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PIBID FÍSICA A A F F Í Í S S I I C C A A O O N N T T E E M M E E H H O O J J E E 23ª EDIÇÃO AGOSTO DE 2017 Ó Ó P P T T I I C C A A G G E E O O M M É É T T R R I I C C A A Óptica Geométrica. [pág. 2] Espelhos e Lentes. [pág. 2] Câmeras Fotográficas. [pág. 4] Refração e Difração. [pág. 5] Microscópio Óptico. [pág. 7] Miragem. [pág. 7] Por que o céu é azul? [pág. 9] O Disco de Newton. [pág. 9] Fibras Ópticas. [pág. 10] A Física do olho humano. [pág. 11]

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PIBID FÍSICA

AA FFÍÍSSIICCAA OONNTTEEMM EE HHOOJJEE

23ª EDIÇÃO

AGOSTO DE 2017

ÓÓPPTTIICCAA GGEEOOMMÉÉTTRRIICCAA

Óptica Geométrica. [pág. 2]

Espelhos e Lentes. [pág. 2]

Câmeras Fotográficas. [pág. 4]

Refração e Difração. [pág. 5]

Microscópio Óptico. [pág. 7]

Miragem. [pág. 7]

Por que o céu é azul? [pág. 9]

O Disco de Newton. [pág. 9]

Fibras Ópticas. [pág. 10]

A Física do olho humano. [pág. 11]

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ÓPTICA GEOMÉTRICA

Imagine um mundo onde não há luz. Para as pessoas que são videntesisso pode parecer uma tarefa um pouco complicada. Para nos ajudar, imagineque você esteja em um quarto fechado bem escuro. Assim seria um mundosem luz. O homem, assim como a maioria dos demais seres vivos, evoluiu deacordo com ambientes onde a luz fosse algo fundamental, por isso, também, amaioria dos seres vivos possui sistemas biológicos ópticos para captar a luzdesses ambientes. Esses sistemas biológicos ópticos são muito conhecidos pornós, afinal, é através deles que podemos enxergar.

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A óptica é o ramo da Físicaque estuda as propriedades e osfenômenos da luz. Pode ser divididaem óptica física e óptica geométrica.A óptica física estuda a natureza daluz considerando suascaracterísticas físicas, tais como seucomportamento ondulatório ecorpuscular. Por muito tempo houveuma intensa discussão sobre o quede fato era a luz. Alguns cientistascomo Isaac Newton e RenéDescartes defendiam que a luz erafeita de pequenas partículas.

Figura 01. Prisma decompondo a luz.

Em contrapartida Leonhard Euler e Christian Huygens advogavam que aluz era onda. Atualmente, sabe­se que a luz apresenta ambos oscomportamentos. Há situações em que ela se manifesta como uma onda eoutras onde se comporta como partícula. Para a óptica geométrica nãoimporta se a luz é onda ou partícula, isso pois ela estuda os fenômenos depropagação da luz considerando­a apenas como raios luminosos retilíneos.Neste jornal abordaremos apenas os fenômenos voltados para a ópticageométrica.

ESPELHOS E LENTESQuando falamos em óptica geralmente pensamos em diversas situações

presentes em nosso dia a dia. Por exemplo, ao pentearmos nosso cabeloenquanto observamos nosso reflexo em um espelho ou quando estamosdirigindo e conseguimos ver as coisas que estão atrás de nós através doretrovisor do carro. As lentes, muito presentes em nosso cotidiano, tambémsão estudadas pela óptica. Para entendermos como essas situações sãoexplicadas precisamos entender certos conceitos da óptica geométrica.

Entende­se por raios luminosos, ou também chamados de raios de luz,como linhas retas que possuem certa orientação. Elas indicam osentido de propagação da luz. Um conjunto de raios de luz é chamado defeixe de luz e eles podem ser classificados como cônicos ou cilíndricos. Osfeixes cônicos ainda podem ser classificados como divergentes ouconvergentes. A figura abaixo mostra exemplos de feixes de luz.

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Figura 02. Tipos de raios luminosos.

Um feixe de luz ao interagir com certos materiais pode apresentar doiscomportamentos, o de reflexão e o de refração. A reflexão acontece quandoos raios de luz incidem sobre certa superfície e retornam ao mesmo meiosem sofrer mudanças em suas propriedades. A figura abaixo apresenta estasituação.

Chamamos de retanormal N a reta que éperpendicular à superfícieonde os feixes são incididos.A principal característica dareflexão é que o ângulo doraio incidente com a retanormal é o mesmo que oângulo do raio refletido coma reta normal.

Figura 03. Raio sendo refletido.

Quando um feixe de luz passa de um meio para outro ocorre a refraçãodesse feixe de luz. A principal diferença é que o ângulo do raio incidente nomeio 1 é diferente do ângulo do raio refratado no meio 2.

Quando falamos de lentesgeralmente pensamos nos óculos quemuitas pessoas utilizam para corrigircertos problemas de vista. As lentes,porém, estão presentes em diversosoutros equipamentos, tais comotelescópios, microscópios, lupas,máquinas fotográficas. Podemosclassificar as lentes em dois grupos: ogrupo das bordas finas e o dasbordas grossas. Há, basicamente, trêssubclassificações em cada grupo delentes como mostra a figura ao lado.

Figura 04.Tipos de lentes.

Dizemos que uma lente éconvergente quando um feixe de raiosparalelos são transformados em feixesconvergentes ao passar por essa lente.Com as lentes divergentes ocorre ocontrário, como mostra a figuraabaixo.

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Outro conceito importante é o de foco de uma lente. Na figura acima, aletra F representa o ponto do foco em ambas as lentes. O foco é o ponto ondeocorre o encontro dos raios refletidos ou a intersecção de seusprolongamentos.

CÂMERAS FOTOGRÁFICAS

Em 1826, o francês Joseph Nicéphore Niépce tirou a primeira fotografiapermanente da história. Utilizando uma placa de petróleo fotosenssível eleconseguiu capturar a imagem do ambiente e registrar nessa placa. Para osartistas dessa época a invenção da fotografia indicaria o fim de todas as artesplásticas, isso pois as imagens conseguidas através desses processos são umacópia fiel da realidade, algo que nenhum artista consegue fazer. Felizmenteas artes plásticas não acabarem e os processos de obtenção de fotografiasforam aperfeiçoados.

O princípio de funcionamentode todas as máquinas fotográficas é omesmo que o de uma câmaraescura. As paredes internas de umacâmara como essa são geralmenteescuras e opacas. Em umadessas paredes há um pequenoorifício por onde passam os raios deluz externos do ambiente. A figuraao lado mostra uma câmara escura.Os raios de luz da vela passam pelopequeno orifício e sãorefletidos dentro da parede dacâmara.

Figura 06. Câmara escura.

Figura 05. Raios incididos sobre uma lente convergente e divergente.

Nas câmeras fotográficas mais antigas os raios de luz do ambientetambém são capturados e incidem sobre uma superfície. Esta superfíciepossui substâncias (geralmente sais de prata) que ao serem expostas a luzreagem quimicamente gerando assim as imagens. A diferença entre ascâmaras escuras e as câmeras fotográficas é que nestas são utilizadas lentespara projetar as imagens no filme.

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Utilizam­se lentes convergentesnas câmeras para convergir a imagemno ponto desejado. Lembre­se de quequando alguém está fotografando comcertas câmeras, geralmente esta pessoagira um sistema para focalizar aimagem. Esse ato consiste apenas deaproximar ou afastar aFigura 07.Câmara fotográfica.

lente convergente do filme (substância fotosenssível). As câmeras fotográficasdigitais não utilizam filmes sensíveis. A imagem gerada é convergida para umsistema digital que converte a imagem em bits.

REFRAÇÃO E DIFRAÇÃO

A refração é caracterizada pelas alterações que ocorrem na propagaçãodo raio luminoso quando o mesmo se incide com a superfície de outro meiomaterial transparente. Esse fenômeno mostra aos seres humanos que a Físicaestá presente em seu cotidiano. Uma situação que exemplifica isto é quandouma pessoa encontra­se do lado de fora da piscina, cheia de água e olha parao seu fundo. Após entrar na água, ela notará que a profundidade não é amesma que imaginou inicialmente. Isto ocorre porque o raio luminoso mudao seu meio de propagação, no caso do exemplo mudou do meio atmosféricopara o aquático. Através de duas leis descritas abaixo, há uma melhorcompreensão deste fenômeno:

1º Lei da Refração – “Para este fenômeno ocorrer, o raio incidente (RI), a retanormal (N) e o raio refratado (RR), devem estar no mesmo plano. ”

Quando o raio refrata de um meiopara outro com uma incidência oblíqua,ocorre uma alteração na velocidade etrajetória do raio luminoso.Posteriormente, o raio refratado teráuma velocidade menor do que oincidente, pois ao passar de um meiopara outro, como as densidades dosmeios são diferentes, ocasiona, assim,uma dificuldade de propagação, que édenominada de refringência do meio.

Figura 08. Raio de luz refratado.

O índice de refração (n) é determinado pelo o quociente entre avelocidade de propagação da luz no vácuo (c) e sua velocidade depropagação no meio considerado (v).

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Geralmente, quando o raio luminoso se propaga de um meio para outro,ocorrem fenômenos de refração e reflexão ao mesmo tempo. Ou seja, umaparte da luz reflete­se voltando para o meio original com as mesmaspropriedades iniciais e outra parte refrata­se com algumas alterações em suaspropriedades. Tendo em vista esta tese, Snell e Descartes chegaram a mesmaconclusão no século XVII e definiram a lei que possibilita calcular o desvio dadireção da velocidade da luz incidida.

Figura 09. Representação da 2ª Lei da Refração.

Portanto, quando a luz passade um meio menos refringente paraum meio mais refringente, o raioluminoso se aproxima da normal,ou seja, o ângulo do raio luminosocom a reta normal diminui. Porconseguinte, ocorrendo de formaoposta ao mencionado, o raiorefratado se afastará da normal (N).

Outro fenômeno físico que ocorre com as ondas é a difração. Umexemplo de difração em ondas sonoras é quando estamos ouvindo umamúsica sendo tocada do outro lado de um muro. Isto ocorre porque a ondacontorna o obstáculo ou atravessa algum orifício existente no mesmo. Estefenômeno é explicado pelo princípio de Huygens.

O Princípio de Huygens afirma quequando os pontos de uma abertura ou de umobstáculo são atingidos pela frente de ondaeles tornam­se fontes de ondas secundáriasque mudam a direção de propagação da ondaprincipal, atravessando a abertura econtornando o obstáculo.

Este princípio pode ser aplicado aqualquer tipo de onda e é usado paradeterminar a posição de uma frente de onda,em um determinado instante, desde que seconheça sua posição em um instante anterior.

A capacidade de uma onda sofrer maiorou menor difração está relacionada ascaracterísticas da situação em questão, sendoestas: tamanho do obstáculo a ser contornado,à largura que passará a luz para ser transpostae o comprimento de onda.

A difração será mais intensa quando ocomprimento de onda comparado ao tamanho

do obstáculo for maior. Ou seja, a onda contorna mais facilmente osobstáculos quando pequenos, se comparados ao comprimento de ondas.

Figura 10. Representação do

Pricípio de Huygens

2º Lei da Refração: “Para cada par de meios e cada luz monocromática quese refrata, é constante o produto do seno do ângulo que o raio forma com anormal e o índice de refração do meio em que o raio se encontra”.

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MICROSCÓPIO ÓPTICO

A palavra microscópio vem do grego antigo e significa “observar” e“pequeno’’. Como o próprio nome já nos revela o microscópio funciona comouma lente de aumento que nos possibilita observar imagens de objetos depequenas dimensões. A origem do microscópio é muito antiga e não se sabede fato quem o inventou. Zacarias Janssen, um óptico holandês, é muitocogitado como o inventor já que presenteou o arquiduque da Áustria com ummicroscópio em 1590.

Com o passar dos anos o microscópio acabou passando por diversasmudanças tanto em seu tamanho quanto em sua qualidade, o que de fato nãomudou foi o princípio básico de seu funcionamento. O microscópio possuidois sistemas de lentes convergentes em seu interior e são através deles queconseguimos fazer os aumentos dos itens a serem observados. Eles sãochamadas de ocular e objetiva.

A lente objetiva é formada por um conjuntode lentes convergentes que apresentam umapequena distância focal e fornecem uma imagemreal e aumentada do objeto. A lente ocularamplia a imagem apresentada pela lente objetivafuncionando como uma lupa que nos forneceuma imagem virtual e ampliada.

Essas lentes estão dispostas nasextremidades de um cilindro oco que compõe aestrutura do microscópio. A potência de ummicroscópio é dada pelo produto da ampliaçãolinear da lente objetiva pela ocular. Este valorpode variar de acordo com o tamanho dasdistâncias focais entre o conjunto de lentes, ouseja, quanto menor a distância focal maior será apotência do microscópio.Figura 11. Microscópio óptico.

MIRAGEM

“Um viajante que atravessa odeserto em plena luz do dia, ao tercaminhado longas distâncias e jácansado, avista uma palmeira àbeira de um lago. Ele corre emdireção à palmeira para saciar suasede, mas ao chegar no localencontra só a palmeira e areia”.

Essa é uma história bemconhecida desde nossa infânciaapresentada nos desenhosanimados, mas afinal por queacontece isso? Será que é por causa Figura 12. Esquema de uma miragem.

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dos dias quentes e devido a sede intensa do viajante?Esse fato é conhecido como miragem e acontece em dias quentes,

frequentemente, nos desertos e asfaltos. A história mencionada acima éfictícia, mas a miragem realmente acontece dando a impressão de existirágua na região observada dada uma certa distância. Miragem origina­se daexpressão francesa “se mirer” que significa mirar­se, ou ver­se no espelho, éum efeito óptico produzido pela refração e reflexão da luz solar, por exemplo,no caso da história criou uma imagem semelhante a um lago que,aparentemente, refletiu imagens como a palmeira no deserto vista peloviajante, induzindo­o a pensar que realmente existe água no local.

O que acontece é que nas horas mais quentes, a areia ou asfaltoesquentam e devido a isso, o ar nessa região fica quente, ou seja, menosdenso, com isso o índice de refração é menor em relação às camadassuperiores de ar, menos quente. Como os raios da luz se propagam maisrápido no ar quente do que no menos quente a luz solar que incide sofrerefrações com diferentes índices nas camadas de ar, ocorrendo uma reflexãototal antes de atingir o solo encurvando­se para cima. Como o cérebrohumano interpreta a luz percorrendo um caminho retilíneo, então a luzrefletida que chega aos olhos do observador dá origem à imagens invertidasque apresentam vir do asfalto ou areia, causando ilusão de o chão estarmolhado.

Então, para que você aprecie uma miragem não é preciso ir ao deserto,ela pode ser vista e, até fotografada, nos asfaltos em dias quentes a uma certafrequência, refletindo imagem do carro. A imagem refletida apresenta estarem uma poça dágua, mas quando nos aproximamos da mesma percebemosque não há nada a mais do que o asfalto, ou seja, não há água no localestando o solo seco.

Figura 13. Miragem no asfalto.

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POR QUE O CÉU É AZUL ?A curiosidade é uma característica natural e inata do ser humano.

Entretanto, coisas simples nos causam curiosidades até os dias de hoje, comopor exemplo: por que o céu é azul? Muitos tomam partido de uma respostamais empírica dizendo que o fato de o céu ser azul é causado pelo reflexo dooceano na atmosfera, mas se isto fosse verdade, no meio do deserto o céu nãoseria azul, pois não há oceano lá. Para explicar o que realmente acontece,temos que entender um fenômeno físico que acontece na atmosfera,denominado espalhamento de Rayleigh.

A primeira tentativa de explicar o fato de o céu ser azul foi feita pelofísico inglês John Tyndall, em 1959. Ele descobriu que quando um feixe de luzatravessava um fluido claro, a cor azul era espalhada mais fortemente do quea cor vermelha por conter um comprimento de onda menor. Anos mais tarde ofísico inglês John William Strutt, mais conhecido como Barão de Rayleight,estudou o espalhamento da luz com mais detalhes e chegou a conclusão deque a quantidade de luz espalhada é inversamente proporcional a quartapotência do comprimento de onda, mas essa conclusão só é válida paraespalhamento onde as moléculas têm diâmetro menor do que o comprimentode onda da luz incidida sobre ela.

Figura 14. Espalhamento de Rayleigh.

A radiação solar que chega a Terra éuma luz branca e toda luz sendo umaonda eletromagnética possuicaracterísticas como frequência ecomprimento de onda, vale lembrar que aluz branca é composta de várias outrascores, cada uma com um comprimento deonda específico. Quando esta luz incidesobre a atmosfera, as moléculas como onitrogênio e oxigênio absorvem­na edepois a irradiam em várias direções ecom vários comprimentos de onda, ouou seja, estas moléculas funcionam como um verdadeiro prisma. Como elaspossuem um diâmetro inferior ao da luz branca, ela espalha a luz emvárias outras tonalidades de cores em várias direções. De acordo com aequação de Rayleight, as cores com comprimento de onda maior como overmelho (680.10 m) e o laranja (610. 10 m), possuem intensidade menordo que a cor azul (480. 10 m) e violeta (220. 10 m).

O fato de não vermos a cor violeta se deve a sensibilidade que nossosolhos têm em relação ao comprimento de onda desta, sendo o azul maisperceptível aos nossos olhos. Assim, o azul é a cor predominante quandoolhamos para o céu.

O DISCO DE NEWTONIsaac Newton dedicou parte de seu tempo estudando a fundo o

fenômeno de decomposição da luz. Em 1672, Newton publicou um trabalhono qual apresentava sua concepção sobre as cores dos corpos. Antes deNewton já se tinha uma ideia de que a luz branca incidida sobre um prismaera convertida em um feixe colorido, porém acreditava­se que essas cores

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eram decorridas das impurezas contidas no prisma. Com a intenção de seaprofundar no assunto Newton realizou dois experimentos. No primeiroexperimento expôs um prisma a uma fresta de luz vinda de sua janela epercebeu o acontecimento. No segundo experimento, utilizou dois prismas.No primeiro prisma a luz solar é refratada em um feixe colorido que atingeum anteparo com um pequeno furo, o objetivo era separar uma das cores eincidir a mesma sobre o segundo prisma. Newton observou que a cor do feixesecundário ao passar pelo último prisma permanecia inalterada. Concluiu,então, que cada cor sofre uma deflexão diferente e que a cor branca éproveniente de um conjunto de cores.

Para provar que a luz branca era oriundade vários espectros luminosos, Newtonproduziu um disco colorido composto pelasmesmas cores observadas no espectro incididopelo prisma. O fenômeno presente no disco deNewton é a soma de uma série de cores emum único ponto. É possível observar talfenômeno quando o disco de cores atinge umaalta rotação, deixando­o com um tomacinzentado.Figura 15. Disco de Newton.

As fibras ópticas são filamentos compostos de vidro ou de materiaispoliméricos flexíveis que possuem capacidade de transmitir luz e/ouinformações digitais ao longo de grandes distâncias. As linhas de fibra ópticatêm diâmetros distintos que variam segundo as suas aplicações, podendo irdesde escalas micrométricas até milimétricas.

A fibra óptica não sofre interferência eletromagnética, pois seu interior écomposto por duas camadas principais: o núcleo, constituído por umfilamento de vidro ou polímero e o revestimento, constituído por um materialisolante. Devido a sua contribuição para uma menor perda de sinal e maioresíndices de velocidade as fibras ópticas tem uma maior aceitação no mercado,substituindo os fios de cobre.

FIBRA ÓPTICA

Para ocorrer a transmissão nas fibrasé necessário utilizar equipamentosespeciais que contenham um foto emissor,ou seja, um aparelho que possatransformar sinais elétricos em pulsos deluz, que irão percorrer a fibra através dereflexões totais sucessivas.

A transmissão da luz ocorre somenteno núcleo da fibra óptica, pois o mesmoapresenta um índice de refração maiselevado e juntamente com o ângulo deincidência do feixe de luz permitem areflexão total. As camadas de plástico e o cabo de metal servem para evitarque ocorram interferências externas sobre a propagação da luz que ocorre nonúcleo das fibras.

Figura 16. Fibra óptica.

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A ideia de utilizar a luz nas comunicações vem desde a Antiguidade. O

primeiro estudo realizado sobre as comunicações ópticas adotou como

sistema o ar, porém essa ideia fracassou devido às disfunções atmosféricas

que interfeririam na conexão dos dados.

Portanto, no ano de 1958, o físico Narinder Singh Kapany se baseou nos

estudos anteriores do inglês John Tyndall e chegou à conclusão de que a luz

poderia descrever uma trajetória curva dentro de um material (no

experimento de Tyndall esse material era água), que o levou à invenção da

fibra óptica. O próximo desafio para os cientistas era desenvolver um vidro

tão puro que somente 1% da potência da luz emitida fosse perdida no final

de uma transmissão de 1 km, distância entre os repetidores dos sistemas de

transmissão telefônicos já instalados. Os pesquisadores trabalharam com esta

meta nos anos 1960, mas somente em 1970, os cientistas da empresa

Corning, Drs. Robert Maurer, Donald Keck e Peter Schultz criaram uma fibra

com perdas menores que 1% em 1 km.

São diversas as aplicações das fibras ópticas, por exemplo: rede digital

de serviços integrados, cabos submarinos, televisão por cabo, sensores,

automobilística, nas indústrias, na medicina, fins militares.

A FÍSICA DO OLHO HUMANO

O olho humano funciona como uma câmara escura, onde se recebe raiosluminosos e se forma uma imagem na parte de trás caixa.

Figura 17. Esquema do olho humano.

As partes do olho são: a córnea, ocristalino, a íris e a retina. A córnea é aparte da frente do olho, onde vemos obranco do olho e a íris. Ela tambémfunciona como uma lente esférica,focalizando os raios de luz para nossaretina. Uma córnea normal é esférica etransparente.

O cristalino é uma lenteconvergente e tem como função

concentrar os raios para a retina. A distância focal do cristalino é modificadapelos músculos ciliares, esse movimento depende da distância em que objetoencontra­se do olho. Este movimento chama­se acomodação do olho.

A convergência do cristalino faz com que a imagem do objeto fiquenítida e bem definida. Se a convergência do cristalino for maior ou menor, aimagem fica fora de foco. A íris é o que dá cor aos nossos olhos, onde no seucentro tem uma abertura chamada pupila que é por onde passa a luz.

A retina é onde se formam as imagens, lembrando que a imagem é reale invertida, mas isso não faz diferença, já que essa imagem é transformadaem impulsos nervosos que chegam a nosso cérebro através do nervo óptico, eassim acertando a imagem para o jeito que vemos normalmente.

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Um olho sadio é chamado de olho emétrope, é o que tem a capacidadede formar a imagem perfeitamente sobre a retina, sem precisar fazer algumesforço com os músculos ciliares para ajustar a visão.

Uma pessoa com problema de visão é facilmente identificada, bastaolhar para sua expressão quando estiver olhando alguma coisa. Ela vai estarcom um rosto de esforço e espremendo os olhos, para conseguir ajustar o seucristalino e enxergar o objeto.

Nós sabemos como funciona umolho sadio, mas como funciona oolho de uma pessoa comdeficiência visual? Bom, é isso queiremos saber agora.

Existem vários tipos dedeficiências visuais, mas na Físicavamos trabalhar só com algumas,os que estão relacionados com aosfocos dos raios que entram no olhoe não se concentram na retina.

A miopia é uma dificuldade de observar objetos distantes devido osraios de luz se concentram antes da retina. Uma pessoa míope não consegueler de longe, com isso enxerga o que está lendo para mais perto, assimajustando o foco dos raios para a sua retina. Como os raios estão se fechandoantes da retina, o olho é chamado de olho alongado.

Figura 18. Problema causado pela miopia.

Como os raios de luz estãofechando antes da retina, énecessário usar uma lente que abraum pouco esses raios antes dechegar a nossa pupila, fazendoassim, os raios focalizarem naretina. Como foi visto no textoanterior, uma lente com essacaracterística é a lente divergente.

Figura 19. Esquema do olho com miopia.

Já a hipermetropia, também conhecida como presbiopia ou vulgarmentechamada como vista cansada, é a dificuldade de observar objetos próximos dapessoa que enxerga, pois o foco dos raios incide depois da retina. Com isso, apessoa tem a tendência de afastar o objeto para conseguir visualizar melhor.Na Física este olho é chamado de olho encurtado. Com isso, é necessária umalente que feche um pouco os raios de luz, para que eles se encontrem naretina, esta lente é convergente.

Figura 20. Esquema do olho com

hipermetropia.

A nossa córnea tem um formatoesférico perfeito, mas quando há algumachatamento ou alongamento a pessoafica com dificuldade de observarobjetos há longas distâncias. Estadeficiência é chamada deastigmatismo. É muito parecido com amiopia e a própria lente divergentecorrige este defeito.

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Mas como foi dito, o astigmatismo está relacionado com a córnea e amiopia com o foco dos raios de luz que incidem na retina.

Agora que você conhece algumas características de deficiências visuais,se estiver sentindo alguns desses sintomas não demore muito para procurar ooftalmologista.

Figura 21. Comparação da visão normal e da visão com astigmatismo.

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GLOSSÁRIO

Fotosenssível: que possui sensibilidade à luz; sensível ao que é luminoso.

Bits: é a sigla para Binary Digit, que em português significa dígito binário, ou seja,é a menor unidade de informação que pode ser armazenada ou transmitida.

Luz monocromática: chama­se de luz monocromática às radiaçõeseletromagnéticas na faixa de luz visível compostas por um único comprimento deonda.

Poliméricos: são macromoléculas formadas a partir de unidades estruturaismenores.