31. Endodontia

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    1. Semiologia Subjetiva

    a sensao relatada pelo paciente referente dor, origem, sede, durao,

    frequncia, intensidade, ao tipo de dor e se exacerbada; as suas caractersticas devem

    ser minuciosamente descritas pelo paciente e anotadas.

    2. Semiologia Objetiva

    Consiste na manifestao clnica da patologia podendo ser observada pelo

    profissional. Os seguintes exames podem ser utilizados para a coleta clnica dos dados:

    1. Estrutura dental: ntegra, cariada, restaurada, fratura, exposio pulpar,

    alterao da cor e mobilidade na palpao.

    2. Tecidos moles: edema, alterao da cor, fstula e bolsa periodontal.

    3. Teste de percusso: Vertical e Horizontal.

    4.

    Testes de sensibilidade pulpar: frio, calor e eltrico. Verificar a resposta da

    polpa a esses testes em estado normal, exacerbada, aliviada e ausente.

    5. Teste de cavidade: sensvel e insensvel.

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    3. Exame Radiogrfico

    um recurso indispensvel para auxiliar no diagnstico. A radiografia deve ser de

    boa qualidade para a sua adequada visualizao e interpretao. Durante o exame

    radiogrfico deve-se observar:1. Cmara pulpar:normal, presena de clculos, ampla, atresiada, calcificada,

    cariada, obturada, perfurada.

    2. Canal radicular: normal, amplo, atresiado, calcificado, reabsoro interna ou

    externa, obturao total, parcial ou sobre obturao, rizognese incompleta,

    fratura da raiz, perfurao, instrumento lima endodntica fraturadono tero

    cervical, mdio ou apical.

    3.

    Regio periapical: Normal, espessamento do ligamento, hipercementose,rarefao ssea, circunscrita ou difusa, condensao ssea.

    4. Diagnstico Clnico-Radiogrfico

    Trata-se de uma previso da situao clnica do dente, baseada na interpretao de todos os

    dados colhidos. Algumas vezes, o diagnstico somente confirmado aps o incio do

    tratamento. As seguintes situaes devem ser consideradas e podem levar ao tratamento

    endodntico:

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    5. Tratamento Indicado

    O tratamento endodntico pode ser conservador ou radical. Em geral, o

    tratamento conservador caracterizado pela realizao daPulpotomia.

    O tratamento endodntico radical classificado com base na presena ou ausncia devitalidade pulpar. H situaes em que o tratamento endodntico necessrio durante a

    realizao de um tratamento prottico (colocao de ncleo intra-radicular). Em outros

    casos, o tratamento endodntico j existe, porm no satisfatrio. Portanto, o

    tratamento indicado pode ser:

    1. Tratamento endodntico com vitalidade pulpar

    2. Tratamento endodntico sem vitalidade pulpar

    3.

    Tratamento endodntico com finalidade prottica

    Os detalhes do tratamento endodntico devem ser todos descritos na ficha clnica. Os

    procedimentos realizados, em cada sesso, devem ser anotados e devidamente

    conferidos pelo docente. importante registrar tambm anormalidade eventualmente

    verificada no ps-operatrio ou observada na radiografia final.

    6. Proservao

    Controle clnico e radiogrfico realizado aps o tratamento endodntico para avaliar o

    seu sucesso ou insucesso.

    Em geral, o perodo mnimo de controle de 6 meses para os casos de tratamento

    endodntico com vitalidade pulpar e de 1 a 2 anos para os casos de tratamento

    endodntico sem vitalidade, principalmente quando a reabsoro ssea visvel

    radiograficamente.

    Para facilitar o planejamento do tratamento endodntico, utiliza-se uma ficha clnica

    com as informaes necessrias para se obter o diagnstico provvel de cada caso.

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    Instrumental e material endodntico

    Para a realizao dos tratamentos endodnticos, essencial a utilizao dos

    instrumentos de maneira adequada. Eles atuam como os meios mecnicos do preparo

    dos canais radiculares.

    Para uma melhor compreenso, eles podem ser classificados em:

    1. Instrumental e material auxiliar.

    2. Instrumental e material endodntico

    3. Instrumental e material complementar.

    I. Objetivos

    Identificar o instrumental endodntico, conhecendo suas caractersticas fsicas e suas

    indicaes para o uso.

    Reconhecer os princpios de padronizao dos instrumentos.

    Organizar o instrumental na caixa endodntica.

    II. Instrumental e Material

    1. I nstrumental e Materi al Auxi liar

    1.1. Clnico

    (1) Espelho, (2) Pina clnica, (3) Sonda endodntica, (4) Sonda clnica, (5) Escavador duplo,

    (6) Tesoura, (7) Placa de vidro, (8) Esptula.

    Figura 1- A: clnico; B: 1 (sonda clnica), 2 (sonda reta)

    Endo-UFU

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    1.2. Diagnstico

    Aparelho Radiogrfico, filme radiogrfico, basto de gelo ou gs refrigerante, basto de

    guta-percha.

    1.3. Anestesia

    Seringa Carpule, agulhas descartveis, anestsico tpico e em tubetes.

    1.4. Isolamento do Campo Operatrio

    Perfurador de Ainsworth, pina porta-grampos, porta dique de borracha (dobrvel),

    lenol de borracha, grampos para isolamento.

    Figura 2 - A: 1 (grampos para isolamento), 2 (pina porta grampos)

    B: 1 (perfurador), 2 (porta dique de borracha), 3 (lenol de borracha)

    Endo-UFU Endo-UFUA B

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    Figura 3Grampos: A (dentes anteriores) 1 (210), 2(212); 3(211)B (dentes posteriores) 1(00), 2(1A)C (dentes posteriores) 1(206), 2(208); 3(200); 4(205)D (dentes posteriores) 1(14), 2(14A)

    Endo-UFU

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    2. I nstrumental e Mater ial Endodntico

    2.1. Abertura Coronria e Desgaste Compensatr io

    Motores de Alta e Baixa Rotao, brocas esfricas para alta e baixa rotao, broca de Batt.

    Figura 4 - 1(motor de alta rotao com broca esfrica);2(motor de baixa rotao com broca de Batt).

    2.2. Preparo dos Canais Radiculares

    Broca Gates-Glidden, limas tipo Kerr, limas tipo Hedstren, limas Flexofile.

    2.3. I rr igao e Aspirao dos Canais Radiculares

    Conjunto suctor de Barash, Seringas 3,0 ml, Agulhas hipodrmicas 25x4.

    Figura 5 - A: conjunto suctor de Barash; B: seringa e agulha hipodrmica

    1 2

    Endo-UFU

    Endo-UFU

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    3. I nstrumental e Mater ial Complementar

    Caixa Endodntica (pgina 20), rgua milimetrada ou rgua calibradora, frascos de vidro para

    solues irrigadoras (Soluo de Hipoclorito a 1% e soro fisiolgico), lupa (para melhor

    visualizao das radiografias), colgaduras (para revelao das radiografias), Tamborel (paraas limas endodnticas).

    Figura 6A (Rguas), B (Colgaduras).

    Figura 7A (Tamborel); B (Frascos de vidro); C (Lupa)

    Endo-UFU

    Endo-UFU

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    Padronizao dos instrumentais endodnticos

    Os instrumentos endodnticos so confeccionados seguindo medidas padronizadas em relao

    cor do cabo, numerao, dimetro e comprimento da parte ativa. As principais caractersticas

    dos instrumentos so:1. A parte ativa do instrumento apresenta o dimetro D0 e o dimetro D16, correspondendo

    ponta e ao fim da parte ativa, respectivamente.

    2. O nmero do instrumento corresponde ao dimetro da ponta da parte ativa (D 0), expressa

    em centsimos de milmetro.

    3. So construdos em ao inoxidvel.

    4. Apresentam cabo plstico colorido.

    5. O comprimento da parte ativa sempre 16 mm, independente do comprimento do

    instrumento.

    6. H um aumento de 0,32 mm no dimetro de D0para o dimetro de D16.

    7. So fabricados nos comprimentos: 21, 25 e 31mm.

    8. H um aumento no dimetro D0 de 0,5mm at o instrumento nmero 60. Depois, o aumento

    do D0 de 0,10mm, at o nmero 140.

    9. Os instrumentos so divididos em sries: Especiais, 1 Srie, 2 Srie e 3 Srie.

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    Esquema de Cores e Medidas dos Instrumentos

    DIMETRO (mm) COR SRIE

    D0 D16

    06 0,06 0,38 Rosa

    08 0,08 0,40 Cinza Especial

    10 0,10 0,42 Roxo

    15 0,15 0,47 Branco

    20 0,20 0,52 Amarela

    25 0,25 0,57 Vermelho

    30 0,30 0,62 Azul 1 Srie

    35 0,35 0,67 Verde

    40 0,40 0,72 Preto

    45 0,45 0,77 Branco

    50 0,50 0,82 Amarelo

    55 0,55 0,87 Vermelho60 0,60 0,92 Azul 2 Srie

    70 0,70 1,02 Verde

    80 0,80 1,12 Preto

    90 0,90 1,22 Branco

    100 1,00 1,32 Amarelo

    110 1,10 1,42 Vermelho

    120 1,20 1,52 Azul 3 Srie

    130 1,30 1,62 Verde

    140 1,72 1,72 Preto

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    1. Broca de Batt

    Tronco-cnica picotada, com a ponta inativa.

    Baixa rotao. Utilizada para o desgastecompensatrio.

    2. Broca Gates Glidden

    Haste fina com a parte ativa terminando em

    forma de chama ou pra. Apresenta-se com

    comprimentos de 28 mm ou 32 mm e com

    dimetro variando de 1 a 6. Utilizada para o

    desgaste compensatrio e preparo dos canais.

    3. Broca 4083 e Endo Z

    Tronco-cnicas, diamantadas e pontas inativas.

    Utilizadas para o desgaste compensatrio.

    Endo-UFU

    Endo-UFU

    Endo-UFUEndo-UFU

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    4. Broca Esfrica de Alta Rotao

    Broca esfrica, com a ponta ativa. Utilizada

    para a trepanao, e no desgaste compensatrio

    da abertura coronria. Apresenta-se com

    comprimento de 19 mm e 25 mm e com

    dimetro variando de 1/4 a 8.

    5. Broca Esfrica de Baixa Rotao

    Broca esfrica, com a ponta ativa. Utilizada para

    a trepanao, e no desgaste compensatrio da

    abertura coronria. Apresenta-se com

    comprimento de 22,5 mm e 28 mm e com

    dimetro variando de 0 a 17.

    6. Espaadores Digitais

    So hastes lisas de forma cilndrica cnica,

    utilizadas para a condensao lateral, durante a

    fase da obturao dos canais radiculares

    Endo-UFU

    Endo-UFU

    Endo-UFU

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    7. Limas Tipo Kerr

    Parte ativa em forma de espiral de passos curtos.

    Cinemtica de movimento: Introduo (A),

    rotao de a volta (B) e trao com

    presso lateral (C).

    Funo:Explorao, alargamento e limagem

    das paredes dos canais radiculares

    8. Limas Tipo Hedstren

    Parte ativa em forma de cones superpostos.

    Cinemtica de movimento: Introduo e

    trao com presso lateral.

    Funo:Regularizao das paredes dos canais

    e remoo de resduos.

    Obs.:Muito til em retratamento endodntico.

    9. Limas Flexofile

    Apresentam as mesmas caractersticas das

    limas tipo Kerr.

    Cinemtica de movimento: Introduo (A),

    rotao de a volta (B) e trao com

    presso lateral (C).Obs.: So ultraflexveis. Muito utilizadas em

    canais curvos

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    Organizao da caixa endodntica

    (Limas endodnticas)

    Figura 8. Caixa endodntica1. Limas tipo Kerr ......................................... 15-40 ... 25mm

    2. Limas tipo Kerr ......................................... 45-80 ... 25mm

    3. Limas tipo Hedstren ................................ 15-40 ... 25mm

    4. Limas tipo Hedstren ................................ 45-80 ... 25mm

    5. Limas tipo Kerr......................................... 08 ... 21 e 25 mm

    6. Limas tipo Kerr ......................................... 10 ... 21 e 25 mm

    7. Limas tipo Kerr ......................................... 15-40 ... 31mm

    8.

    Limas tipo Kerr ......................................... 45-80 ... 31mm9. Limas Flexofile ......................................... 15-40 ... 25mm

    10.Limas Flexofile ......................................... 15-40 ... 21mm

    11.Espaadores Digitais Cnicos ................... A-D

    12.Limas rotatrias Protaper Universal .......... SX, S1, S2, F1, F2 e F3

    Outros materiais que devem estar na Caixa Endodntica:

    Sonda clnica, sonda endodntica, pina, espelho clnico, seringas, rgua milimetrada, conjunto suctorendodntico.

    Grampos, agulhas hipodrmicas.

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    Morfologia das Cavidades Pulpares

    o estudo morfolgico da cavidade pulpar. Por sua vez pode-se definir cavidade pulpar

    como sendo:

    O espao no interior dos dentes, onde se aloja a polpa dental. Esse espao limitado em

    toda a sua extenso por dentina, menos na regio de forame apical onde esse espao

    limitado pelo cemento.

    De uma maneira grosseira, a cavidade pulpar copia os aspectos externos do dente.

    A cavidade pulpar pode ser dividida em: poro coronria e poro radicular.

    A poro coronria a parte da cavidade pulpar restrita na coroa dos dentes.

    denominada cmara pulpar.

    A poro radicular a parte da cavidade pulpar restrita nas razes dos dentes,

    denominado canal radicular.

    Didaticamente, o canal radicular pode ser dividido em tero apical, mdio e cervical.

    A cmara pulpar limitada pelas paredes: mesial, distal, vestibular, lingual, oclusal

    (teto) e cervical (assoalho).

    No teto da cmara pulpar, encontram-se reentrncias e salincias denominadas de

    cornos pulpares, que so as projees das cspides, internamente.

    Assoalho

    Teto

    Corno Pulpar

    Endo-UFU

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    O assoalho apresenta-se convexo e liso na parte mdia, oferecendo, no nvel de seus

    ngulos, depresses que correspondem s entradas dos canais radiculares.

    Nos dentes unirradiculares, no existe um limite preciso entre a cmara pulpar e o canal

    radicular, pois estas duas pores, nesses dentes, continuam sem limites.

    O canal radicular apresenta-se com duas conformaes cnicas unidas entre elas pelo

    seu menor dimetro. Podem-se dividir essas duas conformaes cnicas em canal

    dentinrio (a) e canal cementrio (b).

    O canal dentinrio o maior deles e limitado em toda a extenso pela dentina. O canal

    cementrio menor, e limitado em toda a extenso pelo cemento. O comprimento do

    canal cementrio determinado pela espessura do cemento, podendo variar de 0,5 a

    0,75 mm.

    O ponto de unio entre as duas configuraes cnicas se d numa regio denominada

    unio cemento dentina canal (Unio CDC) (c).

    OBS: O campo de ao do profissional, num tratamento endodntico, deve se restringir

    ao canal dentinrio.

    O canal dentinrio ocupado pela polpa dental e o cementrio por tecido periodontal.

    a

    a

    bb

    c

    Endo-UFU

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    Os estudos, porm tm demonstrado que o canal radicular no nico e uniforme como

    muitas vezes podemos visualizar, a olho nu, em um dente seccionado

    longitudinalmente. Na verdade ele se apresenta com vrias ramificaes. Devido a isso

    atualmente, considera-se o canal radicular como um sistema de canais e no como um

    canal nico.

    Dependendo da posio em que se encontram essas ramificaes, elas recebem

    denominaes especficas, como:

    1. Principal: apresenta-se como a raiz de configurao cnica, iniciando-se no assoalho

    da cmara pulpar e terminando ao nvel do forame apical.

    2. Colateral: um canal mais ou menos paralelo ao principal, podendo alcanar a

    regio periapical de maneira independente.

    3. Intercanal: um canalculo, ligando um canal a outro.

    4.

    Reticulares: um emaranhado de canalculos, interligando um canal a outro.

    5. Lateral: uma ramificao que vai do canal principal ao periodonto, geralmente

    acima do tero apical.

    6. Recorrente: parte do canal principal apresentando um trajeto dentinrio mais ou

    menos longo, desembocando no canal principal, geralmente acima do tero apical.

    7. Secundrio: o canal que se derivando do principal, ao nvel do tero apical, alcana

    diretamente a regio periapical.8. Acessrio: o canal que se deriva do secundrio em direo ao periodonto.

    2

    1

    3

    45

    6

    7

    89

    10

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    9. Delta apical: so as mltiplas terminaes do canal radicular principal, determinando

    o aparecimento das foraminas, em substituio ao forame nico.

    10.Inter-radicular: a ramificao observada ao nvel do assoalho da cmara pulpar.

    A cavidade pulpar no estvel, pois se modifica com o tempo. Ela pode se modificarde maneira uniforme pela deposio de dentina secundriadurante toda a vida do dente.

    Portanto, em um indivduo jovem ela ampla e num indivduo idoso ela atrsica.

    Ela pode tambm se modificar sem uniformidade, pela deposio de dentina terciria ou

    reacional, decorrente de crie, abraso ou outras injrias.

    Essas modificaes devem ser levadas em considerao durante o planejamento do

    tratamento endodntico.

    Outro aspecto importante o conhecimento do comprimento mdio de cada dente,

    como tambm o nmero de razes, de canais e a sua disposio anatmica em cada

    dente. Para facilitar a memorizao dessas medidas, elas constam na tabela abaixo com

    os dados tabulados.

    JCGBIFFI Endo-UFU

    Dentina terciria

    A B

    C D

    1

    2

    Endo-UFU

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    Incisivo Central Superior

    ComprimentoMdio

    Nmero deRaiz

    Nmero deCanais

    Situao no arco

    22,6mm 1 100% 1 100%V.P 15 PALATINO

    M.V 3 DISTAL

    Incisivo Lateral Superior

    ComprimentoMdio

    Nmero deRaiz

    Nmero deCanais

    Situao no arco

    22,1 mm 1 100% 12

    97%3%

    V.P 20 PALATINO M.V 5 distal

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    Canino Superior

    ComprimentoMdio

    Nmero deRaiz

    Nmero deCanais

    Situao no arco

    27,2 mm 1 100% 1 100%V.P 17 PALATINO

    M.V 6 DISTAL

    Primeiro Pr- molar superior

    ComprimentoMdio

    Nmero deRaiz

    Nmero deCanais

    Situao no arco

    21,4 mm 123

    35,5%61%3,5%

    123

    8,3%84,2%7,5%

    V.P 11 PALATINO

    M.V 7 DISTAL

    Apostilas Ideal

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    Segundo Pr-molar Superior

    ComprimentoMdio

    Nmero deRaiz

    Nmero deCanais

    Situao no arco

    21,8 mm 12 94,6%5,4% 12 53,7%46,3%

    V.P 11 PALATINO

    M.V 7 DISTAL

    Primeiro Molar Superior

    ComprimentoMdio

    Nmero deRaiz

    Nmero deCanais

    Situao no arco

    21,4 mm 3 100%34

    30%70%

    V.P 15 PALATINO

    M.V 0

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    Segundo Molar Superior

    ComprimentoMdio

    Nmero deRaiz

    Nmero deCanais

    Situao no arco

    21 mm 3 100%34

    50%50%

    V.P 11 PALATINO

    M.V 6 Mesial

    Incisivo Central Inferior

    ComprimentoMdio

    Nmero deRaiz

    Nmero deCanais

    Situao no arco

    21 mm 1 100% 12

    73,4%26,6%

    V.P 15 PALATINOM.V 0

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    Incisivo Lateral Inferior

    ComprimentoMdio

    Nmero deRaiz

    Nmero deCanais

    Situao no arco

    22,3 mm 1 100%12

    84,6%15,4%

    V.P 10 (Lingual)

    M.V0

    Canino Inferior

    ComprimentoMdio

    Nmero deRaiz

    Nmero deCanais

    Situao no arco

    25 mm 1 100% 12

    88,2%11,8%

    V.P 2 (Vestibular)M.V 3 (Distal)

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    Primeiro Pr-molar Inferior

    ComprimentoMdio

    Nmero deRaiz

    Nmero deCanais

    Situao no arco

    21,6 mm1

    2

    82%

    18%

    12

    3

    66,6%31,3%

    2,1%

    V.P 3 (Vestibular)

    M.V 5 (Distal)

    Segundo Pr-Molar Inferior

    ComprimentoMdio

    Nmero deRaiz

    Nmero deCanais

    Situao no arco

    22,1mm12

    92%8%

    12

    89,3%10,7%

    V.P 9 (Vestibular)

    M.V 5 (Distal)

    Apostilas Ideal

  • 7/26/2019 31. Endodontia

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    Primeiro Molar Inferior

    ComprimentoMdio

    Nmero deRaiz

    Nmero deCanais

    Situao no arco

    21 mm2

    3

    97,3%

    2,7%

    23

    4

    8%56%

    36%

    V.P 13 (Vestibular)

    M.V 10 (Distal)

    Segundo Molar Inferior

    ComprimentoMdio

    Nmero deRaiz

    Nmero deCanais

    Situao no arco

    21,7 mm 23 98,5%1,5%

    2

    34

    16,2%

    72,5%11,3%

    V.P 12 (Vestibular)

    M.V 15 (Distal)

    Apostilas Ideal

  • 7/26/2019 31. Endodontia

    29/96

    Irrigao do canal radicular

    Porque irr igar o canal?

    Durante todas as etapas do tratamento temos que irrigar o canal com uma soluo quetem por finalidade:

    Promover rpido contato ntimo com a superfcie a ser limpa;

    Remover a contaminao das paredes dentinrias e mant-la em suspenso ou

    dissolv-la;

    Impedir o depsito apical da contaminao e raspas dentinrias produzidas pela

    instrumentao;

    Combater microrganismos;

    Diminuir o atrito entre o instrumento e a parede dentinria;

    Aumentar a permeabilidade dentinria.

    Para que a limpeza e modelagem do canal possam acontecer de forma adequada torna-

    se necessrio utilizar a ao mecnicados instrumentos nas paredes dentinrias. A ao

    qumica da soluo irrigante atuando na dissoluo de tecidos orgnicos vivos ou

    necrosados, na anti-sepsia do canal radicular e no enxge (ao fsica) promovendo

    movimentao hidrulica (irrigao e aspirao) removendo detritos dissolvidos ou em

    suspenso.

    Apostilas Ideal

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    30/96

    Como ir r igar o canal?

    A soluo deve ser aplicada no local apropriado com uma seringa de vidro Luer

    Lock de 5cc e agulha hipodrmica 25x4. Desde o preparo coronrio at o final da

    instrumentao do canal, se deve manter o canal inundado com a soluo irrigante.

    Durante a instrumentao do canal radicular, o canal deve estar semprepreenchido

    com soluo irrigante. Quando o lquido ficar saturado de raspas de dentina (colorao

    leitosa) a soluo deve ser renovada com nova irrigao, at que o canal j tenha sido

    dilatado e limpo o suficiente para receber a obturao. Nesse momento uma irrigao

    final em abundncia se faz necessria como enxgue final.

    A agulha hipodrmica deve ser introduzida no canal radicular, de tal maneira que amesma alcance a poro mais apical. Isso se torna necessrio para que o lquido penetre

    de forma adequada na regio apical do canal. Nos canais atresiados, aps o preparo

    radicular (etapa II do preparo radicular) cria-se condio para que a agulha atinja o

    limite desejado.

    A agulha, durante a irrigao do canal, deve ficar livre no interior do canal para que

    o refluxo da soluo possa fluir em direo abertura coronria e ser devidamente

    removido juntamente com os resduos em suspenso. Caso a agulha fique presa na luzdo canal, a soluo irrigante pode ser injetada via forame apical. Nesse caso, h risco de

    Figura 1. Frascos de vidro para solues irrigantes (A), seringas e agulhas para irrigao

    (B), Suctores de Barash (C).

    Endo-UFUA

    B

    C

    Apostilas Ideal

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    31/96

    graves problemas para o paciente, dentre eles reaes alrgicas como tambm necroses

    localizadas decorrentes de solues irrigantes com alto potencial irritativo.

    Figura 2. Agulha de irrigao no interior docanal observar o espao deixado

    para o refluxo da soluo

    Aspirao da soluo irrigante

    Aspirao a ao de atrair, por meio de formao de vcuo (suco), fludos e

    partculas slidas de uma cavidade ou superfcie. Alceu Berbert, 1980.

    Momentos em que deve ser feita a aspirao da soluo irrigante:

    Durante a instrumentaocomo coadjuvante da irrigao;Aps a instrumentao para eliminar grosseiramente a umidade, facilitando a

    secagem do canal;

    Nos casos de inflamao exsudativa, para remover os exsudatos acumulados e

    diminuir a presso que ocasionam.

    Endo-UFU

    Apostilas Ideal

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    Figura 3. Observar o posicionamento da

    agulha de irrigao no interior do

    canal radicular e a cnula de

    aspirao na abertura coronria.

    Qual soluo ir r igante uti l izar?

    Antes da escolha de um determinado tipo de soluo irrigante, interessante procurar

    saber quais as propriedades desejadas para que elas realmente atinjam objetivo.

    Uma soluo irrigante deve:

    Promover rpido contato com a superfcie a ser limpa;

    Remover contaminao das paredes dentinrias e mant-la em suspenso oudissolv-la;

    Impedir o depsito apical da contaminao e raspas dentinrias produzidas pela

    instrumentao;

    Combater microrganismos;

    Diminuir o atrito entre o instrumento e a parede dentinria;

    Ser totalmente solvel;

    Ser tolerada pelos tecidos periapicais;

    Aumentar a permeabilidade dentinria;

    Ser de fcil utilizao, aquisio e conservao.

    Endo-UFU

    Apostilas Ideal

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    Figura 4. Solues Irrigantes

    No mercado existe uma quantidade muito grande de solues irrigantes disponveis.

    Observa-se que muitos autores defendem uma ou outra soluo. Porm, independente da

    soluo irrigante que se utilizam nas diferentes escolas, todas tm sucesso no tratamento

    endodntico. Da conclui-se que o importante na instrumentao a ao mecnica das

    limas, a soluo irrigante atuaria como coadjuvante indispensvel durante o tratamento.

    As diferentes solues irrigantes podem ser categorizadas e classificadas em:

    1. Compostos halogenados

    2. Detergentes sintticos

    3. Quelantes

    4. Associaes

    5. Outras solues irrigantes

    1. Compostos HalogenadosSo representados pelos hipocloritos de sdio (NaOCl) em diferentes concentraes de

    cloro ativo:

    NaOCl a 5% (soda clorada)

    NaOCl a 2,5% (soluo de Labaraque)

    NaOCl a 2 a 2,5% (gua sanitria)

    NaOCl a 1% com 16% de cloreto de sdio (Soluo de Milton)

    NaOCl a 0,5% com cido brico para reduzir o pH (Soluo de Dakin)

    Apostilas Ideal

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    As propriedades bactericidas e solventes do hipoclorito de sdio diminuem medida

    que a soluo diluda. Para evitar danos na regio periapical, deve-se usar a soluo

    em concentraes mais baixas. Com o tempo e a maneira de estocagem, o hipoclorito de

    sdio perde sua concentrao. Questiona-se, na literatura, qual seria a concentrao

    ideal para se utilizar.

    Algumas vantagens e desvantagens do hipoclorito de sdio so:

    Vantagens

    Lubrificao;

    Eliminao de detritos;

    Dissoluo de tecido orgnico;

    Dissoluo de detritos inorgnicos quando ativado por ultra-som.

    Desvantagens

    Custico;

    Desbota roupas (deve-se tomar cuidado para no deixar cair na roupa do paciente);

    Quando extravasado atravs do peripice, em alta concentrao ou volume, causa

    sria reao alrgica e irritao por contato.

    2.

    Detergentes Sintticos

    O que caracteriza os detergentes a sua biocompatibilidade, baixa tenso superficial

    e alto poder umectante. Porm no apresentam ao germicida. No mercado podem-se

    encontrar marcas variadas:

    Lauril sulfato de sdio (Texapon)

    Lauril dietileno glicol ter sulfato de sdio 0, 125% (Tergentol)

    Cetavlon (brometo de cetiltrimetilamnio)

    Dehyquart-A (cloreto de cetiltrimetilamnio)

    Biosept (cloreto de piridino)

    Zefirol (cloreto de Aquildimetil benzilamnio)

    Tween 80

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    3.

    Quelantes

    O uso desses agentes tornou-se popular com a tendncia de remover a camada de

    magma dentinrio (smear layer). Esse produto atua quelando ou roubando ons de clcio

    da dentina, amolecendo-a. A quelao auto limitante, o processo se repete at esgotar

    a sua ao.

    Vantagens

    Remove o magma dentinrio (smear layer),

    So bons lubrificantes.

    Desvantagem

    No possui propriedades antimicrobianas.

    Figura 5. EDTA.

    4.

    Associaes

    Seria a combinao de duas ou mais solues irrigantes na tentativa de se obter umresultado considerado ideal.

    Alguns produtos utilizados para irrigao dos canais ainda se encontram

    disponveis para uso, e outros que j caram em desuso.

    Exemplos de associaes:

    Detergentes aninicos + Hipoclorito de sdio

    Detergente aninico + Nitrofurazona (Tergentol / Furacin)

    Detergente aninico + Hidrxido de clcio (Irrigocal e Tergidrox)

    Detergente aninico (Tergentol) + EDTA (EDTA-T)

    Detergente aninico + EDTA + gua destilada (HCT20)

    Hipoclorito de sdio alternado com perxido de hidrognio (Reao de Grossman,

    1943)

    Detergente catinico (Cetavlon 0,08%) + EDTA (EDTAC)

    Perxido de uria + EDTA + Carbowax (RC-PREP) neutralizado com Hipoclorito de

    sdio a 5 % (Stewart et al., 1969)

    ENDO-PTC (Perxido de uria + Tween 80 + Carbowax neutralizado com Hipoclorito

    de sdio - Soluo de Dakin) (Paiva; Antoniazzi, 1973).

    Apostilas Ideal

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    5.

    Outras solues

    Figura 7. Em A o hidrxido de clcio ser misturado ao soro fisiolgico e em

    seguida, deve-se aguardar sua decantao (B), estando pronto para o

    uso (C).

    Outras solues se caracterizam por no se adequarem nas categorizaes anteriores.

    Figura 6. A. gua destilada

    B. soro fisiolgico

    C. clorexidina

    A B C Endo-UFU

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    O digluconato de clorexidina, que um antissptico

    bactericida, considerado mais biocompatvel que o

    hipoclorito de sdio, porm suas propriedades

    antimicrobianas no so melhores que as das solues dehipoclorito de sdio e no apresenta capacidade de

    dissoluo tecidual e ao clareadora, to desejvel durante o

    preparo do canal. Apresenta efetividade nas necroses

    pulpares pela ao antimicrobiana contra bactrias

    anaerbias.

    No caso de hipersensibilidade ao hipoclorito de sdio, a

    clorexidina seria a segunda opo de uso.

    Figura 8. Clorexidina

    Com relao escolha da soluo irrigante, observa-se que quanto mais irritante a

    soluo mais bactericida ela . Contrariamente, quanto mais biocompatvel menos

    bactericida.

    De acordo com Spangberg (1975) a soluo irrigante

    aconselhvel deve ter o mximo efeito antimicrobiano e o

    mnimo efeito txico. Em teste de Citotoxidade in vitro, em

    cultura de clulas, o autor considerou o lquido de Dakin

    (hipoclorito a 0,5%) a soluo irrigante ideal. Sabendo-se de

    antemo que o hipoclorito de sdio, com o passar do tempo,

    perde a sua concentrao de cloro, recomendamos o hipoclorito

    de sdio a 1% (tambm chamada de Soluo de Milton) como

    soluo irrigante a ser utilizada nos procedimentos clnicos

    endodnticos na Universidade Federal de Uberlndia.

    Figura 9. Soluo

    de Milton

    Apostilas Ideal

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    Considerando que o volume da soluo irrigante, pela sua ao fsica no auxlio da

    remoo de debris, em suspenso na luz do canal radicular, importante no processo de

    limpeza do canal, adotamos o soro fisiolgicocomo irrigao final do canal radicular.

    Entendemos que a soluo irrigante atua como coadjuvante auxiliando na limpeza do

    canal, efetivada pela ao mecnica das limas nas paredes do canal radicular,

    conscientes de que, em algumas situaes em que a contaminao do canal ficou

    evidente, principalmente em processos crnicos, a utilizao da medicao intracanal setorna necessria.

    Portanto, durante a instrumentao do canal irriga-se o canal, com hipoclorito de sdio a1%, renovando a soluo com nova irrigao e aspirao sempre que o lquido ficar turvo

    pelo acmulo de raspas de dentina. E no final da instrumentao, promover irrigao

    abundante com soro fisiolgico, provocando um enxgue final do canal.

    Apostilas Ideal

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    Neutralizao Progressiva

    O preparo do canal radicularpode ser dividido em trs grandes etapas:

    a.

    Abertura coronria:

    Representa a abertura coronria do dente permitindo a comunicao da cavidade pulpar

    com o meio externo, favorecendo o acesso das limas no interior do canal radicular.

    b. Preparo do canal radicular (tero cervical e mdio):

    Essa etapa consta do preparo dos teros cervical e mdio radicular. Esse procedimento

    permite o acesso direto das limas ao nvel apical do canal, pois remove a constrio

    cervical do canal radicular, que existe ao nvel do colo dental.

    c. Preparo do canal radicular (tero apical):

    Com o preparo dos teros cervical e mdio do canal radicular realizados, temos

    condio de realizar a instrumentao e modelagem da regio apical, promovendo a

    limpeza e obturao o mais hermtica possvel.

    A neutralizao progressiva, que tem por finalidade evitar a contaminao onde ela no

    esteja presente e neutralizar produtos txicos, deve ser realizada em todas as etapas do

    tratamento endodntico.

    Desde a abertura coronria, torna-se necessrio iniciar a neutralizao progressiva. A

    profilaxia, a remoo do tecido cariado, como tambm restauraes antigas infiltradas

    so itens importantes de serem realizados de maneira sistemtica. Nessa etapa do

    tratamento endodntico, realiza-se a fase I da neutralizao progressiva. Portanto a

    remoo mecnica do tecido cariado, esmalte sem apoio eliminando nichos decontaminao deve ser seguida de irrigao com hipoclorito de sdio.

    Apostilas Ideal

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    Realizada a abertura coronria, inicia-se a fase II da neutralizao progressiva,

    preenchendo toda a cmara pulpar com hipoclorito de sdio penetrando gradativamente

    a lima no canal radicular, sempre tendo em mente a estimativa de odontometria*. Nessa

    fase o prprio preparo dos teros cervical e mdio do canal radicular efetivar aneutralizao progressiva.

    Em canais atresiados, para que a agulha de irrigao esteja numa posio adequada,

    torna-se necessrio o prvio preparo da embocadura do canal radicular, favorecendo a

    ao germicida do lquido no tero apical do canal radicular. Portanto, para que a fase

    III da neutralizao progressivapossa ser realizada, a agulha da soluo irrigante deve

    ser posicionada ao nvel mdio ou comeo do tero apical

    *Verificar no captulo de odontometria

    Figura 1. Em (A) dente pr-molar com crie proximal em (B) radiografia de (A).

    C. colorao de HE, evidenciando a cavidade no dente aps a remoo

    clnica do tecido cariado. D. evidncia de dentina contaminada

    profundamente e em (E) maior aumento de (D) demonstrando a presena

    de fragmento de dentina contaminada adentrando no canal radicular. F, G

    e H.a presena de microorganismos no interior dos tbulos dentinrios,

    colorao de Gram.

    Endo-UFU

    G

    Apostilas Ideal

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    41/96

    I

    II

    III

    Figura 2. Neutralizao progressiva. Observar a renovao da soluo irrigante na

    medida em que se aprofunda a lima no interior do canal radicular.

    Iniciando a nvel coronrio e terminando a nvel apical, caracterizando as

    fases I, II e III.

    OBS: A neutralizao progressiva deve ser realizada em qualquer situao, pois a

    possibilidade de contaminao a distncia uma realidade, nos casos de necrose pulpar

    ou mesmo nos dentes com vitalidade. As alteraes pulpares decorrentes da crie

    ocorrem de maneira paulatina e no se sabe clinicamente o estgio em que a polpa se

    encontra. Pode existir contaminao somente a nvel coronrio, ou de forma parcial

    atingindo apenas algum segmento da polpa. Portanto uma boa conduta realizar de

    forma sistemtica em qualquer situao a neutralizao progressiva.

    Endo-UFU

    Apostilas Ideal

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    Figura 3. Observar em (A) a presena de um delta apical e raspas de dentina

    acumulada em uma das ramificaes (seta), em (B) e (C) na luz

    polarizada verificar a presena de material birrefringente,

    caracterizando a presena de raspas de dentina e em (D) com maior

    aumento em (E) (seta), fragmento de dentina deslocada da poro

    coronria para a poro apical.

    E

    D

    C

    BA

    Apostilas Ideal

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    Abertura CoronriaEntende-se por abertura coronria o ato de se estabelecer uma comunicao da cavidade

    pulpar com o meio externo, para possibilitar o tratamento endodntico. O acesso

    cavidade pulpar deve ser realizado na face lingual ou palatina nos dentes anteriores,caninos e incisivos e na face oclusal nos pr-molares e molares.

    Para que se tenha sucesso nesta fase do tratamento indispensvel o conhecimento da

    anatomia da cavidade pulpar, do nmero e disposio das razes e canais e da inclinao

    dos dentes nos arcos.

    A abertura coronria deve ser iniciada aps a remoo do biofilme, trtaro e tecido

    cariado, da regularizao e/ou remoo de restauraes imperfeitas e remoo de tecido

    gengival invaginado.

    Alguns aspectos devem ser levados em considerao no planejamento da abertura

    coronria, como a tcnica a ser executada, os conhecimentos anatmicos, clnicos e

    radiogrficos, considerando os fatores extrnsecos e intrnsecos relacionados ao

    paciente.

    Abertura Coronria

    Planeamento

    Tcnica

    Remoo do tecido cariado ou restauraes

    Acesso coronrio propriamente dito

    Ponto de eleioDireo de trepanaoForma de contorno

    Forma de convenincia

    Fatores intrnsecosIdade do pacientePosicionamento

    Direo radicular

    Arco e alvolo

    Fatores extrnsecosCrieErosoAbrasoRestaurao

    Apostilas Ideal

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    Princpios da abertura coronria

    Remover o teto da cmara pulpar;

    Obter acesso em linha reta;

    Evitar danos ao assoalho da cmara pulpar;

    Conservar ao mximo a estrutura dentria.

    I nstrumental clnico necessrios para a aber tura coronria:

    Figura 1. 1 Pina clnica

    2 Sonda clnica

    3 Sonda reta

    4 Escavador duplo

    5Espelho

    Endo-UFU

    Apostilas Ideal

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    I nstrumentos rotatri os para alta rotao

    I nstrumentos rotatri os para baixa rotao

    Figura 2. (A)Recipiente usado para recolhimento da gua da

    turbina de alta rotao, (B) broca esfrica; (C) broca

    4083; (D) broca Endo Z.

    Figura 3. (A)broca esfrica, (B)broca de Batt.

    Endo-UFU

    Endo-UFU

    Apostilas Ideal

  • 7/26/2019 31. Endodontia

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    Etapas da abertura coronria

    Abordagem inicial ou ponto de eleio;

    Direo de trepanao;

    Forma de contorno;

    Forma de convenincia.

    Ponto de eleio

    Local onde se inicia a abertura, visando alcanar de forma mais direta possvel a

    cmara pulpar e o canal radicular, utilizando pontas ou brocas indicadas.

    Ponto de Eleio

    Figura 4. O ponto de eleio para os dentes anteriores, incisivos e caninos, deve ter

    como referncia a face palatina/lingual e linha mediana longitudinal a 2,0

    mm do cngulo em direo borda incisal. Nos pr-molares, na interseco

    resultante do sulco central com a linha imaginria traada sobre o topo das

    cspides vestibular e palatina. Nos molares na fssula central.

    Apostilas Ideal

  • 7/26/2019 31. Endodontia

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    Direo de trepanao

    A direo de trepanao para os dentes unirradiculares deve ser posicionando a broca no

    sentido do longo eixo do dente. Para os dentes multirradiculares, em direo ao canal

    mais amplo.

    Figura 5. Observar que, para os dentes unirradiculares, a direo de trepanao

    deve ser com a broca paralela ao longo eixo do dente. No caso dos

    dentes multirradiculares, deve ser com a broca paralela ao longo eixo do

    dente com direcionamento para o canal mais amplo.

    Forma de contorno

    Com brocas esfricas

    Movimentos de introduo e trao em direo s reentrncias dos tetos pulpares.

    Com brocas tipos Batt e Endo Z.

    Forando de encontro s paredes circundantes apoiando ou no no assoalho pulpar.

    Apostilas Ideal

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    Figura 6. Forma de contorno: nos incisivos, forma triangular com base voltada para a

    borda incisal. Caninos losangulares. Pr- molares superiores

    elpticos com eixo

    vestibulo palatino maior. Pr- molares inferiores elpticos. Molares superiores

    forma triangular com base para vestibular.Molares inferiores triangular, com

    base para mesial.

    Forma de convenincia

    Remoo adicional das projees de dentina que possam dificultar o acesso aos canais

    radiculares. Para essa fase da abertura coronria, utilizam-se brocas com pontas

    especiais (Batt, 4083 ou Endo Z).

    Figura 7. Forma de convenincia segue os mesmos padres da forma de contorno, porm alguns

    desgastes nas paredes laterais da camra pulpar deixam todos os canais visveis.

    Apostilas Ideal

  • 7/26/2019 31. Endodontia

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    Para facilitar a escolha dos instrumentos rotatrios para cada etapa da abertura

    coronria, idealizou-se a tabela abaixo.

    Etapa Pontode

    eleio

    Direode

    trepanao

    Formade

    contorno

    Formade

    conveninciaMotor

    Alta rotao Carbiteesfrica 1,2,3

    ou 4

    Carbiteesfrica 1,2,3

    ou 4

    4083ou

    Endo Z

    4083ou

    Endo Z

    Baixa rotao Ao esfrica Batt Batt

    A seqncia tcnica da abertura coronria segue o mesmo principio para qualquer dente.

    A seguir, como exemplo, segue o passo a passo para um dente unirradicular,

    birradicular e trirradicular.

    Incisivo Central Superior

    Forma de contorno

    Broca Endo Z

    Endo-UFU

    Apostilas Ideal

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    Forma de contorno Forma de convenincia

    Broca Endo Z

    Pr- molar superior

    Ponto de eleio Direo de trepanao

    Carbite esfrica Carbite esfrica

    Endo-UFU

    Endo-UFU

    Apostilas Ideal

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    Forma de contorno

    Broca Endo Z

    Forma de convenincia

    Broca Endo Z

    Endo-UFU

    Endo-UFU

    Apostilas Ideal

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    Molar superior

    Ponto de eleio Direo de trepanao

    Carbite esfrica

    Carbite esfrica

    Forma de contorno Forma de convenincia

    Broca Endo Z Broca Endo Z

    Endo-UFU

    Endo-UFU

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    Broca esfrica prxima aocngulo perpendicular facepalatina

    Broca esfricaparalela ao longo eixodo dente

    Broca 4083paralela ao longoeixo do dente

    Broca 4083 forandode encontro com asparedes circundantes

    Endo-UFU

    Endo-UFU

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    Preparo do tero cervical e mdio

    O preparo do tero cervical e mdio tem por finalidade o alargamento prvio da poro

    inicial do canal radicular, permitindo um acesso franco e direto regio apical do canal.

    Nesse tipo de preparo, utilizam-se, de preferncia, as limas tipo Hedstren (H),

    posteriormente brocas Gates-Glidden de n 2 (G2) e n3 (G3), finalizando com a broca

    de Batt.

    Inicia-se com a lima 15 H com aproximadamente 14 a 15 mm (dependendo do

    comprimento do dente) de tal maneira que esta lima se limite poro reta do canal, ao

    nvel do tero cervical e incio do tero mdio da raiz. A lima dever trabalhar folgadano canal, evitando sempre for-la no sentido apical para prevenir a formao de

    degraus. A seguir, realiza-se o recuo progressivo com as limas 20 H (de 13 a 14 mm) e

    25 H (de 12 a 13 mm).

    As brocas de Gates devero ser usadas com o cursor de silicone limitando a sua

    penetrao na poro do canal previamente preparada pelas limas. A broca Batt dever

    ser utilizada com folga na embocadura do canal e pressionada com movimento de

    lateralidade no sentido anticurvatura, ou seja, no sentido contrrio curvatura da raiz.

    Figura 1- Desgaste em canais atresiados.

    G2 G3 Batt

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    importante ressaltar para o que se denomina zona de risco e zona de segurana

    nas razes dos molares. As zonas de riscos correspondem s paredes dos canais voltadas

    para as reas inter-radiculares, enquanto as zonas de segurana configuram pelas

    paredes dentinrias opostas da regio inter-radicular. O desgaste em direo zona de

    segurana, alm de no oferecer riscos, propicia uma reduo acentuada do grau de

    curvatura, da a razo de ser chamado de desgaste anticurvatura.

    Quando o canal for muito atresiado em toda a sua extenso, prejudicando a utilizao

    inicial com a lima n 15 Hedstren, segue-se a seguinte orientao:

    Realiza-se a introduo progressiva, com limas compatveis com o canal em questo(limas Kerr 06, 08 e/ou 10). Essas limas devero penetrar aproximadamente ao nvel

    da estimativa de odontometria e, logo em seguida, recuar na medida, instrumentando

    sem manter um limite nico de penetrao. importante nesse momento movimentar a

    lima com cuidado a fim de promover um desgaste para permitir a utilizao da lima 15

    Hedstren.

    Aps esse preparo inicial, pode-se ento passar s orientaes iniciais do desgaste

    anticurvatura com as limas Hedstren ou Kerr, brocas Gates e Batt.

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    Figura 2- Desgaste em canais muito atresiados.

    Em canais amplos, onde a lima 25 H tem acesso fcil, a utilizao das limas se torna

    desnecessrio podendo proceder ao alargamento diretamente com as brocas.

    Figura-3 Desgaste em canais amplos.

    Todo o procedimento deve ser acompanhado da irrigao dos canais e j caracteriza afase II da neutralizao progressiva.

    G2 G3 Batt

    Endo-UFU

    Endo-UFU

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    OBS: O preparo dos teros cervical e mdio se torna necessrio em todos os dentes

    devido a existncia de uma constrio na regio cervical dos canais radiculares. Essa

    constrio nada mais do que a projeo da superfcie externa do dente, correspondente

    a regio de colo na juno da coroa com a raiz (cintura do dentes).

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    Odontometria

    Realizado o preparo radicular, obteve-se um acesso direto ao canal radicular, permitindo

    um posicionamento adequado das limas, possibilitando atingir a regio apical do canalde forma direta e sem interferncias.

    Com o alargamento prvio de entrada do canal, torna-se possvel introduzir e posicionar

    a agulha para propiciar uma irrigao do canal de forma efetiva. Esse posicionamento

    da agulha de irrigao vai permitir que se realize, de forma efetiva, a fase III da

    neutralizao progressiva e logo em seguida a odontometria.

    Entende-se por odontometria como sendo o procedimento que visa determinar o

    comprimento do dente para se estabelecer a extenso da instrumentao.

    I. Odontometria em dentes unirradiculares

    1)Na radiografia de diagnstico, mea o comprimento do dente (com rgua

    milimetrada) desde a borda incisal ou ponta de cspide at o pice radicular (fig. 1

    A).

    2) Dessa medida, diminua dois milmetros.

    3) Demarque essa medida numa lima tipo Kerr n 08, 10 ou 15. Para isso, coloque o

    limitador de penetrao, deslizando-o pelo instrumento, at obter a medida desejada.

    Cuide para que o limitador fique perpendicular lmina do instrumento (fig. 1B)

    4) Introduza o instrumento 08, 10 ou 15 no canal at que o limitador encoste

    suavemente na borda incisal ou ponta da cspide (fig. 1C). Fixe o instrumento

    nessa posio, se necessrio, colocando algodo na cmara pulpar e radiografe.5) De posse da radiografia, estime o comprimento do dente. Para tanto, observe a

    distncia entre a ponta do instrumento e o pice radicular. No caso de o instrumento

    no ter alcanado o pice, a medida do dente ser a do instrumento mais a distncia

    que falta para ele ficar a 1,0mm do pice (fig. 1D), no caso de ele aparecer a

    1,0mm do pice, a medida da odontometria ser a mesma do instrumento (fig. 1E),

    e no caso de ultrapassar o pice, a medida do dente ser a do instrumento, menos o

    que ultrapassou.

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  • 7/26/2019 31. Endodontia

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    Voc dever repetir a radiografia do odontometria se:

    a) No apareceu o pice;

    b) No estiver visvel a ponta do instrumento;

    c) A radiografia estiver muito alongada;

    d) A distncia entre a ponta do instrumento e o pice for igual ou maior do que 4

    mm.

    II.

    Odontometria em dentes multirradiculares

    Para medir o comprimento na radiografia inicial dos prmolares, tome como ponto de

    referncia a cspide mais saliente que a vestibular e a raiz mais curta que a palatina. No

    caso de molares superiores, tome como base a raiz msio-vestibular, pois a palatina se

    apresenta com distoro. No molar inferior tome como base a raiz mesial.

    Se o dente apresentar raiz curva, considerar uma linha reta que vai da cspide de

    referncia at a ponta da raiz em questo.

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    Utilize, preferencialmente, como ponto de referncia, a cspide V para os prmolares e

    a MV para os molares superiores ou inferiores.

    Proceda como foi descrito nos itens 1 a 4 e coloque o instrumento, de preferncia o

    nmero 15, no canal MV (molares) ou V (prmolares).Escolha mais dois instrumentos de nmero 15 com mesmo comprimento, do cabo

    extremidade ativa daquele anteriormente colocado no canal.

    Introduza esses instrumentos nos demais canais, fazendo com que seus cabos

    fiquem no mesmo nvel.

    Radiografe, cuidando para que os raios X incidam com um ngulo horizontal para

    mesial nos prmolares superiores, para distal nos molares inferiores e

    ortorradialmente nos molares superiores (fig. 2).

    B

    C

    Figura 2- Variao do ngulo horizontal na obteno de radiografia; A normal ou

    ortorradial; B = distalizada ou distorradial; C = mesializada ou mesiorradial.

    RAIO X

    A

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    Somente remova os instrumentos depois de verificar se a radiografia est correta.

    Remova o instrumento que tem o limitador de penetrao com cuidado para no

    deslocar os demais. Confira a medida, inclusive as referncias dos limitadores.

    A remoo dever ser feita puxandoo pelo cabo. Anote as medidas na f icha.

    Interpretao da radiografia

    Quando os raios-X incidem pelo lado mesial, o canal ou instrumento que est no lado

    palatino ou lingual, dirigese para mesial. Quando os raios-X incidem do lado distal, o

    canal ou instrumento que est no lado palatino ou lingual dirigese para a distal (fig. 3)

    Figura 3- Se mesializar a tomada radiogrfica, a raiz palatina se desloca para

    mesial, se distalizar a tomada radiogrfica, a raiz palatina se desloca

    para distal.

    Para saber se a radiografia foi mesializada ou distalizada, podemos verificar alguns

    itens, como por exemplo:

    Endo-UFU

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  • 7/26/2019 31. Endodontia

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    Tome como ponto de orientao a asa do grampo. Aquela que est mais prxima do

    pice a asa colocada no lado palatino e a que est mais prxima da coroa a asa

    vestibular.

    Verifique para que lado se dirigiu a asa palatina. Se ela dirigiu para distal, significa quea radiografia foi distalizada e, se ela est para mesial, significa que a radiografia foi

    mesializada.

    Figura 4- A radiografia foi distalizada porque a asa do grampo, voltada para a

    face palatina do dente, est deslocada para o lado distal.

    Outra referncia importante a considerar est relacionada com a nitidez da imagem. Se a

    radiografia obtida com ngulo normal, o osso medular e os contornos radiculares so

    ntidos em ambos os lados do dente interessado; se a radiografia mesializada, o osso

    medular e contornos radiculares so ntidos no lado mesial, porm distorcidos e com

    pouca nitidez no lado distal; se a radiografia distalizada, o osso medular e os

    contornos radiculares sero ntidos no lado distal, mas distorcidos e com pouca nitidez

    no lado mesial.

    Endo-UFU

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    Considerando o que foi descrito acima, qual o canal apontado (seta) na radiografia

    abaixo (figura 5)?

    Figura 5- Radiografia do primeiro molar inferior com tratamento endodnticorealizado.

    Endo-UFU

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    Preparo do tero apical

    Aps o estabelecimento da odontometria, inicia-se o preparo do tero apical.

    Para um melhor entendimento desta fase do tratamento, alguns termos devem serassimilados:

    Dimetro Anatmico do Canal

    Dimetro Cirrgico do Canal

    Lima Inicial

    Lima Final

    Lima memria

    Batente Apical

    Tcnica clssica de instrumentao

    Tcnica escalonada de instrumentao

    Figura 1. Em (A) observar a anatomia original do canal, antes da instrumentao,

    considerada como dimetro anatmicodo canal. Em (B) observar o canal

    aps a instrumentao evidenciando, um canal j dilatado. Nessa situao

    considera-se como dimetro cirrgico do canal

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    Lima Final: a ltima lima utilizada no preparo do canal, quando a tcnica de

    instrumentao a tcnica clssica ou convencional de instrumentao. Esta lima

    tambm considerada como lima memriana tcnica escalonada. Para a determinao

    da lima final, realiza-se a progresso da instrumentao de maneira gradativa e ser

    finalizada aps a utilizao de pelo menos trs instrumentos alm do inicial.

    Batente Apical:A progresso na instrumentao entre a lima inicial e a lima memria

    resulta na formao do batente apical, que representa um degrau apical, limitando a

    poro instrumentada do canal e o seu extremo apical.

    Tcnica clssica de instrumentao: Na tcnica clssica, todas as limas utilizadas, ou

    seja, da inicial at a final devero trabalhar na extenso toda do canal, obedecendo ao

    comprimento de trabalho determinado na odontometria. Atualmente ela no deve ser

    utilizada na sua plenitude. Essa tcnica, na verdade, representa o segmento inicial da

    tcnica escalonada que vai da lima inicial at a lima memria.

    Tcnica escalonada de instrumentao:

    Aps a neutralizao progressiva, fase III e determinao da odontometria, escolher

    o instrumento inicial, que dever ser aquele que se adaptar melhor ao dimetro

    anatmico do canal, no limite apical de instrumentao.

    Figura 2. Batente apical (seta).

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    Progredir na instrumentao at determinar o batente apical. A progresso em canais

    curvos deve se restringir s limas de menor calibre (25 ou 30, sendo esta lima

    considerada o instrumento memria).

    O ideal que a limagem ocorra somente at que seja possvel acomodar a lima detamanho imediatamente superior ou no caso de ser a ltima lima, at que esta possa

    ser retirada com folga.

    O preparo feito recuando-se 1,0 mm do comprimento de trabalho ao substituir a

    lima por outra de calibre imediatamente superior. Se a lima chega ao seu correto

    comprimento sem se prender dentina, o momento de substitu-la. Dessa maneira

    a partir da lima memria se inicia o escalonamento das limas com recuo progressivo

    programado.

    Aps o uso de cada lima de suma importncia a recapitulao com o instrumento

    memria em toda a extenso do comprimento de trabalho, juntamente com uma

    irrigao abundante, para assegurar e manter o canal desimpedido.

    As numeraes das limas inicial e memria dependero da anatomia do dente,

    podendo variar entre diferentes dentes ou para um mesmo dente, dependendo da raiz.

    Durante a instrumentao, importante manter a irrigao do canal. No preparo do

    tero apical, bom lembrar que a agulha de irrigao dever estar posicionada no

    interior do canal, prxima do tero apical. Durante a irrigao a agulha dever ficar

    solta na luz do canal para propiciar o refluxo da soluo irrigante que ser aspirada.

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    TRATAMENTO ENDODNTICO EM DENTE UNIRRADICULARROTEIRO PARA ATIVIDADE PR-CLINICA

    Radiografia de diagnstico

    Estimativa de odontometriaComprimento da imagem radiogrfica do dente mm -2 mm = mm

    Abertura coronriaRemoo de tecido cariado e/ou restauraes

    Neutralizao progressiva Fase IPonto de eleioDireo de trepanaoForma de contornoForma de convenincia

    Preparo do canal radicular:

    Preparo do tero cervical e mdio

    Canal amploCanal atresiadoCanal muito atresiado

    Limas Brocas08k 10k 15h 20h 25h G 2 G 3 B

    Neutralizao progressiva Fase II

    Neutralizao progressiva fase III

    Lima

    Radiografia de odontometria

    Odontometria= mm

    Preparo do tero apical (L.I.= lima inicial, L.M.= lima memria)

    L.I. L.M. L.M. L.M. L.M. L.M.

    Odontometria = Od-1 Od-2 Od-3 Od-4Instrumentao clssica Escalonamento com recuo progressivo programado

    Medicao intracanal:

    Aluno:_______________________________________________________________________

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    TRATAMENTO ENDODNTICO EM DENTE BIRRADICULARROTEIRO PARA ATIVIDADE PR-CLINICA

    Radiografia de diagnstico (orto radialfrontal)Estimativa de odontometriaComprimento da imagem radiogrfica do dente mm -2 mm = mmAbertura coronriaRemoo de tecido cariado e/ou restauraesNeutralizao progressiva Fase I

    Ponto de eleioDireo de trepanaoForma de contornoForma de conveninciaPreparo do canal radicular:Canal vestibularPreparo do tero cervical e mdio

    Canal amploCanal atresiadoCanal muito atresiado

    Limas Brocas08k 10k 15h 20h 25h G2 G3 G4 B

    Neutralizao progressiva Fase II

    Canal palatino

    Canal amploCanal atresiadoCanal muito atresiado

    Limas Brocas08k 10k 15h 20h 25h G2 G3 G4 B

    Neutralizao progressiva Fase II

    Canal vestibularNeutralizao progressiva fase IIILima

    Radiografia de odontometria:Odontometria= mm

    Preparo do tero apical

    L.I. L.M. L.M. L.M. L.M. L.M.

    Odontometria = Od-1 Od-2 Od-3 Od-4Instrumentao clssica Escalonamento com recuo progressivo programado

    Canal palatinoNeutralizao progressiva fase IIILima

    Radiografia de odontometriaOdontometria= mm

    Preparo do tero apicalL.I. L.M. L.M. L.M. L.M. L.M.

    Odontometria = Od-1 Od-2 Od-3 Od-4Instrumentao clssica Escalonamento com recuo progressivo programado

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    Medicao Intracanal

    A infeco do sistema de canais radiculares s controlada de forma eficaz aps o

    completo preparo qumico-mecnico, a aplicao de uma medicao intracanaladequada e a realizao da obturao tridimensional.

    O uso da medicao intracanal no substitui a fase de limpeza qumica (solues

    irrigantes) e mecnica (limas) do canal radicular, mas serve como um auxlio no

    tratamento endodntico, potencializando o processo de limpeza e favorecendo a

    reparao tecidual.

    Uma das principais propriedades que um medicamento endodntico deve possuir ao

    antimicrobiana, tendo potencial de destruir microrganismos. Por permanecer por tempo

    mais prolongado no interior do canal radicular, o medicamento tem maiores chances de

    atingir reas no afetadas pela instrumentao. Alm disso, por preencher totalmente o

    canal, o medicamento impede o suprimento de substratos, na forma de fluidos teciduais,

    para as bactrias que sobreviveram aps a instrumentao.

    Alm da ao antibacteriana eficaz, o medicamento dever ter ao prolongada, sem ser

    citotxico e agir pelo contato, permitindo um controle adequado da profundidade de

    atuao.

    Razes para o emprego da medicao intracanal:

    1. Promover a eliminao de bactrias que sobreviveram ao preparo qumico-

    mecnico;

    2. Impedir a proliferao de bactrias que sobreviveram ao preparo qumico-mecnico;

    3. Atuar com barreira fsico-qumica contra reinfeco entre as sesses do tratamento;

    4. Reduzir a inflamao nos tecidos ao redor da raiz (reduzindo com isso a dor, um dos

    sinais da inflamao);

    5. Neutralizar produtos txicos;

    6. Controlar a exsudao persistente (o que pode ser feito pela medicao de trs

    maneiras: inibindo a resposta inflamatria, absorvendo o exsudato pela ao

    higroscpica ou eliminando a causa, as bactrias).

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  • 7/26/2019 31. Endodontia

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    Vrias substncias tm sido recomendadas para utilizao no interior do sistema de

    canais radiculares entre sesses de tratamento, dentre elas podemos citar:

    Paramonoclorofenol canforado (PMCC);

    Formocresol ou Tricresol Formalina;

    Antibiticos e suas combinaes;

    Hidrxido de clcio;

    Clorexidina

    Os dois primeiros medicamentos, PMCCe

    o Formocresol, so volteis e agem por

    liberao de vapores. O grande

    inconveniente disso o difcil controle da

    rea de atuao da droga, podendo ocorrer

    resposta inflamatria nos tecidos ao redor

    da raiz, devido sua citotoxicidade. Por

    causa da liberao desses vapores, pode

    haver distribuio sistmica dessas drogas,

    cujos efeitos so ainda desconhecidos.

    Alm disso, podem ter efeitos cumulativos

    sobre o profissional, devido inalao. No

    parece ser uma conduta admissvel, nos

    dias de atuais, utilizar medicamentos de

    elevada citotoxicidade, que no permitem

    um controle eficaz da concentrao liberada

    e da profundidade de ao.

    PMCC

    Formocresol

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  • 7/26/2019 31. Endodontia

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    O uso de antibiticos, mesmo em

    associaes, tem sido abandonado como

    medicao intracanal, pois sua ao limita-

    se presena de certo grupo especfico de

    micro-organismos, podendo ser ineficiente

    contra muitos outros. Alm disso, podem

    sensibilizar o paciente, produzir reaes

    em pacientes j sensibilizados penicilina

    ou a outros antibiticos e ainda selecionar

    e produzir bactrias resistentes.

    O hidrxido de clcio a medicao mais

    empregada atualmente, devido sua ao

    antimicrobiana e mineralizadora. A pasta

    de hidrxido de clcio tem sido preparada

    com vrios veculos, a saber: gua

    destilada, soro fisiolgico (soluo salina),

    soluo anestsica, polietileno glicol,propilenolgicol, PMCC, glicerina e muitos

    outros. Outras vantagens do hidrxido de

    clcio, alm das aes citadas acima, so

    que as pastas desse medicamento:

    Funcionam como uma obturao

    provisria do canal, limitando o espao

    fsico para a multiplicao bacteriana;

    Retardam significativamente a

    recontaminao do canal, pois

    funcionam como barreira fsico-

    qumica;

    Controlam a exsudao persistente, por

    ao higroscpica e por inibio do

    crescimento bacteriano.

    hidrxido de Clcio

    antibitico

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  • 7/26/2019 31. Endodontia

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    Material necessrio para colocao e remoo da medicao intracanal:

    Medicao intracanal (hidrxido de clcio PA);

    Soro fisiolgico;

    Placa de vidro;

    Esptula n 24;

    Lima Kerr;

    Algodo;

    Cimento provisrio;

    Seringa de irrigao;

    Cone de papel absorvente.

    A clorexidina tambm tem sido proposta

    como medicao intracanal, com base em

    sua atividade antibacteriana de amplo

    espectro. Alm disso, tem substantividade,

    ou seja, atua por muito tempo, pois adere

    s estruturas do dente. Contudo, de uma

    forma geral, ela no mais eficaz do que o

    hidrxido de clcio e no possui outras

    propriedades que ele apresenta como

    estimulao de reparo clcico,

    neutralizao de endotoxinas e solvente de

    matria orgnica.clorexidina em gel

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  • 7/26/2019 31. Endodontia

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    Como preencher o canal radicular com hidrxido de clcio associado ao soro

    fisiolgico:

    1. Misture na placa de vidro, com auxlio da esptula n 24, o hidrxido de clcio (p) e

    o soro fisiolgico, at conseguir uma pasta cremosa, com consistncia de um creme

    dental.

    2. Utilize uma lima do tipo Kerr para pegar um pouco da pasta previamente misturada e

    com movimentos de penetrao e remoo (movimento de vai-e-vem) preencha o canal

    radicular at o comprimento real de trabalho (Odontometria). Retire a lima, girando no

    sentido anti-horrio. Condense a pasta dentro do canal com cone de papel absorvente ou

    com o calcador de Paiva.Repita esse processo de preenchimento at perceber que apasta est obliterando toda a entrada do canal radicular.

    3. Remova o excesso da medicao da cmara coronria com auxlio de um algodo.

    4. Coloque, na entrada do canal radicular, uma bolinha de algodo e em seguida sele a

    abertura coronria com cimento provisrio.

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    Como remover a pasta de hidrxido de clcio associado ao soro fisiolgico:

    1. Irrigue, abundantemente, o canal radicular com soro fisiolgico at que o lquido que

    sair pela abertura coronria esteja lmpido (transparente).

    2. Utilize a lima memria no comprimento real de trabalho (Odontometria), fazendo

    movimentos de vai-e-vem (penetrao e remoo dentro do canal) para remover a pasta

    das paredes do canal radicular. Faz-se a irrigao com soro fisiolgico cada vez que a

    lima for utilizada.

    3. O canal, aps a remoo completa da medicao, deve ser seco com cone de papel

    absorvente do mesmo dimetro e comprimento da lima memria. Por exemplo, se alima memria a 35K e a odontometria 21,0 mm, o cone de papel absorvente deve ser

    o de n 35 e deve penetrar at 21,0 mm.

    Observao: Durante o atendimento do paciente na clnica, para remoo da medicao

    intracanal, juntamente com a irrigao, feita a aspirao do soro fisiolgico, com

    cnula de aspirao acoplada bomba sugadora da cadeira odontolgica.

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    Obturao do canal radicular

    A finalidade da obturao do canal radicular preencher o canal aps o seu preparo, da

    maneira mais hermtica possvel, utilizando-se de materiais fisicamente estveis ebiocompatveis. O limite da obturao deve seguir o planejamento do preparo do canal,

    onde o batente apical deve estar situado ao nvel do limite CDC (verificar captulos:

    Preparo apical do canal radicular e Odontometria).

    A obturao do canal deve ser realizada quando o canal estiver livre de exsudato, sem

    sintomatologia dolorosa, edema ou mobilidade. Para isso o canal deve estar preparado

    biomecanicamente com dilatao adequada para receber o material obturador.

    Material necessrio para obturao do canal radicular:

    Pina;

    Cones de guta-percha principal e acessrios;

    Cimento endodntico;

    Placa de vidro;

    Esptula n24;

    Espaadores digitais;

    Calcadores de Paiva;

    Lamparina a lcool.

    Figura 1. A. Cones de guta percha-principal e acessrios; B. n 1 (lamparina), 2 (calcadores de

    Paiva), 3 (esptula n24), 4 (placa de vidro), 5 (pina), 6 (espaadores digitais).

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    Figura 2. A-AH Plus (resinoso), B- Endofill ( base de xido de zinco e eugenol),

    C- Sealer 26 (resinoso base de hidrxido de clcio).

    Figura 3. 1 passo- Em uma placa de vidro, coloca-se uma poro, aproximadamente 2 a 3

    partes de p para 1 parte de resina. 2 passo- Com uma esptula apropriada,

    incorpora-se o p resina, at obter uma mistura lisa e homognea. 3 passo- Aconsistncia obtida quando a mistura se parte ao ser levantada com a esptula.

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    Passo a passo da obturao do canal

    1. Isolamento e assepsia do campo operatrio, que deve ser mantido em todas as etapas

    clnicas do tratamento endodntico.2. Remoo do cimento restaurador provisrio com broca esfrica, de preferncia com

    o motor de alta rotao.

    3. Irrigar, abundantemente, o canal com soro fisiolgico e, com a lima memria,

    executando movimento de limagem, remover a medicao intracanal, no caso, o

    hidrxido de clcio. Irrigar novamente at que o refluxo do lquido saia incolor do

    interior do canal.

    4.

    Com a cnula do suctor (compatvel com o dimetro do canal) aspire o lquido e emseguida seque o canal com pontas de papel absorvente esterilizadas.

    5. Selecione o cone de guta-percha principal com a mesma numerao do instrumento

    memria e introduza no canal de tal maneira que ele se ajuste no batente apical, na

    medida determinada pela odontometria.

    6. Nesse momento, com o cone principal posicionado no interior do canal realizar a

    radiografia da prova do cone.

    7.

    Remova o cone do interior do canal radicular, prepare o cimento obturador indicado,manipulando-o bem, at obter uma consistncia cremosa no muita fluida.

    9. Com a esptula, impregne o cone com o cimento em toda a sua extenso, de tal

    maneira que o cimento penetre em toda a extenso do canal.

    10.Use um espaador adequado, de acordo com a amplitude do canal, para obter espao de

    tal maneira que o primeiro cone secundrio fique posicionado a poucos milmetros (2,0

    ou 3,0) do comprimento de trabalho (odontometria). D preferncia para o espaador de

    maior dimetro. Em seguida, com os cones secundrios envoltos em cimento,

    condensar, at que o canal fique completamente preenchido, realizando ligeira presso

    apical e lateral.

    11.Realizar a radiografia da condensao lateral para verificar a qualidade da

    obturao. Se forem observados espaos vazios caracterizando uma condensao

    deficiente, procure, com os espaadores mais finos, criar espaos e ampli-los com

    os espaadores mais calibrosos, at que seja possvel preencher o espao com mais

    cones secundrios.

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    12.Cortar os cones com calcador endodntico aquecido, forando-os na entrada do

    canal at que o excesso do material seja cortado e retirado, ficando o restante do

    material restrito ao canal

    13.Fazer a condensao vertical com calcador frio e em seguida realizar a limpeza da

    cmara pulpar com algodo embebido em lcool.

    14.Proceder restaurao provisria da coroa com material apropriado.

    15.Remova o isolamento absoluto e realize a radiografia final.

    Posio ideal do cone para se obturar o canal.

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    Figura 5. Cimento base de xido de zinco e eugenol (IRM-Dentsply)

    1 passo- dispense uma gota de lquido para cada medida de p.

    2 passo- A espatulao deve ser feita usando uma tcnica que misture

    rpido e completamente 50% do p com o lquido. Leve o p remanescente

    mistura em 2 ou 3 acrscimos e espatule completamente. A mistura ser

    bastante consistente e dever ser esfregada vigorosamente por 5 a 10

    segundos. Procedendo assim, a mistura ter uma tima consistncia detrabalho, sendo macia e adaptvel.

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    Observao importante: As radiografias de odontometria, prova do cone e condensao

    lateral esto com o dente virado de lado (sentido msio-distal), para melhor visualizao

    do aluno do 3 perodo. No tratamento endodntico realizado em paciente o dente ser

    visto como est nas radiografias inicial e final.

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    Retratamento do Canal

    De uma maneira geral pode-se considerar na remoo do material obturador trs

    momentos:

    1. Utilizando brocas;

    2. Utilizando limas e solvente de guta-percha;

    3. Utilizando apenas limas j com a soluo irrigante.

    Figura 1. A remoo da guta-percha no tero cervical e mdio pode ser realizada com a

    utilizao de brocas. No tero mdio e comeo e parte do tero apical,

    recomenda-se a utilizao de limas e solvente e, no final da obturao, apenas

    a lima com a soluo irrigante.

    um procedimento realizado sobre um dente que recebeu uma tentativa anterior de tratamentodefinitivo que resultou em uma condio que requer um novo tratamento endodntico adicional

    para a obteno de um resultado bem sucedido.

    Associao Americana de Endodontistas.

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    Inicialmente, pretende-se com o retratamento obter o acesso entrada do canal e

    visualizao direta da guta-percha. Aps a visualizao da guta-percha, procede-se ao

    desgaste inicial combrocas tipo Gates ou Largo, com a finalidade de remoo da guta-

    percha e alargamento da poro cervical e mdia do canal.

    Depois de obtido o espao pelas brocas, colocar solvente eucaliptol na entrada do canal,

    e com limas tipo Kerr n 15 ou 20, penetrar na massa da guta-percha, com movimentos

    oscilatrios. Neste momento, deve-se ter em mente a estimativa da odontometria, pois

    nessa fase no se deve tentar remover todo material com solvente.

    Quando a lima j estiver no do tero apical ou final do material obturador, passam a

    utilizar as limas Hedstrenno espao produzido pelas limas Kerr, procurando remover o

    material obturador aderido s paredes do canal. Quando o material obturador no estiver

    mais aderido s limas, lava-se abundantemente o canal.

    Neste momento, passa-se a usar como irrigante o hipoclorito de sdio, em com limas dotipo Kerrde pequena numerao (15 ou 20) tenta-se a penetrao ao lado da guta-

    Figura 4. A. Solvente Eucaliptol; B. Colocao do solvente no pote Dappen; C.

    Pegando o solvente com a pina clnica; D. Introduo do solvente no

    interior do canal radicular.

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    percha, com movimento de de volta, aumentado a numerao e com movimento de

    limagem remover o resto do material obturador.

    Com a lima introduzida no canal, tendo como referncia a estimativa de odontometria,

    procede-se a radiografia de odontometria.

    Neste momento o primeiro questionamento que devemos fazer antes do planejamento

    do novo tratamento : Qual o dimetro cirrgico do canal?

    Durante o planejamento do retratamento endodntico, necessrio avaliar a

    possibilidade de ter ocorrido iatrogenias (erros) que venham a prejudicar o novotratamento. Esses obstculos a serem vencidos no retratamento podem estar

    relacionados com os seguintes erros feitos no tratamento anterior:

    Formao de degrau;

    Desvio do canal com formao de canal cirrgico;

    Sub ou sobre obturao;

    Travamento inadequado do cone principal, Zipper;

    Instrumento fraturado; Perfurao radicular.

    Figura 2. Observar a utilizao de broca no tero cervical, lima e solvente no tero

    mdio do canal e na regio apical a lima na interface material obturador parede do

    canal, na tentativa de retirar o resto do material obturador.

    Broca de Gattes

    Limas Kerr e Hedstren

    Limas Kerr

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    OBS:O retratamento endodntico em canais que precisam de reti f icaes, em vi rtude

    de condutas inadequadas, deve ser realizado por especialistas ou profissionais

    experientes.

    Figura 3. Em (A) presena de degrau;B. desviodo canal; C. Sobre obturao;

    D. Sub Obturaoe E. Presena deZipper.

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    Instrumentao Rotatria

    Sistema rotatrio

    O sistema de instrumentao rotatria composto pelo motor, contra-ngulo e limas de

    nquel titnio (NiTi).

    Caractersticas das limas de NiTi:

    1. Flexibilidade: As limas de Ni-Ti no permitem a pr-curvatura utilizadas na tcnica

    manual com limas de ao inox.

    Figura 1. Observar que, aps se realizar o esforo para

    o seu pr-curvamento, ela se deforma,

    retornando forma original logo em seguida.

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    2. Conicidade:As limas convencionais de ao inox apresentam sempre a conicidade 0,2

    mm de D0para D16. Nas limas de Nit-Ti, a estandardizao no a mesma variando de

    uma lima para outra ou numa mesma lima, dependendo do segmento observado.

    No mercado, existem, em disponibilidade, vrios tipos de aparelhos para se utilizar na

    instrumentao rotatria. Alguns apenas representados por contra ngulos com redutores de

    velocidade, outros mais sofisticados com dispositivos que auxiliam na instrumentao,

    favorecendo a segurana na utilizao dessa tcnica.

    Figura 3. A. Vista do aparelho X-smart, B. Ponta com a lima posicionada, C.

    Painel de controle evidenciando os controles de velocidade e torque. O

    autoreverso que provoca na lima uma giro verso quando o esforo

    aplicado na lima ultrapassa o torque programado.

    Figura 2. A. Lima 30 de ao inox de conicidade 0.2; B. Lima de NiTi SX com

    conicidade progressiva.

    Velocidade

    Torque

    Autoreverso

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    As limas atualmente recomendadas para a utilizao na instrumentao rotatria na FOUFU a

    ProTaper (Dentsply/Maillefer).

    O sistema ProTaper possui 3 limas para preparo e 3 limas para acabamento:

    A lima SX empregada para otimizar o preparo de canais em razes curtas e produzir umamaior amplitude nas pores coronrias de canais em razes mais longas. Essa lima faz,

    portanto, o papel das brocas Gates-Glidden.

    A lima S1 foi desenhada para preparar o tero coronrio do canal, enquanto a lima S2

    usada no preparo do tero mdio, alargando progressivamente o tero apical.

    As limas F1, F2 e F3 foram desenhadas para o acabamento do tero apical e para o

    progressivo alargamento do tero mdio. Geralmente, apenas uma lima de acabamento

    necessria para o preparo do tero apical e esta lima deve ser selecionada de acordo com a

    curvatura e o dimetro do canal.

    A sua utilizao est ilustrada a seguir, em dentes radiografados na seqncia recomendada pelo

    fabricante.

    Preparo Cervical/Mdio do canal

    S1

    SX

    S1

    S2

    Cervical Cervical Cervical/Mdio Mdio

    Preparo Apical

    F1 F2

    F3

    21 mm 20 mm 19 mm

    Figura 4- A. Limas para o preparo B. Lima para acabamento.

    A B

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    Alguns cuidados so necessrios na utilizao da tcnica de instrumentao rotatria:

    Nunca force os instrumentos. Nem sempre todos os canais podem ser preparados at o

    comprimento de trabalho;

    No utilize os instrumentos alm do recomendado (5 a 10 vezes);

    Siga as sequncias, use uma lima do tipo Kerr fina (n 10 ou 15) entre os instrumentos

    rotatrios;

    Presso apical leve e constante (como escrever com um lpis);

    Refaa o procedimento se no atingir a profundidade desejada;

    Irrigar em abundncia para melhor retirada de resduos;

    Limpe as limas antes da reutilizao, durante um mesmo procedimento;

    Tempo de trabalho mximo de 10 segundos por instrumento;

    Quando encontrar resistncia, retire o instrumento. No pare em um ponto por mais de

    alguns segundos, pois pode ocorrer fratura da lima;

    Nos milmetros finais, use, de preferncia, limas de conicidade 0,02;

    No se deve ter pressa em dominar a tcnica rotatria.A experincia adquirida com

    treino.

    Odontometria = 21 mm 21 mm 20 mm 19 mm

    S1 SX S1 S2

    Lima K n15

    F1 F2 F3

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    A seguir est ilustrada a sequncia utilizada pela FOUFU.