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A título de exemplo, iniciámos um projecto que usa a abordagem de diálogos comunitários para melhorar os conhecimentos, atitudes e comportamentos de prevenção e tratamento das doenças tropicais negligenciadas. Gostaríamos de agradecer a todos os nossos parceiros dos últimos nove anos de trabalho, ao MISAU, DPS’s, SDSMAS, e em particular aos actores comunitários, e a todas as outras instituições que directa ou indirectamente têm contribuído nas acções de controlo da malária e outras doenças transmissíveis para um futuro saudável em Moçambique. MOZAMBICA NEWS com foco em crianças em idade escolar e professores. A advocacia tornou- se fundamental para o programa em Moçambique, com Mobilização para a Malária (GlaxoSmithKline) e Vozes para um Futuro Livre de Malária (Fundação Bill & Melinda Gates), ambos construindo com sucesso a capacidade local para a advocacia direccionada ao nível nacional. A Malaria Consortium em Moçambique, gradualmente direccionou-se para projectos baseados na comunidade, através da implementação do Manejo Integrado de Casos na Comunidade (MICC) para a malária, pneumonia e diarreia em crianças menores de cinco anos (CIDA). Actualmente, as nossas principais actividades concentram-se no desenvolvimento de capacidade local e na intensificação de intervenções de saúde inovadoras e eficazes na comunidade. Assim, continuaremos a desenvolver estas abordagens para melhorar a capacidade das comunidades na apropriação das questões de saúde e garantir que se possa fazer a utilização eficaz dos serviços. Os primeiros dez anos da Malaria Consortium Malaria Consortium Moçambique Rua Joseph Ki’Zerbo, nº 191, Maputo Tel: +258 21490254 Cel: +258 84/82 3000236 Email: [email protected] Crescimento através de inovação e parceria. Malaria Consortium, com sede no Reino Unido, surgiu no início da década de 1990, quando a malária era ainda uma doença extremamente negligenciada, cujo controlo foi suprimido pela reacção às tentativas fracassadas de erradicação global nos anos de 1960. Surgimos como uma organização não-governamental (ONG), em Setembro de 2003 com o lançamento oficial, em 2004. Nove anos em Moçambique O programa da Malaria Consortium em Moçambique foi resultado de um projecto para desenvolver sistemas sustentáveis de distribuição de redes mosquiteiras tratadas com insecticida de longa duração, (REMTILD) para a prevenção da malária no país (UKaid/ DFID) em 2005. Este resultado foi alcançado através do desenvolvimento do sector privado e sistemas de saúde, tais como as consultas pré-natal. O projecto também implementou uma série de abordagens inovadoras para aumentar a sensibilização e mudança de comportamento em relação à malária, 2014 10 ANOS Professor da Escola Primaria de Murrupula Sede, província de Nampula, leccionando uma aula sobre a prevenção e controlo da malária. www.malariaconsortium.org

2014 NEWS 10 ANOS - malariaconsortium.org Consortium... · um carregador solar e um smartphone com o aplicativo. ... Imagens do ecran do aplicativo CommCare Em Moçambique, ... o

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A título de exemplo, iniciámos um projecto que usa a abordagem de diálogos comunitários para melhorar os conhecimentos, atitudes e comportamentos de prevenção e tratamento das doenças tropicais negligenciadas.

Gostaríamos de agradecer a todos os nossos parceiros dos últimos nove anos de trabalho, ao MISAU, DPS’s, SDSMAS, e em particular aos actores comunitários, e a todas as outras instituições que directa ou indirectamente têm contribuído nas acções de controlo da malária e outras doenças transmissíveis para um futuro saudável em Moçambique.

MOZAMBICAN

EWS

com foco em crianças em idade escolar e professores. A advocacia tornou-se fundamental para o programa em Moçambique, com Mobilização para a Malária (GlaxoSmithKline) e Vozes para um Futuro Livre de Malária (Fundação Bill & Melinda Gates), ambos construindo com sucesso a capacidade local para a advocacia direccionada ao nível nacional.

A Malaria Consortium em Moçambique, gradualmente direccionou-se para projectos baseados na comunidade, através da implementação do Manejo Integrado de Casos na Comunidade (MICC) para a malária, pneumonia e diarreia em crianças menores de cinco anos (CIDA). Actualmente, as nossas principais actividades concentram-se no desenvolvimento de capacidade local e na intensificação de intervenções de saúde inovadoras e eficazes na comunidade. Assim, continuaremos a desenvolver estas abordagens para melhorar a capacidade das comunidades na apropriação das questões de saúde e garantir que se possa fazer a utilização eficaz dos serviços.

Os primeiros dez anos da Malaria ConsortiumMalaria Consortium Moçambique

Rua Joseph Ki’Zerbo, nº 191, Maputo

Tel: +258 21490254

Cel: +258 84/82 3000236

Email: [email protected]

Crescimento através de inovação e parceria.Malaria Consortium, com sede no Reino Unido, surgiu no início da década de 1990, quando a malária era ainda uma doença extremamente negligenciada, cujo controlo foi suprimido pela reacção às tentativas fracassadas de erradicação global nos anos de 1960. Surgimos como uma organização não-governamental (ONG), em Setembro de 2003 com o lançamento oficial, em 2004.

Nove anos em Moçambique O programa da Malaria Consortium em Moçambique foi resultado de um projecto para desenvolver sistemas sustentáveis de distribuição de redes mosquiteiras tratadas com insecticida de longa duração, (REMTILD) para a prevenção da malária no país (UKaid/DFID) em 2005. Este resultado foi alcançado através do desenvolvimento do sector privado e sistemas de saúde, tais como as consultas pré-natal. O projecto também implementou uma série de abordagens inovadoras para aumentar a sensibilização e mudança de comportamento em relação à malária,

2014

10 ANOSProfessor da Escola Primaria de Murrupula Sede, província de Nampula, leccionando uma aula sobre a prevenção e controlo da malária.

www.malariaconsortium.org

Innovations at Scale for Community Access and Lasting Effects

O aplicativo inSCALE Commcare inclui:

• Um fluxograma de atendimento para os pacientes, com recurso a imagens (sinais de perigo) e mensagens-audio.

• Um grupo fechado de utilizadores que permite uma comunicação ilimitada entre os APEs e os seus supervisores da Unidade Sanitária.

A análise preliminar dos dados e da retro informação dos utilizadores é encorajante:

Sistema m-Health em Inhambane: resultados preliminares de um ano de implementação.Há um ano, um novo sistema electrónico de saúde (inSCALE-CommCare) foi introduzido em 6 distritos da província de Inhambane, onde os APEs estão a efectuar o diagnóstico e tratamento da malária, pneumonia e diarreia, em crianças menores de cinco anos ao nível das comunidades. O sistema inSCALE-CommCare destina-se a resolver alguns dos principais desafios do programa dos APEs, usando um modelo de supervisão baseado em tecnologia m-health.

A implementação dos programas de saúde comunitária em vários países do mundo, incluindo Moçambique, tem sido limitada por: (1) fraca motivação e retenção dos agentes comunitários de saúde ou APEs (Agentes Polivalentes Elementares em Moçambique); (2) supervisão fraca e irregular; e (3) fraco fluxo e utilização de dados. O sistema inSCALE-CommCare foi desenvolvido para fazer face a estas barreiras, tendo em conta vários estudos e auscultações a maior parte dos intervenientes.

Em Junho de 2013, 132 APEs e seus supervisores receberam um carregador solar e um smartphone com o aplicativo.

Inovações para a saúde comunitária

www.malariaconsortium.org

O inSCALE-CommCare ajuda a qualidade de cuidados:67.8% dos APEs usam sempre o aplicativo inSCALE-CommCare nas suas consultas com crianças doentes.

As três funções que os APEs mais apreciam no sistema são: o fluxograma para o diagnóstico e tratamento dos doentes; o contador da frequência respiratória integrado no telemóvel; e as mensagens áudio para as mães terem acesso a aconselhamento direcionado. Estas 3 funções aumentam a credibilidade do APE na sua comunidade.

O inSCALE-CommCare melhora e aumenta o contacto entre o APE e o supervisor:Num mês, 60.3% receberam uma ou mais chamadas do seu supervisor e 80.2% usaram o telemóvel para fazer chamadas para os seus supervisores para pedir apoio.

Todos os dados de cada consulta feita pelos APEs usando o aplicativo inSCALE-CommCare, são registados e enviados

Mapa dos distritos de implementação das inovações

baseadas na tecnologia.Distritos de Controlo

Distritos de Intervenção

Áreas não abrangidasMabote

Inhassoro

Vilankulo

Massinga

Funhalouro

PandaHomoine

Jangamo

Inharrime

Zavala

Morrumbene

Govuro

Contacto para mais informações : Nome: Liliana PintoEmail: [email protected]

Lago

Sanga

Mavago

Mecula

Marrupa

Majune

Muembe

Lichinga

Ngauma

Madimba

Maua

Cuamba

MecanhelasMalema

Nipepe

Lalaua

Ribáuè

MurrupulaNampula

Rapale

MuecateMecuburi

Erati

Nacaroa

Mogincual

Memba

Nacala Porto

Monapo

MossurilIlha de Moçambique

Meconta

Mogovolais

Angoche

Moma

Inovações para a saúde comunitária

massa, o projecto também vai continuar a treinar e mobilizar os membros das estruturas comunitárias e professores para capacitar e mobilizar comunidades contra a malária e promoção da procura atempada de cuidados de saúde.

Com estas intervenções, prevê-se que até 2016 sejam alcançadas mais de quinhentas mil pessoas, com informação sobre a malária e consequentemente contribuir para a redução da malária em 50% em relação aos níveis observados em 2007 (MIS), contribuindo desta forma para o alcance dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

imediatamente para um servidor, usando a rede 3G. O sistema permite o envio de relatórios para o supervisor da Unidade Sanitária, para o nível distrital, provincial e central, para que possam facilmente usar os dados submetidos pelo APE e solucionar os problemas, se necessário e possível.

Isto permite que os dados estejam disponíveis de imediato para rápida actuação.

No futuro, este modelo poderia também ser usado para criar um sistema de vigilância epidemiológica baseado na comunidade.

O principal objectivo do projecto inSCALE é de melhorar o desempenho e a motivação dos APEs para garantir uma boa qualidade e expansão da cobertura de serviços essenciais de saúde ao nível da comunidade.

Neste momento decorre a avaliação do processo para medir a apropriação e o impacto do aplicativo inSCALE-CommCare. Os resultados finais da avaliação estarão disponíveis até ao final deste ano.

Contacto para mais informações : Nome : A Castel BrancoEmail: [email protected]

Imagens do ecran do aplicativo CommCare

Em Moçambique, o projecto inSCALE é um projecto da Malaria Consortium, em parceria com a Direcção Provincial de Saúde de Inhambane e

o Ministério da Saúde, financiado pela Fundação Bill & Melinda Gates, em colaboração com a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres e o Colégio Universitário de Londres.

Innovations at Scale for Community Access and Lasting Effects

Depois de ter sido implementado em 10 distritos de Nampula, o Projecto de Prevenção e Controlo de Malária (PCM) em Moçambique, expandiu as suas actividades para mais 7 distritos de Nampula, totalizando a cobertura de 17 distritos, e 6 distritos da província do Niassa.Durante os próximos 3 anos de implementação do projecto, prevê-se distribuir 964.800 redes mosquiteiras em campanha de acesso universal, sendo que 481,473 redes em 7 distritos de Nampula e 528,972 redes em 13 distritos de Niassa. Esta distribuição vai alcançar uma população de 5 milhões de pessoas nas zonas com uns dos níveis mais altos de malária no pais.

Para além da distribuição de redes mosquiteiras através de campanhas em

Escritório Provincial

Área do projeto na fase 2

Área do projeto na fase 1 e 2

Áreas não abrangidas

Provincia de NampulaProvincia de

Niassa

Projecto financiado pelo

Fundo Global

Projecto de Prevenção e Controlo de Malária, expande para Niassa

www.malariaconsortium.org

Província de Niassa e Nampula

Como tudo começou!Quem diria, mas o tempo passa rápido. Foi em Dezembro de 2005 que ingressei na Malaria Consortium, como Coordenador Adjunto da área de Comunicação para a Criação da demanda do Projecto de Desenvolvimento de Sistemas Sustentáveis para a Distribuição Gratuita de Redes Mosquiteiras Tratadas com Insecticida de Longa Duração (REMTILD), Financiado pelo Departamento Britânico para o Desenvolvimento Internacional (DFID).

Este projecto inovador, inicialmente implementado em Inhambane e posteriormente expandido para as províncias de Nampula e Cabo Delgado, assentava em 3 pilares, nomeadamente:

1) A distribuição gratuita de REMTILDs para mulheres grávidas na Consulta Pré – Natal (CPN);

2) Apoio ao sector comercial para o desenvolvimento de um mercado de redes mosquiteiras para que as mesmas estejam a preços acessíveis a todos grupos sócio – económicos e;

3) Comunicação para a criação da demanda e uso correcto de redes mosquiteiras.

A área de comunicação na qual trabalho até hoje, tinha a enorme responsabilidade de contribuir para a criação da demanda para o sector público e o sector privado. Lembro – me que na altura, as REMTILD ainda eram uma novidade em Moçambique, e todos tínhamos muito a aprender em

quase todas as áreas de implementação. Uma das realizações de realce foi o desenvolvimento da estratégia de comunicação para a promoção das REMTILD, a estratégia COMBI (Communication for Behavioral Impact) cujas ideias estão incorporadas na Estratégia Nacional de Comunicação e Advocacia da Malária (2013 – 2017).

Foi a estratégia COMBI que deu origem ao popular programa interactivo de rádio “MozzzKito”. A par do MozzzKito, também desenvolvemos o “Chapéu de Rede Mosquiteira” material que foi produzido para trabalhar a temática da malária com as crianças do ensino primário. O “Chapéu” consistia num cartaz com 6 exercícios didácticos e interactivos sobre a prevenção da malária, dentre os quais, quebra cabeça, passatempo, malariamática (matemática sobre a malária). Com apoio dos professores, as crianças resolviam os exercícios na sala de aulas, e após completarem a actividade, dobravam o cartaz e elaboravam um chapéu ficando na parte frontal, a seguinte mensagem “Debaixo da Rede Durmo Protegido” simbolizando a participação das crianças na luta contra a malária.

Ao saírem da sala da escola, em grupos organizados, na rua, as crianças levavam o seu chapéu na cabeça criando agitação na comunidade com perguntas surgindo e sendo respondidas sobre o motivo do esforço. Em casa, as crianças liam a informação do cartaz em voz alta diante dos pais, e no fim, os pais assinavam o cartaz indicando que a leitura do cartaz foi feita. Finalmente a criança levava o “chapéu” de volta para a escola e entregava ao professor/a”.

Actualmente, a Malaria Consortium implementa dentre outras intervenções, o Projecto de Prevenção e Controlo da Malária do qual faço parte. O projecto envolve as actividades escolares, programas de radio, e envolvimento de estruturas comunitárias em actividades de comunicação para a mudança de comportamento para a prevenção da malária. As lições apreendidas e a experiência acumulada contribuem para melhor qualidade das actividades.

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Elaborado por: Fernando Bambo, Gestor de Treino

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