32
Pelo resgate da sensação de segurança Caso envolvendo o jogador de rúgbi Lucas Mariuzza põe em alerta a comunidade bento-gonçalvense, assustada com a violência dos crimes na cidade CRISTIANO MIGON BENTO GONÇALVES Sábado 22 DE AGOSTO DE 2015 ANO 48 N°3158 R$ 3,00 www.jornalsemanario.com.br Trânsito Acidentes diminuem 25% na cidade Números do primeiro semestre mostram redução, mas desrespeito dos motoristas é constante Páginas 20 e 21 Páginas 28 e 29 Criminalidade

22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Embed Size (px)

DESCRIPTION

22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158 - Bento Gonçalves/RS

Citation preview

Page 1: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Pelo resgate da sensação de segurança

Caso envolvendo o jogador de rúgbi Lucas Mariuzza põe em alerta a comunidade bento-gonçalvense, assustada com a violência dos crimes na cidade

CRISTIAN

O M

IGO

N

BENTO GONÇALVESSábado22 DE AGOSTO DE 2015ANO 48 N°3158

R$ 3,00 www.jornalsemanario.com.br

Trânsito

Acidentes diminuem 25% na cidadeNúmeros do primeiro semestre mostram redução, mas desrespeito dos motoristas é constante Páginas 20 e 21

Páginas 28 e 29

Criminalidade

Page 2: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Por uma Bento mais seguraEditorial

Os problemas da falta de segurança há muito tempo deixou de ser uma questão a ser discutida apenas nas grandes cidades. A criminalidade, somada ao tráfico de drogas, tornou-se uma enorme pedra no sapato dos órgãos de segurança pública, que veem a cada dia que passa aumentar a dificuldade em comba-ter estes delitos.

Em Bento Gonçalves a situação não é di-ferente. A tentativa de homicídio ao jovem Lucas Mariuzza e os dois assaltos a estabele-cimentos comerciais ocorridos nesta semana expõem a ousadia da bandidagem e a sensa-ção de insegurança da comunidade bento--gonçalvense. A ficha demorou a cair, mas parece que agora todos estão se conscienti-zando que deixamos de ser aquela cidade pacata, onde podia andar na rua a qualquer hora do dia ou da noite.

O prefeito Guilherme Pasin foi até Porto Alegre conversar com o alto comando da Brigada Militar, buscando a liberação das horas-extras para os policiais que atuam no município. Além disso, reuniu os chefes de todos os órgãos de segurança

pública para buscar alternativas no combate à criminalidade.A sensação de insegurança está presente em boa parte da co-

munidade e, mesmo com o aumento das prisões e do combate ao tráfico, a violência dos crimes praticados na cidade faz com que a população se sinta desprotegida. Soma-se a isso a situa-ção de penúria do Governo do Estado, que está com os cofres

raspados, e a falta de efetivo da Brigada Mili-tar e da Polícia Civil.

O policiamento ostensivo segue a política do fazer mais com menos. Nossos policiais não pararam suas atividades e, mesmo assim, os criminosos seguem atuando, mudando o seu modus operandi a cada dia. Uma resposta contundente é preciso para evitar que o caos

se instale na cidade. Estamos longe de ser um dos municípios mais violentos do Rio Grande do Sul, porém a situação é consi-derada preocupante pelas autoridades. Mais do que combater a violência, o principal, neste momento, é retomar a sensação de segurança da população bento-gonçalvense. Algo distante, por mais que a polícia esteja atuando.

Mais do que combater a violência, é preciso resgatar a sensação

de segurança da população

Sábado, 22 de agosto de 2015 2 Opinião

Nos meus tempos de guri, lá pelos vinte anos, o mercado de tra-balho era muito receptivo para quem tivesse duas referências: cur-sado o escritório Modêlo do Colégio Aparecida e fosse um excelente datilógrafo, principalmente se tivesse cursando a exemplar escola de datilografia do Colégio Medianeira. Foi ali que eu tirei o meu curso de datilografia, tinha eu 14 ou 15 anos de idade, o horário disponível era das 13 às 14:00 horas. O livro era um “catatau” de umas 100 páginas e a Irmã que cuidava do curso era rigorosa ao extremo, era proibido olhar para o teclado da máquina, só para o manual, de vez em quando ela se afastava da sala e voltava, de repente, flagrando aquele olhar maligno para o teclado. Mas, eu não enfrentava apenas esse desafio, às 13h30min horas as alunas entravam no Colégio, subindo a escada que passava pela salinha da escola de datilografia. Aí, paravam na es-cada e, qual um jogral, diziam: “coitadinho, tão bonitinho e de chinelo de dedo”. Eu aguentava o jogral todos os dias, não me abalava, elevava meus pensamentos a Deus e pensava: “o Senhor é meu pastor, nada me afetará”. O chinelo se devia ao fato de eu ter vindo do Barracão, onde raramente eu vestia calçado, andava sempre de chinelo de dedo e, na cidade o sapato continuava sendo desconfortável. Além do mais eu queria aquele diploma, como de fato consegui. Mais tarde vim a ser Presidente da União dos Estudantes e a sede da Entidade ocupava uma salinha no Colégio e contava com a colaboração de estudantes de lá, principalmente das alunas internas do Colégio, de quem me tor-nei amigo, delas e das Irmãs. O acesso ao Colégio não era fácil e às internas, mais ainda. Tal era valiosa esta relação que, aos domingos, uma Irmã acompanhava as internas para a Boate do Clube Aliança, que começava às 8h e terminava às 24h, horário em que a Irmã vi-nha buscá-las na porta do Clube. E eu as acompanhava, ia buscá-las e levá-las, como “damo” de companhia. Eram todas meninas lindas, cultas, entre elas a Heloisa, de Nova Prata, (minha Vice-Presidente) a Ana Julia, de Guaporé. Com a Ana Julia eu dançava constantemen-te. Um dia, tomei coragem, parei no centro da Boate e pedi ela em namoro, dizendo: “Ana Julia, nos damos tão bem, estamos nos co-nhecendo a tanto tempo, formamos um belo par, vamos namorar?”. Ela olhou para mim e disse: “não posso”. E eu “como não pode, eu falo com a Irmã”. E ela “não é isso não, é que eu estou apaixonada”. “Apaixonada” disse eu, “sim”, disse ela. “Por quem?” disse eu. Depois de muita insistência e parados no meio do salão, ela disse “ele está aqui”, “aqui onde?” questionei. “Lá encima do palco, tocando” disse ela. Olhei para o palco, o conjunto era o do Pedrinho, tocava na Boate todos os domingos. Olhei e fiz uma análise circunstanciada pensan-do “quem será o meu rival?” embora, naquelas alturas, eu não era mais rival de ninguém, estava sofrendo minha primeira desilusão amorosa. O Carlos Arzuaga não podia ser, embora tivesse seus en-cantos quando cantava “La Barca”, “Reloj”, “História de um Amor”.

[email protected]

CENTENÁRIO DO MEDIANEIRA

SEDEWolsir A. Antonini, 451

Bairro Fenavinho - Caixa Postal 12695 700.000 - Bento Gonçalves - RS

ESCRITÓRIO CENTRALMal. Deodoro, Centro, 101Galeria Central - Sala 501

DIRETOR PRESIDENTE HENRIQUE ALFREDO CAPRARA

DIRETORES ANA INÊS FACCHIN

HENRIQUE ANTÔNIO FRANCIO

FALE COM A GENTE

Telefones:Central/Fax: 3455.4500

Escritório Centro: 3452.2186Rádio - Estúdio: 3455.4530

Rádio - Coordenação: 3455.4535Noi - 3455.4513 ou 9923.1411

Atendimento ao assinante: 3055.3073 ou 9971.6364

E-mails:[email protected]

[email protected]@radiorainha.fm.br

[email protected]

Sites:www.jornalsemanario.com.br

www.radiorainha.fm.brwww.revistanoi.com.br

JORNALISTA RESPONSÁVEL HENRIQUE ALFREDO CAPRARA

Registro Prof. DRT 3321

CirculaçãoQuartas-feiras e sábados

Somos filiados à ADJORI / RSEste jornal não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados e não devolve

originais que não foram publicados.

EXPEDIENTE

Siga-nos no Twitter:@jsemanario

Curta a fanpage:fb.com/jornalsemanario

Leia também no nosso site:www.jornalsemanario.com.br

Semanário na Internet

REPRESENTANTE EM PORTO ALEGRE Grupo de Diários

Rua Garibaldi, 659, Conjunto 102Centro - POA - Fone: (51) 3272.9595

e-mail: [email protected]

Naquele momento eu olhei para ele e disparei um olhar do tipo “não me canta agora aquela música” “no estás más a mi lado corazón, adorar-te para mi fue religión”. Esse estava descartado. Olhei mais “o Pedrinho”, dono do conjunto não podia ser, a idade era um empecilho. Olhei mais e disse para a Ana Julia “só resta o Volmir Basso” o da bateria. Ela não me deixou mais falar e disse: “é ele”. Eu disse “não é possível baby, ele tem olhar de peixe morto, quando ele desmonta os relógios, lá na Gehlen Jóias, e vai montar, sobram peças”. “Como pode ser?”. “Mas é ele”, disse a doce Ana Julia, que era parecida com a Juliana Paes, porém, mais magra. Fui mais longe na minha argumentação, apelei para a ignorância. “Ele não vai te dar estabilidade, é músico, não sabe remontar um relógio, não vai dar certo”. Mas o que é que aconteceu? Ana Julia casou com o Volmir e tiveram dois filhos. Eu continuei com o meu diploma de datilografia do Medianeira e, mais tarde cursei o Escritório Modêlo do Colégio Aparecida. Minhas filhas cursaram o Medianeira, hoje eu encontro pessoas, empresários, líderes, alguns dizem “eu fui distribuidor do Semanário”, outros me dizem “eu estudei no Medianeira”, o Prefeito Pasin fala disso seguido, ouvindo ele falar eu me lembro da letra do Hino do Flamengo que diz “uma vez Flamengo, sem-pre Flamengo, Flamengo sempre eu ei de ser, Flamengo até morrer”. Pois este Colégio, que tem como patrimônio um prédio histórico, lindo e significativo, tem na Irmã Isaura Paviani um símbolo do valor humano do Colégio, há vá-rios anos ela lidera, com brilhantismo, a Instituição, que agora atravessa seus 100 anos de existência. Sua formação cultural, intelectual e profissional, é de altíssimo nível. Junto com os Irmãos Jayme (professor e escritor) e Carlos, presidente do Conselho Executivo da Ibravin, se traduz na expressão qualifi-cada da família Paviani, de Flores da Cunha. No sábado que passou, no CTG Laço Velho, o Medianeira levou a efeito o JANTAR DA FAMILIA, evento inte-grante das comemorações do centenário. No palco, muitos pronunciamentos e homenagens, inclusive a entrega, pela Câmara, de Portaria e Louvor à Irmã Isaura. Enquanto os atos de desenrolavam o público presente (quase que a absoluta maioria composta por pais de alunos) conversava em voz alta, crian-do um clima de desrespeito e constrangimento. Me detive a pensar: “como podem os pais exigirem tanto dos professores, do Colégio, formação cultural, intelectual e respeito” se num momento como esse eles se tornam exemplo de desrespeito? O Prefeito Pasin, ensaiou um discurso, via de regra ele é muito bom na fala, mas quando se viu mergulhado naquele falatório todo, desistiu no meio do caminho, postura inteligente. Mas nada, absolutamente nada, espanou o brilho da noite, havia muita história, muito significado sendo refletido naquele momento. Esta coluna está sendo escrita numa máquina de escrever Triumph, Gabriele 10, vinda da Alemanha, importada pela Comabe. Depois do diploma de datilógrafo do Medianeira, era preciso comprar uma excelente máquina de escrever, suei sangue para pagá-la mas aqui está, 55 anos depois, escrevendo sobre o Colégio.

Em tempo: não fui campeão da Libertadores, não vou chegar entre os quatro do Campeonato Nacional, não sei se vou adiante na Copa do Brasil, mas em compensação não tem mais o técnico Aguirre, e o Dalle e o Vitinho voltaram a jogar bola. E, o mais importante: depois de 14 anos o que o Grêmio conseguiu até agora foi ser campeão da COPA INTER 5.0. Estou feliz.

Page 3: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

PainelO empresário, consultor, confe-

rencista e especialista em gestão de pessoas, Eduardo Tevah, passou por Bento Gonçalves na terça-feira, 18, durante a Semana do Empreendedo-rismo. Ele ministrou palestra sobre “Gestão de empresas em tempos de mudanças”. O evento foi patrocina-do pelo Senac Bento, e contou com o apoio do Sindilojas regional Bento. Houve lotação máxima no auditório da Casa das Artes. Na foto com o pa-lestrante estão o secretário munici-pal de Desenvolvimento Econômico, Neri Mazzochin, a diretora do Senac, Rosângela Jardim e o presidente do Sindilojas, Daniel Amadio, que recebeu a homenagem pela passagem do aniversário de 40 anos da entidade sindical.

Acontece hoje, das 9h às 12h, a inauguração de mais uma academia de saúde ao ar livre, na praça Antônio Casagrande, no bairro Progresso. Para festejar, o Poder Público programou diversas atrações, como shows, ma-teada e apresentações artísticas. A ação integra o progra-ma estruturante de governo denominado Viver Bem. Os equipamentos, recomendados para pessoas com mais de 12 anos, não têm peso e usam apenas a força do corpo para exercícios de musculação e alongamento.

Eduardo Tevah

Academia de Saúde do Progresso

Sábado, 22 de agosto de 2015 3Painel

Não seria bom que tivéssemos por aqui, também, mais expertises em serviços comunitários? Envie sua sugestão de pergunta no e-mail: [email protected]

A pergunta que não quer calar

Das fotos que recebemos do arco-íris de terça-feira, 18, a do leitor Laércio Crestani recebeu mais de 350 curtidas e, por isso, merece o nosso destaque. Con-

fira as outras imagens na galeria em nosso site www.jornalsemanario.com.br

Use a hashtag #jornalsemanario no Instagram e compartilhe suas fotos conosco

Foto do Leitor

A empresária Andréia Zucchi, representando a Giordani Turismo, é a nova presidente do Bento Convention Bureau. Ela substitui Maria Alice Fari-na no cargo a partir do dia 1º de setembro. A elei-ção aconteceu na segunda-feira, 17, em encontro na Pizzaria Piacenza. Andréia agradeceu aos associados participantes do ato pela confiança e comprometeu--se a representar e fortalecer o trabalho feito pela en-tidade, com foco na captação e apoio aos eventos que acontecem na cidade e aos novos que surgirão, além do fortalecimento do trabalho dos associados. A 1ª vice é Sabrina Cardoso, 2ª vice, Ana Paula Soliman, 3ª vice, Karina Licks, Gilmar Durante, tesoureiro, e Gabrielle Signor Rodrigues será a secretária.

Andréia Zucchi assume o Bento Convention Bureau

HUMOR Moacir Arlan

FOTO

ENTERIN

G, DIVU

LGA

ÇÃO

DIVU

LGA

ÇÃO

Page 4: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 20154 Geral

Dilma mentiu!

E Sartori, não mentiu?

Ou mentiu?

O que farão os deputados e o povo?

Setores do povo brasileiro foram às ruas para protestar contra as “mentiras” de Dilma na campanha política. Ela disse que não iria retirar “direitos dos trabalhadores” (por exemplo, tirou alguns privilégios de setores que se apro-veitavam de falhas na legislação para se locupletar, como as “viuvinhas jovens e alegres” que casavam com idosos, visando a sua pensão) e afirmaram que tirou; ela disse que não iria aumentar impostos (e, por haver retornado alguns daqueles que ela mesma zerou, como nos combustíveis). Enfim, segundo os “manifestantes que querem mudar o Brasil”, Dilma mentiu e, por isso, querem seu impeach-ment. Podem, afinal, a democracia permite isso.

Eu ouvi e vi, não preciso que ninguém escreva em revistas, jornais ou fale na TV e rádios: Sartori afirmou, alto, claro e bom som, que “só aumentaria impostos se a sociedade quisesse”. Afirmou, também, que “acabaria com o Imposto de Fronteira”, cobrado desde que Yeda Crusius o inventou (por sugestão de líder de entidade empresarial, sempre é bom lembrar, senhores micros e pequenos empresários), da mesma forma que Tarso Genro prometeu em campanha. Pois bem, nesta quinta-feira, José Sartori, governador eleito democraticamente, enviou para a Assembleia Legislativa – onde tem maioria o apoiando politicamente – projeto de lei que estabelece uma verdadeira “derrama tributária”.

O projeto enviado para a Assembleia é tirano porque pe-gará todo o povo gaúcho e as empresas dentro de uma crise econômico-financeira que recrudesce a cada dia, impul-sionada, também pela crise política dos que ambicionam o poder contra os que querem se manter no poder. Pretender aumentar o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS – de 20,48% para 21,95% (como esse um por cento é “por dentro” ele se torna maior, na realidade é 1,47%) sobre todas as mercadorias; 5% (passa de 33,33% para 42,85% por ser “por dentro”, ou seja, incide sobre ele mesmo, além das mercadorias e serviços), sobre combus-tíveis, energia elétrica (está “barata”, né?), comunicações (muuuuiiiitoooo “barata”, né?”), além de aumentar o ICMS de cervejas e refrigerantes de 33,33% para 36,98%. E há, também, redução de prazo para pagamento do IPVA dos veículos, além de outras “maldades”.

Considerando-se que, comprovadamente, tudo o que o PMDB fez no Estado, não deu certo e lembro que an-tonio brito “vendeu” estatais e aumentou impostos; Ri-gottto aumentou o ICMS como Sartori quer fazer agora e Yeda Crusius, do PSDB, inventou o Imposto de Frontei-ra para massacrar micros e pequenas empresas, além de vender boa parte do Banrisul e empréstimo de 1,1 bilhão de dólares. Resta saber, agora, o que farão os deputados do PMDB, do PP, do PSDB, do PTB, do PPS, do PSB, do PSD, do PDT e outros eventuais apoiadores de Sartori. Todos esses deputados sabem muuuuuiiiitoooo bem que em todos os governos em que houve aumento de im-postos e “venda” (?) de estatais os problemas não foram resolvidos e, pelo visto, sequer amenizados. Será muito bom que o povo e as entidades empresariais (aquelas que não mamam nas tetas dos governos, claro) lembrassem a todos esses deputados e aos prefeitos que apoiam esse crime contra o povo que no ano que vem tem eleições. Lembrem todos os dias até 22 de setembro, antes, pois, de sacramentarem o massacre tributário.

ÚLTIMASPrimeira: É bom lembrar, tam-

bém, que o PP de Ana Amélia Lemos, condicionou seu apoio a Sartori e PMDB ao não aumento de impostos. Vale o mesmo para outros partidos. Cumprirão ou, mais uma vez, serão aliados “incondicionais”?

Segunda: E qual o tratamento que será dado às micros e pequenas empresas gaúchas? Continuará o Im-posto de Fronteira ou o aumentarão em mais 1%, contrariando tudo o que esses políticos prometem?

Terceira: A AFOCEFE, dos técni-

cos tributários do Estado, já apresen-tou várias propostas para arrecadar impostos sonegados. Mas, os suces-sivos governos preferem aumentar os impostos, mesmo em período de recessão e de sonegação de bilhões;

Quarta: Gilmar Mendes, o mi-nistro do STF que mandou soltar Daniel Dantas (alguém lembra dis-so?), diz que “portar drogas para consumo próprio é direito porque cada um tem direito a usufruir da sua saúde como lhe aprouver;

Quinta: Beleza, Ministro! Concor-do, desde que paguem de seu próprio bolso das despesas com a saúde, que não usem o SUS. Vale o mesmo para alcoolistas e fumantes;

Sexta: Postos de combustíveis au-mentam beeeeemmmm seus preços. Atenção: isso, obviamente, é culpa do governo. Quem mandou o governo não aumentar? Então eles aumentam “por conta própria”. Simples assim!

Sétima: O ex-presidente fhc diz que Dilma deveria renunciar ou pedir des-culpas aos brasileiros. Como? Quem? Fhc? O mesmo que quebrou o Brasil três vezes e entregou o governo com a taxa Selic a 26% ao ano e a inflação a 12,54%? Vergonha na cara! Isso se vê que faz falta a muitos políticos! Se não for verdade isso, desmintam. Terei prazer em publicar o “desmentido”;

Oitava: E o Inter ressurge com força, na Copa do Brasil. Agora é o Brasileirão, amigos colorados. O fa-voritismo permanece;

Nona: Já o Grêmio, com plantel re-duzido, deverá sentir o efeito do gran-de número de jogos em ritmo de alta competição. Amanhã, às 11 h, o desa-fio é cruzar a Ponte Preta.

Antô[email protected]

Page 5: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 2015 5

Page 6: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 20156 Geral

Itacyr Luiz Giacomello | [email protected] | n° 1.990

IGVariedades

A FRASE

De que adianta correr quando se está no caminho errado?(.)

A importância do setor plásticoComo fator de crescimento, o plástico praticamente em todos os

segmentos faz parte da vida de cada cidadão! Assim, o Curso de apren-dizagem industrial – Preparador de Máquinas Injetora e Extrusora de Plástico- segue com a formatura da 3ª turma. Trata-se de Curso de 1.200 horas- 18 meses- através da parceria entre o Senai-Cetemo – de Bento Gonçalves que tem como diretor Cesar Augusto Modena e o Simplavi liderado pelo presidente empresário Ivanio Angelo Arioli.- A formatura conta com 14 alunos e acontecerá no próximo dia 28 de agosto 2015, as 19h no Auditório do Senai-Cetemo-. Esta turma é do turno da manhã. A turma da tarde continua em atendimento com 26 alunos até meados de 2016. Por outro lado estão abertas as inscrições para a próxima turma-turno da manhã- que deve iniciar em setembro de 2015.- Os interessados devem ter idade mínima de 14 anos e fina-lizado a 6ª série do ensino fundamental. - O Curso é dividido em três módulos- fundamentos da tecnologia de transformação de termoplás-ticos; preparador de máquinas injetoras de plástico; preparador de máquinas extrusoras de plástico com 400 horas cada. Existem ainda outras capacitações para adultos no turno da noite! A Escola do Plásti-co uma parceria Senai - Cetemo tem por objetivo segundo o presidente do Simplavi Ivanio Angelo Arioli a formação de profissionais qualifi-cados para enfrentar o mercado de trabalho. Parabéns e sucesso!

Laço Velho - 58 anos históricosFundado em 29 de agosto de 1957, a história do CTG Laço Velho

acompanha o progresso de Bento Gonçalves. A cultura e raízes do pago! É a bandeira do CTG Laço Velho, gaúcho mesmo longe da Querência! O CTG Laço Velho merece o reconhecimento da comu-nidade bento-gonçalvense. Ao comemorar 58 anos de existência continuará fomentando a formação cultural e a chama do tradicio-nalismo gaúcho em nosso meio. E no sábado, 29 de agosto 2015 às 20h, o grande Jantar Baile de Aniversário, de fundação do CTG Laço Velho animado pelo Grupo Estância. Ao patrão Antenor Rizzi e equipe parabéns pela efeméride e sucesso!

São Paulo – espaço cultural

Eles na Cozinha – gestos de amor

Na Fiergs - Expoagas 2015

A convite de Fábio Porchat, curador e presidente da ALA - Aca-demia Latino Americana de Arte - a artista plástica bento-gonçal-vense Adda Toschi Pompermayer estará expondo suas obras de arte, exposição individual que acontece no dia 24 de agosto 2015, nesta 2ª feira, no tradicional Espaço Cultural Baccarat na capital paulista. Adda Toschi Pompermayer será capa no lançamento do Livro nº 3 da ALA onde desponta uma de suas obras homenagean-do seu talento artístico. Outra de suas obras também faz parte do livro! Convidados do mundo social e cultural estarão prestigiando a 1ª Exposição Nacional de Artes Plásticas no acolhedor Baccarat. Terá homenagens e diplomação aos participantes. Parabéns Adda!

Vamos lembrando que a presidente Maria Lucia Severa e equipe, da Liga de Combate ao Câncer de Bento Gonçalves promovem no dia 29 de agosto 2015 ás 20h no Pavilhão A da Fundaparque a 17ª Comenda Eles na Cozinha. Os recursos serão aplicados em ações auxiliando centenas de pacientes na prevenção do câncer, diagnós-ticos e acompanhamento do tratamento. Serão 18 mestres da gas-tronomia abnegados empresários e empresas parceiras. Animação musical, Orquestra de Teutônia. É celebrar um gesto de amor na luta contra o câncer Informe-se 3451.4233! Participe!

A Expoagas 2015 acontece na Fiergs em Porto Alegre RS dias 25, 26 e 27 de agosto. A 34ª Convenção Gaúcha de Supermercados é a grande oportunidade de negócios. Segundo o presidente da Agas Antônio Cesa Longo a programação é de alto nível. Palestrantes renomados. Uma Feira de Negócios - abrindo caminhos para o fu-turo! Informe-se (51) 2118.5200! Fica o registro!

O projeto Traca-Traca, desen-volvido pelos alunos Taisa Fer-nanda Azevedo de Souza e Kelvin Bianchi do 2º ano do Curso Nor-mal do Instituto Cecília Meireles, participou da 12ª Mostra das Es-colas Profissionalizantes (MEP) em Canoas, e conquistou o pri-meiro lugar na categoria Normal.

A proposta pedagógica foi de-senvolvida na disciplina de Di-dática da Alfabetização e, para fazer a montagem, os estudantes tiveram que testar materiais que possibilitassem o manuseio do

Alunos recebem prêmio em CanoasInstituto Cecília Meireles

brinquedo. O intuito foi cons-truir o Traca-Traca e apresentar o alfabeto, os numerais e formas, utilizando o mesmo. Os alunos contaram uma história infantil utilizando apenas voz e as formas que o brinquedo possibilitava.

A construção teve a intenção pedagógica de fazer com que os alunos criassem o jogo, se apro-priassem do processo da confec-ção, e, posteriormente, utilizas-sem na alfabetização dos alunos do Ensino Fundamental.

Simples de confeccionar neces-

sita de seis pedaços de madeira, fita mimosa e cola branca. O se-gredo está na colagem correta das fitas. É barato e pode ser feito em qualquer escola, mesmo aquelas que não possuem verba financei-ra. Na Fase II do projeto, o brin-quedo foi levado para as salas de aula, onde os alunos o montaram e, por meio de brincadeira, foram aprendendo e desenvolvendo o processo de alfabetização. Cada estudante com seu Traca-traca coloca a imaginação e cria novas formas de aprender brincando.

Page 7: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 2015 7

Page 8: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 20158 Geral

[email protected]

DenisedaRé

Viagem de ônibus pode ser tranquila, tediosa ou tumultuada. Esta, excepcionalmente, foi muito en-graçada.

As duas mulheres trocavam impressões, receitas e confidências como se fossem velhas amigas. E não eram nem velhas, nem amigas. Apenas pessoas ex-perientes e bem falantes. Isso deve ter mexido com a curiosidade do menininho de três a quatro anos, sentado logo à frente, que não demorou a debruçar--se nas costas da própria poltrona e iniciar um papo cabeça:

- Como é teu nome? E o teu? – perguntou às duas.Depois de conferir se os nomes eram bonitos ou

feios e se fechavam com as características físicas, o pentelhinho ostentou um “troféu”:

- Eu tenho um RA-TO! – disse cantarolando. - É mesmo? Olha só a coincidência: eu também

TE-NHO! – respondeu uma delas no mesmo tom, enfiando a mão na bolsa.

Os dois ratinhos ficaram no ar... por um instante. Assim que o menino descobriu que se tratava de um ratão peludo e com rodinhas, girou a mão e... “zás”, ao mesmo tempo em que deixava cair o ratinho no colo da mulher. E virou pra frente, sinalizando o fim do papo.

- “Cudíune”, comprei ele pro meu gato – resmun-gou a dona, que não estava a fim de trocar o brin-quedo. Afinal, rato que não corre não atrai gato, es-pecialmente o seu Lalau, que é danado como ele só.

Num momento em que o garotinho virou pra trás, a mulher exibiu um sorriso amarelo e disse:

- Olha, quando a gente chegar em Farroupilha, a gente troca, tá?!

Mais do que depressa, o baixinho sentou fundo no assento. Não por muito tempo – criança sadia pa-rece que tem o bicho carpinteiro. E, ao erguer-se pela milionésima vez, o dentucinho abriu a guar-da, afrouxou a vigilância, deixando o rato de rodas desguarnecido. Mais do que depressa, a “amiga” da dona, agora cúmplice, apanhou-o, com a desculpa de averiguar se ele tinha dentes. Em seguida, enfiou-o na bolsa da outra. E esta devolveu o ratinho pela-do para o pequeno, que, num gesto de raiva, jogou-o para a frente. O bichinho caiu sobre uma passagei-ra distraída, que deu um pulo e um grito de pavor, atraindo todos os olhares do ônibus.

O menino, amuado, não mostrou mais o ar da gra-ça até o fim da viagem. Ao levantar-se para sair, de mão dada com o jovem pai, ele anunciou:

- Eu vou ganhar um rato peludo com roda...

Andou alguns me-tros e, já no pri-meiro degrau do ônibus, gritou para a dupla:

- PRE-TO! E saiu vingado.

Fundação apresenta proposta final do projeto

O resgate do rato de rodas

Plano Diretor

Última audiência pública acontece na terça-feira, 25, na Casa das Artes

A prefeitura de Bento Gon-çalves, por meio do Insti-

tuto de Planejamento Urbano (IPURB), promove na terça--feira, 25, mais uma audi-ência pública para debater a revisão do Plano Diretor. O trabalho de analisar o prin-cipal instrumento da política de desenvolvimento e expan-são urbana do município é realizado desde outubro do ano passado pela Fundação de Apoio da Universidade Fe-deral do Rio Grande do Sul (Faufrgs).

O resultado final do traba-lho dos técnicos da Faufrgs irá definir as diretrizes no município, como na constru-ção de imóveis em áreas que hoje o Plano Diretor não per-mite. Por isso, faz-se neces-sária uma ampla discussão sobre o assunto e o Poder Pú-blico chama a população para participar do debate, já que

Participação da comunidade bento-gonçalvense é importante para definir as alterações no documento

LUIZA

AD

ORN

A

esta será a última audiência pública a cerca do projeto.

Desta vez, será apresen-tada uma pré-proposta do texto final para elaboração do Projeto de Lei que, poste-riormente, será enviado para a Câmara de Vereadores para ser votado.

Desenvolvido por técnicos de várias áreas com dados colhidos no município e res-paldado pela população que compareceu em audiências públicas, ou que enviou suges-tões diretamente para a Pre-feitura, o Plano Diretor é mui-to importante para definir os caminhos do desenvolvimento da cidade e de sua população, auxiliando no desenvolvi-mento de várias áreas, como definição dos núcleos habita-cionais, expansão urbana, im-plantação do zoneamento ur-bano e ordenamento de ruas, avenidas e ciclovias, do trân-

sito e dos loteamentos, entre outros benefícios.

De acordo com o diretor do Instituto de Pesquisa e Pla-nejamento Urbano (Ipurb), Luciano Cavalet, a população terá mais uma oportunidade para participar da elabora-ção do documento final. “Será apresentado um esboço do plano, já contemplando su-gestões encaminhadas pela sociedade, mas a participação de todos é muito importante uma vez que texto final ainda não está pronto”, destaca.

A revisão do Plano Diretor integra o conjunto de ações pertencentes ao programa es-truturante de governo “Nova Cidade”. O atual Plano Dire-tor Municipal foi constituído em 26 de outubro de 2006 pela Lei Complementar nº103 e conforme o Estatuto das Ci-dades deve ser reavaliado a cada 10 anos.

Page 9: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 2015 9

Page 10: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 201510 Geral

AssuntaDeParis

A vida social do imigrante partia dos princípios básicos da vida religiosa (140 anos)

O isolamento era rompido quando se reuniam para rezar. Rezavam o rosário sob a sombra de uma árvore na casa de algum morador, quando se encontravam para o filó (isto é, reunião de pessoas com comes e bebes, à noite após o dia de trabalho).

Em todas as linhas, travessões e povoados, os moradores reuniam-se em mutirões e construíram capelas de madeira, pedra ou alvenaria.

“ O imigrante era muito religioso, as igrejas, escolas, semi-nários, capelas foram as principais instituições culturais e políticas, sobretudo no mundo rural”.

Era nesta capela que congregava toda a comunidade: adul-tos, jovens e crianças.

Assim no mundo rural, foram se fortalecendo as comuni-dades e também crescia a cidade.

Nosso município, em sua sede também cresceram os bair-ros no entorno do centro da cidade. Todos os nossos bair-ros, tem um nome, e esse a uma devoção ou uma referência. Exemplo: Cidade Alta, Bairro São Francisco, Stª Marta, Stª Helena, etc.

Hoje, registro como surgiu o nome do Bairro Maria Goretti:Santa Maria Goretti – Registro de uma Revista Católica.- Repasso aqui, uma palestra, quando o Pe. Júlio Antônio

Giordani, encarregado, a Nível Diocesano, de incentivar os estudos bíblicos litúrgico, catequéticos assim se expressou:

“Hoje, 6 de julho, lembro-me de Santa Maria Goretti, mar-tirizada, por Alexandre Serenelli. Não conseguindo seduzi--la, lhe deferiu várias e mortais punhaladas, no dia 5 de julho de 1902, e faleceu no dia seguinte.

Na Europa, em todos os países, como Itália, eram milhões os que, para sobreviver, deveria emigrar para outros Conti-nentes, como fizeram os nossos gloriosos antepassados.

Maria Goretti nasceu em 1890, o pai faleceu em 1900. A mãe foi obrigada a trabalhar num grande latifúndio da Fa-mília Serenelli.

O Pe. Júlio disse que o nome Maria Goretti estava gravado no seu coração, pois seu pai Sr. Luiz Giordani, juntamente com os sempre lembrados, Pe. Luiz Mascarello e Pe. Rui Lo-renzi, lá estavam em Roma na Praça São Pedro, no dia 1º de junho de 1950, assistiram a soleníssima santificação de San-ta Maria Goretti, com a presença de 400 mil pessoas, de sua mãe e dois irmãos do próprio assassino Alexandre Serenelli, realizada pelo Papa PIO XII.

O peregrino, Sr. Luiz Giordani, num caderno de anota-ções, deixou suas memórias, recordações dizendo que para descrever a grandiosidade das cerimônias da santificação de Maria Goretti, só mesmo um grande escritor... com dom de espiritualidade...

Alexandre Serenelli cumpriu 28 dos 30 anos que fora condenado. Convertido, tornou-se Irmão Franciscano. Frei Alexandre, declarou que ele, infelizmente na sua juventude, muito se preocupava com a leitura de Revistas pornográfi-cas, que o levaram ao bárbaro crime.

Todos os educadores e principalmente os pais de famílias, como a de Santa Maria Goretti, que condenam a libertina-gem, mas defendiam a liberdade a fim de que todos os jo-vens possam seguir o caminho do bem desde a sua infância.

em vista que as leis municipais são inconstitucionais, confor-me processo do Tribunal de Justiça do Estado.

Por fim, deve ser apreciado o PLO nº 79/2015, de autoria do líder da bancada do PT na Câmara, vereador Moacir Ca-merini. O projeto visa autori-zar o Poder Executivo a con-tratar e custear ou conceder subsídio, em ambos os casos em percentual de 100%, para o transporte de estudantes universitários, de ensino mé-dio, de cursos de qualificação profissional ou técnicos e de cursos preparatórios (pré-ves-tibular) que comprovadamen-te residam no município. O texto ainda estabelece que as instituições de ensino devem estar localizadas em um raio

de até 200 quilômetros da ci-dade, além de ditar que o Po-der Executivo poderá receber, como contrapartida das asso-ciações dos estudantes univer-sitários de Bento Gonçalves a doação de livros diversos, cabendo à Prefeitura, poste-riormente, doá-los às escolas municipais.

A iniciativa parte de uma preocupação com a melhoria da comunidade, ao passo que o município incentive o desen-volvimento da região e forme profissionais qualificados para o campo de trabalho da região.

Enquanto os dois primeiros projetos tramitam em regime de urgência e devem ser apre-ciados em votação única, a terceira proposta está prevista para ir à primeira votação.

Três projetos de lei estão na pauta de votação da Sessão Or-dinária da Câmara Municipal de Bento Gonçalves desta se-gunda-feira, 24, que tem início às 18h. Todas foram protocola-das por vereadores.

A primeira matéria presen-te na Ordem do Dia é o Pro-jeto de Lei Ordinária (PLO) nº 103/2015, de autoria do primeiro secretário da Câma-ra, vereador Márcio Pilotti (PMDB). A proposta pretende alterar o anexo da Lei Munici-pal nº 5.381/2011, que dispõe sobre o calendário oficial de datas comemorativas do mu-nicípio. Com a modificação, a primeira semana de setembro passa a ser a Semana de En-sino Cívico. O projeto visa in-serir o tema desde o inicio do ensino fundamental até o en-sino médio, não apenas para ensinar, mas também para instigar que crianças e adoles-centes busquem conhecimen-to fora das escolas.

Em seguida, os vereado-res devem apreciar o PLO nº 114/2015, de autoria da Mesa Diretora da Câmara. A propos-ta tem por objetivo revogar as leis municipais n° 4.626/2009 e n° 4.702/2009. De acordo com a justificativa do projeto, a revogação é necessária, tendo

Transporte estudantil volta à pauta

Projeto passará pela primeira votação na sessão de segunda-feira, 24

Câmara de Vereadores

CRISTIAN

O M

IGO

N, A

RQU

IVO

Page 11: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 2015 11

Page 12: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 201512 Geral

Protesto realizado na sexta-feira, 21, reuniu professores, alunos, pais e demais categorias de funcionários públicos

Servidores saíram da frente do Cpers e foram até o centro da cidade

Caminhada para alertar sociedade Servidores estaduais

CRISTIAN

E GRO

HE A

RROYO

Cristiane Grohe [email protected]

A semana foi marcada pela paralisação por tempo de-

terminado do funcionalismo estadual. A medida foi defi-nida em votação na terça-fei-ra, 18, reunindo mais de 40 entidades, em Porto Alegre, contra as decisões do governo para conter a crise no Estado, entre elas o parcelamento de salários e o aumento de im-postos. A área mais afetada foi a educação. Muitas escolas de Bento Gonçalves não tive-ram aula na quarta, quinta e sexta-feira. De 20 instituições da rede estadual, funcionaram normalmente a Anselmo Lui-gi Piccoli e a Ângelo Chiamo-lera. A Escola General Bento Gonçalves da Silva trabalhou parcialmente e as demais esti-veram fechadas.

Depois da educação, o setor mais afetado foi o da seguran-

ça pública. Os servidores da Superintendência de Serviços Penitenciários (Susepe) ade-riram ao movimento e só re-alizaram os serviços básicos. Transporte para audiências, visitas de advogados, aulas e trabalho interno foram pa-

ralisados. Agentes da Polícia Civil também se integraram à mobilização de servidores públicos. Em razão disso, a Delegacia de Polícia de Pron-to Atendimento (DPPA) só atendeu flagrantes e casos de maior gravidade.

O 12º Centro de Professores do Rio Grande do Sul (Cpers), localizado na cidade, reali-zou uma reunião na tarde de quarta-feira, 19. Nela ficou decidido que na sexta-feira pela manhã a categoria faria uma caminhada. O protesto se confirmou e cerca de mil servidores caminharam até a Coordenadoria Regional de Educação (16ª CRE), onde entregaram uma carta com as principais solicitações para o coordenador Leonir Olimpio Razador. “São todos bem-vin-dos e a mensagem será entre-gue ao governo do Estado”, diz Razador.

Em seguida o grupo cami-nhou em direção ao centro da cidade, onde servidores da Su-sepe, Justiça Federal e do mu-nicípio se juntaram à manifes-tação. A caminhada terminou na Via del Vino com todos can-tando o hino Rio-Grandense.

De acordo com a presidente

o 12º Cpers, Juçara de Fátima Borges, o objetivo foi mostrar para a comunidade o descon-tentamento dos servidores. “Nossa intenção foi alertar a precariedade do serviço públi-co”, acrescenta.

A professora Sônia Paese Minuzzi participou da cami-nhada para pedir melhores condições de trabalho e por considerar que educação, saú-de e segurança são três pilares da sociedade que merecem mais atenção. “Somos contra os aumentos dos impostos e queremos melhores condições de trabalho”, explica. A apo-sentada Dilse Somensi, que também caminhou com o gru-po, disse que a preocupação vai além do salário. “Acredito que as pessoas pode não ter noção completa do descaso com o funcionalismo. Eu sou professora aposentada, mas e os outros que virão? Como será para eles?”, questiona.

Page 13: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 2015 13Geral

gunda-feira, 24, os carregamen-tos de botijões já estarão mais caros, e a tendência é que o valor já seja repassado aos consumi-dores finais. “Além do preço do produto ficar mais alto, temos

gasto cada vez maiores com o diesel dos caminhões, frete para entregar o gás e energia. Todo o custo de operação que envol-ve o cenário afeta no valor final, por isso precisamos repassar”,

informa. Segundo Brum, o boti-jão, que atualmente custa R$ 52, passará a custar cerca de R$ 57 em setembro.

Se comparado com o primei-ro trimestre de 2014, no âmbito

nacional, o preço médio de ven-da do botijão de 13 kg sofreu reajuste de aproximadamente 7,8%. Segundo levantamento realizado pela Agência Nacional do Petróleo (ANP), o produto, que era comercializado a R$ 42 em junho do ano passado, atin-giu R$ 45 em 2015. A alta é mais um ingrediente para a inflação que já bate recordes sucessivos. De acordo com Brum, o aumen-to é significativamente maior do que o registrado em 2014.

No Rio Grande do Sul o boti-jão foi vendido, em junho, por R$ 44,94, registrando um au-mento de 5,81% (R$ 2,47) em um ano. A margem média do revendedor brasileiro foi de R$ 14,07, mais de 14,20% em 12 meses. O revendedor gaú-cho praticou uma margem de R$ 14,13, valor 9,45% maior do que em julho de 2014. Os preços das distribuidoras au-mentaram 4,19%, indo para R$ 30,80 em julho.

Como reflexo da delicada si-tuação econômica nacional,

muitos dos setores de produtos e serviços têm repassado os re-ajustes instituídos pelo Governo Federal no início do ano para o custo final das mercadorias. O segmento de distribuição de gás liquefeito de petróleo (GLP), o gás de cozinha, não foi isento desse cenário e, após quase 12 meses sem acréscimo de valor, sofrerá o segundo repasse de 2015. A partir de 1° de setembro o item passará a custar cerca de 9% a mais para o consumidor.

A justificativa para a medida está no aumento salarial dos trabalhadores da indústria do gás, que começarão a receber, no próximo mês, 11% a mais nos salários. Conforme comu-nicado enviado pela Liquigás ao proprietário da Brum Gás, Luiz Brum, a partir da próxima se-

Reajuste de taxas, impostos, matéria-prima e repasse de salários elevam o custo final do produto em até R$ 6

Com início estipulado para o dia 1°, preço médio praticado nas revendas será de aproximadamente R$ 57

Aumento de 9% a partir de setembroGás de cozinha

MA

RCELO DA

RGELIO

ARQ

UIVO

Cristiano [email protected]

Page 14: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 201514 Geral

Comprometido, dedicado e atento. Essas qualidades

definem Celestino Costella, 89 anos, que frequenta as aulas do curso de Pedagogia no Cam-pus Universitário da Região dos Vinhedos (UCS/Carvi). Visto como exemplo a ser se-guido pelas demais colegas, o aposentado mostra que não há limite de idade para retornar aos estudos.

Natural da comunidade de São Valentim, em Bento Gon-çalves, Costella mora em Ve-ranópolis há 28 anos. Filho de colonos, dividiu a infância com mais 16 irmãos. “Quando eu era novo, queria estudar, mas como eram muitos filhos, não dava, então eu ajudava em casa”, conta.

Costella trabalhou na roça com a família e, mais tarde, trocou o campo pela estrada, quando passou a operar com transporte de carga. “Viajei com meu caminhão por muito tempo. Quando ficava velho, comprava um novo. Assim foi durante 40 anos. Fui muito para Porto Alegre, conheço to-dos os caminhos do Rio Grande do Sul”, lembra o aposentado.

Casado e com 11 filhos, ele

Aos 89 anos, Celestino Costella frequenta a universidade e está a dois semestres de se formar no curso de Pedagogia

“Um modelo de empenho e perseverança para nós”

Colegas e professores afirmam que Costella é comprometido e aplicado quando o assunto é estudar

Incentivo para os mais jovens

Mesmo com idade avançada, a palavra ‘desistir’ nunca fez parte do vocabulário de Celestino Cos-tella. Com apenas nove disciplinas para se graduar no curso de Pedagogia, o aposentado planeja os próximos passos depois da formatura. “Eu quero mesmo é trabalhar na área, lecionar, mas vamos ver como vai ser, tem tempo ainda”, planeja.

Visto como um exemplo pelas colegas, Costella aproveita o carinho dos mais novos para deixar um recado aos estudantes. “O que eu quero dizer para todos os jovens é que não deixem de estudar, por-que a vantagem de aprender é muito grande. Cada momento em sala de aula vale a pena”, recomenda.

Para ele, estudar é fundamental em qualquer idade. “Quando eu era novo não podia, mas agora que eu posso, eu vejo o quanto os estudos me aju-daram a crescer pessoalmente. É muito bom estar em sala de aula em contato com colegas e pro-fessores, pois todos sempre têm algo interessan-te para compartilhar. Essa troca de experiências é muito importante”, conclui.

Um exemplo de vida em sala de aulaInspiração

FOTO

S GA

BRIELA BO

ESEL

Gabriela [email protected]

revela que, depois que todos estavam com suas vidas re-solvidas, decidiu voltar à sala de aula. “Depois que me apo-sentei, meus filhos já estavam crescidos e todos se viravam bem na vida, então eu dis-se para a minha mulher: vou voltar a estudar. No começo, nos primeiros seis meses, ela achou estranho, mas com o tempo ela passou a gostar da ideia e agora me apoia sem-pre”, explica. Ele complemen-

ta que estudar é um prazer. “Eu gosto muito de estudar, porque sempre aprendo algu-ma coisa nova e isso é o que mais me atrai na sala de aula: aprender”, reitera.

Em busca de qualificação

O primeiro passo foi termi-nar o ensino médio, para então dar continuidade aos estudos. Depois, se matriculou em um

curso de informática em Ca-xias do Sul para aprimorar os conhecimentos. “Eu pegava quatro ônibus até chegar no curso, mas valeu a pena. Ain-da tenho algumas dificuldades com o computador, mas apren-di bastante, sei me virar”, afir-ma o estudante.

Quando finalizou as aulas de computação, resolveu ir em busca do maior sonho: in-gressar na universidade. “Me inscrevi no vestibular, pres-

tei a prova de redação, passei e agora estou aqui”, resume Costella.

“Riqueza tê-lo como aluno”

Estudante da UCS/Carvi desde 2010, Celestino Costella é visto como um aluno inspira-dor pelos professores. De acor-do com a coordenadora do cur-so de Pedagogia da instituição, Jane Dal Giugnum, a presença dele em sala de aula é sempre bem-vinda. “É uma riqueza tê-lo como aluno. Ele é muito dedicado e comprometido com os estudos. Não falta às aulas e sempre traz suas contribuições para os colegas”, declara.

Ela acrescenta que o estu-dante veterano sempre faz co-nexões entre as teorias estu-dadas nas aulas com a prática da experiência de vida. “Como ele tem 89 anos, já viveu mui-ta coisa, e isso é enriquecedor para os demais colegas, pois ele traz exemplos práticos vi-vidos por ele que têm a ver com o que estamos passando nas disciplinas”, ressalta Jane. Esforçado e sempre presente, Costella é uma lição de vida para os companheiros. “É um modelo de persistência e em-penho”, resume.

Entre as colegas, a opinião é unânime quando a questão é o colega: “é o nosso querido amigo e incentivador”, dizem. A estudante Fernanda Bon-dan, 23, revela que Costella é um exemplo. “É um mode-lo de perseverança. Às vezes viemos para a aula cansadas, pensando em ficar em casa, e quando chegamos aqui e ve-mos ele, nosso cansaço pas-sa”, diz.

A colega Ana Cristina Agos-tino, 22, conta o episódio que ocorreu em classe. “Um dia ele não tinha o texto que seria usado em sala de aula. Esta-va preocupado, pediu ajuda, e mesmo assim conseguiu dar suas considerações pertinen-tes. Isso mostra o quão dedi-

cado ele é e, às vezes, a gente não se esforça tanto”, pontua.

Fabiane Marcon, 23, e Ka-tiele Beleboni, 23, concor-dam. Elas relatam que, mes-mo com dificuldades, seu Celestino, como é carinhosa-mente chamado, não falta às aulas. “Uma vez o filho dele foi visitá-lo e mesmo assim ele veio. Nós normalmente chegamos ao limite de faltas. Ele não. Ele vem sempre, faça chuva, sol forte, calor, frio. Teve outro dia que ele estava com o pé machucado e estava aqui. É inspirador”, argumen-tam. Ele responde: “a aula é um momento único, só terei aquela oportunidade para aprender. Não posso desper-diçá-la”, finaliza.

Page 15: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 2015 15Geral

Denúncias, cruzamento de informações e apontamento de indícios fora do padrão detectam casos de sonegação

Inadimplência de IPVA também tem sido fiscalizada no município

Órgão combate sonegação de ICMSReceita Estadual

LEON

ARD

O LO

PES, ARQ

UIVO

Cristiane Grohe [email protected]

A Receita Estadual realizou na quarta-feira, 19, a ope-

ração “Concorrência Leal” em 22 cidades gaúchas e contra 44 empresas que declaram e não recolhem o Imposto Sobre Cir-culação de Mercadorias e Servi-ços (ICMS). Nesta ação Bento Gonçalves não foi incluída, mas existe a perspectiva de que pode ocorrer nos próximos meses.

Conforme o auditor-fiscal da Receita Estadual da agên-cia Bento Gonçalves, Fernando Knack, a operação realizada no estado focou em devedores con-tumazes, que declaram a dívida e não pagam. “Na sonegação existe o objetivo claro de lesar ao fisco. Alguns contribuintes estão utilizando a estratégia de não pagamento do imposto devido como forma de concorrência desleal, pois, em muitos casos,

a intenção é utilizar esta empre-sa até o momento que não seja mais viável, por imposições do governo, etc”, explica. Ou seja, a empresa trabalhou legalmen-te, atrasando impostos que ela já prevê que não irá pagar, ge-rando uma concorrência desleal com aquele que é bom pagador.

“Existe o caso de corporações que estão com dificuldades e atrasam impostos, mas que, di-ferentemente de algumas, não planejam ‘desaparecer’ deixan-do apenas dívidas”, revela.

Knack explica que a Receita Estadual age por meio de vários indicativos para descobrir sone-

gação. “Vai desde o recebimento de denúncias de contribuintes, ao cruzamento de informações e apontamento de indícios fora do padrão de determinado setor”, completa. O auditor revela que várias verificações e auditorias não resultam em autuações, pois chegam à conclusão da regula-ridade da operação verificada. Quanto ao valor autuado, sim. “Verificamos que nos primeiros sete meses foram autuados no Rio Grande do Sul 14.926 con-tribuintes por sonegação fiscal”. As mais significativas ocorreram na indústria de transformação e beneficiamento, seguidas do co-mércio atacadista e varejista. O valor arrecadado chegou a R$ 862 milhões.

No município são realizadas ações comandadas a nível esta-dual e regional. Existe progra-mação de fiscalização de deter-minados setores e empresas que devem ser verificados, segundo planejamento. “Também tem se

intensificado ações de cobrança (débitos em fase administrativa) como a que aconteceu hoje no es-tado”, destaca. A inadimplência do Rio Grande do Sul é 4% (valor que é declarado e não é pago) e na região de Caxias do Sul (Dele-gacia de Caxias do Sul que inclui a cidade de Bento Gonçalves) fica em aproximadamente 7,5%.

Knack revela que as ações, como as blitze, de recuperação de Imposto sobre a Proprieda-de de Veículos Automotores (IPVA) realizadas nas últimas semanas fez com que o número de devedores caísse. Segundo ele, o último relatório recebido foi do dia 18 deste mês. “Restam 5.536 veículos inadimplentes em Bento, totalizando R$ 2,2 mi fora os acréscimos por multa e juros”, afirma. Na primeira me-dição havia 7.105 inadimplentes totalizando R$ 3,1 mi. Em Bento a inadimplência é de 10,08% e no estado é de 13,18% em quan-tidade de veículos.

Page 16: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 201516

Page 17: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 2015 17Geral

Para o presidente do Sindmó-veis, Henrique Tecchio, lem-brar do passado é uma forma de aprender com os erros e não repeti-los no futuro. “Avaliar o passado para qualquer situação é mais simples do que projetar o futuro. Não adianta remover o antes, temos que ver os erros e aprender para não cometê--los de novo, isso é básico”, alega. Segundo o empresário, neste momento de crise, as em-presas devem pensar a curto prazo para driblar a recessão. “Devemos melhorar processos, equalizar custos, tentar fazer mais com menos, com pesso-as multitarefas. Foi isso que aconteceu na Europa e eles es-tão se reerguendo. Temos que olhar para dentro de casa sem esquecer o mercado lá fora”, declara. Como dica, o presi-dente fala que as companhias devem tomar cuidado com as demissões. “Mão de obra qua-lificada é raro de encontrar, por isso é importante cuidar para não desperdiçar bons em-pregados”, aconselha.

No setor metalmecânico, um dos mais afetados pela reces-

Meta é focar no presente e futuro

Com o tema ‘O cenário econômico brasileiro atual’, a economista Patrícia Palermo falou como o país chegou a este ponto

Empresários e comerciantes lotaram a sala de evento na terça, 18

Como driblar o momento de recessãoSemana do Empreendedorismo

Gabriela [email protected]

No segundo dia da 2ª Se-mana Municipal do Em-

preendedorismo, terça-feira, 18, a sala de eventos do Sindi-lojas Regional de Bento Gon-çalves recebeu comerciantes e empresários que assistiram à palestra ‘O cenário econômico brasileiro atual’, ministrada pela economista e chefe do Sis-tema Fecomércio, Patrícia Pa-lermo. Ela abordou as escolhas econômicas e políticas do go-verno nacional e como isso in-fluenciou na situação presente. Expectativas para o futuro e o reflexo da crise sob os consu-midores, bem como a influ-ência sobre o comportamento dos empreendedores, também foram temas debatidos duran-te o evento.

No encontro, Patrícia traçou o histórico político e econômi-co dos últimos 30 anos do Bra-sil, desde que o país conquis-

GA

BRIELA BO

ESEL

tou a democracia. “O primeiro presidente que foi eleito por voto direto, nós derrubamos. Como acreditar numa nação dessas? Mas depois coisas boas aconteceram. Pode-se dizer que nossa economia prosperou até a metade do segundo man-dato do Lula. Depois, devido a medidas mal articuladas, de-gringolou e chegou no estágio atual”, sintetiza.

Segundo ela, a economia cresceu até 2009, devido a um conjunto de fatores eco-nômicos nacionais e interna-cionais. “Tiveram as exporta-ções de minério e soja para a China. A importação também estava favorável, pois os pro-dutos internacionais estavam mais baratos. Nós evoluímos de forma saudável, diminuin-do a inflação e equilibrando as contas públicas. O Brasil esta-va na linha, no caminho certo, mas com medidas equivocadas e planos econômicos desfa-voráveis em 2010, somados à

situação caótica internacional (estouro da bolha imobiliária), voltamos a cair”, contextualiza.

Como agir?

Após apresentar a sequência de erros e acertos que os go-vernantes cometeram ao longo dos anos, a palestrante trouxe medidas que devem ser toma-das por empresários para en-frentar esse momento de crise. “Agora é hora de frear os inves-timentos e repensar as ações internas”, defende Patrícia.

Ela pontua que esta é a opor-tunidade de observar o mercado externo e se posicionar adequa-damente, com cuidado, para se manter e encarar a recessão. a economista ainda mostrou dados que indicam que a crise vai lon-ge. “Os números não mentem: a previsão é de que o crescimento do PIB para 2016 seja de -2,7%. Talvez em 2017 a economia volte a se erguer, para que, em 2018, as coisas melhorem”, projeta.

são, a situação é ainda pior. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias Meta-lúrgicas, Mecânicas e de Mate-rial Elétrico de Bento Gonçal-ves (Simmme), Juarez Piva, os empresários devem se posicio-nar de forma profissional e não pessoal. “É preciso inovar nas ações e nas equipes. Cargos que foram criados, serão corta-dos para reduzir custos. Isso é fato”, reconhece.

Apesar dos prognósticos, Piva torce para que a economia não demore tanto para se reerguer e que os dados mudem. “Como empresário, espero que esse período de crise não seja tão longo, pois acredito que muitas empresas não vão sobreviver. Queremos que a previsão me-lhore, que em 2016 as estatísti-cas já apresentem recuperação, que os gastos diminuam e que a economia estagne”, espera.

Passado temrelevância

Já o diretor comercial e de lo-gística da Akeo Industrial Ltda, Ivânio Angelo Arioli, acredita

que o passado diz muito sobre a atual situação. “Certamente as decisões políticas no Brasil influenciaram para o cenário atual da economia nacional. So-mado a isso está a falta de pla-nejamento econômico a longo prazo do atual governo que foi determinante para chegarmos onde chegamos”, defende.

Para superar a crise, Arioli orienta que cada empresa bus-que uma gestão compatível com suas vendas, além de cortes em despesas. “As companhias sem-pre trabalham fazendo investi-mentos para produzir e serem competitivas, porém, quando a economia gira ao contrário, adequar-se à realidade deman-da custos e tempo. Devemos considerar também que as em-presas carregam um fardo de aumentos de matéria prima, energia e outras despesas que não foi possível repassá-las, pois o mercado não aceita”, determina. Ele acredita que a economia será revertida em menos tempo caso o governo faça a sua parte. “Afinal essa situação não foi criada pelas empresas”, conclui.

Page 18: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 201518 Geral

Bento Gonçalves registrou alta na produção e processamento de uva, além da comercialização de vinhos e derivados

* NÚMEROS EM MILHÕES DE QUILOS

Safra Comuns Viníferas Total Variação2010 87,2 14,5 101,7 -10,17%2011 101,7 20,8 122,5 20,44%2012 98,8 16,8 115,6 -5,59%2013 92,9 18,9 111,8 -3,26%2014 90,8 15,2 106,0 -5,22%2015** 105,1 17,0 122,1 15,20%

Safra Comuns Viníferas Total Variação2010 183,4 24,6 208,1 1,61%2011 211,7 44,2 255,8 22,95%2012 222,9 38,1 260,9 2,00%2013 194,8 37,4 232,2 -11,01%2014 182,5 32,3 214,8 -7,49%2015** 217,1 34,3 251,4 17,04%

Uvas produzidas* em Bento Gonçalves Uvas processadas* em Bento Gonçalves

**DADOS PRELIMINARES DE JANEIRO A JUNHOFONTE: IBRAVIN

Ano Vinho comum Vinho vinífera Suco concentrado Suco integral Total % no RS 2010 22.037.012 14.677.233 19.176.653 kg 33.044.913 88.935.812 29,4%2011 20.859.041 26.280.763 23.674.284 kg 45.275.006 116.089.094 25,7%2012 20.903.445 22.356.653 26.967.824 kg 43.784.803 114.012.726 26,7%2013 26.107.935 24.650.323 25.034.587 kg 33.798.587 109.591.431 29,5%2014 14.609.206 20.688.867 22.295.002 kg 39.413.310 97.006.385 25,9%2015** 15.774.919 19.892.590 25.347.678 kg 52.494.308 113.509.496 25,7%

Produção de vinhos e derivados em Bento Gonçalves (milhões de litros)

Apesar de a safra já ter terminado, algumas bebidas ainda são produzidas nas vinícolas do município

Primeiro semestre de bons resultadosSetor vitivinícola

O primeiro semestre de 2015 foi positivo para o setor

vitivinícola. Não somente em Bento Gonçalves, mas em todo o Brasil, as vendas no merca-do interno foram alavancadas, atingindo um crescimento de 4,6%. O incremento na comer-cialização foi de 4,3% nos vi-nhos finos e 3,2% no vinho de mesa, porém os índices chega-ram a 22,7% nos espumantes e 24,8% nos sucos de uva. Além da alta, a produção e processa-mento de uvas em Bento Gon-çalves atingiram números que não se viam desde 2011. A safra 2015 teve aumento de 15,2% na produção e de 17,04% no pro-cessamento da fruta.

O gerente de promoção do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), Diego Bertolini, aponta que há pelo menos três anos não eram vistos bons re-sultados. Eles superaram as expectativas projetadas para os primeiros seis meses do ano. “Tivemos um primeiro semestre realmente bom se compararmos o desempenho com os últimos anos. Apesar de a economia enfrentar al-gumas dificuldades, consegui-mos ter números interessan-tes”, afirma.

Bertolini acredita que o bom

CRISTIAN

O M

IGO

N, A

RQU

IVO

Vitória [email protected]

resultado é reflexo das con-quistas que o setor atingiu nos últimos meses. A principal delas é a consolidação do con-sumo das bebidas nacionais motivado pela alta do dólar e pela divulgação em nível na-cional, na televisão. “Repor-tagens sobre os benefícios do suco de uva integral, do vinho e demais bebidas foram veicula-das em programas de televisão reconhecidos. Isso motivou as pessoas a consumirem mais e, consequentemente, nossas vendas aumentaram. Outra

questão é a alta do dólar, que também nos favorece. Com os rótulos estrangeiros mais ca-ros, a bebida nacional sai mais fácil”, detalha.

Os números positivos tam-bém tiveram a contribuição de São Pedro. O clima que fez no fim de 2014 e início de 2015 foi quase ideal para o cultivo, houve apenas um pouco de chuva em excesso e isso resul-tou na possibilidade de utili-zar praticamente a totalidade da produção. Geadas fortes ou chuva de granizo não aparece-

ram, deixando os produtores menos receosos. “O volume de produção não depende muito da vontade do setor e o pro-cessamento é feito de acordo com as possibilidades que te-mos, então só podemos torcer e intervir no pouco que conse-guimos”, revela.

O gerente de promoção aponta também que, apesar de o setor ser consolidado no município, ele tem crescido devido à manutenção e apri-moramento feito pelos pe-quenos e médios produtores.

De acordo com ele, o turismo incentiva que os produtores invistam mais na qualidade de seus produtos, estrutura e ser-viços. “Boa parte dos nossos números são representados pelos pequenos e médios pro-dutores, eles têm uma grande importância na cadeira pro-dutiva e, com o seu aprimo-ramento, todos tendem a ga-nhar”, completa.

Ação para as Olimpíadas

Com foco nas vendas duran-te o período das Olimpíadas 2016, uma iniciativa do Ibra-vin irá atuar especificamente no Rio de Janeiro. Bertolini adianta que mil restauran-tes e 3 mil garçons receberão cursos e consultorias para que possam oferecer atendimen-to especializado e incentivar o consumo dos derivados da uva. “Eventos como a Copa e as Olimpíadas melhoram muito nosso posicionamento no mercado externo, por isso precisamos desenvolver ações para fomentar também a ven-da interna. O público de 2016 será diferente do que nos vi-sitou na Copa, este é formado por famílias e tem mais renda per capita, então tendem a consumir bebidas com mais valor agregado”, explica.

Page 19: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 2015 19Geral

Apesar do crescimento geral do setor vitivinícola, os dados da exportação de vinhos fi-nos não apresentaram melho-ra com relação às vendas dos anos anteriores. O primeiro semestre de 2015, mesmo com números parciais, já apresenta uma baixa na comercialização para o exterior. A gerente do Wines of Brasil, Maria Inês Balsan, aponta que os dados negativos se devem, principal-mente, ao fato de o Brasil não ser reconhecido como um país produtor de uvas viníferas e exportador de bebidas finas.

Maria Inês destaca que, por enquanto, não é possível esti-mar o percentual de queda das vendas, já que os resultados de janeiro a junho de 2015 são comparados com os resultados anuais dos anos anteriores. “Não podemos apontar núme-ros específicos porque as ven-das estão contabilizadas por ano. Contudo, o que vimos até o momento é uma diminuição se compararmos proporcional-mente os números”, explica.

A gerente do projeto, no en-

Na contramão do crescimento, exportações diminuem

Ano Volume exportado* Valor exportado2010 1.701.971 R$ 4,11 mi2011 1.207.681 R$ 4,10 mi2012 1.287.932 R$ 4,38 mi2013 1.517.293 R$ 5,39 mi2014 2.652.688 R$ 9,91 mijun/2015 531.896 R$ 1,54 mi

FONTE: WINES OF BRASIL* MILHÕES DE LITROS

Exportações brasileiras de vinhos finos

Maria Inês Balsan destaca a qualidade dos vinhos finos brasileirosD

IVULG

AÇÃ

O

tanto, descarta a hipótese da falta de qualidade como justi-ficativa. Segundo ela, os vinhos finos produzidos no Brasil e, principalmente em Bento Gon-çalves, têm qualidade igual ou superior a demais rótulos es-trangeiros. “Nós temos quali-dade. Os vinhos finos produzi-dos aqui não perdem em nada para as bebidas estrangeiras, pelo contrário, quando há con-cursos de degustação às cegas sempre emplacamos algum rótulo entre os melhores”, re-vela. Para ela, a degustação às cegas é a forma mais justa de escolha, já que não se parte de nenhum pressuposto sobre o país produtor.

A pesquisadora enfatiza que o país ainda está engati-nhando na produção de uvas viníferas e comercialização de vinhos finos. Por isso, o reconhecimento do produto daqui ainda sofre certa resis-tência no exterior. “Há apenas 12 anos o Brasil começou a in-vestir neste segmento. Outros concorrentes como Chile e Ar-gentina fazem isso há muito

mais tempo e já tem um nome consolidado. Nós ainda preci-samos trabalhar para chegar a este patamar”, avalia. Os dados apresentados na tabela abaixo representam 35 viní-colas exportadoras do Brasil, contudo, Maria Inês defende que Bento Gonçalves é o prin-cipal polo quando se fala em vinhos brasileiros.

Até o fim do ano e para 2016, a gerente do Wines of Brasil planeja comprovar a qualida-de das bebidas finas brasilei-ras nos países compradores e alavancar as vendas, prin-cipalmente no período das Olimpíadas. “Os principais mercados hoje são os Estados Unidos, a Alemanha e o Reino Unido, mas ainda há outras nações como Holanda, Dina-marca e Irlanda que pagam mais por garrafa. Nós somos bons concorrentes, competi-mos em qualidade e não em preço, por isso quanto mais nos perceberem como um pro-dutor de qualidade, mais nos pagarão e maior será nosso crescimento”, finaliza.

Page 20: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 201520 Geral

Parece que os motoristas de Bento Gonçalves estão

mais prudentes no trânsi-to. Os dados da Secretaria de Gestão Integrada e Mobili-dade Urbana, assim como os da Brigada Militar, apontam diminuição no número de aci-dentes nas vias pertencentes à cidade. Na comparação entre o primeiro semestre de 2014 e o mesmo período de 2015, as colisões registradas com lesões corporais chegaram a diminuir quase 25%. Já as ocorrências apenas com danos materiais tiveram uma queda de 3%. As justificativas para os números positivos são vari-áveis, porém, o bom compor-tamento no trânsito, educação e respeito ao dirigir não estão entre elas.

O secretário de Mobilidade Urbana, Mauro Moro, alega que a diminuição dos aciden-tes é devido ao aumento da frota. Na última atualização, em junho, o número de veí-culos registrados no Depar-tamento Nacional de Trânsito (Denatran) chegou a 78.737 na cidade. O dado é consi-derado alto se comparado à

Em comparativo com 2014, o primeiro semestre de 2015 apresenta queda de 24,7% nas colisões com lesões corporais

Primeiro semestre de 2014 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Total 110 116 129 149 150 145 799 Primeiro semestre de 2015 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Total 99 105 170 141 132 127 774

Diferença de 25 acidentes entre os semestres, 3,25% a menos

Primeiro semestre de 2014 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Total 30 39 47 51 43 36 246 Primeiro semestre de 2015 Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Total 32 21 33 45 22 32 185

Diferença de 61 acidentes entre os semestres, 24,7% a menos FONTE: DEPARTAMENTO MUNICIPAL DE TRÂNSITO (DMT) E BRIGADA MILITAR

Acidentes nas vias municipais com danos materiais Acidentes nas vias municipais com lesões corporais

Trânsito congestionado é o principal fator da redução de acidentes

Menos acidentes nas vias municipaisTrânsito

Vitória [email protected]

quantidade de carteiras de habilitação registradas tam-bém até junho no Departa-mento Estadual de Trânsito (Detran), 59,7 mil.

Moro explica que quando uma rua tem mais automóveis em circulação, o fluxo tende a ficar mais lento, não deixando

margem para os condutores andarem em alta velocidade. “Consequentemente temos menor probabilidade de aci-dentes. Quando o trânsito está congestionado, os motoristas têm mais tempo para pensar no que farão a seguir. Evita a imprudência”, declara.

“É preciso mais respeito no trânsito”

O secretário lamenta que a justificativa seja o congestio-namento. Segundo ele, os con-dutores não estão mais caute-losos no trânsito. “Eu adoraria dizer que o bento-gonçalvense está mais prudente, respeita mais a sinalização, o pedestre e os demais condutores, isso se-ria um orgulho para mim. Mas, infelizmente, não é verdade. É claro que, se compararmos com anos atrás, há uma me-lhoria de comportamento, mas ainda é pouco, precisamos avançar mais”, destaca.

Apesar de o trânsito lento evitar colisões em alta veloci-dade, ele não impede que as pequenas batidas ainda sejam frequentes. De janeiro a junho de 2014, o Departamento Mu-nicipal de Trânsito (DMT) re-gistrou 799 colisões com danos materiais. Em 2015, o número caiu para 774, 25 colisões a me-nos, o equivalente a 3,25%. “Se o trânsito lento fosse a solução, então todos os indicadores te-riam quedas significativas, mas não é o caso”, assegura Moro.

Tanto o DMT, como a Brigada Militar não registraram aciden-tes com vítimas fatais nas vias

municipais. Estes órgãos ape-nas computam mortes quando elas ocorrem no momento do acidente. Contudo, o Detran re-gistrou, em todo o ano de 2014, quatro acidentes com cinco ví-timas fatais. Neste primeiro se-mestre uma colisão com vítima foi apontada. Todos morreram após terem sido encaminhados ao hospital.

Para causar impacto junto à população e tentar diminuir os incidentes, a Secretaria de Mobilidade Urbana está plane-jando uma iniciativa. “Vamos desenvolver ações em busca de uma melhoria no compor-tamento de condutores e pe-destres. O trânsito de Bento Gonçalves já tem problemas, o desrespeito não precisa ser mais um deles”, pontua Moro.

Apesar de ainda apontar di-ficuldades no trânsito local, o secretário comemora o bom resultado. “É bom ver que pelo menos um indicador está apre-sentando resultados positivos. A sociedade está cada vez mais moderna e rápida, os condu-tores, muitas vezes, cometem ações de risco pela possibilida-de de ganhar alguns segundos. Isso não se faz, são segundos que não valem o estrago que podem causar”, revela.

CRISTIAN

O M

IGO

N, A

RQU

IVO

Page 21: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 2015 21Geral

Quem sofre acidente de trân-sito pode recorrer ao Seguro Dpvat, benefício que permite a retirada de uma quantia para cobrir os custos com hospital ou serviços funerários. A possi-bilidade, no entanto, está sen-do menos buscada em Bento Gonçalves. O proprietário da Bento Dpvat, Everson Roman-zini, aponta que no primeiro semestre de 2015 as procuras pelo seguro diminuíram, en-

tretanto, diferente do secre-tário Mauro Moro, ele aponta outras justificativas para a queda nas procuras.

Romanzini destaca que as ocorrências atendidas em pe-rímetro urbano tiveram que-da de 20 a 25%. O segurador aponta que a crise econômi-ca é o principal fator para a diminuição, já que, além do aumento do preço da gasoli-na, muitos veículos têm IPVA

atrasado e não estão sendo ti-rados da garagem. “Há menos carros nas ruas. Manter um veículo custa caro e, com a alta dos custos e diminuição do poder de compra, a alternati-va de muitas pessoas tem sido não usar o automóvel. Além disso, há mais de 7 mil carros com o IPVA atrasado e as blit-ze estão pegando. Melhor não arriscar”, justifica.

Em 16 anos de profissão, Ro-

manzini revela que uma das principais demandas era de acidentes ocorridos na antiga RSC-470. Ele explica que após a federalização da via, seu es-tabelecimento teve queda de 50% nas solicitações de seguro para as ocorrências desta es-trada. “A fiscalização ficou in-tensa e a maioria dos conduto-res parece ter mais cautela ao passar pelo local que é histori-camente perigoso. A redução

da velocidade, no entanto só ocorre quando existe ação dos patrulheiros, não é uma ques-tão de mais educação, e sim de afetar o bolso”, avalia.

O segurador ressalta que as colisões envolvendo moto-ciclistas ainda representam 75% das ocorrências registra-das. Em segundo lugar ficam os atropelamentos de idosos e crianças, com 8% das solicita-ções de seguro.

Apesar de as rodovias mu-nicipais apresentarem dados positivos, as estradas perten-centes ao Estado não apon-tam melhorias nos números de acidentes. As vias estadu-ais representam os principais acessos a Bento Gonçalves e ao interior e, comparando o pri-meiro semestre de 2014 com o de 2015, a média de acidentes se mantém: enquanto algumas apontam uma pequena melho-ra, outras têm mais registros de incidentes.

As principais ocorrências das rodovias apresentam danos materiais e lesões corporais, conforme a tabela abaixo. O número de acidentes com ví-timas fatais normalmente fica zerado, já que o Comando Ro-doviário da Brigada Militar re-gistra apenas as mortes ocorri-da nos locais dos acidentes.

O capitão Evandro Flores, co-mandante da 1ª Companhia do 3º Batalhão Rodoviário da Bri-gada Militar (3º BRBM) aponta que a tendência de aumento dos acidentes não se confirma. De acordo com Flores, o aumen-

Fiscalização intensa na BR-470 após federalização

Rodovias estaduais mantêm média

2014 2015 12 1424 e 32 feridos 12 com 18 feridos0 2 com 2 mortes36 28

2014 2015 19 2119 com 29 feridos 16 com 25 feridos0 1 com 1 morte38 38

Danos materiais Lesões corporais Vítimas fatais Total

Danos materiais Lesões corporais Vítimas fatais Total

ERS-444 (Vale dos Vinhedos e Barracão)Rodovia

Rodovia RSC-453 (Bento Gonçalves e Garibaldi)

ERS-431 (Faria Lemos até Cotiporã)

VRS-813 (Garibaldi)

ERS-446 (Carlos Barbosa)

VRS-813 (liga Bento a Pinto Bandeira)

2014 2015 3 53 com 4 feridos 6 com 9 feridos0 0 6 11

2014 2015 1 12 com 2 feridos 1 com 4 feridos0 03 2

2014 2015 12 179 com 20 feridos 15 com 19 feridos0 4 com 4 mortos21 36

2014 2015 3 44 com 9 feridos 01 com 1 morte 1 com 1 morte8 5

FONTE: COMANDO RODOVIÁRIO DA BRIGADA MILIUTAR

Comparativo entre os acidentes nas rodovias estaduais pertencentes a Bento Gonçalves - jan a jun 2014/ jan a jun 2015

Estradas continuam perigosas e número de acidentes não diminui

Desde janeiro, Seguro DPVAT tem queda nas solicitações

to da frota de veículos tende a deixar as rodovias mais peri-gosas, contudo, o policiamento ostensivo barra os números ne-gativos. “Os acidentes tendem a aumentar. Estamos conseguin-do manter a média e até dimi-nuir as fatalidades em algumas rodovias. Os registros apontam que 80% dos acidentes ocorrem devido à imprudência dos con-dutores”, explica.

O capitão, no entanto, garan-te que o efetivo está utilizando e todas as suas ferramentas para tentar minimizar as ocorrências. “Com a Operação Radar, conse-guimos alguns resultados. Va-mos intensificar nossas ações, principalmente nas vias mais perigosas como a ERS-444, a ERS-446 e a RSC-453 em busca de um trânsito mais tranquilo e de respeito”, completa.

Historicamente, uma das ro-dovias mais perigosas de acesso a Bento Gonçalves era a antiga RSC-470. Na estrada, um maior número de acidentes era regis-trado e a gravidade também era mais alta. Contudo, a situação mudou após a federalização da via. Agora, a BR-470 recebe atenção especial com efetivo mais completo e intensificação nas fiscalizações de velocidade.

O patrulheiro rodoviário federal, Filipe Burger, revela que antes mesmo de a Polícia Rodoviária Federal assumir o posto, um estudo foi realiza-do para apontar os principais problemas da via. Segundo Burger, são muitos locais com alto índice de acidentes. “Veri-ficamos onde se encontravam os pontos mais críticos e come-çamos a planejar qual era a for-ma de fiscalização que poderia ser mais efetiva”, explica.

Entre os pontos mais crí-ticos está o conhecido Posto do Hélio. Este, assim como os demais locais de alta periculo-

sidade, recebe fiscalizações de velocidade constantemente. “As principais infrações come-tidas que geram acidentes são ultrapassagem em locais proi-bidos, embriaguez, excesso de velocidade e cruzamento em locais inadequados”, aponta. De acordo com Burger, na BR-470, as principais fatalidades registradas são colisões frontais e transversais.

O patrulheiro destaca que os locais dos policiamentos são determinados a partir do levantamento do número de acidentes das semanas ante-riores. Após a Polícia Rodoviá-ria Federal assumir a rodovia, os indicadores têm diminuído. “Nós somos muito rígidos nas nossas intervenções e posso afirmar que as fatalidades di-minuíram em agosto. Em ju-lho elas aumentaram devido ao mau tempo. Vamos dar se-quência ao trabalho e buscar melhorar estes indicadores. O que pedimos é mais respeito e cautela ao dirigir”, finaliza.

Page 22: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 201522 Bairros

Chama fica no 6º BCOM até o dia 1º de setembro, quando ocorre a abertura da Semana da Pátria

GiordaniSão Roque

Fogo simbólico chega ao município

Na manhã de quinta-feira, 20, chegou a Bento Gon-

çalves o Fogo Simbólico, em virtude da Semana da Pátria. A chama foi entregue pela Liga de Defesa Nacional do Esta-do do Rio Grande do Sul ao 6º Batalhão de Comunicações (BCOM), no bairro São Roque.

O momento contou com a presença de diversas autorida-des, entre elas o tenente coro-nel Alexander Eduardo Vicente Ferreira e o prefeito Guilherme Pasin, além de secretários e vereadores. Houve também a participação de alunos das es-colas Professor Noely Clemen-te de Rossi, Escola de Tempo Integral São Roque, Santa Helena, Alfredo Aveline, Ouro Verde, Professora Liette Tes-ser Pozza e Colégio Scalabria- Prefeito Guilherme Pasin recebeu a chama e acendeu o fogo simbólico

Vencedores de concurso cultural são premiados

O Grupo Giordani Turismo, realiza na segunda-feira, 24, a entrega da premiação aos vencedores do melhor texto e da melhor ilustração do Con-curso Cultural ‘A História da Imigração’.

A atividade contou com a participação de cerca de 850 alunos de quartos a sétimos anos do Ensino Fundamental das escolas das redes pública e privada das cidades de Ben-to Gonçalves, Garibaldi e Car-los Barbosa. Entre os inscri-tos, nas categorias ilustração e texto, foram selecionados 140 trabalhos que recebe-ram ingresso para o passeio de Maria Fumaça e para o Parque Temático Epopeia Italiana.

A melhor ilustração e o me-lhor texto serão contempla-dos com uma viagem ao Beto Carrero World, com direito a um acompanhante.

CLEUN

ICE PELLENZ

Cleunice [email protected]

no Nossa Senhora Medianeira. Os estudantes acompanharam o deslocamento do maratonis-ta Gregório Lavandoski com o fogo, o qual entregou a chama ao prefeito Pasin.

Em pronunciamento, o tenente coronel Alexander espera que o símbolo possa aquecer os corações das pes-soas. “Espero que quem olhar para o fogo possa se inspirar e manter uma chama acesa no coração”, explica. O pre-feito afirma que a chama re-presenta a união. “Ela simbo-liza tudo aquilo que devemos fazer em nosso coração para manter a sociedade viva e próspera”, relata.

O símbolo permanece no Batalhão até o dia 1º de se-tembro, quando acontece a abertura oficial da Semana da Pátria e será deslocado para a Via del Vino.

Page 23: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 2015 23Bairros

Melhoria

Reforma da igreja Santa Catarina está finalizada

A igreja Santa Catarina, no bairro Licorsul, está de cara nova. Desde janeiro o local, inaugurado em 1983, passou por reformas que finalizaram no mês de junho. Além de nova pintura interna, houve a troca do equipamento de som, iluminação e construção do altar. O investimento foi de cerca de R$ 280 mil.

O casal que coordena o Conselho Econômico da co-munidade, Savio e Clarisse Raffainer, comenta que a construção do presbitério era um sonho de muitos anos. “A comunidade almejava essa re-forma e este ano conseguimos realizá-la”, afirma Raffainer. O engenheiro fez o projeto conforme a necessidade de artes sacras, que estava em falta no local. “Os conselhos econômicos paroquial e da comunidade se reuniram e decidiram em conjunto o que seria feito”, esclarece Clarisse.

Eles ainda comentam que todo o esforço realizado é gratificante. “Muitas vezes a gente pensa que é cansativo, mas com a ajuda de todos e a graça de Deus tudo se torna mais fácil. Todo trabalho exige responsabilidade e as pessoas confiam em nós que assumi-mos”, explica Raffainer.

A atual equipe administra-tiva é composta por dez ca-sais, que são: Savio e Clarisse Raffainer, Gilberto e Marcia Stefenon, Gentil Duarte e Ro-semari Szidoski, José Carlos e Rosilene Arcego, Valmor e Naides Brum, Jandiro e Ines Parissotto, Airton e Silvane Trevilin, Hadair e Sandra Fer-rari, Carlito e Nelci Martins e Vanderlei e Nely Zago.

A inauguração e a bênção do novo altar estão marcadas para o dia 9 de outubro, onde haverá celebração com missa e a visita da réplica de Nossa Se-nhora Aparecida, às 20h.

Investimento para reparo foi de aproximadamente R$ 280 mil

Licorsul

Espaço dos Sonhos incentiva presença da família na escola Projeto realizado atrai a atenção de pais e alunos da Educação Infantil

Cleunice [email protected]

Com o objetivo de promover a participação efetiva da

comunidade escolar por meio da parceria com os pais, bus-cando criar condições para a promoção da educação cons-trutiva e justa através de um trabalho coletivo e educativo, a Escola Municipal Infantil Es-paço dos Sonhos, do bairro Li-corsul, trabalha o projeto ‘Fa-mília na Escola é Legal’.

O programa é realizado du-rante o ano por todas as tur-mas, mas é reforçado com os estudantes do Maternal II e Jardim A. “Convidamos as famílias para vir até a escola e fazer uma atividade diferen-ciada. Mandamos bilhetes aos pais para que eles venham até o local e contem uma expe-riência, relatem como é sua profissão, ou até mesmo re-alizem algum experimento”, esclarece a educadora Lucia-na Ghidini.

A professora ainda explica que as crianças pedem que os pais participem. “Teve um caso de um aluno que me pe-diu: ‘Quando minha mãe vai vir?’, disse que não sabia. De-pois o menino foi para casa, escolheu um livro, entregou para a mãe e pediu que ela fosse à escola contar a história para os colegas. As crianças acham importante a participa-ção dos pais”, conta.

A diretora Eliane Zanin de-fende que as famílias devem

participar da educação dos fi-lhos. “Chamamos os familia-res até a escola para que eles possam falar sobre suas ocu-pações, façam atividades com as crianças, relatem o seu dia a dia ou mesmo contem his-tórias. Para maior integração, pretendemos realizar diver-sas atividades ainda com eles, como piquenique, passeio de Maria Fumaça, entre outras”, comenta.

O agricultor Pedro Bortoli-ni, que participou do momen-to, relata a importância da atividade. Ele ensinou para os pequenos como cultivar raba-netes. “Os estudantes se inte-ressaram bastante por isso, se envolveram, sujaram as mãos. Acharam uma minho-ca e pensaram que era uma cobra. Foi divertido e gratifi-

Pai e agricultor Pedro Bertolini ensina as crianças a plantarem rabanetes

FOTO

DIVU

LGA

ÇÃO

cante. Gostei da experiência”, lembra.

A mãe Tatiele Stormoscki afirma que a ação foi impor-tante, pois, a princípio, ela não participaria. “Meu filho foi o motivador da minha ida até a escola. Ele me perguntava qual o dia que eu iria. Para nós, pais, é importante essa participação na vida escolar dos filhos e por isso é importante essa inicia-tiva da instituição”, relata e acrescenta que as crianças fi-cam felizes com a participação dos pais. “Ele ficou muito feliz. Geralmente, quando tem algu-ma atividade dessas, ele chega em casa e conta. Acredito que, tanto eu, quanto os demais pais, parabenizam a escola pela ação, e que outros possam dar continuidade a este traba-lho”, finaliza.

CLEUN

ICE PELLENZ

Page 24: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 201524 Regional

O representante da Câma-ra de Indústria e Comércio (CIC) de Garibaldi, Arnaldo Ongaratto, é o novo presiden-te do Conselho Municipal de Educação. O professor apo-sentado faz parte da Câmara de Inteligência Estratégica da CIC. Além de Ongaratto, a en-tidade também é representada no órgão pelo diretor executi-vo Luiz Carrer como suplen-te. Completam o Conselho Municipal de Educação: Geci Acadrolli Gavirachi (suplente Rosana Delazzeri), Clege Fer-ranti (suplente Andrea Poletto dos Santos), Francisco Ecker (suplente Vanessa Pagliarini), Analissa Scherer Peixoto (su-plente Moisés Neckel), Marce-lo Trindade (suplente Letícia Damin), Sidamaia de Quevedo Vedói (suplente Cristiane Pin-setta Frighetto), Ivete Benini (suplente Maura Bolsoni Nico-lodi), Camila Pertille (suplente Aline Emer de Souza) e Maria Inês Afonso (suplente Ivani Remonti Trentin).

Na manhã de sexta-feira, 21, na sede da Associação do Co-mércio, Indústria e Serviços de Carlos Barbosa (ACI), foi reali-zada a reunião de fundação da Associação dos Profissionais e Empresários da Construção Civil de Carlos Barbosa (Ape-con). Totalmente independen-te da ACI e com um estatuto próprio, a entidade atenderá demandas do setor de Carlos Barbosa e região, com projeção de chegar aos 110 associados.

Com o objetivo de fundar a associação, o encontro contou com a apresentação do esta-tuto, elaborado por Fabiano Messoni, assessor jurídico da ACI. Aprovado por aclamação, o documento determina, entre outros aspectos, que a Apecon contará com seis membros em sua diretoria e mais seis no conselho deliberativo. Os as-sociados poderão ser pessoas físicas ou jurídicas que se dedi-quem ao segmento da constru-ção civil e imobiliária.

Estudantes e professores das escolas municipais Barão de Mauá e Emílio Meyer par-ticiparam, juntamente com a comunidade, de uma oficina de Talian com a escritora ita-liana Giorgia Miazzo, na tar-de de quarta-feira, 19. A ativi-dade integrou a programação do Dia de L’América, alusiva aos 140 anos da imigração italiana.

Durante o evento, a pales-trante apresentou a estrutu-ra das casas, das estradas, as festas culturais, trajes e a comida típica, exemplifi-cando como era a vida há 50 anos. A interação ficou a car-go da apresentação de cantos como La Dona, Mama Mia,

Os moradores de Pinto Ban-deira se emocionaram

com a realização do Dia de L’América – Ritorno Alle Ori-gini. O evento recordou a che-gada dos imigrantes na região, as músicas típicas, a gastrono-mia, as roupas, o artesanato e os jogos.

As atividades foram desen-volvidas na quarta-feira, 19, no Salão Paroquial Santuário de Nossa Senhora do Rosário de Pompéia. A programação iniciou à tarde com a oficina de Talian ministrada pela es-critora italiana Giorgia Mia-zzo. Porém, o ponto auge foi no início da noite com apre-sentações e o descerramento da placa alusiva aos 40 anos do Monumento ao Colono, completado no dia 27 de julho.

O letreiro foi apresentado pelo vice-prefeito e secretário de Agricultura, Lóris Fran-seschini, pelo pároco do San-tuário Mariano Luiz Antônio Mascarello, e pelo José Pa-van, representando o grupo de jovens rurais idealizadores do projeto do monumento: Lucindo Pavan, Almir Pavan, Dino Pavan, Antonio Pari-soto, Aldo Parisoto, Cons-tantino Da Campo, Vitorino Sganzerla, Domingos Bigo-lin, Maria Pavan, Aide Tarso Rubbo, Terezinha Fachin, Te-

Chegada dos imigrantes italianos foi relembrada por meio de atividades culturais e artísticas

Estudantes participam de oficina de Talian

Crianças aprenderam algumas músicas típicas italianas na palestra

Solenidade contou com o descerramento da placa comemorativa aos 40 anos do Monumento ao Colono

Município celebra o Dia de L’AméricaGaribaldi

Carlos Barbosa

Pinto BandeiraCIC integra o Conselho de Educação

Empresários e profissionais se unem na Apecon

FOTO

S ESTEFAN

IA V. LIN

HA

RES

Estefania V. [email protected]

Go Spacà Tuti I Ossi. A escri-tora explicou os significados das letras das músicas, sendo

rezinha Pavan, Aurora Ma-rine, Helena Spadari, Joana Rubbo e Julia Tarso. O proje-to foi elaborado pela arquite-ta Francesca Fenochio e pelo escultor Orlando Barcarolo.

Na solenidade, foi feito o anúncio que a data de 20 de maio, dia que se comemora a imigração italiana será inse-rida no calendário oficial do município. O secretário de Desenvolvimento Econômi-co, Urbanismo, Indústria e Comércio, Cultura e Turismo, Dânio Nichetti, enfatizou a

importância deste dia para a comunidade. “O objetivo des-te evento é a união do passado e do presente”, destacou. Se-gundo ele, é uma oportunida-de de trazer a família e relem-brar a cultura italiana. “Cada ano estaremos aprimorando a atividade, além de inserir no calendário de eventos do mu-nicípio”, projeta.

O presidente da Câmara de Vereadores, Adair Rizzardo, em sua fala ressaltou que é um momento para relembrar o que os antepassados passaram

para chegar até o país. “É uma homenagem justa a todos os imigrantes”, pondera. O vice--prefeito reforçou para que a festividade seja realizada anu-almente, pois é um momento para celebrar aqueles que imi-graram à nossa região.

O evento teve a apresentação do Coral Nova Pompeia, dos acordeonistas Jeferson Car-relli e Andrigo Salini; Grupo Nani e Grupo Teatral Frateli Du Cuore. Além da participa-ção especial do casal Expedito e Natália Copelli.

que a primeira canção relata a vinda dos imigrantes italia-nos para o Brasil. A pesquisa

integra o projeto “Cantando in Italian”, da escritora.

A gastronomia também foi apresentada. Giorgia ponde-rou que na elaboração de pra-tos típicos são mais utilizados os legumes do que as carnes. Ela utilizou como exemplo a preparação de pizzas, sopas de agnolini, risotos e nhoques.

Para a palestrante, uma das formas de se aprender o idioma italiano é por meio da música. O projeto tem a par-ticipação do italiano Gianluca Parise. Segundo a professora, Talian ainda é falado por pou-cas pessoas. “É uma pena que se perca. O dialeto chegou há 140 anos com os imigrantes e deve ser preservado”, conclui.

Page 25: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 2015 25Regional

A temperatura elevada nas primeiras semanas de

agosto antecipou a brotação nas parreiras. No entanto, a época é de poda e os viticulto-res devem adotar alguns cuida-dos na hora do corte.

A condição meteorológica está ocorrendo sob a influên-cia do fenômeno El Niño. Isto faz com que a corrente de ar do Norte e as frentes de vento que estão localizadas mais ao Norte mantenham a frente fria mais ao Sul, impedindo que se desloque. O clima na região da Serra Gaúcha está parecido com o do Centro-Oeste, relati-vamente seco e quente.

Segundo o pesquisador e engenheiro agrônomo da Em-brapa Uva e Vinho, Henrique Pessoa dos Santos, o somató-rio de frio registrado até o mo-mento está abaixo do normal. O clima nos meses de junho e julho é mais gelado, o que equivale a uma temperatura inferior a 7,2 oC. No entanto, no mês de julho deveriam ser registradas 120 horas de frio, sendo que aconteceu um pou-co mais de 30 horas. Isso teve um somatório de 111 horas, sendo que o normal é ter 409 na região. “Nós tivemos um quarto de disponibilidade de frio”, analisa.

Diante deste cenário, o clima fez com que ocorresse um com-portamento errático da brota-

Orientação da Embrapa Uva e Vinho é que os produtores façam uma poda mais curta em virtude das condições climáticas

Pesquisador Henrique Pessoa dos Santos orienta os viticultores a melhor forma de proceder neste cenário

Viticultura

Calor fora de época antecipa brotação ESTEFA

NIA

V. LINH

ARES

Estefania V. [email protected]

ção nas parreiras. Algumas ge-mas que estão mais propícias brotaram. Estas geralmente são as mais apicais, porém ou-tras não acompanharam esse comportamento, o que deixa o processo desuniforme. “Pela condição atual, recomendaria atrasar a poda ou caso pos-sível não fazer este procedi-mento neste momento. Mes-mo que ela esteja brotando, vão brotar principalmente as gemas mais apicais e não po-demos desconsiderar ainda a possibilidade de vir uma fren-te fria que possa comprometer a brotação”, esclarece.

O pesquisador aponta que o ideal é que seja adiado o corte ou adotada uma poda mais curta. Com esta medida,

a planta poderá fornecer me-lhor uniformidade de brotação tendo em vista que uma poda longa tende a apresentar mais desuniformidade.

Outra questão analisada por Santos é que, caso seja neces-sário fazer uma poda longa neste ano, poderá gerar uma demanda por tratamentos para indução de brotação uni-forme. Ele pondera que são usados produtos químicos, e hoje o mercado disponibili-za o Dormex e o Erger. “Em condições mais orgânicas se recomenda o uso de extrato de alho que pode ser uma alter-nativa ao Dormex. Em termos de dosagem o Dormex está em torno de 4% (produto comer-cial - p.c.) recomendado para

a videira. No caso do Erger não se tem uma recomenda-ção específica, pois ainda está em testes e foi muito promis-sor em torno de 10% de pro-duto comercial, mais 5% de nitrato de cálcio, ele é sempre aplicado em conjunto. É até uma exigência do fabricante sempre aplicar com o combi-nado. O extrato de alho para a região funciona muito bem 10% peso/volume, isso em água”, explica.

O viticultor deve observar o comportamento das parreiras, pois, caso a gema estiver aberta e o produto for aplicado pode queimar. “Por isso oriento não fazer a poda, ou optar por um procedimento mais longo para depois brotar novamente. Pois

pode comprometer as gemas que tem”, revela.

O ideal é que não ocorresse essa condição meteorológica, e sim o frio. Conforme Santos, a Embrapa está desenvolven-do um estudo sobre quais são as intervenções que podem ser adotadas diante do cenário apresentado neste ano.

É muito cedo para avaliar se o fator clima irá influenciar na qualidade da fruta, entretanto a quantidade poderá ser infe-rior, revela o pesquisado. “Ela terá que crescer o broto, tem que definir a baga e aí tudo que irá acontecer no ambiente irá influenciar na qualidade”, con-ta o pesquisador.

Diante deste cenário, a pro-jeção é que a colheita seja ante-cipada. Conforme o engenhei-ro agrônomo, o crescimento da planta acontece de acordo com a temperatura registrada. “Quanto mais quente for o am-biente mais antecipado será o crescimento. Com isso, anteci-pa todas as fases da uva”, afir-ma. No entanto, ele comenta que ouviu de pesquisadores do Instituto Nacional de Meteoro-logia (Inmet), que o El Niño na primeira parte da primavera, a previsão é de alta incidência de chuva. “Neste caso, pode ha-ver o problema de não ter sol, o que reduz a taxa de cresci-mento e favorece a incidência de doenças. A recomendação é que se tenha um cuidado maior na prevenção com tratamentos fitossanitários”, alerta.

Page 26: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Falecimentos

LEONOR TERESINHA GIROTTO, no dia 13 de Agosto de 2015. Natural de Guaporé, RS, era filha de Olivo Girotto e Adelma Girotto e tinha 68 anos.

ROSA BORTOLINI CRISTOFOLI, no dia 13 de Agosto de 2015. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filha de José Bortolini e Lucia Pilan Bortolini e tinha 89 anos.

ILMA GONÇALVES DE MACEDO, no dia 14 de Agosto de 2015. Natural de Capelinha, MG, era filha de Gerlado Lopes de Macedo e Gerci Gonçalves de Macedo e tinha 51 anos.

CELESTINA DE FÁTIMA COLERAUX DA SILVA, no dia 14 de Agosto de 2015. Natural de Salto do Jacuí, Espumoso, RS, era filha de Waldomiro da Luz Coleraux e Lurdes Iná Coleraux e tinha 47 anos.

MARCELO PADILHA, no dia 13 de Agosto de 2015. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filho de Percy Leonel Padilha e tinha 29 anos.

ANNA FEDERIZZI TONELLO, no dia 16 de Agosto de 2015. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filha de Emílio Federizzi e Angela Fronza Federizzi e tinha 80 anos.

LORENA TEREZINHA CARGNIN TODESCATO, no dia 16 de Agosto de 2015. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filha de Plácido Cargnin e Herminia Michelin Cargnin e tinha 79 anos.

CONRADO ALADINO RUBECHINI, no dia 17 de Agosto de 2015. Natural de Belenzinho, São Paulo, SP, era filho de Rubechini Domenico e Vidi Argia e tinha 91 anos.

ANGELA ZAGO PASSAIA, no dia 19 de Agosto de 2015. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filha de Pellegrino Zago e Antonieta Bortolini e tinha 93 anos.

ANILSE ARSEGO CAVALET, no dia 19 de Agosto de 2015. Natural de Bento Gonçalves, RS, era filha de Victorio Giuseppe Arsego e Nair Cavalet Arsego e tinha 74 anos.

Sábado, 22 de agosto de 201526 Obituário

Page 27: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 2015 27Obituário/Publicações Legais

Page 28: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 201528 Segurança

Caso Lucas Mariuzza

Um crime de repercussão nacionalAtleta promissor do Farrapos é encontrado baleado no bairro Fenavinho e polícia busca explicações para o atentado

Leonardo [email protected]

Um crime sem explicação, que acendeu o sinal de

alerta na segurança pública de Bento Gonçalves e chocou toda a comunidade do rúgbi. Lucas Ricardo Mariuzza, 20 anos, foi encontrado baleado no bair-ro Fenavinho na madrugada de quarta-feira, 19. Enquanto o atleta segue entre a vida e a morte no Hospital Tacchini, a Polícia Civil tenta esclarecer um crime que foge dos padrões.

Conforme o registro da ocor-rência, o crime ocorreu por volta da 0h20min quando foi encon-trado desacordado no banco do carona do seu próprio carro, um Ford Ka, que estava parado com os faróis acesos na rua Domin-gos Rubecchini. Em um primei-ro momento, o caso foi registra-do como tentativa de homicídio. “Ainda temos muitas informa-ções desencontradas e não sa-bemos se foi uma tentativa de latrocínio (roubo com morte) ou de homicídio. Estamos re-fazendo o trajeto (da vítima) e procurando por testemunhas do caso. Estamos, de certa forma, de mãos amarradas, mas, aos

Lucas ostenta as cores de Bento Gonçalves no Campeonato Brasileiro

PORTA

L DO

RUG

BY, REPROD

UÇÃ

O

A tristeza e a revolta se alternavam nos olhos de Gilceu Mariuzza

poucos, esclarecendo os fatos”, relata o delegado Álvaro Pache-co Becker, titular da 2ª Delega-cia de Polícia (2ª DP).

A informação é que Lucas te-ria saído da Faculdade da Serra

Gaúcha (FSG), no bairro Ju-ventude, onde estuda Ciências Contábeis, para ir até a casa da noiva, no Licorsul. Em seu últi-mo contato, informou a namo-rada que iria parar para com-

prar dois cachorros-quentes.A forma como a vítima foi

encontrada e seu histórico sem antecedentes criminais preocu-pam os investigadores da Polícia Civil. “Está totalmente fora do padrão (de Bento Gonçalves). O que costumamos ver é acerto de contas entre delinquentes, prin-cipalmente no tráfico de drogas. Nos preocupa porque parece que a violência está tomando outro rumo. Vamos tentar fre-ar isto buscando o mais rápido possível o autor deste crime”, pontua o delegado.

Corrente de orações

Lucas está internado em coma induzido na Unidade de Tera-pia Intensiva (UTI) do Hospital Tacchini. De acordo com o neu-rocirurgião Gustavo de David, os primeiros cinco dias são os mais críticos. “O tiro entrou pelo ros-to, embaixo do olho direito, e fez uma linha reta até a parte de trás do cérebro. O trajeto da bala foi bastante extenso e provocou um machucado grande. O cérebro está bastante inchado. Consegui-mos colocar um dreno para reti-rar o líquido e controlar a pressão intracraniana. Felizmente, esta-

mos conseguindo manter esta pressão em nível normal. Mas, neste momento, é difícil dizer o que isto vai significar a médio prazo”, explica.

Três meses atrás, o neuro-cirurgião enfrentou um caso semelhante. David atendeu o agente penitenciário Mai-con Pedroso Ferreira, baleado durante um assalto a posto de combustíveis. Felizmente, Ferreira se recuperou sem ne-nhuma sequela. “Este inchaço no cérebro depois de um trau-ma tem o período de cinco dias que esperamos manter sob controle. Após, passamos a ter esperança de que as coisas pos-sam melhorar”, afirma.

Aos familiares e amigos res-ta esperar pela recuperação do atleta do Farrapos Rugby Clu-be. Pela página oficial do clube, mais de 900 pessoas curtiram uma corrente de orações e pen-samentos positivos. “Uma pes-soa sincera e amiga. Sempre que eu precisei estava lá. Um dos melhores jogadores que co-nheci, que me ensinou muito. Era o cara que acalmava a gente dentro de campo. Uma pessoa que me inspiro dentro e fora do campo”, declara o colega de time, Bruno Marangoni.

Ainda na manhã da quarta--feira, em choque, Gilceu Ma-riuzza entrou em contato com o Semanário para desabafar. Queria reclamar de uma segu-rança pública que não existe mais em Bento Gonçalves e vi-tima jovens promissores, como seu filho, atleta de rúgbi e es-tudante de Ciências Contábeis.

A tristeza e a revolta se alter-navam nos olhos do mecânico de 47 anos. Abatido, o pai ten-tava evitar o Hospital Tacchini. Não queria olhar para o filho naquela cama. Quer ver seu Luquinhas forte, sorrindo e jo-gando seu rúgbi.

Jornal Semanário: Como ficou sabendo do incidente?

Gilceu Mariuzza: Fiquei sabendo à 1h30min, por um tenente da Brigada Militar, e fui até perto da Fundapar-que, próximo daquela casa dos bombeiros. Não tem trajeto ali.

Acho que levaram meu filho para aquele lugar.

JS: O que você acredita que aconteceu?

Mariuzza: Foi assalto. Esta é a minha opinião. Ele avisou a namorada que ia parar para pegar dois cachorros-quentes

na rua e já estava indo. Não sei onde ia comprar, mas esta rua não é trajeto. Levaram meu filho até lá. E o meu filho não deve ter reagido. O Luquinhas é um cara calmo, moldado pelo rúgbi, não é de brigar.

JS: Como você descreve-

“Quero ir embora de Bento Gonçalves”, lamenta pairia o seu filho Lucas?

Mariuzza: Meu filho é óti-mo, não merecia isso. Eu que-ria ser eu no lugar dele, mor-rer no lugar dele. Eu quero ir embora de Bento Gonçalves. O meu filho é forte, vai sair dessa, mas eu vou embora. Faz oito dias que eu falei para a mãe deles que ia voltar para São Miguel do Oeste (SC), onde fui criado, que é uma cidade tranquila, onde todo mundo é amigo e podemos andar tran-quilos. Aqui é uma selva de pedra e a onça está pegando, comendo os pequenos.

JS: Já tinha tido algum problema?

Mariuzza: Nunca, nunca. Nem assaltado ele tinha sido. Nunca soube de nenhum pro-blema, nem no campo. Ele morava entre a gente, no Fena-vinho, e com a noiva, no Licor-sul. Eles estavam sérios, iam

casar no final do ano. Eu fala-va para ele, eu e o Samuel (um dos três irmãos mais novos), te amo filho. Cuidado com os as-saltos. A gente vê na televisão toda hora. Mas quando acon-tece com a gente... Ele e a mãe eram muito ligados.

JS: O que você espera que aconteça?

Mariuzza: Eu quero pegar esse cara e dar um abraço nele. Não tem lei, não tem justiça, é tudo com Deus. Falar para ele não fazer uma coisa dessas, dar um tiro na cara de alguém. Eu tenho uma lavagem de carro e vi uma borboleta voando. Falei para ela, vai para lá, assoprei ela, mas não matei. Como que tu faz esse tipo de coisa com um ser humano? Isto está acaban-do comigo. Mas o Lucas é forte, vai sair dessa. Não quero falar mal de ninguém, mas a segu-rança pública está horrível.

CRISTIAN

O M

IGO

N

Page 29: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 2015 29Segurança

Forças mobilizadas

Lideranças reagem à situação críticaDiante de uma sensação de insegurança exacerbada, prefeito de Bento Gonçalves solicita providências imediatas

Leonardo [email protected]

Foi uma semana assustadora. Um jovem jogador de rúgbi

foi baleado, um vigilante trocou tiros em um posto de combustí-veis e bandidos renderam clien-tes de uma lanchonete lotada. Casos que repercutiram e in-tensificaram uma sensação de insegurança já debilitada pela crise do Governo Estadual. É hora de mobilizar nossas forças e dar uma resposta. Palavras do prefeito Guilherme Pasin em reunião extraordinária do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM).

A opinião unânime é que, para retomar a tranquilidade, a população precisa ver mais policiais nas ruas. Com esta reivindicação, o chefe do Exe-cutivo passou a sexta-feira, 21, em Porto Alegre em reuniões com lideranças estaduais de segurança pública. “Nos últi-mos cinco dias percebemos um acréscimo muito grande nos casos de criminalidade, princi-palmente os de maior gravida-de, como tentativas de homicí-dios e roubos a mão armada, o que agravou demais esta sen-sação de insegurança. Nosso encontro foi para buscar esta visão de quem trabalha contra esta criminalidade e criar um sistema de atribuições compar-tilhadas em busca de soluções. A minha responsabilidade é trabalhar politicamente para, principalmente, aumentar a presença policial em nosso

município”, argumenta Pasin.O prefeito afirma entender a

preocupação da comunidade e que irá brigar em todas as es-feras possíveis para devolver a Bento Gonçalves sua carac-terística de uma cidade prós-pera com a tranquilidade do interior. “A sensação de inse-gurança exacerbada não ajuda ninguém, apenas aos próprios bandidos. Precisamos ter cau-tela. Nossa cidade, em com-paração com qualquer outra, como Caxias do Sul e Farrou-pilha, apresenta números bem menores (de violência). Só que

eu compreendo que não pode-mos falar isso para a família de um jovem que tomou um tiro no rosto. Estes casos assustam muito justamente por sermos uma cidade tranquila. Precisa-mos dar uma resposta prática e rápida”, sentencia.

Operação Retomada II

Em agosto do ano passado, o 3º Batalhão de Policiamento de Áreas Turísticas (3º BPAT) lançou a Operação Retomada. Com o reforço de cerca de 20 policiais do Pelotão de Opera-

ções Especiais (POE) de Caxias do Sul, a Brigada Militar res-pondia ao aumento de crimi-nalidade, principalmente nos casos de homicídios. Em pouco mais de um mês de presença maciça de policiais nas ruas, foram efetuadas 43 prisões e desarticulados diversos pontos de tráfico.

Com apoio do Poder Público municipal e da Polícia Civil, a intenção é que uma operação nos mesmos moldes seja lan-çada ainda este mês. “O pre-feito se comprometeu a, junto ao governador, gestionar horas

extras e cotas de diárias, o que nos permite uma manobra de efetivo maior. O major (Álvaro) Martinelli, inclusive, ressaltou que em Passo Fundo, de onde é oriundo, há um efetivo muito bem treinado e que pode nos apoiar. Porém dependemos da disponibilização destas cotas de diárias que foram cortadas (pelo Governo Estadual no iní-cio do ano)”, explica o capitão Reni Onírio Zdruikoski, subco-mandante do 3º BPAT.

Esta é a resposta para reto-mar a sensação de segurança na Capital do Vinho que, na visão do oficial da Brigada Mi-litar, é ponto crítico na cidade. “Os índices, se comparados aos últimos dois anos, não es-tão alarmantes a tal ponto que chegou este sentimento de in-segurança. Esta sensação está amplificada por todo o contex-to estadual e nacional”, opina.

Tal discurso é corroborado pelo prefeito Guilherme Pasin, que avalia como boa a atuação policial em Bento. “Não pode-mos potencializar esta sensação de insegurança. A Brigada Mili-tar e a Polícia Civil nunca pren-deram tanta gente. Até ocorrer este bloco crítico (de crimes), todos os casos estavam sendo solucionados com as devidas prisões. Precisamos cuidar para não desmerecer o trabalho (das polícias) neste momento de incerteza que estes servidores passam, com uma situação de praticamente greve e sem saber o que vai acontecer no final do mês”, contextualiza.

Com reforço no efetivo, a intenção é realizar nova Operação Retomada, como ocorrida no ano passado

CRISTIAN

O M

IGO

N, A

RQU

IVO

Histórica falta de efetivo O primeiro problema é antigo

e é adiado a cada mandato. Há anos, o número de policiais no Rio Grande do Sul não acom-panha o crescimento populacio-nal. Sem uma contratação regu-lar, Brigada Militar e Polícia Civil perdem servidores e não conse-guem repor. Quanto menos po-liciais nas ruas, mais acuada fi-ca a população e mais ousados os bandidos.

Sistema penitenciário falidoA maioria dos presídios no Rio

Grande do Sul tem problemas de estrutura e está superlotado. Sem vagas, os juízes e promotores aca-bam obrigados a liberar crimi-nosos “menos perigosos” para manter presos os piores. O Presí-dio Estadual de Bento Gonçalves é um exemplo desta crise, com duas celas interditadas e quase 200 apenados. A lotação origi-nal do presídio é de 158 detentos.

Descrença na “justiça” A falta de servidores atrasa o

processo em diversos momentos, desde a realização de perícias até o acúmulo nas mesas dos juízes. Como há diversos direitos que de-vem ser preservados, afinal o réu pode ser inocente, a maioria aca-ba beneficiada para responder as acusações em liberdade. A popu-lação não compreende como o de-linquente está solto e, assim, nas-ce o sentimento de impunidade.

Tráfico de drogasHá uma grande demanda por

droga em Bento. Para saciar o ví-cio, muitos acabam trabalhando para traficantes ou roubando para conseguir dinheiro. Desesperados, protagonizam crimes violentos. Os casos em que filhos e netos usu-ários agridem familiares se multi-plicam. Uma estimativa extraoficial aponta que quase 90% dos rou-bos, furtos e homicídios tenham origem na droga.

Crise nacional e estadualAs notícias de corrupção e cri-

mes bárbaros por todo país ge-ram descrença. A crise econômi-ca aumenta o desemprego e o desespero das pessoas. O parce-lamento dos salários do funcio-nalismo público estadual resultou em uma impressão que há menos policiais nas ruas. Os bandidos fi-caram ainda mais ousados e o resto da comunidade mais atenta às notícias sobre a criminalidade.

Os fatores que levaram a esta insegurança

Page 30: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 201530 Esporte

Após a boa vitória sobre a Assaf, em Santa Cruz do Sul, equipe vai mandar seu jogo de hoje à noite em Farroupilha

* Não encerrado até o fe-chamento desta edição

A rodada Quinta-feira, 20Atlântico 6 x 0 AfuscaOntem* ADS X AGFHoje ACBF X AssafASIF X AméricaAGSL X AlafBGF X AssoevaASTF X Cachoeira

BGF busca três pontos contra AssoevaSérie Ouro

O Bento Gonçalves Futsal (BGF) entra em quadra

hoje à noite em busca de mais três pontos no Estadual Série Ouro. O time do técnico Vaner Flores enfrenta a Assoeva, de Venâncio Aires, a partir das 20h, no Ginásio do Saturno, em Farroupilha. Os ingressos custam R$ 10.

Na terça-feira, 18, o BGF foi a Santa Cruz do Sul e fez as pa-zes com a vitória. Em uma par-tida em que o goleiro Emerson foi o grande destaque, o time bento-gonçalvense venceu a Assaf por 2 a 1, com gols de Ca-ppa e Foppa. Com o resultado, a equipe chegou aos 29 pontos, recuperando a sétima coloca-ção no campeonato e abrindo cinco pontos para o América, nono colocado.

Para o confronto de hoje à noite, Vaner Flores deve con-tar com o retorno de Kevin, que cumpriu suspensão contra a Assaf. Em caso de vitória, o BGF chegará aos 32 pontos e ficará mais próximo da classi-ficação, pois faltarão seis roda-das para o término da primeira fase da competição.

Equipe P J1) Assoeva 40 172) ACBF 40 173)Atlântico 40 204) Alaf 40 195) Asif 39 186) ASTF 30 187) BGF 29 198) Cachoeira 27 199) América 24 1910) ADS 19 1811) AGF 19 1912) Assaf 16 1913) AGSL 7 1814) Afusca 4 20

Classificação

Page 31: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Sábado, 22 de agosto de 2015 31Esporte

O Farrapos pode assumir a terceira colocação hoje à tar-de. A equipe enfrenta o Des-terro, atual terceiro colocado, a partir das 15h30min, na Montanha Velha. O confronto direto vale a permanência no G-4 e pode comprovar a rea-bilitação do time dos técnicos Carlitos Baldassari e Mário Oliva no campeonato. Em caso de derrota, o Farrapos pode cair para o quinto lugar.

O Citadino de Futsal deste ano está prometendo ser

um dos melhores dos últimos anos em Bento Gonçalves. Com quatro rodadas realizadas, a competição tem sido marcada por jogos eletrizantes e mui-tos gols marcados. Além disso, apesar de estarmos no início do campeonato, algumas equipes já despontam com certa quali-dade, prometendo incomodar os chamados favoritos ao título.

Neste quesito, o jovem time da AABG e as tradicionais equipes do Conceição e do Co-lorado largam na frente. Eles arrancam na frente no cam-peonato com duas vitórias ex-pressivas sobre seus adversá-rios e querem ser a pedra no sapato dos favoritos.

Entre os considerados mais fortes da competição, o atual campeão PSG vem de duas vi-tórias em dois jogos. Na quin-ta-feira, 20, venceu o Lyon por 4 a 2. A sempre candidata ao título, Açolar, estreou com vitória de 3 a 2 sobre o Santa Tereza e fará sua segunda par-tida na terça-feira, 25, contra o Shakthar, no ginásio em Faria Lemos. Na mesma data e local, entra em quadra outro can-didato ao título, o São Bento Futsal, que vence o Foppa na estreia por 5 a 3 e agora irá en-frentar a equipe do Junior, que estrou levando 8 a 1 do Futuro na terça-feira, 18.

Competição aponta alguns destaques além dos tradicionais favoritos

Farrapos enfrenta o Desterro hoje

AABG (de branco) fez 3 a 1 no Meia Boca Juniors na quinta à noite

Jogos

Bento GonçalvesFarrapos x Desterro

JacareíJacareí x Curitiba

São PauloBandeirantes x São JoséSPAC x Pasteur

Citadino começa com jogos eletrizantes e muitos gols

Super 8

Futsal

Marcelo [email protected]

Classificação

1) São José 242) Curitiba 233) Desterro 184) Farrapos 185) SPAC 176) Bandeirantes 137) Pasteur 128) Jacareí 6

Jogos do CitadinoPrimeira rodadaAçolar 3 x 2 Santa TerezaUTI 3 x 8 ConceiçãoPSG 7 x 0 BarcelonaFoppa 3 x 5 São Bento FutsalLyon 2 x 5 Meia Boca JuniorsInfix 2 x 4 DebianchiSegunda RodadaColorado 3 x 1 OpenTigres 1 x 6 BDLAABG 10 x 0 VenturaUnidos 4 x 3 ParmaAFE 4 x 3 GaláticosLokomotiva 3 x 4 Shakthar

Terceira RodadaTancredo 4 x 2 FantasmaSócanelas 3 x 3 MeninJunior 1 x 8 FuturoGolden Boys 3 x 1 CAFANFC 5 x 2 BarcelonaConceição 8 x 3 InfixQuarta RodadaAABG 3 x 1 Meia Boca JrsColorado 3 x 2 Santa TerezaBDL 4 x 10 FoppaUTI 2 x 3 ParmaLyon 2 x 4 PSGLokomotiva 4 x 1 Open

Ginásio MunicipalTigres x Galáticos Ventura x TancredoSócanelas x Debianchi

Faria LemosAçolar x ShaktharANFC x FantasmaJunior x São Bento Futsal

Quinta Rodada

Page 32: 22/08/2015 - Jornal Semanário - Edição 3.158

Capa S

Aline Figueiredo: paixão pelos animais

Caderno S

Odontoserra

Há mais de 15 anos inovando em Bento

Empresas & Empresários

Apesar da idade avançada, Seu Celestino cursa Pedagogia na UCSExemplo aos 89 anos

Página 14

A Edição www.jornalsemanario.com.br56 páginas

Primeiro Caderno ......................32 páginasCaderno S ................................12 páginas Saúde & Beleza .........................8 páginasEmpresas & Empresários ...........4 páginas

BENTO GONÇALVESSábado22 DE AGOSTO DE 2015ANO 48 N°3158

R$ 3,00 www.jornalsemanario.com.br

Inspiração

GA

BRIELA BO

ESEL