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ESCOLA SUPERIOR DE ENFERMAGEM DE COIMBRA
3º Curso de Mestrado em Enfermagem de Saúde Mental e Psiquiatria
Trabalho de Investigação realizado no âmbito do 3º Curso Mestrado em Enfermagem de Saúde Mental
e Psiquiatria sob orientação do Professor Doutor José Carlos Santos
ESTRUTURA DO TRABALHO DE
INVESTIGAÇÃO
Enquadramento Teórico
Adolescência
Comportamentos da
Esfera Suicidária
Adolescência e Suicídio
Autores: Abramovitch, 2011; Borges, 2008; Bridge, 2006; Diener e Ryan, 2009; Madge, 2008, 2011; Maughan, 2013; OMS, 2002, 2005, 2009; Parks, 2010; Poletto e Koller, 2009; Sampaio, 2002; Santos et al, 2014; Saraiva, 2006; Thapar, 2012.
Fase Empírica
Metodologia
Tratamento e Análise dos
Dados
Discussão dos Resultados
Guia de Boas Práticas para a Prevenção de Sintomatologia Depressiva e
Comportamentos da Esfera Suicidária (Ordem dos Enfermeiros, 2012);
Avaliação das necessidades em saúde mental de um grupo ou
comunidade, nos diversos contextos sociais;
Utilização dos conhecimentos obtidos permite uma identificação,
planeamento, execução e avaliação de projetos de intervenção
comunitária mais consistentes e eficazes;
Coordenar, implementar e desenvolver projetos de promoção e
proteção da saúde mental e prevenção da perturbação mental na
comunidade e grupos (Regulamento nº 129/2011, Ordem dos
Enfermeiros).
OBJETIVOS DO ESTUDO
Identificar alguns componentes da saúde mental dos
adolescentes na Ilha do Pico;
Avaliar a correlação dos componentes da saúde mental
dos adolescentes com os comportamentos da esfera
suicidária;
Caraterizar os adolescentes da Ilha do Pico quanto ao seu
bem estar, autoconceito, depressão, coping e
comportamentos da esfera suicidária;
Perceber como as variáveis se relacionam entre si.
HIPÓTESES
H1- A vulnerabilidade para o comportamento suicidário é maior no sexo
feminino comparativamente ao masculino, nomeadamente na
sintomatologia depressiva, coping, autoconceito e bem-estar psicológico;
H2- A vulnerabilidade para o comportamento suicidário é maior nos anos de
escolaridade mais avançados, nomeadamente na sintomatologia
depressiva, coping, autoconceito e bem-estar psicológico;
H3- Os adolescentes que referem história de ideação suicida apresentem
maior sintomatologia depressiva;
H4- Os adolescentes que referem desejo recorrente de morrer apresentam
menor índice de bem-estar e maior sintomatologia depressiva;
HIPÓTESES
H5- Os adolescentes que referem protagonizarem cortes deliberados
apresentam menores indices de coping e de bem-estar;
H6- Os adolescentes que referem consumo excessivo de álcool apresentam
menores estratégias de coping e autoconceito;
H7- Os adolescentes que referem terem tomado comprimidos ou tóxicos
com a intenção de morrer apresentam maior sintomatologia depressiva,
menores estratégias de coping e menor autoconceito.
DESENHO DA INVESTIGAÇÃO
Tipo de Estudo
Quantitativo descritivo - correlacional não experimental e
exploratório
Alunos do 7º ao 12º ano das três Escolas Básicas e Secundárias da
Ilha do Pico
Variáveis
• Bem-estar;
• Autoconceito;
• Depressão; • Coping;
• Comportamento da esfera
suicidária.
Variáveis atributo
• Idade; • Sexo;
• Ano escolaridade.
POPULAÇÃO E AMOSTRA
Critérios de inclusão:
Adolescentes que frequentem o
7º ao 12º ano;
Escolas Básicas e Secundárias da
Ilha do Pico;
Autorização dos tutores.
Técnica de amostragem:
intencional
N = 484
INSTRUMENTO DE COLHEITA DE
DADOS
Baseado no Projeto +Contigo
Parte I - Dados sócio-demográficos: 4 questões, referentes às variáveis sexo, idade, escola e ano de escolaridade.
Parte II – Escala OMS Cinco Índice de Bem-Estar. Mede o atual bem-estar mental, composto por cinco afirmações formuladas apenas pela positiva para evitar sintomas consequentes da linguagem usada.
Parte III - Escala Toulousiana de Coping (2005). É um questionário de auto-resposta , permite analisar o modo como os adolescentes fazem face às situações difíceis com as quais se confrontam. Apresenta cinco subescalas: Controlo (13 itens), Retraimento, Conversão e Aditividade (13 itens), Distração Social (10 itens), Suporte Social (7 itens), Recusa (8 itens). Apresenta um total de 51 itens .
Parte IV - Inventário de Depressão de Beck & Steer (BDI-II), 1987, Martins (2000).
Possui 21 itens. Para cada um deles há quatro afirmativas de resposta (com
exceção dos itens 16 e 18) entre as quais o sujeito escolhe a mais aplicável a si
mesmo.
Parte V - Escala de Auto-Conceito (Piers-Harris Children’s Self-Concept Scale 2,
Piers & Hertzberg, 2002, Veiga (2006). Avalia: Estatuto intelectual (13 itens); Aspeto
comportamental (13 itens); Ansiedade (8 itens); Aparência física (8 itens);
Popularidade (10 itens); Satisfação-felicidade (8 itens). Totalizam 60 itens no
formato dicotómico de resposta “sim” ou “não”.
Parte VI - Antecedentes de comportamentos suicidários. Composto por 10 itens.
Para cada um deles há três opções de resposta (nunca, às vezes e muitas vezes)
entre as quais o sujeito escolhe a que mais se apróxima do que se passou na sua
vida.
INSTRUMENTO DE COLHEITA DE DADOS
PROCEDIMENTOS DE RECOLHA DE
DADOS E ASPETOS ÉTICOS
Feito o pedido aos membros o Projeto +Contigo para
o acesso e utilização do questionário;
Pedidos de autorização formal aos Conselhos
Executivos das escolas secundárias da Ilha do Pico;
Pedidos de autorização dos tutores dos adolescentes
através do Consentimento Informado;
Garantida o anonimato e confidencialidade da participação.
Estatística Inferencial Grau de consistência interna Alpha de Cronbach;
Teste Kolmogorov Smirnov (distribuição normal);
Teste T-student;
Teste Anova;
Coeficiente de correlação de Pearson;
Test post-hoc de Tuckey;
Nível de significância de 0,05.
Estatística Descritiva
Frequências absolutas (n) e percentuais (%), a média e o desvio
padrão.
Tratamento dos dados Programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS),
versão 20.0
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Alunos %
Total (n) 484 100,0
Escolas
Madalena 168 34,7
São Roque 85 17,6
Lajes do Pico 231 47,7
Sexo Masculino 210 43,4
Feminino 274 56,6
Idade
Média 15,10
min 12,0
máx 25,0
Ano
Escolaridade
7º 106 21,9
8º 85 17,6
9º 46 9,5
10º 120 24,8
11º 61 12,6
12º 66 13,6
Nunca Uma ou duas
vezes
Mais que duas
vezes
Ideação suicida 79,5 15,5 4,3
Desejo de morrer 78,3 16,3 5,0
Comportamento
de risco
69,0 23,8 6,4
Substâncias
alcoólicas
64,0 25,4 9,7
Risicos
desmedidos
76,9 18,8 3,5
Corte deliberado 86,6 8,3 4,3
Comprimidos ou
tóxicos
94,2 2,1 3,1
Índice de bem-estar (média) 21,35
Autoconceito (média) 39,31
Coping (média) 147,42
Sem depressão (%) 63,6
Leve (%) 16,3
Moderada (%) 12,0
Severa (%) 7,9
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
CARACTERIZAÇÃO DA AMOSTRA QUANTO AOS NÍVEIS MÉDIOS DE BEM-ESTAR,
AUTOCONCEITO, COPING E PERCENTAGEM DE SINTOMATOLOGIA DEPRESSIVA
Média S p
Sintomatologia
depressiva
Masculino 11,37 10,96 0,67
Feminino 12,38 10,53
Coping
Masculino 147,19 24,22 0,31
Feminino 147,59 19,65
Autoconceito Masculino 40,00 10,45
0,19 Feminino 38,78 9,80
Bem-estar
Masculino 21,90 4,29 0,79
Feminino 20,93 4,33
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
HIPÓTESE 1
Hipótese 1
Não existe relação estatisticamente significativa entre o género e a
sintomatologia depressiva, o coping, o autoconceito e o bem-estar.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Estudos que corroboram estes resultados:
Santos et al (2014) não encontrou diferenças significativas entre o
género e as estratégias de coping.
Estudos com resultados contrários salientamos:
Huq (2005), Claudino (2006), Santos et al (2014) encontraram
diferenças estatisticamente significativas entre os níveis de
sintomatologia depressiva e o género;
Dell’ Aglio (2002) concluiu haver diferenças entre o género e o tipo
de estratégias de coping utilizadas;
Veiga (1996) e Santos et al (2014) revelaram diferenças
estatisticamente significativas entre o género e o autoconceito;
Bizarro (1999) e Poletto e Koller (2009), reporta níveis de bem-estar
menores nas raparigas do que nos rapazes.
Ano de
Escolaridade
Sintomatolo
gia
Depressiva
p
Coping
p
Autocon
ceito
p Bem
estar p
7º ano 11,86
0,00
21,43
0,63
39,34
0,07
22,40
0,00
8º ano 10,14 21,52 40,29 22,69
9º ano 16,65 19,54 36,41 20,69
10º ano 11,83 20,05 38,85 20,80
11º ano 14,83 20,60 38,15 19,39
12º ano 8,68 19,18 41,90 21,24
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
HIPÓTESE 2
Hipótese 2
Existe relação entre o autoconceito e bem-estar e o aumento do ano de
escolaridade.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Estudos que corroboram estes resultados:
Bizarro (1999) verificou que os jovens entre os 15 e os 17 anos
apresentam um nível de bem-estar mais baixo.
Wigfield (2005) e Harter (2006) apontam para a existência de
alterações nos níveis de autoconceito ao longo da idade do
adolescente.
Estudos com resultados contrários salientamos:
Kliegman (2004) e Santos et al (2014) afirmam o aumento da
sintomatologia depressiva com a idade;
Dell’ Aglio (2002) sugere que as habilidades necessárias para usar
estratégias de coping emergem em diferentes estados do
desenvolvimento;
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
HIPÓTESE 3
Ideação suicida
% Sintomatologia
depressiva f p
Nunca 79,5 9,63
72,92 0,00
Uma ou duas vezes
15,5 30,95
Mais que duas vezes
4,3 18,54
Hipótese 3
Apresentar ideação suicida representa maior níveis de sintomatologia
depressiva.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Estudos que corroboram estes resultados:
Sampaio (2000) encontrou no seu estudo 34% de ideação suicida em
adolescentes;
Borges (2006) encontra uma taxa de incidência de ideação suicida
entre os 19% e os 34%;
Bridge (2006) defende que a ideação suicida tem, na adolescência,
uma prevalência de 15 a 25%;
Saraiva (2006) enfatiza que a depressão é um fator importante para
ideação suicida em adolescentes;
Borges (2008) refere que a ideação suicida está associada a
perturbações depressivas;
Park (2010) a ideação suicida pode ser considerada como um
primeiro passo para um eventual suicidio;
Saraiva (2006) A depressão tem uma posição de destaque no que se
refere ao potencial para o suicídio
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
HIPÓTESE 4
Nunca Uma ou duas
vezes
Mais que
duas vezes f p
Sintomatologia
depressiva 9,72 17,53 28,75 60,21 0,00
Bem-estar 22,08 19,17 17,12 29,84 0,00
Hipótese 4
Apresentar desejo recorrente de morrer representa maiores níveis
de sintomatologia depressiva e menores níveis de bem-estar.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Estudos que corroboram estes resultados:
Madge (2008) encontrou uma alta prevalência de
comportamentos e pensamentos autolesivos;
Madge (2011) observou uma relação de maior gravidade
entre a história de autolesão e os níveis altos de depressão e
níveis baixos de autoestima
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
HIPÓTESE 5
Nunca Uma ou duas
vezes
Mais que
duas vezes f p
Coping 44,14 39,47 37,80 12,80 0,00
Bem-estar 21,80 18,47 17,85 19,21 0,00
Hipótese 5
Protagonizar cortes deliberados representa menores níveis de coping e de
bem-estar.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Estudos que corroboram estes resultados:
Hawton (2002) encontrou 6,9% de adolescentes que relataram comportamentos autolesivos no ano anterior;
Hawton (2002) encontrou fatores associados, tais como,
impulsividade e baixa autoestima.
Madge (2011) evidencia uma relação de maior gravidade
entre os comportamentos autolesivos a impulsividade e os
níveis baixos de autoestima.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
HIPÓTESE 6
Nunca Uma ou duas
vezes
Mais que
duas vezes f p
Coping 20,90 19,95 19,00 4,04 0,01
Autoconceito 39,82 39,42 36,17 2,71 0,06
Hipótese 6
O consumo excessivo de álcool representa menores níveis de estratégias
de coping.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Estudos que corroboram estes resultados:
Madge (2011) defende que adolescência é uma fase em que
muitos comportamentos de risco para a saúde são iniciados;
Marcelli e Braconnier (2005) verificaram alguns traços como:
intolerância à frustração, ansiedade, tendência depressiva e o
sentimento de inferioridade, a perda de autoestima.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
HIPÓTESE 7
Nunca Uma ou duas
vezes
Mais que
duas vezes f p
Sintomatologia
depressiva 11,22 22,50 27,13 22,74 0,00
Coping 20,61 19,90 16,60 5,02 0,00
Autoconceito 39,97 29,70 27,46 16,96 0,00
Hipótese 7
O consumo excessivo de comprimidos ou tóxicos representa maior
sintomatologia depressiva e menores níveis de estratégias de coping e
autoconceito.
APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS
Estudos que corroboram estes resultados:
Borges e Werlang (2006) defende que o jovem pode enveredar
por comportamentos agressivos, impulsivos ou mesmo suicida;
Chloe (2012) carateriza estes adolescentes como possuindo
menores habilidades para resolver problemas;
Saraiva (2006) e Borges (2008) encontraram 50% de
adolescentes com sintomatologia depressiva;
Cruz (2006) defende a presença de rigidez cognitiva e
disporem de baixo nível de competências sociais;
Derouin (2004) encontra a existência de relação entre a
tentativa de suicídio com a baixa autoestima.
CONCLUSÃO
Existe um longo caminho a percorrer, no que respeita a programas
de promoção da saúde mental nos Açores.
Este estudo, pretende dar o seu contributo para que se
desenvolvam, rápida e eficazmente estratégias mais eficientes de
promoção da saúde mental, sendo os adolescentes um público-alvo
privilegiado, uma vez que se encontram numa fase de construção
da personalidade.
Pensamos que incidir os meus objetivos na área da prevenção numa
área tão pouco desenvolvida na ilha do Pico é essencial para um
crescimento mais saudável da população adolescente.
SUGESTÕES
Contactar as equipas de saúde escolar dos três concelhos e planear
ações para pais e professores que visem ajudar a desmistificar o que é
saúde mental e psiquiátrica conhecer comportamentos de risco e
identificá-los;
Procurar promover inicialmente a articulação entre a equipa de saúde
mental do Hospital da Horta com o Centro de Saúde da Madalena e a
longo prazo com os outros dois centros de saúde;
Promover o autoconceito, coping, bem-estar e combater a
sintomatologia depressiva junto dos adolescentes;
Dar a conhecer junto da população adolescente os malefícios da
utilização de drogas e álcool;
Orientar a informação que pode ser dada à população adolescente
sobre sinais de alerta em que o adolescente deve procurar apoio.
LIMITAÇÕES DO ESTUDO
Não autorização dos tutores para a
colaboração dos adolescentes;
Escassa pesquisa empírica nesta área nos
Açores.
Everybody Hurts
When your day is long and the night The night is yours alone When you're sure you've had enough of this life, well hang on Don't let yourself go
Everybody cries and everybody hurts sometimes Sometimes everything is wrong Now it's time to sing along When your day is night alone (hold on, hold on) If you feel like letting go (hold on) When you think you've had too much of this life, well hang on Everybody hurts Take comfort in your friends Everybody hurts Don't throw your hand Oh, no
Don't throw your hand If you feel like you're alone, no, no, no, you are not alone
If you're on your own in this life The days and nights are long When you think you've had too much of this
life to hang on Well, everybody hurts sometimes Everybody cries And everybody hurts sometimes And everybody hurts sometimes So, hold on, hold on Hold on, hold on Hold on, hold on (Hold on, hold on) Everybody hurts You are not alone
Obrigado pela sua
atenção