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22 de outubro de 2010 O conteúdo das matérias é de inteira responsabilidade dos meios de origem A missão da ADIMB é a de promover o desenvolvimento técnico-científico e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira A FEBRE DO MINÉRIO DE FERRO NO BRASIL Por que tantas empresas e investidores internacionais decidiram invadir o País atrás de projetos para explorar a commodity Eles vieram do distante Casaquistão, uma ex-república soviética da Ásia Central. Controladores da ENRC, uma das maiores empresas daquele país, três dos homens mais ricos do mundo descobriram a pequena Caetité, no interior da Bahia, em 2008. Desde então, a mineradora já investiu mais de US$ 1 bilhão na compra de uma reserva de minério de ferro no lugar. Para tirar o projeto do papel, serão necessários outros US$ 2 bilhões. E tem mais: será preciso lidar, também, com a incerteza que é depender do governo brasileiro para a construção de uma ferrovia e de um porto, essenciais para levar o minério até os clientes. Os casaques estão bancando uma aposta. E não são só eles: há também investidores chineses, americanos, alemães e japoneses, entre outros. Os novatos compraram participação em pelo menos oito projetos de produção de minério de ferro. São novas minas e expansões que devem entrar em operação nos próximos seis anos (veja quadro na página ao lado). Todos cobiçam um pedaço do mercado dominado pela Vale, responsável por mais de 70% da produção de minério do País. Ao todo, serão despejados no setor US$ 39 bilhões até 2014, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Menos de metade virá da Vale. O preço do minério no mercado internacional explica o interesse dos novatos. Desde o início da década, a cotação saltou de US$ 20 para US$ 140 a tonelada. Os valores foram turbinados pelo crescimento da China e sua voracidade por matérias-primas. Ao longo dos próximos 15 anos, estima- se que 350 milhões de chineses migrarão do campo para as cidades. No ambiente urbano, essas pessoas vão andar de metrô, atravessar pontes e comprar casas, carros e geladeiras. Tudo isso consome muito aço - e cada tonelada de aço leva 1,5 tonelada de minério de ferro. Só existem três lugares no mundo com grandes reservas do metal: Austrália, África e Brasil. A Austrália tem poucas jazidas ainda não exploradas. Na África, a instabilidade política e a infraestrutura precária tornam os investimentos extremamente arriscados. O Brasil é o único lugar onde há minas de grande porte e produto de alta qualidade disponíveis. "Procuramos oportunidades em outros países e encontramos na Bahia um dos melhores projetos de minério de ferro do mundo", diz Jim Cochrane, diretor comercial da ENRC. Os novatos. A maior parte dos novos investidores entrou no Brasil por meio da compra de participações em empresas e projetos locais. Do fim do ano passado para cá, o empresário Eike Batista vendeu pedaços da MMX para a siderúrgica chinesa Wisco e para a trading sul-coreana SK

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22 de outubro de 2010

O conteúdo das matérias é de inteira responsabilidade dos meios de origem

A missão da ADIMB é a de promover o desenvolvimento técnico-científico e a capacitação de recursos humanos para a Indústria Mineral Brasileira

A FEBRE DO MINÉRIO DE FERRO NO BRASIL

Por que tantas empresas e investidores internacionais decidiram invadir o País

atrás de projetos para explorar a commodity

Eles vieram do distante Casaquistão, uma ex-república soviética da Ásia Central. Controladores da ENRC, uma das maiores empresas daquele país, três dos homens mais ricos do mundo descobriram a pequena Caetité, no interior da Bahia, em 2008. Desde então, a mineradora já investiu mais de US$ 1 bilhão na compra de uma reserva de minério de ferro no lugar. Para tirar o projeto do papel, serão necessários outros US$ 2 bilhões. E tem mais: será preciso lidar, também, com a incerteza que é depender do governo brasileiro para a construção de uma ferrovia e de um porto, essenciais para levar o minério até os clientes.

Os casaques estão bancando uma aposta. E não são só eles: há também investidores chineses, americanos, alemães e japoneses, entre outros. Os novatos compraram participação em pelo menos oito projetos de produção de minério de ferro. São novas minas e expansões que devem entrar em operação nos próximos seis anos (veja quadro na página ao lado). Todos cobiçam um pedaço do mercado dominado pela Vale, responsável por mais de 70% da produção de minério do País. Ao todo, serão despejados no setor US$ 39 bilhões até 2014, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Menos de metade virá da Vale.

O preço do minério no mercado internacional explica o interesse dos novatos. Desde o início da década, a cotação saltou de US$ 20 para US$ 140 a tonelada. Os valores foram turbinados pelo crescimento da China e sua voracidade por matérias-primas. Ao longo dos próximos 15 anos, estima-se que 350 milhões de chineses migrarão do campo para as cidades. No ambiente urbano, essas pessoas vão andar de metrô, atravessar pontes e comprar casas, carros e geladeiras. Tudo isso consome muito aço - e cada tonelada de aço leva 1,5 tonelada de minério de ferro.

Só existem três lugares no mundo com grandes reservas do metal: Austrália, África e Brasil. A Austrália tem poucas jazidas ainda não exploradas. Na África, a instabilidade política e a infraestrutura precária tornam os investimentos extremamente arriscados. O Brasil é o único lugar onde há minas de grande porte e produto de alta qualidade disponíveis. "Procuramos oportunidades em outros países e encontramos na Bahia um dos melhores projetos de minério de ferro do mundo", diz Jim Cochrane, diretor comercial da ENRC.

Os novatos. A maior parte dos novos investidores entrou no Brasil por meio da compra de participações em empresas e projetos locais. Do fim do ano passado para cá, o empresário Eike Batista vendeu pedaços da MMX para a siderúrgica chinesa Wisco e para a trading sul-coreana SK

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Networks. Em abril, o grupo chinês Honbridge Holdings fechou um acordo para comprar o projeto de mineração do Grupo Votorantim. Em junho, a japonesa Sumitomo adquiriu 30% do área de mineração da Usiminas.

"O objetivo é suprir nossa planta siderúrgica de Cubatão e ter uma proteção contra a variação do preço do minério. O excedente vamos exportar", diz Wilson Brumer, presidente da Usiminas. Como as plantas da Usiminas consomem hoje cerca de 9 milhões de toneladas de minério por ano, no pico do projeto, em 2015, será possível exportar 20 milhões de toneladas.

Corrida do minério. A euforia com a alta nos preços gerou uma corrida em busca de novas jazidas. Tanto para explorar quanto para fazer dinheiro rápido, vendendo reservas promissoras a grandes empresas. O geólogo Helvécio Amoedo Vieira Lopes busca minas desde 2006. Sócio da BP Projetos e Consultoria Mineral e Ambiental e ex-funcionário da siderúrgica Arcelor Mittal, hoje ele está focado na identificação de pequenas jazidas no Nordeste, uma nova fronteira, longe do quadrilátero ferrífero de Minas Gerais e de Carajás, no Pará, já ocupada pela Vale.

Lopes explora minério de forma quase artesanal, num mercado obcecado por ganhos de escala. "Não precisamos começar como um Maracanã. Muitas das siderúrgicas chinesas ainda são pequenas", diz o geólogo. O projeto mais avançado da BP é uma mina em Cruzeta (RN), que começou a ser explorada em agosto. A empresa está juntando minério até ter o suficiente para encher um navio e mandar para a Ásia - ou vender aqui mesmo, se aparecer uma siderúrgica interessada.

Ao mesmo tempo, Lopes tem percorrido Minas Gerais - de carro e equipado com um martelo - para procurar minas que poderão receber o investimento de um grupo chinês com quem a BP mantém negociações. "Faço pesquisas em documentos oficiais e recebo muita informação da minha rede de relacionamentos. Depois vou a campo tentar confirmar os indícios, quebro pedras e converso com as pessoas no local", diz Lopes.

Uma das mais avançadas nesse trabalho de prospecção é a GME4, empresa do Grupo Opportunity e do geólogo João Carlos Cavalcanti. "Há um espaço de até dez anos entre os estudos geológicos básicos e a exploração da jazida", diz Adalberto Ribeiro, geólogo e diretor de exploração da empresa. "Nós fazemos esse trabalho intermediário para depois vender a jazida". Segundo Ribeiro, seu maior projeto, no Piauí, já foi sondado por vários investidores, entre eles chineses, indianos e coreanos.

Risco. Com a febre do minério, criou-se um mercado paralelo para venda de autorizações para pesquisas minerais concedidas pelo Departamento Nacional de Produção Mineral. "Quase toda semana somos procurados por duas ou três pessoas detentoras de autorizações querendo fazer parcerias", diz Ribeiro, da GME4.

Em minério de ferro, estima-se que no máximo 3% das áreas pesquisadas dão origem a minas economicamente viáveis. "A possibilidade de ficar rico com um achado está no imaginário dos brasileiros, mas é tão raro quanto ganhar na loteria", completa.

Mesmo que o minério seja de boa qualidade, ainda será preciso colocar o produto num trem e depois num navio até que ele chegue aos clientes da Ásia. A falta de infraestrutura é o principal empecilho de muitos projetos. É por isso que várias jazidas da região central do Mato Grosso ainda não foram exploradas, segundo especialistas do setor.

Segundo o Ibram, parte dos novos projetos do setor envolve minas com baixo teor de ferro e que eram economicamente inviáveis até o boom atual. A escalada dos preços colocou as propriedades no jogo, mas essa situação só se sustenta se o preço permanecer elevado. "Entre a descoberta e o início da operação de uma mina, demora, em média, sete anos. Será que dentro de sete ou oito anos o cenário será o mesmo?", diz Paulo Camillo Vargas, presidente do Ibram. "Alguns projetos podem ser viáveis num período de preço muito alto como agora. Mas, depois, quando houver uma acomodação, alguns deles podem não se viabilizar", diz Brumer, da Usiminas.

A nova leva de mineradores é vista com bom olhos pelos grandes compradores de minério. "Competição sempre é boa", afirma Khalid Al-Qadeeri, presidente do conselho da Gulf Industrial Investment Co. (GIIC), processadora de minério com sede no Bahrein. "Sempre encorajamos novos projetos no Brasil. Dependemos de mais minério para aumentar nossa capacidade de produção."

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Apesar do movimento, não haverá mudanças radicais no equilíbrio de forças do setor. A Vale continuará sendo líder. Nos próximos quatro anos, a empresa deve acrescentar 166 milhões de toneladas à sua capacidade de produção de minério de ferro no País. Para se ter uma ideia, no ano passado, a empresa produziu 238 milhões de toneladas de minério no mundo todo.

Fonte: O Estado de São Paulo Autor(a): David Friedlander, Melina Costa Data: 18/10/2010

A FASE DE EUFORIA TAMBÉM CONTAGIOU GOVERNO E POLÍTICOS

Brasília já teve várias ideias para faturar mais taxando a mineração. Os políticos

cobiçam a Vale, fonte de lucro e poder

A febre da mineração não atraiu apenas aventureiros, investidores e empresas internacionais, como a mineradora casaque que está investindo no interior da Bahia. Ela despertou, também, a atenção do governo e dos políticos. Com o consumo mundial de commodities na estratosfera, no Brasil o setor minerador virou uma fonte promissora de lucro e também de poder.

O governo vem discutindo um novo código para a mineração. Em todos os cenários, aparecem propostas para aumentar a tributação sobre as mineradoras: aumento dos royalties (hoje de 2%), imposto sobre a exportação de minérios e criação de uma nova taxa são ideias já colocadas na mesa.

Essa não é uma discussão apenas brasileira, mas de vários países fortes no setor, como Austrália e Chile. O parlamento chileno, inclusive, acaba de aprovar o aumento nos royalties sobre o cobre, maior fonte de receita do país. O projeto ainda precisa ser sancionado pelo presidente Sebastián Piñera.

A mineração é também uma fonte de poder. Uma empresa como a Vale, maior produtora mundial de minério de ferro, responsável por investimentos gigantescos ao redor do mundo, concentra um poder político enorme. É por isso que setores do governo e políticos ligados a ele andam cobiçando a presidência da mineradora hoje ocupada por Roger Agnelli, um executivo profissional.

Pressão. O governo e os políticos olham para a Vale como se ela ainda fosse uma estatal. Embora a empresa tenha sido privatizada em 1997, dois de seus principais acionistas têm ligação com Brasília: são o fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil (Previ) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os outros sócios são o Bradesco e a japonesa Mitsui. Na semana passada, Agnelli falou pela primeira vez sobre o assunto, ao ser questionado a respeito da pressão para deixar o cargo. "Tem sempre alguém procurando uma cadeira. E é geralmente do PT."

Economicamente, o setor minerador em geral e a Vale em específico têm sido muito relevantes para as contas brasileiras. Em 2010, o Brasil deve exportar US$ 25 bilhões em minério de ferro, o dobro do ano passado.

Só o crescimento nas remessas desse produto representará 70% do superávit do País e a Vale deve se tornar a maior exportadora brasileira, superando a Petrobrás.

"A exportação de todas as commodities cresceu, mas a de minério de ferro explodiu", diz José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil.

Fonte: O Estado de São Paulo Autores: David Friedlander, Melina Costa Data: 18/10/2010

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UMA NOVA SERRA PELADA

Garimpo que atraiu multidões nos anos 80 agora começa a ser explorado

como uma mina moderna pela canadense Colossus. A velha vila dos garimpeiros,

porém, permanece como testemunha do passado.

O garimpo de Serra Pelada, no sudeste do Pará, atraiu brasileiros de várias partes em busca de riqueza, durante os anos 80, período em que esteve em funcionamento. Gente simples, contaminada pela “febre do ouro”, veio trabalhar na imensa cava na montanha, que se transformou em um verdadeiro formigueiro humano, cujas imagens rodaram o Brasil e o mundo na época.

O garimpo foi fechado pelo Governo Federal nos anos 90, mas agora a produção de ouro promete renascer por meio de uma mina moderna operada pela empresa canadense Colossus, que se associou à Cooperativa de Mineração dos Garimpeiros de Serra Pelada (Coomigasp), que conseguiu os direitos de lavra após a mineradora Vale, antiga detentora, abrir mão deles.

O local pouco lembra a confusão de homens enlameados que trabalhavam no imenso buraco aberto na terra do maior garimpo a céu aberto do mundo. Hoje, a cava se transformou em um lago pelo acúmulo da água da chuva e de lama.

Foi esse cenário que a reportagem da ANBA visitou nesta quinta-feira (07), como integrante da Jornada E.torQ, viagem de carro de São Paulo à Amazônia Paraense organizada pela Associação dos Correspondentes Estrangeiros e patrocinada pela Fiat, Goodyear e Tesacom.

A Colossus começou as obras da mina em junho deste ano, nas proximidades do antigo garimpo. A escavação, por enquanto feita por escavadeiras, avançou cerca de 40 metros de distância e quatro de profundidade, mas com a chegada em breve de dois “tatuzões”, perfuratrizes gigantes semelhantes às usadas para abrir túneis de metrô, o trabalho deve avançar a passos largos e a produção está prevista para começar em dezembro do próximo ano.

Deverão ser extraídas mil toneladas de minério por dia da mina, com uma concentração de ouro que pode variar de 7,5 a 20 gramas por tonelada, de acordo com o diretor geral do projeto, Luiz Carlos Celaro. “É um teor considerado elevado”, disse. Nesse sentido, o empreendimento promete alta rentabilidade.

Para efeito de comparação, ele informou que a mina de Paracatu, em Minas Gerais, onde trabalhou antes, apresenta uma concentração média de 0,45 grama de ouro por tonelada, e ainda assim é rentável por causa do alto preço atual do metal.

O projeto prevê quatro quilômetros de túneis e galerias, que vão atingir uma profundidade de 400 metros ao redor do antigo garimpo. Para tanto, a água que formou o lago será drenada para reduzir a pressão sobre as estruturas.

O investimento total está previsto em US$ 80 milhões, de acordo com Celaro, e já foram investidos cerca de R$ 50 milhões em pesquisa, obras e ações sociais na comunidade que ainda vive na velha Vila de Serra Pelada, base dos garimpeiros.

Cerca de 80 mil homens chegaram a trabalhar no local, poucos tiveram sucesso, outros obtiveram riqueza, para depois perdê-la, e muitos deixaram a região tão pobres quanto chegaram. Para dar uma ideia, o município de Curionópolis - batizado em homenagem a Sebastião Curió, militar que foi o todo poderoso coordenador do garimpo – tinha 38.678 habitantes em 1991, população que caiu para 17.944 pessoas em 2009, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Cidade (quase) fantasma

Sem recursos para se mudar, ou simplesmente esperançosas em ainda poder lucrar com o ouro da região, cerca de 600 famílias permanecem na miserável Vila de Serra Pelada, um pequeno

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povoado com ruas de terra batida, casas de madeira e sem saneamento básico. Ao contrário das “cidades cogumelo”, que surgiram e desapareceram completamente durante a Corrida do Ouro nos Estados Unidos do século 19, o vilarejo paraense insiste em existir como uma testemunha morta-viva do passado recente.

Nesse local, a Serra Pelada Companhia de Desenvolvimento Mineral, joint-venture formada pela Colossus e a Coomigasp para desenvolver o projeto, investe em ações como atendimento médico, coleta de lixo, reforma de escolas, terraplanagem da estrada que liga Curionópolis à comunidade, doações, criação de um centro de treinamento profissional e atividades de lazer. Os ex-garimpeiros que moram lá são, em sua maioria, idosos, e muitas dessas iniciativas são voltadas para seus filhos e netos.

A Colossus tem 75% do negócio e a Coomigasp, 25%. A cooperativa tem cerca de 42 mil associados, ou seja, apenas uma pequena parcela continua a viver em Serra Pelada, mas a frustração frente à miséria de décadas permanece e a região continua sujeita a conflitos.

Os gestores do projeto procuram absorver mão-de-obra local. Filhos de garimpeiros, por exemplo, integram a equipe de segurança do empreendimento, num total de 54 pessoas. Filha do garimpo

Uma das histórias de vida fortemente influenciadas pelo garimpo é a da atual vice-prefeita de Curionópolis, Iraides Campos. Ele chegou à região em 1981, quando tinha 15 anos, trazida pelos pais. O pai era agricultor em Goiás e veio para Serra Pelada tentar a sorte como garimpeiro. Segundo Iraides, ele ficou “bamburrado”, expressão usada para designar um garimpeiro que encontrou muito ouro.

“Meu pai continua aqui [em Curionópolis] hoje, mas ficou pobre”, disse a vice-prefeita. “Isso aconteceu com todos os garimpeiros que ‘bamburraram’”, acrescentou. Ela, no entanto, conseguiu construir sua vida no município. Separada e mãe de duas filhas que estão na faculdade, Iraides é dona do jornal semanal O Regional, de uma agência de publicidade e de uma imobiliária.

Ela acredita que a cidade está prestes a entrar em um ciclo de desenvolvimento, pois, além do projeto da Colossus, a Vale planeja produzir minério de ferro em uma área chamada Serra Leste, extensão de Carajás que fica dentro do município, o que deve gerar muitos empregos diretos e indiretos.

A esperança reside na comparação com a vizinha Parauapebas, onde está localizada a mina de Carajás. Lá a população e os negócios aumentam e condomínios residenciais de alto padrão estão sendo lançados. Para dar uma ideia, o PIB per capita em Parauapebas é de R$ 23 mil, enquanto o de Curionópolis é de R$ 4,4 mil, segundo o IBGE. Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe Autor(a): Alexandre Rocha Data: 13/10/2010

ACIDENTE NO CHILE LEVA BRASIL A REAVALIAR REGRAS DE SEGURANÇA

O acidente com os 33 mineradores no Chile levou o ministro de Minas e Energia do Brasil, Márcio Zimmermann, a mobilizar a equipe técnica para reavaliar as normas de segurança na mineração brasileira. "Pedi para que a Secretaria de Mineração para fazer uma avaliação das regras e ver se a questão (de segurança) dos trabalhadores já está atendida", disse o ministro.

Zimmermann lembrou que o Brasil tem áreas de exploração de carvão, cobre e ouro nos estados da Bahia e Minas Gerais que apresentam características semelhantes às da mina subterrânea

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onde a correu o acidente no país vizinho. Segundo ele, o governo já realiza discussões com diversas mineradoras do Brasil.

O secretário de Geologia e Mineração do ministério, Claudio Scliar, afirmou que as normas brasileiras estão alinhadas às exigências internacionais. "Nossa norma de segurança obriga as minas subterrâneas do país a terem, pelo menos, duas saídas", afirmou o secretário, lembrando que o acidente no Chile ocorreu em uma mina com apenas uma saída.

Scliar informou que o acidente com os chilenos dificilmente ocorreria no Brasil, entretanto, estas atividades sempre têm risco e, por isso, nenhum país está livre. "De qualquer forma, o acidente no Chile nos deixa ainda mais em alerta", disse o secretário.

O secretário ressaltou que o Brasil tem, ao todo, 64 minas subterrâneas, dos quais 47 são exploradas inteiramente no subsolo e 17 são mistas com atividade a céu aberto. Minas Gerais, por exemplo, tem 24 minas de ouro e zinco e Santa Catarina, 14 de carvão mineral. Algumas minas chegam a atingir profundidades entre 1.200 e 1.300 metros.

O ministério desenvolve, segundo Scliar, um projeto envolvendo mineradoras para avaliar as condições de segurança. Ao falar com a imprensa, Sclier informou que viaja, ainda hoje, para Siderópolis (SC) para o curso promovido com 40 sindicalistas e representantes de grandes mineradoras. "É um curso de mobilização e capacitação. Contratamos uma consultoria e mantemos discussões constantes sobre a segurança na atividade de mineração", afirmou.

Fonte: O Globo Data: 15/10/2010

ÍNDIA FLERTA COM O BRASIL

A gigante indiana Tata Steel está flertando abertamente com o Brasil. Notícia divulgada ontem revelou que a empresa se refere ao País como "sócio natural da Índia na América Latina". Segundo o vice-presidente da empresa, Balasubramanian Muthuraman, a região ainda não tem sido explorada de maneira suficiente pelas empresas indianas. Para o executivo da Tata Steel, o Brasil é um país que se abriu mais nos últimos sete ou oito anos na comparação com qualquer outro país da América Latina.

O interesse pelo Brasil não é fortuito. A América Latina deverá ser um dos lugares onde a Índia terá de buscar recursos naturais à medida que o crescimento de sua população provocar o esgotamento de suas próprias fontes energéticas. Por isso, o minério de ferro está no centro das atenções, mas não apenas da Índia. Ontem, foi veiculado na imprensa mundial que as importações do minério de ferro feitas pela China cresceram 17,9% em setembro em relação a agosto, o que demonstra que os cortes na produção exigidos pelo governo não reduziram a demanda daquele que é o consumidor mais voraz do produto no mundo. No mês passado, o governo chinês ordenou que os maiores fabricantes de aço do país cortassem ou interrompessem completamente a produção para cumprir metas de redução do consumo de energia elétrica. Mas a redução não teve nenhum reflexo na importação do minério.

Para o banco de investimento Morgan Stanley, os chineses retomaram as atividades em suas siderúrgicas. Com a retomada da produção, existe o aumento na demanda por matéria-prima. As exportações brasileiras de minério para a China somam atualmente 22% do total importado pelo país, valor que está dentro da média histórica. O crescimento da participação brasileira nas vendas aos chineses é decorrente da redução das exportações indianas. Segundo o relatório gerado pelo Morgan Stanley, o enfraquecimento da Índia nesse momento já era esperado, pois ele se deve à temporada de chuvas no país.

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No Brasil, o aço chinês ganha uma projeção cada vez maior, na medida em que ele está impedindo que as siderúrgicas locais recomponham seus preços. As importações fizeram com que as siderúrgicas brasileiras zerassem seus preços diante do aço importado.

Fonte: DCI Data: 14/10/2010

MINA DE OPORTUNIDADES

Perspectivas são as melhores possíveis para a mineração brasileira, setor que

responde por 5% do PIB e deve faturar US$ 35 bilhões em 2010. China e

crescimento interno explicam o boom dos minérios.

As perspectivas são as melhores possíveis. Das minas do Brasil sairão US$ 35 bilhões em 2010, faturamento estimado para o setor mineral pelo Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). O resultado é 45% superior ao desempenho de 2009, que foi de US$ 24 bilhões. A animação é tanta que o instituto reviu suas projeções de investimentos na área deste ano até 2014 de US$ 54 bilhões para US$ 62 bilhões. As bases desse crescimento são, em primeiro lugar, a China, onde a demanda por minérios segue forte, e os maiores aportes em infraestrutura no país diante da realização de eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, em 2014 e 2016, respectivamente.

"No mercado interno se destaca a ampliação da produção dos bens minerais necessários para a construção civil, como areia, brita e argila, entre outros", explica o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Claudio Scliar. "Já a demanda externa está ligada à enorme procura de minério de ferro por diversos países, principalmente a China", diz.

Assim, haja ferro para alimentar a locomotiva chinesa e colocar em prática projetos de pontes, estradas, estádios e terminais de passageiros, entre outras obras. Este ano, o minério deve atingir uma produção de 370 milhões de toneladas, diante de 310 milhões de toneladas em 2009.

O ferro, nossa principal commodity mineral, é um bom termômetro para medir o crescimento do setor no Brasil. De acordo com o gerente de Dados Econômicos do Ibram, Antonio Lannes, o preço médio do minério era de US$ 20 a tonelada no ano 2000. Hoje, é de US$ 125. "Antes da crise, o valor chegou a passar de US$ 200 a tonelada", explica. "A demanda cresceu mais do que a oferta", diz ele.

Nesse cenário de crescimento do setor, segundo Lannes, o país está entre as cinco maiores potências mundiais da mineração, junto com Canadá, Austrália, Chile e Rússia. "Extraímos mais de 40 minérios no Brasil, numa atividade exercida por cerca de 5,5 mil empresas e responsável por 5% do PIB", diz Lannes.

A alta capacidade de extração brasileira tem ajudado a melhorar a balança comercial do país. O saldo do setor este ano, aliás, vai superar o das contas gerais. "A estimativa para a balança é de um saldo de US$ 16 bilhões. Para a mineração, o saldo atingido deve ser de US$ 18,5 bilhões", afirma Lannes.

Fosfato e fertilizantes

O cenário favorável da mineração brasileira tem impactos até mesmo na produção de fertilizantes (feitos principalmente com potássio e fosfato) que foram responsáveis por parte do aumento no preço dos alimentos no final de 2008. Por ser o quarto maior consumidor de fertilizantes do mundo e ter que importar 91% das suas necessidades de potássio e 45% das de fosfato, o país

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começa a investir em projetos de extração desses minerais, para os quais estão previstos investimentos de US$ 2,5 bilhões entre 2010 e 2014.

Nessa linha, foi instituído o Grupo de Trabalho de Fertilizantes, formado por representantes do Ministério de Minas e Energia, Departamento Nacional da Produção Mineral (DNPM) e Companhia de Pesquisa e Recursos Minerais (CPRM). "Entre as ações do Grupo está a criação do Projeto Fosfato no Brasil, que tem como missão mapear e ampliar as reservas nacionais do minério", explica Scliar.

Assim, num contexto de pesquisa e aportes na descoberta de novas fontes de extração, as oportunidades são boas também para os investidores estrangeiros. "Já fomos procurados por espanhóis interessados em fazer túneis para a mineração", diz Lannes.

Aos que estão no exterior e desejam investir em pesquisa ou manejo de bens minerais por aqui o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia recomenda uma consulta aos sites do DNPM (www.dnpm.gov.br) e CPRM (www.cprm.gov.br). "Neles é possível encontrar informações sobre o potencial geológico e oportunidades de investimento", afirma Scliar, esperançoso por ainda mais agitação no concorrido setor mineral brasileiro. Fonte: Agência de Notícias Brasil Árabe Data: 14/10/2010

VALE E BELO MONTE SÃO CITADAS COMO INDUTORAS DA DESCONCENTRAÇÃO

INDUSTRIAL

O Brasil precisa dar continuidade ao processo de desconcentração industrial e estimular regiões ricas em matérias-primas a investir em ciência, tecnologia e inovação. Como exemplo dessa necessidade, o ministro de Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, citou o estado do Pará onde, além da abundância de matérias-primas como minério de ferro, há boas hidrovias e a expectativa positiva de oferta de energia a partir da conclusão da Usina Hidrelétrica de Belo Monte.

“Nosso país é grande e diversificado e isso faz com que o processo de desconcentração das indústrias seja ainda mais importante. Por isso o tema tem pautado o governo federal em muitos setores”, disse nesta quinta-feira (14/10) Rezende à Agência Brasil, após participar da 2ª Oficina de Trabalho Diagnóstico da Base Industrial da Defesa.

Segundo ele, o exemplo da mineradora Vale serve de referência. A Vale, uma das maiores exploradoras de recursos naturais do mundo, está criando um instituto de pesquisas no Pará com o objetivo de desenvolver tecnologias.

“Isso atrairá outras empresas, a exemplo do que já ocorreu em São José dos Campos (SP). Lá estão concentrados importantes centros de pesquisas e, junto a centros desse tipo, costumam aparecer empresas inovadoras”, disse o ministro. “Com Belo Monte e o minério de ferro da Vale, as empresas certamente ficarão incentivadas a desenvolver produções locais”.

Rezende avaliou que o crescimento que já vem ocorrendo no mercado brasileiro como um todo. Com as regiões Norte e Nordeste se tornando um mercado mais significativo, o Brasil caminha na direção da desconcentração das empresas e, consequentemente, estimula a demanda por pesquisa e inovação no país. O ministro informou que, enquanto a produção mundial cresceu aproximadamente duas vezes e meia entre 1982 e 2009, a brasileira aumentou 14 vezes no mesmo período.

Fonte: Agência Brasil Data: 14/10/2010

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BRASIL REPATRIARÁ 25 MINERADORES ILEGAIS DETIDOS NA BOLÍVIA

Autoridades bolivianas transferiram brasileiros para prisão na localidade de San

Ignácio de Velasco.

O Governo do Brasil repatriará 25 dos 31 mineradores que detidos quarta-feira na Bolívia acusados de extração ilegal de ouro, informou hoje a Chancelaria.

Quatro trabalhadores serão libertados e permanecerão na Bolívia depois que "regularizarem" sua situação, enquanto os dois restantes continuarão detidos e responderão na Justiça do país pela exploração ilegal de minerais, segundo uma nota emitida pelo Ministério brasileiro de Relações Exteriores.

O consulado brasileiro em Santa Cruz de la Sierra emitiu passaportes provisórios para dois dos detidos que estavam na Bolívia como imigrantes ilegais.

Os mineradores brasileiros foram detidos na quarta-feira em uma operação de combate à mineração ilegal na cidade de San Ramón, no departamento de Santa Cruz de la Sierra, na fronteira com o Brasil.

Depois, as autoridades bolivianas transferiram os brasileiros para uma prisão na localidade de San Ignacio de Velasco, onde permaneceram até agora.

Entre estas atividades, nas quais também estariam envolvidos cidadãos bolivianos, estavam extração irregular de minerais, além de trânsito ilegal de madeira e de combustíveis.

Fonte: EFE Data: 10/10/2010

VALE QUER SE TORNAR UMA DAS CINCO MAIORES PRODUTORAS DE COBRE DO

MUNDO

Depois da fracassada proposta pela empresa brasileira de cobre Paranapanema, a Vale esta avaliando construir uma refinaria de cobre no Pará com capacidade para processar 450 mil toneladas do minério. O investimento, segundo o presidente da empresa, Roger Agnelli, pode chegar a US$ 1,2 bilhão e faz parte da estratégia da companhia de se tornar uma das cinco maiores produtoras de cobre no mundo em 2015.

Em julho, a Vale fez uma oferta pela Paranapanema, empresa sediada na Bahia, que poderia chegar a R$ 2 bilhões. No entanto, os acionistas da companhia rejeitaram a proposta em setembro. Segundo Agnelli, o fracasso da negociação é passado.

- A Paranapanema não era uma prioridade. Era uma questão de oportunidade. Eles queriam vender e a gente tentou comprar. Não deu, que bom - disse nesta quinta-feira, Agnelli no evento de inauguração de seu primeiro projeto de cobre na Zâmbia, na cidade Chililabombwe.

- Mas a gente tem vontade de construir um smelter (refinaria) de cobre no Pará. Vai sair mais barato que comprar a Paranapanema.

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A refinaria, cujo prazo de construção ainda não está definido, terá por objetivo atender o mercado brasileiro. Hoje, a Vale produz cobre apenas na mina de Sossego (PA) e obtém o minério como um subproduto do níquel produzido na mina de Sudbury, no Canadá. Uma produção pequena, que correspondeu a 2,2% da receita operacional da companhia no segundo trimestre.

Até 2013, mais três projetos da companhia iniciarão a produção: Salobo (PA), Três Valles (Chile) e Konkola North (Zambia), elevando a produção de cobre da Vale para cerca de 1 milhão de toneladas por ano de cobre por volta de 2015, quando os três projetos estarão operando em plena capacidade.

-Certamente seremos uma das maiores produtoras de cobre, a quarta ou quinta - disse Agnelli.

O projeto Konkola North fica no norte da Zâmbia, no chamado Cinturao do Cobre, região que reúne dez cidades com ricas reservas do minério. A produção inicial sera de 45 mil toneladas por ano de cobre contido. A Vale tem 50% do projeto, ao lado da parceira sul-africana African Rainbow Minerals. O investimento e de US$ 400 milhões.

Para escoar a produção, a Vale esta reformando uma antiga ferrovia que liga o Cinturão do Cobre ao porto de Nacala, em Mocambique. O investimento na infraestrutura logística sera de no mínimo US$ 1 bilhão, de acordo com Agnelli. Alem de capital próprio, a empresa avalia pedir financiamento ao Banco Mundial e ao BNDES.

- Já conversamos com o BNDES e ha disposição de investor - disse Agnelli. A ferrovia, que deve entrar em operação em 2014, criara uma rota alternativa para o

escoamento de produção de minérios na Zâmbia, hoje feito por caminhoes. Segundo Agnelli, a maior parte da linha férrea sofrera apenas alguns ajustes, pois o traçado já esta feito. Sera preciso construir apenas um trecho de 300 km que corta o Malaui. Uma missão de técnicos da Vale visitara o pais na próxima semana para discutir o projeto.

Com a ferrovia, a Vale também transportara o carvão que sera produzido a partir do ano que vem em Moatize, em Mocambique. A empresa espera ainda transportar fosfato - um dos insumos para a industria de fertilizantes - de sua mina em Moçambique para a Africa Central.

Alem da Zâmbia e de Moçambique, a Vale esta presente em mais sete países africanos: Angola, Libéria, Guine, Africa do Sul, Republica Democrática do Congo e Gabão Fonte: O Globo Data: 15/10/2010

IMPORTAÇÃO DE MINÉRIO DE FERRO PELA CHINA SOBE 18% EM SETEMBRO A China importou 52,6 milhões de toneladas de minério de ferro em setembro, uma alta de

17,9% sobre o mês anterior, de acordo com dados oficiais das autoridades de alfândega do país. As importações de produtos siderúrgicos recuaram 2,2%, para 1,32 milhão de toneladas,

enquanto as exportações subiram 7,5%, para 3,01 milhões de toneladas. Nos nove primeiros meses do ano, as importações chinesas de minério de ferro acumulam

queda de 2,5% em relação ao mesmo período do ano passado, para 460 milhões de toneladas, segundo dados preliminares. Fonte: Agência Reuters Data: 13/10/2010

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A VALE DEFENDE O PROJETO A Vale informa que está estudando o projeto Anitápolis e que em todas as regiões brasileiras

onde atua, e em outros países, sua política é trabalhar com consciência e responsabilidade socioeconômica e ambiental. Técnicos da empresa programam visitar a área da mina nos próximos dias.

Uma das justificativas em defesa da fosfateira é a posição do Brasil como o quarto maior consumidor do mundo de fertilizantes, e o terceiro em importação.

Dezoito mil toneladas de fertilizantes fosfatados são consumidas no Brasil, quantidade que coloca o país em quarto lugar entre os consumidores mundiais.

Segundo a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), o mercado brasileiro de fertilizantes é um dos mais promissores do mundo, apresentando nos últimos 14 anos uma média de crescimento de 7,6% ao ano, enquanto o mercado mundial se manteve praticamente estável neste período.

A instalação da fosfateira também pode reduzir a dependência brasileira do fertilizante importado. As importações representam mais de 56% do consumo brasileiro de fertilizantes, ou seja, 11 mil toneladas.

Fora do Brasil, nos países desenvolvidos como Alemanha, França e Estados Unidos, a legislação de mineração é equivalente à do país, afirma o superintendente do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) em Santa Catarina, Ricardo Peçanha. O diferencial está na fiscalização efetiva, já que no Brasil a quantidade de servidores públicos é bem menor, afirma Peçanha.

O superintendente do DNPM conta que em países subdesenvolvidos ocorrem mais danos ao meio ambiente e à população, por causa da legislação que não é tão rigorosa e do baixo investimento tecnológico.

De acordo com Peçanha, a mineração é bem explorada no exterior. Hoje, o maior produtor de fosfato no mundo é o Marrocos, país que fica no noroeste da África. Fonte: Diário Catarinense Data: 13/10/2010

MINERADORAS BUSCAM SUSTENTABILIDADE

Empresas como a Vale e a Colossus promovem ações ambientais e sociais no

sudeste do Pará. A Floresta Nacional dos Carajás, onde fica a mina da primeira,

contrasta com as fazendas desmatadas ao redor.

A mineração é tida como uma atividade que agride o meio ambiente. E de fato é. Mas, dependendo do local e da empresa exploradora, ela pode impedir uma devastação maior ainda. É o caso da Serra dos Carajás, no Pará, onde a Vale opera a maior mina de minério de ferro do mundo.

O empreendimento fica dentro da Floresta Nacional de Carajás (Flona), uma reserva de 412 mil hectares, no município de Parauapebas, no sudeste do estado, protegida pela própria empresa

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em parceria com o Instituto Nacional do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Ao olhar a mina, uma ferida aberta na montanha onde máquinas gigantescas trabalham incessantemente, pode parecer que a devastação é total, mas, na realidade, ela representa apenas 2,5% da área do parque, segundo o gerente geral de mineração das minas de Carajás, Fernando Carneiro. Uma foto de satélite disponível no mirante da mina, mostra que ela é como um pequeno ponto dentro de um mar verde.

Do lado de fora da Flona, no entanto, a história é outra. Ao percorrer as estradas do sudeste do Pará, pouca mata se vê. A maior parte do cenário é formada por fazendas de gado ou áreas de pastagem degradadas. Nada indica que a reserva não teria o mesmo destino, caso a mineradora não estivesse presente.

Paralelamente ao seu negócio principal, a empresa emprega vários profissionais e recursos para minimizar o impacto da mina e devolver para o meio ambiente, e à comunidade local, parte do que foi degradado. Nesse sentido, ela investe em reflorestamento e na preservação de espécies locais..

A Flona é monitorada e pesquisas são feitas no sentido de devolver a cobertura vegetal em áreas já mineradas. As minas de minério de ferro de Carajás são escavadas a partir da “canga”, um afloramento de rocha no topo da montanha que contém o elemento metálico. Lá há uma vegetação rasteira parecida com a do cerrado, ou a savana.

De acordo com o agrônomo Alexandre Castilho, responsável pelo trabalho de reflorestamento, cerca de 300 espécies de plantas foram mapeadas. Esse tipo de ecossistema é conhecido como “campo rupestre” ou “savana metalófila”. Ele mostrou uma área da “canga” ainda virgem, que pode vir a ser explorada futuramente, e outra já minerada e recuperada. São semelhantes a olho nu.

A companhia atua também, em parceria com outras entidades, na proteção de espécies em perigo, como o gavião real, ou harpia, e mantém um parque zoobotânico próximo à mina, que reúne espécies nativas como onças, suçuaranas, diversas espécies de macacos, aves, porcos do mato, antas, entre outros. Segundo o biólogo Eduardo Perin, analista de meio ambiente sênior, o local pode ser visitado pela população e a entrada é gratuita. Ele acrescentou que o parque vai passar por uma reforma orçada em R$ 30 milhões, que serão consumidos em cinco anos.

Há também preocupação com a água. A Vale desenvolveu um sistema de peneiramento do minério, que faz parte do processo industrial de tratamento da rocha, que dispensa o uso de água. O engenheiro de processos José Anselmo Campos, responsável pela usina de Carajás, disse que das 17 linhas de peneiramento, hoje oito operam a seco.

Segundo a empresa, essa tecnologia permitiu reduzir a utilização de água em 19,7 milhões de metros cúbicos por ano, o suficiente para abastecer uma cidade de 430 mil habitantes. Os efluentes do que ainda é utilizado são tratados. A companhia investiu, em 2009, US$ 166 milhões nessas e em outras ações ambientais e sociais somente no Pará. Conflitos

O estado está repleto de riquezas acima e abaixo da terra. De povoamento relativamente recente, incentivado especialmente durante o regime militar, nos anos 70, foi alvo de uma ocupação desordenada e até hoje é palco de diversos conflitos pela posse do solo.

O mais visível deles envolve os fazendeiros, de um lado, e, de outro, os que lutam pela reforma agrária. Na beira das estradas da região sudeste, além das grandes fazendas, é possível ver vários acampamentos de sem terra.

Tais conflitos, muitas vezes, descambam para a violência armada, sendo que o mais famoso ocorreu em Eldorado dos Carajás, em 1996, quando 19 manifestantes sem terra foram mortos pela polícia durante um confronto na rodovia PA-150. No local, a “Curva do S”, há hoje um monumento em memória às vítimas.

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Mas este não é o único conflito. Em Serra Pelada, próxima a Carajás, remanescentes do famoso garimpo dos anos 80 e suas famílias ainda vivem na pequena vila que servia de base aos garimpeiros. São pessoas pobres, que não encontraram o sonhado ouro, e hoje vivem da esperança de ainda ganhar alguma coisa.

É nesse cenário que atua a empresa canadense Colossus, por meio de uma joint-venture com a Coomigasp. A companhia começou recentemente a escavar uma mina moderna, nas proximidades do antigo garimpo, para retirar o ouro que ainda existe e não pode ser extraído de forma artesanal. “O garimpeiro vai na frente, os geólogos vão depois. Os garimpeiros encontram o ouro de superfície, depois fica o metal difícil de ser retirado”, disse o diretor do empreendimento, Luiz Carlos Celaro.

Para levar o projeto adiante, a Colossus tem que lidar com uma parte da comunidade que vê com desconfiança o acordo feito com a cooperativa e acha que está sendo lesada. A produção deve começar somente no final do ano que vem, mas a empresa vem promovendo uma série de ações para se aproximar dos ex-garimpeiros e seus familiares. Elas vão de atendimento médico – a vila tem altos índices de hanseníase e AIDS -, reforma de escolas, treinamento profissional e até a coleta de lixo, que antes não existia. Os dejetos eram jogados na rua.

Os funcionários da Colossus dizem que, se o projeto der certo economicamente e socialmente, ele pode servir de modelo para resolver problemas semelhantes em outras regiões do Brasil. Protestos

Mesmo com as medidas socioambientais e com a geração de empregos para a população local, movimentos sociais no Pará vêem esses empreendimentos empresariais de modo negativo.

A Vale é alvo dos sem terra, por exemplo, que acham que a mineração vai ocupar áreas que poderiam ser utilizadas para agricultura familiar, que o trem da Estrada de Ferro Carajás oferece risco à população que mora próxima aos trilhos, que os empregos vão para profissionais trazidos de fora, não para os locais, e que a siderurgia vai contribuir para o aumento da poluição. A empresa começa a construir em Marabá, maior cidade da região, a Aços Laminados do Pará (Alpa), na beira da BR-230, a Transamazônica. Fonte: Agência de Notícias Brasil-Árabe Autor(a): Alexandre Rocha Data: 11/10/2010

VALE EXPLORA NOVA MINA COM AS MESMAS DIMENSÕES DE CARAJÁS

Com a exploração de uma nova mina, em Canaã dos Carajás, a partir de 2013, a Vale deve despejar mais de 90 milhões de toneladas de ferro ao ano no mercado, volume que corresponde a 1/3 de toda sua produção ano passado e a mesma capacidade de Carajás, considerada a maior mina a céu aberto do Mundo, que a empresa explora há 25 anos.

A nova usina, batizada S11D, deve receber autorização para exploração nos próximos dias do Instituto Brasileiro de Meio Ambientes e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), já estando a mineradora providenciando sua estrutura de apoio nas cidades que ficam às margens da ferrovia.

Para exploração da nova mina, a Vale vai gastar US$ 11,3 bilhões (R$ 19,9 bilhões), o dobro de seu lucro em 2009. O alto investimento tem explicação: relatório divulgado em julho mostra que, nos próximos cinco anos, o consumo mundial de minério de ferro deve atingir 1,7 bilhão de toneladas ao ano, ou seja, aumento de 70% em relação a este ano. Produzido pela Global Industry Analysts (GIA), o estudo mostra que o aumento no consumo de minério de ferro é puxado pelo crescimento da

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economia de países emergentes, em especial a China, com seus investimentos nos setores automotivos e construção civil. Produção

No primeiro semestre deste ano, os chineses compraram 1,8 milhão de automóveis novos, ou quase 60% das vendas no Brasil ano passado, quando o mercado bateu recorde por causa da redução de impostos. Já no setor imobiliário, o governo chinês estabeleceu como meta para 2010 a construção de 3 milhões de apartamentos populares. É um número 50% maior do que o previsto na segunda fase do programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal.

A Vale ainda não revela detalhes da nova mina. Sabe-se que ela está localizada em Canaã dos Carajás, cidade de 23 mil habitantes no sudeste do Pará, e que terá quase a mesma capacidade de produção de Carajás, mina descoberta em 1967 e inaugurada em 1985, concebida para produzir 35 milhões de toneladas ao ano.

Cerca de 1/3 das 240 milhões de toneladas de minério de ferro produzidas pela Vale no ano passado saíram da Serra dos Carajás. Isso faz com que o produto seja o mais importante do portfólio da empresa. Em 2009, as vendas de R$ 25,2 bilhões de minério de ferro responderam por pouco mais da metade da receita operacional da Vale.

O fato de ser a maior produtora de minério de ferro do Mundo ajudou a empresa a ficar no segundo lugar entre as companhias que mais lucraram no ano passado. Com lucro de US$ 5,5 bilhões, a Vale ficou atrás apenas da Petrobras.

A S11D está em fase de licenciamento e de cotação de equipamentos e serviços. Do total de US$ 11,3 bilhões que serão investidos no projeto S11D, mais da metade será usada para aumentar a infraestrutura e a logística. Ferrovia

A ferrovia de Carajás, usada para transportar o minério até os portos, vai ganhar mais 100 quilômetros de extensão, até Canaã dos Carajás, onde será instalada a nova mina. Já a estrada de ferro atual, que liga Parauapebas a São Luís, no Maranhão, terá 605 dos 892 quilômetros de trilhos duplicados.

Ao mesmo tempo, o Terminal Marítimo de Ponta de Madeira, onde acontece o transbordo do minério de ferro nos navios que levam o produto para o exterior, vai ganhar mais um píer. Até 2015, a capacidade de embarque vai aumentar para 230 milhões de toneladas ao ano, quase o dobro da capacidade atual. Fonte: Brasil Mining Site Data: 13/10/2010

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FUTURO DO METAL

Sexto maior produtor mundial de alumínio, Brasil recupera os resultados

registrados antes da crise econômica e atrai investimentos de empresas

nacionais e estrangeiras, que buscam atender o aumento da demanda nos

próximos anos

Com uma perspectiva de crescimento em torno de 25%, pode-se dizer que 2010 será promissor e de recuperação para a indústria do alumínio no Brasil. A notícia é animadora, pois, apesar do faturamento de US$ 13,3 bilhões, que mantém o país na sexta posição entre os maiores produtores mundiais do metal, esse mercado refletiu, em 2009, as instabilidades geradas pela crise econômica mundial. Segundo dados da Associação Brasileira do Alumínio (ABAL), em relação a 2008, houve, por exemplo, redução de 10,5%

no consumo doméstico de produtos transformados e queda de 51,2% na exportação de bauxita, o principal minério para a obtenção da alumina e, em seguida, do alumínio metálico.

Apesar das baixas, especialistas preveem uma boa fase para o setor a partir deste ano. Dados de um estudo da Fundação Getúlio Vargas (FGV) mostram que o crescimento médio anual do PIB de 5,6% deve provocar um aumento entre 6,6% e 9,1% ao ano na demanda do metal no Brasil. Com isso, espera-se que o consumo doméstico, hoje na marca de um milhão de toneladas, corresponda a 2 e 2,6 milhões de toneladas em 2020 – ou seja, mais do que o dobro nos próximos dez anos. Para o presidente da ABAL, Adjarma Azevedo, os setores de construção civil, produção de embalagens e de transportes são os que mais contribuirão para esse resultado.

Fernando Garcia, consultor da FGV, destaca que alguns desafios ainda precisam ser superados, ao citar que a produção de alumínio primário no país “precisa ser estimulada e ampliada para 760 mil toneladas/ano”. Apesar do potencial produtivo brasileiro – a reserva nacional de bauxita é a terceira maior do mundo –, os elevados custos de produção, especialmente com a energia, têm prejudicado a competitividade, impossibilitado a expansão dos produtores de alumínio primário. “Os investimentos da indústria hoje se concentram principalmente em melhorias no processo produtivo”, explica Azevedo.

A energia elétrica é um dos principais insumos da indústria de alumínio primário, representando até 45% do preço final. Atualmente, o segmento opera, em média, com 33% de energia elétrica própria, mas o esforço nem sempre é suficiente. A crise mundial provocou baixas significativas nos níveis de produção. Segundo informações da ABAL, a planta da Valesul, em Santa Cruz (RJ), com capacidade produtiva de 95 mil toneladas, foi desativada em abril de 2009; a Novelis encerrou a produção de alumina em Ouro Preto (MG) em maio do mesmo ano; e a planta de Poços de Caldas (MG) da Alcoa reduziu em 30% a produção de alumínio primário.

Nos próximos 10 anos, o consumo doméstico de alumínio no Brasil deverá dobrar.

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Diante desse cenário, a saída para muitas indústrias do setor tem sido a migração de

investimentos para outros países, onde os custos de produção são menores. Na opinião de Azevedo, porém, a estratégia para reverter este quadro cabe ao governo. “É preciso investir em fontes limpas e competitivas, como a biomassa e a hidroeletricidade, e estabelecer uma política para garantir acesso da indústria à energia a preços competitivos”, defende.

Planos de expansão – Longe de aguardar por novas crises, empresas nacionais e estrangeiras investem no setor. Um exemplo é a Rio Tinto Alcan, cuja história se confunde com a própria evolução da indústria de alumínio no Brasil. Em 1950, a então canadense Alcan tornou-se a primeira multinacional a participar do mercado brasileiro. Hoje, além de atuar em mineração e no fornecimento mundial de bauxita, alumina e alumínio, a Rio Tinto Alcan detém 10% de participação na produção de alumina do Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar), um dos maiores complexos de produção de alumínio primário no mundo. “Investimos cerca de R$ 500 milhões na expansão mais recente da Alumar, dobrando sua capacidade de produção”, diz Ronaldo Ramos, presidente da Rio Tinto Alcan no Brasil.

Líder mundial em laminados e reciclagem de latas para bebidas, a Novelis investirá, até 2012, US$ 300 milhões na expansão das operações de laminação em Pindamonhangaba (SP), aumentando em 50% a capacidade de produção. Também estão previstos mais R$ 15 milhões para ampliar a capacidade da fábrica de transformação de latas e outros materiais de alumínio em 150 mil a 200 mil toneladas/ano de lingotes. “Melhorar nossa capacidade de reciclagem e do fluxo de metal fundido permitirá aumentar para 20% a produção de lingotes e reduzir a compra de terceiros”, diz Alexandre Almeida, presidente da Novelis América do Sul.

Maior produtor de alumínio primário do país, com um volume de produção de 475 mil tone-ladas, a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA) da Votorantim Metais também visa expansão. “Planejamos aumentar em mais de 100 mil toneladas, em 18 meses, nossa capacidade pro-dutiva”, revela Marco Antonio Palmieri, diretor do negócio de alumínio da Votorantim Metais. A iniciativa

inclui uma nova linha de anodização, processo que deixa o alumínio mais resistente.

Construção civil, embalagens e transportes ampliam os negócios em alumínio no país

Luiz Carlos Loureiro Filho, diretor comercial da CBA, observa que o Brasil, até 2015, deve crescer a um nível acima de 10% ao ano. “Eventos como a Copa e as Olimpíadas deverão colaborar para o aumento do consumo de alumínio”, prevê o executivo.

Para manter sua competitividade, a CBA ampliará ainda mais a sua capacidade de gerar energia com recursos próprios – que atualmente corresponde a 80%. Além disso, a companhia se prepara para entrar no mercado da reciclagem. “Reciclamos o metal na própria fábrica e analisamos a entrada mais forte nesse negócio”, afirma Palmieri.

Entre as produtoras de alumínio primário, a Albras – Alumínio Brasileiro, localizada no Pará, é a segunda maior no país e está entre as 15 maiores do mundo. A companhia fornece ao mer-cado lingotes e, por estar próxima de uma grande reserva de bauxita na Amazônia, em Tucuruí, exporta cerca de 93% de sua produção para os mercados asiático e europeu. Os outros 7% são vendidos na forma de metal líquido para a Alubar, fábrica de cabos elétricose vergalhão de alumínio. Luis Jorge Nunes, diretor industrial da Albras, diz que a meta é aumentar a capacidade produtiva para 467 mil toneladas/ano até 2015, com investimentos em desenvolvimento sustentável, melhoria contínua de seus processos e pesquisas.

Atraídos pelo potencial de crescimento, o setor tem gerado o interesse de empresas canadenses, a exemplo da Mecfor, que oferece tecnologia às produtoras de alumínio. “Nosso negócio é produzir equipamentos e soluções para ajudar outros fabricantes a reduzir os custos no processo de transformação do metal”, afirma Danny Savard, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios

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da Mecfor. Para o executivo, é um bom momento para tentar prospectar novos clientes, por isso já veio ao Brasil quatro vezes, somente neste ano. “Acreditamos na economia brasileira e na atitude positiva e dinâmica da maior parte dos representantes desse negócio no país”. Na prática, adianta Savard, uma das oportunidades de parceria pode envolver a produção de equipamentos para o setor ferroviário.

Cenário Positivo Dados da ABAL indicam que o consumo doméstico de produtos transformados de alumínio deverá crescer 24,7%, em 2010, depois de registrar 298,8 mil toneladas consumidas no primeiro trimestre, correspondendo a um aumento de: 32,3% em comparação ao mesmo período de 7,6% em relação ao último trimestre do ano.

Fonte: Revista da Câmara de Comércio Brasil-Canadá, nº 26 Autor(a): Rose Campos Data: agosto/setembro de 2010

O SEGREDO DA PROSPERIDADE

Jorge Gerdau Johannpeter é presidente do Conselho de Administração da Gerdau. Em 1983, ano em que assumiu o cargo de diretor-presidente da empresa, o aço Gerdau era produzido em seis usinas, sendo cinco no Brasil e uma no Uruguai, que totalizavam uma capacidade instalada de cerca de 3 milhões de toneladas de aço. Sob sua liderança, a companhia tornou-se uma empresa internacional. Hoje, a Gerdau possui presença industrial em 14 países, com operações nas Américas, na Europa e na Ásia, as quais somam uma capacidade instalada superior a 25 milhões de toneladas de aço. É a maior recicladora da América Latina e transforma, anualmente, milhões de toneladas de sucata de aço.

A sua obsessão pela eficiência e qualidade da gestão não se

restringe ao grupo que ele comanda: Jorge Gerdau coordena a Ação Empresarial, um dos mais ativos movimentos na busca da execução de reformas estruturais necessárias para o crescimento brasileiro e, na área de qualidade de gestão, é presidente fundador do Movimento Brasil Competitivo (MBC). Nas áreas de educação e cultura, Jorge Gerdau Johannpeter é presidente do Movimento Todos Pela Educação, da Fundação Iberê Camargo, e presidente do Conselho da Fundação Bienal Mercosul, instituições que tornam o Brasil referência internacional nas artes visuais e viabilizam o acesso à cultura e à arte, a milhares de pessoas. Em entrevista à revista Inova Indústria, ele falou sobre as estratégias da companhia, para consolidar-se como empresa de classe mundial.

Revista – Gerdau é uma das maiores fornecedoras de aços longos especiais no mundo, com presença

em 14 países, com ações listadas na Bovespa, Nova Iorque, Toronto, Madrid e Lima. A empresa

encontra-se nesse patamar de competitividade, em função do investimento na inovação de produtos,

processos e gestão?

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Jorge Gerdau Johannpeter: A prosperidade das empresas, de forma geral, é resultado de sua atitude empreendedora e de sua capacidade de inovação. Ambos os conceitos estão intimamente ligados. A competição no comércio internacional tem sido vencida pelos países que melhor unem essas habilidades. Quando se fala em inovação, muitas vezes essa idéia nos remete ao desenvolvimento de um determinado produto ou serviço. Entretanto, ela também pode ocorrer em processos, abrangendo desde a área industrial, de marketing, de logística, entre outros. O desafio, portanto, é que a empresa sempre busque reinventar-se, procurando também padrões referência, os benchmarks, em seu setor de atuação ou em outros segmentos da economia. Revista – Qual o percentual de investimento em inovação do grupo? Esse percentual é o mesmo em

todas as unidades no mundo?

Gerdau: A Gerdau trabalha continuamente para acompanhar e antecipar-se às necessidades de seus clientes. Nesse sentido, destacam-se os esforços voltados para o segmento de aços longos especiais, com centros de pesquisa e desenvolvimento localizados no Brasil, nos Estados Unidos e na Espanha. No Brasil, os centros de pesquisa da Gerdau estão situados nas unidades do Rio Grande do Sul e de São Paulo. Por ano, são desenvolvidos, aproximadamente, 25 projetos de novos produtos. Esse trabalho é realizado em parceria com clientes e diversas instituições de ensino do Brasil e da Argentina. Além de atendimento à cadeia automotiva, a Gerdau também está desenvolvendo, por exemplo, produtos a serem utilizados na exploração de petróleo da camada pré-sal brasileira. Outros segmentos beneficiados são mineração, ferroviário, energia eólica e metal-mecânico, em geral. A Gerdau também investe continuamente na formação de um time de profissionais altamente especializados no segumento de aços longos especiais, do qual fazem parte 59 mestres e 13 doutores. Outro exemplo importante é o trabalho realizado por meio do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, a maior premiação da América do Sul para o setor de máquinas e equipamentos agrícolas, segmento que utiliza o aço como uma das suas matérias-primas. O Prêmio Gerdau Melhores da Terra é um estímulo para o desenvolvimento da agroindústria, pois incentiva e dá visibilidade às tecnologias, inovações e estudos desenvolvidos por empresas do setor, investidores, pesquisadores e estudantes. Revista – A Gerdau foi uma das primeiras empresas a aderir ao movimento pela Qualidade, na década

de 80, liderado pelo seu presidente do Conselho de Administração. No final da década de 2000, a

empresa também está à frente do movimento pela inovação empresarial. Como o senhor analisa a

evolução do setor industrial brasileiro frente ao desafio da busca da inovação? As indústrias

brasileiras estão maduras para assumir o seu papel num cenário global, onde a estratégia de

inovação é cada vez mais determinante?

Gerdau: Acredito que a inovação tem a ver com a atitude das lideranças e do estímulo dado às suas equipes. As empresas devem buscar as melhores oportunidades para seus negócios e a inovação representa um caminho essencial para ganhar espaço e diferenciar-se no mercado, que é cada vez mais competitivo. Portanto, a inovação precisar ser um processo que faça parte do dia a dia das empresas. Além disso, ela deve ser incorporada em todas as áreas da companhia, fazendo parte da estrutura organizacional da empresa. Um dos grandes desafios do Brasil é aproximar as empresas, universidades, entidades e pesquisadores para criar um movimento em busca da inovação e do empreendedorismo. Somente dessa forma conseguiremos atingir um nível de excelência na gestão não somente das empresas, mas também dos governos e das entidades do terceiro setor. Apesar de os esforços nessa área terem sido intensificados no Brasil, ainda temos um longo caminho a percorrer. Fonte: Revista Inova Indústria, nº 14, ano 03 – 2010

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BRASIL AJUDARÁ AFEGÃOS A EXPLORAR SUPER-RESERVA

O governo brasileiro entrará no mercado trilionário de exploração de recursos minerais no Afeganistão. Uma delegação do Itamaraty retornou de Cabul na semana passada com um pedido oficial do governo afegão de ajudá-los a desenvolver o marco regulatório e o ambiente de negócios para abrir à iniciativa privada reservas intocadas, no valor de US$ 1 trilhão, descobertas pelos EUA no país, em junho.

Em busca de maior independência da Casa Branca, o presidente Hamid Karzai não pretende entregar o tesouro nas mãos dos tradicionais parceiros e seus aliados da Europa, e aposta em alternativas como o Brasil para ajudá-lo a desenvolver a mineração no país e intermediar a corrida ao tesouro afegão.

As reservas de ferro, cobre, cobalto, ouro e, principalmente, lítio - metal raro, usado pela indústria química e farmacêutica e na produção de baterias, laptops e celular - são tão extensas que podem transformar o Afeganistão num polo minerador. Nova reserva de lítio, ainda não confirmada pelo governo afegão, chegaria a US$ 3 trilhões, a maior do mundo, segundo informação do Ministério de Minas afegão ao Itamaraty.

A delegação brasileira, comandada pelo diretor da Agência Brasileira de Cooperação (ABC), ministro Marco Farani, foi recebida em Cabul pelo ministro das Minas, Wahidullah Shahrani. Entre outros acordos, os oficiais discutiram a possibilidade de desenvolver tecnologia brasileira-afegã para produção de bateria de lítio, hoje detida apenas pela China, EUA e Coreia do Sul. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: Agência Estado Data: 17/10/2010

COMMODITIES: EFICIÊNCIA ELEVARÁ O CONSUMO DE NIÓBIO

Responsável por 80% da oferta mundial do metal, CBMM investirá R$ 800 mi até

2015 para atender a demanda. Usado para aumentar a resistência do aço, metal

é visto como solução para problemas modernos importantes

O crescimento da demanda por matérias-primas mais eficientes está colocando os chamados "minerais raros" ou "estratégicos" em evidência. Os países desenvolvidos demonstram crescente preocupação com a concentração das reservas em determinadas regiões, como a China, que recentemente barrou as exportações de alguns desses itens.

Já no Brasil, que detém 90% das reservas de um metal dessa categoria, a maior preocupação com o ambiente e a necessidade de produzir mais com menos são vistos como uma grande oportunidade de negócios. A CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração) é a principal produtora de nióbio do mundo -metal utilizado para aumentar a resistência do aço. "O nióbio está ligado à solução dos problemas modernos mais importantes", afirma o CEO da companhia, Tadeu Carneiro. Dona de reservas com durabilidade estimada em 200 anos, em Araxá (MG), a CBMM, do grupo Moreira Salles, prevê crescimento de 60% nas vendas de nióbio até 2015. O volume deve subir

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de 62 mil toneladas neste ano para 100 mil toneladas. As estimativas baseiam-se na baixa adesão ao produto. A demanda pelo nióbio é maior em países mais desenvolvidos tecnologicamente, onde são usadas de 80 a 100 gramas de nióbio para cada tonelada de aço.

A exceção é o Brasil, que usa 100 gramas para cada tonelada de aço. E a grande oportunidade é a China, que, apesar de ser a maior compradora de nióbio do mundo, ainda possui baixo índice, de 25 gramas por tonelada. "O nosso programa é disseminar o conhecimento para que esse pessoal passe a utilizar a tecnologia", afirma Carneiro. Com uma capacidade instalada para produção de 90 mil toneladas de ferro-nióbio por ano, a CBMM investirá R$ 800 milhões nos próximos cinco anos para responder a esse aumento de demanda. Metal “sustentável”

Hoje amplamente utilizado pela indústria siderúrgica, a primeira aplicação de nióbio relevante ocorreu na fabricação de gasodutos, na década de 1970. A segunda fase de crescimento significativo ocorreu no início desta década, em resposta à busca por maior produtividade.

Entre 2002 e 2008, a demanda por nióbio aumentou 17% ao ano, em média, segundo Carneiro. "O aço cresceu 6% nesse período. Isso é uma evidência da inserção tecnológica do nióbio na indústria siderúrgica", diz. Mas, para ele, o aumento mais significativo ainda está por vir, especialmente devido à preocupação com a sustentabilidade. O ferro-nióbio pode, por exemplo, ajudar a produzir carros mais leves, que consomem menos combustível. "Um carro médio tem entre 800 e 1.000 quilos de aço. Se você tira de 100 a 150 quilos do automóvel, ele economiza um litro de gasolina para cada 200 km rodados. Em obras grandes de infraestrutura, você pode, ao usar um aço mais resistente, fazer a mesma estrutura 60% mais leve", afirma o executivo.

Outro filão de mercado cobiçado pela empresa é o de petróleo e gás, que recebe elevados investimentos no país. "O aço que vai atravessar o pré-sal precisa ser oxidável. Estamos estudando com a Petrobras uma nova solução para esse material que contenha nióbio. É uma fronteira importante."

Fonte: Folha de São Paulo Data: 18/10/2010

A REAVALIAÇÃO DA MINERAÇÃO NO BRASIL E NO MUNDO

Uma mina, trinta e três mineradores e mais de dois meses soterrados acerca de 700 metros de profundidade no norte do Chile fizeram a sociedade mundial voltar suas atenções para o setor minerário e suas particularidades. A situação enfrentada por esses mineradores trouxe perplexidade, compaixão e solidariedade a toda população, como também gerou dúvidas e questionamentos das pessoas mais afastadas da realidade minerária, e serviu de alerta e preocupação às autoridades envolvidas.

Para grande parte da população brasileira, o assunto Mineração só tem interesse quando aparece nos noticiários acidentes envolvendo seus mineradores ou quando repercute através das agressões ao meio ambiente. No restante, pouco, ou quase nada, se sabe sobre as ações, serviços e responsabilidades das diversas mineradoras existentes no país.

No Brasil, a matéria é regida pelo Decreto-lei nº 227, de 28 de fevereiro de 1967, considerado o Código de Mineração, regulamentado pelo Decreto nº 62.934, de 02 de julho de 1968, além de diversas outras leis que tratam de assuntos específicos e das diversas áreas de atuação das

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mineradoras, competindo ao Departamento Nacional de Produção Mineração (DNPM) a execução, fiscalização e cumprimento dessas leis.

Para quem convive e conhece a realidade da mineração brasileira, sabe do controle, profissionalismo, preocupação com o meio ambiente, responsabilidade com seus mineradores e compromisso social das empresas mineradoras atualmente em atividade no país. Acontece que a sociedade, em geral, não tem acesso a essas informações, ficando essa realidade restrita apenas às pessoas envolvidas nos diversos projetos minerários existentes.

Não obstante as constantes ações preventivas, os acidentes tornam-se inevitáveis, devido ao grau de risco envolvendo suas operações. Os grandes acontecimentos nessa área ocorreram na década de 1980: o de Urussanga, em Santa Catarina, onde trinta e um mineiros morreram a 80 metros de profundidade, numa mina de carvão, considerada a maior tragédia da mineração brasileira; e em Serra Pelada, região do Estado do Pará, onde aconteceu uma irresponsável e incontrolável corrida do ouro, com milhares de garimpeiros e exploradores tentando extrair ouro da região, em condições desumanas, inseguras e com grande agressão ao meio ambiente. A repercussão foi extremamente prejudicial ao setor minerário, que ficou representado por muito tempo por aquelas ações e, por isso, ainda tem suas empresas repudiadas por diversos setores da sociedade, principalmente por parte dos ambientalistas.

O episódio do Chile, por sua vez, trouxe à tona os problemas encontrados e gerados pela exploração minerária, fazendo com que as autoridades brasileiras (e mundial) reavaliem as regras de segurança na mineração, além de gerar novas discussões, que, certamente, irão influenciar os congressistas na elaboração do novo Código Brasileiro de Mineração, considerado o novo marco regulatório da mineração, que se encontra em debate.

O lado positivo de toda essa história, além do êxito na operação de resgate dos mineradores chilenos, é que o tema segurança voltou a ser discutido em todo o mundo, em prol dos mineradores, que trabalham em situações bastante desfavoráveis, como também serviu de alerta às autoridades, que estarão mais atentas às irregularidades cometidas pelas mineradoras, procurando cessar esses acidentes, ou, não sendo possível, envidando esforços para reduzi-los a patamares irrelevantes e aceitáveis para esse ramo de atividade.

Fonte: Primeira Edição Autor(a): Cid Cardoso Data: 18/10/2010

ÁSIA RESPONDERÁ POR 80% DA RECEITA DA VALE EM CINCO ANOS

Nos próximos cinco anos, a participação do mercado asiático na receita da Vale crescerá dos atuais 51% para 80%, informou o presidente da companhia Roger Agnelli, durante o 10º Vale Day, que marcou dez anos de oferta das ações da Vale na Bolsa de Valores de Nova York, nos Estados Unidos.

“A China não é uma bolha. É uma realidade”, disse Agnelli na apresentação da empresa, exaltando o potencial do mercado asiático para a mineradora. “O pêndulo do crescimento está do lado do mundo oriental. Temos de estar com eles e ajudá-los a crescer (...) e ‘rezar’ por eles”, disse o executivo.

A China, ao lado do Canadá, está entre os países nos quais a Vale possui “boas reservas de cobre”, comentou Agnelli ao mencionar o cobre como uma das prioridades da Vale para 2011. “Eu adoro cobre. Onde houver cobre estaremos lá”, disse. De acordo com o executivo, a Vale tem a meta de atingir a produção de 1 milhão toneladas de cobre em 2015.

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Depois da Ásia, a África foi considerada “a nova fronteira” para a Vale, na avaliação do diretor executivo de finanças e relações com investidores, Guilherme Cavalcanti.

“Agora começaremos a sentir a nova realidade na África e na América do Sul”, disse o executivo destacando projetos de exploração de cobre e desenvolvimento de comunidades locais em Simandou, na Guiné, em Moçambique e na Zâmbia. “Não é só uma questão de dinheiro, mas de comprometimento com as comunidades”, frisou Agnelli.

Fonte: Valor Econômico Data: 19/10/2010