EXCELENTSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA . VARA CRIMINAL DE VITRIA ES.(10 linhas)

Fulana de Tal, nacionalidade, viva, residente e domiciliada no endereo..., portadora do documento de identidade Registro Geral n..., por seu advogado infra-assinado, com procurao em anexo, escritrio profissional localizado no endereo... e telefone para contato n..., vem, com fulcro nos artigos 29 e 31 do Decreto-Lei 3.689, de 03 de outubro de 1941, Cdigo de Processo Penal, apresentar

QUEIXA SUBSTITUTIVA DA DENNCIA

em face de Pedro Gente Boa, nacionalidade, estado civil, mdico, residente e domiciliado no endereo..., pelos motivos que passa a expor:

I. DOS FATOS No dia 20 de junho de 2014, por volta das 10 (dez) horas, nas dependncias do Hospital das Clinicas, localizado no bairro Marupe, cidade de Vitria/ES, o mdico residente Pedro Gente Boa, em decorrncia de ter realizado um procedimento cirrgico equivocado, foi repreendido pelo Professor e mdico Chefe da Universidade Federal do Esprito Santo Antonio Bom Camarada. Na mesma data, sentindo-se humilhado, por volta das 13 (treze) horas, o servidor admoestado entrou na sala do professor Antonio Bom Camarada, e fazendo uso de sua arma de fogo, desferiu contra ele quatro tiros, matando-o. Em decorrncia dos fatos narrados, foi instaurado o Inqurito Policial n..., reunindo prova robusta quanto materialidade e autoria do crime. Embora os autos do referido inqurito policial tenham sido encaminhados ao Ministrio Pblico h mais de 60 dias, no houve qualquer manifestao por parte do rgo ministerial at o momento.

II. DO DIREITOConforme o artigo 46 do Cdigo de Processo Penal, o prazo para oferecimento da denncia, estando o ru preso, de 5 dias, contados da data em que o rgo do Ministrio Pblico receber os autos do inqurito policial, e de 15 dias, se o ru estiver solto ou afianado.Assim, no caso, constata-se que os prazos legais foram extrapolados, j que os autos do inqurito foram encaminhados ao Ministrio Pblico h mais de 60 dias, sem qualquer manifestao por parte desse rgo.A fim de suprir eventual inrcia do Ministrio Pblico em promover a ao penal de que titular (artigo 129, inciso I da Constituio Federal), o artigo 29 do Cdigo de Processo Penal prev a possibilidade de se admitir ao privada nos crimes de ao pblica, se esta no for intentada no prazo legal. Ressalte-se, ainda, artigo 31 do mesmo Cdigo prev que, nos casos em que ocorre a morte do ofendido, o direito de oferecer queixa ou prosseguir na ao passa ao cnjuge, ascendente, descendente ou irmo, de modo que o querelante, viva da ofendido (conforme certido de casamento anexada), parte legtima para propositura da presente ao.Sustentado por farto material probatrio constante do inqurito policial, o fato praticado por Pedro Gente Boa configura o crime de homicdio previsto no artigo 121 do Cdigo Penal, qualificado pelo inciso II do pargrafo 2 do mesmo artigo, que prev a circunstncia qualificadora de motivo ftil. A mera advertncia pblica do mdico chefe com relao s atividades funcionais do mdico residente, ainda que desagradvel, jamais poderia dar causa ao assassinato. A reao desproporcional, portanto, requer a incidncia da qualificadora.

III. DOS PEDIDOSPelo exposto, o querelante requer o recebimento desta queixa substitutiva, a fim de que seja instaurada a competente ao penal contra o querelado, devendo o mesmo ser citado para apresentar sua defesa.Requer, ainda, a notificao das testemunhas abaixo arroladas:- Testemunha n 01: nome, endereo, telefone.- Testemunha n 02: nome, endereo, telefone.- Testemunha n 03: nome, endereo, telefone.

Por fim, requer a condenao do querelado nas penas previstas no inciso II do pargrafo 2 do artigo 121 do Cdigo Penal.Termos em que pede deferimento.

Vitria, data..._______________________________Advogado/OAB