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UNIBAN
UNIVERSIDADE BANDEIRANTE DE SÃO PAULO
PAULO JORGE MAGALHÃES TEIXEIRA
UM ESTUDO SOBRE OS CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS AO
PROFESSOR DE MATEMÁTICA PARA A
EXPLORAÇÃO DE PROBLEMAS DE CONTAGEM NO ENSINO
FUNDAMENTAL
SÃO PAULO - SP
2012
PAULO JORGE MAGALHÃES TEIXEIRA
UM ESTUDO SOBRE OS CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS AO PROFESSOR DE MATEMÁTICA PARA A
EXPLORAÇÃO DE PROBLEMAS DE CONTAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL
Tese apresentada à Banca Examinadora do Curso de Doutorado em Educação Matemática, Linha de Pesquisa em Formação de Professores que ensinam Matemática, da Universidade Bandeirante de São Paulo – UNIBAN, como exigência parcial à obtenção do título de Doutor em Educação Matemática, sob a orientação do professor Dr. Ruy César Pietropaolo.
SÃO PAULO 2012
P268e Teixeira, Paulo Jorge Magalhães
Um estudo sobre os conhecimentos necessários ao professor de matemática para a exploração de problemas de contagem no ensino fundamental. ./ Paulo Jorge Magalhães Teixeira. -- São Paulo: [s.n.], 2012. 458 f.: il.; 30 cm. Tese (Doutorado em Educação Matemática) – Universidade Bandeirante de São Paulo. Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática. “Orientação: Professor Dr. Ruy César Pietropaolo”
1.Educação matemática. 2. Problemas de contagem. 3. Formação de professores de matemática. 4. Conhecimento matemático para o ensino. 5. Currículo de matemática. I. Título.
CDD: 372.7
Autor: Paulo Jorge Magalhães Teixeira
Título: Um estudo sobre os conhecimentos necessários ao pro fessor de
Matemática para a exploração de Problemas de Contag em no Ensino
Fundamental
Este trabalho foi julgado e aprovado para obtenção do título de Doutor em
Educação Matemática – UNIBAN – Universidade Bandeirante de São Paulo
São Paulo, 30/11/2012.
Banca Examinadora
_____________________________________________________________
Prof. Dr. Ruy César Pietropaolo (Orientador)
Universidade Bandeirante de São Paulo - UNIBAN
_____________________________________________________________
Profª. Dra. Martha Salerno Monteiro
Universidade de São Paulo - USP
_____________________________________________________________
Prof. Dr. Márcio Antonio da Silva
Universidade Federal do Mato Grosso do Sul - UFMS
_____________________________________________________________
Profª. Dra. Siobhan Victoria Healy (Lulu Healy)
Universidade Bandeirante de São Paulo - UNIBAN
_____________________________________________________________
Profª. Dra. Angélica da Fontoura Garcia Silva
Universidade Bandeirante de São Paulo - UNIBAN
Autorizo exclusivamente para fins acadêmicos e científicos, a
reprodução total ou parcial desta tese por processos de
fotocopiadoras ou eletrônicos.
Local e Data: ___________________________________
Assinatura: _____________________________________
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus amados e
queridos pais FERNANDO TEIXEIRA MALTA
(in memoriam) e ANA MAGALHÃES MALTA,
de quem aprendi o caminho da retidão, da luta,
do esforço, da justiça, do amor e do trabalho,
razões de minha existência e aos meus
queridos irmãos HILDA, LUÍS ANTÔNIO e
ELISABETE, presentes nesta minha conquista
e em tantas outras realizações.
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar e acima de tudo, a Deus, sem o qual nada é possível, seu
filho Jesus Cristo, Maria Nossa Senhora, Nossa Senhora da Conceição
Aparecida, Nossa Senhora da Consolação e Correia, Nossa Senhora da
Conceição, São Judas Tadeu, São Jorge e aos mensageiros da luz, pois
sempre me mantiveram na esperança de vida principalmente quando tudo
parecia estar escuro, quando bateu o desânimo, quando as palavras não foram
suficientes;
Ao meu querido e amado pai Fernando Teixeira Malta (in memoriam), pelo
exemplo de vida, amor, luta, coragem e determinação;
À minha querida e amada mãe Ana Magalhães Malta, pelo exemplo de vida,
amor, luta, coragem, determinação, estímulo e pelas palavras confortantes nos
momentos de maior preocupação, fraqueza, desânimo e em tantos outros não
menos difíceis;
Aos meus irmãos Hilda Magalhães Teixeira Lopes, Luís Antônio Magalhães
Teixeira e Elisabete Teixeira Sá Freire de Abreu, pela força, companheirismo e
disponibilidade para resolverem inúmeros problemas pessoais enquanto me
dispunha a estudar em São Paulo e em redigir esta tese;
Aos cunhados Hélcio e Manuel, à Márcia, Ana Carolina, Luiz Fernando,
Leonardo e Mateus pelas palavras de incentivo e força nos momentos difíceis
porque passamos;
Ao Professor Doutor Ruy César Pietropaolo, pela orientação, dedicação, apoio,
valiosas sugestões, ajuda, companheirismo, amizade e incentivo em vários
momentos, assim como em me ouvir, me corrigir e me orientar sobre o os
caminhos a trilhar e pela incondicional disponibilidade em avaliar o material
desta tese, acreditando em mim e no trabalho de pesquisa que desenvolvia;
Aos Professores membros da Banca Examinadora: Ruy César Pietropaolo,
Siobhan Victoria Healy (Lulu Healy), Angélica da Fontoura Garcia Silva, Márcio
Antonio da Silva, Martha Salerno Monteiro, Lilian Nasser e Verônica Yumi
Kataoka pelas valiosas sugestões que contribuíram para o aprofundamento das
questões discutidas e as contribuições para tornar mais claro o texto, assim
como pela disponibilidade em avaliar o material desta tese;
À Professora Doutora Tânia Maria Mendonça Campos pelo apoio, pela ajuda,
pelo incentivo e pela dedicação e determinação com que desenvolve suas
tarefas à frente da Coordenação do Curso de Pós Graduação Strict Sensu em
Educação Matemática da UNIBAN – Universidade Bandeirante de São Paulo;
Ao Professor Doutor Ruben Klein, pela disponibilidade de material para
pesquisa e apoio;
Ao Professor Doutor João Rua, primo querido, pelo incentivo e apoio para a
concretização deste trabalho;
À UNIBAN, a bolsa de tutoria que custeou parte das mensalidades, que muito
contribuiu para que a realização deste trabalho fosse em parte suavizada;
Aos Professores colegas do Departamento de Análise do Instituto de
Matemática e Estatística da UFF – Universidade Federal Fluminense que
contribuíram com seu esforço de trabalho para que eu pudesse me afastar das
minhas atividades docentes por um pequeno período de tempo, para a
concretização deste trabalho;
A todos os amigos e parentes que torceram por esta realização e tanto apoio
me deram, bem como dos muitos momentos em que me recolhi aos meus
estudos e reflexões e não pude compartilhar com eles minhas angústias;
À amiga professora Martha Yvonne de Almeida pelas correções gramaticais,
sugestões e o incentivo para tornar este trabalho o mais claro possível;
À amiga professora Ida Rabelo pela ajuda na tradução do resumo em francês;
Aos professores sujeitos de pesquisa, que com responsabilidade e
profissionalismo demonstraram interesse e motivação para compartilhar
concepções, crenças, reflexões e discussões durante as respostas aos
questionários e ao longo da sequência de ensino, os agradecimentos e
respeito;
Aos professores Rosana Jorge Monteiro Magni, Olga Corbo e Marcelo Villani
pela disponibilidade e ajuda que foram fundamentais para a aplicação da
sequência didática no Observatório da Educação da UNIBAN/CAPES;
Ao Guilherme Menezes pela amizade e ajuda em vários momentos -
fundamentais para que muitas vezes pudesse voltar para o Rio de Janeiro,
bem como pela disponibilidade e consideração em resolver questões
administrativas no âmbito do Curso as quais não poderia fazer por estar
distante de São Paulo;
A todos os professores do Curso de Doutorado em Educação Matemática da
Universidade Bandeirante de São Paulo: Angélica, Janete, Luis Gonzaga, Lulu,
Maria Elisabette, Maria Helena, Marlene, Mônica, Nielce, Rosana, Ruy,
Solange, Tânia, Ubiratan, Vera, Verônica e Vincenzo, dos quais compartilho
conhecimentos, experiências, sabedoria, orientação, amizade e incentivo;
A todos os colegas das turmas 2009, 2010 e 2011 do Curso de Doutorado em
Educação Matemática da Universidade Bandeirante de São Paulo, em especial
Raimundo Nonato Brandão, Anna Luisa de Castro, Wilson Barbosa da Silva e
Benedito, dos quais compartilho recordações, conhecimentos, experiências e
amizade.
A todos os que colaboraram com esse trabalho e que se reconhecerão nessas
linhas, o meu mais profundo agradecimento.
"A questão primordial não é o que sabemos, mas como o sabemos".
ARISTÓTELES.
"A utopia está lá no horizonte. Me aproximo dois passos, ela se afasta dois passos. Caminho dez passos e o horizonte corre dez passos. Por mais que eu caminhe, jamais alcançarei. Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar".
EDUARDO GALENO.
RESUMO Esta pesquisa teve o propósito de investigar os conhecimentos necessários ao professor de Matemática, para desenvolver em suas aulas noções relativas a Problemas de Contagem na Educação Básica. Trata-se de estudo que envolveu um grupo de 23 professores dos Ensinos Fundamental e Médio, da rede pública do Estado de São Paulo, em um curso de formação continuada desenvolvido no âmbito do Observatório da Educação da UNIBAN/CAPES. A primeira fase da coleta de dados constituiu-se na aplicação de três instrumentos com o objetivo de conhecer o perfil dos professores e identificar suas concepções a respeito do processo de ensino e de aprendizagem dos Problemas de Contagem na Educação Básica. A segunda fase, denominada intervenção, foi realizada segundo princípios da metodologia Design Experiments e teve a finalidade de investigar se uma sequência de atividades que explore a resolução de Problemas de Contagem, sem a utilização de fórmulas, pode favorecer a ressignificação dos conhecimentos dos professores sob os pontos de vista do conteúdo, didático e curricular de noções concernentes a esse tema. Na terceira e última fase da coleta, foi aplicado instrumento com a finalidade de validar dados obtidos durante a intervenção e de identificar prováveis mudanças nas concepções dos professores. Cabe ressaltar que, além da análise de pesquisas existentes sobre esse tema desenvolvidas com alunos e professores, foram examinados também documentos recentes de referência curricular para a abordagem de conceitos relativos à Análise Combinatória. Sobre a fundamentação teórica, no que concerne à apreensão de um conteúdo, utilizou-se a noção de imagem conceitual, segundo Tall & Vinner (1981) e também as ideias defendidas por Fischbein (1994) sobre a importância de integrar na atividade matemática os componentes formais, intuitivos e algorítmicos. Relativamente aos conhecimentos que devem ser de domínio do professor, foram consideradas as categorias estabelecidas por Shulman (1986): conhecimento do conteúdo específico, do pedagógico e do curricular. Finalmente, no que se refere à formação de professores reflexivos, em um ambiente de estudo de inovações curriculares, foram utilizadas as ideias defendidas por Zeichner (1993). As respostas dos professores aos instrumentos diagnósticos revelaram concepções inconsistentes sobre os tipos de agrupamentos presentes nos problemas de contagem. Além disso, os professores mostraram ter forte convicção de que a resolução de um problema de combinatória não utilizando uma linguagem formal – algébrica, no caso – seria uma solução “arranjada” e, portanto, não muito correta do ponto de vista da Matemática. Essas respostas constituíram-se em ponto de partida para o processo de formação, ao longo da segunda fase. As discussões e reflexões realizadas durante a intervenção ampliaram a imagem conceitual dos professores, relativa aos problemas de contagem, bem como ao seu ensino, sobretudo no que concerne à importância da articulação dos três componentes de Fischbein (1994) no desenvolvimento de noções relativas a esse conteúdo. No entanto, no final desse processo percebeu-se certa tensão nas falas dos professores: aceitar as soluções “aritméticas”, envolvendo os princípios multiplicativo e aditivo ou as obtidas pela contagem direta da árvore de possibilidades, sem considerar como necessário o uso das fórmulas para a validação das respostas encontradas para problemas envolvendo os conceitos: permutação, combinação simples e arranjo. Palavras-chave: Educação Matemática; Problemas de Contagem; Formação de Professores de Matemática; Conhecimento Matemático para o Ensino; Currículos de Matemática.
ABSTRACT This research aimed to investigate the knowledge necessary for Mathematics teacher’s to develop in the classes in notions related to Counting Problems in Basic Education with their classes. This is a study involving a group of 23 teachers of the public Elementary and High School network of the São Paulo State, in service education course developed within the Observatory of Education UNIBAN/CAPES. The first phase of data collection consisted in applying three instruments in order to know the profile of teachers and identify their conceptions about the teaching and learning of Problems Counting in Basic Education. The second phase, called the intervention, was conducted according to principles of the methodology Design Experiments and aimed to investigate whether a sequence of activities that explore the resolution of Counting Problems, without the use of formulas, may help the resignifying of teachers' knowledge on the point of view of content, instructional and curricular notions concerning this topic. The third and final phase of data collection, involved the application of an instrument in order to validate data obtained during the intervention and identify potential changes in teachers' conceptions. Note that, besides the analysis of existing research on this topic developed with students and teachers, were also examined recent curricular reference documents addressing concepts related to Combinatorial Analysis. On the theoretical basis, regarding the seizure of content, we used the notion of conceptual image, according Vinner & Tall (1981) and also the ideas defended by Fischbein (1994) on the importance of integrating formal, intuitive and algorithmic components in mathematical activity. In relation to knowledge that must be part of teacher’s responsibility, were considered the categories established by Shulman (1986): knowledge of specific content, pedagogy and curriculum. Finally, referring to the formation of reflective teachers in a study of curricular innovations environment, were used the ideas defended by Zeichner (1993). Teachers' responses to diagnostic instruments revealed inconsistent conceptions about the types of clusters present in the Counting Problems. Moreover, teachers showed a strong conviction that solving a combinatorial problem not using a formal language - algebraic in the case – could be an "arranged" solution and not quite correct therefore in the Mathematics point of view. These responses were set up as a starting point for the training process, during the second phase. Discussions and reflections took along the intervention process, increased the conceptual image of teachers concerning counting problems, as well as their teaching action, especially regarding the importance of coordination of the three components of Fischbein (1994) in the development of notions related to that content. However, at the end of the process was realized a kind of tension in the teacher´s speeches: accepting "arithmetic" solutions involving the multiplicative and additive principles or those obtained by direct counting in the tree possibilities, without regarding as necessary the use of formulas validating the already found solutions to problems involving the concepts: permutation, combination simple and arrangement. Keywords: Mathematics Education; Problems Counting; Mathematics Teachers Training, Mathematical Knowledge for Teaching, Mathematics Curriculum.
RÉSUMÉ
Cette recherche visait à étudier les connaissances que doit avoir un professeur de mathématiques pour développer, lors de ses classes, des notions concernant les Problèmes de Comptage dans l'éducation de base. Il s'agit d'une étude portant sur un groupe de 23 enseignants de l’enseignement primaire et secondaire de l'Etat de São Paulo, pendant un cours de formation continue développé au sein de l’ « Observatório da Educação » de UNIBAN/CAPES. La première phase de la récolte des données consistait à appliquer trois outils afin de connaître le profil des enseignants et d'identifier leurs conceptions sur le processus d’enseignement-apprentissage des Problèmes de Comptage dans l'Éducation de Base. La seconde phase, dite d’intervention, a été menée selon les principes de la méthodologie Design Experiments et avait pour but déterminer si une séquence d'activités qui explore la résolution de Problèmes de Comtage, sans l'utilisation de formules, pouvait favoriser la redéfinition des connaissances des enseignants sous les points de vue du contenu, didactique et curriculaire des notions concernant ce sujet. Pendant la troisième et dernière phase de la récolte, nous avons utilisé un outil afin de valider les données obtenues lors de l'intervention et d’identifier des changements potentiels dans les conceptions des enseignants. Notez que, outre l'analyse des recherches existantes sur ce sujet, mises au point avec la participation d’élèves et d’enseignants, ont été examinés, également, des documents de référence curriculaire actualisés pour aborder les concepts liés à l'Analyse Combinatoire. Sur la base théorique, en ce qui concerne la saisie d'un contenu, nous avons utilisé la notion d'image conceptuelle, d’après Vinner & Tall (1981), ainsi que les idées défendues par Fischbein (1994) sur l'importance d'intégrer dans l'activité mathématique les composantes formelle, intuitive et algorithmique. Relativement au savoir-faire de l'enseignant, ont été considérés les catégories établies par Shulman (1986): la connaissance des contenus spécifiques, pédagogiques et curriculaires. Enfin, en ce qui concerne la formation d’enseignants réfléchis, dans un environnement d'étude des innovations curriculaires, nous avons utilisé les idées défendues par Zeichner (1993). Les réponses des enseignants aux outils de diagnostic ont révélé des conceptions contradictoires sur les types de groupements présents dans les Problèmes de Comtage. En plus, les enseignants étaient convaincus que la résolution d'un problème combinatoire qui n’utilise pas de langage formel – dans ce cas, algébrique – constituerait une solution ad hoc et, donc, pas tout à fait correcte du point de vue des mathématiques. Ces réponses sont devenues le point de départ du processus de formation, au cours de la deuxième phase. Les discussions et les réflexions ayant lieu au cours de l'intervention ont agrandi l'image conceptuelle des enseignants, relativement aux problèmes de comptage, ainsi qu’à leur enseignement, surtout en ce qui concerne l'importance de l’articulation des trois composantes de Fischbein (1994) dans le développement de notions comprises par ce contenu. Cependant, à la fin du processus une certaine appréhension était repérable dans les paroles des enseignants: acceptation des solutions "arithmétiques" que comprenaient les Principes Multiplicatif et Additif ou celles obtenues par comptage direct de l’arbre des possibilités, tout en considérant dispensable l'utilisation de formules pour la validation des solutions trouvées à des problèmes portant sur les notions: permutation, combinaison simple et agencement. Mots-clés: Education mathématique, problèmes de comptage; Formation de Professeurs de Mathématiques ; Connaissances mathématiques pour l'enseignement ; curriculum de mathématiques.
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Idades dos professores integrantes do Observatório da UNIBAN em
2011................ ..................................................................................................... 203
Gráfico 2 - Séries do Ensino Fundamental em que os professores do
Observatório da UNIBAN trabalham ou não......................................................... 204
Gráfico 3 - Séries do Ensino Médio em que os professores do Observatório
Da UNIBAN trabalham, ou não ............................................................................ 204
Gráfico 4 - Tempo de magistério dos professores do Observatório da UNIBAN.. 206
Gráfico 5 - Quantidade de aulas semanais ministradas pelos professores do
Observatório da UNIBAN ..................................................................................... 206
Gráfico 6 - Grau máximo de formação dos professores do Observatório da
UNIBAN................................................................................................................ 207
Gráfico 7 - Participação em atividades de formação da SEE e o grau de
satisfação dos professores do Observatório da UNIBAN..................................... 207
Gráfico 8 - Posição dos professores do Observatório da UNIBAN em relação
ao novo currículo prescrito pela SEE .................................................................. 209
Gráfico 9 - Como os professores do Observatório da UNIBAN veem a
implementação do novo currículo prescrito pela SEE.......................................... 211
Gráfico 10 - Em relação às situações de aprendizagem contidas no Caderno do
Professor, você as utiliza como?.......................................................................... 212
Gráfico 11 - Em relação aos conteúdos de Matemática dos Cadernos do
Professor, para uso em suas aulas são: .............................................................. 213
Gráfico 12 - Em relação aos conteúdos de Matemática dos Cadernos do Aluno,
para melhorar a aprendizagem deles, elas são: .................................................. 213
Gráfico 13 - Em relação aos instrumentos avaliativos que o professor utiliza...... 215
Gráfico 14 - Em relação aos recursos pedagógicos que o professor utiliza ......... 216
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Datas dos encontros da sequência didática... .................................... 37
Quadro 2 - Atividades e objetivos desenvolvidos na sequência didática... .......... 280
Quadro 3 - Árvore de possibilidades e Tabela de dupla entrada. Fase de
intervenção .......................................................................................................... 288
Quadro 4 – O Princípio Multiplicativo. Fase de Intervenção................................. 296
Quadro 5 – Princípio Multiplicativo e Princípio Aditivo. Fase de Intervenção... .... 302
Quadro 6 – Conhecimentos do professor sobre arranjos simples. Fase de
intervenção........................................................................................................... 310
Quadro 7 - Conhecimentos do professor sobre permutação simples. Fase de
intervenção........................................................................................................... 322
Quadro 8 - Conhecimentos do professor sobre permutação simples.
Continuação. Fase de intervenção....................................................................... 325
Quadro 9 - Conhecimentos do professor sobre permutação simples.
Continuação. Fase de intervenção....................................................................... 328
Quadro 10 - Conhecimentos do professor sobre permutação em que nem todos
os objetos são distintos. Fase de intervenção. .................................................... 331
Quadro 11 - Conhecimentos do professor sobre permutação em que nem todos
os objetos são distintos. Anagramas. Fase de intervenção... .............................. 337
Quadro 12 - Conhecimentos do professor sobre combinação simples. Fase de
intervenção........................................................................................................... 344
Quadro 13 - Conhecimentos do professor sobre permutação circular. Fase de
intervenção.................... ....................................................................................... 352
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Indicação dos dados dos professores que permitiram a concepção inicial da sequência didática desenvolvida no Observatório Educação da CAPES/UNIBAN................................................................................................... 38
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 - Esquema mostrando o avanço da imagem conceitual em relação aos aspectos formal, algorítmico e intuitivo ................................................................ 363 Figura 2 - Esquema mostrando estratégias para a obtenção de solução para problemas de contagem ...................................................................................... 368 Figura 3 - Relação entre os aspectos da matemática segundo Fischbein (1994), e a resolução de problemas de contagem na Educação Básica.......................... 370
LISTA DE ABREVIATURAS
ABE Associação Brasileira de Educação
ANPED Associação Nacional de Pós Graduação e Pesquisa em Educação
CAPES Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal Superior
CECIERJ Centro de Ciências do Estado do Rio de Janeiro
CENP Coordenadoria de Estudos e Normas Pedagógicas
CNE Conselho Nacional de Educação
CNE/CES Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação
CNE/CP Conselho Pleno do Conselho Nacional de Educação
CNMT Ciências da Natureza, Matemática e suas Tecnologias
ENEM Encontro Nacional de Educação Matemática
GEEM Grupo de Estudos do Ensino da Matemática
GEPEM Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Matemática do Rio
de Janeiro
GT7 Grupo de Trabalho 7 da SBEM sobre Formação de Professores
IDEB Índice de Desenvolvimento da Educação Básica
ICME International Congress of Mathematics Education
IME Instituto de Matemática e Estatística da USP
IMPA Instituto de Matemática Pura e Aplicada
INEP Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira
LCT Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
LDBEN Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MEC Ministério da Educação e Cultura
MEC Ministério da Educação
MMM Movimento da Matemática Moderna
OFA Ocupantes de Função Atividade
PCN Parâmetros Curriculares Nacionais
PCNEM Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
PA Princípio Aditivo ou da Adição
PCN Parâmetros Curriculares Nacionais
PCNEM Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Médio
PCN+ Orientações Educacionais Complementares aos Parâmetros
Curriculares Nacionais
PE Pesquisa Exploratória de Dados
PISA Programa Internacional de Avaliação Comparada
(PISA – Programme for International Student Assessment)
PM Princípio Multiplicativo ou da Multiplicação ou Fundamental da
Contagem
PME Psychology of Mathematics Education
PUC-SP Pontifícia Universidade Católica de São Paulo
SAEB Sistema Nacional de Avaliação Escolar da Educação Básica
SARESP Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Estado de São
Paulo
SBEM Sociedade Brasileira de Educação Matemática
SBM Sociedade Brasileira de Matemática
SEE-SP Secretaria de Estado da Educação de São Paulo
SIPEM Seminário Internacional de Pesquisas em Educação Matemática
TIC Tecnologias de Informação e Comunicação
UEL Universidade Estadual de Londrina
UFRJ Universidade Federal do Rio de Janeiro
UFF Universidade Federal Fluminense
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação
(United Nations Educacional, Scientific and Cultural Organization)
UNESP Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”
UNIBAN Universidade Bandeirante de São Paulo
UNICAMP Universidade de Campinas
USP Universidade de São Paulo
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO ......................................................................................................................... 21 1 JUSTIFICATIVAS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ............................................. 25 1.1 ANTECEDENTES E MOTIVAÇÕES DESSE ESTUDO......................................................... . 25 1.2 FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES E INOVAÇÕES CURRICULARES......... 30 1.3 METODOLOGIA DE PESQUISA ............................................................................................ 33 1.3.1 O problema central da pesquisa .................................................................................... 33 1.3.2 O Observatório da Educação da CAPES/UNIBAN ........................................................ 35 1.3.3 Sobre a metodologia: algumas considerações ................................................... 40 1.3.4 O papel do pesquisador na sequência didática ............................................................. 48 2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA .............................................................................................. 53 2.1 ESTUDOS E PESQUISAS QUE FUNDAMENTAM ESTA PESQUISA ................................. . 53 2.2 CONHECIMENTOS NECESSÁRIOS AO PROFESSOR........................................................ 57 2.3 FORMAÇÃO DO PROFESSOR REFLEXIVO ........................................................................ 63 2.4 COMPONENTES BÁSICOS DA MATEMÁTICA COMO ATIVIDADE HUMANA.................... 68 2.5 ENCULTURAÇÃO MATEMÁTICA ......................................................................................... . 75 2.5.1 Dimensões Cultural e Social do Conhecimento Matemático ........................................ . 78 2.5.2 Práticas docentes e as mudanças culturais .................................................................. . 80 2.5.3 O Saber Matemático como componente cultural .......................................................... . 81 2.5.4 Os valores matemáticos estão sendo transmitidos de modo equilibrado? .................. . 83 2.5.5 Princípios para o reequilíbrio dos valores ligados ao Saber Matemático ..................... . 88 2.6 PESQUISAS SOBRE ENSINO E APRENDIZAGEM COM PROBLEMAS DE CONTAGEM.......................................................................................................................... ... 90 3 PROBLEMAS DE CONTAGEM EM CURRÍCULOS DA EDUCAÇÃ O BÁSICA ..................... 102 3.1 REFORMAS DO ENSINO SECUNDÁRIO ............................................................................. . 103 3.2 O QUE PRESCREVIAM OS CURRÍCULOS DO ESTADO DE SÃO PAULO... .................... . 114 3.2.1 A Proposta Curricular de Matemática do 1º Grau do Estado de São Paulo... ............... 114 3.2.2 A Proposta Curricular de Matemática para o 2º Grau em São Paulo... ......................... 123 3.2.3 Nova Proposta Curricular de Matemática para o 2º Grau do Estado de São Paulo... ... 137 3.3 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS..................................................................... 143 3.3.1 PCN e os Problemas de Contagem ............................................................................. . 146 3.4 CURRÍCULO ATUAL DE MATEMÁTICA DA SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DO ESTADO DE SÃO PAULO........................................................... .................................................................. 151 3.4.1 Projeto Político-Pedagógico do currículo de matemática ............................................. . 151 3.4.2 Um currículo enculturador ............................................................................................. . 155 3.4.3 Um currículo centrado em competências ...................................................................... . 164 3.4.4 Os problemas de contagem ................... ....................................................................... 176 4 UMA ANÁLISEDOS DADOS INICIAIS DA PESQUISA ......................................................... 187 4.1 EXPERIÊNCIA DOCENTE... .................................................................................................. . 190 4.2 CONHECIMENTOS SOBRE O CONTEÚDO.......................................................................... 207 4.2.1 Sobre o conhecimento dos professores a respeito da construção de uma
representação gráfica para resolver problemas de contagem .............................................. . 209 4.2.2 Sobre o conhecimento dos professores a respeito da resolução de problemas
que envolvem a aplicação dos princípios multiplicativo e aditivo........................................... . 216
4.2.3 Sobre o conhecimento dos professores a respeito da resolução de problema de contagem que envolve conceito de arranjos com repetição ............................................. . 222
4.2.4 Sobre o conhecimento dos professores a respeito de permutações simples e de permutações com objetos nem todos distintos ................................................................. . 226
4.2.5 Sobre o conhecimento dos professores a respeito utilização do conceito de permutações circulares .......................................................................................................... . 232
4.2.6 Sobre o conhecimento dos professores a respeito utilização do conceito de combinações simples ........................................................................................................... . 237
4.3 CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS..................................................................................... 246 4.3.1 Sobre as estratégias que o professor se utiliza para auxílio do raciocínio
combinatório no ensino dos problemas de contagem............................................................ . 247 4.3.2 Sobre o conhecimento dos professores a respeito do ensino do Princípio
Multiplicativo . ......................................................................................................................... 249 4.3.3 Sobre o conhecimento dos professores a respeito do ensino do Princípio
Aditivo............. ......................................................................................................................... 252 4.3.4 Sobre o conhecimento dos professores a respeito do ensino de Arranjos
simples ou com repetição de objetos. ..................................................................................... 258 4.3.5 Sobre o conhecimento dos professores a respeito do ensino das Permutações
simples.......... .......................................................................................................................... 261 4.3.6 Sobre o conhecimento dos professores a respeito do ensino das Combinações
Simples.......... .......................................................................................................................... 264 4.3.7 Sobre o conhecimento pedagógico dos professores a respeito das dificuldades
que os alunos têm na resolução de problemas de contagem................................................. 266 4.3.8 Sobre a opinião do professor em relação aos esclarecimentos oferecidos pelos
livros didáticos de modo que ele possa ensinar os problemas de contagem na Educação Básica .................................................................................................................... . 267
4.3.9 Sobre o conhecimento pedagógico dos professores a respeito das dificuldades que ele tem para preparar aulas que envolvem o raciocínio combinatório na Educação Básica .................................................................................................................... . 269
4.3.10 Sobre a importância que os professores conferem à introdução de conceitos que envolvem o raciocínio combinatório no Ensino Fundamental ......................................... . 271
4.4 BREVE SÍNTESE DA ANÁLISE DAS RESPOSTAS AOS QUESTIONÁRIOS ..................... . 273
5 ANÁLISE DOS DADOS DA SEQUÊNCIA DE ENSINO ............................................................ 277
5.1 SOBRE OS PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS PARA A FASE DE INTERVENÇÃO ... 277 5.2 DESENVOLVIMENTO DA FASE DE INTERVENÇÃO............................................................. 282 5.3 ANÁLISE DOS DADOS DA FASE DE INTERVENÇÃO - SEQUÊNCIA DIDÁTICA - ............. . 288 5.3.1 Uso de representações como a árvore de possibilidades e tabelas de dupla entrada.. 289 5.3.2 Aplicações do princípio multiplicativo............................................................................. . 298 5.3.3 Aplicações do princípio multiplicativo e do princípio aditivo em conjunto ...................... 302 5.3.4 Fórmulas ........................................................................................................................ . 309 5.4 O QUESTIONÁRIO FINAL (Q4).............................................................................................. 373 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................................ 383 REFERÊNCIAS............................................................................................................................... .....426 APÊNDICES....................................................................................... ............................................ 435
21
APRESENTAÇÃO
Este trabalho, “Um estudo sobre os conhecimentos necessários ao
professor de matemática para a exploração de problemas de contagem no
Ensino Fundamental”, está vinculado à linha de pesquisa Formação de
Professores que Ensinam Matemática do Programa de Pós-Graduação em
Educação Matemática da UNIBAN - Universidade Bandeirante de São Paulo.
O propósito deste estudo foi o de investigar os conhecimentos de
professores de Matemática para explorar noções relativas aos problemas de
contagem ao longo do Ensino Fundamental.
Para tanto, identificaram-se as concepções de um grupo de professores
de matemática sobre esse tema e sobre seu ensino na Educação Básica e,
posteriormente, promoveu-se uma formação continuada com o intuito de
discutir inovações a respeito do processo de ensino e aprendizagem de noções
concernentes a esse tema.
Cabe ressaltar que essa pesquisa foi realizada no âmbito do
Observatório da Educação da UNIBAN/CAPES, projeto financiado pela
CAPES, coordenado pelo Prof. Dr. Ruy César Pietropaolo. Tal projeto é
constituído por um grupo colaborativo de formação e pesquisas integrado por
professores pesquisadores, professores da rede estadual de ensino de São
Paulo, mestrandos e doutorandos da UNIBAN. Entre os objetivos de atuação
do Observatório da Educação está o de contribuir para o desenvolvimento
profissional de professores, promovendo reflexões a respeito das inovações
curriculares indicadas para as aulas de Matemática no Ensino Fundamental e
Médio. Analisa, além disso, as possibilidades de promover mudanças nos
conhecimentos pedagógicos e curriculares desses professores no tocante a
esse tema, mediante um processo de formação continuada, cuja ênfase é a
reflexão sobre suas práticas e sobre as inovações propostas nos recentes
currículos.
Assim, este estudo pode ser julgado como relevante, pois tem como
finalidade contribuir para a implementação efetiva desse tema ao longo do
Ensino Fundamental de modo a favorecer o desenvolvimento do pensamento
combinatório dos alunos, conforme indicam os Parâmetros Curriculares
22
Nacionais – PCN (1997, 1998) e currículos posteriores que tomam esses
parâmetros como referência, como o do Estado de São Paulo (2010).
Para atingir os objetivos desta pesquisa começamos por perguntar a
seguinte questão principal, objeto desta investigação, qual seja:
Que experiências um professor de Matemática do Ensino Fundamental
deve vivenciar em sua formação continuada para selecionar e dirigir situações
de aprendizagem com vistas a desenvolver o raciocínio combinatório de seus
alunos por meio da proposição de problemas de contagem de modo a
compreender as dificuldades que os alunos enfrentam na resolução de
problemas de contagem e para ajudá-los a superar essas dificuldades e
atender às orientações do Currículo do Estado de São Paulo (2010)?
Prosseguindo nos objetivos desta pesquisa nos propomos a responder
às seguintes questões específicas:
� Quais são as inovações propostas pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais (1998) e pelo atual Currículo do Estado de São Paulo
(2010) para os processos de ensino e de aprendizagem de
conceitos relativos a Problemas de Contagem?
� Quais são os conhecimentos dos professores a respeito da
resolução de Problemas de Contagem e suas concepções sobre
o desenvolvimento desse tema no Ensino Fundamental?
� Uma sequência de atividades que explore a resolução de
Problemas de Contagem, sem a utilização de fórmulas, pode
favorecer a ressignificação dos conhecimentos dos professores
sob os pontos de vista do conteúdo, didático e curricular, de
noções relativas a esse tema?
Assim, analisaram-se as inovações propostas pelos Parâmetros
Curriculares Nacionais (1997, 1998, 1999) e o Currículo do Estado de São
Paulo (2010) no tocante aos Problemas de Contagem, além das concepções
dos professores, sujeitos de nosso estudo, a respeito desse tema. Essa opção
pela análise desses documentos curriculares decorre do fato de que os
professores estavam, em 2011, incumbidos de implementar em suas aulas as
23
recomendações do currículo de São Paulo, cuja proposta, por sua vez, está
fundamentada nos PCN.
As situações-problema propostas na sequência de ensino foram
concebidas com o propósito de explorar a aplicação de conceitos e
procedimentos relativos aos problemas de contagem à luz das inovações
propostas nos documentos analisados e em resultados de pesquisas com as
de Navarro-Pelayo, Batanero e Godino (1996) e Placha e Moro (2009).
A proposta para o grupo de professores foi o de discutir diferentes
estratégias de resolução de problemas de contagem, sobretudo as que utilizam
de representações gráficas, como um meio de promover o desenvolvimento do
raciocínio combinatório dos alunos desde o Ensino Fundamental.
No Capítulo 1 apresentam-se as circunstâncias que contribuíram para a
realização deste estudo, ou seja, buscaram-se no tempo fatos fundamentais
para compor uma argumentação que justifique o interesse e os esforços
empreendidos para concretizá-lo. Nesse capítulo, descreve-se o Observatório
da Educação da UNIBAN/CAPES (ambiente em que a pesquisa se
desenvolveu) e apresenta-se também a formulação e delimitação do problema
de pesquisa, além de se justificar a escolha dos procedimentos metodológicos
utilizados. Optou-se por princípios do Design Experiments de Cobb et al (2003)
para a concepção, elaboração e transformações da sequência didática.
Apresentam-se no Capítulo 2 reflexões sobre os teóricos que
fundamentaram a análise desta pesquisa. A respeito dos conhecimentos dos
professores foram utilizados trabalhos de Shulman (1986) que tratam dos
conhecimentos necessários para a docência: conteúdos específicos, didáticos
e curriculares. Em relação à formação de professores reflexivos e os
conhecimentos necessários à prática docente foram utilizados estudos de
Zeichner (1993, 2003). Para a análise de concepções dos professores,
utilizam-se as ideias propostas por Tall e Vinner (1981) e Fischbein (1994).
Além disso, são analisadas recentes pesquisas que abordam o tema análise
combinatória envolvendo alunos e professores.
O Capítulo 3 destina-se à discussão do Currículo da Secretaria de
Estado da Educação de São Paulo (2010) para o Ensino Fundamental (6º ao 9º
24
ano) e Ensino Médio no tocante aos problemas de contagem, iniciando com
uma análise do projeto-político pedagógico desse currículo. Para identificar as
inovações desse currículo analisam-se propostas anteriores e as orientações
dos PCN para o ensino dos problemas de contagem.
O Capítulo 4 contém esclarecimentos a respeito da primeira fase da
coleta dos dados desta investigação. Apresentam-se as escolhas relativas ao
grupo de sujeitos e ao instrumento de coleta de dados – de caráter diagnóstico
– utilizado nesta fase. Em seguida, é exposta uma análise desses dados à luz
das ideias de Shulman, no que se refere aos conhecimentos necessários ao
professor para o ensino dos Problemas de Contagem, de Fischbein (1994)
quanto aos componentes básicos da atividade matemática e das ideias de Tall
e Vinner (1981) no que diz respeito à apropriação desse conteúdo, por uma
pessoa. Assim, apresentam-se nesse capítulo as concepções dos professores
sobre o processo de ensino e de aprendizagem de Problemas de Contagem na
Educação Básica, antes da aplicação da sequência de ensino.
O Capítulo 5 é destinado à exposição das ações que se fizeram
necessárias ao longo da intervenção, ou seja, da aplicação da sequência de
ensino. Explicitam-se, do mesmo modo, as razões que motivaram a escolha da
metodologia – princípios do Design Experiments – e as decisões tomadas ao
longo desta etapa. Finalmente, discutem-se os dados sob o olhar dos autores
referidos anteriormente.
No Capítulo 6, das considerações finais, apresenta-se uma síntese das
reflexões já expostas e analisadas nos capítulos anteriores e com as quais foi
possível fundamentar respostas às questões deste estudo. Assim, elas
expressam a interpretação do pesquisador a respeito dos dados e indicam
pontos que não foram discutidos aqui por não constituírem escopo deste
estudo e que, todavia, merecem serem objetos de futuras pesquisas.
25
1. JUSTIFICATIVAS E PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Iniciamos este capítulo, apresentando antecedentes que
consubstanciaram a realização desta pesquisa, bem como as motivações para
empreendê-la por meio de nossa breve trajetória profissional.
Apresentamos também aspectos relacionados às inovações curriculares
no tocante ao processo de ensino e de aprendizagem de noções relativas aos
problemas de contagem indicadas por recentes currículos prescritos que
sugerem o desenvolvimento deste tema desde a 3ª Série/4º Ano do Ensino
Fundamental e não mais restrito ao Ensino Médio.
Em seguida, passamos a discorrer sobre o percurso da investigação
desta pesquisa e os pressupostos do projeto na qual ela está inserida:
Observatório da Educação da UNIBAN/CAPES. Além disso, justificamos
nossas escolhas teóricas.
1.1. Antecedentes e motivações desse estudo
Quando ainda aluno do curso de Licenciatura em Matemática,1 no ano
de 1978, já exercia a atividade docente como professor de um “cursinho” e em
um Colégio de Ensino Supletivo2, além de estágio em Colégio de ensino
regular de 1º e 2º Graus. Dois meses depois de formado, em fevereiro de 1981,
já havia sido aprovado em Concurso Público Federal para o cargo de Professor
de Ensino de 1º e 2º Graus.
Esse foi um período em que experimentei os primeiros desafios da sala
de aula, os conflitos e/ou contradições entre aquilo que havia sido ensinado e
na Universidade associados às experiências de ser professor de Matemática
em turmas do Ensino Fundamental (antigo 1º Grau) e em turmas do Ensino
Médio (antigo 2º Grau).
O encantamento pelas temáticas de combinatória e probabilidade
iniciou-se, de fato, logo após fazer um curso de um semestre letivo na
1 Na Universidade Federal Fluminense (UFF), em Niterói, Estado do Rio de Janeiro. 2 Ensino do 2º Grau (atual Ensino Médio), noturno, com duração de três semestres letivos,
destinado, preferencialmente, para trabalhadores com idades acima de 21 anos que estavam fora do ensino regular.
26
Universidade e quando conheci o Professor Arago de Carvalho Bachx e
comecei a tomar contato com o livro de sua autoria3.
Eram grandes os desafios que eu deveria percorrer principalmente
aqueles relacionados ao domínio didático pedagógico necessário para permitir
empreender uma metodologia eficiente no sentido de favorecer a
aprendizagem dos alunos em relação às temáticas citadas.
Desde os primeiros contatos com os alunos, por mais que os motivasse
discutindo que para resolver os problemas de contagem utilizam-se apenas as
quatro operações aritméticas básicas com os números naturais e que, por essa
razão, não deveria haver grandes dificuldades na aprendizagem.
No entanto, meus alunos e colegas professores que frequentavam os
minicursos do Professor Arago consideravam a Combinatória como um tema
muito difícil. De modo geral, em problemas de combinatória eles tinham
dificuldades em identificar os tipos de agrupamento – Arranjo, Permutação,
Combinação. Diziam eles que, depois de verem o encaminhamento para a
solução a um problema proposto, compreendiam o que foi feito, mas que
muitas vezes não eram capazes de – após a leitura do enunciado – iniciar a
busca da solução e, quando o faziam, não tinham certeza de que o caminho
escolhido estava correto.
A partir das experiências e das motivações advindas da participação em
um grupo de pesquisas, desde 1982, passei a ministrar minicursos sobre
combinatória e probabilidade em encontros e jornadas que aconteciam no
Estado do Rio de Janeiro.
Cabe ressaltar que esse grupo de pesquisa, inicialmente denominado de
“Projeto de Formação Permanente para professores de 1º e 2º Graus” mais
tarde, em 1984, passou à denominação de “Projeto Fundão – Um desafio para
a Universidade” – (atuando até os dias de hoje) oferecia também oficinas e
minicursos para professores. Além disso, passei também a ministrar oficinas de
temas variados pelo Centro de Ciências do Estado do Rio de Janeiro –
CECIERJ– com a participação do professor Arago e outros.
3 Bachx, A. de C. Poppe, L.M.B. Tavares, R.N.O. Prelúdio à análise combinatória. Companhia
Editora Nacional, São Paulo, 1975.
27
Todavia, confesso, foi preciso caminhar por uma década mostrando a
professores como ensinar e aprender os conceitos da Análise Combinatória à
luz de alguns livros didáticos do 2º Grau à época e do livro do Professor Arago
para que eu pudesse apropriar-me com mais profundidade dos conceitos e
desenvolvesse concepções pedagógicas e metodológicas que julgava mais
adequadas e próprias para poder ensinar meus alunos a resolverem problemas
de contagem para aquele segmento, ampliando minhas concepções e crenças
a respeito desse conteúdo desde quando estudante do 2º Grau e da
Universidade, no curso de Licenciatura em Matemática.
Independente do nível em que estão sendo ensinados (na Educação
Básica ou Superior) e a clientela para a qual estão sendo dirigidos (aluno ou
professor da Educação Básica), os conteúdos de combinatória apresentam
características bastante peculiares como as que seguem:
• A apropriação de conceitos e de procedimentos subjacentes aos
conteúdos de combinatória (problemas de contagem) é realizada
por meio da busca das soluções de situações-problema bastante
diversificadas;
• A proposição de uma variedade de situações-problema permite
identificar o tipo agrupamento de objetos presentes nas restrições
impostas à cada uma particular situação de contagem proposta;
• A utilização de esquemas, árvores de possibilidades ou tabelas de
dupla entrada por contagem direta ou o uso de fórmulas que
permite a contagem de todas as possibilidades sem a
necessidade de enumerar todas elas, para resolver um problema
que envolva contagens.
Diferentemente de outros ramos da Matemática, a Análise Combinatória
não é derivada de uma particular axiomática e, por conta dessa peculiar
característica, seus conceitos e procedimentos emergem dos diferentes tipos
de problemas de contagem que devem ser propostos aos alunos. É uma
singular maneira de se desenvolver um conteúdo matemático, tanto na
Educação Básica quanto no Superior.
28
Segundo Morgado et al (2004): “é verdade que a solução de um
problema combinatório exige quase sempre engenhosidade e a compreensão
plena da situação descrita pelo problema”. Ainda, segundo esses autores, “[...]
se a aprendizagem desses conceitos se faz de maneira mecânica, limitando-se
a empregá-los em situações padronizadas, sem procurar habituar o aluno com
a análise cuidadosa de cada problema, cria-se a impressão de que a Análise
Combinatória é somente um jogo de fórmulas complicadas” (MORGADO et al,
2004, p. 1-2).
Só no início de 1991, enquanto frequentava um curso para professores
de matemática promovidos pela Fundação Vitae4 e pelo Instituto de
Matemática Pura e Aplicada – IMPA5, ministrado pelo Professor Augusto César
de Oliveira Morgado, comecei a refletir sobre as minhas concepções e crenças
quanto à prática pedagógica em relação ao ensino de combinatória e
probabilidade ao nível da Educação Básica. A partir de então, iniciei mudanças
na minha postura em relação à forma de apresentação dos conteúdos e à
maneira de construção dos conceitos matemáticos associados aos aspectos
didático-pedagógicos do conteúdo e acerca de estratégias que favorecessem o
ensino e a aprendizagem por professores e pelos alunos.
Nascia ali, naquele curso, o embrião do hoje consagrado livro “Análise
Combinatória e Probabilidade”, de autoria dos professores Augusto César de
Oliveira Morgado, João Bosco Pitombeira de Carvalho, Paulo Cezar Carvalho e
Pedro Fernandez.
A partir do curso com o Professor Morgado passei a encarar o ensino de
combinatória sob o ponto de vista estritamente pautado nos Princípio Aditivo e
Multiplicativo para a resolução dos problemas e não pela classificação dos
problemas nas três categorias – Arranjo, Permutação e Combinação –
marcantes no livro do Professor Arago.
É importante ressaltar que a Análise Combinatória é um tema bastante
amplo que abarca não apenas problemas de contagem envolvendo esses três
4 Fundação de apoio à Cultura, Educação e Promoção Social. 5 Instituto de Matemática Pura e Aplicada, localizado na Cidade do Rio de Janeiro, órgão de
Ensino e Pesquisa ligado ao CNPq – Conselho Nacional de Pesquisas.
29
tipos de agrupamento, mas de muitas outras situações também concernentes à
Matemática Discreta, como o universo da Teoria dos Grafos.
No entanto, muitos professores – como veremos posteriormente – e, por
conseguinte, os alunos, ainda têm a falsa impressão de que os problemas de
combinatória estão restritos unicamente a esses três tipos de agrupamentos.
A partir de então, meu fascínio pela matemática discreta só têm
aumentado, e como ampliação desse interesse por outros conhecimentos
passei a estudar problemas de otimização derivados das “árvores”, os quais
estão presentes na Teoria dos Grafos e em suas aplicações.
O professor Paulo Cézar Pinto de Carvalho, do IMPA, indagava junto
aos professores que assistiam a alguns de seus cursos do por que dos
problemas de combinatória ser considerados de difícil resolução se, para tanto,
basta utilizar as quatro operações elementares da aritmética com os números
naturais.
A partir de reflexões pessoais sobre essas questões, levantadas pelo
professor Paulo Cezar, comecei a empreender questionamentos mais
consistentes sobre a maneira como a combinatória era ensinada e, sobremodo,
elas serviram de mote para que – anos mais tarde – viesse a empreender a
pesquisa objeto deste trabalho.
Fato é que, desde então, passei a fazer leituras de artigos e livros a
respeito do ensino e da aprendizagem de combinatória na Educação Básica e
pude então constatar o grande interesse que a temática tem despertado dentre
os pesquisadores em razão das dificuldades que professores têm de ensinar e
aprender. Além disso, pude também verificar as inovações propostas pelos
currículos prescritos mais recentes no tocante à necessidade do
desenvolvimento do pensamento combinatório.
Esses currículos têm indicado a proposição dos Problemas de
Contagem desde os anos iniciais do Ensino Fundamental, diferentemente do
que era feito antes, quando esses problemas eram desenvolvidos unicamente
em uma única série: em geral na 2ª série do Ensino Médio e em um único
bimestre.
30
1.2 Formação continuada de professores e Inovações curriculares
O Ministério da Educação – MEC – tem se preocupado com a questão
da melhoria da qualidade da educação brasileira como pode ser constatado no
documento intitulado “Referenciais para Formação de Professores”, do qual se
extrai a afirmação de que essa melhoria “depende, em grande parte, da
melhoria da qualidade do trabalho do professor” (BRASIL, 2002, p. 6).
Somam-se a isso as questões de natureza estrutural, econômicas e
sociais da oferta de tais cursos em razão das diversidades regionais, das
condições sociais e econômicas da população e das dificuldades de
implantação de tais cursos em um país como o nosso, de modo a atender à
imensa massa de profissionais que estão no mercado de trabalho e de tantos
outros que, a cada dia, ingressam no magistério.
Em relação a essas questões, tem-se em Brasil (2002):
A realidade brasileira, complexa e heterogênea, não permite que a formação de professores seja compreendida como um processo linear, simples e único. Por um lado, dada a grande diversidade cultural característica de nosso país, as peculiaridades regionais e as especificidades das populações e grupos atendidos pela escola é necessário que se construam diferentes caminhos para elevar a qualidade da educação. Por outro lado, demandas de formação apresentam diferenças regionais substanciais: há lugares em que um número considerável de profissionais continua sendo habilitado sem que haja vagas correspondentes no mercado de trabalho; em outros lugares, ao contrário, pela ausência de profissionais habilitados, muitas pessoas precisam assumir a função sem ter formação específica (BRASIL, 2002, p. 16-17).
Como consequência da visão acerca da formação desejável para o
exercício profissional de professores da Educação Básica bem como da
insuficiente ou ausente formação continuada destes, há um enorme
contingente de docentes oriundos de cursos de licenciatura plena em
Matemática têm sua prática pedagógica destoantes das diretrizes ali
preconizadas e por vezes distantes de poderem realizar um trabalho
pedagógico consoante o que as pesquisas sugerem encaminhar.
Em relação a estas questões temos nos PCN:
Parte dos problemas referentes ao ensino de Matemática estão relacionadas ao processo de formação do magistério, tanto em relação à formação inicial como à formação continuada. Decorrente dos problemas da formação de professores, as práticas na sala de aula tomam por base os livros didáticos, que, infelizmente, são muitas vezes de qualidade insatisfatória (BRASIL, 1997, p.24).
31
Por outro lado, segundo Pietropaolo (2002, p. 34), “Discutir a formação
de professores de Matemática pressupõe, certamente, discutir também os
currículos de Matemática prescritos para a escola básica”.
À luz das diretrizes preconizadas nos PCN faz-se necessária uma
análise das práticas pedagógicas relacionadas à Educação Matemática de
modo a favorecer o acesso dos professores a esses saberes.
Quanto a essa questão concordamos com Pietropaolo (2002) em:
A comunidade de educadores de matemática parece concordar sobre a necessidade da articulação nas discussões sobre a “formação de professores” e a “Matemática na estrutura curricular”. [...] pudemos verificar um consenso: os PCN traduziriam as aspirações de grande maioria de educadores matemáticos brasileiros, sobre as questões de ensino-aprendizagem de Matemática e, sobretudo, constituíram um importante referencial para a formação de docentes (PIETROPAOLO, 2002, p. 34).
Para tal, é necessário que o professor não só se aproprie de
conhecimentos que envolvam conteúdos matemáticos, mas que também passe
a refletir sobre sua prática pedagógica.
Segundo Rangel:
O professor é um mediador que coloca o aluno em contato com diferentes situações-problema frente às quais irá utilizar-se dos conhecimentos pré-adquiridos para tentar resolvê-las mediante o uso de habilidades que foram postas em prática e das competências desejadas de modo a fazer frente a novos desafios (RANGEL, 2009, p. 9).
Embora as diretrizes educacionais do MEC indiquem a necessidade de
ocorrer mudanças sobre o que e como ensinar, “o baixo desempenho escolar
em matemática” conforme indicado nos PCN em Brasil (1997, p.23-24),
configura-se como problemática pedagógica a ser minimizada e, aos poucos,
superada.
Discussões e reflexões sobre essas questões têm ocorrido com
frequência nos últimos anos, como podemos constatar em Brasil (2002):
Profissionais da educação e de muitos outros setores da sociedade vêm colocando em discussão a concepção de educação, a função da escola,a relação entre conhecimento escolar e a vida social e cultural – e, portanto, o trabalho profissional de professor. Ao mesmo tempo em que se propõe uma nova educação escolar, um novo papel de professor está sendo gestado a partir de novas práticas pedagógicas, da atuação da categoria e da demanda social (BRASIL, 2002, p. 16).
32
Assim, a formação continuada de professores deve considerar a
necessidade de atuação na formação de capacidades intelectuais, na
estruturação e mobilização do pensamento e do raciocínio dedutivo do aluno,
na sua aplicação a problemas e situações da vida cotidiana e do mundo do
trabalho bem como no apoio à construção de novos conhecimentos em outras
áreas curriculares.
Quanto à formação continuada de professores assim se manifesta o
MEC através de documento oficial, em Brasil (2002):
Entretanto, apesar do empenho de muitos e do avanço das experiências já realizadas, há uma enorme distância – e não apenas no Brasil – entre o conhecimento e a atuação da maioria dos professores em exercício e as novas concepções de trabalho do professor que esses movimentos vêm produzindo. Trata-se, portanto, não apenas de realizar melhor a formação, mas de realizá-la de uma maneira diferente. Tais mudanças exigem, dentre outras questões, que os professores reconstruam suas práticas e, para isso, é preciso “construir pontes” entre a realidade de seu trabalho e o que se tem como meta (BRASIL, 2002, p. 16).
Corroborando com essas preocupações em relação aos rumos que
devem ser tomados para mudar esse quadro desfavorável, têm-se algumas
constatações apresentadas nos PCN (1997) como:
A implantação de propostas inovadoras, por sua vez, esbarra na falta de uma formação profissional qualificada, na existência de concepções pedagógicas inadequadas e, ainda, nas restrições ligadas às condições de trabalho. Tais problemas acabam sendo responsáveis por muitos equívocos e distorções em relação aos fundamentos norteadores e ideias básicas que aparecem em diferentes propostas (BRASIL, 1997, p.24).
Uma dessas inovações curriculares é, certamente, a proposta de incluir
desde os anos iniciais os problemas de contagem de modo a favorecer o
desenvolvimento do raciocínio combinatório das crianças. Essa proposta
consta, por exemplo, nas orientações dos PCN (1997 e 1998). As razões dessa
inclusão são justificadas assim nas orientações contidas nos PCN (1997):
Um olhar mais atento para nossa sociedade mostra a necessidade de acrescentar a esses conteúdos aqueles que permitam ao cidadão “tratar” as informações que recebe cotidianamente, aprendendo a lidar com dados estatísticos, tabelas e gráficos, a raciocinar utilizando ideias relativas à probabilidade e à combinatória (BRASIL, 1997, p.53).
No rastro dessas orientações curriculares também no Currículo da
Secretaria Estadual de Educação de São Paulo (2010) em relação aos
processos de ensino e de aprendizagem dos conteúdos básicos relacionados
33
aos problemas de contagem assim se referem os autores de São Paulo (2010)
quanto à abordagem sugerida para o Ensino Fundamental:
No Ensino Fundamental, o trabalho com o bloco de conteúdos denominado NÚMEROS tem por objetivo principal um enriquecimento do escopo da linguagem numérica, inicialmente restrita a situações e problemas envolvendo a contagem e a medida (SÃO PAULO, 2010, p. 40) (grifo dos autores).
Portanto, como forte justificativa para o desenvolvimento da pesquisa
deste trabalho tem-se o fato de que é preciso que os professores tenham
acesso a formação continuada apropriada. O sentido da palavra “apropriada”
dado á formação continuada é o mesmo adotado por diversos pesquisadores
como Pires (2002) e Pietropaolo (2005), ou seja, a promoção de encontros e
cursos que promovam reflexões sobre a prática pedagógica à luz de recentes
pesquisas e sobre as inovações curriculares propostas.
Assim, mediante a formação que propusemos para esta investigação,
levamos em conta pesquisas recentes e algumas orientações curriculares
prescritas, sobretudo as da Proposta Curricular do Estado de São Paulo
(2010), tendo em vista que os docentes, sujeitos de nossa pesquisa estavam
imbuídos de implementar esse currículo.
1.3 Metodologia de Pesquisa
1.3.1 O problema central da pesquisa
No item anterior apresentamos breves considerações sobre a questão
da formação continuada de professores e das inovações curriculares. Mas,
para fazermos opções – teóricas e metodológicas – e justificá-las, é necessário
que explicitemos as questões desta pesquisa. São elas:
� Quais são as inovações propostas pelos Parâmetros Curriculares
Nacionais (1998) e pelo atual Currículo do Estado de São Paulo
(2010) para os processos de ensino e de aprendizagem de
conceitos relativos a Problemas de Contagem?
� Quais são os conhecimentos de um grupo de professores a
respeito da resolução de Problemas de Contagem e suas
concepções sobre o desenvolvimento desse tema no Ensino
Fundamental?
34
� Uma sequência de atividades que explore a resolução de
Problemas de Contagem, sem a utilização de fórmulas, pode
favorecer a ressignificação dos conhecimentos dos professores
sob os pontos de vista do conteúdo, didático e curricular, de
noções relativas a esse tema?
� Que experiências um professor de Matemática do Ensino
Fundamental deve vivenciar em sua formação continuada para
selecionar e dirigir situações de aprendizagem com vistas a
desenvolver o raciocínio combinatório de seus alunos por meio da
proposição de problemas de contagem de modo a compreender
as dificuldades que os alunos enfrentam na resolução e para
ajudá-los a superar essas dificuldades e atender às orientações
do Currículo do Estado de São Paulo (2010)?
Cabe destacar que ao formular suas questões de pesquisa, o
pesquisador já sabe a priori alguma coisa em relação a elas. No entanto,
apesar de possuir um pré-conhecimento acumulado a respeito de suas
vivências, procura compreensões para sua investigação a partir das análises
realizadas e das perspectivas presentes nos sujeitos da investigação.
Por conta disso, o pesquisador se prepara para a investigação
procurando estabelecer estratégias e escolher procedimentos metodológicos,
passando a adotar referenciais teóricos que permitam a ele melhor
compreender o objeto da pesquisa e a estabelecer relações entre os seus
pressupostos e o que será revelado pelos sujeitos da pesquisa.
Sendo assim, por admitir que este estudo não esteja isento da nossa
maneira de ver e compreender o fenômeno educativo é que consideramos
necessário expor, no início deste capítulo, as motivações pessoais decorrentes
de fatos “históricos” vivenciados como participante, para justificar a
problemática do tema a ser pesquisado.
Este caminho remete à subjetividade de nosso estudo da qual não
pudemos e nem queremos escapar e, portanto, por admiti-la como parte
integrante e essencial dessa investigação consideramos essencial caminhar
35
segundo critérios claros na busca do rigor científico de modo a alcançar, tanto
quanto possível, a objetividade necessária e indispensável.
Para que o leitor se situe em relação ao quantitativo dos sujeitos desta
pesquisa e algumas considerações que se relacionam com os encontros de
ensino havidos, apresentamos um breve relato na seção seguinte.
1.3.2 O Observatório da Educação da UNIBAN/CAPES
Como nossa investigação desenvolve-se no âmbito do Observatório da
Educação, tendo em vista que os vinte e três sujeitos da pesquisa são
professores integrantes deste projeto, consideramos ser necessário descrevê-
lo sucintamente.
O Projeto Observatório da Educação da UNIBAN/CAPES foi criado por
meio da constituição de um grupo colaborativo de formação e de pesquisa com
a finalidade de fomentar efetivas discussões sobre as práticas do professor em
seu contexto de trabalho bem como o de propiciar o compartilhamento entre os
pares (professores da Educação Básica) e os formadores da universidade, em
estrita articulação com as teorias e pesquisas estudadas.
A finalidade desse projeto é de promover e analisar o desenvolvimento
profissional docente de professores de matemática quando estes estão
inseridos em processos de implementação de inovações curriculares.
Assim, uma das preocupações do Observatório é a que os processos de
formação dos professores envolvidos (presencialmente e a distância (não
objeto desta pesquisa)) deverão incluir, evidentemente, situações em que as
práticas pedagógicas sejam refletidas e problematizadas pelos professores da
Universidade e professores da Educação Básica.
O pressuposto dos trabalhos desenvolvidos no seio do Observatório é
que os processos formativos de professores devem ser investigados em
relação estreita com os ambientes e contextos aos quais os professores
desenvolvem suas práticas, não deixando de considerar como referenciais as
tendências da formação de professores.
36
Portanto, como principal objetivo do projeto Observatório da Educação
da UNIBAN/CAPES considera-se o de desenvolver uma metodologia efetiva
que envolve a Educação Continuada de Professores que lecionam Matemática
na Educação Básica por meio da criação e do envolvimento de redes
colaborativas de aprendizagem profissional.
A partir da compreensão da problemática que envolve a formação
continuada de professores que ensinam matemática e baseado nos princípios
teóricos que direcionaram o design e a metodologia do Projeto Observatório,
anteriormente indicados, é possível definir, em linhas gerais, os objetivos que
foram definidos para a atuação do Observatório, quais sejam:
• Identificar os aspectos em que a metodologia de formação
continuada do professor de Matemática – estabelecimento de
grupos de trabalho colaborativos, cuja estratégia é a articulação
entre a teoria, a prática docente e a pesquisa – pode favorecer o
desenvolvimento profissional dos envolvidos;
• Pesquisar o papel do ambiente tecnológico - no caso, um espaço
virtual criado para a aprendizagem contínua – das reflexões
compartilhadas e da integração do grupo;
• Contribuir com propostas para serem desenvolvidas nas aulas de
Matemática, visando à melhoria da qualidade dos processos de
ensino e de aprendizagem;
• Pesquisar o papel da história da matemática escolar no processo
de formação (porque ensinamos o que ensinamos;
transformações nos currículos prescritos; movimentos de
modernização; livros didáticos);
• Estudar formas de manutenção dos grupos de trabalho
colaborativo, de modo que tenham continuidade ao término dos
projetos de formação de professores.
Os propósitos da presente investigação estão em consonância com o 1º,
3º e 5º objetivos definidos como acima.
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Em 2011 o Observatório da Educação da UNIBAN/CAPES encontrava-
se com a seguinte composição: 6 professores-pesquisadores doutores da
UNIBAN; 4 alunos de Doutorado e 1 aluno de Mestrado em Educação
Matemática da UNIBAN e 23 professores de Educação Básica da Secretaria de
Estado de Educação da Diretoria de Ensino da Região Norte de São Paulo.
As temáticas que foram objeto dos encontros no ano de 2011 foram:
Números Reais, Análise Combinatória (Problemas de Contagem) e
Probabilidade – temas sugeridos pelos professores.
O número de encontros para cada temática varia de acordo com os
objetivos a serem alcançados e as necessidades do grupo de professores
acertados no decorrer de cada uma das pesquisas associadas a cada temática
objeto da formação continuada integrante da respectiva pesquisa.
Para esta pesquisa os encontros de ensino no Observatório da
Educação da UNIBAN/CAPES ocorreram entre os meses de maio e setembro
de 2011, em intervalos quinzenais ou mais (as datas que os encontros
ocorreram estão junto aos respectivos textos e situações-problema,
apresentados nos Apêndices), sempre às quintas feiras, no horário das
13h30min às 17h30min, envolvendo até 23 professores que atuam em escolas
públicas estaduais de Ensino Fundamental II e Ensino Médio da Região Norte
da cidade de São Paulo, pertencentes da Secretaria de Estado da Educação
de São Paulo, divididos em grupos de até quatro professores em cada.
A seguir apresentamos um quadro onde listamos as datas em que os
oito encontros ocorreram (o 1º encontro na primeira fase – Fase de design e os
outros sete encontros na segunda fase – Fase de intervenção e na terceira
fase - Fase de experimentação):
Quadro 1: Datas dos encontros da sequência didática
Encontro Data
1º 12/5/2011
2º 26/5/2011
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3º 16/6/2011
4º 04/8/2011
5º 18/8/2011
6º 25/8/2011
7º 04/9/2011
8º 18/9/2011
O grupo de professores é constituído segundo as normas de
organização do Projeto Observatório. O grupo participou de 8 (oito) encontros
de ensino, cada um deles com duração média de 200 minutos cada, totalizando
26 horas de encontros de ensino por professor.
Além dos professores, todos os encontros de ensino tiveram a presença
do pesquisador; em alguns deles houve a presença de professor (es) do
Programa de Pós Graduação da UNIBAN e em alguns encontros o professor
Orientador da pesquisa esteve presente e até interagiu com os sujeitos da
pesquisa.
O desenrolar das atividades que foram desenvolvidas no seio do
Observatório da Educação da UNIBAN/CAPES foi monitorada através da
captação de som e imagens (em alguns encontros em que foi possível
disponibilizar da câmara) feita por gravação em áudio e vídeo bem como pelas
anotações observadas e registradas pelo pesquisador através das reflexões,
discussões e observações feitas entre os participantes nos grupos menores e
em todo o grupo, com a mediação.
A Tabela a seguir mostra, então, a distribuição dos professores que
participaram com suas reflexões respostas da primeira fase desta pesquisa, no
primeiro dos encontros do Observatório ocorrido em 12 de maio de 2011.
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Tabela 1: Indicação dos dados dos professores que permitiram a concepção inicial da sequência didática desenvolvida no Observatório da Educação da UNIBAN/CAPES
PROF. SENHA DED Q1 Q2P1 PP S S SP2 MEG S S SP3 ML54 S S SP4 1824 S S SP5 CMK S S SP6 S.5 S S SP7 MCH S S SP8 M.AIKO S S SP9 CIRLENE S S S
P10 SORO S S SP11 SRF-ROSA S S SP12 SAMURAI 256 S S SP13 BAPTISTA S S SP14 CP57 S S SP15 FV S S SP16 CLÁUDIA S S SP17 1811 S S SP18 CECÍLIA S S SP19 VANDA S S SP20 ELENA S S SP21 REGINA N N NP22 1084 N N NP23 ALB N N N
No primeiro dos encontros de ensino um total de 20 professores
forneceu respostas a três questionários: Dados da Experiência Docente (Q1)6,
Conhecimentos de Conteúdo (Q2)7 e Conhecimentos Pedagógicos (Q3)8,
sendo que o primeiro deles foi respondido após o intervalo, em um período de
até uma hora, e os dois últimos, entregues, nesta ordem, em até duas horas e
meio, antes do intervalo.
As respostas fornecidas pelos professores foram objeto de análise e
estão sintetizadas ao longo do Capítulo 4. Elas serviram de base para
estruturar, identificar e conceber as primeiras atividades que foram
desenvolvidas nos encontros de ensino subsequentes, seguindo orientações
dos dois primeiros momentos da metodologia Design Experiments, segundo
Cobb et al (2003), utilizada nesta investigação e considerada na seção a
seguir.
6 Ver Apêndice A. 7 Ver Apêndice B. 8 Ver Apêndice C.
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Além disso, os dados resultantes das atividades da sequência de
ensino9 – Fase de Intervenção e do questionário Q410 - Fase de
Experimentação têm suas análises apresentadas no Capítulo 5.
Nessas análises vamos considerar aspectos e concepções relacionadas
às reflexões e o produto destas reflexões feitas pelos professores integrantes
do Observatório da Educação da CAPES/UNIBAN com a mediação do
pesquisador, segundo uma amostra de 20 (vinte) professores, os sujeitos de
nossa pesquisa (professores identificados de P1 a P20), considerando variável
a presença dos professores aos encontros de ensino, razão porque os
professores P21, P22 e P23 figuram na tabela, mas estiveram presentes em
alguns encontros da sequência de ensino.
1.3.3 Sobre a metodologia: algumas considerações
A metodologia Design Experiments foi escolhida para nortear a segunda
fase de nossa pesquisa e os motivos para tal escolha são explicados e
compreendidos à medida que a descrevemos, em seguida.
Ressaltamos, desde já, não ter encontrado uma tradução para o
português do termo design que atendesse aos propósitos conforme foi escrito
no texto original. Segundo Drisostes (2005), “o termo design envolve atividades
como planejar, delinear, desenhar, esboçar, projetar, esquematizar, criar,
inventar e executar” (DRISOSTES, 2005, p.38).
Considerando que os professores de Matemática - sujeitos desta
pesquisa - estavam imbuídos da ideia de implementar em sua prática
pedagógica as orientações contidas no Currículo de Matemática do Estado de
São Paulo (2010) e o fato de ter sido esse Currículo elaborado com base nos
Parâmetros Curriculares Nacionais (1998), a metodologia adotada para a
busca de respostas às quatro questões de nossa investigação incluiu
inicialmente uma pesquisa documental a respeito da análise das orientações
curriculares contidas nesses documentos.
9 Ver Apêndices de E até M. 10 Ver Apêndice D.
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A utilização da metodologia Design Experiments segundo Cobb et al
(2003) para atender aos propósitos desta pesquisa se consubstanciaram nas
características presentes nos dois primeiros momentos explicitados pelos
autores e que, nesta investigação, se desdobraram em três momentos, a
saber: Primeiro momento: definição dos documentos diagnósticos acerca da
Experiência docente, dos conhecimentos de conteúdo e dos conhecimentos
pedagógicos conteúdos e a elaboração das respectivas questões para compor
as atividades desses três documentos introdutórios, o segundo momento:
elaboração e aplicação de proposta de sequência didática de ensino que foi
apresentada aos professores sujeitos da pesquisa durante os encontros de
ensino no seio do Projeto Observatório da Educação da UNIBAN/CAPES,
ambiente em que a pesquisa se desenvolveu e o terceiro momento, no qual
elaboramos um questionário para identificar concepções e crenças dos
professores em relação à ressignificação de conhecimentos de conteúdo,
pedagógicos de conteúdo e curriculares, após a sequência didática..
A metodologia Design Experiments, por Cobb et al (2003), ainda
considera os seguintes momentos: Elaboração de sequência didática pelos
professores e Interpretação, análise e discussão sobre as produções dos
alunos.
A pesquisa de campo objeto desta pesquisa foi desenvolvida, no
primeiro momento, como a seguir:
Inicialmente, neste momento, consistiu na aplicação de três
questionários ao grupo de professores, sujeitos desta pesquisa, visando
conhecer o perfil dos professores e identificar seus conhecimentos,
concepções e crenças a respeito do processo de ensino e de aprendizagem
dos Problemas de Contagem na Educação Básica. Esses questionários foram
respondidos individualmente por todos os professores e tinham a seguinte
finalidade: analisar a experiência docente dos professores; analisar os
conhecimentos de noções concernentes à Análise Combinatória na Educação
Básica, como conceitos, procedimentos e representações gráficas, ale de
analisar os conhecimentos pedagógicos do professor em relação a esse
conteúdo, ou seja: o que e como ensinar.
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O segundo momento – fase de intervenção - consistiu na concepção e
na realização de uma abordagem de noções concernentes à Análise
Combinatória com a finalidade de investigar se uma sequência de atividades
que explore atividades sobre a resolução de Problemas de Contagem, sem a
utilização de fórmulas, pode favorecer a ressignificação dos conhecimentos dos
professores sob os pontos de vista do conteúdo, didático e curricular de noções
concernentes a esse tema para o ensino e a aprendizagem no Ensino
Fundamental, preferencialmente. Os dados obtidos por meio dos questionários
respondidos no primeiro momento se constituíram em ponto de partida para a
elaboração e aplicação dessa sequência de atividades. Além disso, levamos
em conta os resultados de pesquisas sobre os processos de ensino e de
aprendizagem desse tema, como as pesquisas de Navarro-Pelayo, Batanero &
Godino (1996), Fischbein e Gazit (1988) e Placha e Moro (2009), além das
orientações pedagógicas do Currículo de São Paulo (2010). Quanto ao
método utilizado para a análise dos dados coletados baseamo-nos na noção de
imagem conceitual conforme Tall e Vinne