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ANO 9 Nº75 JULHO DE 2014 Director: Mário Carvalho O Espírito dá vi da

2014-07 - Revista O Açoriano

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Revista O Açoriano, edição de julho 2014.

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Director: Mário Carvalho

O Espírito dá vida

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O Açoriano2

EditorialEDIÇÕES MAR

4231-B, Boul. St-LaurentMontréal, Québec

H2W 1Z4

Tel.: (514) 284-1813Fax: (514) 284-6150

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PRESIDENTE: Sandy Martins

VICE-PRESIDENTE: Nancy Martins

DIRECTOR: Mario Carvalho

DIRECTOR ADJUNTO: Antero Branco

REDACÇÃO: Sandy Martins

COLABORADORES: Debby MartinsMaria Calisto

Natércia Rodrigues

CORRESPONDENTES:Açores

Alamo OliveiraEdite MiguelJorge Rocha

Roberto Medeiros

FOTOGRAFIA: Anthony NunesRicardo Santos

AçoresHumberto Tibúrcio

INFOGRAFIA: Sylvio Martins

CORRECTORORTOGRáFICO

Natércia Rodrigues

Envie o seu pedido para ser

AssinanteO Açoriano

4231-B, Bl. St-LaurentMontréal, Québec

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O Açoriano Verão tempo de fériasDepois das festas, aqui na nossa comunidade

vêm as férias de Verão. Cada vez mais se nota de ano para ano o acrescimento de emigrantes que vão passar férias para os Açores!É muito bom que isto aconteça porque a estadia

dos emigrantes nos Açores é um sopro de oxigé-nio para a economia local, porque a crise ainda perdura, e, não sei quando esta situação vai ser ultrapassada!Há muita gente desempregada, muitas empre-

sas a falir, muita gente com vontade de emigrar!Certamente que agora as ditas (moscas de ve-

rão) são bem-vindas e apreciadas !Como diz o provérbio Português: Não cuspas

para o ar, que te pode cair o cuspo na cara.”... Os açorianos que emigraram são como o rio “O rio

atinge seus objetivos porque aprendeu a contor-nar obstáculos.”É isto que é necessário fazer em tempo de crise

e de dificuldades.Neste mês de Julho e Agosto, é frequente en-

contrar as casas dos nossos conterrâneos fecha-das, carros estacionados, cadeiras vazias nas va-randas, associações encerradas, jornais que não são publicados. É tempo de férias, é tempo de voltar às raízes, visitar parentes e amigos, é tão bom voltar à nossa terra!O açoriano emigrante, vive com saudades de

tudo, até das coisas mais insignificantes, nunca mais nada será igual, até do sabor do pão de mi-lho cozido no forno de lenha, tem saudades, dos chicharros assados na brasa, do vinho de cheiro, ouvir tocar os sinos há hora das trindades.O açoriano emigrante, mesmo longe e distan-

te vive revivendo as suas tradições, que muitas vezes na sua própria terra natal já não são aquilo

que eram em outros tempos.Parabéns a todos os estudantes que atingiram os seus

objetivos neste fim de ano letivo!Parabéns aos organizadores do primeiro festival inter-

nacional de Montreal, que se realizou entre os dias 6 e 10 de junho foi um verdadeiro sucesso !Foi muito lindo o cortejo (desfile) do domingo!Que sirva de exemplo para as outras comissões de fes-

tas e associações, o que foi feito pelos responsáveis do Festival Portugal Internacional de Montreal, que soube criar um cartaz de artistas que atraem milhares de pes-soas para agrado de todas as idades, Roberto Leal, Jorge Silva, Mike Rita, Mariana vindos de fora.Infelizmente houve pessoas que não eram de acordo

que as festas do Espírito Santo fizessem parte do fes-tival!

Ouvi atentamente alguém reclamar, porque não via com bons olhos associar o pagão com o religioso!Meus amigos a grande força da comunidade, aquela

que consegue reunir multidões são as festas religiosas, Santo Cristo, Espírito Santo, Nossa Senhora dos Mila-gres e do Monte.Sem estas festas, as manifestações da comunidade

portuguesa publicamente, não existiam.Vamos deixar de lado as nossas convicções pessoais

para bem da grandeza, visibilidade e união da nossa co-munidade, uma vez por todas aceitar, doa a quem doer se não for os açorianos e madeirenses a organizar festas nada existia na comunidade, até este ano a seleção por-tuguesa de futebol nos abandonou!Uma coisa posso-vos garantir, nós açorianos, estamos

sempre presentes com a nossa fé e devoção!Porque há pessoas que não andam nem querem deixar

os outros andar, quem não tiver espírito de partilha, não consegue fazer nada.Boas férias para todos, façam o favor de ir e voltar!

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3O Açoriano

Gente da TerraHaja Saúde meu velhoMário CArVAlho

É no passado e no Futuro que se vive o presente!Haja saúde meu velho Pai. No dia 15 de

julho fez precisamente 3 anos que te perdi, que te disse o último adeus, no dia antes levei-te para o hospital, no outro dia fui-te buscar já sem vida, entre os dois dias não vivi o presente, recordando o dia anterior e com medo do dia seguinte.Tenho muita dificuldade em viver no pre-

sente, porque para mim ele não existe, o presente na minha mente é tão rápido que não o consigo viver plenamente, a minha memória, vive recordando o passado e sonhando com o futuro, o presente é sim-plesmente a ligação, a ponte entre um e ou-tro, segundo o estado de espírito da minha alma.O presente é como o vento que sopra na

gente, sentimos chegar e partir no mesmo momento, ou então como as ondas do mar no oceano, vem umas atrás das outras sem parar no presente.O presente não existe, porque o tempo

não para, e, o tempo é que comanda a vida.Esta meditação me tem acompanhado

desde que perdi o meu pai, no passado, en-quanto ele era vivo, nunca pensei que ele fosse tão importante para mim, e que iria sofrer tanto com a sua falta. Muitas vezes só olhava para os seus defeitos, sem dar va-lor às suas qualidades, ao seu amor pelos fi-lhos, o quanto ele trabalhava para sustentar e educar sete filhos.Perdi tanto tempo preocupado com o futu-

ro trabalhando arduamente, agora gostaria de comprar o tempo passado que não vivi com os meus pais.O meu pai enquanto vivo nunca esteve

tão presente na minha vida como depois de morto, todos os dias penso nele, e ainda mais no dia do aniversário da sua morte.A minha mãe enquanto teve saúde nunca

pensei nem me preocupei tanto com ela!Agora que está doente falo com ela ao

telefone todos os dias, para saber notícias dela!Quando chega as festas do Espírito Santo

lembro muito o meu pai, era uma das pes-soas mais devotas do Espírito Santo que conheci!Durante muitos anos, foi mordomo do

império do lado do fogo da Ribeira Quen-te, parava de trabalhar (vender peixe) uma

semana, para servir o Senhor, como ele di-zia,’’ com o Espírito Santo temos tudo, sem Ele, não temos nada’’.E tenho varias razoes para afirmar que o

Espírito Santo também gostava dele, por graças recebidas !O problema, de mantern as tradições não

existe só aqui no mundo da emigração, nos Açores o problema também existe porque as novas gerações não estão preocupadas em manter as tradições de outrora.Certamente que o meu pai deve ter cho-

rado de tristeza ao saber que este ano de 2014, não foram realizadas as festas do

Espírito Santo do lado do fogo, agora que tudo é muito mais fácil de organizar, que em outros tempos.O império, tem salão, cozinha, coroa e

bandeira!Quantos pedidos fez o meu pai, para ad-

quirir o terreno aonde foi construído todas as modernas instalações deste império, um largo bonito e acolhedor!Razoes pode haver muitas, mas nenhuma

justifica a não realização desta festa quase secular!No mês de julho vivo emoções e senti-

mentos tão opostos no dia 15 recorde e choro a morte do meu pai e no dia 18 canto e celebro o aniversário de nascimento da minha mãe e da minha esposa, ‘’Parabéns a vocês’’ e que tenham muitos anos de vida.São raras as coisas na vida que não te-

mos o poder de escolher, mas aquilo que

é mais sagrado e valioso nas nossas vidas não podemos escolher, que são os nossos pais biológicos, também eles não escolhem o filhos, o resto podemos escolher, esposo, esposa, amigos, casa, carro, trabalho, e até o mode de vida que queremos viver, mes-mo o destino é que escolhemos, ele é fruto do caminho que pisamos, bom ou ma, para caminhar na vida.Não existe nada neste mundo que possa

desassociar os pais dos filhos, nem mesmo a própria morte que nos retira a vida pode fazer, porque para além da morte o amor da família continua.

Os pais podem estar ausentes do coração do filho, mas o filho nunca estão ausento do coração dos pais !Acho que a cada dia que passa ficamos

mais egoístas que não percebemos os sen-timentos dos outros e os ignoramos. Não agradecemos por tê-los e não fazemos bom proveito dos bons momentos. Um dia eles não estarão mais aqui presentes nas nossas vidas. Afinal a morte também tem o seu lado

bom, aproxima-nos cada vez mais das pes-soas que amamos, e só pode ser santo quem já morreu !Tenho varias razoes para afirmar que o

Espirito Santo esteve sempre presente na vida do meu pai, por graças recebidas!haja saúde para todos, gozam as ferias

e aproveitam o momento da vida entre o passado e o futuro para serem felizes!

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Nossas TradiçõesO Espírito dá vida JosÉ GABriel áVilA

As nossas ilhas voltaram a animar-se com as tradicionais e populares celebra-ções em louvor do Divino espírito santo.De ano para ano, parece não haver qual-

quer esmorecimento, antes uma mobiliza-ção cada vez maior de todos: mordomos, irmãos, vizinhos e amigos. Direi que a ma-triz evangélica da ação do Espírito sobre as pessoas permanece intacta, acompanhada da partilha de bens pelos irmãos e pelos mais pobres, tal como foi prática na primei-ra comunidade cristã.1Desde muito cedo, os açorianos são incul-

turados nestas celebrações que conservam intocados símbolos e rituais tradicionais.Até o tempo meteorológico, de um mo-

mento para o outro, transformou-se: a chuva e o vento, tão típicos destes dias, voltaram, talvez para recordar a descrição evangélica da descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, fechados no cenáculo.Da minha infância, ficaram recordações

do tempo agreste dos impérios que, inva-riavelmente, percorríamos: no sábado, na Silveira, os meus avós abriam as portas da adega do Mirante aos sete filhos e respe-tivos “rebanhos”. Em tempos de dificulda-des, fazia muita diferença o pão de massa sovada distribuído a cada pessoa. Fosse para comer de imediato, fosse para fazer torradas para a ceia das noites de inverno, a massa do Espírito Santo acompanhada de queijo ou manteiga feita em casa, era con-

duto apreciado para alimentar as bocas que “Nosso Senhor mandava”. Por um pão de massa sovada, uma rosquilha ou um bolo de véspera, conforme os impérios, movi-mentavam-se as famílias a pé ou na camio-neta da carreira.No domingo, o império era na Ribeira

do Meio – Lajes, quase ao pé de casa. A procissão da recolha dos açafates, era um cortejo bonito de se ver. Pelo ar pairava o perfume das rosas enfeitando os pães e o cheiro tradicional da massa caseira cozida em forno de lenha. Nesse tempo, o jantar só era servido a uma dúzia de pobres. Hoje, são quatro centenas de irmãos e convidados que, num enorme salão, partilham a fartura dos dons e graças recebidos. Durante a tar-de, a filarmónica com novos executantes, apresentava o novo repertório num arraial festivo: as mulheres, de xaile, sentadas numa banqueta em cimento, em frente ao açafate, aguardando o esvaziar das cestas; os homens, com fato domingueiro, con-versando no meio do caminho, desviando--se a custo, quando surgia um automóvel dos poucos que havia, ou convivendo nas tabernas, petiscando lapas, pão de milho e vinho de cheiro, pois cervejas ainda não as havia no mercado. E mal começava a distribuição do pão,

pelos extremos do arraial, as famílias re-gressavam, em bandos, a casa, que o dia se tornava escuro. Pelo caminho, as crianças não resistiam à fome e devoravam o pão, sem dó nem piedade. Chegadas a casa o destino era a cama. Só a massa dos adultos sobrava inteira. Na segunda-feira, a festa era em Santa Cruz das Ribeiras, terra da na-turalidade da minha mãe. Ali, o Império era diferente pela presença de “americanos”, imigrantes na Califórnia. Os mordomos, transportavam a Corôa, ostentando, gar-bosamente, grandes anéis de ouro, óculos de sol, fatos lustrosos e sapatos de verniz;

as mulheres, lábios pintados de vermelho reluzente, óculos de sol com brilhantes, vestidos de seda estampados e rodados, ca-pelines de abas largas, contorciam-se por causa dos sapatos altos sobre o piso térreo. Ao lado do cortejo, um “calafona”, com um saco de viagem da TWA a tiracolo, atirava para o ar confeitos que miúdos e graúdos apanhavam do chão. Muita gente lá ia, mais para ver o típi-

co cortejo das rainhas vestidas com trajes americanos, que para receber as pequenas e tradicionais rosquilhas duras e pouco do-ces. Na terça-feira, o destino eram os im-périos de São João e da Prainha do Galeão, para mais rosquilhas e confraternização.A semana terminava com o império da

Trindade, novamente na Silveira, em casa dos avós. A mesa do quarto de jantar en-chia-se de rosquilhas e pão e havia que par-tir a massa sovada em fatias para torrá-la no forno de lenha e guardá-la em latas grandes e antigas, vindas d’América. Ainda hoje, conserva-se, religiosamente, os rituais an-tigos, tendo-se apenas introduzido nos cor-tejos, e por influência americana, as rainhas e suas aias. As convicções religiosas, essas mantém-se. Infelizmente, o clero continua a alhear-se destas manifestações de pieda-de popular. Todos as festividades religiosas precisam de ser evangelizadas, embora es-tas, mais que outras, mantenham vivos os sinais do cristianismo autentico: a partilha e a solidariedade. A hierarquia deve, pois, olhar as tradi-

cionais e populares festas em honra do espírito santo com menos preconceitos, envolvendo na ação pastoral, as lideran-ças espontâneas e a participação coletiva que estes cerimoniais geram, aproveitan-do-os para outras missões eclesiais. sem dirigismos. essa é uma forma de reco-nhecer e acolher os sinais do “espírito que sopra onde quer”.

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Nossas TradiçõesDia dos Açores, da autonomiae de quem gosta dos Açoreseste ano, aconteceu aquilo que rara-

mente acontece, 8, 9 e 10 de Junho 2014, três dias muito importantes para os Aço-rianos, domingo 8 dia de Pentecostes (Festa do espírito santo) segunda-feira, 9 dia dos Açores, dia em que se come-mora a Açorianidade e a autonomia e terça-feira 10 de Junho dia de Portugal Camões e as comunidades.Foi nesse sentido, que o Parlamento deci-

diu unir a festa cívica com a festa religio-sa, uma das mais importantes, escolhendo a segunda-feira do Espírito Santo, também conhecido como o Dia do Bodo ou o Dia da Pombinha. Em Montreal, e pela primei-ra vez as comemorações do dia dos Açores

foram organizadas pelo “Festival Portugal Internacional de Montreal”, convidou to-dos ao Parque dos Açores para cantarem os hinos, com a filarmónica do Divino Espíri-to Santo de Laval e para a cerimónia pro-tocolo.

No Parque dos Açores, todos os membros executivos do Festival estavam presentes e também o (Dr. Ricardo Baptista Leite, Pre-sidente do grupo parlamentar de Amizade Portugal-Canadá e deputado da Assembleia da República, o Dr. Fernando Demée de

Brito, Cônsul Geral de Portugal, Alexan-der Norris, Vereador municipal de Jeanne--Mance, Benjamin Moniz, Presidente da Casa dos Açores do Quebeque e Emanuel Linhares, Presidente da Desjardins Caixa Portuguesa). O Dr. Ricardo Baptista Leite, fez um aos jovens a se implicarem mais na sociedade de acolhimento.

As festividades em honra do dia dos Aço-res, continuaram no adro da igreja de San-ta Cruz, com a atuação do artista vindo da cidade de Toronto, Mike Rita, humorista de origem açoriano, filho de pais naturais da freguesia da Ribeira Quente ilha de São Miguel, permitiu às várias centenas de pes-soas assistirem a um espetáculo diferente daqueles que estão habituados, foi garga-lhadas atras de gargalhadas, com as suas excelentes piadas, alternadas em português e inglês.Para terminar, foi a famosa cantora Maria-

na Rocha, que com apenas 17 anos que toca

e canta magnificamente encantou a todos, valeu a pena esperar para ver e ouvir cantar. Que espetáculo de Voz!A Mariana é novo ciclone dos Açores, ca-

rismática e destemida, igual a ela própria, sem complexos nem vaidade!Com aquele sotaque micaelense, fez-me

recordar o malogrado amigo António Vallacorba, quando dizia não estou aqui para imitar o falar de quem quer que seja “este é o meu falar, que sai do meu peito Açoriano!”

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Conceição e Viriato Freire, respetivamente imperatriz e im-perador, do império de santa Cruz, grandes devotos da ter-ceira pessoa da santíssima trindade, encerraram as comemo-rações do trigésimo quinto aniversário da Festa do espírito santo, em santa Cruz, com chave de oiro. O casal Freire, sempre muito generoso, nunca se esquece dos

mais pobres. Para eles, a festa ao Divino é uma ocasião de partilha.

Tal como a rainha Santa Isabel, que em 1296, instaurou as irman-dades do Espírito Santo, em Portugal, para que fossem exaltados os mais humildes. Nesse mesmo contexto distribuirão pelos mais necessitados da

comunidades, tanto por aqueles que a Conferência de São Vicente de Paulo de Santa Cruz lhes sugeriu, como por todos aqueles que

tiveram conhecimento, dezenas de pensões decarne, massa, pão e vinho.Os festejos tiveram inicio em 31 de Maio, com a participação

de centenas de pessoas, na quinta de Clement Poissant, em Saint-

-Phillipe, com a folia e o abate do gado.No dia em que fui rezar com eles, a Stephanie Cabral, interpretou

“Louvado seja Deus” e o jovem tenor Jason Coroa, a “Avé Maria”, ambos acompanhados pelo acordeonista Salomão Medeiros. A preocupação dos Mordomos foi o de fazer participar o maior

número possível de jovens, uma maneira de os incentivar a este culto pela Terceira pessoa da Santíssima Trindade. Acho que conseguiram. Um dos sonhos do casal, era de trazer a

Montreal, oRoberto Leal, mas como ele só viria se a sua banda o acompa-

nhasse, a despesa era enorme. Então, em colaboração com o Fes-tival Portugal Internacional de Montreal, o sonho concretizou-se no sábado assistimos ao mais deslumbrante espetáculo que a co-munidade organizou, no seu meio século de existência. As pessoas

não arredaram pé. A comunidade inteira, conhecendo o bom gosto e a originalidade

da senhora Conceição e do Viriato, estava curiosa para ver, como iriam organizar o cortejo.Podem crer, que não decepcionaram ninguém. A missa solene, foi presidida pelo reverendo Padre António Araú-

jo e animada pelo Grupo Coral de Santo Cristo.No ofertório, Jorge Silva, interpretou “Senhor meu Deus”. Mais

Nossas TradiçõesFesta do Espírito Santo de Santa Cruz

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uma vez, a mordomia 2014, distinguiu-se com a decoração da igre-ja.

O encerramento da festa esteve a cargo dos jovens talentuosos da comunidade e com o espetáculo de Jorge Silva, vindo dos Estados Unidos, que mais uma vez triunfou com todo o seu talento.Por fim foram tiradas as sortes das Domingas do Espírito Santo,

para 2015. Não temos Mordomo. Habitualmente existe concorrên-

cia entre pessoas para este prestigioso cargo, mas este ano, não. Uma situação que a comissão de festas deveria refletir.Parabéns à Conceição (Connie para os mais próximos) e ao

Viriato Freire pela extraordinária Mordomia 2014. A comuni-dade está agradecida por lhes terem contagiado com a sua fé, com o seu espírito de partilha e de terem dado, com simplici-dade e bom gosto, continuidade a uma tradição com mais de setecentos anos, a única, que melhor identifica os açorianos e seus descendentes, nos quatro cantos do mundo.

Nossas TradiçõesFesta do Espírito Santo de Santa Cruz

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Nossas TradiçõesImpério da Trindade, em LavalFestas tão queridas e tão populares que são as festas do Divi-

no espírito santo em laval.Seguindo o programa, previamente preparado pelos organizado-

res, as celebrações tiveram início na sexta-feira à noite com a aber-tura das Festas pelos mordomos, seguido de uma excelente refei-ção de carne guisada, oferecida gratuitamente a todos os presentes. A animação da noite foi feita pela Folia.No sábado a parte religiosa consistiu da exposição do Santíssimo.

Terço e bênção, pelas 17h30, seguida da Missa solene cantada às 18h30. O arraial teve inicio, com a abertura dos Impérios, a atuação do

Grupo Coral e Folia. Com a noite ainda um pouco fresquita era natural que os festejan-

tes se refugiassem mais no interior do salão, do que no adro, no en-tanto tanto num como no outro lado a festa foi muito bem animada.No exterior, o DJ Entre Nós fazia rodopiar os adeptos da dança

em linha e os do folclore, e lá dentro, com “a casa bem cheia”, depois de uma ótima atuação da filarmónica do Divino Espírito Santo de Laval, os artistas convidados para esta ocasião, Sergio Rossi vindo de Portugal e Allan Castro de Toronto, puseram toda a malta a bater o pé, com excelentes atuações. A pista de dança

retribuía de forma equívoca e se lá fora a Primavera tardava, lá dentro o Verão era total.No domingo depois do tradicional bodo do leite, saída do corte-

jo e missa solene cantada, foi a vez de se saborearem as sempre apreciadas “Sopas do Divino Espírito Santo”. Tradição antiga, de-certo,... no entanto ao presenciar a sempre assídua participação, pudemos concluir que não está prestes ao desaparecimento.Bem hajam todos os benévolos, que ano após ano, participam

neste laborioso mas apreciado“bodo”. Entretanto a animação da festa continuava com atuações

da filarmónica, dos grupos folclóricos da Igreja de Santa Cruz e Estrelas do Atlântico. DJ Entre-Nós e Tony Sousa. As celebrações terminaram com a tiragem do sorteio das Sortes para Domingas e Mordomia para 2015 que são:Primeira Dominga: Emanuel Oliveira; Segunda Dominga: Ma-

nuel Moniz da Ponte; Terceira Dominga: Manuel Roque; Quar-ta Dominga: João Guimar; Quinta Dominga: Glory-Ann Santos; Sexta Dominga: Carlos Camara; Sétima Dominga: Sónia Câmara e José da Silva. E, para o ano 2015 os Mordomos são Filarmónica Portuguesa de

Laval. Parabéns a todos...

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Nossas TradiçõesImpério da AssociaçãoPortuguesa do Espírito Santoo espírito santo está passando por aqui... era assim que se

cantava, durante a semana do terço. lembro-me quando era rapaz de ir a praticamente, todos os terços na minha freguesia, porque depois da reza, faziam-se jogos e na maioria deles, o prémio, era se dar um beijo numa rapariga.Hoje, já avô, saía da baixa da cidade para ir até à Associação

Portuguesa do Espírito Santo, porque depois, o Grupo do Só Forró, liderado pelo José Fernandes, animava o serão.Em Hochelaga, a festa em louvor da Santíssima Trindade, tem

um sabor diferente. Até, mesmo, o espaço cultural é diferente. É o único aonde se realiza a bezerrada com “pézinho”. Uma moda em que os cantadores, em rima, agradecem às pessoas que oferecem a carne para a festa, a todos os benfeitores e irmãos do Espírito San-

to. E também somente nesta colectividade que se canta, na festa ao Divino, a “Cantoria ao Desafio”.A missa de festa foi presidida pelo reverendo padre Pierre Bou-

gie, acolitado por Alvarina e António Faria e ainda com o Diácono António Ramos. A animação esteve a cargo do Grupo Coral Santo Cristo, liderado pela Dona Filomena Amorim. No final da missa, coroou catorze crianças e adultos. Após a bên-

ção das coroas e estandartes, a Banda de Nossa Senhora dos Mi-lagres, interpretou no interior da igreja, o Hino do Espírito Santo, fazendo vibrar as paredes daquele templo. O regresso a Hochelaga, fez-se em procissão, acompanhada pela

Filarmónica do Divino Espírito Santo de Laval e pela Banda de Nossa Senhora dos Milagres.Ao chegarmos à Associação foram servidas as tradicionais sopas

do Espírito Santo, carne, vinho e massa sovada. O divertimento da tarde e do serão, esteve a cargo das duas filarmónicas, do Tony, do Brian e do Só Forró, que no final do seu espetáculo e antes de se despedirem, fizeram a surpresa de apresentar, juntamente com ele-mentos da associação, um bailinho de carnaval, tendo o Michael Costa como mestre do pandeiro.

Na tiragem dos pelouros do Espírito Santo houve muita emoção. O primeiro Domingo saiu a um grupo de amigos da APES, o se-gundo a Marco Paulo Ferreira, o terceiro a José Timóteo, o quarto a Francisco Rocha, o quinto à APES, o sexto a Álvaro Godinho e o sétimo a Feliciano Ferreira.Ao Décio e a toda a sua equipa, muitos parabéns. o Paulo

henrique, de lá de cima, sentiu, certamente, muito orgulho, da maneira que seu irmão e o seu executivo organizaram a festa em louvor do Divino espírito santo. Bem-haja.

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Nossas TradiçõesImpério do Centro Comunitário do Espírito Santoem Anjou mais uma grandiosa festa do espírito santo, orga-

nizada pelo povo, para todos !Por ocasião dos populares festejos locais em louvor do Divino

Espírito Santo, numa arrojada organização do Centro Comunitário do Espírito Santo (CCES), de que Carlos Almeida é presidente. Silvio Machado e sua esposa foram, respetivamente, o mordomo e a imperatriz. Dois espetaculares dias contribuíram fortemente pelo brilhantismo geral deste popular “império”, que ano após ano con-tinua a ser um grande sucesso.

O sábado, primeiro dia festivo, as atividades decorreram na Are-na Chénier, com a oração do terço, seguido da distribuição da saborosa carne guisada, pão e vinho, de boa qualidade e grande abundância. Nesta noite tivemos a atuação da banda, Tony Câmara e os So-

nhos que fizeram um grande espetáculo.

No domingo saiu da sede do Centro Comunitário do Espírito Santo de Anjou o cortejo das coroas (cerca de 20) com rumo à Igreja de Notre-Dame-d’Anjou. À frente, abria com a bandeira do Centro, seguindo-se as irmandades, as lindas donzelas com as suas vistosascapas multicolores, a Filarmónica Portuguesa de Montreal e a

Banda de Nossa Senhora dos Milagres e várias entidades comuni-

tárias acompanharam a procissãoA missa festiva, presidida pelo Sr. padre João Paulo acompanha-

do pelo coral do S. Santo Cristo foi bastante participada. Finda a eucaristia, o cortejo rumou para a Arena supracitada, onde se desenrolaram as atividades festivas do dia, tendo como ponto alto a distribuição das deliciosas sopas, massa sovada, vinho e sumos, novamente com abundância e aquela qualidade que tanto caracte-riza esta refeição.No entretenimento, Sylvie Pimentel, Jason Coroa, Jimmy Faria

animaram a folia e depois o DJ Tony Resendes fez bater o pé com um excelente repertório, e, para finalizar o “Show” Joe Puga fez um grande espetáculo.O encerramente das festividades de 2014, aconteceram com o

sorteio das domingas e para garantir a continuidade desta magnifi-ca manifestaçao de fé e devoçao dos associados do Centro Comu-nitário do Espírito Santo, as domingas de 2015:1ª Dominga: Peggy Oliveira; 2ª Dominga: Denis Desjardins; 3ª

Dominga: Manuel Costa; 4ª Dominga: Gabriela Carreiro; 5ª Do-minga: José Machado; 6ª Dominga: Manuel Medeiros; 7ª Domin-ga: Sandra Sousa e o Mordomo de 2015 é Alexandre Machado.Parabéns aos organizadores e ao Mordomo de 2014, Silvio Ma-

chado que fizeram uma grande festa.

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os festejos em ste-Thérèse em louvor do império de são Pe-dro foram um grande sucesso!Foi num ambiente enternecedor do altar, circundado os símbolos

do Divino Espírito Santo, e à volta do qual mais tarde se rezou o terço da sétima Dominga neste muito popular “Império”.

Na verdade o Divino Espírito Santo está bem vivo nesta zona tão distante de Montreal, e ótimo para matar saudades e reavivar estas memórias da terra apetecida e distante! No sábado, o artis-ta, vindo de Portugal, Gabriel fez um ande espetáculo onde todos apreciaram um grande artista. Nos últimos anos, a Associação têm

trabalhado muito forte para fazerem destas festividades uma das melhores no Quebeque. Estão de parabéns! Já é muito difícil orga-nizar uma festa desta envergadura e puderam elaborar, de uma cer-ta maneira, trazendo grandes artistas para criarem uma festa e um

ambiente incrível como este. Nós não podemos esquecer que esta organização teve a oportunidade dar um pouco de tudo para todos.

No domingo, após a missa solene na Igreja Cœur Immaculé de Marie onde “Monseigneur André Desrochers” presidiu a missa. Também podemos notar que houve uma grande participação de vários grupos comunitários e políticos através do Quebeque.Organizaram uma linda procissão, acompanhada pela Filarmóni-

ca do Divino Espírito Santo de Laval e da Filarmónica Portuguesa de Montreal.Após a chegada da procissão ao recinto festivo, a festa continuou

com a orquestra Rythmo Live Band e depois tivemos a atuação o Cantor Nuno Portugal vindo de Portugal que fez vibrar todos com o seu estilo bastante mexido.E para dar a festa do Espírito Santo, um cheiro dos santos po-

pulares, também podemos apreciar as marchas do Oriental e da Associação Portuguesa do Canada.Foram servidas as tradicionais sopas do Espírito Santo com bas-

tante abundância para todos os presentes. Parabéns a todos, e para finalizar,... Viva o Divino espírito santo.

Nossas TradiçõesDivino Espírito Santo em Ste-Thérèse Império de São Pedro

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O Açoriano12

CongressoVI Congresso Internacional Divino Espírito Santo em Winnipegos açorianos de Manitoba, uma comunidade desconhecida,

para a maioria das outras existentes na América do Norte, é muito dinâmica, organizada e acolhedora.O VI Congresso Internacional sobre as festas do Divino Espírito

Santo, que teve lugar do 11 ao 15 de Junho, 2014, foi promovi-do pelo Governo dos Açores, através da Direcção Regional das Comunidades e em parceria com a Casa dos Açores de Winnipeg (CAW). O evento foi coroado de sucesso, graças à qualidade dos traba-

lhos apresentados do profissionalismo do Dr. Paulo Teves.As boas vindas, teve lugar na Casa dos Açores de Winnipeg

(CAW), aonde nos foi servido o jantar. O mestre de cerimónias,

João Cardoso, produtor do programa de rádio português “ Voz Lu-sitânia”, depois de nos ter saudado, apresentou a Banda Lira de Fátima, liderada pela simpática maestrina Maria de Jesus Car-reira, que interpretou os hinos habituais. Depois seguiram-se as saudações do presidente da CAW, João Paulo de Melo e de Paulo Teves, Director da Direcção Regional das Comunidades. De Se-guida, coube a apresentação, pelos professores Ilda Januário, de Toronto e de Jairton Ortiz da Cruz, do Rio Grande do Sul, do novo livro da professora Célia Fagundes, intitulado “É”. A autora do prefácio, Maria do Nascimento, descreve-o como sendo um misto

de carinho, de consciência e de realidades cantadas em versos, de amor que amadureceu, de alguém que vive o seu tempo valorizan-do o passado e o futuro. Para terminar, assistimos a uma excelente actuação do Grupo Folclórico da Casa dos Açores.

Na sessão de abertura do congresso, João Paulo Melo, presidente da Casa dos Açores de Winnipeg disse que os imigrantes açorianos levaram nas suas malas o culto do Espírito Santo, para os quatro cantos do globo e que, felizmente, na cidade que acolheu o Con-gresso, a chama do Divino continua bem viva. O Cônsul de Win-nipeg, Sr. Paulo Cabral, um homem popular, muito próximo da sua comunidade, agradeceu ao Dr. Paulo Teves por ter escolhido a provincia que representa, para apresentar o Congresso. Dando assim visibilidade e prestígio à capital do Manitoba.O Sr. Padre Hélder Fonseca Mendes, Vigário Geral da Diocese

de Angra do Heroísmo, apresentou o tema “Espírito Santo – Per-sistência e resistência do Impêrio”. Como se deslocou aquela ci-dade, vindo directamente da Madeira, aonde tinha ido participar

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Congressonuma conferencia sobre os 500 anos da catedral do Funchal, disse que entre 1514 e 1534, a nossa Catedral de Angra, era a Catedral do Funchal. Que cada Igreja da Madeira possui uma bandeira do Espírito Santo e entre o Domingo de Páscoa e o Pentecostes, a bandeira, percorre todas as casas da paróquia. A Diocase da Ma-deira, até 1514, abrangia 3 continentes, a maior que jamais houve na religião católica. Que o Espírito Santo aparece sobre forma de pomba, linguas de fogo e de vento. A bandeira é vermelha como o fogo. Existe também, em algumas ilhas, uma bandeira branca, para ficar junto da vermelha, para que as pessoas não se esquecam de dar o pão aos mais necessitados . O Pentecostes são cinquenta dias depois da Páscoa e o Pentecostes Agrário, 50 dias depois do Exito. O Bodo, é de partilha, os irmãos podem ir buscar a sua es-mola ao império, ou podem dar o seu donativo para que o império dê uma esmola aos mais pobres. O culto do Espírito Santo foi para o Brazil no século 18, para os Estados Unidos no século 19 e para o Canadá no século vinte. Quando se celebra o Espírito Santo, não deveria haver imagens. O Espírito Santo é Deus e é representado por uma coroa ou por uma bandeira.Vários foram os congressistas vindos de Portugal, Açores, Brasil

e Canadá, que apresentaram trabalhos relacionados com o culto ao Divino na sua àreo de residência. Do Brasil, mais precisamente do Rio Grande do Sul, deslocaram-se a Regina Fiss e seu Marido José Marcos, Jairton Ortiz da Cruz, Célia Fagundes e sua amiga Vera Lucia Dias. Do Canada, Ilda Januario, Matthew Correia, Agosti-

nho Bairos e Benjamin Moniz, presidente da Casa dos Açores do Quebec, que apresentou “Festas do Espírito Santo no Quebec”. De Alenquer, aonde nasceu esta tradição, Rui Costa, apresentou “A Casa do Espírito Santo de Alenquer”, atravéz de documentos antigos e autênticos.A Direcção Regional das Comunidades e seu director, Dr Paulo

Teves, estão de parabéns por esta excelênte iniciativa. Um espe-cial agradecimento à A Casa dos Açores de Winnipeg, ao seu pre-sidente e de toda a sua equipa de voluntários, pela maneira como abraçaram este congresso e como trataram a comitiva que se des-locou do mundo inteiro para os visitar. “Viva o Espírito Santo”.

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Olhar AçoresOs Açores: Uma Linda Surpresaluiz sArAiVA

Quando estudei em Portugal, falaram-me dos Açores geografica-mente, deram-me o nome das ilhas o nome das cidades, da capital, das produções económicas, e nada mais.Como tenho o hábito de escrever, coisas especiais quando falo en

qualquer lado, fiz uma pesquisa no web sobre os Açores, e fiquei surprendido, de maneira extremamente agradável, com o que li, com as fotografias que vi, com a história, que apendi. Ainda mais surpreendido com a quantidade de poetas e escritores ali nascidos.Há uma lista de poetas e escritores ali nascidos de mais de 250

nomes, entre os quais: Teófilo Braga, Vitorino Menésio, Natália Correia, Carlos Wallenstein, Canto e Castro, Antero Quental, etc.MESMO UM PRESIDENTE DA REPUBLICAMANUEL ARIAGA, Etc. Etc.Aprendi que se fazem ali esculturas de miolo de figueira e de

escamas de peixe. Surpreendido, a minha imaginação e inspiração desesperada, provocou o que lhes vou dizer:No meio do oceano plantado entre a europa e a américa, nasce-

ram da boca dos dragões de fogo 9 raparigas, hoje mulheres da mesma família, ninfas, sereias, lindas excessionalmente belas.GRACIOSAS, Ilha branca com caras brancas bonitas, olhos tris-

tes em amendoa,corpo sensual, com os seios virados para o céu á procura do paraíso,... ora elas são o paraiso,um paraiso de flores,

de hortências empurradas pelos moinhos de vento da TERCEIRA ao CORVO ilha preta, do FAIAL a ilha azul, S. MIGUEL a ilha verde, Fala-se da Serra da Estrela, como sendo a montanha por-tuguesa por excelência, ora a montanha do PICO é a mais alta de todo o território português.Como todas as mulheres são diferentes, as ilhas o são também.A

moça de STA MARIA, ilha dourada, é a unica mulher reconhecida pela sua alegria, que gosta de festas e tem o prazer de receber o mundo com uma elegância e uma nobreza desconcertante.No mundo existem: as montanhas Rochosas, a cordilheira dos

Andes, a cordilheira do Ural. Pena é que não se fala, da cordilheira de ST. GEORGE, a mulher mais alta da familia.Falta uma mulher, parece que é a mais rica com uma vegetação

dourada, chamam-lhe a SUIÇA DO AT LÂNTICO. O seu nome para mim é o de todas elas o mais bonito :as FLORES. Tudo isto faz certamente, um povo orgulhoso, fiel e amigo. Geralmente os açoreanos não mencionam que são portugueses, mas açoreanos o que quer dizer a mesma coisa. Eu disse numa reunião, um facto estranho ,que é mais a propósi-

to, para os açoreanos.Pode-se tirar, uma pessoa dos Açores mas não se pode tirar, os

Acores dum acoreano. Benditas sejam as mulheres que descobri. Bendito o povo, que vive com elas,

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Gastronomia

iNGreDieNTes:

PrePArAção:

BACALHAUSIMPLES À SÁ

500 Gr. de Bacalhau desfiado,6 Batatas Médias,4 Cebolas Médias,6 Ovos,2 Colheres de Sopa de Margarina,2,5 Dl de Azeite

1 Colher de Sopa de Massa de Alho,1 Caldo de Peixe,1 colher de chá de Molho Inglês,1,5 Dl de Vinho Branco.

1. Num tacho coza as batatas cortadas às rodelas médias, os Ovos e o Bacalhau desfiado durante cerca de 25 a 30 minutos. Quando cozidos, escorra a água.2. Retire os Ovos e descasque-os.3. Noutro tacho coloque a Margarina, o Azeite, a Massa de Alho, o caldo de peixe e o Molho Inglês e leve ao lume. Adicione as Ce-bolas as rodelas com o Vinho Branco e deixe refogar até a cebola focar bastante macia.4. Num pirex coloque dois ovos cortados em pedaços, espalhe por cima metade do bacalhau e das batatas depois de escorridos e por cima, parte da cebolada. Disponha mais dois ovos cortados, o res-to das batatas e Bacalhau e o restante da cebolada distribuindo o molho uniformemente e terminando com os dois últimos ovos cortados.

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Quem são eles?