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ntegrando as TIC's na Educação Início TV e Vídeo Fotografia Mídia Impressa Blog Mapas Vídeos Textos Texto 1: Caminhos para a aprendizagem inovadora José Manuel Moran De tudo, de qualquer situação, leitura ou pessoa podemos extrair alguma informação ou experiência que nos pode ajudar a ampliar o nosso conhecimento, para confirmar o que já sabemos, para rejeitar determinadas visões de mundo, para incorporar novos pontos de vista. Um dos grandes desafios para o educador é ajudar a tornar a informação significativa, a escolher as informações verdadeiramente importantes entre tantas possibilidades, a compreendê-las de forma cada vez mais abrangente e profunda e a torná-las parte do nosso referencial. Aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos, sentimos. Aprendemos quando relacionamos, estabelecemos vínculos, laços entre o que estava solto, caótico, disperso, integrando-o em um novo contexto, dando-lhe significado, encontrando um novo sentido. Aprendemos quando descobrimos novas dimensões de significação que antes se nos escapavam, quando vamos ampliando o círculo de compreensão do que nos rodeia, quando como numa cebola, vamos descascando novas camadas que antes permaneciam ocultas à nossa percepção, o que nos faz perceber de uma outra forma. Aprendemos mais quando estabelecemos pontes entre a reflexão e a ação, entre a experiência e a conceituação, entre a teoria e a prática; quando ambas se alimentam mutuamente. Aprendemos quando equilibramos e integramos o sensorial, o racional, o emocional, o ético, o pessoal e o social. Aprendemos pelo pensamento divergente, através da tensão, da busca e pela convergência – pela organização, integração. Aprendemos pela concentração em temas ou objetivos definidos ou pela atenção difusa, quando estamos de antenas ligadas, atentos ao que acontece ao nosso Compartilhar 0 mais Próximo blog»

3. Artigo - TIC's Na Educação_ Textos

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Tecnologias de Informação na Educação - Moran

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  • Integrando as TIC's na Educao

    Incio TV e Vdeo Fotografia Mdia Impressa Blog Mapas OA Teste

    Vdeos

    Textos

    Texto 1:

    Caminhos para a aprendizagem inovadora

    Jos Manuel Moran

    De tudo, de qualquer situao, leitura ou pessoa podemos extrair alguma

    informao ou experincia que nos pode ajudar a ampliar o nosso conhecimento,

    para confirmar o que j sabemos, para rejeitar determinadas vises de mundo,

    para incorporar novos pontos de vista.

    Um dos grandes desafios para o educador ajudar a tornar a informao

    significativa, a escolher as informaes verdadeiramente importantes entre

    tantas possibilidades, a compreend-las de forma cada vez mais abrangente e

    profunda e a torn-las parte do nosso referencial.

    Aprendemos melhor quando vivenciamos, experimentamos, sentimos.

    Aprendemos quando relacionamos, estabelecemos vnculos, laos entre o que

    estava solto, catico, disperso, integrando-o em um novo contexto, dando-lhe

    significado, encontrando um novo sentido.

    Aprendemos quando descobrimos novas dimenses de significao que antes

    se nos escapavam, quando vamos ampliando o crculo de compreenso do que

    nos rodeia, quando como numa cebola, vamos descascando novas camadas

    que antes permaneciam ocultas nossa percepo, o que nos faz perceber de

    uma outra forma. Aprendemos mais quando estabelecemos pontes entre a

    reflexo e a ao, entre a experincia e a conceituao, entre a teoria e a prtica;

    quando ambas se alimentam mutuamente.

    Aprendemos quando equilibramos e integramos o sensorial, o racional, o

    emocional, o tico, o pessoal e o social.

    Aprendemos pelo pensamento divergente, atravs da tenso, da busca e pela

    convergncia pela organizao, integrao.

    Aprendemos pela concentrao em temas ou objetivos definidos ou pela ateno

    difusa, quando estamos de antenas ligadas, atentos ao que acontece ao nosso

    As pesquisas indicam que os

    estudantes retm:

    * 10% do que lem;

    * 20% do que escutam;

    * 30%do que vem;

    * 50% do vem e escutam;

    * 70% do que se diz e se discute;

    * 90% daquilo que se diz e logo

    se realiza.

    (Norbis, 1971)

    IMPORTNCIA DA INTERAO &AO

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  • Temos muitas chances de interagir, de buscar novas informaes. Somos

    solicitados continuamente a ver novas coisas, a encontrar novas pessoas, a ler

    novos textos. A sociedade - principalmente pelos meios de comunicao - nos

    puxa em direo ao externo e no h a mesma preocupao em equilibrar a

    sada para o mundo com a interiorizao, com o ambiente de calma, meditao

    e paz necessrios para reencontrar-nos, para aceitar-nos, para elaborar novas

    snteses.

    Hoje h mais pessoas voltadas para fora do que para dentro de si, mais

    repetidoras do que criadoras, mais desorientadas do que integradas.

    Interagiremos melhor se soubermos tambm interiorizar, se encontrarmos

    formas mais ricas de compreenso, que levar para novos momentos de

    interao. Se equilibramos o interagir e o interiorizar conseguiremos avanar

    mais, compreender melhor o que nos rodeia, o que somos; conseguiremos levar

    ao outro novas snteses e no sermos s papagaios, repetidores do que

    ouvimos.

    Os processos de conhecimento dependem profundamente do social, do

    ambiente cultural onde vivemos, dos grupos com os que nos

    relacionamos. A cultura onde mergulhamos interfere em algumas dimenses da

    nossa percepo. Um jovem dos anos sessenta se parece com um jovem da

    dcada de noventa, mas, ao mesmo tempo, muitas percepes e valores

    mudaram radicalmente. Do hippie contestador dos anos sessenta passamos

    hoje para um jovem mais conservador, mais preocupado com sua qualidade de

    vida pessoal, com o seu futuro profissional, em querer ter acesso aos bens de

    consumo. um jovem, em geral, menos idealista e com menos sentimentos de

    culpa que os seus prprios pais.

    O conhecimento depende significativamente de como cada um processa as

    suas experincias quando criana, principalmente no campo emocional. Se a

    criana se sente apoiada, incentivada, ela explorar novas situaes, novos

    limites, se expor a novas buscas. Se, pelo contrrio, se sente rejeitada,

    rebaixada, poder reagir com medo, com rigidez, fechando-se defensivamente

    diante do mundo, no explorando novas situaes.

    As interferncias emocionais, os roteiros aprendidos na infncia levam a formas

    de aprender automatizadas por alguns mecanismos, que ajudam e complicam o

    processo. Um deles o da passagem da experincia particular para a geral, o

    processo chamado de generalizao. Com a repetio de algumas situaes

    semelhantes, a tendncia do crebro a de acreditar que elas acontecero

    sempre do mesmo jeito, e isso torna-se algo geral, torna-se padro. Diante de

    novas experincias, a tendncia ser enquadr-las rapidamente nos padres

    anteriores fixados, sem analis-las muito profundamente, a no ser que haja

    divergncias extremamente fortes. Com a generalizao facilitamos a

    compreenso rpida, mas podemos deturpar, simplificar a nossa percepo do

    objeto focalizado. O esteretipo um processo de generalizao e fixao de

    contedo, que se cristaliza e dificilmente se modifica.

    Esses processos de generalizao e de interferncias emocionais levam a

    mudanas, a distores, a alteraes na percepo da realidade. Cada um

    conhece a partir de todos esses filtros, condicionamentos. Muitos dados no so

    sequer percebidos, so deixados de lado antes de serem decodificados. Quando

    h muitos estmulos simultneos, o crebro seleciona os que considera

    principais e corre em busca dos esteretipos e das formas j familiares. Cada

    um pensa que a sua percepo completa e verdadeira e tem dificuldade em

    aceitar as percepes diferentes dos outros.

    Se nossos processos de percepo esto distorcidos, podem levar-nos desde

    pequenos a enxergar-nos de forma negativa, a no avaliar-nos corretamente.

    Conhecer a si mesmo, aos outros, o mundo de forma cada vez mais ampla,

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  • plena e profunda o primeiro grande passo para mudar, evoluir, crescer, ser livre

    e realizar-nos.

    Um dos eixos das mudanas na educao passa pela sua transformao em

    um processo de comunicao autntica e aberta entre professores e alunos,

    principalmente, incluindo tambm administradores, funcionrios e a comunidade,

    principalmente os pais. S vale a pena ser educador dentro de um contexto

    comunicacional participativo, interativo, vivencial. S aprendemos profundamente

    dentro deste contexto. No vale a pena ensinar dentro de estruturas autoritrias e

    ensinar de forma autoritria. Pode at ser mais eficiente a curto prazo - os

    alunos aprendem rapidamente determinados contedos programticos - mas

    no aprendem a ser pessoas, a ser cidados.

    Parece uma ingenuidade falar de comunicao autntica numa sociedade

    altamente competitiva, onde cada um se expe at determinado ponto e, na

    maior parte das vezes, se esconde, em processos de comunicao aparentes,

    cheios de desconfiana, quando no de interaes destrutivas. As organizaes

    que quiserem evoluir tero que aprender a reeducar-se em ambientes mais

    significativos de confiana, de cooperao, de autenticidade. Isso as far crescer

    mais, estar mais atentas s mudanas necessrias.

    As tecnologias nos ajudam a realizar o que j fazemos ou que desejamos. Se

    formos pessoas abertas, elas nos ajudam a ampliar a nossa comunicao; se

    formos fechados, ajudam a controlar mais. Se tivermos propostas inovadoras,

    facilitam a mudana.

    Com ou sem tecnologias avanadas podemos vivenciar processos participativos

    de compartilhamento de ensinar e aprender (poder distribudo) atravs da

    comunicao mais aberta, confiante, de motivao constante, de integrao de

    todas as possibilidades da aula-pesquisa/aula-comunicao, num processo

    dinmico e amplo de informao inovadora, re-elaborada pessoalmente e em

    grupo, de integrao do objeto de estudo em todas as dimenses pessoais:

    cognitivas, emotivas, sociais, ticas e utilizando todas as habilidades disponveis

    do professor e do aluno.

    MORAN, Jos Manuel. Caminhos para a aprendizagem inov adora. Disponvel em

    Acesso em 01 nov 2010.

    Texto 2:

    Os jovens e a apropriao de conhecimento na sociedade atual

    Vani Moreira Kenski

  • Panorama da sociedade atual

    Os tericos que pensam sobre a sociedade, em seu atual estgio de civilizao,

    apresentam alguns pontos comuns, que podem funcionar como marcas, para se

    compreender as transformaes ocorridas nas ltimas dcadas, e que nos

    colocou diante da realidade de um novo tempo social. Essas marcas vo

    corresponder, de forma genrica, s maneiras de viver assumidas pelas

    pessoas, a partir da banalizao das novas tecnologias eletrnicas de

    comunicao e de informao. Elas aparecem como novos modos de se estar

    socialmente: de trabalhar, de se organizar, de viver familiarmente; de se

    representar realidade; de dizer e de fazer educao.

    Tradicionalmente, a aprendizagem de informaes e conceitos era tarefa

    exclusiva da escola. Os conhecimentos tericos, valorizados socialmente, eram

    apresentados gradativamente s crianas aps o ingresso nas instituies

    formais de ensino. Eles eram finitos e determinados. Ao final de um determinado

    grau de escolarizao a pessoa podia considerar-se formada. Dependendo das

    circunstncias sociais, ou de suas expectativas pessoais, j havia obtido

    conhecimentos e informaes suficientes para iniciar-se em algum tipo de

    trabalho ou profisso.

    Na atualidade, o ritmo veloz com que ocorrem as transformaes tecnolgicas,

    que afetam diretamente as pessoas em todos os sentidos, impe que se esteja

    em permanente estado de aprendizagem e de adaptao ao novo. No existe

    mais a possibilidade de se considerar a pessoa totalmente formada,

    independentemente do grau de escolarizao alcanado. Alm disso, mltiplas

    so as agncias que apresentam indiferenciadamente informaes e

    conhecimentos a que as pessoas tm acesso, independentemente da idade ou

    do seu grau de escolaridade. Por necessidade constante de adaptao ao que

    novo, as pessoas encontram-se sempre necessitadas de aprender algo, de

    repreender, de reformular e de se modificar durante toda a vida.

    As exigncias da sociedade tecnolgica em permanente transformao

    obrigam a um novo posicionamento sobre o sentido do que educao,

    formao, ensino e aprendizagem. O acesso ampliado s informaes atravs

    dos media colocam o homem tambm diante de impasse. Ele tem conscincia

    da impossibilidade de se atingir a totalidade das informaes disponveis em

    qualquer rea do conhecimento. Mltiplas formas de abordagem sobre o mesmo

    assunto apresentam posicionamentos contrrios, todos possveis de serem

    comprovados cientificamente. Onde est a verdade? Qual a forma correta?

    Qual o caminho?

    A essas questes o homem empiricamente vai respondendo atravs da

    relativizao de todas as propostas e proposies. No se pode considerar

    apenas uma proposio com a verdadeira (todas as outras possveis seriam

    falsas?), assim como no se pode mais tambm considerar uma e nica forma

    de abordagem correta (as outras seriam erradas?) da questo pesquisada.

    Mltiplos so os caminhos e possibilidades de se olhar para uma mesma

    questo e quase todas, seno todas, possivelmente corretas. O prprio conceito

    de verdade se relativiza e de uma forma compreensiva abrange as vrias

    possibilidades de se analisar uma questo, um problema, uma situao,

    entendida em suas especificidades conjunturais e pontuais. No mais uma

    verdade, mas diferentes verdades, dependendo da tica com que se considera

    cada questo.

    Da mesma forma, o homem desprende-se de sua concepo tradicional de

    sujeito unitrio, de indivduo (uno e indivisvel) para adotar uma postura de ser

    fractal, que se altera conforme as circunstncias e se reproduz em diversas

  • facetas, novas imagens da mesma pessoa. Adota para si uma nova tica,

    performtica, adaptvel s necessidades do momento. Solitrio, envolve-se em

    vivncias imaginrias, interage com as histrias e imagens apresentadas pelos

    media, utiliza as tecnologias eletrnicas de comunicao sobretudo o telefone,

    a televiso e o computador para comunicar-se, interagir e viver.

    So cada vez mais raros os espaos e instituies em que as pessoas

    sistematicamente vo para, alm de objetivos especficos, se encontrarem e

    interagirem socialmente. Um dos poucos espaos obrigatrios ainda que

    apenas para as crianas at os 14 anos a escola. Nessa perspectiva, a

    escola precisava ser repensada e ser considerada pela suas especificidade

    particular de ser um lugar privilegiado de trocas interpessoais concretas. no

    espao restrito da escola que, muitas vezes, as pessoas tm a rara

    oportunidade de quotidianamente se olharem, se tocarem e conversarem com

    os colegas, concretamente presentes. Nesse sentido, a valorizao do espao

    da escola na atualidade ocorre, sobretudo, pela sua singularidade em reunir

    socialmente as pessoas alunos, professores e funcionrios em um mundo

    que os media e todas as novas tecnologias eletrnicas insistem em desagregar.

    O conhecimento na nova era

    Pierre Lvy apresenta a questo do conhecimento existente na sociedade como

    dividido em, segundo a sua especificidade, em trs formas diferentes: a oral, a

    escrita e a digital. Embora essas formas tenham se originado em pocas

    diferentes, elas coexistem e esto todas presentes na sociedade atual.

    A forma oral de apreenso e o uso do conhecimento a mais antiga e, ainda

    hoje, a mais utilizada pelos homens. Atravs dela estabelecem-se dilogos,

    conversas, transmitem-se informaes,avisos e notcias. a linguagem bsica

    dos meios de comunicao mais populares: rdio e televiso. tambm a forma

    de apresentao e de ensino mais utilizada: a exposio oral. Sua origem remota

    aos primeiros grupos primitivos de seres humanos. Nesse tipo de sociedade a

    transmisso do conhecimento se dava pelo exemplo, pela repetio e pela

    oralidade. Sua reteno ocorria, predominantemente, pela memorizao. O

    smbolo que representaria este tipo de sociedade seria o crculo. Circulares e

    repetitivas eram as cantigas e versos que diziam das tradies e cultura dos

    povos. Circular era a disposio dos homens em volta da fogueira parta ouvir as

    histrias, lendas, mitos e ensinamentos dos sbios das tribos. As trocas de

    informaes vinham carregadas de sentimentos e afetos. Em geral, eram

    acompanhados por movimentos, danas, gestos expressivos, msicas e

    expresses faciais.

    Na atual sociedade e nova sociedade oral, em que prevalecem as imagens e

    os sons mediticos, sobretudo a televiso, atravs do apelo afetividade,

    repetio, a memorizao de msicas, jingles, gestos e enredos, envolvendo

    personagens ficcionais, que se pretende que as idias, informaes, valores,

    comportamentos ficcionais, que se pretende que as idias, informaes, valores,

    comportamentos,mensagens e apelos (principalmente comerciais) sejam

    aprendidos. ainda na forma circular de se dispor a famlia sentada em torno do

    aparelho (a fogueira), que se liga a televiso para ouvir as lendas e mitos ( nas

    novelas) e as notcias do dia.

    A sociedade da escrita surge em um outro momento da civilizao, quando os

    homens deixam de ser nmades, e se estabelecem em grupos em um

    determinado espao, onde praticam a agricultura. A previsibilidade da plantao

    e da colheita interferem na criao dos suportes para a escrita. Segundo Lvy, a

    prpria origem da palavra pgina viria de pagus, o campo arado e preparado para

    o plantio. A disposio das linhas na pgina estaria tambm ligada simetria do

    campo cultivado. Se, nas sociedades orais prevalecia/prevalece a memorizao

    como forma de aquisio de conhecimentos, na sociedade da escrita h

    necessidade de compreenso do que est sendo comunicado graficamente.

    Existe uma distncia-correspondente ao plantar e colher da agricultura- entre a

    pessoa que escreve e a outra pessoa que l e interpreta o escrito. Os tempos

  • em que ocorrem esses dois processos-o escrever e o ler- podem estar

    defasados de muitos sculos, milnios at. A partir da escrita se d a autonomia

    do conhecimento. No mais h a necessidade presencial do comunicador,

    informando, observando e orientando seus discpulos. Os exemplos so

    narrados e apreendidos no na forma como o enunciador desejaria, mas no

    contexto em que o conhecimento escrito lido e analisado. A anlise do escrito

    por sua vez, distante do calor do momento em que o texto foi produzido.

    realizada basicamente atravs da compreenso puramente racional do que est

    sendo apresentado. A comunicao escrita apreendida como conhecimento

    atravs de critrios em que predominam a razo, os aspectos cognitivos da

    personalidade, o mais possivelmente isentos de posicionamentos afetivos e

    emocionais.

    Por outro lado, a previsibilidade da agricultura influi, tambm, na formaseqenciada, contnua, do espao escrito e na disposio linear do queprecisa ser compreendido como princpio, meio e fim do que est sendoapresentado. A circularidade da sociedade oral antepe-se a linearidadeda sociedade da escrita.

    A terceira forma de apropriao do conhecimento dar-se-ia no espao especfico

    do universo digital das novas tecnologias eletrnicas de comunicao e de

    informao. Na sociedade digital o que prevalece a convivncia e a mixagem

    de aspectos das trs formas de apreenso do conhecimento. Para isto, h

    necessidade do envolvimento integral da pessoa que aprende. Razo, emoo,

    intuio, movimentos e interao permanente presena trabalham juntas

    para que a pessoa se d conta do que precisa ser aprendido. No possvel

    mais apenas a utilizao do movimento ocular ou da audio para a aquisio

    das informaes e aprendizagens. preciso responder. Apertar teclas, botes,

    interagir permanentemente com o que anunciado na tela do computador. O uso

    concomitante de vrios dos sentidos, da resposta motora em conexo com o

    plano racional, cognitivo e emocional o som, a luz, as cores, as telas que se

    deslocam e possibilitam a produo de novas respostas criativas para algumas

    velhas questes. A busca de caminhos novos e inusitados nos acessos s

    informaes disponveis nas redes eletrnicas e nos sistemas multimediticos e

    hipermediticos, o navegar. O click em uma determinada palavra na tela pode

    encaminhar voc para um outro lugar com imagens e sons e, deste lugar, com

    um novo click em determinada parte da imagem, voc encaminhado para

    novos textos informativos, novos sites, e assim por diante.

    No h a menor possibilidade de se ler o que aparece nas telas multimediticas

    e afins com os mesmos princpios de linearidade e continuidade exigidos pela

    sociedade da escrita. Desperdcio, perda de tempo, perda. Como uma grande

    caixa cheia de segredos e encantamentos a tela apresenta os desdobramentos

    de acordo com a sua conduo. Voc monta o seu roteiro, voc navega na

    informao. Vai adiante, retorna, circula, segue em frente, retorna ao inicio,

    depende da vontade. Em roteiros sempre originais e no demarcados

    previamente, no existe linearidade e nem circularidade na forma como voc

    encaminha e dirige sua apropriao do conhecimento. Atravs de mixagens,

    utilizando-se uma vasta gama de formas sensoriais, imagens, movimentos e

    maneiras diferenciadas de abordagem do mesmo conhecimento, as

    informaes apresentam-se e permanecem virtualmente disponveis

    manipulao do usurio-aprendiz.

    Uma das principais contradies existentes nos sistemas de ensino detodos os nveis e, mais precisamente, nos segmentos escolares em que osalunos so jovens-crianas e adolescentes, a prpria forma como adultos-professores e jovens-aprendizes encaram o conhecimento e suaapropriao na atualidade. A grande maioria dos professores organiza-seintelectualmente segundo os padres tradicionais das sociedades orais e

    Os jovens e o conhecimento

  • escrita. Privilegiam, assim, a exposio oral, a memorizao, a reproduo,a cpia fiel do original, a enunciao precisa do que foi dito ou escrito peloprofessor ou por autores renomados no assunto. Na lgica que preside aorganizao de seus discursos e suas aulas observa-se a predominnciada linearidade da sociedade da escrita ou a circularidade da sociedadeoral. Princpio, meio e fim; introduo, desenvolvimento, concluso ou aeterna repetio so os caminhos aprendidos e ensinados com e por essesprofessores aos alunos.

    O que ocorre que esses mesmos alunos, no dizer de Pierre Babin, esto em

    outra. Ligados desde o nascimento televiso, ao videocassete, ao walkman, ao

    cinema, aos videogames e computadores de tecnologias e complexidades

    crescentes, eles vivem, predominantemente, na esfera da sociedade digital e

    sentem muita dificuldade de compreender as formas tradicionais de apreenso

    de conhecimentos. Isolam-se. Comunicam-se em flashes. Possuem linguagem

    prpria e maneiras particulares no lineares, baseadas praticamente em

    tentativas de ensaio e erro de buscar e se relacionar com as informaes que

    realmente lhes interessam.

    Comunicam-se entre si no apenas atravs do discurso oral mas,

    principalmente, atravs de um discurso multimeditico em que sons, gestos,

    expresses e movimentos se misturam para compor uma idia, um sentimento,

    uma apreciao crtica, uma opinio. Suas capacidades de concentrao

    tambm variam. Eles normalmente conseguem ler um livro, com o walkman

    ligado e os fones nos ouvidos, mascando chicletes e balanando o corpo ao

    ritmo da msica. Se lhes for feita a pergunta: em que realmente esto prestando

    ateno? Certamente a resposta ser: em tudo! Ser possvel isso? No

    duvido. `Para eles a apreenso multimeditica fractal, no envolve

    incorporao sistemtica mas sim seletiva do que for mais interessante a cada

    momento. No uma aquisio para reproduo posterior mas uma tomada de

    conhecimento das possibilidades existentes no som, no livro, no movimento... e

    que podem ser retomadas, quando necessrio. De certa forma, eles se do

    conta que, no atual estgio da sociedade, com a velocidade das alteraes

    existentes em todas as reas do conhecimento e da prpria vida cotidiana, a

    aquisio de informaes estruturadas e disponveis em livros e outros tipos de

    publicaes, torna-se um desperdcio.

    Intuitivamente, mais do que racionalmente, eles se posicionam contra a

    reproduo pura e simples do saber estabelecido. Na atualidade, no h mais o

    que fazer com a incorporao enciclopdica solicitada pela escola. O saber, no

    pode mais ser apenas o saber dizer o que j foi dito, mas, principalmente, a partir

    do que j foi dito, saber fazer, saber usar essas informaes para ir alm delas.

    No lugar do homo sapiens surge a presena do homo faber, o que faz, o que

    realiza, o que inventa, o que cria, a partir do que j existe e conhecido.

    O direcionamento da escola para atingir esses alunos e auxilia-los em suasnecessidades envolvem reformulaes metodolgicas significativas.Envolvem, segundo Lyotard, a redefinio das finalidades da escola e doensino em uma poca de mudana constantes e imprevisveis. Na tentativade colaborar em uma reflexo que auxilie a escola em seusreposicionamentos, Pierre Babin apresenta algumas sugestes deencaminhamentos metodolgicos. Para esse autor, as propostaspedaggicas devem explorar esses novos tipos de raciocnio, novasrelaes e desafios ligados explorao e descobertas. Deve aproveitar ointeresse dos jovens pelos sons, cores e movimentos. Aproveitar noapenas o lado cognitivo do raciocnio, mas a mixagem deste com aafetividade, a intuio e as atividades sensrio-motoras. Buscar realizaratividades em que haja o envolvimento integral dos jovens, tanto do pontode vista racional como emocional. Em que eles estejam interessados eparticipantes no que fazem e no mero cumpridores de tarefas obrigatrias.

    As escolas no tempo dos media

  • Para operacionalizar suas propostas, Babin apresenta alguns tipos deescolas. Esses modelos dizem respeito s formas metodolgicas deexplorao e abordagem dos conhecimentos no sentido de aproveitar aomximo os interesses e conhecimentos adquiridos em outras esferas, almda escola, pelos prprios jovens. O primeiro tipo que me chama a ateno a escola-mesa, mesa no caso onde todos professores e alunos depositariam seus conhecimentos (como pratos de um grande buffet) sobredeterminado assunto e todos se alimentariam com as informaesrecebidas. Essas contribuies pessoais seriam discutidas e analisadaspor todos, em conjunto, mas cada um prepararia o seu prprio prato,elaborado seletivamente com as idias ali presentes.

    Este tipo de procedimento metodolgico envolveria a necessidade de umclima de respeito e de aceitao das idias de todos e, sobretudo, deliberdade para que alunos e professores possam comunicar livremente oque pensam sobre determinado assunto. Envolve um saber falar, um saberouvir e a possibilidade de analisar criticamente o que exposto em umsentido construtivo. Parte-se do princpio de que, ali, ningum o detentordo saber e que todos podem apresentar seus posicionamentos em umclima de integrao e respeito s idias e s pessoas que as apresentam.

    O segundo modelo, chamado por Babin, de escola-memria, orienta-sepela tentativa de manter a escola como uma das principais instituies damemria de um determinado grupo social. Nesse sentido, a escola nodeve abdicar de trabalhar com os jovens, os valores, prticas eposicionamentos que contribuem para a identificao da especificidadecultural de determinado grupo social. No dizer de Babin, a escola seria,talvez, o nico lugar onde se ensina e se conserva a memria da civilizaoque faz perd-la.

    Um terceiro modelo de Babin, seria a chamada escola-ao. Nela ocorreriatambm a livre troca de idias, apoiada em atenta e cuidadosa leitura, emvivncias e observaes de situaes ocorridas no plano real. Ela no deveser unidirecional. Ao contrrio, seus procedimentos orientam-se para aexplorao de debates, para a ateno aos conhecimentos adquiridos nocotidiano dos alunos (dentro e fora da escola), na histria de vida de cadaum dos envolvidos na ao pedaggica. Nesse encaminhamento, como nosdemais, o cuidado maior o de no se aspirar o encontro de uma nicaverdade, um nico modo certo de olhar, de fazer ou de abordar umdeterminado fenmeno. H necessidade de abrir-se s novaspossibilidades de explorao e anlise, inclusive de fenmenos e de coisasteoricamente sedimentadas e estabelecidas. Para isso Babin sugere como

    metodologia, um primeiro momento que denomina de garimparem. quando professores e alunos vo a campo para levantar dados, fazerexperimentos e buscar informaes novas e atualizadas sobre o assunto.Essas informaes, apresentadas no coletivo da classe, so debatidas eanalisadas atravs de abordagens tericas diferenciadas sem apreocupao de esgotar o assunto ou de considerar uma nica maneira acarta (todas as demais so erradas) de se considerar o tema explorado.

    Um ltimo posicionamento metodolgico de Babin, chamado escola-distncia, diz respeito ao posicionamento do professor e dos alunos diantedo conhecimento que cada um traz consigo. Babin diz que a melhor formade se conhecer o universo dos jovens o de colocar-se comopesquisador interessado e mergulhar nas formas expressivas da culturadeles. preciso quebrar a barreira entre as geraes e observar sempreconceitos as formas como eles se comportam, o que pensam e sentem,como se apropriam dos conhecimentos que lhes interessam, comometodologicamente utilizam o ferramental tecnolgico para aprender e parabuscar informaes. Mergulhar no conhecimento dos jovens com o objetivode busca e apreenso de dados para reciclar suas prprias maneiras deensinar e de aprender. Em seguida, h necessidade de que se estabeleaum distanciamento crtico-reflexivo do que foi apreendido e observado. quando o professor vai usar de seu prprio ferramental cientfico paraestudar os dados que conseguiu obter em seu mergulho. A partir da, realizado um balano crtico no apenas do que foi observado, mas detodos os posicionamentos (os do professor e os dos jovens) envolvidos. omomento em que o professor precisa admitir que eles no sabem tudo,

  • mas eu tambm no sei. Tenho coisas que posso aprender com os alunose eles comigo. Como parceiros, podemos trocar informaes e aprendermais.

    Em geral, os jovens acostumaram-se a explorar e a aprender sozinhos ascoisas que lhes so de interesse. Eles do muita importncia a essacapacidade que se origina da prpria forma como foram criados, desde apequena infncia, acostumados a mexer, explorar e descobrir o que novo(na programao ou no prprio aparelho) na televiso, no rdio, no telefoneou no computador. preciso que o professor lhes mostre o quanto todosns podemos tambm aprender atravs de um conhecimento maisorientado.

    Para se incumbir dessas tarefas e assumir o seu papel diante dos jovens preciso que o professor se conscientize de que, sobretudo, umcomunicador, um formador de opinies, um orientador e organizador dostrabalhos, responsveis pelo desenvolvimento de uma propostapedaggica do qual todos se beneficiam. Ele precisa aprender a funcionarem estreo, ou seja, a utilizar o raciocnio lgico, o lado cognitivo econsciente, aliado ao lado afetivo, imaginao e intuio. Isso significaque ele no pode mais estar ausente do que desenvolve com seus alunos.O entusiasmo, a empolgao, com que consegue transmitir a proposta aser desenvolvida por todos, contagia os seus alunos e eles aprendem maise melhor com pessoas assim. Os alunos no querem mais o professorbonzinho, mas incompetente, mas tambm reagem ao professor distante,afastado daquilo que ensina, que no empolga com seu contedo nem a simesmo.

    O trabalho desse professor no pode ser mais um eterno dja vu, umamesma proposta pedaggica h muito tempo delineada e jamais alterada.Seu trabalho pedaggico deve ser esboado como um projeto desafiante,com propostas de descobertas e novos encaminhamentos queentusiasmem no apenas os seus alunos, mas a si prprio. Que ele possase beneficiar das trocas e do trabalho com os alunos para tambm crescer,se atualizar, para navegar junto e ir alm.

    A maior parte dos professores reclama da carga didtica como o grandeobstculo para a sua atualizao. Porque no fazer do projeto pedaggicoa ser desenvolvido com os alunos o lcus privilegiado em que no apenasensina mas tambm aprende e se atualiza?

    Texto 3:

    O que Educao a Distncia

    Jos Manuel Moran

  • Educao a distncia o processo de ensino-aprendizagem, mediado portecnologias, onde professores e alunos esto separados espacial e/outemporalmente. ensino/aprendizagem onde professores e alunos no estonormalmente juntos, fisicamente, mas podem estar conectados, interligados portecnologias, principalmente as telemticas, como a Internet. Mas tambm podemser utilizados o correio, o rdio, a televiso, o vdeo, o CD-ROM, o telefone, o faxe tecnologias semelhantes.

    Na expresso "ensino a distncia" a nfase dada ao papel do professor (comoalgum que ensina a distncia). Preferimos a palavra "educao" que maisabrangente, embora nenhuma das expresses seja perfeitamente adequada.

    Hoje temos a educao presencial, semi-presencial (parte presencial/partevirtual ou a distncia) e educao a distncia (ou virtual). A presencial a doscursos regulares, em qualquer nvel, onde professores e alunos se encontramsempre num local fsico, chamado sala de aula. o ensino convencional. Asemi-presencial acontece em parte na sala de aula e outra parte a distncia,atravs de tecnologias. A educao a distncia pode ter ou no momentospresenciais, mas acontece fundamentalmente com professores e alunosseparados fisicamente no espao e ou no tempo, mas podendo estar juntosatravs de tecnologias de comunicao.

    Outro conceito importante o de educao contnua ou continuada, que se d noprocesso de formao constante, de aprender sempre, de aprender em servio,juntando teoria e prtica, refletindo sobre a prpria experincia, ampliando-a comnovas informaes e relaes.

    A educao a distncia pode ser feita nos mesmos nveis que o ensino regular.No ensino fundamental, mdio, superior e na ps-graduao. mais adequadopara a educao de adultos, principalmente para aqueles que j tm experinciaconsolidada de aprendizagem individual e de pesquisa, como acontece noensino de ps-graduao e tambm no de graduao.

    H modelos exclusivos de instituies de educao a distncia, que s oferecemprogramas nessa modalidade, como a Open University da Inglaterra ou aUniversidade Nacional a Distncia da Espanha. A maior parte das instituiesque oferecem cursos a distncia tambm o fazem no ensino presencial. Esse o modelo atual predominante no Brasil.

    As tecnologias interativas, sobretudo, vm evidenciando, na educao adistncia, o que deveria ser o cerne de qualquer processo de educao: ainterao e a interlocuo entre todos os que esto envolvidos nesse processo.

    Na medida em que avanam as tecnologias de comunicao virtual (queconectam pessoas que esto distantes fisicamente como a Internet,telecomunicaes, videoconferncia, redes de alta velocidade) o conceito depresencialidade tambm se altera. Poderemos ter professores externoscompartilhando de inadas aulas, um professor de fora "entrando" com suaimagem e voz, na aula de outro professor... Haver, assim, um intercmbiomaior de saberes, possibilitando que cada professor colabore, com seusconhecimentos especficos, no processo de construo do conhecimento,muitas vezes a distncia.

    O conceito de curso, de aula tambm muda. Hoje, ainda entendemos por aulaum espao e um tempo de inados. Mas, esse tempo e esse espao, cada vezmais, sero flexveis. O professor continuar "dando aula", e enriquecer esseprocesso com as possibilidades que as tecnologias interativas proporcionam:para receber e responder mensagens dos alunos, criar listas de discusso ealimentar continuamente os debates e pesquisas com textos, pginas daInternet, at mesmo fora do horrio especfico da aula. H uma possibilidadecada vez mais acentuada de estarmos todos presentes em muitos tempos eespaos diferentes. Assim, tanto professores quanto alunos estaro motivados,entendendo "aula" como pesquisa e intercmbio. Nesse processo, o papel doprofessor vem sendo redimensionado e cada vez mais ele se torna umsupervisor, um animador, um incentivador dos alunos na instigante aventura doconhecimento.

  • As crianas, pela especificidade de suas necessidades de desenvolvimento esocializao, no podem prescindir do contato fsico, da interao. Mas noscursos mdios e superiores, o virtual, provavelmente, superar o presencial.Haver, ento, uma grande reorganizao das escolas. Edifcios menores.Menos salas de aula e mais salas ambiente, salas de pesquisa, de encontro,interconectadas. A casa e o escritrio sero, tambm, lugares importantes deaprendizagem.

    Poderemos tambm oferecer cursos predominantemente presenciais e outrospredominantemente virtuais. Isso depender da rea de conhecimento, dasnecessidades concretas do currculo ou para aproveitar melhor especialistas deoutras instituies, que seria difcil contratar.

    Estamos numa fase de transio na educao a distncia. Muitas organizaesesto se limitando a transpor para o virtual adaptaes do ensino presencial(aula multiplicada ou disponibilizada). H um predomnio de interao virtual fria(formulrios, rotinas, provas, e-mail) e alguma interao on line (pessoasconectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes). Apesar disso, j perceptvel que comeamos a passar dos modelos predominantementeindividuais para os grupais na educao a distncia. Das mdias unidirecionais,como o jornal, a televiso e o rdio, caminhamos para mdias mais interativas emesmo os meios de comunicao tradicionais buscam novas formas deinterao. Da comunicao off line estamos evoluindo para um mix decomunicao off e on line (em tempo real).

    Educao a distncia no um "fast-food" em que o aluno se serve de algopronto. uma prtica que permite um equilbrio entre as necessidades ehabilidades individuais e as do grupo - de forma presencial e virtual. Nessaperspectiva, possvel avanar rapidamente, trocar experincias, esclarecerdvidas e inferir resultados. De agora em diante, as prticas educativas, cadavez mais, vo combinar cursos presenciais com virtuais, uma parte dos cursospresenciais ser feita virtualmente, uma parte dos cursos a distncia ser feitade forma presencial ou virtual-presencial, ou seja, vendo-nos e ouvindo-nos,intercalando perodos de pesquisa individual com outros de pesquisa ecomunicao conjunta. Alguns cursos poderemos faz-los sozinhos, com aorientao virtual de um tutor, e em outros ser importante compartilharvivncias, experincias, idias.

    A internet est caminhando para ser audiovisual, para transmisso em temporeal de som e imagem (tecnologias streaming, que permitem ver o professornuma tela, acompanhar o resumo do que fala e fazer perguntas ou comentrios).Cada vez ser mais fcil fazer integraes mais profundas entre TV e WEB (aparte da Internet que nos permite navegar, fazer pesquisas...). Enquanto assistea de inado programa, o telespectador comea a poder acessar simultaneamentes informaes que achar interessantes sobre o programa, acessando o site daprogramadora na Internet ou outros bancos de dados.

    As possibilidades educacionais que se abrem so fantsticas. Com oalargamento da banda de transmisso, como acontece na TV a cabo, torna-semais fcil poder ver-nos e ouvir-nos a distncia. Muitos cursos podero serrealizados a distncia com som e imagem, principalmente cursos deatualizao, de extenso. As possibilidades de interao sero diretamenteproporcionais ao nmero de pessoas envolvidas.

    Teremos aulas a distncia com possibilidade de interao on line (ao vivo) eaulas presenciais com interao a distncia.

    Algumas organizaes e cursos oferecero tecnologias avanadas dentro deuma viso conservadora (s visando o lucro, multiplicando o nmero de alunoscom poucos professores). Outras oferecero cursos de qualidade, integrandotecnologias e propostas pedaggicas inovadoras, com foco na aprendizagem ecom um mix de uso de tecnologias: ora com momentos presenciais; ora deensino on line (pessoas conectadas ao mesmo tempo, em lugares diferentes);adaptao ao ritmo pessoal; interao grupal; diferentes formas de avaliao,que poder tambm ser mais personalizada e a partir de nveis diferenciados deviso pedaggica.

  • Incio

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    O processo de mudana na educao a distncia no uniforme nem fcil.Iremos mudando aos poucos, em todos os nveis e modalidades educacionais.H uma grande desigualdade econmica, de acesso, de maturidade, demotivao das pessoas. Alguns esto preparados para a mudana, outrosmuitos no. difcil mudar padres adquiridos (gerenciais, atitudinais) dasorganizaes, governos, dos profissionais e da sociedade. E a maioria no temacesso a esses recursos tecnolgicos, que podem democratizar o acesso informao. Por isso, da maior relevncia possibilitar a todos o acesso stecnologias, informao significativa e mediao de professores efetivamentepreparados para a sua utilizao inovadora.

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