestão pública. "Basta dizer que a gestão públi-
ca não tem, ao contrário da pri-vada, a pressão dos acionistas para a formação de lucro". argu-menta o bloquista, três dias depois de ser conhecido um relatório do Tribunal de Con-tas (TC) que acusa a gestão pri-vada do Hospital de Braga de não responder "às necessida-des de serviços de saúde da população".
Apesar disso, o TC entende que o contrato com o Grupo Mello cm Braga gera poupanças para o Estado, apresentando uma efi-ciência que "decorre dos eleva-dos índices de produtividade dos recursos humanos". Em média, cada médico atendeu 96 doen-tes em 2015. Mas isso não impe-diu o "aumento das listas de espera e dos tempos de espera para consultas e cirurgias.
Braga e Caseais são dois casos de hospitais cujos contratos de parceria acabam em 2019 e em relação aos quais o governo tem
até meados de 2017 para deci-dir por uma de três soluções: renovar a parceria com a atual gsrão, abrir novo concurso públi-co internacional com novas regras e condições ou - como pretende o BE - optar pela ges-tão pública.
No caso de Cascais, o ministro da Saúde já excluiu a primeira hipótese. Este sábado, em decla-rações ao "Expresso", Adalber-to Campos Fernandes anunciou que "não haverá negociação dire-ta" com a Lusíadas Saúde para a renovação do contrato.
O que Campos Fernandes ain-da não decidiu é se abre um novo concurso para uma nova parce-ria público-privada ou se inte-gra o Hospital de Cascais na ges-
Governo não vai renovar contrato com o grupo dos Lusíadas em Cascais
Ministério da Saúde precisa de decidir futuro dos hospitais de Braga e Cascais em 2017
tão pública. Ao "Expresso", o ministro da Saúde deixou as duas opções em aberto.
"Estão em cima da mesa a rein-tegração da gestão clínica para o SNS e o lançamento do con-curso público internacional com condições e cadernos de encar-gos que revisitem o modelo e tirem maiores benefícios para o Estado", avançou o ministro, remetendo a decisão final para um vago "a seu tempo".
O Ministério da Saúde estará por enquanto a estudar qual a solução mais eficiente para garan-tir a prestação de cuidados de saúde à população de Cascais. Neste momento, Adalberto Fer-nandes espera uma avaliação da Unidade Técnica de Acom-panhamento de Projetos do Ministério das Finanças para suportar a decisão que será sem-pre política.
MARCELO ATENTO Em Belém, Marcelo Rebelo de Sousa segue o dossiê com atenção, tentando acautelar um sistema de parce-rias com privados que o Presi-dente entende ser mais eficaz. De resto. fontes da presidência revelaram ao "Expresse" que "o primeiro-ministro disse sempre ao Presidente que não irá aca-bar com as PPP", pelo que em Belém não se espera outro resul-tado que não ode manter o que no BE se descrevem como "as rendas na Saúde".
A SEU TEMPO TOMAREMOS A DECISÃO [SOBRE O CONTRATO COM
O HOSPITAL DE CASCAIS QUE TERMINA EM 2019]
ADALBERTO CAMPOS FERNANDES. MINISTRO DA SAUDE
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Bloco quer acabar com parcerias público-privadas nos hospitais. Marcelo não. Governo entre a espada e a parede „ PAGS 2 3
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O Centro de Direito Biomédico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra inicia no próximo ano uma nova edição, a quarta, do Curso de Especialização em Direito da Medicina. O curso tem como público-alvo cidadãos de nacionalidade estrangeira a exercer medicina em Portugal.
Nos últimos anos, têm-se somado nas unidades de saúde nacionais profissionais
estrangeiros. A quarta edição do Curso de Especialização em Direito da Medicina, promovido pelo Centro de Direito Biomédico da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, é a pensar neles. De 16 a 20 de
janeiro, a formação vai capacitar os participantes com alguns dos conceitos jurídicos essenciais associados ao exercício da medicina.Coordenado por André Dias Pereira, docente da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra e diretor do Centro de Direito Biomédico, o curso contempla 40 horas de formação e reúne um conjunto alargado de especialistas nas várias áreas abrangidas pela formação. Temas como o consentimento informado, a capacidade de consentir quando se tratam de menores ou adultos considerados incapazes, os aspetos jurídicos da procriação medicamente assistida (o acesso à procriação medicamente assistida, o anonimato do dado, a maternidade de substituição ou a procriação medicamente
assistida post-mortem), o segredo médico, a proteção de dados pessoais ou a experimentação em seres humanos são algumas das temáticas a abordar num curso que foca múltiplos aspetos legais associados ao exercício da medicina em Portugal.Entre os conteúdos programáticos do curso constam também módulos relacionados com a Lei da Saúde Mental, a responsabilidade civil e penal médica, os aspetos jurídicos das Ciências da Mente, o medicamento e a propriedade industrial ou os aspetos jurídicos da telemedicina. O curso de especialização em Direito da Medicina, tem candidaturas a decorrer e aceita candidatos detentores de licenciatura ou bacharelato e confere, segundo o Centro de Direito Biomédico
TEXTO CÁTIA MATEUS
O curso é ministrado em português, mas tem como alvo médicos estrangeiros
Direito da Medicina para estrangeiros
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A B
AIÃ
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da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, diploma de especialização.
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CHAMPALIMAUD
~um
Marcelo inaugurou os espaços
Fundação cria 4 salas cirúrgicas a O Presidente da Repúbli-ca, Marcelo Rebelo de Sousa, presidiu ontem à inaugura-ção do Centro Cirúrgico e de Internamento da Fundação Champalimaud, em Lisboa.
O centro visa "uma oferta clinica global e integrada" repartida por quatro calas ci-rúrgicas, onze camas de cui-dados intensivos e recobro, e 26 camas de internamento. A equipa médica é constituí-da por cinco cirurgiões de mama, trés de tórax, quatro de urologia, três de gineco-logia, três do sistema diges-tivo, um internista, dois in-tensivistas, cinco anestesis -tas e dois médicos em per-manência. No final da visita o Presidente da República classificou a unidade de "topo" na tecnologia. ILIS.
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HIV/sida
Provedor de Justiça alerta para discriminaçãoO provedor de Justiça, José de Faria Costa, adverte que existem regulamentos municipais de piscinas que utilizam conceitos que discriminam pessoas com risco agravado de saúde, nomeadamente pessoas portadoras de VIH/sida.Na sequência de uma queixa que recebeu sobre este assunto, o provedor de Justiça verificou que, por alegadas razões de saúde pública, “um número considerável” de regulamentos municipais de utilização das suas piscinas condiciona o acesso dos utentes à apresentação de declaração médica comprovativa da não portabilidade de doenças contagiosa, infecto-contagiosa ou transmissível”.
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Portugueses comem mais carne do que precisam
PORTUGAL Os ambientalistas da Associação Sistema Terrestre Sustentável, Zero, revelaram que os portugueses consomem 4.4 vezes mais carne, ovos e pes-cado que o necessário, hábitos que podem fazer muito mal à saúde. As conclusões surgem após uma comparação entre as recomendações da Direção Geral de Saúde e os dados do Institu-to Nacional de Estatística.
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Plasma Contra regras de concurso que deram a vitória à Octapharma em contrato de milhões com o Estado
Membro do júri opôs-se a Cunha Ribeiro
Cunha Ribeiro está em prisão preventiva por corrupção, branqueaMento de capitais e recebimento indevido
Nelson Morais [email protected]
► Um dos membros do júri do con-curso público internacional para o fornecimento de produtos deriva-dos de plasma sanguíneo, que pro-duziu efeitos nos anos 2000 a 2012 e levou à prisão de Luís Cunha Ri-beiro na semana passada, colocou objeções a procedimentos que le-varam à vitória da Octapharma.
Segundo fonte próxima do pro-cesso, aquele membro do júri "não estava de acordo" com os colegas. Por isso é que só os outros dois membros do júri foram constituídos arguidos na operação "O Negativo":
Luís Cunha Ribeiro, o presidente; e a vogal Elsa Morgado,que também foi da direção da Associação Portu-guesa de Hemofilia.
A mesma fonte afirma, ao IN, existirem indícios de que o concur-so n.9 2000/9, que valia cerca de 60 milhões de euros, "foi manipulado". O objetivo seria garantir a vitória à farmacêutica suíça Octapharma, representada em Portugal pelo ar-guido Paulo Lalanda de Castro, que já foi detido na Alemanha e deve ser entregue às autoridades portugue-sas dentro de dias. Depois de os concorrentes daquele concurso te-rem apresentado as suas propostas, terá sido enxertado um novo crité-
rio de avaliação que dava preferên-cia aos concorrentes que já tives-sem experiência no mercado por-tuguês. Era o caso da Octapharma.
Havia ainda uma cláusula que di-zia que aquele concurso de 2000 produziria efeitos até que fosse aberto um novo, o que foi decisivo para a Octapharma. O contrato ini-cial veio a ser renovado várias ve-
Renovações do contrato de 2000 valeram 137 milhões
zes, ao longo de 12 anos, apesar de até terem sido abertos dois concur- sos para o mesmo tipo de forneci- mento, cujos resultados resulta-
- riam numa perda de mercado para aquela farmacêutica. O problema foi que o concurso aberto em 2005 foi anulado dois anos depois, en-quanto que o lançado em 2008 nunca daria lugar a nenhuma adju-dicação. No primeiro caso, por de-cisão dos titulares do Ministério da Saúde no Governo de José Sócrates; no segundo, por omissão.
Na semana passada, o então se-cretário de Estado da Saúde, Ma-nuel Pizarro, afirmou ao IN que nunca teve "qualquer intervenção, direta ou Indiretamente, em ne-nhum concurso relacionado com a aquisição de produtos derivados de plasma".
As sucessivas renovações do contrato resultante do concurso do ano 2000 valeram à Octapharma ganhos de 137 milhões de euros e são o principal foco da investigação que está a ser realizada pela Unida-de Nacional de Combate à Corrup-ção, da Policia Judiciária, sob a di-reção do Departamento de Investi-gação e Ação Penal de Coimbra. No entanto, a Octapharma foi fazendo outros contratos, ao longo dos anos, que lhe permitiram faturar muito mais.
Depois de Manuel Pizarro fazer publicar um despacho que descen-tralizou os concursos de forneci-mento hemoderivados e que alega-damente reduziu a despesa geral e o monopólio da Octapharma, esta faturou, ainda assim, uma média de 38 milhões de euros anuais, entre 2009 e 2012. Se se multiplicar só aquele valor pelos 17 anos de forne-cimentos sob investigação, chega--se a um montante de 612 milhões de euros. •
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