30
CRIMINOLOGIA CRIMINOLOGIA FAPAN – 3º SEMESTRE – 2011 FAPAN – 3º SEMESTRE – 2011 Prof. Paulo Faria Prof. Paulo Faria

1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CRIMINOLOGIACRIMINOLOGIA

FAPAN – 3º SEMESTRE – 2011FAPAN – 3º SEMESTRE – 2011Prof. Paulo Faria Prof. Paulo Faria

Page 2: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Page 3: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Direito Penal: ramo do Direito que Direito Penal: ramo do Direito que cuida do crime.cuida do crime.

Direito Penal:Direito Penal:1.1. Sistema abstrato de normas;Sistema abstrato de normas;2.2. Analisa e aplica a lei ao caso concreto;Analisa e aplica a lei ao caso concreto;3.3. Sanções contra condutas ofensivas Sanções contra condutas ofensivas

aos bens jurídicos tutelados.aos bens jurídicos tutelados. Crime para o Direito: fato hipotético Crime para o Direito: fato hipotético

descrito na norma legal.descrito na norma legal.

Page 4: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Crime: motivo de atenção do meio Crime: motivo de atenção do meio social.social.

Conceito Técnico-Jurídico de Crime:Conceito Técnico-Jurídico de Crime:

1.1. infração à norma;infração à norma;

2.2. lesão a um bem jurídico tutelado.lesão a um bem jurídico tutelado. Criminoso: sujeito ativo do crime.Criminoso: sujeito ativo do crime. Vítima: sujeito passivo do crime.Vítima: sujeito passivo do crime.

Page 5: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Crime: conduta típica, antijurídica e Crime: conduta típica, antijurídica e culpável.culpável.

Fato Típico: previsto na lei.Fato Típico: previsto na lei. Antijurídico: ilícito, ilegal.Antijurídico: ilícito, ilegal. Culpabilidade: pressuposto para Culpabilidade: pressuposto para

aplicação da pena.aplicação da pena. Ex: Art. 121 do Código Penal: “Matar Ex: Art. 121 do Código Penal: “Matar

alguém” – Pena: reclusão de 6 a 20 alguém” – Pena: reclusão de 6 a 20 anos.anos.

Page 6: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Problema da análise técnico-jurídica:Problema da análise técnico-jurídica:1.1. Não analisa os fatores que levam a Não analisa os fatores que levam a

pessoa a praticar o crime;pessoa a praticar o crime;2.2. Não leva em conta os traumas Não leva em conta os traumas

sofridos pela vítima;sofridos pela vítima;3.3. Não fornece diagnóstico sobre o Não fornece diagnóstico sobre o

fenômeno criminal;fenômeno criminal;4.4. Não sugere programas, estratégias Não sugere programas, estratégias

ou diretrizes para intervir no crime.ou diretrizes para intervir no crime.

Page 7: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

A existência do crime:A existência do crime:

1.1. Fenômeno normal da vida em Fenômeno normal da vida em sociedade;sociedade;

2.2. Cientificamente desconhecido;Cientificamente desconhecido;

3.3. Não há soluções mágicas;Não há soluções mágicas;

4.4. Total erradicação é utopia;Total erradicação é utopia;

5.5. Procura-se o controle com custo Procura-se o controle com custo social razoável para a sociedade.social razoável para a sociedade.

Page 8: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Medição do Controle: Sensação de Medição do Controle: Sensação de Segurança.Segurança.

Objetivo da Criminologia: prevenção do Objetivo da Criminologia: prevenção do crime.crime.

Pressupostos da prevenção do crime:Pressupostos da prevenção do crime:

1.1. Prevenção efetiva;Prevenção efetiva;

2.2. Custos sociais adequados;Custos sociais adequados;

3.3. Antecipar ao início do fenômeno Antecipar ao início do fenômeno criminal.criminal.

Page 9: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Conceito de crime para a Criminologia:Conceito de crime para a Criminologia:1.1. Enriquecimento da análise técnico-Enriquecimento da análise técnico-

jurídica;jurídica;2.2. Caráter propedêutico para o Direito Caráter propedêutico para o Direito

Penal e Direito processual Penal;Penal e Direito processual Penal;3.3. Enfoque científico: empírico e Enfoque científico: empírico e

interdisciplinar;interdisciplinar;4.4. Preocupação com o infrator e vítima;Preocupação com o infrator e vítima;5.5. Crime como problema social e Crime como problema social e

histórico.histórico.

Page 10: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Crime: fenômeno complexo.Crime: fenômeno complexo. Não basta:Não basta:

1.1. Boas leis;Boas leis;

2.2. Bons servidores;Bons servidores;

3.3. Sistema legal eficaz.Sistema legal eficaz. Isto determina o população Isto determina o população

encarcerada, mas não a diminuição encarcerada, mas não a diminuição correspondente da criminalidade. correspondente da criminalidade.

Page 11: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Fatores relacionados à criminalidade:Fatores relacionados à criminalidade:1.1. Pretensão punitiva do Estado Pretensão punitiva do Estado

(castigo);(castigo);2.2. Infrator, vítima e comunidade Infrator, vítima e comunidade

jurídica (atores);jurídica (atores);3.3. Reparação do dano causado;Reparação do dano causado;4.4. Reabilitação do delinqüente;Reabilitação do delinqüente;5.5. Tratamento da vítima;Tratamento da vítima;6.6. Prevenção racional do crime.Prevenção racional do crime.

Page 12: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Palavra Criminologia:Palavra Criminologia:

1.1. Empregada pela 1ª vez por Empregada pela 1ª vez por Topinard (1883);Topinard (1883);

2.2. Popularizada por Rafael Garófalo na Popularizada por Rafael Garófalo na sua obra “Criminologia”;sua obra “Criminologia”;

3.3. Latim “Crimino”: crime;Latim “Crimino”: crime;

4.4. Grego “Logos”: estudo ou tratado;Grego “Logos”: estudo ou tratado;

5.5. Crimino + logia = estudo do crime.Crimino + logia = estudo do crime.

Page 13: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Não confundir:Não confundir:

1.1. Criminologia: ciência que estuda o Criminologia: ciência que estuda o crime.crime.

2.2. Criminalística: ciência de Criminalística: ciência de investigação criminal que estuda os investigação criminal que estuda os elementos materiais encontrados no elementos materiais encontrados no local de crime, com o objetivo de local de crime, com o objetivo de esclarecer o crime e a identificação esclarecer o crime e a identificação de criminosos.de criminosos.

Page 14: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Interesse da Criminologia:Interesse da Criminologia:

1.1. Tudo que contribui para a existência da Tudo que contribui para a existência da criminalidade;criminalidade;

2.2. Estudo do comportamento humano;Estudo do comportamento humano;

3.3. Homem: agente e vítima do ato Homem: agente e vítima do ato criminoso.criminoso.

Atenção:Atenção:

1.1. Crime: fenômeno normal;Crime: fenômeno normal;

2.2. Criminoso: fenômeno anormal.Criminoso: fenômeno anormal.

Page 15: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Conceito de criminologia:Conceito de criminologia:

1.1. ““Criminologia é a ciência empírica e Criminologia é a ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime, da pessoa do estudo do crime, da pessoa do infrator, da vítima e do controle infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo...” social do comportamento delitivo...” (Antônio Garcia-Pablos de Molina).(Antônio Garcia-Pablos de Molina).

Page 16: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Enfoque antropológico da Criminologia:Enfoque antropológico da Criminologia:

1.1. Ciência que estuda mais o homem que o Ciência que estuda mais o homem que o crime;crime;

2.2. Estudo do homem que pratica o crime;Estudo do homem que pratica o crime;

3.3. Estudo das causas que induzem o Estudo das causas que induzem o homem a violar a lei (fatores endógenos homem a violar a lei (fatores endógenos e exógenos);e exógenos);

4.4. Estudo do homem como vítima do crime.Estudo do homem como vítima do crime.

Page 17: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

CONCEITO DE CRIMINOLOGIACONCEITO DE CRIMINOLOGIA

Análise da Criminologia:Análise da Criminologia:1.1. A criminologia acumula dados sobre A criminologia acumula dados sobre

o delito e transforma esses dados em o delito e transforma esses dados em informação, interpretando-os, informação, interpretando-os, sistematizando-os e valorando-os;sistematizando-os e valorando-os;

2.2. Atenção para o Critério de Atenção para o Critério de Autoridade;Autoridade;

3.3. Cuidado com o Mito da Neutralidade Cuidado com o Mito da Neutralidade Científica: cientista é um observador Científica: cientista é um observador livre de preconceitos.livre de preconceitos.

Page 18: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

MÉTODO DA CRIMINOLOGIA

Page 19: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

MÉTODO DA CRIMINOLOGIA

Criminologia e Direito Penal:1. Realidades próximas;2. Métodos distintos. Direito: método dedutivo. Criminologia: método indutivo. Características do Método

Criminológico:1. Empirismo;2. Interdisciplinaridade.

Page 20: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

MÉTODO DA CRIMINOLOGIA

Direito:1. Ciência normativa (Método lógico,

abstrato e dedutivo);2. Ciência do “Dever-ser” (juízo de

valor); Criminologia:1. Ciência empírica (Método baseado na

observação da realidade);2. Ciência do “Ser” (juízo de realidade).

Page 21: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

MÉTODO DA CRIMINOLOGIA

Método Dedutivo:1. Há uma regra geral e dela se parte

para o caso concreto;2. Ênfase ao Critério de Autoridade. Método Indutivo:1. Observação da realidade para a

formulação das hipóteses;2. A força dos fatos concretos prevalece

sobre o Critério de Autoridade.

Page 22: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

MÉTODO DA CRIMINOLOGIA

Método Empírico:1. Não é sinônimo de “chute”;2. É a análise e observação da realidade;3. utiliza a indução para formular suas

hipóteses;4. hipóteses se verificam e se reforçam

por força dos fatos.5. É o saber provisório que não busca a

exatidão, mas reúne informação válida, confiável e contrastada sobre o crime.

Page 23: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

MÉTODO DA CRIMINOLOGIA

Objeto do método empírico: mundo real, verificável, mensurável e não o mundo de valores.

Realidade é, por si só, dinâmica, está sempre em construção.

Objeto específico da Criminologia: crime, criminoso, vítima e o controle social.

Page 24: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

MÉTODO DA CRIMINOLOGIA

Método Experimental: construir a hipótese a partir de um artefato experimental construído para esse fim.

Método não experimental: Conhecer a realidade, tal como se apresenta, para explicá-la.

Criminologia não é ciência experimental:

1. Objeto da investigação seria inviável;2. Objeto da investigação seria ilícito.

Page 25: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

MÉTODO DA CRIMINOLOGIA

Requisito de aplicação universal da Criminologia é desnecessário:

1. Crime é fenômeno social complexo.2. Cada país possui leis próprias (história,

cultura, costumes e tradições).3. Crime aparece num meio sociocultural

determinado.4. Crime não pode ser tratado com regras

gerais, mas particulares de cada região.

Page 26: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

MÉTODO DA CRIMINOLOGIA

Ciência Interdisciplinar:1. Interelaciona-se com diversas outras

ciências que se ocupam do crime como fenômeno individual e social;

2. Exemplo: biologia, psicologia, sociologia, antropologia, filosofia e o ´próprio Direito;

3. Cada uma possui métodos, enfoque e pretensões sobre o fenômeno criminal.

Page 27: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

MÉTODO DA CRIMINOLOGIA

Criminologia como instância superior:1. Coordenar e integrar experiências

setoriais e especializadas;2. Não permitir monopólios e exclusões;3. Formular diagnóstico científico e

totalizador sobre o fenômeno criminal;

4. Ênfase pela prevenção e controle da criminalidade.

Page 28: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

MÉTODO DA CRIMINOLOGIA

Não confundir:1. Interdisciplinar: diálogo franco e

sincero entre áreas do conhecimento;2. Multidisciplinar: áreas do

conhecimento trabalham mantém visões distintas.

Problema: Por questões pessoais ou corporativas trabalha-se de forma multidisciplinar e não interdisciplinar.

Page 29: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

MÉTODO DA CRIMINOLOGIA

Conceito criminológico do crime:1. É mais amplo do que o do Direito

Penal (saber se a conduta do agente era típica, ilícita e culpável);

2. Esquece momentaneamente o ato praticado e busca-se as possíveis causas do crime (análise da família, meio social, oportunidades sociais, do caráter etc);

3. O passado forma um elo indissociável com o comportamento criminoso.

Page 30: 1.CRIMINOLOGIA.17.2.11

FIM