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AFO E CONTABILIDADE PÚBLICA EM EXERCÍCIOS - TCU PROFESSOR DEUSVALDO CARVALHO www.pontodosconcursos.com.br 1 AULA 05 – QUESTÕES DE AFO E CPU - TCU 1. QUESTÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO Colega concursando! Nas aulas seguintes (06 a 09) procuraremos enfatizar mais os aspectos relativos à LRF, SIAFI e Balanços Públicos. É nossa preocupação não deixar a nota de aula muito extensa e cansativa (EXAUSTIVA). Assim sendo, estamos resolvendo uma média de 15 questões de cada disciplina (AFO + LRF e Contabilidade Pública) sem se descuidar dos assuntos mais exigidos nos concursos elaborados pelo CESPE de 2004 em diante. Bom estudo e uma excelente assimilação do conteúdo. Vamos à luta porque a conquista do cargo de ACE/TCU e principalmente e o seu vencimento (salário) vale a pena todo e qualquer sacrifício! 1. (CESPE – Auditor TCU – 2007) Segundo dispositivos da LRF, a falta de prestação de contas sujeita o município à sanção de suspensão pela União de quaisquer transferências voluntárias ao ente da federação inadimplente. Tal sanção não atinge, portanto, os recursos recebidos do FPM. Resolução São exigências da LRF para a realização de transferência voluntária, além das que podem ser estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias: Existência de dotação específica; Observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição; Comprovação, por parte do beneficiário de que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos. Para a LRF o ente que deixar de prestar contas não pode sofrer sanções de suspensão de transferências voluntárias relativas às áreas de educação, saúde e assistência social. Portanto, a falta de prestação de contas não sujeita o município à sanção de suspensão pela União de transferências voluntárias relativas às áreas de educação, saúde e assistência social. Item ERRADO.

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AULA 05 – QUESTÕES DE AFO E CPU - TCU 1. QUESTÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO Colega concursando! Nas aulas seguintes (06 a 09) procuraremos enfatizar mais os aspectos relativos à LRF, SIAFI e Balanços Públicos. É nossa preocupação não deixar a nota de aula muito extensa e cansativa (EXAUSTIVA). Assim sendo, estamos resolvendo uma média de 15 questões de cada disciplina (AFO + LRF e Contabilidade Pública) sem se descuidar dos assuntos mais exigidos nos concursos elaborados pelo CESPE de 2004 em diante. Bom estudo e uma excelente assimilação do conteúdo. Vamos à luta porque a conquista do cargo de ACE/TCU e principalmente e o seu vencimento (salário) vale a pena todo e qualquer sacrifício! 1. (CESPE – Auditor TCU – 2007) Segundo dispositivos da LRF, a falta de prestação de contas sujeita o município à sanção de suspensão pela União de quaisquer transferências voluntárias ao ente da federação inadimplente. Tal sanção não atinge, portanto, os recursos recebidos do FPM. Resolução São exigências da LRF para a realização de transferência voluntária, além das que podem ser estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias: Existência de dotação específica; Observância do disposto no inciso X do art. 167 da Constituição; Comprovação, por parte do beneficiário de que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos. Para a LRF o ente que deixar de prestar contas não pode sofrer sanções de suspensão de transferências voluntárias relativas às áreas de educação, saúde e assistência social. Portanto, a falta de prestação de contas não sujeita o município à sanção de suspensão pela União de transferências voluntárias relativas às áreas de educação, saúde e assistência social. Item ERRADO.

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2. (CESPE – TRE/AL - 2004) Para despesas com energia elétrica e consumo de água, é utilizado o empenho por estimativa. Resolução Empenho estimativo: é utilizado para despesas de valor não previamente conhecido e com base periódica, normalmente não homogênea, a exemplo das contas de tarifas públicas, água, luz, telefone, etc.

É utilizado nas situações em que não é possível a determinação prévia do valor exato da despesa, podendo o pagamento ser efetuado um uma única vez ou parceladamente. Por essa razão, estima-se um valor e se estabelece um cronograma de pagamento.

Exemplo: empenho das faturas de serviços de telefonia, água, energia elétrica, reprodução de documentos etc.

A cada parcela do empenho estimativo a ser paga, acontece uma transação de Liquidação parcial desse empenho e a emissão de uma Ordem de Pagamento.

Constatada a insuficiência do valor estimado para atender à despesa empenhada, admite-se a sua complementação mediante reforço de empenho. Trata-se de novo Empenho cujo valor é acrescentado ao valor do empenho estimativo. Convém ressaltar que, como em qualquer caso de reforço de empenho, é obrigatória a existência de saldo no empenho a ser reforçado.

Portanto, o empenho estimativo destina-se a atender despesa de valor não exato no momento do empenho.

Importante! Poderá haver inscrição em restos a pagar de despesa empenhada e não paga por valor estimado. Nessa situação, ocorreu empenho da despesa estimativo.

Portanto, por ocasião do pagamento de despesa inscrita em restos a pagar pelo valor estimado, poderão ocorrer duas situações:

1ª. O valor real a ser pago é superior ao valor empenhado e inscrito em restos a pagar: nessa situação, a diferença deverá ser empenhada à conta de “despesas de exercícios anteriores”.

Exemplo: Foi empenhada e liquidada uma despesa, por estimativa, relativa à fatura de água, em 20 de dezembro, no valor de R$ 1.500,00. Em 31/12 essa despesa foi inscrita em restos a pagar. Em 03/01 do exercício seguinte foi recebida a fatura da conta de água no valor de R$ 1.800,00. Em 05/05, foi empenhado R$ 300,00 de “despesas de exercícios anteriores” e emitido uma ordem bancária – OB de R$ 1.800,00.

2ª. O valor real a ser pago é inferior ao valor inscrito: o saldo existente deverá ser cancelado.

Utilizando o mesmo exemplo anterior, vamos supor que o valor empenhado e inscrito em restos a pagar foi de R$ 1.800,00 e o valor

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real da fatura foi de R$ 1.500,00. Nessa situação, será emitida, no exercício seguinte, em 05/05, uma nota de empenho cancelando R$ 300,00.

O valor de R$ 300,00 cancelado será “considerado” receita do orçamento vigente, causando uma variação ativa e aumentando o patrimônio público.

Item CERTO. O orçamento é um instrumento da administração pública que autoriza despesas para realização das políticas públicas. A respeito do orçamento, julgue os itens a seguir. 3. (CESPE – STM –2004) O princípio da especialização prevê que a lei orçamentária deve conter apenas matéria financeira, excluindo-se dela qualquer dispositivo estranho à estimativa da receita e à fixação da despesa. Resolução O comando da questão trata, em verdade, do princípio da exclusividade, onde a CF/88 veda a inclusão na LOA de matéria que não seja relativa à previsão de receita e a fixação de despesas, considerando-se as exceções previstas na própria constituição.

O que seria o princípio da especificação ou especialização? Esse princípio impõe a classificação e designação dos itens que devem constar na LOA.

Essa regra opõe-se à inclusão de valores globais, de forma genérica, ilimitados e sem discriminação e ainda, o início de programas ou projetos não incluídos na LOA e a realização de despesas ou assunção de obrigações que excedam os créditos orçamentários ou adicionais (art. 167, incisos I, II e VI da CF).

Esse princípio também está consagrado no § 1º do art. 15 da Lei nº. 4.320/64 a seguir transcrito:

Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por elementos.

§ 1º. Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material, serviços, obras e outros meios de que se serve a administração pública para consecução dos seus fins.

O que são valores globais?

Na lei orçamentária anual poderá conter determinada quantidade de recursos não especificamente destinada a determinado órgão, unidade orçamentária, programa ou categoria econômica. Esses recursos serão utilizados para abertura de créditos adicionais ou a realização de determinados gastos.

Poderíamos considerar como exceções ao princípio da especificação:

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A reserva de contingência, prevista no art. 91 do Decreto-Lei nº. 200/67 e no artigo 5º, inciso III da LRF;

Os investimentos em regime de execução especial, estabelecido no art. 20 da Lei nº. 4.320/64.

Essas duas exceções são exemplos de dotações globais que podem ser inseridas na LOA.

O princípio da especialização abrange tanto os aspectos qualitativo quanto os quantitativos dos créditos orçamentários, vedando, assim, a concessão de créditos ilimitados.

Resumindo:

Exceções ao princípio da especificação ou especialização:

Investimento em regime de execução especial são os programas de trabalho que, por sua natureza, não possam ser realizados de acordo com as normas gerais de execução de despesas. Exemplo: Verbas secretas para pagamento de informantes nos órgãos de segurança pública.

O art. 23 da Lei nº. 4.320/64O determina que o Poder executivo deva estabelecer um quadro de detalhamento das receitas e das despesas de capital. Esse detalhamento da receita e da despesa desdobra a classificação da arrecadação e dos investimentos aprovados na lei orçamentária.

O art. 8o da LRF estabelece que até trinta dias após a publicação dos orçamentos, nos termos em que dispuser a lei de diretrizes orçamentárias e observado o disposto na alínea c do inciso I do art. 4o, o Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de desembolso.

Essa norma se coaduna com o princípio da especificação, onde estabelece a publicação do detalhamento mensal da despesa através de Decreto, especificando, pormenorizando o gasto público. A questão trata do princípio da especificação ou especialização e não o da não-afetação ou não-vinculação. Item ERRADO. 4. (CESPE – STM –2004) Orçamento-programa é um sistema que presta particular atenção àquilo que um governo realiza, como educação, assistência médica e segurança, mais do que ao que adquire, como serviços, materiais e equipamentos. Resolução

Reserva de contingência (art. 91 do Decreto-Lei nº 200/67); Investimentos em regime de execução especial (art. 20, da Lei nº 4.320/64).

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O que é o orçamento-programa?

Atenção! De todos os tipos de orçamentos (Base-zero, clássico ou tradicional, de desempenho, participativo) o orçamento-programa é o mais exigido em concursos, haja vista que é essa a metodologia orçamentária atualmente utilizada no Brasil.

O orçamento-programa pode ser considerado uma concepção gerencial de orçamento público.

Esse tipo de orçamento é entendido como um elo entre o planejamento (PPA) e as ações executivas da Administração Pública, cuja ênfase é a consecução de objetivos e metas e, para tanto, são considerados os custos dos programas de ação e classificados a partir do ponto de vista funcional-programático.

Atenção! O termo “funcional-programático” significa dizer que a despesa se encontra dentro de uma função de governo (judiciária, legislativa, saúde etc.) e que para cada despesa existe um programa de trabalho, ou seja, toda despesa pública encontra-se dentro de um programa de trabalho.

O orçamento-programa foi difundido pela Organização das Nações Unidas - ONU a partir do final da década de 50, inspirado na experiência do orçamento de desempenho nos Estados Unidos da América.

O tipo de orçamento utilizado atualmente no Brasil, em todas as unidades da federação, é o orçamento programa.

Implementação do orçamento-programa:

A adoção do orçamento-programa na esfera federal foi efetivada em 1964 e está inserido na Lei no 4.320.

Atenção! Muito cobrado em concurso! O orçamento-programa foi implementado no Brasil a partir da Lei no 4.320/64.

Após a Lei no 4.320/64 o Decreto-Lei no 200/67 reforçou a idéia de orçamento-programa ao estabelecer, em seu art. 16, que em cada ano será elaborado um orçamento-programa que pormenorizará a etapa do programa plurianual a ser realizado no exercício seguinte e que servirá de roteiro à execução coordenada do programa anual.

Apesar da concepção de orçamento-programa ser conhecida desde a década de 50, inclusive no Brasil, os avanços ocorridos para sua efetiva implementação em nosso País somente ocorreu com a edição do Decreto Federal nº. 2.829/98 e demais normas que disciplinaram a elaboração do PPA (2000-2003).

Foi a partir daí que os esforços para a implantação do orçamento programa na área federal tiveram efetivamente a sua concretização, sendo imediatamente colocado em prática.

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O orçamento-programa está intimamente ligado ao sistema de planejamento (PPA) e aos objetivos que o Governo pretende alcançar durante um determinado período de tempo.

Atenção! O orçamento-programa é conceituado como sendo um plano de trabalho expresso por um conjunto de ações a realizar e pela identificação dos recursos necessários à sua execução.

Portanto, pelos conceitos e definições, podemos observar que o orçamento-programa não é apenas um documento financeiro, mas principalmente, um instrumento de concretização das ações do governo. Ele viabiliza os objetivos governamentais em consonância com os planos e diretrizes estabelecidas.

Podemos dizer que os orçamentos expressam uma realidade físico-financeira e os programas de trabalho do governo, entretanto, é o orçamento-programa que possibilita, entre outros:

� A integração do planejamento com o orçamento;

� A quantificação de objetivos e a fixação de metas;

� Informações relativas a cada atividade ou projeto, quanto e para que vai gastar;

� Identificação dos programas de trabalho, objetivos e metas compatibilizados com o PPA, LDO e LRF;

� Elaboração através de processo técnico e é baseado em diretrizes e prioridades, estimativas reais de recursos e de diagnóstico das necessidades;

� As relações insumo-produto;

� As alternativas programáticas;

� O acompanhamento físico-financeiro;

� A avaliação de resultados e a gerência por objetivos.

Em síntese, o governo que trabalha com o orçamento-programa estabelece as suas diretrizes objetivos e metas que serão implementadas através das ações de governo (programas, projetos, atividades e operações especiais). Esse sistema orçamentário enfatiza àquilo que um governo realiza, tais como: saúde, educação, assistência social, segurança etc., ou seja, as realizações de governo são mais importantes do que as aquisições de serviços, materiais e equipamentos. Item CERTO. A administração pública, na execução do orçamento, capta receitas e realiza despesas. Acerca de receita e despesa, julgue os itens subseqüentes. 5. (CESPE – STM –2004) O pagamento de determinado tributo por um contribuinte, em uma agência bancária, caracteriza o estágio do recolhimento da receita.

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Resolução Observe primeiramente os conceitos:

Arrecadação: consiste no pagamento, pelo contribuinte, ao agente arrecadador (instituição financeira), do valor do seu débito (art. 56, da Lei nº. 4.320/64).

Recolhimento: consiste no repasse, pelo agente arrecadador (instituição financeira), do valor arrecadado, para o caixa único do Tesouro Nacional, mantido no Banco Central do Brasil – BACEN.

Conforme visto no conceito sobre arrecadação de receitas, o pagamento de tributo efetuado por contribuinte em agência bancária caracteriza o estágio da arrecadação. O estágio do recolhimento ocorre quando a instituição financeira recolhe os recursos arrecadados para a conta única do Tesouro Nacional.

Portanto, pode-se observar o comando da questão refere-se ao estágio da ARRECADAÇÃO da receita.

Item ERRADO. 6. (CESPE – STM –2004) Despesa extra-orçamentária constitui uma saída financeira decorrente de recursos recebidos anteriormente, como, por exemplo, cauções em dinheiro, depósitos de terceiros e salários não reclamados. Resolução

Despesa extra-orçamentária é a despesa que não consta na lei orçamentária anual, compreendendo as diversas saídas de numerários, decorrentes do pagamento ou recolhimento de:

As contas desse quadro acima (depósitos, cauções, etc.) são contrapartidas da receita extra-orçamentária. É a obrigação de devolver o valor arrecadado transitoriamente.

Resumindo: segundo a Lei nº. 4.320/64 existem dois grandes grupos ou tipos de despesas:

► Despesas orçamentárias; e

► Despesas extra-orçamentárias.

As despesas extra-orçamentárias são contrapartida da receita extra-orçamentária. Exemplo: uma antecipação de receita orçamentária – ARO, no momento de sua entrada em bancos, de forma concomitante registra-se uma obrigação no passivo financeiro. Posteriormente,

� Depósitos;

� Cauções;

� Pagamentos de restos a pagar;

� Resgate (pagamento) de operações de crédito por antecipação da receita;

� Quaisquer saídas para pagamentos das entradas de recursos transitórias, etc. � Débitos de tesouraria (antecipação de receita orçamentária).

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quando da realização do pagamento registra-se uma despesa extra-orçamentária. Item CERTO. 7. (CESPE – STM –2004) A despesa empenhada no ano de 2003 pertence àquele exercício, mesmo que o bem ou serviço adquirido tenha sido entregue no exercício de 2004. Resolução

Essa questão trata dos Restos a Pagar ou resíduos passivos que são despesas empenhadas, liquidadas ou não, e ainda não pagas na data de encerramento do exercício financeiro em 31 de dezembro.

De acordo com os artigos 36 da Lei nº. 4.320/64 e 67 do Decreto 93.872/86, são considerados restos a pagar as despesas empenhadas e não pagas até 31 de dezembro, distinguindo-se as despesas processadas das não processadas.

Distinção entre restos a pagar processados e não processados:

Restos a pagar processados:

São restos a pagar processados as despesas empenhadas e liquidadas. Ou seja, representam as despesas pendentes apenas de pagamento.

As despesas liquidadas são aquelas que o credor já cumpriu com suas obrigações contratuais, entregado o material, prestado os serviços ou executado a etapa da obra, dentro do exercício, tendo, portanto, direito líquido e certo ao pagamento.

O cumprimento das obrigações contratuais pelos credores considera-se o implemento de condição inserido no conceito de empenho da despesa.

Relembrando o conceito:

Empenho, segundo a Lei nº. 4.320/64 é o ato emanado de autoridade competente que cria para o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição (art. 58).

Após o cumprimento das obrigações contratuais pelos credores a administração pública está em condições de liquidar a despesa, que será realizada no SIAFI através do documento denominado nota de liquidação – NL.

Restos a pagar não processados:

São restos a pagar não processados as despesas que dependem, ainda, da prestação do serviço ou do fornecimento do material, ou seja, o credor ainda não cumpriu com suas obrigações contratuais, portanto, seu direito ainda não foi processado pelo setor contábil.

Representam, portanto, as despesas empenhadas, porém, ainda não liquidadas.

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Na administração pública federal, a regra é inscrever em restos a pagar somente as despesas empenhadas e liquidadas.

Porém, existem exceções, conforme previsão no Decreto Federal nº. 93.872/86, permitindo, assim, a inscrição de restos a pagar não processados, ou seja, despesa empenhada e não liquidada.

O artigo 68 do Decreto nº. 93.872/86 estabelece que a inscrição de despesas como restos a pagar será automática, no encerramento do exercício financeiro de emissão da nota de empenho, desde que satisfaça às condições estabelecidas no próprio Decreto, e terá validade até 31 de dezembro do ano subseqüente.

As condições supramencionadas estão previstas no artigo 35 do Decreto 93.872/86, a seguir transcrito:

Art. 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de dezembro, para todos os fins, salvo quando:

I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele estabelecida;

II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação da despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida pelo credor;

III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;

IV - corresponder a compromissos assumidos no exterior.

Portanto, conforme a norma mencionada, existe bastante restrição quanto à inscrição em restos a pagar de despesa empenhada e não liquidada. Assim, só poderá haver inscrição de restos a pagar de despesas não liquidadas se atendidas as condições do art. 35 da norma acima transcrita.

Exemplo do item I: A administração pública formaliza contrato de fornecimento de gêneros alimentícios em 25 de julho, por seis meses, para entrega mensal, todo dia 20 de cada mês. A última entrega (liquidação da obrigação) deverá ocorrer em 20 de janeiro do ano seguinte.

A administração pública poderá empenhar, em dezembro, o valor da entrega (liquidação) que ocorrerá em 20 de janeiro, poderá ser empenhado e inscrito em restos a pagar não processados.

Exemplo do item II: Suponha-se que na contratação de uma obra pela administração pública, o contrato estabelece que o prazo de entrega seja em 20 de dezembro. Vencido esse prazo, o prestador de serviço não concluiu totalmente a obra e se comprometeu a entregar em até 31 de janeiro do ano subseqüente. Restando parcela a ser paga em 31/12, pode-se empenhar o valor e inscrever em restos a pagar não processados.

Exemplo do item III: Transferência financeira da União para um Município. Essa transferência gera uma despesa para a União e uma Receita para o Município. Assim, a União empenha a despesa a favor

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do município e fica aguardando a ultimação dos procedimentos legais. No encerramento do exercício financeiro, em 31/12, caso o recurso ainda não tenha sido transferido deve-se inscrever a despesa em restos a pagar não processados.

Exemplo do item IV: Despesa empenhada pela União a favor de uma Embaixada brasileira na Alemanha. Pode-se empenhar a despesa e inscrevê-la em restos a pagar.

Por conseguinte, a despesa empenhada no ano de 2003 pertence ao exercício de 2003, mesmo que o bem ou serviço adquirido tenha sido entregue no exercício de 2004. Item CERTO. 8. (CESPE – STM –2004) O pagamento da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo direito, extinguindo a obrigação. Resolução Geralmente as questões do CESPE referentes à liquidação ou pagamento de despesas existe tentativa de confundir o candidato acerca dos conceitos de liquidação e pagamento. Portanto, fique atento aos conceitos de liquidação e pagamento de despesa! Liquidação da despesa

Esse estágio da despesa é bastante explorado em concurso! Preste bastante atenção!

A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor com base nos documentos que comprovem a aquisição de tais direitos (art. 63, § 3º da Lei 4.320/64).

A liquidação compreende o 2º estágio de execução da despesa e é caracterizada pela entrega da obra, bens, materiais ou serviços, objeto do contrato com o fornecedor.

Após a conclusão do serviço ou entrega dos bens, essa liquidação é realizada formalmente no SIAFI, através da Nota de Liquidação – NL.

A liquidação da despesa é realizada pelo serviço de contabilidade do órgão e consiste na verificação do direito adquirido pelo credor, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

Na liquidação da despesa é verificado se o contrato ou a entrega dos bens adquiridos foi efetivamente cumprido pelo fornecedor.

A questão não trata do estágio do pagamento e sim do da liquidação de despesa previsto no art. 63 da Lei 4.320/64, onde menciona que a liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo

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credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

A Lei 4.320/64 determina que o pagamento da despesa só seja efetuado quando ordenado, após sua regular liquidação.

O que é liquidar uma despesa?

Conceito legal: A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito (art. 63, da Lei nº. 4.320/64).

O § 1° do art. 36 do Decreto 93.872/86 determina que essa verificação tem por fim apurar:

O § 2º do art. 36 do Decreto 93.872/86 estabelece que a liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por base:

Pagamento da despesa

O pagamento da despesa representa a efetiva saída de numerários da conta única do tesouro nacional em favor do credor (art. 64 e § 2º da Lei nº. 4.320/64).

O pagamento da despesa compreende o terceiro estágio de sua execução e consiste no despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga.

Para o cumprimento do terceiro estágio da despesa, a unidade gestora deverá emitir um documento denominado ordem bancária – OB, no sistema siafi.

O que é ordem de pagamento? A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente, determinando que a despesa seja paga (art. 64 da Lei nº. 4.320/64).

Ordem de pagamento não se confunde com o documento “Ordem Bancária” – OB, extraído do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal – SIAFI.

Portanto, ordem de pagamento é o despacho (assinatura) do Gestor público autorizando o pagamento da despesa e a Ordem Bancária é o documento emitido através do SIAFI, que transfere o recurso financeiro para a conta do credor.

Item ERRADO.

► A origem e o objeto do que se deve pagar; ► A importância exata a pagar; ► A quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.

► O contrato, ajuste ou acordo respectivo; ► A nota de empenho; ► Os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

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9. (CESPE – STM –2004) A despesa realizada por meio de suprimento de fundos deve ter o seu comprovante emitido em nome do agente suprido pelos fornecedores ou prestadores de serviços no próprio documento fiscal comprobatório. Resolução

O Suprimento de Fundos é a modalidade de pagamento de pequenas despesas eventuais, em casos excepcionais, e somente quando sua realização não possa ser cumprida por via ordinária, com processo de licitação. Consiste na abertura de conta corrente, que pode ser movimentada por servidor expressamente autorizado pela autoridade competente, nos limites e hipóteses previstos na legislação em vigor.

A legislação prevê ainda o suprimento de fundos na modalidade “sigiloso”, utilizado para o pagamento de despesas eventuais realizadas em atividades sigilosas, como operações investigativas de polícia. Os dados relativos a suprimentos de fundos de natureza sigilosa não serão divulgados, para preservar a segurança das atividades e dos servidores envolvidos.

O suprimento de fundos é utilizado apenas para o pagamento de despesas eventuais (que não possuem uma ação continuada), as quais se tornaram essenciais e inadiáveis para a Administração Pública.

Toda a documentação comprobatória das despesas realizadas mediante suprimento de fundos deverá ser emitida em nome do órgão, jamais poderá ser em nome do servidor suprido. A Portaria da STN – Secretaria do Tesouro Nacional nº. 05, de 06 de novembro de 1996, que trata, dentre outros, do suprimento de fundos, no item 11.5 assim dispõe: 11.5 – Compõe a prestação de contas do suprimento de fundos: 11.5.1 – A Proposta de Concessão de Suprimento; 11.5.2 – cópia da NE - Nota de Empenho da despesa; 11.5.3 -cópia da ordem bancária; 11.5.4 – o Relatório de Prestação de Contas; 11.5.5 – os documentos originais (Nota Fiscal/Fatura/Recibo/Cupom Fiscal), devidamente atestados, emitidos em nome do órgão, comprovando as despesas realizadas; 11.5.6 - o extrato da conta bancária descriminando todo o período de utilização, quando se tratar de suprimento de fundos concedido por meio de conta bancária; 11.5.7 – a Guia de Recolhimento da União - GRU, referente às devoluções de valores sacados e não gastos em três dias e aos recolhimentos dos saldos não utilizados por ocasião do término do prazo do gasto, se for o caso; 11.5.8 – a cópia da GPS, se for o caso; 11.5.9 - a cópia da NS - Nota de Sistema de reclassificação e baixa dos valores não utilizados; 11.5.10 – nos suprimentos concedidos por meio do cartão corporativo: 11.5.10.1 - Demonstrativos mensais; 11.5.10.2 - Cópia(s) da(s) fatura(s).

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11.5.11 - Cópia do documento de arrecadação do ISS, se for o caso.

Item ERRADO. 10. (CESPE – STM –2004) Despesa empenhada no último exercício e não paga é tratada no exercício atual como despesa de exercício anterior. Resolução

Regime contábil aplicado à contabilidade pública:

A contabilidade pública adota o regime contábil misto, ou seja, regime de caixa para as receitas e de competência para as despesas.

O regime contábil adotado para a contabilidade pública está definido em duas normas: Lei nº. 4.320/64 e na Lei Complementar nº. 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.

Previsão do regime contábil misto na Lei nº. 4.320/64:

O art. 35 dessa norma estabelece que pertencem ao exercício financeiro:

◊ As receitas nele arrecadadas;

◊ As despesas nele legalmente empenhadas.

Previsão do regime contábil misto na LRF: A LRF regulamenta esse regime contábil ao estabelecer em seu art. 50 que além de obedecer às demais normas de contabilidade pública, a escrituração das contas públicas observará as seguintes: (art. 50).

a despesa e a assunção de compromisso serão registradas segundo o regime de competência, apurando-se, em caráter complementar, o resultado dos fluxos financeiros pelo regime de caixa (art. 50, inciso II, da LRF).

Verifica-se que a adoção do regime contábil misto, competência para as despesas e de caixa para as receitas é legal, ou seja, está consagrado em norma cogente (obrigatória). Portanto, como as despesas legalmente empenhadas pertencem ao exercício financeiro em que foi empenhada, não se cogita mencionar que a despesa empenhada no último exercício e não paga é tratada no exercício atual como despesa de exercício anterior. Item ERRADO. Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal — Lei Complementar n.º 101/2000 — julgue os itens seguintes. 11. (CESPE – Perito Criminal Federal/DPF - 2004) Os entes da Federação poderão conceder crédito a particulares sujeitos a encargos subsidiados, desde que autorizados em lei específica e consignado o subsídio correspondente na lei orçamentária. Resolução

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Destinação de recursos públicos para o setor privado

A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na LDO e estar prevista na LOA ou em seus créditos adicionais.

Na concessão de crédito por ente da Federação a pessoa física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou indireto, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres não serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.

Proibição de socorro a instituições financeiras:

Salvo mediante lei específica, não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário.

Observe que podem ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, desde que haja autorização, mediante lei específica.

A LRF proíbe taxativamente, porém, com ressalva, o socorro às instituições do Sistema Financeiro Nacional - SFN. Tal proibição tem como objetivo primordial evitar a repetição de programas idealizados por governantes para socorrer instituições integrantes do SFN.

Para solucionar essa problemática, a LRF prevê solução para eventuais situações de insolvência, ou seja, a criação de fundos e outras formas legais que dêem cobertura a essas instituições. Conforme exposto, os entes da Federação poderão conceder crédito a particulares sujeitos a encargos subsidiados, desde que autorizados em lei específica e consignado o subsídio correspondente na lei orçamentária. Item CERTO. 12. (CESPE – Perito Criminal Federal/DPF - 2004) A suspensão das transferências voluntárias entre entes da Federação é uma das sanções mais comuns pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. As ações na área de segurança pública constituem uma das poucas exceções à aplicação dessas sanções. Resolução

Das transferências voluntárias

Para fins da Lei de Responsabilidade Fiscal, transferências voluntárias compreendem a entrega de recursos provenientes da arrecadação de receitas correntes ou de capital a outros entes da federação, a título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de

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determinação constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde - SUS.

Para a efetivação dessa transferência, a operação, obrigatoriamente, além da observância à LDO, deverá ser observado o seguinte:

� Existência de dotação específica, ou seja, deverá haver na Lei Orçamentária Anual, uma previsão de créditos que dêem cobertura a referida transação;

� Proibição de transferências voluntárias de recursos para pagamento de pessoal ativo, inativo ou pensionista dos entes da federação;

� Comprovação, por parte do beneficiário da transferência, das seguintes situações:

1. Que se acha em dia com o pagamento de tributos, empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor, e também com a prestação de contas de recursos anteriormente dele recebidos;

2. Cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde;

3. Observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de crédito, inscrição de restos a pagar e despesa com pessoal;

4. Previsão orçamentária de contrapartida, ou seja, deverá haver no ente beneficiário da transferência qual a soa cota.

5. Que a transferência não seja para pagamento de despesas com pessoal ativo, inativo e pensionista, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Atenção! Não poderá haver suspensão das transferências voluntárias relativas às ações de educação, saúde e assistência social.

Conforme demonstrado acima as ações na área de segurança pública não constituem exceções à aplicação das sanções, as exceções são às ações de educação, saúde e assistência social.

Destinação de recursos públicos para o setor privado

A destinação de recursos para, direta ou indiretamente, cobrir necessidades de pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas deverá ser autorizada por lei específica, atender às condições estabelecidas na LDO e estar prevista na LOA ou em seus créditos adicionais.

Na concessão de crédito por ente da Federação a pessoa física, ou jurídica que não esteja sob seu controle direto ou indireto, os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres não serão inferiores aos definidos em lei ou ao custo de captação.

Proibição de socorro a instituições financeiras:

Salvo mediante lei específica, não poderão ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, ainda que mediante a concessão de

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empréstimos de recuperação ou financiamentos para mudança de controle acionário.

Observe que podem ser utilizados recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional, desde que haja autorização, mediante lei específica.

A LRF proíbe taxativamente, porém, com ressalva, o socorro às instituições do Sistema Financeiro Nacional - SFN. Tal proibição tem como objetivo primordial evitar a repetição de programas idealizados por governantes para socorrer instituições integrantes do SFN.

Para solucionar essa problemática, a LRF prevê solução para eventuais situações de insolvência, ou seja, a criação de fundos e outras formas legais que dêem cobertura a essas instituições. Item ERRADO. 13. (CESPE – Perito Criminal Federal/DPF - 2004) Os créditos adicionais distinguem-se dos orçamentários propriamente ditos por alterarem a lei orçamentária anual. Tanto os créditos suplementares e especiais como os extraordinários requerem a existência de recursos e a indicação de sua fonte. Nesse último caso — dos créditos extraordinários —, embora o presidente da República possa abri-los sem autorização prévia do Congresso Nacional, sua utilização está condicionada à existência prévia de recursos especificamente identificados. Resolução

O orçamento público é um processo contínuo, dinâmico e pode ser alterado, dentro de certos limites ou parâmetros previstos legalmente, objetivando evitar que o orçamento aprovado pelo Congresso Nacional seja completamente desconfigurado.

Assim sendo, para corrigir ou ajustar as distorções orçamentárias a LOA pode ser modificada ou alterada ao longo do exercício financeiro.

As alterações ou modificações do orçamento são possíveis através da abertura de créditos adicionais.

Os créditos adicionais são classificados em três tipos: √ Suplementares;

√ Especiais;

√ Extraordinários. Características dos créditos adicionais: Espécie de crédito

Suplementar

Especial

Extraordinário

Finalidade

Reforço de dotaçãoorçamentária existente na

Atender à categoria de programação não

Atender a despesas

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LOA. contemplada na LOA. imprevisíveis e urgentes.

Autorização

Prévia, podendo serincluída na própria LOA ouem lei especial.

Prévia, em lei especial.

Sem necessidade prévia.

Forma de Abertura

Decreto do PE, para asautorizações na LOA, até o limite estabelecido emlei.

Automaticamente após a sanção e publicação da autorização Legislativa, até o limite estabelecido em lei.

Por meio de Medida Provisória (União) ou Decreto (Estados e Municípios).

Recursos

Indicação obrigatória

Indicação obrigatória

Independe de indicação, ou seja, é facultativa.

Valor/Limite

Obrigatório, indicado nalei de autorização e nodecreto de abertura.

Obrigatório, indicado na lei de autorização.

Obrigatório, indicado na medida provisória (União) ou no Decreto (Estados e Municípios).

Vigência

Sempre no exercíciofinanceiro em que foiaberto.

Em princípio, no exercício financeiro em que foi aberto.

Em princípio, no exercício financeiro em que foi aberto.

Prorrogação

Não permitida.

Quando autorizado nos últimos 4 meses do exercício financeiro.

Quando autorizado nos últimos 4 meses do exercício financeiro.

Diante disso, os créditos suplementares e especiais exigem a Indicação obrigatória de recursos, mas os extraordinários não estão condicionados a existência prévia de recursos. Item ERRADO. 14. (CESPE – Procurador Consultivo – TCE/PE – 2004) Se um estado ultrapassa os limites de endividamento estabelecidos na LRF e nas resoluções do Senado Federal, a única conseqüência verificada é a impossibilidade de contratar mais empréstimos. Resolução

O Ente da Federação que ultrapassar os limites de endividamento estará sujeito a duas sanções básicas e a obrigatoriedade de obter resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite. Para

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obter superávit primário, uma das medidas indicadas na própria LRF é a limitação de empenho.

É importante mencionar que para a União o Senado Federal ainda não fixou o limite de endividamento.

As limitações são:

Proibição de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;

Proibição de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.

Observe a legislação a respeito do tema:

Art. 31. Se a dívida consolidada de um ente da Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre, deverá ser a ele reconduzida até o término dos três subseqüentes, reduzindo o excedente em pelo menos 25% (vinte e cinco por cento) no primeiro.

§ 1o Enquanto perdurar o excesso, o ente que nele houver incorrido:

I - estará proibido de realizar operação de crédito interna ou externa, inclusive por antecipação de receita, ressalvado o refinanciamento do principal atualizado da dívida mobiliária;

II - obterá resultado primário necessário à recondução da dívida ao limite, promovendo, entre outras medidas, limitação de empenho, na forma do art. 9o.

§ 2o Vencido o prazo para retorno da dívida ao limite, e enquanto perdurar o excesso, o ente ficará também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do Estado.

Item ERRADO.

15. (CESPE – Procurador Consultivo – TCE/PE – 2004) O conceito de receita corrente líquida, utilizado no cálculo de indicadores de responsabilidade fiscal, envolve, no caso dos estados, o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzido das transferências constitucionais para municípios. Resolução

Os estados deverão apurar a RCL considerando:

O somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes, deduzidos:

As parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional;

A contribuição descontada dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social;

As receitas provenientes da compensação financeira prevista no § 9o do art. 201 da CF (compensação entre os sistemas de previdência).

As receitas destinadas ao FUNDEF;

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Item CERTO. 16. (CESPE - Procurador Consultivo – TCE/PE – 2004) O conceito de receita corrente líquida, utilizado no cálculo de indicadores de responsabilidade fiscal, envolve, no caso dos estados, o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzido das transferências constitucionais para municípios. Resolução Observe a legislação acerca do assunto (LRF): Art. 2o Para os efeitos desta Lei Complementar, entende-se como: IV - receita corrente líquida: somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzidos: a) na União, os valores transferidos aos Estados e Municípios por determinação constitucional ou legal, e as contribuições mencionadas na alínea a do inciso I e no inciso II do art. 195, e no art. 239 da Constituição; b) nos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação constitucional; c) na União, nos Estados e nos Municípios, a contribuição dos servidores para o custeio do seu sistema de previdência e assistência social e as receitas provenientes da compensação financeira citada no § 9o do art. 201 da Constituição.

O comando da questão está conforme previsto no artigo 29, inciso IV, “b”, da LRF. Tenho alertado que geralmente as questões de concursos que exigem conhecimento de LRF são literais. Item CERTO. 17. (CESPE - Procurador Consultivo – TCE/PE – 2004) Para se elaborar a projeção da receita que deve constar do projeto de lei de orçamento devem ser levados em consideração os efeitos das alterações na legislação e o crescimento econômico e deve ser desconsiderada a variação do índice de preços. Resolução Primeiramente iremos transcrever a legislação acerca do assunto (LRF): Art. 12. As previsões de receita observarão as normas técnicas e legais, considerarão os efeitos das alterações na legislação, da variação do índice de preços, do crescimento econômico ou de qualquer outro fator relevante e serão acompanhadas de demonstrativo de sua evolução nos últimos três anos, da projeção para os dois seguintes àquele a que se referirem, e da metodologia de cálculo e premissas utilizadas. § 1o Reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo só será admitida se comprovado erro ou omissão de ordem técnica ou legal.

Analisando as regras da LRF que estabelece parâmetros para a previsão da receita orçamentária podemos observar que estes são os seguintes:

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Observação das normas técnicas e legais – exemplo: Portarias da STN/MPOG, LRF, Lei 4.320/64 etc; Deve-se considerar os efeitos das alterações na legislação – Exemplo: redução ou aumento de alíquota de tributos ou a criação de novos impostos ou contribuições; A variação do índice de preços – Exemplo: variação dos índices de preços calculados por instituições (FGV); A variação do crescimento econômico – Exemplo: crescimento econômico calculado pelo IBGE etc; E qualquer outro fator relevante – eficiência na arrecadação tributária mediante a implantação de um novo sistema de fiscalização.

Item CERTO. Ah! Antes de começar a resolução das questões de contabilidade pública, que tal um cafezinho! 2. QUESTÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA O plano de contas único da administração federal tem o propósito de atender ao registro contábil e também o de proporcionar a consolidação de dados e informações a todos os níveis tanto da administração direta como da indireta. Com relação a planos de contas, julgue os itens seguintes. 1. (CESPE – STM –2004) A estrutura do plano de contas da União tem como um de seus objetivos realçar o estado patrimonial e suas variações, concentrando as contas típicas de controle nos grupos de compensação, de forma a propiciar o conhecimento mais adequado da situação econômico-financeira de uma gestão administrativa. Resolução Conceito de plano de contas: Plano de contas é o conjunto de títulos previamente definidos, organizados e codificados com o objetivo de uniformizar o registro contábil dos atos e fatos públicos.

Em outras palavras, é a estruturação ordenada e sistematizada das contas utilizáveis numa entidade. O plano de contas contém diretrizes técnicas gerais e específicas que orientam a realização dos registros dos atos praticados e dos fatos ocorridos na entidade.

Objetivo ou propósito do plano de contas: Atender de maneira uniforme e sistematizada os registros contábeis dos atos e fatos relacionados com os recursos do tesouro nacional sob a responsabilidade dos órgãos da administração direta e indireta, de forma a proporcionar maior flexibilidade no gerenciamento e consolidação dos dados e atender as necessidades de informações em todos os níveis da administração pública federal.

O SIAFI promove, de forma automática, os lançamentos contábeis correspondentes aos registros dos atos e fatos praticados pelos gestores públicos quando do exercício de suas atividades.

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Assim sendo, é possível utilizar a contabilidade como fonte de informações confiáveis e instantâneas, pois os registros são lançados no mesmo momento em que os fatos ocorrem e não há necessidade de um contador, em cada unidade gestora, para efetuar a classificação contábil dos atos e fatos praticados.

A execução contábil relativa aos atos e fatos de gestão financeira, orçamentária e patrimonial da União obedece ao Plano de Contas elaborado e mantido de acordo com os padrões estabelecidos pelo órgão central de contabilidade da União (STN), tendo como partes integrantes a relação das contas agrupadas segundo suas funções, a tabela de eventos (conjunto de todos os eventos existentes) e a indicação do mecanismo de débito e crédito de cada conta.

Trata-se, portanto, de um conjunto das contas utilizáveis em toda a administração pública federal, organizadas e codificadas com o propósito de sistematizar e uniformizar o registro contábil dos atos e fatos de gestão, e permitir, a qualquer momento, com precisão e clareza, a obtenção dos dados relativos ao patrimônio da União.

Objetivos do plano de contas da administração pública federal:

◊ Realçar o estado patrimonial e suas variações, concentrando as contas típicas de controle nos grupos de compensação, de forma a propiciar o conhecimento mais adequado da situação econômico-financeira de uma gestão administrativa; Atenção! A resposta da questão sob análise refere-se esse objetivo.

◊ Padronizar o nível de informações dos órgãos da administração direta e indireta com a finalidade de auxiliar o processo de tomada de decisão, ampliando a quantidade dessas informações e facilitando a elaboração do balanço geral da União;

◊ Permitir, através da relação de contas e tabelas, a manutenção de um sistema integrado de informações orçamentárias, financeiras e patrimoniais na administração publica federal, com a extração de relatórios necessários a analise gerencial, inclusive balanços e demais demonstrações contábeis, capaz de atender aos aspectos legais e fiscais.

Qual é a composição estrutural do plano de contas?

O plano de contas da administração pública federal está composto de: ◊ Estrutura;

◊ Relação das contas;

◊ Dois Adendos:

1. Adendo “A” - Tabela de eventos;

2. Adendo “B” - Tabela de conta-corrente contábil.

O que é a estrutura do plano de contas?

São grupos de contas estruturados em níveis de desdobramento, classificados e codificados de modo a facilitar o conhecimento e a

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análise da situação orçamentária, financeira e patrimonial, compreendendo sete níveis, da seguinte forma: 1º nível – classe. X – 1º dígito - código da conta.

2º nível – grupo. X– 2º dígito - código da conta.

3º nível – subgrupo. X– 3º dígito - código da conta.

4º nível – elemento. X– 4º dígito - código da conta.

5º nível – subelemento. X– 5º dígito - código da conta.

6º nível – item. XX – 6/7º dígitos - código da conta.

7º nível – subitem. XX –8/9º dígitos - código da conta.

Conta corrente. Código variável.

O primeiro nível (classe) representa a classificação máxima na agregação das contas.

Na prática, como é utilizada essa estrutura? Vamos supor a realização de uma despesa de custeio cuja conta possui essa codificação (dígitos) 3.3.3.9.0.30.16 – Despesa Corrente (Material de Expediente).

No Plano de Contas essa despesa ficaria classificada da seguinte forma: DÍGITO DESDOBRAMENTO DESCRIÇÃO DO FATO

1º dígito. Classe. (3) Despesa.

2º dígito. Grupo. (3) Despesa Corrente.

3º dígito. Subgrupo. (3) Outras Despesas Correntes.

4º dígito. Elemento. (9) Aplicação Direta.

5º dígito. Subelemento. (0)

6º/7º dígitos. Item. (30) Material de Consumo

8º/9º dígitos. Subitem. (16) Material de Expediente

Atenção! As informações demonstradas no quadro acima representam a classificação contábil (conforme o plano de contas da União). Portanto, não se confunde com a classificação orçamentária da despesa. Na execução orçamentária da despesa, a classificação econômica quanto à natureza das despesas é definida pelo código 3.3.90.30. O que corresponde aos seguintes dígitos: 2º, 3º, 4º (combinando com o 5º), 6º e 7º do código da conta, conforme demonstrado abaixo:

DÍGITO DESDOBRAMENTO DESCRIÇÃO DO FATO

1º dígito. Categoria econômica. (3) Despesa corrente.

2º dígito. Grupo de despesa. (3) Outras despesas correntes.

3º/4º dígitos. Modalidade de aplicação (90) Aplicações diretas.

5º/6º dígitos. Elemento de Despesa. (30) Material de Consumo.

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Classificação contábil e classificação orçamentária da despesa:

Depois de demonstrados nos quadros acima as diferenças entre a classificação contábil e a orçamentária, apresentaremos o quadro comparativo abaixo para melhor visualização e entendimento:

Portanto, existe diferença entre a classificação contábil e a orçamentária, conforme demonstrado abaixo:

Comentários: 1º. As setas da parte de cima demonstram a classificação orçamentária segundo a natureza da despesa (C G M E D), categoria econômica, grupo de natureza da despesa, modalidade de aplicação, elemento da despesa e desdobramento facultativo da despesa. 2º. As setas da parte de baixo representam a classificação contábil da despesa. Assim, o primeiro dígito (3) representa o maior nível de agregação das contas, nesse exemplo, representando a classe 3. DESPESA. Item CERTO. 2. (CESPE – STM –2004) O sinal gráfico asterisco (*) antes da intitulação de determinadas contas identifica a necessidade de tratamento individualizado (conta-corrente), peculiar a cada item, com o objetivo de proporcionar maior flexibilidade no gerenciamento dos dados desejados. Resolução

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Vale repisar, o estudo do Plano de Contas da Administração Pública Federal é muito importante. A banca tentou confundir o candidato trocando os conceitos dos sinais indicados abaixo. Observe os conceitos abaixo: O sinal = (igual) antes da intitulação de determinadas contas, identifica a necessidade de tratamento a nível individualizado (conta corrente), peculiar a cada item, com o objetivo de proporcionar maior flexibilidade no gerenciamento dos dados desejados. As contas redutoras ou retificadoras são identificadas através do sinal

* (asterisco), colocado antes da intitulação da respectiva conta. Observe o exemplo abaixo retirado do plano de contas da Administração Pública Federal: SIAFI-SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRACAO FINANCEIRA PAGINA: 3 PLANO DE CONTAS - ESTRUTURA 1.1.2.1.1.01.00 FATURAS/DUPLICATAS A RECEBER - FATURADAS 1.1.2.1.1.01.01 P ....= FATURAS/DUPLICATAS A RECEBER-ESTOQUE PROPRI CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.02 P .... = FAT/DUPLIC. A RECEBER - PRESTACAO DE SERVIC CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.05 P .... = FAT/DUPLIC. A RECEBER - ESTOQUES ESTRATEGIC CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.06 P ..... = FAT/DUPLIC. A RECEBER - ESTQ. PROG. ESPECIA CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.12 P ..... = FAT/DUPLIC. A RECEBER - EST. REGULADORES PG CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.16 P ..... = FAT/DUPLICATAS A RECEB.- ABASTECIMENTO SOCI CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.18 P ..... = FAT/DUPLIC. A RECEBER - ESTQ. EM CONSIGNACA CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.20 P ..... = FAT/DUPLIC. A RECEBER - ESTOQUE POR ATACADO CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.22 P ...... = FAT/DUPLIC. A RECEBER - MERCADO DE OPCOES CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.80 P ...... = OUTROS FATURAMENTOS CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.90 P ......* = DUPLICATAS DESCONTADAS - EST. REGULADOR CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.91 P ..... * = DUPLICATAS DESCONTADAS - EST. ESTRATEGICO CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.92 P .... * =DUPLICATAS DESCONTADAS - ABASTECIMENTO SO CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.93 P ..... * =DUPLICATAS DESCONTADAS - EST. POR ATACADO CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.94 P ......... * =DUPLICATAS DESCONTADAS - EST. ESPECIAIS CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.01.95 P ......... * =DUPLICATAS DESCONTADAS - EST. PROPRIOS CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.02.00 P ............= DEVEDORES POR FORNECIMENTO - A FATURAR CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.03.00 P ........... = FATURAS/DUPLICATAS A RECEBER - VENCIDAS CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.04.00 P ..... = ALORES RECUPERAR INDENIZACAO SINISTROS PAG CNPJ, CPF, UG, IG OU 999 1.1.2.1.1.05.01 F .......RECURSOS DO SALARIO EDUCACAO 1.1.2.1.1.90.00 P ........* PROVISAO PARA DEVEDORES DUVIDOSOS

Item ERRADO. 3. (CESPE – STM –2004) O subgrupo interferências ativas é de natureza devedora e registra as transferências financeiras recebidas pela unidade gestora. Resolução Observe abaixo a estrutura do plano de contas evidenciando as seis classes de contas. As interferências ativas fazem parte da classe 6. Exemplo: 1 – A T I V O (classe)

1.1 – CIRCULANTE (grupo)

1.1.1 DISPONÍVEL

1.1.2 CREDITOS EM CIRCULAÇÃO

2 – P A S S I V O (classe)

2.1 – CIRCULANTE (grupo)

2.1.1 DEPÓSITOS

2.1.2 OBRIGAÇÕES EM CIRCULAÇÃO

2.1.3 EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS EM

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1.1.3 BENS E VALORES EM CIRCULAÇÃO

1.1.4 VALORES PENDENTES A CURTO PRAZO

1.2 – REALIZÁVEL A LONGO PRAZO

1.2.1 DEPÓSITOS REALIZÁVEIS A LONGO PRAZO

1.2.2 CRÉDITOS REALIZÁVEIS A LONGO PRAZO

1.4 – PERMANENTE

1.4.1 INVESTIMENTOS

1.4.2 IMOBILIZADO

1.4.3 DIFERIDO

1.9 – ATIVO COMPENSADO

1.9.1 EXECUÇÃO ORCAMENTÁRIA DA RECEITA

1.9.2 EXECUÇÃO ORCAMENTÁRIA DA DESPESA

1.9.3 EXECUÇÃO DA PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA

1.9.4 DESP.E DÍVIDAS DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS

1.9.5 EXECUÇÃO DE RESTOS A PAGAR

1.9.9 COMPENSAÇÕES ATIVAS DIVERSAS

CIRCULAÇÃO

2.1.4 VALORES PENDENTES A CURTO PRAZO

2.2 – EXIGÍVEL A LONGO PRAZO

2.2.1 DEPÓSITOS EXIGÍVEIS A LONGO PRAZO

2.2.2 OBRIGAÇÕES EXIGÍVEIS A LONGO PRAZO

2.2.9 OUTRAS EXIGIBILIDADES

2.3 – RESULTADO DE EXERCÍCIOS FUTUROS

2.3.1 RECEITAS DE EXERCÍCIOS FUTUROS

2.3.9 CUSTOS OU DESPESAS CORRESPONDENTES AS RECEITAS

2.4 – PATRIMÔNIO LÍQUIDO

2.4.1 PATRIMÔNIO/CAPITAL

2.4.2 RESERVAS

2.4.3 RESULTADO ACUMULADO

2.4.9 AJUSTE DO PATRIMÔNIO/CAPITAL

2.9 – PASSIVO COMPENSADO

2.9.1 EXECUÇÃO ORCAMENTÁRIA DA RECEITA

2.9.2 EXECUÇÃOO ORCAMENTÁRIA DA DESPESA

2.9.3 EXECUÇÃO DA PROGRAMAÇÃO FINANCEIRA

2.9.4 DESP.E DÍVIDAS DOS ESTADOS E MUNICÍPIOS

2.9.5 EXECUÇÃO DE RESTOS A PAGAR

2.9.9 COMPENSAÇÕES PASSIVAS DIVERSAS

3 – D E S P E S A (classe)

3.3 – DESPESAS CORRENTES

3.4 – DESPESAS DE CAPITAL

4 – R E C E I T A (classe)

4.1 – RECEITAS CORRENTES

4.2 – RECEITAS DE CAPITAL

4.9 - * DEDUÇÕES DA RECEITA.

5 – RESULTADO DO EXERCÍCIO ( - ) (Classe)

5.1 – RESULTADO ORÇAMENTÁRIO

5.1.1-DESPESA ORCAMENTÁRIA

5.1.2-INTERFERÊNCIAS PASSIVAS

5.1.3-MUTAÇÕES PASSIVAS

5.2 – RESULTADO EXTRA –ORÇAMENTÁRIO

5.2.1 DESPESA EXTRA-ORCAMENTÁRIA

5.2.2 INTERFERÊNCIAIS PASSIVAS

5.2.3 MUTAÇÕES PASSIVAS

6- RESULTADO DO EXERCÍCIO ( + ) (Classe)

6.1 – RESULTADO ORÇAMENTÁRIO

6.1.1 RECEITA ORCAMENTÁRIA

6.1.2 INTERFERÊNCIAS ATIVAS

6.1.3 MUTAÇÕES ATIVAS

6.2 – RESULTADO EXTRA-ORÇAMENTÁRIO

6.2.1 RECEITA EXTRA-ORCAMENTÁRIA

6.2.2 INTERFERÊNCIAIS ATIVAS

6.2.3 MUTAÇÕES ATIVAS

6.3 – RESULTADO APURADO.

Importante! Observe que os dígitos ímpares das classes indicam as contas de natureza devedora e os pares, contas credoras.

Note também parte da classe 6 do Plano de Contas da Administração Pública Federal.

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SIAFI-SISTEMA INTEGRADO DE ADMINISTRACAO FINANCEIRA PAGINA: 202 PLANO DE CONTAS - ESTRUTURA 06.0.0.0.0.00.00 RESULTADO AUMENTATIVO DO EXERCICIO 06.1.0.0.0.00.00 RESULTADO ORCAMENTARIO 06.1.1.0.0.00.00 RECEITA ORCAMENTARIA 6.1.1.1.0.00.00 P .....................................RECEITA CORRENTE 6.1.1.2.0.00.00 P .....................................RECEITA DE CAPITAL 06.1.2.0.0.00.00 INTERFERENCIAS ATIVAS 6.1.2.1.0.00.00 TRANSFERENCIAS FINANCEIRAS RECEBIDAS 6.1.2.1.1.00.00 F .....................................= COTA RECEBIDA FONTE DE RECURSOS 6.1.2.1.2.00.00 F .....................................= REPASSE RECEBIDO FONTE DE RECURSOS 6.1.2.1.3.00.00 SUB-REPASSE RECEBIDO 6.1.2.1.3.01.00 F .....................................= SUB-REPASSE RECEBIDO FONTE DE RECURSOS 6.1.2.1.3.03.00 F .....................................SUB-REPASSE REC. - INCORP/DESINC-DISP/LIMITE 6.1.2.1.4.00.00 F .....................................RECURSOS ARRECADADOS - RECEBIDOS

Portanto, conforme observado acima, as interferências ativas são contas de natureza credora e têm por função registrar as transferências financeiras recebidas pela unidade gestora, ou seja, são recursos recebidos para fins de pagamento de despesas. Assim sendo, no momento da transferência financeira o órgão concedente registra no sistema financeiro uma interferência passiva e o beneficiário dos recursos, uma interferência ativa. Item ERRADO. Na área pública, tendo em vista a necessidade de se levantarem diversos demonstrativos contábeis, as contas são segregadas em sistemas. A respeito de sistemas de contas, julgue os itens a seguir. 4. (CESPE – STM –2004) Os sistemas financeiro e patrimonial possuem contas representativas de obrigações a pagar. Resolução

Sistema Financeiro: Nesse sistema são registrados a arrecadação das receitas e o pagamento das despesas orçamentárias e extra-orçamentárias.

Esse sistema registra toda e qualquer alteração no disponível (entrada e saída de numerário).

É o sistema relacionado com as entradas e saídas de recursos, ou seja, com o registro dos recebimentos e pagamentos de natureza orçamentária e extra-orçamentária.

Atenção! Ao contrário do sistema orçamentário, nesse sistema (financeiro) são registrados os atos e fatos extra-orçamentários. Não se esqueça que os lançamentos contábeis são feitos isoladamente dentro de cada sistema, quando se debita uma ou mais contas em um determinado sistema, a conta creditada deverá pertencer ao mesmo sistema, em igual valor. Ou seja, para todo

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débito deverá haver um ou mais créditos de igual valor (métodos das partidas dobradas).

Importante! As principais contas do sistema financeiro estão relacionadas com as contrapartidas do grupo “Disponível”, visto que esse grupo representa dentro de qualquer órgão ou entidade as entradas e saídas de recursos. Conclui-se, portanto, que todas as contas do grupo “Disponível” pertencem ao sistema financeiro, ou seja, Caixa, Bancos Conta Movimento, Aplicações Financeiras e todas as outras contas que se relacionam com o “Disponível”.

As bancas de concursos tentam “pegar” os candidatos informando que as contas do disponível são do sistema patrimonial. Errado, o disponível é um subgrupo de contas do sistema patrimonial. As contas do disponível são do sistema financeiro.

Pertencem também ao sistema financeiro, outras contas, tais como: receitas, despesas, fornecedores, restos a pagar, pessoal a pagar, encargos sociais a recolher, consignações, depósito de terceiros, etc.

No plano de contas da União as contas pertencentes ao sistema financeiro estão alocadas dentro do ativo e do passivo circulante ou ativo e passivo financeiro. Exemplo de contas do sistema financeiro - ativo 01.1.1.0.0.00.00 disponível

1.1.1.1.0.00.00 disponível em moeda nacional

1.1.1.1.2.00.00 Bancos conta movimento

1.1.1.1.2.01.00 conta única do tesouro nacional

1.1.1.1.2.01.01 f Banco central do Brasil

1.1.1.1.2.01.02 f Banco do Brasil

1.1.1.1.2.01.03 f Bradesco

1.1.1.1.2.01.27 f Unibanco

1.1.1.1.2.01.28 f Nossa caixa

Exemplo de contas do sistema financeiro - passivo

2.1.1.1.0.00.00 consignações

2.1.1.1.1.00.00 previdência social

2.1.1.1.1.01.00 f pessoal - vencimentos e vantagens

2.1.1.1.1.02.00 f INSS

2.1.1.1.1.03.00 f outras entidades

2.1.1.1.2.00.00 f = pensão alimentícia

2.1.1.1.3.00.00 tesouro nacional

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2.1.1.1.3.01.00 f = imposto sobre a renda retido na fonte

2.1.1.1.3.02.00 f indenizações e restituições

2.1.1.1.3.03.00 f impostos e contribuições diversos

2.1.1.1.3.99.00 f = outros tributos do Tesouro Nacional

2.1.1.1.4.00.00 Tesouro Estadual e Municipal

2.1.1.1.4.01.00 f ICMS

2.1.1.1.4.02.00 f ISS

2.1.1.4.0.00.00 depósitos de diversas origens

MACETE para identificar se uma conta é ou não do sistema financeiro! Os eventos que tenham como contrapartida a conta “caixa” ou “bancos”, referentes a pagamentos ou recebimentos são do sistema financeiro.

Sistema Patrimonial: No sistema patrimonial são registrados os eventos de natureza patrimonial. Assim sendo, são registrados os créditos e os débitos suscetíveis de serem classificados como permanentes ou em almoxarifados e ainda quando sejam resultados do movimento financeiro.

As variações patrimoniais provocadas pela execução do orçamento ou que tenham outras origens e o resultado econômico do exercício são registrados no sistema patrimonial. Nesse sistema são registrados basicamente os bens móveis, imóveis, estoques, créditos, obrigações, valores, inscrição e baixa da dívida ativa, operações de créditos, superveniências e insubsistências ativas e passivas, etc. No sistema patrimonial os lançamentos de incorporações ou desincorporações de ativos e passivos são realizados isoladamente dentro desse sistema, mesmo que o fato venha a acarretar uma entrada ou saída de recurso (sistema financeiro). No sistema patrimonial são registrados os bens, direitos e obrigações que não estejam relacionados com a movimentação financeira.

Exemplo:

Bens (não financeiros);

Direitos (não financeiros);

Obrigações (Ex: provisões);

Mutações Ativas e Passivas;

Transferências de bens.

Resumindo, podemos estabelecer que o fluxo da estrutura do sistema patrimonial está assim representado:

Sistema patrimonial

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Os principais eventos com repercussão no sistema patrimonial são:

Registro do ativo e passivo financeiro e permanente;

Controle de bens e valores do estado, inclusive bens de terceiros;

Acompanhamento físico dos bens, direitos e obrigações;

Identificação da movimentação do patrimônio, etc.

Após o exposto, conclui-se que tanto o sistema financeiro quanto o patrimonial possuem contas representativas de obrigações a pagar. Item CERTO. 5. (CESPE – STM –2004) No sistema de compensação, são registrados os valores inscritos, os pagos e os a pagar de restos a pagar não processados. Resolução Abaixo apresento parte das contas do sistema compensado do plano de contas da União. Atenção! A letra ”C” indica o sistema de contas, nesse caso, o sistema compensado. Apenas a observação das contas abaixo pode-se perceber que todos os procedimentos relativos aos restos a pagar são registrados no sistema de compensação para fins de controle, posto que esse sistema possui as contas de controle. 01.9.5.0.0.00.00 EXECUCAO DE RESTOS A PAGAR 1.9.5.1.0.00.00 C .....= INSCRICAO DE RESTOS A PAGAR NOTA DE EMPENHO 1.9.5.3.0.00.00 C .....= RESTOS A PAGAR TRANSFERIDOS NOTA DE EMPENHO 1.9.5.4.0.00.00 C .....= INSCRICAO DE RP DE EXERCICIOS ANTERIORES NOTA DE EMPENHO 1.9.5.5.0.00.00 C .....= RESTOS A PAGAR INSCRITOS - UNID. PARCIAIS CELULA DA DESPESA 1.9.5.6.0.00.00 C .....= RESTOS A PAGAR RESTABELECIDOS NOTA DE EMPENHO 1.9.5.8.0.00.00 ...........RESTOS A PAGAR DO EXERCICIO 1.9.5.8.1.00.00 C .....= RESTOS A PAGAR POR EMPENHO NOTA DE EMPENHO 1.9.5.8.2.00.00 RESTOS A PAGAR POR INTEGRACAO 1.9.5.8.2.01.00 C .....................................RESTOS A PAGAR NAO PAGOS 1.9.5.8.2.02.00 F .....................................RESTOS A PAGAR PAGOS 1.9.5.9.0.00.00 CANCELAMENTO DE RESTOS A PAGAR 1.9.5.9.1.00.00 C .....* = POR INSUFICIENCIA DE RECURSOS NOTA DE EMPENHO 1.9.5.9.2.00.00 C .....* = OUTROS CANCELAMENTOS DE RP NOTA DE EMPENHO

Financeiro Permanente Patrimônio líquido

Ativo financeiro

Passivo financeiro

Ativo permanente

Passivo permanente

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02.9.5.0.0.00.00 EXECUCAO DE RESTOS A PAGAR 2.9.5.1.0.00.00 C ................= RESTOS A PAGAR A LIQUIDAR NOTA DE EMPENHO 2.9.5.2.0.00.00 C ..................= RESTOS A PAGAR PAGOS NOTA DE EMPENHO 2.9.5.3.0.00.00 C ..................= RESTOS A PAGAR - TRANSFERENCIAS NOTA DE EMPENHO 2.9.5.4.0.00.00 C ..................= RESTOS A PAGAR LIQUIDADOS NOTA DE EMPENHO 2.9.5.5.0.00.00 C ..................= RESTOS A PAGAR PAGOS - UNIDADES PARCIAIS CELULA DA DESPESA 2.9.5.6.0.00.00 C ...............= RESTOS A PAGAR A LIQUIDAR BLOQUEADOS NOTA DE EMPENHO 2.9.5.8.0.00.00 RESTOS A PAGAR DO EXERCICIO 2.9.5.8.1.00.00 C .....................................= RESTOS A PAGAR POR EMPENHO NOTA DE EMPENHO 2.9.5.8.2.00.00 F .....................................RESTOS A PAGAR POR INTEGRACAO 2.9.5.8.3.00.00 C .....................................RESTOS A PAGAR NAO PAGOS 2.9.5.9.0.00.00 C .......................* = OUTRAS INSCRICOES DE RESTOS A PAGAR NOTA DE EMPENHO

Por favor! Não vale a pena, para fins de concursos, em especial o do TCU, estudar especificamente as contas do plano de contas, haja vista que provavelmente deve ser cobrado apenas questões teóricas. Porém, entendo que seria interessante baixar o plano de contas para fins de pesquisa de uma ou outra conta e pelo menos observar algumas contas dos quatro sistemas de contas (orçamentário, financeiro, patrimonial e de compensação). Respondendo a questão, os valores inscritos, os pagos e os a pagar de restos a pagar não processados são registrados no sistema de compensação. Item CERTO. O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) é o sistema que processa a execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos órgãos e entidades da administração federal. Acerca do SIAFI, julgue os seguintes itens. 6. (CESPE – STM –2004) A guia de recolhimento da União (GRU) e a nota de sistema (NS) são documentos utilizados para a movimentação de recursos da conta única. Resolução A Guia de Recolhimento de Receitas da União – GRU foi desenvolvida para registrar os ingressos de valores na Conta Única.

A Guia de Recolhimento de Receitas será, obrigatoriamente, o documento utilizado pelas Unidades do Governo Federal para a arrecadação de suas receitas, via rede bancária ou diretamente no SIAFI quando o recolhedor for uma Unidade Gestora (UG).

Deverão ser recolhidas por GRU as taxas (de fiscalizações, de registros, custas etc.), as receitas patrimoniais (aluguéis, concessões etc.), as receitas de serviços (comerciais, de transporte, de saúde, de certificação, administrativos, educacionais etc.), as restituições, as receitas de alienações de bens, dentre outras.

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Excetuam-se do recolhimento por meio da GRU, as receitas do Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, recolhidas mediante a Guia de Previdência Social – GPS e as receitas administradas pela Secretaria da Receita Federal – SRF e pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional - PGFN, recolhidas por meio do Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF.

As informações para o preenchimento e o pagamento da GRU cabem ao órgão responsável pela arrecadação de cada receita.

Observe modelos de GRU abaixo:

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A Instrução Normativa STN nº. 4, de 13 de agosto de 2002, que dispõe sobre a consolidação das instruções para movimentação e aplicação dos recursos financeiros da Conta Única do Tesouro Nacional, a abertura e manutenção de contas correntes bancárias e outras normas afetas à administração financeira dos órgãos e entidades da Administração Pública Federal determina em seus artigos 3º e 10:

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Art. 3º A movimentação de recursos da Conta Única será efetuada por meio de Ordem Bancária - OB, Documento de Arrecadação de Receitas Federais - DARF, Guia da Previdência Social - GPS, Documento de Receita de Estados e/ou Municípios - DAR, Guia do Salário Educação - GSE, Guia de Recolhimento do FGTS e de Informações da Previdência Social - GFIP, Nota de Sistema - NS ou Nota de Lançamento - NL, de acordo com as respectivas finalidades. Art. 10. A Nota de Sistema - NS e a Nota de Lançamento - NL serão utilizadas para registro, no SIAFI, dos movimentos financeiros efetuados pelo Banco Central do Brasil na Conta Única, mediante autorização da Secretaria do Tesouro Nacional, bem como do registro da aplicação e do depósito direto na Conta Única.

Item CERTO. 7. (CESPE – STM –2004) Um dos objetivos do SIAFI é permitir que os segmentos da sociedade obtenham a necessária transparência dos gastos públicos. Resolução Objetivos do SIAFI

► Prover mecanismos adequados ao controle diário da execução orçamentária, financeira e patrimonial aos órgãos da Administração Pública; ► Fornecer meios para agilizar a programação financeira, otimizando a utilização dos recursos do Tesouro Nacional, através da unificação dos recursos de caixa do Governo Federal; Importante! A Conta única do Tesouro Nacional pelo Banco do Brasil, porém, o Ministro da Fazenda poderá autorizar, em caráter excepcional, que outras instituições financeiras operacionalizem essa conta. Outras instituições quer dizer qualquer outra instituição, inclusive as privadas, a exemplo do Banco Bradesco S/A; ► Permitir que a contabilidade pública seja fonte segura e tempestiva de informações gerenciais destinadas a todos os níveis da Administração Pública Federal; ► Padronizar métodos e rotinas de trabalho relativas à gestão dos recursos públicos, sem implicar rigidez ou restrição a essa atividade, uma vez que ele permanece sob total controle do ordenador de despesa de cada unidade gestora; ► Permitir o registro contábil dos balancetes dos estados e municípios e de suas supervisionadas; ► Permitir o controle da dívida interna e externa, bem como o das transferências negociadas; ► Integrar e compatibilizar as informações no âmbito do Governo Federal; ► Permitir o acompanhamento e a avaliação do uso dos recursos públicos; e ► Proporcionar a transparência dos gastos do Governo Federal.

O comando da questão está conforme o último objetivo do siafi, Proporcionar a transparência dos gastos do Governo Federal.

Item CERTO. 8. (CESPE – STM –2004) Unidade gestora é aquela citada no orçamento geral da União na qual são consignadas dotações para realização de seus programas de trabalho. Resolução

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Vejamos primeiramente os conceitos: Unidade Gestora: unidade orçamentária ou administrativa investida do poder de gerir recursos orçamentários e financeiros, próprios ou sob descentralização. Unidade Orçamentária é o segmento da administração direta ou administração indireta a que o orçamento da União consigna dotações específicas para a realização de seus programas de trabalho e sobre os quais exerce o poder de disposição. É o menor nível da classificação institucional, agrupada em órgãos orçamentários, entendidos estes como os de maior nível da classificação institucional. Para variar o CESPE troca os conceitos ou muda apenas uma ou duas palavras para confundir o candidato. O conceito citado é o de unidade orçamentária. Item ERRADO. 9. (CESPE – Perito Criminal Federal/DPF - 2004) O passivo financeiro compreende as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. Resolução O Passivo financeiro é um grupo de contas do balanço patrimonial. Observe a estrutura dos grupos de contas do Balanço Patrimonial determinado pela Lei 4.320, de 17 de março de 1964: Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará: I - O Ativo Financeiro; II - O Ativo Permanente; III - O Passivo Financeiro; IV - O Passivo Permanente; V - O Saldo Patrimonial; VI - As Contas de Compensação. § 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários. § 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou alienação dependa de autorização legislativa. --------------- § 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. § 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores, obrigações e situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, imediata ou indiretamente, possam vir a afetar o patrimônio. Art. 98. A dívida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro46 de obras e serviços públicos Art. 92. A dívida flutuante compreende: I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida; II - os serviços da dívida a pagar; III - os depósitos; IV - os débitos de tesouraria.

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Analisando a norma acima transcrita pode-se observar que a dívida fundada é registrada no passivo permanente e a flutuante no passivo financeiro. Em outras palavras, a dívida fundada é de longo prazo e a flutuante, de curto prazo, ou seja, até 12 meses. Atenção! O parágrafo 3º do art. 105 da Lei nº. 4.320/64 foi publicado com incorreção. Observe: § 3º O Passivo Financeiro compreenderá “as dívidas fundadas e outras”49 cujo pagamento independa de autorização orçamentária. 49.O trexo original “... as dívidas fundadas e outras, ...” tem sido substituído por “...os compromissos exigíveis, cujo...” em diversas publicações de grande credibilidade como a “Revista das Finanças Públicas, Edição Suplementar, de Outubro de 1967”, a constante da terceira edição do texto atualizado até janeiro/1995 da Lei no 4.320/64, supervisionado pela ABOP/RS e “A Lei 4.320 Comentada”, de J. Teixeira Mqchado Jr. E Heraldo da Costa Reis.

Item ERRADO. De acordo com a Lei nº. 4.320/1964, relativa à classificação da receita, julgue o item seguinte. 10. (CESPE – Perito Criminal Federal/DPF - 2004) Lucros e dividendos recebidos pelo ente público referentes aos resultados de uma empresa controlada constituem receita patrimonial, enquanto o produto da venda de participação acionária dessa mesma empresa constitui receita de capital. Resolução

Receitas Correntes: classifica-se nessa categoria aquelas receitas oriundas do poder impositivo do Estado e são as seguintes:

tributária e de contribuições; da exploração de seu patrimônio – patrimonial; da exploração de atividades econômicas - agropecuária, industrial e de serviços; as provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em despesas correntes – transferências correntes; e as demais receitas que não se enquadram nos itens anteriores – outras receitas correntes.

Receitas de Capital: de acordo com o art. 11, § 2º da Lei nº. 4.320/64, com redação dada pelo Decreto-Lei nº. 1.939/82, são as seguintes:

Provenientes da realização de recursos financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas classificáveis em despesas de capital e, ainda, o superávit do orçamento corrente.

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As receitas de capital são representadas por mutações patrimoniais que nada acrescentam ao patrimônio público, só ocorrendo uma troca de elementos patrimoniais, isto é, um aumento no sistema financeiro (entrada de recursos financeiros) e uma baixa no sistema patrimonial (saída do patrimônio em troca de recursos financeiros).

Lucros e dividendos estão classificados dentro da categoria econômica das receitas correntes – origem das receitas patrimoniais Assim, as receitas de valores mobiliários são receitas da União decorrentes dos rendimentos de valores mobiliários, tais como Juros de Títulos de Renda, Dividendos e Participações. Esses títulos de créditos representam parte do capital de empresas e rendem juros ou dividendos. Fato gerador: A participação da União no capital de determinada empresa. Os Dividendos da União representam uma receita composta pelos recursos proveniente do pagamento de participações e dividendos pelas entidades integrantes da Administração Pública Federal indireta, inclusive os relativos a lucros acumulados em exercícios anteriores, destinada à amortização da dívida pública federal, conforme disposto na Lei no 9.530, de 10 de dezembro de 1997.

A venda de participação acionária de empresas da administração indireta da União constitui receita de capital. Item CERTO. Na área pública, tendo em vista a necessidade de se levantarem diversos demonstrativos contábeis, as contas são segregadas em sistemas. A respeito de sistemas de contas, julgue os itens a seguir.

11. (CESPE – MJ/Perito Criminal Federal/2004) Cabe à contabilidade evidenciar, perante a fazenda pública, a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados.

Resolução

Nessa disciplina devemos sempre ficar atento aos conceitos legais. Às vezes os questionamentos são “cobrados” literalmente como está na norma. Essa questão foi praticamente “Ctrl C e Ctrl V” do art. 83 da Lei nº. 4.320/64.

Observe o teor desse artigo:

Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados.

Item CERTO.

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(CESPE – Perito Criminal Federal 1997) A contabilização dos atos e fatos administrativos na área pública é feita com a utilização de quatro sistemas de contas. Acerca desse assunto, julgue os itens a seguir.

12. O registro contábil referente á apropriação de despesas com a aquisição de material de consumo vinculada a contrato de fornecimento de bens envolve lançamentos nos sistemas financeiros, orçamentários, patrimoniais e de compensação.

Resolução

Os fatos que ocasionam registros nos quatro sistemas estão relacionados à realização de despesas com a aquisição de bens vinculada a contrato.

Importante! Quando o comando de uma questão se referir a registro contábil de determinado fato e mencionar um dos termos: “vinculado a contrato, convênio, acordo etc.” sempre haverá registro no sistema de compensação, posto que esses instrumentos são controlados no sistema de compensação.

Assim sendo, a realização de despesa com a aquisição de material de consumo vinculada a contrato ocasiona os seguintes registros:

No sistema orçamentário – pelo empenho e liquidação da despesa.

No sistema financeiro – pela liquidação e pagamento da despesa.

No sistema patrimonial – pela incorporação do bem ao almoxarifado.

No sistema de compensação – pelo controle da execução do contrato de fornecimento. Item CERTO.

13. A contabilização da arrecadação da receita orçamentária corrente tributária implica lançamento em três sistemas de contas.

Resolução

A arrecadação da receita orçamentária corrente tributária ou não, implica lançamento em três sistemas de contas, a saber:

No sistema orçamentário – pela receita arrecadada.

No sistema financeiro – pela entrado do recurso no caixa único.

No sistema de compensação – pelo controle da arrecadação de receitas. Item CERTO.

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14. Assinatura de contratos, emissão de empenhos e inscrição na dívida ativa são exemplos de fatos típicos que envolvem apenas um sistema de contas.

Resolução

Assinatura de contratos, emissão de empenhos e inscrição na dívida ativa são exemplos de fatos típicos que envolvem mais de um sistema de contas, conforme se explica:

Assinatura de contratos – sistema de compensação.

Emissão de empenho – Sistema orçamentário.

Inscrição na dívida ativa – Sistema patrimonial.

Item ERRADO.

15. As contas de ativo representativas de direitos a receber que tenham origem na execução orçamentária da despesa compõem o sistema financeiro. Resolução

As contas de ativo (financeiro ou permanente), representativas de direitos a receber que tenham origem na execução orçamentária da despesa compõem o sistema financeiro. Exemplo: despesa com aquisição de gêneros alimentícios com entrega parcelada ou diária. Foi gerada a despesa (sistema financeiro) e existe o direito a receber. Item CERTO. 16. (CESPE – Auditor TCU – 2007) Haverá tanto superávit quanto déficit na execução orçamentária de um ente público que apresente, ao final do exercício, a seguinte situação.

Resolução À primeira vista parece estranho informar no comando de uma questão: “Haverá tanto superávit quanto déficit na execução orçamentária de um ente público”. Parece-nos que a lógica é o resultado apurado apresentar superávit ou déficit. Porém, pode-se verificar que entre os valores existe o do montante do orçamento, valor esse que significa a previsão da receita.

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Analisando somente o lado das receitas podemos extrair o seguinte resultado: Receita prevista ‹ Receita arrecadada = excesso ou superávit de arrecadação. Receita arrecadada R$ 3.800.000,00 (-) Receita Prevista R$ (3.500.000,00) = Excesso ou superávit de arrecadação R$ 300.000,00 Comparando a receita prevista com a sua arrecadação obteve-se superávit de arrecadação. Porém, o comando da questão informa “superávit ou déficit na execução orçamentária”, ou seja, pede-se somente o resultado da execução (receita (-) despesa). Analisando o resultado (receita arrecadada (-) despesa executada): Receita arrecadada ‹ Despesa realizada = Déficit orçamentário. Receita arrecadada R$ 3.800.000,00 (-) Despesa realizada R$ (4.000.000,00) = Déficit orçamentário R$ (200.000,00) Analisando o resultado da execução orçamentária observa-se que houve déficit orçamentário, ou seja, a receita arrecadada foi menor do que a despesa executada. Portanto, o resultado da execução orçamentária apresentou apenas déficit. Item ERRADO. 17. (CESPE - ACE – TCU 2004) Considere a seguinte situação hipotética. Ao final de um exercício, foram apurados os saldos constantes da tabela abaixo, referentes a um ente público.

Nessa situação, os valores apresentados indicam que houve superavit na execução orçamentária e que o saldo financeiro, durante o exercício, teve um acréscimo de R$ 20 mil. Resolução Cálculo da execução orçamentária: Receitas orçamentárias (corrente e de capital) 120 (-) Despesas orçamentárias (corrente e de capital) (100) = Superávit orçamentário 20 Cálculo do saldo financeiro:

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Receitas orçamentárias e extra-orçamentárias 140 (-) Despesas orçamentárias e extra-orçamentárias (150) = Saldo do exercício (10) Comentários: 1. A apuração do resultado orçamentário demonstrou que houve superávit de 20; 2. O cálculo do saldo financeiro (ingressos – dispêndios) demonstrou que houve decréscimo nas disponibilidades de 10. Assim sendo, esse resultado contraria a afirmação do comando da questão. Item ERRADO. 3. QUESTÕES DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA – AFO 1. (CESPE – Auditor TCU – 2007) Segundo dispositivos da LRF, a falta de prestação de contas sujeita o município à sanção de suspensão pela União de quaisquer transferências voluntárias ao ente da federação inadimplente. Tal sanção não atinge, portanto, os recursos recebidos do FPM. 2. (CESPE – TRE/AL - 2004) Para despesas com energia elétrica e consumo de água, é utilizado o empenho por estimativa. O orçamento é um instrumento da administração pública que autoriza despesas para realização das políticas públicas. A respeito do orçamento, julgue os itens a seguir. 3. (CESPE – STM –2004) O princípio da especialização prevê que a lei orçamentária deve conter apenas matéria financeira, excluindo-se dela qualquer dispositivo estranho à estimativa da receita e à fixação da despesa. 4. (CESPE – STM –2004) Orçamento-programa é um sistema que presta particular atenção àquilo que um governo realiza, como educação, assistência médica e segurança, mais do que ao que adquire, como serviços, materiais e equipamentos. A administração pública, na execução do orçamento, capta receitas e realiza despesas. Acerca de receita e despesa, julgue os itens subseqüentes. 5. (CESPE – STM –2004) O pagamento de determinado tributo por um contribuinte, em uma agência bancária, caracteriza o estágio do recolhimento da receita.

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6. (CESPE – STM –2004) Despesa extra-orçamentária constitui uma saída financeira decorrente de recursos recebidos anteriormente, como, por exemplo, cauções em dinheiro, depósitos de terceiros e salários não reclamados. 7. (CESPE – STM –2004) A despesa empenhada no ano de 2003 pertence àquele exercício, mesmo que o bem ou serviço adquirido tenha sido entregue no exercício de 2004. 8. (CESPE – STM –2004) O pagamento da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo direito, extinguindo a obrigação. 9. (CESPE – STM –2004) A despesa realizada por meio de suprimento de fundos deve ter o seu comprovante emitido em nome do agente suprido pelos fornecedores ou prestadores de serviços no próprio documento fiscal comprobatório. 10. (CESPE – STM –2004) Despesa empenhada no último exercício e não paga é tratada no exercício atual como despesa de exercício anterior. Com base na Lei de Responsabilidade Fiscal — Lei Complementar n.º 101/2000 — julgue os itens seguintes. 11. (CESPE – Perito Criminal Federal/DPF - 2004) Os entes da Federação poderão conceder crédito a particulares sujeitos a encargos subsidiados, desde que autorizados em lei específica e consignado o subsídio correspondente na lei orçamentária. 12. (CESPE – Perito Criminal Federal/DPF - 2004) A suspensão das transferências voluntárias entre entes da Federação é uma das sanções mais comuns pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. As ações na área de segurança pública constituem uma das poucas exceções à aplicação dessas sanções. 13. (CESPE – Perito Criminal Federal/DPF - 2004) Os créditos adicionais distinguem-se dos orçamentários propriamente ditos por alterarem a lei orçamentária anual. Tanto os créditos suplementares e especiais como os extraordinários requerem a existência de recursos e a indicação de sua fonte. Nesse último caso — dos créditos extraordinários —, embora o presidente da República possa abri-los sem autorização prévia do Congresso Nacional, sua utilização está condicionada à existência prévia de recursos especificamente identificados.

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14. (CESPE – Procurador Consultivo – TCE/PE – 2004) Se um estado ultrapassa os limites de endividamento estabelecidos na LRF e nas resoluções do Senado Federal, a única conseqüência verificada é a impossibilidade de contratar mais empréstimos.

15. (CESPE – Procurador Consultivo – TCE/PE – 2004) O conceito de receita corrente líquida, utilizado no cálculo de indicadores de responsabilidade fiscal, envolve, no caso dos estados, o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzido das transferências constitucionais para municípios. 16. (CESPE - Procurador Consultivo – TCE/PE – 2004) O conceito de receita corrente líquida, utilizado no cálculo de indicadores de responsabilidade fiscal, envolve, no caso dos estados, o somatório das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, industriais, agropecuárias, de serviços, transferências correntes e outras receitas também correntes, deduzido das transferências constitucionais para municípios. 17. (CESPE - Procurador Consultivo – TCE/PE – 2004) Para se elaborar a projeção da receita que deve constar do projeto de lei de orçamento devem ser levados em consideração os efeitos das alterações na legislação e o crescimento econômico e deve ser desconsiderada a variação do índice de preços. 4. QUESTÕES DE CONTABILIDADE PÚBLICA O plano de contas único da administração federal tem o propósito de atender ao registro contábil e também o de proporcionar a consolidação de dados e informações a todos os níveis tanto da administração direta como da indireta. Com relação a planos de contas, julgue os itens seguintes. 1. (CESPE – STM –2004) A estrutura do plano de contas da União tem como um de seus objetivos realçar o estado patrimonial e suas variações, concentrando as contas típicas de controle nos grupos de compensação, de forma a propiciar o conhecimento mais adequado da situação econômico-financeira de uma gestão administrativa. 2. (CESPE – STM –2004) O sinal gráfico asterisco (*) antes da intitulação de determinadas contas identifica a necessidade de tratamento individualizado (conta-corrente), peculiar a cada item,

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com o objetivo de proporcionar maior flexibilidade no gerenciamento dos dados desejados. 3. (CESPE – STM –2004) O subgrupo interferências ativas é de natureza devedora e registra as transferências financeiras recebidas pela unidade gestora. 4. (CESPE – STM –2004) Os sistemas financeiro e patrimonial possuem contas representativas de obrigações a pagar. 5. (CESPE – STM –2004) No sistema de compensação, são registrados os valores inscritos, os pagos e os a pagar de restos a pagar não processados. O Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal (SIAFI) é o sistema que processa a execução orçamentária, financeira, patrimonial e contábil dos órgãos e entidades da administração federal. Acerca do SIAFI, julgue os seguintes itens. 6. (CESPE – STM –2004) A guia de recolhimento da União (GRU) e a nota de sistema (NS) são documentos utilizados para a movimentação de recursos da conta única. 7. (CESPE – STM –2004) Um dos objetivos do SIAFI é permitir que os segmentos da sociedade obtenham a necessária transparência dos gastos públicos. 8. (CESPE – STM –2004) Unidade gestora é aquela citada no orçamento geral da União na qual são consignadas dotações para realização de seus programas de trabalho. 9. (CESPE – Perito Criminal Federal/DPF - 2004) O passivo financeiro compreende as dívidas fundadas e outras que dependam de autorização legislativa para amortização ou resgate. De acordo com a Lei n.º 4.320/1964, relativa à classificação da receita, julgue o item seguinte. 10. (CESPE – Perito Criminal Federal/DPF - 2004) Lucros e dividendos recebidos pelo ente público e referentes aos resultados de uma empresa controlada constituem receita patrimonial, enquanto o produto da venda de participação acionária dessa mesma empresa constitui receita de capital.

11. (CESPE – MJ/Perito Criminal Federal/2004) Cabe à contabilidade evidenciar, perante a fazenda pública, a situação de todos quantos,

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de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou confiados. Na área pública, tendo em vista a necessidade de se levantarem diversos demonstrativos contábeis, as contas são segregadas em sistemas. A respeito de sistemas de contas, julgue os itens a seguir.

(CESPE – Perito Criminal Federal 1997) A contabilização dos atos e fatos administrativos na área pública é feita com a utilização de quatro sistemas de contas. Acerca desse assunto, julgue os itens a seguir.

12. O registro contábil referente á apropriação de despesas com a aquisição de material de consumo vinculada a contrato de fornecimento de bens envolve lançamentos nos sistemas financeiros, orçamentários, patrimoniais e de compensação.

13. A contabilização da arrecadação da receita orçamentária corrente tributária implica lançamento em três sistemas de contas.

14. Assinatura de contratos, emissão de empenhos e inscrição na dívida ativa são exemplos de fatos típicos que envolvem apenas um sistema de contas.

15. As contas de ativo representativas de direitos a receber que tenham origem na execução orçamentária da despesa compõem o sistema financeiro. 16. (CESPE – Auditor TCU – 2007) Haverá tanto superávit quanto déficit na execução orçamentária de um ente público que apresente, ao final do exercício, a seguinte situação.

17. (CESPE - ACE – TCU 2004) Considere a seguinte situação hipotética. Ao final de um exercício, foram apurados os saldos constantes da tabela abaixo, referentes a um ente público.

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Nessa situação, os valores apresentados indicam que houve superavit na execução orçamentária e que o saldo financeiro, durante o exercício, teve um acréscimo de R$ 20 mil.

Gabarito: Questões de AFO Questões de Contabilidade

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