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Fisioterapia respiratória em paciente com bronquiectasia Revisão de Literatura Ana Lúcia Silva Belém 1 [email protected] Dayana Priscila Maia Mejia 2 Pós-graduação em Fisioterapia em Terapia Intensiva Faculdade Ávila Resumo Este estudo aborda a fisioterapia respiratória e sua aplicação em paciente acometido por bronquiectasia, uma dilatação anormal e irreversível dos brônquios e bronquíolos causada por infecções recorrentes, inflamações, produção excessiva de secreção e redução da limpeza mucociliar, que destroem os componentes elásticos e musculares das paredes das vias brônquicas, e torna a via aérea frouxa, tortuosa, com obstrução e fibrose. O objetivo proposto consistiu em descrever as técnicas de fisioterapia respiratória utilizadas em pacientes com bronquiectasia. A literatura evidencia que a fisioterapia respiratória utiliza diversas técnicas com o objetivo de aumentar a permeabilidade das vias aéreas e prevenir o acúmulo de secreções brônquicas. Dentre as técnicas estão as percussões pulmonares, manobras realizadas com as mãos de forma ritmada e/ou compassada. Vibração manual que consiste em movimentos oscilatórios rápidos e de pequena amplitude exercidos sobre a parede do tórax. Percussão e vibração, trata-se de técnicas aplicadas por energia mecânica sobre a parede torácica e pressão manual é realizada por meio de uma pressão para dentro e para baixo. Palavras-chave: Fisioterapia Respiratória Bronquiectasia técnicas de Fisioterapia. 1 Introdução Bronquiectasia tem origem grega, formada pela palavra bronchus (brônquios) e ektasis (dilatação), que significa uma dilatação anormal dos brônquios, associada a episódios de tosse produtiva mucopurulenta e infecções pulmonares recorrentes (PAIVA, 2011). De acordo com Lamari et al. (2006), bronquiectasia consiste em uma dilatação anormal, permanente e irreversível dos brônquios e bronquíolos que ocorre devido à infecções recorrentes, inflamações, produção excessiva de secreção e redução da limpeza mucociliar, causando destruição dos componentes elásticos e musculares das paredes destas estruturas, cuja via aérea afetada torna-se frouxa, tortuosa, com obstrução e fibrose. Gomes Neto et al. (2001) explicam que a bronquiectasia atinge pacientes de diferentes camadas socioeconômicas, porém, a maioria dos paciente pertence à população menos favorecida economicamente, principalmente pela dificuldade de acesso aos serviços de saúde como também, na aquisição de medicamentos. Na maioria das vezes este acesso a serviços especializados só ocorre quando a doença já atingiu seus estágios mais avançados e provavelmente, esses fatores são os principais responsáveis pela incidência elevada de bronquiectasia nos países em desenvolvimento e do Terceiro Mundo. Nesse cenário, conforme Yamaguti et al. (2005), a presença de um fisioterapeuta se faz necessário. Esse profissional deve ser especialista para indicar, escolher e aplicar condutas específicas da fisioterapia respiratória na resolução de casos complexos, para não comprometer nem colocar em risco a vida do paciente. 1 Pós-graduanda em Fisioterapia em Terapia Intensiva 2 Orientadora, Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Biótia e Direito em Saúde.

22 - Fisioterapia RespiratYria Em Paciente Com Bronquiectasia Y

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  • Fisioterapia respiratria em paciente com bronquiectasia Reviso de Literatura

    Ana Lcia Silva Belm

    1

    [email protected]

    Dayana Priscila Maia Mejia2

    Ps-graduao em Fisioterapia em Terapia Intensiva Faculdade vila

    Resumo

    Este estudo aborda a fisioterapia respiratria e sua aplicao em paciente acometido por

    bronquiectasia, uma dilatao anormal e irreversvel dos brnquios e bronquolos causada

    por infeces recorrentes, inflamaes, produo excessiva de secreo e reduo da limpeza

    mucociliar, que destroem os componentes elsticos e musculares das paredes das vias

    brnquicas, e torna a via area frouxa, tortuosa, com obstruo e fibrose. O objetivo

    proposto consistiu em descrever as tcnicas de fisioterapia respiratria utilizadas em

    pacientes com bronquiectasia. A literatura evidencia que a fisioterapia respiratria utiliza

    diversas tcnicas com o objetivo de aumentar a permeabilidade das vias areas e prevenir o

    acmulo de secrees brnquicas. Dentre as tcnicas esto as percusses pulmonares,

    manobras realizadas com as mos de forma ritmada e/ou compassada. Vibrao manual que

    consiste em movimentos oscilatrios rpidos e de pequena amplitude exercidos sobre a

    parede do trax. Percusso e vibrao, trata-se de tcnicas aplicadas por energia mecnica

    sobre a parede torcica e presso manual realizada por meio de uma presso para dentro e

    para baixo.

    Palavras-chave: Fisioterapia Respiratria Bronquiectasia tcnicas de Fisioterapia.

    1 Introduo

    Bronquiectasia tem origem grega, formada pela palavra bronchus (brnquios) e ektasis

    (dilatao), que significa uma dilatao anormal dos brnquios, associada a episdios de tosse

    produtiva mucopurulenta e infeces pulmonares recorrentes (PAIVA, 2011).

    De acordo com Lamari et al. (2006), bronquiectasia consiste em uma dilatao anormal,

    permanente e irreversvel dos brnquios e bronquolos que ocorre devido infeces

    recorrentes, inflamaes, produo excessiva de secreo e reduo da limpeza mucociliar,

    causando destruio dos componentes elsticos e musculares das paredes destas estruturas,

    cuja via area afetada torna-se frouxa, tortuosa, com obstruo e fibrose.

    Gomes Neto et al. (2001) explicam que a bronquiectasia atinge pacientes de diferentes

    camadas socioeconmicas, porm, a maioria dos paciente pertence populao menos

    favorecida economicamente, principalmente pela dificuldade de acesso aos servios de sade

    como tambm, na aquisio de medicamentos. Na maioria das vezes este acesso a servios

    especializados s ocorre quando a doena j atingiu seus estgios mais avanados e

    provavelmente, esses fatores so os principais responsveis pela incidncia elevada de

    bronquiectasia nos pases em desenvolvimento e do Terceiro Mundo.

    Nesse cenrio, conforme Yamaguti et al. (2005), a presena de um fisioterapeuta se faz

    necessrio. Esse profissional deve ser especialista para indicar, escolher e aplicar condutas

    especficas da fisioterapia respiratria na resoluo de casos complexos, para no

    comprometer nem colocar em risco a vida do paciente.

    1 Ps-graduanda em Fisioterapia em Terapia Intensiva 2 Orientadora, Fisioterapeuta, Especialista em Metodologia do Ensino Superior, Mestranda em Bitia e Direito

    em Sade.

  • 2

    Lopes e Brito (2009) explicam que a fisioterapia possui diversas tcnicas que complementam

    os cuidados com pacientes com problemas respiratrios e so indicadas para a melhora da

    funo pulmonar.

    Com base nesse contexto, este artigo buscou responder ao seguinte problema: quais so as

    tcnicas de fisioterapia respiratria? E teve como objetivo geral, descrever as tcnicas de

    fisioterapia respiratria utilizadas em pacientes com bronquiectasia. Para o alcance do

    objetivo geral foram estabelecidos os seguintes objetivos especficos: realizar um

    levantamento na literatura sobre o tema; classificar e caracterizar os tipos de bronquiectasia e

    identificar as principais manifestaes em pacientes com bronquiectasia.

    Este estudo se justifica, pois alm de auxiliar no processo de ensino aprendizagem sobre

    tcnicas de fisioterapia respiratria, estimular discusses sobre a efetiva participao da

    enfermagem junto a pacientes com bronquiectasia.

    Esse estudo foi fundamentado em pesquisa bibliogrfica. Os artigos foram pesquisados nas

    bases de dados eletrnicos Scielo e Bireme, com os seguintes descritores: fisioterapia

    respiratria, bronquiectasia e tcnicas de fisioterapia respiratria. Os artigos selecionados

    foram publicados no perodo de 2001 a 2012.

    2 Sistema Respiratrio: Anatomia e Fisiologia

    O sistema respiratrio, de acordo com Paiva (2011), dividido em duas partes: vias areas

    superiores e inferiores, e formado por rgos que nutrem o organismo por meio de alimentos

    no estado gasoso. No processo respiratrio ocorre a troca de oxignio e dixido de carbono

    com o ar atmosfrico, sua funo subdivide-se em ventilao, que consiste no processo de

    inspirao e expirao, difuso do oxignio dos alvolos pulmonares para o sangue e de

    dixido de carbono do sangue para os alvolos, transporte de oxignio para as clulas e de

    dixido de carbono para fora do corpo.

    Conforme Paiva (2011), a fisiologia do sistema respiratrio envolve vrios eventos,

    permitindo uma boa conduo dos gases pelas vias areas at seu destino final que a

    corrente sangunea e o rgo que necessita desses gases. Para que a ventilao seja eficaz

    necessrio diferentes presses para que seja possvel o livre trnsito do ar para os pulmes,

    dos pulmes para os capilares, o retorno dos capilares para os pulmes e dos pulmes para a

    atmosfera. Essa diferena gradiente de presso criada pela expanso e contrao torcica.

    Vasconcelos et al. (2005) ensinam que a elasticidade das paredes alveolares medida pela

    complacncia. Quando o tecido pulmonar acometido por doena se torna enrijecido e

    apresenta baixa complacncia, com isso, torna muito difcil para o paciente gerar a fora para

    expandir os pulmes e, portanto, ocorre ventilao reduzida.

    Ainda sob a tica de Vasconcelos et al. (2005), a doena pulmonar obstrutiva causam

    anormalidades nas trocas gasosas pulmonares. A obstruo das vias areas e o rompimento

    das paredes alveolares produzem um desequilbrio ventilao-perfuso que interfere na

    transferncia tanto de O2 quanto de CO

    2. Na fisiopatologia da obstruo das vias areas, o

    fluxo areo pulmonar proporcional presso motriz e inversamente relacionado

    resistncia das vias areas. A presso motriz eficaz durante a respirao forada provm

    primariamente do ressalto elstico do pulmo.

    Logo, a reduo da elasticidade, que tpica do enfisema, reduz o fluxo expiratrio mximo, e

    a diminuio do fluxo de ar pode est relacionada tambm a um aumento da resistncia das

    vias areas.

    Serafim e Rosa (2007) ensinam que o aparelho respiratrio est sempre exposto a diversos

    fatores lesivos que podem afetar o seu mecanismo de controle da respirao, sua mecnica,

    funes de trocas gasosas e funes metablicas, ocasionando muita dor e sofrimento ao

    paciente.

  • 3

    2.1 Bronquiectasia: fisiopatologia, aspectos diagnsticos e classificao

    Segundo Gomes Neto (2001), a bronquiectasia definida como uma dilatao anormal e

    irreversvel de um ou vrios segmentos brnquicos, e pode ser localizada ou difusa. Sua

    origem e o dano causado rvore brnquica podem ser explicados pela agresso inicial via

    area inferior causada por infeco microbiana e a obstruo brnquica, levando a diminuio

    do clearance mucociliar e a resposta inflamatria local.

    De acordo com Moreira et al. (2003), a origem da bronquiectasia se d, geralmente, por

    episdios de bronquite ocorridos na infncia, durante uma infeco viral ou bacteriana, ou

    tambm, pode estar associada a condies que propiciam as infeces, como fibrose cstica ou

    discinesia ciliar. Nessas circunstncias, as pequenas vias brnquicas laterais ficam obstrudas,

    levando as vias brnquicas maiores permeveis, a se dilatarem. Com isso, a continuao do

    processo inflamatrio, em parte mediado por citocinas, com liberao de produtos derivados

    especialmente de neutrfilos, somada reparao e fibrose, tornam as dilataes definitivas,

    levando a manifestaes clnicas, como tosse, expectorao purulenta e hemoptises, que

    refletem a facilidade para a reteno de secrees com infeco secundria e o surgimento de

    exuberante circulao nas paredes dos brnquios dilatados, formando a bronquiectasia.

    A dilatao, associada inflamao e ao enfraquecimento da parede brnquica,

    causa distores nos brnquios e cicatrizao, o que, a longo prazo, prejudica os

    mecanismos de defesa e a depurao mucociliar, promovendo acmulo de secreo

    no trato respiratrio. O acmulo de secreo, por sua vez, propicia a instalao de

    colnias de bactrias e a infeco do trato respiratrio, que pioram ainda mais a

    depurao mucociliar, gerando, assim, dano ao epitlio das vias areas e o ciclo

    vicioso da infeco que podem conduzir, mais tardiamente, insuficincia

    respiratria (ZANCHET et al., 2006, p. 458).

    Hochhegger et al. (2010) observaram que at nos dias atuais a patogenia da bronquiectasia

    ainda no foi completamente entendida, por isso, os fatores envolvidos ainda so bastante

    debatidos. Os trs mecanismos sugeridos para explicar a bronquiectasia so o aumento de

    trao peribrnquica, como ocorre na atelectasia, o aumento da presso endobrnquica, como

    acontece na reteno de secrees, e a diminuio da resistncia da parede brnquica, como

    se verifica na bronquite obliterante. Contudo, parece que nenhum desses mecanismos tem

    exclusividade patognica.

    Na tica de Hochhegger et al. (2010), o fator crucial na etiologia das bronquiectasias a

    obliterao da via area lateral. Este fechamento causa um aumento da presso brnquica na

    via axial, com consequente dilatao destes. Se o encerramento da via lateral e permanente,

    desenvolvem-se as bronquiectasias, caso contrrio, a dilatao se desfaz.

    Dalcin et al. (2007) explicam que as vias areas envolvidas pelo processo inflamatrio,

    macroscopicamente, tornam-se tambm flcidas e parcialmente obstrudas por secrees

    purulentas. E quando o processo obstrutivo ocorre por um longo perodo, as pequenas vias

    areas podem ser substitudas por um processo fibrtico acelular. Parte das vias areas

    afetadas macroscopicamente est espessada por edema e clulas inflamatrias, enquanto

    outras reas da mucosa apresentam eroses, lceras e at mesmo formao de abscesso.

    Ainda sob a tica de Dalcin et al. (2007), os principais mecanismos que contribuem para a

    patognese da bronquiectasia so: infeco, obstruo das vias respiratrias e fibrose

    peribrnquica. Os autores ressaltam que, quando o processo inflamatrio persistente, pode

    ocorrer a metaplasia escamosa, a broncomalcia, hipertrofia muscular e intensa

    neovascularizao de artrias brnquicas. Embora o processo envolva primariamente as vias

    areas, o parnquima pulmonar pode ser comprometido tambm por inflamao, edema e

    fibrose, com distoro da arquitetura alveolar causada por pneumonias recorrentes.

  • 4

    Lamari et al. (2006) ensinam que a bronquiectasia frequentemente afeta os lobos inferiores

    bilateralmente. Quando o envolvimento unilateral, encontrada nos brnquios e

    bronquolos terminais, com predomnio esquerda, na lngula e lobo mdio. As principais

    manifestaes clnicas apresentadas so tosse crnica, febre e expectorao volumosa,

    purulenta, com odor ftido. Os pacientes podem apresentar hemoptise, emagrecimento,

    inapetncia, halitose, letargia e prostrao. Observa-se, tambm, por meio de exame fsico, a

    musculatura acessria hipertrofiada, dispneia, dor torcica, fadiga, ausculta pulmonar de

    estertores crepitantes inspiratrios e sibilos.

    Segundo Hochhegger et al. (2010), a bronquiectasia pode ser classificada de acordo com sua

    forma de apresentao (quadro 1). A forma patolgico-radiolgica se divide em

    bronquiectasias cilndricas, csticas (suculares) ou varicosas. A situao do parnquima

    pulmonar adjacente se divide em broncopneumnicas e atelectsicas. A apresentao clnica

    pode ser secas ou com secrees crnicas. E quanto a sua natureza a bronquiectasia pode ser

    congnita ou adquirida.

    Patolgico-

    radiolgica

    Cilndricas - o brnquio encontra-se dilatado uniformemente, terminando de forma abrupta e

    geralmente encontra-se preservado o nmero de geraes brnquicas, mas a via lateral no

    aparece na broncografia.

    Csticas (suculares) - as dilataes brnquicas aumentam progressivamente em direo

    periferia do pulmo. So envolvidas 3 ou 4 geraes e a rvore brnquica termina em fundo de

    saco, muito prxima da superfcie pleural.

    Varicosas - os brnquios dilatados no tm tamanho e forma regulares; so deformados por

    constries em vrios locais e caracteristicamente apresentam dilatao terminal.

    Situao do

    parnquima

    pulmonar adjacente

    Broncopneumnicas Entre os agentes infecciosos em destaque esto os vrus do sarampo, influenza e adenovrus. Pertencem a esse grupo as bronquiectasias foliculares, caracterizadas

    anatomopatologicamente pela presena de infiltrao celular linfide nas paredes dos brnquios

    afetados e tecidos pulmonares adjacentes. Costumam ser do tipo cilndrico ou fusiforme, e

    predominam nos lobos inferiores. Pertence tambm a esse grupo as bronquiectasias saculares,

    cujos sintomas iniciam em idade mais tardia e as alteraes costumam ser mais focais do que as do tipo folicular.

    Atelectsicas - as dilataes brnquicas so encontradas nas reas de colapso pulmonar e

    decorre de obstruo da via brnquica axial (bronquiectasia distais) ou da via brnquica lateral (bronquiectasia proximais). As causas da obstruo podem ser diversas, como exsudar inflamatrio, corpo estranho, neoplasia, e de acordo com a durao e gravidade do

    acometimento, as dilataes dos brnquios podem ser agudas, e regredirem, seguindo-se ao

    desaparecimento ou retirada do fato causal, ou crnicas, persistentes.

    Clnica

    Secas - tem localizao predominante nos lobos superiores, muitas vezes associadas a sequelas

    de doena granulomatos crnica. Este componente de drenagem gravitacional um dos

    principais fatores de estas bronquiectasias no reterem secrees e normalmente no apresentam

    sintomas significativos e a auscultao muitas vezes normal.

    Supurao/secrees crnicas (broncorreicas - geralmente localizadas nos lobos inferiores e

    associadas a zonas de atelectasia e fibrose. Acumulam secrees continuamente e so sede de

    infeco crnica, e a hemoptise episdica, s vezes desencadeada por infeco brnquica aguda. No mtodo de auscultao pode haver a presena de estertores localizados e a radiografia

    de trax frequentemente considerada normal.

    Natureza Congnita - devido a diversas evidncias, atualmente, esse conceito vem se tornando cada vez mais frgil.

    Adquirida - acredita-se que a maioria dos casos de bronquiectasias seja adquirida, o maior

    contingente seguindo-se a uma infeco com ou sem obstruo de brnquio da via axial, e os

    demais casos associados a um defeito anatmico ou imunolgico. Esse defeito pode ser de

    natureza congnita ou hereditria. E dentre eles, destacam-se discinesias ciliares, sndromas de

    Young e de Williams Campbell, traqueobroncomegalia, mucoviscidose e deficincias de alfa 1

    antitripsina e de imunoglobulinas.

    Quadro 1 Formas de apresentao da bronquiectasia Fonte: Hochhegger et al. (2010, p. 634)

  • 5

    Conforme Athanazio et al. (2010), a bronquiectasia uma doena com mltiplas etiologias e

    apresentaes, cuja leso faz parte de um processo progressivo de infeco e inflamao, e

    sua etiologia pode ser congnita ou adquirida. Existem questionamentos se no seria mais

    correto considerar a bronquiectasia uma sndrome, com infeces de repetio, supurao e

    hemoptise como principais caractersticas.

    Gomes Neto et al. (2001) explicam que a bronquiectasia tem apresentao clnica varivel e

    seus sintomas bsicos caracterizam-se por: tosse produtiva crnica com escarro purulento,

    infeco respiratria de repetio e hemoptise de pequena ou grande monta. A suspeita

    diagnstica de bronquiectasia deve ser feita pelos achados clnicos, auxiliada pela radiografia

    simples de trax e confirmada por broncografia e/ou tomografia computadorizada de alta

    resoluo do pulmo. Os autores afirmam que at os anos 80, a broncografia era o exame

    principal utilizado para fazer o diagnstico e estadiamento, que consiste na localizao

    anatmica e acurado da doena.

    Porto et al. (2001) explicam que a utilizao da tomografia computadorizada na investigao

    radiogrfica das bronquiectasias vem substituindo gradativamente a broncografia, pois

    consegue demonstrar a presena de pequenas dilataes, com aumento da seco transversa

    de brnquios mesmo com paredes espessas. Um critrio importante aplicado na deciso sobre

    o grau e significado das dilataes brnquicas consiste na comparao com o dimetro do

    ramo da artria pulmonar adjacente, o que possvel em cortes obtidos pela tomografia

    computadorizada, especialmente de alta resoluo.

    De acordo com Zanchet et al. (2006), Na secreo de pacientes com bronquiectasia, existem

    quatro bactrias mais comumente identificadas, so elas: Haemophillus influenzae,

    Streptococcus pneumoniae, Moraxella catarrhalis e Pseudomonas aeruginosa. Mesmo os

    pacientes afetados pela bronquiectasia tendo um bom prognstico, a doena ainda apresenta

    significativa morbidade, principalmente devido a infeces recorrentes ou crnicas do trato

    respiratrio.

    2.2 Fisioterapia respiratria em paciente com bronquiectasia

    A rea de atuao da fisioterapia muito abrangente, pode ser aplicada no atendimento a

    pacientes em vrios segmentos do tratamento intensivo, como os pacientes crticos que no

    necessitam de suporte ventilatrio, durante a recuperao ps-cirrgica, com o objetivo de

    evitar complicaes respiratrias e motoras e assistncia a pacientes graves que necessitam de

    suporte ventilatrio (JERRE et al., 2007).

    De acordo com Rosa et al. (2007), as tcnicas de fisioterapia respiratria tem por objetivo o

    aumento da permeabilidade das vias areas e preveno do acmulo de secrees brnquica, e

    para a desobstruo das vias areas so utilizadas diversas tcnicas.

    A fisioterapia respiratria muito vasta na prtica profissional e atua no tratamento

    de pacientes de todas as idades com distrbios pulmonares agudos ou crnicos. Pode

    ser realizada em ambientes hospitalares, no pr e ps operatrio de diversas

    cirurgias, em Unidade de Terapia Intensiva, clnicas, ambulatrios, centro de

    assistncia e reabilitao e at mesmo na casa do paciente quando se fizer

    necessrio. O tratamento fisioterpico a estes pacientes se faz atravs de tcnicas

    manuais e instrumentais, e tem como objetivo a remoo de secrees das vias

    areas, reduzindo a obstruo brnquica e a resistncia das vias areas, facilitando as

    trocas gasosas e reduzindo o trabalho respiratrio. A terapia de higiene brnquica envolve o uso de tcnicas no invasiva de depurao das vias areas destinadas a

    auxiliar na mobilizao e de depurao de secrees (SERAFIM E ROSA, 2007).

    De acordo com Nicolau e Lahz (2007), a fisioterapia respiratria muito utilizada nas

    unidades de tratamento intensivo para a preveno e tratamento de doenas respiratrias. No

  • 6

    princpio, a fisioterapia respiratria era considerada sinnimo de tapotagem, pois foi a

    primeira tcnica utilizada de modo sistemtico. Com o desenvolvimento de outros mtodos

    fisioterpicos, surgiram novas possibilidades para a higiene brnquica como a drenagem

    postural, vibrao, compresso, e outras que podem ser utilizadas individualmente ou

    combinadas entre si.

    Luiz et al. (2009) ensinam que o objetivo da fisioterapia respiratria a preveno da

    instalao de infeces respiratrias e quando isso ocorre, sua finalidade a promoo e

    tratamento adequado para evitar outras complicaes. Utiliza estratgias, meios e tcnicas de

    avaliao e tratamento no sentido de buscar a otimizao do transporte de oxignio e

    contribuir para a preveno ou minimizao das disfunes ventilatrias, promovendo a

    mxima funcionalidade e qualidade de vida dos pacientes. Podendo ainda proporcionar

    assistncia ao paciente criticamente enfermo em unidades de terapia intensiva - UTI, alm de

    intervenes teraputicas em pacientes com diversas disfunes de sistemas orgnicos em

    UTIs.

    De acordo com Gava e Picano (2007), a fisioterapia respiratria muito importante para o

    tratamento de doenas hipersecretivas como a bronquiectasia. A tcnica pode ser realizada

    com uma ou duas mos espalmadas sobre a regio acometida do trax do paciente, realizando

    ao mesmo tempo uma vibrao manual e uma depresso do gradil costal durante a fase de

    expirao. O processo pode ser realizado tambm com aparelhos eletromecnicos, como

    almofadas vibratrias e vibradores eltricos. Contudo, os autores explicam que os

    fisioterapeutas preferem a forma manual e justificam que devido as oscilaes feitas pelo

    vibrador eletrnico, no se atinge satisfatoriamente a rvore brnquica, com isso, sua

    adaptao anatmica ao trax do paciente deixa a desejar.

    No entanto, na tica de Presto (2005), a tcnica com o uso de aparelhos mecnicos melhor, e

    explica que a vibrao produzida pelas mos inferior vibrao produzida por aparelhos

    mecnicos, e estes possibilitam a mensurao da vibrao produzida. Porm, o autor contra-

    indica o uso de aparelho em casos de pacientes que apresentam hemoptise, neoplasias

    pulmonar, plaquetopenia, broncoespasmo, dor torcica e bolhas enfisematosas.

    Para o tratamento da bronquiectasia, Dalcin et al. (2007) afirmam que as tcnicas tradicionais

    de fisioterapia respiratria, como a drenagem postural e percusso torcica, tm sido

    utilizadas por dcadas. Atualmente existem outras tcnicas de fisioterapia ativa que vem

    substituindo as tradicionais, como a presso expiratria positiva, ciclo ativo da respirao e

    drenagem autgena que conferem maior autonomia, principalmente, para os pacientes adultos.

    Em pases desenvolvidos, existem roupas inflveis e vibradores mecnicos aplicados ao trax

    que so utilizados como para a realizao da fisioterapia respiratria. Porm, sua utilizao

    limitada em pases mais pobres, devido o seu custo.

    Lamari (2006) ensina que a drenagem postural em pacientes com bronquiectasia pode ser

    realizada uma hora antes de o paciente dormir, uma vez que facilita a expectorao de

    secrees que podem interferir em seu repouso noturno. Ressalta tambm que durante as

    mudanas de decbito podero ocorrer fortes estmulos para a tosse. Esta tcnica tambm

    pode ser realizada pela manh para se efetuar a limpeza brnquica das secrees acumuladas

    durante o perodo noturno.

    Yamaguti (2007) explica que o posicionamento corporal considerado uma interveno

    teraputica no invasiva, apresenta efeitos significativos e benficos sobre a funo pulmonar

    e o transporte de oxignio. Interfere na distribuio da ventilao, da perfuso, da presso de

    abertura dos alvolos e na mecnica diafragmtica.

    Gava e Picano (2007) ensinam que a posio mais indicada a decbito lateral, com o

    hemitrax acometido colocado contralateralmente maca, dessa forma, o terapeuta poder

    envolver com suas mos todo o hemitrax do paciente, acompanhando e ajudando

    manualmente o movimento realizado pelo gradil costal. No caso de impossibilidade do

  • 7

    paciente se posicionar em decbito lateral, a tcnica pode ser aplicada em decbito dorsal,

    mas a eficcia pode no ser a mesma.

    De acordo com Conde (2008), os mtodos que contribuem para a desobstruo brnquica so:

    percusses pulmonares, vibrao manual, presso manual torcica e terapia expiratria

    manual passiva. Nas percusses pulmonares as manobras so realizadas com as mos de

    forma ritmada e/ou compassada, com o objetivo de descolar a secreo pulmonar viscosa,

    permitindo seu deslocamento pela rvore brnquica e facilitando sua eliminao. Na vibrao

    manual os movimentos so oscilatrios rpidos e de pequena amplitude exercidos sobre a

    parede do trax, que propiciam a depurao mucociliar e facilitam a eliminao de secrees.

    A percusso e a vibrao so tcnicas caracterizadas por uma aplicao de energia mecnica

    sobre a parede torcica sendo transmitida para a regio pulmonar aumentando a amplitude dos

    batimentos ciliares. O mtodo de presso manual torcica favorece a tosse com o objetivo de

    promover a remoo de secrees, utilizando a compresso na expirao forada. A terapia

    expiratria manual passiva utilizada para dar mobilidade caixa torcica. A presso manual

    aplicada na fase expiratria da ventilao, com intuito de diminuir os dimetros torcicos,

    feita uma presso para dentro e para baixo.

    Conforme Lamari (2006), a drenagem postural (figura 1) mais um mtodo utilizado para

    desobstruo brnquica que consiste no emprego da fora da gravidade. indispensvel para

    os pacientes com bronquiectasia que apresentam tosse produtiva. Mesmo quando os clios

    sobrevivem, eles podem movimenta-se eficazmente devido s secrees excessivas. No

    entanto, a drenagem postural no pode ser aplicada em pacientes com bronquiectasia seca,

    pois pode ocorrer agravamento da tendncia hemoptise.

    Figura 1: Drenagem Postural Fonte: Conde (2008, p. 55)

  • 8

    Antunes et al, (2001), cita o Flutter VRP1 como um mecanismo que se assemelha ao da

    drenagem postural associada respirao com freno labial. Trata-se de um instrumento

    porttil que combina estabilizao das vias areas, favorece a higiene brnquica, gera presso

    positiva expiratria e provoca vibraes endobrnquicas durante a expirao atravs do

    aparelho, mobilizando o muco. A expectorao facilidade por meio de oscilaes nas

    presses previnem o colapso brnquico.

    Ramos et al. (2009) explicam que o Flutter VRP combina oscilao de alta frequncia e

    presso expiratria positiva que prevenir a obstruo das vias areas e remove o acmulo de

    secreo. Esse aparelho contm em seu interior um cone com uma esfera metlica dentro, e,

    quando o paciente realiza uma expirao no aparelho, o fluxo de ar expirado eleva a esfera,

    que volta a cair por ao de seu prprio peso. A sucesso rpida desses eventos promove uma

    vibrao area no interior do aparelho, a qual transmitida para as vias areas do paciente,

    mobilizando a secreo e facilitando a expectorao.

    3 Materiais e Mtodos

    Este estudo consiste em uma reviso bibliogrfica. Foi fundamentada em pesquisa

    bibliogrfica, que de acordo com Furast (2006), ocorre por meio do manuseio de obras,

    impressas ou capturadas via internet.

    Os artigos foram pesquisados nas bases de dados eletrnicos como o Scientific Electronic

    Library Online Scielo e Biblioteca Virtual em Sade Bireme, sendo previamente selecionados 29 artigos publicados na lngua portuguesa no perodo de 2001 a 2012.

    Para a busca dos artigos utilizou-se os seguintes descritores: fisioterapia respiratria,

    bronquiectasia e tcnicas de fisioterapia respiratria.

    Os artigos utilizados para o desenvolvimento do referencial terico atenderam os critrios

    estabelecidos para responder ao questionamento como tambm para alcanar o objetivo

    proposto nesse estudo.

    4 Resultados e Discusso

    O sistema respiratrio formado por rgos que nutrem o organismo por meio de alimentos

    no estado gasoso. Serafim e Rosa (2007) evidenciam que este est sempre exposto a diversos

    fatores lesivos que podem afetar o seu mecanismo de controle da respirao, sua mecnica,

    funes de trocas gasosas e suas funes metablicas.

    Um dos fatores lesivos a bronquiectasia, que Gomes Neto (2001) e Lamari et al. (2006)

    definem como uma dilatao anormal e irreversvel de um ou vrios segmentos brnquicos.

    Os principais mecanismos que contribuem para a bronquiectasia citado por Dalcin et al.

    (2007), so elas: infeco, obstruo das vias respiratrias e fibrose peribrnquica.

    A bronquiectasia classificada de acordo com sua apresentao. E fundamentando com

    Hochhegger et al. (2010), existe a forma patolgico-radiolgica que se divide em

    bronquiectasias cilndricas, csticas (suculares) ou varicosas. A situao do parnquima

    pulmonar adjacente que se divide em broncopneumnicas e atelectsicas. A clnica que pode

    ser seca ou com secrees crnicas e a de natureza que pode ser congnita ou adquirida.

    A origem da bronquiectasia ocorre geralmente na infncia causada por meio de infeco viral

    ou bacteriana de episdios de bronquite, e conforme Moreira et al. (2003), nessas

    circunstncias, as pequenas vias brnquicas laterais ficam obstrudas, levando as maiores,

    permeveis, a se dilatarem. E o processo inflamatrio contnuo levam a manifestaes

    clnicas, como tosse, expectorao purulenta e hemoptises, que refletem a facilidade para a

    reteno de secrees com infeco secundria e o surgimento de exuberante circulao nas

    paredes dos brnquios dilatados, formando as bronquiectasias.

  • 9

    A fisioterapia respiratria se apresenta como um tratamento adequado para a preveno e

    tratamento de doenas respiratrias, e Rosa et al. (2007) afirmam que seu objetivo o

    aumento da permeabilidade das vias areas e preveno do acmulo de secrees brnquicas.

    Sobre a finalidade da fisioterapia respiratria, Luiz et al. (2009) afirmam que consiste na

    promoo e tratamento adequado para evitar outras complicaes por meio de estratgias e

    tcnicas de avaliao e tratamento no sentido de buscar a otimizao do transporte de

    oxignio e contribuir para a preveno ou minimizao das disfunes ventilatrias.

    Quanto as tcnicas manuais e mecnicas, dois autores divergem em relao as duas tcnicas.

    Para Gava e Picano (2007), a forma manual atinge satisfatoriamente a rvore brnquica. No

    entanto, na tica de Presto (2005), a tcnica com o uso de aparelhos mecnicos melhor, pois

    a vibrao produzida pelas mos inferior vibrao produzida pelos aparelhos mecnicos,

    uma vez que estes possibilitam a mensurao da vibrao produzida.

    As tcnicas da fisioterapia respiratria que contribuem para a desobstruo brnquica so

    citadas por Conde (2008), e consistem em percusses pulmonares, vibrao manual, presso

    manual torcica e terapia expiratria manual passiva. Nas percusses pulmonares as manobras

    so realizadas com as mos de forma ritmada e/ou compassada. Na vibrao manual, os

    movimentos so oscilatrios rpidos e de pequena amplitude exercidos sobre a parede do

    trax. A percusso e a vibrao so tcnicas caracterizadas por uma aplicao de energia

    mecnica sobre a parede torcica sendo transmitida para a regio pulmonar. O mtodo de

    presso manual torcica favorece a tosse e promove a remoo de secrees, utilizando a

    compresso na expirao forada. A terapia expiratria manual passiva utilizada para dar

    mobilidade caixa torcica. A presso manual aplicada na fase expiratria da ventilao,

    com intuito de diminuir os dimetros torcicos, fazendo uma presso para dentro e para baixo.

    Dalcin et al. (2007) afirmam que surgiram novas tcnicas de fisioterapia respiratria que vem

    substituindo as tradicionais, como a presso expiratria positiva, ciclo ativo da respirao e

    drenagem autgena. Em pases desenvolvidos, existem tcnicas alternativas utilizadas com

    roupas inflveis e vibradores mecnicos aplicados ao trax. Entretanto, sua utilizao

    limitada em pases mais pobres, devido o seu custo elevado.

    Concluso

    A bronquiectasia uma doena que afeta o sistema respiratrio e consiste em uma dilatao

    anormal e irreversvel de um ou vrios segmentos brnquicos. Sua origem geralmente se d

    por episdios de bronquite na infncia causada por uma infeco viral ou bacteriana,

    explicada pela agresso via area inferior, e pode ser localizada ou difusa.

    O processo inflamatrio torna as vias areas flcidas e parcialmente obstrudas por secrees

    purulentas. E quando ocorre um processo contnuo por um longo perodo, uma das partes das

    vias areas afetada macroscopicamente fica espessada por edema e clulas inflamatrias,

    enquanto outras reas da mucosa apresentam eroses, lceras e at mesmo formao de

    abscesso.

    As bronquiectasias so classificadas de acordo com sua forma de apresentao, so elas:

    patolgico-radiolgica que se divide em bronquiectasias cilndricas, csticas ou varicosas. A

    segunda forma a situao do parnquima pulmonar adjacente que se divide em

    broncopneumnicas e atelectsicas. A terceira a forma de apresentao clnica que pode ser

    seca ou com secrees crnicas. E a ltima classificao a natureza da bronquiectasia que

    pode ser congnita ou adquirida.

    As principais manifestaes em pacientes com bronquiectasia so tosse crnica, febre e

    expectorao volumosa, purulenta, com odor ftido, o paciente pode apresentar

    emagrecimento, inapetncia, halitose, letargia, prostrao e hemoptise. E quando o processo

  • 10

    inflamatrio persistente, pode ocorrer a metaplasia escamosa, a broncomalcia, hipertrofia

    muscular e intensa neovascularizao de artrias brnquicas.

    As tcnicas de fisioterapia respiratria utilizadas em pacientes com bronquiectasia tm por

    objetivo o aumento da permeabilidade das vias areas e preveno do acmulo de secrees

    brnquicas, incluem percusses pulmonares que consistem em manobras realizadas com as

    mos de forma ritmada e/ou compassada, com o objetivo de descolar a secreo pulmonar

    viscosa, permitindo seu deslocamento pela rvore brnquica e facilitando sua eliminao.

    Vibrao manual, essa tcnica so movimentos oscilatrios rpidos e de pequena amplitude

    exercidos sobre a parede do trax que propiciam a depurao mucociliar e facilitam a

    eliminao de secrees. Percusso e a vibrao so tcnicas caracterizadas por uma aplicao

    de energia mecnica sobre a parede torcica sendo transmitida para a regio pulmonar

    aumentando a amplitude dos batimentos ciliares. A terapia expiratria manual passiva

    utilizada para dar mobilidade caixa torcica. A presso manual aplicada na fase expiratria

    da ventilao, com o objetivo de diminuir os dimetros torcicos, onde feita uma presso

    para dentro e para baixo. E a tcnica de presso manual torcica favorece a tosse e promove a

    remoo de secrees, utilizando a compresso na expirao forada. Existem formas

    alternativas que so roupas inflveis e vibradores mecnicos aplicados ao trax.

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