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Iniciada colheita Intempéries climáticas e problemas de infraestrutura e logística podem prejudicar safra de grãos em Goiás Desenvolvimento Arrendamento Faeg pretende auxiliar prefeituras goianas Fuja dos riscos e perigos na hora de arrendar uma área Ano XIII | 211 | Janeiro 2013 ISSN 2178-5781

2013 01 janeiro

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Iniciada colheitaIntempéries climáticas e problemas de infraestrutura e logística podem prejudicar safra de grãos em Goiás

Desenvolvimento

Arrendamento

Faeg pretende auxiliar prefeituras goianas

Fuja dos riscos e perigos na hora de arrendar uma área

Ano XIII | 211 | Janeiro 2013

ISSN

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PALAVRA DO PRESIDENTE

A revista Campo é uma publicação da Federação da

Agricultura e Pecuária de Goiás (FAEG) e do Serviço Nacional

de Aprendizagem Rural (SENAR Goiás), produzida pela

Gerência de Comunicação Integrada do Sistema FAEG/SENAR,

com distribuição gratuita aos seus associados. Os artigos

assinados são de responsabilidade de seus autores.

CAMPO

COnselhO editOriAl

Bartolomeu Braz Pereira; Claudinei Rigonatto;

Eurípedes Bassamurfo da Costa; Marcelo Martins

editores: Francila Calica (01996/GO) e

Rhudy Crysthian (02080/GO)

reportagem: Rhudy Crysthian (02080/GO) e

Leydiane Alves

Fotografia: Jana Tomazelli Techio,

Gutiérisson Azidon

revisão: Cleiber Di Ribeiro (2227/GO)

diagramação: Rowan Marketing

impressão: Gráfica Talento tiragem: 12.500

Comercial: (62) 3096-2200

[email protected]

diretOriA FAeG

Presidente: José Mário Schreiner

Vice-presidentes: Mozart Carvalho de Assis; José Manoel

Caixeta Haun. Vice-Presidentes institucionais: Bartolomeu

Braz Pereira, Estrogildo Ferreira dos Anjos. Vice-Presidentes

Administrativos: Eurípedes Bassamurfo da Costa, Nelcy Pal-

hares Ribeiro. suplentes: Wanderley Rodrigues de Siqueira,

Flávio Faedo, Daniel Klüppel Carrara, Justino Felício Perius,

Antônio Anselmo de Freitas, Arthur Barros Filhos, Osvaldo

Moreira Guimarães. Conselho Fiscal: Rômulo Pereira da

Costa, Vilmar Rodrigues da Rocha, Antônio Roque da Silva

Prates Filho, César Savini Neto, Leonardo Ribeiro. suplentes:

Arno Bruno Weis, Pedro da Conceição Gontijo Santos, Mar-

gareth Alves Irineu Luciano, Wagner Marchesi, Jânio Erasmo

Vicente. delegados representantes: Alécio Maróstica, Dirceu

Cortez. suplentes: Lauro Sampaio Xavier de Oliveira,

Walter Vieira de Rezende.

COnselhO AdMinistrAtiVO senAr

Presidente: José Mário Schreiner

Titulares: Daniel Klüppel Carrara, Elias D’Ângelo Borges,

Osvaldo Moreira Guimarães, Tiago Freitas de Mendonça.

suplentes: Bartolomeu Braz Pereira, Silvano José da Silva,

Alair Luiz dos Santos, Elias Mourão Junior, Joaquim Saêta

Filho. Conselho Fiscal: Maria das Graças Borges Silva, Edmar

Duarte Vilela, Sandra Pereira Faria do Carmo. suplentes:

Henrique Marques de Almeida, Wanessa Parreira Carvalho

Serafim, Antônio Borges Moreira. Conselho Consultivo:

Bairon Pereira Araújo, Maria José Del Peloso, Heberson

Alcântara, José Manoel Caixeta Haun, Sônia Maria Domingos

Fernandes.

suplentes: Theldo Emrich, Carlos Magri Ferreira, Valdivino

Vieira da Silva, Antônio Sêneca do Nascimento, Glauce

Mônica Vilela Souza.

superintendente: Marcelo Martins

FAeG - senAr

Rua 87 nº 662, Setor Sul CEP: 74.093-300

Goiânia - Goiás

Fone: (62) 3096-2200 Fax: (62) 3096-2222

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Para receber a Campo envie o endereço de entrega para o

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Para falar com a redação ligue:

(62) 3096-2208 - (62) 3096-2248

(62) 3096-2115.

José Mário SchreinerPresidente do Sistema

FAEG/SENAR

Nesta safra o fator clima pode ser um dos maiores cau-sadores de prejuízos. Calculamos quedas de até 20% ao somarem uma série de fatores, como as chuvas, que ora deixaram de cair e agora precipitaram de forma excessiva. A questão que pode amenizar as perdas é que nossa sa-fra já foi praticamente negociada. Os preços negociados da soja devem contribuir para amenizar as perdas.

Houve também um aumento de 5% da área plantada em relação à safra passada, isso deve representar uma pro-dução muito próxima a do ano passado. Além da queda da produtividade por causa do clima, as presenças das la-gartas nas lavouras resultaram em aumento do custo de produção. Em média, os produtores tiveram que realizar mais duas aplicações de inseticidas para tentar controlar as infestações.

O início da colheita dessa safra nos remete a outras questões. Não basta colhermos uma safra recorde, é preci-so termos condições de escoamento dessa produção. Pre-cisamos de uma política agrícola mais eficaz que não seja embasada apenas no crédito rural para o produtor. Isso sem contar os problemas de logística, causados pela falta dela, para transportarmos nossa produção, assunto que ex-ploraremos em mais detalhes na próxima edição.

Produtores sofrem com o clima

Alex

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e Ce

rque

ira

Janeiro / 2013 CAMPO | 3www.senargo.org.br

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PAINEL CENTRAL

Produtores reclamam que a falta de chuva no início do plantio e o excesso de água na colheita foram prejudiciais para o setor. João Luiz Giraldi, de Rio Verde, tem esperanças de alcançar resultados semelhantes aos do ano passado.

Gutié

risso

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idon

Gutié

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Gutié

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Tratamento com cavalosA pequena Maria Eduarda foi umas das primeiras praticantes de equoterapia em Mineiros. Centro de tratamento, aberto recentemente, começa a atender pacientes da APAE.

Prosa Rural O especialista em mercado de commodities, Leonardo Sologurem, afirma que os mercados financeiros ainda passam por um momento frágil e esta fragilidade pode influenciar a precificação das commodities agrícolas. Ele fala sobre o assunto com exclusividade para a Revista Campo, na Prosa Rural deste mês.

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Obstáculos na produção 20

4 | CAMPO Janeiro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

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O produtor rural Ivan Roberto Brucelli reclama dos problemas climáticos. Foto produzida por Gutiérisson Azidon.

Agenda Rural 06

Fique Sabendo 07

Delícias do Campo

Campo Aberto

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Cuidados ao arrendar

Auxílio para desenvolver municípios goianos

Especialistas alertam para cuidados na hora de arrendar uma área. A produtora de Caiapônia, Dorane Pereira, lembra que acordos que não são documentados não têm validade e podem trazer dor de cabeça para o proprietário das terras.

Programa Prefeito Aliado do Progresso pretende fortalecer ações do Sistema Faeg no interior.

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Treinamentos e cursos do Senar 36

Jana

Tom

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li

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Educação para a vidaPresidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário, fala às crianças e professores do Programa Agrinho 2012, homenageia premiados e entrega carro à professora autora do melhor projeto pedagógico.

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Janeiro / 2013 CAMPO | 5www.senargo.org.br

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AGENDA RURAL

15/02 18/02

Reunião com instrutores do PronatecHora: A partir das 08hLocal: Augustu’s Hotel

Informações: (62) 3545-2600

Fórum das entidades empresariaisHora: A partir das 10hLocal: Sede da Acieg

Informações: (62) 3237-2600

20 a 22 /02 25/02

Treinamento Cadastro Ambiental RuralHora: A partir das 08h

Local: Sede do Senar GoiásInformações: (62) 3545-2600

Reunião do grupo de trabalho do Código Florestal com o Ministério Público

Hora: A partir das 08hLocal: Sede da OAB

Informações: (62) 3238-2000

FEVEREIRO19 de Fevereiro

Curso Agricultura de Baixo Carbono - ABC

Hora: A partir das 08h

Local: Sede do Senar Goiás

Informações: (62) 3545-2600

6 | CAMPO Janeiro / 2013 www.sistemafaeg.com.br

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FIQUE SABENDO

ArmAzém

Agronegócios Qualidade na Gestão - 2011

A obra engloba noções de as-pectos da administração de em-presas, leis trabalhistas, recursos humanos, psicologia para lidar com pessoas, acompanhamento do mer-cado de commodities, obrigações de recolhimento de impostos fede-rais, estaduais e municipais, enfim, todos os aspectos que auxiliam e complementam a capacidade admi-nistrativa da empresa. O objetivo é enfatizar a necessidade de uma empresa rural deter um sistema de gestão que seja de alta qualidade. Assim exposto, por uma linguagem acessível e simples, a fim de apri-morar os padrões até então utiliza-dos, levando-o a um novo patamar de importância, gerando mudanças na qualidade na gestão do agrone-gócio. A obra está disponível pela internet e custa em média R$ 90.

Divu

lgaç

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Gutié

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desenvolvimento municipalrEGISTrO

O planejamento e a gestão de políticas públicas para migrar pro-dutores rurais das Classes D/E para a Classe C e das Classes C para A/B é uma alternativa para o desenvol-vimento dos municípios e do esta-do. A alternativa foi apresentada no dia 13 de dezembro pelo presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner, em sua palestra proferida no I Congresso Goiano dos Muni-cípios. “A agricultura e a pecuária são os grandes geradores dos muni-cípios goianos. Temos que proteger esse patrimônio. Estimular o setor

rural é retorno garantido para me-lhorar a renda e a vida da população rural e dos municípios de Goiás”, ressaltou. José Mário ministrou a palestra Gestão Eficiente com Foco nos Resultados, sobre o tema Agri-cultura Familiar nos Municípios, no terceiro dia do Congresso realizado pela Associação Goiana de Muni-cípios e pela Federação Goiana de Municípios, no Centro de Cultura e Convenções de Goiânia. A Faeg lan-çou também um programa Prefeito Aliado do Progresso (leia mais na página 17).

pESquISA

Um estudo sobre o comportamen-to das abelhas Jataí (Tetragonisca an-gustula), realizado na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP) da USP, propiciou a re-produção in vitro da espécie a fim de multiplicar suas colônias. Grande parte dos alimentos, como hortaliças, que o homem consome vem de plantas poli-nizadas por abelhas. Assim, a manipu-lação das colônias pode ter grande in-fluência para a produção de alimentos.

A pesquisa, segundo informações

da Agência USP, foi dividida em três etapas: o monitoramento do que acon-tece dentro da colônia (para entender a reprodução natural das abelhas rai-nhas e com que frequência elas e os machos são produzidos); a produção in vitro das rainhas (possível por cau-sa dessa observação prévia) e a mul-tiplicação da colônia. A espécie utili-zada, conhecida como Jataí, é nativa do Brasil e não possui ferrão. O estudo também pode servir para a maioria das outras abelhas do tipo.

reprodução de abelhas

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PROSA RURALLEOnARDO

SOLOguREmé engenheiro agrônomo consultor associado da

GV Consult

Safra recorde Rhudy Crysthian | [email protected]

Leonardo Sologurem é engenheiro agrônomo e mestre em economia pelo

departamento de economia da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Também é membro do conselho de informações sobre biotecnologia (CIB),

consultor associado da GV Consult da Escola de Administração de Empresas de

São Paulo (FGV/EASP). Foi sócio diretor da consultoria Céleres e possui experiência

na administração de derivativos agrícolas em Mercado Futuro (BM&F). Este ano foi

o palestrante dos Seminários de Comercialização e Mercado Agrícola.

Gutié

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revista Campo: Como você

analisa o mercado de grãos neste

momento da comercialização da

safra 2012/13?

leonardo sologurem: O Brasil au-

mentou sua área plantada com soja em

2,5 milhões de hectares. Ao todo, serão

cultivados 27,5 milhões de hectares

com a oleaginosa com uma expectativa

de colheita de cerca de 83 milhões de

toneladas. No caso do milho, a expec-

tativa é de um crescimento entre 800

mil hectares a 1 milhão de hectares

para a 2ª safra. Adicionada a 1ª safra,

a expectativa é de uma produção de

milho entre 72 e 74 milhões de tonela-

das. Obviamente que o mercado está

reagindo a isto. Os preços da soja já re-

cuaram em relação ao final do ano pas-

sado, apesar de ainda se encontrarem

em patamares muito satisfatórios aos

produtores rurais. Os baixos estoques

de passagem de soja nos Estados Uni-

dos estão ajudando a manter os preços

da oleaginosa em níveis elevados. No

caso do milho, a maior preocupação

é em relação ao 2º semestre. Há uma

tendência de crescimento na área a ser

cultivada com o cereal nos Estados

Unidos para a campanha 2013/14 que

será semeada em maio/junho.

revista Campo: Você acredita que

fatores macroeconômicos da econo-

mia mundial podem trazer perdas

no mercado de grãos?

leonardo sologurem: Sem dúvi-

da. Os mercados financeiros ainda

passam por um momento muito frágil

e esta fragilidade pode influenciar a

precificação das commodities agrí-

colas. O peso dos fundos de investi-

mentos sobre os mercados futuros de

commodities é cada vez maior. Se os

mercados entenderem que o cresci-

mento econômico poderá ser com-

prometido, por qualquer razão que

seja, eles podem interpretar que os

preços das commodities deveriam ser

corrigidos negativamente em função

de uma menor demanda esperada.

revista Campo: Você acredita

que a situação cambial pode trazer

alguma dificuldade para o mercado

de grãos em 2013?

leonardo sologurem: Em tese, o

mercado trabalha com uma expectati-

va de taxa de câmbio ao redor de R$ 2

ao longo de 2013, o que confere certa

competitividade para as exportações.

Por outro lado, há uma preocupação

governamental em relação ao controle

inflacionário. Se a inflação fugir muito

do centro da meta estabelecida pelo

governo, pode ser que ocorra uma

maior influência do governo sobre o

mercado de câmbio

revista Campo: Como você obser-

va a situação de oferta e demanda

no mercado da soja e como esta

situação pode impactar no preço da

oleaginosa?

leonardo sologurem: Nos Es-

tados Unidos, especificamente, os

estoques de passagem permanecem

muito apertados, o que tem ajudado

a manter os preços da oleaginosa em

patamares elevados. Os altos preços

verificados, principalmente no final do

ano passado, incentivaram um forte

aumento na área plantada na Améri-

ca do Sul para a campanha agrícola

2012/13, o que deverá ajudar a recom-

por parte da oferta global. No curto

prazo, os preços devem permanecer

em níveis considerados altos em fun-

ção dos estoques apertados na Améri-

ca do Norte. Ao que tudo indica, a dis-

puta por área entre soja e milho nos

Estados Unidos deverá ser acirrada na

campanha agrícola 2013/14.

revista Campo: Mesmo com a

desaceleração da economia chinesa

podemos observar uma demanda

firme para o mercado de grãos para

o fim da safra 2012/13 e início da

safra 2013/14?

leonardo sologurem: O que se

pode concluir é que, o nível da de-

saceleração econômica na China não

foi suficiente para retrair sua deman-

da por grãos. As expectativas apon-

tam para um crescimento da China

em torno de 8% em 2013, o que deve

garantir um novo crescimento no

consumo chinês de soja.

revista Campo: Em relação à pro-

dução de soja, com o Brasil produ-

zindo mais de 82 milhões de tonela-

das e a Argentina produzindo mais

de 54 milhões de toneladas, você

acredita num excesso de oferta de

soja em 2013?

leonardo sologurem: Haverá uma

recuperação parcial. A oferta de soja

na América do Sul ajudará a recom-

por os estoques globais. No entan-

to, o desempenho da safra norte-

-americana de soja será fundamental

Os baixos estoques

de passagem de

soja nos Estados

Unidos estão

ajudando a

manter os preços

da oleaginosa em

níveis elevados

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para ajudar a recompor esta oferta.

Caso haja frustração na produção dos

Estados Unidos, os estoques norte-

-americanos de soja permanecerão

apertados, o que pressionaria positi-

vamente os preços da oleaginosa.

revista Campo: Você já tem algu-

ma expectativa para a safra ameri-

cana 2013/14?

leonardo sologurem: Tudo indica

que a área de milho crescerá sobre a

de soja. Em termos de produção, os

Estados Unidos deverão colher algo

entre 380 e 400 milhões de tonela-

das, enquanto para a soja, espera-se

uma produção entre 80 e 84 milhões

de toneladas.

revista Campo: Em relação ao

milho, como você analisa o mercado

deste cereal para o ano de 2013?

leonardo sologurem: A forte

quebra da safra norte-americana de

milho deverá estimular o crescimen-

to da área plantada com o cereal na

América do Norte. Neste sentido,

em condições normais de clima,

é esperada uma recomposição da

oferta no segundo semestre deste

ano, a qual deverá coincidir com uma

colheita recorde de milho na 2ª safra

no Brasil. Por esta razão, há uma

preocupação em relação ao compor-

tamento dos preços de julho para

frente. Os Estados Unidos possuem

uma competitividade nas exportações

de milho muito superior ao do Brasil.

Em uma condição de safra recorde no

nosso país, seria fundamental que as

exportações brasileiras obtivessem

um bom desempenho neste ano. No

entanto, este desempenho poderá ser

comprometido em função da gran-

de oferta esperada para os Estados

Unidos.

revista Campo: Mesmo com o

atraso das chuvas, a produção bra-

sileira do milho safrinha deverá ser

recorde, você acredita em um mer-

cado com tendências baixas para a

comercialização deste milho?

leonardo sologurem: A grande

preocupação diz respeito ao tama-

nho da safra de milho que os Esta-

dos Unidos irão colher no segundo

semestre deste ano. Em virtude da

nossa baixa competitividade nas ex-

portações do cereal, podemos perder

mercado para os norte-americanos.

Uma safrinha recorde de milho na

região Centro-Oeste pode representar

um grande problema se não houver

canal de escoamento, uma vez que

o consumo local é significativamen-

te menor do que sua produção. Na

realidade, o ritmo da comercialização

antecipada já é preocupante. Neste

mesmo período do ano passado, o

Mato Grosso, por exemplo, já havia

comercializado 35,3% da sua 2ª

safra. Neste ano, até o momento, o

percentual comercializado representa

apenas 15,6% da safra estimada a ser

colhida segundo dados divulgados

pelo Instituto Mato-Grossense de

Economia Agropecuária (IMEA). Sem

dúvida, isto pode representar uma

perspectiva de preços mais baixos no

segundo semestre.

revista Campo: É esperado que

o Brasil continue mantendo os

elevados volumes de exportação de

milho em 2013?

leonardo sologurem: Historica-

mente o volume de exportação de

milho no 1º semestre é pequeno, em

virtude de a infraestrutura logística

estar voltada para a soja. Portanto,

nosso esforço comercial para o mer-

cado externo está concentrado no 2º

semestre. Como boa parte do milho

produzido na 2ª safra é oriunda da

região Centro-Oeste, o custo logístico

para exportação é muito elevado em

função da ineficiência do Brasil no

quesito de infraestrutura. Uma co-

lheita recorde de milho nos Estados

Unidos tenderia a reduzir os preços

do cereal no mercado internacional, o

que minaria ainda mais a nossa com-

petitividade nas exportações.

revista Campo: Qual conselho

você pode passar para os produto-

res de grãos em Goiás?

leonardo sologurem: Estamos

iniciando o ano de 2013 com uma

“memória” de preços para os grãos

muito satisfatórios. No curto prazo,

tanto os preços da soja quanto do

milho se apresentam em patama-

res elevados. Portanto, acho que os

produtores tem uma janela no curto

prazo favorável a comercialização dos

grãos. Acho que a principal dica é já

buscar o travamento dos custos, no

caso do milho 2ª safra e já aproveitar

algumas oportunidades de comer-

cialização que existem para a soja já

visando à safra 2013/14.

As expectativas

apontam para um

crescimento da China

em torno de 8% em

2013, o que deve

garantir um aumento

do consumo chinês

de soja

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MERCADO E PRODUTO

A cada dia que avançamos neste ano, a safra 2012/13 começa a mostrar sua cara no país e também em Goiás. Tanto

no cenário goiano como nacional a soja se co-locará mais uma vez como o principal produto agrícola brasileiro. De acordo com a Compa-nhia Brasileira de Abastecimento (Conab) a safra brasileira de soja 2012/13 deve ultrapassar a casa das 82 milhões de toneladas. Confir-mados estes números, o Brasil será o principal produtor mundial de soja. Mais do que isso, de acordo com o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA, sigla em inglês) o Brasil será o maior exportador de soja do globo, exportan-do mais de 38 milhões de toneladas de soja.

Em Goiás, apesar de a estiagem ter provo-cado uma redução na produtividade, deverão ser colhidas cerca de nove milhões de tone-ladas. Do total produzido pelo Estado, três milhões de toneladas são exportadas, deste montante, mais de 90% têm como destino a China. No mesmo sentido de números tão expressivos, o mercado tem se mostrado cada vez propício para que os produtores obtenham boas rentabilidades. Apesar do recuo de mais de 15% nas cotações internacionais, o bushel da soja se mantem em patamares elevados.

Apesar de a quebra da soja nos EUA não ser tão drásticas como o imaginado, a deman-da, que possue uma intensidade maior que a oferta, está altamente presente no mercado. Com a produção dos três maiores produtores de soja estacionada na casa dos 230 milhões de toneladas e com a demanda mundial crescente, os estoques vão sendo consumidos, pressionando cada vez o preço da oleaginosa. O caso da produção dos EUA é o que mais tem influência na formação do preço mundial da soja e o que melhor ilustra a situação atual dos fundamentos no mercado da soja.

Da safra 2009/10 à safra 2012/13, a produ-ção americana de soja reduziu 7,9%. Neste mesmo período, as exportações america-nas recuaram apenas 2% e o esmagamento praticamente se manteve. O resultado é um estoque de apenas 3,7 milhões de toneladas, uma relação estoque/uso de apenas 4,4%, a menor que os últimos anos.

A China continua mantendo seu forte apetite pela soja. De acordo com o USDA, a China importa mais de 82% de soja que consome, na safra 2012/13, deve importar mais de 63 milhões de toneladas, crescimen-to de 6,4% em relação à safra passada. Diante deste quadro, os preços da soja do mercado dificilmente conseguirão romper as mínimas do mercado. No entanto, há ainda fatores que ameaçam a competitividade da safra de soja brasileira e a rentabilidade do produtor.

Em relação à safra 2011/12, o preço médio do fertilizante avançou mais de 15% em relação à safra atual. Com este aumento, somado ao aumento do custo de defensivos e sementes, o custo de produção das lavouras de soja deve colocar pressão na rentabilida-de do produtor. Outro fator de pressão na safra 2012/13 deve ser a logística. Com safra e exportação recordes, os portos e as estra-das brasileiras serão testados, colocando em prova a competitividade nacional.

É desta forma que a safra 2012/13 se desenha, com velhos e novos problemas que ameaçam a competitividade e a rentabilidade da produção de soja no Brasil. No entanto, a receita continua a mesma, atenção aos custos de produção e as noticias do mercado, além de ações de mitigação de risco. Se observada esta condições, com certeza a safra 2012/13 deve proporcionar crescimento para o país e boas rentabilidades para o produtor brasileiro.

Produção dos EUA influencia na formação do preço mundial da soja

leonardo Machado

é assessor técnico

da Faeg para a área

de cereais, fibras e

oleaginosas.

Leonardo machado | [email protected]

Mar

cus V

inic

ius

Janeiro / 2013 CAMPO | 11www.senargo.org.br

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AÇÃO SINDICALAÇÃO SINDICALOrIzONA

CABECEIrAS

rOuBO DE GADO

O Sistema Faeg/Senar, em parceria com o Sindicato Rural de Orizona, realizou no dia 27 de novembro, um Workshop sobre Políticas Públicas direcionadas aos Empreendedores Familiares Rurais. O evento fez parte das ações desenvolvidas pela Comissão de Empreendedores Familiares Rurais, cujo presidente é o Geovando Pereira, diretor do Sindicato Rural de Orizona. Foram apresentadas informações sobre o Crédito Rural e diversos outros programas de interesse do produtor rural. Apoiaram o evento representantes de 20 sindicatos, Banco do Brasil, DFDA, Instituto CNA, CECANE-UFG e AGEHAB.

O Sindicato Rural de Cabeceiras participou, no último dia 29 de janeiro, da cerimônia de entrega de uma caminhonete para prestar serviços à patrulha rural da cidade. A cerimônia contou com a presença do presidente do Sindicato Rural de Cabeceiras, Arno Weis e toda sua diretoria. O major Isaías Inácio da Silva, comandante do 16º BPM, o Sargento Pedersoli, comandante da Equipe da Patrulha Rural de Cabeceiras e o diretor administrativo da prefeitura, Hozana Paiva, também acompanharam a entrega do veículo.

Policiais do Grupo de Repressão a Crimes Rurais e de Divisas identificaram, no último dia 16 de janeiro, os responsáveis pelo furto de vinte reses nelore em 17 de dezembro do ano passado, na região de Mairipotaba. Os animais estavam escondidos em uma fazenda em Aragoiânia. A polícia destacou a semelhança entre os crimes ocorridos em Mairipotaba com as ocorrências de furtos em Luziânia, Catalão e Itumbiara, segundo os policiais, as ocorrências tinham praticamente as mesmas características. (Com informações do portal Goiás Agora)

seminário sobre Políticas Públicas

Patrulha rural

Polícia identifica criminosos

Ante

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eira

prOmOÇÃO SOCIAL

Os instrutores dos cursos de Promoção Social do Senar Goiás agora têm reuniões semanais com a coordenação do Programa. No último dia 4 de janeiro foi realizado um encontro geral para orientar os instrutores a buscarem atualizações nas suas respectivas áreas. Outra novidade é que este ano cinco treinamentos na área de Promoção Social estarão disponíveis para alunos do Pronatec. São eles: Preparação de doces e conservas, Produção de derivados do leite, Artesanato em biobijouteria, Artesanato em pintura de tecido e Artesanato em bordado à mão. Serão 36 turmas. O Senar ofereceu, em 2012, 930 treinamentos para a área de Promoção Social, ao todo, são 20 treinamentos nas mais diversas áreas de atuação.

instrutores atualizados

Ante

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Teix

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Sind

icat

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ral d

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CACHOEIrA ALTA

INHumAS

mINEIrOS

CrISTALINA

CErESApós cinco anos fora de operação, as instalações do antigo FrigoAlta, no município de Cachoeira Alta, voltarão a operar sob nova direção. O grupo paulista Rodopa Alimentos anunciou, no último dia 15 de janeiro, que em 60 dias a planta industrial voltará a abater bovinos. Os diretores do grupo foram recebidos no município pelo prefeito, Kelson Vilarinho, pelo presidente da Faeg, José Mário Schreiner, pelo presidente do Sindicato Rural, Adeíres Marques e outras autoridades. Durante a visita, as autoridades puderam constatar que a indústria já deu início à contratação de novos funcionários e começará a operar com uma capacidade de abate diária de 600 cabeças.

O Sistema Faeg/Senar realizou, no último dia 09 de janeiro, no Sindicato Rural de Inhumas, uma apresentação institucional sobre o Programa Balde Cheio a diversos produtores que integram a Cooperativa Mista Agroindustrial de Inhumas e Região (Coopervida). Na ocasião, a cooperativa formalizou, via ofício, a solicitação de parceria para execução de três novos grupos na região. Participaram do evento, o presidente do Sindicato Rural, José Rui, o Presidente da Coopervida, Lázaro Eurípedes Xavier, o coordenador do Programa Balde Cheio no Senar Goiás, Rogério Viana e o supervisor regional do Senar Goiás, Rafael Alberna. (Colaborou: Rafael Albernaz)

A diretoria eleita do Sindicato Rural de Mineiros tomou posse em dezembro, em solenidade realizada no tatersal de elite do parque agropecuário do município. Alberto de Oliveira Carvalho repassou a presidência da entidade a Fernando Mendonça, presidente eleito para o triênio 2012/2015. Com o novo presidente, também estarão à frente da entidade o vice-presidente, Antônio Paulo Carvalho; o tesoureiro, Vonaldo Moraes Vilela e o secretário, Milton Luiz Souza. O presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner é suplente da nova diretoria da entidade.

Tomou posse no último dia 12 de dezembro a nova diretoria do Sindicato Rural de Cristalina. Alécio Maróstica segue como presidente, Renato Zoboli, é o atual vice. O cargo de primeiro secretário ficou com Daniel Sabino Vaz e o novo tesoureiro é Vítor Alberto Simão.

No último dia 12 de janeiro foi a vez do Sindicato Rural de Ceres trocar sua diretoria. A nova Mesa está composta pelo presidente, Marcus José Passos, o vice-presidente, Fernando Alvarenga Ferreira, o tesoureiro, Marcelo Alves Siqueira e o secretário, Alex Alencar Oliveira. A cerimônia de posse foi no Ceres Clube Recreativo.

Frigorífico reaberto

Programa Balde Cheio

novos líderes

sindicato tem nova diretoria

diretoria renovada

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AGRINHO 2012

Sistema Faeg/Senar premiou no mês de dezembro os melhores projetos do Programa Agrinho de 2012

Leydiane Alves

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Educaçãopremiada

Professoras de Minaçu que participaram do Agrinho 2012 comemoram a vitória do município no Concurso.

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O Sistema Faeg/Senar realizou, no dia 6 de dezembro de 2012, a solenidade de premiação do

Programa Agrinho. No evento, profes-sores, estudantes e convidados conhe-ceram os autores dos melhores traba-lhos de 2012. A grande vencedora do Programa foi a professora Rosângela Peres Teixeira dos Santos, da Escola Municipal Dona Izaura Maria da Silva Oliveira, do município de Minaçu. Ela levou para casa um carro zero quilô-

metro com o projeto pedagógico “Do lixo se faz o lucro”. A entrega do carro foi no dia 19 de janeiro em uma grande carreata festiva pelas ruas de Minaçu.

De acordo com Rosângela, a con-quista do primeiro lugar é a realização de um sonho. “No ano passado desen-volvemos um projeto muito interes-sante, mas ficamos em quinto lugar. Em 2012, nos dedicamos novamente e agora tivemos o reconhecimento desse lindo trabalho.”

A professora destaca que o projeto pretende trabalhar a coleta seletiva e a reutilização do lixo, visando diminuir a poluição e gerar lucro. “O município de Minaçu ainda não conta com o tra-balho de coleta seletiva. Com o nosso trabalho, pudemos nortear a socie-dade e conscientizar a população da importância da reciclagem do lixo.” E ela garante que o projeto já tem dado certo. “Com o lixo recolhido, conse-guimos confeccionar ecobags para supermercados, onde foi diminuído o uso de sacolas plásticas”, conta.

MudançasEste ano, o Concurso apresentou al-

gumas mudanças na premiação. Em vez de premiados os cinco primeiros colo-cados de cada categoria, receberam prêmios os autores dos melhores pro-jetos das oito macrorregiões do Estado. Os oito vencedores nas categorias Es-cola Agrinho e Experiência Pedagógica ainda concorrem entre si na disputa dos grandes prêmios finais. Mais de R$ 160 mil foram distribuídos em prêmios.

Centenas de crianças, adolescen-tes, pais e professores vieram de vá-rias regiões do Estado para participar da cerimônia. A entrega dos prêmios foi o ponto alto de um trabalho que começou no início do ano, com a ca-pacitação dos professores das escolas da rede pública que aderiram ao Pro-grama. Após a capacitação, os pro-fessores retornaram aos municípios e começaram a trabalhar nos projetos relativos ao tema “Empreendedoris-mo e Meio Ambiente”. Inseridos nesse contexto, os alunos foram convidados a desenvolverem os trabalhos que con-correram ao Programa Agrinh 2012.

O presidente do Sistema Faeg/Se-nar, José Mário Schreiner, disse que está muito satisfeito com os resulta-dos alcançados com o Programa Agri-nho, que hoje é o maior programa de responsabilidade social do Sistema na área da Educação. “Essa iniciativa nos permite uma interação entre os agen-tes envolvidos para alcançar um bem

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Estudantes levam prêmiosCom um sorriso estampado e uma

felicidade no olhar, Juliana Barcelos Pereira, de 12 anos, exibia aos colegas o videogame que tinha acabado de ga-nhar com a melhor redação. “É uma grande alegria estar participando des-sa festa. O melhor é poder levar para casa esse prêmio. Sem dúvidas eu gos-tei muito do presente”, destaca ela com seu novo mimo nos braços.

Estudante do Centro Educacional Vereador Osvaldo Alves de Souza, do município de Montes Claros de Goiás, ela conta que relatou em seu texto os principais pontos do empreendedo-rismo e meio ambiente. “Eu busquei mostrar quais os caminhos para abrir o próprio negócio e a importância de preservar o meio ambiente”, lembra.

Juliana destaca que o tema do Pro-grama Agrinho só fez aumentar a von-tade de se tornar uma bióloga. “Me preocupo muito com o meio ambiente. Sonho em poder estudar e trabalhar nessa área, dessa forma estarei coope-rando para a preservação da natureza”, acrescenta.

O pequeno Yan Lucas Nunes, de 10

maior na defesa do meio ambiente e promoção do empreendedorismo”, comenta.

Ele conta que todos os esforços e trabalhos dos professores e alunos im-pressionam pela qualidade dos proje-tos inscritos. Para o presidente do Sin-dicato Rural de Minaçu, Tiago Castro Faria, é muito gratificante valorizar es-sas crianças e seus professores. “Eles são o presente e o futuro do nosso Estado. Temos uma sensação de dever cumprido”, comemora. Ele anunciou ainda que pretende ampliar para 246 municípios participantes do Programa no próximo ano.

Esse ano, o Programa envolveu 400 mil alunos em 200 municípios. Fo-ram capacitados 15 mil professores de 2 mil escolas. Os números superaram os dados do ano passado.

anos, também foi um dos vencedores na categoria redação. Aluno da Escola Evangélica Ebenezer, de Palmeiras de Goiás, Yan levou para casa um novo celular. “Foi legal participar da festa e, principalmente, poder ganhar um

celular. Estou muito feliz com o meu prêmio.” Em sua redação ele procurou mostrar a importância de cuidar da na-tureza. “Sem o meio ambiente nós não podemos viver. Todos devem pensar nisso e fazer sua parte.”

A professora Rosângela Peres foi a grande vencedora do Agrinho 2012 e levou para casa um carro zero quilômetro

O pequeno Yan feliz da vida com o celular novo que ganhou no Agrinho 2012

Juliana Barcelos levou o prêmio pela melhor redação

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Produtores participam de Dia de Campo goiás mais Leite em propriedade demonstrativa do programa Balde Cheio

Francila Calica [email protected]

Conhecimento técnico

Uma das 30 unidades demons-trativas do programa Balde Cheio, em Goiás, a proprieda-

de Estância Boas Novas, em São João da Paraúna, recebeu o primeiro Dia de Campo Goiás Mais Leite, promo-vido pelo Sistema Faeg/Senar e pelo Sindicato Rural do município. Mais de 600 produtores de leite, técnicos e estudantes da área passaram pelas três estações do evento.

Os presentes conheceram os re-sultados do trabalho que está sendo realizado no local com o programa Balde Cheio. O proprietário da Estân-cia Boas Novas, Eber Gomes Bran-dão, está há um ano e quatro meses participando do programa. Chegou a produzir diariamente 50 litros de leite e hoje produz 400 litros por dia. Em todo o processo de desenvolvimento do programa na propriedade, Eber, orientado pelos técnicos do Senar

Goiás, adotou uma série de procedi-mentos de manejo, acompanhamento climático, econômico e zootécnico. Eber revelou que o Balde Cheio mu-dou sua vida como produtor e como empresário rural.

José Mário, presidente do Sistema Faeg/Senar ressaltou que o contenta-mento sentido pelo produtor Eber é sentimento comum entre os mais de 400 produtores que estão participan-do do programa Balde Cheio em Goi-ás. “Damos o apoio necessário para que nossos produtores se tornem empresários rurais, melhorem a pro-dução, a renda e o bem-estar. Possam manter-se na propriedade e manter seus filhos na atividade”, explicou.

O prefeito eleito de São João da Paraúna, João Batista Figueiredo Neto (PSD), conhecido como João Cré-Cré, reforçou compromisso de auxiliar o Sindicato Rural do município - presi-

dido por Marcos Antônio do Nasci-mento Guerra - a ampliar a atuação do Balde Cheio na região e reiterou a parceria da prefeitura com o Sindica-to Rural durante seu mandato.

ProgramaçãoO Dia de Campo foi dividido em

três estações com os temas: Gestão, Manejo rotacionado e irrigado de pas-tagens e Qualidade do leite. De acordo com o superintendente do Senar Goi-ás, Marcelo Martins, este evento foi um projeto piloto e preparatório para cerca de 10 edições do Dia de Campo Goiás Mais Leite que serão realizados em 2013. O evento recebeu caravanas de produtores do Balde Cheio de 11 municípios e de estudantes do Pro-natec na área de pecuária leiteira de seis municípios. O Sebrae Goiás foi representado pelo seu diretor-técnico, Wanderson Portugal.

BALDE CHEIO

O produtor Eber Brandão, de São João da Paraúna, comemora os resultados do programa Balde Cheio em sua propriedade

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EVOLUÇÃO NO CAMPO

município de Rio Verde bate recorde em participantes no Programa Agricultura de Precisão

Leydiane Alves [email protected]

Mais de 600 pessoas, entre elas produtores rurais, téc-nicos e estudantes parti-

ciparam do Programa Agricultura de Precisão (AP), realizado no dia 13 de novembro, no município de Rio Verde. Dos nove eventos realizados pelo Ser-viço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) Central, sobre o tema em todo o Brasil, Rio Verde bateu o recorde de participantes. Em Goiás, a ação teve o

apoio do Senar Goiás e Sindicato Rural de Rio Verde. Os participantes conta-ram com a apresentação de duas pa-lestras, Agricultura de Precisão – Base Conceitual e Manejo de Lavouras para Alto Rendimento.

O presidente do Sistema Faeg/Se-nar, José Mário Schreiner, parabeni-zou o Sindicato Rural de Rio Verde por conseguir mobilizar tantos par-ticipantes. “Sempre que realizamos

ações no município as pessoas parti-cipam em massa. Todo evento aqui é sucesso.” José Mário destacou a im-portância da Agricultura de Precisão no crescimento da produção. “Que-remos levar a tecnologia ao encontro de todos.”

Ele aproveitou o momento e anun-ciou aos participantes o objetivo do Sistema Faeg/Senar para 2013. “Não vamos parar nessa palestra. Deseja-

Tecnologia no campo

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mos ir adiante. Vamos construir um Centro de Excelência de Agricultura de Precisão em Rio Verde. Vamos ca-pacitar aqui técnicos de todo o Brasil, pois, nosso país começa a assumir a posição de protagonista na produção mundial.”

Segundo Vitor Ferreira, enge-nheiro agrônomo do Senar Central, o Programa de Agricultura de Precisão influencia diretamente na gestão da propriedade. “Concluímos que não é só comprar máquinas, é preciso ter planejamento prévio.” Ele acres-centa que é papel do Senar levar aos produtores rurais informações de tecnologias. “É nosso dever capaci-tar trabalhadores e produtores rurais inseridos em diferentes cadeias pro-dutivas no âmbito da Agricultura de Precisão”, disse.

Base Conceitual

Tecnologia

De acordo com o professor Ri-cardo Inamasu, a Agricultura de Precisão é um processo de gestão da propriedade. “É uma postura geren-cial que leva em conta a variabilida-de espacial para aumentar o retorno econômico e minimizar o efeito ne-gativo ao meio ambiente.” Ele expli-ca que o primeiro passo é observar se existe essa variabilidade. Caso exista, o produtor deve investir em Agricultura de Precisão.

O professor falou também dos sensores existentes. “Existem os sen-sores para solo e os para as plantas. Por meio das cores é possível obser-var a clorofila das plantas. Pela cor é possível saber a qualidade da planta.”

Inamasu fala que o trabalho pode ser aplicado desde os peque-nos até os maiores produtores. “O pré-requisito para usar a tecnologia é a vontade de fazer a agricultura melhorar e reconhecer que o campo

tem variabilidade.”O especialista, Telmo Amado,

debateu sobre o manejo de lavoura para o alto rendimento. De acordo com ele, isso significa que é preciso cuidar de todas as etapas. “Cada eta-pa tem um papel na produtividade e isso deve ser respeitado. Procuramos cuidar dessas fases para se atingir melhor qualidade e produtividade.”

Ele afirma que, aumentar essa produtividade ainda é um grande desafio. “São muitos fatores que precisam ser equacionados para que a produtividade realmente seja alcançada.” Mas em alguns municí-pios, essa conscientização já é ob-servada. Exemplo disso é Rio Verde onde se tem umas das maiores pro-dutividades do Brasil. “Isso signifi-ca que os produtores estão fazendo um ótimo trabalho, onde a agricul-tura de precisão aparece como ape-nas um complemento.”

A Agricultura de Precisão (AP) é um sistema de gerenciamento agrícola que cresce no País na medida da dis-seminação dos conceitos, técnicas e vantagens para o produtor rural. As tecnologias de AP detectam, moni-toram e orientam homens e mulheres do campo na gestão da proprieda-de, para melhorar a produtividade,

a preservação do meio ambiente e a renda. A AP começou com as tec-nologias das máquinas dotadas de receptores GPS e geração de mapas de produtividade. Com medidas de gestão adaptadas à realidade de cada produtor, oferece ferramentas para a otimização do uso de insumos e ino-vação permanente no campo.

Produtores participam do Programa Agricultura de Precisão, em Rio Verde

Para o especialista Ricardo Inamasu, Agricultura de Precisão deve ser uma postura gerencial do produtor

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As chuvas mal distribuídas trouxeram aumento de custo de produção, queda de produtividade e atraso na colheita. O que resguarda muitos produtores são os bons preços travados no ano passado.

Karina Ribeiro Especial para Revista Campo

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Chuvas atrapalham produtores e safra tem queda de produtividade

ANDAMENTO DA SAFRA

Abertura oficial da colheita nacional da soja. Em Rio Verde, máqinas colhem sob chuva

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Em pleno início da colheita de soja precoce, a chuva não dá trégua na maioria das regiões

produtoras do Estado e atrapalham a entrada das máquinas para a colheita dos grãos. Os produtores já calculam prejuízos de até 20% ao somarem uma série de fatores causados pelas chuvas, que ora deixaram de cair, ora precipi-taram de forma excessiva em momen-tos cruciais do ciclo da soja precoce. Os problemas acarretados são: menor produtividade das lavouras e incidên-cia de pragas, alta umidade dos grãos.

Ao contrário da safra passada, quando as chuvas caíram no momen-to e na quantidade ideais e de forma bem distribuída, nesta safra as preci-pitações pareceram pregar peças no produtor rural. A sensação, conforme alguns, é de ir do céu ao inferno, di-versas vezes, durante todo o ciclo da oleaginosa. “O produtor que planta no início de outubro aqui na região (Rio Verde), conhece o clima e sabe que pode passar por problemas com a falta de chuva, mas neste ano pas-sado foi muito pior”, afirma o enge-nheiro agrônomo, Maurício Miguel.

Ele conta que a umidade em outu-bro não ultrapassou a casa dos 30%.

gem e o sol diminua a umidade do ar. Com as chuvas excessivas que caem na região desde o dia 15 de janeiro, as máquinas não conseguem trabalhar. “O dia que temos sorte conseguimos colher duas horas por dia”, afirma.

O produtor João Luiz Giraldi ar-gumenta que os agricultores fizeram o trabalho necessário. Aplicaram tecnologia e aguardavam resultados semelhantes aos do ano passado. En-tretanto, as intempéries climáticas vão dificultar atingir a meta. Ele conta que começou a colher no dia 25 de janeiro e que a previsão inicial era finalizar o procedimento até o dia 30 de fevereiro. Entretanto, refez os cálculos e acredita que conseguirá terminar somente no dia 10 de março. “É um olho na lavou-ra e outro no clima. Ficamos com as máquinas no pé do leito aguardando o momento de colher”, conta.

Embora os prejuízos sejam reais, os produtores são acalentados com bons preços travados no ano passa-do, no período da tomada de decisão de investimentos nas áreas. É o que promete equilibrar as contas dos pro-dutores, já que os preços comerciali-zados estavam, em média, entre R$ 50 e R$ 60 a saca.

O produtor de Rio Verde, Ivan Roberto Brucelli, reclama que o excesso de chuva irá atrapalhar rendimento da soja

Em algumas microrregiões, até o dia 15 de outubro não havia chovido nem 15 milímetros.

Após passarem por momentos de tensão, muitos produtores se sentiram aliviados nas chuvas mais contunden-tes que caíram nos primeiros dias de novembro. Maurício Miguel ressalta que, especificamente, no dia 3 de no-vembro, uma chuva na região “salvou” muitas lavouras. “Neste dia caiu uma chuva forte de 50 milímetros”, diz.

TempoO produtor Ivan Roberto Brucelli,

afirma que começou a plantar no dia 10 de outubro nos quatro mil hecta-res de terra. A falta de chuva para a germinação impediu o desenvolvi-mento linear da planta. “Ela demorou cerca de 20 dias para nascer”, afirma.

Ivan explica que a iniciativa inicial era colher 60 sacas por hectares, mas o volume não foi atingido, conforme observou já nas primeiras colheitas realizadas, que começaram no dia 28 de janeiro. Ele afirma que colheu 51 sacas por hectare, uma quebra de 15% da produtividade.

Ivan teme que o cenário ainda possa piorar caso não haja uma estia-

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Soja já está negociada

O consultor de mercado Ênio Fernandes explica que 78% da soja da região Sudoeste do Estado já está vendida. Ao analisar a Região Cen-tro-Oeste este volume cai para 57%. “A soja está extremamente vendida. Agora os produtores estão queren-do cumprir os contratos e não estão querendo vender mais. Vão colher e esperar”, resume.

O assessor técnico da Faeg, Leo-nardo Machado, afirma que os preços negociados da soja é outro fator deve contribuir para que não haja quebra de safra na produção do Estado. Atraídos pelos bons preços, muitos produtores investiram no aumento da área plan-tada. “Houve um aumento de 5% da área plantada em relação à safra pas-sada, isso deve representar uma pro-dução muito próxima a do ano pas-sado”, diz. Para se ter ideia, somente em Rio Verde, na safra de 2011/2012 foram plantados 275 mil hectares de soja. Nesta safra 2012/2013 este nú-mero saltou para 280 mil hectares – um incremento de quase 2%.

O produtor Vanderlei Secco con-ta que vendeu antecipadamente 40% da soja dos cinco mil hectares plantados. O preço, conforme ele, ficou em média entre R$ 50 e R$ 60

a saca. O que era para render mais lucratividade em relação à safra an-terior e fechar um ciclo de três anos com bons rendimentos promete fin-car, este ano, o mesmo percentual que da safra de 2011/2012. “O resul-tado era para ser melhor, mas deve ficar equilibrado porque temos me-nos grãos em mãos”, explica.

João Luiz Giraldi afirma que ven-deu 40% da produção a R$ 59. Ele explica que destina outra parcela para troca por insumos, o que ga-rante mais segurança ao produtor. “Muitos produtores tem feito isso e acho que dá certo. Ficamos sabendo quanto temos que colher para fechar os custos”, pontua.

UmidadeO cenário não muda quando se

trata da umidade dos grãos. As chu-vas excessivas agregam umidade e, consequentemente, acumulam peso aos grãos. No momento da entrega da produção, o valor é descontado gerando mais perda para o produtor.

João Giraldi afirma que o nível de umidade da soja das primeiras colheitas foi de 24%. O ideal, diz, é colher na casa dos 14% a 16%. “Além de tudo isso, como fica mais pesado,

vem o valor do frete”, afirma.Maurício Miguel explica que a

chuva que faltou em dezembro, mo-mento do enchimento dos grãos, so-brou na maturação. Neste período do ciclo da soja, os grãos começam a perder umidade, mas como excesso de chuva, está ocorrendo exatamente o contrário. “Quando o tempo permi-te, os produtores estão tirando com cerca de 20% de umidade”, afirma.

SafrinhaA safrinha de milho a princípio

aguardada como recorde, não deve mais ocorrer. Em função do atraso do plantio, devido à falta de chuva em outubro e o excesso de água no período da colheita contribuíram para que boa parte dos produtores refizessem os cálculos e abrissem mão de uma parcela da área prevista para colher o cereal.

Vanderlei Secco afirma que pode diminuir a área em até 25%. “Não tem como trabalhar fora da janela”, diz. João Giraldi diz que a previsão inicial era plantar mil hec-tares de milho safrinha. Agora se-rão 800 hectares. Nos demais 200 hectares, pretende trabalhar com milho para silagem.

O produtor João Giraldi travou boa parte da safra para aproveitar os preços

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goiás abre colheita nacional de grãosMesmo com as chuvas ainda no

horizonte, produtores iniciam a co-lheita da safra de grãos em Goiás. A abertura oficial da colheita de grãos no Brasil ocorreu no último dia 25 de janeiro, em Rio Verde, Sudoeste goiano, na fazenda Abóbora. A so-lenidade contou com a presença de diversas autoridades e foi realizada pelo Sistema Faeg/Senar, com parce-ria do Sindicato Rural de Rio Verde, Canal Rural e Aprosoja, com o apoio técnico da Embrapa.

O presidente do Sistema Faeg/Se-nar, José Mário Schreiner, aprovei-tou o momento para cobrar algumas demandas do setor. Ele destacou

que não basta ser colhida uma safra recorde, é preciso ter condições de escoamento dessa produção. O líder ruralista também abordou a neces-sidade da formatação de uma políti-ca agrícola mais eficaz que não seja embasada apenas no crédito rural para o produtor. “Além desses pro-blemas precisamos que o governo federal invista em seguro agrícola para nossa produção”, disse.

O secretário de política agrícola do Ministério da Agricultura Pecu-ária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, representando o ministro Mendes Ribeiro, ouviu as cobranças dos produtores e afirmou que o Bra-

sil precisa integrar o setor produtivo rural. Ele concordou que o País pre-cisa discutir melhor questões de ar-mazenamento, transporte e logística em geral. “Sabemos que precisamos de investimentos nesses setores é nossa responsabilidade atender às demandas do setor”, garantiu.

O secretário da agricultura de Goiás, Antônio Flávio Camilo de Lima, participou da abertura da co-lheita de grãos representando o go-vernador do Estado, Marconi Perillo. O senador Blario Maggi também prestigiou o evento, assim como os deputados federais Homero Pereira, Heuler Cruvinel e Roberto Balestra.

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Mesmo com tempo ainda chuvoso, máquinas iniciam colheita da safra atual

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mineiros ganha primeiro Centro de Equoterapia

Rhudy Crysthian [email protected]

Cavalos ajudam na reabilitação

Cavalos são usados na recuperação de pessoas com necessidades especiais

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A equoterapia é um método terapêutico e educacio-nal que utiliza o cavalo

dentro de uma abordagem inter-disciplinar, nas áreas de saúde, educação e equitação, buscando o desenvolvimento biopsicosso-cial de pessoas com necessidades especiais. Quem colocou em pala-vras o conceito da técnica talvez não tivesse a ideia da abrangência e benefícios que o novo método traria para seus usuários.

A coordenadora do programa de Equoterapia do Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Rural (Se-nar Goiás), Fátima Araújo, explica que na equoterapia, o cavalo é utilizado como um meio de se al-cançar os objetivos terapêuticos. “Mas a realidade é que a metodo-logia exige a participação do cor-po inteiro, de todos os músculos e de todas as articulações e reflete diretamente nos resultados posi-tivos em quem utiliza esse tipo

de tratamento”. Resultados esses que são ilustrados pela felicidade de crianças e adultos ao darem os primeiros passos de uma longa caminhada, mas agora com uma luz no fim da jornada, o poder de controlar os próprios movimentos do corpo.

Engajados nessa prerrogativa de melhorar a vida das pessoas com necessidades especiais, o Sistema Faeg/Senar, em parceria com o Sindicato Rural de Minei-ros, inauguraram em novembro do ano passado o primeiro Centro de Equoterapia de Mineiros. O Centro funciona no Parque de Exposições da cidade e pretende atender, a princípio, os praticantes da Asso-ciação de Pais e Amigos dos Ex-cepcionais (Apae), mas a meta é oferecer atendimento a toda a po-pulação da cidade e da zona rural do município, gratuitamente.

Os primeiros participantes do Programa serão os alunos da

própria Apae. Desenvolvido pelo Senar Goiás, o Centro de Equote-rapia realiza atendimentos sema-nalmente aos praticantes.

Bastante emocionada, Isaura Cabral, mãe da praticante Maria Eduarda Cabral, se disse muito agradecida pela iniciativa da inau-guração do Centro em Mineiros. Ela afirma que teria que viajar toda semana para o município de Rio Verde, quase 200 quilômetros de distância de Mineiros, para le-var a filha para realizar a terapia. “A Maria Eduarda gosta muito de cavalgar, depois que começamos o tratamento ela melhorou muito seu desenvolvimento motor”, ga-rante a mãe.

Os olhinhos da criança brilha-ram na hora de montar no cavalo para fazer a demonstração de uma sessão da terapia para os presen-tes. Maria Eduarda era toda sorri-sos mostrando as habilidades que faz em cima do animal.

Maria Eduarda ama cavalgar. A criança melhorou muito os movimentos depois que passou a praticar equoterapia

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Assistência consolidada

O Programa Equoterapia do Sis-tema Faeg/Senar está implantado em dez municípios goianos, ao todo, são 300 praticantes de equoterapia em atendimento. De acordo com o pre-sidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário, o Programa de Equoterapia pretende alcançar um resultado mais rápido do que a fisioterapia conven-cional para as pessoas que utilizam esse tipo de tratamento. “O Progra-ma foi desenvolvido para atender às necessidades especiais de cada in-divíduo onde ele está inteiramente integrado à natureza completando assim as terapias tradicionais em clí-nicas e consultórios”, disse.

Para Carlos Henrique Gonçalves de Oliveira, pai do pequeno Bruno Gonçalves Oliveira, o tratamento é para ajudar a controlar a ansiedade do garoto e melhorar sua concentra-ção. No ano passado, Bruno foi dado como desenganado pelos médicos

com apenas 3% de chances de vida. Para o pai, a vida do garoto é um

milagre, mas ele se tornou hipera-tivo. “O que o Sistema Faeg/Senar, Sindicato Rural e a Apae estão fa-zendo por nossos filhos não tem preço. O que nos esperávamos do tratamento era apenas um aperfei-çoamento, um aprimoramento e uma reabilitação dos praticantes, mas a realidade é muito mais abran-gente. Enquanto Deus permitir não vamos parar com a terapia”, alegou.

Segundo a presidente da Apae Mineiros, Inês Parmeggiane, sem o apoio do Sistema Faeg/Senar não seria possível a implantação deste Centro tão importante para o trata-mento de pessoas com necessidades especiais. “Com a ajuda do Sistema Faeg/Senar e do Sindicato Rural de Mineiros poderemos melhorar a qualidade de vida das pessoas com algum tipo de necessidade de trata-

mento”, relatou. O presidente do Sindicato Rural

na época, Alberto de Oliveira Car-valho, ressaltou essa união e disse que a ideia é o Sindicato buscar mais parcerias para melhorar ainda mais os atendimentos. “Temos muito or-gulho em poder usar uma causa tão nobre para poder trazer melhor qua-lidade de vida para as pessoas”.

O consultor do Senar Goiás, para a implantação dos Centros de Equo-terapia, Alvanir Vilela Rezende Jú-nior, segundo ele, os benefícios da equoterapia são inúmeros. “Esta ati-vidade exige a participação do cor-po inteiro”, disse ele que também é portador de necessidades especiais e praticante da modalidade.

Também participaram da inaugu-ração do Centro e apresentou dois praticantes de equoterapia que hoje já são atletas competidores de olim-píada paraquestre.

O praticante Bruno Gonçalves, um dos primeiros praticantes a participar da terapia, adora cavalos

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Prática comum pode trazer dor de cabeça para ambas as partes caso legislação não seja seguida à risca

Karina Ribeiro [email protected]

Especial para Revista Campo

Prática comum entre os produ-tores rurais, o arrendamento de terra pode ser uma boa solução

para renovação de pasto, otimização de área e uma oportunidade de diver-sificação de renda para o proprietá-rio. Por outro lado, uma viabilidade para expansão de área, ampliação de rendimentos ou mesmo inserção em uma atividade agropecuária para o arrendatário. Entretanto, a locação de área rural, caso seja realizada de for-ma imprudente, oferece riscos ines-timáveis e desconhecidos por boa parte dos interessados.

A prática possui legislação especí-fica que esconde armadilhas danosas aos olhos pouco treinados do produ-tor rural. Sendo assim, o primeiro pas-so como forma de precaução é pro-curar os serviços jurídicos prestados pelos sindicatos rurais de cada região. O serviço é gratuito para os produto-res associados à entidade. “O produ-tor precisa se organizar, ir ao sindica-to e verificar todos os prós e contras do contrato”, analisa o advogado da Faeg, Augusto César Andrade.

Embora os contratos sejam indi-viduais, diz, os produtores podem se reunir e discutir o contrato de forma coletiva, cláusula por cláusula. Ele lembra que o sistema já vem dando resultados na área leiteira. “Eles pre-cisam usar a estrutura dos sindicatos. Discutir de forma coletiva é uma das melhores formas que vejo”, explica.

O principal erro do produtor, con-

Cuidados na hora de arrendar

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ARRENDAMENTO

A produtora rural de Caiapônia, Dorane, levou um prejuízo de R$ 20 mil com um arrendamento mal formatado

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forme avalia Augusto, é acre-ditar que o arrendamento rural funciona como uma locação de casa ou imóvel urbano. Exis-tem regras específicas para cada atividade, mas há uma que cabe para os dois setores: em nenhuma hipótese alugue uma terra para uma pessoa no qual não tenha certeza de ter condições em honrar os com-promissos. “É necessário que conheça o outro e saiba se há condições viáveis para fechar acordo. Isso não pode ser feito às cegas”, diz.

Alguns outros desconhe-cimentos rondam a prática do arrendamento de terra. Augus-to ressalta que quando o pro-dutor passa a arrendar a terra, a mesma entra em condição de aluguel e terá seu valor incidido

sobre o imposto de renda. O ín-dice pode chegar até 27,5% sob o valor da negociação e tornar a prática inviável. O produtor que não se atentar para este detalhe pode ser penalizado pelo órgão da Receita Federal.

Apesar de transferir a pos-se do imóvel, o produtor ru-ral continua responsável pelo cumprimento das leis traba-lhistas e ambientais. Este fa-tor gera uma necessidade de contínua fiscalização da terra e exige que o arrendatário cum-pra fidedignamente as regras. “Quando existe um arrenda-mento e a pessoa pratica algo ilegal, os fiscalizadores da área entendem que o arrendamento foi fraudado somente para reti-rar a responsabilidade do pro-dutor”, explica Augusto César.

As pessoas envolvidas no contra-to precisam ficar atentas ao prazo de permanência mínima estipulado por lei para cada cultura e a forma de extinção do contrato. O prazo míni-mo de permanência para uma cultu-ra temporária é de três anos. Sendo período de cinco anos para lavouras permanentes e pecuária de grande porte e sete anos, no mínimo, para atividade florestal.

A regulamentação previne que o proprietário da terra utilize do ar-rendamento somente para beneficiar sua terra, com adubação e melhoria na pastagem, por exemplo. A forma de extinção do contrato também é uma cláusula importante a ser ana-lisada. “Pode ser extinto por des-cumprimento da parte ou por fim do prazo”, diz.

Foi nesse item que a pecuarista, Dorane Pereira Santos Ananias pe-cou. Durante três anos e meio, ela ar-rendou 652 hectares de terra para cria e recria de gado e afirma nunca ter

tido problemas até o momento de fin-dar o negócio. “Ele frequentava nossa casa e passou ser amigo da família”, diz referindo-se ao arrendatário.

Ela explica que foi orientada por profissionais do Sindicato Rural de Caiapônia a fazer uma notificação formal via relatório do término do contrato de rescisão, faltando seis meses para acabar o prazo do con-trato. “Senão o contrato renovava au-tomaticamente”, relembra.

Ao contrário do orientado, Dora-ne não fez a notificação de rescisão. Ela procurou o arrendatário e foi in-formada por ele da falta de interesse em permanecer arrendando a terra. “Como tínhamos ouvido da boca dele que não tinha mais interesse, achamos desnecessário fazer o con-trato de rescisão”, diz.

Aos poucos, Dorane foi obser-vando que o arrendatário estava vendendo parte do rebanho e, con-sequentemente, sobrando pastagem na propriedade. Com esse resultado,

o arrendatário questionou a possibi-lidade de sublocar a terra para ter-ceiros. “Foi quando interferimos e o avisamos de que isso não estava previsto no contrato”, explica.

Depois disso, diz, o arrendatário informou que não havia assinado ne-nhum documento que o obrigasse a sair da terra. “Ele disse que sairia só se pagássemos R$ 15 mil”, diz. Como havia outro interessado na terra e o contrato impedia que Dorane reti-rasse, na ocasião, o atual arrendatá-rio, a saída foi entrar em um acordo. “Pagamos o que pediu, mais uns do-cumentos que deveria ser pago por ele. Ainda por cima, não reformou a casa da forma como ficou acorda-do”, diz. Ao todo, calcula, o prejuízo ficou em torno de R$ 20 mil.

A pecuarista conta que passou a locar a mesma terra para outro ar-rendatário, mas agora a situação é diferente. Procurou um advogado e fez contrato com todas as cláusulas essenciais. “O produtor acha que

Produtor deve ficar atento aos prazos

Augusto alerta que o produtor continua responsável pelo cumprimento das leis mesmo após arrendar sua área

Gutié

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Principais regras do arrendamento

Tributação Tributação incidida sobre a locação da terra – o índice pode atingir até 27,5%

Extinção do contrato Por descumprimento da parte ou por fim do prazo

Benfeitorias Cláusula do contrato deve explicar se as benfeitorias irão integrar o patrimônio ou serão retiradas no final do contrato

Prazo legal Cultura temporária e pecuária pequeno porte – 3 anosCultura permanente e pecuária de médio/grande porte – 5 anosAtividade florestal – 7 anos

Tipo de contrato Transferência de posse – risco da atividade todo do arrendatárioContrato de parceria – divisão de lucros e prejuízos

isso é gasto, mas aprendi que não é gasto, e sim, investimento. Arrendar terra é um bom negócio desde que seja feito de forma correta”, ressalta.

PrecauçãoÉ por esse pensamento que o pro-

dutor, Adenor Machado Vilela nun-ca caiu em nenhuma cilada. Há sete anos ele arrenda terras e também é arrendatário para práticas de pecuária e agricultura. Nunca sofreu nenhum sobressalto. Ao contrário, é um entu-siasta do arrendamento. “Posso be-neficiar a terra e ainda ter lucro”, diz.

Ele explica que arrenda 192 hec-tares para o plantio de soja e milho. Ao fim da safra, ele tem direito às palhadas e, por isso, introduz gado na área. “Quando não tenho dispo-nível, alugo para terceiros”. O prazo contratual é de cinco anos. Dessa forma, diz, não há prejuízo para ne-nhuma das partes, já que o arrenda-tário tem gasto ao beneficiar a terra para as primeiras safras. Fonte: FAEG

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Faeg quer a parceria das prefeituras para incrementar o VBP em R$ 7 bi

Cleiber Di Ribeiro [email protected]

Acrescentar R$ 7 bilhões de re-ais ao Valor Bruto da Produ-ção (VBP) goiano por meio do

planejamento e a gestão de políticas públicas, com parceria das prefeitu-ras goianas, para migrar metade dos produtores rurais da Classe D/E para a Classe C e metade dos da Classe C para A/B. Essa é a alternativa para o desenvolvimento dos municípios e do estado apresentado no dia 17 de janeiro, pelo presidente do Sistema Faeg/Senar, José Mário Schreiner. As Classes goianas de renda rural se di-

Desenvolvimento Municipal

videm em 55,6% dos produtores ru-rais da Classe D/E produzindo 5% do VBP goiano, 21% da Classe C produ-zindo 11% e 11,4% da Classe A/B pro-duzindo 84%.

A Faeg recebeu prefeitos e repre-sentantes de 52 municípios, além de representantes, vereadores e presi-dentes de Sindicatos Rurais de 75 municípios goianos para apresentar essa alternativa ao desenvolvimento municipal, durante o lançamento do Programa Aliado do Progresso. O Programa será realizado em parceria

com os Sindicatos Rurais e as prefei-turas goianas e pretende identificar e qualificar oportunidades de melhoria que favoreçam o aperfeiçoamento do ambiente de negócios dos produtores rurais, empresários e comunidades dos municípios.

O presidente do Sistema Faeg/Se-nar, José Mário Schreiner, explicou detalhes de como a parceria entre a Faeg e as prefeituras pode alavancar o desenvolvimento da produção, da renda e do consumo local. Para ele, o setor rural tem dado toda contri-

UNIDOS PELO PROGRESSOGu

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José Mário apresenta aos prefeitos goianos detalhes do Programa Prefeito Aliado do Progresso

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buição para o equilíbrio fiscal do Brasil com a exportação da produção agropecuária. “Não tenho dúvidas que se investirmos na produção agro-pecuária, teremos retorno. O setor produziu R$ 8,8 bilhões do VBP em 2006 e 28 bilhões do VBP em 2012, crescimento de 218%”, explicou. Ele ainda ressaltou que a Faeg quer, com o programa, apontar soluções de ges-tão eficiente e positiva de estimulo à produção rural.

ComprometimentoSegundo José Mário, a entidade

tem a percepção da carência de po-lítica agrícola, saúde e educação nos municípios goianos, porque realizou mais de 130 seminários O Que Espe-

ramos do Próximo Prefeito que resul-taram na produção das Agendas de Desenvolvimento Municipal distri-buídas aos prefeitos enquanto ainda eram candidatos. “É importante que muitos dos prefeitos presentes, que participaram dos debates promovi-dos pela Faeg e Sindicatos Rurais, saibam do comprometimento que a população imagina que o gestor mu-nicipal tenha”, ressaltou.

Para ele, há o anseio que o pro-grama possa sintonizar as ações de acordo com quem vive nos municí-pios e que isso seja feito por meio das ferramentas do Sistema Faeg/Senar. O programa pretende ainda dotar as Secretarias Municipais de Agricultura de condições para funcionamento efi-

ciente, auxiliando na estruturação do planejamento de ações, de formula-ção de políticas agrícolas do municí-pio, de estrutura técnica, econômica e orçamentária para promover o for-talecimento do setor agropecuário no município e criar formas de estimular o consumo da produção local e me-lhoria na capacidade de renda e na vida da sociedade local.

O Programa Prefeito Aliado do Progresso será desenvolvido em cinco fases: visita ao município, diagnóstico, planejamento estratégico da Secretaria Municipal de Agricultura, elaboração do Plano Estratégico Municipal do se-tor rural e implantação e acompanha-mento das ações (Consolidação dos Trabalhos e Avaliação dos Resultados).

Prefeituras carecem de apoio

Luiz Stival, presidente da As-sociação Goiana dos Municípios (AGM), reforçou a importância dos resultados na elevação do homem do campo e da população local a partir da parceria entre a Faeg e as prefeituras. “Talvez o que seja difícil para que a Faeg leve uma ação a um município, seja fácil para a prefeitura providenciar e vice-versa”, explicou.

Antônio Flávio Camilo de Lima, secretário da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seagro), disse acreditar que o sucesso na gestão pública se dá na medida em que o Estado e os

municípios, juntos, somem suas for-ças e otimizem sua aplicação em um mesmo objeto. “O mais fácil seria, como secretário, defender a agricul-tura e pecuária, mas os novos prefei-tos precisam saber que isso significa defender os mais humildes e caren-tes”, ressaltou.

O Programa Prefeito Aliado do Progresso é a terceira etapa do projeto que reafirma a maior parti-cipação do setor produtivo rural no processo político. Ele visa acompa-nhar, monitorar e avaliar a aplicação das expectativas e dos compromis-

sos assumidos pelos prefeitos elei-tos com a população local de cada município participante do projeto O Que Esperamos do Próximo Prefei-to, com base na Agenda de Desen-volvimento Municipal.

Na segunda etapa do projeto, a agenda norteou os debates das ideias e propostas políticas dos candidatos que concorreram ao cargo de prefei-tos. As Agendas de Desenvolvimen-to Municipal foram elaboradas na primeira etapa do projeto, realizada antes das eleições municipais, nos meses de abril e maio de 2012.

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O presidente da AGM, Luiz Stival, ressaltou a importância da parceria da Faeg com as prefeituras goianas

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DELÍCIAS DO CAMPO

MASSA PARA ROSCAS E PANETONE2 copos de leite | 1 copo de água | 2 envelopes de fermento seco para pão6 colheres de sopa de açúcar | 2 colheres de sopa de margarina2 ovos | ½ copo de óleo | 1 colher de sobremesa de sal1 kg de farinha de trigo ou até dar o ponto

1º PASSO: Coloque o leite com a água, o fermento, o açúcar, a margarina, os ovos, o óleo, mexa e vá colocando a farinha de trigo e o sal até o ponto de enrolar.2º PASSO: Deixe a massa crescer (no mínimo) 40 minutos. Modele as roscas espere dobrar de volume.3º PASSO: Leve para assar em forno médio pré-aquecido, por 30 minutos ou até dourar.

PANETONE DE 500g

½ receita de massa | 20 gotas de essência de panetone | 100 g de castanha de caju picada | 100 g de uva passa ou de frutas cristalizadas

1º PASSO: A essência de panetone, as castanhas, a uva ou as frutas devem ser adicionadas à massa logo após esta ter sofrido a primeira fermentação. A quantidade do recheio depende do tipo de receita que está sendo preparada.2º PASSO: Amassar suavemente para incorporar todos os ingredientes, separar um pedaço de massa de ½ Kg e formar uma bola, boleando-a com óleo na mesa. Acomodar a bola de massa em uma forma de papel encerado.3º PASSO: Levar o panetone para fermentar. 4º PASSO: Assar em forno a 150ºC, por 30 minutos ou até corar.

SORVETONE

1º PASSO: Corte a tampa do panetone e afunde a massa do pão e deixe uma borda de 1 cm dos lados e embaixo.2 º PASSO: Encha o espaço com sorvete de chocolate ou o de sua preferência, coloque a tampa e volte o sorvetone para o freezer.

CALDA DE ACEROLA E PITANGA

1º PASSO: Pegue 30 acerolas e 30 pitangas maduras, lave-as e higienize-as. Passe as frutas em uma peneira e tire a polpa.2º PASSO: Para cada copo de polpa coloque 1 copo de açúcar e leve ao fogo até engrossar.

SIRVA O SORVETONE COM A CALDA

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Receita elaborada pelo tecnólogo em gastronomia e instrutor de cozinha rural do Senar Goiás, Cristiano Ferreira da Silveira.

sorvete de chocolate com calda de pitanga

Envie sua sugestão de receita [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

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CAMPO RESPONDE

Apareceu uma secreção, uma massa amarelada, nos olhos das galinhas caipiras de minha criação. Do que se trata? Qual o tratamento? Como deve ser a aplicação?Ancelmo Siqueira

Já perdi alguns bovinos que comeram ervas tóxicas. Como devo evitar esse problema?Ismael Ferreira

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Envie sua pergunta para [email protected] ou ligue (62) 3096-2200.

CONSULTOR: WANESSA NEVES DE FARIA,

zootecnista e coordenadora da área de

pequenos animais do Senar Goiás.

Prezado Ismael Ferreira, segundo o pesquisador Afonso Pott (2000) plantas tóxicas são todos os vegetais que provocam perturbações diretas (morte, aborto e diminuição na produção) ou indiretas na saúde do bo-vino. Essas intoxicações acontecem mais em pastagens que estão com baixo volume de massa e com acessos a matos onde estão grande número de espécies de plantas tóxicas. Nota-se mais em meses críticos de estiagem ( julho, agosto e setembro), na região Centro-Oeste. Re-comendo um levantamento das possíveis plantas tóxicas que podem estar presentes nas suas pastagens para que possa eliminá-las (usando enxadão, herbicidas...), isole as áreas de reservas (matos) com cercas e faça o manejo ideal das pastagens.

Quando o animal está intoxicado recomendam-se produtos hepatoprotetores, anti-hemorrágicos, sulfato de

atropina, soroterapia e outros. Essa prescrição será precisa com a consulta do médico veterinário, pois os princípios ativos que estão nas plantas podem ser diferentes e cada um tem ação e sintomas diferentes no organismo animal. Informo que a identificação de plantas tóxicas deverá ser feita por pessoas especializadas e com muita experiência na área. Animais adaptados à região, dificilmente, se in-toxicam, pois aprenderam a conviver com estas plantas e evitam pastejá-las. Animais recém-chegados à proprieda-de e vindos de regiões diferentes podem ser mais afetados pela ingestão das mesmas.

CONSULTOR: MARCELO PENHA, veterinário e coordenador técni-

co do Senar Goiás.

A existência de secreção nos olhos e catarro na garganta indica a presença de coriza, doença que aparece em locais úmidos e com corrente de ar, muito comum nessa época do ano. Essa secreção pode se tornar mais viscosa à medida que a doença aumenta. A doença causa ainda inchaço na cabeça, atinge os olhos e pode cegar as aves. Essa enfermidade diminui a postura das aves e causa emagrecimento. Os espirros liberam uma secreção com odor forte. Se não forem medicadas, elas podem morrer. O uso de antibióticos é o tratamento correto. Caso a doença esteja muito avançada, o antibiótico não é suficiente. Para aliviar o gogo da garganta, esprema um pouco de limão no bico das aves. Mas lembre-se que esse procedimento não é curativo. Desinfete e isole as aves doentes.

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CASO DE SUCESSO

Treinamento do Senar goiás transforma pequeno produtor em um dos maiores

fabricantes de selas do Estado

Rhudy Crysthian | [email protected]

O Rei das selas

O pequeno produtor, Antônio de Paula (Tonhão), confecciona selas, ele aprendeu o novo ofício no Senar Goiás

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Há três anos a vida do pequeno produtor rural do distrito de Santo Antônio da Cana Brava

(Filó), em Minaçu, Norte do Estado, Antônio de Paula Neris, 53 anos, era completamente diferente. Ele era car-pinteiro e ganhava em torno de R$ 700 por mês. Foi então que, com a insistência do mobilizador do Senar Goiás na época, Gerônimo Barros, ele resolveu participar do treinamento de Selaria e Trançado em Couro ofe-recido pela entidade e viu um novo horizonte de oportunidades se abrir a sua frente.

A participação do amigo e mobili-zador do Senar foi crucial para os no-vos rumos que a vida profissional de Antônio, ou Tonhão, como é mais co-nhecido na comunidade, tomava. To-nhão conta que após concluir o trei-namento ele ganhou do amigo uma banda de sola e um desafio: produzir dois arreios o quanto antes. Tonhão aceitou o desafio e foi além, ele conta que confeccionou os dois arreios em tempo recorde, três dias, e lembra que a qualidade dos produtos finais era de dar inveja.

Hoje, a renda de Antônio gira em torno de R$ 7 mil por mês. Ele produz uma média de 25 selas todo mês e afir-

ma que já chegou a ter que negar enco-mendas por conta da demanda. Além das selas, ele produz arreios, laços, pi-nholas, chicotes, coleiras, peiteiras, en-tre outros produtos de couro. Antônio ficou conhecido como um dos melho-res produtores de selas da região. Ele recebe encomenda de Uruaçu, Campi-norte, Cavalcante, Palmeiras de Goiás e também de outros estados como Distrito Federal, Tocantins e Pará.

Tamanho o sucesso dos trabalhos Antônio abriu uma oficina na frente da sua casa no distrito de Filó. Ele também adquiriu uma máquina de costura em couro que ajuda a agilizar o trabalho que antes era feito todo à mão. Ele pretende agora adquirir equipamentos de moldura e acaba-mento no couro para poder agregar mais valor às selas produzidas.

Antônio afirma estar muito fe-liz com os rumos novos de sua vida profissional. Ele afirma que o co-nhecimento é fundamental para o crescimento. “Estudar é uma das melhores decisões que podemos tomar. E esses treinamentos ofere-cidos pelo Senar Goiás são muito importantes e são totalmente gra-tuitos. Por causa do Senar eu mudei minha realidade”, disse.

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Antônio todo contente mostrando a máquina de costura que adquiriu recentemente

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CURSOS E TREINAMENTOS

Medicina alternativa Rhudy Crysthia | [email protected]

eM deZeMBrO, O senAr PrOMOVeU

213 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 42 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

2.502PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

16 81 7 5 3 72 29 18 5 2 3 1

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

Na área de

agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

pecuária

Em

atividades

relativas à

prestação de

serviços

Alimentação

e nutrição

Organização

Comunitária

Saúde e

Alimentação

Prevenção de

acidentes

Educação para

consumo

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Medicina alternativa

Com o aumento da busca pela adoção de há-bitos mais saudáveis por parte dos brasileiros os tratamentos fitoterápicos se tornam uma

alternativa bastante procurada. As técnicas de cultivo orgânico são as mais adequadas para a produção de plantas medicinais e aromáticas, pois permitem a ob-tenção de produtos de ótima qualidade, preservando ao máximo seus princípios ativos, sem utilização de agrotóxicos. Visando melhorar a renda das famílias que vivem no campo, o Senar Goiás, oferece o trei-namento de Cultivo Orgânico de Plantas Medicinais. Este treinamento introduz o módulo básico para cul-tivo dessas plantas com ênfase nos princípios ativos dessas matérias-primas, além de repassar técnicas de produção de sementeiras, plantio, tratos culturais, controle de pragas e doenças, secagem, embalagem, armazenamento até a comercialização. A carga horária é de 24 horas, com turmas de 16 produtores e traba-lhadores rurais maiores de 18 anos.

Para mais informações sobre os treinamentos e cursos oferecidos pelo Senar, em Goiás, o contato é pelo telefone: (62) 3545-2600 ou pelo site: www.senargo.org.br. Procure também o Sindicato Rural de seu município

eM deZeMBrO, O senAr PrOMOVeU

213 CURSOS E TREINAMENTOS DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL RURAL 42 CURSOS E TREINAMENTOS NA ÁREA DE PROMOÇÃO SOCIAL

2.502PRODUTORES E

TRABALHADORES

RURAIS

CAPACITADOS

16 81 7 5 3 72 29 18 5 2 3 1

Na área de

agricultura

Em atividade

de apoio

agrossilvipastoril

Na área de

silvicultura

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agroindústria

Na área de

aquicultura

Na área de

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Em

atividades

relativas à

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serviços

Alimentação

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Organização

Comunitária

Saúde e

Alimentação

Prevenção de

acidentes

Educação para

consumo

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CAMPO ABERTO

Considerado o principal grão produzido no País, a soja brasileira é vista por

especialistas do setor de agrone-gócios e comércio internacional como autora de um novo ciclo econômico interno, este baseado novamente em um recurso natural. Tais como os ciclos do ouro e do café, a soja e o petróleo são hoje os principais produtos responsá-veis pela atração de investimentos externos diretos ao País, a soja trazendo indústrias esmagadoras e trading companies internacionais, além da atração de investidores do mercado de capitais que compram debêntures e ações das empresas nacionais e internacionais.

Não podemos deixar de citar o petróleo e a exploração das ja-zidas do pré-sal, como o maior competidor interno da soja na participação do crescimento econômico nacional. Esta dispu-ta em importância para econo-mia brasileira é extremamente acirrada e traz apenas benefícios para nosso desenvolvimento in-terno e afirmação internacional.

Rica em proteína e produzi-da tanto para consumo humano quanto animal, a soja é ainda usada na produção de óleo com-bustível, resinas, solventes e bio-diesel. Inicialmente cultivada no interior da Bahia, hoje a região Centro-Oeste é a maior produto-ra do grão, respondendo por qua-se 50% da produção nacional, de acordo com cálculos do IBGE.

O instituto também identifi-cou Goiás, como o quarto maior produtor nacional de soja, com produção de 7.252.926 toneladas

em 2010. Vale ressaltar que atual-mente o cultivo de soja transgê-nica responde por 80% da pro-dução mundial do produto, e seu uso destina-se à produção de óleo e farelo quando do esmagamento, esse para consumo humano e o farelo destinado à ração animal.

Internacionalmente, o Brasil é um dos principais atores do agribusiness e o segundo maior produtor mundial de soja, atrás apenas dos Estados Unidos. A estimativa do IBGE é que uma safra recorde de soja ocorra em 2013/2014, com 79,7 milhões de toneladas colhidas e uma área nacional plantada de 26,3 milhões de hectares. O USDA Norte-Americano também prevê uma safra recorde de 81 milhões de toneladas no Brasil, já a Co-nab afirma esperar 82,6 milhões de toneladas. De acordo com a Conab, a Soja foi o único grão que apresentou crescimento no plan-tio, frente a outros produtos como arroz, feijão, algodão e milho, des-tacando o estado do Mato Grosso como seu principal produtor. Com grandes expectativas de produção, preços relativamente altos e ótima prospecção de exportações da fu-tura safra 2013/2014, a produção e exportação nacional de Soja pode-rá ultrapassar a norte-americana e atingir recordes internacionais.

Infelizmente existem fatores estruturais nacionais que preju-dicam as exportações e sua com-petitividade. Problemas como o alto custo de fretes, degradação das rodovias, incipiência no uso de ferrovias e hidrovias, além da falta de infraestrutura logísti-

ca nos portos nacionais, todos trazem problemas para o esco-amento da produção e exporta-ção do grão para outros países.

Não obstante tal realidade, a retirada de alguns países do Mercosul, incluso o Brasil, do Sistema Geral de Preferências (SGP) da União Europeia, abalará diretamente o mercado de soja e do agronegócio nacionais, exclu-são esta que entrará em vigor em janeiro de 2014.

Assim cabe ao Brasil bus-car novos mercados internacio-nais, fazer parcerias bilaterais ou regionais com países impor-tadores de grãos, promover o produto internacionalmente e buscar parcerias público-priva-das (PPPs) para o setor de lo-gística e infraestrutura, visando com isso o crescimento das ex-portações nacionais, garantia de efetivo escoamento da produção e desenvolvimento sustentável de nossa economia.

A soja possui um peso indis-cutível para o crescimento do PIB brasileiro e da Balança Comercial nacional. Os números falam por si só. Deve-se assim, incentivar a produção de tal oleaginosa inter-namente e garantir mercados in-ternacionais para sua exportação, além de utilizá-la para produção de biocombustíveis e energia re-novável, sempre respeitando o meio ambiente, o Código Flores-tal nacional e as metas ambien-tais de emissão de gás carbônico acordadas durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desen-volvimento Sustentável (CNU-DS), conhecida como Rio+20.

O peso da soja

thiago Costa dias é

mestre em Relações

Internacionais pela

Université

de Liège – Bélgica

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Thiago Costa Dias | [email protected]

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