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13 de Março de 2012 O tráfico e a exploração do trabalho humano; “É para liberdade que cristo nos libertou”

3ª Vigília Nacional da Juventude Camponesa

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13 de Março de 2012

O tráfico e a exploração

do trabalho humano;

“É para liberdade que cristo nos libertou”

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Motivação

Olá querida Juventude Camponesa do Brasil.

Quase dois meses depois do nosso 3º Congresso Nacional da Juventude Camponesa, onde

grande parte de nós nos encontramos em Recife para celebrar a nossa caminhada e reafirmar o

nosso compromisso com a memória de Jesus Cristo, o camponês de Nazaré, e com a luta pela

transformação da sociedade, estamos aqui para, entre outras coisas, agradecer a contribuição de

cada um e cada uma na construção deste grandioso e maravilhoso encontro.

Estamos aqui também para convidar a todos para a realização da nossa 3ª Vigília Nacional da

Juventude Camponesa a realizar-se no dia 13 de março de 2014, em todos os grupos de jovens

camponeses do Brasil, para celebrar a nossa história lembrando-nos da data de criação da

Pastoral da Juventude Rural, e em sintonia com a Campanha da Fraternidade refletir sobre o

tráfico e a exploração do trabalho humano.

Queremos com esta vigília refletir sobre as formas de exploração do trabalho humano (Trabalho

Escravo) presentes na atualidade e como estas se configuram em nossa realidade camponesa e

afetam a Juventude do Campo; Celebrar nossa fé/vida revivendo a luta histórica de Jesus Cristo

pela Libertação dos pobres e oprimidos; Refletir sobre a missão da Pastoral da Juventude Rural

diante das situações de exploração; e definir ações de conscientização e combate às formas de

tráfico e exploração do trabalho humano.

Elaboramos uma proposta de planejamento e organizamos um conjunto de materiais para auxiliar

a todos na realização da vigília, este material não é um caminho, por onde todos tenham que

passar, mas um instrumento que pode ajudar no caminhar. Por isso todos precisam se preparar

para a realização da vigília e com este subsidio organizar a forma mais adaptada com a realidade

de cada grupo.

Neste tempo de conversão queremos nos realimentar fazendo memória a vida e a morte de

Jesus, fazer memória ao seu corpo que sempre esteve a serviço e ao seu sangue que foi

derramado para salvar/libertar toda a humanidade.

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3ª Vigília Nacional da Juventude Camponesa

Tema: O tráfico e a exploração do trabalho humano;

Lema: “É para liberdade que cristo nos libertou”

Local: Em todos os Grupos de Base da PJR e demais grupos de

Jovens Camponeses

Data: 13 de Março de 2014

Motivo:

Necessidade de celebrar nossa história fazendo memória à data de criação da PJR;

Estar em comunhão com a igreja, neste momento de quaresma e de Campanha da Fraternidade;

Objetivos:

Refletir sobre as formas de exploração do trabalho humano (Trabalho Escravo) presentes na atualidade e como estas se configuram em

nossa realidade camponesa e afetam a Juventude do Campo;

Celebrar nossa fé/vida revivendo a luta histórica de Jesus Cristo pela Libertação dos pobres e oprimidos;

Refletir sobre a missão da Pastoral da Juventude Rural neste contexto;

Definir ações de conscientização e combate às formas de tráfico e exploração do trabalho humano;

Planejamento

Etapas Procedimento Recursos Tempo Responsável

Mística Organizar e executar um momento inicial que provoque reflexão sobre formas de opressão e exploração do ser humano (anexo 01);

Diagnóstico das nossas experiências e compreensões (VER)

Criar um espaço de prosa/debate com o grupo sobre as formas de exploração do trabalho que cada um percebe e vivencia no seu cotidiano. Pode-se se fazer perguntas para ir orientado o debate como:

O que entendemos por tráfico Humano? E por trabalho escravo? Quais as formas de exploração percebemos em nosso cotidiano

(na família, na comunidade e na sociedade em geral)? Como nós jovens vivemos essas formas de exploração? Em que

situações somos explorados e em quais reproduzimos a exploração?

Quais são as causas dessas relações de exploração? Porque existem explorados e exploradores?

Durante a prosa/debate é necessário ir formulando novas perguntas e até usando de dinâmicas para inserir todos na conversa e ir evidenciando as contradições existentes na realidade e na compreensão dos jovens sobre o assunto.

Cadeiras em Circulo Folha com as perguntas

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Olhar de forma mais aprofundada (VER)

Fazer leitura do texto (Anexo 2) de forma participativa (todos contribuindo com a leitura) e discutir os elementos mais chamou atenção, as duvidas e os elementos que o texto traz que nos ajuda a perceber o caminho que precisamos seguir para enfrentar o problema da exploração do trabalho.

Cópia do texto para jovens Quadro ou papel para registrar os elementos do estudo;

Retomando nossa tradição cristã - o que cristo nos ensinou (Julgar)

Cantar um hino ou um mantra em proclamação a palavra; Ler e discutir sobre as seguintes passagens bíblicas:

Política Agrária de José (Genesis, 47, 13-21) Prática libertadora de Jesus (Lucas 4, 16-21)

Livro ou folha de Cantos; Bíblia

Olhando para nossa missão (Agir)

Com base na missão da PJR (anexo 3), discutir como precisa ser nossa postura diante das situações de exploração e quais são nossas tarefas enquanto militantes cristãos. Pode ser feito cartazes com as palavras chave da missão (Evangelizar, conscientização, juventude empobrecida, militantes cristãos, transformação da sociedade,…)

Estes depois do encontro podem ser fixados na comunidade;

Texto da Missão da PJR Cartazes com as palavras chave

Nossas ações concretas (Agir)

Planejar as ações concretas que o grupo vai fazer para contribuir na conscientização e no combate as formas de trafico e exploração do trabalho humano; (o quê? Como? Quando? Quem?) Pensar ações que possam se desenvolvidas no espaço familiar, na comunidade, com outros grupos de jovens, no município, nas redes sociais,…

Caderno e caneta para ir relatando a reunião e sistematizar os encaminhamentos, as ações.

Retomando a memória dos mártires e lutadores

Pensar uma mística de encerramento que recupere a memória dos lutadores e mártires que lutaram, assim como Jesus, pela libertação dos pobres e oprimidos. Cada grupo utilizar de lutadores da sua região e estado; Terminar com a Oração da Campanha da Fraternidade (anexo 04);

Confraternizando Organizar uma forma de confraternização com comidas, bebidas, musicas, danças, poesia, teatro,… com elementos próprios da cultura da região.

Observações: Concluir o planejamento do encontro, adaptando a realidade de cada grupo, definindo o tempo, dividindo tarefas; Pensar em formas de animação e integração (musicas (anexo 05), dinâmicas,…) para cada etapa do encontro;

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Anexo 1

Sugestão de Mística para a 3ª Vigília da PJR

Sugestão de organização do ambiente:

Pode se organizar o ambiente de um jeito que todos fiquem à vontade, se preferir é importante

que a organização seja em círculo e no centro deste pode se colocar símbolos como:

A simbologia da PJR: bandeira, terra, água, pão, peneira de alimentos e símbolos relacionados à

exploração do trabalho, correntes, imagens de exploração ou escravização e tráfico humano,

etc...

A nossa sugestão é que se faça os seguintes passos, mas fica à cargo de quem está preparando

o encontro da vigília as alterações que acharem necessário:

Primeiro passo: Pode se cantar o refrão da música: Da mãe terra o pão.

Segundo passo: Trazer o nome de alguns mártires (neste momento utilizar as correntes ou

cordas: à medida que vai trazendo os nomes dos mártires vai amarrando as pessoas, com as

cordas e as correntes, e aí pode amarrar todos que estão no círculo, dependendo do tamanho do

círculo, se for muito grande e não tiver cordas pra todos, coloca algumas pessoas no centro do

círculo, como na foto abaixo:

Mártires: Oziel Alves, Che Guevara, irmã Doroth, Margarida Alves, Verino Sossai, Frei Jessé,

Dom Elder Câmara, Pe. Ezequiel Ramim, Olga Benário, Dorcelina Folador, Salette Strozak,

Zumbi dos Palmares, Dandara, etc. (pode lembrar mais nomes).

Terceiro passo: música “procissão dos retirantes” (Pedro Munhoz)

Uma pessoa lê este trecho da bíblia: “Eis o que diz o Senhor: Praticai o direito e a justiça, e livrai o

oprimido das mãos do opressor”. Jeremias 22. 3.

Quarto passo: duas pessoas puxam a fala: “quem não se movimenta, não sente as correntes

que o prendem” (repetindo por várias vezes estas frase) e à medida que vão dizendo a frase, vão

desamarrando as pessoas;

Quinto passo: música “Levanta jovem” ou Hino do 3° Congresso Nacional da PJR;

Obs.: No momento final do encontro, talvez antecedendo a oração final, fazer um momento mais

místico lembrando alguns mártires que morreram na luta pela libertação da classe trabalhadora e

lembrando-se das correntes da exploração que oprimem os trabalhadores:

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Anexo 2

O Tráfico e a Exploração do Trabalho Humano

Oprimir o pobre é o maior de todos os pecados (cf. Am 4,1). Colocar a justiça a serviço dos ricos

(cf. Am 5,12) é perverter o direito e destruir a sociedade (CNBB, 2014).

Neste ano, a Igreja se propõe a discutir sobre a violência do tráfico e da exploração, que fere a

vida e a dignidade de muitos seres humanos e que tem se reproduzido cada vez com mais

frequência nos diversos espaços da sociedade. Neste tempo que se propõe a conversão e que

fazemos memória ao sentido da morte e ressurreição de Jesus, queremos comungar da sua luta

pela libertação do povo, nos contrapondo a qualquer forma de opressão e exploração cometida

contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo.

Neste ano, através da Campanha da Fraternidade, nos propomos a “identificar as práticas de

tráfico humano em suas várias formas e denunciá-lo como violação da dignidade e da liberdade

humana, mobilizando cristãos e a sociedade brasileira para erradicar esse mal, com vista ao

resgate da vida dos filhos e filhas de Deus”.

Nessas poucas páginas que nos propomos a escrever, pretendemos discutir um pouco sobre a

problemática da exploração do trabalho humano em algumas de suas formas, problemática esta,

que por vezes passa despercebida por estar naturalizada no nosso cotidiano, e por outras por tão

absurdas são desacreditadas, ambos os casos são uma ferida dolorosa e muito presente na

nossa sociedade. Propomos-nos também a refletir sobre as suas causas a fim de identificar

caminhos para a construção de relações justas e solidarias.

Antes de mais nada, queremos aqui reafirmar a importância do trabalho, tanto como elemento

formador do ser humano, de sua cultura, de seus valores, quanto como elemento fundamental

para a produção da nossa existência, ou seja, é o trabalho que nos forma como humanos e

produz as condições necessárias a nossa vida. Entretanto, percebemos em nossa sociedade um

processo de expropriação, de exploração, de uns sobre o trabalho dos outros, este processo

impede que todos tenham as condições de viver dignamente e desenvolver sua humanidade em

plenitude.

Tráfico humano e trabalho escravo são atividades que têm, na miséria e na

desigualdade social, espaço fértil para a ação de traficantes e exploradores,

movidos pela ganância e pela certeza da impunidade. Implicam grave desrespeito

aos direitos da pessoa humana, à sua dignidade, e, no caso do trabalho escravo,

negam o direito de livre exercício da atividade laboral. Identificar e denunciar tais

crimes é dever de toda a sociedade (CNBB, 2014)

Dez anos depois do massacre de Unaí, onde profissionais do ministério do trabalho, em

investigação de denuncias de trabalho escravo em uma fazenda, foram brutalmente

assassinados, vemos os números de casos de trabalho escravo no Brasil só aumentarem. “Em

2013 cresceu o número de casos identificados como de trabalho escravo, em 2012 foram

registrados 189 casos, este número se elevou para 197”, totalizando 2.874 trabalhadores

envolvidos (CPT, 2014).

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“Dos 197 casos identificados, 128 ocorreram em atividades da agropecuária e 69 em atividades

não agrícolas.” (CPT, 2014)

Diferentemente de anos anteriores, quando a região Norte se destacava tanto pelo

número de casos identificados quanto pelo de pessoas envolvidas, em 2013, a

região Sudeste foi a que apresentou o maior número de trabalhadores envolvidos,

1.186, bem como o maior número de trabalhadores libertados, 1.147, equiparando-

se quase à região Norte pelo número de casos: 53 no Sudeste contra 55 no Norte.

Em seguida vem à região Nordeste, com 42 casos, Centro-Oeste com 31 e Sul com

16 (CPT, 2014).

POR ATIVIDADE 2013 CASOS % TRABALH. ENVOLVIDOS

% TRABALH. LIBERTADOS

%

DESMATAMENTO 5 3% 26 1% 26 1%

PECUÁRIA 69 35% 539 19% 266 12%

REFLORESTAMENTO 7 4% 68 2% 68 3%

EXTRATIVISMO VEGETAL 2 1% 54 2% 54 2%

CANA 1 1% 50 2% 50 2%

OUTRAS LAVOURAS 34 17% 602 21% 453 21%

CARVÃO VEGETAL 10 5% 154 5% 63 3%

MINERAÇÃO 3 2% 30 1% 26 1%

OUTRO [*] 66 34% 1.351 47% 1.202 54%

TOTAL 197 100% 2.874 100% 2.208 100%

CASOS EM ATIVIDADES EXTRA-AGRÍCOLAS

69 35% 1.381 48% 1.228 56%

Extração mineral 3 2% 30 1% 26 1%

Construção civil 45 23% 1.041 36% 914 41%

Confecção 12 6% 130 5% 115 5%

Outro 9 5% 180 6% 173 8%

Fonte: Campanha da CPT de Combate ao Trabalho escravo

Causa perplexidade a disseminação da prática do trabalho escravo em diferentes

ramos da economia, envolvendo pessoas do campo e da cidade, na agropecuária,

na construção civil, na indústria têxtil, nas carvoarias, nos serviços hoteleiros e até

em situações familiares classificadas como servidão doméstica (CNBB, 2014).

A partir das pesquisas feitas, tanto pela CPT quanto pelo ministério do Trabalho, é possível

afirmar que são as atividades agropecuárias que concentram a maior incidência de trabalho

escravo. As práticas de trabalho escravo no campo estão, na maioria das vezes, ligadas as

atividades de expansão da fronteira agrícola e ao trabalho em grandes fazendas, demonstrando

que o problema do trabalho escravo no campo está diretamente vinculado ao problema da má

distribuição de terras no Brasil.

Apesar do trabalho escravo ser a forma mais explicita e cruel da exploração do trabalho humano,

esta acontece em muitos outros espaços e que por muitas vezes, por estarem tão presentes em

nosso cotidiano, temos dificuldade de identifica-las, pois muitas se naturalizaram nas nossas

relações. A servidão doméstica, como bem nos lembram os bispos da CNBB, é uma situação

muito presente, crianças, adolescentes, jovens e principalmente mulheres vivem constantemente

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estas relações de exploração. Quantas mulheres camponesas enfrentam dupla jornada de

trabalho, na roça e em casa!

A juventude é uma parcela da sociedade que também sofre muito com o problema da exploração

do trabalho, pois em muitos casos a necessidade de produção material da vida aliada ao desejo

de independência, faz com que esta esteja mais suscetível a situações de trabalho degradantes.

A juventude camponesa, pela própria condição da sociedade patriarcal/paternalista que vivemos,

participa do processo de produção da família, todavia não tem autonomia sobre o resultado do

seu trabalho, ou seja, não participa do processo de definição do destino das riquezas produzidas

pelo trabalho e às vezes suas demandas sequer são incluídas no uso dos recursos produzidos.

Essa problemática em relação à exploração do trabalho da Juventude do Campo se agrava ainda

mais, quando olhamos para o trabalho da Jovem, mulher, a qual por muitas vezes é delegada a

função do cuidado com a casa e dos arredores, trabalho este que sequer é considerado como

produtivo.

Esta situação de exploração do trabalho da juventude camponesa é uma, mas não a única, das

grandes responsáveis pela expulsão do jovem e da jovem do campo, esta expulsão é uma das

formas de traficar a juventude para explorar seu trabalho na cidade.

O tráfico e exploração do trabalho humano são duas dimensões interligadas de um mesmo

problema, presentes em nossas vidas mais do que possamos perceber e se manifestam em

nosso cotidiano em quase todas as relações sociais que estabelecemos. Este problema está

relacionado à estrutura da sociedade em que vivemos que se nutre da desigualdade, onde uns

tem a posse dos recursos pra produzir a vida e se utiliza dessa posse para explorar o trabalho

daqueles que não a tem. É essa estrutura social que vai criando em nossa sociedade uma cultura

de exploração.

Para superar esta condição de exploração que os trabalhadores vivem é necessário projetar um

caminho na direção de outra forma de organização da sociedade este caminho perpassa, entre

outras coisas, pela mudança das relações sociais que estabelecemos, pela mudança de muitos

de nossos valores, por uma melhor distribuição da renda e dos meios de produção da vida. No

caso específico do campo e da juventude camponesa é necessário que se faça uma Reforma

Agrária Popular para que a juventude tenha as condições de continuar produzindo sua vida na

roça e ainda que construamos novas relações sociais pautadas na comunhão, na cooperação,

onde todos possam ser sujeitos, protagonistas do processo de produção da vida.

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Anexo 3

Missão da PJR Em cada período histórico, em sintonia, com os sinais dos tempos que se manifestam no

processo histórico em andamento, com o Evangelho e com a caminhada da Igreja no Brasil, a

PJR, compreendendo-se como parte das PJB – Pastorais da Juventude do Brasil, atualiza a sua

missão.

Na VI ANPJR, que aconteceu em Catu, na Bahia (março de 2009), definimos que a Missão

da PJR, como Igreja, é:

Evangelizar e conscientizar a juventude camponesa,

especialmente as jovens e os jovens empobrecidos, e

formar militantes cristãos,

discípulos missionários de Jesus Cristo,

para contribuir na transformação da sociedade

assumindo a construção do Projeto Popular de campo, articulado ao de sociedade,

e lutar pela vida do Planeta Terra (Gaia).

Vamos retomar a missão, passo por passo:

1.Evangelizar1 a juventude camponesa através: (NOSSA postura)

a. Do serviço solidário e gratuito; do diálogo aberto e franco; do anuncio da boa nova do

Reino; do engajamento em um grupo (testemunho de comunhão)2;

b. Do profetismo3 (anuncio, denuncia e testemunho), diante dos desafios da sociedade;

c. Do seguimento da pratica libertadora de Jesus de Nazaré, como Igreja, na construção

do Reino de Deus4.

2. Conscientizar5 especialmente as jovens e os jovens empobrecidos do campo

contribuindo: (NOSSA RELAÇÃO com o outro)

a. Na formação da consciência crítica e política;

b. No conhecimento da historia da luta do povo;

c. Na apropriação da cultura6 camponesa e resistência contra a aculturação;

3. Formar militantes cristãos7, discípulos missionários8, para: NOSSAS TAREFAS

1 Evangelizar é, através do testemunho de jovens cristãos e do anúncio, ajudar outros jovens a compreender e

assumir a pessoa de Jesus Cristo e o Projeto do Reino de Deus. Evangelizar é “a missão essencial da Igreja” (EN 14)

que nasce da ação evangelizadora de Jesus e dos doze (EN15). É missão “Igreja toda” e inclusive a de “evangelizar a si mesma” (EN 15). “Evangelizar, para a Igreja, é levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer

meio e latitude e pelo seu influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade” (EN 18). 2 Estes quatro passos são intrínsecos (fazem parte) da evangelização e formam uma seqüência pedagógica a ser

seguida na prática (cf. diretrizes gerais da ação evangelizadora - Doc. CNBB 71,15-16). Não confundir com os cinco passos pedagógicos do processo de formação do discípulo missionário, que são: o encontro com Jesus Cristo (fio

condutor); a conversão (resposta inicial); o discipulado (amadurecimento); a comunhão (na comunidade e na fé, na

esperança e no amor); e a missão (impulso de compartilhar a própria experiência). (cf. DGAE 92 e PNE - Doc CNBB 88 p. 14-15) 3 A evangelização é uma ação eminentemente profética (cf. Doc. CNBB 80 p. 22).

4 Reino de Deus (ou dos céus) é uma categoria teológica para designar o Projeto de Deus que não pode se realizar

totalmente no processo histórico, por causa das contradições do ser humano. Ele já se realiza, no processo da história, em cada momento que o povo tem mais Vida, em que a sociedade de torna justa e solidária. Mas, esta

realização parcial que está na sociedade atual é, ao mesmo tempo, sinal do Reino definitivo. Não é algo que se realiza apenas após a morte. 5 Conscientizar é ajudar as pessoas a superar uma consciência intransitiva (ingênua, fechada, dogmatizada) em vista

de uma consciência transitiva (crítica, histórica). 6 Cultura entendida como o jeito de viver ou a forma de um povo reproduzir a sua existência. 7 Militantes cristãos são jovens que, por se assumem como cristãos, se colocam a serviço da transformação da

sociedade, a partir dos princípios e valores do Evangelho.

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a. Conhecer as juventudes e seu contexto;

b. Realizar trabalho de base, visando o engajamento de mais jovens;

c. Ajudar na nucleação de grupos de jovens;

d. Contribuir na articulação entre grupos;

e. Contribuir na organização da PJR e formação de protagonistas;

f. Participar da comunidade e contribuir na renovação eclesial;

g. Engajar-se nas “esferas do Reino9” que existem na sociedade atual em vista do

ascenso do movimento de massa, da transformação da sociedade e da construção de

um projeto justo e solidário;

h. Vivenciar os valores cristãos, especialmente o serviço, a solidariedade e a partilha.

4. Contribuir na transformação da sociedade assumindo a construção do Projeto Popular10

de campo articulado ao de sociedade, através:

a. Do debate deste projeto com a juventude (participação popular);

b. Da vivência da agroecologia como modo de vida e principio de produção;

c. Da construção e efetivação da Educação do Campo e no campo11;

d. Da democratização da renda e geração de trabalho;

e. Da soberania alimentar e energética;

f. Da construção de espaços de lazer e arte-cultura;

g. Da comunicação popular;

h. Da democratização da terra e luta pela reforma agrária;

i. Da vivencia de novas relações de poder (gênero, raça/etnia, pais e filhos, gerações,

entre outras);

j. Da luta contra a exploração sexual das jovens e dos jovens;

k. Da luta contra o imperialismo.

5. Lutar pela vida do Planeta Terra, compreendido como Gaia12, através:

a. Do desenvolvimento da consciência ecológica;

b. Do zelo para que a água seja um direito inalienável;

c. Da defesa da biodiversidade;

d. Do cuidado dos biomas que existem em nosso país, a saber, Amazônia, Cerrado,

Caatinga, Pantanal e Pampa;

e. Do zelo das sementes como patrimônio dos povos a serviço da humanidade.

8 Cf. o Documento de Aparecida, precisamos ser, ao mesmo tempo, discípulos (pessoas que optam por Jesus e se

colocam a caminho) e missionários (anunciadores e forjadores do Reino de Deus e sua justiça, no mundo). 9 Entendemos por “esferas do Reino” todos os espaços de militância que assumimos, além da PJR. Pode ser: numa

pastoral específica (como na CPT, por exemplo), num movimento popular; num movimento sindical; num partido político ou numa organização política; entre outros. 10

Projeto de Sociedade em vista da transformação social, que está em construção, pela classe trabalhadora, neste

momento histórico e visa ser um passo para a construção de uma sociedade que vá além do capital. Busca a

implementação de reformas estruturais e o acumulo de forças para a transformação. Nesta construção somamos forças com a Via Campesina, as Assembléias Populares, a Consulta Popular e a Articulação da Juventude do Campo e

da Cidade (também conhecida como Levante da Juventude). 11

Educação do Campo indica uma educação que se contrapõe a Educação pensada para o campo (como a Educação

Rural) e se propõe a ser uma educação dos sujeitos do campo articulada com um projeto popular de campo e de

sociedade e Educação no campo indica que ela, para respeitar a cultura camponesa,precisa acontecer no campo. 12

Gaia quer dizer Terra viva e fecunda. A vida não está apenas sobre a Terra e ocupa partes da Terra. A Terra é uma entidade complexa que abrange a biosfera, a atmosfera, os oceanos e o solo, na sua totalidade e, como um todo, é um macro-organismo vivo que se auto-organiza e autoregula. Desequilíbrio podem causar catástrofes irreparáveis.

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Anexo 04

Oração da Campanha da Fraternidade de 2014

Ó Deus, sempre ouvis o clamor do vosso povo

e vos compadeceis dos oprimidos e escravizados.

Fazei que experimentem a libertação da cruz

e a ressurreição de Jesus.

Nós vos pedimos pelos que sofrem

o flagelo do tráfico humano.

Convertei-nos pela força do vosso Espírito,

e tornai-nos sensíveis às dores destes nossos irmãos.

Comprometidos na superação deste mal,

vivamos como vossos filhos e filhas,

na liberdade e na paz.

Por Cristo nosso Senhor.

AMÉM!

Anexo 05

Cantos para a vigília

Musicas selecionada (Áudio/Gravadas)

1. Canção Terra

2. 500 Anos de resistência índia, negra e

popular;

3. Regar a Terra;

4. Pai Nosso dos Mártires;

5. Coração Civil;

6. A terra não é de Ninguém;

7. América Livre;

8. Que verde e esse;

9. Procissão dos retirantes.

10. Eu Creio na Semente

11. Hino do III Congresso da Juventude

Camponesa

Musicas selecionadas (letras)

1. Terra livre Brasil;

2. Axé;

3. Negro Nagô;

4. Eu creio na semente;

5. América livre;

6. Canção da terra;

7. Pai Nosso dos mártires;

8. Jovem da roça;

9. Coração civil

10. Cativeiros.

11. Hino do I Congresso

12. Hino do II Congresso

13. Hino do III Congresso

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1. Terra Livre Brasil

Letra: Pe. Reneu Zortea

Música : Regina Cardozo Braun

1. Meu Brasil tão desigual

Onde reina o agronegócio

Mostra as garras de seus sócios

E quem ganha é o capital.

Neste enganoso sistema, Tudo se faz

mercadoria, até que vem a rebeldia e a

quebra das algemas;

PJR camponesa

Nesta luta ergue a bandeira:

Por terra livre Brasil

Sem ganância e fuzil

Pátria grande sem fronteira.

2. Por terra livre de vez, no campo que

brota a vida, é força pra nossa lida, o jovem

Jesus camponês.

Junto está mãe Maria: A jovem de Nazaré

Forjando em nossa fé, Seu canto de

rebeldia.

3. Nossa pátria livre, agora! Carrega os

sonhos de Deus: Quem semeia, o pão é

seu, Quem faz casa, nela mora. É terra,

pão, dignidade, O evangelho em ação na

luta por libertação:Transformando a

sociedade.

4. Ousemos sempre lutar, Por terra-mãe

camponesa, Partilha de dons e riquezas,

Na base o poder popular. A PJR encara

Este divino projeto, traga a bandeira e, por

certo, Venha e mostre a sua cara!

2. Axé

(Vera Lucia)

Ira chegar um novo dia/um

Novo céu, e uma nova terra

E um novo mar

E neste dia os oprimidos/

Numa só voz a liberdade irão cantar.

1. Na nova terra o negro Não vai ter

corrente/ o nosso Índio vai ser visto como

gente. Na nova terra o negro, índio e o

mulato/ o branco e todos vão comer no

mesmo prato.

2. Na nova terra a mulher terá direitos/ não

sofrerá humilhações nem preconceito/

O seu trabalho todos vão valorizar/ nas

decisões ela irá participar

3. A raça negra, maioria neste chão/ ainda

hoje luta pela abolição/ A nova terra o

palmares renascido/ será conquista desse

povo tão sofrido.

3. Nego nagô

1. Eu vou tocar minha viola, Eu sou um

negro cantador. O negro canta deita e rola,

Lá na senzala do senhor.

Dança ai negro nagô (4x)

2. Tem que acabar com essa história de

negro ser inferior, o negro é gente e quer

Escola, quer dançar samba e ser doutor.

3. O negro mora em Palafita, não e culpa

dele, não senhor. A culpa e da abolição

que veio e não o libertou.

4. Vou botar fogo no engenho aonde o

negro apanhou. O negro é gente como o

outro quer ter carinho e quer amor.

5. Eu creio na semente

(Padre Osmar)

Eu creio, sim! (4x)

Eu creio na semente

Lançada na terra

Na vida da gente

Eu creio no amor (bis)

1. No canto sonoro da ave que voa

A liberdade é um grito, bem alto ressoa

No jovem que luta a Esperança se faz

A semente que nasce é Vitória da paz.

2. Na voz dos pequenos reunimos em

prece, no serviço e louvor vida nova

acontece, na força do povo um dia já brilha,

Na mesa de todos, eis o pão da partilha.

3. Nas mãos que semeiam o sonho de

Deus, na terra de todos, presente do céu,

Renasce a alegria no rosto do povo, com

certeza veremos um mundo mais novo.

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6. América Livre

(Uacir Strapozzan - Milico)

1. América Latina de sangue e suor, Eu

quero pra ti um dia melhor, Este povo que

sofre pela mesma razão, Grita por

liberdade numa nova canção;

América, América, sou teu filho e digo

um dia quero livre contigo (2x).

2. América morena do velho e do novo,

Construindo a história na luta do povo,

Numa guerra de força contra o

imperialismo, Que dos povos da América é

o grande inimigo;

3. América minha quero te ver um dia, Teu

povo nas ruas com a mesma alegria, Gritar

a vitória no campo e cidade, e empunhar a

bandeira da liberdade.

7. Canção da Terra

1. Tudo aconteceu num certo dia/ hora da

ave-maria/ o universo viu gerar/ no

princípio o verbo se fez fogo/ nem atlas

tinha o globo/ mas tinha nome o lugar/ era

a terra, terra, terra, terra.

2. E fez o criador a natureza/ fez os

campos e florestas, fez os bichos, fez o

mar/ e fez por fim, então a rebeldia/ que

nos da garantia e que nos leva a lutar. Pela

terra, terra, terra, terra.

3. Madre Terra nossa esperança/ onde a

vida seus frutos/ o teu filho vem cantar/ ser

e ter o sonho por inteiro/ sou sem terra

guerreiro/ com a missão de semear/ a

terra, terra, terra, terra.

4. Mas apesar de tudo isso/ o latifúndio é

feito inço/ que precisa acabar/ romper as

cercas da ignorância/ que produz a

intolerância/ terra é de quem plantar. A

terra, terra, terra, terra.

8. Pai Nosso dos Mártires

Pai Nosso, dos pobres marginalizados.

Pai Nosso dos mártires, dos torturados.

1. Teu nome é santificado naqueles que

morrem defendendo a vida/ Teu nome é

glorificado quando a justiça é nossa

medida/ Teu Reino é de liberdade, de

fraternidade, paz e comunhão/ Maldita toda

violência que devora a vida pela repressão.

Ô, ô, ô, ô...

2. Queremos fazer tua vontade, és o

verdadeiro Deus libertador/ Não vamos

seguir as doutrinas corrompidas pelos

poder opressor/ Pedimos-te o pão da vida,

o pão da segurança, o pão das multidões/

O pão que traz a humanidade que constrói

o homem, em vez de canhões. Ô,ô ,ô ,ô...

4. Perdoa-nos quando por medo ficamos

calados diante da morte/ Perdoa e destrói

os reinos em que a corrupção é a lei mais

forte/ Protege-nos da crueldade, do

esquadrão da morte, dos prevalecidos/ Pai

Nosso revolucionário, parceiro dos pobres,

Deus dos oprimidos. Ô, ô, ô, ô...

9. Coração Civil (Milton Nascimento) Quero a utopia, quero tudo e mais Quero a felicidade nos olhos de um pai Quero a alegria muita gente feliz Quero que a justiça reine em meu país Quero a liberdade, quero o vinho e o pão Quero ser amizade, quero amor, prazer Quero nossa cidade sempre ensolarada Os meninos e o povo no poder, eu quero ver

São José da Costa Rica, coração civil Me inspire no meu sonho de amor Brasil Se o poeta é o que sonha o que vai ser real

Bom sonhar coisas boas que o homem faz

E esperar pelos frutos no quintal Sem polícia, nem a milícia, nem feitiço, cadê poder?

Viva a preguiça viva a malícia que só a gente é que sabe ter,

Assim dizendo a minha utopia eu vou levando a vida,

Eu viver bem melhor, doido pra ver o meu sonho teimoso, um dia se realizar.

10. Cativeiros (Antônio Gringo)

Page 14: 3ª Vigília Nacional da Juventude Camponesa

1. Ouvi um pássaro cantar no cativeiro Nesse instante não contive a emoção Em saber que a beleza de seu canto Condenou-o a viver numa prisão Se, por cantares, hoje vives prisioneiro Somos iguais neste ofício de cantor Pra dar ao mundo mais poesia e ternura Em liberdade, cantar a vida e o amor (Não tem preço, a liberdade não tem dono Só quem é livre sente prazer em cantar Se um passarinho canta mais quando está preso É no desejo de um espaço pra voar)

2. Quantos homens nas gaiolas desta vida Aprisionados pela empáfia do poder São como pássaros, cativos da injustiça Morrendo aos poucos na prisão do mau-viver Quero ver pássaros e homens livremente Romper na vida toda forma de prisão Que só o amor e liberdade nos cativem Aprisionando-se em cada coração

11. Hino do I Congresso Nacional da PJR

1. Em busca de terra e pão nós vivemos a

lutar/ A vida a libertação, nós queremos

transformar/ Quebrando a muralhas sinais

vivos de opressão/ Fazer nascer o novo

pra poder enfim cantar.

Da mãe terra o pão, êo, êo, êo/ Do

trabalho a dignidade/ Juventude

organizada construindo a igualdade.

2. Defende o teu projeto, juventude em

missão/ Semeando nessa terra, ver a

edificação/ De uma nova sociedade com

direito de sonhar, onde reine a igualdade/

Pra poder enfim cantar.

3. Desperta luta e cresça cidadão em

movimento/ Juventude roceira não cai no

esquecimento/ Ousamos um projeto pra

quem vive lá na roça/ Que esta terra seja

nossa/ Pra poder enfim cantar.

12. Hino do II Congresso Nacional da PJR

Levanta jovem é chegada a hora/ Mostra

tua cara, teu jeito de ser/ Vem anunciar o

raiar da aurora/ Um novo tempo faz

acontecer/ Rompendo as cercas da

exploração/ Enterra a exclusão/ No baú

das más lembranças/ Sacode o pó faz a

revolução/ Juventude camponesa

construindo a mudança.

E a esperança vamos anunciar/ Fazer a

mudança se concretizar/ No nosso peito

bate um coração Civil/ Nós queremos

um projeto popular para o Brasil.

Vamos buscar a Terra prometida/ O povo

Hebreu agora somos nós/ Prepara o povo

para a partida/ Da Boa Nova somos porta

voz/ Que nessa terra haja Igualdade/ Paz,

Fraternidade frutos da justiça/ Firmes na

luta e Fé no Deus da Liberdade/ Vamos

construindo/ A nova Sociedade.

13. Hino do III Congresso Nacional da Juventude Camponesa

Somos jovens camponeses. Sair do campo? não, senhor. Vivemos da agricultura, mãos calejadas, sim senhor. Queremos terra demarcada, soberania alimentar, Ter bom acesso nas estradas, poder no campo estudar. E viver sem violência, queremos terra pra plantar, Ter acesso a energia e água pra sede saciar. O camponês de Nazaré, nessa luta nos reuniu, Vem conosco caminhar pela terra livre Brasil. Juventude camponesa, em marcha segue a lutar. Por TERRA, PÃO, DIGNIDADE, na construção do projeto popular. (bis) Nossa luta é contra o latifúndio, contra o veneno e a injustiça, Combatendo o agronegócio, onde pulsa o poder da cobiça. Permanecia do jovem no campo, garantindo sua autonomia, se misturando com a mãe terra que grita por agroecologia. Reforma Agrária, trabalho humano, produção e resistência, lutar por nossos direitos, é a nossa insistência.