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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE LOUSADA ESTE - EB/2,3 de Caíde de Rei Nome_________________________________________________________ Nº______ Turma_______ Assinatura da professora______________________________ Classificação________________________ Assinatura do encarregado de educação_____________________________________________________ GRUPO I Grupo I - Compreensão/ Interpretação Lê com muita atenção o texto e o questionário antes de responder. A distância entre as duas margens não era grande e João Sem Medo morria de fome. Não hesitou, pois. Despiu-se e com a trouxa de roupa à cabeça penetrou no líquido esverdinhado de limos 1 , crente de que alcançaria facilmente a nado o laranjal apetecido. Mas aconteceu então este fenómeno incrível: à medida que o nadador se aproximava da outra margem, a água aumentava de volume e a lagoa dilatava-se. Por mais esforços que despendesse para fincar as mãos na orla do lago, só encontrava água unicamente. A terra afastava--se. - Bonito! Estou dentro dum lago elástico – descobriu João Sem Medo, esbaforido. Mas fiel ao seu sistema de persistência energética não renunciou ao combate. As margens desviam-se, mas o rapaz nadava, nadava sempre, com confiança plena nos seus braços, na força de vontade de vencer. - Eh! Alma do diabo, sofre! – Instigou-se por fim uma onda a deitar os bofes de espuma pela boca fora. Um peixe insurgiu-se com voz mole. - Assim não vale! Vê se acabas com isso. Eu e os meus camaradas peixes queremos dormir em sossego. Vamos, chora! Uma gaivota baixava de vez em quando para lhe insinuar, baixinho: - Então? Torna-te infeliz. Soluça. Berra. Chora. Lembra-te de que seguiste o Caminho da Infelicidade. Não faças essa cara de quem ganhou a sorte grande. Por último, uma coruja de mitra 2 pequenina na cabeça e venda nos olhos – para voar de dia e de noite em perpétua escuridão – segredou-lhe ao ouvido: - Queres laranjinhas? Ouve a minha sugestão: representa a comédia da dor. Finge que sofres muito, sê hipócrita. Mente. Pede a esmolinha de uma laranja por amor de Deus. Vá! Não sejas tolo. Chora. Como única resposta, João Sem Medo repeliu a coruja, fez das tripas coração e desatou a cantar à sobreposse 3 . Então, ao som do seu canto, por fora tão vibrante e viril, a fúria das águas amainou 4 . O rugir das ondas amorteceu lentamente. Um murmúrio de desistência soprou pela superfície do lago. E João Sem Medo, com algumas

2º Teste 7ºano- Conto - Caídederei

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teste de avaliação 7º ano

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Nome_________________________________________________________ N______ Turma_______

Assinatura da professora______________________________ Classificao________________________

Assinatura do encarregado de educao_____________________________________________________

GRUPO I

Grupo I - Compreenso/ Interpretao

L com muita ateno o texto e o questionrio antes de responder.

A distncia entre as duas margens no era grande e Joo Sem Medo morria de fome. No hesitou, pois. Despiu-se e com a trouxa de roupa cabea penetrou no lquido esverdinhado de limos1, crente de que alcanaria facilmente a nado o laranjal apetecido.

Mas aconteceu ento este fenmeno incrvel: medida que o nadador se aproximava da outra margem, a gua aumentava de volume e a lagoa dilatava-se. Por mais esforos que despendesse para fincar as mos na orla do lago, s encontrava gua unicamente. A terra afastava--se.

- Bonito! Estou dentro dum lago elstico descobriu Joo Sem Medo, esbaforido.

Mas fiel ao seu sistema de persistncia energtica no renunciou ao combate.

As margens desviam-se, mas o rapaz nadava, nadava sempre, com confiana plena nos seus braos, na fora de vontade de vencer.

- Eh! Alma do diabo, sofre! Instigou-se por fim uma onda a deitar os bofes de espuma pela boca fora.

Um peixe insurgiu-se com voz mole.

- Assim no vale! V se acabas com isso. Eu e os meus camaradas peixes queremos dormir em sossego. Vamos, chora!

Uma gaivota baixava de vez em quando para lhe insinuar, baixinho:

- Ento? Torna-te infeliz. Solua. Berra. Chora. Lembra-te de que seguiste o Caminho da Infelicidade. No faas essa cara de quem ganhou a sorte grande.

Por ltimo, uma coruja de mitra2 pequenina na cabea e venda nos olhos para voar de dia e de noite em perptua escurido segredou-lhe ao ouvido:

- Queres laranjinhas? Ouve a minha sugesto: representa a comdia da dor. Finge que sofres muito, s hipcrita. Mente. Pede a esmolinha de uma laranja por amor de Deus. V! No sejas tolo. Chora.

Como nica resposta, Joo Sem Medo repeliu a coruja, fez das tripas corao e desatou a cantar sobreposse3.

Ento, ao som do seu canto, por fora to vibrante e viril, a fria das guas amainou4. O rugir das ondas amorteceu lentamente. Um murmrio de desistncia soprou pela superfcie do lago. E Joo Sem Medo, com algumas braadas vigorosas e seguras logrou pr o p em terra perto do laranjal carregado de pomos de ouro.

Claro, correu logo como um doido para a rvore mais prxima sfrego de engolir meia dzia de laranjas. Mas, num lance espectacular, os frutos diminuram rapidamente de volume at atingirem o tamanho de berlindes e zs! Com um estoiro despedaaram-se no ar.

Humilhado, e a contar com nova surpresa desagradvel, abeirou-se de outra laranjeira. Desta vez, porm, as laranjeiras transformaram-se em cabeas de bonecas doiradas e deitaram-lhe a lngua de fora.

- A partida anterior teve muita graa! - Observou Joo Sem Medo. ()

Ento, numa tentativa suprema, Joo Sem Medo acercou-se de outra rvore, sorrateiramente, em bicos de ps.

Tudo intil. Como se estivessem combinadas, as laranjas e as tangerinas do pomar desprenderam-se dos troncos, abriram pequeninas asas azuis e comearam a subir serenamente no cu.

Apesar da fome, Joo Sem Medo, com os olhos fixos no espetculo maravilhoso das bolas de ouro a voarem, no pde reprimir este clamor de entusiasmo, braos erguidos para o ar:

- Parabns, Mago. Parabns e obrigado por este instante, o mais belo e bem vivido da minha vida. Obrigado. Mas agora ouve o que te peo: desiste de me perseguir. Convence-te de que, para mim, a felicidade consiste em resistir com teimosia a todas as infelicidades. E vai maar outro. Ouviste? Vai maar outro.

Jos Gomes Ferreira, Aventura de Joo Sem Medo, Diabril, (texto com supresses)

Vocabulrio

1limos - Plantas da famlia das algas, que cobrem com um tapete verde a superfcie das guas estagnadas.

2mitra - Cinta, faixa para a cabea, diadema.

3sobreposse - excessivamente, em desafio.

4amainou - acalmou.

1. Apresenta a razo pela qual Joo Sem Medo atravessa a lagoa a nado, apesar do lquido esverdinhado de limos.

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2. Aps mergulhar na lagoa, algo de muito invulgar acontece.

2.1.Transcreve do segundo pargrafo a frase que se refere a esse acontecimento.

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3. Rel a frase Mas fiel ao seu sistema de persistncia enrgica no renunciou ao combate.

Explica o sentido das palavras do narrador.

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4. Identifica as diversas personagens secundrias que interpelam Joo Sem Medo durante a travessia da lagoa.

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5. Mantendo a sua atitude positiva e persistente, Joo alcana a margem e tenta deliciar-se com as apetitosas laranjas.

5.1. Enumera os trs acontecimentos surpreendentes que impediram Joo de realizar o seu desejo.

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6. Aps as inacreditveis peripcias, Joo Sem Medo dirige ao Mago uma mensagem onde apresenta a sua opinio sobre a palavra felicidade.

6.1. Diz, por palavras tuas, qual a definio apresentada pelo protagonista.

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7. Classifica o narrador do texto quanto sua presena e apresenta marcas textuais que comprovem a tua resposta.

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8. Transcreve do texto exemplos dos seguintes modos de representao: narrativa, descrio.

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8.1 Justifica a tua resposta, referindo as marcas textuais que caracterizam cada um dos exemplos.

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GRUPO II- Conhecimento Explcito da Lngua

1. Atenta na seguinte frase: Um peixe insurgiu-se com voz mole.

1.1 Identifica os seus constituintes frsicos.

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2. Passa para a voz passiva a frase que se segue.

Ontem, tu leste esta obra turma.

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3. Escreve a frase na voz ativa.

As personagens eram apresentadas pelo professor com mestria.

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4. Identifica e classifica os quantificadores presentes nas seguintes frases:

a) A distncia entre as duas margens no era grande e Joo Sem Medo morria de fome.

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b) E Joo Sem Medo, com algumas braadas vigorosas e seguras logrou pr o p em terra

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GRUPO III Produo escrita

Num texto bem estruturado, reconta por palavras tuas um conto tradicional que tenhas ouvido e do qual tenhas gostado. O texto ter de ter no mnimo 10 linhas e no mximo 20.

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A professora: Ftima Mendona

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE LOUSADA ESTE - EB/2,3 de Cade de Rei

2 Prova de Avaliao de LNGUA PORTUGUESA - 7 Ano novembro de 2013

Antes de escreveres o texto, toma ateno s seguintes indicaes:

- Tenta estabelecer com clareza o teu ponto de vista sobre o assunto, de modo a que as tuas afirmaes e raciocnios sejam coerentes e faam sentido.

- Organiza o texto de modo a que tenha introduo, desenvolvimento e concluso, estabelecendo pargrafos sempre que for necessrio.

- Tenta exprimir-te corretamente, tendo em ateno a construo das frases, a ortografia, a acentuao, a escolha do vocabulrio adequado e a pontuao.

- Elabora um rascunho para que possas corrigir o que for necessrio.

Depois de escreveres o texto, rel-o com muita ateno antes de entregares o teu teste.