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3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000) 1 Projetos Comparados: 3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) - 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000) (Propostas de Comunidade Itineranteintegradas nestas versões 3ª e 4ª do Projeto Equipe Itinerante) 3ª versão Projeto Equipe Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipe Itinerante (Junho/2000) ÍNDICE I. Distrito dos Jesuítas da Amazônia 3 1. Recortes de uma história... 2. Novas iniciativas e orientações pastorais. 3. Áreas atuais da missão. II. Projeto Equipe Itinerante 5 1. Um pouco da história... 2. Motivações. 3. Necessidades. 4. Objetivos. 5. Três destinatários inter-relacionados. 6. Três sub-equipes articuladas, parcerias e equipe de apoio. 7. Trabalho e desenvolvimento atual. III. Proposta Comunidade Itinerante 10 1. Comunidade Itinerante: explicando os termos. 2. Partilha e discernimento de FÉ, VIDA e MISSÃO. 3. Perfil do missionário/a. 4. Recursos humanos, materiais e econômicos. Algo novo está nascendo! 15 Para contatos... Gráfico “Equipe Itinerante” 16 Desenhos: Antonio Zamorano. Antonio e Fátima são um casal da CVX de Málaga (Espanha) que estiveram quase três anos como voluntários entre Peru e Paraguai. No Paraguai viveram e trabalharam na Paróquia Cristo Solidário, junto ao Lixão de Assunção, integrando uma comunidade formada por leigos/as e religiosos/as que partilham sua fé, vida e missão. Foi nesse tempo que Antonio aportou sua capacidade de desenhista para preparar os materiais didáticos com as comunidades. ÍNDICE I. Distrito dos Jesuítas da Amazônia 3 1. Recortes de uma história. 3 2. Novas iniciativas e orientações pastorais. 4 II. Projeto Equipe Itinerante 5 1. Um pouco da história... 5 2. Motivações e fundamentos. 7 3. Necessidades sentidas. 7 4. Objetivos gerais. 8 5. Alguns pontos metodológicos. 8 6. Três destinatários inter-relacionados. 10 7. Três sub-equipes articuladas, parcerias e equipe de apoio. 11 8. Estrutura da Equipe Itinerante. 12 9. Espiritualidade da Equipe Itinerante. 12 III. Proposta Comunidade Itinerante 14 1. Comunidade Itinerante: explicando os termos. 14 2. Partilha e discernimento da Fé, Vida e Missão. 15 3. Recursos humanos e perfil do missionário/a. 16 4. Recursos materiais e econômicos. 18 5. Espiritualidade da Comunidade Itinerante. 19 Hoje, Junho 2000: Onde estamos e como vivemos. 21 Algo novo está nascendo! 23 Para entrar em contato. 23 Gráfico: Equipe Itinerante 24 Desenhos: Antonio Zamorano. Antonio e Fátima são um casal da CVX de Málaga (Espanha) que estiveram quase três anos como voluntários entre Peru e Paraguai. No Paraguai viveram e trabalharam na Paróquia Cristo Solidário, junto ao lixão de Asunción (capital do Paraguai), integrando uma comunidade formada por leigos/as e religiosos/as que partilham sua fé, vida e missão. Foi nesse tempo que Antônio aportou sua capacidade de desenhista para preparar os materiais didáticos com as comunidades.

3ª versão Projeto Equipe Itinerante 4ª versão Projeto Equipe … · Trabalho espiritual que atinja o coração das pessoas, reconciliando-as consigo e com os outros, fazendo acontecer

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  • 3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000)

    1

    Projetos Comparados:

    3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) - 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000)

    (Propostas de “Comunidade Itinerante” integradas nestas versões 3ª e 4ª do Projeto Equipe Itinerante)

    3ª versão Projeto Equipe Itinerante

    (Março/1999)

    4ª versão Projeto Equipe Itinerante

    (Junho/2000)

    ÍNDICE

    I. Distrito dos Jesuítas da Amazônia 3

    1. Recortes de uma história...

    2. Novas iniciativas e orientações pastorais.

    3. Áreas atuais da missão.

    II. Projeto Equipe Itinerante 5

    1. Um pouco da história...

    2. Motivações.

    3. Necessidades.

    4. Objetivos.

    5. Três destinatários inter-relacionados.

    6. Três sub-equipes articuladas, parcerias e equipe de apoio.

    7. Trabalho e desenvolvimento atual.

    III. Proposta Comunidade Itinerante 10

    1. Comunidade Itinerante: explicando os termos.

    2. Partilha e discernimento de FÉ, VIDA e MISSÃO.

    3. Perfil do missionário/a.

    4. Recursos humanos, materiais e econômicos.

    Algo novo está nascendo! 15

    Para contatos...

    Gráfico “Equipe Itinerante” 16

    Desenhos: Antonio Zamorano. Antonio e Fátima são um casal da CVX de

    Málaga (Espanha) que estiveram quase três anos como voluntários entre Peru

    e Paraguai. No Paraguai viveram e trabalharam na Paróquia Cristo Solidário,

    junto ao Lixão de Assunção, integrando uma comunidade formada por

    leigos/as e religiosos/as que partilham sua fé, vida e missão. Foi nesse tempo

    que Antonio aportou sua capacidade de desenhista para preparar os materiais

    didáticos com as comunidades.

    ÍNDICE

    I. Distrito dos Jesuítas da Amazônia 3

    1. Recortes de uma história. 3

    2. Novas iniciativas e orientações pastorais. 4

    II. Projeto Equipe Itinerante 5

    1. Um pouco da história... 5

    2. Motivações e fundamentos. 7

    3. Necessidades sentidas. 7

    4. Objetivos gerais. 8

    5. Alguns pontos metodológicos. 8

    6. Três destinatários inter-relacionados. 10

    7. Três sub-equipes articuladas, parcerias e equipe de apoio. 11

    8. Estrutura da Equipe Itinerante. 12

    9. Espiritualidade da Equipe Itinerante. 12

    III. Proposta Comunidade Itinerante 14

    1. Comunidade Itinerante: explicando os termos. 14

    2. Partilha e discernimento da Fé, Vida e Missão. 15

    3. Recursos humanos e perfil do missionário/a. 16

    4. Recursos materiais e econômicos. 18

    5. Espiritualidade da Comunidade Itinerante. 19

    Hoje, Junho 2000: Onde estamos e como vivemos. 21

    Algo novo está nascendo! 23

    Para entrar em contato. 23

    Gráfico: Equipe Itinerante 24

    Desenhos: Antonio Zamorano. Antonio e Fátima são um casal da CVX de

    Málaga (Espanha) que estiveram quase três anos como voluntários entre Peru

    e Paraguai. No Paraguai viveram e trabalharam na Paróquia Cristo Solidário,

    junto ao lixão de Asunción (capital do Paraguai), integrando uma comunidade

    formada por leigos/as e religiosos/as que partilham sua fé, vida e missão. Foi

    nesse tempo que Antônio aportou sua capacidade de desenhista para preparar

    os materiais didáticos com as comunidades.

  • 3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000)

    2

    I. DISTRITO DOS JESUÍTAS DA AMAZÔNIA I. DISTRITO DOS JESUÍTAS DA AMAZÔNIA

    1. Recortes de uma história1

    Faz tempo, na Província da Bahia, cujo território abrangia também o Norte,

    havia o desejo de repensar nossa presença na Amazônia em função dos

    desafios da região e, também, para conseguir uma maior integração do Corpo Apostólico...

    Em 27/9/94 foi elaborado o Projeto de uma Região Missionária na

    Amazônia, tendo como objetivo geral “Fixar e intensificar a presença da

    Companhia de Jesus na Amazônia...” e como objetivos específicos: fortalecer

    as atividades apostólicas existentes; favorecer, desde o início, um trabalho em

    colaboração com leigos/as, assessorar os setores mais marginalizados; apoiar

    movimentos populares e colaborar com entidades que trabalham na realidade

    local em contato direto com o povo; favorecer grupos de jovens,

    universitários, profissionais, intelectuais; formar e capacitar leigos/as,

    religiosos/as e clero diocesano...

    Aos 03-05-95 foi constituído o Distrito dos Jesuítas da Amazônia (DIA).

    I Encontro do DIA [Belém, 22-25/Jan/1996]. Reafirma a importância das

    obras existentes: algumas paróquias em setores populares da cidade e interior;

    Capela de Lourdes, classe média; Exercícios Espirituais; Educação Popular;

    Pastoral de Juventude; Seminário Regional (Norte I); cursos de teologia no

    CENESC.

    II Encontro do DIA [Manaus, Jan/1997]. Se avançou nos desejos dos

    membros do DIA sobre o trabalho apostólico: Solidariedade com o povo,

    especialmente com os mais pobres; a itinerância; paróquias mais abertas;

    missão mais ampla à serviço da iniciativa dos outros e inseridos no mundo

    (política, cidade, Sem Terra...); a inculturação e cultura da comunicação;

    diálogo ecumênico e inter-religioso; direção espiritual, exercícios espirituais e ministério da reconciliação, valorização da dimensão afetiva...

    “Entre os objetivos prioritários deste trabalho apostólico estará a promoção

    de vocações para a Companhia e a formação de agentes pastorais, clérigos,

    religiosos(as) e leigos(as) das Igrejas locais e para ser serviço. Espero que,

    para realização destes objetivos, o Distrito da Amazônia conte com a

    colaboração generosa, não só da Província da Bahia e das outras Províncias

    do Brasil, mas também de membros de outras Províncias da América Latina

    e de toda a Companhia, que encontrarão neste território um campo

    adequado para seu serviço missionário...” (Pe. Peter-Hans Kolvenbach, SJ). _______________________________

    1 “Cartas do DIA, Agosto de 1998.

    1. Recortes de uma história1

    Faz tempo, na Província da Bahia, que abrangia também o Norte, havia o

    desejo de repensar nossa presença na Amazônia em função dos desafios da

    região e, também, para conseguir uma maior integração do Corpo Apostólico...

    Em 27/9/94 foi elaborado o Projeto de uma Região Missionária na

    Amazônia, tendo como objetivo geral “Fixar e intensificar a presença da

    Companhia de Jesus na Amazônia...” e como objetivos específicos: fortalecer

    as atividades apostólicas existentes; favorecer, desde o início, um trabalho em

    colaboração com leigos/as, assessorar os setores mais marginalizados; apoiar

    movimentos populares e colaborar com entidades que trabalham na realidade

    local em contato direto com o povo; favorecer grupos de jovens,

    universitários, profissionais, intelectuais; formar e capacitar leigos/as,

    religiosos/as e clero diocesano...

    Aos 03-05-95 foi constituído o Distrito dos Jesuítas da Amazônia (DIA).

    I Encontro do DIA [Belém, 22-25/Jan/1996]. Reafirma a importância das

    obras existentes: algumas paróquias em setores populares da cidade e interior;

    Capela de Lourdes, classe média; Exercícios Espirituais; Educação Popular;

    Pastoral de Juventude; Seminário Regional (Norte I); cursos de teologia no

    CENESC.

    II Encontro do DIA [Manaus, Jan/1997]. Se avançou nos desejos dos

    membros do DIA sobre o trabalho apostólico: Solidariedade com o povo,

    especialmente com os mais pobres; a itinerância; paróquias mais abertas;

    missão mais ampla à serviço da iniciativa dos outros e inseridos no mundo

    (política, cidade, Sem Terra...); a inculturação e cultura da comunicação;

    diálogo ecumênico e inter-religioso; direção espiritual, exercícios espirituais e ministério da reconciliação, valorização da dimensão afetiva...

    “Entre os objetivos prioritários deste trabalho apostólico estará a promoção de

    vocações para a Companhia e a formação de agentes pastorais, clérigos,

    religiosos(as) e leigos(as) das Igrejas locais e para seu serviço. Espero que,

    para realização destes objetivos, o Distrito da Amazônia conte com a

    colaboração generosa, não só da Província da Bahia e das outras Províncias

    do Brasil, mas também de membros de outras Províncias da América Latina e

    de toda a Companhia, que encontrarão neste território um campo adequado

    para seu serviço missionário...” (Pe. Peter-Hans Kolvenbach, SJ). _______________________________

    1 “Cartas do DIA, Agosto de 1998.

    2. Novas iniciativas e orientações pastorais2

    NOVAS INICIATIVAS. Nestes quase 4 anos de atividade do DIA tomamos

    algumas iniciativas novas:

    1. Comunidade Vocacional para a Companhia (Belém).

    2. Projeto Educação e Cidadania. Aulas de reforço para crianças pobres que

    estudam na rede pública (Belém e Manaus).

    3. Projeto de Itinerância. Apoio aos marginalizados urbanos, ribeirinhos e

    indígenas, fazendo articulação com entidades, grupos e intelectuais solidários com estas realidades (cf. cap. II).

    4. Centro de Direitos Humanos. Pretende estruturar e desenvolver, na

    Arquidiocese de Manaus, um trabalho de formação, sobretudo com o povo da

    periferia urbana.

    5. Projeto Tabatinga. Está no papel. Propõe uma comunidade missionária

    itinerante, na região fronteira com Colômbia-Peru, para apoiar-assessorar as comunidades locais: CEBs, indígenas...

    6. Trabalho com Indígenas. Está se iniciando à partir da Equipe Itinerante

    (área indígena). Na medida em que se tenham novos recursos humanos,

    poderá avançar-se no Projeto Tabatinga.

    ORIENTAÇÕES PASTORAIS

    1. Empatia com toda a região amazônica e seu povo.

    2. Opção pelos pobres. Ribeirinhos, indígenas, sem terra, moradores das

    periferias urbanas pobres, os desempregados. Em geral, todos os excluídos, sem esquecer os doentes.

    2. Novas iniciativas e orientações pastorais2

    NOVAS INICIATIVAS. Nestes quase 4 anos de atividade do DIA tomamos

    algumas iniciativas novas:

    1. Comunidade Vocacional para a Companhia (Belém).

    2. Projeto Educação e Cidadania. Aulas de reforço para crianças pobres que

    estudam na rede pública (Belém e Manaus).

    3. Projeto de Itinerância. Apoio aos marginalizados urbanos, ribeirinhos e

    indígenas, fazendo articulação com entidades, grupos e intelectuais solidários com estas realidades (cf. cap. II).

    4. Centro de Direitos Humanos. Pretende estruturar e desenvolver, na

    Arquidiocese de Manaus, um trabalho de formação, sobretudo com o povo da

    periferia urbana.

    5. Projeto Tabatinga. Está no papel. Propõe uma comunidade missionária

    itinerante, na região fronteira com Colômbia-Peru, para apoiar-assessorar as comunidades locais: CEBs, indígenas...

    6. Trabalho com Indígenas. Está se iniciando à partir da Equipe Itinerante

    (área indígena). Na medida em que se tenham novos recursos humanos,

    poderá avançar-se no Projeto Tabatinga.

    ORIENTAÇÕES PASTORAIS

    1. Empatia com toda a região amazônica e seu povo.

    2. Opção pelos pobres. Ribeirinhos, indígenas, sem terra, moradores das

    periferias urbanas pobres, os desempregados, doentes. Em geral, todos os excluídos.

  • 3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000)

    3

    3. Apostolado com meios fracos, sem obras nossas institucionalmente

    pesadas. Preferivelmente a serviço dos outros, quer dizer, de obras, organizações e projetos de outros.

    4. A itinerância não é só uma mobilidade geográfica... É “estar outra vez

    como os primeiros jesuítas na estrada (nos rios), no centro das nossas

    cidades, para decifrar no mesmo coração da existência das pessoas os sinais dos tempos, os sinais da ação do Espírito” (Pe. Geral).

    5. Uma igreja sempre mais leiga, conforme a orientação do Concilio

    Vaticano II. Talvez este seja um dos maiores sinais da ação do Espírito na

    Amazônia: grande número de leigos/as assumindo diferentes ministérios na animação das comunidades.

    6. Exercícios Espirituais, justiça e amor. Trabalho espiritual que atinja o

    coração das pessoas, reconciliando-as consigo e com os outros, fazendo

    acontecer a justiça e o amor na humanidade.

    7. Profunda conversão para viver entre nós como membros de um único

    corpo que tem Cristo por cabeça. Somente assim, com o nosso testemunho, será possível crer no Evangelho.

    8. Discernimento, pessoal e comunitário, para ir corrigindo e construindo a

    caminhada do DIA e responder, assim, aos apelos do Espírito no meio desta

    realidade.

    9. Trabalhar “a partir de dentro, considerando a Amazônia não como uma

    empresa, mas como uma família”3.

    ____________________________

    2 “Cartas do DIA”, Agosto de 1998. 3 Armando Mendes, Historiador.

    3. Apostolado com meios fracos, sem obras nossas institucionalmente

    pesadas. Preferivelmente a serviço dos outros; das obras, organizações e projetos dos outros.

    4. A itinerância não é só uma mobilidade geográfica... É “estar outra vez

    como os primeiros jesuítas na estrada (nos rios), no centro das nossas

    cidades, para decifrar no mesmo coração da existência das pessoas os sinais dos tempos, os sinais da ação do Espírito” (Pe. Peter-Hans Kolvenbach SJ).

    5. Uma igreja sempre mais leiga, conforme a orientação do Concilio

    Vaticano II. Talvez este seja um dos maiores sinais da ação do Espírito na

    Amazônia: grande número de leigos/as assumindo diferentes ministérios na animação das comunidades.

    6. Exercícios Espirituais, justiça e amor. Trabalho espiritual que atinja o

    coração das pessoas, reconciliando-as consigo e com os outros, fazendo

    acontecer a justiça e o amor na humanidade.

    7. Profunda conversão para viver entre nós como membros de um único

    corpo que tem Cristo por cabeça. Somente assim, com o testemunho, será possível crer no Evangelho.

    8. Discernimento, pessoal e comunitário, para ir corrigindo e construindo a

    caminhada do DIA e responder, assim, aos apelos do Espírito no meio desta

    realidade.

    9. Trabalhar “a partir de dentro, considerando a Amazônia não como uma

    empresa, mas como uma família”3.

    ____________________________

    2 “Cartas do DIA”, Agosto de 1998. 3 Armando Mendes, Historiador.

    3. Áreas atuais da missão

    MANAUS-AM: Sede do DIA; CRB, aulas no CENESC, outras assessorias;

    Exercícios Espirituais; Centro de Direitos Humanos – CDH; Sede da Equipe Itinerante; Paróquia de inserção na periferia.

    MARAJÓ-PA: Paróquias; Missões junto à população ribeirinha.

    BELÉM-PA: Presença no meio universitário; Empresários e MCS; Santuário N.S. de Lourdes; Educação e cidadania; Comunidade Vocacional.

    MARABÁ-PA: Paróquia; Assessorar aos trabalhadores rurais; Missões no

    interior.

    II. PROJETO EQUIPE ITINERANTE

    Apresentamos, de forma resumida, os pontos mais significativos do Projeto.

    Estes pontos foram extraídos das duas versões anteriores, de novas reflexões

    feitas sobre o mesmo, das reuniões da Equipe Itinerante feitas ao longo de

    1998 e no começo de 19994.

    ________________________

    4 O nome de “Equipe Itinerante” foi dado na 2ª versão do Projeto (1997).

    O primeiro Noé foi “Projeto de Itinernância” (Manaus, Sede do DIA, 04/06/96).

    II. PROJETO EQUIPE ITINERANTE

    4ª versão – Junho, 2000.

    1. Um pouco da história...

    O Projeto de Itinerância foi inspirado na mobilidade dos primeiros jesuítas

    que trabalharam, na missão do “Grão Pará”, com os povos indígenas desta

    imensa região amazônica.

    Foi proposto e formulado, pela primeira vez, na Sede do DIA (Manaus,

    04/06/96). “Projeto de Itinerância” foi o nome amplo do primeiro rascunho.

    Neste período não foi possível realizá-lo, mas a reflexão continuou. Também

    houve experiências concretas de alguns jesuítas que fizeram contatos com

    pessoas e entidades...

    “Equipe Itinerante, tentando concretizar para 98”. Depois do I Encontro do

    DIA o Projeto se concretiza. Começa no fim de 97, em Manaus, com dois

    jesuítas que visitam periodicamente as comunidades do interior e da periferia

    urbana, para conhecer, passar informações, apoiar, animar, avaliar... o

    trabalho local, confirmando na fé os irmãos e as irmãs das comunidades.

    Elabora-se a segunda versão do Projeto com o nome de “Equipe Itinerante”.

    Novos passos a partir do II Encontro do DIA. Aprofunda-se o sentido da

    itinerância: “Não deve consistir unicamente numa disponibilidade geográfica,

    procurando nos deslocarmos para visitar pessoas e trabalhos mais afastados.

    Trata-se de uma mobilidade necessária para todos os nossos trabalhos, que

    significa uma aproximação gratuita, uma escuta profunda dos outros, a

    valorização da sabedoria do povo, a solidariedade com os mais pobres, o

    esforço para chegar ao cotidiano da vida das pessoas ou, como dizia o Pe.

    Geral: estar outra vez como os primeiros jesuítas na estrada (nos rios), no

    centro das nossas cidades, para decifrar no mesmo coração da existência das

    pessoas os sinais dos tempos, os sinais da ação do Espírito”.

    1. Um pouco da história...

    O Projeto de Itinerância foi inspirado na mobilidade dos primeiros jesuítas

    (sec. XVII) que trabalharam, na missão do “Grão Pará”, com os povos

    indígenas desta imensa região amazônica. O fundamento da itinerância está na

    própria pessoa de Jesus que percorria os povoados e aldeias anunciando a boa

    nova aos pobres (Cf. Mt 9,35-38).

    1a versão: “Projeto de Itinerancia”. Foi proposto e formulado, pela primeira

    vez, na sede do DIA, Manaus, 04/06/96. “Projeto de Itinerância” foi o nome

    amplo do primeiro rascunho. Neste período não foi possível realizá-lo, mas a

    reflexão continuou. Também houve experiências concretas de alguns jesuítas

    que fizeram contatos com pessoas e entidades...

    2 a versão: “Equipe Itinerante, tentando concretizar para 98”. Depois do I

    Encontro do DIA o Projeto se concretizou um pouco. Começa no fim de 97,

    em Manaus, com dois jesuítas, Albano Ternus que chegou a Manaus em 1977

    e Paulo Sérgio Vaillant em dezembro de 1997. Eles visitam periodicamente as

    comunidades do interior e da periferia urbana, para conhecer, articular

    informações, apoiar, animar, avaliar... o trabalho local, confirmando na fé os

    irmãos e as irmãs das comunidades. O nome do projeto passa a ser: “Equipe Itinerante”.

    Novos passos a partir do II Encontro do DIA (Janeiro 1998). Aprofunda-

    se o sentido da itinerância: “Não deve consistir unicamente numa

    disponibilidade geográfica, procurando nos deslocarmos para visitar pessoas e

    trabalhos mais afastados. Trata-se de uma mobilidade necessária para todos os

    nossos trabalhos, que significa uma aproximação gratuita, uma escuta

    profunda dos outros, a valorização da sabedoria do povo, a solidariedade com

    os mais pobres, o esforço para chegar ao cotidiano da vida das pessoas ou,

    como dizia o Pe. Geral: estar outra vez como os primeiros jesuítas na estrada

    (nos rios), no centro das nossas cidades, para decifrar no mesmo coração da

    existência das pessoas os sinais dos tempos, os sinais da ação do Espírito” .

  • 3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000)

    4

    Atualmente a Equipe Itinerante está formada por quatro pessoas, três

    jesuítas e uma irmã da congregação de Nossa Senhora Cônegas de Santo

    Agostinho. Continuam fazendo contatos com outras congregações e também

    com leigos/as que possam estar interessados neste Projeto. Várias viagens

    têm sido feitas pelas distintas pessoas da equipe. Viagens sozinhas, viagens a

    dois, e até uma viagem a três. A realidade e experiências que se descobrem

    nessas itinerâncias vão ajudando, aos poucos, a concretizar melhor a missão e estruturação da equipe:

    + Três são os destinatários específicos e as áreas de trabalho do projeto: 1. Marginalizados urbanos; 2. Ribeirinhos; 3. Indígenas.

    + Três são as sub-equipes que estão se constituindo.

    Uma por destinatário e área de trabalho.

    + Também está se estruturando o escritório e a biblioteca da Equipe Itinerante

    na sede do DIA para que se possa organizar melhor o trabalho.

    Fim de 1998 se incorporam dois novos membros ao equipe itinerante: o Pe.

    Fernando López SJ em outubro e a Ir. Arizete Miranda Dinelli CSA (Cônegas

    de Santo Agostinho) em Dezembro. Estas pessoas começam os contatos da

    Equipe com o mundo indígena. A Ir. Arizete será liberada a tempo completo

    para a Equipe no ano 2000; durante 1999 apoiará parcialmente a equipe e

    participará só em algumas viagens (particularmente na área Sateré-Mawé).

    3a versão do Projeto (Março 1999). Entre os quatro membros da equipe

    (Albano, Paulo Sérgio, Arizete e Fernando) se elabora a terceira versão do

    projeto. Se conseguiu definir de um modo mais claro os três destinatários

    específicos do Projeto (Ribeirinhos, Marginalizados Urbanos e Indígenas) e a

    inter-relação profunda que existia entre eles. Também ficou mais clara a

    necessidade de ir formando uma sub-equipe para cada um destes três destinatários; três sub-equipes articulados entre si.

    1999 dando novos passos, abrindo contatos e concretizando. Em março de

    1999 se iniciou um pequeno escritório, com um instrumental básico, para a

    Equipe Itinerante na sede do Distrito dos Jesuítas da Amazônia (DIA). Ao

    longo deste ano, Albano trabalhou nas ocupações das periferias de Manaus.

    Paulo Sérgio visitou diversos municípios, dioceses e paróquias. Fernando e

    Arizete iniciaram contatos com distintas realidades indígenas do Alto Rio

    Negro, Roraima e Médio Amazonas e também com o CIMI (Conselho

    Indigenista Missionário) e distintas organizações indígenas, para tomar

    consciência das necessidades prioritárias e ver como ir concretizando nossa

    pequena contribuição e apoio às mesmas. Também ao longo de 1999 se

    enviou o projeto da Equipe Itinerante a várias pessoas, grupos e instituições

    (CRB e congregações religiosas, CVX e outros grupos de leigos/as, projetos

    missionários de distintas dioceses, províncias jesuíticas de América Latina e

    Espanha, etc.). Muitas pessoas se mostraram interessadas na proposta da

    equipe, algumas oferecendo-se para juntar-se a ela no ano 2000. Neste ano foi

    escolhido como coordenador da equipe o Pe. Paulo Sérgio S.J. e o Pe. Fernando como secretário.

    Ano 2000: novos membros! Em Novembro de 1999 o Pe. Paco Almenar

    (jesuíta do DIA) se junta a equipe. Em Dezembro o Pe. Albano Ternus

    (jesuíta do DIA) sai da equipe para assumir a paróquia N. Sra. Mãe da

    Misericórdia (Compensa II, Manaus). No dia 20 de Dezembro de 1999

    chegou Tadeu Morais, leigo do Pará. No dia 07 de Janeiro do 2000 chegaram

    a Ir. Odila Gaviraghi (Filha do Sagrado Coração de Jesus) e Claudia Pereira,

    leiga voluntária enviada pelo projeto missionário da CNBB-Sul 3. No dia 09

    de Março chegaram a Ir. Luzia Bongiovani (Nossa. Sra. Imaculada Conceição

    – Azuis) e no 27 a Ir. Bernadete da Silva (Cônega de Santo Agostinho);

    ambas para fazer uma experiência de alguns meses. A Ir. Bernadete,

    lamentavelmente, por dificuldades de saúde teve que se afastar. No dia 06 de

    Junho chegou o diácono Fr. Evandro Araujo O.F.M.; também para fazer uma experiência de alguns meses.

    4a versão do Projeto (Fevereiro 2000). Entre os dias 9 e 12 de Fevereiro

    realizamos o primeiro encontro da Equipe no ano 2000. Participaram Paulo

    Sérgio, Arizete, Fernando, Tadeu, Odila e Cláudia. Neste encontro houve

    partilha de vida e oração. Houve também aprofundamento e revisão do Projeto

    da Equipe que se completou no encontro de 8 a 20 Maio com a presença de Pe.

    Paco e Ir. Luzia. Foi tratado o tema da residência inserida para a comunidade itinerante e o calendário do planejamento 2000. Assim nasceu a quarta versão.

    Casa para a comunidade itinerante (Fevereiro 2000). Desde o final de

    1998 vínhamos refletindo sobre a possibilidade de ter uma ou mais casas

    simples para aqueles membros da equipe itinerante que quisessem viver em

    comunidade4. Na 3a versão do Projeto (Março 1999) já se incorporou esta

    intuição (Cf. III. Proposta Comunidade Itinerante). Em Novembro 1999,

    Paulo Sérgio, Paco, Fernando e Arizete buscaram uma casinha na área de

    palafitas no igarapé da Compensa II, perto da casa inserida das Cônegas de

    Santo Agostinho (Com. de Nazaré). Depois de ter acertado com uma família a

    compra para o dia 20 de Dezembro, quando chegou a data o proprietário

    adiou a venda. Neste meio tempo, surgiu a possibilidade de Arizete sair da

    comunidade e irmos para outro bairro com menor presença religiosa que a

    Compensa. Ao longo do mês de Dezembro 1999 e Janeiro 2000 vimos outras

    possibilidades nos bairros: Matinha Cachoerinha, São Jorge; São Raimundo;

    Glória; Jardim dos Barés (Vila da Prata). No dia 12 de Fevereiro fomos juntos

    ver a proposta do Jardim dos Barés e o consenso foi unânime. No dia 16

    compramos as 3 pequenas casas e no dia 23, Paulo Sérgio, Tadeu e Fernando,

    mudaram-se ao ser liberada uma das casas. Arizete, Odila e Cláudia o fizeram

    em Março, quando se desocupou a segunda casa; alguns dias depois foi

    entregue a terceira e foram chegando a Ir. Luzia e a Ir. Bernadete (Março); o

    Pe. Paco (Abril) e o Fr. Evandro (Junho). _________________________

    4 Ver terceira parte do Projeto: III. Proposta Comunidade Itinerante

    2. Motivações5

    Ao abrir o Sínodo dos Bispos para América, o Papa levantou a questão das

    diferenças sociais, perguntando sobre as causas desta situação: “Em que

    medida elas têm suas raízes na história dos últimos cinco séculos? Até que

    ponto são um legado da colonização? Que influência teve a primeira evangelização?

    2. Motivações e fundamentos5

    Ao abrir o Sínodo dos Bispos para América, o Papa levantou a questão das

    diferenças sociais, perguntando sobre as causas desta situação: “Em que

    medida elas têm suas raízes na história dos últimos cinco séculos? Até que

    ponto são um legado da colonização? Que influência teve a primeira evangelização?

  • 3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000)

    5

    Na atual fase do capitalismo neoliberal, os Provinciais de América Latina

    nos pedem um esforço “para fortalecer o valor da gratuidade em um mundo

    no qual tudo tem um preço; para estimular o sentido de uma vida sóbria e de

    uma beleza simples; para fomentar o silêncio interior e a busca dos bens do

    espírito; para dar novo vigor à liberdade responsável que implique a prática

    da solidariedade, no contexto de uma espiritualidade inaciana,

    comprometida com a transformação profunda do coração humano”6. Esta é

    uma orientação importante para o trabalho da Equipe Itinerante, sobretudo na

    vivência da gratuidade e do voluntariado; na realização de sua própria

    vocação acima da profissão; na escuta dos outros, particularmente dos setores

    marginalizados (ribeirinhos, marginalizados urbanos e indígenas),

    valorizando sua sabedoria e a opinião das pessoas comuns; na solidariedade com os mais pobres...

    No Congresso Internacional do Apostolado Social da Companhia de Jesus

    em Nápoles (1997), foi vista a necessidade de relançar o Apostolado Social

    numa dimensão nova, mais integral. Algumas linhas de convergência foram:

    opção pelos pobres, a inserção, a contribuição particular da espiritualidade

    inaciana, o trabalho em equipe... E o Pe. Geral lembrava que a justiça é

    “condição para a credibilidade da fé” (CG 32, D.2,2). Realizando esta

    justiça “damos testemunho de uma maneira diferente de viver, damos testemunho da presença de um Deus amante e salvador”.

    “A Igreja se faz carne e arma sua tenda na Amazônia”. Este documento

    dos bispos da Região Norte, nos dá importantes orientações para a Equipe

    Itinerante. O mesmo título indica uma perspectiva de itinerância, de leveza,

    de provisoriedade, de migrantes, como a situação do povo.

    _____________________________________

    5 “Projeto de Itinerância” e “Equipe Itinerante”. 6 “O neoliberalismo na América Latina”.

    Na atual fase do capitalismo neoliberal, os Provinciais da América Latina

    nos pedem um esforço “para fortalecer o valor da gratuidade em um mundo

    no qual tudo tem um preço; para estimular o sentido de uma vida sóbria e de

    uma beleza simples; para fomentar o silêncio interior e a busca dos bens do

    espírito; para dar novo vigor à liberdade responsável que implique a prática da

    solidariedade, no contexto de uma espiritualidade inaciana, comprometida

    com a transformação profunda do coração humano”6. Esta é uma orientação

    importante para o trabalho da Equipe, sobretudo na vivência da gratuidade e

    do voluntariado; na realização de sua própria vocação acima da profissão; na

    solidariedade com os mais pobres; na escuta dos outros, particularmente dos

    setores marginalizados (ribeirinhos, marginalizados urbanos e indígenas),

    valorizando sua sabedoria e a opinião das pessoas comuns...

    No Congresso Internacional do Apostolado Social da Companhia de Jesus

    em Nápoles (1997), foi vista a necessidade de relançar o Apostolado Social

    numa dimensão nova, mais integral. Algumas linhas de convergência: opção

    pelos pobres, a inserção, a contribuição particular da espiritualidade inaciana,

    o trabalho em equipe... E o Pe. Geral lembrava que a justiça é “condição para

    a credibilidade da fé” (CG 32, D.2,2). Realizando esta justiça “damos

    testemunho de uma maneira diferente de viver, damos testemunho da presença de um Deus amante e salvador”.

    “A Igreja se faz carne e arma sua tenda na Amazônia”. Este documento

    dos bispos da Região Norte, dá importantes orientações para a Equipe. O

    título já indica uma perspectiva de itinerância, de leveza, de provisoriedade,

    de migrantes, como a situação do povo. É um documento histórico que orienta

    para um rumo pastoral qualitativamente novo do leigo/a como protagonistas

    da missão e do clero e da vida religiosa como servidores/as da mesma missão. _____________________________________

    5 “Projeto de Itinerância” e “Equipe Itinerante”. 6 “O neoliberalismo na América Latina”.

    3. Necessidades7

    A conjuntura revela a exploração da maior parte do povo amazônico... Isto exige uma evangelização que assuma como central o problema da justiça.

    A importância do interior da Amazônia onde vivem 20% ou mais da

    população: extrativistas, ribeirinhos, pequenos proprietários, colonos,

    posseiros, povos indígenas, pequenos produtores familiares. Eles são parte do setor mais fragilizado e desprezado da Amazônia.

    As grandes distâncias que impedem o congressamento destes povos e exigem o deslocamento do agente de pastoral.

    O isolamento de muitas comunidades e de muitos agentes de pastoral (padres,

    irmãs e leigos), às vezes desanimados, que pedem visitas periódicas de

    animação.

    O pedido das igrejas locais. Muitos são os pedidos para assessorais várias,

    vindos de Dioceses e Prelazias, CRB, CIMI, paróquias, movimentos...

    Parece ser importante uma avaliação mais local, que ajude o aprofundamento e o avanço dos trabalhos.

    O que mais falta no âmbito da pastoral são pessoas que saibam articular

    prática e teoria. A itinerância poderia ajudar nesta articulação pelo fato de

    entrar em contato direto com muitas experiências locais. _____________________________________

    7 “Projeto de Itinerância” e “Equipe Itinerante”.

    3. Necessidades sentidas7

    A conjuntura revela a exploração da maior parte do povo amazônico... Isto exige uma evangelização que assuma como central o problema da justiça.

    A importância do interior da Amazônia onde vivem 20% ou mais da

    população: extrativistas, ribeirinhos, pequenos proprietários, posseiros, povos

    indígenas, pequenos produtores. Eles são parte do setor mais fragilizado e desprezado da Amazônia.

    As grandes distâncias que impedem o congressamento destes povos e exigem o deslocamento do agente de pastoral.

    O isolamento de muitas comunidades e de muitos agentes de pastoral (padres,

    irmãs/os e leigos/as), às vezes desanimados/as, que pedem visitas periódicas

    de animação e apoio nos trabalhos que estão desenvolvendo.

    O pedido das igrejas locais. Muitos são os pedidos para formação e

    assessorias várias, vindos de Dioceses e Prelazias, CRB, CIMI, CPT, Pastorais Sociais, paróquias, organizações, movimentos, grupos, etc.

    Parece ser importante uma avaliação mais local, que ajude no aprofundamento e no avanço dos trabalhos.

    O que mais falta no âmbito da pastoral são pessoas que saibam articular

    prática e teoria. A itinerância poderia ajudar nesta articulação pelo fato de

    entrar em contato direto com muitas experiências locais. _____________________________________

    7 “Projeto de Itinerância” e “Equipe Itinerante”.

    4. Objetivos

    1. Visitar periodicamente comunidades (ribeirinhas, periferias urbanas e

    indígenas), organizações de base e movimentos populares, da igreja, da

    sociedade, dos povos indígenas, do interior e da cidade, para conhecer,

    escutar, apoiar, animar, avaliar o trabalho local desenvolvido.

    2. Refletir com intelectuais e entidades da cidade, afinados com a causa dos

    pobres, para aprofundar novos caminhos em beneficio do campo e da cidade,

    das comunidades ribeirinhas, das comunidades das periferias urbanas e dos povos indígenas, desde o ponto de vista pastoral, cultural e sociopolítico.

    4. Objetivos gerais

    1. Conhecer, escutar, ter uma presença solidária, apoiar, articular,

    reforçar, animar, refletir, avaliar o trabalho local desenvolvido pelas

    comunidades (ribeirinhas, marginalizados urbanos e indígenas), pelas

    organizações de base e movimentos populares, da igreja, da sociedade, dos

    povos indígenas, do interior e da cidade. Para isso é necessário visitar periodicamente as comunidades.

    2. Refletir com intelectuais e entidades da cidade, afinados com a causa dos

    pobres, para aprofundar novos caminhos em beneficio do interior e da cidade,

    das comunidades ribeirinhas, das comunidades dos marginalizados urbanos e

    dos povos indígenas, desde o ponto de vista pastoral, cultural e sociopolítico,

    econômico...

    5. Alguns pontos metodológicos

    No Ritmo da Canoa. Queremos realizar a itinerância remando, navegando e caminhando como caminha, rema e navega o povo que tem esperança e que se compreende portador de qualidades e também de limitações, que avança, estabiliza e às vezes até retrocede, mas está sempre a caminho. Saber caminhar no “passo do povo” ou no “ritmo da canoa”, nem atrás e nem à frente, mas ao lado, é ter uma atitude de companheirismo, irmandade e escuta que tem como resposta a resistência e vivência junto dele para o que der e vier.

  • 3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000)

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    Os objetivos apontam à articulação entre PRÁXIS e TEORIA. A metodologia da Equipe Itinerante é uma contínua reflexão sobre a práxis.

    Não se trata de levar “uma solução pré-fabricada que, indo a um supermercado, é possível tirar de uma estante; não um modelo único para copiar e repetir; mas uma busca incessante de caminhos para enfrentar os grandes problemas, respeitando sua complexidade e resistindo à tentação de reduzi-los todos a respostas fáceis, quer dizer, ideológicas, e buscar pacientemente soluções...

    8

    ______________________ 8 Palavras do Cardeal Giordani no Congresso sobre o Apostolado Social da

    Companhia, Nápoles, 1997.

    Busca de caminhos novos e não soluções pré-fabricadas. Não se trata de levar “uma solução pré-fabricada que, indo a um supermercado, é possível tirar de uma estante; não um modelo único para copiar e repetir; mas uma busca incessante de caminhos para enfrentar os grandes problemas, respeitando sua complexidade e resistindo à tentação de reduzi-los todos a respostas fáceis, quer dizer, ideológicas, e buscar pacientemente soluções...

    8

    Práxis e Teoria: os dois remos da canoa. A articulação entre práxis e teoria são indispensáveis neste processo. Assim como uma canoa, para avançar no rumo certo e chegar ao lugar desejado, precisa dos dois remos sincronizados, assim também, teoria e práxis precisam se articular permanentemente nesta caminhada.

    Na práxis, é preciso ver com o coração, e isso se dá pela a proximidade com as pessoas e os acontecimentos no cotidiano. Na teoria se vê com a razão. Para isso, se faz necessário um relativo distanciamento, para a compreensão das coisas essenciais que devem ser elevadas a conceitos e que possam contribuir para acelerar o processo de humanização da vida.

    Ir ao Encontro para visitas cíclicas e periódicas. É uma atitude de sair, itinerar para fora de si mesmo, de nossa visão das coisas, de nossas instituições e dos grandes centros. Indo ao encontro dos Marginalizados Urbanos, Indígenas e Ribeirinhos. Por isso, para realizar este trabalho, somos uma só Equipe, organizada em três sub-equipes. Uma vez priorizadas as realidades que se considerem “mais necessitadas” e definidos os trabalhos a apoiar e desenvolver, é necessário fechar com o grupo local a periodicidade com a que a equipe se fará presente. Isso é também fundamental para a programação e planejamento da própria equipe.

    Estar Com, Onde e Como... Trata-se fundamentalmente de uma presença solidária e eficaz, onde o conflito e a morte ameaçam a vida do povo nas encruzilhadas e fronteiras da vida. “Estar com quem ninguém quer estar; estar onde ninguém quer estar; estar como ninguém quer estar”. Pe. Pepe H. SJ (José Fernández de Henestrosa SJ).

    Ouvir mais que Falar e Fazer. Dar atenção, ouvir e ser solidário/a com os/as que não conseguem, se quer, caminhar no “ritmo da canoa”, que na maioria dos casos, nem canoa possuem, quer dizer: não faz parte e nem estão ligados/as a nenhuma religião, igreja ou qualquer outra instituição, associação ou movimento organizado. Com estes, principalmente, queremos partilhar o caminho e a sorte.

    Parceria com os pobres. Acreditar na força da união dos fracos e de suas tenras e frágeis iniciativas populares, muitas vezes enraizadas na tradição cultural de cada povo. Apoiar e valorizar as pequenas formas de organização e iniciativas sempre originais de resistência e sobrevivência cotidiana que caminham, muitas vezes, paralelas aos grandes projetos governamentais elaborados pelas elites ou por lideranças voluntárias e/ou personalistas.

    Parcerias afins. Tecer parceria com Movimentos Organizados da sociedade, Igrejas, ONGs e Intelectuais afinados com a causa da Justiça, do Direito e da Continuidade e Preservação da Vida no planeta e na Amazônia em particular.

    Registrar a Memória. Registrar, na medida do possível – escrito (relatório) e visual (fotografia), etc. - esta história não oficial, com a própria fala do povo, prenhe de sentido, resistência e força. Registrar também nossa percepção de tudo que vemos, ouvimos e falamos, para que possa se tornar matéria de estudo e reflexão da equipe como um todo. ______________________ 8 Palavras do Cardeal Giordani no Congresso sobre o Apostolado Social da

    Companhia, Nápoles, 1997.

    5. Três destinatários inter-relacionados

    Três destinatários específicos que o projeto focaliza:

    Marginalizados Urbanos: São os favelados, pessoas que moram às margens dos igarapés, nos acampamentos e nas ocupações das periferias urbanas. A grande maioria são trabalhadores informais e/ou desempregados, bóia-frias que mal conseguem o dinheiro suficiente para esticar a vida de um dia para o outro. A sobrevivência precária é a máxima preocupação e angústia. São pessoas que ocuparam essas áreas fugindo do aluguel, que vieram de outros bairros, outros municípios e, até, de outros Estados do País. Em geral são famílias numerosas e/ou casais novos. Em sua cultura predomina ainda a dimensão rural.

    Ribeirinhos: Denominação dada aos habitantes das margens dos rios que vivem em povoados, aldeias ou em casas isoladas. São pequenos agricultores, pescadores, pequenos comerciantes ou donos de barcos que moram geralmente em casas “flutuantes”. São migrantes nordestinos, do Sudeste e de outros Estados do Norte, que vieram para a Amazônia no século XIX, por ocasião do “ciclo da borracha”. Formaram famílias de

    6. Três destinatários inter-relacionados

    Marginalizados Urbanos: São os favelados, pessoas que moram às margens dos igarapés, nos acampamentos e nas ocupações das periferias urbanas. A grande maioria são trabalhadores informais e/ou desempregados, bóia-frias que mal conseguem o dinheiro suficiente para esticar a vida de um dia para o outro. A sobrevivência precária é a máxima preocupação e angústia. São pessoas que ocuparam essas áreas fugindo do aluguel, que vieram de outros bairros, outros municípios e, até, de outros Estados do País. Em geral são famílias numerosas e/ou casais novos. Em sua cultura predomina ainda a dimensão rural.

    Ribeirinhos: Denominação dada aos habitantes das margens dos rios, dos lagos e igarapés que vivem em povoados, aldeias ou em casas isoladas. Vivem em geral, em terra firme no tempo das chuvas e na várzea quando baixa as águas. São pequenos agricultores, pescadores, pequenos comerciantes ou donos de barcos que moram geralmente em casas flutuantes. São migrantes nordestinos e de outros Estados do país, que

  • 3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000)

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    trabalhadores casando-se entre si ou com indígenas, dando origem aos chamados “caboclos/as amazônidas”. Existem centenas destas comunidades espalhadas ao longo dos inúmeros rios, igarapés e lagos. Muitas paróquias chegam ter até 150 ou mais comunidades. Muitas delas só podem ser visitadas quando os rios estão cheios. Com isso, as visitas se resumem a uma por ano, quando muito e leva-se vários dias de barco para chegar até elas.

    Indígenas: São os moradores ancestrais e originários das florestas amazônicas, com línguas e culturas próprias, milenárias e ricas. Muitos deles continuam hoje nas suas terras e malocas, vivendo de suas roças, da caça e da pesca, da colheita dos frutos que a Mãe Natureza lhes oferece abundante e generosamente. Porém, cada dia são mais os indígenas que vem para as cidades tentando melhorar suas condições de vida, trabalho, estudo. A situação deles, nas periferias urbanas, é muito difícil. A população indígena estimada nos cinco estados que integram o DIA é de umas 170.000 pessoas.

    Inter-relacionados: Entre estes três grupos têm gerado, ao longo da história, distintos tipos de relação e interdependência, que torna mais complexo o trabalho com os mesmos.

    1. Esta faixa representa o grupo dos marginalizados urbanos que foram ribeirinhos que vieram tentar sorte na grande cidade e acabaram nas favelas e acampamentos das periferias urbanas.

    2. Muitos ribeirinhos são indígenas, porém, muitas vezes eles não reconhecem sua identidade e por isso não a valorizam.

    3. Muitos marginalizados urbanos, nas cidades grandes da Amazônia, são indígenas que abandonaram suas malocas e vieram para as cidades.

    4. Representa o grupo dos indígenas que foram ribeirinhos e hoje são marginalizados urbanos.

    Definir os grupos concretos... É claro que, ainda se tenham identificado e definido no projeto estes três grupos humanos como prioritários, eles continuam sendo muito amplos (numerosos e dispersos). Além disso, cada uma das realidades que estes grupos têm é muito complexa em si mesma. Muito mais quando se dão conexões e interdependência entre eles. Por tudo isto, na medida que o projeto avança, com a experiência, terá que ir priorizando e definindo melhor os grupos concretos a serem acompanhados.

    vieram para a Amazônia no século XIX, por ocasião do ciclo da borracha. Formaram famílias de trabalhadores casando-se entre si ou com indígenas, dando origem aos chamados “caboclos/as” amazônidas. Formam o povo mais pobre, desorganizado e desassistido da Amazônia. Não se sentem grupo social e não recebem ajuda do governo nem ONGs. Existem centenas destas comunidades espalhadas ao longo dos inúmeros rios, igarapés e lagos. Muitas paróquias chegam ter até 150 ou mais comunidades. Muitas delas só podem ser visitadas quando os rios estão cheios. Com isso, as visitas se resumem a uma por ano, quando muito e leva-se vários dias de barco para chegar até elas.

    Indígenas: São os moradores ancestrais (40 mil anos!) e originários da América e das florestas amazônicas, com línguas e culturas próprias, milenárias e ricas. A população indígena do Brasil há 500 anos era de uns 5 milhões; por volta de 1960 a estimativa era de apenas 200 mil pessoas e nos planos do governo estava previsto que no ano 2020 já “não existisse” mais indígenas no Brasil. A resistência desses povos em parceria com as organizações indigenistas (OPAN, CIMI e outras) conseguiu reverter tal processo de “extermínio”. Hoje, estima-se no Brasil aproximadamente 330 mil indígenas (com uma alta taxa de crescimento). Esta população está repartida em torno de 215 povos que falam mais de 180 línguas diferentes. Destes, 51% está localizada na Região Norte do Brasil. Esta rica e diversa realidade de povos, línguas e culturas está também marcada por uma diversidade de processos históricos; pelo menos podem ser distinguidos cinco processos indígenas bem diferenciados em função do distinto nível de contato com a sociedade hegemônica envolvente: 1) Povos sem contato, se estimam mais de 30 grupos. 2) Povos com pouco contato, ex. Tapirape, Minky, Yanomami, Xuruaha... 3) Povos com longo contato, ex. Tukano, Guarani, Makuxi, Sateré-Mawé... 4) Povos ressurgentes; durante muitos anos para resistir camuflaram-se como caboclos ou camponeses, ex. Xukuru e outros povos do Nordeste); 5. Indígenas nas cidades, muitos e em rápido crescimento. Cada uma destas realidades exige um processo de acompanhamento diferenciado.

    Destinatários inter-relacionados: Estes 3 grupos geraram, ao longo da história, distintas relações e interdependências, que torna mais complexo o trabalho com os mesmos.

    1. Esta faixa representa o grupo dos marginalizados urbanos que foram ribeirinhos que vieram tentar sorte na grande cidade e acabaram nas favelas e acampamentos das periferias urbanas.

    2. Muitos ribeirinhos são indígenas, porém, muitas vezes eles não reconhecem sua identidade e por isso não a valorizam.

    3. Muitos marginalizados urbanos, nas cidades grandes da Amazônia, são indígenas que abandonaram suas malocas e vieram para as cidades.

    4. Representa o grupo dos indígenas que foram ribeirinhos e hoje são marginalizados urbanos.

    Definir os grupos concretos... Esses três grupos focalizados no projeto são muito amplos, numerosos e dispersos. Cada um deles têm realidades muito complexas. Ainda mais quando se dão conexões e interdependência entre eles. Por isto, na medida em que o projeto avança, cada sub-equipe com a experiência, deve ir priorizando e definindo melhor os grupos concretos e trabalhos a serem desenvolvidos.

    5. Três sub-equipes articuladas, parcerias e equipe de apoio

    Três sub-equipes articuladas: A amplidão e complexidade dos três destinatários do projeto exigem a conformação de uma sub-equipe por destinatário: sub-equipe “Marginalizados Urbanos”; sub-equipe “Ribeirinhos”; sub-equipe “Indígenas”. Estas três equipes estão articuladas entre elas e juntas formam a Equipe Itinerante.

    Leigas/os, religiosas/os, padres: Cada uma destas sub-equipes pode ser formada por pessoas leigas e/ou religiosas/os de distintas congregações o do clero. Neste sentido a Equipe Itinerante quer ser plural e diversificada.

    5. Três sub-equipes articuladas, parcerias e equipe de apoio

    Três sub-equipes articuladas: A amplidão e complexidade dos três destinatários do projeto exigem a conformação de uma sub-equipe por destinatário: sub-equipe “Marginalizados Urbanos”; sub-equipe “Ribeirinhos”; sub-equipe “Indígenas”. Estas três equipes estão articuladas entre si.

    Leigas/os, religiosas/os, padres: As sub-equipes pode ser formada por leigas/os e/ou religiosas/os de distintas congregações ou clero. Neste sentido a Equipe Itinerante quer ser plural e diversificada.

  • 3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000)

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    Em parceria com outros grupos e/ou instituições, como por exemplo: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Conferência dos Religiosos do Brasil, Comissão da Pastoral da Terra, Conselho Indigenista Missionário, Comissão de Defensa dos Direitos Humanos, Pastorais Sociais, Sindicatos, Movimento Popular, etc.

    Equipe de apoio. A Equipe Itinerante contará com o apoio intelectual e técnico de profissionais capacitados nas distintas áreas do saber.

    Em parceria com outros grupos e/ou instituições, como por exemplo: Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Comissão da Pastoral da Terra (CPT), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Comissão de Defensa dos Direitos Humanos (CDH), pastorais sociais, sindicatos, movimentos populares e organizações, etc.

    Equipe de apoio. A Equipe Itinerante contará com o apoio intelectual e técnico de profissionais capacitados nas distintas áreas do saber.

    7. Trabalho e desenvolvimento atual

    Equipe Itinerante

    Membros. Atualmente são 4: Pe. Paulo Sérgio SJ (Área Ribeirinhos), Pe.

    Albano Ternus SJ (Área Marginalizados Urbanos), Ir. Arizete Denelli CSA

    e Pe. Fernando López SJ (Área Indígena). O Pe. Paulo Sérgio é o

    coordenador atual da Equipe Itinerante.

    Reuniões. Tentam ser mensais. Porém, a data concreta se define

    dependendo das viagens da equipe.

    Relatórios. A reflexão da Equipe exige que ao retornar de cada itinerância

    se faça um breve relatório e que este seja colocado em comum para

    posterior discussão e aprofundamento de determinados temas.

    Escritório e biblioteca. Estão sendo organizados na sede do DIA.

    Incorporação de novos membros. Com distintas congregações, grupos de

    leigos/as está se fazendo contatos para ver a possibilidade de novos

    membros para a Equipe nas suas três áreas de ação.

    Parcerias. Estão sendo feitos contatos com distintas instituições e organizações com as que o Equipe quer trabalhar em parceria prestando

    serviços com as mesmas.

    Área: Ribeirinhos

    É a área que primeiro nos foi apresentada como proposta de trabalho e onde

    foram feitas as visitas durante o ano de 1998;

    O estilo pode lembrar as tradicionais “desobrigas”, porém, estamos tentando

    implementar uma nova metodologia que consiste em ficar na comunidade

    por alguns dias e visitar as famílias, fazer encontros específicos, celebrar os

    sacramentos, conhecer e apoiar principalmente as iniciativas de organização

    social (associação de moradores, preservação dos lagos, cooperativas de

    pesca, pastoral da terra, pastoral da criança, pastoral da saúde, escola,

    associação de mulheres, grupos ecológicos e culturais, etc.) e conviver com

    as famílias no sentido de criar laços afetivos e de amizade e sendo sinal da

    irmandade do Reino;

    Nossa “porta de entrada” nas comunidades têm sido àquelas que definimos

    anteriormente como parceiras e que geralmente proporcionam a

    infraestrutura de transporte ou então utilizamos os barcos de linha (Recreio),

    caronas em carros e diversas vezes caminhando a pé. É sempre um tempo de

    peregrinação muito salutar e que favorece o processo de inculturação;

    Dormimos nos barcos, nas casas das famílias, nas sacristias ou casas canônicas, etc. Porém, sempre em redes que faz parte permanente da

    bagagem do itinerante;

    A base alimentar é a mesma do povo, peixe e farinha. A caça, verduras,

    frutas regionais, galinha e pato caipira também sempre aparecem;

    Por enquanto está nesta área de trabalho o Pe. Paulo Sérgio S.J.

    Área: Marginalizados Urbanos

    Presença solidária na ocupação 18 de Março - Manaus.

    Consiste em visitas periódicas com a finalidade de conhecer as pessoas e as

    famílias.

    Já foi fundada a comunidade católica (Santa Clara) e se tem um terreno para

    construir a capela.

    Foi constituída uma equipe de coordenação. Esta equipe apóia a formação da

    diretoria para a Associação dos Moradores.

    Há uma celebração semanal na comunidade.

    Por enquanto, apenas está nesta área de trabalho o Pe. Albano S.J.

    A preocupação que nos questiona é: E as outras ocupações, que são até maiores? Lá não se tem nenhuma presença!

    8. Estrutura da Equipe Itinerante

    Serviços. Para o bom funcionamento da Equipe e das sub-equipes, serão escolhidos:

    Equipe Itinerante Sub-Equipes

    1. Coordenador/a geral 1. Coordenador/a da área Ribeirinha

    2. Tesoureiro/a 2. Coordenador/a área Marginalizados Urbanos

    3. Secretario/a 3. Coordenador/a da área Indígenas

    Escritório e palafitas de inserção. Para apoiar os trabalhos da Equipe se tem um pequeno escritório com o equipamento básico. Para as pessoas da equipe que queiram viver juntas se oferece uma comunidade de inserção: 3 casas de palafita num igarapé próximo ao escritório (ver III. Proposta Comunidade Itinerante).

    Encontros e reuniões. A Equipe Itinerante fará o calendário anual de encontros para refletir, rezar, partilhar, estudar, descansar, etc. e cada sub-equipe organizará também suas reuniões periodicamente com relatórios. Se sugere que os encontros da Equipe sejam de uma semana a cada dois meses.

  • 3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000)

    9

    Área: Indígenas

    É a última área que começou a itinerância a partir de outubro do 1998.

    Está na fase de aprender e conhecer as distintas realidades indígenas, os trabalhos e experiências concretas que estão sendo desenvolvidas, as

    organizações indígenas e as instituições que apoiam a estes povos.

    Apenas quatro viagens foram feitas nestes 5 meses de caminhada (uns 90

    dias):

    1. Rio Marau, área Sateré-Mawé; 2. Roraima, ordenação de um Padre

    Makuxi, e Guiana, visita a Missão Santo Ignacio (Makuxi e Wapixana); 3.

    Diocese de São Gabriel da Cachoeira, Alto Rio Negro (Tukano, Maku, etc.);

    4. Roraima, Assembleia do CIR (Conselho Indígena de Roraima).

    Conhecendo, articulando e juntando forças com o CIMI (Conselho Indigenista Missionário).

    Neste ano 99 a equipe continuará conhecendo diversas realidades indígenas da região amazônica e fazendo contatos com distintas organizações e

    instituições de apoio à causa indígena.

    Está integrada por duas pessoas: Ir. Arizete C.S.A. e Pe. Fernando S.J.

    9. Espiritualidade da Equipe Itinerante

    “Aceita as surpresas que transtornam teus planos,

    derrubam teus sonhos,

    dão rumo totalmente diverso ao teu dia e, quem sabe,

    a tua vida. Não há acaso. Dá liberdade ao Pai,

    para que Ele mesmo conduza a trama de teus dias”.

    - Helder Câmara -

    1. Espiritualidade Itinerante.

    A expressão “espiritualidade itinerante” evoca leveza e movimento em novas

    direções. Pressupõe abertura espiritual suficiente para compreender o que diz

    o Espírito, deixando-nos conduzir por Ele, em nosso tempo e neste lugar

    concreto que é a Amazônia.

    2. Para além da “itinerância geográfica”.

    Existe a “itinerância geográfica” que consiste em estar disponível para ir e

    estar em qualquer lugar onde mais precisar. Porém, o que deve sustentar esta

    itinerância geográfica é uma “atitude itinerante interior”, bem mais exigente

    que a própria mobilidade externa. Trata-se de sair dos nossos esquemas

    mentais... das nossas obras... estruturas ou organizações pastorais... da nossa

    visão cultural das coisas... da nossa própria experiência religiosa... Isto para ir

    ao encontro do diferente numa atitude de escuta e acolhida. A “atitude

    itinerante” nos custa mais, por criar maior insegurança em nós. Mas é ela que deve alimentar nossa espiritualidade.

    3. A serviço dos pobres.

    Trata-se de uma espiritualidade em gestação continuada que exige

    criatividade, abertura, desprendimento de poder e sensibilidade humana. É

    isso que nos aproxima e desperta para um discernimento de identificação com

    os pobres e a serviço deles.

    4. A Bíblia como inspiração.

    A inspiração é bíblica. É interpretando os mais remotos personagens bíblicos,

    que compreendemos que a Vontade de Deus supõe um sair e um caminhar

    confiante ao lado d’Aquele que chama e envia rumo aos excluídos; somando

    forças com diversas pessoas e entidades que se afinam com a causa da justiça

    e da libertação.

    5. Discernimento.

    Diante das situações internas e externas, se faz necessário ter uma atitude

    permanente de discernimento, pessoal e em equipe, para ver por onde o

    Espírito nos encaminha na missão.

    6. Os excluídos como “sujeitos”.

    Os excluídos na Amazônia, conforme nossa percepção, têm rostos: indígenas,

    ribeirinhos e marginalizados urbanos. São os que vivem à margem das

    instâncias de poder das elites atuais que não reconhecem seu valor, sua

    dignidade e cidadania. Nós queremos acreditar neles como “sujeitos” da sua

    caminhada, da sua história e da sua libertação. Ainda mais, queremos que o

    nosso olhar, nossa preocupação principal e o nosso carinho, sejam primeiro

    para aqueles que são excluídos dentre os excluídos. Queremos isto porque

    sabemos que eles ocupam o lugar privilegiado no coração de Deus.

    7. Origem, Centro e Finalidade.

    A espiritualidade que buscamos para a Equipe Itinerante, tem como origem o

    Deus da Vida e da História, tendo como centro os Excluídos na Amazônia, e

    tem como finalidade a Justiça do Reino, a Vida verdadeira e integral de tudo o que compõe o planeta e o cosmo como um todo. Tudo está entrelaçado.

  • 3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000)

    10

    1ª versão Proposta “Comunidade Itinerante” (Março/1999)

    2ª versão Proposta “Comunidade Itinerante” (Junho/2000)

    III. PROPOSTA COMUNIDADE ITINERANTE

    Jesus formou uma comunidade itinerante. O Antigo Testamento conta o

    processo pelo qual Deus, da diversidade de pessoas e grupos, vai formando o

    seu povo. No Novo Testamento, Jesus chama um grupo de homens e

    mulheres para estar com Ele e compartilhar sua missão. Os três últimos anos

    de sua vida, uma de suas ocupações fundamentais foi a formação de uma

    comunidade de discípulos/as (cf.Lc 8,1-3). Jesus os ama, os chama e os envia

    a anunciar a Boa Nova do Reino; eles/as se abrem agradecidos a esse amor de

    Jesus, escutam com disponibilidade o chamado e respondem com

    generosidade e prontidão ao envio. Assim, também, todos os fundadores/as

    de congregações, juntaram um grupo de companheiros/as para levar para frente a missão à que foram chamados pelo Senhor.

    Uma opção livre. É claro que nem todos os membros da Equipe Itinerante

    têm que viver nesta comunidade. Mas, somente aqueles que se sintam

    chamados para fazer esta experiência e queiram optar livremente por essa proposta comunitária.

    III. PROPOSTA COMUNIDADE ITINERANTE

    Jesus formou uma comunidade itinerante. O Antigo Testamento conta o

    processo pelo qual Deus, da diversidade de pessoas e grupos, vai formando o

    seu povo. No Novo Testamento, Jesus chama um grupo de homens e

    mulheres para estar com Ele e compartilhar sua missão. Os três últimos anos

    de sua vida, uma de suas ocupações fundamentais foi a formação de uma

    comunidade de discípulos/as (cf.Lc 8,1-3). Jesus os/as ama, os/as chama e

    os/as envia a anunciar a Boa Nova do Reino; eles/as se abrem agradecidos a

    esse amor de Jesus, escutam com disponibi-lidade o chamado e respondem

    com generosidade e prontidão ao envio. Assim, também, todos os

    fundadores/as de congregações, juntaram um grupo de compa-nheiros/as para levar para frente a missão à que foram chamados pelo Senhor.

    Morar na comunidade é uma opção livre. Nem todos os membros da

    Equipe Itinerante têm que viver nesta comunidade. Mas, somente aqueles que

    se sintam chamados para fazer esta experiência e queiram optar livremente

    por essa proposta comunitária.

    1. Comunidade Itinerante: Explicando os termos

    Comunidade Itinerante. É uma proposta dentro do Projeto da Equipe

    Itinerante. Quer apoiar e fortalecer o trabalho do Projeto, oferecendo a

    possibilidade de viver em comunidade aos membros da Equipe que assim

    desejarem. Os membros desta comunidade farão parte e assumirão a missão

    numa das distintas áreas do trabalho (Ribeirinhos, Marginalizados Urbanos, Indígenas).

    Comunidade mista e multidimensional. A proposta é que a Comunidade seja como a Equipe, mista e multidimensional. Isto quer dizer:

    Mista: Formada por leigos/as, religiosos/as, padres. Compreendemos que

    uma comunidade mista é muito mais rica e consegue ter uma percepção mais

    integral, mais completa e mais plural da realidade. Também, sendo mista,

    resgata-se a riqueza e a fecunda complementaridade que se dá no encontro

    entre o feminino e o masculino.

    Multidimensional: As pessoas que integrarão esta comunidade terão

    formação em distintas áreas do conhecimento: Teologia, Bíblia, Educação,

    Política, Filosofia, Saúde, Agronomia, Antropologia, Economia, Direito,

    Serviço Social, etc. Deste modo, se enriquece a vida e a missão com a

    variedade de dimensões que os membros da comunidade aportam. A busca e

    construção do Reino de Vida Abundante (cf. Jo 10,10) no meio dos excluídos, exige esta multidimensionalidade na nossa práxis pastoral.

    Itinerante. Tem o mesmo sentido da “itinerância” da Equipe. A comunidade

    não se fixa num único lugar de missão, mas pode se locomover

    periodicamente apoiando e dinamizando os processos que estão se

    desenvolvendo nas distintas comunidades e grupos que acompanha.

    1. Comunidade Itinerante: Explicando os termos

    Comunidade Itinerante. É uma proposta dentro do Projeto da Equipe

    Itinerante. Quer apoiar e fortalecer o trabalho do Projeto, oferecendo a

    possibilidade de viver em comunidade aos membros da Equipe que assim

    desejarem. Os membros desta comunidade farão parte e assumirão a missão

    numa das distintas áreas do trabalho da equipe (Ribeirinhos, Marginalizados Urbanos, Indígenas).

    Comunidade mista e multidimensional. A proposta é que a Comunidade seja como a Equipe, mista e multidimensional. Isto quer dizer:

    Mista: Formada por leigos/as, religiosos/as, padres. Compreendemos que

    uma comunidade mista é muito mais rica e consegue ter uma percepção mais

    integral, mais completa e mais plural da realidade. Também, sendo mista,

    resgata-se a riqueza e a fecunda complementaridade que se dá no encontro

    entre o feminino e o masculino.

    Multidimensional: As pessoas que integrarão esta comunidade podem ter

    formação em distintas áreas do conhecimento: Teologia, Bíblia, Educação,

    Política, Filosofia, Saúde, Agronomia, Antropologia, Economia, Direito,

    Serviço Social, etc. Deste modo, se enriquece a vida e a missão com a

    variedade de dimensões que os membros da comunidade aportam. A busca e

    construção do Reino de Vida Abundante (cf. Jo 10,10) no meio dos excluídos, exige esta multidimensionalidade na nossa práxis pastoral.

    Itinerante. Tem o mesmo sentido da “itinerância” da Equipe. A comunidade

    não se fixa num único lugar de missão, mas pode se locomover

    periodicamente apoiando e dinamizando os processos que estão se desenvolvendo nas distintas comunidades e grupos que acompanha.

    2. Partilha e discernimento da Fé, Vida e Missão

    Partilha e discernimento: fé, vida e missão. Esta Comunidade Itinerante, de

    “se-guidores/as”, de “amigos e amigas no Senhor”, que se sentem amados/as,

    chama-dos/as e enviados/as pelo Mestre para anunciar a Boa Nova do Reino e

    sua Justiça (cf.Mt 6,33), partilhando e discernindo em comum a FÉ, a VIDA e

    a MISSÃO.

    FÉ: Celebrar, orar, fazer Exercícios Espirituais juntos, etc., tentando partilhar e discernir a experiência de fé pessoal e comunitária.

    VIDA: Partilhar um estilo de vida comunitária simples, assumindo entre todos

    a responsabilidades que essa vida exige: caixa comum, orçamento planejado

    comu-nitariamente, limpeza, preparação das comidas, descanso, retiros,

    viagens, etc.

    MISSÃO: Partilhando e discernindo a Missão. Tentando descobrir e

    interpretar as “sinais dos tempos” (cf. Mt 16,2- 3), buscando juntos a

    vontade de Deus, o que Ele quer de nós nesta missão?, como responder à

    missão, aqui e agora, na realidade concreta do povo (Ribeirinhos, Marginalizados Urbanos, Indígenas)?

    A diversidade é uma riqueza não uma ameaça. A diversidade não castra

    nem esteriliza ao mundo. Na realidade, pelo contrario, a faz fecunda e

    generativa. A comunidade mista e multidimensional é uma riqueza, não uma

    ameaça a identidade das pessoas. Pelo contrário, todos se enriquecem com a

    diversidade de carismas, formação, visões... A unidade da comunidade mista

    e multidimensional se fundamenta na experiência pessoal e na intimidade

    com Deus, que nos fez diversos. A unidade da comunidade se baseia, justamente, na pluralidade e diversidade, não na uniformidade.

    2. Partilha e discernimento da Fé, Vida e Missão

    Partilha e discernimento: fé, vida e missão. Esta Comunidade Itinerante, de

    “seguidores/as”, de “amigos e amigas no Senhor”, que se sentem amados/as,

    chama-dos/as e enviados/as pelo Mestre para anunciar a Boa Nova do Reino e

    sua Justiça (cf.Mt 6,33), partilhando e discernindo em comum a FÉ, a VIDA e a

    MISSÃO.

    FÉ: Celebrar, orar, partilhar e discernir a experiência de fé pessoal e comunitária, assim como fazer Exercícios Espirituais juntos, etc.

    VIDA: Partilhar um estilo de vida comunitária simples, assumindo entre todos a

    responsabilidades que essa vida exige: caixa comum, orçamento planejado

    comuni-tariamente, limpeza, preparação das comidas, descanso, lazer, retiros,

    viagens, etc.

    MISSÃO: Discernir e partilhar a Missão. Tentando descobrir e interpretar as

    “sinais dos tempos” (cf. Mt 16,2-3), buscando juntos a vontade de Deus, o que

    Ele quer de nós nesta missão. Como responder à missão, aqui e agora, na

    realidade concreta do povo (Ribeirinhos, Marginalizados Urbanos, Indígenas).

    Diversidade como riqueza, não ameaça. A diversidade não castra nem

    esteriliza a vida. Pelo contrario, a faz fecunda. A comunidade mista e

    multidimensional é uma riqueza, não uma ameaça a identidade das pessoas.

    Todos se enriquecem com a diversidade de carismas, experiências, formação,

    pontos de vista... A unidade da comunidade mista e multidimensional se

    fundamenta na experiência pessoal e na intimidade com Deus, que nos fez

    diversos. A unidade da comunidade se baseia, justamente, na pluralidade e diversidade, não na uniformidade.

  • 3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000)

    11

    A diversidade exige relações em complementaridade, não em competição.

    Os grandes vitrais das Igrejas famosas são formadas por uma infinidade de

    pequenos cristais de diferentes cores. Quando chega a luz do sol, o vitral se

    ilumina e sua beleza é indescritível. A arte está em saber harmonizar e

    relacionar em complementaridade a diversidade de cores e formas das

    diferentes peças de cristal. Se todas fossem cinzas e de uma mesma forma,

    seria muito fácil de armar o vitral, porém não teria nem encanto nem beleza.

    A comunidade mista e multidimensional exige relações de

    complementaridade.

    Mais que uma boa equipe de trabalho! É importante ressaltar que ao falar de

    “Comunidade Itinerante”, estamos querendo expressar uma realidade que é

    mais que uma boa equipe de trabalho integrado por profissionais excelentes,

    muito capacitados, bem integrados como equipe, com alto rendimento e

    eficiência no trabalho. A comunidade cristã, têm um elemento constitutivo

    fundamental: ser um grupo de homens e mulheres que têm feito uma

    experiência de encontro pessoal com Jesus Cristo, e que se sentem amados,

    chamados e enviados por Ele. Homens e mulheres que compartilham e

    discernem uma mesma fé, vida e missão. Isto é o essencial à comunidade

    cristã. A competência e capacidade profissional, o multiplicar os nossos

    talentos (cf. Mt 25,14-30) e dar o “magis” (o mais possível) de nós mesmos,

    pondo todos os melhores meios ao nosso alcance, é muito importante e

    necessário. Porém, multiplicar os talentos, é a resposta coerente e responsável

    que a comunidade e cada um de seus membros dá ao chamado amoroso de

    Deus e à missão que Ele lhes encomendou.

    Diversidade: relações de complementaridade, não de competição. Os

    grandes e famosos rios são formados por uma infinidade de pequenos e

    diferentes igarapés, de cores diversas. Ao se dar o encontro das águas, sua

    beleza é indescritível, vão seguindo na direção dos grandes rios e esses ao

    oceano. O rio maior não se orgulha do seu tamanho pois sabe ser alimentado

    pelos pequenos. Se o grande rio se cobrir de areia as águas inundam a terra.

    Se os pequenos rios secarem o grande rio morre, com todos os seres vivos.

    Assim é a comunidade mista e multidimensional, exige relações de

    complementaridade e corresponsabilidade. Exige não aparecer como indivíduo, mas existir como comunidade.

    Mais que uma boa equipe de trabalho! É importante ressaltar que ao falar

    de “Comunidade Itinerante”, estamos querendo expressar uma realidade que é

    mais que uma boa equipe de trabalho integrado por profissionais excelentes,

    muito capacitados, bem integrados como equipe, com alto rendimento e

    eficiência. A comunidade cristã, têm um elemento constitutivo fundamental:

    ser um grupo de homens e mulheres que têm feito uma experiência de

    encontro pessoal com Jesus Cristo, e que se sentem amados/as, chamados/as e

    enviados/as por Ele. Homens e mulheres que compartilham e discernem uma

    mesma fé, vida e missão. Isto é o essencial à comunidade cristã. A

    competência e capacidade profissional, o multiplicar os nossos talentos (cf.

    Mt 25,14-30) e dar o “magis” (o mais possível) de nós mesmos, pondo todos

    os melhores meios ao nosso alcance, é muito importante e necessário. Porém,

    multiplicar os talentos, é a resposta coerente e responsável que a comunidade

    e cada um de seus membros dá ao chamado amoroso de Deus e à missão a que Ele lhes enviou.

    3. Perfil do missionário/a

    “Espírito missionário, pobre e humilde, acolhedor e despojado; mergulhado

    na realidade: solidário com os marginalizados e disposto para os lugares mais

    difíceis; capacidade de escuta; aberto ao Espírito Santo para servir humilde e

    despretensiosamente a todos os irmãos/as; comunidade de irmãos,

    relacionamento interpessoal, diálogo entre nós e com o povo; fé esperança e

    alegria; amor apaixonado por Cristo e pelos ribeirinhos, pelos marginalizados urbanos e pelos indígenas; reveladores da face misericordiosa do Pai.”

    (Extraído do I Encontro do DIA, Janeiro/1997)

    Perfil geral

    Modalidade I

    1. Sentir-se chamado por Deus para esta missão entre os marginalizados

    urbanos, ribeirinhos ou indígenas, nesta região. Tendo a possibilidade de

    conhecer as três áreas, num primeiro momento e posteriormente decidir com a equipe.

    2. Opção solidária pelos pobres, comprometida com a organização e

    libertação do povo. Respeitando seus ritmos e sendo sensíveis com suas

    expressões culturais.

    3. Ser enviado/a para esta missão por uma instituição religiosa (congregação,

    paróquia, diocese, comunidade, grupo, etc.). Esta instituição se responsabiliza

    da manutenção do/a mesmo/a (cf. Ponto 4, Recursos humanos, materiais e

    econômicos).

    4. Ter espírito comunitário e simples, que possibilita a partilha e o

    discernimento da fé, vida e missão.

    5. Idade: 21 anos ou mais.

    6. Ter experiência concreta de missão pastoral, por exemplo, no bairro, na

    paróquia, na diocese, etc.

    7. Estudos: Ensino médio ou ter uma formação específica (na medida do

    possível) em alguma área (saúde, educação, agronomia, pastoral, espiritualidade, teologia, serviço social, direito, etc.).

    8. Visão social aberta e crítica para não cair em ciladas tais como: paternalismo, assistencialismo o dependências políticas.

    9. Saúde boa, que não exija maiores cuidados com alimentação, dormida; não ter impedimentos para caminhar longas distâncias.

    10. Tempo: Serviço missionário de no mínimo dois anos.

    3. Recursos humanos e perfil do missionário/a

    Recursos humanos: Leigos/as, religiosos/as, padres.

    A Equipe e a Comunidade Itinerantes devem ter Coordenador/a, Tesoureiro/a,

    Secretário/a, escolhidos entre seus membros.

    Perfil do Missionário/a:

    “Espírito missionário, pobre e humilde, acolhedor e despojado; mergulhado

    na realidade: solidário com os marginalizados e disposto para os lugares mais

    difíceis; capacidade de escuta; aberto ao Espírito Santo para servir humilde e

    despretensiosamente a todos os irmãos/as; comunidade de irmãos,

    relacionamento interpessoal, diálogo entre nós e com o povo; fé esperança e

    alegria; amor apaixonado por Cristo e pelos ribeirinhos, pelos marginalizados urbanos e pelos indígenas; reveladores da face misericordiosa do Pai.”

    (Extraído do I Encontro do DIA).

    Perfil Geral:

    Modalidade I

    1. Sentir-se chamado por Deus para esta missão entre os marginalizados

    urbanos, ribeirinhos ou indígenas, nesta região.

    2. Num primeiro momento de conhecimento mútuo, tanto a pessoa que chega

    como a Equipe devem sentir-se livres. Neste tempo inicial de convivência, a

    pessoa vai conhecer a Equipe e a missão, e a Equipe vai conhecer á pessoa. Só

    depois, vai se decidir, conjuntamente, a permanência ou não por um período prolongado.

    3. Viver a opção solidária pelos pobres, comprometida com a organização e

    libertação do povo. Respeitar o ritmo do povo e ser sensível ás suas

    expressões culturais.

    4. Ser enviado/a para esta missão por uma instituição religiosa (congregação,

    paróquia, diocese, comunidade, grupo...). A mesma se responsabiliza da manutenção da pessoa.

    5. Ter espírito comunitário simples e comunicativo que possibilita a partilha, e

    o discernimento da fé, da vida e da missão.

    6. Idade: 21 anos ou mais.

    7. Ter experiência concreta de missão popular e/ou pastoral, por exemplo, no

    bairro, na paróquia, na diocese, etc.

    8. Estudos: Ensino médio ou ter uma formação específica (na medida do

    possível) em alguma área: saúde, educação, agronomia, pastoral, espiritualidade, teologia, serviço social, direito, etc.

    9. Visão social aberta e espírito crítico para não cair em ciladas tais como: paternalismo, assistencialismo, dependências políticas, etc.

    10. Saúde boa, que não exija maiores cuidados com alimentação, dormida;

    não ter impedimentos para caminhar bastante nas periferias urbanas e/ou

    distancia maiores no interior, carregando a própria bagagem

    11. Tempo: Serviço missionário de no mínimo dois anos.

  • 3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000)

    12

    Modalidade II

    1. Mantêm-se o “espírito” da Modalidade I.

    2. Querer ter uma experiência curta (tempo de férias) para conhecer a missão e discernir com a equipe a possibilidade de uma experiência mais prolongada.

    3. Idade: 18 anos ou mais.

    Perfil particular do missionário/a por área de missão: Além dos pontos

    sugeridos no perfil anterior, indicamos algo mais específico de cada área de

    missão.

    Área Ribeirinhos

    1. Não ter medo excessivo dos bichos, rio, floresta, tempestades, banzeiro,

    distâncias, etc.

    2. Ter sensibilidade ecológica, camponesa e para questões ligadas a conflitos

    de terra e lagos.

    3. Sensibilidade ecumênica e capacidade para o diálogo inter-religioso.

    Acreditar nos valores da religiosidade popular.

    4. Ter dinamismo para acompanhar trabalhos comunitários, pastorais e de

    movimentos.

    5. Não pretender levar soluções pré-fabricadas, mas valorizar as iniciativas locais na busca de alternativas viáveis e sustentáveis.

    6. Ter espírito observador e capacidade de escutar.

    7. Não ter pressa nas visitas às comunidades e famílias.

    8. Ser uma pessoa simples e amiga.

    9. Ter noções em Direito, Serviço Social, etc.

    Área Marginalizados Urbanos

    1. Saber andar de casa em casa escutando e vendo a realidade.

    2. Sensibilidade ecumênica e capacidade para o diálogo inter-religioso. Acreditar nos valores da religiosidade popular.

    3. Não ter pressa em oferecer soluções, mas despertar alternativas.

    4. Estar por dentro da cultura popular urbana.

    5. Ser uma pessoa simples e amiga.

    6. Capacidade de observação, para captar a realidade em seus distintos

    aspectos e poder registrá-los.

    Área Indígenas

    1. Sensibilidade particular para as culturas indígenas.

    2. Não ter medo do rio, saber nadar.

    3. Poder caminhar por várias horas ou dias, carregando sua bagagem.

    4. Dormir em rede, no barco, ao ar livre, no meio da mata, etc.

    5. Ter noções em alguma área como Antropologia, Saúde, Pedagogia, Agronomia, etc.

    6. Sensibilidade ecumênica e capacidade para o diálogo inter-religioso. Acreditar nos valores da religiosidade popular.

    7. Capacidade de observação, para captar a realidade em seus distintos aspectos e poder registra-los.

    8. Ser uma pessoa simples e amiga.

    9. Não ter pressa em oferecer soluções, mais despertar alternativas.

    Modalidade II

    1. Mantêm-se o “espírito” da Modalidade I.

    2. Querer ter uma experiência curta (tempo de férias) para conhecer a missão

    e discernir com a equipe a possibilidade de uma experiência futura mais prolongada.

    3. Idade: 18 anos ou mais.

    Perfil particular do missionário/a por área de missão: Além dos pontos sugeridos no perfil anterior, indicamos algo mais específico de cada área:

    Área Ribeirinhos

    1. Não ter medo excessivo dos bichos, rio, floresta, tempestades, banzeiro,

    distâncias...

    2. Ter sensibilidade ecológica, camponesa e também para questões ligadas a

    conflitos de terra e lagos.

    3. Ter sensibilidade ecumênica e capacidade para o diálogo inter-religioso e

    intra-religioso, e acreditar nos valores da religiosidade popular.

    4. Ter capacidade para dialogar particularmente com autoridades e lideranças.

    5. Ter dinamismo para acompanhar/assessorar trabalhos comunitários,

    pastorais e movimentos

    6. Não pretender levar soluções pré-fabricadas, mas valorizar as iniciativas locais na busca de alternativas viáveis e sustentáveis comunitariamente.

    7. Ter espírito observador e capacidade de escutar.

    8. Não ter pressa nas visitas às comunidades e famílias, com a preocupação de iniciar por aquelas mais distantes.

    9. Ser uma pessoa simples e amiga.

    10. Ter noções em Direito, Serviço Social, etc.

    11. Saber ou aprender a nadar.

    Área Marginalizados Urbanos

    1. Saber andar de casa em casa escutando e vendo a realidade.

    2. Sensibilidade ecumênica e capacidade para o diálogo inter-religioso.e intra-religioso Acreditar nos valores da religiosidade popular.

    3. Ter capacidade para dialogar com autoridades e lideranças particularmente.

    4. Não ter pressa em oferecer soluções, mas despertar alternativas.

    5. Estar por dentro da cultura popular urbana.

    6. Ser uma pessoa simples e amiga.

    7. Capacidade de observação, para captar a realidade em seus distintos

    aspectos e poder registrá-los.

    8. Ter noções em direito, serviço social, associações e movimentos populares etc..

    Área Indígenas

    1. Sensibilidade particular para as culturas indígenas.

    2. Estar disposto a aprender línguas indígenas.

    3. Não ter medo do rio, saber nadar.

    4. Poder caminhar por várias horas ou dias, carregando sua bagagem.

    5. Dormir em rede, no barco, ao ar livre, no meio da mata, etc.

    6. Ter noções em alguma área como Antropologia, Saúde, Pedagogia, Agronomia, etc.

    7. Ter sensibilidade ecumênica e capacidade para o diálogo inter-religioso. Acreditar nos valores da religiosidade indígena.

    8. Capacidade de observação, para captar a realidade em seus distintos aspectos e poder registra-los.

    9. Ser uma pessoa simples e amiga.

    10. Não ter pressa em oferecer soluções, mais despertar alternativas.

    4. Recursos humanos, materiais e econômicos

    Dois eixos fundamentais:

    “Ser enviados”. Isto é um ponto fundamental de toda a proposta da

    Comunidade Itinerante. As pessoas que a integram são enviadas, por suas

    respectivas comunidades cristãs ou instituições, com a missão de ajudar na

    construção do Reino e sua Justiça nesta região da Amazônia. Assim como

    acontecia nas primeiras comunidades cristãs (cf. Col 4,7-9) que umas

    comunidades mais organizadas ajudavam, com seus missionários/as, a

    outras comunidades que estavam iniciando a caminhada.

    Partilha e comunhão de bens. O sentido e o espírito que deve orientar a

    obtenção e o uso dos recursos, sejam materiais como econômicos, será

    aquele que já foi apontado pelas primeiras comunidades cristãs de partilhar e pôr em comum os bens (cf. At 2,42-47).

    5. Recursos Materiais e Econômicos

  • 3ª versão Projeto Equipo Itinerante (Março/1999) 4ª versão Projeto Equipo Itinerante (Junho/2000)

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    Recursos humanos

    Leigos/as, religiosos/as, padres.

    Será escolhido um/a coordenador/a e um/a tesoureiro/a entre os membros da comunidade.

    Recursos materiais

    Recomenda-se ter pouca bagagem. Isto é, ter somente as coisas necessárias de uso pessoal e coisas básicas para o uso comum.

    O escritório e a biblioteca está sendo montado na sede do DIA e será mantido com recursos do Projeto da Equipe Itinerante.

    A residência dos membros da Comunidade Itinerante, será alugada ou

    isenta de aluguel. Deverá ser pequena (máximo 5 pessoas), simples e no bairro que fique próximo do escritório da Equipe.

    Recursos econômicos

    A missão implica um custo bastante elevado, portanto, os recursos

    necessários para a manutenção geral da missão devem ser assumidos, total

    ou parcialmente, pela entidade que envia, considerando que o Projeto

    deverá se responsabilizar pela captação dos recursos necessários para

    cobrir o que faltar.

    O dinheiro que os membros da comunidade recebe serão colocados na caixa comum e dela viverá a comunidade.

    1. Recursos materiais:

    a) Para a Equipe e a Comunidade

    Recomenda-se ter pouca bagagem. Isto é, ter somente as coisas necessárias de

    uso pessoal e coisas básicas para o uso comum.

    O escritório e a biblioteca estão sendo montados -por enqua