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Indisciplina - teste
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Referências Bibliográficas
• Carita, A., & Fernandes, G. (1997). Indisciplina na sala de aula – Como prevenir? Como remediar? Lisboa: Editorial Presença.
• Amado, J. (2001). Interacção pedagógica e indisciplina na aula. Porto: Edições Asa.
• Afonso, A., Amado, J., & Jesus, S. (1999). Sentido da escolaridade, indisciplina e stress nos professores. Porto: Edições Asa.
• Amado, J. (2000). A construção da disciplina na escola – Suportes teórico-práticos. Porto: Edições Asa.
• Curto, P. (1998). A escola e a indisciplina. Porto: Porto Editora.
• Domingues, I. (2001). Controlo disciplinar na escola – Processos e práticas (2.º ed.). Lisboa: Texto Editora.
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Escola
Família
Comunidade
socioeconómica
Ambiente sociocultural
Formadores de professores
construtores do currículo
associações
profissionais
sindicatos
investigadores
científicos
legisladores
editores
políticas
educativas valores
culturais
Políticas económicas
Políticas sociais
conhecimentos
científicos
sociologia
do conhecimento
avanços
tecnológicos
Conceções
educacionais
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• Tem uma natureza organizativa ambígua, com pluralidade de metas e diferentes corporativismos (diferentes interesses);
• A perspetiva tecnocrática e burocratizada do sistema por oposição com a perspetiva dinâmica e criativa da sociedade;
• A escassa autonomia de escolas e professores que gera dificuldades de controlo da estrutura organizativa e potencia conflitos;
• A escola enquanto estrutura altamente “humanizada”, feita de pessoas e para pessoas é incapaz de se dissociar dos fatores relacionais inerentes às dinâmicas funcionais.
A Natureza conflituosa da escola
• A disciplina escolar não consiste num receituário de propostas para enfrentar os problemas de comportamentos dos alunos, mas exige um enfoque global da organização e da dinâmica do comportamento na escola e na sala de aula, coerente com os propósitos de ensino.
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• Isso obriga, sempre que possível, a antecipar o aparecimento de problemas, e só em último caso reparar os que inevitavelmente tiverem surgido, seja por causa da própria situação de ensino, seja por fatores alheios à dinâmica escolar.
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Indisciplina:
• Problemática complexa que deve ser encarada de forma sistémica dado os seus múltiplos fatores: sociais, culturais, geracionais, políticos, familiares, inerentes à
história pessoal de vida e personalidade dos indivíduos - (profs e alunos) - aos estilos de liderança, do governo da escola, das dinâmicas de grupo-turma, e da natureza da relação e interação pedagógica na sala de aula
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Círculo do Conflito : problemas existentes num mesmo conflito
Negociáveis Informação Relações
Interesses Estruturas
Valores
Difíceis de Negociar
Escola – espaço de violência e indisciplina
• A escola não pode ser só vista como reprodutora de experiências, conflitos, opressão, violência.
• A escola mostra-se como um lugar de muita tensão contra as forças antagónicas.
• Quanto maior for a repressão, maior a violência dos alunos.
• Escola punitiva ou preventiva?
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INDISCIPLINA
• O que é?
• Qual a origem?
• Quais os comportamentos do ‘aluno indisciplinado’?
• O QUE FAZER?
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Perguntas
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• Quais são os fatores por detrás da indisciplina?
• Quais são as repercussões que esta traz para o ambiente escolar?
• O que pode ser feito para prevenir a indisciplina?
• O que pode ser feito para controlar a indisciplina?
Perguntas frequentes:
• “O professor está a perder a autoridade !” ?
• “Que outras formas de autoridade/respeito se podem utilizar ?”
• “É preciso que eu seja mãe, amiga ou irmã!”?
• “Quais os papéis que o professor tem de desempenhar ?”
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- A idade (fator etário); - O alargamento da escolaridade obrigatória; - A correlação entre o absentismo e a subsidiodependência; - Baixo nível de literacia da população (envolvente); - A visão dos jovens sobre a escola – questionamento sobre a utilidade da escola por comparação com a realidade do contexto social (‘vida de bairro’ / mercados paralelos)
A problemática da indisciplina:
• Quando analisamos a posição dos educadores em relação ao problema disciplinar, encontramos certas representações mentais, incorporadas, mais ou menos fortemente interiorizadas, mais ou menos conscientemente, que podem funcionar como “obstáculos epistemológicos”.
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A PRIMEIRA HIPÓTESE EXPLICATIVA: O ALUNO "DESRESPEITADOR"
• Premissa: "o aluno de hoje em dia é menos respeitador do que o aluno de antes, e que, na verdade, a escola atual se teria tornado muito permissiva, em comparação com o rigor e a qualidade daquela educação de antigamente"
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A SEGUNDA HIPÓTESE EXPLICATIVA: O ALUNO "SEM LIMITES"
• Premissa: "as crianças de hoje em dia não têm limites, não reconhecem a autoridade, não respeitam as regras, e a responsabilidade por isso é dos pais, que se teriam tornado muito permissivos"
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A TERCEIRA HIPÓTESE EXPLICATIVA: O ALUNO "DESINTERESSADO"
• Premissa:
“para os alunos, a sala de aula não é tão atrativa quanto os
outros meios de comunicação, e particularmente o apelo da televisão. Por isso, a falta de interesse e a apatia em relação à escola. A saída, então, seria ela modernizar-se com o uso, por exemplo, de recursos didáticos mais atraentes e assuntos mais atuais”
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Qual tem sido o teor do nosso envolvimento?
– Temo-nos posicionado mais como agentes
moralizadores ou como professores em sala de aula?
– Temo-nos queixado das famílias mais do que deveríamos ou, ao contrário, temo-nos dedicado com mais afinco ainda ao nosso campo de trabalho?
– Temos encarado os alunos, como filhos desregrados, frutos de famílias disfuncionais, ou como alunos inquietos, frutos de uma escola pouco desafiadora intelectualmente?
– Enfim, indisciplina é uma resposta ao fora ou ao dentro da sala de aula?
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A disciplina escolar é um dos produtos ou
efeitos do trabalho quotidiano de sala de aula
• Os grandes problemas que enfrentamos hoje evocam, na maioria das vezes, o "para quê escola?".
- Acreditamos, portanto, que grande parte dos nossos dilemas de todos os dias exijam um encaminhamento de natureza essencialmente ética, e não metodológica, curricular ou burocrática
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A desordem na relação professor aluno: Indisciplina, moralidade e conhecimento
• Função primordial da escola: veicular os
conhecimentos preconizados ou conformar moralmente os sujeitos a determinadas regras de conduta?
• Visão da escola: conhecimento ou valores?
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• Um comportamento mais ou menos indisciplinado de um indivíduo depende das suas experiências, das suas histórias educativas, e sempre terá relação com as características do grupo social e da história a que pertence.
• A família – primeiro contexto de socialização – exerce grande poder de influência sobre crianças e adolescentes, portanto:
• - Pais autoritários: valorizam a obediência e as normas, terão filhos obedientes, disciplinados, tímidos, apreensivos, pouco autónomos e sem estima.
• - Pais permissivos: valorizam o diálogo e o afeto, filhos alegres e dispostos e com dificuldade de assumir responsabilidades.
• - Pais democráticos: estimulam as crianças a expressarem as suas opiniões., demonstram flexibilidade, regras e limites claros e explicados, filhos com autocontrole, autoestima, capacidade de iniciativa, autonomia e facilidade de relacionar-se
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Noção de Indisciplina
• “(...) Alguma coisa de particularmente perturbador para a generalidade dos professores;” (Carita & Fernandes, 1997, p. 15);
• As situações de indisciplina são aquelas que põem em causa a autoridade dos professores;
• Definição subjetiva porque depende do contexto.
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Exemplos de indisciplina:
Mais Frequentes: • Cochicho;
• Troca de mensagens e
de papelinhos;
• Intervalos cada vez maiores,
prolongados na sala de aula ;
• Exibicionismo;
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• Discussões frequentes entre grupos de alunos, de modo a provocarem uma agitação geral;
• Comentários despropositados;
• Chegar atrasado;
• Perguntas feitas de forma a colocar em causa o professor, ou a desvalorizarem o conteúdo das aulas.
• Mais “raro”:
• Agressão a colegas;
• Agressão a professores;
• Roubos;
• Provocações sexuais, racistas, etc.
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• “O que seria de uma orquestra, se cada músico tocasse o que quisesse? Se não houvesse disciplina?
Ela é necessária. E deve ser analisada como um meio e não com um fim.” Vasconcellos 1994.
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Formas de prevenir a indisciplina
• Necessidade de auto-conhecimento por parte do professor;
• Fomentar um bom relacionamento interpessoal;
• Intervenção por parte dos alunos na tomada de decisões sobre o funcionamento da escola;
• Equipas multidisciplinares;
• Necessidade de regras e cumprimento das mesmas;
• Boa gestão da sala de aula por parte do professor.
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• “…o problema central da indisciplina poderá ser consideravelmente reduzido se ajudarmos os professores a tornarem-se organizadores mais eficazes da aula”
• Estrela, 1992
Existem três tipos de alunos:
• Obrigados-satisfeitos: uma minoria que se conforma às exigências que a escola lhes impõe.
• Obrigados-resignados: A maioria que se adapta ao sistema procurando tirar partido da situação, atingindo dois objetivos: "gozar a vida" e "passar de ano".
• Obrigados-revoltados: uma minoria inconformados (ou maioria conforme as circunstâncias sócioeconómicas do meio). Da família à escola e desta à sociedade colocam tudo em causa: valores, normas estabelecidas, autoridade, etc..
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A origem dos comportamentos ditos indisciplinares pode estar em diversos fatores:
• uns ligados ao professor, principalmente na gestão da sala
de aula;
• outros centrados nas famílias dos alunos;
• outros com origem nos alunos;
• outros gerados a escola
• e outros alheios ao contexto escolar.
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• O professor é uma figura central como coordenador do processo educativo, já que, usando de autoridade democrática, cria, em conjunto com os alunos, espaços pedagógicos estimulantes e desafiadores, para que neles ocorra a construção de um conhecimento escolar significativo.
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• O stress relacionado com a indisciplina é o fator mais influente no fracasso dos professores, sobretudo, nos professores mais jovens e durante os primeiros dez anos de atividade profissional.
(Dortu, 1993; Galloway, 1987; Jesus, 1999; Veiga, 1995)
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• A docência exige uma negociação constante, quer no que se refere à definição de objetivos e estratégias de ensino e de avaliação, quer com relação à disciplina, pois esta, se imposta autoritariamente, não será aceite pelos alunos.
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• A indisciplina na escola pode ter relação com o fraco rendimento escolar dos alunos.
O seu insucesso pode levá-los a investir pouco nas tarefas escolares e a desinteressarem-se pela escola, desencadeando, eventualmente, emoções negativas traduzidas em comportamentos inadequados.
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• A importância da colaboração escola-família é notória, pois, quando as famílias participam na vida escolar, torna-se mais fácil a integração dos alunos e melhora a qualidade do processo de ensino- aprendizagem.
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• Na escola dá-se um intenso processo de socialização, e aí o aluno depara-se com uma organização que lhe é desconhecida e com uma série de regras que têm de ser interiorizadas e cumpridas
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• Para Freire (1997), um projeto de escola que busque a formação da cidadania precisa de ter como objetivos:
- tratar todos os indivíduos com dignidade, com respeito à divergência, valorizando o que cada um tem de bom;
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- fazer com que a escola se torne mais atualizada para que os alunos gostem dela;
- e, ainda, garantir espaço para a construção de conhecimentos científicos significativos, que contribuam para uma análise crítica da realidade.
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• Enquanto conjunto estruturado de pessoas, o grupo exerce uma enorme importância nos processos de socialização e de aprendizagem dos jovens. A sua influência acaba por ser decisiva para explicar certos comportamentos que os jovens demonstram e que resultam de processos de imitação de outros membros do grupo, adquirindo certo prestígio no seio da comunidade escolar.
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• Antunes (2002a, p. 25) salienta que “ensinar não é fácil e educar mais difícil ainda; mas não ensina quem não constrói democraticamente as linhas do que é e do que não é permitido”.
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• Estudos indicam que uma diretriz disciplinar ampla, de base preventiva, é o melhor posicionamento que uma escola pode desenvolver para garantir a disciplina.
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• Um outro elemento preventivo relevante na indisciplina é a adoção da modalidade de tutoria
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• Para Montoan (2003, p. 16), “o nosso modelo educacional mostra há algum tempo sinais de esgotamento e nesse vazio de ideias que acompanha a crise paradigmática é que surge o momento oportuno das transformações”.
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• Essas transformações na escola não ocorrem por acaso ou por decreto, mas pela postura reflexiva e pela
vontade coletiva da sua comunidade.
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• É necessário que o professor desenvolva e conquiste uma maior capacidade para lidar com a indisciplina na sala de aula.
• Fomentar um trabalho em parceria, baseado em responsabilidades claramente definidas e no auxílio estratégico da equipa de apoio pedagógico em situações que requerem intervenção.
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AS CINCO REGRAS ÉTICAS DO TRABALHO DOCENTE
1. A compreensão do aluno-problema como um porta-voz das relações estabelecidas na sala de aula.
– O aluno-problema não é necessariamente portador de um "distúrbio" individual e de véspera, até porque o mesmo aluno "deficitário" com um dado professor pode ser bastante produtivo com outro.
– Temos que admitir, a todo custo, que o suposto obstáculo que ele apresenta revela ser um problema comum, sempre de relação. Vamos investigá-lo, interpretando-o como um sinal dos acontecimentos de sala de aula. Escutar: eis uma prática intransferível!
AS CINCO REGRAS ÉTICAS DO TRABALHO DOCENTE
2. Des-idealização do perfil de aluno. – Ou seja, abandonemos a imagem do aluno ideal, de
como ele deveria ser, que hábitos deveria ter, e conjuguemos o nosso material humano concreto, os recursos humanos disponíveis.
– O aluno, tal como ele é, é aquele que carece (apenas) de nós e de quem nós carecemos, em termos profissionais.
AS CINCO REGRAS ÉTICAS DO TRABALHO DOCENTE
3. Fidelidade ao contrato pedagógico. – É obrigatório que não abramos mão, sob hipótese
alguma, do objetivo da nossa ação, do objeto de nosso trabalho, que é apenas um: o conhecimento.
– É imprescindível que tenhamos clareza na nossa tarefa na sala de aula para que o aluno possa ter clareza, também, da dele.
– A ação do aluno é espelho da ação do professor. Portanto, se há fracasso, o fracasso é de todos; e o mesmo em relação ao sucesso escolar.
AS CINCO REGRAS ÉTICAS DO TRABALHO DOCENTE
4. A experimentação de novas estratégias de trabalho.
– Precisamos tornar o nosso ofício como um campo privilegiado de aprendizagem, de investigação de novas possibilidades de atuação profissional. A sala de aula é um laboratório pedagógico, sempre!
– Não é o aluno que não se encaixa no que nós oferecemos; somos nós que, de certa forma, não nos adequamos às suas possibilidades.
– Precisamos, então, reinventar os métodos, reinventar os conteúdos, reinventar a nossa relação com eles, para que se possa, enfim, preservar o corpus ético do trabalho pedagógico.
AS CINCO REGRAS ÉTICAS DO TRABALHO DOCENTE
5. A ideia de que os valores básicos que devem presidir à nossa ação na sala de aula são: a competência e o prazer. – Quando podemos exercer esse ofício extraordinário
que é a docência com competência e prazer, isso traduz-se, também, na maneira como o aluno exercita o seu
lugar.