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2019 1 DJE de fevereiro a dezembro de 2019

2019 - STF · processos nos tribunais e meios de impugnaÇÃo das decisÕes judiciais 140 ordem dos processos e processos de competÊncia originÁria dos tribunais aÇÃo ... habeas

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  • 2019

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    DJE de fevereiro

    a dezembro de 2019

  • 2019

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    TESES E FUNDA ME NTO S BO LETIM DE A CÓ RDÃO S PUBL ICA DOS

    Este Boletim contém resumos de decisões proferidas pelo Supremo Tribunal Federal.

    Elaborado a partir de acórdãos publicados no mês de referência, e cujo julgamento tenha sido noticiado no Informativo STF, o periódico traz os principais fundamentos e conclusões dos julgados.

    A fidelidade deste trabalho ao conteúdo efetivo das decisões, embora seja uma das metas almejadas, ape-nas poderá ser aferida pela leitura integral do inteiro teor publicado no Diário da Justiça Eletrônico.

    SUMÁRIO

    DIREITO ADMINISTRATIVO

    AGENTES PÚBLICOS ............................................................................. 15 CARGO PÚBLICO

    ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS

    AGENTES PÚBLICOS ............................................................................. 15 CARGO PÚBLICO

    INVESTIDURA

    AGENTES PÚBLICOS ............................................................................. 16 CONCURSO PÚBLICO

    INGRESSO NA CARREIRA

    AGENTES PÚBLICOS ............................................................................ 17 CONCURSO PÚBLICO

    SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS

    AGENTES PÚBLICOS ............................................................................. 19 CONCURSO PÚBLICO

    SERVENTIAS JUDICIAIS

    AGENTES PÚBLICOS ............................................................................ 19 DIREITOS E DEVERES

    DIREITO DE GREVE

    AGENTES PÚBLICOS ............................................................................. 20 MAGISTRATURA

    LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE

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    AGENTES PÚBLICOS ............................................................................. 21 REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

    APOSENTADORIA ESPECIAL

    AGENTES PÚBLICOS ............................................................................. 22 REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

    CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA — REPERCUSSÃO GERAL

    AGENTES PÚBLICOS ............................................................................. 24 SISTEMA REMUNERATÓRIO

    PRINCÍPIO DA ISONOMIA

    AGENTES PÚBLICOS ............................................................................. 24 SISTEMA REMUNERATÓRIO

    TETO REMUNERATÓRIO

    AGENTES PÚBLICOS ............................................................................. 25 SISTEMA REMUNERATÓRIO

    TETO REMUNERATÓRIO – REPERCUSSÃO GERAL

    AGENTES PÚBLICOS ............................................................................. 27 SISTEMA REMUNERATÓRIO

    TETO REMUNERATÓRIO

    CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................ 28 CONTROLE EXTERNO

    TRIBUNAL DE CONTAS

    CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................ 29 CONTROLE EXTERNO

    TRIBUNAL DE CONTAS

    CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ................................................ 30 DECISÃO ADMINISTRATIVA

    REVISÃO JUDICIAL

    IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA ............................................................ 31 AÇÃO DE RESSARCIMENTO AO ERÁRIO

    IMPRESCRITIBILIDADE – REPERCUSSÃO GERAL

    INTERVENÇÃO DO ESTADO NA PROPRIEDADE ........................................... 32 DESAPROPRIAÇÃO

    JUROS COMPENSATÓRIOS E HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

    ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................................... 35 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

    AGÊNCIAS REGULADORAS

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    ORGANIZAÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA .......................................... 38 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA

    EMPRESAS PÚBLICAS E SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA

    PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................... 39 DEVIDO PROCESSO LEGAL

    CADASTROS FEDERAIS DE INADIMPLÊNCIA

    PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA ............................................... 40 MORALIDADE

    NEPOTISMO

    RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ..................................................... 40 RESPONSABILIDADE OBJETIVA

    ANISTIADOS POLÍTICOS

    RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ..................................................... 40 RESPONSABILIDADE OBJETIVA

    ATIVIDADE NOTARIAL E DE REGISTRO – REPERCUSSÃO GERAL

    RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO ..................................................... 42 RESPONSABILIDADE OBJETIVA

    DIREITO DE REGRESSO – REPERCUSSÃO GERAL

    DIREITO AMBIENTAL

    POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE................................................. 43 CÓDIGO FLORESTAL – LEI 12.651/2012

    ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE E ÁREAS DE RESERVA LEGAL

    DIREITO CONSTITUCIONAL

    DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................. 59 DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

    DIREITO À IGUALDADE

    DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................. 62 DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

    LIBERDADE DE ASSOCIAÇÃO SINDICAL

    DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................. 65 DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E COLETIVOS

    LIBERDADE RELIGIOSA

    DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS ................................................. 66 DIREITOS SOCIAIS

    PROTEÇÃO À MATERNIDADE E À INFÂNCIA

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    DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................. 67 DIREITOS SOCIAIS

    MORADIA

    DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................. 68 DIREITOS SOCIAIS

    SAÚDE

    DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................. 69 DIREITOS SOCIAIS

    ESTABILIDADE DA EMPREGADA GESTANTE— REPERCUSSÃO GERAL

    DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................. 70 DIREITOS POLÍTICOS

    PROCESSO DE REVISÃO ELEITORAL

    DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS .................................................. 71 DIREITOS POLÍTICOS

    SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS – REPERCUSSÃO GERAL

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 71 UNIÃO

    COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 72 UNIÃO

    COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 74 UNIÃO

    COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 77 UNIÃO

    COMPETÊNCIA LEGISLATIVA PRIVATIVA

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 78 DA UNIÃO

    COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 79 ESTADOS FEDERADOS

    COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 80 ESTADOS FEDERADOS

    COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE

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    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 82 ESTADOS FEDERADOS

    COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 83 ESTADOS FEDERADOS

    COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 84 ESTADOS FEDERADOS

    COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 85 ESTADOS FEDERADOS

    PRINCÍPIO DA SIMETRIA

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 87 MUNICÍPIOS

    COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR — REPERCUSSÃO GERAL

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 88 MUNICÍPIOS

    COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 89 MUNICÍPIOS

    COMPETÊNCIA LEGISLATIVA SUPLEMENTAR

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 90 MUNICÍPIOS

    TRIBUNAIS DE CONTAS DOS MUNICÍPIOS

    ORGANIZAÇÃO DO ESTADO .................................................................. 90 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

    REGIÕES

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................... 92 PODER LEGISLATIVO

    PROCESSO LEGISLATIVO

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................... 93 PODER EXECUTIVO

    ATRIBUIÇÕES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................... 95 PODER EXECUTIVO

    GOVERNADOR E VICE-GOVERNADOR

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    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................... 96 PODER EXECUTIVO

    RESPONSABILIDADE DOS GOVERNADORES

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................... 98 PODER JUDICIÁRIO

    SEQUESTRO DE VERBAS PÚBLICAS

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................... 98 PODER JUDICIÁRIO

    PRECATÓRIOS – REPERCUSSÃO GERAL

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................... 99 PODER JUDICIÁRIO

    SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................... 99 PODER JUDICIÁRIO

    SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................. 100 PODER JUDICIÁRIO

    SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................. 101 PODER JUDICIÁRIO

    CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................. 102 PODER JUDICIÁRIO

    CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................. 102 PODER JUDICIÁRIO

    CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................. 103 PODER JUDICIÁRIO

    CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................. 103 PODER JUDICIÁRIO

    CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................. 104 PODER JUDICIÁRIO

    SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

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    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................. 105 PODER JUDICIÁRIO

    REGISTROS PÚBLICOS

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................. 106 FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

    MINISTÉRIO PÚBLICO

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................. 107 FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

    ADVOCACIA PÚBLICA

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................. 109 FUNÇÕES ESSENCIAIS À JUSTIÇA

    ADVOCACIA PÚBLICA

    ORGANIZAÇÃO DOS PODERES ............................................................. 110 FISCALIZAÇÃO CONTÁBIL, FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

    TRIBUNAL DE CONTAS

    TRIBUTAÇÃO E ORÇAMENTO .............................................................. 110 SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL

    LIMITAÇÕES AO PODER DE TRIBUTAR

    TRIBUTAÇÃO E ORÇAMENTO ............................................................... 112 FINANÇAS PÚBLICAS

    ORÇAMENTOS

    ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA ...................................................... 112 EXPLORAÇÃO DE ATIVIDADE ECONÔMICA PELO ESTADO

    PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA — REPERCUSSÃO GERAL

    ORDEM ECONÔMICA E FINANCEIRA ...................................................... 113 PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA

    LIVRE INICIATIVA E LIVRE CONCORRÊNCIA – REPERCUSSÃO GERAL

    ORDEM SOCIAL ................................................................................ 116 EDUCAÇÃO, CULTURA E DESPORTO

    EDUCAÇÃO — REPERCUSSÃO GERAL

    ORDEM SOCIAL ................................................................................ 117 COMUNICAÇÃO SOCIAL

    LIBERDADE DE EXPRESSÃO

    ORDEM SOCIAL ................................................................................ 119 MEIO AMBIENTE

    AMAZÔNIA LEGAL

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    ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS (ADCT) ............. 121 COMUNIDADES DOS QUILOMBOLAS

    LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL

    DIREITO ELEITORAL

    ELEIÇÕES ........................................................................................ 126 SISTEMA ELEITORAL

    NULIDADES DA VOTAÇÃO

    PARTIDOS POLÍTICOS ......................................................................... 128 FINANCIAMENTO DE CAMPANHA

    PRESTAÇÃO DE CONTAS

    DIREITO FINANCEIRO

    LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL ........................................................ 129 DÍVIDA PÚBLICA

    OPERAÇÕES DE CRÉDITO

    DIREITO INTERNACIONAL

    DIREITO PENAL INTERNACIONAL .......................................................... 131 COOPERAÇÃO INTERNACIONAL EM MATÉRIA PENAL

    EXTRADIÇÃO

    DIREITO PENAL

    PENAS ............................................................................................ 131 APLICAÇÃO DA PENA

    FIXAÇÃO DA PENA

    PRINCÍPIOS E GARANTIAS PENAIS ......................................................... 132 POLÍTICA CRIMINAL

    PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA

    LEGISLAÇÃO PENAL ESPECIAL .............................................................. 132 LEI 9.613/1998 – LEI DE LAVAGEM DE CAPITAIS

    ART. 1º – DOS CRIMES DE “LAVAGEM” OU OCULTAÇÃO DE BENS, DIREITOS E VALORES

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    DIREITO PROCESSUAL CIVIL

    SUJEITOS DO PROCESSO ..................................................................... 136 PARTES E PROCURADORES

    DESPESAS, HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E MULTAS

    PROCESSO DE CONHECIMENTO E CUMPRIMENTO DE SENTENÇA ................ 137 CUMPRIMENTO DA SENTENÇA

    OBRIGAÇÃO DE PAGAR QUANTIA CERTA — REPERCUSSÃO GERAL

    PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 140 ORDEM DOS PROCESSOS E PROCESSOS DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS

    AÇÃO RESCISÓRIA

    PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 140 ORDEM DOS PROCESSOS E PROCESSOS DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS

    AÇÃO RESCISÓRIA

    PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 141 ORDEM DOS PROCESSOS E PROCESSOS DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS

    AÇÃO RESCISÓRIA

    PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 141 ORDEM DOS PROCESSOS E PROCESSOS DE COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DOS TRIBUNAIS

    INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE — REPERCUSSÃO GERAL

    PROCESSOS NOS TRIBUNAIS E MEIOS DE IMPUGNAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS 142 MANDADO DE SEGURANÇA

    CABIMENTO

    TUTELA COLETIVA ............................................................................. 142 AÇÃO CIVIL PÚBLICA

    LEGITIMIDADE ATIVA — REPERCUSSÃO GERAL

    DIREITO PROCESSUAL PENAL

    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 143 PRINCÍPIOS E GARANTIAS PENAIS

    DIREITO AO SILÊNCIO E À NÃO AUTOINCRIMINAÇÃO

    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 144 COMPETÊNCIA

    COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

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    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 145 COMPETÊNCIA

    COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 145 COMPETÊNCIA

    JUSTIÇA ELEITORAL

    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 146 PROVA

    COLABORAÇÃO PREMIADA

    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 147 PROVA

    EXAME DE CORPO DE DELITO E PERÍCIAS EM GERAL

    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 149 INQUÉRITO POLICIAL

    CONDUÇÃO COERCITIVA

    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 150 AÇÃO PENAL

    AÇÃO PENAL PRIVADA

    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 151 COMPETÊNCIA

    JUSTIÇA ESTADUAL

    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 151 COMPETÊNCIA

    COMPETÊNCIA POR PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 151 COMPETÊNCIA

    COMPETÊNCIA PELA PRERROGATIVA DE FUNÇÃO

    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 152 QUESTÕES E PROCESSOS INCIDENTES

    MEDIDAS ASSECURATÓRIAS

    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 153 JUIZ, MINISTÉRIO PÚBLICO, ACUSADO, DEFENSOR, ASSISTENTES E AUXILIARES DA JUSTIÇA

    MINISTÉRIO PÚBLICO

    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 154 PRISÃO, MEDIDAS CAUTELARES E LIBERDADE PROVISÓRIA

    PRISÃO DOMICILIAR

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    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 154 PRISÃO, MEDIDAS CAUTELARES E LIBERDADE PROVISÓRIA

    PRISÃO EM FLAGRANTE

    PROCESSOS EM ESPÉCIE ..................................................................... 155 PROCESSO COMUM

    PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI

    PROCESSOS EM ESPÉCIE ..................................................................... 156 PROCESSOS ESPECIAIS

    LEI 8.038/1990 – PROCESSOS PERANTE O SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (STJ) E O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL (STF)

    PROCESSOS EM ESPÉCIE ..................................................................... 156 PROCESSO COMUM

    PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI

    PROCESSO EM ESPÉCIE ...................................................................... 157 PROCESSO COMUM

    PROCEDIMENTO RELATIVO AOS PROCESSOS DA COMPETÊNCIA DO TRIBUNAL DO JÚRI

    PROCESSOS EM ESPÉCIE ..................................................................... 157 PROCESSOS ESPECIAIS

    LEI 12.850/2013 – ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA

    EXECUÇÃO PENAL ............................................................................. 158 EXECUÇÃO DAS PENAS EM ESPÉCIE

    PENA DE MULTA

    NULIDADES E RECURSOS EM GERAL ...................................................... 160 RECURSOS EM GERAL

    HABEAS CORPUS E SEU PROCESSO

    NULIDADES E RECURSOS EM GERAL ...................................................... 162 RECURSOS EM GERAL

    RECURSO EXTRAORDINÁRIO

    DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR

    COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA MILITAR ...................................................... 164 COMPETÊNCIA EM GERAL

    ATIVIDADE MILITAR

    PROCESSO PERANTE O SUPERIOR TRIBUNAL MILITAR .............................. 165 PRINCÍPIOS DO PROCESSO PENAL MILITAR

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    AMPLA DEFESA

    DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO

    CONVENÇÕES COLETIVAS DE TRABALHO ................................................ 165 COMISSÕES DE CONCILIAÇÃO PRÉVIA

    DISPOSIÇÕES GERAIS

    PROCESSO EM GERAL ........................................................................ 167 DA DECISÃO E SUA EFICÁCIA

    AÇÃO RESCISÓRIA

    DIREITO DO TRABALHO

    CONTRATO DE TRABALHO .................................................................. 167 CONVENÇÃO E ACORDO COLETIVO

    CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO

    CONTRATO DE TRABALHO .................................................................. 168 TRABALHO TEMPORÁRIO

    TERCEIRIZAÇÃO – REPERCUSSÃO GERAL

    DIREITO TRIBUTÁRIO

    TRIBUTOS........................................................................................ 172 CONTRIBUIÇÕES ESPECIAIS/IMPOSTOS

    CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO (CSLL) / IMPOSTO DE RENDA DAS PESSOAS JURÍDICAS (IRPJ)

    TRIBUTOS........................................................................................ 173 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

    CONTRIBUIÇÃO PARA A SEGURIDADE SOCIAL – REPERCUSSÃO GERAL

    TRIBUTOS........................................................................................ 174 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

    CONTRIBUIÇÃO PARA A SEGURIDADE SOCIAL – REPERCUSSÃO GERAL

    TRIBUTOS........................................................................................ 176 CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

    CONTRIBUIÇÃO PARA A SEGURIDADE SOCIAL — REPERCUSSÃO GERAL

    TRIBUTOS........................................................................................ 179 IMPOSTOS

    IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN) — REPERCUSSÃO GERAL

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    TRIBUTOS........................................................................................ 179 IMPOSTOS

    IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA (ISSQN) – REPERCUSSÃO GERAL

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    DIREITO ADMINISTRATIVO

    AGENTES PÚBLICOS

    CARGO PÚBLICO

    ACUMULAÇÃO DE CARGOS PÚBLICOS

    A existência de norma infraconstitucional li-mitadora de jornada semanal de trabalho não constitui óbice ao reconhecimento do direito à acumulação de cargos de profissio-nal de saúde.

    A acumulação de cargos privativos de profissionais de saúde, com profissões regu-lamentadas, nos termos do art. 37, XVI, c1, da Constituição Federal (CF), está condicio-nada apenas à compatibilidade de horários entre os cargos exercidos2.

    RE 1.176.440, rel. min. Alexandre de Mo-raes, DJE de 13-5-2019. (Informativo 937, Primeira Turma) ___________________________________

    AGENTES PÚBLICOS

    CARGO PÚBLICO

    INVESTIDURA

    É inconstitucional lei estadual que exige como requisito para a investidura em cargo de administrador público a graduação em

    1 CF/1998: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI: (...) c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas; “

    2 RMS 34.257 AgR, rel. min. Ricardo Lewandowski, 2ª T.

    3 CF/1988: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:”

    curso de administração pública mantido por instituição pública de ensino superior cre-denciada no respectivo Estado e estabelece como critério privilegiado de classificação o rendimento obtido no referido curso supe-rior.

    Essas limitações de acesso a cargo pú-blico criam restrição de competitividade in-compatível com o princípio constitucional da isonomia [Constituição Federal (CF), art. 5º, caput3].4 O elemento de discriminação favo-rece diretamente apenas as instituições de ensino situadas em determinado território estadual, privilegiando-as sem qualquer jus-tificativa legítima, em detrimento daquelas localizadas no restante do País.

    Ademais, a limitação à investidura em de-terminado cargo público é medida de conde-nável consequência, não apenas porque res-tringe um direito civil (o acesso a cargos pú-blicos, individualmente considerado), como porque relativiza um princípio geral de Ad-ministração Pública muito caro à configura-ção democrática do Estado brasileiro (aces-sibilidade a cargos públicos, coletivamente considerado). Tal é a relevância desses valo-res que a Constituição estabeleceu em seu próprio texto as restrições que devem ser observadas na ocupação de cargos. Assim o fez nos arts. 12, § 3º, e incisos5 (cargos pri-vativos de brasileiros natos), art. 37, II6, (pro-vas e títulos como metodologia básica para

    4 ADI 3.580, rel. min. Gilmar Mendes, P; ADI 3.522, rel. min. Marco Aurélio, P; e ADI 2.949, red. p/ o ac. min. Marco Aurélio, P.

    5 CF/1988: “Art. 12. São brasileiros: (...) § 3º São privativos de brasileiro nato os cargos: I – de Presidente e Vice-Presidente da República; II – de Presidente da Câmara dos Deputados; III – de Presidente do Senado Federal; IV – de Ministro do Supremo Tribunal Federal; V – da carreira diplomática; VI – de oficial das Forças Armadas. VII – de Ministro de Estado da Defesa”

    6 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou

    http://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5590932http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo937.htmhttp://portal.stf.jus.br/processos/detalhe.asp?incidente=5005394http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=630141http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=363389http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=630137

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    aferição de capacidade técnica) e art. 37, VIII7 (reserva de percentual de cargos por meio de lei para preenchimento por pessoas com deficiências).

    Portanto, são inconstitucionais os arts. 3º, § 1º, e 5º, § 4º, além da expressão “e Gra-duação em Curso de Administração Pública mantido por Instituição Pública de Ensino Superior, credenciada no Estado de Amazo-nas” inserida no caput do art. 3º da Lei 2.778/20028 do Estado do Amazonas por ofensa ao princípio constitucional de igual-dade no acesso a cargos públicos (art. 37, II), além de criar ilegítimas distinções entre bra-sileiros, o que é vedado pela CF (art. 19, III9).

    ADI 3.659, rel. min. Alexandre de Moraes, DJE de 8-5-2019. (Informativo 927, Plenário) ___________________________________

    AGENTES PÚBLICOS

    CONCURSO PÚBLICO

    INGRESSO NA CARREIRA

    A lei que possibilita o ingresso no serviço pú-blico diretamente no último padrão do plano de carreira contraria os princípios da igualdade e da impessoalidade pelos quais se rege o concurso público.

    A obrigatoriedade de realização de con-curso público, com as exceções constitucio-nais, é instrumento de efetivação dos princí-pios da igualdade, da impessoalidade e da

    emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

    7 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) VIII – a lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras de deficiência e definirá os critérios de sua admissão;”

    8 Lei 2.778/2002 do Estado do Amazonas: “Art. 3º O provimento dos cargos na classe inicial da carreira dar-se-á por aprovação em concurso público de provas e títulos, e Graduação em Curso de Administração Pública mantido por Instituição Pública de Ensino

    moralidade, garantindo aos cidadãos o acesso aos cargos públicos, em condições de igualdade.

    Nesse sentido, “não se aspira uma igual-dade que frustre e desbaste as desigualda-des que semeiam a riqueza humana da soci-edade plural, nem se deseja uma desigual-dade tão grande e injusta que impeça o ho-mem de ser digno em sua existência e feliz em seu destino. O que se quer é a igualdade jurídica que embase a realização de todas as desigualdades humanas e as faça supri-mento ético de valores poéticos que o ho-mem possa desenvolver. As desigualdades naturais são saudáveis, como são doentes aquelas sociais e econômicas, que não dei-xam alternativas de caminhos singulares a cada ser humano único”.10

    Além disso, o “respeito efetivo à exigên-cia de prévia aprovação em concurso público qualifica-se, constitucionalmente, como pa-radigma de legitimação ético-jurídica da in-vestidura de qualquer cidadão em cargos, funções ou empregos públicos, ressalvadas as hipóteses de nomeação para cargos em comissão.

    A razão subjacente ao postulado do con-curso público traduz-se na necessidade es-sencial de o Estado conferir efetividade ao princípio constitucional de que todos são iguais perante a lei, sem distinção de qual-quer natureza, vedando-se, desse modo, a prática inaceitável de o Poder Público conce-

    Superior, credenciada no Estado do Amazonas. § 1º A classificação final dos candidatos será feita pela média ponderada da nota global do concurso, as provas e títulos com peso 1, e o coeficiente final de rendimento em Curso de Administração Pública, mantido por Instituição Pública de Ensino Superior, credenciada no Estado do Amazonas, com peso 2. (…) Art. 5º (…) § 4º As notas obtidas no estágio profissional servirão, se for o caso e pela média aritmética correspondente, como critério prioritário de desempate para efeito de nomeação.”

    9 CF/1988: “Art. 19. É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...) III – criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.”

    10 ROCHA, Cármen Lúcia Antunes. Princípio Constitucional da Igualdade. Belo Horizonte: Jurídicos Lê, 1990. p 118.

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749756388http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo927.htm#ADI%20e%20representa%C3%A7%C3%A3o%20de%20inconstitucionalidade

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    der privilégios a alguns ou de dispensar tra-tamento discriminatório e arbitrário a ou-tros”.11

    Especificamente no que diz respeito aos cargos públicos estruturados em carreira, o “critério do mérito aferível por concurso pú-blico de provas ou de provas e títulos é, por-tanto, no atual sistema constitucional, res-salvados os cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração, in-dispensável para cargo ou emprego público isolado ou em carreira. Para o isolado, em qualquer hipótese; para o em carreira, para o ingresso nela, que só se fará na classe ini-cial e pelo concurso público de provas ou de provas e títulos, não o sendo, porém, para os cargos subsequentes que nela se escalonam até o final dela, pois, para estes, a investi-dura se fará pela forma de provimento que é a ‘promoção’”.12

    Portanto, é inconstitucional o art. 18, § 1º, da Lei 8.691/1993.13

    Admite-se a regra de transição voltada a re-gular situações específicas de mudanças na estruturação de determinada carreira, i. e, que atribui a servidores não reenquadrados, por isonomia, o direito às vantagens remu-neratórias de cargos idênticos ou bastante assemelhados.14

    Não se trata, na hipótese, de equiparação de cargos distintos, atribuições distintas, ou de vinculação de vencimentos.

    Nesse aspecto, não se pode “confundir isonomia e paridade com equiparação ou vinculação para efeitos de vencimentos. ‘Isonomia’ é igualdade de espécies remune-ratórias entre cargos de atribuições iguais ou

    11 ADI 2.364 MC, rel. min. Celso de Mello, P. 12 ADI 231, rel. min. Moreira Alves, P. 13 Lei 8.691/1993: “Art. 18. O ingresso nas

    carreiras referidas nesta lei dar-se-á no padrão inicial de cada classe, após a aprovação em concurso público de provas ou de provas e títulos, respeitado o número de vagas dos respectivos cargos. § 1º Excepcionalmente, nos termos e condições que forem estabelecidos pelo CPC [Conselho do Plano de Carreiras], o ingresso nas carreiras de que trata esta lei dar-se-á no último padrão da classe mais elevada do nível superior.”

    assemelhadas. ‘Paridade’ é um tipo especial de isonomia, é igualdade de vencimentos atribuídos a cargos de atribuições iguais ou assemelhadas pertencentes a quadros de Poderes diferentes. ‘Equiparação’ é a com-paração de cargos de denominação e atri-buições diversas, considerando-os iguais para fins de se lhes conferir os mesmos ven-cimentos; é igualação jurídico-formal de car-gos ontologicamente desiguais, de tal sorte que, ao aumentar-se o padrão do cargo-pa-radigma, automaticamente o do outro ficará também majorado na mesma proporção. (...) ‘Vinculação’ é relação de comparação vertical, diferente da equiparação, que é re-lação horizontal. Vincula-se um cargo infe-rior – isto é, de menores atribuições e menor complexidade – com outro superior, para efeito de retribuição, mantendo-se certa di-ferença de vencimentos entre um e outro, de sorte que, aumentando-se os vencimen-tos de um, os do outro também ficam auto-maticamente majorados, para guardar a mesma distância preestabelecida.”15

    Portanto, é constitucional o art. 27, ca-put, da Lei 8.691/1993.16

    ADI 1.240, rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 28-6-2019. (Informativo 932, Plenário) ___________________________________

    AGENTES PÚBLICOS

    CONCURSO PÚBLICO

    SERVENTIAS EXTRAJUDICIAIS

    O art. 236, caput, e o seu § 3º, da Constitui-ção Federal (CF)17 é norma autoaplicável,

    14 Fundamentos extraídos do voto do min. Edson Fachin.

    15 SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. 8.ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 348.

    16 Lei 8.691/1993: “Art. 27. Os atuais servidores dos órgãos e entidades referidos no §1º do art. 1º, não alcançados pelo artigo anterior, permanecerão em seus atuais Planos de Classificação de Cargos, fazendo jus, contudo, a todas as vantagens pecuniárias do Plano de Carreiras estruturado por esta lei.”

    17 CF/1988: “Art. 236. Os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter privado, por

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=347564http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266259http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750208714http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo932.htm#Ingresso%20na%20carreira%20e%20vincula%C3%A7%C3%A3o%20de%20remunera%C3%A7%C3%A3o%20de%20pessoal%20%E2%80%93%203

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    que incidiu imediatamente desde a sua vi-gência, produzindo efeitos, portanto, mesmo antes do advento da Lei 8.935/1994.

    “Nos termos da Constituição Federal, sempre se fez necessária a submissão a con-curso público para o devido provimento das serventias extrajudiciais eventualmente va-gas ou para fins de remoção.

    O Congresso Nacional se esforçou para dar à Nação uma Constituição verdadeira-mente republicana, que hoje é considerada uma das mais avançadas do mundo.

    A Constituição-cidadã inaugurou uma nova era, ao deixar expressa a exigência de concurso público para o provimento das ser-ventias extrajudiciais vagas ou para fins de remoção.

    Imbuídos de espírito genuinamente re-publicano, nossos constituintes romperam com a tradição política feudal de atribuições e titulações de cartórios.

    A Constituição de 1988 instaurou a legiti-midade em relação ao provimento das ser-ventias notariais e de registro em nosso país.

    É que vivíamos até a promulgação da atual Constituição como se estivéssemos ainda no Império. As titularidades de cartó-rios equivaliam, na prática, a algo parecido às extintas concessões de baronato, criando-se uma espécie de classe aristocrático-nota-rial, atualmente inadmissível.

    A esta Suprema Corte foi legada a maior de todas as missões: ser a guardiã da Consti-tuição da República Federativa do Brasil. Como juízes da mais alta Corte de Justiça deste País, não podemos e não devemos transformar a Constituição em refém de leis e de interpretações contrárias ao espírito da própria Lei Maior.

    delegação do Poder Público. (...) § 3º O ingresso na atividade notarial e de registro depende de concurso público de provas e títulos, não se permitindo que qualquer serventia fique vaga, sem abertura de concurso de provimento ou de remoção, por mais de seis meses.”

    18 Fundamentos extraídos do MS 28.279, rel. min. Ellen Gracie, P.

    Os princípios republicanos da igualdade, da moralidade e da impessoalidade devem nortear a ascensão às funções públicas.”18

    A partir de 5-10-1988, o requisito constituci-onal do concurso público é inafastável em ambas as hipóteses de delegação de serven-tias extrajudiciais.

    No ingresso, exige-se o concurso público de provas e títulos; na remoção (até a modi-ficação da Lei 8.935/1994 pela Lei 10.506/2002), concurso público de provas e títulos.

    Essas exigências, aliás, excluiriam logica-mente a possibilidade de permuta (dupla re-moção simultânea) até mesmo entre titula-res de serventias extrajudiciais e ainda que os permutantes tivessem, quando do in-gresso, se submetido ao regular concurso público.

    É cabível a reclamação ajuizada por terceiro interessado, cuja participação em mandado de segurança é vedada.

    A jurisprudência do Supremo Tribunal Fe-deral (STF) é firme no sentido de vedar in-gresso de terceiro em mandado de segu-rança19, por falta de previsão no art. 24 da Lei 12.016/200920.

    No entanto, o terceiro interessado, atin-gido por decisão proferida em mandado de segurança, pode ingressar com reclamação para efetivar seus direitos viabilizados por essa decisão [Código de Processo Civil (CPC), art. 988, caput]21.

    Rcl 31.937 AgR, rel. min. Alexandre de Mo-raes, DJE de 4-10-2019. (Informativo 947, Primeira Turma)

    ___________________________________

    19 MS 30.260, rel. min. Cármen Lúcia, P; MS 26.552 AgR-AgR, rel. min. Celso de Mello, P; SS 3.273 AgR-segundo, rel. min. Ellen Gracie, P.

    20 Lei 12.016/2009: “Art. 24. Aplicam-se ao mandado de segurança os arts. 46 a 49 da Lei n. 5.869, de 11 de janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.”

    21 CPC/2015: “Art. 988. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:”

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=622343http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751058246http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo947.htm#Reclama%C3%A7%C3%A3o%20e%20legitimidade%20de%20parte%20%E2%80%93%202http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=1409030http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=604060http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=604060http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=534981http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=534981http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art46http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art49http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L5869.htm#art49

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    AGENTES PÚBLICOS

    CONCURSO PÚBLICO

    SERVENTIAS JUDICIAIS

    O prazo decadencial previsto no art. 54 da Lei 9.784/199922 não alcança situações fla-grantemente inconstitucionais.

    Situações como o provimento de serven-tia extrajudicial sem a devida submissão a concurso público não podem e não devem ser superadas pela simples incidência do prazo decadencial, sob pena de subversão das determinações insertas na Constituição Federal (CF).23

    O regime privatizado de serventias judiciais vigente antes da CF/1988 somente poderá perdurar de forma transitória enquanto os titulares empossados anteriormente à CF/1988 mantiverem suas respectivas ser-ventias.

    O art. 31 do Ato das Disposições Consti-tucionais Transitórias (ADCT)24 surgiu para promover adaptação ao novo modelo de cartórios estabelecido pela CF/1988: privati-zação dos extrajudiciais por meio de delega-ção com concurso público, e estatização para os judiciais.

    Assim, na medida em que as serventias judiciais vagassem, deveriam ser estatiza-das. Essa determinação tinha por escopo evitar a interrupção na prestação dos servi-ços e, ao mesmo tempo, reconhecer a boa-fé dos serventuários, mantendo os direitos daqueles que ingressaram anteriormente à atual ordem constitucional.

    Entretanto, caso a serventia seja extinta no regime constitucional atual, a criação de nova serventia não atrai a incidência do art. 31 do ADCT, ou seja, a pessoa vinculada à

    22 Lei 9.784/1999: “Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados, salvo comprovada má-fé. § 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da percepção do primeiro pagamento. §

    serventia original por força do regime ante-rior não mantém vínculo com a nova serven-tia.

    O fato de o art. 31 integrar o ADCT re-força o argumento de que o constituinte ins-tituiu a exclusividade dos cartórios judiciais estatizados, sendo que o regime privatizado somente perduraria, de forma transitória, enquanto as serventias administradas sob tal sistema não vagassem.

    A permanência de titularidade de serventias judiciais, em caráter privado, obtidas após a CF/1988 não configura direito líquido e certo, qualquer que seja a forma de provi-mento.

    Ainda que o provimento seja realizado por meio de concurso de remoção, não se admite a manutenção das serventias judici-ais privatizadas após a CF/1988. A aplicação do art. 31 do ADCT deve ser imediata.

    Questões relativas à boa-fé e à segurança jurídica são solucionadas com a manutenção da validade dos atos praticados, mas não se justifica a manutenção de um estado de vio-lação constitucional.

    MS 29.323, red. p/ o ac. min. Alexandre de Moraes, DJE de 13-5-2019. (Informativo 930, 1ª Turma) ___________________________________

    AGENTES PÚBLICOS

    DIREITOS E DEVERES

    DIREITO DE GREVE

    Não contraria a Constituição Federal (CF) lei que trata de convocação para grevistas reas-sumirem seus cargos, instauração de pro-cesso administrativo disciplinar, desconto em folha de pagamento dos dias de greve e contratação temporária de servidores.

    2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade administrativa que importe impugnação à validade do ato.”

    23 MS 28.279, rel. min. Ellen Gracie, P. 24 ADCT: “Art. 31. Serão estatizadas as serventias

    do foro judicial, assim definidas em lei, respeitados os direitos dos atuais titulares.”

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749796157http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo930.htm#CNJ:%20estatiza%C3%A7%C3%A3o%20de%20serventia%20judicial%20e%20provimento%20posterior%20%C3%A0%20CF/1988http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=622343

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    No que diz respeito ao exercício do di-reito de greve pelo servidor público, a juris-prudência do Supremo Tribunal Federal (STF) afastou-se da orientação anterior no sentido de limitar-se à declaração de mora legislativa e, sem contrariedade ao princípio da separação de poderes – por não competir ao STF o exercício de atividade legislativa –, passou a aceitar a possibilidade de regulação provisória pelo próprio Judiciário.

    Nesse sentido, ao legislador não seria dado escolher se concede ou não o direito de greve, podendo somente dispor sobre a adequada configuração da sua disciplina. Re-conheceu-se a necessidade de uma solução obrigatória da perspectiva constitucional.

    Ressalte-se que, em cada caso apresen-tado, há necessidade de análise dual do qua-dro posto, pois, se, de um lado, tem-se reco-nhecido o direito constitucional dos servido-res públicos de valerem-se da greve como instrumento para que suas demandas sejam atendidas; do outro, não se pode aceitar o prejuízo aos direitos dos administrados ou à prevalecente observância do interesse pú-blico.

    Assim, se determinada norma apenas disciplina as consequências estritamente ad-ministrativas de greve dos servidores públi-cos, não há violação à CF25.

    Ademais, não devem ser pagos os venci-mentos dos dias não trabalhados pelos ser-vidores em greve26.

    Além disso, a Administração Pública deve dispor de mecanismos jurídicos para, mesmo em situações excepcionais (como o exercício do legítimo direito de greve), aten-der às demandas públicas sem prejuízo dos serviços prestados. Por essa razão, a contra-tação temporária excepcional de servidores

    25 Nesse sentido: ADI 1.696, rel. min. Sepúlveda Pertence, P.

    26 MI 708, rel. min. Gilmar Mendes, P. 27 AO 482v rel. min. Cármen Lúcia, P; MS 23.557,

    rel. min. Moreira Alves, P. 28 LC 35/1979: “Art. 65. Além dos vencimentos,

    poderão ser outorgadas aos magistrados, nos termos da lei, as seguintes vantagens: (...) § 2º É vedada a

    é admissível na hipótese.

    Portanto, é constitucional o Decreto 4.264/1995 do Estado da Bahia.

    ADI 1.306, rel. min. Cármen Lúcia, DJE de 18-10-2019. (Informativo 906, Plenário)

    ___________________________________

    AGENTES PÚBLICOS

    MAGISTRATURA

    LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE

    Não é cabível aos magistrados a aplicação subsidiária da Lei 8.112/1990, no que diz respeito à percepção da verba de substitui-ção na fruição de licença para tratamento de saúde27.

    O art. 65, § 2º28, da Lei Complementar (LC) 35/1979, Lei orgânica da magistratura nacional (Loman), veda expressamente o re-cebimento de qualquer tipo de benefício nela não previsto.

    Embora a Lei 8.112/1990 seja posterior à LC 35/1979, esta última se sobressai por dis-por sobre matéria de interesse exclusivo da magistratura. Dessa forma, a lei dos servido-res públicos federais (Lei 8.112/1990), no que conflite com o regime jurídico previsto na Loman, não deve prevalecer, diante de sua ilegalidade em face do art. 65 da LC 35/1979 c/c o art. 9329 da Constituição Fede-ral (CF), que garante à lei complementar fe-deral a regência do estatuto da magistratura nacional.

    Conclui-se, portanto, não haver previsão legal para o pagamento da verba de substi-tuição na fruição de licença para tratamento de saúde, não obstante exista disciplina nor-

    concessão de adicionais ou vantagens pecuniárias não previstas na presente Lei, bem como em bases e limites superiores aos nela fixados.”

    29 CF/1988: “Art. 93. Lei complementar, de iniciativa do Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura, observados os seguintes princípios: (...)”

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266733http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=558551http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=623304http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=85983http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=751188668http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo906.htm#ADI%20e%20provid%C3%AAncias%20diante%20de%20greve%20de%20servidores%20p%C3%BAblicos

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    mativa aos demais servidores públicos fede-rais.

    AO 2.234 ED, rel. min. Gilmar Mendes, DJe de 13-8-2019. (Informativo 934, 2ª Turma)

    ___________________________________

    AGENTES PÚBLICOS

    REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

    APOSENTADORIA ESPECIAL

    Aplica-se, por analogia, a Lei Complementar (LC) 142/2013, bem como o decreto regula-mentador, como critério no exame dos pe-didos de aposentadoria especial ou abono de permanência formulados por servidor público portador de deficiência.

    Em 30 de agosto de 2007, o Tribunal, à unanimidade, deferiu o pedido formalizado no MI 721, reconhecendo a omissão legisla-tiva em virtude da falta de lei a autorizar a aposentadoria em atividade realizada sob condições especiais. Ante a mora, apontou adequada a adoção do sistema revelado no Regime Geral de Previdência Social (RGPS), definido no art. 57 da Lei 8.213/199130.

    Quando da formalização do acórdão, não estava regulamentado o direito à aposenta-

    30 “Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.”

    31 “Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (...) § 1º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos beneficiários do regime geral de previdência social, ressalvados os casos de atividades exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física e quando se tratar de segurados portadores de deficiência, nos termos definidos em lei complementar.”

    32 “Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e

    doria especial das pessoas portadoras de de-ficiência seguradas do RGPS nem dos servi-dores públicos na mesma condição – arts. 201, § 1º31, e 40, § 4º32, da Constituição Fe-deral (CF). Essa é a razão de o STF haver fi-xado a aplicação analógica do art. 57 da Lei 8.213/1991 como parâmetro de análise dos requerimentos de aposentadoria especial veiculados por servidor público.

    Com a edição da LC 142/2013, a versar especificamente a aposentadoria especial do portador de deficiência segurado do RGPS, o Tribunal atualizou o entendimento e passou a assentar, como critério no exame dos pleitos formulados por servidor público portador de deficiência, a observância, por analogia, do citado diploma, bem como do decreto regulamentador33.

    A atuação legislativa na regulamentação da aposentadoria da pessoa com deficiência segurada do RGPS conduz à aplicação, por analogia, das novas balizas legais de maior similitude, estampadas na lei complemen-tar, independentemente da data do imple-mento dos requisitos para a passagem à ina-tividade ou do período em que prestado o serviço ou realizadas as contribuições. O salto hermenêutico é consideravelmente menor.

    O abono referido no art. 40, § 19, da CF34

    dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (...) § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I – portadores de deficiência; II – que exerçam atividades de risco; III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física.”

    33 MI 1.658 AgR-AgR, rel. min. Dias Toffoli, P. 34 “Art. 40. Aos servidores titulares de cargos

    efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do

    http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15340792101&ext=.pdfhttp://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo934.htm#Magistratura:%20verba%20denominada%20%E2%80%9Csubstitui%C3%A7%C3%A3o%E2%80%9D%20e%20licen%C3%A7a%20para%20tratamento%20de%20sa%C3%BAdehttp://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7637634http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7637634

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    surge como decorrência da verificação, pela autoridade administrativa, do atendimento das condições para a aposentadoria, tendo em vista a opção do servidor pela perma-nência na atividade.

    Ante o quadro, com fundamento no art. 8º, I e II e parágrafo único, da Lei 13.300/201635, reconhece-se o direito à análise do requerimento de abono de per-manência ou aposentadoria, apresentado com base no art. 40, § 4º, I, da CF, conside-radas as normas constantes da LC 142/2013.

    MI 6.818 e MI 6.988, rel. min. Marco Aurélio, DJE de 30-9-2019. (Informativo 947, Primeira Turma)

    ___________________________________

    respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. (...) § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II.”

    35 “Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para: I – determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora; II – estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado. Parágrafo único. Será dispensada a determinação a que se refere o inciso I do caput quando comprovado que o impetrado deixou de atender, em mandado de injunção anterior, ao prazo estabelecido para a edição da norma.”

    36 CF/1988: “Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo. § 1º Os servidores abrangidos pelo regime de previdência de que trata este artigo serão aposentados, calculados os seus proventos a partir dos valores fixados na forma dos §§ 3º e 17: I – por invalidez permanente, sendo os proventos proporcionais ao tempo de contribuição,

    AGENTES PÚBLICOS

    REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL

    CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA — REPER-CUSSÃO GERAL

    Não incide contribuição previdenciária so-bre verba não incorporável aos proventos de aposentadoria do servidor público, tais como “terço de férias”, “serviços extraordi-nários”, “adicional noturno” e “adicional de insalubridade”.

    O regime previdenciário próprio aplicável aos servidores públicos rege-se pelas nor-mas expressas do art. 40 da Constituição Fe-deral (CF)36 e por dois vetores sistêmicos: a)

    exceto se decorrente de acidente em serviço, moléstia profissional ou doença grave, contagiosa ou incurável, na forma da lei; II – compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição, aos 70 (setenta) anos de idade, ou aos 75 (setenta e cinco) anos de idade, na forma de lei complementar; III – voluntariamente, desde que cumprido tempo mínimo de dez anos de efetivo exercício no serviço público e cinco anos no cargo efetivo em que se dará a aposentadoria, observadas as seguintes condições: a) sessenta anos de idade e trinta e cinco de contribuição, se homem, e cinquenta e cinco anos de idade e trinta de contribuição, se mulher; b) sessenta e cinco anos de idade, se homem, e sessenta anos de idade, se mulher, com proventos proporcionais ao tempo de contribuição. § 2º Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão. § 3º Para o cálculo dos proventos de aposentadoria, por ocasião da sua concessão, serão consideradas as remunerações utilizadas como base para as contribuições do servidor aos regimes de previdência de que tratam este artigo e o art. 201, na forma da lei. § 4º É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores: I –portadores de deficiência; II – que exerçam atividades de risco; III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física. § 5º Os requisitos de idade e de tempo de contribuição serão reduzidos em cinco anos, em relação ao disposto no § 1º, III, a, para o professor que comprove exclusivamente tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil e no ensino

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750994964http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750995081http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo947.htm#Mandado%20de%20injun%C3%A7%C3%A3o%20e%20aposentadoria%20de%20servidor%20p%C3%BAblico%20com%20defici%C3%AAncia

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    o caráter contributivo; e b) o princípio da so-lidariedade.

    A leitura dos §§ 3º e 12 do art. 40 c/c o § 11 do art. 20137 da CF deixa claro que so-mente devem figurar como base de cálculo

    fundamental e médio. § 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do regime de previdência previsto neste artigo. § 7º Lei disporá sobre a concessão do benefício de pensão por morte, que será igual: I – ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso aposentado à data do óbito; ou II – ao valor da totalidade da remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, acrescido de setenta por cento da parcela excedente a este limite, caso em atividade na data do óbito. § 8º É assegurado o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios estabelecidos em lei. § 9º O tempo de contribuição federal, estadual ou municipal será contado para efeito de aposentadoria e o tempo de serviço correspondente para efeito de disponibilidade. § 10. A lei não poderá estabelecer qualquer forma de contagem de tempo de contribuição fictício. § 11. Aplica-se o limite fixado no art. 37, XI, à soma total dos proventos de inatividade, inclusive quando decorrentes da acumulação de cargos ou empregos públicos, bem como de outras atividades sujeitas a contribuição para o regime geral de previdência social, e ao montante resultante da adição de proventos de inatividade com remuneração de cargo acumulável na forma desta Constituição, cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração, e de cargo eletivo. § 12. Além do disposto neste artigo, o regime de previdência dos servidores públicos titulares de cargo efetivo observará, no que couber, os requisitos e critérios fixados para o regime geral de previdência social. § 13. Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência social. § 14. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, desde que instituam regime de previdência complementar para os seus respectivos servidores titulares de cargo efetivo, poderão fixar, para o valor das aposentadorias e pensões a serem concedidas pelo regime de que trata este artigo, o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de

    da contribuição previdenciária as remunera-ções/ganhos habituais que tenham “reper-cussão em benefícios”. Como consequência, ficam excluídas as verbas que não se incor-poram à aposentadoria.

    Além disso, de acordo com a orientação

    que trata o art. 201. § 15. O regime de previdência complementar de que trata o § 14 será instituído por lei de iniciativa do respectivo Poder Executivo, observado o disposto no art. 202 e seus parágrafos, no que couber, por intermédio de entidades fechadas de previdência complementar, de natureza pública, que oferecerão aos respectivos participantes planos de benefícios somente na modalidade de contribuição definida. § 16. Somente mediante sua prévia e expressa opção, o disposto nos §§ 14 e 15 poderá ser aplicado ao servidor que tiver ingressado no serviço público até a data da publicação do ato de instituição do correspondente regime de previdência complementar. § 17. Todos os valores de remuneração considerados para o cálculo do benefício previsto no § 3º serão devidamente atualizados, na forma da lei. § 18. Incidirá contribuição sobre os proventos de aposentadorias e pensões concedidas pelo regime de que trata este artigo que superem o limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201, com percentual igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos. § 19. O servidor de que trata este artigo que tenha completado as exigências para aposentadoria voluntária estabelecidas no § 1º, III, a, e que opte por permanecer em atividade fará jus a um abono de permanência equivalente ao valor da sua contribuição previdenciária até completar as exigências para aposentadoria compulsória contidas no § 1º, II. § 20. Fica vedada a existência de mais de um regime próprio de previdência social para os servidores titulares de cargos efetivos, e de mais de uma unidade gestora do respectivo regime em cada ente estatal, ressalvado o disposto no art. 142, § 3º, X. § 21. A contribuição prevista no § 18 deste artigo incidirá apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social de que trata o art. 201 desta Constituição, quando o beneficiário, na forma da lei, for portador de doença incapacitante.”

    37 CF/1988: “Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: (...) § 11. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da lei.”

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    dominante na Corte, não incide contribuição previdenciária sobre verbas não incorporá-veis aos proventos de aposentadoria do ser-vidor público por duas razões: a) a natureza indenizatória dessas parcelas não se amol-daria ao conceito de remuneração, base econômica da contribuição previdenciária dos servidores; e b) a incidência de contri-buição previdenciária sobre parcelas não in-corporáveis aos proventos dos servidores desconsideraria a dimensão contributiva do regime próprio de previdência.

    Ademais, a dimensão contributiva do sis-tema é incompatível com a cobrança de con-tribuição previdenciária sem que se confira ao segurado qualquer benefício, efetivo ou potencial.

    Por fim, não é possível invocar o princípio da solidariedade para inovar no tocante à re-gra que estabelece a base econômica do tri-buto.

    RE 593.068, rel. min. Roberto Barroso, DJE de 21-3-2019, repercussão geral, Tema 163. (Informativo 919, Plenário) ___________________________________

    AGENTES PÚBLICOS

    SISTEMA REMUNERATÓRIO

    PRINCÍPIO DA ISONOMIA

    A concessão de aumento no percentual de 45% aos militares, instituído pela Lei 8.237/1991, sem que o aumento fosse es-tendido aos servidores públicos federais, não viola o princípio de isonomia dos índices revisionais disciplinados na redação original do art. 37, X38, da Constituição Federal (CF) 39.

    Trata-se de reestruturação da carreira dos militares federais, redefinindo remune-ração, soldo, gratificações, adicionais, auxí-lios, indenizações e proventos, razão pela qual não há que se falar em extensão aos

    38 CF/1988: “Art. 37. (...) X – a revisão geral da remuneração dos servidores públicos, sem distinção de índices entre servidores públicos civis e militares, far-se-á sempre na mesma data.” (redação original)

    servidores civis.

    Cabe destacar que a hipótese dos autos é diversa daquela tratada pela Corte no julga-mento do tema 340 da sistemática da reper-cussão geral, referente ao reajuste dos 28,86%.

    Naquele caso, a Lei 8.622/1993 tratava expressamente de revisão geral dos servido-res públicos civis e militares do Poder Execu-tivo Federal. Entretanto, em conjunto com a Lei 8.627/1993, previa índices diversos para a concessão do benefício e, por esse motivo, a Corte entendeu que a diversidade de índi-ces violava a redação primitiva do inciso X do art. 37 da Constituição Federal40.

    RE 229.637, red. p/ o acórdão min. Gilmar Mendes, DJe de 23-8-2019. (Informativo 922, 2ª Turma)

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    AGENTES PÚBLICOS

    SISTEMA REMUNERATÓRIO

    TETO REMUNERATÓRIO

    Incide o teto remuneratório constitucional,

    39 RE 554.604 AgR, rel. min. Eros Grau, 2ª T; RE 211.552, rel. min. Ilmar Galvão, 1ª T.

    40 RE 584.313 QO, tema 340 da repercussão geral, rel. min. Gilmar Mendes, P.

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=749418251http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=2639193&numeroProcesso=593068&classeProcesso=RE&numeroTema=163http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo919.htm#Servidor%20p%C3%BAblico:%20contribui%C3%A7%C3%A3o%20previdenci%C3%A1ria%20sobre%20parcelas%20n%C3%A3o%20incorpor%C3%A1veis%20aos%20proventos%20%E2%80%93%207http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/listarProcesso.asp?PesquisaEm=tema&PesquisaEm=controversia&PesquisaEm=ambos&situacaoRG=TODAS&situacaoAtual=S&txtTituloTema=&numeroTemaInicial=340&numeroTemaFinal=340&acao=pesquisarProcesso&dataInicialJulgPV=&dataFinalJulgPV=&classeProcesso=&numeroProcesso=&ministro=&txtRamoDireito=&ordenacao=asc&botao=http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/listarProcesso.asp?PesquisaEm=tema&PesquisaEm=controversia&PesquisaEm=ambos&situacaoRG=TODAS&situacaoAtual=S&txtTituloTema=&numeroTemaInicial=340&numeroTemaFinal=340&acao=pesquisarProcesso&dataInicialJulgPV=&dataFinalJulgPV=&classeProcesso=&numeroProcesso=&ministro=&txtRamoDireito=&ordenacao=asc&botao=http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750605501http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo922.htm#For%C3%A7as%20Armadas%20e%20reestrutura%C3%A7%C3%A3o%20remunerat%C3%B3riahttp://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=515361http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=243604http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=243604http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=615757http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/listarProcesso.asp?PesquisaEm=tema&PesquisaEm=controversia&PesquisaEm=ambos&situacaoRG=TODAS&situacaoAtual=S&txtTituloTema=&numeroTemaInicial=340&numeroTemaFinal=340&acao=pesquisarProcesso&dataInicialJulgPV=&dataFinalJulgPV=&classeProcesso=&numeroProcesso=&ministro=&txtRamoDireito=&ordenacao=asc&botao=

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    previsto no art. 37, XI, da Constituição Fede-ral (CF)41, aos substitutos interinos de ser-ventias extrajudiciais.42

    Desde a promulgação da CF de 1988, exige-se a aprovação em concurso público para ingresso na titularidade de serventia extrajudicial. Destaque-se que a delegação é forma indireta de prestação do serviço esta-tal, na qual o delegatário recebe como con-traprestação pecuniária emolumentos ad-vindos diretamente dos próprios interessa-dos pelo serviço.

    A não incidência do teto remuneratório constitucional sobre emolumentos dos titu-lares de serviços notariais ocorre pela quali-ficação jurídica do cargo que ocupam. Os no-tários e registradores, apesar de exercerem atividade estatal, não são servidores públi-cos e não ocupam cargo público.

    No entanto, tendo em vista a situação in-constitucional ostentada pelos interinos, mostra-se absolutamente legítima a limita-ção remuneratória prescrita para os agentes estatais, sendo-lhes aplicável o regime re-muneratório previsto para os servidores pú-blicos, com obrigatória observância do art.

    41 “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério

    37, XI, da CF.

    Cumpre ressaltar que os interinos não atuam como delegados do serviço notarial e de registro, mas como prepostos do Estado delegante e, nessa condição, devem subme-ter-se aos limites remuneratórios estabele-cidos para os agentes estatais, não se lhes aplicando o regime remuneratório previsto para os delegados do serviço público extra-judicial.43

    MS 29.039 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 26-9-2019. (Informativo 923, Segunda Turma)

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    AGENTES PÚBLICOS

    SISTEMA REMUNERATÓRIO

    TETO REMUNERATÓRIO – REPERCUSSÃO GE-RAL

    A expressão “Procuradores”, contida na parte final do inciso XI do art. 37 da Consti-tuição Federal (CF)44, compreende os procu-radores municipais, uma vez que estes se in-

    Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;” 42 Fundamentos extraídos do voto do relator no

    MS 29.039 AgR-ED. 43 MS 29.083 AgR-ED-ED, red. p/ o ac. min. Dias

    Toffoli, 2ª T; MS 29.192, rel. min. Dias Toffoli, 1ª T. 44 CF/1988: “Art. 37. A administração pública

    direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750181571http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo923.htm#Substitutos%20interinos%20das%20serventias%20extrajudiciais:%20submiss%C3%A3o%20ao%20teto%20remunerat%C3%B3rio%20constitucionalhttp://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750960633http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=13743254http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=6924610

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    serem nas funções essenciais à Justiça, es-tando, portanto, submetidos ao teto de no-venta inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos ministros do Supremo Tribunal Federal.

    Os procuradores municipais integram a categoria da Advocacia Pública inserida pela CF entre as cognominadas funções essenci-ais à Justiça, na medida em que também atuam para a preservação dos direitos fun-damentais e do Estado de Direito.

    Com efeito, os procuradores municipais possuem o munus público de prestar consul-toria jurídica e de representar, judicial e ex-trajudicialmente, o Município a que estão vinculados. Nesse diapasão, analisam a lega-lidade e legitimidade dos atos municipais, são consultados a respeito de políticas públi-cas de inegável relevância social, como sa-úde, educação e transporte, protegendo o melhor interesse do órgão administrativo e de seus cidadãos, além de atuarem perante os mesmos órgãos que a Advocacia-Geral da União (AGU) e as procuradorias estaduais, tanto na seara administrativa quanto judi-cial.

    Ao desvincular, quanto ao tema, a Advo-cacia Pública do Poder Executivo, a Consti-tuição preservou as características das car-reiras jurídicas, que devem atuar de forma coordenada e independente, sem subordi-nação efetiva ou técnica. Assim, tratando-se de estrutura remuneratória, os advogados públicos não devem estar sujeitos a incisivas interferências políticas, de modo que, para os procuradores dos Estados e do Distrito Federal, o teto é o subsídio dos desembarga-dores, enquanto, para os membros da AGU, o teto é o subsídio dos ministros do Supremo

    do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;”

    45 RE 558.258, rel. min. Ricardo Lewandowski, 1ª T; e RE 562.238 AgR, rel. min. Teori Zavascki, 2ª T.

    46 CF/1988: “Art. 61. A iniciativa das leis complementares e ordinárias cabe a qualquer

    Tribunal Federal (STF). Em relação às fun-ções essenciais à justiça, o parâmetro não é, assim, o subsídio do chefe do Poder Execu-tivo.

    Tais premissas devem aplicar-se integral-mente às procuradorias municipais. A natu-reza da função, seu papel institucional, a ló-gica de atuação, os interesses protegidos e até o recrutamento dos componentes é feito a partir dos mesmos requisitos. A ine-xistência de um Poder Judiciário municipal não afasta essa conclusão.

    Ademais, o termo “Procuradores”, na axi-ologia do STF45, compreende os procurado-res autárquicos, além dos procuradores da Administração Direta, o que conduz que a mesma ratio legitima, por seu turno, a com-preensão de que os procuradores munici-pais, também, estão abrangidos pela refe-rida locução.

    De outro bordo, é bom ter em mente que o constituinte não obriga os prefeitos a asse-gurarem ao seu corpo de procuradores um subsídio que supere o do prefeito. A lei que disciplina o regime de subsídio dos procura-dores é de iniciativa privativa do chefe do Poder Executivo municipal (CF, art. 61, § 1º, II, c46). Assim, cabe ao prefeito, e apenas a ele, avaliar politicamente, diante das cir-cunstâncias orçamentárias e da sua política de recursos humanos, a conveniência de permitir que um procurador do Município receba mais do que o chefe do Poder Execu-tivo municipal.

    RE 663.696, rel. min. Luiz Fux, DJE de 22-8-2019, repercussão geral, Tema 510. (Informativo 932, Plenário)

    ___________________________________

    membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado Federal ou do Congresso Nacional, ao Presidente da República, ao Supremo Tribunal Federal, aos Tribunais Superiores, ao Procurador-Geral da República e aos cidadãos, na forma e nos casos previstos nesta Constituição. § 1º São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que: (...) II – disponham sobre: (...) c) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico, provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;”

    http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?id=620689http://www.stf.jus.br/portal/inteiroTeor/obterInteiroTeor.asp?idDocumento=3655833http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=750595051http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudenciaRepercussao/verAndamentoProcesso.asp?incidente=4168352&numeroProcesso=663696&classeProcesso=RE&numeroTema=510http://www.stf.jus.br/arquivo/informativo/documento/informativo932.htm#Procurador%20municipal%20e%20teto%20remunerat%C3%B3rio%20-%203

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    AGENTES PÚBLICOS

    SISTEMA REMUNERATÓRIO

    TETO REMUNERATÓRIO

    Incide o teto remuneratório constitucional, previsto no art. 37, XI, da Constituição Fede-ral (CF)47 aos substitutos interinos de serven-tias extrajudiciais declaradas vagas pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ)48.

    A delegação é forma indireta de presta-ção do serviço estatal, na qual o delegatário recebe como contraprestação pecuniária emolumentos advindos diretamente dos próprios interessados pelo serviço.

    O teto remuneratório constitucional so-bre emolumentos dos titulares de serviços notariais não incide em razão da qualificação jurídica do cargo que ocupam. Nesse sen-tido, notários e registradores, apesar de exercerem atividade estatal, não são servi-dores públicos nem ocupam cargo público.

    Para os titulares, a retribuição dos corres-pondentes atos se dá por emolumentos, cujo valor é preestabelecido por norma es-tatal e incide sobre cada ato praticado na serventia.

    O titular é designado pela Corregedoria de Justiça do Estado e recebe emolumentos pelos serviços específicos e divisíveis que presta, sobre os quais incide taxa estadual. Em consequência, e por não ser o titular ser-vidor público, mas delegatário de serviço pú-

    47 CF/1988: “Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: (...) XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em espécie, dos Ministros

    blico que recebe emolumentos pelos servi-ços prestados, esse regime de retribuição, por sua própria natureza, não é suscetível de qualquer equiparação com a dos servidores públicos, notadamente no que diz respeito a limitações de teto.

    Em contraposição, o interino deve sub-meter-se às limitações remuneratórias pre-vistas para os agentes estatais, sendo-lhe aplicável o regime remuneratório previsto para os servidores públicos, com obrigatória observância do art. 37, XI, da CF.

    Essa diferença ocorre porque, quando desprovido de delegado, o serviço é rever-tido ao poder delegante. Portanto, os direi-tos e privilégios inerentes à delegação, até mesmo a renda obtida com o serviço, per-tencem ao Poder Público.

    O responsável pelo expediente de serviço extrajudicial não classificado como delegatá-rio é um preposto interino do Estado dele-gante e, como tal, não pode apropriar-se da renda de um serviço público cuja delegação se reverteu para o Estado e com o Estado permanecerá até que nova delegação seja efetivada.

    O interino escolhido entre os não perten-centes aos quadros permanentes da admi-nistração pública deve ser remunerado de forma justa, mas compatível com os limites estabelecidos para a administração pública em geral, já que atua como preposto do Es-tado.

    Ele não é delegado de serviço público, já

    do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos Procuradores e aos Defensores Públicos;”

    48 Fundamentos extraídos dos seguintes AO 2.107 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, 2ª T; MS 29.032 ED-AgR, rel. min. Teori Zavascki, 2ª T.

    http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=13119501http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=13119501http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=11108985

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    que não preenche os requisitos constitucio-nais nem legais inerentes à delegação.

    MS 29.039 AgR, rel. min. Gilmar Mendes, DJE de 26-6-2019. (Informativo 923, 2ª Turma) ___________________________________

    CONTROLE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

    CONTROLE EXTERNO

    TRIBUNAL DE CONTAS

    A lei que dispõe sobre forma de atuação, competências, garantias, deveres e organi-zação do Tribunal de Contas estadual trata de matéria de iniciativa legislativa privativa daquela Corte.

    As Cortes de Contas do país gozam das prerrogativas da autonomia e do autogo-verno, o que inclui, essencialmente, a inicia-tiva privativa para instaurar processo legisla-tivo que pretenda alterar sua organização e funcionamento49 [Constituição Federal (CF), arts. 73; 75; e 96, II, d]50.

    Essa garantia, de natureza inegavel-mente política, visa a preservar a autonomia funcional, administrativa e financeira dos tri-bunais. Especificamente, a autonomia orga-nizacional e administrativa foi assegurada

    49 ADI 4.418, rel. min. Dias Toffoli, P; e ADI 1.994, rel. min. Eros Grau, P.

    50 CF/1988: “Art. 73. O Tribunal de Contas da União, integrado por nove Ministros, tem sede no Distrito Federal, quadro próprio de pessoal e jurisdição em todo o território nacional, exercendo, no que couber, as atribuições previstas no art. 96. § 1º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam os seguintes requisitos: I – mais de trinta e cinco e menos de sessenta e cinco anos de idade; II – idoneidade moral e reputação ilibada; III – notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública; IV – mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija os conhecimentos mencionados no inciso anterior. § 2º Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos: I – um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento; II

    pelo texto constitucional por meio do poder de autogoverno, que assegura a elaboração de suas próprias normas e diretrizes.

    É sabido que a autonomia não consiste somente em ter uma normatividade própria, mas em produzir suas normas. Os projetos de lei que devem ser propostos ao Poder Le-gislativo respectivo consubstanciam o ins-trumento formal da atuação do poder de ini-ciativa privativa, consistente na escolha dos interesses a serem tutelados pela ordem ju-rídica.

    O interesse e a eventual decisão de sub-m