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1
Que é o domínio?
O domínio parece ser um problema sempre patente num
período de transição, em que a velha onda da glória de Deus dá lugar
a uma no onda, como estamos experimentando hoje. O poder do
domínio afeta todo círculo cristão. O domínio abusivo amarra as
pessoas a laços de escravidão desnecessários e impede que elas
realizem os propósitos de Deus em suas vidas.
Existe o domínio natural que pode ser exercido sobre outrem
e o autodomínio que deve ser exercido no interior de cada indivíduo.
Mas há, ainda, um domínio satânico que poderá ser exercido por um
indivíduo sobre o outro.
Neste livro discutiremos sobre o domínio abusivo, todavia
também examinaremos o lado positivo do domínio que chamamos de
“compromisso”. Este tipo de autoridade delegada sobre um indivíduo
que se compromete a cumprir o plano de Deus na terra e que busca e
encontra no Senhor – e não nas pessoas – a sua segurança e promoção
pessoais.
Cada um de nós necessita exercitar autodomínio de modo a
proteger-se do pecado. Este tipo de domínio e exercitado ao
aplicarmos a Palavra de Deus as nossas vidas. A Palavra é o
equilíbrio; e temos de usar disciplina no dia-a-dia. Todavia, aquele
que exerci domínio abusivo pretende tornar-se o fator decisivo na vida
de outros. Tais indivíduos colocam-se no lugar da Palavra de Deus
como equilíbrio da vida das pessoas a quem querem controlar,
reagindo negativamente, se não forem o ponto de domínio de todas as
decisões tomadas. Devemos notar que o que está acontecendo no
mundo espiritual está se refletindo no mundo físico. Existe
atualmente, no mundo, um grande conflito pelo domínio da mente
humana. Este conflito dá-se entre as forças da luz (Cristianismo) e as
forças das trevas (poderes satânicos).
Apesar de o Cristianismo ter se deteriorado, as pessoas sofrem
bastante como resultado do domínio ímpio que foi exercido pelos
comunistas. Os governos totalitários dominam o povo através do
medo, da ignorância, da pobreza, ao restringir o conhecimento acerca
do mundo exterior e ao limitar a liberdade de expressão religiosa.
Tenho viajado por mais de 40 nações do mundo. Durante este
tempo, algumas estiveram e ainda estão sob influência comunista. Por
isso, estou escrevendo com conhecimento de causa, tanto quanto da
condição da Igreja, como da sociedade em geral.
Quando em visita a um dos países comunista viajei deitado na
traseira de caminhões, enquanto as balas voavam sobre minha cabeça.
Nestas nações, algumas pessoas foram assassinadas por causa do
desejo e liberdade política, econômica e religiosa. Vi filas para
comprar pão e ouvi o clamor angustiante dos cristãos da das igrejas
subterrâneas.
No entanto, as pessoas que vivem nas sociedades livres não
estão isentas do domínio abusivo, esse domínio poderá surgir de pais,
cônjuges, amigos, credores, líderes espirituais e até mesmo de
crianças, todos muito bem intencionados. O propósito deste livro é
ajudar cristãos a reconhecer o âmago da questão do domínio abusivo
e a compreender as respectivas ações e reações negativas, para que
passam libertar-se e ministrar eficazmente àqueles que ainda se
encontram escravizados.
Também é importante reconhecer e entender o lado positivo
do domínio, a fim de sermos capazes de discernir com clareza as
diferenças entre o domínio abusivo e o domínio positivo, para nos
submetermos às autoridades corretamente e crescermos até à
plenitude de maturidade em Cristo.
2
Domínio abusivo
À vezes, é necessário que se isole, releve e compreenda
o lado negativo da questão, para que se posso discernir o lado positivo.
Ao aprendermos a atuar no mundo espiritual, aprendemos geralmente
os métodos através de tentativas e erros.
Quando cometemos um erro, nós o corrigimos, fazendo os
ajustes necessários e prosseguimos.
É importante que se defina o problema porque ajudará a
determinar a solução. Isto também se aplica a área de domínio
abusivo.
O domínio não tem origem em pessoas estranhas a nós. O
diabo não vai usar um mendigo da rua para controlar a vida de um
cristão da Igreja de Jesus Cristo. Por favor, compreenda este princípio.
Se um estranho entrasse em sua casa ou em sua igreja,
anunciando que tinha permissão para ocupar as instalações, você o
expulsaria. Mas, se alguém, que você conhece e, em quem confia,
surgisse em cena com o mesmo propósito, você não o expulsaria tão
rapidamente devido ao respeito que tem por essa pessoa.
Algumas das pessoas que você respeita atualmente poderão
decidir, no futuro, não continuar a seguir o Senhor. Se você próprio
não estiver seguro no Senhor, esta situação poderá gerar um grande
problema e sua vida, e seu destino e em sua Igreja. Você deve
descobrir a ração do seu viver em Deus e deve ser capaz de discernir
espiritualmente com precisão.
Definição do domínio abusivo
Comecemos nosso estudo respondendo a questão; que é
domínio abusivo?
O domínio abusivo pode ser definido como “uma tentativa de
dominar outra pessoa, a fim de realizar os desejos e aumentar a
segurança pessoal de quem domina”.
O indivíduo que exerce o domínio abusivo não tem
consideração alguma pelo que está sendo controlado e dominado. O
dominador abusivo pode ser uma criança, um adulto, um cônjuge, um
irmão ou irmã, um pai ou avô, um empregado, um estudante, um
membro da igreja, um líder, ou o melhor amigo. O objetivo do
dominador é a sua sobrevivência, custe o que custar.
As características do dominador abusivo
Um dominador é uma pessoa insegura. Embora esse indivíduo
pareça lidar com facilidade e segurança com todas as coisas, em seu
interior não deixa de ser um medroso e sente-se intimidado e
incompleto.
O medo de rejeição é a força motriz das ações de um
dominador. Embora seja alguém de quem se possa depender, ele acaba
por ser o dependente. Manipular os outros é importante para que ele
se sinta necessário, pois isso é a sua segurança.
Sempre que colocamos nossa confiança em algo ou em
alguém que não seja Deus, e somente em Deus, abrimo-nos ao
engano e ao desespero. É verdade que necessitamos dos outros para
nos ajudarem, encorajarem, e motivarem, mas devemos depender
apenas de Deus e não das pessoas. Não devemos basear nossas vidas
nas opiniões daqueles que nos rodeiam. Devemos comparar as
palavras das pessoas com as palavras de Deus e seguir a direção e
orientação do Senhor.
Um dominador abusivo é obcecado em observar o
comportamento dos outros. Seu foco de interesses situa-se em alguém
ou em alguma coisa e não em si próprio. Ele não pode definir a direção
ou descrever o plano para sua própria vida, porque está muito
preocupado com a vida da outra pessoa que ele está controlando.
Todas as vezes que nossa segurança se encontra em algo ou alguém
além de Deus, ela está sujeita ao fracasso.
Um dominador abusivo reprime o poder criativo do Espírito
através da pessoa que se encontra sob sua influência; uma vez que se
encontra amarrado pelo medo, ele inibe os outros de serem aquilo que
realmente são. Muitos dominadores abusivos têm o desejo genuíno de
ver o mover do Espírito operando com eficácia e sucesso. Porém, na
tentativa de promoverem esse mover, eles podem tornar-se religiosos
e abafar as verdadeiras vocações e os dons daqueles que se encontram
à sua volta e sob sua autoridade. Geralmente evitam expressão
abertamente seus sentimentos ou se comunicarem honesta e
diretamente.
Devido ao medo de serem rejeitados, os dominadores abusivos
possuem uma personalidade egoísta. Eles exigem com muita
facilidade. Tais exigências são frequentemente expressadas com
crueldade.
Um dominador abusivo tem um baixo conceito de dignidade
própria. Ele ignorou completamente o problema que reside dentro
dele e voltou-se totalmente para o problema dos outros. Alimentado
por seu sentimento de rejeição pessoal, ele baseia sua vida e o
resultado dela naquilo que ele consegue alcançar com seu próprio
trabalho. Ele considera os que estão à sua volta como se fossem o alvo
de sua realização pessoal. Se eles falham, ele considera-se um
fracassado.
Por favor, entenda que rejeição não tem nada a ver com auto-
estima. A rejeição é um forte espírito demoníaco no mundo. O fato de
sermos aceitos ou rejeitados pelos outros não tem nada a ver com o
valor ou a dignidade que possuímos como filhos de Deus.
A natureza do domínio abusivo
O domínio abusivo é uma ilusão. É uma sensação imaginaria
de poder usado pelo diabo para enganar quem a utiliza. Ninguém
poderá controlar a vida e as emoções dos outros. O próprio Deus
concedeu o livre arbítrio a humanidade e Ele jamais violará o nosso
dom de escolha ou decisão. A única pessoa a quem você pode
controlar e transformar é você mesmo. Deus não é um Deus de ilusão
ou fantasia. Ele é o Deus de realidade.
O domínio abusivo é como um devorador que age
imperceptivelmente e muitas vezes, é clandestino. Ele está
acompanhado de ligações anormais e qualquer relacionamento em
que ele toca acaba por desmoronar-se.
Finalmente, o domínio abusivo é caracterizado pela
manipulação – a ferramenta principal do dominador abusivo, que a
utiliza para escravizar os outros a si mesmo. Nos dois capítulos
seguintes discutiremos sobre as áreas primarias do domínio abusivo:
manipulação emocional e espiritual.
3
Manipulação emocional
Seja qual for a forma que avaliemos o domínio abusivo, este
sempre terá origem num processo reacionário. Um dominador abusivo
ou reage de um modo exagerado ou não fará nada – agirá do modo
que for necessário para manter sua vítima indecisa. Isto acontece
porque o dominador abusivo realiza-se na esfera da alma.
O âmbito da alma produz uma falsa sensação de segurança,
dando oportunidade de ação a espíritos demoníacos. Em vez de
encontrar realização no lugar certo, no compromisso e confiança em
Jesus Cristo, o dominador abusivo procura realizar a si próprio e aos
outros através do uso do poder pessoal e do respeito artificial.
Tipos de manipulação emocional
O método principal usado por um dominador abusivo é a
manipulação emocional. Lágrimas e desespero, raiva, ameaças e
silêncio são todos instrumentos básicos da manipulação emocional. O
silêncio, que é uma forma de rejeição, é uma das armas emocionais
mais poderosas.
Muitas pessoas são controladas pelas suas próprias emoções
porque tomam decisões baseadas principalmente em seus
sentimentos. Por isso tomam tantas decisões erradas!
De fato, o erro de muitos cristãos é basear as decisões em
sentimentos, ao invés de basearem-nas na liderança do Espírito Santo.
Encontrar segurança em Jesus será o fator decisivo entre
sentimentos e direção acurada do Espírito.
Esta é a razão principal porque muitos jovens acabam
escolhendo errado seus cônjuges, o que os leva à infelicidade e
frequentemente ao divórcio. Isto também é a razão porque pessoas que
lidam com negócios tomam decisões erradas, perdendo tudo o que
possuem.
Isto também é o que faz com que pastores assumam igrejas das
quais eles não deveriam ser o pastor (não é somente pelo fato de ser
uma igreja boa que significa que ele foi chamado para ser o pastor
dela).
Lágrimas e desespero
Um exemplo clássico de manipulação emocional começa
quando sogros e pais de um casal desejam que eles, que são recém-
casados, passem o natal com eles.
Isto começa de forma inocente quando a esposa diz a sua mãe:
“Penso que vamos passar o natal com os pais de João”. A mãe começa
a chorar e reclamar, “Você não nos ama mais, caso contrário você
viria passar o natal conosco!”.
Esta reação negativa lança a filha num estado emocional. Ela
hesita e finalmente concorda na mudança dos planos.
Mas, quando o rapaz liga para a casa de sua mãe e lhe dá a
notícia, ela também fica aborrecida e inflexível. “Mas já havíamos
planejado tudo!”, ela diz. “Certamente não podemos mudar tudo
agora!”
Muitos são controlados por meio de tais demonstrações
emocionais. Isto não acontece apenas com recém-casados, mas às
pessoas em qualquer fase de suas vidas.
Frequentemente, quando a vontade do dominador é
contrariada, ele começa a choramingar dizendo: “Você não gosta mais
de mim” ou “você já não quer mais a minha companhia”.
Nem todo dominador abusivo governa com uma mão de ferro.
Alguns vestem-se de gentileza e doçura. Estes dominadores são letais.
Se eles não conseguirem produzir uma lágrima, eles, algumas vezes,
vão chegar ao desespero. A intenção deles é fazer com que suas
vitimas sintam uma sobrecarga enorme de responsabilidade por eles e
por suas vidas.
Tais dominadores sabem como tocar as cordas da culpa,
deixando que os outros o vejam como um coitado. Eles controlam
através de suas supostas doenças, fraquezas, tornando-se vítimas.
Ainda que algumas vezes, seus padecimentos e doenças sejam
verdadeiros, na maioria dos casos são provocados ou, pelo menos,
exagerados. Tais pessoas fazem com que suas vitimas sintam que, no
caso de não serem consoladas e aduladas, todo o seu mundo virá por
água abaixo.
Você sabe o que deveria fazer caso venha a se encontrar numa
situação de exploração como esta? Seja gentil, porém firme. Faça com
que essa pessoa saiba que você não se deixará ser manipulado
emocionalmente.
Se alguém tentar fazer com que você se sinta obrigado a mudar
seus planos preestabelecidos, apenas para satisfazer seus desejos
próprios, diga: “O que sinto por você não tem nada a ver com esta
circunstância. Desculpe-me, se você está triste, mas as coisas são
assim mesmo”.
Se você tem sido usado e abusado por alguém que quer apenas
explorar sua simpatia, diga a ele ou a ela: “Não gosto quando você age
desta forma. Você não entendeu quais são as minhas
responsabilidades”.
Algumas vezes você terá de ser firme e dizer: “Eu não tenho
de concordar com você nesta área e me deixar manipular por sua
atitude”.
Não caia na armadilha da manipulação, pensando que algo está
errado com você. Examine-se a si mesmo pela Palavra de Deus. Se
você tem paz consigo mesmo, então saiba que o descontrole
emocional desta outra pessoa é apenas uma indicação do problema
dela ou da circunstância presente e não um reflexo de você.
Ira
Se uma cena de lágrimas e desespero não atinge os objetivos
previstos, o dominador usará frequentemente da ira. A maioria das
pessoas não sabe lidar com um indivíduo irritado.
Você sabe o que deve fazer com uma pessoa encolerizada?
Fique calmo. Não reaja! Se reagir, poderá desencadear uma série de
acontecimentos negativos. Não faça nada que possa provocar ou
justificar qualquer comportamento inapropriado.
Olhe apenas para a pessoa irritada, declare a verdade
calmamente e recuse-se a reagir negativamente! Ao recusar-se a reagir
à ira, vai conseguir livrar-se do poder deste tipo de domínio abusivo.
Aprenda a não reagir de formas desnecessárias que não
funcionam. Por vezes, é bom deixar a pessoa irritada sozinha com sua
ira.
A pessoa encolerizada pode não saber o que fazer nessa
situação. Pode agredir a parede e dar pontapés nas cadeiras. Se ele o
fizer, quando você voltar para a sala, diga-lhe: “Por que é que você
fez um buraco na parede? Isto é uma atitude adulta?”
Entenda também que, quando você desarma um dominador
abusivo, emoções extremas aflorarão. A ira vai saturar a atmosfera
assim como os seus pensamentos. Se não tiver cuidado, palavras
cheias de ira atingirão a sua mente como balas de metralhadora,
tentando impedir que você se defenda convenientemente.
Mantenha seus objetivos claros e precisos. Quando você
decide viver responsavelmente, os outros devem fazê-lo também.
Ameaças
Palavras de fracasso, derrota, obrigações não naturais, culpa,
crítica e intimidação é o que geralmente se segue. Estas ameaças são
usadas com a intenção de controlar a vida das pessoas. São formuladas
para paralisar através do medo e para produzir o resultado que o
dominador abusivo deseja.
A Bíblia tem muito a dizer acerca do poder das palavras.
“...A morte e a vida estão no
poder da língua: aquele que a
ama comerá do seu fruto.”
Provérbios 18:21
As escrituras referem-se às palavras como “espadas” (Salmo
59:7, Hebreus 4:12, Apocalipse 1:16; 19:15) e as que são proferidas
negativamente em nossas vidas produzirão um efeito prejudicial, se
as recebermos e vivermos de acordo com elas.
A versão da Bíblia Amplificada do Salmo 55:21 diz:
“As palavras da sua boca eram
mais suaves que creme ou
manteiga, mas havia guerra no
seu coração; as suas palavras
eram mais macias que azeite, no
entanto eram espadas nuas.”
Mais uma vez, a Bíblia Amplificada contém esta interpretação
do Salmo 59:7:
“Acautelai-vos; eles vomitam
insultos com as suas bocas; há em
seus lábios espadas (de sarcasmo,
zombaria, engano e mentira);
porque, dizem eles, quem ouve?”
Tal como uma espada ou flecha trespassam o coração no
campo de batalha, também as palavras negativas são pronunciadas
para trespassarem o coração de quem as ouve. Se as palavras orem
proferidas de forma negativa e ofensiva, vão ferir profundamente, se
não forem removidas. Ninguém poderá carregar palavras negativas no
coração, ao mesmo tempo que cumpre o plano de Deus para sua vida,
tal como não pode andar por aí, vivendo com uma espada ou uma
flecha atravessada no coração!
Eis um exemplo de palavras ameaçadoras. Suponha que você
anuncie com total certeza que Deus o chamou para deixar sua casa e
seus familiares e ir servi-Lo num lugar longínquo. Um dominador
abusivo diria logo: “Você nunca vai ter sucesso nesse lugar”, ou:
“você provavelmente vai morrer lá”. Em alguns casos, ele ameaçará
o seu relacionamento dizendo: “Se você for, não precisa voltar para
falar comigo”, ou: “Se você for, não será mais bem-vindo a esta casa”.
Até onde pode chegar a usar ameaças na área financeira: “Se for, não
lhe mando nem mais um tostão”, ou: “Se você for, irá sem nenhum
dinheiro e morrerá de fome.”
Tais palavras são ataques à sua pessoa! Palavras de fracasso
dominam a vida de muitas pessoas, até mesmo sem o saberem.
Como pode você “arrancar” palavras negativas de seus
coração? Contradizendo-as com a Palavra de Deus. A primeira parte
de Hebreus 4:12 (BA) diz-nos:
“Porque a Palavra que o Senhor
fala é viva e cheia de poder –
ativa, prática, estimulante e
eficaz; mais afiada que qualquer
outra espada de dois gumes...”
Fale a Palavra de Deus para você mesmo. As Escrituras dizem
que a Palavra de Deus é mais afiada que qualquer outra espada. A
Palavra correta acalmará e curará as feridas causadas pelas palavras
ofensivas. As palavras negativas só poderão afetar sua vida, se você
permitir que elas o façam.
Silêncio
Se as lágrimas, a ira e as ameaças não funcionarem, então o
dominador abusivo tentará usar a arma do silêncio. Ele vai atacar as
suas vítimas ignorando-as e mantendo-as suspensas, fazendo-as
imaginar o que ele estará pensando ou sentindo.
As pessoas fracas de espírito não suportam tal tratamento. É
por isso que as pessoas fracas são tão suscetíveis ao domínio.
Se alguém está tentando controla-lo pelo uso do silêncio, o que
é que você pode fazer? Nada!
Deixe o indivíduo estar em silêncio! Vá em frente com o seu
trabalho e sua vida. Não deixe que o silêncio domine suas atividades
e o deixem nervoso.
Não se deixe perturbar pelo que alguém faz ou deixa de fazer.
Decida-se a viver com alegria e satisfação.
As vezes, um presbítero ou um diácono decide usar deste tipo
de manipulação na igreja com o pastor. Se isto acontecer, o pastor
deve confrontar a situação. Se o dominador não se arrepender nem
mudar de atitude, o pastor deve afastá-lo de suas funções na igreja até
que este mostre evidências de crescimento e maturidade espirituais.
Evite depender de outra pessoa
Não se coloque na situação de dependência exagerada de
outras pessoas. Não espere que os outros orem por você e recebam as
respostas celestiais para sua vida. Não importa o quão espirituais estas
pessoas sejam, ou quão eficazes tenham sido no passado. Os
conselhos de outros crentes são bons, mas, se você pretende dirigir
sua vida e seu futuro baseado nas palavras de outras pessoas, esteja
preparado para ser controlado e viver uma vida miserável.
Você mesmo deve receber as instruções de Deus para sua
vida. Depois, então, é que poderá analisá-las à luz do conselho de
outras pessoas, as quais já foram aprovadas. Deus tem um plano para
a sua vida. Ele pode desenvolver este plano através de outras pessoas,
porém não vai dirigir você através de outra pessoa.
O medo pode leva-lo a depender de outras pessoas. A Bíblia
diz que o Espírito Santo é o nosso guia. Ele orienta-nos em nosso
interior.
Se você é uma pessoa dependente, não poderá jamais apreciar
uma relação normal com as pessoas porque sua alegria, sua felicidade
e seus pensamentos virão dessas pessoas e não de você mesmo.
4
Manipulação espiritual
Ao discutirmos sobre o domínio abusivo, devemos realçar que
a área da manipulação espiritual é a mais perigosa de todas. Tanto
para o dominador como para a vítima, porque lida com os princípios
espirituais do céu.
Tal como a manipulação emocional, a manipulação espiritual
é baseada no âmbito da alma, e não tem nada a ver com o âmbito
espiritual.
Se um indivíduo não consegue controlar a outra pessoa através
das emoções, ele vai utilizar um ‘poder mais alto’ – uma forma de
manipulação espiritual – para manter sua vitima dependente dele.
Os manipuladores espirituais são pessoas que não
desenvolveram o caráter divino numa determinada área. São guiados
pelas suas ambições ou desejos incontroláveis, em vez de seguirem a
orientação do Espírito de Deus.
Em 1 Timóteo 3:2-6 podemos ler estas palavras:
“O bispo deve ser
irrepreensível...
Não neófito, para que,
ensoberbecendo-se,
Não caia na condenação do
diabo”.
Uma das razões por que o apóstolo Paulo escreveu esta
passagem foi para avisar Timóteo sobre o erro de permitir que um
jovem convertido e inexperiente assumisse responsabilidades de
liderança espiritual. Paulo conhecia o perigo de promover
rapidamente quem não era espiritualmente amadurecido. Estas
pessoas tornam-se facilmente presas da tentação do orgulho e tendem
a ficar ‘inchadas’, se passarem a ocupar uma posição elevada dentro
da igreja. Em vez de servirem humildemente o corpo de Cristo,
tornam-se religiosas e manipuladoras.
Há também aqueles sobre quem Deus derramou
verdadeiramente uma unção especial ou um dom. Mais uma vez, se
não forem amadurecidos espiritualmente, terão tendência de agir com
ares de superioridade por se sentirem entre a ‘elite’. Usam olhares
altivos para com os que consideram ‘menos espirituais’, e usam e
abusam dos que se encontram sob sua autoridade, em vez de amar e
cuidar deles.
Este tipo de pessoas não reconhece que um caráter bom e forte
ajudará na ministração de seus dons e unção, a fim de atingir todo o
seu potencial para que perdure por toda sua vida. Aqueles que não se
concentram na edificação de um caráter forte poderão vir a perder o
dom e unção que têm recebido.
Deus não tem ‘superstars’. Ele tem apenas servos. Se um servo
fizer seu trabalho, Deus irá promove-lo. Mas, ainda que seu nome
venha a ser muito importante, um verdadeiro servo continuará a ter o
desejo de suprir as necessidades das pessoas que estão sob sua
autoridade, e de ajuda-las, quando têm problemas. É para isto que
servem os dons de um ministro. O verdadeiro servo deve ser
cuidadoso para não usar a autoridade que lhe foi dada por Deus para
mandar nos outros.
Deus é um Deus pessoal que fala ao coração de homens e
mulheres individualmente. Os crentes que desempenham função de
liderança devem ser particularmente cuidadosos em dizer exatamente
o que o Senhor lhes manda dizer – nem mais, nem menos! Os líderes
têm a responsabilidade de certificar-se de que, quando falam que
alguma coisa é de Deus, isso realmente o é. Esta certeza virá pelo fato
de eles passarem tempo em oração, meditando nas Escrituras e
buscando o conselho divino para aquele momento.
O domínio dos superespirituais
Nunca falha! Em todas as igrejas há membros que pensam que
todos lhes devem obediência porque ele estão lá há mais tempo ou
porque são os mais espirituais. Essas pessoas ou tentam dominar a
liderança em todas as decisões tomadas ou tentarão dar conselhos em
todas as circunstâncias pessoais aos membros da Igreja.
Não alicerce sua vida na opinião de outrem, especialmente se
esse indivíduo não foi chamado por Deus para ocupar uma posição de
liderança. Compare tudo o que você ouve com a Palavra de Deus. De
acordo com Romanos 8:16, conhecemos a voz de Deus pelo nosso
testemunho interior, não pelos sentimentos da alma ou pela opinião
dos outros.
Essas pessoas “superespirituais” andam em busca daqueles
sobre quem poderão exercer manipulação espiritual. Se tiver uma
chamada de Deus, eles reconhecerão isto e tentarão promovê-lo para
o seu “ministério especial”. Muitas vezes, esses “superespirituais” não
são pessoas amadurecidas espiritualmente e vão dar-lhe “uma palavra
do Senhor” que fará você agir fora do tempo perfeito de Deus. Se você
for guiado mais pela ambição do que pelo Espírito de Deus, você vai
cair nessa ilusão. Muitas chamadas genuínas já foram abortadas por
causa do domínio abusivo dos superespirituais.
Como podem eles fazer abortar uma chamada? Há muitas
maneiras de fazerem isso.
Uma delas é organizarem estudos bíblicos com um líder que
não é o pastor porque “o pastor não ensina as coisas profundas do
Espírito”. Isto não significa apenas um problema! (especialmente se
você for o escolhido para liderar este estudo especial da Bíblia”). Este
tipo de comportamento é o âmago de uma futura divisão na igreja.
Não se deixe apanhar por este tipo de engano espiritual. Se
tiver chegado o momento de você ocupar uma posição de liderança,
Deus o colocará no campo ou motivará o pastor para que o convide a
liderar um departamento do corpo sob sua supervisão. Leve muito a
sério seu treinamento e não permita que um dominador ambicioso, o
qual deseja apenas colher os frutos do seu sucesso, o afaste do tempo
correto de Deus.
Outra maneira usada por dominadores para abortar chamadas
é por falsas profecias de Deus, ou falsas visões. Geralmente, essas
profecias e essas visões ou são demasiadamente mórbidas ou
demasiadamente favoráveis. São produzidas com o mesmo propósito:
afastar o ouvinte do tempo determinado por Deus e, por fim, abortar
a chamada que Deus tinha para a sua vida.
A verdade é que as pessoas que anunciam tais profecias e
visões não têm qualquer visitação de Deus. Acautelem-se de dar
crédito a tais autodenominados “profetas”. Quando se trata da sua
chamada pessoal, por que iria Deus falar com outra pessoa acerca de
algo que não tinha ainda compartilhado com você? As profecias e
visões relacionadas com outras pessoas servem para confirmar o que
essas pessoas já sentem em seus corações. Se uma pessoa conseguir
dominar totalmente a sua vida através de profecias e visões, você
nunca poderá vir a ser um líder na obra de Deus.
A palavra de Deus é muito forte em relação às falsas profecias
e visões. O profeta Jeremias enfrentou este mesmo tipo de situação
em seu temo e destruiu o engano dos dominadores religiosos (Jr 23).
Na realidade, ele disse-lhes: “Vocês profetizaram de vocês
mesmos. Dizem que receberam uma visão do Senhor, mas, na
realidade, ela proveio das suas cabeças. Dizem ao povo que vai haver
paz, quando, na verdade, o que vai haver é guerra. Dizem que eles
estão bem, quando, na verdade, são culpados de se adorarem a si
mesmos.
Suas profecias são falsas; vocês falaram do que sentem no seu
próprio coração e nunca do coração do céu. A vocês, diz o Senhor,
estou contra vocês e serão julgados”.
Não caia na armadilha de receber “falsas profecias” ou
“visões”. Para ser um líder, que segue a Deus, você deve conhecer a
Deus por si mesmo e exercitar o Seu caráter em sua vida, e forma a
poder saber qual é o plano dele para sua vida e segui-Lo de acordo
com a Sua vontade.
O diabo quer destruir a sua chamada e frustrar o seu propósito
na terra. O plano de ataque que ele utiliza será baseado em sua
fraqueza. Ele tentará executar o plano da forma que você menos
espera e, a não ser que você seja sensível ao Espírito Santo de Deus,
ele sairá vencedor.
Uma forma derradeira que o dominador abusivo tenta usar
para abortar a chamada divina é agir muito espiritualmente. Ele atuará
como se fosse uma pessoa muito espiritual, mas, na realidade, seu
domínio é pelo diabo
Orações dominadoras
Uma outra variação da manipulação espiritual são as orações
dominadoras. Será que os cristãos podem fazer orações
manipuladoras? Claro que podem! Mas se forem usadas de forma
errada, elas serão uma forma de bruxaria.
Tal como estudamos no capítulo 2, a Bíblia diz que
nossas palavras são como ‘espadas’ e que são poderosas.
Lembre-se: as palavras são armas espirituais.
Uma oração dominadora é composta de palavras com
força espiritual por trás delas, faladas com o objetivo de influenciarem
o rumo da vida de outros. Um cristão deve usar a oração manipuladora
apenas quando utiliza a Palavra e o Espírito de Deus contra o inimigo.
Jesus explicou este método de oração para amarrar ou liberar o plano
de Deus contra a vontade do diabo. (Mt 16:19).
Uma pessoa dominadora ora seus próprios desejos
humanos ou sua própria vontade para com a vida de outra pessoa.
Ela tentará fazer com que outro indivíduo obedeça aos seus desejos
egoístas, em vez de obedecer à vontade de Deus.
A pessoa que ora assim pode ou não perceber que está
libertando forças satânicas no âmbito espiritual. Uma oração
dominadora é prejudicial e errada, quando viola ou domina a vida e a
vontade de outra pessoa.
Em outras palavras, um manipulador pode liberar
influências demoníacas através da oração no âmbito espiritual a fim
de controlar a vida de outra pessoa para seu próprio benefício.
Em Mateus, capítulo 12, Jesus curou um homem
possesso por um espírito maligno cego e mudo. As pessoas
murmuraram entre elas porque não queriam acreditar no que tinham
testemunhado. Jesus respondeu-lhes ensinando acerca do poder das
palavras no versículo 37 (Bíblia Amplificada) da mesma passagem
bíblica, Ele diz:
“Pelas tuas palavras serás
justificado e absolvido, e pelas tuas
palavras serás condenado e
sentenciado”.
Com as nossas palavras podemos ser abençoados ou
amaldiçoados. As orações dominadoras pertencem à categoria das
maldições porque são palavras proferidas contra outra pessoa na
tentativa de satisfazer desejos egoístas.
Um exemplo de uma oração dominadora é a que é feita por
uma mãe que não aprova a namorada de certo rapaz. Ela quer que ele
se case com a sua filha: então ora para que o namoro termine e ele
escolha a filha dela para sua noiva.
Conheço um caso destes. A mãe orou e orou para que um certo
casamento terminasse e o casal se divorciasse, para que assim o rapaz
pudesse “abrir os olhos” e casar com sua filha. Por causa da oração
egoísta e contínua daquela mãe, muitos problemas foram lançados
naquele casamento através das palavras que ela proferiu. Finalmente,
o casal se apercebeu daquela situação. Levantaram-se e quebraram o
poder das palavras faladas contra eles no âmbito do espirito, e o
casamento deles continuou a prosperar.
As orações da alma podem ocorrer em qualquer área da vida,
onde o desejo humano queira suplantar a vontade de Deus.
Uma das passagens bíblicas mais incorretamente utilizadas
nas orações da alma é o salmo 37:4, onde se pode ler:
“Deleita-se, também, no Senhor e
Ele te concederá o que deseja o
teu coração”.
Não consigo me lembrar do número de vezes em que ouvi este
versículo referido por cristãos que colocaram seus próprios desejos
acima da vontade de Deus para as suas vidas e esperavam ver esses
desejos realizados.
Ao examinarmos este versículo em seu verdadeiro contexto,
veremos um aspecto interessante dele que é totalmente diferente do
modo como é normalmente interpretado pela maioria dos crentes.
Na concordância de Strong, vemos que o significado da
palavra hebraica traduzida por deleita-se nessa passagem é “ser afável
ou flexível”.1
O salmista quer destacar nesta passagem que, quando uma
pessoa se “deleita” no Senhor, ela permite que Deus restaure seu
coração, tornando-o afável e flexível à Sua vontade e ao Seu
propósito.
Se nos deleitarmos verdadeiramente no Senhor, nossos desejos
serão transformados de modo a buscarmos os Seus desejos e não os
nossos próprios.
Quando nos deleitamos verdadeira e completamente em Deus,
os desejos da nossa alma devem mudar, e os nossos corações unem-
se ao Seu coração. Logo que atingimos o lugar da afabilidade e da
submissão, aprendemos a confiar n’Ele totalmente, n’Ele em todas as
áreas de nossas vidas.
Portanto, no Salmo 37:4, o salmista refere-se a um perfeito
“transplante de coração”, no qual trocamos nossa vontade pela
vontade do Senhor, buscando a Sua vontade, confiando n’Ele para que
nos guie no caminho, por onde Ele quer que andemos. Nossos desejos
tornam-se os Seus desejos. Então, é-nos prometido o que deseja o
nosso coração.
Os manipuladores espirituais distorcem as Escrituras de forma
a fundamentar suas orações dominadoras. Seja qual for a situação, eles
não têm o coração de Deus. Eles querem ser Deus e fazer funcionar
seus próprios planos. Os dominadores espirituais pensam saber o que
é melhor para todas as pessoas. Uma vez que não têm o coração de
Deus, não podem conhecer a sua vontade.
Não tenha medo deles
Ainda que as orações dominadoras da alma possam perturbar
as nossas vidas, não precisamos temê-las ou ficar paranoicos por
causa delas. Apenas precisamos de acautelar-nos. Elas não podem ser
bem sucedidas em vidas que estão totalmente dedicadas a Deus.
As únicas orações eficazes, de acordo com a Palavra de Deus,
são as orações fervorosas. É impossível que um dominador seja
totalmente fervoroso em suas orações.
A palavra fervoroso não significa ‘desesperado’, nem
‘emotivo’ ou ‘constante’.
Em Tiago 5;16 podemos ler estas palavras:
“A oração fervorosa de um justo,
pode muito em seus efeitos”.
Há muitos anos, o Senhor levou-me a este versículo e colocou
a palavra fervoroso diante de mim. Perguntei a mm mesmo o que
significava ‘ser fervoroso’.
À medida que estudava este versículo, cheguei a Mateus 12:25
que me ajudou a compreender porque é que uma oração fervorosa
prevalece com Deus.
“E Jesus, porém, conhecendo os
seus pensamentos, disse-lhes:
todo o reino dividido contra si
mesmo é devastado; e toda a
cidade ou casa, dividida contra si
mesma, não subsistirá”.
Cada indivíduo é um “reino” formado por três partes: espírito,
alma e corpo. Por isso você não é apenas uma mente ou um desejo.
Você é um espírito que possui uma mente e vive num corpo.
Sua mente e o seu corpo são peças de um equipamento e são
necessárias para que seu espírito possa levar a cabo o propósito de
Deus na terra.
Se você não entendeu adequadamente o “equipamento” que
lhe foi dado, não poderá orar eficazmente.
Na oração, Deus não fala a uma peça do seu “equipamento”, a
mente! O Senhor fala ao seu coração – o seu homem espiritual, o
verdadeiro eu. Os planos do céu vêm a você através de seu espírito. É
dessa forma que Deus vai comunicar-se com você. A sua mente pode
receber a mensagem alguns segundos depois e ser capaz de interpretar
o que o espírito recebeu. É por isso que, às vezes, você não consegue
explicar mediante palavras algo que o seu espírito conhece, mas que
sua mente ainda não compreendeu.
Se as três partes do seu “reino” estão divididas, você não
conseguirá orar eficazmente e falhará. Se seu espírito não estiver em
liderança, então está dividido.
Na oração fervorosa, seu espírito, alma e corpo vão juntos
para a arena da oração e adoração.
Seu espírito, alma e corpo são como um todo, unidos no
propósito de Deus de ver o Seu plano consumado e a Sua vontade
feita. Seu espírito é a sua fonte de oração, e a sua alma (desejos,
emoções, imaginações, memórias) e o seu corpo (ações) trabalham
juntos em submissão a ele.
Uma pessoa que faz orações dominadoras não está
“trabalhando em harmonia”. Não importa quão espiritual ela possa
parecer, se ora os seus desejos em vez de orar do espírito, não vai ser
bem sucedida. Os manipuladores espirituais atuam fortemente no
âmbito da alma e colhem resultados da mesma espécie.
Um dominador espiritual enfrenta três caminhos diferentes:
pode seguir o caminho do corpo ou o caminho da cabeça, mas
geralmente evita o caminho do espírito porque esse evolve um preço,
que é a total submissão de sua vontade própria à vontade de Deus.
As orações dominadoras nascem de preocupações, de
frustações e da carne. A Bíblia assim nos indica que, porque o desejo,
e não o espírito, é o âmago da motivação das pessoas que usam este
tipo de oração, tais orações representam uma “casa dividida” que irá
fracassar.
Provérbios 26:2 diz:
“Como o pássaro no seu vaguear,
como a andorinha no seu vôo, a
maldição sem causa não virá”.
Mais uma vez, podemos ver na concordância de Strong que as
palavras hebraicas traduzidas como sem causa significam “sem
preço”.2
Como crente firme, você não precisa preocupar-se com as
orações dominadoras, se estiver seguindo a vontade de Deus e
cumprindo o Seu propósito, andando de acordo com a Palavra e
desenvolvendo um caráter piedoso. A Bíblia nos diz que, se nosso
coração aceitar a vontade de Deus para nossa vida, estamos “pagando
o preço”. Provérbios 26:2 diz que qualquer palavra falada contra nós
por alguém que não “pagou o preço” (arcar com os custos) de
conhecer a Deus, os seus caminhos e o seu caráter não poderá nos
destruir.
Como crente, você poderá prevalecer contra qualquer oração
da alma que o embarasse. Coloque em prática a Palavra de Deus em
sua vida. Desenvolva grande sensibilidade ao Espírito Santo e à sua
influência em todas as áreas. Assua seu caráter santificado e sua
integridade corajosa. Estes princípios produzem segurança n’Ele e o
capacitam a segui-Lo, à medida que Ele o guie.
Domínio através dos dons espirituais
Infelizmente, há quem seja capaz de usar incorretamente os
dons espirituais numa reunião pública para dominar outras pessoas.
Suponha que você esteja numa reunião evangélica. Todos
estão alegres, bradando de jubilo e louvando ao senhor. De repente,
alguém levanta a mão e grita, “Assim diz o Senhor!” Em seguida,
pronuncia uma suposta profecia.
(Leia o capítulo 14 da Primeira Carta de Coríntios, para um
estudo detalhado acerca do modo como os dons do Espírito devem
operar numa reunião pública).
Em todas as reuniões evangélicas, há todo tipo de pessoas, e
cada uma delas age de modo diferente segundo sua maturidade
espiritual. Precisamos aprender a amadurecer no espírito e a ouvir
com atenção a voz do Senhor. Não podemos aceitar uma manifestação
espiritual apenas porque a maioria das pessoas parece estar
entusiasmada com ela. Não devemos seguir as disposições de alma
das pessoas, mas sim o mover do Espírito Santo.
Depois que a profecia é dada, todos na reunião gritam, “Sim!”,
mas o seu espírito grita “Não!” Se você não for forte e firme no
espírito, poderá ser influenciado por tais manifestações e profecias da
carne.
Por que é que a maioria das pessoas aceita a profecia como
vinda do Senhor?
Uma das razões é porque elas devem ter sido hipnotizadas
pelos dons espirituais, em vez de terem sido influenciadas por um
caráter piedoso. Há pessoas que ficam tão assustadas durante uma
manifestação espiritual que nem param para discernir o que é
verdadeiro e o que é falso. Não sabem que Jesus nos ensina que
conheceríamos os servos de Deus pelos seus frutos e não pelos seus
dons (Mt 7:20).
Nós não desprezamos de forma alguma os dons de Deus, pois
eles são sem preço para o corpo de Cristo. Contudo, devemos
amadurecer-nos no reino do Espírito. Devemos entender a natureza
de Deus para que saibamos quando os dons estão em verdadeira
operação.
Um dos atributos do Espírito Santo é que Ele sempre exaltará
a Jesus – e não outro ser humano.
Já estive em reuniões onde havia um apelo para os olhos das
pessoas da congregação continuamente enforcarem o “homem de
Deus” e como “ele cura” ou “ele traz libertação”. É triste, mas
algumas pessoas estão sempre prontas a seguir alguém ou alguma
coisa que pareça “espiritual”. Só Deus pode curar e libertar: e, apesar
de ser verdade que Ele usa a humanidade para revelar a si próprio,
somente Ele deve receber toda glória, todo louvor e toda honra.
A carne tenta controlar o mover de Deus. Muitas das coisas
que as pessoas de fato rotulam como “espirituais” são, no fundo, fruto
da operação da alma. Saberemos se uma coisa é de Deus ou não, ai
discernirmos se ela chama atenção para alguém. Se alguém tem uma
“revelação” – ou mesmo uma profecia – que beneficia, exalta ou
glorifica alguém, então não é de Deus.
A segurança da carne está sempre centralizada em outra pessoa
– outro eu – e não em Deus. Busque sua segurança em Deus para que
seja motivado pelo comprometimento e não pela dominação.
(1) James Strong, The Exhaustive Concordance of the Bible (Nashville, Abingdon,
1890). “Hebrew and Chaldee Dictionary”, pág. 89, # 6026.
(2) James Strong, The Exhaustive Concordance of the Bible (Nashville, Abingdon,
1890). “Hebrew and Chaldee Dictionary”, pág. 41, # 2600.
5
Dominação na Bíblia
Vamos agora examinar o problema da dominação na
perspectiva bíblica. Vejamos como Jesus conseguiu evitar as pessoas
que queriam dominá-lo:
“Tendo o diabo acabado com
toda a tentação, ausentou-se dele
até momento oportuno.
Então, pelo poder do Espírito,
voltou Jesus para a Galiléia, e a
sua fama correu por todas as
regiões circunvizinhas.
Ele ensinava nas suas sinagogas,
e por todos era louvado.
Chegando a Nazaré, onde fora
criado, entrou, num dia de
sábado, na sinagoga, segundo o
seu costume, e levantou-se para
ler.
Foi-lhe dado o livro do profeta
Isaías. Ao abrir o livro, achou o
lugar onde estava escrito:
O Espírito do Senhor está sobre
mim, pelo que me ungiu para
evangelizar os pobres.
Enviou-me para apregoar a
liberdade aos cativos, dar vista
aos cegos, pôr em liberdade os
oprimidos, e anunciar o ano
aceitável do Senhor.
Fechando o livro, devolveu-o ao
assistente, e assentou-se.
Os olhos de todos na sinagoga
estavam fitos nele.
Então começou a dizer-lhes: Hoje
se cumpriu esta Escritura em
vossos ouvidos”.
Lucas 4:13-21
Essa é uma história muito interessante. Jesus conhecia seu
destino. Ele sabia qual era a sua chamada na terra. Mas, Ele não
revelou o que sabia antes do tempo; Ele guardou esse conhecimento
para si próprio e o desenvolveu.
Jesus passou pelo deserto e venceu. (Lucas 4:1-12). Muitas
pessoas passam por este tipo de experiência e ficam no deserto. Não
conseguem ir muito longe quando são confrontadas com provas e
tentações. A primeira vez que o diabo lhes diz que não conseguem
vencer, concordam. “É verdade,” dizem, e estacam na derrota e no
desespero.
Deus está à procura de guerreiros e não de cristãos sem
firmeza, irresolutos. O mundo já viu o bastante desse tipo de gente.
Depois que saiu vencedor da sua experiência no deserto, Jesus
voltou para sua cidade natal, Nazaré, onde cresceu, e entrou na
sinagoga.
Era, naquele lugar, que seus pais “iam à igreja”. Foi ali que o
ministro o treinou quando menino. Jesus aprendera muitas coisas com
o líder daquela sinagoga.
Naquele dia, quando o pastor entregou-lhe os rolos de
pergaminho, Jesus abriu-os e leu Isaías 61:1-2. Mas Jesus não leu a
profecia como um homem normal teria lido – como algo que o povo
esperava que aconteceria no futuro. Jesus leu a mensagem profética
como se aplicasse a Ele próprio – porque, de fato, isto era verdade.
Dominação na Igreja
Depois que Jesus anunciou com ousadia: “Hoje se cumpriu
esta Escritura em vossos ouvidos” (Lucas 4:2), a primeira reação do
povo foi: “Não é este o filho de José?” (v.12).
O povo de Nazaré de modo algum entendera o significado da
declaração de Jesus quando Ele afirmou que era o Messias! Tudo que
conseguiam dizer era: “Não, não pode ser, você é filho de José, o
carpinteiro aqui da região”.
Ao prosseguir falando, chamando a si próprio de profeta, o
povo encheu-se de ira. (vs. 23-27)
“Todos na sinagoga, ouvindo
estas coisas, se encheram de ira.
E levantando-se, expulsaram-no
da cidade e o levaram até o cume
do monte em que a cidade deles
estava edificada, para de lá o
precipitarem.
Ele, porém, passando pelo meio
deles, retirou-se”.
Lucas 4:28-30
Quano tomamos posse do que é espiritualmente nosso, as
pessoas mornas automaticamente opõem-se a nós! Uma pessoa
morna é uma pessoa de duas caras. Ela “fica em cima do muro”,
dividida entre dar ouvidos às suas emoções ou ao seu espírito.
Jesus fechou o livro e entregou-o de novo ao ministro. Ele
fez o que era correto. Lera as Escrituras no Espírito, de modo muito
convincente, mas não tentou tomar o controle da reunião. Depois,
sentou-se.
Se olhar matasse...
O povo de Nazaré estava tão espantado que seus olhos fitaram-
se em Jesus, como podemos ver no versículo 20. Após ter-lhes falado
com ousadia e poder sobre o fato de não terem fé n’Ele como o
Messias prometido (vs. 23-27), seus olhares ficaram agressivos:
olhares de loucura, de raiva – olhares que perguntavam: “Quem você
pensa que é?” (v. 28)
Alguém já olhou para você deste modo? Se você é um
verdadeiro servo de Deus, já deve ter sofrido uma perseguição
semelhante. Perceba que Jesus não respondeu à ira deles – e, por causa
disso, quiseram destruí-Lo!
Este era Jesus, o jovem que tinha crescido na “igreja” deles.
Esta era Nazaré, uma daquelas cidadezinhas, onde todo mundo
conhece todo mundo e onde, supostamente, todos se amam! Mas não
naquele dia.
O povo de Nazaré queria matar Jesus porque Ele não se
retratou, não se justificou, nem sequer hesitou. Ele manteve-se firme.
Não conseguiram dominá-lo! Ele não se submeteu ao poder
deles!
Quando chegamos a um lugar onde as pessoas não conseguem
dominar-nos através da intimidação ou de outros meios, é certo que
vão tentar destruir-nos. Vão tentar expulsar-nos. Vão tentar excluir-
nos.
O povo de Nazaré levantou-se para expulsar Jesus da cidade e
lança-lo morro abaixo (v. 29). Essa foi uma exclusão bem dramática:
queriam mata-Lo!
Andavam à procura do Ungido de Deus e pensavam que iriam
reconhece-Lo através do seu modo carnal de pensar. Mas não
souberam reconhecer o Messias quando Ele veio e habitou em seu
meio como um deles! Mesmo depois de todos os ensinamentos que
Ele deu e de todos os milagres que efetuou em seu meio, continuaram
a não crer que Jesus era o Messias! Por quê? Porque a religião os
cegara.
O que é uma religião? É uma tentativa de conhecer e agradar
a Deus através do esforço humano. Cristianismo não é uma religião;
é um relacionamento com Deus – é caminhar lado a lado com Deus,
falar e comunicar-se com Jesus, o filho de Deus. Este relacionamento
pessoal não é possível através de uma religião, onde as pessoas
procuram conhecer e agradar a Deus através de métodos humanos e
opiniões pessoais.
E por esse motivo que existem os “espíritos religiosos” –
demônios enviados para cegar as pessoas, impedindo que conheçam
pessoalmente a Deus na sua totalidade. Os espíritos religiosos são
espíritos dominadores. Provocam operações e manifestações carnais,
levando as pessoas a pensarem que estão a serviço de Deus. Os
espíritos religiosos dominadores impedem o verdadeiro mover do
Espírito de Deus. Operam através das pessoas que andam na carne e
não sabem o que é viver no Espírito. Tais pessoas ignoram o que é um
relacionamento espiritual com Jesus Cristo. No entanto, conhecem
todos os fatos “religiosos”, e costumam distorcê-los, a fim de
controlar o mover do Espírito Santo.
Perceba, nesta passagem, que Jesus não morreu. Ele
simplesmente caminhou no meio daquela multidão enraivecida e
continuou no seu caminho. Ele tinha um destino a cumprir, os homens
não podiam dominá-lo, nem afastá-lo de sua missão.
Até mesmo aqueles a quem Jesus mais amava não puderam
dominá-lo ou impedi-lo de que cumprisse o propósito para o qual
Deus o havia chamado.
Este é um exemplo de um espírito dominador, o qual operou
através da “igreja local” de Jesus, na tentativa de impedir que Ele
anunciasse ser o Messias que veio ao mundo para cumprir as
escrituras proféticas.
A Igreja primitiva combate a dominação
Voltemos ao capítulo 4 de Atos, onde veremos um exemplo da
tentativa de dominação na igreja primitiva. Veremos como os líderes
religiosos de Israel tentaram dominar os apóstolos Pedro e João, após
a cura do coxo, através deles, no poder do nome de Jesus, na Porta
Formosa:
“Estando eles [Pedro e João]
falando ao povo, sobrevieram os
sacerdotes, o capitão do templo e
os saduceus.
Perturbaram-se muito de que
ensinassem o povo, e
anunciassem em Jesus a
ressurreição dentre os mortos.
Lançaram mão deles, e os
encerraram na prisão até o dia
seguinte, porque já era tarde...
No dia seguinte reuniram-se em
Jerusalém os seus maiorais, os
anciãos, os escribas.
Anás, o sumo sacerdote, Caifás,
João, Alexandre e todos os que
eram da linhagem do sumo
sacerdote.
Pondo a Pedro e João no meio,
perguntaram: Com que poder,
ou em nome de quem fizestes
isto?
Então Pedro, cheio do Espírito
Santo, lhes disse: autoridades do
povo, e vós, anciãos de Israel.
Visto que hoje somos
interrogados acerca do benefício
feito a um homem enfermo, e do
modo como foi curado,
Seja conhecido de vós todos [não
apenas alguns de vós; de todos vós]
e de todo o povo de Israel, que em
nome de Jesus Cristo, o
nazareno, aquele a quem vós
crucificastes, mas a quem Deus
ressuscitou dentre os mortos, em
nome desse é que está são, diante
de vós.
Atos 4:1-3, 5-10
Esta foi uma declaração muito ousada! Aqui, todos os espíritos
religiosos da cidade vieram atacar Pedro e João porque curaram um
homem que estava doente! Isto nos mostra que os espíritos religiosos
não estão do lado de Deus, porque ninguém deveria ficar aborrecido
quando uma pessoa é curada. Em vez disso, deveria haver muita
alegria!
Você percebeu que, de acordo com esta passagem bíblica, as
“pessoas que são religiosas” não têm nenhum senso comum? Julgam
estar cheias de entusiasmo por Deus, mas na verdade, são muito frias
espiritualmente. Quando alguém lhes diz tal coisa ou quando Deus
utiliza alguém fora do seu círculo de domínio, ficam muito zangadas!
Pessoas dominadoras e pessoas religiosas
Não podemos separar as pessoa dominadoras das pessoas
religiosas. Os espíritos dominadores e os espíritos religiosos são
iguais. São gêmeos idênticos! É difícil existir um sem o outro.
Encontram-se muitos dominadores entre os que são muitos religiosos.
Mas, perceba que Pedro não teve medo de responder com
ousadia aos religiosos. Uma maneira de enfrentarmos os espíritos
religiosos e dominadores é nunca temê-los, tendo sempre uma
resposta espiritual pronta para dar-lhes. Perceba também que, quando
os dominadores começaram a atacar os servos de Deus, a resposta que
receberam estava escrita na Bíblia.
Por que é que os líderes espirituais de Jerusalém estavam
atacando os apóstolos? Para impedir que curassem as pessoas no
nome de Jesus. Os líderes tinham medo de que as curas afetassem o
domínio que exerciam sobre o povo.
Pedro, cheio do Espírito Santo, explicou a todos aqueles
líderes religiosos que curar as pessoas é uma boa ação (v. 9), e não
uma ação maligna ou mal intencionada.
Quando enfrentamos os dominadores, é necessário que
usemos a verdade. Não devemos sugeri-la apenas, mas declará-la. Foi
isso que Pedro fez. Ele disse aos líderes que a cura veio... “em nome
de Jesus, o Nazareno, aquele a quem vós crucificastes...” (v. 10).
Esta foi outra declaração bastante ousada!
Pedro dirigia-se ao mesmo líder que permitiu que um assassino
fosse liberto para que Jesus fosse crucificado. A ousada declaração de
Pedro não deixou aqueles líderes religiosos e dominadores muito
contentes. Ficaram maravilhados com os apóstolos, mas também
falaram sobre eles de forma aviltante:
“Então eles, vendo a ousadia de
Pedro e João, e informados de
que eram homens sem letras e
indoutos, se maravilharam, e
tinham conhecimento de que eles
haviam estado com Jesus.
Mas vendo com eles o homem que fora curado, nada tinham
que dizer em contrário”.
“Todavia, mandando-os [esta é
uma característica dos
dominadores; não pedem, mandam.
Há sempre uma tendência oculta de
ordem em suas declarações,
levando a outra pessoa a sentir-se
obrigada a obedecer seus desejos]
sair fora do Sinédrio,
conferenciaram entre si:
Que havemos de fazer a estes
homens? A todos os que habitam
em Jerusalém é manifesto que
por eles foi feito um sinal notório,
e não o podemos negar.
Mas, para que isto não se
divulgue mais entre o povo,
ameaçemo-los para que não
falem mais nesse nome a homem
algum.
Chamando-os, disseram-lhes que
absolutamente não falassem, nem
ensinassem no nome de Jesus.”
Atos 4:13-18
Ameaças na Bíblia
Já vimos que as ameaças podem ser manifestas no dia-a-dia.
Mas vejamos agora as ameaças bíblicas que os homens de Deus
tiveram de enfrentar nas Escrituras.
Perceba a frase do versículo 17: “...ameaçemo-los...” O que
uma ameaça faz a uma pessoa? Ela o faz ir contra o que esta pessoa
crê; força-a a submeter-se a quem está intimidando. Isto é dominação!
Os líderes religiosos daquele tempo ameaçaram os apóstolos,
ordenando-lhes que “...absolutamente não falassem, nem
ensinassem no nome de Jesus” (v. 18). Aquilo era dominação, e os
apóstolos decidiram reagir.
Como foi que Pedro e João reagiram àquelas ameaças?
“Responderam, porém, Pedro e
João: Julgai vós se é justo, diante
de Deus, obedecer antes a vós do
que a Deus?
Pois não podemos deixar de falar
do que temos visto e ouvido.
Mas eles ainda os ameaçaram
mais e, não achando motivo para
os castigar, deixaram-nos ir por
causa do povo. Porque todos
glorificavam a Deus pelo que
acontecera”.
Atos 4:10-21
Gosto destes apóstolos! Defenderam o seu território,
enfrentando todos os espíritos religiosos da cidade. Os líderes
religiosos estavam zangados porque um milagre acontecera – e
pincipalmente porque não fora feito através deles! Achavam que, por
serem governantes religiosos, os milagres deveriam acontecer através
deles. No entanto, Deus não poderia usá-los, pois estavam cheios de
orgulho, pensando que sabia de tudo.
Deus não está à procura de pessoas que operam segundo suas
próprias mentes – segundo seus próprios pensamentos. Deus procura
aqueles que operam através do seu coração – através do seu espírito.
Deus procura seres humanos que sejam obedientes ao Seu Espírito.
É por isso que os doutores altivos ficam perturbados quando
deus usa alguém com pouca ou quase nenhuma formação acadêmica
para ser um operador de milagres.
As pessoas orgulhosas costuma criticar as que, aparentemente,
nada possuem. Mas como é que Deus pode usar alguém que somente
confia na sua formação acadêmica? O único meio da formação
acadêmica funcionar a favor de alguém é submetendo-a à vontade de
Deus e confiando somente em Deus.
No verso sete desta passagem, os líderes religiosos
perguntaram aos apóstolos: “...Com que poder, ou em nome de
quem fizestes isto?” Estavam dizendo: “Quem vocês pensam que são
para fazerem tais coisas sem a nossa permissão?” Com que autoridade
fizeram isto?
A derrota da dominação na Bíblia
O oitão verso prossegue: “Então Pedro, cheio do Espírito
Santo, lhes disse...”
O único meio de vencermos a dominação é enchendo-nos do
Espírito Santo e poder! Tal como Pedro, precisamos do Espírito de
Fortaleza para derrotarmos os espíritos dominadores.
Apesar da importância de falarmos palavras de fé e não de
dúvida, o Espírito de Fortaleza (Is 11:2) não vem sobre uma pessoa
como resultado de confissões positivas ou por seguir fórmulas
recomendadas. Ele não vai permanecer sobre um indivíduo apenas
porque este associa-se com as “pessoas certas”.
O Espírito de Fortaleza coloca uma paixão dentro do crente
que o motiva a odiar o mal, dando-lhe poder para prosseguir com o
plano de Deus na terra. O Espírito de Fortaleza é uma força nuclear
que reside dentro do cristão, projetando-o contra todo adversário
maligno que tenta intimidá-lo.
O Espírito de Fortaleza enfrenta a resistência. Ele dá ao
indivíduo a capacidade de distinguir entre o bem e o mal em qualquer
situação, indo adiante, a partir daí. Ele nunca defende! Simplesmente
capacita a pessoa em que habita com poder para declarar os fatos!
O Espírito de Fortaleza dá à mente humana capacidade
sobrenatural de permanecer em paz e descansar no meio da batalha.
Ele dá a certeza da vitória que está por vir, fazendo com que a alegria
do Senhor manifeste-se ao redor daqueles que o possui.
O Espírito de Fortaleza também capacita o corpo físico e as
emoções com resistência e proteção. Ele dá capacidade sobrenatural
de ir além das limitações naturais.
O Espírito de Fortaleza nunca vem sobre alguém com o
propósito de valorização pessoal. Ele vem para que o propósito de
Deus seja cumprido na terra através da Igreja!
Pedro tinha o Espírito de Fortaleza dentro de si, à medida que
falava com os líderes religiosos de seu tempo. No versículo dez,
vemos a continuação de seu discurso: “Pelo nome de Jesus Cristo, o
Nazareno – a quem vós crucificastes – é por este nome que realizamos
este milagre e continuaremos realizando outros!”
Os líderes religiosos responderam, ordenando que os apóstolos
parassem de ensinar e pregar nesse nome, ameaçando-os severamente,
se não lhes obedecessem.
Mas o que foi que Pedro e João fizeram? Voltaram ao seu
grupo e contaram a todos o que lhes tinha acontecido (v.23).
Será que a Igreja, no livro de Atos, recuou por causa do
relatório que recebeu dos apóstolos? Não! O Espírito de Fortaleza veio
sobre eles! (v. 31).
Em vez de se esconderem em suas casas, pedindo que Deus
matasse seus inimigos, prostraram-se e pediram que o Senhor lhes
concedesse mais ousadia para que pudessem...
“...falar a tua Palavra.
Enquanto estendes a tua mão
para curar, e para que se façam
sinais e prodígios pelo nome do
teu santo Filho Jesus”.
Atos 4:29-30
O Senhor agradou-se tanto com a resposta e o pedido deles que
o lugar onde estavam reunidos moveu-se e todos foram cheios com
ousadia do Espírito Santo! (v. 31).
Ficaram unidos num só coração e num só propósito, de nada
tendo falta (v. 32-33).
E, para espanto dos líderes religiosos dominadores daqueles
dias, Deus deu grande poder àqueles que acreditaram (v. 33). Isso quer
dizer que houve mais curas, mais libertações e mais salvação na
cidade de Jerusalém depois que Pedro e João foram ameaçados do que
antes!
Que este seja nosso testemunho hoje. Peça a Deus para que o
encha com o Espírito de Fortaleza, de forma que possa derrotar os
espíritos abusivos e dominadores; então, cumpra o plano e o propósito
de Deus na terra!
6
Controle positivo e aceitável
Do mesmo modo que estudamos os aspectos negativos da
dominação, também estudaremos sua natureza positiva. Há um
domínio bom e aceitável que Deus ordenou para nosso bem-estar. Se
provém de Deus, e nos submetemos a ele, a dominação positiva nos
preparará e nos moldará para a maturidade.
O controle aceitável caracteriza-se pela moderação; por regras
boas e sensatas; e por restrições que trazem entusiasmo sem abusar
dos direitos pessoais.
Por exemplo, o governo dos Estados Unidos elaborou muitas
leis que ajudam a proteger o bem-estar e promover a felicidade do
povo americano. Entre algumas dessas leis, temos: 1) leis antidrogas;
2) controle de imigração e 3) leis federais que abrangem questões
vitais, tais como, proteção da saúde pública, inspeção alimentar,
conservação dos recursos naturais, provisão para educação, etc.
Se não deixarmos que sejamos controlados pela moderação,
pelas leis e pelas restrições adequadas, teremos problemas por causa
dos excessos. O controle positivo e aceitável serve de equilíbrio
divino em nossas vidas.
Temos responsabilidade perante Deus de seguir os líderes
espiritualmente maduros. Devemos nos submeter a esses líderes,
acatando os conselhos sábios de acordo com a Palavra de Deus. O
melhor de todos os mestres, o Espírito Santo, pode revelar-nos os
atributos que devemos procurar naqueles que exercem domínio
positivo segundo a vontade de Deus.
O Espírito Santo
O Espírito Santo ainda está presente na terra hoje. Seu
exemplo em nossas vidas deveria ser o padrão pelo qual modelamos
nosso relacionamento com os outros.
O Espírito Santo é o Controlador da vida do crente.
O Espírito Santo não é um ditador. Ele não nos obriga, não nos
pressiona, nem reprime nossa criatividade. Ele é o Equilíbrio Perfeito.
Somos criados por Deus; e o Espírito Santo dá-nos liberdade para
expressarmos deus através de nossas personalidades individuais.
O Espírito Santo convence-nos do pecado para que possamos
ser purificados, continuando assim com o plano de deus sem
impedimentos. Ele não nos condena, nem perturba, derruba ou
atormenta, não importando a gravidade de nossos erros. Deus não vem
para nos esmagar, mas para sarar. Seu propósito não é de colocar-nos
em escravidão, mas de libertar-nos.
O Senhor não toma as decisões em nosso lugar, nem
ruidosamente exige obediência de nossa parte. Ele nos corrige, mas a
decisão de obedecer é sempre nossa. No livro de João, capítulo 16,
versículo 13, Jesus nos diz:
“Mas, quando vier o Espírito da
verdade, ele vos guiará em toda a
verdade...”.
O Espírito Santo está aqui para guiar-nos na verdade do
Evangelho. Trata-se de uma liderança responsável e verdadeira. Ele
serve como Condutor da revelação de Deus em nossas vidas. Perceba
que ele nos “guiará”, mas é nossa responsabilidade seguir sua direção.
Uma outra característica da verdadeira liderança divina
encontra-se na segunda parte do mesmo versículo:
“Não falará por si mesmo, mas
dirá tudo o que tiver ouvido, e vos
anunciará o que há de vir”.
O Espírito Santo nunca chama a atenção para si próprio. Nunca
procura promover a Si mesmo. Ele nunca entra em competição para
poder ser visto ou ouvido. Ele nos diz apnas o que ouve do Pai e, se
dermos ouvidos e confiarmos n’Ele, Ele nos revelará as coisas que
estão por vir.
A primeira parte de Romanos 8:26 nos diz mais sobre o
Espírito e sobre o controle positivo e bom que Ele exerce em nossas
vidas.
“Da mesma maneira também o
Espírito ajuda as nossas
fraquezas...”
O Espírito Santo nos “ajuda”. Ele não fará o trabalho por nós,
nem aplicará todo o esforço necessário para concluir uma tarefa que
tenhamos em mãos. Ele nos ajuda a cumprir o plano e propósito de
Deus na terra. Certo dia, um pastor amigo meu explicou-me tudo isso
da seguinte maneira: “O Espírito Santo nos ajudará a fazer um
trabalho, do mesmo modo que eu ajudaria você a pegar uma cadeira.
Você pega de um lado da cadeira e eu levanto o outro. É assim que o
Espírito Santo ajuda o crente.”
O controle positivo exercido através de uma pessoa ajuda e
orienta, mas não para proveito próprio. O controle positivo dá ao
indivíduo liberdade para exprimir sua própria personalidade e
criatividade dentro dos limites da Palavra de Deus.
A dominação positiva nunca pressiona, condena ou limita. Ela
sempre providenciará o encorajamento necessário para que tenhamos
uma vida plena em Deus. A dominação positiva atua como uma
válvula de segurança. É o equilíbrio em nossa caminhada diária.
Controle positivo da liderança
É imperativo que compreendamos um princípio muito
importante: Deus sempre nomeou líderes e os líderes espirituais
devem exercer uma autoridade verdadeira e piedosa.
Comecemos nosso estudo deste princípio vital no livro de
Efésios, capítulo 4, versículos 11 a 14. Gosto do modo como a Bíblia
Amplificada traduz essa passagem:
“E ele mesmo deu uns [Ele
próprio indicou homens] para
apóstolos (mensageiros
especiais), e outros para profetas
(pregadores e comentadores
inspirados), e outros para
evangelistas (pregadores do
Evangelho, missionários
itinerantes), e outros para
pastores (pastores do seu
rebanho) e mestres.
Sua intenção era de aperfeiçoar e
equipar adequadamente os santos
(seu povo consagrado), (para que
possa fazer) a obra do ministério
para edificação do corpo e Cristo
(a Igreja),
Até que todos cheguemos à
unidade da fé e à compreensão do
pleno e exato conhecimento do
Filho de Deus, para que
(possamos chegar) à varonilidade
realmente madura – a inteireza
da personalidade, a qual não é
menos do que a altura padrão da
própria perfeição de Cristo – à
medida da estatura da plenitude
de cristo e a inteireza encontrada
n’Ele.
Para que não sejamos mais
meninos, levados ao redor (como
navios) entre sopros eventuais de
ensino, e oscilando em todo vento
de doutrina, (como presas) de
homens astutos, sem escrúpulos,
(jogadores envolvidos) em toda
forma de fraude na invenção de
erros enganosos”.
Perceba que o Senhor tinha a intenção de dar os dons de
liderança a homens e mulheres para ajudar no crescimento do Corpo
de Cristo em maturidade e intimamente conhece-lo. Estes dons de
liderança são comumente chamados de “os cinco dons ministeriais”.
Estes líderes recebem os nos para ajudar, equipar e aperfeiçoar
os crentes. Na concordância de Strong, a palavra grega traduzida
como aperfeiçoar, neste versículo, deriva-se do radical que significa:
“encaixar... consertar... preparar... restaurar.”1
Encaixar, consertar, reparar, restaurar: estas pequenas
palavras significam muito trabalho e disciplina. É trabalho dos cinco
dons ministeriais verificar se você e eu estamos verdadeiramente
dotados com fé, amor e esperança e plenamente equipados com o
entendimento do Filho de Deus, com as obras do Espírito Santo e com
o conhecimento dos outros aspectos da Palavra de Deus. São
responsáveis diante de Deus pela sua liderança sobre nós. Nós, por
nossa vez, somos responsáveis pelo grau de nossa submissão à
liderança deles.
Entenda, por favor, que você e eu somos responsáveis perante
a liderança, o ofício e os dons da pessoa – e não perante a pessoa em
si. Devemos seguir as pessoas à medida que seguem a Palavra de
Deus. Quando as pessoas que ocupam posições de liderança estão
precisamente demonstrando as Escrituras, somos responsáveis em
como nos submetemos ao dom que está dentro delas.
Na Versão Amplificada de Hebreus 13:17, lemos:
“Obedecei a vossos líderes
espirituais e sujeitai-vos a eles –
continuamente reconhecendo sua
autoridade sobre vós; pois velam
constantemente por suas almas e
guardam seu bem-estar
espiritual, visto que homens
prestarão contas [da sua
confiança]. [Faça sua parte de]
deixa-los fazer isto com alegria, e
não com gemido e lamentação,
pois isso [também] não vos seria
útil”.
Para que um líder nos “encaixe”, “conserte”, “prepare” e
“restaure” deve haver algum grau de controle positivo e aceitável em
nossas vidas. A recusa em nos submetermos a tal proteção e sabedoria
significa uma rebelião total da parte do crente.
Pelo fato de o Corpo de Cristo ter sido vago com relação a este
assunto, sempre que surge uma liderança forte, o povo grita assustado:
“Dominação! Dominação!”
Como crentes que somos, precisamos crescer e amadurecer.
Nesta década, precisamos de uma liderança forte. O mundo não mais
insinua ou sugere o pecado. O mundo descaradamente mostra seus
extremos. Nós, como povo de Deus, precisamos apoiar a forte
liderança que Deus está levantando em nosso meio. Precisamos seguir
essas pessoas como nossos exemplos no cumprimento do plano e
propósito do céu.
Há duas atitudes que a Igreja deve “fazer tremer”, 1) Coração
dividido por parte dos líderes, e 2) menosprezo e rebelião contra
líderes fortes por parte do povo.
Se a liderança não for forte nos dias de hoje, o Corpo de Cristo
não conseguirá crescer até o pleno amadurecimento.
Liderança é ação positiva. Não é somente falatório; é de fato
fazer alguma coisa. É ir para a frente com o Senhor, levando o povo
consigo.
Quando eu estava estudando este assunto, disseram-me que,
quando o exército israelense da atualidade vai à batalha, seus oficiais
são enviados primeiro; depois vêm as tropas. Dizem que esta é uma
das razões pelas quais os israelenses são tão bem sucedidos na vida
militar. Seus oficiais estão lá na frente de batalha, mostrando às tropas
que caminho seguir e fazer. As outras nações enviam suas tropas
primeiro, enquanto que seus líderes estão sentados, bem longe,
assistindo à batalha de binóculos.
É o que alguns líderes da igreja estão fazendo hoje: estão
tentando liderar ficando atrás. Parte desta situação é culpa do povo,
pois não compreendem o controle bom, piedoso e aceitável. Sempre
que os que estão em posição de liderança tentam “encaixar”,
“consertar”, “preparar” ou “restaurar” as vidas, o povo desenvolve
uma atitude rebelde e rotula a liderança de “dominadora”.
Lembre-se de que os líderes também são pessoas. São seres
humanos com emoções e sentimentos verdadeiros como qualquer
outra pessoa. Quando são continuamente rotulados e traídos, eles tem
uma tendência de se retrair em busca de proteção contra possíveis
feridas e calúnias. Se você é abençoado por ter uma forte liderança,
então siga esse líder à medida que ele ou ela segue a Cristo.
A liderança piedosa tomará as rédeas da situação. Quando
Deus fala aos líderes, dizendo ao seu corpo ou nação local para entrar
numa área de fé, estes são ousados e práticos. Os crentes que são
sensíveis no Espírito de Deus igualmente seguirão e apoiarão esta
causa de todo coração.
O controle positivo e aceitável confrontará as questões que
são contrárias ao propósito de Deus!
Muitas vezes quando o Espírito de Deus levar as pessoas a
“sair fora”, haverá também uma preparação extra do seu caráter,
integridade e fé. É trabalho do líder instruir e disciplinar segundo a
Palavra de Deus. Se você e eu quisermos chegar à plena maturidade
espiritual, precisamos receber, nos submeter e crescer. Devemos ter o
desejo de enfrentar a realidade de nossa posição espiritual e, então,
caminhar em direção à maturidade.
Os líderes não devem ter medo de confrontar qualquer
comportamento desordeiro que possa acontecer em seus cultos.
Creio firmemente na oração e na intercessão; mas, às vezes,
alguns intercessores começam a pensar que são as pessoas mais
espirituais da igreja. Alguns até tentam usar suas posições para
dominar o pastor ou outros líderes.
Todo crente é chamado ao ministério de intercessão. A razão
ela qual alguns parecem sr mais ungidos do que outros na área da
oração é porque a usam mais! Não há nenhuma passagem bíblica
referindo-se a um “ofício de intercessor”. Um intercessor é um servo
de Deus sensível às suas instruções de orar Sua vontade na terra. Um
intercessor prepara o caminho para que o Espírito Santo destrua os
planos do inimigo. As orações de intercessão tornam o plano de Deus
uma realidade presente.
Os intercessores devem ser instruídos na esfera do Espírito e
na Palavra de Deus, se querem ouvi-Lo claramente. Isto não é
dominação! Isto é o controle positivo dos cinco dons ministeriais.
Os pastores não devem ter o receio de confrontar os
intercessores que estão no erro. Não devem hesitar em instruí-los a
orar com decência e ordem; de outro modo, devem parar de interceder
na adoração pública, até que se comportem como deviam.
Gosto de líderes que não têm medo de confrontar e corrigir o
erro! Esse tipo de ousadia divina mostra-me que valorizam a presença
do Espírito Santo em seu meio. Tal confrontação positiva revela que
o líder está comprometido com a maturidade do Corpo de Cristo,
levando o mundo a ter uma fome pelo que os crentes têm.
Na liderança forte há segurança para o povo de Deus. Há
esperança para o mundo através dos líderes e crentes fortes de Deus!
Os espíritos religiosos e rebeldes não gostam de liderança
forte! Querem dominar e controlar uma igreja e seu povo.
Se você foi confrontado por um líder espiritual, o qual sugeriu
que deve haver uma mudança na sua vida pessoal – alegre-se e
agradeça a Deus por esta pessoa!
Sim, a luz consumidora do Espírito fere nossa carne às vezes,
mas é para nosso próprio bem. Nosso crescimento e maturidade
espirituais dependem disso. Como Corpo de Cristo, estamos em
treinamento – assim é esperado que sejamos preparados e mudados!
Um número incontável de outras pessoas está aguardando os
benefícios da experiência do treinamento, através da qual você e eu
chegaremos à maturidade com sucesso.
O controle forte e positivo de um líder é uma indicação do seu
comprometimento com Deus. Não tente escapar da proteção que Deus
ordenou através daqueles que Ele estabeleceu em posições de
liderança em Sua Igreja.
Somos um exército e, para podermos guerrear com eficácia e
triunfo, devemos estar unidos no propósito e no fervor. Não devemos
sair das fileiras a fim de mimarmos nossos próprios desejos da alma.
Não se afaste dos líderes piedosos que têm dado suas vidas
para o seu benefício e amadurecimento. Agradeça a direção piedosa
em sua vida. O que você aprender com ela será o seu tesouro mais
precioso no campo de batalha.
(1) James Strong, The Exhaustive Concordance of the Bible (Nashville:
Abingdon, 1890), “Greek Dictionary of the New Testament”, p. 40,
#2677.
7
Controle bíblico positivo
Vejamos uma história bíblica que fala de liderança forte e um
espírito de rebelião que tentou prevalecer contra ela.
A liderança de Moisés
No livro de números, capitulo 16, encontramos uma situação
muito interessante. No acampamento dos israelitas, levantou-se um
homem chamado Coré, um descendente de Levi, o qual andava entre
as tribos reclamando contra a liderança de Moisés. Ele achava que
Moisés usurpava demasiado poder e autoridade como líder do povo
de Deus. Em outras palavras, Coré pensava que Moisés era um
“dominador”.
Quando Coré já havia assegurado o apoio de outros
descendentes, ele e seus seguidores chegaram até Moisés, o líder
escolhido por Deus. Ao estudar o verso 2 desta passagem, achei muito
interessante o tipo d pessoas que Coré recrutou para apoiar sua causa:
“e se insurgiram contra Moisés,
juntamente com duzentos e
cinquenta homens dos filhos de
Israel, príncipes da congregação,
respeitados nas solenidades,
homens de posição”.
Coré não tinha o apoio de Deus; assim, teve de recrutar
homens mais famosos dentro da tribo de Israel, numa tentativa de se
valorizar.
Quando estes dissidentes – incluindo muitos dos outros levitas
que serviam no templo – se reuniram até Moisés e Arão.
Coré, então, apresentou sua acusação contra aqueles homens
de Deus.
“...Toda congregação é santa,
todos eles são santos, e o Senhor
está no meio deles. Por que, pois,
vos elevais sobre a congregação
do Senhor?
Quando Moisés ouviu isto, caiu
sobre o seu rosto”.
Números 16:3-4
Essas palavras parecem familiares? “Todos na igreja são tão
santo quanto você. Por que você se eleva tanto diante do povo?
Podemos ouvir de Deus tanto quanto você!”
Estes israelitas não conheceram o controle positivo e divino
que o próprio Deus estabelecera sobre eles nas pessoas de Moisés e
Arão. Em vez disso, foram motivados pelo ciúme e desejo de poder;
cegos à verdade devido à religião e rebeldia.
Liderança divina envolve um lato preço, o qual deve ser pago,
se quisermos andar na sua plenitude. Se não fosse pela graça de Deus,
não teríamos como pagá-lo. O preço principal que um líder deve pagar
tem a ver com a vida diária que ele ou ela deve ter diante das pessoas.
A fim de andar na plenitude da autoridade divina – exercer um
domínio aceitável – é necessário que o líder viva de uma maneira
correta.
Os líderes divinos devem seguir o caminho da justiça e da
santidade. Devem desejar a Deus ardentemente e odiar o mal de todo
coração.
O diabo quer dominar a vontade humana. Se ele puder dominar
a vontade de uma pessoa, ele consegue dominar a pessoa. O meio
termo enfraquece a capacidade que um indivíduo tem firmemente de
resistir a Satanás.
Quando você e eu estamos firmes e recusamos pactuar com o
mal e erro, haverá sempre alguém que tentará encontrar algo errado
em nós, com o intuito de destruir nosso caráter, minar nossa firmeza
e sobrepujar nossa força. Mas os lideres divinos devem pagar o preço
da fidelidade, não importa o que venha contra eles. É um preço que
agrada aos céus. Por causa dos fiéis, Deus faz tremer as fundações da
terra.
Os líderes divinos devem caminhar com precisão e
discernimento no Espírito. Não mudando de posição só porque estão
sob ataques do inimigo; continuam obedecendo a Deus no meio dos
conflitos e da adversidade.
Moisés, ao ouvir as acusações feitas por Coré e seus
seguidores contra ele e Arão, caiu sobre seu rosto perante o Senhor.
Então, levantou-se para falar com Coré e os filhos de Levi que
estavam com ele:
“Porventura pouco é para vós
que o Deus de Israel vos tenha
separado da congregação de
Israel, para vos fazer chegar a si,
afim de fazerdes o serviço do
tabernáculo do Senhor e estar
diante da congregação para
servi-la?
Ele te fez chegar a si, e todos os
teus irmãos, os filhos de Levi,
contigo, e também procurais o
sacerdócio?”
Números 16:9-10
O que Moisés estava perguntando-lhes é simplesmente isto:
“Não tem valor pra vocês o fato de o Senhor tê-los escolhido para Sua
casa a fim de ministrarem para Ele diante do povo? Vocês vêem seu
lugar no corpo como algo tão secundário? E não tendo (obviamente)
visto isto, vocês acham que pagaram o preço para ocuparem o
sacerdócio?”
Quando Coré e os levitas recusaram-se a ouvir as palavras
sensatas de Moisés, o homem de Deus declarou: “Amanhã o Senhor
mostrará quem é o líder escolhido” (v.5)
Quando Moisés buscou o Senhor, Ele o instruiu a fazer com
que o povo escolhesse o lado que queriam ficar: com Moisés ou com
Coré. Depois que o povo foi para o lado que escolhera, Moisés
levantou-se perante eles e declarou:
“Nisto conhecereis que o Senhor
me enviou a fazer todos esses
feitos, que não procedem de meu
coração”.
Números 16:25
Ele prosseguiu falando e alertou o povo que, se o Senhor
estivesse do seu lado, a terra se abriria e engoliria o rebelde Coré,
juntamente com seu grupo, porque provocaram ao Senhor, seu Deus.
A Bíblia narra que assim que Moisés acabou de falar, a terra abriu-se
e engoliu Coré, seu povo e todos os seus bens; assim, desapareceram
da congregação. Então, Deus enviou fogo para consumir os 250
murmuradores que haviam aliado a Coré (v. 30-35).
A Liderança de Paulo
O ministério do apóstolo Paulo é outro exemplo do controle
positivo e aceitável na área de liderança.
Na primeira Carta aos Coríntios, capitulo 4, começando no
versículo 14, Paulo faz uma declaração muito ousada:
“Ainda que tivésseis dez mil aios
em Cristo, não teríeis, contudo,
muitos pais, pois eu pelo
evangelho vos gerei em Jesus
Cristo.
Admoesto-vos, portanto, a que
sejais meus imitadores”.
1 Coríntios 4:15-16
Perceba a segurança que Paulo desfrutava em sua posição de
líder! Ele disse à igreja de Corinto, a qual ele mesmo estabeleceu:
“Mesmo que vocês tenham ouvido muitos mestres e pregadores, sou
eu quem vos levou ao nascimento espiritual. Sendo assim, sigam meu
exemplo e estilo de vida.”
Quantos de nós poderiam dizer que Paulo estava praticando
manipulação? Nenhum de nós! Todavia, atrevo-me a dizer que, se
algum líder hoje fizesse uma declaração tão ousada assim, muitos o
rotulariam antes do nascer do sol!
Vejamos, novamente, o que Paulo disse em sua Carta à igreja,
em Filipos.
“Irmãos, sede meus imitadores, e
observais os que andam segundo
o exemplo que tendes em nós”.
Filipenses 3:17
Paulo não somente disse aos crentes de Filipos que seguissem
seu estilo de vida, ele também lhe disse que deviam observar aqueles
que o seguiam, pois eram bons exemplos de cristianismo. Isto é uma
liderança segura!
Como um líder escolhido e ungido por Deus, Paulo levou sua
responsabilidade muito a sério. Ele esmeradamente cuidava do
rebanho de crentes que estavam sob sua autoridade, escrevendo-lhes
muitas vezes: “Ainda que não esteja convosco na carne, saibam que
estou convosco no espírito.” 2 Coríntios 11:2 revela a intensidade cm
que Paulo relacionava-se com seu rebanho:
“Estou zeloso de vós com o zelo
de Deus. Tenho-vos preparado
para vos apresentar como uma
virgem pura a um marido, a
saber, a Cristo”.
Como líder Paulo tinha um zelo, um “ciúme”, daqueles que
levara a Jesus. Ele estava constantemente em alerta contra tudo e
contra todos que pudessem vir para roubar o povo de Deus, afastando-
o seu Primeiro Amor – Jesus Cristo. Ele lutou contra o pecado que
poderia manchar a Igreja. Ele não hesitou diante dos confrontos, por
causa do amor que tinha por Jesus. Ele queria que todos os que criam
chegassem à maturidade que a ressurreição lhes supriu. Ele correu o
risco de ser odiado, perseguido e morto para que muitas outras vidas
pudessem ser salvas. Isto não é dominação – isto é liderança positiva,
piedosa e aceitável!
Paulo nunca desejou ou abusou a exaltação por parte dos
homens. Ele foi um verdadeiro servo de Deus. No livro de Gálatas,
capitulo 1, creio que ele revelou seu coração ao revelar sua salvação
e experiência no treinamento. Ele fez grandes obras para o Senhor
mas, ao terminar seu relato, ele diz:
“E glorificaram a Deus a meu
respeito”.
Gálatas 1:24
A chave do controle bíblico positivo é o fato de que –
não importando quantas decisões tomamos, quantas conversões
produzimos, quantas pessoas são curadas ou libertas pelas nossas
mensagens e quantos inimigos conquistamos – nossa preocupação
principal é de que Jesus seja primeiramente ressaltado e glorificado
em todas as situações.
8
Você é um dominador?
Estudamos os atributos do controle negativo e abusivo e do
controle positivo e aceitável. Visto que agora temos este
entendimento, é importante que nos livremos de quaisquer tendências
que possamos ter nas áreas negativas. Aprender essas coisas sobre o
domínio fará com que alguns de nós pensemos imediatamente nas
pessoas que conhecemos que são dominadoras.
Mas, e se você suspeitar de que você pode ter uma
personalidade dominadora? Como você pode reconhecer se tem uma
tendência a dominação abusiva?
1- Você tem uma tendência para ser um dominador
abusivo, se sente que a única maneira de ser importante ou aceito é
dando ordens e fazendo exigências.
Não permita que a ambição e o desejo de poder o “conduzam”.
A ambição e o desejo de poder não produzem autoridade divina. No
livro de Mateus, capitulo 8, Jesus maravilhou-se diante da humildade
do centurião romano. Começando no versículo 8, podemos ver essa
troca de palavras entre Jesus e o líder militar:
“Mas o centurião respondeu:
Senhor, não sou digno de
receber-te sob meu teto, mas dize
comente uma palavra e o meu
criado ficará são.
Pois eu também sou um homem
sob autoridade, tenho soldados às
minhas ordens. Digo a este: vai, e
ele vai; e a outro: vem, e ele vem.
Digo ao meu criado: faze isto, e
ele o faz”.
Mateus 8:8-9
Jesus respondeu que não tinha encontrado tanta fé em todo
Israel (v.10). Aquele homem aprendera o princípio da liderança e
autoridade divinas. Em sua humildade em relação aos que estavam em
autoridade sobre ele, tornou-se ele própria uma autoridade. Ele era um
líder em quem se podia confiar, alguém cujas ordens podiam ser
seguidas e cumpridas.
Quando no submetemos a Deus, Ele nos exaltará no momento
devido. Quando chegar este momento, nosso senso de valor dependerá
de nossa confiança n’Ele, e não de nossa capacidade de dar ordens ou
fazer exigências.
2- Você tem uma tendência para ser um dominador
abusivo, se sentir possessivo com relação a uma ou mais pessoas; se
você sentir que os outros têm de “consultá-lo” porque você sabe mais
do que eles ou sabe o que é melhor pra eles; se você nunca aceita o
julgamento deles quando ao que acham que deviam fazer; ou se você
sempre os rebaixa porque você está convencido de que não sabem
nada.
As pessoas possessivas sempre procuram fazer com que os
outros sintam que não sabem nada, que são totalmente ignorantes e
imaturos. Os dominadores possessivos fazem os outros sentirem que
somente sobreviverão se os consultarem quanto ao que devem fazer.
Quando alguém dá uma opinião, os dominadores o
interrompem dizendo, “Oh, isso não é verdade! Você está errado; eu
é que estou certo.”
Um sinal bem claro de que você é uma pessoa dominadora é
quando você nunca permite que as pessoas discutam, aceitem ou
mesmo expressem opiniões ou idéias divergentes das suas. O que
outros dizem entra por um ouvido e sai pelo outro, e você continua
fazendo tudo à sua maneira.
3- Você tem tendência a ser uma pessoa dominadora se
começar a sentir um intenso ciúme de outra pessoa, especialmente se
este ciúme dominar suas opiniões e ações.
Por exemplo: se a pessoa que você tem dominado começar a
falar com outro, você automaticamente se sente enciumado,
possessivo e ameaçado, e provavelmente tentará impedir o
relacionamento. Você vai entrar na conversa para monitorar a
situação.
4- Você tem tendência de ser dominador abusivo, se se
sentir ameaçada pelos novos relacionamentos de outras pessoas.
Você é um dominador, se sentir que sua amizade e
relacionamento com alguém estão ameaçados, se ele ou ela falar, orar,
sair para jantar ou tiver outra atividade com outra pessoa que não seja
você mesmo – nem que seja algo que durem cinco minutos.
Lembre-se: comprometimento não é dominação!
Esta discussão limita-se às pessoas nos relacionamentos de
amizade, e não no relacionamento marital. O melhor amigo de uma
pessoa casada deve ser o seu cônjuge. Um casal fez uma aliança entre
si aos olhos de Deus e dos homens. Uma certa quantidade de
exclusividade está implícita no casamento. Discutiremos esta questão
num capitulo posterior.
5- Você tem tendência de ser uma pessoa dominadora, se
sentir que deve proteger a outra pessoa de qualquer experiência.
Vejamos este assunto mais detalhadamente. Se você sente que
deve proteger uma pessoa, até mesmo protegê-las das experiências da
vida, então você é culpado de levar as responsabilidades dessa pessoa.
Todo individuo deve prestar contas de seu próprio comportamento.
Ao invés disso, o dominador tenta proteger a outra pessoa das suas
responsabilidades pessoais, muitas vezes perseguindo-a e zangando-
se com ela por não ser mais responsável. O dominador sente-se, então,
usado, enganado e abusado.
Este tipo de superproteção pode acontecer em qualquer
relacionamento, principalmente entre pais e filhos. Quando um
indivíduo atinge a maturidade, protegê-lo das experiências da vida é
uma forma destrutiva de ajuda. A Bíblia diz que a sabedoria e a
compreensão divinas vêm da Palavra de Deus e das experiências da
vida (Pv. 3: 13).
As experiências, quer boas quer más, aprimoram nosso caráter
levam-nos a andar na sabedoria de Deus. Variedade de experiências,
unida à Palavra de Deus, amadurece-nos a dá-nos entendimento.
Se você é culpado de “escudar” outra pessoa de uma
experiência que ela escolheu, saiba que nenhum caráter se formará
nesse indivíduo. Haverá um ciclo vicioso de proteção que jamais
acabará. Todos acabarão se sentindo frustrados e enganados.
Um dominador é alguém que tenta “conserta” os sentimentos
das pessoas, pensar por elas ou resolver seus problemas.
Não estou me referindo a uma atitude genuína de amor e
respeito. Estou falando de uma tendência anormal de tomarmos as
responsabilidades que deveriam ser de outra pessoa. Este
comportamento é, na verdade, um insulto. O dominador esta
afirmando que o outro individuo é incapaz de tomar suas próprias
decisões.
Em casos como este, geralmente a outra pessoa nem sequer
pediu ajuda ao dominador. É por isso que o dominador sempre fica
enfurecido quando outra pessoa segue seu próprio caminho,
aparentando ingratidão.
Muitos dominadores acreditam firmemente que estão
ajudando os outros quando os protegem das experiências. Até podem
pensar que é cruel e desumano deixar que os outros enfrentem seus
próprios dilemas.
Muitos dominadores chegam a deturpar as Escrituras sobre
amar e dar quando se referem à dominação. Mas a Palavra de Deus
deve libertar-nos e não nos manter na escravidão.
Jesus considerava as pessoas como responsáveis por
cumprirem suas próprias responsabilidades. Perceba, ao longo dos
Evangelhos, como o próprio Jesus reagia diante daqueles que vinham
a Ele em busca de cura, libertação e outros milagres. Ele sempre ia ao
encontro das necessidades das pessoas ao fazer-lhes uma pergunta –
pois Ele sabia que a resposta que dariam revelaria a verdadeira
natureza de seus corações.
Cada um de nós deve passar pelas nossas próprias experiências
na vida. Mas não estamos desamparados! Jesus Cristo deu-nos um
dom – o poder de ressurreição do Espírito Santo que vive dentro de
nós nos guiará à verdade e à vitória!
Precisamos também entender que uma pessoa dominadora
pensa e fala sobre o outro individuo o tempo todo. Se algo impede a
outra pessoa de esta com o dominador, este atará esta causa e
procurará livrar-se dela o mais rápido possível. Ele fará o que for
necessário para ter a certeza de que a pessoa que está dominando a
maior parte do tempo com ele.
Isto é dominação!
O dominador controlará as férias da outra pessoa, seus
passeios, casamento, emprego, compras, ida à igreja e até mesmo suas
finanças. Um dominador controlará todas as áreas da vida da outra
pessoa se isso lhe for permitido.
Se a outra pessoa não tiver cuidado, ficará tão enredada com o
dominador que, em alguns casos extremos, levará anos para livrar-se
de tal relacionamento.
6- Você tem tendência para ser um dominador, se reagir
e forma anormal às declarações feitas sobre a pessoa que está
dominando.
Por exemplo: se alguém faz uma observação positiva sobre a
outra pessoa que você domina, você imediatamente critica a pessoa
que domina para ter certeza d que não se desenvolveria nenhum tipo
de relacionamento entre elas. Por outro lado, se alguém faz alguma
observação negativa sobre você mesmo, o dominador, você
imediatamente se defende com algo muito positivo para preservar sua
imagem.
7- Você tem uma tendência para ser um dominador, se
sua atitude for de proteção demasiada – até mesmo a ponto de limitar
o Espírito de Deus.
Por exemplo: às vezes presbíteros e diáconos podem ser tão
protetores da igreja que não permitem que o pastor flua na unção do
Senhor; não ajudam a fazer o que Deus lhes ordenou.
Individualmente, um dominador pode proteger tanto uma
pessoa que não permite que ele ou ela tenha suas próprias experiências
com Deus. O dominador tem medo de que a pessoa que está sendo
dominada cometa erros; por isso, o medo é sua motivação principal
em todas as suas decisões.
Visto que o medo é o motivo da proteção exagerada, ele
impede o crescimento positivo, seja este individuo ou coletivo.
8- Você tem tendência para ser um dominador, se fizer
planos para a outra pessoa sem a permissão dela.
Um dominador, de fato, faz planos para a outra pessoa sem
pedir permissão para a tal! Se o indivíduo que está sendo dominado
não quiser seguir o plano, o dominador o fará sentir tão culpado que
acabará seguindo o plano assim mesmo. Ele sabe que, se não
concordar, sua vida virará um inferno!
Algum parente seu já se ofereceu para ajudar em algum projeto
seu sem sua permissão? Você sabia que, se não concordasse. Haveria
uma guerra na família durante semanas. Isto é dominação. Muitas
famílias são tão dominadoras que nunca desfrutam de uma vida
normal.
Deus não planejou que os seres humanos vivessem uma vida
miserável sob o domínio de outra pessoa, seguindo os planos que outra
pessoa faz para suas vidas. Cada pessoa foi criada para viver a sua
própria vida com Deus. Se alguém pensa que tem o direito de dominar
a vida de outra pessoa para lhe assegurar sucesso, isto é uma mentira!
9- Você tem tendência para ser um dominador, se pensar
que outra pessoa que você domina lhe deve algo, e você exige que
seja pago.
Aqui temos um exemplo desse tipo de dominação. Mãe e pai
têm um filho, Rick, que tem sido um bom menino. Nunca foi rebelde.
Ele sente o chamado para o ministério; mas, porque vai para a Escola
Bíblica ou Seminário, em vez de fazer Faculdade de Engenharia, seus
pais têm um ataque! Querem que ele tenha “segurança” na vida.
Atormentam, choram, interferem e geralmente fazem de tudo
que podem para mudar o pensamento de Rick: fazê-lo deixar o
Seminário, voltar para sua cidade e matricular-se na universidade da
região. (É claro, também querem que ele viva em casa para poderem
continuar a “supervisão”). Alimentam a crença de que ele lhes “deve”
esta consideração, pois são seus pais e dedicaram suas vidas na sua
criação.
Este é um exemplo perfeito da dominação contra o chamado.
Tais pessoas deixam de ver que a vocação de Deus a um
indivíduo é o chamado mais alto da vida! Há um modo de
biblicamente “honrarmos” nossos pais e ainda prosseguirmos em
Deus. Ele é único que devemos responder. Rick deve seguir o
conselho de Eliseu, respeitosamente dá um beijo de despedida em seus
pais e seguir a Deus (1 Reis 19: 20). O Senhor cuidará do resto.
Se eu e você dermos o nosso melhor pra sermos obedientes ao
chamado de Deus em nossas vidas, todo o restante se encaixará no seu
devido tempo. Devemos aprender a confiar em Deus.
10- Você tem tendência para ser um dominador, se tentar
controlar as pessoas com elogios.
Na verdade, se você é um dominador, há chances de você ir a
um desses dois extremos. Você pode deixar os outros tão pra baixo
com suas palavras que acham que, se não fizerem o que você diz, lhe
darão o direito de escrever “infiel” em suas testas. Ou você pode usar
palavras tão melosas, elogiando as pessoas, que vão realizar todos os
seus desejos.
É assim que alguns ministérios crescem. O pregador não
somente domina o povo através do elogio, mas também obtém
dinheiro do povo, usando o mesmo meio! Ele os “envaidece” ao dizer
o quanto ele e Deus os ama.
No entanto, pessoas desse tipo não ajudam a moça que acabou
de abortar. Não expulsarão o demônio de homossexualismo de
ninguém. Não ministram aos que estão com AIDS. Não querem
pessoas de nacionalidade ou raça misturada em suas congregações.
Recusam-se a receber certos tipos de pessoas em suas igrejas porque
isto não traz uma “boa imagem”.
Os ministros têm de tomar cuidado para não elogiarem uns aos
outros, não usando elogios para atraírem pregadores e sustentarem
seus desejos e necessidades. Não devemos nos esquecer de que é Deus
quem exalta, e é Deus quem humilha.
Na versão Amplificada da Bíblia, Daniel 11: 32 fala o seguinte
sobre o anticristo:
“Aos violadores da aliança, ele
com lisonjas perverterá e
seduzirá...”.
Temos uma aliança com Deus no que diz respeito ao plano e
destino de nossas vidas. Aqueles que não conhecem a Deus como sua
única fonte e segurança cairão vítimas da lisonja. Mas as boas novas
são de que este versículo não para ai!
“...Mas o povo que conhece ao seu
Deus, se tornará forte, ficará
firme e fará proezas...”.
Seja como crente ou como líder, sua segurança pessoal deve
depender de Deus e somente de Deus. Estar firme no Senhor
intensificará seus outros relacionamentos. Um ministério nunca
crescerá, a menos que Deus seja sua segurança, seu fundamento e sua
fonte.
Precisamos prostrar-nos diante de Deus e clamar por Ele. Não
devemos ter medo de ir perante o Senhor e entregar a Ele nossos
problemas e preocupações. Em troca, Ele nos encherá com Sua força.
Dar “tudo de nós” a Deus significa exatamente isto, lançar sobre Ele
tudo que somos e temos, e depois deixar tudo lá com Ele, confiando
que Ele tomará conta de tudo em nosso lugar.
“Fiel é o que vos chama, o qual
também o fará”.
1 Tessalonicenses 5:24
É por isso que nos entregamos a Deus. Nosso “ego” não pode
ser nossa fonte ou consolo. É por isso que dizemos: “não é um pouco
do ego e um pouco de Deus; é nada do nosso ego e tudo de Deus”.
9
Pais dominadores
Nos próximos três capítulos, vamos tratar os “pontos
sensíveis” da dominação. Examinaremos os aspectos positivos e
negativos do controle nessas áreas vitais.
Como já vimos, os espíritos dominadores tendem a manifestar-
se mais através das pessoas que nos cercam – até mesmo através dos
membros de nossa família – do que através de desconhecidos.
Devemos tomar cuidado para que o controle normal numa
situação familiar – como, por exemplo, o controle natural que a Bíblia
ensina que deve ser exercido pelos pais sobre seus filhos – não se torne
anormal ou mesmo abusivo.
Os adultos numa família podem, consciente ou
inconscientemente, limitar a capacidade que um jovem tem de ser
bem-sucedido. Isto acontece por causa das atitudes negativas e
ameaçadoras, ou dos “costumes” não bíblicos da família.
Em 1 Timóteo 1: 4, Paulo declarou que deveríamos evitar as
“genealogias intermináveis”. Se devemos evitar algo, então não deve
se coisa boa.
Segundo a concordância de Strong, a palavra grega para
genealogia, neste versículo, deriva parcialmente do radical usado para
referir-se a “algo dito... raciocínio... ou motivo.” ¹
As “genealogias intermináveis” podem ser amarras ou
limitações herdadas pelos membros da família ou criadas através da
filosofia e tradições familiares. Muitas vezes, uma resposta reação
provém de um motivo disfarçado de espíritos de pobreza, medo ou
amargura. Estes espíritos motivadores provocarão um domínio
abusivo na família, perdurando, às vezes, por muitas gerações. Para
podermos ser bem-sucedidos na plenitude que Deus tem para cada um
de nós, devemos quebrar esses espíritos dominadores, cancelando
seus efeitos sobre nós.
Alguns exemplos de respostas motivadas por tais espíritos
dominadores são:
1 – “Ninguém nesta família vai conseguir comprar um carro
novo, só usado.”
2 – “Ninguém da nossa família jamais conseguirá abandonar
nossa igreja ou denominação, porque o nosso avô ajudou a fundá-la.”
3 – “Ninguém da nossa família se casará sem aprovação dos
outros membros da família; ninguém tem permissão se seguir seu
próprio coração neste assunto.”
Todas as famílias têm seus “pontos fracos”, não importa quão
espirituais possam parecer. Nas nossas próprias famílias, precisamos
descobrir esses pontos e submetê-los à força de Deus, em nome de
Jesus.
As “genealogias intermináveis” frequentemente transformam-
se em fatores dominadores no modo como as pessoas vivem e educam
seus filhos. No entanto, os casais cristãos não devem criar seus filhos
desse modo. Os crentes precisam libertar-se dessas amarras e
limitações, trinando seus filhos na vitória e na semelhança de Cristo!
A educação de seus filhos é de sua responsabilidade, e é sua
obrigação para com eles. Significa viver diante deles, ensinando-os e
conduzindo suas vidas com palavras e exemplos. Educar não é exercer
um domínio superprotetor, sufocante e ameaçador.
A hora de os pais deixarem ir
O escritor do livro de Eclesiastes diz que há um tempo para
tudo debaixo do sol (Ec 3: 1). Isto quer dizer que quando os filhos
crescem e escolhem um cônjuge para o resto da vida, está na hora d
os pais deixarem seus filhos ir e respeitarem o casamento deles!
Quando os pais se recusam a fazer isto, surgem maiores
problemas. Quando os pais visitam os recém-casados, para lhes
dizerem o que devem ou não devem fazer, isto provoca problemas.
Quando nascem os netos, e os avós começam a dizer aos pais como
criar seus filhos, isto provoca mais problemas.
Quando um casal pede conselhos para seus pais ou sogros,
estes devem dá-los; mas, a menos que sejam pedidos, os pais devem
ficar em silencio e orar! Infelizmente, alguns pais não conseguem
esperar para serem consultados; simplesmente se intrometem e dizem
aos seus filhos como levar suas vidas.
A interferência dos pais causa atrito nos casamentos. É assim
que alguns problemas conjugais começam.
A tragédia é que alguns casamentos nunca sobreviver a esta
interferência, porque um dos cônjuges é incapaz de quebrar o domínio
dos pais sobre a sua vida.
É triste dizer que a causa de alguns divórcios é a interferências
dos pais!
Não estou dizendo que todos os sogros são criadores de
problemas em potencial, mas os sogros que procuram dominar seus
filhos realmente causam problemas. O problema mais predominante
que os sogros trazem é quando os pais dominadores não liberam seus
filho ou filha. Tais pessoas não têm nenhuma confiança na própria
criação que deram aos seus filhos.
É verdade que tais pais estão verdadeiramente interessados na
educação e criação se seus filhos; o problema é que seu senso de
segurança e valorização está investido em seu filho ou filha, e não em
seu relacionamento com o Deus vivo.
Quando o filho ou filha sai de casa, isto faz com que os pais
percebam a sua fonte de segurança, que é o filho ou filha – e não
sabem o que fazer. Não mais estão perto para monitorar e controlar
suas ações. Esta insegurança leva-os à loucura!
Pais, se seus filhos são casados, libere-os para Deus. Sejam
realistas. Quando vocês se casaram, tiveram de aprender a viver juntos
como família. Ambos fizeram escolhas certas e erradas. Passaram por
caminhos pedregosos e caminhos tranquilos. Gastaram dinheiro
sabiamente e, às vezes, tolamente. Quando parecia que o casamento
tinha perdido o romance, permaneceram juntos pelo compromisso até
que a fagulha do romance acendeu de novo. Tiveram de descobrir
juntos como construir uma unidade forte chamada “Família”.
Dê a seus filhos a liberdade de descobrir a vida com seus
cônjuges por si mesmos. Se vierem até vocês em busca de conselho,
dê-lhes o conselho. Mas, depois, deixe seus filhos tomarem suas
próprias decisões com seus companheiros. Deixe-os ser responsáveis
pelas suas vidas como adultos. Se vocês educaram seus filhos na
Palavra de Deus, então vocês não são seu Fundamento – Deus é que é
– e vocês deveriam descansar neste fato.
Olhem para sua vida neste momento como um novo momento
para vocês dois. Nunca é tarde para desenvolver a segurança em Deus
e começar uma nova aventura na vida. Vai levar algum tempo, pois
muito da sua vida de casado girou em torno de seus filhos; mas vocês
vão conseguir.
Deixe que o Espírito Santo mostre como vocês devem orar
pelo casamento de seus filhos e como dar-lhes apoio. Os dias
vindouros podem ser os melhores de suas vidas, se hoje tomarem a
decisão certa de “amar, deixar ir e viver.”
(1) James Strong, The Exhaustive Concordance of the Bible (Nashville:
Abingdon, 1890), “Greek Dictionary of the New Testament”, p. 20, #1076.
10
Cônjuges dominadores
Um marido autoritário destrói a vida de sua esposa e filhos.
Uma esposa autoritária destrói a vida de seu marido e filhos.
É por isso que muitos filhos saem de casa assim que atingem
os 16 anos – ou até mais cedo! Se os pais não dão espaço para que os
filhos experimentem a alegria fora da sua autoridade – se os jovens
não podem viver sem que seus pais fiquem fungando em seus
cangotes o tempo todo – os problemas virão na família.
Não, não quero dizer que os filhos devem ter liberdade de fazer
tudo que quiserem! Esta mensagem deve ser entendida no Espírito
para que tenhamos um equilibro na vida. As pessoas que não são
equilibradas em suas vidas ou caem nos erros da carnalidade ou nos
erros da “super-espiritualidade”.
“Submeta-se, submeta-se, submeta-se”
Alguns maridos que não têm nenhum equilíbrio espiritual em
suas vidas transformam suas esposas em “nulidades” cansadas e
deprimidas. Não é muito empolgante morar com um “capacho”. A
maioria destas mulheres não era assim quando seus maridos as
conheceram pela primeira vez. Mas, por fim, porque seus
companheiros estavam sempre gritando: “submeta-se, submeta-se,
submeta-se”, elas assim o fizeram. As constantes exigências e a
dominação que suportaram durante tanto tempo, finalmente, as
levaram a submeter-se a ponto de quase não mais existirem.
Este, definitivamente, não é o plano de Deus para o casamento.
Há todo tipo de insegurança que levaria um marido a dominar sua
esposa desta maneira.
Algumas dessas esposas magoadas e feridas decidiram que
precisavam proteger-se; por isso se envolveram com o movimento
feminista. Algumas entraram por causa de maridos insensíveis e
ignorantes que estavam sempre gritando em seus ouvidos: “submeta-
se, submeta-se, submeta-se!”.
Por outro lado, algumas mulheres são tão egoístas quanto estes
homens. Certa vez encontrei a esposa de um pastor que não fazia nada
a não ser consumir refrigerantes e assistir a novelas. Não preparava o
café da manhã para seus filhos, não os arrumava para ir à escola e nem
se esforçava para manter a casa limpa. Ela não acreditava que estas
eram as tarefas que lhe competiam.
Se o marido ou a esposa estivessem fluindo no Espírito, não
haveria perguntas como: “de quem é essa tarefa?” e “de quem é aquela
tarefa?”. Quando há amor no casamento, há consideração mútua. Os
cônjuges não são egoístas; ajudam um ao outro.
A dominação leva à perda da dignidade humana. Num
casamento assim, o companheiro dominador não se torna um
“ajudador”; ele ou ela se torna um “escravizador”. É necessário acabar
com isso.
Há uma atitude de submissão verdadeira e bíblica por parte de
uma esposa para com seu marido. Este tipo de submissão é de Deus,
mas não e nada parecido com as ordens egoístas de um companheiro
autoritário.
Conheço mulheres que não conseguem fazer nada a menos que
seus maridos aprovem. Vivem constantemente com medo de que seus
maridos se zanguem. Tais mulheres têm medo até de respirar sem
permissão. Vivem num pequeno círculo que é inteiramente limitado
pelas coisas que seus maridos permitem que façam. Tudo que
conseguem dizer é: “Como quiser, querido.”
Isto não é ser submisso, isto é ser um robô!
Este tipo de relacionamento dependente é sufocante e anormal.
Baseia-se na insegurança e corre o perigo de ser destruído. Muita
dependência afasta as pessoas Ninguém pode proteger sua posição e
segurança, sendo completamente dependente. Nós, seres humanos,
fomos criados para expressar a vida e cumprir o propósito de nosso
Criador na terra. Tudo que impeça este tipo de “fluir de vida” se
autodestruirá por fim.
Lembre-se: Deus é nossa Fonte e nosso Consolo em qualquer
área de nossa vida. Todo relacionamento próspero provém dessa
revelação dentro de nós.
Retrato de uma vítima de dominação
Há vários anos, quando estava ministrando numa igreja, onde
fora convidado para falar, conheci uma mulher que, infelizmente, era
um perfeito exemplo de uma vítima da dominação.
Antes do culto, naquela noite, eu estava sentado a entrada,
perto da mesa de livros, pois gosto de falar com as pessoas.
Quando me sentei, vi aquela mulher entrar. Ela ia empurrando
à sua frente, como um bando de gansos, três crianças rechonchudas
com menos de cinco anos. Eram crianças pequenas, com toda a
energia e naturalidade próprias da idade. Faziam tudo ao mesmo
tempo: gritavam, choravam, riam – “todo o figurino”. É necessário
um pai e uma mãe para poder controlar tantos dínamos em miniatura,
e aqui vem esta mulher tentando fazer tudo sozinha.
Então vi a porta fechar-se atrás de um homem com uma cara
de bravo. O que vi chocou meu espírito. Pensei comigo mesmo: “Algo
está errado com este homem; talvez esteja oprimido.”
A mulher estava realmente muito ocupada; assim, fui até lá e
ajudei-a a tirar as blusas das crianças. Ela não sabia que eu era o
pregador visitante.
“Gostaria de saber onde está meu marido”, disse ela com um
olhar cansado. “Oh, lá está ele.”
Adivinhe quem era o marido. O homem tinha entrado e soado
o alarme do meu espírito: “Há algo errado... algo errado... algo
errado...!”
O homem estava sentado. Nem se levantou para ajudar a
família a sentar-se. Apenas encolheu os joelhos para que pudessem
chegar até seus lugares, no entanto, um dos meninos “escapou” e saiu
correndo pelo corredor. Peguei-o e coloquei-o no colo do seu pai e
disse: “Aqui está seu filho.”
Nesse momento, percebi que nem a esposa nem s folhos
estavam muito bem vestidos, enquanto que o homem estava usando
um bom terno.
Os dominadores gostam de ser servidos
Os dominadores tentam agir como Deus, porque os espíritos
dominadores fazem com que as pessoas sirvam seus próprios desejos
egoístas.
Os dominadores não têm consideração por ninguém. Esta é a
coisa mais difícil de fazê-los entender, pois, aos seus olhos, são tão
maravilhosos e tão corretos. Acham que amam a todos, porque todos
os servem. É claro que esta ideia é totalmente falsa.
Naquela noite preguei um sermão sobre dominação, e para ser
perfeitamente honesto, dirigi-me totalmente àquele homem.
Depois do período de adoração, a mulher veio à frente e entrou
na fila de oração. Ao impor as mãos sobre ela e começar a orar, senti
uma “reação” no seu marido, mesmo ele estando lá atrás na
congregação, e retirei minhas mãos dela.
“Temos um bem grande hoje!” pensei. “Este é um espírito
dominador dos maiores”.
Assim, impus as mãos sobre a mulher novamente, e desta vez
determinado a não arredar o pé, pois eu sabia que ela queria ficar livre.
“Preciso de sua ajuda,” ela sussurrou. “Você é o primeiro
pregador que me mostrou no que estou metida. Pensei que meu marido
e eu estivéssemos vivendo do modo que devíamos, mas então vi que
os casamentos das outras pessoas não eram como o nosso.”
Esta mulher não estava falando de coisas materiais. Ela estava
referindo-se à interação normal entre marido e mulher: amar um ao
outro, segurar as mãos, cuidar juntos dos filhos – desfrutar da vida um
com o outro. É ara isso que as pessoas se casam!
Enquanto estava orando por ela, ela entrou no Espírito e
começou a se libertar. Sua face começou a brilhar. Mas, então, algo
atingiu sua alma como um choque! Era o espírito dominador do seu
marido reagindo.
“Não fique triste”, eu lhe disse. “Simplesmente flua no
Espírito. Deus diz que quer ver você livre”.
Demorou quase meia hora antes que ela conseguisse manter
sua liberdade no Espírito. Pela unção de Deus mediante a oração, ela
foi capaz de ver seu valor como pessoa. Com a Palavra de Deus e o
aconselhamento bíblico da sua igreja, o casamento deste casal foi, por
fim, recuperado.
Os líderes devem lidar com os dominadores
Os líderes daquela igreja deveriam ter lidado com este
problema muitos anos antes. Somos irmãos e irmãs em Cristo e,
quando há entre nós uma situação tão ruim como aquela, a qual se
prolonga durante muito tempo, os presbíteros e diáconos da igreja
devem ajudar o pastor a confrontar o problema e a restaurar a
liberdade e a paz daqueles que estão envolvidos. Isto faz parte do seu
trabalho.
Se você for forçado a lidar com uma situação semelhante, não
faça publicidade – ajude! O cônjuge dominador pode reagir
violentamente a principio (todo espirito maligno “explode” quando é
confrontado diretamente), mas lide com o problema com amor e
firmeza – no poder do Espirito Santo.
11
Domínio através do dinheiro
Do mesmo modo que o domínio na maioria das vezes opera
através das pessoas mais próximas da vítima, assim também ele opera
através da coisa mais próxima do que está sendo dominado. O ditado
é verdadeiro: “Se Deus tem o seu coração, ele tem o seu dinheiro.”
Devemos ter certeza de que nós é que usamos o dinheiro, e não o
dinheiro é que está nos usando ou dando as ordens.
Há outro ditado: “Quem paga o músico escolhe a melodia.”
Também aqui há uma grande verdade.
Algumas pessoas tentarão controla-lo através do dinheiro ao
longo de suas vidas.
Tudo começa quando somos crianças. Os pais exercem um
certo domínio sobre nosso comportamento através da mesada. Talvez
esperem que executemos certas em casa, no quintal, ou na fazenda (no
caso de vivermos no campo) em troca da mesada.
Posteriormente, nossos chefes exercem muito domínio sobre
nosso comportamento e desempenho no trabalho através do nosso
salário. Estes tipos de domínio através do dinheiro são normais, desde
que não sejam excessivos.
Os pais – especialmente os abastados – também usam o
dinheiro como meio de controle dos seus filhos em idade adulta. Os
cônjuges usam o dinheiro como uma alavanca de controle,
especialmente nestes dias em que ambos os companheiros num
casamento geralmente trabalham.
Uma outra influência dominadora que talvez nunca tenha
ocorrido com você é a dívida. Estar em divida significa que você está,
até certo ponto, sob o domínio de outras pessoas. A dívida pode
restringir a alegria e o nível de realização das pessoas – e a pressão da
dívida pode destruir casamentos!
Devemos ser cautelosos na área da dívida, para que não venha
a consumir-nos. A dívida é um impedimento “sutil”. Ela pode
infiltrar-se em nossa vida e arruiná-la, se não formos espertos. Satanás
pode usar este meio para amarras a Igreja, impedindo-nos de
contribuir para a obra do Senhor ao redor do mundo. Devemos vigiar
contra este mal, porque temos e financiar a propagação do Evangelho
na terra.
Nesta hora de economia oscilante, devemos operar totalmente
segundo as leis divinas de dar e receber (Lucas 6:38; Malaquias 3:10).
Sejamos sábios em nossas finanças e negócios, para que nossa família
possa gozar a vida na maravilhosa terra de Deus, sem o peso de
dívidas esmagadoras.
O domínio do dinheiro na Igreja
Os exemplos anteriores acerca do domínio financeiro são
comuns e frequentemente discutidos. Todavia, examinaremos o
controle através do dinheiro de uma maneira bem diferente – como
ele afeta a igreja local.
Infelizmente, em muitas igrejas frequentemente encontramos
os membros proeminentes que realmente são “fãs” do domínio através
do dinheiro. De algum modo acham que, se derem altas somas de
dízimos e ofertas, então têm o direito de dar ordens. Se todos não
fazem o que querem, eles contra-atacam.
Se o pastor prega dois minutos além do normal, ameaçam logo
reduzir ou mesmo reter suas ofertas. Se o pastor não for forte, e sua
segurança estiver no dinheiro, ele pode facilmente se deixar dominar
por este tipo de pressão financeira, e concordará em fazer tudo que lhe
ordenarem – sem primeiro orar nem discutir a situação com o Senhor
– simplesmente para manter a entrada daqueles altos donativos! Tal
pastor é dependente da carne, e não de Deus.
O dinheiro não é o cabeça da Igreja – Jesus Cristo é o Cabeça
da Igreja!
Estas pessoas proeminentes precisam aprender que o dinheiro
não é dado à igreja para comprar poder e prestígio; o dinheiro é dado
a Deus como uma expressão de amor!
Contribuir a Deus devia ser um estilo de vida para o crente.
Contribuir é um meio de mostrar a deus que entendemos que
Ele é dono de todas as coisas e que Ele deu as coisas boas para nós e
nossa família. Adoramos a Deus com nosso dinheiro por causa do que
ele representa – submissão total de nossas vidas a Ele. Quando damos
nosso dinheiro, este ato mostra a Deus, ao céu e ao diabo exatamente
qual é nossa Fonte. Contribuir é um meio de cumprir uma parte da
aliança entre nós e o Senhor, demonstrando que é Ele, e não nós
mesmos, quem nos dá poder para adquirir riqueza (Dt 8:18).
Agora, você pode estar pensando: “Deus não me deu nenhum
dinheiro; eu é que trabalhei duro para ganhá-lo. “Deus lhe deu o sopro
da vida para que pudesse se levantar e ir trabalhar. Ele deu força para
se mover e um cérebro para pensar com criatividade. Se não fosse por
Ele, você nem mesmo conseguiria ir trabalhar!
Há todo um mundo de revelação concernente ao dar dinheiro
a Deus. Comece a pedir para que o Espírito Santo ensine o estilo de
vida de contribuir a Deus. Encontre passagens sobre contribuir e
dizimar na Palavra de Deus, tanto no Antigo como no Novo
Testamentos. Estude-as e nelas medite até que isto se torne uma
revelação e um estilo de vida para você.
Deus não está numa caixa, nem você também é um capataz no
que se refere a contribuir.
Certo casal entrou numa dívida tão terrível que era incapaz de
dar o dízimo e continuar tendo uma vida normal. Não podiam deixar
de pagar uma única conta que fosse sem colocar em perigo todo o seu
futuro. Assim, o que o Espírito Santo guiou-os para fazer? Comecem
a dar o dízimo do dízimo.
Este casal queria tanto ter uma restauração na área do
contribuir que eles começaram a dizimar uma pequena porcentagem
o que contribuíam habitualmente. Semearam para a restauração de
suas finanças! Como resultado, hoje eles dão para a igreja muito mais
do que o dízimo normal.
O dinheiro e a dívida não devem nos dominar. Há sempre uma
maneira de recuperar-nos através do Espírito Santo.
Quando comecei a pregar esta mensagem, as pessoas que
agiam como dominadores através do dinheiro começaram a contra-
atacar imediatamente! Não deixe que tais pessoas o perturbem ou o
atrapalhem. Não deixe que o dinheiro o controle. Seja livre no seu
contribuir, para que possa ser livre em sua mente. Quando você vir
como Deus abençoa suas finanças, sua fé crescerá.
O controle impede o fluir do Espírito
Um princípio no qual Deus me treinou bem no início do meu
ministério é o de não depender das contribuições do povo para pagar
as despesas do ministério.
Um problema frequente na igreja contemporânea é o fato de
que alguns pregadores são dependentes das ofertas do povo. Deixam
dominar-se tanto pelo dinheiro que chegam a perder o verdadeiro fluir
do Espírito!
Esta é uma das razões pelas quais algumas congregações não
estão progredindo em Deus. Uns poucos indivíduos com espíritos
dominadores estão conduzindo as coisas na igreja, e o pastor não quer
perde-los, pois são muito influentes na cidade. No entanto, a
dominação deles, se não acabar, porá um fim no mover de Deus
naquela igreja!
Os pastores têm a necessidade de serem apreciados. Toda
pessoa e todo ministro tem este desejo, mas principalmente os
pastores porque são “plantados” no meio das pessoas que servem. Ao
contrário dos evangelistas, eles não podem chegar a uma cidade,
fulminar com um sermão e, no dia seguinte, sair da cidade! Se um
pastor não estiver seguro em deus, ele começará a pregar mensagens
que o Senhor não lhe deu, simplesmente porque não quer ofender os
membros influentes e mais abastados da sua congregação. Deus não
instrui os ministro a pregarem sermões que “agradem o povo”.
Como ministros, devemos pregar a semente nova Palavra do
Senhor; e não é sempre que as pessoas querem ouvir! Ter uma igreja
grande é uma coisa, mas sentir-se obrigado a ter uma acaba
produzindo uma igreja grande e estagnada, sem o poder e a glória de
Deus.
Um ministro deve compreender que Deus é sua Fonte, e não
uma pessoa proeminente com dinheiro. Se você é um ministro que
está sendo dominado por alguém com dinheiro em sua igreja, é isso
que você deveria fazer: devolva o dinheiro e diga a estas pessoas que
estão tentando dominá-lo: “Aqui está seu dinheiro. Deus é minha
fonte. Se seu motivo, ao contribuir, não é o de usar o dinheiro para
servir o Senhor e à sua Igreja, então vá a outro lugar onde você pode
fazer o que quer!”
E é exatamente isso que vão fazer – não virão à igreja por um
tempo. Talvez até falem com você mas, se o fizerem, falarão algo
como: “Quem você pensa que é, vindo assim em nossa cidade? Eu
estava aqui muito antes de terem votado em você, pastor!”
Aqui há algo importante que não deve ser esquecido: Não se
vota para ter pastores; Deus os estabelece na Igreja.
Além do mais, o pastor – e não o rebanho - é o líder da
congregação. Os presbíteros e os diáconos estão ali para dar conselho
físico e espiritual, mas o pastor não tem obrigação de seguir o
conselho deles, se o Espírito de Deus o levar a outra direção.
Usando o dinheiro para dominar o pregador
Certa vez tive uma experiência interessante com um destes
tipos dominadores. Ele me ofereceu dinheiro, se eu retirasse o que
havia dito a respeito de tirar os membros altivos do conselho da igreja!
Eu dissera: “Se um diácono ou presbítero não pode fluir no Espírito
de Deus, então deveria ser removido do conselho.”
Depois que este homem ofereceu-me o suborno, respondi:
“Não tirarei o que disse, porque o que falei foi certo. Mas, se quiser,
pode me dar o dinheiro.”
Ele não o fez. Descobri depois que ele era o problema na
igreja!
Este homem queria que eu retirasse aquela afirmação e as
palavras ungidas que levaram as pessoas à convicção do seu pecado.
Ele queria ver se conseguia me dominar.
Às vezes algumas pessoas vêm falar comigo após o culto,
querendo que eu retire algo que dissera. Se eu estiver errado quanto a
alguma coisa, me desculparei. Se eu disse algo que não é correto,
retirarei a afirmação. Todavia, não me retratarei da unção, e não me
desculparei por estar certo.
Se nos desculparmos por algo que dissemos sob a unção e
poder. Isto faz com que oscilemos em nossa posição e força. A
verdade é a verdade. Quando estamos firmes na verdade, estamos
certos com Deus e com o povo.
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Como libertar-se da dominação
Há liberdade para os que estão presos pela dominação. Quer
você tenha sido o dominador ou a pessoa dominada, você pode ser
liberto!
Não importa o grau de dominação a que você está sujeito, você
precisa ser liberto, visto que não podemos ter uma vida normal e feliz
quando estamos sendo dominados por alguém.
Como quebramos o poder da dominação? Devemos quebrar o
hábito anormal de depositar as esperanças em outra pessoa. Devemos
quebrar o poder do medo sobre nós, em nome de Jesus.
Passos para a liberdade
Se você está sendo dominado por alguém, aqui estão alguns
passos que deve tomar para libertar-se desta situação.
1. Reconheça que está sendo dominado
Examinemos algumas das maneiras através das quais você
pode saber que está sendo dominado por alguém.
Quando está perto desta pessoa você não consegue ser você
mesmo. Você sente-se intimidado e desconfortável perto desta pessoa,
desejando que seu relacionamento fosse tão feliz como o dos outros.
Você sente-se inseguro e sem jeito quando tenta fazer coisas
diferentes sozinho. Suas esperanças caem por terra e sua mente entra
em parafuso, se a outra pessoa simplesmente faz um comentário
negativo, como: “Não acho que você consegue fazer isto.”
Você sente-se obrigado a sempre passar o tempo com esta
pessoa, mesmo quando ela não leva em consideração seus horários ou
seu estilo de vida.
Assim que você volta de um passeio com amigos ou parentes,
porque não foi convidada, esta outra pessoa sente-se ameaçada e
começa a atacá-lo. Ela pode até mesmo tentar “espiritualizar” o
ataque, dizendo: “Estive no Espírito e sei o que aconteceu enquanto
você esteve ausente.” Ele ou ela lhe dará uma lista de coisas a seu
respeito que não são verdadeiras e, se você não tomar cuidado, pode
acabar concordando com ela.
Quando há um confronto de opiniões, as suas contra as da
outra pessoa, você sente-se obrigado a concordar com ela. Você perde
sua dignidade humana a ponto de desleixar-se com sua aparência,
perdendo também o desejo de ser bem sucedido na vida. Você parece
e sente-se apático e exausto.
2. Reconheça como a pessoa lhe domina
É através do medo, culpa, obrigação, raiva, lágrimas,
frustração, confusão ou outras coisas que examinamos anteriormente?
Não importa o que seja, descubra e quebre seu poder sobre você, em
nome de Jesus. Procure versículos bíblicos que o fortaleçam contra
estas influências negativas. Fale-os em voz alta, repetidas vezes, até
que se tornem parte de você mesmo. Quando vem o ataque do
dominador, você está capacitado a contra atacar com a Palavra de
Deus.
3. Determine e aplique a correção que você precisa fazer em
seus padrões de pensamentos e ações a fim de impedir que você seja
dominado em sua vida.
Por exemplo: se você é dominado através do silêncio, aprenda
a não responder. Não se sinta culpado quando o dominador não falar
com você durante dias a fio. Vá em frente e desfrute da vida. Deixe
que a outra pessoa sinta-se miserável, se é isto que ela queira fazer.
Mais cedo ou mais tarde, o dominador entenderá que o silêncio não é
mais um método eficaz.
Muitas vezes, um marido recusará a falar com sua esposa (ou
vice-versa) devido a algo que ela disse que ele não concordou. Ele usa
sua arma infantil para puni-la, em vez de discutir o problema como
um adulto e resolver a questão para que possam viver em paz e
harmonia. Pessoalmente, não entendo como duas pessoas podem
viver juntas, na mesma casa, com este tipo de conflito entre si.
A falta de harmonia impede o mover do Espírito de Deus.
Até mesmo um pequeno “aborrecimento” entre os membros
de minha equipe ministerial é resolvido imediatamente, pois sabemos
que o Espírito de Deus não fluirá através de um cano entupido!
Quando estamos entristecido e magoados, o Espírito Santo não
pode falar ou curar através de nós. Para podermos ouvir com clareza
na esfera do Espírito, devemos estar livres das feridas e dos laços que
podem vir em nossa vida.
Uma maneira pela qual o dominador tenta controlar sua vida é
através de palavras de incompetência ou fracasso, tais como: “Você
não pode fazer isto. Você vai fracassar porque não tem instrução.”
Lembre o dominador que muitas pessoas pensavam que Albert
Einstein era um retardado quando criança, e que Abraham Lincoln só
passou por derrotas e retrocessos durante muitos anos, antes de se
tornar um político bem-sucedido. Na verdade, muitas das pessoas de
sucesso na vida nunca fizeram um curso superior. Assim, não deixe
que um passado de fracassos ou falta de estudos impeçam-no de
tornar-se aquilo que Deus pretende para você.
Um dominador pode até mesmo ameaça-lo, dizendo: “Se você
não fizer o que quero, vou deixa-lo.”
Não seja intimidado por tais palavras negativas. Lembre-se de
que o Criador habita em você, e que você é importante para Deus.
Ataque estes espíritos malignos, lembrando-os de quem você
é em Cristo Jesus.
Novamente, encontre passagens nas Escrituras que apoiam sua
batalha. Mateus 4:10 é uma muito boa. O diabo foi ter com Jesus,
ordenando-lhe que se ajoelhasse e o adorasse. Jesus respondeu-lhe:
"Vai-te Satanás! Pois está escrito: Ao Senhor teu Deus adorarás,
e só a ele servirás.” Faça como Jesus fez e cite a Palavra de Deus para
você mesmo e para o seu inimigo.
A dominação é igual a idolatria
Quando uma pessoa dominada somente encontra segurança
num relacionamento com seu dominador, isto toma a forma de
idolatria. Visto que ambas as pessoas envolvidas vêem a segurança
uma na outra, uma se torna o deus da outra. Isto é idolatria!
Mateus 4:10, que acabamos de mencionar, é somente mais
uma passagem que cortará este tipo de controle.
Se você é vítima da dominação de outro indivíduo, é
necessário que você lide com esta situação, pois tanto você como o
dominador são uns infelizes. Porque não consertar as coisas com
Deus? Para fazer isto, você precisará aprender a orar e a quebrar o
poder do espírito dominador – e todos os espíritos que o acompanham,
tais como medo, culpa, obrigação, confusão e frustração.
Quando você quebra o poder da dominação sobre sua vida, isto
não significa que você não experimentará um certo grau de solidão.
Estes espíritos dominadores sairão violentamente de sua vida, e você
ficará ali sozinho.
A primeira coisa que o atingirá é um sentimento de culpa,
seguido do medo de não ser capaz de continuar sozinho. Você
começará a perguntar a si mesmo: “O que vou fazer agora?”
Não entre em pânico, e não desista. Pare e diga: “Diabo, sai,
em nome de Jesus! Quebro o teu poder em minha vida. Sai de mim.
Seu mentiroso!” Continue usando sua autoridade para repreender a
culpa e o medo, em nome de Jesus (1 Timóteo 2:7).
Reconheça que a dominação não é somente um problema
psicológico natural; ela também é um problema espiritual. Como
mencionamos anteriormente, a natureza humana é naturalmente
dominadora. Mas, quando o controle se torna anormal, ele é
demoníaco, e você deve combatê-lo – todos os dias.
Não importa se você sente que já está liberto da culpa e do
medo; ainda assim você precisa ficar atento. Ao se levantar, pela
manhã, certifique-se de, primeiramente, ordenar que os espíritos
dominadores deixem-no em paz. Quebre o poder deles sobre você.
Ordene que se afastem, em nome de Jesus. Cite-lhes as passagens das
Escrituras e faça-os obedecer a você.
Na próxima vez que encontrar-se com o dominador, talvez ele
ou ela não fale com você, pois você não entrou em contato ou não
pediu a ajuda dele ou dela. Mas, não se atreva a sentir-se culpado ou
tente fazer as pazes. Você acabou de ganhar sua liberdade, desfrute
dela!
4. Enfrente seu dominador
Primeiramente vem a separação inicial da pessoa dominadora.
Depois, você se fortalece no Espírito, sabedor de que seu
coração está certo. Então você pode dar o passo final em sua
libertação total do domínio: enfrente seu dominador!
A batalha do confronto
O confronto nem sempre tem de ser uma batalha. Mas, quando
enfrentamos um dominador, é necessário que sejamos fortes, pois com
os dominadores não é fácil de ligar. São pessoas cegas pela sua própria
insegurança.
Você deve dizer ao dominador: “Você dominou-me deste modo
(cite o que). Eu amo você, mas estas coisas não mais funcionarão na
minha vida. Você deve mudar, senão não poderemos ter um
relacionamento.”
Quando você faz isto, várias coisas podem acontecer. Tão logo
você acuse a outra pessoa de dominá-lo, ela provavelmente protestará:
“Não estou querendo dominá-lo. Eu amo você. Tudo que tenho feito
é para o seu próprio bem. Você quer dizer que não gostou do que fiz?”
Ou, o dominador vai “virar a mesa” e tentar esconder os erros e
defeitos dele ou dela, fazendo parecer que tudo o que aconteceu foi
sua culpa.
Se você não for forte, você vai escorregar de sua posição no
Espírito, e vai cair na esfera da alma, que é a esfera emocional. O
dominador continuará: “Você sabe que amo você; vamos resolver
isto.” Você começará a chorar e dirá, “Oh, sim, eu sei.” Então cairá
de novo na rede da dominação!
O dominador manifestará todos os tipos de emoção: raiva,
ciúme, orgulho, medo e muitos outros. Nenhum ser humano normal
pode mudar o seu estado emocional tão rapidamente; isto é mais uma
evidência da operação dos espíritos dominadores dentro daquele
indivíduo. Se você for realmente forte no Senhor, você pode observar
e chamar pelo nome de cada um dos espíritos que se manifesta.
Saiba disto: você está numa guerra, e não passando as férias. Se
você é fraco, é melhor chamar uma equipe de fortes guerreiros de
oração para apoiá-lo na intercessão, enquanto você entra nesta
batalha.
Depois do confronto, não fique sentado meditando sobre o que
aconteceu. Não pense nisto de modo algum! Tire isso de sua cabeça.
Em vez de ficar revivendo isto vezes sem conta, levante-se e ande pelo
quarto em oração.
O preço
Há sempre quem não queira pagar o preço de continuar com o
Senhor. Preferem acomodar-se à sua rotina, não tendo de se preocupar
com mudança.
Se você realmente deseja continuar com Deus, então deve pagar
esse preço: talvez você tenha de tomar a difícil decisão de libertar-se
de amigos ou sócios que não querem seguir em frente e vão tentar
impedi-lo de continuar.
Você continuará amando-os, orando por eles, comunicando-se
com eles, e até mesmo visitando-os; todavia, com amos e firmeza,
você não permitirá que o impeçam ou tentem dissuadi-lo de fazer o
que é necessário para cumprir o propósito de seu chamado divino.
Não se submeta à insegurança de outra pessoa e nem se deixe
escravizar por ela. Não permita que o medo aborte seu destino, sua
missão para Deus na terra. Seja ousado e forte: ande na compaixão de
Deus e conquiste as nações no Seu nome!
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Oração de libertação
Pai, nós te agradecemos por esta mensagem sobre dominação.
Obrigado pelo entendimento que tu estás nos dando, juntamente
com a sabedoria para discernirmos com clareza a diferença
entre os obstáculos e as bênçãos de Deus em nossa vida.
Damos-te glória por isso.
Obrigado, Pai, porque Tu queres ver as pessoas libertas
da dominação. Envio-lhes a Palavra de Deus agora mesmo
e quebro o poder dos espíritos dominadores sobre eles. Satanás,
deixa o meu povo ir, em nome de Jesus!
Quebro o poder do medo. Desfaço as palavras negativas que
foram lançadas contra estas pessoas e ordeno clareza e direção
sobre elas para que possam cumprir o plano de Deus.
Agradeço-te, Senhor, que estás dando revelação às pessoas
no tocante às suas circunstâncias, para que saibam o que fazer
para serem libertas.
Pai, eu Te agradeço porque nenhuma pessoa
pensa que estamos contra ela.
Obrigado, Pai, pela forte liderança que Tu estás fazendo nascer
no Corpo de Cristo. Pedimos que nos dês ousadia para sermos
testemunhas do Evangelho com grande poder e manifestação.
O propósito de Deus será cumprido na terra!
Que a Palavra separe o autêntico do falso, libertando a vida
das pessoas para que seus lares fiquem cheios da presença,
do poder e da alegria do Senhor,
Em nome de Jesus, agradecemos a Ti por todas estas coisas
que já consideramos como nossas.
Amém!