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CONSELHO DE PREÇOS DO BOI A criação do Consebov tem o objetivo de criar normas que regulamentem a cadeia produtiva de carne. Criadores, indústria e varejo unidos para a abertura de novos mercados e o fortalecimento do setor. ISSN 2179-6653 Ano 3 . N° 23 | Agosto 2012

23ª Edição - Agosto 2012

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23ª Edição - Agosto 2012

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Conselho de Preços do Boi

A criação do Consebov tem o objetivo de criar normas que regulamentem a cadeia produtiva de carne. Criadores,

indústria e varejo unidos para a abertura de novos mercados e o fortalecimento do setor.

ISSN 2179-6653

Ano 3 . N° 23 | Agosto 2012

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Diretor ExecutivoDenner Esteves [email protected]

Diretor AdministrativoDalton Esteves [email protected]

Editora ChefeCleuzany [email protected]

Departamento de Jornalismo- Lidiane Dias – MG 15.898 [email protected] Leonardo de Paula - MG 16.902 [email protected]

Departamento Comercial e Logística- Minas Gerais - Elisa Nunes (33) [email protected] Bahia - Saneia Santana

(73) 8819-2574 ou [email protected] Espírito Santo - em contrataçã[email protected]

Colaboradores- Alexandre Sylvio - Eng. Agrônomo- Emater/IMA/ADAB- Humberto Luiz Wernersbach Filho - Zootecnista- Prof. Ruibran dos Reis - Climatempo- SCOT Consultoria- Waldir Francese Filho - Coocafé- Alessandra Alves - Jornalista - MG 14.298 JP- Haroldo Carlos Fernandes e Professores UFV- Jovani Augusto Puntel - Professor- Luciana Monteiro- Regina Alves e Silva

Distribuição- Minas Gerais: Vales do Rio Doce, Mucuri, Jequitinhonha, do Aço e Zona da Mata- Bahia: Extremo Sul Baiano- Espírito Santo: Norte Capixaba

Tiragem: 5.000 exemplaresImpressão: Gráfica NacionalDiagramação: Finotrato DesignFoto da Capa: Finotrato DesignIlustração - Victor Macedo

Apoio: Minas Leilões e Eventos www.minasleiloes.com.br

As ideias contidas nos artigos assinados não expressam, neces-sariamente, a opinião da revista e são de inteira responsabilidade de seus autores.

Administração/Redação - Revista AgroMinasRua Ribeiro Junqueira, 383 - Loja - Centro - 35.010-230 Governador Valadares/MG - Tel.: (33) 3271-9738 E-mail: [email protected]

Cleuzany LottEditora-Chefe

4 Giro no Campo

6 Entrevista

10 Entidade de Classe

12 Grandes Criatórios

15 Dia de Campo

18 Saúde Animal

20 Caderno Técnico

23 Forragicultura

26 Agrovisão

28 Sustentabilidade

30 Perfil Profissional

31 Meteorologia

32 Mercado

34 Cotações

35 Mão na Massa

36 Emater | IMA | ADAB

40 Aconteceu

42 Culinária

A Revista AgroMinas não possui matéria paga em seu conteúdo

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A guerra entre caminhoneiros e governo ascendeu uma luz ama-rela na cadeia produtiva do agronegócio. Em muitos estados

quem pagou a conta foram os produtores rurais que tiveram prejuízos relevantes. Alimentos perecíveis como o leite, não chegaram ao des-tino. Os criadores de frango temeram o desabastecimento de ração e quem precisou transportar carga viva, adiou a viagem com medo das retenções. O preço de alguns alimentos comercializados nas Centrais de Abastecimento de Minas, Bahia e Espírito Santo, dispararam.

O pesadelo dos bloqueios não acabou. Uma nova rodada de nego-ciações está prevista para este mês. As consequências da mobilização que, até então não prejudicou os municípios, cujo abastecimento não se limita ao tráfego das principais rodovias, não tem limites, afinal, os caminhoneiros carregam o “Brasil” sob suas rodas e nós somos parte desse cenário.

Outro assunto que está mobilizando o país é a criação do Conselho do Boi. Em passagem por Governador Valadares (MG), o presidente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA, Ante-nor Nogueira, concedeu uma entrevista exclusiva à editora Agromi-nas sobre importância do Consebov, motivada pela queda nos preços pagos ao produtor pela carne bovina e a crescente concentração da indústria da carne.

Em Grandes Criatórios, fomos a Guanhães (MG) e descobrimos uma criação de búfalos do senhor Juca Pena. Em Dia de Campo conhe-ça a produção de Tomates em Iapu. Baseados na muçarela de búfala e no tomate, a receita desta edição é um misto dos dois ingredientes. Já na seção Caderno Técnico, um artigo aborda o Plantio direto de feijão.

Já aos domingos não se esqueçam de assistir o Programa Agrominas às 9h na TV Leste / Record.

Boa leitura!

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Siga-nos:twitter.com/RevistAgrominas

Programa AgrominasDomingo 9h - TV Leste / Record

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A comissão mista que analisa a Medida Provisória 571/12, que complementa o novo Código Florestal (Lei 12.651/12), aprovou no dia 12 de julho – por 16 votos a fa-vor e 4 abstenções – o texto principal do relator, senador Luiz Henrique (PMDB-SC). Foram apresentados 343 desta-ques, que serão votados a partir do dia 7 de agosto.

Em seu parecer, Luiz Henrique manteve a exigência de recuperação de 20 metros de mata ciliar nas médias propriedades, de 4 a 10 módulos fiscais. Os ruralistas queriam a redução dessa faixa para 15 metros, mas o senador concordou apenas que a porção recuperada

não poderá ocupar mais do que 25% da propriedade.Conforme o novo texto, o imóvel rural localizado em

área de floresta da Amazônia Legal deverá ter até 80% de área conservada, somando reserva legal e APP. Nas demais situações, esse limite será de 50%, o que valerá inclusive para localidades da Amazônia Legal onde o bioma não seja Amazônia (como mangues e matas de várzea). Depois da votação dos destaques na comissão, o texto precisará ser votado nos plenários da Câmara e do Senado. A MP perde a validade no dia 8 de outubro. (Fonte: Agência Câmara)

comissão aprova texto principal da mp do código Florestal

plano Safra 2012/2013 e a expansão do Agro

mercado suinícola tem obtido recuperação expressiva

ministério regulará produção e uso de medicamentos genéricos

O mercado suinícola tem obtido recuperação expres-siva. As cotações do animal vivo e da carne sobem com força em todas as regiões pesquisadas pelo Cepea desde o começo da segunda quinzena de julho, mesmo sendo este um período em que, tipicamente, as vendas diminuem. Por outro lado, os preços dos principais insumos da atividade também têm reagido. Segundo colaboradores do Cepea, o principal motivo para o aumento dos preços do vivo tem sido a restrição da oferta de animais por parte dos suino-cultores. Isso ocorre porque os custos com alimentação seguem elevados e os preços pagos pelo animal ainda são considerados insuficientes por muitos suinocultores, que continuam à espera de novos reajustes para negociar.

Somente entre 26 de julho e 2 de agosto, o Indicador do Suíno Vivo CEPEA/ESALQ de São Paulo chegou a su-bir 17,1%, com o quilo do animal passando para a média de R$ 2,81 na última quinta-feira, 2. Em Minas Gerais, o aumento foi de 13,7% no período, a R$ 2,90/kg. (Fonte: CEPEA/ESALQ)

Sancionada pela presidente Dilma Rousseff nesta sexta-feira, 20 de julho, a lei que estabelece o medicamento genérico de uso veterinário no Brasil, a qual entrará em vigor dentro de 90 dias. A lei conceitua os novos medicamentos veterinários e define os crité-rios para registro e comercialização no país. O Ministério da Agri-cultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) terá papel fundamental nesse processo: regular a produção e o emprego desses medica-mentos, que devem ter a mesma qualidade, eficácia e segurança dos produtos convencionais.

Após a adequação da regra vigente – voltada a medicamentos convencionais – para a inserção dos produtos genéricos, o Mapa passará a ser o responsável pelo registro das substâncias e pelo acompanhamento desde a fabricação até o emprego desses insu-mos. Entre essas etapas, o Ministério da Agricultura também fará análise de fiscalização do medicamento genérico, mediante coleta de amostras do produto na indústria e no comércio, para confirma-ção da bioequivalência (conformidade dentro das características e uso recomendado). (Fonte: ASCOM MAPA)

deputados aprovam política Nacional de Irrigação

Na dia 28 de junho, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), a presidente Dilma Rousseff e o Ministro da Agricultura Mendes Ribeiro Filho, lançaram o Plano Safra 2012/2013. É o maior plano já anunciado pelo governo para o setor. O governo vai destinar R$ 115,2 bilhões para o crédito rural, principal instrumento de política agrícola do País. Desse total, R$ 86,9 bilhões são para financiar o custeio e a comercialização, enquanto R$ 28,2 bilhões serão des-tinados a programas de investimentos da agricultura empresarial.

A redução dos juros, de 6,75% para 5,5%, pode representar uma diminuição de 18,5% nos custos dos financiamentos para o produtor rural de acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuá-ria e Abastecimento (MAPA). Um componente relevante é a nova fase do Programa para Redução de Emissão de Gases do Efeito Estufa na Agricultura, conhecido como Programa ABC, que passa de 3,15 bilhões com taxa de 5,5% para 3,4 bilhões com taxa de 5%, abrangendo ações como recuperação de Áreas de Preservação Permanente (APP) e áreas de Reserva Legal (RL). (Fonte: Equipe RedeAgro)

O Plenário da Câmara aprovou a proposta que institui uma nova Política Nacional de Irrigação. O objetivo é in-centivar a ampliação da área irrigada. Entre os incentivos estaria a ampliação dos descontos nas tarifas de energia elétrica cobradas em atividades de irrigação. A proposta também criaria o Sistema Nacional de Informações sobre Irrigação. O texto aprovado é um substitutivo do relator na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural, deputado Afonso Hamm (PP/RS), ao Projeto de Lei 6381/05, do Senado. Por ter sido alterado na Câmara, o texto será analisado novamente pela Casa de origem. A proposta prevê a concessão de incen-tivos fiscais para planos e projetos públicos e privados de irrigação, que deverão ter bases sustentáveis e estar em consonância com os planos de recursos hídricos. (Fonte: Agência Câmara)

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A Instrução Normativa nº 14, publicada no Diário Oficial da União dia 27/07 pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) esta-belece que as bulas dos agrotóxicos deverão conter faixa toxicológica colorida até o final de dezembro. O coordenador de Agrotóxicos e Afins, Luís Eduardo Rangel, explica que existia uma má interpretação do Decreto 4.074 de 2002. Além disso, a Portaria nº 93/1994 foi revogada. “Do ponto de vista jurídico, isso criava um conflito. Então, para resolver a situação, nós tivemos que revo-gar a portaria de 94 e dar um prazo para os fabricantes poderem se regularizar. Do ponto de vista de impacto, é mínimo. Isso não vai mudar nada na composi-ção dos agrotóxicos. A mudança não oferece risco nenhum”, afirma. O rótulo externo dos produtos sempre precisou ter a faixa toxicológica colorida. Agora, a mesma cor da caixa deve estar estampada na bula. Em 23 de abril de 2012, o Mapa publicou o Ato nº 11 com a mesma finalidade. (Fonte: ASCOM MAPA)

A produção de grãos das lavouras mineiras, na safra 2011/2012, deve alcançar um índice de aumento superior aos re-gistrados nos demais Estados do Sudeste, bem como no Sul do país. A constatação é da Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) ao analisar os dados do levantamento de safra divulgados no dia 06 de julho pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Minas deve ter uma safra recorde de 12,1 milhões de tonela-das, volume 13,7% maior que o registrado no período anterior.

Para o Brasil, a estimativa é de 162,6 milhões de toneladas, recuo de 0,1%. O secretário Elmiro Nascimento observa que os bons resultados da safra mineira são superados apenas pelo Mato Gros-so e Mato Grosso do Sul, que apresentam aumentos de 23,1% e 16,5%, respectivamente. Ele explica que Minas Gerais conta especialmente com os resultados do milho, produto líder em todas as safras e especialmente na atual, com previsão de 7,7 milhões de toneladas (aumento de 18,3%), sendo 489,3 mil toneladas devidas à produção da segunda safra do grão. (Fonte: ASCOM SEAPA)

Vacinação contra aftosa em minas alcança 99,10% de cobertura em maio

embrapa lança sua primeira cultivar de Brachiaria humidicola

Bulas de agrotóxicos terão faixa toxicológica colorida

Criadores de todo o país têm, agora, mais uma opção de capim para pastagem. A BRS Tupi é a primeira cultivar de Brachiaria humidicola indicada para uso no Brasil pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Os trabalhos de avaliação e seleção da culti-var duraram 18 anos e foram coordenados pela Embrapa Gado de Corte (Campo Gran-de, MS), tendo a participação de outras Unidades da Embrapa e instituições de pesquisa.

A BRS Tupi, que surge como mais uma opção para áreas úmidas de baixa e média fertilidades, destaca-se das outras cultivares disponíveis no mercado por sua produtividade, vigor, rapidez de estabelecimento e boa distribuição da produ-ção ao longo do ano. Além disso, ela produz mais folhas para o pastejo do gado e suas plantas têm mais folhas do que talos durante o período seco do ano. Em virtude dessa maior produção de folhas, as pesquisas indicaram que a BRS Tupi permite maiores taxas de lotação e consequentemente ganhos de peso por área de 53 Kg/ha contra 20 Kg/ha da humidicola comum. Essa maior produtividade foi observada também no ganho por cabeça durante a seca. (Fonte: ASCOM MAPA)

Safra de grãos: minas tem maior índice de crescimento do Sudeste

A primeira eta-pa da Campanha Nacional de Vaci-nação Contra Febre Aftosa de 2012, en-cerrada no dia 31 de maio, teve um saldo positivo em relação ao mesmo período do ano passado, em Minas Gerais. O índice de vacinação

esse ano, 99,10%, foi maior do que o obtido na etapa de 2011, 98,40%.

Os produtores rurais tiveram até o dia 15 de junho para comprovar, nas unidades do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) de seus municípios, a imunização de seus ani-mais. A grande adesão na campanha demons-trou que os produtores que têm na pecuária o seu sustento estão cada vez mais conscientes sobre a importância da vacinação semestral. A etapa envolveu 23.482.153 milhões de bo-vídeos vacináveis de todas as idades, com 23.271.065 vacinados, nos 853 municípios do estado. (Fonte: ASCOM IMA)

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pecuária de corte no Brasil e a criação do consebov

As disCussões PelA CriAção de normAs PArA o setor

Com as atuais demandas na pro-dução de carne e a necessidade

de investimentos no setor, a preocupa-ção com o aumento da produtividade, aliada a busca por menores custos, acompanha os criadores de gado de corte. A queda nos preços pagos ao produtor e o aumento da concentração da indústria de carne, impulsionaram a criação do Conselho de Preços do Boi (Consebov). A proposta foi da Confe-deração da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), com o propósito de unir todos os elos do setor: os criadores, a indústria, o varejo e a academia. Para regular desta forma, uma série de as-suntos que afetam a produção de corte, a exemplo de outros conselhos como os da cana-de-açúcar e do leite.

No dia 10 de julho a criação do con-selho foi tema de um debate realizado em Brasília e no dia 17 de julho em Governador Valadares, os pecuaristas e indústrias da região se uniram para

fazer o mesmo. A pecuária de corte no Brasil foi o tema principal, onde a vi-são do mercado foi explanada aos pre-sentes, indo desde a concentração dos frigoríficos, as novas normas de Trân-sito Animal, questões sanitárias, até os mercados interno e externo. O presi-dente do Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte da CNA, Antenor Nogueira, esteve presente na reunião.

O presidente enfatiza que é pre-ciso criar regras para dar uma maior transparência a toda a cadeia produti-va. Padronização de carcaças, preços dos insumos e outras variantes foram abordados por Nogueira. Ele informa ainda que os maiores consumidores da nossa carne sejam realmente os bra-sileiros. Segundo o presidente, hoje o país praticamente produz para o mer-cado interno, principalmente depois dos programas sociais e a melhoria da renda do consumidor brasileiro, visto que as exportações caíram de cerca

de 30%, para algo em torno dos 15%, sem que houvesse queda nos preços no boi. Entretanto, dados da Secretaria de Comércio Exterior mostram que no ano passado o Brasil foi o maior ex-portador de carne bovina, com 1,4 mi-lhão de toneladas e o segundo maior produtor mundial com 9,2 milhões de toneladas, ambas equivalentes carca-ças. No primeiro trimestre deste ano, o IBGE aponta que foram abatidas 7.219 cabeças de gado, um peso total de car-caças de 1.680. 976 toneladas.

Confira a entrevista realizada com Antenor Nogueira.

equipe Agrominas - Estima-se que até 2050 a população vai ultra-passar os 9 bilhões. O Brasil tem um papel importante para a produção de carnes e a alimentação dessa po-pulação. Qual o grande gargalo hoje da produção de carne no país?

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Antenor nogueira - Na realidade o Brasil hoje, como país produtor, tem a menor taxa de desfrute entre todos os países produtores do mundo. Enquanto você tem uma taxa de desfrute de 46% nos Estados Unidos, 43% na Austrá-lia, Argentina tem 30%, Uruguai 28% e o Brasil têm 22%. Isso em decorrên-cia dos custos de produção brasileira. Enquanto você tem também um preço de arroba hoje a nível de Argentina e Uruguai na ordem dos seus 115, 120 reais, nós estamos patinando aqui em um preço de arroba em torno de R$ 92,00. Se nós compararmos isso aos custos de insumos, mão de obra, enfim, os custos de produção diretos ao produtor aumentaram demais. En-tão, hoje não compensa ao produtor in-vestimentos maiores em relação a sua produção e mesmo assim, nós temos que levar em consideração que a ren-da, o lucro do produtor caiu muito nes-ses últimos anos, devido justamente a esse aumento de custo. Isso dificulta o produtor melhorar suas tecnologias de engorda. O confinamento está pa-tinando. Nós vamos ter esse ano um aumento em torno dos 20%, mas na realidade nós estamos recuperando o que perdemos no ano passado e retra-sado. Nós temos que pensar também que o Brasil, sem dúvida nenhuma, é o

grande player de carne no mundo, mas o Brasil aprendeu a consumir carne. Com melhoria de renda do consumidor brasileiro, a mudança de classe social de D para C, C para B e B para A, que houve nos últimos anos com a recu-

peração da economia, é notório que o consumo de carne bovina cresceu mui-to e isso tem sustentado a perda de de-terminados mercados internacionais.

equipe Agrominas - O Brasil é visto como produtor do gado susten-tável. A maior parte dos animais é criada a pasto, sendo aproximada-mente 95% do mercado, enquanto o 5% restante é confinado. O senhor acha que confinar o gado então seria uma alternativa para aumentar a produtividade de carne no país?

Antenor nogueira - Sem dúvida. Você não só aumenta a produtividade, como você diminui a idade ao abate, au-menta o desfrute, você tem uma série de vantagens. Mas aumenta os custos tam-bém. Hoje o produtor virou uma cadeia de traz para frente: o supermercado quer ganhar em cima da indústria, a indústria quer ganhar em cima do cara que en-gorda e o cara que engorda quer ganhar em cima do criador. Virou uma bola de neve ao contrário. Isso é um problema. O criador que cria e recria os animais tem que ganhar também. O que a gente quer com esse Consebov, por exemplo, é justamente criar regras para que todo mundo ganhe, para que todo mundo tenha condições de ter renda para que

possa definitivamente investir na sua propriedade rural.

equipe Agrominas - O senhor menciona a questão desse conselho. Efetivamente qual seria a atuação dele, qual seria a importância dele para os produtores rurais?

Antenor nogueira - Justamente criar uma norma. Se você vai à Austrá-lia, aos Estados Unidos, você tem nor-mas de criação, você tem normas de abate, você tem normas de comercia-lização de carnes, você tem normas de tudo. Aqui no Brasil você não tem nor-mas de nada. Aqui é uma briga de bra-ço entre o produtor e a indústria, entre a indústria e o varejo, entre a indústria e a exportação. A gente vive brigando com os nossos consumidores. O que precisa então é criar normas. Tem-se uma série de gargalos na pecuária que teriam que ser analisados no Conse-bov. O preço vai ser uma consequên-cia de todas as normas. Você pega um país desse que tem o abate acima de 9 milhões de toneladas/ano de carne, você não tem uma classificação de car-caças. O frigorífico brasileiro, de um modo geral, não gosta de ter essa clas-sificação de carcaça. Hoje tem classifi-cação de carcaças para aves no Brasil, para suínos, mas para o boi não tem. Há classificação de carcaças no mundo inteiro. O que é isso? Premiar o produ-tor. Nós não queremos que seja pena-lizado quem não faça, mas que ganhe quem faça. Se você faz um boi dife-renciado, novilho precoce com carcaça

O Presidente do Fórum, Antenor Nogueira

Antenor Nogueira com os pecuaristas José Geraldo Pedra Sá, Jorcelino Cardoso Lopes e Carlos Areas

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excepcional, que tenha um destino cer-to no país, que agrega valor àquela car-ne, o produtor que fez aquilo precisa ter um ganho a mais do que os outros. Ao mesmo tempo temos problemas de pesagem. É um absurdo um sindicato rural ou uma sociedade rural, como essa aqui de Governador Valadares, ter que colocar uma balança no frigorífico para conferir com o peso da balança do frigorífico. O produtor tem que ter li-vre acesso. Ele precisa ter livre acesso, por exemplo, ao destino da carne dele: saber que aquela carne dele vai estar na gôndola de um supermercado em Pa-ris ou nos Estados Unidos ou qualquer país do mundo. Ele tem o direito de sa-ber disso até para que possa melhorar aquele produto que ele está fazendo. Outra coisa é a limpeza da faca que abate o boi. Tem que normatizar isso também. Enfim, são uma série de as-suntos que, ai sim, nós vamos chegar a um preço diferenciado ao produtor que faz aquele tipo de boi. Criar essas nor-mas a nível nacional para que a gente possa ter uma cadeia produtiva da pe-cuária brasileira homogênea.

equipe Agrominas - Como o senhor

avalia atualmente o cenário da pecuária no Brasil?

Antenor nogueira - Eu costumo dizer que produtor tira água de pedra. Na realidade hoje nós estamos pas-sando por alguns problemas sérios. Alguns assuntos que vêm impactar di-retamente o setor produtivo: a classi-ficação; essa constante diferença entre setor produtivo e indústria, esse rela-cionamento precisa melhorar e acabar com as diferenças; a conscientização em termos de mão de obra, a consci-ência social e ambiental, consciência sanitária que está cada vez maior, para que o Brasil possa galgar os mercados que ele não tem hoje. O Brasil só ven-de para 60% desse mercado mundial: não vende nada para a Ásia, Oceania, México, Canadá e Estados Unidos. Porque o Brasil não é livre ainda sem vacinação. Com isso criam-se barrei-ras sanitárias e a gente não tem como colocar a nossa carne nesses mercados. São justamente os mercados que mais agregam valor à carne. A União Euro-peia é outro caso: nós vendíamos em 2008 em torno de 350 mil toneladas de carne e hoje nós estamos venden-do aproximadamente 70 mil, devido a

algumas restrições criadas. O que foi uma lástima, sem transparência, e que está sendo definitivamente agora colo-cado nos eixos pelo PGA – Programa de Gestão Agropecuária – entre a CNA e o Ministério da Agricultura. Um corte de filé, por exemplo, quando você vende para a União Europeia, a média de preço desse corte seria em torno dos US$ 10 mil dólares a to-nelada. Esse mesmo corte para os Es-tados Unidos ou Japão, que são países altamente consumidores, ficaria duas vezes mais esse valor e, infelizmen-te, nós estamos fora desse mercado. O Governo brasileiro, os Estados e o setor produtivo, precisam se conscien-tizar disso e trabalhar firme no sentido de chegarmos nesses mercados de uma forma bem rápida. Nós temos proble-mas seriíssimos com nossos vizinhos como a Bolívia, o Paraguai, a Vene-zuela que a Aftosa está incontrolável, e o Peru. Então o que precisa haver é uma vontade política, em um país igual o Brasil, e criar condições para que es-ses outros países evoluam também e a gente possa chegar definitivamente li-vre sem vacinação.

notANo dia 30 de julho o Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte, da Confederação Nacional da

Agricultura (CNA), se reuniu, em Brasília, com a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Car-ne (Abiec), a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) e a Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Estas entidades foram convidadas a fazer parte da comissão, que discute a organização da cadeia produtiva da carne bovina no país. A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso – FAMATO – e a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), representam o estado na junta.

Entre as ações que vem sendo discutidas pelo Fórum Nacional Permanente da Pecuária de Corte, estão a abertura de novos mercados para a carne brasileira, a criação de uma legislação sobre a classificação e a tipifica-ção de carcaça bovina, a regulamentação do uso de novas tecnologias, a criação do seguro frigorífico (incidente nas indústrias que entram em recuperação judicial) e fomentar a criação de um fundo de marketing da carne bovina. (Fonte: FAMATO)

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Colatina, situada no noroeste do estado capixaba, teve seu nome batizado em homenagem à Dona

Colatina, uma bela jovem que se casou com José de Melo Carvalho Muniz Freire. Freire participou ativamente da po-lítica no Espírito Santo e acabou se tornando presidente do Estado em duas oportunidades, de 1892 a 1896 e de 1900 a 1904. A cidade é marcada pela produção tecnificada de cafés Conilon e Arábica, onde, no primeiro caso a produ-tividade no município gira em torno de até 100 sacas por hectare. Além de ter a presença marcante de outros setores do agronegócio como a pecuária de leite e corte, psicultura, carcinicultura, produção de bananas e pedras ornamentais. Situada no Vale do Rio Doce, a cidade é cortada por rodo-vias que facilitam a escoação dos produtos para o país e para o exterior. Com forte ligação na agropecuária, Colatina precisava unificar a classe há décadas atrás, para que o setor pudesse ser executado de forma mais organizada.

Assim, no dia 24 de junho de 1951 foi fundada a As-sociação Rural de Colatina que teve em sua solenidade de abertura 244 pessoas presentes no ato, entre produtores e autoridades. Quatorze anos depois, em 1965, a associação foi elevada à categoria de Sindicato. Hoje a entidade abran-ge os municípios de São Domingos do Norte e Governador Lindemberg, contando com 600 associados ativos.

Com sede própria localizada no centro da cidade, o sin-dicato oferece serviços de contabilidade, assessoria jurídi-ca, treinamentos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (SENAR) e vacinação de brucelose para atender aos produtores, além de informações e divulgações das Leis Ambientais, na aquisição de insumos junto à Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB). Entre as principais ações da entidade está o incentivo à produção, principal-mente de café. Entre os benefícios para os sócios do sin-dicato de Colatina estão os convênios com uma clínica e hospital, e de cursos de profissionalização estão entre os benefícios para os sócios do sindicato de Colatina. Reali-

zações de eventos, tais como exposições para aquisição de animais reprodutores, máquinas agrícolas, dentre outros, complementam essa lista.

O primeiro presidente da entidade foi Manoel Almenara Moreno que permaneceu no cargo durante quase 18 anos. Depois dele, o sindicato foi presidido por Avelino Cavassa-ni, Nilo Alcântara Soares, Erineu Pinto Barcellos, Geraldo Batista e Pergentino de Vasconcelos. A diretoria atualmente é composta por 22 pessoas e quatro funcionários fazem par-te da equipe: um auxiliar de escritório, uma recepcionista, um mobilizador do SENAR e um vacinador de brucelose.

Para se associar, o sindicato segue dois critérios: 1° se o produtor tiver imóvel rural, ele precisa repassar uma men-salidade ao sindicato, que será equivalente ao tamanho da área da terra do associado; 2º em casos de contribuintes sem imóveis que podem se tornar sócios, mas os mesmos não poderão candidatar a cargos de diretoria e nem votar.

o PresidenteO Sindicato Rural de Colatina é presidido atualmente

por Erineu Pinto Barcellos, 74 anos. Barcellos é filiado à entidade há 54 anos e já passou pela presidência da entidade em outras oportunidades. Exerceu outras funções dentro do sindicato e foi reeleito em agosto de 2010, com duração do mandato até 2013.

Natural de Ibiraçu (ES) mora em Colatina há 70 anos. Filho de produtor rural considera-se também produtor des-de o nascimento. Sua família é de agricultores, principal-mente na produção de café. Já fez cursos de cooperativismo e sindicalismo. Seu primeiro emprego foi aos 13 anos em uma cooperativa e sua participação no sindicato teve início em 1960. A forma de estímulo encontrada em seu mandato para incentivar os produtores rurais para aumentar a produ-ção é a de profissionalização. Quanto à reeleição, informa que não pretende concorrer novamente. “Sou a favor de mudanças internas”, indica Barcellos.

Sindicato rural de colatina:no noroeste CAPixABA umA históriA que dá Certo

Treinamento de tratorista pelo SENAR em parceria com o Sindicato

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eFetiVos Presidente: Erineu Pinto Barcellos 1º Vice: Paulo Afonso Martinelli

2° Vice: Haui Dias Rocha 1° Secretário: Ervino Lauer 2° Secretário: Nilton Strey

1° Tesoureiro: Gervasio Kirmse 2° Tesoureiro: Humberto José Batista

suPlentes Pergentino de Vasconcellos

Maria Forza Avancini Gustavo Filipe

Waldevino Toso Ornil Margoto

Nelson Schimith de Souza João Carlos dos Santos Calot

Conselho FisCAl (eFetiVos)

Antônio Carlos Soares Laudelino Louret Soares

suPlentes Edgar Plaster Verdin

Andreia Rissari Magnago

Agenor Pinto da Penha

deleGAdos rePresentAntes

(eFetiVos) Erineu Pinto Barcellos

Eduardo Vago de Oliveira suPlentes

-José Lourenço de Andrade -Nilton Strey

Programa “Útero é Vida” destinado às mulheres no campo Erineu Pinto Barcellos

diretoria atual:

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12AgoSto 2012

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A história que venho contar aqui em Grandes Criatórios se dife-

re das demais por um motivo. Não são explanações sobre investimento genéti-co realizado por um produtor, mas pela criação atípica e que lhe dá tanto orgu-lho: búfalos. Há mais de 20 anos José Campos de Miranda, 78 anos, mais co-nhecido como Juca Pena, dedica-se ao seu plantel de búfalos que, segundo ele, ultrapassa as 1000 cabeças de gado. A Fazenda Bonfim é uma das cinco pro-priedades do produtor e fica localizada em Correntinho, distrito de Guanhães (MG). O búfalo é um animal de ori-gem asiática e pode ser utilizado tanto para carne quanto para leite. O animal doméstico é bem diferente das espécies selvagens, sendo estes dóceis. Uma gra-ta surpresa para quem esperava encon-trar animais bravos.

Filho de produtor rural, o pai de Juca Pena mexia com cachaça, pecu-ária de leite e outros produtos. Seu Juca Nasceu com forte ligação à ter-ra e adquiriu a Fazenda Bonfim em 1962. O início dessa relação com os

bubalinos começou quando adquiriu, de um produtor de Guanhães, cerca de 20 animais. Ele recriou os búfalos que começaram a se reproduzir. Os va-queiros ordenharam as fêmeas e viram que elas tinham uma boa produção. A partir daí a ligação com os búfalos foi fortalecida. O plantel hoje é distribu-ído nas propriedades do criador que ficam em municípios da região. A raça criada é a Murrah, mas tem animais mestiços com Mediterrâneo. De acor-do com o Cenatte Embriões, o trabalho com ferramentas que auxiliem o me-lhoramento genético para Búfalos está sendo desenvolvido. São importadas doses de sêmens congeladas para o uso em inseminações artificiais, com foco em animais melhorados para produção leiteira, o que tem um custo elevado. Juca Pena diz que não faz investimen-tos em ferramentas de melhoramento genético como Inseminação Artificial, Transferência de Embriões ou outras, mas informa que adquire garrotes re-gistrados na cidade de Esmeraldas para garantir animais com maior produção.

No começo, conta que era compra-dor de queijo na região. Depois passou a mexer com muçarela e levava para São Paulo toda semana, juntamente com três caminhões de búfalos para os frigoríficos de lá. Depois parou porque não aguentava mais viajar. Atualmen-te o foco da propriedade é a produção leiteira para a fabricação de muçare-la. Porém, Seu Juca Pena conta que já vendeu muitos animais para serem abatidos. Aponta que devido ao espaço não teria como recriar todos os animais hoje. Só agora que os pastos estão sen-do divididos em piquetes. Entretanto, ainda tem animais para essa finalida-de o que deve dar em torno de mais umas duas carretas. Em julho vendeu um pouco mais de 50 animais para um frigorífico da região.

Diz ainda que os investimentos com os animais é menor do que com os bovinos, o que diminui os custos para se produzir e o que gera uma boa renda. Mais resistentes e rústicos, os animais gostam de brejos, água e co-mem de tudo. A alimentação dos ani-mais é basicamente a pasto. O produ-tor diz que não faz muitos gastos com ração, até mesmo porque nesse perí-odo os agricultores estão segurando a produção na região para venderem quando os preços estiverem melhores.

Fazenda Bonfim: “A ilhA de mArAjó é Aqui”

Correntinho de GuAnhães e A CriAção de BúFAlos lidiane dias

Jornalista

Na varanda, a família Campos de Miranda

Juca Pena

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lidiane diasJornalista

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As doadoras da Fazenda União para Transferência de Embriões

Mas quando os preços caem, comple-menta a alimentação com milho, soja e minerais. Já fez testes com a intro-dução de ração em maior quantidade, mas comenta que depende da época do ano para fazer alguma diferença na produção. As fêmeas entram em pro-dução com cerca de dois anos e meio de idade e não é feita uma estação de monta, com período específico para os cruzamentos. As desmama, porém, acontece geralmente no final do ano, de novembro a dezembro, e em janeiro há parições em grandes volumes.

Na estrutura da propriedade ele conta que não mudou muita coisa, mas a renda melhorou. Os produtos prove-nientes dos búfalos, segundo informa Juca Pena, são mais caros: a muçarela, o leite e a carne, sendo que nos dois últimos casos há preconceito das pes-soas em consumir. A esposa do produ-tor, Maria de Jesus Ferreira Campos, 63 anos, compara o gosto da carne do animal jovem à carne de porco. Quan-to ao leite, o gosto é um pouco mais forte que o de vaca.

O produtor possui cinco proprieda-des, mas em apenas uma delas é que são feitas as ordenhas e de forma ma-nual. Mais de 1000 litros são produzi-dos por dia e atualmente 300 búfalas estão em lactação. Os trabalhos come-çam bem cedo: às 5h da manhã os 12 funcionários começam a ordenhar as

búfalas que dura até às 11h. Depois da ordenha o leite segue para dois laticí-nios: um de seu sobrinho e o outro per-tencente à filha de Juca Pena, Sirlene Campos de Miranda. Cinco funcioná-rios trabalham no laticínio, que reco-lhe não só de Juca Pena, mas de mais 10 produtores cerca de 3000 litros/dia de leite de búfala.

A fabricação das muçarelas demora três dias e toda semana cerca de 3000 kg do produto são levados para Belo Horizonte. São produzidas peças de 3,8 kg. Na região uma peça de 1 kg é vendida em torno de R$ 12,00, o que ao contrário dos grandes centros, fica em torno dos R$ 20,00 ou mais. “Toda hora tem um querendo muçarela na nossa porta. Vem gente de muitos lu-gares comprar muçarela aqui”, infor-ma Juca Pena. Há seis anos Sirlene assumiu o laticínio que era de seu pai

e começou com 50 litros de leite. No começo trabalhava com água quente para dar ponto no leite para produzir as muçarelas, mas há dois anos com-prou uma caldeira. Uma vantagem e que acelera a fabricação. Sirlene com-plementa ainda que a produção gira numa média de 400 Kg/dia. O soro que sobra da fabricação é levado para tratar das bezerras.

De acordo com dados da Associa-ção Brasileira de Criadores de Búfalos, o leite de búfala possui mais proteínas do que o bovino, pois no primeiro caso é de 4,00% e no segundo é de 3,50%; menos colesterol, 214mg% no leite de búfala e 319mg% no de vaca. O que é uma vantagem porque o leite de búfa-la rende mais e o gasto com o mesmo na hora de produzir queijos cai pela metade se comparado ao leite de vaca. Quanto à sanidade, o produtor diz que

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seu plantel é vacinado contra a Aftosa, mas em relação a medicamentos para parasitas, não há grandes custos.

A FAmíliACom a esposa Maria de Jesus, for-

mou sua família que hoje é composta por cinco filhos e 11 netos. Os filhos são: Erasmo, Solange, Marcelo, Sirle-ne e Soraya Campos de Miranda. Os netos são: Déryck, Raquelle, Alexia, Maria Gabriella, Guilherme, Lohany, Lorena, José Neto, Lívia, Luiza e Gé-ferson. Seu Juca Pena afirma que to-dos os filhos e netos se interessam pela criação de búfalos. “Nós somos acos-tumadas, nós nascemos aqui e fomos criados aqui. Minha filha gosta de ca-chorro e eu falo para ela que bonito é boi no pasto”, defende Soraya.

O criador complementa ainda que quando começou a trabalhar com os búfalos muita gente o chamava de bobo. Atualmente os produtores da região estão investindo na criação dos bubalinos. Juca Pena adianta que não mexeria com outra atividade se fosse para começar hoje. “Eu acho que o bú-falo vai ser o gado futuro. Hoje os meus amigos estão convencidos e falam mes-mo comigo: ‘se não fosse o búfalo você não tinha alcançado o que tem hoje’. Toda a criação da minha família está li-gada a esses animais”, finaliza.

O período de gestação dos buba-linos pode variar de 278 a 311 dias, mais ou menos 9 a 10 meses, depen-dentes da região e da raça considera-da. No Brasil quatro raças são reco-nhecidas pela Associação Brasileira de Criadores de Búfalos: Mediterrâ-neo, Murrah, Jafarabadi e Carabao.

VoCê sABiA... Que o que conhecemos como

mozarela no Brasil é na verdade “queijo tipo mozarela”, fabricado com leite bovino e de qualidade in-ferior ao produto de leite de búfala?

Que cerca de 7% de todo o leite consumido no mundo é de búfalas?

Que, não contendo caroteno, mas sim a própria Vitamina A, o leite de búfalas é totalmente branco, diferen-te do bovino, levemente amarelado?

Que a verdadeira mozzarella ita-liana é feita exclusivamente com lei-te de búfala, havendo referências de sua produção naquele país desde os tempos bíblicos?

Que o leite de búfala é mais doce, mais nutritivo e com menor teor de colesterol que o leite bovino?

Que após o acidente nuclear em Chernabil, na antiga União Soviéti-ca, o leite de búfala foi o alimento que mais rapidamente eliminou os resíduos de radioatividade, a ponto de ser considerado alimento estraté-gico para o caso de catástrofes nu-cleares?

Que o leite de búfala contém mais proteínas e maior teor de vitaminas A, D e B2 (riboflavina) que o leite bovino?

Que na Itália, país de origem da

mozzarella, não se permite o uso des-te nome caso o produto não seja ela-borado exclusivamente com o leite de búfalas?

O selo da Associação Brasileira de Criadores de Búfalos é a garantia de que a mozzarella é pura de leite de búfala.

Fonte: Associação Brasileira de Criadores de Búfalos

ortoGrAFiAMuçarela, mozarela ou mussarela?Muçarela, ou mozarela, provém

do italiano mozzarella, diminu-tivo de mozza, cujo significado é leite de búfala ou de vaca talhado com uma espécie de fungo cha-mado mozze. Então, do italiano mozzarella, com dois zês, surgiu, no nosso idioma, a palavra moza-rela, com um zê só, já que na nos-sa língua, não há a duplicação de consoantes, salvo raras exceções. Há uma convenção ortográfica na Língua Portuguesa que transforma o z em c ou em ç: feliz - felicidade; capaz - capacidade.

Da palavra mozarela surgiu à variante muçarela, com cedilha, em virtude dessa convenção. Tal-vez, como a palavra italiana tem dois zês, nós, brasileiros, tenhamos simplesmente os trocado inadverti-damente por dois esses. É, porém, inadequado ao padrão culto da língua escrever mussarela. O ade-quado é escrever MUÇARELA ou MOZARELA.

Fonte: Dílson Catarino / UOL Vestibular

O leite de búfala na caldeira e os búfalos fazem pose depois de se divertirem no brejo

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O produtor rural José Pereira Viana, de 46 anos, mais conhecido por “Pezão”, faz parte de um grupo que

aposta na produção de tomate em Iapu (MG). Ele também é um dos mais bem sucedidos do ramo. Começou com quatro hectares de terras e uma produção de 30 mil pés de tomate. Atualmente são 100 hectares e uma produção de um milhão de pés do fruto por ano.

Nascido em Iapu, José Pereira é casado com Vânia Lúcia Miranda Bonfim, de 47 anos. O casal só tem uma filha: Lau-ra Bomfim Viana, de 12 anos. Ele começou a trabalhar com tomate aos 17 anos, depois que o pai, um tradicional comer-ciante da cidade, faliu. Ele e o irmão, Nilton Pereira Viana, na época com 15 anos, foram convidados pelo cunhado, Divino Luciano Anacleto a plantar tomate, uma das principais fontes de renda do município.

Com o passar do tempo, o alto custo do plantio e a falta de mão de obra desanimaram Divino e Nilton, que, a exemplo de muitos produtores desistiram da lavoura. “Pezão” continuou investindo no negócio. Hoje, além de ser o maior plantador e comprador do produto, é dono do galpão onde é feito o proces-samento e a distribuição do tomate para vários estados do país.

Para iniciar o cultivo de tomate, o produtor buscou finan-ciamento junto ao Banco do Brasil. Há dois anos terminou de pagar o empréstimo e trabalha com recursos próprios. Os custos do plantio até a distribuição do alimento são altos. O investimento anual está na ordem de R$ 4 milhões. Para ba-ratear os custos, trabalha com terras arrendadas. Ele conta que o aluguel das áreas é uma alternativa para enfrentar a difi-culdade de encontrar terras à venda na região e o alto valor pedido pelos proprietários.

rodízio

Outra vantagem do arrendamento é a possibilidade de estar sempre mudando de solo. José Pereira disse que a terra pode se tornar inválida para a produção do tomate. “Isso acontece devido à murcha bacteriana, ou murchadeira, uma das prin-cipais doenças do tomateiro”, explica, complementando que a bactéria pode permanecer no solo por anos, inviabilizando o plantio. “Não há remédio para combater a murchadeira e quando isso ocorre, toda a plantação é perdida”.

A rotatividade de terreno é favorável na mudança de cli-ma, um dos fatores determinantes da qualidade dos frutos.

pequeno produtor se transforma em “gigante” no cultivo de tomate

ArrendAmento de terrAs AjudA A reduzir Custos do Fruto ComerCiAlizAdo em Vários estAdos BrAsileiros

cleuzany lott Jornalista

O tomate é colhido verde no pé, para evitar o amadurecimento antes de chegar ao destino

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“Em época de frio, as terras mais quentes são as ideais e na época do calor, as terras mais frias. Se fosse para comprar as terras todas às vezes que mudássemos de clima, o cultivo do tomate se tornaria inviável”, explica o produtor.

Outra técnica adotada é o plantio em rodízio para descan-sar o solo. O plantio do tomate é alternado com outras plantas como o milho e feijão. Após a colheita dessas culturas, a terra descansa por cerca de 12 meses para iniciar nova plantação de tomate, cuja produção dura em média seis meses.

Ainda sobre o tipo de solo adequado para tomateiro, o produ-tor explica que a melhor terra é a vermelha, mas a planta se adapta bem em qualquer tipo de solo, “o que favorece ou não o plantio é o clima que não pode ser nem muito quente e nem muito frio.”

irriGAção As plantações de tomate de José Pereira estão espalhadas

por várias regiões do mu-nicípio. As maiores estão concentradas no Córrego do Alegre, Rio Bran-co, Belém e Córrego do Anta. Para manter o ter-reno ideal para o plantio, o produtor usa o sistema de irrigação por goteja-mento. Essa técnica evi-ta o desperdício de água

e mantém o local úmido na medida certa. Os nutrientes adicionados ao solo também passam pelo sistema de água. Através da fertirrigação, o adubo é colocado na água que faz o transporte do potássio, cálcio e outros nutrientes exigidos pela cultura. O processo proporciona mais eficiência e economia de fertilizantes.

Os defensivos para evitar pragas na plantação também são misturados na água. José Pereira enfatiza que o líquido absorve melhor o produto e de forma mais rápida. “Mas há controle rigoroso da quantidade e distribuição de inseticidas para não comprometer a qualidade do tomate”, esclarece.

PlAntio

O plantio do tomate pode ser feito durante o ano todo, depen-dendo da variedade e da temperatura da região. Em Iapu inicia-se no mês de janeiro e se estende até junho, quando a plantação é suspensa por quatro meses. Nesse período ocorrem às chuvas e água, em excesso, pode prejudicar toda a plantação. “Há muito

José Pereira

José Pereira começou com quatro hectares de terra, hoje planta em cem

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risco nesse período. A lavoura inteira pode se perder”. José Pereira optou pelo tomate compacto, ou tomate de

mesa. A variedade, de acordo com o produtor, é de melhor qualidade, o fruto é mais firme, além de possuir coloração for-te e bonita. As mudas são compradas em viveiros de Caratinga (MG), a trinta e cinco centavos. Para garantir que elas che-guem com perfeição, cada uma é condicionada em copos de isopor, com a raiz à mostra. O copo só é descartado quando elas são plantadas. Até chegar ao canteiro final, as mudas, que medem cerca de 15 centímetros, são mantidas em estufas.

Cada pé de tomate pode chegar a produzir oito quilos do fruto. Quando atingem 30 a 35 centímetros de altura, o toma-teiro recebe o suporte de uma estaca. As tradicionais de bam-bu são as usadas pelo produtor rural. Cem dias após o plantio, os tomates estão prontos para serem colhidos.

O movimento nas terras é intenso o ano todo. Cem pessoas trabalham diariamente nas lavouras. Em fevereiro, quando a produtividade é maior, o número de trabalhadores dobra para duzentos. Eles são responsáveis por toda cadeia produtiva do alimento até chegar ao varejo. Os tomates são vendidos para Belo Horizonte, Curitiba, Santa Catarina, Porto Alegre, Bahia, Aracaju e Recife. Uma caixa com 23 quilos normal-mente é vendida por R$ 60.

desAFios Para quem pensa em investir no tomate, o produtor alerta

para os custos elevados dos insumos, escassez de mão de obra e principalmente os riscos comuns da produção, como o ama-durecimento rápido do alimento, que pode levar a perda de uma

safra inteira, se não houver a comercialização do produto. Outro obstáculo é a instabilidade dos preços, que varia a

cada ano e tem feito muitos desistirem da cultura. Se não es-tiver preparado para os altos e baixos, o produtor pode falir, alerta José Pereira, que já amargou um prejuízo de R$ 500 mil em 2010. No ano passado ele conseguiu se estabilizar e espera lucro para este ano. Porém, a previsão para 2013 é de diminuir a produção por causa dos altos custos e dificuldades nas vendas. Mas quando se fala em desistir como os outros, o produtor é enfático: “Jamais!”

A certeza de continuar investindo no tomate tem suas ra-zões. O fruto, que também é considerado legume, é um dos mais consumidos no mundo. A versatilidade do uso do ali-mento é outro aliado ao aumento de consumo. Da produção total, 70% são destinados ao mercado para consumo ao natu-ral, o restante é utilizado como matéria prima para a industria-lização. Entre as pesquisas realizadas sobre a tomaticultura, a da Associação Brasileira do Comércio de Sementes e Mudas (Abcsem) mostrou que o tomate é um dos principais desta-ques do setor, movimentando mais de R$ 2 bilhões por ano.

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Recebem o nome acima as doenças causadas pela

invasão do tecido cutâneo por lar-vas de insetos dípteros e em par-ticular pelos chamados dípteros miodários; Conforme a biologia desses insetos, as respectivas afe-ções que causam são de duas ca-tegorias:

BiontóFAGAs - Larvas que inva-dem os tecidos sãos, não necrosados, inclusive a pele íntegra. São essas lar-vas chamadas de biontófagas, pois se desenvolvem a custa do tecido vivo e, por conseguinte, podendo comprometer o estado geral do homem ou do animal por elas parasitado. São essas larvas parasitas obrigatórias. Neste grupo es-tão agrupadas as seguintes espécies de insetos: Callitroga americana, Derma-tobia hominis e Oestrus ovis.

neCroBiontóFAGAs - Larvas que invadem exclusivamente tecidos já afetados por necrose de outras cau-sas. Estas nutrem-se exclusivamente de tecido morto e por isso são clas-sificadas como necrobiontófagas. Algumas delas não são prejudiciais, pois limpam as feridas do material necrosado. Neste grupo estão as mos-

cas do gênero Lucilia, que já foram inclusive utilizadas como meio tera-pêutico nos primórdios da medicina. Raríssimamente iniciam uma miíase, e com certa frequência são encontra-das como saprófagas de feridas ou cavidades infestadas por outras espé-cies do grupo anterior. As principais larvas deste grupo pertencem aos seguintes gêneros de moscas: Sarco-phaga, Lucilia, Phaenicia, Callipho-ra, Musca, Mucina e Fannia.

Sob o ponto de vista médico, no Brasil, as miíases podem ser:

CutâneAs - Miíases Furunculo-sas, produzidas pela Dermatobia ho-mininis e pela Callitroga americana; Lesões parecidas à de furúnculos, daí o nome acima: Furunculosa.

CAVitáriAs

a) Miíases das feridas - Callitroga macellaria;

b) Nasomiíases - Miíases na região do nariz;

c) Otomiíases - Localização na região dos ouvidos:

d) Oculomiíases - Localiza-das na região orbital;

e) Cistomiíases - De locali-zação na bexiga;

f) Miíases intestinais - Quan-do sua localização é nos intestinos.

As miíases causadas por larvas de moscas necrobiontófagas (que se desenvolvem unicamente em car-ne pútrida ou em tecidos orgânicos fermentáveis) tornam-se pseudopa-rasitas de lesões ou tecidos doentes; Determinam o que se denomina mi-íases secundárias, por ser necessária a presença de material necrosado da ferida ou cavidade, para seu desen-volvimento.

Nas ulcerações, os danos em geral carecem de importância, pois as lar-vas se limitam a devorar os tecidos necrosados (mortos), não invadindo as partes sadias e, por conseguinte, não ocasionando hemorragias. Estas já foram utilizadas na “limpeza” de feridas, porque alimentando-se do tecido necrosado que existe em toda ferida, aceleravam e facilitavam o processo de cicatrização.

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miíases ou Bicheiras Cabe ser observado que nas regiões onde ocorre a Leish-maniose cutânea, como na região amazônica, principalmente no Território Indígena dos Ianomâmis, são observados com muita frequência as naso-miíases, que nada mais são que mi-íases secundárias de larvas de moscas necrobiontófagas, que se instalam na região do nariz, nas lesões causadas primaria-mente pela Leishmania tegumentar.

As Miíases intestinais são sem sombra de dúvida causa-das pela ingestão de ovos ou larvas, por meio de bebidas ou alimentos por esses ovos ou vermes contaminados, e suas consequências carecem em geral de gravidade, produzindo algumas vezes apenas náuseas, vômitos e diarreia. Não obs-tante, a intensidade desses sintomas depende da sensibilidade do próprio enfermo, e do número de larvas ingeridas. Segun-do alguns autores, as larvas de moscas são resistentes à ação de certas substâncias, inclusive à ação dos sucos digestivos, podendo viver durante algum tempo no tubo digestivo.

Para o tratamento das bicheiras, quando as mesmas são superficiais (cutâneas), basta aplicação local de qualquer substância que seja ativa contra os insetos em geral, e con-comitantemente não seja tóxica ao hospedeiro, para que as larvas morram ou simplesmente sejam expulsas do local onde se encontram, e a cicatrização subsequente do feri-mento leve a bom termo a cura da enfermidade.

Quando se dá o caso de serem as bicheiras cavitárias, como é o caso das gasterofiloses equinas, seu diagnóstico pelas técnicas coprológicas usuais não é possível, a não ser quando encontradas larvas íntegras no bolo fecal desses hospedeiros. O que pode ocorrer, porém de forma fortuita, e, portanto o simples exame de fezes com resultado negati-vo não descarta sua ocorrência. A presença de ovos íntegros ou as larvas desses ovos já eclodidas, aderentes aos pêlos dos membros anteriores e nos espaços intermandibulares, é indicativo do parasitismo pelos gasterophilus.

Durante muito tempo, os únicos tratamentos conhecidos para o combate à gasterofilose equina, foi com a utilização de bissulfeto de carbono administrado oralmente e contido

em cápsulas de gelatina. Devido sua toxidez, caso adminis-trado sem a devida técnica, muitas vezes causava a morte do animal hospedeiro quando do seu tratamento com essa substância farmacêutica.

Com a descoberta das substâncias organofosforadas, os produtos sintéticos triclorfon e diclorvos, mostraram-se efi-cazes contra todos os estágios da fase larval desses insetos. O primeiro deles tem sido o produto mais utilizado em nos-so meio, isoladamente ou em associação, sob a forma de pasta, com benzimidazoles. Sendo pequena a margem de segurança, no que diz respeito à dose desses produtos, que tem sua dose terapêutica fixada em 35/40 mg por quilo de peso vivo do animal, deve tal dose ser fixada e criteriosa-mente observada quando do tratamento, sob pena de resul-tados desastrosos, inclusive com possível morte do animal.

Em fins dos anos 70, foram desenvolvidos novos fárma-cos, obtidos da fermentação de um fungo: (Streptomyces avermitilis), isolado do solo, no Japão. Uma dessas aver-mectinas, denominada de B1, apresentou ação antiparasi-tária contra todas as fases larvárias desses Gasterophilus, tanto nos ecto quanto endoparasitas.

Recentemente, o anti-helmíntico salicilanilídico closantel, utilizado geralmente associado aos benimidazoles, sob a for-ma de pasta, mostrou-se também eficaz como gasterofilicida, inclusive impedindo reinfestações dos equinos até cerca de dois meses após o tratamento. As miíases ocorrendo em pra-ticamente todo território brasileiro devido nossas condições climáticas predominantemente tropicais e equatoriais que muito favorecem o desenvolvimento dos insetos em geral, possibilitam sua multiplicação em ritmo acelerado, e com isso, concomitante, aparecimentos de bicheiras em nossos rebanhos, quer bovinos, suínos, equinos, ovinos ou caprinos.

As perdas decorrentes dessas miíasses se traduzem prin-cipalmente por menor rendimento dos rebanhos explorados, quer na produção de leite, quer na produção de carne e seus subprodutos como o couro, este último muito depreciado pela bicheira.

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introduçãoA cultura do feijão representa importante atividade agrí-

cola no Brasil, principalmente quando se leva em conta que essa leguminosa é produzida principalmente por pequenos e médios agricultores.

Para a prática de uma agricultura sustentável, são essen-ciais as técnicas de conservação do solo e da água, pois a subs-tituição de ecossistemas naturais por agroecossistemas provo-ca alterações nas características químicas, físicas e biológicas dos solos. Dessa forma, faz-se necessário estudar sistemas de preparo conservacionistas no sentido de minimizar os proble-mas ambientais decorrentes do uso agrícola e manejo do solo. Em regiões com problemas de perdas de solo, uma alternativa encontrada para minimizar essa perda tem sido o emprego do plantio direto, com grande aceitação pelos produtores.

Um dos entraves para adoção plena do plantio direto é a dificuldade de se obter semeadoras-adubadoras versáteis e re-sistentes, que sirvam para culturas e solos distintos, abram o sulco removendo pouca terra e palha, tenham penetração e controle de profundidade aceitáveis e dosagem adequada das sementes, fatores que garantiriam o sucesso da exploração.

Sabe-se que a uniformidade de distribuição longitudinal de sementes é uma das características que mais contribui para a obtenção de um estande adequado de plantas e, con-sequentemente, de boa produtividade da cultura.

Com a finalidade de estudar alguns parâmetros indicado-res do desempenho do conjunto trator semeadora em plan-tio direto, utilizando diferentes mecanismos rompedores do solo e velocidades de trabalho, durante o processo de seme-adura do feijão em um solo argiloso, este trabalho foi desen-volvido em condições de campo, em área experimental da Universidade Federal de Viçosa. Utilizou-se como fonte de potência nos testes experimentais um trator de pneus Mas-sey Ferguson, modelo 265 4x2 TDA com potência máxima de 48 kW (61 cv) no motor a 2000 rpm. Foi avaliada uma semeadora-adubadora de plantio direto para a cultura de fei-jão, modelo Seed-Max PC 2123, com três linhas de plantio, espaçadas de meio metro. A máquina é montada no sistema de engate de três pontos, apresenta mecanismos de simples funcionamento e pequeno porte, sendo recomendada para atender às necessidades de pequenas propriedades rurais.

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Ico plantio direto de feijão:

influência da velocidade de trabalho e do tipo de mecanismo rompedor

Haroldo carlos FernandesJuliana pinheiro dadalto

Jardênia Feitosa rodriguesraquel Santana milagresUniversidade Federal de Viçosa

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21AgoSto 2012

Para abertura do sulco, visando à colocação de fertilizante, foram utilizados dois mecanismos diferentes: haste sulca-dora (facão) e disco duplo defasado.

Os testes foram realizados em um Argiloso Vermelho--Amarelo. Antes dos testes com a semeadora foi feita a ca-racterização física do solo, apresentada na Tabela 1, onde determinou-se a média da resistência à penetração, da den-sidade e do teor de água.

Tabela 1 - Caracterização física do solo

O solo apresentava uma percentagem de cobertura vege-tal de 100% e uma quantidade média de matéria seca sobre a superfície de 5,83 t ha-1. Cada parcela experimental foi constituída de uma área de 67,5 m², sendo 25 metros de comprimento por 2,7 metros de largura. A área foi previa-mente dessecada com herbicida.

Antes da realização dos testes, a semeadora-adubadora foi regulada visando o plantio de feijão, variedade uirapuru, com es-paçamento de 0,5 m entre linhas, 10 sementes por metro (equiva-lente a 200.000 sementes por hectare) e profundidade de plantio próxima de 4 cm. Os tratamentos utilizados constam na Tabela 2.

Tabela 2 – Tratamentos utilizados

Para a avaliação da influência da velocidade de deslo-camento e do mecanismo de abertura do sulco no desem-penho operacional da semeadora, os seguintes parâmetros foram tomados: patinagem do rodado do trator, consumo de combustível, uniformidade de distribuição longitudinal de sementes, profundidade de semeadura e percentagem e índice de velocidade de emergência de plântulas

ProFundidAde de semeAdurAO disco duplo proporcionou uma semeadura mais profun-

da (5,18 cm) do que o facão (3,59 cm). Já a velocidade de deslocamento não influenciou na profundidade de deposição de sementes, ou seja, nas diferentes velocidades de trabalho a profundidade de semeadura foram praticamente iguais.

PAtinAGem nA rodA motriz do trAtorPara ambos os mecanismos sulcadores, a velocidade de 3,5

km/h foi a que apresentou os menores valores de patinagem. O mecanismo sulcador tipo disco duplo apresentou valor médio de patinagem maior do que o mecanismo tipo facão nas três velocidades. Provavelmente, isso foi devido à maior profundi-dade de deposição das sementes neste tipo de sulcador.

Os valores da patinagem apresentaram-se inferiores ao intervalo de 7 a 10%, recomendado pela ASAE (1989), para operar com a máxima eficiência de tração em solos não mobilizados, isso pode ser devido ao fato da potência disponível no trator estar bem acima da demanda apresen-tada pela semeadora.

Consumo de ComBustíVelCom o aumento da velocidade o consumo de combustível

aumentou e dentro de cada velocidade, o mecanismo de aber-tura do sulco tipo disco duplo demandou maior consumo de combustível. Esse maior consumo observado no mecanismo sulcador tipo disco pode ser devido à maior profundidade de deposição das sementes observada neste mecanismo, pois na maior profundidade exige-se maior potência e consequente-mente um maior consumo de combustível do trator.

índiCe de VeloCidAde de emerGênCiAAs diferentes velocidades não interferiram no índice de

velocidade de emergência. Entretanto, com o mecanismo sul-

CArACterístiCA VAlor

Resistência à penetração

Densidade do solo

Teor de água

1,62 MPa

1,11 kg dm-3

44,51 %

trAtAmentoVeloCidAde de desloCAmento

(km/h)

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22AgoSto 2012

cador tipo facão obteve-se índice de velocidade de emergên-cia maior. Provavelmente, essa diferença é devida a maior profundidade de deposição das sementes obtida no mecanis-mo tipo disco duplo. A alta umidade do solo (44,51%) fez com que o disco abrisse apenas uma fenda no solo, mobili-zando-se assim um menor volume de solo que por consequên-cia diminuiu a velocidade de emergência das plântulas.

PerCentAGem de emerGênCiAO índice de velocidade de emergência foi maior para

o mecanismo sulcador tipo facão, a percentagem de emer-gência também foi maior neste mecanismo independente da velocidade de trabalho. Observou-se também que com o au-mento da velocidade a percentagem de emergência diminuiu.

distriBuição lonGitudinAl dAs sementesA uniformidade de distribuição longitudinal de sementes

não apresentou diferença entre os tratamentos para a percenta-gem de espaçamentos duplos, falhas e espaçamentos aceitáveis. Em média a semeadora apresentou 56,5% de espaçamentos aceitáveis, 25% de falhas e 18,5% de sementes duplas.

de ACordo Com os resultAdos oBtidos e nAs Condições AVAliAdAs,

Pode-se ConCluir que: • O uso do mecanismo sulcador tipo disco duplo acarretou

um maior valor médio de patinagem da roda motriz do trator.• O aumento da velocidade de trabalho aumentou o valor

médio de patinagem da roda motriz do trator.• O uso do mecanismo sulcador tipo disco duplo propi-

ciou uma maior profundidade média de semeadura e maior consumo horário de combustível.

• A velocidade de avanço do trator não influenciou a profundidade de semeadura.

• O mecanismo sulcador tipo facão apresentou maior percentagem de emergência de plantas.

• A velocidade de trabalho não interferiu no índice de velocidade de emergência.

• O uso do mecanismo sulcador tipo facão propiciou um maior índice de velocidade de emergência.

• A velocidade de avanço e o mecanismo de abertura não influenciaram a distribuição longitudinal de sementes. De ma-neira geral, a semeadora avaliada apresentou um desempenho regular quanto à uniformidade de distribuição de sementes.

Espaçamentos aceitáveis

Falhas

Sementes duplas

Figura 2 – Uniformidade de Distribuição Longitudinal de Sementes

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Com o advento e utilização de espécies de maior tole-rância ao ataque da cigarrinha das pastagens, tendo

como marco a Brachiaria brizantha cv. marandu, mais conhe-cida como “braquiarão”, os danos causados por esses insetos deixaram, por algum tempo, de ser um grande problema nos diversos sistemas de produção, não tendo, portanto, atenção de técnicos e produtores. Contudo a monocultura de espécies forrageiras e o intenso processo de degradação das pastagens trouxeram à tona esse grave problema.

A utilização de espécies resistentes é tida como a me-lhor opção de controle para essa praga. Dentre elas, além do braquiarão, pode-se citar cultivares de Panicum maximum (mombaça, Tanzânia e Massai) e também Andropogon gaya-nus, mais encontrado no norte de Goiás, Tocantins e algumas outras áreas do cerrado brasileiro. Entretanto, utilizar cultiva-res com maior tolerância exige também atentar para as con-dições de fertilidade de solo e manejo adequados. Um bom exemplo disso é a atual condição das pastagens formadas com Capim Marandu. A maioria dessas pastagens, outrora

formadas em boas condições de solo, atualmente apresenta--se degradada e susceptível a infestação de plantas daninhas, lagartas de pastagens e também a cigarrinha das pastagens do gênero Mahanarva spp.

Até então, não eram cogitados danos causados pelas cigar-rinhas das pastagens em áreas de B. brizantha cv. Marandu. Entretanto, como esse capim foi amplamente difundido e uti-lizado nas pastagens brasileiras, alerta-se para a monocultura dessa forrageira o que poderia estar causando desequilíbrio na população de cigarrinhas das pastagens, predominando as-sim uma espécie do gênero Mahanarva spp., que causa sérios danos a pastagens de braquiarão, principalmente na região centro-norte do país. Os insetos desse gênero apresentam maior tamanho e coloração avermelhada e atacam preferen-cialmente gramíneas de maior porte (cana-de açúcar e capim elefante). Como são menos afetadas pelo capim marandu, ao contrário das espécies de cigarrinhas mais conhecidas pelos pecuaristas (N. entreriana, D. flavopicta etc.), conseguem au-mentar sua população até altos níveis, causando assim danos

Atenção para a cigarrinha da pastagem

Humberto luiz Wernersbach FilhoZootecnista mSc / Supervisor de pesquisa

Fertilizantes Heringer S/A

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Inseto adulto de Cigarrinha do gênero Mahanarva spp. em pastagens de Braquiarão - Tocantins

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a B. brizantha. O que ainda piora a situação, é que mais de 60% dessas pastagens apresenta certo estágio de degradação. É im-portante lembrar que tal fato não afeta a resistência dessa espé-cie forrageira as demais espécies de cigarrinhas. Tais impactos são específicos para a cigarrinha do gênero Mahanarva spp.

Cuidados são necessários em pastagens de B. decumbens, B. humidicola, B. mutica e B. ruziziensis, dentre outras. O fato de a área estar formada com essas espécies não impli-ca em trocar toda a pastagem, porém caso o dano seja muito grande e de difícil controle, a troca por uma espécie resistente será necessária, porém de acordo com o planejamento técni-co e financeiro da propriedade. O fato de se substituir parte das pastagens susceptível por espécies resistentes já reduz em parte os danos causados pelo inseto.

O melhor método de controle é a substituição por espécies resistentes conforme mencionado anteriormente, entretanto, tal decisão esbarra no custo de tal operação, haja vista, que o processo de formação deverá ser feito dentro dos rigores téc-nicos para evitar a degradação da pastagem recém formada. Por isso, o controle estratégico dos insetos com inseticidas químicos e biológicos torna-se peça importante no sistema de produção.

O controle químico em área total tem uso limitado devido ao custo e os impactos ambientais. Para efetivação do con-trole pode-se aplicar em momentos específicos da infestação. Muitos pecuaristas utilizam o controle químico quando se ob-serva o amarelecimento da pastagem, contudo a maioria dos insetos que causaram esses danos já está morta, não havendo eficácia no tratamento, haja vista que esses insetos já fizeram a deposição de ovos para o próximo ciclo. Pesquisadores re-

comendam que o controle químico seja feito em adultos, cate-goria susceptível ao defensivo, porém antes do dano à pasta-gem. Outra dica é repetir a aplicação, pois a cigarrinha possui diversos ciclos de crescimento na época das águas, portanto a repetição do tratamento diminui a deposição dos ovos do inseto. É fundamental que os pecuaristas busquem orientação técnica para utilização dessa tecnologia e utilizem produtos específicos para pastagens.

Outra alternativa é o controle biológico. Pesquisas com fungo Metarhizium anisopliae apontam uma opção. O fungo causa distúrbios no inseto na fase de ninfa (fase jovem), fase esta que inseticidas químicos tem dificuldade de controle. Contudo sua aplicação em larga escala no campo, bem como seus resultados ainda precisam ser estudados. Condições de clima, época do ano, palhada no solo são fatores que ainda necessitam serem estudados e possivelmente irão definir as estratégias de utilização desse fungo.

Outro ponto de manejo para controle e redução de danos da cigarrinha é manejar bem o pasto, respeitando as alturas de entrada e saída de cada espécie forrageira e realizar adu-bações de formação e recuperação das pastagens, pois plantas bem nutridas são menos susceptíveis ao ataque da praga. Não é recomendado colocar os animais em pastagens que estão sofrendo ataque, pois seria acelerar os danos para a cultura.

Cigarrinha das pastagens e outras pragas causam enormes danos á pecuária nacional, buscar orientação técnica, conhe-cer seu ciclo de crescimento e as estratégias de manejo são práticas fundamentais que auxiliam o pecuarista na redução dos danos às pastagens.

BiBlioGrAFiA ConsultAdA:VALÉRIO, J. R. Cigarrinhas-das-pastagens: importantes insetos pragas de

gramíneas forrageiras tropicais. Embrapa Gado de Corte. Campo Grande – MS

- www.cnpgc.embrapa.br.

Danos causados por Mahanarva spp. em pastagens Braquiarão em Tocantins

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Alexandre Sylvio Vieira da costa engenheiro Agrônomo; dSc. em produção Vegetal;

professor titular/Solos e meio Ambiente - Universidade Vale do rio [email protected]

Até onde vai a responsabilidade de cada um?

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Produzimos lixo todos os dias e muito lixo! Antiga-mente o lixo era, em sua maior proporção, matéria

orgânica como restos de alimentos, mas hoje o nosso lixo mudou. Em função das tecnologias e da qualidade de vida, além do aumento da quantidade diária de lixo produzido, produzimos lixo de baixa capacidade de degradação como vidros, plásticos, pets, alumínio, dentre outros. Materiais que facilitaram muito as nossas vidas no dia a dia, mas que geram um grande transtorno ambiental, principalmente no que se refere ao descarte final. Passamos a adotar o sistema de re-ciclagem destes produtos considerando que grande parte dos resíduos produzidos pode ser prontamente aproveitada, redu-zindo o consumo de matéria prima não renovável. A partir

deste princípio intensificou-se o processo de coleta de produ-tos reciclados nos lixões e aterros. Famílias inteiras passaram a sobreviver da coleta dos materiais diretamente nos depósi-tos de lixo gerando graves problemas sociais e de saúde.

A necessidade foi o carro chefe para a implantação em algumas cidades da coleta seletiva que melhora significati-vamente o aproveitamento dos materiais para reciclagem fa-cilitando o trabalho dos catadores, tornando a atividade mais humana e digna. Mas, será que já temos a cultura da coleta seletiva, de apenas separar o lixo seco do lixo úmido? Este é um trabalho longo e árduo, pois vivemos em um país onde as pessoas ainda jogam lixo no chão das ruas e pela janela dos carros, nos rios e córregos. Muitas pessoas também não

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adotam a coleta seletiva por pensarem que esta simples ação de separar o lixo seco do lixo úmido não irá gerar qualquer tipo de benefício direto para ela, principalmente financeiro.

Outro ponto de gargalo é o valor dos produtos. Uma tone-lada de papelão prensado em Minas Gerais não sai por mais que 300 reais e de pet, 170 reais enquanto uma tonelada de alumínio (latinhas) pode atingir valor acima de 3.000 reais. Por isso somos os maiores recicladores de alumínio do pla-neta com valores superiores a 95%, quase perfeito! Consi-derando as pessoas egoístas que, de qualquer forma também fazem parte da sociedade e a valorização dos produtos de re-ciclagem, a logística reversa de retorno das embalagens para o comércio deveria ser levada em consideração, principal-mente pelas grandes redes de supermercados. Considerando que uma tonelada de garrafas pet vale 170 reais e que são ne-

cessárias aproximadamente 20 mil garrafas para atingir este peso, cada garrafa para reciclagem vale neste sistema menos de um centavo. No supermercado, uma garrafa pet de dois litros de refrigerante não sai por menos de R$ 2,50. Se os grandes mercados pagassem apenas cinco centavos por cada pet devolvido diretamente pelo consumidor ou catador, com certeza o nosso problema com pet reduziria significativamen-te e com um custo mínimo para o mercado considerando o preço atual dos refrigerantes, além, é claro de valorizar muito o trabalho dos catadores, afinal, a tonelada do pet subiria para valores próximos a 1.000 reais.

Muitas das soluções dos nossos problemas ambientais não são de difícil solução bastando apenas boa vontade e organi-zação dos setores da sociedade civil: a indústria, o comercian-te e o consumidor.

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O Brasil, desde sua origem, adotou um modelo de de-senvolvimento rural que privou a distribuição da

renda e promoveu o uso indevido dos territórios. No último século, esses problemas se agravaram, provocando muitos questionamentos. A modernização desse segmento, a opção de produzir em escala, principalmente voltada para a exporta-ção, alterou o cenário rural, colocando na pauta o debate so-bre a sustentabilidade e sobre o futuro da agricultura familiar.

As diversas transformações que continuam ocorrendo neste cenário têm alterado também a estrutura populacional, as relações e modo de trabalho das pessoas que vivem no campo. Neste setor, as condições de trabalho e renda nem sempre são atrativas. Alteram-se os modos de produção e consumo e os jovens rurais, os filhos e filhas dos agricul-tores familiares, sofrem as pressões próprias de sua idade, além dos apelos de consumo e o desafio de prepararem-se para suas escolhas profissionais.

Nos espaços rurais, as mudanças nas concepções so-bre desenvolvimento sugerem a inadequação das noções tradicionais que até pouco tempo o associavam a ideia de

urbanização do campo. Também não se pode tratar este es-paço somente como agrícola ou agropecuário, pois em mui-tos ambientes já predomina atividades de pluriatividade, e igualmente, há espaços multifuncionais.

A intervenção em prol do desenvolvimento tem se limi-tado, geralmente, às condições de produção ou a processos produtivos, fomentando mudanças nas bases tecnológicas, na organização dos sistemas produtivos e na racionalização do uso da força de trabalho. O processo de industrialização e modernização tem transformado a agricultura em uma fá-brica, tendo na sua centralidade o aumento de produtividade e dos lucros. Mas como as pessoas deste meio têm acompanha-do este processo? Afinal, como o sistema de educação pública brasileiro tem incorporado essas mudanças e lidado com estes resíduos? No modelo de ensino brasileiro, podemos afirmar, com pouca margem de erro, que a educação públi-ca foi pensada para dar conta das demandas urbanas, e que precisa ser mais ágil para acompanhar as necessidades de educação para a população do campo.

Fazendo um resgate histórico, em 1930 ainda se es-

educação do campo, um setor que precisa de atenção!

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por Jovani Augusto puntelprofessor, filósofo, especialista em desenvolvimento local pela oIt

e mestre em desenvolvimento regional pela Universidade de Santa cruz do Sul. Agricultor até os 21 anos e coordenador de projetos sociais em periferias urbanas e no meio rural, atuou como educador do programa

empreendedorismo do Jovem rural (peJr), do Instituto Souza cruz.

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Jovem que participou de um programa de Educação no Campo - Rio Grande do Sul

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boçava um movimento por uma escola pública, gratuita e laica, com as responsabilidades da escolaridade assumidas pelo Estado. Na verdade a educação só veio a se consolidar como uma demanda dos segmentos populares com a inten-sificação do processo de industrialização e necessidade de qualificação de mão de obra para a indústria.

A partir de 1940, a educação brasileira incorporou com força a matriz curricular urbanizada e industrializada, ca-racterizada por interesses sociais, culturais e educacionais das elites brasileiras como a mais relevante. De forma ge-ral, este protótipo de escola era compreendido como lugar da “contraeducação rural”, pautada apenas na instrução do homem do campo para ler, escrever e contar.

Essa ideia de instrução do trabalhador nos remete a uma ideologia de que o sujeito da roça não precisa estudar, pois, trabalhar com a enxada, por exemplo, requer apenas esforço físico, não precisando raciocinar, refletir, questionar. No caso, o imprescindível é saber manusear os instrumentos e saber uti-lizar a terra adequadamente. Conforme Dürkheim (1983), o problema desta concepção é que a educação desempenha uma importante tarefa na conformação dos indivíduos à sociedade em que vivem, a ponto de, após algum tempo, as regras estarem internalizadas e transformadas em hábitos. Neste contexto, não é de se estranhar que ainda hoje, muitas famílias acreditam que para trabalhar no campo não precisa de estudo.

Evidentemente que as populações do campo têm pro-curado resistir a certas situações de dominação através de lutas organizadas em movimentos sociais que, ao longo do tempo, tem fortalecido os trabalhadores. Este movimento vem provocando ações que, desde então, pressionam para que governos implementem seus apelos nas diretrizes de políticas públicas.

Alterações mais significativas ocorreram através da Constituição e Lei de Diretrizes e Bases – Lei 9.394/96. Em 2002, foi aprovada a Resolução CNE/CEB Nº. 01 de 03 de abril; as Diretrizes Operacionais da Educação do Campo e consolida um importante marco para a história da educação brasileira. Em 2004, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) incorporou deman-das importantes como alfabetização e educação de jovens e adultos, educação do campo, educação ambiental, educação escolar indígena, e diversidade étnico-racial.

Paralelo aos avanços da legislação brasileira, várias ins-

tituições, como o Movimento de Educação Promocional do Espírito Santo (MEPES), Escolas Famílias Agrícolas (EFAs) e o Centro de Desenvolvimento do Jovem Rural (CEDEJOR), adotaram a Pedagogia da Alternância. Este modelo de educação, que surgiu na França, em um vilarejo chamado Lauzan, por volta do ano 1935, teve como obje-tivo oferecer um processo de profissionalização com uma formação social e integral para o meio rural, sem desvin-cular os jovens da família e da comunidade em que viviam.

Em maio de 2006, o Ministério da Educação reconhece que a Educação do Campo é papel estratégico para o desen-volvimento socioeconômico do meio rural brasileiro, e que a Pedagogia da Alternância vem se destacando para os anos finais do Ensino Fundamental, Ensino Médio e Educação Profissional de Nível Médio. O documento encaminhado é aprovado pelo SECAD/MEC, e buscou resolver impe-dimentos que dificultavam a certificação dos alunos que frequentavam Centros Familiares de Formação por Alter-nância (CEFFAs) e demais instituições que adotaram este modelo de educação.

O modelo de educação do campo se opõe à educação bancária que considera o educador como aquele que sabe, e os educandos como aqueles que não sabem, cabendo aos primeiros levar, transmitir o seu saber aos segundos. Na Pedagogia da Alternância, valoriza-se o saber socialmente construído, a cultura de vida, a herança cultural, o conheci-mento nato que as pessoas preservam de geração para gera-ção. É neste berço que, cada vez mais, vem se fortalecendo o movimento por uma Educação do Campo.

Os movimentos sociais em prol do desenvolvimen-to do campo defendem que o rural precisa ter sua própria estrutura física e profissional. Nesta perspectiva cabe um olhar atento ao Programa Nacional de Educação do Campo (PRONACAMPO). O documento traz muitos dados sobre a situação da educação no campo, além de apresentar um conjunto de metas e de ações articuladas que visa assegurar a melhoria do ensino nas redes existentes. Traz propostas para formação de professores, produção de material di-dático específico, acesso e recuperação da infraestrutura e qualidade na educação no campo, em todas as etapas e modalidades (Decreto n° 7.352/2010) - para atender cerca 6,3 milhões de matrículas no campo (12,4% do total de es-tudantes matriculados em 2011).

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30AgoSto 2012

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No oitavo mês do ano, quase em seu término, comemora-se o

dia do avicultor: 28 de agosto. A partir do trabalho desse profissional, seja de carnes ou dos produtos das aves, é que a produção é realizada adequando às tendências e exigências quanto às tec-nologias adotadas: investimentos ge-néticos, cuidados sanitários e visão de mercado. Dados da União Brasileira de Avicultura (Ubabef) apontam que o setor emprega mais de 4,5 milhões de pessoas, direta e indiretamente, e responde por quase 1,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. O que demonstra a importância do avicultor pela profissionalização da atividade.

A sanidade das aves no Brasil é um ponto positivo e uma atenção, para que continue sendo uma característica posi-tiva no país. Em 1960 foi implantado o sistema de integração entre criadores e abatedouros. Assim, os avicultores têm um apoio técnico desde o fornecimen-to de rações, medicamentos, até os fi-lhotes, para que o produto chegue com qualidade à mesa do consumidor.

Entre as preocupações e ações de-sempenhadas pelo avicultor estão: às práticas que promovem a produção des-de o bem-estar animal, saúde das aves e biosseguridade, até a destinação de sub-produtos e resíduos; alimentação e a for-ma de armazenamento da comida; sis-tema de água; controle da temperatura, estando dentro da zona de conforto para os filhotes (31 a 33ºC) ou aves adultas (21 a 23ºC); teor de gases monitorados e registrados; vacinação das aves (Do-ença de Marek, Newcastle, etc.); trans-porte das aves para não causar lesões; o processamento; a limpeza do estabeleci-mento; o sistema de rastreabilidade.

A educadora Rosane Toebe (2008) produziu um artigo científico intitulado “Avicultores: trabalhadores ou peque-nos proprietários?”. Nele, ela discorre sobre a formação social dos avicultores dentro do capitalismo. Entre as descri-ções da autora, ela aponta que a ativida-de só é possível através da relação entre os avicultores e a indústria. “Para que o avicultor possa desempenhar essa atividade, ele se respon-sabiliza pela viabilização das instalações necessárias: construção de galpões, aqui-sição de equipamentos e dos demais instrumentos e uten-sílios de trabalho. Quando a ave encontra-se em ponto de abate, a indústria a rece-be, realiza o abate e o bene-ficiamento, e o transforma em produto de consumo,

que tanto pode se apresentar na forma in natura, como na forma beneficiada [...]. Portanto, a produção avícola se organiza em duas fases distintas e específicas: uma rural (sob responsabilidade dos aviculto-res) e outra urbana (sob responsabilidade da indústria)”. Rosane Toebe (2008).

A AViCulturA e o merCAdoCom atual redução na produção devi-

do aos cortes na exportação para os Es-tados Unidos, o setor de avicultura volta às atenções para os custos dos grãos que estão em alta e a estagnação do consumo da carne de frango. De acordo com dados do jornal Gazeta do Povo, 2,7% dos aba-tes foram ampliados pelos frigoríficos no primeiro semestre deste ano. Entretanto, o consumo interno deteve-se e as expor-tações recuaram 1,7%. Ubabef divulgou a estimativa de que no segundo semestre a redução da produção seja maior, segui-da de desemprego e aumento dos preços da carne de frango.

28 de Agosto:dia do Avicultor

dAmos os nossos PArABéns Aos ProFissionAis do setor

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Historicamente o tempo no mês de agosto é de poucas chuvas nas regiões leste e nordeste de Minas Gerais. Os ventos vindos do

oceano Atlântico deixam o tempo parcialmente nublado na maioria dos dias de agosto. Neste ano, o outono foi mais úmido em relação ao ocorrido nos anos anteriores, entretanto, o mês de julho já apresentou o tempo seco.

As frentes frias deverão passar pelo litoral da região Sudeste no mês de agosto, mas com fraca atividade no continente, e a massa de ar seco vai continuar predominando. Portanto, a previsão para o mês é de poucas chuvas, o sol é que vai predominar e as temperaturas deverão ficar em torno da média.

O fenômeno El Niño começa a ganhar intensidade no oceano Pacífico. Temperaturas elevadas nesta época do ano é sinal de atraso no início do período chuvoso.

dAmos os nossos PArABéns Aos ProFissionAis do setor

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32AgoSto 2012

No embalo do farelo de soja, o farelo de algodão está mais caro. A pequena disponibilidade do produto colabora com a pressão de alta. Segundo levantamento da Scot Consultoria, a tonela-

da do alimento com 28% de proteína bruta ficou cotada em R$ 627,00 (preço médio) em São Paulo. O menor valor encontrado foi R$ 590,00 por tonelada. Os preços subiram 60,7% desde março.

Na comparação com o mesmo período do ano passado, o pecuarista está pagando 41,6% mais pelo insumo. Considerando a praça de São Paulo, em junho foram necessárias 6,75 arrobas de boi gordo para a compra de uma tonelada de farelo de algodão. É a pior relação de troca dos últimos treze meses. O poder de compra do pecuarista em relação ao farelo de algodão diminuiu 47,4% em relação a junho de 2011. Veja a figura 1.

Figura 1. Relação de troca entre boi gordo e farelo de algodão (@ de boi gordo por tone-lada de farelo de algodão 28).

Fonte: Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Em curto prazo a expectativa é de preços firmes para o farelo de algodão. O cenário deve melhorar para o pecuarista a partir do final de julho e começo de agosto, quando aumenta a disponibilidade de farelo de algodão.

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rafael ribeiroZootecnista | Scot consultoria

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por Jéssyca guerraZootecnista | Scot consultoria

Segundo a Pesquisa Trimestral do Leite, divulgada no final de junho pelo Instituto Brasileiro de Geografia

e Estatística (IBGE), no primeiro trimestre deste ano foram adquiridos 5,7 bilhões de litros de leite pelos laticínios e co-operativas. A pesquisa considera apenas a produção formal, ou seja, o leite com inspeção municipal, estadual ou federal. O volume adquirido de janeiro a março deste ano foi 2,9% menor em relação ao trimestre anterior. Veja a figura 1.

Figura 1. Volume de leite adquirido pelos laticínios e cooperativas, por trimestre – em bilhões de litros.

Fonte: IBGE / Adaptado por Scot Consultoria – www.scotconsultoria.com.br

Normalmente, a captação de leite no quarto trimestre é maior em relação à do primeiro trimestre. Em dezembro, foi registrado o pico de produção na média Brasil. Entretan-to, o volume de leite captado no primeiro trimestre de 2012 aumentou 4,4% na comparação com o mesmo período do ano passado.

ConsiderAções FinAisEm curto prazo, a expectativa é de aumento na produção

e captação de leite no país. Segundo o Índice Scot de Cap-tação de Leite, em abril e maio houve queda na captação, considerando a média nacional. Para junho os dados par-ciais indicam alta.

A expectativa é de que a captação aumente em 2012 em relação ao volume captado em 2011, mas alguns pontos merecem atenção. São eles: a pressão de baixa no mercado do leite que pode desestimular os investimentos; aumento dos custos de produção, com destaque para a alta de preço dos farelos; e por fim o clima, que tem pregado peças.

produção brasileira de leite será recorde em 2012?

Após início chuvoso a colheita nas Matas de Minas avança e entra em sua segunda metade em condições

para a conclusão dos trabalhos. Qualidade inferior ao último ano e pouco café marcará a safra 2012/13 na Zona da Mata e Leste de Minas. Os cafeicultores entram em um momento de acerto de contas e planejamentos para o futuro.

As chuvas no início da colheita desta safra prejudicaram muito a qualidade dos nossos cafés. Os Armazéns Gerais comprovam a qualidade inferior em relação ao último ano. As propriedades com melhores estruturas de pós-colheita estão, porém conseguindo fazer bons cafés e tendo bons índices de cerejas descascados. A trégua nas chuvas permite o avanço na colheita o mesmo não ocorre em outras regiões cafeeiras como o Sul de Minas. A incidência de chuvas está constante

e atrapalhando muito a colheita com muito café de varrição devido semanas de chuvas. Este cenário para qualidade infe-rior deixou o mercado de café altista na segunda quinzena de julho no mercado internacional somado as notícias de que a Colômbia também terá dificuldades com sua safra.

Neste momento os cafeicultores devem focar seus traba-lhos em concluir a colheita e apurar seus custos de produção. Cumprir os custeios do último ano, projetar o custo de produ-ção e nos picos de preços realizarem a venda e compor preços médios de sua safra.

mercado altista com notícias da colheita no Brasil

Waldir Francese Filho Superintendente comercial coocafé

Cotações 01/08 - Coocafé Arábica | Bebida Dura tipo 6 | R$ 385,00 *Cereja | Descascado Fino | R$ R$ 415,00*

Rio | Tipo 7 | R$ 335,00 **Preço bruto faturado

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VenCimento Ajuste (r$/@) VAr. (r$)

Ago/12

Set/12

out/12

92,15

95,00

97,80

(r$/l)CotAções do leite CruPreços PAGos Ao Produtor

preços do leite

r$/litro rs sCPrsPmG Go BA

Fonte: cepea - esalq/USp

0,57

- 0,50

0,50

merCAdo Futuro (Bm&FBoVesPA) 08/12

3434AgoSto 2011

Fev / 12 0,8388 0,8286 0,8681 0,8355 0,8480 0,7353 0,8338

mar/12 0,8640 0,8427 0,8742 0,8304 0,8880 0,7624 0,8206

Abr/12 0,8828 0,8502 0,8874 0,8338 0,9122 0,7760 0,8218

mai/12 0,8916 0,8519 0,8956 0,8347 0,9169 0,8475 0,8191

Jun/12 0,8679 0,8333 0,8738 0,8247 0,8723 0,8573 0,8028

Jul/12 0,8606 0,8190 0,8702 0,8331 0,8570 0,8627 0,7917

Jan /12 0,8220 0,8083 0,8733 0,8385 0,8396 0,7408 0,8269

Page 35: 23ª Edição - Agosto 2012

35AgoSto 2012

repelentes de mosquitos retirado do site dicas do timoneiro

Os mosquitos estão presentes em todos os lugares. Antigamente os perigosos

insetos poupavam os moradores das cidades, sendo encontrados apenas em lugares afastados, no meio do mato. Hoje, ao contrário, marcam presença até em bairros sofisticados. Já foi o tempo em que sua picada era apenas desagradá-vel. Hoje ela pode até matar. A dengue está de volta, com variações mais agressivas.

Como se ProteGer?Costuma-se usar repelentes adquiridos em

farmácia, mas estes também estão se mostrando ineficazes. Parece que os mosquitos se acostu-maram a eles e até gostam do cheiro.

O cravo-da-índia, espalhado por superfícies, é muito utilizado para afastar formigas. Contra mosquitos era novidade. Faça como na foto. Enterre alguns cravos em meio limão. Faça isso com 3 ou 4 limões e espalhe pela casa.

Outra dica de repelente caseiro, também

utilizando cravo-da-índia, dizem que é muito usado por pescadores. Todos conhecem os seus poderes. Vale à pena experimentar.

inGredientes:• 100 ml de álcool• 1 pacote de cravo da Índia (10 gr)• 1 vidro de óleo de amêndoas

modo de PrePArAr:• Deixe o cravo curtindo no álcool uns 4 dias

agitando, cedo e de tarde;• Depois, coloque o óleo de amêndoas ou

outro óleo corporal.

Como usAr:• Passe pequena quantidade no braço e per-

nas. O mosquito foge do local.

Experimente!

mão

NA

mAS

SA

Foto

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lgaç

ão

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36AgoSto 2012

Difundida já há algumas décadas como alternativa para alimentação vo-lumosa de rebanhos durante a época seca do ano, a cana-de-açúcar

(rica em energia) ainda encontra rejeições junto a alguns criadores por apresen-tar baixos teores de proteína e minerais e por receio de intoxicação de animais quando corrigida com a adição de ureia e sulfato de amônio na proporção de 9:1 (nove partes de ureia pecuária + uma parte de sulfato de amônio). Este assunto já foi inclusive tema de edição anterior desta revista. Esta correção proteica e mineral se faz necessária e se tomados os devidos cuidados, já de conhecimento geral, não apresenta problemas.

A cana-de-açúcar apresenta como principal vantagem a alta produtivida-de alcançada, necessitando, com isso, de menores áreas para produção quando comparadas com outras alternativas (capim elefante, sorgo, milho, etc.). Este fator aliado a outros ajuda a torná-la uma opção mais barata para alimentação do rebanho.

A EPAMIG (Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais) estu-dando a melhor alternativa para o fornecimento deste volumoso corrigido, con-cluiu que ao fornecer minerais juntamente com a ureia e o sulfato de amônio em mistura com a cana, resultou em significativo ganho de peso adicional a bezerros, quando comparado com o fornecimento do sal mineral separado em cochos. Também observou que substituindo parte da ureia por farelo de soja resultou em aumento do consumo e consequentemente maior ganho de peso. Os resultados desta pesquisa conduzida pelo pesquisador José Joaquim Ferreira já foram publicadas no informe agropecuário n.º 258 da EPAMIG. Com base nestas pesquisas foram desenvolvidas duas formulações de concentrados a se-rem misturados à cana:

emAt

erUso da cana-de-açúcar

enriquecida com Nitromineral epamig e Nitroproteico epamig

na alimentação de Bovinosronald Hott de paula

engenheiro Agrônomocoordenador técnico

regional – emAter mg

A quantidade a ser misturada à cana--de-açúcar varia de acordo com a opção escolhida. No caso do NUC é de 14 gra-mas para cada 1 kg de volumoso. Se a opção for pelo NPC usa-se 50 gramas para cada 01 kg de volumoso. Estas misturas são utilizadas com sucesso em todas as fazendas da EPAMIG e outras atendidas pela EMATER-MG através do Programa Minas Leite.

inGredientenitrominerAl ePAmiG (nuC)

nitroProteiCo ePAmiG (nPC)

Farelo de sojaUreia

CalcárioFosfato Bicálcico

Sal MineralSal comum

Sulfato de amônioTOTAL

-55,0

-14,020,05,06,0

100,0

83,05,21,22,06,41,60,6

100,0

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em ilu

stra

tiva

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37AgoSto 2012

ImA

O fungo causador da Pinta Preta é Guignardia citricarpa. Provoca lesões na casca dos frutos de laranjeiras doce,

limoeiros, tangerinas e seus híbridos. Na lima ácida Tahiti não há constatação de lesões da doença. A Pinta Preta afeta folhas, ramos e, principalmente, frutos, que ficam impróprios para o mercado de fruta fresca. Em ataques severos os frutos podem cair prematuramente. O sintoma mais típico da doença é uma mancha dura. As lesões começam a aparecer quando os frutos entram em amadurecimento, o que ocorre normalmente no in-verno. As bordas das lesões são salientes e o centro apresenta--se deprimido, de cor palha com pontuações escuras (estruturas onde se formam os esporos do fungo).

A Pinta Preta provoca a redução da produtividade devido à grande queda dos frutos, bem como a depreciação dos mes-mos. Também causa prejuízo significativo para o produtor rural devido às exigências dos mercados interno e externo.

ControlePara a identificação da praga, no campo, deve-se fazer a

inspeção da face dos frutos mais exposta ao sol, posicionada no terço inferior da copa (saia);

Retirar os restos de material vegetal e desinfetar os veícu-los, máquinas agrícolas, materiais de colheita e outros equi-pamentos antes de entrar no pomar, manter a cultura sob uma boa nutrição e sanidade, remover frutos temporões infecta-dos, adotar controle químico e implementar a Certificação Fitossanitária de Origem (CFO/CFOC).

Em Minas Gerais, as mudas e os frutos de citros, devem transitar com a Permissão de Trânsito Vegetal (PTV) e são fiscalizadas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) de acordo com as legislações federal e estadual.

Para maiores informações o produtor rural deve procurar o escritório do IMA mais próximo de sua região.

pinta preta dos citros

Imag

em Il

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marcelo de Aquino Brito limaFiscal estadual Agropecuário – ImA

coordenadoria regional de gov. Valadares

Foto

s: FU

Ndec

ItrU

S

Page 38: 23ª Edição - Agosto 2012

38AgoSto 2012

introduçãoA citricultura brasileira, maior exportadora mundial de

suco concentrado, possui relevância sócio-econômica para di-versas regiões. São Paulo, primeiro estado no ranking nacional da produção, registra a ocorrência da mais grave e destrutiva praga da citricultura internacional, o huanglongbing dos citros (HLB, ex-Greening, Fig.01). Os Estados da Bahia e Sergipe (Fig.02), juntos possuem área de 110 mil hectares de citros, livres da ocorrência do HLB, consolidando a citricultura nor-destina não só pelo volume de produção, mas também pela vantagem competitiva advinda do seu status fitossanitário.

mAteriAl e métodosA execução do Projeto HLB BioMath contempla

as seguintes ações: - Estudo das populações do vetor, mediante o mo-nitoramento populacional do inseto vetor através de armadilhas amarelas adesiva, em quatro ecossis-temas: Recôncavo Baiano, Litoral Norte, Chapada Diamantina e Oeste Baiano; - Estudos fenológicos dos hospedeiros (Citrus e M. paniculata); - Monitoramento de eventual invasão pela detecção precoce da bactéria no vetor; - Desenvolvimento de modelagem e cenários; - Estudos impacto econômico do HLB;- Implantação de uma rede colaboradora;- Capacitação de agentes de defesa agropecuária.

resultAdos e disCussãoDentre os resultados, destaca-se a expansão

desta rede para o Estado de Sergipe, cujo marco de integração aconteceu com a celebração de um convênio de cooperação técnica firmado entre as Secretarias de Agricultura dos dois estados e seus organismos executores de defesa agropecuária ADAB e Empresa de Desenvolvimento Agropecu-ário de Sergipe (EMDAGRO), em abril/2011.

Em outubro de 2011, foi realizado um treina-mento para 12 técnicos da EMDAGRO, em Araca-ju/SE. Nesse treinamento ministrado pela Embrapa Mandioca e Fruticultura e ADAB, os participantes conheceram os princípios do Projeto HLB BioMath e vivenciaram as rotinas de campo e de laboratório do monitoramento de D. citri.

ConClusãoO conhecimento gerado contribuirá para fortale-

cer as ações de defesa sanitária visando à manuten-ção das áreas livres do HLB no nordeste brasileiro.

As bactérias Candidatus Liberibacter sp., agentes causais do HLB, co-lonizam o floema das plantas hospedeiras: Citrus e Murraya paniculata (Fig.03, A). O psilídeo Diaphorina citri (Fig.03, B) é o principal respon-sável pela transmissão e disseminação da praga por ser eficiente vetor da bactéria, assim como o trânsito de material propagativo infectado.

Dentre os sintomas típicos, destacam-se: ramos amarelados na parte superior da copa das laranjeiras (Fig. 04 A); em folhas, alternância as-simétrica de áreas verde-pálidas, conhecida por mosqueado (Fig. 04 B), resultando em desenvolvimento de ramos amarelos; em frutos, maturação desuniforme (Fig. 04 C), deformação, tamanho reduzido (Fig. 04 D).

oBjetiVoO objetivo deste trabalho é relatar as ações de Pesquisa & Desenvolvi-

mento e de Defesa Agropecuária adotadas pela Embrapa Mandioca e Fru-ticultura e a Agência Estadual de Defesa Agropecuária da Bahia (ADAB), via projeto HLB Biomath.

Silva, S.X.B.¹; Almeida, m.A.c.c.¹; Nascimento, A.S.²; Andrade, e.c.²; laranjeira, F.F.²; Nascimento, m.A.A.³

¹ laboratório de epidemiologia e tecnologia da Informação em Sanidade - lAetIS/ AdAB, Salvador/BA;

2 emBrApA /cNpmF, cruz das Almas/BA; ³ emdAgro, Aracaju/Se

AdAB

cooperação em p&d e defesa fitossanitária contra introdução do HUANgloNgBINg

dos citros no nordeste Brasileiro

Fig. 1. Polígono verde corres-ponde à área de ocorrência do HLB no Sudeste Brasileiro: Estados de Minas Gerais e São Paulo, cuja 1ª ocorrência da praga foi em 2004.

Fig.03. (A). Hospedeiro do HLB (Murraya sp. ) na zona urbana de Cruz das Almas, BA. (B). Adultos (à esquerda) e ninfas (à direita) de Diaphorina citri, fonte: GRAVENA, 2010).

Fig. 2. Citricultura Nordestina: Centro sul de Sergipe (polígono rosa); Polígo-nos Citrícolas da Bahia, Litoral Norte (verde), Recôncavo (laranja), Chapada Diamantina (amarelo) e Oeste Baiano (vermelho).

Fig.04. Sintomas de HLB : em ramos, amarelecimento na parte superior da copa (A; círculos vermelhos); em folhas, mosque-ado assimétrico (B; círculos vermelhos); em frutos, maturação desuniforme (C) e deformação (linhas tracejadas, D).

Page 39: 23ª Edição - Agosto 2012

39AgoSto 2012

Há 35 anos no mercado, a Gráfica Nacional agora oferece o que há de melhor no mundo em termos de

tecnologia gráfica, uma moderna impressora japonesa RYOBI GE 524.

A RYOBI GE 524 possui recursos tecnológicos de última geração, garantindo precisão, rapidez e uniformidade das cores desde as primeiras folhas impressas.

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40AgoSto 2012

leIlõeS eXpoAgro reAlIZAdoS pelA mINAS leIlõeS e eVeNtoS

Minas gerais, mais especificamente 10 cidades do estado, estão recebendo a visita do presidente da Fe-deração da Agricultura e Pecuária do Estado de Mi-nas Gerais (FAEMG), Roberto Simões (Paraopeba). As reuniões tiveram início no dia 9 de abril em Pará de Minas e no dia 24 de julho, Governador Valadares foi o 8º município alvo desses encontros regionais. Na oportunidade, foram apresentadas as principais ações da Federação em 2011 em Minas, além de serem pau-tados assuntos como segurança rural (um problema que cresceu em todo o estado), Código Florestal e as eleições municipais.

“Essas reuniões fazem parte de um programa nos-so de estar indo ao encontro dos sindicatos. A ideia é vir conversar com os presidentes para colher infor-mações novas e ouvir deles quais são seus pontos e reivindicações, com o objetivo de melhorar sempre, para ajudar cada vez mais os produtores filiados”, ex-plica Roberto Simões. “A faemg faz essa reunião no estado todo com o objetivo de agregar pontualmente todos os sindicatos da região que ela vai. Isso leva todo o conteúdo que o trabalho que a Faemg faz, para os sindicatos rurais. Os nossos problemas de uma forma geral estão voltadas para insegurança rural e ambiental”, aponta o presidente do Sindicato Rural de Governador Valadares, Afonso Brêtas.

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Umérito rural 2012Em homenagem ao dia do Produtor

Rural Mineiro, comemorado no dia 07 de julho, o Sindicato dos Produtores Rurais de Governador Valadares realizou o Mérito Rural 2012 no dia 09 de julho, às 8h30 no Parque de Exposições da cidade. Seis pro-dutores rurais associados à entidade foram homenageados: Elyzio José Ferreira, Ge-raldo Cardoso Coelho, Guilherme Olinto

Resende, Jorcelino Cardoso Lopes, Maria de Lourdes Rezende e Odilon Fernandes. De acordo com o presidente do sindicato, Afonso Luiz Brêtas, desde 2003 é realizado o mérito rural e o objetivo é relevar o trabalho do produtor rural dentro da estrutura social brasileira. “Levantar a auto-estima deles porque os próprios produtores não sabem o valor desse trabalho dentro da economia brasileira”, destaca.

A única mulher entre os homenageados, Maria de Lourdes Rezende, trabalha com pecuária de leite desde 2008, seguindo os passos de seu pai, Pedro Soares de Rezende. “Com certeza é um grande incentivo para continuar estudando, lutando, apri-morando para lidar com uma atividade que é complexa. A gente lida com muitas variáveis, inconstâncias, e por isso a gente tem que estar muito atento, acompanhando direto o mercado para saber a hora certa de fazer as coisas”, aponta. Outro homenage-ado foi o produtor rural Odilon Fernandes, que há 45 anos apro-ximadamente, se dedica ao setor. “Para mim é uma satisfação muito grande porque é um incentivo e uma demonstração de quem conhece o trabalho que a gente vem fazendo e ao mesmo tempo é um incentivo para os outros”, orgulha-se Fernandes. O Mérito Rural 2012 aconteceu durante o Café Rural, patrocinado pelo Brahman IC.

No dia 05 de julho a Federação da Agricultura e Pecuária do Esta-do de Minas Gerais (FAEMG) também comemorou o dia do Produtor Rural Mineiro. Dezenove pessoas e instituições foram homenageadas. Entre os produtores, Sinval Martins de Melo, da Fazenda Taboquinha, representou o Vale do Rio Doce.

43ª expoagro gV 2012

reuniões regionais FAemg

Governador Valadares foi palco da 43ª Exposi-ção Agropecuária da cidade, que aconteceu entre os dias 13 e 22 de julho, no parque de Exposições José Tavares Pereira, promovida pela União Ruralista Rio Doce (URRD). Nos dez dias do evento aconte-ceram julgamentos e ranqueadas de todas as raças; 4 concursos leiteiros (Gir, Guzerá, Girolando e de Ca-bras); além dos 13 leilões realizados, a 3ª edição do projeto agropecuária na escola, shows, o rodeio e cerca de 60 stands comerciais.

O lançamento da Expoagro 2012, realizado dia 14 de ju-lho, às 16h, contou com a presença do secretário de Agricul-tura, Pecuária e Abastecimento do Estado de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, o presidente em exercício da URRD, Re-ginaldo Vilela, além de representantes políticos, religiosos, sindicatos, cooperativas e órgãos públicos. Na oportunidade, Reginaldo Vilela agradeceu aos expositores rurais e autori-dades por prestigiarem um evento do porte da Expoagro. “É uma grande satisfação saber que foram gerados aproximada-mente 1000 empregos diretos e indiretos durante o evento”, aponta. Já o secretário de Agricultura explanou sobre a im-

portância do setor para a região e o país. “O agronegócio re-presenta mais de 1/3 da cadeia produtiva. Ele é o grande chefe da economia e graças aos produtores rurais estamos salvando a economia brasileira”, enfatiza Elmiro Nascimento.

Nos leilões, como divulgado pela Assessoria de Imprensa do evento, aproximadamente 1000 animais foram estimados para serem comercializados. No ano passado, os leilões mo-vimentaram cerca de R$ 7 milhões e, até o fechamento desta edição, não havia sido divulgado o montante do evento. Já em relação aos concursos leiteiros, este ano teve uma novidade: 1º Torneio leiteiro de cabras. Da raça Alpina, a campeã foi Júlia, do criador Jordani F. Martins Ferreira e da raça Saanen, a cam-peã foi Tina, do criador Ricardo Duarte Ribeiro, com 5,852 e 16,185 Kg, respectivamente.

Secretário de Agricultura, Elmiro Nascimento, discursando na solenidade de abertura da Expoagro 2012

Reuniões regionais FAEMGFo

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41AgoSto 2012

leIlõeS eXpoAgro reAlIZAdoS pelA mINAS leIlõeS e eVeNtoS

Na quarta-feira, dia 18 de julho, o 3º Leilão Girolando dos Vales entrou em cena durante a Expoagro GV 2012. A raça, típica pelos criadores da região, foi uma promoção do Nú-cleo Girolando dos Vales. Foram leiloados 39 lotes, sendo 93 animais comercializados. Uma renda de mais de R$ 320 mil reais. Durante a Expoagro também aconteceu o julgamento dos animais da raça. O número de animais foi de 115 fême-as, sem a participação de machos, divididos em ½ sangue, ¾ e 5/8. A grande campeã da categoria ½ sangue foi Passista Windstar do Indaia, do criador Homero Gontijo M. Filho/Felipe A. Moraes e do Expositor Rubens Lobato de Lima. Já da categoria 5/8 a Grande Campeã foi Agencia Eduard da Sanquit, do criador Marcos Antonio Helmer e do expositor Marcos Antonio Helmer.

O final da tarde do sábado, dia 21 de julho, foi contempla-do com o III Leilão Brahman IC e convidados. Com promo-ção da Brahman IC, de Isaac Cohen Persiano, o leilão foi à oportunidade dos criadores da raça poderem adquirir produtos de alta qualidade genética. No leilão 37 animais foram comer-cializados, com uma renda total de quase R$ 170 mil reais. O Brahman tem origem no final do século XIX e início do XX, nos Estados Unidos. A raça tem como características a alta pro-dutividade, docilidade, rusticidade, fertilidade, dentre outras.

Do cruzamento das raças Guzerá e Holandês, surgiu o Gu-zolando. Aposta das fazendas Taboquinha e Ygarapés, que a 13 edições promovem juntas o leilão da raça. No dia 21 de julho, às 9h e com direito a almoço para os presentes, que a dupla promoveu o leilão. A dobradinha que deu certo mostra sua excelência quando os números são contabilizados. Cento e sessenta e cinco animais foram comercializados, num total de 81 lotes e com renda de R$ 516.840,00.

A Cooperativa Agropecuária Vale do Rio Doce realizou durante a Expoagro GV, o 1º Leilão Maravilhas do Lei-te, no dia 22 de julho. O leilão aconteceu com os animais que participaram do 35º Concurso Leiteiro da Cooperativa, também realizado durante a Exposição, logo após a pre-miação do torneio. Foram 24 lotes que renderam mais de R$ 200 mil reais.

As 24 vacas leiloadas participaram do concurso leiteiro, com uma produção total de 3.195,120 kg de leite, nos três dias do torneio, uma média de 133,13 kg por vaca. Durante o con-curso foram feitas nove ordenhas e as campeãs foram: Cate-goria Acima de 50 kg e de até 50 kg – Dinamarca e Mariana, respectivamente, do Cooperado André Luiz Coelho Merlo; a Novilha Ana Cristina, do Cooperado José Barreto Lopes foi à campeã da categoria; Cria da Fazenda – Amanda do G, do Cooperado Guilherme Olinto Resende. Mais de 800 pessoas passaram pelo local.

No dia 13 de julho, na abertura da 43ª Exposição Agro-pecuária de Governador Valadares, às 21h no Tatersal do Parque de Exposições da cidade, aconteceu o 9º Leilão Ha-ras Toledo, de promoção de Vinícius Toledo e realizado pela Minas Leilões e Eventos. Segundo o promotor do evento, cerca de 800 pessoas marcaram presença no leilão que teve duração de 4h. “Cada ano tem sido melhor do que o outro. O leilão superou as expectativas e o do ano que vem já está sendo preparado. Surpresas virão”, aponta Vinícius Toledo.

O criador acredita que o Mangalarga Marchador a cada dia é mais valorizado na região e para incentivar o setor, durante o evento foi feita uma homenagem a José Silvestre de Araújo pela importante contribuição nacional à raça através da desco-berta de Elo Kafé da Nova, o melhor reprodutor da raça.

Uma peça fundamental para a região, por ser a base para o cruzamento com gado Holandês na obtenção de produtos de alta qualidade, o Gir Leiteiro foi engrandecido durante a Expoagro 2012, no dia 20 de julho, no 3º Leilão da raça. O mesmo foi uma realização do Núcleo dos Cria-dores de Gir Leiteiro dos Vales.

Foram leiloados 34 lotes de animais, num total de qua-se R$ 370 mil de renda alcançada. “Hoje nossa região tem excelentes selecionadores de Gir Leiteiro. O terceiro Leilão Gir leiteiro dos Vales bateu com nossas expectativas. Entre-tanto, pretendemos melhorar na próxima edição”, informa Reginaldo Antônio Vilela.

3º leilão girolando dos ValesIII leilão Brahman Ic e convidados

13° guzolando taboquinha e Ygarapés

1º leilão maravilhas do leite

9º leilão Haras toledo 3º leilão gir leiteiro dos Vales

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42AgoSto 2012

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NárI

AAbobrinha à parmegiana

retirado do blog “Na cozinha dela”

ingredientes para 2 pessoas:

• 1 abobrinha italiana grande cortada em rodelas • Tomate italiano cortado em rodelas + alguns

cortados em cubos para o molho • Farinha de trigo em quantidade suficiente para

empanar as abobrinhas • Sal, pimenta e azeite a gosto • Ramos de manjericão • Muçarela de búfala cortada em rodelas • Alho a gosto • 1 cebola pequena• Parmesão ralado

Envie a sua receita para a Revista [email protected]

Preparo:Tempere a farinha com sal e pimenta e “empane” as rodelas de abobrinha. Doure as abobrinhas no azeite. Prepare um molho de tomate (foram usados azeite, cebola, alho, tomate italiano picado e ½ lata de pomo-doro pelati. Deixe cozinhar por uns 30 min).Monte a torre intercalando abobrinha, muçarela de búfala e tomate italiano. Finque um palito de churras-co no meio para segurar a torre e leve ao forno até que o parmesão gratine.Monte o prato desse jeito: molho por baixo e torre no centro. Muita atenção ao retirar as torres do forno, a muçarela pode derreter demais e a torre não se sustentar. Arrume com jeitinho para não cair.

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43AgoSto 2012

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