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39 Costa VSP, Oliveira LD, Oyama CM, Azuma CS, Melo MRAC, Costa Filho RM / UNOPAR Cient., Ciênc. Biol. Saúde. 2010;12(2):39-44 Viviane de Souza Pinho Costa a *; Leila Donária de Oliveira b ; Caroline Mari Oyama c ; Camila Suemi Azuma d ; Marcia Regina Antonietto da Costa Melo e ; Ruy Moreira da Costa Filho f Resumo A lesão da medula espinhal é um problema de saúde pública que acomete, no Brasil, cerca de quarenta novos casos anuais por milhão de habitantes. Este estudo objetivou identificar o perfil socioeconômico e clínico dos pacientes com lesão medular atendidos pelos serviços de Fisioterapia nos ambulatórios de três Instituições de Ensino Superior de Londrina. Foram entrevistados 62 pacientes e os resultados revelaram que a maioria das pessoas (85,5%) é do sexo masculino, com média de idade de 37,3 anos, com baixo nível de escolaridade. A principal etiologia foi o trauma automobilístico e a topografia da lesão caracterizada por pacientes paraplégicos. As complicações mais frequentes foram as urinárias e respiratórias. Em relação à Medida de Independência Funcional, foi identificado maior dependência para atividades como subir e descer escadas e controle dos esfíncteres, e maior grau de independência para atividades de alimentação e higiene pessoal. O conhecimento do perfil destes pacientes contribui para a promoção do atendimento global de suas necessidades específicas, constituindo um desafio para os profissionais da saúde. Palavras-Chave: Medula Espinhal. Paraplegia. Quadriplegia. Atividades Cotidianas. Abstract Spinal cord injury is a public health problem in Brazil causing about 40 new cases by million people every year. This study aimed to identify the socioeconomic and clinical profile of patients with spinal cord injury treated by Physical Therapy services of three different Higher Education Clinics in Londrina. 62 patients were interviewed and results showed that most of them are men (85,5%) with average age of 37,3 years old, with lower schooling. The main cause of the injury was car crashed and the topography of the injury was characterized by paraplegic patients. The most frequent complications were urinary and respiratory. Regarding Functional Independence Measurement, stairs locomotion and sphincter control presented higher dependence levels, whereas feeding and grooming presented higher independence levels. Acknowledging these patients’ profiles contributes to providing improved global care to their specific needs which constitutes a challenge to health care professionals. Key words: Spinal Cord. Paraplegia. Quadriplegia. Activities of Daily Living. A lesão medular causa perda parcial ou total da motricidade e/ou sensibilidade, além de comprometimento vasomotor, intestinal, vesical e sexual 2 ; sendo uma das síndromes incapacitantes mais graves e constitui desafio complexo para a reabilitação. O paciente lesado medular desenvolve inúmeras complicações, o que se faz necessário uma equipe especializada para o seu acompanhamento. Exige, ainda, conhecimentos teóricos e práticos atualizados, de acordo com a evolução e a fase em que se encontra cada paciente. Pesquisas que tracem o perfil destes são de extrema importância, pois auxiliam no reconhecimento e determinação de metas para melhor tratamento. As lesões traumáticas compõem 80% do total das LME 3 e as principais etiologias são ferimentos por arma de fogo (FAF), traumas automobilísticos ou colisões de veículos a motor e quedas de altura e mergulho em água rasas 4. Os pacientes acometidos, em sua maioria são jovens, do sexo masculino, solteiros e residentes em áreas urbanas 5 . Por meio deste trabalho, buscou-se identificar o perfil clínico e funcional dos pacientes com LME atendidos pelos serviços de Fisioterapia dos ambulatórios de 3 Instituições de Ensino Superior de Londrina, incluindo dados sócio- Perfil dos Pacientes com Trauma Raquimedular Atendidos pelas Clínicas Escolas de Londrina Profile of Patients with Spinal Cord Injury Treated by Physical Therapy Services of Higher Education Clinics in Londrina Artigo originAl / originAl Article a Doutora em Enfermagem Fundamental - Universidade de São Paulo (USP). Docente da Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). E-mail: [email protected]. b Graduada em Fisioterapeuta - Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). E-mail: [email protected]. c Graduanda em Fisioterapia - Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). E-mail: [email protected]. d Graduanda em Fisioterapia - Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). E-mail: [email protected]. e Doutora em Enfermagem - Universidade de São Paulo (USP). Docente da Universidade de São Paulo (USP). E-mail: [email protected] f Mestre em Área de Bioengenharia - Escola de Engenharia de São Carlos Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Docente da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Norte do Paraná (UNOPAR). E-mail: [email protected] * Endereço para correspondência: Rua Moacyr Teixeira, 217. CEP: 86055-230. Londrina – Pr. 1 Introdução A lesão da medula espinhal (LME) é problema de saúde pública que acomete, no Brasil, cerca de 40 novos casos anuais por milhão de habitantes, perfazendo total de 6 a 8 mil casos por ano, cujo custo aproximado é de 300 milhões de dólares por ano 1 . Dados estes não atualizados por motivo de não existirem bases de dados oficiais sobre a morbimortalidade ligada a lesões medulares no Brasil.

310-1206-1-PB.pdf

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  • 39Costa VSP, Oliveira LD, Oyama CM, Azuma CS, Melo MRAC, Costa Filho RM / UNOPAR Cient., Cinc. Biol. Sade. 2010;12(2):39-44

    Perfil dos Pacientes com Trauma Raquimedular Atendidos pelas Clnicas Escolas de Londrina

    Viviane de Souza Pinho Costaa*; Leila Donria de Oliveirab; Caroline Mari Oyamac; Camila Suemi Azumad; Marcia Regina Antonietto da Costa Meloe; Ruy Moreira da Costa Filhof

    Resumo

    A leso da medula espinhal um problema de sade pblica que acomete, no Brasil, cerca de quarenta novos casos anuais por milho de habitantes. Este estudo objetivou identificar o perfil socioeconmico e clnico dos pacientes com leso medular atendidos pelos servios de Fisioterapia nos ambulatrios de trs Instituies de Ensino Superior de Londrina. Foram entrevistados 62 pacientes e os resultados revelaram que a maioria das pessoas (85,5%) do sexo masculino, com mdia de idade de 37,3 anos, com baixo nvel de escolaridade. A principal etiologia foi o trauma automobilstico e a topografia da leso caracterizada por pacientes paraplgicos. As complicaes mais frequentes foram as urinrias e respiratrias. Em relao Medida de Independncia Funcional, foi identificado maior dependncia para atividades como subir e descer escadas e controle dos esfncteres, e maior grau de independncia para atividades de alimentao e higiene pessoal. O conhecimento do perfil destes pacientes contribui para a promoo do atendimento global de suas necessidades especficas, constituindo um desafio para os profissionais da sade.

    Palavras-Chave: Medula Espinhal. Paraplegia. Quadriplegia. Atividades Cotidianas.

    Abstract

    Spinal cord injury is a public health problem in Brazil causing about 40 new cases by million people every year. This study aimed to identify the socioeconomic and clinical profile of patients with spinal cord injury treated by Physical Therapy services of three different Higher Education Clinics in Londrina. 62 patients were interviewed and results showed that most of them are men (85,5%) with average age of 37,3 years old, with lower schooling. The main cause of the injury was car crashed and the topography of the injury was characterized by paraplegic patients. The most frequent complications were urinary and respiratory. Regarding Functional Independence Measurement, stairs locomotion and sphincter control presented higher dependence levels, whereas feeding and grooming presented higher independence levels. Acknowledging these patients profiles contributes to providing improved global care to their specific needs which constitutes a challenge to health care professionals.

    Key words: Spinal Cord. Paraplegia. Quadriplegia. Activities of Daily Living.

    A leso medular causa perda parcial ou total da motricidade e/ou sensibilidade, alm de comprometimento vasomotor, intestinal, vesical e sexual2; sendo uma das sndromes incapacitantes mais graves e constitui desafio complexo para a reabilitao.

    O paciente lesado medular desenvolve inmeras complicaes, o que se faz necessrio uma equipe especializada para o seu acompanhamento. Exige, ainda, conhecimentos tericos e prticos atualizados, de acordo com a evoluo e a fase em que se encontra cada paciente. Pesquisas que tracem o perfil destes so de extrema importncia, pois auxiliam no reconhecimento e determinao de metas para melhor tratamento.

    As leses traumticas compem 80% do total das LME3 e as principais etiologias so ferimentos por arma de fogo (FAF), traumas automobilsticos ou colises de veculos a motor e quedas de altura e mergulho em gua rasas4. Os pacientes acometidos, em sua maioria so jovens, do sexo masculino, solteiros e residentes em reas urbanas5.

    Por meio deste trabalho, buscou-se identificar o perfil clnico e funcional dos pacientes com LME atendidos pelos servios de Fisioterapia dos ambulatrios de 3 Instituies de Ensino Superior de Londrina, incluindo dados scio-

    Perfil dos Pacientes com Trauma Raquimedular Atendidos pelas Clnicas Escolas de Londrina

    Profile of Patients with Spinal Cord Injury Treated by Physical Therapy Services of Higher Education Clinics in Londrina

    Artigo originAl / originAl Article

    a Doutora em Enfermagem Fundamental - Universidade de So Paulo (USP). Docente da Universidade Norte do Paran (UNOPAR). E-mail: [email protected] Graduada em Fisioterapeuta - Universidade Norte do Paran (UNOPAR). E-mail: [email protected] Graduanda em Fisioterapia - Universidade Norte do Paran (UNOPAR). E-mail: [email protected] Graduanda em Fisioterapia - Universidade Norte do Paran (UNOPAR). E-mail: [email protected] Doutora em Enfermagem - Universidade de So Paulo (USP). Docente da Universidade de So Paulo (USP). E-mail: [email protected] f Mestre em rea de Bioengenharia - Escola de Engenharia de So Carlos Faculdade de Medicina de Ribeiro Preto. Docente da Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Norte do Paran (UNOPAR). E-mail: [email protected]

    * Endereo para correspondncia: Rua Moacyr Teixeira, 217. CEP: 86055-230. Londrina Pr.

    1 Introduo

    A leso da medula espinhal (LME) problema de sade

    pblica que acomete, no Brasil, cerca de 40 novos casos anuais

    por milho de habitantes, perfazendo total de 6 a 8 mil casos

    por ano, cujo custo aproximado de 300 milhes de dlares

    por ano1. Dados estes no atualizados por motivo de no

    existirem bases de dados oficiais sobre a morbimortalidade

    ligada a leses medulares no Brasil.

  • 40 Costa VSP, Oliveira LD, Oyama CM, Azuma CS, Melo MRAC, Costa Filho RM / UNOPAR Cient., Cinc. Biol. Sade. 2010;12(2):39-44

    Perfil dos Pacientes com Trauma Raquimedular Atendidos pelas Clnicas Escolas de Londrina

    demogrficos e a aplicao da Medida de Independncia

    Funcional (MIF), visto que esses pacientes apresentam

    variados graus de incapacidade funcional, relacionados

    diretamente com o seu nvel neurolgico e tipo de leso

    medular.

    Material e Mtodo

    Foi realizado estudo transversal com a participao de

    62 pacientes, cadastrados e que recebem atendimentos nos

    Ambulatrios de Fisioterapia das Instituies de Ensino

    Superior de Londrina: a Universidade Norte do Paran

    UNOPAR, Universidade Estadual de Londrina UEL e

    Centro Universitrio Filadlfia UNIFIL, com diagnstico de

    traumatismo raquimedular, no perodo de agosto a novembro

    de 2007.

    A coleta de dados foi realizada por 3 alunas selecionadas e

    devidamente treinadas pela docente responsvel pela pesquisa,

    principalmente na aplicao do instrumento de Medida de

    Independncia Funcional MIF. Os docentes responsveis

    pelos setores de atendimentos autorizaram o desenvolvimento

    do estudo e levantamento da coleta de dados com os pacientes,

    atravs da assinatura de cartas de autorizao e certificaram-se

    da aprovao pelo Comit de tica em Pesquisa em Sade da

    Universidade Norte do Paran (PP/0094/07).

    As trs Instituies possuem ambulatrios de atendimentos

    (Clnicas Escolas) aos pacientes que necessitem do

    acompanhamento de Fisioterapia nas diversas reas de atuao

    da profisso, com tratamentos realizados por discentes do

    ltimo ano do curso, supervisionados pelos docentes das reas

    de neurologia.

    Os critrios de incluso dos pacientes foram: participao voluntria aps assinatura do termo de consentimento livre

    e esclarecido, ter maioridade civil, indivduos paraplgicos e tetraplgicos classificados pela Escala American Spinal Injury

    Association (AIS) e ser atendido pelo Servio de Fisioterapia

    nos Ambulatrios das Instituies de Ensino Superior de

    Londrina.

    Foram colhidos dados em formulrios nicos quanto ao

    sexo, idade, estado civil, escolaridade, renda mensal, quadro

    clnico atual, atividades que complementam a renda, etiologia,

    topografia da leso medular, tempo de leso, complicaes

    ocorridas, cirurgias realizadas, prtica de esportes, aquisio

    de cadeira de rodas, treino de marcha e ortostatismo e

    independncia funcional. A severidade do dficit neurolgico

    foi avaliada pela escala adotada pela AIS.

    Informaes funcionais foram obtidas por meio da

    MIF, cuja verso brasileira foi desenvolvida por processo

    de traduo, com profissionais j familiarizados com o

    instrumento. A MIF um instrumento que tem por objetivo

    quantificar os cuidados exigidos pela pessoa que apresenta

    algum tipo de incapacidade. So avaliados os domnios

    como: autocuidados, controle esfincteriano, transferncias,

    locomoo, comunicao e cognio social. A pontuao

    varia de 1 a 7 sendo o valor 1 relacionado ao maior grau de

    dependncia e o valor 7 independncia completa.

    A verso brasileira da MIF, bem como a verificao de

    suas propriedades de reprodutibilidade foi publicadaRiberto et

    al (2001 e 2004)6,7. Estes dados da avaliao funcional foram

    obtidos por meio de entrevista com os prprios pacientes, bem

    como, atravs da observao direta de algumas atividades

    eram desempenhadas.

    A anlise estatstica dos dados ocorreu de forma descritiva

    para os vrios dados encontrados. Foi apresentada por meio

    de frequncia absoluta e relativa, na forma de mdia e desvio-

    padro, para os que atingiram os pressupostos de normalidade

    e mediana e seus quartis para os que no apresentaram estes

    pressupostos. O programa estatstico utilizado para os clculos

    foi o SPSS 11.0.

    3 Resultados

    As instituies nas quais ocorreram o estudo foram

    escolhidas por apresentarem relevante prestao de servio

    nos Ambulatrios de Fisioterapia Neurolgica da cidade de

    Londrina. As coletas foram realizadas no perodo de agosto

    a novembro de 2007 e os dados socioeconmicos e clnicos

    esto representados na tabela 1 e 2, respectivamente.

    Tabela 1: Dados sciodemogrficos

    Idade 37,3 13,1

    Sexo

    Masculino 85,50%

    Feminino 14,50%

    Estado Civil

    Casado 40,30%

    Solteiro 40,30%

    Divorciado 11,30%

    Outros 8,10%

    Escolaridade

    Ensino Fundamental incompleto 37,10%

    Ensino Fundamental completo 25,80%

    Ensino mdio incompleto 17,70%

    Ensino mdio completo 11,30%

    Ensino superior completo 4,80%

    Analfabeto 3,30%

    Renda Mensal

    1 salrio 33,90%

    2 salrios 25,80%

    Acima de 5 salrios 16,10%

    3 salrios 12,90%

    Outros 11,30%

    Condio Atual

    Aposentado 61,30%

    Afastado 25,80%

    Trabalhando 11,30%

    Estudante 1,60%

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    Perfil dos Pacientes com Trauma Raquimedular Atendidos pelas Clnicas Escolas de Londrina

    Tabela 2: Dados clnicos

    Etiologia %

    Coliso de veculo a motor 38,70%

    Ferimento por arma de Fogo 32,30%

    Queda de Altura 22,60%

    Mergulho 3,20%

    Outros 3,20%

    Nvel Motor %

    T12 17,70%

    T4 12,90%

    C5 9,70%

    C6 9,70%

    Outros 50,00%

    AIS %

    A 40,3%

    B 33,9%

    C 14,5%

    D 11,3%

    Na avaliao dos dados clnicos, o tempo de leso medular apresentou a mediana de 78 meses e seus quartis de 23,2 e 137 meses (25% e 75%). A topografia da leso foi estabelecida por 69,3% pela paraplegia e 30,6% pela tetraplegia, e os nveis mais acometidos foram os torcicos T4 e T12.

    A coleta de dados evidenciou que as complicaes iniciais mais frequentes ps LME foram respiratrias e urinrias associadas, citadas por 21 (33,9%) pacientes, seguidas de complicaes urinrias isoladas e drmicas (lceras de presso) e urinrias associadas, relatadas por 14 (22,6%) em cada situao. J as complicaes apresentadas nos ltimos meses que antecederam a entrevista foram urinrias em 22,6% e drmicas em 9,6% dos pacientes, sendo importante ressaltar que 36 (58,2%) pacientes no apresentaram complicaes no perodo consultado pelo estudo.

    Quando questionados em relao s orientaes sobre a LME repassadas pelos profissionais da rea da sade durante a fase hospitalar, 90,3% dos sujeitos afirmaram ter recebido esclarecimentos. A prtica de esporte como atividade para complementar a reabilitao foi observada em 23 (37,1%) pacientes, sendo que a natao foi a mais citada.

    A aquisio imediata de cadeira de rodas ocorreu em 93,5% dos pacientes, e os dados obtidos mostram que 62,9% dos pesquisados consideram sua cadeira de rodas adequada sua condio de leso. Em relao s atividades de ortostatismo realizadas durante as sesses de fisioterapia, ocorre em 56 (90,3%) pacientes, nas quais 37 destes utilizam-se da mesa ortosttica e 19 com o uso de rteses (gessadas, convencionais, muletas e andador), e a marcha ocorre em 33,9% dos sujeitos, sendo que 2 deambulam sem o uso da rtese.

    A avaliao da independncia funcional da amostra pesquisada para o domnio motor da Medida de Independncia Funcional (MIF) demonstrou que apenas na tarefa de alimentao, dentre os autocuidados, os pacientes apresentaram

    independncia completa ou modificada, mesmo para os

    pacientes que apresentam tetraplegia, pelas condies de

    treinamentos funcionais. J para os outros itens de classificao

    com superviso e dependncia de terceiros apresentou-se de

    forma variada. Quanto ao controle de esfncteres, os pacientes

    apresentaram a mdia com a classificao de ajuda moderada

    (nvel funcional 3). Para as tarefas de transferncia, a mdia dos

    nveis funcionais avaliados foi para superviso com graduao

    5. As tarefas de locomoo para a marcha apresentaram tambm

    a mdia de nvel funcional para superviso, e para subir e descer

    escadas, com os nveis de ajuda mxima e total.

    Segue na tabela 3 a comparao dos valores mdios de

    cada uma das tarefas.

    Tabela 3: Comparao dos valores mdios de cada uma das tarefas da MIF motora em pacientes com LM conforme o nvel de leso

    Tarefas Total Paraplegia Tetraplegia

    N 62 43 19

    Autocuidados

    Alimentao 6,391,59 6,860,77 5,322,33

    Higiene Pessoal 5,712,38 6,671,28 3,532,85

    Banho 5,452,32 6,41,34 3,322,66

    Vestir Acima da Cintura

    5,742,21 6,721,09 3,532,52

    Vestir Abaixo da Cintura

    4,982,57 5,931,98 2,842,5

    Uso do Vaso Sanitrio

    5,052,69 5,912,19 3,112,76

    Controle de Esfncteres

    Controle da Urina 3,472,80 3,842,81 2,632,69

    Controle das Fezes 3,442,76 3,842,80 2,532,52

    Mobilidade

    Transf. para Cama e Cadeira

    5,312,51 6,161,83 3,372,79

    Transf. para Sanitrio

    5,162,58 6,052,01 3,162,67

    Transf. para Chuveiro

    5,192,58 6,071,98 3,212,74

    Locomoo

    Locomoo 5,101,93 5,741,09 3,632,56

    Escadas 1,711,83 1,721,83 1,681,88

    MIF Motor Total 4,821,24

    4 Discusso

    O presente estudo teve como maior frequncia adultos

    jovens, dado este citado nas diversas literaturas da rea, sendo

    esses indivduos economicamente ativos, o que gera maior

    prejuzo para o governo comprometendo tambm a renda

    familiar5,8.

    O sexo masculino prevaleceu entre os entrevistados, com

    85,5%, similar aos estudos que apontam o predomnio desta

  • 42 Costa VSP, Oliveira LD, Oyama CM, Azuma CS, Melo MRAC, Costa Filho RM / UNOPAR Cient., Cinc. Biol. Sade. 2010;12(2):39-44

    Perfil dos Pacientes com Trauma Raquimedular Atendidos pelas Clnicas Escolas de Londrina

    populao5,8-10, fato esse justificado ao maior grau de exposio

    dos homens a comportamentos sociais e culturais que os fazem

    assumir maiores riscos face violncia, aos riscos urbanos,

    exigncias profissionais, prtica de esportes, dentre outros.

    Os estados civis predominantes foram: casado e solteiro,

    ambos com a mesma porcentagem de 40,3%. Estudo

    realizado em 1997, com 50 indivduos do sexo masculino,

    mostra que aps a LME apenas 26% dos entrevistados eram

    casados11. Sabe-se que a LME traz alteraes importantes na

    vida sexual, porm no torna o indivduo incapaz de manter

    um relacionamento estvel e no tira a possibilidade deste de

    gerar filhos. Faz-se necessrio que o homem, aps a leso,

    reveja seus conceitos sobre sexualidade e passe a integrar nova

    imagem corporal de acordo com sua situao atual, buscando

    aumentar sua autoestima e reformular sua identidade sexual.

    O reconhecimento de suas limitaes e a busca de conhecer

    novas formas de explorar o prazer pode resultar no aumento

    de sua confiana para a retomada de papel social e sexual12.

    Quanto ao nvel de escolaridade encontrado, o ensino

    fundamental incompleto predominou dentre a amostra, com

    37,1%, que demonstra pouco acesso educao da populao

    pesquisada. A literatura evidencia que o baixo grau de

    escolaridade pode ser um dos fatores que contribuem para a

    ocorrncia de leses, pois esta situao representa entrave na

    compreenso de orientaes de campanhas de comportamento

    que evitem exposio a situaes de risco5,13.

    Um salrio mnimo foi a renda mensal mais encontrada,

    citada por 33,9% dos participantes. A restrio ao trabalho

    ou emprego decorrente da incapacidade um dos fatores

    que impe reduo da renda familiar14, pois a maioria da

    populao estudada relata no realizar nenhuma atividade

    para complementar a renda, vivendo apenas com o benefcio

    recebido do Governo Federal.

    Pacientes jovens, empregados e no hospitalizados

    possuem melhor qualidade de vida, ou seja, eles possuem

    maior insero social2. Infelizmente, a maioria dos indivduos

    da pesquisa no est empregada, pois relatam poucas chances

    no mercado de trabalho, principalmente para as atividades

    profissionais que realizavam antes da LME, devido as

    limitaes fsicas e barreiras sociais como a discriminao e

    a excluso social, resultando em diminuio da qualidade de

    vida. Em segundo plano, podemos concluir outro grave fator,

    como a falta de capacitao e qualificao profissional para a

    aquisio de um novo emprego.

    No processo de reabilitao, o acompanhamento da

    evoluo do paciente permite o refinamento das intervenes

    teraputicas e a verificao da velocidade de ganhos at

    que se estabelea reduo da velocidade de aquisio de

    melhora no quadro do paciente14,15. O tempo de LME de 78

    meses bastante alto, fato este que interfere diretamente na

    independncia funcional dos pacientes que j passaram pelo

    perodo de adaptao a leso com velocidade de ganhos, e

    hoje, tem menores aquisies, mas conseguem lidar com mais

    habilidade e esto mais adaptados as tarefas da vida diria, o

    que pode ser observado pelos dados resultados da avaliao

    pela MIF no grupo estudado.

    O fator etiolgico predominante foi a coliso de veculo

    a motor seguido pelo ferimento por arma de fogo. Alguns

    autores apontam o trauma automobilstico como sendo a maior

    causa de LME traumtica5,8,15. Porm, os ndices etiolgicos

    no Brasil no esto atualizados demograficamente, contudo,

    sabe-se que as leses por arma de fogo vm ultrapassando

    os acidentes automobilsticos nos grandes centros, em

    decorrncia da criminalidade desordenada no Brasil16. Outras

    literaturas apontam o ferimento por arma de fogo como

    sendo a maior causa de LME10,17. Os acidentes por mergulho

    perfazem pequena porcentagem no presente estudo, porm

    importante ressaltar que esses acidentes so a quarta causa de

    LME, e grande parte dos acometidos evolui com tetraplegia e

    alto grau de incapacidade pelo resto de suas vidas18.

    A maior frequncia de leses em nvel torcico (T12 e

    T4 respectivamente) no estudo teve como resultado grande

    incidncia de pacientes paraplgicos, dado este que tambm

    encontrado na literatura como a incidncia mais comum10,15,17,

    e com melhor prognstico funcional por no comprometer os

    membros superiores19.

    Em relao classificao da leso, houve predomnio de

    AIS A, caracterizada por LME completas sem funo motora

    ou sensitiva preservada nos segmentos sacros S4-S5; seguida

    de AIS B, caracterizando LME incompletas20. Semelhana

    essa encontrada em estudo com 80 pacientes em 2002, no qual

    a LME completa predominou entre os entrevistados5.

    At meados do sculo passado, a sobrevivncia de um

    paciente com LME era muito reduzida e a morte ocorria,

    sobretudo por problemas urolgicos. Com o avano da cincia

    mdica e novos meios disponibilizados pela tecnologia, tem

    sido possvel aumentar a expectativa de vida dessas pessoas9.

    As causas de morte sofreram alteraes ao longo do

    tempo, sendo que, atualmente as complicaes respiratrias

    so as maiores causadoras de bito nessa populao na fase

    aguda da LME21. Todavia, as doenas do trato urinrio so

    as principais afeces que acometem o paciente com LME,

    tanto tetraplgicos quanto paraplgicos22, pois imediatamente

    aps a instalao da LME surge reteno urinria e fecal21.

    No presente estudo, as complicaes urinrias seguidas pelas

    respiratrias foram as mais comuns logo aps a LME; e,

    quando questionados sobre complicaes nos ltimos meses,

    as urinrias seguidas das drmicas, como lceras de presso,

    foram as mais citadas.

    As infeces urinrias so muito comuns nestes pacientes,

    pois a bexiga controlada por mecanismos voluntrios e

    involuntrios, e, imediatamente aps um trauma medular,

    torna-se atnica e no pode contrair-se pela atividade reflexa.

    O quadro pode evoluir para bexiga espstica ou flcida

    dependendo do nvel de comprometimento medular aps

    a fase de choque medular. A reteno urinria o resultado

  • 43Costa VSP, Oliveira LD, Oyama CM, Azuma CS, Melo MRAC, Costa Filho RM / UNOPAR Cient., Cinc. Biol. Sade. 2010;12(2):39-44

    Perfil dos Pacientes com Trauma Raquimedular Atendidos pelas Clnicas Escolas de Londrina

    imediato da LME. Como o paciente no sente a distenso

    vesical, o superestiramento da bexiga e do msculo detrusor

    pode ocorrer e retardar o retorno da funo vesical23.

    Em relao s orientaes recebidas, embora percentual

    significativo (90,3%) informe que recebeu orientaes sobre

    os cuidados a serem adotados posteriormente leso, a

    minoria no recebeu informao sobre sua nova condio de

    vida, especialmente as ligadas ao cuidado pessoa com LME.

    Sendo este fator alerta aos profissionais da rea da sade que

    cuidam desses pacientes ainda nos hospitais.

    A prtica de exerccios fsicos aumenta a capacidade

    fsica proporcionando desempenho menos estressante em

    tarefas dirias e maior independncia funcional24. O esporte

    tem papel fundamental na reabilitao: complementa e

    amplia as alternativas, estimula e desenvolve os aspectos

    fsicos, psicolgicos e sociais e favorece a independncia25.

    Percentual de 37,1% da amostra aderiu prtica de esportes,

    apesar de no ser nmero relevante, mostra que esses pacientes

    procuram ocupar espao no esporte, que oferece no somente

    o lazer, mas tambm o convvio social e principalmente a

    vida saudvel. A atividade fsica mais praticada a natao,

    que atua como atividade coadjuvante e que complementa o

    trabalho de reabilitao para as pessoas com LME.

    A aquisio imediata da cadeira de rodas foi relatada pela

    grande maioria dos pacientes, seja ela comprada ou doada

    pelo Sistema nico de Sade (SUS), parentes ou amigos. No

    entanto pouco mais da metade desses pacientes, considera sua

    atual cadeira de rodas adequada sua condio. As pessoas

    acometidas pela paraplegia ou tetraplegia, em maioria, so

    dependentes da cadeira de rodas e devem receber ateno

    especial nesse item pelos profissionais que as acompanham

    e pelos devidos rgos de Sade quanto s suas necessidades

    nas vrias fases de reabilitao.

    A posio ortosttica ou a posio em p, compreende

    superao e desafio para estes indivduos, que se locomovem

    por meio de cadeira de rodas, frente nova situao de

    deficincia fsica, permanente ou no26,27. Mais de 90% dos

    sujeitos estudados realizam ortostatismo durante a sesso de

    fisioterapia, seja por mesa ortosttica ou por meio de rteses.

    O treino de ortostatismo benfico sob diversos aspectos:

    por promover a tomada de peso, essencial para a preservao

    da massa ssea, por melhorar a funo urinria, intestinal e

    respiratria e por contribuir para o bem-estar psicolgico 21.

    A avaliao da independncia funcional no estudo

    fundamenta-se na sua importncia para o indivduo, para

    a famlia e a sociedade. A restrio ao trabalho ou emprego

    decorrente da incapacidade, das barreiras impostas pela

    sociedade e a falta de poltica efetiva de (re)capacitao e

    recolocao dessas pessoas no mercado de trabalho um dos

    fatores que impe reduo da renda familiar. necessrio

    considerar tambm que outro membro da famlia dever ser

    deslocado para a realizao de tarefas de cuidador, ou que

    outra pessoa ser contratada para faz-lo, o que adiciona nus

    s finanas familiares15.

    Existem decrescentes graduaes de necessidades de

    cuidados, da dependncia mais grave para a mais leve

    e at mesmo a independncia, seja ela adaptada ou no.

    Entre as atividades de autocuidados abrangidas pela MIF, a

    alimentao apresenta-se com maiores mdias desse estudo,

    indicando ser aquela na qual a independncia atingida com

    maior velocidade. Isso tambm observado por outro estudo15

    e, dada a importncia da nutrio para a sobrevivncia, fcil

    entender que seja rapidamente atingida. O mesmo pode ser

    observado em pacientes hemiplgicos sob reabilitao em

    nosso meio14. Outras tarefas como higiene pessoal, banho e

    vestir-se da cintura para cima atingiram valores funcionais de

    dependncia com superviso como mdia total dos pacientes,

    ndices estes considerados favorveis para as atividades de

    vida diria para esta populao. J as atividades de vestir-se da

    cintura para baixo e uso do vaso sanitrio requerem domnio

    maior do equilbrio corporal, que as tornam mais complexas

    no seu desenvolvimento15. Em todos estes resultados, quando

    visualizados separadamente entre paraplgicos e tetraplgicos,

    observou-se discrepncia para os valores obtidos pelo grupo de

    tetraplgicos, por motivos de incapacidade fsica pelos dficits

    motores e sensitivos apresentados por estes indivduos26.

    A LME leva a alterao nas eliminaes urinria e fecal

    devido perda do controle esfincteriano vesical e anal com

    consequente mudana no padro dessas eliminaes. A

    incontinncia urinria um dos problemas mais frequentes

    nesses pacientes28. Com relao ao controle esfincteriano,

    os pacientes apresentaram ndice funcional mdio 3,

    determinando ajuda moderada.

    Quanto s transferncias, o grupo total estudado no

    apresentou pontuao baixa. Tal fato pode estar relacionado

    com o tempo de leso e adaptao as atividades de vida

    diria sofrida ao longo dos anos de reabilitao. Porm, vale

    ressaltar que o grupo de pessoas com tetraplegia apresentou-

    se em menor nmero, e com maiores dificuldades para

    estas tarefas, mas que no se expressaram no valor total dos

    participantes. Em contrapartida, o item locomoo obteve

    valor discrepante nas duas tarefas avaliadas. Para a tarefa de

    marcha/deslocamento em cadeira de rodas o nvel funcional foi

    5, representando condies de superviso ou preparo; e para

    subir e descer escadas apresentou resultados funcionais muito

    baixos, necessitando de ajuda total, justificado pelo fato do

    grupo estudado possuir em sua maioria leso completa, AIS A.

    Evidenciou-se atravs desta tarefa na avaliao funcional

    a grande dificuldade desses indivduos em relao a

    acessibilidade, salientando a importncia da adaptao de

    ruas, prdios e casas, assim como dos patrimnios pblicos,

    para que eles possam ir e vir sem enfrentar dificuldades e que

    as barreiras arquitetnicas devem ser alvos de supresso pelos

    rgos governamentais.

    A pesquisa sobre o perfil do paciente com leso medular

    atendido pelos ambulatrios de Fisioterapia nas Instituies

  • 44 Costa VSP, Oliveira LD, Oyama CM, Azuma CS, Melo MRAC, Costa Filho RM / UNOPAR Cient., Cinc. Biol. Sade. 2010;12(2):39-44

    Perfil dos Pacientes com Trauma Raquimedular Atendidos pelas Clnicas Escolas de Londrina

    de Ensino Superior de Londrina permitiu a atualizao das informaes sobre os efeitos pessoais e sociais envolvidos na rotina diria da pessoa com LME. Assim como quantificar as dificuldades individuais da vida diria atravs da escala de MIF. A busca pelo aprimoramento em novos atendimentos deve proporcionar a evoluo do quadro inicial destes acometimentos para a promoo da reintegrao social e qualidade das atividades de vida diria.

    Agradecimentos

    Agradecimentos aos participantes do estudo que colaboraram com sinceridade e disposio para o levantamento de ricas informaes e esclarecimentos ao assunto abordado; s Instituies de Ensino que nos abriram as portas ao conhecimento; e aos docentes do curso de Fisioterapia da UEL, Roger Burgo de Souza e Mrcia Regina Garanhani e da Unifil, Suhaila Mahmoud Smaili Santos.

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