29 - Algumas Palavras Sobre o Arquetipo Do Heroi e o Complexo de Poder - Fabricio Moraes

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    Algumas palavras sobre o Arqutipo do Heri e o

    Complexo de poder

    05 de novembro 2010

    Uma das imagens arquetpicas mais conhecidas a do heri. Os heris sopersonagens fundamentais em todas as mitologias

    Entretanto eu gostaria de pensar o heri de uma forma menos arquetpica,para pensarmos sua manifestao pessoal, isto , atravs do complexo. Digoisso, pois, muitas vezes j reparei que ao falarmos de processo deenfrentamento, onde se manifesta a dinmica do heri, nos referimos sempreao arqutipo e, geralmente, nos esquecemos do complexo envolvido.

    Mas, para pensarmos essa dinmica arquetpica, devemos considerar primeiroalguns aspectos do heri, seguindo a explanao de Joseph Campbell.

    O Mito Heri

    Etimologicamente, (hros) talvez se pudesse aproximar do indo-europeu serv, da raiz ser-, de que provm o avstico haurvaiti, "ele guarda" eo latim serure, "conservar, defender, guardar, velar sobre, ser til", dondeheri seria o "guardio, o defensor, o que nasceu para servir".(BRANDO,1987, p.15)

    Quando falamos em Heri, falamos de uma personagem mtico que vive nolimiar entre o mundo humano e o mundo dos deuses. Por vezes, o heri defensor do cosmos, protegendo o mundo contra as foras do caos, fazendocom que o mundo continue existindo, em outros momentos ele o prprioagente de transformao, derrubando regimes corruptos e decadentes,propiciando a renovao da vida.

    Esse estar entre dois mundos fez com que o heri fosse visto como sendo ele

    prprio estivesse entre os deuses e os homens. Entre os gregos, os heriseram uma categoria a parte, haviam os imortais(que chamamos de deuses), osmortais (humanos) e os heris, que em sua maioria possuam umaascendncia divina, ou que haviam conquistado as graas de um deus. Emoutras mitologias, como a nrdica, os heris no eram filhos ou descendentes,mas protegidos ou escolhidos pelos deuses, que lhes capacitavam para umadada misso. Essa caracterstica do heri, de ser um escolhido ou

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    A jornada do heri, como proposta por Joseph Campbell, pode ser resumidaem trs atos: Partida-Iniciao-Retorno.

    A Partidacorresponde o inicio da aventura.

    O Chamado Aventurapode por um processo natural, isto , pode serconsequncia da vivncia do heri ou o heri se coloca a disposio pararealizar o feito, como no conto do circulo arturiano Sir Gawain e o CavaleiroVerde , quando no ano-novo um cavaleiro verde aparece na corte do ReiArthur, pedindo/desafiando que um dos cavaleiros presentes lhe d um golpe

    de machado no pescoo e que em um ano, fosse na capela Verde, para

    receber o golpe de volta, Arthur se prontifica, mas, Gawain se prontifica,

    solicitando que o Rei permitisse que ele assumisse o desafio. Esse umexemplo, da aceitao natural ao chamado.

    Outra possibilidade quando o heri envolvido pela aventura e, quando se

    d conta, j est no meio da aventura, esse cair de pra-quedas na aventura muito comum nos contos de fadas. Um exemplo, so as histrias de Simbad,o Marinho, narradas nas Mil e Uma Noites, onde, Simbad, j velho e prsperocomerciante, narra a um homem pobre e invejoso, como ele se tornou rico eprospero, e que foi o destino e lhe levou as grandes aventuras.

    Esse primeiro estgio da jornada mitolgica quedenominamos aqui "o chamado da aventura" significaque o destino convocou o heri e transferiu-lhe o centro degravidade do seio da sociedade para uma regio

    desconhecida. Essa fatdica regio dos tesouros e dosperigos pode ser representada sob vrias formas: comouma terra distante, uma floresta, um reino subterrneo, aparte inferior das ondas, a parte superior do cu, uma ilhasecreta, o topo de uma elevada montanha ou um profundoestado onrico. Mas sempre um lugar habitado por seres

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    estranhamente fluidos e polimorfos, tormentosinimaginveis, faanhas sobre-humanas e delciasimpossveis.(CAMPBELL,2005, p.66)

    Campbell aponta que o chamado pode ser recusado, quando o heri se recusa,

    cai sobre ele passa ter uma existncia vazia, se tornando ele mesmo um viloou pode ser amaldioado pelas divindades, e muitas vezes, ele prprio deveser salvo por um futuro heri que aceitou o chamado (discutiremos mais afrente a recusa, quando falarmos do complexo de poder).

    No inicio da Aventura, h como caracterstica o auxilio sobrenatural,isto ,alguma figura sobrenatural(como animal falante), um deus, ou um ancio ouanci lhes do conselhos e/ou instrumentos que lhes permitem seguir em suaempreitada. Aps o encontro, com esse sobrenatural, o heri levado ao

    limiar.Chamado por Campbell, como A passagem pelo primeiro limiar, que justamente quando o heri deixa o mundo conhecido e entra no desconhecido.Ao chegar no limiar, o heri passa pelo primeiro teste, que enfrentar oguardio do limiar, esse guardio separa os limites do mundo conhecido, demodo, que nenhum homem comum pode atravessar esse limiar, esse guardiopoder tentar seduzir os heris (como as sereias, a Iara, o boto), ou tentarassustar e enganar o heri levando-o a um destino trgico (como faz o coiotenos mitos indgenas norte americanos, ou o curupira em nosso folclore). Ou

    mesmo, poder ir propor um desafio que pode ser o combate fsico ou mesmoque heri lhe traga um objeto(quase impossvel) de se conseguir.

    A passagem pelo primeiro limiar pode assumir a forma de renascimento, namitologia representado pelo ventre da baleia,em nossa cultura o maisconhecido o profeta bblico Jonas, mas, outros personagens mticos como oheri irlands, Finn MacCool, o grego Hracles, o heri trapaceiro Corvo dosesquims, o polinsio Maui, todos passaram pelo ventre da baleia ou dogrande peixe ou do monstro marinho.

    Aps a travessia pelo primeiro limar, o heri exposto as provaes quevo inicia-lo num desenvolvimento de ordem superior. Aqui o heri no contarapenas com sua fora ou astcia, mas, estar por inteiro na aventura.

    Tendo cruzado o limiar, o heri caminha por uma paisagemonrica povoada por formas curiosamente fluidas eambguas, na qual deve sobreviver a uma sucesso de

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    provas. Essa a fase favorita do mito-aventura. Elaproduziu uma literatura mundial plena de testes eprovaes miraculosos. O heri auxiliado, de formaencoberta, pelo conselho, pelos amuletos e pelos agentessecretos do auxiliar sobrenatural que havia encontradoantes de penetrar nessa regio. Ou, talvez, ele aquidescubra, pela primeira vez, que existe um poder benigno,em toda parte, que o sustenta em sua passagem sobre-humana (CAMPBELL, 2005, 102.)

    No caminho das provaes o heri dever enfrentar desafios de todas asordens, seja os monstruosos ou dos prazeres. Nesse caminho, o heri serlevado ao encontro e confronto das foras primordiais: o amor e o poder. Essesdois so representadas pela figura da Deusa(ora me, ora amante) e do Deus

    Pai.

    No geral, o confronto com as foras criadoras (a Deusa-me e o Deus-Pai), nocaso da Deusa-me heri a encontra como a devoradora, a que aprisiona emseu prprio tero, vencer esta me primordial(catica) o primeiro passo paraser realmente homem, e assim, poder encontrar a deusa-rainha.

    O encontro com a deusa (que est encarnada em todamulher) o teste final do talento de que o heri dotadopara obter a bno do amor (caridade: amor fati ), que a

    prpria vida, aproveitada como o invlucro daeternidade.(CAMPBELL,2005, p.119)

    O confronto com o deus (muitas vezes figurado como monstro, o ogro) consistenum encontro e num reconhecimento. Isso pode se dar pela via do confrontodireto (o deus como um monstro a ser derrotado) ou pelas tarefas que faro opai reconhecer o filho-heri. Esse processo, permite ao heri se tornar um como pai ou compreender o pai, que na verdade, o amadurecimento, apossibilidade de vislumbrar uma dimenso, ento, impossvel para o mesmo.

    O problema do heri que vai ao encontro do pai consisteem abrir sua alma alm do terror, num grau que o tornepronto a compreender de que forma as repugnantes einsanas tragdias desse vasto e implacvel cosmo socompletamente validadas na majestade do Ser. O heritranscende a vida, com sua mancha negra peculiar e, por

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    um momento, ascende a um vislumbre da fonte. Elecontempla a face do pai e compreende. E, assim, os doisentram em sintonia.(CAMPBELL,2005, p 142.)

    Aps completar sua busca, vencer seus desafios, o heri deve retornar a sua

    ptria, aqui ele tambm recebe, no geral, ajuda sobrenatural para realizar suaviagem de retorno ou sua fuga milagrosa.

    Devemos ressaltar que apesar haver diferentes tipos de heri, a estrutura daaventura a mesma.

    O Arqutipo do Heri e a experincia pessoal : Complexo de poder

    Aps observarmos a estrutura do mito do heri, podemos compreender umpouco mais acerca do arqutipo do heri. Afinal, o mito do heri umarepresentao do arqutipo do heri na cultura. No podemos perder de vista,que os arqutipos so padres de organizao psquica, culturalmentepercebemos essa organizao a partir da repetio sistemtica dos temas

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    mitolgicos (criao, maternidade, morte, enfrentamento de adversidades) quenos permite uma orientao nas diversas situaes da vida.

    Em nossa experincia pessoal, os arqutipos se configuram como um eixotemtico em torno do qual as experincias pessoais sero apreendidas e

    ordenadas, dando origem aos complexos. Por exemplo, as experinciasvinculadas a maternidade (nutrio, acolhimento/proteo) daro origem aocomplexo materno.

    No caso especfico do heri, no h na literatura em portugus uma refernciaclara ao complexo oriundo do arqutipo do heri, eu particularmente,compreendo que heri a imagem representacional do arqutipo, por isso, euprefiro chamar essa configurao pessoal de complexo de potncia oucomplexo de poder.

    O complexo de poder agrega a si todas as experincias do individuo no tangeenfrentamentos, mudanas, a capacidade suportar a adversidade,frustraes. Desde cedo somos incentivados (ou no) a enfrentar a realidadeexterna, o meio. Um individuo que desde cedo sentiu segurana, apoio eestabilidade nas relaes parentais, vai construir um repertrio de experinciasque vo possibilitar uma maior segurana no futuro, isto , um complexo depotncia que vai sustentar o Ego na sua relao frente a vida.

    Devemos lembrar, que mesmo os que no tiveram condies de vivenciar em

    suas famlias experincias positivas, tm outros referenciais que so oferecidosculturalmente (que normalmente, complementam o aprendizado domstico)que so as narrativas mticas (as mais comuns so histrias da bblia), contosde fadas (que hoje identificamos tambm com os super-heris oupersonagens de TV e quadrinhos), identificao com pessoas (atletas ouempresrios), que mobilizam o individuo a novas possibilidades.

    O complexo de poder est intimamente relacionado com o aspecto teleolgicoda psique, isto , o complexo de poder no s agrega as experincias deenfrentamento a si, mas, possibilita ao ego um direcionamento futuro, trazendo

    em si um potencial de ao e mudana, muitas vezes, impelindo o Ego aoenfrentamento.

    Como todo complexo, o de poder no foge aos aspectos histricos individuo,isto , ele no se configura apenas como um polo criativo. Pois, quando umindividuo tem mais experincias de frustrao, de abandono e insegurana, suaexperincia negativa tambm vai moldar negativamente este complexo,

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    fazendo com que o individuo se torne por demais ansioso, temeroso, inseguroe evitando as situaes de conflito, nessa forma de configurao conhecemosesse complexo pelo nome dado por Adler : complexo deinferioridade. Quando falamos do complexo de inferioridade devemos terateno, pois, saindo da perspectiva de Adler, a inferioridade em si no gera ocomplexo, quando nos referimos ao complexo de inferioridade estamos falandoda uma face do complexo de poder.

    importante prestarmos ateno ao fato de que os complexos estointerligados, assim, as experincias muitas vezes se somam positivamente ounegativamente. Ningum tem exclusivamente experincias positivas ounegativas na vida. Quando sofremos muito em nossa vida, a tendncias nostornarmos defensivos, evitando mais sensaes de dor, achamos que nodamos conta das experincias ou das situaes. Muitas vezes, gerando

    sentimentos e pensamentos negativos em relao a ns mesmos. No geral,desvalorizando as conquistas que tivemos na vida e assim, podemos noperceber o lado criativo do complexo de poder.

    Em psicoterapia importante observarmos quais so os complexos que estoem relao com o complexo de poder, que fortalecem a perspectiva negativafrente a vida. Uma vez que o individuo perceba essas relaes, para assim, sepermitir novos movimentos. No geral, o complexo de poder est intimamenteligado a ansiedade, pois, nele reside grande parte da nossa referencia deconfiana e segurana.

    A ansiedade uma funo de proteo natural, que evita que assumamosriscos desnecessrios, entretanto, com o nosso mundo contemporneo, ondeas realidade fluida, regida pelas incertezas, a nos leva sempre semprequestionar ser que dou conta? e cada passo que damos sempre um passorumo as duvidas. A ansiedade exagerada ou o excesso de inseguranaexpressam nossa dificuldade no s de lidar com o que vai vir, mas, tambm,de lidar com nossa histria, com nossas conquistas, perdemos a noo daspossibilidades. A ansiedade, como uma sensao de despreparo para a vida,

    gera uma limitao em nossa percepo de realidade, que se resume sedaremos conta ou no.

    Quando nos remetemos ao arqutipo do heri, temos uma referenciainteressante: o heri nunca da conta de tudo sozinho. Sempre recebe oauxilio sobrenatural ou a ajuda de amigos. Por isso, quando compreendemosque os mitos so modelos exemplares (segundo Eliade), que nos orientam em

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    como reagir nas mais diversas situaes da vida, ns temos um excelenteinstrumento de referncia para alm da experincia individual.

    Sofremos com a ansiedade, quando tentamos dar conta de tudo sozinhoscometemos, o que na mitologia grega seria o pecado do heri, isto , a

    hybris, a desmensura, excesso, ou o orgulho, que no nos permitecompreender o nosso real papel e que nos conduz ao fracasso. Indo na Navida aprendemos o quanto precisamos dos outros, aprendemos que crescer crescer juntos. interessante que nos contos de fadas contemporneos nosdizem justamente isso, quando lemos O Senhor do Anis, Harry Potter ouPercy Jackson, vemos a importncia de compreender que herosmo ouenfrentamento no significa que tenha de ser sozinho.

    Quando associamos o complexo de poder ao arqutipo do heri, podemos

    compreender no s o que fazemos, mas, sobretudo, o que devemos fazer.Nossa psique visa sempre o desenvolvimento, isto , o crescimento individual ecoletivo. Muitas vezes, ns fazemos escolhas que geram estagnao,paralisando nossa vida. Muitas vezes, quando recusamos o chamado aaventura isto , recusamos o nosso prprio desenvolvimento (seja pelo medoou por no termos, naquele momento, melhores opes) podemos gerar oadoecimento.

    Com freqncia, na vida real, e com no menos freqncia,nos mitos e contos populares, encontramos o triste caso do

    chamado que no obtm resposta; pois sempre possveldesviar a ateno para outros interesses. A recusa convocao converte a aventura em sua contrapartenegativa. Aprisionado pelo tdio, pelo trabalho duro ou pela"cultura", o sujeito perde o poder da ao afirmativa dotadade significado e se transforma numa vtima a ser salva. Seumundo florescente torna-se um deserto cheio de pedras esua vida d uma impresso de falta de sentido mesmoque, tal como o rei Minos, ele possa, atravs de um esforo

    tirnico, construir um renomado imprio. Qualquer queseja, a casa por ele construda ser uma casa da morte;um labirinto de paredes ciclpicas construdo paraesconder dele o seu Minotauro. Tudo o que ele pode fazer criar novos problemas para si prprio e aguardar agradual aproximao de sua desintegrao. (CAMPBELL,2005, p. 66-7 )

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    O complexo de poder (assim, como sua contrapartida impessoal, o arqutipodo heri) nos impele ao futuro, nos incomoda sempre que estagnamos, ou nosgera ansiedade ou temor no para nos paralisar, mas, para nos alertar dosperigos para assim criarmos novas estratgias, buscarmos ajuda, criar novosmeios.

    Referencias Bibliogrficas

    BRANDO, Junito. Dicionrio Mtico-Etimolgico. Petrpolis: Vozes, 1997, vol.I.

    CAMPBELL, Joseph. O heri de mil faces. 10. ed. SoPaulo:Cultrix/Pensamento, 2005