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editorial Médicos fazem paralisação conjunta por melhores salários e condições de trabalho Betim e Contagem página 6 Com o apoio do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais, a Federação Nacional dos Médicos (Fenam) e a Federação Su- deste dos Médicos (Fesumed) realizaram em Belo Horizonte, dias 21 e 22 de fevereiro, o Fórum de Cooperativismo Médico. O encontro proporcionou grandes avanços na discussão do cooperativismo como instrumento de organização do trabalho médico O Sindicato dos Médicos alerta: a saúde no Esta- do vai mal e pode piorar mais ainda se os médicos não forem valorizados. A real situação dos médicos que trabalham nas diferentes estruturas do Estado é tema de um relatório elaborado pelo Sinmed-MG para sensibilizar o poder Legislativo e a mídia. O documento já foi entregue para a Comissão de Saúde da Assembléia Legislativa. Com sa- lários aviltantes, falta de um Plano de Carreira, Cargos e Salários para os médicos do Ipsemg e da SES e trabalhando em condições precárias, os médicos do Estado não agüentam mais e querem o fim do empurra-empurra Trabalho Trabalho Jornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais - Sinmed-MG - Ano 4 - nº 15 - janeiro/fevereiro 2008 Fórum, em Belo Horizonte, reuniu cerca de 90 médicos de todo o Brasil Presidentes do CRMMG, Sinmed-MG, Fenam e AMMG na abertura do evento (esq. para dir.) páginas 4 e 5 Impresso Especial 9912163762/2007 DRMG Sind. dos Médicos Estado MG ...CORREIOS... Gláucia Rodrigues Sebastião Jacinto Jr Cooperativismo Médico "O Estado da Saúde de Minas Gerais" Documento revela a real situação dos médicos página 8 A situação dos médicos do Estado, incluindo Fhemig, SES, Hemominas e Ipsemg, ocupa a pauta de prioridades do Sinmed-MG. Buscando sensibilizar o poder Legislativo e formadores de opinião, o sindicato elaborou um relatório sobre a situação desses médicos, com fatos e depoimentos de profissionais envolvidos. O tom das declarações é de indignação com a falta de respeito, os salários aviltantes e as condições de trabalho que não permitem um atendimento de qualidade à população. O documento mostra que as coisas vão muito mal e podem piorar mais ainda se o governo não valorizar os profissionais que trabalham com saúde. Estamos atentos também aos movimentos da saúde na região metropolitana e interior do Estado, onde a categoria enfrenta graves problemas tanto na questão dos vínculos e salários quanto nas condições de trabalho decorrentes da falta de comprometimento dos gestores. Esta edição traz um destaque especial: o Fórum de Cooperativismo Médico. Foi com grande satisfação que anfitrionamos os colegas de todo o Brasil. A escolha de Belo Horizonte para a realização do evento não foi por acaso. Afinal, Minas é referência quando se fala em cooperativismo médico e a diretoria do Sinmed-MG sempre achou que o tema deveria ser melhor discutido entre os sindicatos. O encontro proporcionou grandes avanços na abordagem do cooperativismo como instrumento de organização e melhoria das condições do trabalho médico, função primordial de qualquer sindicato. Com certeza, estamos melhor preparados para participar do encontro nacional sobre o assunto, em junho próximo. Diretoria do Sinmed-MG

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editorial

Médicos fazem paralisação conjuntapor melhores saláriose condições de trabalho

Betim e Contagem

página 6

Com o apoio do Sindicato dos Médicos de

Minas Gerais, a Federação Nacional dos

Médicos (Fenam) e a Federação Su-

deste dos Médicos (Fesumed) realizaram

em Belo Horizonte, dias 21 e 22 de fevereiro, o Fórum

de Cooperativismo Médico. O encontro proporcionou

grandes avanços na discussão do cooperativismo como

instrumento de organização do trabalho médico

O Sindicato dos Médicos alerta: a saúde no Esta-do vai mal e pode piorar mais ainda se os médicosnão forem valorizados. A real situação dos médicosque trabalham nas diferentes estruturas do Estado étema de um relatório elaborado pelo Sinmed-MGpara sensibilizar o poder Legislativo e a mídia.

O documento já foi entregue para a Comissãode Saúde da Assembléia Legislativa. Com sa-lários aviltantes, falta de um Plano de Carreira,Cargos e Salários para os médicos do Ipsemg eda SES e trabalhando em condições precárias, osmédicos do Estado não agüentam mais e queremo fim do empurra-empurra

TrabalhoMÉDICOTrabalhoMÉDICOJornal do Sindicato dos Médicos de Minas Gerais - Sinmed-MG - Ano 4 - nº 15 - janeiro/fevereiro 2008

Fórum, em Belo Horizonte, reuniu cerca de 90 médicos de todo o Brasil

Presidentes do CRMMG, Sinmed-MG, Fenam e

AMMG na abertura do evento (esq. para dir.)páginas 4 e 5

ImpressoEspecial

9912163762/2007 DRMG

Sind. dos Médicos Estado MG

...CORREIOS...

Gláucia Rodrigues

Sebastião Jacinto Jr

Cooperativismo Médico

"O Estado da Saúde de Minas Gerais"

Documento revela a real situação dos médicos

página 8

A situação dos médicos do Estado, incluindo

Fhemig, SES, Hemominas e Ipsemg, ocupa a

pauta de prioridades do Sinmed-MG. Buscando

sensibilizar o poder Legislativo e formadores

de opinião, o sindicato elaborou um relatório

sobre a situação desses médicos, com fatos e

depoimentos de profissionais envolvidos.

O tom das declarações é de indignação com a

falta de respeito, os salários aviltantes e as

condições de trabalho que não permitem um

atendimento de qualidade à população.

O documento mostra que as coisas vão muito mal e

podem piorar mais ainda se o governo não valorizar

os profissionais que trabalham com saúde.

Estamos atentos também aos movimentos

da saúde na região metropolitana e interior

do Estado, onde a categoria enfrenta graves

problemas tanto na questão dos vínculos e

salários quanto nas condições de trabalho

decorrentes da falta de comprometimento

dos gestores.

Esta edição traz um destaque especial: o

Fórum de Cooperativismo Médico. Foi com

grande satisfação que anfitrionamos os

colegas de todo o Brasil. A escolha de Belo

Horizonte para a realização do evento não foi

por acaso. Afinal, Minas é referência quando

se fala em cooperativismo médico e a diretoria

do Sinmed-MG sempre achou que o tema

deveria ser melhor discutido entre os

sindicatos.

O encontro proporcionou grandes avanços

na abordagem do cooperativismo como

instrumento de organização e melhoria das

condições do trabalho médico, função

primordial de qualquer sindicato. Com

certeza, estamos melhor preparados para

participar do encontro nacional sobre o

assunto, em junho próximo.

Diretoria do Sinmed-MG

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Departamento Jurídico aperfeiçoa e amplia serviço

2por dentro do Sinmed-MG TrabalhoMÉDICOTrabalhoMÉDICO

expediente

Publicação do Sinmed-MG

Sindicato dos Médicos do

Estado de Minas GeraisRua Padre Rolim, 120 - São Lucas

30130 090 - BH - MGFone: (31) 3241-2811

E-mail: [email protected] Site: www.sinmedmg.org.br

Conselho Diretor - Diretoria Executiva:

Amélia Maria Fernandes Pessôa, AroldoGonçalves de Carvalho, Cristiano Gonzaga

da Matta Machado, Élson Violante,Fernando Luiz de Mendonça, Jacó Lampert,

Maria Madalena dos Santos e Souza.Conselho Diretor - Demais Membros:

Aloísio Daher de Melo, André Christianodos Santos, Camilo Batista Goulart, DjardLisboa Moreira Filho, Eduardo AlmeidaCunha Filgueiras, Geraldo José Coelho

Ribeiro, Luís Edmundo Noronha Teixeira,Luiz Felipe Viotti Fernandes, Marco

Antônio Torres, Margarida ConstançaSofal Delgado, Maria de Fátima Braz,Paulo Eustáquio Marra Pinto, Regina

Fátima Barbosa Eto, Salim Antônio Issa. Conselho Fiscal: Eliane de Souza,

Helder Avelino Yankous Santos, JoséAlvarenga Caldeira, Josemar de AlmeidaMoura, Luciana Rabelo Ferreira, MariaLucinda Macedo Foureaux. Ouvidoria

Sindical: Ewaldo A. Fraga de MattosJúnior e Márcio Costa Bichara.Assessoria de Comunicação:

Mônica SalomãoJornalista Responsável:

Regina Perillo - MT 11.697/SPTextos e Edição:

Regina Perillo ComunicaçãoProjeto gráfico, editoração

eletrônica e ilustrações: GeninFotos: Gláucia RodriguesImpressão: Imprimaset

Tiragem: 27.300 exemplares

Os artigos assinados são deresponsabilidade dos autores

Além das questões traba-lhistas e da já consagradaComissão Estadual de De-fesa do Médico – em par-

ceria com a Associação Médica deMinas Gerais (AMMG)–, o depar-tamento Jurídico do sindicato amplia,a partir deste ano, o escopo de atua-ção e passa a atender os médicostambém nas áreas do Direito Civil,Previdenciário, Administrativo, Penal,do Consumidor e de Família.

Para aperfeiçoar os serviços existentese atender as novas demandas, o de-partamento passou por uma importantereestruturação, com a contratação de no-vos profissionais e escritórios.

Outra mudança diz respeito à formade atendimento. A partir de agora, osindicato passa a coordenar todas as

Sindicato dos Médicos de Minas Gerais agora oferece apoio em todas as áreas do Direito

Maioria dos serviços é gratuita para sindicalizados

Direito Administrativo e Direito do TrabalhoCusto: - médico sindicalizado: sem ônuspara consultoria e ajuizamento de ações;médico não sindicalizado: sem ônus paraconsultoria. Nas demandas trabalhistas e nasem que se discutam verbas referentes àrelação de trabalho, serão devidos hono-rários "ad exitum" à razão de 20% do valorrecebido. Nas demandas judiciais e ad-ministrativas de cunho econômico, serãodevidos, em caso de êxito, 10% do be-nefício econômico aferido.

Direito Previdenciário* Consultoria previdenciária: orientaçõessobre contribuições e aposentadoria, comprofissional habilitado na área, no própriosindicato. Custo - médico sindicalizado:

sem ônus; médico não sindicalizado: semônus, com prévio agendamento.

* Procedimentos administrativos previ-

denciários: Custo - médico sindicalizado:

20% "ad exitum", sem pagamento prévio denenhum honorário; médico não sin-

dicalizado: serviço prestado mediante pa-gamento de honorários.

* Procedimentos judiciais: Custo - médico

sindicalizado: 20% "ad exitum", sem opagamento prévio de nenhum honorário;médico não sindicalizado: serviço prestadomediante pagamento de honorários.

Escritórios parceiros* Direito do Consumidor: Escritório An-drade, Pena e Fonseca. Responsável pelo

Veja detalhes sobre o atendimento, custos e horários

Direito Administrativo: segunda asexta-feira, de 14h a 18hDireito Previdenciário: segundase quartas-feiras, de 14h a 18h Direito do Trabalho: medianteagendamento prévioLocal: Sindicato dos Médicos deMinas Gerais (Rua Padre Rolim,120, Sta. Efigênia, BH) Para os demais serviços:

telefone (31) 3241-2811, paraagendamento no escritórioespecializado.

ATENDIMENTO

Com a reestruturação, o sindicato estápreparado para atender o médico não sóem relação a causas trabalhistas, mas emvárias outras situações relacionadas aosdireitos do profissional como cidadão.

Direito Administrativo: assesso-ria ao médico em questões que en-volvem as relações com entes pú-blicos, quer na condição de empre-gado ou de servidor público.

Direito do Trabalho: consultoria,ajuizamento de reclamações traba-lhistas, como contratos irregulares, abu-

so de autoridade, violência no trabalho,nomeações em concursos públicos, epagamento de adicional de insalubri-dade e horas extras.

Direito Previdenciário: questões pre-videnciárias que envolvem tanto Ipsemg eINSS, quanto outros regimes próprios dePrevidência, relativos à aposentadoria, ebenefícios como auxílio-doença e auxílio-maternidade.

Direito do Consumidor: todos os pro-blemas ligados à relação de consumo naaquisição de bens e serviços.

Direito de Família: questões queenvolvem matrimônio, divórcio, alimentose reconhecimento de paternidade.

Direito Penal: demandas relacionadasà defesa do médico em questões penais,como acidente de trânsito com vítima ecrimes contra a honra (calúnia, injúria edifamação).

Direito Civil: demandas como in-ventário, partilha, testamento, locaçãode imóveis, contratos, questões indeni-zatórias, e reparações por danos moraise materiais.

Conheça melhor os serviços e as novidades

atendimento: advogado Conrado Carsa-lade. Critério de cobrança: desconto de20% sobre os valores praticados pelo es-critório e, na hipótese de ser o médicosindicalizado autor de demanda queenvolva essa área, serão cobrados ho-norários, exclusivamente, "ad exitum" nopercentual de 20% do valor do proveitoeconômico/ financeiro obtido ao final dademanda.

* Direito de Família: Escritório TeixeiraAdvogados Associados. Responsável peloatendimento: advogada Ana Carolina Bro-chado Teixeira. Critério de cobrança: Con-sulta – desconto de 20% sobre os valorespraticados pelo escritório. Procedimentosjudiciais – cobrança dos valores praticados

pela tabela da OAB e, na hipótese de mé-dicos sindicalizados, possibilidade da de-dução dos valores pagos pela consulta so-bre esses honorários.

* Direito Penal: Escritório Viana eMartins da Costa Advogados Associados.Critério de cobrança: médicos sindica-lizados – desconto de 15% sobre os va-lores praticados pelo escritório para pa-gamento à vista ou de 10% para paga-mento parcelado.

* Direito Civil: Escritórios Rocha Oli-veira Advogados e Muzzi e AdvogadosAssociados. Critério de cobrança: médicossindicalizados – desconto de até 20% so-bre os valores praticados pelo escritório.

demandas dos médicos, nas diferentesáreas. O profissional telefona para o sin-dicato, que faz o encaminhamento dademanda – seja para atendimento na pró-pria sede ou nos escritórios parceiros – e o

trabalho é acompanhado de perto atéo desfecho.

Em 2007, foram cerca de 100 aten-dimentos mensais, com um índice desucesso nas ações trabalhistas em torno de

96%, segundo informa o diretor ju-rídico, Fernando Mendonça. Com aampliação dos serviços, a diretoriaacredita que o número de demandaspossa dobrar em 2008.

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TrabalhoMÉDICOTrabalhoMÉDICO3seus direitos

O presidente da Unimed-BH, Helton Freitas (ao fundo, de blazer), com diretoria do Sinmed-MG

STF beneficia aposentadosdo serviço público federal

Os médicos servidores fede-rais aposentados ou pen-sionistas que percebemgratificações de desem-

penho em percentuais inferiores aosconcedidos aos servidores ativos tam-bém podem se beneficiar da decisãodo Superior Tribunal Federal (STF)que profere a paridade na gratificação.Para isso, é necessário que os profis-sionais ajuízem ações individuaispleiteando a isonomia.

"Com a decisão do STF, essas ações,provavelmente, terão julgamentos favorá-veis. Algumas já tiveram o pedido julgadoprocedente em primeira instância, todaviao governo recorreu. Outras se encontramconclusas para sentença e com direito àrestituição de cinco anos", afirma o advo-gado Fabrício Balieiro, do departamentoJurídico do Sinmed-MG.

Balieiro explica que o processo de ajui-zamento de ações representa uma im-portante força argumentativa em favor daparidade dos proventos entre ativos e ina-tivos, um problema que servidores públicostitulares de cargo efetivo enfrentam desde agestão do presidente Fernando HenriqueCardoso. Segundo o advogado, na época, opessoal da ativa recebia 60% do valor dagratificação, definida por nível, e os inativos,10%. Com a posse do presidente Lula, osmesmos percentuais evoluíram para 80%e 30%, respectivamente.

"Essa é a principal bandeira de lutados aposentados, pois o vencimentobásico é igual. A discriminação estáexatamente na gratificação de desem-penho", destaca Balieiro.

Para mais informações, contate o

departamento Jurídico do Sinmed-MG:

(31) 3241-2811 – ramal 2.

Unimed-BH realiza primeirorepasse para o sindicato

Adiretoria do Sinmed-MGrecebeu o presidente daUnimed-BH, Helton Frei-tas, dia 6 de janeiro, para

assinatura do contrato de repasse doprograma de relacionamento Parti-cipação Pontuada. Por meio da par-ceria entre a cooperativa e o sindicato,3.906 cooperados terão a anuidade daContribuição Sindical quitada em 2008.Desse total, 3.790 terão também a Con-tribuição Social quitada pela Unimed-BH. Uma contribuição valiosa, se-gundo o diretor Financeiro Jacó Lam-pert, que vai trazer novo fôlego para asações do sindicato em prol da categoria.

Ao longo de 2007, os médicos acumu-laram pontos ao participar de reuniõestécnicas e de capacitação, encontros deatualização e de desenvolvimento coope-rativista, além das três assembléias reali-zadas. Pelas regras do Participação Pon-tuada, têm direito ao benefício os 90% doscooperados com maior saldo de pontos.

Os recursos do programa de relacio-namento da Unimed-BH são prove-nientes do Fundo de Assistência Téc-nica, Educacional e Social (Fates) e tam-bém serão utilizados para o pagamentodas anuidades da Associação Médica deMinas Gerais e do Conselho Regionalde Medicina de Minas Gerais.

ADICIONAL DE INSALUBRIDA-DE: os médicos do Estado que trabalhamexpostos a agentes físicos, químicos oubiológicos nocivos à saúde e que não re-cebem o adicional de insalubridade po-dem entrar em contato com o depar-tamento Jurídico do sindicato para o ajui-zamento de ações individuais. Docu-

mentos necessários: cópia da carteira deidentidade, dos três últimos contrache-ques e do requerimento administrativopara o pagamento do adicional. O sin-dicato ressalta que tem obtido, desde2005, sentença favorável em primeirainstância em processos semelhantes.

ENQUADRAMENTO NAS 24HORAS: mesmo depois de muita ne-

gociação e empenho, o Sinmed-MGainda não conseguiu junto à Fhemig oenquadramento de todos os optantespela jornada de 24 horas. Para tentarresolver a situação desses médicos, odepartamento Jurídico do sindicato re-força a orientação de que os profis-sionais que fizeram a opção e não foramatendidos devem ajuizar ações indi-viduais objetivando o enquadramentona jornada de 24 horas. Documentos

necessários: cópia da carteira de iden-tidade e de todos os contracheques doperíodo em que cumpriu as "horas ex-tras"; declaração da unidade de lotaçãoonde cumpriu as "horas extras" no de-terminado período e cópia do "termo deextensão de jornada".

Fernando Grillo

Exija seus Direitos na JustiçaSe você é médico do Estado, e se encontra em

alguma das situações abaixo, procure o departamentoJurídico do sindicato para o ajuizamento de ações

Lembre-se que, nos dois casos, é preciso estar em dia com as con-

tribuições Social e Sindical e agendar um horário com os advogados da casa

(telefone 31-3241-2811).

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Embora a conclusão da maioria dasentidades presentes ao fórum seja deque a união entre sindicatos e coope-rativas é fundamental para a organi-zação do trabalho médico, essa não éuma realidade em todos os Estados.

Nesse aspecto, o Estado anfitrião foium exemplo para os presentes. Em falana mesa-redonda "Os Sindicatos e oSistema Cooperativista", Matta Macha-do lembrou que, historicamente, emMinas, cooperativas e sindicato cami-nham juntos. O Sinmed-MG e a Uni-med-BH foram fundados no mesmo ano,com o apoio comum de vários médicos.

O relacionamento entre sindicato ecooperativas voltou a ser valorizado eganhou novo impulso com a atual gestãodo Sinmed-MG, que tem como membrosvários cooperados e ex-dirigentes de co-operativas.

Matta Machado lembrou duas si-tuações em que sindicato e coope-rativas estabeleceram uma importanteparceria: em 2004, com o empréstimoconcedido pela Credicom/Unicred pa-ra sanar as dívidas do sindicato; e, aofinal do ano passado, quando os mé-dicos da Unimed-BH aprovaram opagamento pela cooperativa das con-tribuições sindicais e sociais da en-tidade, além das anuidades da As-sociação Médica e do Conselho Re-gional de Medicina.

cooperativas médicas

Sindicatos ecooperativas:

caminhar juntos

O cooperativismo em números

História: A primeira cooperativa surgiuna Inglaterra, em 1844, na época da Re-volução Industrial, da união de 28 te-celões. Chamava-se "Sociedade dos Eqüi-tativos Pioneiros de Rochdale". No Bra-sil, a primeira Sociedade Econômica Co-operativa dos Funcionários Públicos deMinas Gerais surgiu em 1889, sob o im-pério de Dom Pedro II, em Ouro Preto (MG).Cooperativas no Brasil:7.672, com 7.687.568 associados e250.961 empregados.Cooperativas de saúde:919, com 245.820 associados e 41.464empregados. Cooperativas de Crédito no Brasil:1.450, com 3.798 postos de atendi-mento e 3.500 associados (Fonte: Ba-

cen e OCB - Base 2006).Legislação: Dia 16 de dezembro de1971, foi promulgada a Lei nº 5.764,ainda em vigor, que define o regime ju-rídico das cooperativas, sua consti-tuição e funcionamento, sistema de re-presentação e órgãos de apoio.

Uma rica reflexão

Mesa-redonda: Os Sindicatos e o Sistema Unimed:Desafios e Perspectivas Mesa-redonda: Os Sindicatos e o Sistema Cooperativista

Mesa-redonda: O Cooperativismo e a Saúde Suplementar Mesa-redonda: O Cooperativismo e o SUS

Realizado no Liberty Palace Hotel, naregião da Savassi, em Belo Horizonte, oevento abordou os vários aspectos da práticae da política cooperativista na área de saúde.Além de discutir o cooperativismo, o fórumacabou se transformando em um grandemomento de reflexão sobre o sistema desaúde no Brasil e as condições do trabalhomédico nos dias atuais.

A programação foi dividida em con-ferências e mesas-redondas, dando opor-tunidade a um grande número de médicosde expressarem suas opiniões.

Conferências: Cooperativas de Tra-balho X Terceirização: a Visão do Mi-nistério Público do Trabalho; Impli-cações Jurídicas do Trabalho em Coope-rativas; O Mundo do Trabalho no Sé-culo XXI; Cooperativismo de Cré-dito; e Desafios do Trabalho Médicono Brasil.

Mesas-redondas: O Cooperativismoe o SUS; O Cooperativismo e a Saúde Su-plementar; Os Sindicatos e o SistemaUnimed: Desafios e Perspectivas; OsSindicatos e o Sistema Cooperativista.

Temática permitiu diferentesabordagens do assunto

Cerca de 90 médicos de todo oBrasil, entre sindicalistas e re-presentantes de entidades mé-dicas, participaram, dias 21 e

22 de fevereiro, do Fórum de Coope-rativismo Médico, em Belo Horizonte.Realizado pela Federação Nacional dosMédicos (Fenam), em parceria com aFederação Sudeste dos Médicos (Fesu-med) e o apoio do Sindicato dos Médicosde Minas Gerais (Sinmed-MG), o eventorecebeu elogios de todos os participantese trouxe grandes avanços na discussãosobre as cooperativas de trabalho e decrédito do setor de saúde.

O fórum foi uma preparatória para ogrande evento nacional sobre o assunto, queacontece, por iniciativa da Fenam, em Bra-sília, dias 4 a 6 de junho, com a participaçãodo Conselho Federal de Medicina (CFM) eda Associação Médica Brasileira (AMB).

A concepção do fórum nasceu no En-contro Nacional das Entidades Médicas(ENEM), em junho do ano passado, e sematerializou em menos de seis meses,devido ao interesse da categoria em pro-mover um debate sobre o tema. Na ocasião,o Sinmed-MG foi um dos principais in-centivadores da idéia, por acreditar que ocooperativismo é hoje fundamental para aorganização do trabalho médico.

O presidente da Fenam, Eduardo Santana,salientou que a sociedade foi a grandebeneficiária do debate: "Os médicos foram osmaiores defensores do SUS e, agora, ao

discutir o cooperativismo, estamos lutandonovamente para aprimorar a assistência àsaúde neste país".

Ao lembrar que o cooperativismo é um doscaminhos propostos pela Fenam para aorganização do trabalho médico, Santana res-saltou que é preciso ficar alerta para que ele nãose torne um instrumento de precarização e burlados direitos trabalhistas: "Se, por um lado, ofórum tem a função de debater essa forma deorganização do trabalho, traz, também, aresponsabilidade de apresentar a formataçãocorreta do uso do cooperativismo à sociedade,para que os maus exemplos não contaminemas conquistas já obtidas".

Por fim, o presidente da Fenam enfatizouque a discussão sobre o cooperativismo in-sere-se em um contexto maior, em que sequestionam o modelo de saúde do país e arelação com os seus recursos humanos, ereafirmou as grandes bandeiras da categoria,como o concurso público, a carreira do mé-dico, o piso salarial e a regulamentação daEmenda Constitucional 29.

Para o presidente do Sindicato dos Mé-dicos de Minas Gerais, Cristiano Gonzaga daMatta Machado, anfitrião do evento, o fórumfoi uma excelente oportunidade de reunirdiferentes experiências, positivas e negativas,e, assim, ampliar o debate sobre o tema.

Gláucia RodriguesGláucia Rodrigues

Gláucia RodriguesAlessandro Carvalho

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TrabalhoMÉDICOTrabalhoMÉDICO

A Unimed dos nossos sonhos

Cooperativismo e SUS: pioneirismo

OPINIÕES

Uma das palestras mais con-corridas foi a do presidente daUnimed-BH, Helton Freitas. Rei-terando as palavras do presidentedo Sinmed-MG, ele lembrou que oalinhamento entre sindicato e co-operativa gerou, na prática, resul-tados para os 4.600 cooperados dacapital mineira.

Líder absoluta na área em queatua, a Unimed-BH obteve, em2007, um crescimento recorde de14,3%, um desempenho que se re-verte em novos benefícios para osmédicos, como a criação de umplano de previdência complemen-tar para os cooperados, em an-damento.

Hoje, os médicos da coope-rativa recebem em torno de R$40,42 por consulta e participam

da distribuição anual de sobras,entre outros programas.

No entanto, a realidade da Uni-med-BH não é a mesma de todas as370 singulares do país, com 105 milmédicos, tanto no que se refere aosresultados como ao bom relacio-namento com os sindicatos, assuntoamplamente discutido durante oseminário.

* Francisco Jorge Silva Magalhães (Sind.

Médicos da Bahia): "A experiência da Bahia é amais trágica possível, com as falsas cooperativas.Acho que falta um padrão do Ministério Público,que funciona em alguns lugares e em outros, não.Na minha opinião, a solução definitiva é umconcurso público e com um salário digno".

* Geraldo Ferreira Filho (Sind. Médicos Rio

Grande do Norte): "As cooperativas surgiram emnosso Estado como uma reação à incompetênciados gestores. Temos um movimento cooperativistaforte tanto no setor público como no privado".

* João Batista Medeiros (Sind Médicos Mato

Grosso do Sul): "As cooperativas nascem ou emum momento de crise, como na Paraíba, ou deinovação, como em Minas".

* Maria Célia Ferreira da Costa (Federação

Brasileira das Cooperativas de Anestesiologia):

"Percebemos que o que tem dificultado o cres-cimento das cooperativas é o desconhecimento dosdirigentes, cooperados e assessores jurídicos".

* Maria Rita de Assis Brasil (Sind. Médico

do Rio Grande do Sul): "Defendemos o concursopúblico, o fim das falsas cooperativas e a ne-ces-sidade de se manter o Código 7, beneficiando mé-dicos que preferirem receber a remuneração de for-ma separada, por meio de seu CPF".

* Mário Rubens de Macedo Viana (Sind.

Médicos do Amazonas): "As cooperativas médi-cas tiraram a saúde das manchetes dos jornais e,hoje, o serviço de emergência e urgência do Estadoé considerado o terceiro melhor do país”.

* Rômulo Castro (Sind. Médicos João Pes-

soa): "Os médicos não agüentavam mais serextorquidos e, por isso, resolveram se entrin-cheirar nas cooperativas, como uma forma de sefazer respeitar".

* Silvia Helena Rondina (Sind. Médicos

Campinas): "Defendemos o concurso público, poracreditar que todo tipo de atendimento gera vínculos".

* Waldir Cardoso (Sind. Médicos Pará e

diretor de Relações Trabalhistas da Fenam):

"Não existe sindicalista que seja contra o co-operativismo, e, sim, contra as falsas coope-rativas. Estamos aqui, juntos, buscando ca-minhos para resolver a situação".

* Wellington Moura Galvão (Sind. Médi-

cos Alagoas): “Mantemos uma relação muitoboa com as cooperativas médicas, apesar dosembates pela questão da CBHPM".

* Wilson Machado (Sind. Médicos do Pará):

"Eu pergunto ao Ministério Público: o que fazercom os médicos que não podem esperar o concursoe a população que precisa de atendimento?"

Crédito X Saúde

José Augusto Ferreira, presidenteda Federação Nacional das Co-operativas Médicas (Fencom), con-tou um pouco da trajetória de su-cesso da entidade, provocando gran-de interesse entre os presentes. Com41 cooperativas associadas, 115 milcooperados e aproximadamente 400convênios, a Fencom nasceu emMinas Gerais e agora se expandepara outros Estados.

Durante o encontro, José Au-gusto relatou uma experiência pio-neira: a parceria realizada com aSecretaria Municipal de Saúde deBelo Horizonte (regulamentada pe-la Portaria 48, de dezembro/2004),para que os honorários dos médicosdo SUS fossem repassados direta-mente pelas cooperativas e não maispelos hospitais, com vários bene-fícios para a categoria.

Sob a ótica da lei A procuradora Valdirene Silva de

Assis, do Ministério Público doAmazonas, e a assessora jurídica doTribunal Regional do Trabalho doParaná, Aristéia Moraes Rau, deramimportante contribuição ao evento,abordando aspectos legais do coope-rativismo e as formas de atuação doMinistério Público e da Justiça doTrabalho.

As duas foram bastante enfáticasna necessidade de se cumprir alegislação. Segundo elas, a pres-tação de serviços por meio de co-operativas em hospitais privados éirregular, porque os médicos sãofundamentais para a realização daatividade-fim. Quanto aos hospitaispúblicos, afirmaram que as coope-rativas não podem assumir, de for-

ma alguma, a atividade-fim dessasinstituições, que é a prestação deserviços de saúde.

A procuradora Valdirene afirmouque "as cooperativas têm sido utili-zadas por determinados gestores co-

mo uma forma de burlar os direitosdos médicos, e o Ministério Públicotem atuado no sentido de defender egarantir essa legitimidade".

As especialistas em Direito doTrabalho insistiram que a reali-zação de concursos é a única formade garantir a legitimidade do tra-balho do profissional no serviçopúblico, e a luta do médico deve sedar nesse campo.

O assunto provocou bastante po-lêmica entre os médicos presentes,que, na maioria, acreditam queexiste um total desconhecimentoda justiça em relação à categoriamédica, consideram a lei do co-operativismo equivocada e cri-ticam a interpretação feita peloMinistério Público.

sobre o cooperativismo médico

Depoimentos obtidos no fórum

Helton Freitas, presidente da Unimed-BH

Eurípedes Carvalho

Valmir Galhardo

Procuradora Valdirene Silva de Assis

Trabalho noséculo XXI

A programação do Fórum deCooperativismo Médico buscou iralém do tema proposto. A con-ferência do médico Eurípedes Bal-sanufo Carvalho, ex-presidente daFenam, enriqueceu o evento, comvaliosas informações sobre o tra-balho médico neste novo século.

Gláucia Rodrigues

Sebastião Jacinto Jr

Alessandro Carvalho

Alessandro Carvalho

DESTAQUES

5

Outro tópico interessante dofórum foram as discussões sobre ascooperativas de crédito, com des-taque para a conferência proferidapor Valmir Galhardo, assessor daUnicred Centro-Brasileira.

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TrabalhoMÉDICOTrabalhoMÉDICO6região metropolitana

Betim e Contagem: mobilização e paralisaçãomostram força da categoria na região metropolitana

Reunidos em assembléia noSinmed-MG, dia 6 de mar-ço, médicos de Betim eContagem votaram pela

paralisação do atendimento na redemunicipal de saúde dos dois muni-cípios, nos dias 12 e 13 de março.Uma nova assembléia foi realizadano dia 12 para avaliar as respostasenviadas pelas prefeituras para asreivindicações. Na AGE, os médicosrecusaram a proposta extra-oficial de8% da prefeitura de Contagem erepudiaram o claro e flagrante des-respeito da prefeitura de Betim emencaminhar, no dia 11, para votaçãona Câmara Municipal um Projeto deLei, aprovado por 13 dos 16 parla-mentares, que concede o mesmo per-centual de reajuste oferecido pelomunicípio vizinho.

Por estarem em caráter de assembléiapermanente, deliberaram pela continuidadedo movimento por mais três dias – das 7h dodia 17 às 7h do dia 20 de março, quando sereúnem novamente para avaliar novaspropostas. Dependendo do retorno dos ges-tores, a decisão, pode ser, inclusive, umagreve por tempo indeterminado.

Arquivo Sinmed-MG

Assembléia com médicos de Betim e Contagem, dia 6 de março no sindicato

União aumenta a força No dia 5 de março, os médicos das duas

cidades haviam realizado paralisações deadvertência de 24 horas, com alto índice deadesão, resguardados os atendimentos deurgência, em alguns locais.

Até o momento da paralisação de ad-vertência, os médicos das duas cidadesseguiam caminhos paralelos. Betim haviadecidido pela paralisação de 24 horas no dia26 de fevereiro, em assembléia no Sinmed-MG. Dois dias depois, também em AGE nosindicato, os médicos de Contagem resol-

veram pela paralisação conjunta, unifican-do o movimento.

Os médicos estão em campanha desdejaneiro. As lutas de Betim e Contagem sãobastante semelhantes na busca por melhorescondições de trabalho e remuneração justa.

Mesmo não havendo paralisação dosprofissionais, a população já vem sofrendocom a falta de médicos, medicamentos,equipamentos, dificuldade em marcar con-sulta com especialistas e em conseguirencaminhamento para exames, entre ou-tros problemas.

Em Contagem, um usuário do SUSprecisa esperar 14 meses para conseguiruma consulta com o cardiologista, 16 me-ses com o endocrinologista, 20 meses como reumatologista e mais de dois anos parafazer sessões de fisioterapia.

Em Betim a situação não é muito di-ferente, várias equipes de plantão estãodesfalcadas e inúmeros aprovados noúltimo concurso não quiseram assumiros cargos ou assumiram por um curtoperíodo e depois pediram exoneração."O Hospital Regional já foi referênciapara os municípios próximos, contavacom o que havia de mais moderno paraatendimentos de alta complexidade ehoje está sucateado", lamenta o pre-sidente do Sinmed-MG, Cristiano daMatta Machado.

Os médicos da cidade criticam tam-bém a publicidade feita pelos gestores emtorno de uma excelente melhoria salarialdepois de cinco anos de serviço e, paradesmentir a informação dos altos saláriospagos em Betim, apresentaram con-tracheques de profissionais com até 15anos de prefeitura que recebem entreR$ 2.500 e R$ 3.500 para a jornada de 24horas semanais.

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7saúde do trabalhador TrabalhoMÉDICOTrabalhoMÉDICO7interior

Em assembléia geralextraordinária dos mé-dicos de Contagem,realizada dia 28 de

fevereiro, na sede do Sinmed-MG, foram eleitos, por una-nimidade, três delegados sin-dicais para representar a cate-goria no município, todosmuito dedicados às lutas sin-dicais por melhores condiçõessalariais e de trabalho.

São eles: Cristiane de Faria,neonatologista da MaternidadeMunicipal de Contagem; Ricar-do Rodrigues, clínico do Pro-grama de Saúde da Família(PSF) e da Unidade de Atendi-mento Imediato (UAI) Ressacae Jorge Henrique Kothe Jannuz-zi, clínico da UAI Ressaca e doPSF 18.

Barbacena: sindicatodenuncia má administração daSaúde no Ministério Público

OSindicato dos Médicosde Minas Gerais entre-gou ao Ministério Pú-blico de Barbacena, no

dia 11 de março, uma represen-tação no intuito de denunciar "a máadministração do dinheiro públicopelo prefeito do município e pelodiretor do departamento Municipalde Saúde Pública".

O documento foi fundamentado nasmazelas enfrentadas pelos profissio-nais de saúde do município, dentre elaso pagamento de forma irregular aosmédicos do Programa de Saúde daFamília, demora na liberação paraautorização de exames complemen-tares, deficiências no programa daSaúde da Mulher e diversos outrosproblemas ligados ao atendimento eà gestão.

O presidente do Sinmed-MG, Cris-tiano da Matta Machado, que entregouo documento ao MP juntamente com aadvogada do sindicato, Glauciane

França da Mata, diz que "as auto-ridades públicas precisam entender quenão podem fazer o que querem, con-tando sempre com a impunidade", co-mo vem acontecendo em Barbacena."Quando procuramos o prefeito Mar-tim Francisco, no dia 28 de fevereiro,ele disse que devia, não negava, masnão tinha como pagar, em flagrante máadministração do dinheiro público".

Como nada foi resolvido, o sindi-cato propôs aos médicos a suspensãodo atendimento até que, pelo menos, aprefeitura regularizasse os contratos detrabalho já existentes. Diante da amea-ça, a administração atendeu algumasreivindicações, com o envio de novoscontratos e acerto de parte dos saláriosem atraso.

Matta Machado considera a situaçãoda cidade muita séria. Segundo ele, aprefeitura está recebendo verba do Mi-nistério da Saúde para manutenção de 25equipes de PSFs, no entanto apenas 14estão completas.

Ricardo Rodrigues, um

dos delegados eleitos

Arquivo Simend-MG

Eleição dedelegadossindicais

CONTAGEM

Em reunião no HospitalSão Judas Tadeu, dia 14de fevereiro, os mé-dicos da rede municipal

de Divinópolis, com o apoio doSinmed-MG, deram início à cam-panha salarial 2008, quando fo-ram discutidas as ações e es-tratégias de reivindicação por me-lhores salários.

O primeiro passo foi a formaçãode uma comissão com represen-tantes dos Centros de Saúde, Poli-clínicas, Pronto-Socorro e PSF dacidade, além do sindicato. O obje-tivo é facilitar o processo de nego-ciação com a prefeitura.

A defasagem salarial dos mé-dicos da rede municipal de Divi-nópolis em relação aos médicos daPrefeitura de Belo Horizonte chegaa 60%, segundo o delegado sindicalAlberto Gigante. Ele avalia a baixaremuneração como um dos motivosresponsáveis pela falta de médicosem todas as unidades públicas desaúde em Divinópolis.

Divinópolisem campanha

salarial

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médicos do Estado TrabalhoMÉDICOTrabalhoMÉDICO8

ENDEREÇO PARA DEVOLUÇÃO: Sindicato dos Médicos de Minas Gerais – Sinmed-MGRua Padre Rolim, 120 - São LucasCEP: 30130 090 - BH - MG

Gláucia Rodrigues

Médicos do Estado: mobilização é grandeProfissionais da Fhemig, SES, Hemominas e Ipsemg juntos na luta por melhores salários e condições de trabalho

Assembléias têm mobilizado grande número de médicos das várias unidades

Relatório mostra realidadeda saúde no Estado

OSinmed-MG preparou o do-cumento "O Estado da Saú-de de Minas Gerais", sobrea realidade dos médicos que

atuam na saúde no Estado e as conse-qüências para o atendimento à população.

Com 60 páginas, o documento foi entregueà Comissão de Saúde da Assembléia Le-gislativa de Minas Gerais dia 26 de fevereiro,pelo presidente do Sinmed-MG, CristianoGonzaga da Matta Machado, e já foi dis-tribuído a alguns veículos da imprensa mi-neira. "Nosso objetivo é mostrar aos parla-mentares e à mídia o descaso e a falta deinteresse dos gestores em solucionar os pro-blemas daquela que, de acordo com as pes-quisas, tem sido a área de maior preocupaçãoda população", afirma Matta Machado.

Na apresentação do relatório, o presi-dente do Sinmed-MG relata algumas dassituações vividas pelos médicos do Estado:"Desde 2004, quando elaboramos o plano decarreira dos profissionais da administraçãoindireta (Fhemig e Hemominas), aprovadopela Assembléia Legislativa e sancionadopelo governador, temos procurado discutircom os gestores uma série de aspectosatinentes a esses profissionais, mas a mo-rosidade e a incapacidade de decisão têmsido a tônica dessas negociações. O referidoplano de carreiras reconheceu o direito àjornada de 24 horas para esses profissionaise mais de 700 médicos solicitaram o en-

Indignados com o reajuste de ape-nas 3% oferecido pelo Governo deMinas, os médicos do Estado estãomobilizados na luta para impedir

que o Projeto de Lei 1973/2007, en-viado à Assembléia Legislativa dia20 de dezembro, seja aprovado coma atual redação.

Até o fechamento desta edição, odocumento estava com a Comissão deConstituição e Justiça. Em seguida, irápara as Comissões de AdministraçãoPública e Fiscalização Financeira eOrçamentária.

A última assembléia aconteceu dia 19de fevereiro, na sede do Sinmed-MG, coma presença inclusive de representantes doConselho Regional de Medicina e daAssociação Médica de Minas Gerais, queestão apoiando o movimento. No encontro,

os médicos decidiram promover uma grandecampanha de comunicação para sensibilizar apopulação do Estado sobre a situação da

categoria. Os profissionais aguardam tam-bém uma provável audiência pública, a serrealizada por iniciativa da Comissão de Saú-

de da Assembléia Legislativa sobre oassunto. Uma nova assembléia foi marcadapara 26 de março.

"A situação é grave e temos poucotempo para agir. Vamos nos empenhar aomáximo e colocar em prática todas as açõespossíveis para que a pauta não vá à votaçãosem antes passar por alterações na reda-ção", disse Cristiano Gonzaga da MattaMachado, presidente do Sinmed-MG.

Segundo ele, a questão salarial não es-gota o assunto dos médicos do Estado,principalmente em relação aos médicos daSES e do Ipsemg, que não foram contem-plados pelo Plano de Carreira, Cargos eSalários (PCCS), aprovado em 2005.

A melhoria nas atuais condições detrabalho, principalmente a garantia deequipes completas de serviços, é outrareivindicação importante.

quadramento, mas, apenas em dezembro de2007, a Fhemig foi capaz de garantir essedireito para uma parcela desses médicos.Os demais ainda aguardam uma defini-ção, sem perspectiva real de atendimentode seu direito".

O documento lembra também a si-tuação "insólita" vivida pelos médicosvinculados à SES: não há concurso hávários anos, recebem um salário exíguo,

seus cargos estão em extinção e seaposentam com vencimentos da ordemde R$ 1.200.

No Ipsemg, a situação não é diferente,com salários defasados e situações dedesrespeito e insegurança que tambémpodem levar a desassistência aosservidores do Estado, que já sofremcom salários exíguos.

Para realizar o relatório, o sindicatoconversou com médicos de várias áreasligadas ao Estado. "Osdepoimentos chegam aser constrangedores esão um aviso de que ascoisas vão muito mal epodem piorar aindamais se o governo nãovalorizar os profis-sionais que trabalhamcom saúde. O médicoé e será sempre peçafundamental para queo governo implemen-te com sucesso os pro-gramas de saúde. O que queremos é o que to-dos querem: um trabalho digno para poderoferecer um serviço de qualidade à popu-lação", alerta o presidente do Sinmed-MG.

O documento também reproduz parte doparecer do Tribunal de Contas do Estado ematérias publicadas na "Folha de S. Paulo"mostrando que o governo não está inves-

tindo corretamente os recursos da saúde,conforme determina a Emenda Constitu-cional 29. No período de quatro anos (2003-2006), R$ 3.112.037.188,52 da verba dasaúde do Estado tiveram outro destino, se-gundo levantamento dos deputados da mi-noria do Bloco PT-PC do B. Quem pagou aconta? A população.

Alguns documentos do relatório

Fhemig (Fundação Hospitalar do Estado de MG):

2.466 médicos (1.196 efetivos);

SES (Secretaria do Estado de Saúde):

1.493 médicos;

Ipsemg (Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de MG):

528 médicos;

Hemominas (Fundação Centro de

Hematologia e Hemoterapia de MG):

183 médicos;

Funed (Fundação Ezequiel Dias):

5 médicos.

ONDE TRABALHAM OS MÉDICOS