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26/10/2011 199 XIX * Jogo de empurra na Pampulha - p.04 * Sonegação na Ceasa chega a R$ 500 mi- p.06 * Cai o sigilo eterno - p.19

26 Out, 2011

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26/10/2011199XIX

* Jogo de empurra na Pampulha - p.04

* Sonegação na Ceasa chega a R$ 500 mi- p.06

* Cai o sigilo eterno - p.19

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jornal a notícIa - 1ª p. - 26.10.2011

jornal a notícIa - p. 05 - 26.10.2011

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Sonegação na Ceasa atinge meio bilhão de reaisHoje em dIa - 1ª p. e p. 3 - 26.10.2011

Sonegação na Ceasa chega a R$ 500 miEstimativas da Secretaria da Fazenda mostram que atacadistas deixam de recolher R$ 20 milhões a cada mês

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Hoje em dIa - p. 21 - 26.10.2011

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Brasília – O presidente do Su-premo Tribunal Federal (STF), Cezar Peluso, disse ontem que não vai mais esperar a indicação do novo minis-tro da Corte para colocar em pauta a ação que definirá se a Lei Ficha Limpa poderá ser aplicada nas eleições mu-nicipais de 2012. A cadeira está vaga desde 8 de agosto, quando a ministra Ellen Gracie se aposentou. “O tema vai ser julgado o mais rápido possí-vel”, disse Peluso.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux liberou para votação no plenário o processo que definirá a validade da Lei Ficha Limpa para as eleições municipais de 2012. Fux é o relator de uma ação, ajuiza-da em maio deste ano, em que a Or-dem dos Advogados do Brasil (OAB) pede que o STF declare a Ficha Lim-pa constitucional para ser aplicada no pleito do ano que vem. Quem define a pauta de votação é o presidente da Corte. Ainda não há previsão de quan-do a presidente Dilma Rousseff deve indicar o ministro que assumirá a vaga deixada por Ellen Gracie.

Em março, o STF decidiu que a Lei Ficha Limpa não poderia ser apli-cada às eleições de 2010. O ministro Luiz Fux, empossado naquele mes-mo mês, votou contra a aplicação da lei . Os demais ministros repetiram o voto do julgamento do recurso de Já-der Barbalho no ano passado, quando a votação terminou empatada. Desse modo, todos os políticos que tiveram a candidatura barrada pela Ficha Limpa e que se elegeram em 2010 puderam tomar posse, o que já alterou a compo-sição do Congresso e de assembleias.

Mesmo após essa decisão, o deba-te sobre o assunto não se encerrou. O Supremo não declarou se a Lei Ficha

Limpa é ou não constitucional, o que só deverá ser decidido no próximo jul-gamento. Aprovada pelo Congresso Nacional no ano passado, a lei proíbe candidaturas de políticos com o pas-sado manchado. Ficam impedidos de concorrer, por exemplo, condenados por um colegiado ou quem renunciou a mandato para escapar de processo de cassação.

Desta vez, a OAB quer que os mi-nistros analisem todos os pontos da norma, para que os julgamentos não se limitem ao caso de cada político. Entre os pontos controversos que se-rão analisados estão a retroatividade da lei – se ela pode atingir casos que ocorreram antes de a norma entrar em vigor – e o princípio de presunção de inocência, ou seja, se a condenação por crimes em segunda instância é su-ficiente para tirar um político da dis-puta eleitoral.

‘NENHUMA DÚVIDA’ Em en-trevistas à imprensa no início do mês, Luiz Fux afirmou que vai enfrentar to-dos os pontos de conflito da lei, como a validade para condenações anteriores a sua vigência. “Eu vou julgar todas as questões, não vai ficar nenhuma dú-vida. Não vai ficar pedra sobre pedra. As eleições vão se realizar com pleno esclarecimento da população sobre o que pode ou não se pode fazer, quem pode se candidatar e quem não pode se candidatar”, afirmou.

A ação da OAB tramita em con-junto com outros dois processos ajui-zados pelo PPS, também para garantir a validade da lei, e pela Confedera-ção Nacional das Profissões Liberais (CNPL), que quer que o artigo que trata de inelegibilidade por perda de registro profissional seja considerado ilegal.

estado de mInas - p. 4 - 26.10.2011

jUdIcIÁrIo

Sinal aberto para Ficha Limpa

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o tempo - p. 5 - 26.10.2011Verticalização. Três substitutivos serão votados em extraordinária

Projeto é aprovado para ser alterado no segundo turno

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Hoje em dIa - p. 18 - 26.10.2011

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A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Le-gislativa denunciou ontem a execução a tiros do motorista Diego Bruno de Oliveira, ocorrida no fim da noite da segun-da-feira. A vítima era uma das testemunhas do processo que investiga três policiais do extinto Grupo de Respostas Espe-ciais (GRE) da Polícia Civil, denunciados por sequestro, tor-tura, homicídio e ocultação de cadáver. Diego foi morto com quatro tiros em um salão de beleza no Bairro Confisco, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. O presidente da comissão, deputado Durval Ângelo (PT), dis-

se ontem que vai encaminhar ofício ao secretário de Defesa Social pedindo providências. A polícia não confirmou que ele seria uma das testemunhas que prestaram depoimentos na semana passada na corregedoria da corporação. Os agen-tes Gilson Costa, Anderson Marques e Wanderlim de Sou-za, além de Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado também do assassinato de Eliza Samúdio, foram denuncia-dos em maio pelo Ministério Público. Eles são acusados de matar Paulo César Ferreira e Marildo Dias de Moura, em 2008.

estado de mInas - p. 2 - 26.10.2011

TÂMARA TEIXEIRA E RAFA-EL ROCHA

A Corregedoria da Polícia Civil irá investigar o envolvimento de policiais do extinto Grupo de Respostas Espe-ciais (GRE) com a morte do motorista Diego Bruno de Oliveira, 25, assassina-do com três tiros, anteontem, dentro de um salão de beleza, no bairro Confisco, em Contagem, na região metropolita-na de Belo Horizonte. Outra linha da investigação aponta que a vítima teria envolvimento com o tráfico e teria sido executada por rivais.

O rapaz era uma das testemunhas do processo em que apura o envolvi-mentos dos policiais Gilson Costa, An-derson Marques, Wanderlim de Souza e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, em dois homicídios. O Ministério Pú-blico Estadual acusa os policiais por tortura, sequestro e homicídio de Pau-lo César Ferreira e Marildo Dias, em maio de 2008. Os quatro são suspeitos de manter um grupo de extermínio den-tro do GRE.

A Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas enviou ontem um ofício pedindo que a Secretaria de Estado de Defesa Social (Seds) apure com rigor o crime. Olivei-ra havia prestado depoimento na cor-regedoria da polícia contra os policiais no último dia 17. O rapaz ficou cara a cara com os acusados e falou sobre os assassinatos que teriam sido praticados pelos ex-integrantes do GRE.

A delegada Alessandra Wilke, que irá apurar a morte de Oliveira, disse que a investigação aponta para o envolvi-mento com o tráfico, mas que nenhuma hipótese será descartada.

Ontem, um irmão de Oliveira in-formou que não sabia que ele era tes-temunha. “Ele não contava nada para a gente”, disse o irmão que pediu para não ser identificado. Oliveira ficou pre-so durante três anos por assalto e tráfico de drogas. “Ele era usuário de drogas e sempre se envolvia em confusão”. lIberdade

Segundo o corregedor da polícia Silton Brandão, Costa, Marques e Sou-za estão afastados de seus cargos. Eles ficaram presos por um mês, em maio, mas foram soltos por um habeas cor-pus. Bola está preso, acusado de exe-cutar a ex-namorada do goleiro Bruno, Eliza Samudio.

e aInda... GeraIs

Testemunha assassinada

o tempo - p. 27 - 26.10.2011GRE.Vítima havia prestado depoimento na semana passada

Policiais serão investigados por morte de testemunha

Delegada não descarta que crime esteja relacionado com tráfico

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Diego Abreu e Lucas TolentinoBrasília – Alvo de acusações de que teria recebido di-

nheiro desviado de programas do Ministério do Esporte, Orlando Silva passou à condição de primeiro ministro do governo da presidente Dilma Rousseff a ser investigado em inquérito aberto durante o exercício do cargo. A ministra Cár-men Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou ontem a abertura de investigação na qual a Procuradoria Ge-ral da República (PGR) irá apurar o suposto envolvimento de Orlando Silva e do governador do Distrito Federal, Agne-lo Queiroz, com desvios no Programa Segundo Tempo.

O pedido de investigação havia sido protocolado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, na última sexta-feira. Na petição, ele solicitava a realização de seis di-ligências. A ministra acatou somente três pontos. Ela negou, inicialmente, que a PGR interrogue Orlando Silva e Agnelo, além de pessoas ligadas às entidades que firmaram convê-nios com o ministério, e o dirigente do PCdoB Fredo Ebling. A relatora do inquérito afirmou que avaliará esses pedidos em um segundo momento.

No despacho, Cármen Lúcia determinou que o ministé-rio envie ao Supremo em até 10 dias a relação de convênios firmados com o Programa Segundo Tempo e, ainda, os docu-mentos relativos aos acordos com três entidades suspeitas de desvio de verbas. A ministra concedeu o mesmo prazo para que o Tribunal de Contas da União e a Controladoria Geral da União (CGU) comuniquem se estão investigando irregu-laridades na pasta e, caso estejam, encaminhem os processos ao STF.

Já o Superior Tribunal de Justiça (STJ) terá 48 horas para remeter ao Supremo o inquérito no qual Agnelo é cita-do como beneficiário de um suposto esquema de desvio de recursos públicos no ministério. O governador do DF co-mandou a pasta do Esporte entre 2003 e 2006, sendo suce-dido por Orlando Silva.Na investigação que tramita no STJ, a Federação Brasiliense de Kung Fu (Febrak) é apontada como responsável pelo desvio de dinheiro público. A entida-de é presidida pelo policial militar João Dias Ferreira, autor das denúncias contra o ministro.Cármen Lúcia avisou que depois que receber toda a documentação requisitada ela en-viará os autos para a PGR. Caberá a Gurgel especificar “den-tre as diligências ainda não deferidas quais persistem como necessárias”. O procurador também avaliará se há conexão entre as investigações que tramitam no STJ e as acusações contra o ministro, “Não autorizei os depoimentos requisita-dos, uma vez que essas pessoas já podem ter sido ouvidas”, afirmou a ministra.

“RECORTES DE JORNAL” Somente após o procura-dor-geral da República emitir parecer sobre o caso, o que deve demorar pelo menos 15 dias, devido aos prazos, é que a relatora decidirá entre concentrar ou não no Supremo as in-vestigações relativas ao ministro e ao governador. “O fato de

começar as investigações não significa que vão ter prosse-guimento. Depende do que a Procuradoria Geral da Repúbli-ca vai encontrar a partir de agora”, ponderou Cármen Lúcia. “Não dá para dizer ainda que o Agnelo será investigado aqui (no STF)”, acrescentou.

Ontem à tarde, o advogado de Orlando Silva, Antônio Carlos de Almeida Castro, se encontrou com a ministra Cár-men Lúcia. “Fui dizer para a ministra, em nome do ministro, que ele é o maior interessado na investigação”, disse. Se-gundo o advogado, nenhuma prova foi apresentada. “Para a minha surpresa, o procurador juntou apenas quatro represen-tações de deputados da oposição e recortes de jornal.”

Em entrevista após a audiência da Lei da Geral da Copa na Câmara, Orlando Silva ressaltou que partiu dele próprio o pedido de investigação. “Com toda a responsabilidade que tenho, para mim não há nenhum fato que altere a minha con-dição de inocente”, frisou.

Próximos passosConfira como vai prosseguir a investigação conduzida

pela Procuradoria Geral da República no inquérito que tra-mita no Supremo Tribunal Federal

» O Superior Tribunal de Justiça (STJ) tem 48 horas para remeter ao STF o inquérito que investiga supostos des-vios no Ministério do Esporte, no qual o policial militar João Dias, responsável pelas denúncias contra o ministro Orlando Silva, e o governador do Distrito Federal e ex-ministro, Ag-nelo Queiroz, são citados como beneficiários do esquema.

» O Tribunal de Contas da União (TCU) e a Controla-doria Geral da União (CGU) têm 10 dias para informar ao STF se foram instaurados procedimentos relativos a desvios de recursos públicos do Programa Segundo Tempo. Em caso positivo, os órgãos terão que fornecer cópia integral dos pro-cessos.

» O Ministério do Esporte também terá 10 dias para fornecer cópia ao STF dos procedimentos sobre convênios entre a pasta e a Federação Brasiliense de Kung Fu (Febrak), Instituto Contato e a ONG Pra Frente Brasil. O ministério terá de enviar ainda a relação dos convênios no âmbito do Segundo Tempo, com os nomes dos responsáveis, objetos, data de vigência e situação da prestação de contas.

» Com as informações, a ministra Cármen Lúcia, rela-tora do inquérito, enviará a papelada ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, para que ele especifique se são necessárias novas diligências.

» Caberá à PGR investigar se o ministro cometeu irre-gularidades. Caso haja indícios suficientes de que Orlando Silva e Agnelo praticaram desvios, o procurador-geral pe-dirá abertura de ação penal. Se não aparecerem indícios, o inquérito poderá ser arquivado.

» Há o risco de as investigações serem remetidas para o STJ, caso o ministro seja demitido. Nesse caso, ele perderia o foro privilegiado.

estado de mInas - p. 3 - 26.10.2011

Supremo abre inquérito contra ministro Ministra Cármen Lúcia acata pedido do procurador-geral e autoriza investigação em relação ao suposto

envolvimento do titular do Esporte, Orlando Silva, em esquema de desvio de verbas

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A pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgada ontem, em Cuiabá, sobre o perfil das víti-mas de trabalho escravo, definiu também quem são os fazen-deiros acusados de explorar os trabalhadores: a maioria deles nasceu no Sudeste, mora nas regiões próximas às lavouras (Norte, Nordeste e Centro-Oeste), tem curso superior e de-

clarou como profissões pecuarista, agricultor, veterinário, comerciante, gerente, consultor e parlamentar. O relatório afirma que as formas contemporâneas de escravidão incluem trabalhos forçados em jornadas extremamente longas, condi-ções de alojamento sub-humanas e o quase aprisionamento das pessoas por dívidas aos patrões que não cessam.

estado de mInas - p. 11 - 26.10.2011GIro pelo brasIl

Karla Correia e Alana RizzoBrasília – Em busca de uma agenda positiva em meio

ao escândalo no Ministério do Esporte, o governo articulou durante todo o dia de ontem para viabilizar a aprovação, na Câmara dos Deputados, da nova legislação de combate à la-vagem de dinheiro. O parecer ao texto foi finalizado poucas horas antes da sessão extraordinária que aprovou o projeto no plenário. A nova lei abre o leque de crimes considera-dos antecedentes para a lavagem de dinheiro. Na prática, a tentativa de tornar legal qualquer recurso obtido a partir de prática criminosa será inscrita na nova legislação.

Antes da lei, apenas oito tipos de atividades criminosas poderiam caracterizar a lavagem. “A nova legislação é fun-damental para o aumento da eficiência do Estado no com-bate à lavagem de dinheiro e importante para a recuperação de recursos desviados tanto na prática do crime precedente quanto na lavagem dos recursos em si”, diz o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Marivaldo de Castro Pereira.A aprovação da proposta também atende a recomendação do Grupo de Ação Financeira (Gafi), que acompanha mundialmente o combate à lavagem de dinheiro. O Brasil passará por uma nova avaliação do órgão no ano que vem. Com a nova lei, contravenções como o jogo do bi-cho ou os bingos passam a ser incluídas no rol de atividades que podem ter seus recursos investigados. A proposta tam-bém aumenta o número de operações financeiras e empresas obrigadas a prestar informações ao Conselho de Controle de

Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fa-zenda encarregado de combater a lavagem de dinheiro.

R$ 20 milhões Pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção imobiliária ou compra e venda de imóveis, alienação ou aquisição de direitos sobre contratos em atividades desportivas – como compra e venda de joga-dores de futebol — ou artísticas passam a ser enquadradas nessa legislação. A multa para quem não informar as movi-mentações ao Coaf tem o valor elevado dos atuais R$ 200 mil para R$ 20 milhões. “Isso faz com que a nova legisla-ção atinja aquelas empresas de grande porte, para as quais o valor antigo da multa tinha um impacto pequeno”, explica Marivaldo Pereira. Outra mudança importante é a alienação antecipada de bens, instrumento que permite à Justiça tomar posse e vender bens que possam ter sido adquiridos com di-nheiro “lavado”, provenientes de supostas atividades crimi-nosas, ainda durante o processo de investigação.

Segundo o relator do texto, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), os bens apreendidos poderão ser vendidos e os re-cursos resultantes serão depositados em juízo, à espera dos resultados da investigação, o que impede perdas financei-ras com a desvalorização. Seguindo essa mesma lógica, os bens apreendidos, como carros e aviões, também não vão mais poder ser utilizados pelas autoridades judiciais, como ocorre hoje, mesmo que em operações policiais. Aprovado na Câmara, o texto volta para o Senado antes de seguir para sanção presidencial

estado de mInas - p. 15 - 26.10.2011 conGresso

Cerco à lavagem de dinheiro é aprovado Proposta aumenta poder de investigação do Coaf e institui medidas

para facilitar a recuperação dos recursos desviados

Alana Rizzo O Senado aprovou ontem o projeto de lei que estabele-

ce o fim do sigilo eterno de informações e facilita o acesso a documentos públicos nos três poderes da República, em todos os níveis de governo. A Lei de Acesso à Informação teve voto contrário apenas do PTB. A divulgação desses da-dos deverá ser feita por portais da transparência na internet. O texto segue agora para a sanção presidencial.

Pelo projeto, que teve oposição ferrenha dos ex-presi-dentes da República, os hoje senadores José Sarney (PMDB-AP) e Fernando Collor (PTB-AL), nenhum documento po-derá ficar mais de 50 anos com acesso restrito. A proposta classifica as informações sigilosas entre: reservadas (cinco

anos de sigilo); secretas (15 anos); e ultrassecretas (25 anos). Os prazos podem ser prorrogados uma vez. Uma Comissão Mista de Reavaliação de Informações, composta por inte-grantes dos três Poderes, será criada e terá a responsabili-dade de reclassificar todos os documentos no prazo de dois anos.

O projeto aprovado foi o mesmo definido pela Câmara dos Deputados, que limitava o número de prorrogações do tempo previsto de sigilo. Agora, o tempo máximo em que um documento poderá permanecer sob acesso restrito será de 50 anos. A proposta inicial do Executivo não estabelecia prazo para as prorrogações do segredo de documentos clas-sificados como ultrassecretos.

estado de mInas - p. 4 - 26.10.2011 conGresso

Cai o sigilo eterno

trabalho escravo

Maioria dos patrões é da Região Sudeste

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São Paulo. Pesquisa da Organização Internacional do Trabalho (OIT) divulgada ontem revela que 59,7% das 121 pessoas encontradas pelo governo federal em condição de trabalho escravo entre outubro de 2006 e julho de 2007 já haviam passado por essa situação anteriormente.

Esses trabalhadores já tinham vivenciado experiências de privação de liberdade por conta da distância geográfica das fazendas, da servidão por dívida ou coação por parte de seguranças armados. Para a entidade, a presença de reincidentes é uma clara demonstração de que a fiscalização no Brasil não é suficiente para atingir as causas estruturais do problema.

Dos entrevistados que relataram experiências anteriores com priva-ção de liberdade no trabalho, 44,5% foram impedidos de deixar o serviço porque o “gato” - o recrutador de mão de obra - ou o gerente da fazenda, distante ou de difícil acesso, não forneceu transporte. Dívidas impediram o abandono para 32,8%, a existência de seguranças armados foi moti-vo para 15,1% dos trabalhadores e castigos físicos foram relatados por 11,8%. “As situações analisadas ocorreram em vários Estados, sendo os mais frequentes o Pará, a Bahia, o Mato Grosso e Goiás”, afirma o do-cumento “Perfil dos Principais Atores Envolvidos no Trabalho Escravo Rural no Brasil”. Maranhão, Paraíba e Piauí são exportadores deste tipo de mão-de-obra. Segundo a OIT, a agropecuária continua sendo o setor de maior concentração de trabalho escravo, sobretudo nas fazendas de cana-de-açúcar e produção de álcool, como é o caso do Pará; plantações de arroz (Mato Grosso); culturas de café, algodão e soja (Bahia); lavoura de tomate e cana (Tocantins e no Maranhão).

Praticamente todos os entrevistados, ou 92,6%, iniciaram sua vida profissional antes dos 16 anos. A idade média para o começo da vida de trabalho é de 11,4 anos, mas 40% deles iniciaram antes dessa idade. Na maioria dos casos (69,4%), o trabalho era realizado no âmbito familiar, enquanto 10% já prestavam serviço para um empregador junto com a fa-

mília e 20,6% diretamente para um patrão.De acordo com a OIT, dos trabalhadores que passaram por situações

anteriores de privação de liberdade, apenas nove (12,6%) haviam sido resgatados pelo Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM). Para o coordenador do projeto de Combate ao Trabalho Escravo da OIT, Luiz Machado, muitos casos não chegam às autoridades por conta da falta de denúncias.

explorador

Patrões têm curso superior São Paulo. O relatório da Organização Internacional do Trabalho

mostra que os empregados resgatados de atividades análogas à escravidão e os recrutadores de mão de obra os chamados “gatos” têm perfis muito semelhantes em relação à cor da pele, região de nascimento, composição familiar e escolaridade. Na maioria, ambos são negros ou pardos, nasce-ram no Nordeste e possuem baixa escolaridade.

A OIT destaca também a baixa qualificação dos trabalhadores: 85% nunca fizeram nenhum tipo de curso profissional. “Encontram (os tra-balhadores) no trabalho rural temporário a única possibilidade de obter algum rendimento monetário que permita sustentar a família e a eles pró-prios”, afirma o relatório.

Características bem diferentes dos empregadores, compostos em sua maioria por brancos e com ensino superior completo.

Com base na Lista Suja do Ministério do Trabalho, entrevistas com os fazendeiros, o relatório concluiu que a maioria deles nasceu no Sudeste, mas mora nas regiões próximas às lavouras (Norte, Nordeste e Centro-Oeste). Eles declararam como profissões pecuarista, agricultor, veterinário, comerciante, gerente e parlamentar. São filiados ao PMDB, PSDB e PR.

o tempo - p. 15 - 26.10.2011Exploração.Organização Internacional do Trabalho traça perfil da mão-de-obra escrava

Maioria libertada volta ao trabalho escravo no paísQuase 60% das pessoas libertadas não têm outra opção de sobrevivência

estado de mInas - p. 9 - 26.10.2011

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