1.1) Expansão Ultramarina Portuguesa e chegada ao Brasil

-Centralização Política

A participação dos portugueses no comércio europeu ganhou impulso já no início

do século XV(1401-1500), sendo conhecida como pioneira no comércio marítimo. Um dos

fatores que colaborou com esse estágio desenvolvido pelos portugueses foi processo de

centralização política ocorrido nos séculos XIII e XIV.

Dois acontecimentos merecem destaque para entender a adiantada centralização

política de Portugal, primeiro a retomada da peninsula ibérica que durante o século XI era

de domínio mulçumano e foi por um longo processo de guerras reconquistada no século

XIII pelos cristãos e segundo a Revolução de Avis, mudança dinástica apoiada pelos

burgueses e nobres portugueses.

-Escola de Sagres

A dinastia de Avis executou várias atividades com interesse de desenvolver o

comércio marítimo Português, Dom Henrique, o navegador (1394-1460) construiu a

chamada Escola de Sagres local onde reuniu vários especialistas da atividade naútica em

busca de desenvolver tecnologias marítimas.

-Mercatilismo e a Política colonial

Os interesses da coroa e da burguesia nas expedições marítimas assimilava os

valores da política econômica do mercatilismo. Nessa política a riqueza das nações era

mensurada pela quantidade de metais preciosos, além disso os países deveriam vender

mais produtos do que comprar para manter a balança comercial favorável, outra

característica da política mercantilista é o pacto colonial, no qual o território colonizado

deveria comercializar seus produtos somente com a metrópole constituindo um monopólio

comercial.

-Expedições e desenvolvimento marítimo

O evento inaugural da expansão do império marítimo português foi a tomada de

Ceuta em 1415. Durante o século XV a coroa e a burguesia motivada pelos interesses

mercatilistas e buscando rotas alternativas para conseguir as especiarias, financiaram

diversas expedições marítimas na costa africana, pouco a pouco os navegadores

chegavam em locais mais ao sul da África, com isso a tecnologia marítima foi bastante

desenvolvida durante esse período.

Principais expedições marítimas:

1434: Gil Eanes dobra o cabo Bojador (Portugal)

1488: Bartolomeu Dias chegou ao Cabo da Boa Esperança (Portugal)

1492: Cristovão Colombo chega a América Central (Espanha)

1498: Vasco da Gama atinge Calicute, na costa oeste da Índia (Portugal)

1500: Pedro Alvarés de Cabral chega ao Brasil (Portugal)

1519: Fernão de Magalhães circum navegação (Espanha)

-Tratados

No final do século XV Portugal ganhou a concorrência da Espanha no comércio

Ultramarino e para organizar a expansão ibérica no novo mundo foram discutidos tratados

territoriais.

Bula Intercoetera foi um tratado editado em 1493, com a bênção do Papa

Alexandre VI (Rodrigo Borgia), em que determinava o dominio português após 100 léguas

do Cabo Verde na direção ao oeste, em quanto o domínio espanhol ficava na direção

leste. Esse tratado foi muito contestado pela coroa portuguesa, pois ela não teria dereito a

nenhum domínio territorial do continente americano.

Tratado Tordesilhas foi editado em 1494, entre Portugal e Espanha que reformou

o limite territorial injusto do lado português proposto na Bula Intercoetera. A linha

imaginária de divisão deixou-se de ser determinada por 100 léguas do Cabo Verde, e

passou para 370 léguas.

1.2)Da organização da Colônia ao Governo Geral

Periodo Pré-Colonial

De 1500 a 1530 a presença dos portugueses no continente americano foi pouco

expressiva, tirando o comércio de Pau-Brasil não haviam encontrado insumos

econômicos lucrativos, além disso os portugueses estavam mais atraídos para o comércio

de especiarias localizado nas Indias. Esse periodo não houve um projeto colonial

português para o continente americano, com isso ele é denominado pela historiografia

como periodo pré-colonial.

Pau-Brasil – Escambo – Feitorias

Como foi citado no texto, a principal característica econômica desse periodo foi a

exploração de Pau-Brasil. A mão de obra era indígena conseguida pelos portugueses

através do escambo, prática de troca da força de trabalho por obejetos como espelhos,

miçangas, armas e etc. Para exercer a exploração do Pau-Brasil e proteger o território do

continente americano de ataques feitos por piratas, principalmente franceses, os

Portugueses construiram diversas Feitorias.

Expedição de Martim Afonso de Souza e política colonizadora

A primeira expedição colonizadora foi comandada em 1531 por Martim Afonso de

Souza, nomeado como capitão-mor da expedição pela coroa Portuguesa trouxe mudas de

cana de açúcar e sementes de outros produtos agrícolas. Sua política colonizadora

consistiu na distribuição de sesmarias (lotes de terra) aos novos habitantes que se

dispusessem a cultivá-las. Fundou, em 1532, as vilas de São Vicente e Santo André da

Borda do Campo, respectivamente no litoral e no interior do atual estado de São Paulo.

Capitanias Hereditárias

A coroa portuguesa com objetivo de fomentar a economia açucareira no Brasil,

decidiu dividir o território e distribui-los a nobres e comerciantes protugueses conhecidos

como capitães donatários. Esses tinham a obrigação de administrar o território e investir

seu dinheiro na economia açucareira. Porém das 15 capitanias criadas pela coroa

somente duas se destacaram economicamente: São Vicente e Pernanbuco que se

destacou devido as condições climáticas favoráveis ao cultivo da cana-de-açúcar, a maior

proximidade da Metrópole e a política de povoamento de seu donatário, Duarte Coelho,

beneficiaram o desenvolvimento da capitania pernambucana.

Governo Geral

O Regimento de 1548, que criou o sistema de governos-gerais, reafirmava a

autoridade e soberania da Coroa e fortalecia os instrumentos colonizadores.O

governador-geral tinha muitos poderes, mas também muitas obrigações: deveria

neutralizar a ameaça constante dos indígenas, combatendo-os ou aliando-se a eles;

reprimir os corsários; fundar povoaçõesconstruir navios e fortes; garantir o monopólio real

sobre o pau-brasil; incentivar o plantio de cana-de-açúcar; procurar metais preciosos; e

defender os colonos. Seus auxiliares, encarregados das finanças, da defesa do local e da

justiça eram, respectivamente, o provedor-mor(economia), o capitão-mor(militar) e o

ouvidor-mor(jurídico).

O primeiro governador-geral, instalado em Salvador em 1549, foi Tomé de Sousa,

tendo como sucessores Duarte da Costa e Mem de Sá. O quarto governador-geral,

nomeado em 1570, não chegou a desembarcar na colônia, pois foi atacado por piratas

franceses em alto-mar. Mem de Sá permaneceu no cargo por mais dois anos, até falecer,

em 1572, aos 74 anos. A metrópole decidiu então dividir a administração da colônia entre

dois governadores: dom Luís de Brito, em Salvador, e dom Antônio Salema, no Rio de

Janeiro.