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4 Enfermagem no centro cirúrgico 2. Estrutura, materiais e equipamentos do Centro Cirúrgico 0 2 3. Classificando a Cirurgia por Potencial de Contaminação 0 7 4. Nomenclatura Cirúrgica 0 7 5. Os Cuidados de Enfermagem no Pré- Operatório 0 9 6. Os Cuidados de Enfermagem no Trans- Operatório 1 0 7. O Cuidado de Enfermagem no Pós- Operatório 1 3 8. Gastro - intestinais 1 4 9. Torácicas 1 5 10. Ortopédicas 1 6 1. Renal 1 7 Perio-operatorio de Cirurgias ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO O CENTRO CIRÚRGICO é o conjunto de áreas e instalações que permitem efetuar a cirurgia nas melhores condições de segurança para o paciente , e de conforto para a equipe de saúde. No contexto hospitalar é o setor mais importante pela decisiva ação curativa da cirurgia, exigindo, assim detalhes minuciosos em sua construção para assegurar a execução de técnicas assépticas , instalação de equipamentos específicos que facilitem o ato cirúrgico. Em sua construção devemos observar: localização ,área, estrutura, composição física, salas de cirurgias, equipamentos e materiais, sua administração e regulamentos. Sua localização deve oferecer segurança quanto as técnicas

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4 Enfermagem no centro cirúrgico

2. Estrutura, materiais e equipamentos do Centro Cirúrgico 02 3. Classificando a Cirurgia por Potencial de Contaminação 07 4. Nomenclatura Cirúrgica 07 5. Os Cuidados de Enfermagem no Pré-Operatório 09 6. Os Cuidados de Enfermagem no Trans-Operatório 10 7. O Cuidado de Enfermagem no Pós-Operatório 13 8. Gastro - intestinais 14 9. Torácicas 15 10. Ortopédicas 16 1. Renal 17

Perio-operatorio de Cirurgias ENFERMAGEM EM CENTRO CIRÚRGICO

O CENTRO CIRÚRGICO é o conjunto de áreas e instalações que permitem efetuar a cirurgia nas melhores condições de segurança para o paciente , e de conforto para a equipe de saúde.

No contexto hospitalar é o setor mais importante pela decisiva ação curativa da cirurgia, exigindo, assim detalhes minuciosos em sua construção para assegurar a execução de técnicas assépticas , instalação de equipamentos específicos que facilitem o ato cirúrgico.

Em sua construção devemos observar: localização ,área, estrutura, composição física, salas de cirurgias, equipamentos e materiais, sua administração e regulamentos. Sua localização deve oferecer segurança quanto as técnicas assépticas, sendo distanciada de locais de grande circulação, ruídos e poeiras.

Quanto a área e ao numero de salas devemos considerar a duração da programação cirúrgica especialidades atendidas, ensino e pesquisa.

1. Secção de bloco operatório (salas de operação equipadas);

2. Seção de Recuperação Pós anestésicas (leitos equipados para atender ao paciente na recuperação Pós-anestésicas);

3. Seção de material (guarda de material estéril e não estéril, como medicamentos, seringas, fios de suturas , próteses etc.).

► NA COMPOSIÇÃO FÍSICA TEMOS ELEMENTOS INDISPENSÁVEIS E INDEPENDES PARA MELHOR FUNCIONAMENTO DA ROTINA: 1. Vestiário; 2. Conforto médico; 3. Sala de anestesias; 4. Sala de enfermagem; 5. Sala de estoque de material e medicamentos; 6. Área para recepção de pacientes; 7. Sala de operação; 8. Sala para equipe de limpeza e elementos de apoio (banco de sangue, raios X, laboratórios, anatomia patológica, auxiliares de anestesia, segurança, e serviços gerais – engenharia clínica- parte elétrica, hidráulica e eletrônica).

I - ESTRUTURA, MATERIAIS E EQUIPAMENTOS

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● Tamanha das salas (dimensões adequadas a cada especialidade); ● Portas largas;

► EM SALAS DE CIRURGIAS, LOCAL DESTINADO AOS PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS, ALGUNS ELEMENTOS SÃO CUIDADOSAMENTE, PROJETADOS PARA GARANTIR A SEGURANÇA E EFICÁCIA DAS TÉCNICAS APLICADAS : ● Pisos de superfície lisa; ● Paredes anti-acústicas; ● Teto de material lavável;

● Janelas que não permitam entrada de poeira e insetos; ● Iluminação com ausência de sombras e reflexos; ● Ventilação com temperatura ambiente; ● Renovação do ar e umidade adequadas; ● Lavabo com misturadores para água.

SALA DE CIRURGIA é um dos componentes da zona estéril e deve dispor de: ♦ Uma mesa de operação com comandos de posições na cabeceira, ou mesa própria para a especialidade a que se destina; ♦ Mesas auxiliares para o instrumental;

♦ Mesa para o anestesista e seus medicamentos;

♦ Aparelhos de anestesia e respiradores, foco de luz, para a enfermeira, prateleiras para a guarda de fios, campos e instrumental. ♦ A sala de cirurgia deve abrigar aparelhos auxiliares como bisturi elétrico.

MATERIAL CIRÚRGICO é todo o conjunto de objetos, instrumentos e equipamentos que entram em contato direto ou indireto com a região operatória, utilizados para a execução de determinado procedimento cirúrgico.

Sua classificação é de acordo com a sua função ou uso principal, visto que muitos equipamentos têm mais de uma utilidade. Basicamente, um procedimento cirúrgico segue 3 etapas principais: diérese, hemostasia e síntese.

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1. DIÉRESE: 2. PREENSÃO

DIÉRESE Corte Bisturi, tesoura

PREENSÃO Apanhar estruturas Pinça anatômica e dentes de rato

HEMOSTASIA Pinçamento de vasos Pinças hemostáticas (Halsted, Kelly )

EXPOSIÇÃO Afastamento de tecidos Afastadores (Farabeuf, Gosset etc.)

ESPECIAL Própria Pinça de Abadie - cirurgia gástrica

Pinça de Potts - cirurgia vascular

SÍNTESE União de tecidos Porta-agulhas, agulhas

3. HEMOSTASIA 4. EXPOSIÇÃO

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5. SÍNTESE OU SUTURA

● PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA:

Historicamente, o objetivo primário das barreiras de proteção em sala operatória sempre se dirigiu para a proteção dos pacientes à exposição de microrganismos presentes e liberados pelos trabalhadores.

É o vestuário especifico de acordo com os procedimentos realizado no Centro Cirúrgico. Tradicionalmente, inclui o uniforme privativo (calça e blusa), propé ou sapato privativo, gorro, máscara, avental cirúrgico e luva cirúrgica. Ressalta que a utilização do uniforme privativo deve ser restrita ao ambiente do Centro Cirúrgico, com o objetivo de proteção dos profissionais envolvidos no cuidado ao paciente em tal unidade critica. As roupas da rua nunca devem ser usadas em áreas semi-restritas ou restritas do centro cirúrgico. Deve haver um ponto de demarcação entre as áreas de circulação sem restrição e semi-restritas que ninguém pode ir, a menos que esteja

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adequadamente paramentado, sendo que este deve incluir gorro ou capuz, propés e máscara facial.

Uma forma de facilitar o atendimento em casos de emergência e proporcionar o acesso a áreas restritas com maior rapidez e conseqüentemente diminuir a morbidade e mortalidade na instituição.

Os profissionais devem utilizar jaleco quando fora de áreas restritas. A permissão do uso de uniformes dentro e fora do bloco só foi permitido aos cirurgiões e enfermeiros, sendo que estes no momento que vai assumir o plantão trocam a roupa que veio da rua e veste o uniforme que é de uso restrito no ambiente hospitalar.

♦ ZONA DE PROTEÇÃO (NÃO RESTRITA): Vestiários; Área de transferência; Expurgo

♦ ZONA LIMPA (SEMI-RESTRITA): Secretaria; Conforto médico; Sala de recepção do pcte; de recuperação anestésica; de acondicionamento de material; de esterilização; centro de material; sala de serviços auxiliares; e de equipamentos.

♦ ZONA ESTÉRIL (RESTRITA): Corredor de acesso; Lavabo; Sala de operação.

► SEGUNDO PORTARIA nº2.616/98, DE 12/05/98 DO Ministério da Saúde.

1. LIMPAS:Tecidos estéreis ou de fácil descontaminação. 2. POTENCIALMENTE CONTAMINADAS: Realizadas em tecidos de difícil descontaminação. 3. CONTAMINADAS: Realizados em tecidos recentemente traumatizados e abertos com processo de inflamação mas sem supuração. 4. INFECTADAS: Realizadas em tecidos com supuração local, tecido necrótico, feridas traumáticas sujas.

São termos formados por prefixos utilizados no dia-a-dia cirúrgico , indicando o órgão e o ato cirúrgico a ser realizado.

Algumas palavras já constituem vernáculo técnico , portanto , mais conhecidas. * EXEMPLOS:

Adeno –glândula. Cisto –bexiga. Cole –vesículas. Colo –colo. Colpo-vagina. Êntero –intestino. Gastro –estômago. Hístero –útero. Nefro –rim. Oftalmo –olhos. Oofor –ovários. Orqui –testículos. Ósteo –osso. Oto –ouvido. Procto –reto. Rino –nariz. Salpinge –trompas. Tráqueo –traquéia. Ectomi- remoção de um órgão ou parte dele.

Pexia – fixação de um órgão. Plastia – alteração de forma de um órgão. Ráfia – sutura. Scopia- olhar no interior. Somia – abertura de uma nova boca. Tomia- abertura de um órgão.

Apendicectomia- apêndice. Cistectomia – bexiga. Colecistectomia – vesícula biliar. Esplenomegalia- baço. Hepatomegalia- fígado. Histerectomia- útero. Mastectomia- mama. Nefrectomia- rim. Pneumectomia- pulmão.

Artromia- articulação. Duodenotomia- duodeno. Laparotomia- cavidade abdominal. Toracotomia-parede torácica.

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Colecistomia- abertura e colocação de drenos. Colostomia- abertura do colo através da parede abdominal. Ileostomia –formação de abertura artificial do íleo. Nefrostomia – colocação de sonda no rim para drenagem de urina.

Hísteropexia- suspensão e fixação do útero. Nefropexia- suspensão e fixação do rim. Orquiopexia- abaixamento e fixação do testículo em sua bolsa.

Blefaroplastia- plástica da pálpebra. Mamografia- plástica de mama. Rinoplastia- plástica da trompa para sua recanalização.

Colporrafia- sutura da vagina. Gastrorrafia- sutura do estômago. Tonorrafia- sutura do tendão.

O PERÍODO PRÉ-OPERATÓRIO tem inicio com a internação estendendo-se até o momento da cirurgia. ♦ OBJETIVO:

Tem como objetivo também assegurar confiança e tranqüilidade mental ao paciente

Levar o paciente as melhores condições possíveis para cirurgia, para garantir-lhe menores possibilidades de complicações. Cada paciente deve ser tratado e encarado individualmente. Dependendo da cirurgia a ser realizada, o preparo pré-operatório poderá ser feito em alguns dias ou ate mesmo em minutos. ♦ CUIDADOS:

1. Ao preparo psicológico do paciente, explicando os procedimentos a serem realizados. 2. A coleta e encaminhamento dos materiais para exames. 3. A manutenção do jejum quando necessário. 4. A aplicação de medicamentos, soro e sangue. 5. A realização de controles. 6. Sinais vitais. 7. Diurese. 8. Observação de sinais e sintomas. 9. Anotação na papeleta.

► PROCEDER À LIMPEZA E PREPARAR A PELE PARA CIRURGIA DA SEGUINTE FORMA: ● Desinfecção por agentes químicos (povidini) e tricotomia (raspagem de pelos).

● São utilizados sabões especiais e anti-sépticos da pele.A limpeza da pele com esses produtos é feita durante o dia que precede a cirurgia ou no mesmo dia, dependendo da rotina do hospital. O emprego desta técnica visa remover ou destruir os germes existentes na pele. ● Tricotomia da região a ser operada, bem ampla.

● Banho completo, incluindo cabeça e troca de roupa.

● Limpeza e corte das unhas, remover esmaltes (pés e mãos) para poder observar a coloração durante a cirurgia.

● Mandar barbear os homens. ● Dieta leve no jantar.

● Lavagem intestinal ou gástrica, de acordo com a prescrição médica.

● Jejum após o jantar, orientar o paciente.

● Promover ambiente tranqüilo e repousante.

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O PERÍODO TRANS-OPERATÓRIO compreende todos os momentos da cirurgia, da chegada do paciente à unidade de centro cirúrgico até a sua saída no final da cirurgia.

Os cuidados de enfermagem não se restringem somente à prestação de cuidados diretos ao paciente. Para que o procedimento cirúrgico possa ocorrer, são necessárias certas condições que a enfermagem deve prover:

♦1. Material para anestesia e cirurgia (Lap’s, soluções, pomadas, material para curativo, medicamentos, instrumental, etc. ), inclusive os especiais ( cirurgias ortopédicas, etc. ) deixando-os em local de fácil acesso;

♦2. Testar equipamentos ( Monitores, pontos de O2, vácuo, negatoscópio, etc. ); ♦3. Verificar condições de limpeza da sala;

♦4. Posicionar equipamentos móveis ( suporte para soros, baldes para lixo, escadinha, suporte de hampers, etc. );

♦5. Observar segurança da sala como posicionamento de fios e chão molhado; ♦6. Ajustar a temperatura da sala ( entre 21°C e 24°C )

● Realizar uma breve leitura do prontuário ou das recomendações de enfermagens vindas do setor de origem do paciente, certificando-se sobre os dados de identificação do paciente e sobre a cirurgia a que ele será submetido;

● Observar se todos os cuidados pré-cirúrgicos relacionados ao procedimento foram devidamente realizados, como a administração de medicamentos pré-anestésicos ( avaliando inclusive os seus efeitos) e preparo do local (tricotomia) entre outros; ● Verificar os sinais vitais do paciente, comunicando ao médico anestesista ou ao enfermeiro possíveis alterações; ● Atentar para a presença e a necessidade de retirar esmalte dos dedos, adornos, brincos, cordões e pulseiras ou próteses dentárias, que normalmente são retirados antes do paciente deixar a unidade de origem com destino ao centro cirúrgico; ● Colocar no paciente gorro e sapatilhas; as roupas de cama que o cobriam devem ser trocadas por roupas de cama do próprio centro cirúrgico; ● Manter uma recepção calma, tranqüila que traga segurança ao paciente;

● Observar o comportamento do paciente: confiança, ansiedade, melancolia, insegurança, agressividade, etc.

♦ Garantir a segurança física e emocional do paciente: as grades devem estar erguidas, o profissional deve posicionar-se à cabeceira da maca; ♦ Avaliar a expressão facial do paciente;

♦ Cuidados com acesso venoso, drenos, infusões;

♦ Não realizar movimentos bruscos e manter o paciente protegido com o lençol devido ao frio. ♦ Comunicar-se com o paciente;

♦ Garantir um transporte tranqüilo;

♦ Evitar conversas desnecessárias, brincadeiras, ruídos, etc. respeitando o estado em

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que se encontra o paciente

O bloqueio anestésico é utilizado para que o procedimento transoperatório ocorra de forma que o paciente não sinta dores, ou para que o mesmo não faça movimentos bruscos em áreas que estão cirurgiadas. Durante a anestesia, os cuidados são basicamente prestados pelo anestesista, cabendo à enfermagem: ● Posicionar o paciente adequadamente para que ele possa aplicar o anestésico;

● Dar apoio ao paciente;

● Disponibilizar material e drogas anestésicas;

apresentando algum tipo de instabilidade orgânica de sistemas vitais

É a unidade destinada a prestação de cuidados ao paciente submetido à intervenção cirúrgica que ainda se encontra sob efeitos anestésicos, geralmente

Uma equipe de enfermagem especializada é fundamental, assim como a presença constante de um anestesista em cada equipe transdisciplinar de saúde.

* OBS: PERMANECER NA SALA DE CRPA ATÉ O PACIENTE RECUPERAR 50% A 75% DOS SINAIS VITAIS;

♦ Avaliar sinais vitais de 15 em 15 minutos, depois de 30 em 30 minutos; ♦ Avaliar oxigenação, estimulando o movimento respiratório;

♦ Observar ocorrência de vômitos, lateralizar a cabeça;

♦ Limpar vias aéreas e aspirar se necessário;

♦ Manter vigilância, manter curativo limpo e seco;

♦ Tomar medidas para aliviar a dor;

♦ Realizar balanço hídrico;

♦ Proporcionar conforto e segurança;

♦ Informar a família sobre o estado do paciente.

♦ Para uma perfeita monitorização do paciente, o CRPA deve dispor de:

♦ Equipamentos de monitorização de sinais vitais como monitores cardíacos e oximetria de pulso;

♦ Cama com grade e posicionamento;

♦ Central de O2 e vácuo;

♦ Suporte para soros, drenos, bombas de infusão, etc.;

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♦ Medicamentos e materiais utilizados em emergência;

♦ Equipamentos para a manutenção de suporte avançado de vida, como por exemplo, ventiladores mecânicos artificiais, balão intra-aórtico, marca-passo externo, etc.

Os CUIDADOS DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO são aqueles realizados após a cirurgia ate a alta.

Visam ajudar o recém operado a normalizar suas funções com conforto e da forma mais rápida e segura.

Incluímos nesses cuidados o preparo da unidade para receber o paciente internado. ● AO RECEBER O PACIENTE NO QUARTO. ■ Transportá-lo da maca para a cama com o auxilio de outros funcionários.

■ Cobri-lo e agasalhá-lo de acordo com a necessidade.

■ Verificar na papeleta as anotações do centro cirúrgico. Se foi feita a anestesia raque deixar o paciente sem travesseiro e sem levantar pelo o menos 12 horas. ■ Enquanto estiver semi-consciente, mantê-lo sem travesseiro com a cabeça voltada para o lado. ■ Observar o gotejamento do soro e sangue.

■ Observar estado geral e nível de consciência.

■ Verificar o curativo colocado no local operado, se esta seco ou com sangue.

■ Se estiver confuso, restringir os membros superiores para evitar que retire soro ou sondas. ■ Observar sintomas como:palidez, sudorese, pele fria, lábios e unhas arroxeados, hemorragia, dificuldade respiratória e outros, porque podem ocorrer complicações respiratórias e circulatórias. ■ Sinais vitais de 15/15 min., 30/30 , 45/45. até que a verificação chegue a 4/4horas.

■ Fazer anotação na papeleta.

■ Ler a prescrição medica, providenciando para que seja feita.

■ Qualquer sintoma alarmante deve ser comunicado imediatamente.

● NAS HORAS EM SEGUIDA: ♦ Ao recuperar totalmente a consciência avisa-lo do lugar onde esta e que esta passando bem. ♦ Periodicamente, controlar sinais vitais e funcionamento de soro e sondas.

♦ Promover comodidade no leito.

♦ Medica-lo para dor, quando necessário.

♦ Movimentá-lo no leito, de decúbito.

♦ Verificar e estimular a aceitação da dieta

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♦ Curativo diário de acordo com a necessidade,

♦ Retirada dos pontos em torno do 7º dia de pós-operatório.

* TIPOS DE PROCEDIMENTOS : ♦ Cirurgias Gástricas.

♦ Cirurgias de Hérnia.

♦ Cirurgias Intestinais.

♦ Cirurgia Laparoscopia.

•••• Explicar todos os procedimentos e exames pré-operatórios para promover cooperação e relaxamento;

•••• Promover coleta de material para exames; •••• Monitorar a ingesta e o débito através do balanço hídrico ;

•••• Proceder limpeza Intestinal antes da cirurgia para melhor visualização . A preparação pode incluir modificação na dieta , uso de laxante prescrito pelo medico , supositórios ou enemas;

•••• Administrar antibiótico prescritos para minimizar , para o crescimento bacteriano no cólon ;

•••• O paciente deve permanecer em dieta zero após a meia-noite na noite anterior à cirurgias ;

► CUIDADOS PÓS-OPERATORIO: ■ Monitorar sinais vitais buscando detectar sinais precoces de infecção e choque – febre , hipotensão , taquicardia ; ■ Monitorar ingesta e débito para sinais de desequilíbrio , desidratação e choque .

Incluem todos os drenos ; ■ Avaliação do abdome para dor crescente e distensão , rigidez , pois podem indicar complicações pós-oporatórias. Comunicar os achados anormais; ■ Avaliar o curativo e a incisão , verificar drenagem purulenta ou sanguinolenta, odor, rubor no local da incisão ,o que pode indicar infecção u sangramentos; ■ Avaliar a eliminação de gases e fezes;

■ Monitorar para náuseas e vômito.Observar a presença de hálito ou material fecal no vômito , o que pode indicar obstrução ; ■ Verificar o aspirado da SNG , vômitos e fezes para os sinais de sangramento ,

Registrar e relatar os achados; ■ Monitorar sondas e drenos, acessos venosos e sinais de infecção e infiltração;

■ Administrar analgésicos prescritos se necessários, para promover conforto do

■ Trocar curativo diariamente ou quando necessário ,mantendo técnicas assépticas

paciente;

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Caso tenha ostomias, reforçar cuidados; ■ Administrar medicamentos prescritos como emolientes fecal , laxativos , até que a função intestinal seja recuperada; ■ Proporcionar conforto mediante mudança de decúbito, estimular e auxiliar deambulação para promover peristalse. .

diagnóstico e tratamento de determinadas doenças pulmonares Os procedimentos englobam toracotomia , lobectomia , pneumonectomia

As cirurgias torácicas são procedimentos operatórios realizados para auxiliar no ► CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS

● Estimular o paciente a parar de fumar, a fim de restaurar a ação ciliar brônquica

O objetivo destes cuidados é maximinizar a função respiratória , para melhorar os resultados no pós-operatório e reduzir o risco de complicações:

e reduzir a quantidade de escarro e a probabilidade de atelectasia pós-operatória . ● ENSINAR A TÉCNICA DE TOSSE EFICAZ:

1. Sentar ereto com os joelhos flexionados e inclinar discretamente o corpo para frente (ou deitar em decúbito lateral com os quadris flexionados , quando incapaz de sentar ) 2. Imobilizar a incisão com as mãos ou uma toalha dobrada 3. Realizar três respirações curtas, seguidas por uma inspiração profunda, inspirando lenta e uniformemente através do nariz. 4. Contrair os músculos abdominais e tossir vigorosamente duas vezes com aboca aberta e língua para fora ● Umidificar o ar para liquefazer as secreções .

● Administrar antibióticos e broncodilatadores prescritos .

● Estimular a respiração profunda.

● Realizar drenagem postural afim de diminuir acumulo de secreções

● Monitorar sinais vitais

● Proceder hidratação, alimentação por sonda quando indicado e prescrito.

● Administrar anticoagulantes profiláticos , conforme prescrição , afim de diminuir incidência perioperatória de trombose e embolia pulmonar .

● Certificar-se de que o paciente compreende a cirurgia e está emocionalmente preparado para o procedimento.

Usar respirador mecânico , até que a função respiratória e o estado cardiovascular se estabilizem .Ajudar com o desmame e extubação . ■ Monitorar sinais vitais

■ Monitorar SaO2 ou gasometria

■ Monitorar e controlar drenagem torácica( se usar ), para drenar liquido sangue coágulos . ■ Administrar analgésicos prescritos se necessários .

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■ Avaliar PVC (pressão venosa central), para controlar Hipovolemia e eficácia da reposição hídrica.

* TIPOS DE CIRURGIAS: ♦ Fixação Interna.

♦ Artroplastia.

♦ Amputação.

♦ Fixação externa, etc.

► CUIDADOS PRÉ-OPERATÓRIOS ● Monitorar hidratação , nutrição .O objetivo é maximinizar a cicatrização e reduzir os riscos de complicações pelo fornecimento de líquidos IV , conforme indicado. ● Administrar antibióticos se prescritos no pré-operatório.

● O paciente deve urinar em comadre ou urinol antes da cirurgia para diminuir a necessidade de cateterismo vesical. ● Familiarizar o paciente com o aparelho de tração e necessidade de imobilização a gesso , conforme indicado pelo tipo de cirurgia. ● Monitorar sinais vitais.

● Proporcionar conforto e segurança psicológica ao paciente.

► CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS ■ Auxiliar o paciente com suas limitações , mediante imobilização e proteção do local cirúrgico. ■ Atentar para sinais e sintomas de choque originado de hemorragias.

■ Avaliar e monitorar sinais vitais

■ Administrar líquidos e /ou Hemoderivados, se prescritos.

■ Administrar analgésicos se necessário, e proporcionar conforto ao paciente.

■ Atentar para infecções do sítio cirúrgico, se possível.

► TIPOS DE CIRURGIAS ♦ Nefrectomia

♦ Nefrostomia etc.

► CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS ● Preparar o paciente emocionalmente para o procedimento .

● Administrar antibióticos se necessário

● Proceder limpeza intestinal

● Proceder ensino de exercícios respiratórios de respiração profunda e tosse efetiva

● Verificas sinais e sintomas como dor no flanco, febre , hipertensão o que podem indicar embolia da ateria renal ou pós-infarto renal. ● Monitorar sinais vitais.

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► CUIDADOS PÓS-OPERATÓRIOS ■ Monitorar sinais vitais;

■ Atentar para sangramentos ou Hemorragia;

■ Monitorar distensão abdominal e dor;

■ Em casos de transplante é importante monitorar a temperatura como sinal de rejeição (superior a 38,5ºC), diminuição do debito urinário , Ganho de peso 1,5 kg ou mais durante a noite. ■ Administrar imunossupressores, se prescritos para pacientes transplantados.

■ Administrar antibióticos se prescritos;

■ Trocar curativos sempre que secretantes;

■ Monitorar acesso venoso , cuidado com infiltrações ;

■ Auxiliar o paciente com exercícios respiratórios e tosse e a deambulação também.

■ Auxiliar cuidados de higiene;

■ Proceder retirada de cateter vesical;

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Recuperação da anestesia

Intervenção cirúrgica executada, duração do procedimento; Técnica anestésica, drogas utilizadas na pré-anestesia e na anestesia; Posição cirúrgica; Uso do bisturi elétrico e local da placa dispersiva; Perdas sanguíneas e reposição de líquidos no intra-operatório; Intercorrências no período intra-operatório; Antecedentes patológicos; Alergia a drogas; Estado geral do paciente ao deixar a sala de operações; Presença de drenos, sondas, cateteres e outros métodos terapêuticos; Recomendações especiais sobre o pós-operatório.

A equipe de enfermagem deve instalar a oxigenoterapia, se indicada, oxímetro de pulso, monitorização cardíaca, quando necessária e proceder à avaliação preliminar o paciente que, necessariamente, inclui: função respiratória e permeabilidade das vias aéreas, sinais vitais, nível de consciência, circulação periférica, coloração da pele, infusões venosas, condições do curativo cirúrgico, posicionamento de sondas, drenos e cateteres, função motora e sensitiva.

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O decúbito lateral é a posição ideal em que o paciente deve ser colocado no pós-operatório imediato, por facilitar a eliminação de secreções acumuladas na orofaringe. Caso esta não seja possível, colocá-lo na posição indicada, tornando-a funcional e confortável.

PERMANENCIA

O período de permanência no RPA inclui a monitorização e controles constantes do paciente e o estabelecimento de intervenções de enfermagem, com base nos dados levantados na avaliação inicial, nas alterações resultantes da regressão dos efeitos da anestesia e das conseqüências do trauma cirúrgico.

As drogas anestésicas, ao produzirem os esperados efeitos de hipnose, analgesia e relaxamento muscular, produzem também uma importante depressão cardiorrespiratória, que deve ser controlado durante todo o período anestésico e, ainda, na reversão da anestesia, tendo em vista esses efeitos residuais desses agentes. ARENSON (1987) afirma que a pressão parcial de oxigênio arterial (PaO2) começa a cair no momento da transferência do paciente para a sala de recuperação, e que pode ser causada pelos efeitos residuais da anestesia, deletérios sobre a ventilação e o débito cardíaco.

ROSE (1994) descreve as complicações respiratórias, destacando-as como uma das mais importantes áreas de morbidade e aumento da mortalidade no período pós-anestésico. Estas complicações acontecem com mais freqüência nas cirurgias torácicas e abdominais.

O enfermeiro deve estar atento aos sinais de complicações respiratórias, como hipoxemia, evidenciada na oximetria de pulso, como saturação de oxigênio no sangue <90%; hipoventilação, por bradipnéia ou pressão parcial de dióxido de carbono arterial (PaCO2) ≥ 50mm Hg; e obstrução das vias aéreas, por respirações ruidosas, sufocantes e irregulares (BRUNNER; SUDDARTH, 1990; ROSE, 1994).

Deve-se observar o fornecimento adequado de oxigênio ao paciente, feito freqüentemente através de máscara de nebulização contínua. Alguns pacientes são recebidos no RPA com cânula de entubação endotraqueal na qual deve ser instalada, conforme conduta do anestesista, assistência ventilatória mecânica ou nebulização contínua, ate que seja indicada a extubação.

É necessário observar-se, ainda, o posicionamento da cânula de Guedel. Sua finalidade e prevenir a obstrução da orofaringe, conseqüente a queda da base da língua, provocada pelo relaxamento muscular. Por isso, esta cânula precisa ser mantida no paciente inconsciente ate que se inicie o retorno dos reflexos protetores. Em alguns casos, sob prescrição do anestesista, e necessária a administração de drogas que antagonizem os efeitos dos relaxantes musculares.

A obstrução das vias aéreas pode ser dar, também, por excessiva produção de secreções. A aspiração da orofaringe e a manutenção da cabeça voltada para um dos lados, com a finalidade de facilitar o escoamento de secreções, são medidas que devem ser observadas para manter a permeabilidade das vias aéreas. Quando consciente, o

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paciente deve ser estimulado a realizar inspirações profundas e tossir, com a finalidade de prevenir a ocorrência de atelectasia.

Os pacientes submetidos á anestesia geral, ao retornarem a consciência, podem apresentar um período de agitação psicomotora, e a equipe de enfermagem deve estar atenta as medidas de segurança para evitar contusões, queda do leito e desconexões de sondas, drenos ou cateteres. Estando o paciente consciente, o enfermeiro deve reforçar as orientações fornecidas no pré-operatório, sobre o porquê e o tempo de sua permanência no setor, orientando-o no ambiente.

As alterações nos sinais vitais podem decorrer da ação de drogas anestésicas, bem como do próprio ato cirúrgico. Assim sendo, devem ser realizados controles seriados de 15 em 15 minutos na primeira hora do período de permanência do RPA, podendo passar para de 30 em 30 minutos nas horas subseqüentes, desde que o paciente se apresente estável. É necessário observar, também, a coloração das extremidades, para avaliar a perfusão tissular.

A utilização de agentes anestésicos, tempo prolongado de cirurgia, temperatura ambiental baixa e administração de infusões venosas frias na sala de operações são fatores que podem produzir hipotermia e calafrios no pós-operatório. O enfermeiro deve estabelecer medidas visando o aquecimento e o conforto do paciente, uma vez que os tremores aumentam a necessidade de oxigênio, além de serem muito desconfortáveis. Em estudo realizado por GORAYB (1991), a hipotermia aparece como complicação de maior incidência, tanto em pacientes submetidos a anestesia geral como aos bloqueios regionais.

A manutenção do equilíbrio hidroeletrolítico e uma das preocupações da enfermagem na recuperação pós-anestésica. Neste particular, compete ao enfermeiro controlar e registrar a quantidade de líquidos administrados e eliminados através da urina, drenagens, vômitos ou outras perdas. Para BEYERS; DUDAS (1984), “o déficit de volume e a desordem mais comum do balanço hídrico no pós-operatório”, e pode ser causado por excessiva perda e líquidos e reposição inadequada. O volume urinário baixo e um importante indicador nesta situação.

O enfermeiro deve estar alerta aos episódios de náuseas e vômitos, também freqüentes no período de recuperação da anestesia, e estabelecer medidas como lateralizar a cabeça do paciente, a fim de prevenir aspiração brônquica de conteúdo gástrico, administrar anti-eméticos, quando prescrito, e conversar com paciente, tranquilizando-o.

O curativo cirúrgico deve ser inspecionado e controlado o volume e o aspecto das secreções de sondas e drenos, verificando-se a presença de sangramento que, quando excessivo, deve ser comunicado ao cirurgião responsável.

A cessação da analgesia produzia produzida pelo ato anestésico e um fator esperado neste período, e a promoção do alivio da dor pós-operatória deve ser umas das metas da assistência de enfermagem, através da administração de medicamentos prescritos, da mudança de decúbito como medida de conforto, e do reconhecimento da dor em pacientes que não possam acusá-la. A agitação psicomotora e a hipertensão são alguns dos sinais que podem indicar presença de dor no pós-operatório. E importante ter em mente que a dor causa desconforto e ansiedade no paciente, podendo comprometer a

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recuperação. Toda a equipe deve estar atenta para as manifestações e queixas dolorosas, e implementar as medidas necessárias para atendê-las, a fim de promover o conforto o bem-estar do paciente. No paciente submetido à anestesia regional, a avaliação do enfermeiro deve incluir a solicitação de movimentação dos membros e a estimulação tátil e térmica, avaliando o retorno da função motora e sensitiva.

Durante o período de permanência do paciente no RPA, as intervenções de enfermagem são estabelecidas a partir do conjunto de dados levantados, e não da interpretação de dados isolados, tendo em vista a recuperação do paciente e conseqüente alto do setor. As intervenções implementadas e as respostas do paciente a estas devem ser registradas pelo enfermeiro, permitindo a avaliação da assistência de enfermagem prestada.

AVALIAÇÃO PARA ALTA

Dada a necessidade de se obter um método confiável e objetivo para descrever as condições clinicas do paciente no RPA, ALDRETE; KROULIK (1970) desenvolveram um índice de avaliação que tem sido adotado em diversos serviços, estabelecendo uma linguagem comum entre os médicos e enfermeiros que avaliam o paciente, baseado em cinco parâmetros: respiração, consciência, circulação, atividade muscular e coloração.

A avaliação deve ser realizada pelo anestesista ou pelo enfermeiro do RPA, no momento da recepção do paciente e em intervalos estabelecidos durante a sua permanência no RPA. Cada um dos parâmetros estabelecidos recebe um valor de 0 á 2, e os valores atribuídos são somados, totalizando o índice máximo de 10.

NOCITE (1987) afirma que “a variação do índice atribuído ao paciente em observações periódicas indica a evolução a recuperação pós-anestesicas. Assim, se numa primeira observação o paciente recebe o índice 8, e numa segunda, realizada trinta minutos depois, recebe índice 6, deve-se acompanhar melhor o caso, uma vez que a evolução não está sendo satisfatória”.

O índice 10, como resultado da soma dos valores atribuídos e considerado condição clínica satisfatória e segura para a alta do paciente do RPA, pois significa que este é capaz de inspirar profundamente e tossir, está consciente, a pressão arterial esta variando dentro de 20% do nível pré-anestésico, move os quatro membros voluntariamente ou sob comando e esta com a pele de coloração rosada.

Uma vez confirmada à alta, o enfermeiro do RPA deve comunicá-la ao enfermeiro da unidade de origem do paciente, informando-lhe as condições em que este se encontra. Em seguida, transportá-lo, de forma segura, ate o seu leito, onde continuará a receber os cuidados do pós-operatório.

PARÂMETROS

1. Atividades

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1. Capaz de mover as quatro extremidades voluntariamente ou sob chamado 22. Capaz de mover duas extremidades voluntariamente ou sob chamado 13. Incapaz de mover voluntariamente ou sob chamado qualquer extremidade 0

1. Respiração

1. Capaz de respirar profundamente e tossir francamente 22. Dispnéia ou limitação respiratória 13. Apnéia 0

1. Circulação

1. Pressão arterial variando até 20% do nível habitual 22. Pressão arterial variando entre 20 e 50% do nível habitual 13. Pressão arterial com variação superior a 50% do nível habitual 0

1. Consciência

1. Completamente acordado 22. Despertando ao comando 13. Não respondendo ao estímulo auditivo 0

1. Cor

1. Rosado (coloração normal) 22. Pálido, terroso, ictérico 13. Cianótico 0

 

Centro Técnico Templários–Clínica Cirúrgica

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 37Fonte PROFAEFluxo do paciente no centro

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cirúrgico:Admissão:

Verificar a identificação do paciente verbalmente

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com o mesmo (sepossível), pela pulseira no braço e pela revisão

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do prontuário

Checar se o prontuário do paciente esta

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completo: formulário deconsentimento da cirurgia, registro da historia e

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exame físicos feitos pelomedico e enfermeira, resultados de exames;

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Notificar qualquer alergia, reações anteriores desfavoráveis à anestesia

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outransfusões sanguíneas;

Examinar o paciente quanto aos objetos

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pessoais, incluindo roupas,dinheiro, jóias, peruca, símbolos religiosos,

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próteses, lentes, óculos. Sendoresponsabilidade do enfermeiro seu

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manuseio com segurança e disposiçãoprópria

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O paciente não deverá ser deixado sozinho ate o transporte para a Sala deRecuperaç

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ão Pós Anestésica;Transferência do paciente para a mesa de operação:

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Centro Técnico Templários–

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Clínica Cirúrgica

 38

Após a apresentação do paciente à equipe da sala de

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operação, ele deve serpassado para a mesa cirúrgica, mantendo sua

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privacidade, segurança física eemocional e seu conforto. Alguns cuidados

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devem ser tomados para atransferência do paciente, como:

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Nivelamento da altura da mesa cirúrgica com a maca.

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Posicionamento da maca contra as laterais da mesa cirúrgica, evitandoassi

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m sua movimentação que pode ocasionar a queda do paciente.

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Solicitar ao paciente para que passe para a mesa cirúrgica, se fisicamentecapaz.

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Posicionar confortavelmente o paciente na mesa cirúrgica

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POSIÇÃO DO PACIENTE NA MESA CIRÚRGICA:

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A posição ideal do paciente numa mesa cirúrgica depende do procediment

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ocirúrgico a ser realizado e da condição física do paciente;

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Em geral a posição deve facilitar o procedimento cirúrgico, mantendo oconforto e

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proteção do paciente.

Deve ser evitado hiperextensão das

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articulações, compressão dos nervos,proeminências ósseas e

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vasos sanguíneos;Fatores a considerar para posicionamento do

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, paciente:

O paciente deve ficar na posição mais confortável possível

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estando eleacordado ou sedado;

A área operatória deve estar

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adequadamente exposta;

o suprimento vascular não deve ser obstruído

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pela posição ou pressão sobrea parte indevida;

Não deve haver

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interferências sobre a respiração do paciente;

Os nervos devem estar

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protegidos contra pressão indevida;

As precauções

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de segurança do paciente devem ser observadas nospacientes idosos,

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magros ou obesos;

 

Centro Técnico Templários–Clínica Cirúrgica

 

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39

Recursos de proteção:

colchonetes;

braçadeiras ;

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travesseiros ;

perneiras ;

fixadores de braços e pernas ;

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colchão piramidal (caixa de ovo);

protetores de calcâneo ;

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protetores crânio - faciais

A posição usual é o decúbito

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dorsal, um dos braço sobre a lateral da mesa eo outro apoiado

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sobre a tala de braço, para infusão endovenosa- essa posiçãoé denominada

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posição recumbente, utilizada para maioria das cirurgiasabdominais,

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exceto de pelve e vesícula;

Trendelenburg- cirurgia de abdome

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inferior e pelve. A cabeça e o corpoficam abaixo e os joelhos são flexionados;

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Central de Material e Esterilização

DEFINIÇÃO A Central de Material e Esterilização (CME) é a área responsável

pela limpeza e processamento de artigos e instrumentais médico-hospitalares (1). É na CME que se realiza o controle, o preparo, a esterilização e a distribuição dos materiais hospitalares (2).

A CME pode ser de três tipos, de acordo com sua dinâmica de funcionamento (3):

     descentralizada : utilizada até o final da década de 40, neste tipo de central cada unidade ou conjunto delas é responsável por preparar e esterilizar os materiais que utiliza;

   semi-centralizada : teve início na década de 50, cada unidade prepara seus materiais, mas os encaminha para serem esterilizados em um único local;

   centralizada: utilizada atualmente, os materiais do hospital são processados no mesmo local, ou seja, os materiais são preparados, esterilizados, distribuídos e controlados quantitativa e qualitativamente na CME.

A CME centralizada apresenta inúmeras vantagens, das quais podem-se destacar: a eficiência, a economia e a maior segurança para a equipe e para os clientes (2).

Objetivos da Enfermagem em Central de Material e Esterilização

O serviço de Enfermagem em Central de Material acredita na segurança da Esterilização como garantia de bom atendimento aos pacientes. O enfermeiro possui papel fundamental no gerenciamento do setor e coordenação das atividades, pois é o profissional que detém o conhecimento de todas as técnicas e princípios de Enfermagem, atuando na conscientização da equipe no desenvolvimento das normas e rotinas, e alertando quanto à importância na execução das técnicas corretas em todas as atividades, à assistência prestada ao cliente.

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Outros objetivosFornecer o material esterilizado a todo hospital;

Promover a interação entre as áreas: expurgo, preparo e montagem de instrumental;

Adequar as condições ambientais às necessidades do trabalho na área;

Planejar e implementar programas de treinamento e reciclagem que atendam às necessidades da área junto à Educação Continuada;

Promover o envolvimento e compromisso de toda a equipe com os objetivos e finalidades do serviço;

Favorecer o bom relacionamento interpessoal;

   Prover materiais e equipamentos que atendam às necessidades do trabalho na área.

Setores da Central de Material e Esterilização

Expurgo

Preparo de Materiais

Preparo de Instrumentais Cirúrgicos

Esterilização

Montagem de carros para cirurgia

Distribuição de materiais esterilizados

ExpurgoSetor responsável por receber, conferir , lavar e secar os materiais provenientes do Centro Cirúrgico e Unidades de Internação. Os funcionários desta área utilizam EPIs (Equipamentos de proteção individual) para se protegerem de se

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contaminarem com sangue e fluidos corpóreos, quando lavam os instrumentais. As lavadoras ultrassônicas auxiliam na lavagem dos instrumentais através da vibração do som adicionado com solução desincrostante, promovendo uma limpeza mais eficaz e maior segurança para o funcionário.

Preparo de materiais

Setor responsável por preparar e acondicionar os materiais. São utilizados invólucros especiais que permitam a passagem do agente esterilizante e impeçam a passagem dos microorganismos.

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Preparo de instrumentais cirúrgicos

Setor responsável por conferir, preparar e acondicionar caixas para as diversas especialidades cirúrgicas.

ESTERILIZAÇÃO

Definição

Tipos de esterilização

Métodos de monitoramento da esterilização

O setor de esterilização da Central de Material e Esterilização (CME) é responsável pela esterilização dos materiais. Esta área destina-se à instalação dos equipamentos utilizados para a esterilização de materiais pelos métodos físicos e químicos.

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EsterilizaçãoDEFINIÇÃO

Esterilização é a destruição de todas as formas de vida microbiana (vírus, bactérias, esporos, fungos, protozoários e helmintos) por um processo que utiliza agentes químicos ou físicos (1,2).

A prática da esterilização visa a incapacidade de reprodução de todos os organismos presentes no material a ser esterilizado, causando a morte microbiana até que a probabilidade de sobrevivência do agente contaminante seja menor que 1:1.000.000, quando um objeto pode então ser considerado estéril (2) .

O esporo bacteriano (forma mais resistente aos agentes esterilizantes) é o parâmetro utilizado para o estudo microbiológico da esterilização, ou seja, para se assegurar a esterilização de um artigo todos os esporos devem ser destruídos.

 

Tipos de esterilização

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Esterilização: um breve histórico

 

Esterilização por meios físicos

Vapor saturado sob pressão

Calor seco

Radiação ionizante

Radiação não ionizante

Esterilização por meios químicos

Formaldeído

Glutaraldeído

Óxido de etileno

Peróxido de hidrogênio

Ácido peracético

Plasma de peróxido de hidrogênio

Esterilização por vapor saturado sob pressãoO processo de esterilização pelo vapor saturado sob pressão é o método mais utilizado e o que maior segurança oferece ao meio hospitalar.

O vapor pode ser obtido em vários estados físicos, sendo as mais comuns:

Vapor saturado: é a camada mais próxima da superfície líquida, encontra-se no limiar do estado líquido e gasoso, podendo apresentar-se seca ou úmida.

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Vapor úmido: é normalmente formado quando o vapor carrega a água que fica nas tubulações.

Vapor super aquecido: vapor saturado submetido à temperaturas mais elevadas.

Para a esterilização o tipo de vapor utilizado é o vapor saturado seco, uma vez que o vapor úmido tem um excesso de água que torna úmidos os materiais dentro da esterilizadora; já o vapor super aquecido é deficiente de umidade necessária para a esterilização. O vapor saturado seco é capaz de circular por convecção permitindo sua penetração em materiais porosos.

A produção do vapor utilizado na esterilização requer alguns cuidados como a água utilizada para a produção do vapor, esta deve estar livre de contaminantes em concentração que possa interferir no processo de esterilização, danificar o aparelho ou os produtos a serem esterilizados.

 

Equipamentos

Os equipamentos utilizados para este método de esterilização são as autoclaves. Estas constituem-se basicamente de uma câmara em aço inox, com uma ou duas portas, possui válvula de segurança, manômetros de pressão e um indicador de temperatura. Elas podem ser divididas em dois tipos:

Autoclave gravitacional: o ar é removido por gravidade, assim quando o vapor é admitido na câmara, o ar no interior desta, que é mais frio (mais denso), sai por uma válvula na superfície inferior da câmara. Pode ocorrer a permanência de ar residual neste processo, sendo a esterilização comprometida principalmente para materiais densos ou porosos.

Autoclave pré-vácuo: o ar é removido pela formação de vácuo, antes da entrada do vapor, assim quando este é admitido, penetra instantaneamente nos pacotes.

(Esquema Autoclave)

*Fonte: APECIH, 1998.

As autoclaves podem ainda ser do tipo horizontal ou vertical. As do tipo horizontal possuem paredes duplas, separadas por um espaço onde o vapor circula para manter o calor na câmara interna durante a esterilização; as do tipo vertical não são adequadas pois dificultam a circulação do vapor, a drenagem do ar e a penetração do vapor devido à distribuição dos pacotes a serem esterilizados, que ficam sobrepostos.

 

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Mecanismo de ação e ciclo de esterilização

O efeito letal decorre da ação conjugada da temperatura e umidade. O vapor, em contato com uma superfície mais fria, umedece, libera calor, penetra nos materiais porosos e possibilita a coagulação das proteínas dos microrganismos.

O ciclo de esterilização compreende:

remoção do ar;

admissão do vapor;

exaustão do vapor e

secagem dos artigos.

Remoção do ar: para que a esterilização seja eficaz, é necessário que o vapor entre em contato com todos os artigos da câmara e, para que ocorra a penetração do vapor em toda a câmara e no interior dos pacotes, é preciso que o ar seja removido. A remoção do ar pode ser por gravidade ou por utilização de vácuo antes da entrada do vapor.

Admissão do vapor: é também o período de exposição. Este é iniciado pela entrada do vapor, substituindo o ar no interior da câmara. O tempo de exposição começa a ser marcado quando a temperatura de esterilização é atingida. O tempo de exposição pode ser dividido em três partes: tempo de penetração do vapor, tempo de esterilização e intervalo de confiança.

Exaustão do vapor: é realizada por uma válvula ou condensador. A exaustão pode ser rápida para artigos de superfície ou espessura; para líquidos a exaustão deve ser o mais lenta possível para se evitar a ebulição, extravazamento ou rompimento do recipiente.

Secagem dos artigos: é obtida pelo calor das paredes da câmara em atmosfera rarefeita. Nas autoclaves de exaustão por gravidade, o tempo de secagem varia de 15 a 45 minutos; nas autoclaves de alto vácuo o tempo é de 5 minutos.

 

Tempo de esterilização

Para ver tabela clique aqui.

 

Disposição dos artigos dentro da câmara

Artigos de superfície como bandejas, bacias e instrumentais não devem ser esterilizados com artigos de espessura como campo cirúrgicos, compressas e outros, nas autoclaves gravitacionais. O volume de material dentro da autoclave não deve exceder 80% da sua

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capacidade. Os pacotes devem ser colocados de maneira que haja um espaçamento de 25 a 50 mm entre eles, e de forma que o vapor possa circular por todos os itens da câmara. Os pacotes maiores devem ser colocados na parte inferior e os menores na parte superior da câmara; os maiores podem ter no máximo 30cm x 30cm x 50cm de tamanho (APECIH, 1998).

 

Cuidados básicos para a eficiência da autoclavação

Antes da esterilização

Higienizar convenientemente os materiais:

-Material crítico deve permanecer em solução desinfetante durante 30 minutos, antes de se realizar a limpeza.

-Os instrumentais devem ser lavados manualmente com o uso de escovas, ou em lavadoras ultra-sônicas.

-Drenos, tubos, catéteres devem ser lavados com água e detergente apropriado; deve-se usar seringas para lavar e enxaguar a luz dos mesmos.

-Agulhas e seringas devem ser lavadas com detergente e enxaguadas abundantemente para que este seja removido completamente.

Acondicionar os artigos em embalagens adequadas, que permitam a esterilização e a estocagem do artigo.

Identificar os pacotes corretamente, não ultrapassar as dimensões de 30cm x 30cm x 50cm, e o peso de 7 kg. Colocar os pacotes pesados sob os mais leves; evitar encostá-los nas paredes da câmara, deixar espaço entre eles para facilitar a drenagem do ar e penetração do vapor. Não sobrecarregar o equipamento, utilizar apenas 80% de sua capacidade.

Colocar a fita indicadora na embalagem externa e vedar os pacotes menores com a mesma.

Recipientes como bacias, jarros, ou outros que possuem concavidade devem ser colocados com sua abertura para baixo para facilitar o escoamento do ar e da água resultante da condensação do vapor.

Durante a esterilização

Verificar constantemente os indicadores de temperatura e pressão.

Após a esterilização

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A porta do aparelho deve ser aberta lentamente e deve permanecer entreaberta de 5 a 10 minutos.

Os pacotes não devem ser colocados em superfícies metálicas logo após a esterilização, pois em contato com superfície fria o vapor residual se condensa e torna as embalagens úmidas, comprometendo a esterilização uma vez que a umidade diminui a resistência do invólucro de papel e interfere no mecanismo de filtração do ar.

Não utilizar os pacotes em que a fita indicadora apareça com as listras descoradas após a esterilização.

 

Falhas no processo de autoclavação

As falhas neste processo podem ser mecânicas ou humanas.

Principais falhas humanas:

limpeza incorreta ou deficiente dos materiais;

utilização de invólucros inadequados para os artigos a serem esterilizados;

confecção de pacotes muito grandes, pesados ou apertados;

disposição inadequada dos pacotes na câmara;

abertura muito rápida da porta ao término da esterilização;

tempo de esterilização insuficiente;

utilização de pacotes que saíram úmidos da autoclave;

mistura de pacotes esterilizados e não esterilizados;

não identificação da data de esterilização e data-limite de validade nos pacotes;

desconhecimento ou despreparo da equipe para usar o equipamento.

Falhas mecânicas:

As falhas mecânicas decorrem da operação incorreta e da falta de manutenção das autoclaves.

 

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Esquema de manutenção preventiva de autoclaves

Diariamente Limpeza da câmara interna (álcool ou éter)

Mensalmente Limpeza dos elementos filtrantes e linha de drenagem

Trimensalmente Descarga do gerador

Semestralmente Verificação e limpeza dos eletrodos de nível

Lubrificação do sistema de fechamento

Verificação da guarnição da tampa

Avaliação dos sistemas de funcionamento e segurança

Desimpregnação dos elementos hidráulicos

Ajustagem e reaperto do sistema de fechamento

Anualmente Verificação do elemento filtrante de entrada de água

Aferição dos instrumentos de controle, monitorização e segurança

Limpeza do gerador de vapor

Após 3 anos de funcionamento, teste, avaliação hidrostática, aferição dos instrumentos de controle

Fonte: Manual Técnico da Autoclave Sercon (apud APECIH, 1998)

 

Prevenção de riscos operacionais

Para o manuseio das autoclaves, embora existam diferentes modelos e cada um deles possua seu próprio manual de instrução de uso, alguns cuidados são fundamentais para a prevenção de acidentes:

manter as válvulas de segurança em boas condições de uso;

não abrir a porta da autoclave enquanto a pressão da câmara não se igualar à pressão externa; ao abrir a porta da autoclave proteger o rosto para evitar queimaduras, explosões ou implosões dos frascos de vidro;

utilizar luvas de amianto para a retirada dos artigos metálicos da câmara;

verificar periodicamente o funcionamento de termostatos, válvulas de segurança;

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não forçar a porta para abrir quando esta emperrar;

a porta da autoclave deve possuir uma trava de segurança para que esta não abra enquanto houver pressão no interior da câmara.

 

Esterilização por calor secoA esterilização através do calor seco pode ser alcançada pelos seguintes métodos:

Flambagem: aquece-se o material, principalmente fios de platina e pinças, na chama do bico de gás, aquecendo-os até ao rubro. Este método elimina apenas as formas vegetativas dos microrganismos, não sendo portanto considerado um método de esterilização.

Incineração: é um método destrutivo para os materiais, é eficiente na destruição de matéria orgânica e lixo hospitalar.

Raios infravermelhos: utiliza-se de lâmpadas que emitem radiação infravermelha, essa radiação aquece a superfície exposta a uma temperatura de cerca de 180O C.

Estufa de ar quente: constitui-se no uso de estufas elétricas. É o método mais utilizado dentre os de esterilização por calor seco.

O uso do calor seco, por não ser penetrante como o calor úmido, requer o uso de temperaturas muito elevadas e tempo de exposição muito prolongado, por isso este método de esterilização só deve ser utilizado quando o contato com vapor é inadequado. Cabe observar também que o uso de temperaturas muito elevadas pode interferir na estabilidade de alguns materiais, como por exemplo o aço quando submetido a temperaturas muito elevadas perde a têmpera; para outros materiais como borracha e tecidos além da temperatura empregada ser altamente destrutiva, o poder de penetração do calor seco é baixo, sendo assim a esterilização por este método inadequada.

Os materiais indicados para serem esterilizados por este método são instrumentos de ponta ou de corte, que podem ser oxidados pelo vapor, vidrarias, óleos e pomadas.

 

Equipamentos

Como o processo de esterilização em estufas de ar quente é o método mais utilizado dentre os de esterilização por calor seco, iremos descrever o equipamento utilizado neste método, que é a estufa ou forno de Pasteur. Estes são equipados com um termômetro que mostra temperatura do interior da câmara; um termostato, onde se programa a temperatura desejada; uma lâmpada que mostra a situação de aquecimento ou a estabilização da temperatura interna da câmara; algumas com um ventilador para

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promover a circulação do ar, garantindo um aquecimento rápido e uniforme na câmara (estufas de convecção mecânica). Não há um controlador de tempo, este controle é feito pelo operador do aparelho.

As estufas podem ser divididas em dois tipos: as de convecção por gravidade e a de convecção mecânica.

As estufas de convecção por gravidade possuem uma resistência elétrica na parte inferior da câmara e um orifício na parte superior onde ocorre a drenagem do ar frio que é empurrado pelo ar quente à medida que o ar esquenta dentro da câmara. Neste processo qualquer obstáculo que esteja no caminho dificulta a circulação do ar, interferindo na uniformidade da temperatura na câmara.

As estufas de convecção mecânica possuem um dispositivo que produz movimento do ar quente, favorecendo a circulação do ar uniformemente e limitando a variação da temperatura nos vários pontos da câmara em 1o C. Este tipo de estufa reduz o tempo necessário para que se atinja a temperatura ideal para a esterilização.

 

Mecanismo de ação

Este processo causa a destruição dos microrganismos fundamentalmente por um processo de oxidação, ocorrendo uma desidratação progressiva do núcleo das células.

 

Tempo de esterilização

Temperatura (o C) Tempo de Exposição *

 

180 30 minutos

170 1 hora

160 2 horas

150 2 horas e 30 minutos

140 3 horas

121 6 horas

*Sem inclusão do tempo de aquecimento

 

Alguns autores afirmam que materiais contaminados pelo vírus da hepatite, devem ser submetidos à temperatura de 170O C por 2 horas.

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Tempo de exposição ao calor seco relacionado a alguns tipos de artigos:

Para ver quadro clique aqui.

 

Cuidados para a eficiência do processo

Higienizar convenientemente os artigos a serem esterilizados;

aquecer previamente a estufa;

utilizar embalagens adequadas;

não colocar na estufa artigos muito pesados e volumes muito grandes para não interferir na circulação do ar, as caixas não devem conter mais de 50 peças;

evitar sobrepor artigos;

marcar o início do tempo de exposição quando o termômetro marcar a temperatura escolhida;

evitar que o termômetro toque em algum dos artigos dentro da câmara;

não abrir a estufa durante a esterilização.

 

Falhas no processo

Para se evitar falhas no processo deve-se observar os cuidados citados acima além de cuidados como:

ao distribuir os artigos no interior da câmara, não deixar que toquem as paredes do interior do equipamento, deixar também um espaço entre os materiais, para favorecer a circulação do ar;

o invólucro deve ser adequado para este tipo de esterilização e para o material a ser esterilizado. As embalagens mais utilizadas são as caixas metálicas, papel alumínio e frascos de vidro refratário;

os artigos a serem esterilizados devem possuir boa condutividade térmica. Como já foi mencionado, materiais não termorresistentes não devem ser esterilizados por este método, como os tecidos, borrachas e papéis;

o equipamento deve ser calibrado e validado. O fabricante precisa informar qual o ponto mais frio da câmara. A esterilização é eficiente

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quando neste ponto a temperatura é atingida, é necessário portanto que os testes com os indicadores biológicos sejam realizados neste local.

 

Esterilização por radiação ionizanteJuliana Capellazzo Romano*

Definição

A radiação ionizante é um método de esterilização que utiliza a baixa temperatura, portanto que pode ser utilizado em materiais termossensíveis.

Certos átomos possuem a propriedade de emitirem ondas ou partículas de acordo com a instabilidade de seus núcleos, esta propriedade é chamada de radioatividade. Alguns elementos, como o Rádio e o Urânio, são naturalmente radioativos pois possuem seus núcleos instáveis, outros são produzidos artificialmente, como o Cobalto 60 e Césio 137.

A radiação ionizante é assim quando possui a capacidade de alterar a carga elétrica do material irradiado por deslocamento de elétrons.

Para fins de esterilização industrial as fontes de raios beta e gama são as utilizadas.

Radiação Beta

Este tipo de radiação é conseguida através da desintegração natural de elementos como o Iodo 131 ou Cobalto 60, ou ainda artificialmente por meio de máquinas aceleradoras de elétrons (eléctron beam).

O eléctron beam é utilizado para a esterilização de materiais plásticos de baixa espessura.

Radiação Gama

É produzida pela desintegração de certos elementos radioativos, o mais utilizado é o Cobalto 60. Os raios gama possuem grande penetração nos materais.

 

Utilização

Este tipo de esterilização é utilizada, especialmente, em artigos descartáveis produzidos em larga escala (fios de sutura, luvas e outros)

 

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Mecanismo de ação

A ação antimicrobiana da radiação ionizante se dá através de alteração da composição molecular das células, modificando seu DNA. As células sofrem perda ou adição de cargas elétricas.

Existem fatores ambientais, físicos e alguns compostos que influenciam na resposta celular à radiação aumentando ou diminuindo sua sensibilidade a esta. Há também microrganismos que são mais resistentes à radiação, como os esporos bacterianos; as leveduras e fungos têm resistência considerada média e os gram negativos têm baixa resistência à radiação.

 

Vantagens

Possui alto poder de penetração.

Atravessa embalagens de papelão, papel ou plástico.

O material que se esteriliza não sofre danos físicos ou outros que podem ocorrer nos demais processos.

 

Desvantagens

Custo elevado.

Necessidade de pessoal especializado.

Necessidade de controle médico constante para o pessoal que trabalha.

Conhecimentos escassos sobre o assunto nesta área - esterilização.

 

Radiação não ionizante

Definição

As radiações não ionizantes, a luz ultravioleta, são aquelas menos energéticas.

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A luz ultravioleta compreende a porção do espectro que vai de 150 a 3900 A, porém o comprimento de onda que possui maior atividade bactericida está ao redor de 2650 A.

A luz solar tem poder microbicida em algumas condições, pois a energia radiante da luz do sol é composta basicamente de luz ultravioleta e na superfície terrestre o comprimento de onda desta varia de 2870 a 3900 A, as de comprimento mais baixo são filtradas pela camada de ozônio, pelas nuvens e pela fumaça.

 

Mecanismo de ação

A radiação não ionizante é absorvida por várias partes celulares, mais o maior dano ocorre nos ácidos nucléicos, que sofrem alteração de suas pirimidas. Formam-se dímeros de pirimida e se estes permanecem (não ocorre reativação), a réplica do DNA pode ser inibida ou podem ocorrer mutações.

MECANISMOS DE REATIVAÇÃO

FOTO REATIVAÇÃO

Após uma exposição à radiação não ionizante, uma suspensão bacteriana terá ainda uma pequena parte de células viáveis, ou seja, capazes de formar colônias. Se a suspensão bacteriana após ser exposta à luz ultravioleta, ser então exposta à luz visível, a parte de células que restam ainda viáveis será maior. Este fenômeno ocorre devido a uma enzima fotodependente, que realiza a clivagem dos dímeros de timina do DNA, recuperando sua estrutura normal; então células que foram aparentemente lesadas sofrem uma reativação à luz visível, esta reativação porém nunca atinge 100% das células (APECIH, 1998).

REATIVAÇÃO NO ESCURO

Alguns microrganismos podem ainda realizar um processo de reparação da estrutura do DNA, através de um mecanismo que requer uma sequência de reações enzimáticas. Uma enzima endonuclease dímero-específica e uma exonuclease dímero-específica extraem o dímero de pirimidas formado. A parte retirada é restaurada por outras enzimas, a DNA-polimerase que sintetiza o segmento faltante, e a DNA-ligase que restabelece o posicionamento do segmento.

 

Aplicações

A radiação ultravioleta não pode ser utilizada como processo de esterilização. Fatores como matéria orgânica, comprimento de onda, tipo de material, tipo de microrganismo e intensidade da radiação interferem na sua ação germicida.

Além disso, a radiação não ionizante não tem poder de penetração, age apenas sobre a superfície onde os raios incidem e não atravessam tecidos, líquidos, vidros, nem

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matéria orgânica. Alguns autores relatam ainda que o vírus HIV tem alta resistência à luz ultravioleta.

A aplicação da luz ultravioleta em hospitais se restringe à destruição de microrganismos do ar ou inativação destes em superfície.

ESTERILIZAÇÃO POR FORMALDEÍDO

Juliana Capellazzo Romano*

Definição

O formaldeído é um gás incolor, possui odor irritante característico, cáustico para a pele. Quando em concentrações superiores a 20mg/l polimeriza-se formando o paraformaldeído, um precipitado branco. Este, quando aquecido, libera formaldeído.

Comercialmente é encontrado em solução aquosa a 38-40% em peso, e contém de 8-15% de metanol como estabilizante (para evitar a polimerização).

FORMULAÇÕES

AQUOSA: a 10%, possui agentes tensoativos, antioxidantes, seqüestrantes, dissolvidos em glicerina. Não libera vapores irritantes e conserva as propriedades germicidas do formaldeído.

ALCOÓLICA: a 8%, possui agentes tensoativos, antioxidantes, seqüestrantes e etanol a 70%.

 

Mecanismo de ação

A atividade germicida do formaldeído se deve à aquilação de radicais amino, carboxil, oxidril e sulfidril de proteínas e ácidos nucléicos microbianos, formando pontes metilênicas ou etilênicas, o que impedem que esses compostos celulares realizem suas funções.

O formaldeído tem ação lenta. Quando em concentração de 5%, necessita de 6 a 12 horas para agir como bactericida e de 18 horas, a 8%, para agir como esporicida.

O formaldeído tem função fungicida, viruscida e bactericida. Se agir por 18 horas tem ação esporicida.

 

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Indicações

É utilizado para esterilização de artigos críticos:

cateteres, drenos e tubos de borracha, náilon, teflon, PVC e poliestireno - em ambas as formulações;

laparoscópios, artroscópios e ventriloscópios, enxertos de acrílico - apenas na formulação aquosa.

 

Desvantagens

O uso do formaldeído tem como desvantagens:

perde atividade com a presença de matéria orgânica;

odor forte e irritante;

a formulação alcoólica corroi metais, danifica lentes, instrumentos ópticos, artigos plásticos e de borracha;

deixa resíduos tóxicos em equipamentos;

possui alta toxicidade. No ar sua concentração máxima permitida é de 1ppm por 30 minutos, podendo após esse limite provocar irritação de mucosas, dermatite, asma, bronquite e pneumonite;

é considerado carcinogênico pelo National Institute of Occupational Safety Health (NIOSH).

 

Cuidados com o uso

Primeiramente o artigo deve ser lavado cuidadosamente e depois seco para evitar que não altere a concentração do produto esterilizante;

o material pode então ser imerso na solução, o recipiente que contém a solução deve ser tampado;

marcar a hora de início do processo;

o recipiente deve permanecer fechado durante todo o processo - 30 minutos para desinfecção e 18 horas para esterilização;

para manusear os materiais, usar luvas ou pinças, se possível utilizar máscara;

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enxaguar abundantemente os artigos com água ou soro fisiológico estéreis ou álcool, tomar cuidado para evitar contaminação do material;

durante o manuseio do produto, ter cuidado para evitar ingestão acidental do mesmo.

 

Esterilização com formaldeído gasoso e vapor de baixa temperatura

Este método de esterilização é praticamente desconhecido no Brasil, porém é muito difundido em alguns países da Europa, como a Suécia. É chamado de LTSF (Low Temperature Steam and Formaldehyde Sterilization).

A esterilização por este método ocorre através de formaldeído gasoso na presença de vapor saturado, é preciso que a mistura destes componentes esteja uniformemente distribuída na câmara da autoclave.

O processo consiste na entrada de vapor e gás de formaldeído através de pulsos na autoclave, após a entrada da mistura há um período de manutenção da esterilização permitindo que o gás se difunda pela carga de materiais. Ocorre então o período de retirada do gás da câmara da autoclave, este acontece por evacuações e jatos de vapor ou ar. Realiza-se então a fase de secagem.

O processo dura cerca de 2 horas a 65oC, se a temperatura for mais elevada o tempo de duração do processo diminui.

Indicações

Este método deve ser utilizado para materiais que não podem ser expostos ao calor - materiais termosensíveis - como equipamentos elétricos, endoscópios.

Testes

Os testes que devem ser realizados para se validar o processo são os testes físicos e microbiológicos.

Os testes físicos investigam a capacidade física da autoclave, de distribuir uniformemente o vapor, o gás, de evacuar o ar da câmara e da carga, uniformidade de distribuição da temperatura e outros.

Os indicadores biológicos utilizados são de dois tipos: um com esporos B. Stearothermophillus e outro com B. subtilis; o primeiro é mais resistente ao formaldeído

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possibilitando assim que se observe uma falha na concentração ou distribuição do formaldeído na câmara, o segundo tem maior resistência à umidade, detectando deficiência na hidratação.

Há ainda um outro teste que avalia a penetração gasosa, este utiliza uma hélice que são feitas com um tubo de aço inoxidável com relação de comprimento/diâmetro de 2000:1. Um indicador biológico é colocado em um dos extremos da hélice e após o término da esterilização são cultivados os indicadores biológicos dos espaços da câmara e o da hélice. Nenhum dos organismos deve ser recuperado em três ciclos de esterilização para que a autoclave seja aprovada para uso.

ESTERILIZAÇÃO POR GLUTARALDEÍDO

Definição

O glutaraldeído é um dialdeído saturado - 1,5 pentanedial. Em solução aquosa apresenta pH ácido e não é esporicida. As formulações que são utilizadas possuem outros componentes para que a solução passe a ter esta ação. As formulações encontradas são:

solução ativada: é adicionada uma substância ativadora, o bicarbonato de sódio, que torna a solução alcalina (pH 7,5 a 8,5), tendo então atividade esporicida. solução potencializada: utiliza uma mistura isomérica de álcoois lineares, possui um pH de 3,4 a 3,5. Essa mistura à temperatura ambiente possui função esporicida baixa e se aquecida a 60oC torna-se esporicida em exposição por 6 horas.

Mecanismo de ação

O glutaraldeído tem potente ação biocida, é bactericida, virucida, fungicida e esporicida. Sua atividade é devida a alquilação de grupos sulfidrila, hidroxila, carboxila e amino dos microrganismos alterando seu DNA, RNA e síntese de proteínas. A atividade esporicida se deve ao fato do glutaraldeído reagir com a superfície do esporo, provocando o endurecimento das camadas externas e morte do esporo.

Indicações

Pode ser utilizado para a esterilização de artigos termo-sensíveis que não possam sofrer esterilização pelos processos físicos como: enxertos de acrílico, cateteres, drenos e tubos de poliestireno.

O glutaraldeído tem sido muito utilizado para desinfecção de alguns equipamentos como endoscópios, conexões de respiradores, equipamentos de terapia respiratória, dialisadores, tubos de espirometria e outros; para este fim o tempo de exposição é de 30 minutos. Ele não é utilizado como desinfetante de superfície por seu custo ser elevado e por ser muito tóxico.

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Cuidados no uso

O material a ser esterilizado deve ser muito bem lavado e seco, se estiver infectado realizar desinfecção prévia. Feito isso o material pode então ser colocado na solução de glutaraldeído tomando-se os seguintes cuidados:

imergir totalmente o material na solução, evitar a formação de bolhas, o recipiente no qual os materiais serão imersos deve estar esterilizado e deve ser preferencialmente de vidro ou plástico; tampar o recipiente, e marcar o início da esterilização; manusear os materiais com uso de luvas ou pinças e máscara, se possível; enxaguar por três vezes os materiais após a esterilização, utilizando água ou soro fisiológico estéreis, tomando cuidado para se evitar contaminação dos materiais; o material deve ser utilizado imediatamente.

O tempo de esterilização é preconizado pelo fabricante e varia de 8 a 10 horas.

Vantagens

A utilização do glutaraldeído apresenta as seguintes vantagens:

pode ser utilizado na descontaminação de artigos infectados antes da esterilização, pois age na presença de matéria orgânica; não altera materiais como plástico e borracha, nem dissolve o cimento de lentes de instrumentos ópticos e não interfere na condutividade elétrica de equipamentos de anestesia gasosa, pois possui em sua formulação antioxidantes; não é contaminado por microrganismos; não descolora os materiais; à temperatura ambiente mantém sua estabilidade; por ser menos volátil que o formaldeído, libera menos vapores irritantes e odor forte; não é irritante para pele e mucosas, mas pode provocar dermatite de contato.

Toxicidade

O limite máximo de glutaraldeído no ar é de 0,2 ppm, podendo então causar irritação nos olhos, garganta e nariz.

Uma ventilação adequada, fechamento hermético dos recipientes onde se realizam as esterilizações podem minizar esses efeitos. Após a esterilização o enxague cuidadoso é muito importante para se evitar reações nos pacientes decorrentes de resíduos de

glutaralESTERILIZAÇÃO POR ÓXIDO DE ETILENO

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Definição

O óxido de etileno C2H4O é um gás incolor à temperatura ambiente, é altamente inflamável. Em sua forma líquida é miscível com água, solventes orgânicos comuns, borracha e plástico.

Para que possa ser utilizado o óxido de etileno é misturado com gases inertes, que o torna não-inflamável e não-explosivo. As misturas utilizadas são:

Carboxide: 90% de dióxido de carbono e 10% de óxido de etileno; Oxifume-12: 88% de diclorofluormetano (freon) em peso e 12% de óxido de etileno; Oxifume-20: 80% de dióxido de carbono em peso e volume de gás e 20% de óxido de etileno; Oxifume-30: 70% de dióxido de carbono em peso e volume de gás e 30% de óxido de etileno.

A umidade relativa é de suma importância na esterilização por óxido de etileno. Alguns enfoques são dados a esta importância da umidade na esterilização por óxido de etileno, um deles é o fato de que o aumento da umidade relativa aumenta o poder de esterilização do óxido de etileno. Outro enfoque dado a essa importância é que ocorrem reações químicas entre o óxido de etileno e unidades biológicas, essas reações são ligações covalentes e portanto não se dissociam, para isso a ionização deve ocorrer em um solvente polar; assim a água funciona nesta reação como meio de reação ou solvente.

Um outro aspecto da importância da umidade neste tipo de esterilização é o fato de que a água e o agente esterilizante promovem reciprocamente a permeabilidade através de embalagens de filme plástico, dependendo de sua característica polar ou apolar. O óxido de etileno funciona como transportador através de filmes não polares e hidrófobos; já a água favorece a passagem de óxido de etileno através de filmes polares (celofane e poliamida por exemplo).

Mecanismo de ação

O óxido de etileno reage com a parte sulfídrica da proteína do sítio ativo no núcleo do microrganismo, impedindo assim sua reprodução.

Indicações

A utilização do óxido de etileno na esterilização é hoje principalmente empregada em produtos médico-hospitalares que não podem ser expostos ao calor ou a agentes esterilizantes líquidos: instrumentos de uso intravenoso e de uso cardiopulmonar em anestesiologia, aparelhos de monitorização invasiva, instrumentos telescópios (citoscópios, broncoscópios, etc.), materiais elétricos (eletrodos, fios elétricos), máquinas (marcapassos, etc.), motores e bombas, e muitos outros.

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Este tipo de esterilização contribui para a reutilização de produtos que inicialmente seriam para uso único, assim a prática deste tipo de esterilização evidencia vantagens econômicas, porém a segurança de se reesterilizar estes produtos ainda é questionada.

Cuidados no uso

A esterilização por óxido de etileno, como os demais métodos, exige limpeza prévia do material, esta deve ser rigorosa. O acondicionamento dos produtos também é questão importante e deve ser adequado ao tipo de esterilização e ao artigo.

A esterilização é realizada em equipamento semelhante a uma autoclave e o ciclo compreende as seguintes fases:

elevação da temperatura: até aproximadamente 54oC, a eficiência da esterilização aumenta com o aumento da temperatura, diminuindo o tempo de exposição;

vácuo: de cerca de 660mmHg, assim se reduz a diluição do agente esterilizante e fornece condições ótimas de umidificação e aquecimento;

umidificação: é introduzido o vapor na câmara até atingir umidade relativa de 45 a 85%. A fase de umidificação depende do tamanho e densidade da carga;

admissão do gás: a mistura gasosa sob pressão e concentração pré-determinada é introduzida na câmara;

tempo de exposição: depende do tipo de embalagem, do volume e densidade da carga e se o esterilizador possui circulação de gás. Para esterilIzadores industriais o tempo pode variar de 3 a 16 horas;

redução da pressão e eliminação do gás: devem ser tomados cuidados para proteger os operadores do equipamento, para diminuir resíduos nos produtos e para preservar a integridade da embalagem;

aeração: este período é necessário para que o óxido de etileno residual possa ser reduzido a níveis seguros para a utilização dos artigos nos pacientes e para o manuseio pela equipe, é realizado utilizando ar quente em um compartimento fechado específico para esse fim, o tempo desse período depende da composição e tamanho dos artigos, do sistema de aeração, da forma de penetração de temperatura na câmara, do preparo e empacotamento dos artigos e do tipo de esterilização por óxido de etileno. Este período pode variar de 6 horas a 7 dias.

Toxicidade

O óxido de etileno é irritante da pele e mucosas, provoca distúrbios genéticos e neurológicos. É um método, portanto, que apresenta riscos ocupacionais.

Existem alguns relatos de exposições agudas de humanos a altas concentrações de óxido de etileno, onde foram observadas reações como náusea, vômitos e diarréia (CAWSE et al, 1980 apud APECIH).

Há também na literatura estudos que revelam alterações no número e tipo de aberrações cromossômicas em grupos de pessoas expostas a concentrações de 1 a 40 ppm de óxido de etileno, em relação a pessoas não expostas (RICHAMOND et al, 1985 apud APECIH).

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Os limites estabelecidos de tolerância ao óxido de etileno são:

ESTERILIZAÇÃO POR PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO

Definição

Peróxido de hidrogênio ou água oxigenada é um agente oxidante e a uma concentração de 3 a 6% tem poder desinfetante e esterilizante, porém pode ser corrosivo para instrumentais.

Mecanismo de ação

A ação do peróxido de hidrogênio se deve ao ataque da membrana lipídica, DNA e outros componentes das células, pelos radicais livres tóxicos que o peróxido produz. Alguns microrganismos aeróbios são capazes de produzir catalase ou superóxido dismutase, assim eles se protegem da atividade microbicida transformando o peróxido de hidrogênio em oxigênio e água. Para se evitar esse efeito o peróxido de hidrogênio utilizado para esterilização é de concentração maior e possui estabilizantes.

Indicações

Pode ser utilizado como opção para esterilização de materiais termo-sensíveis. É usado na desinfecção e esterilização de superfícies planas e sólidas, na esterilização de capilares hemodializadores, na desinfecção de lentes de contato e outros.

Está indicado na desinfecção de nebulizadores o que é feito através de nebulização de peróxido de hidrogênio a 7,5% por 30 minutos. É também utilizado para desinfecção de materiais contaminados pelo HIV, a uma concentração de 6%, numa imersão por 15 a 30 minutos.

Toxicidade

Possui baixa toxicidade uma vez que é degradado em água e oxigênio.

Cuidados no uso

O artigo a ser esterilizado necessita de limpeza prévia; o produto é corrosivo, portanto necessita de cuidados no manuseio; a solução deve ser utilizada logo após sua preparação e armazenada protegendo-a da luz; não deve ser usada em artigos de cobre, zinco, alumínio e bronze.

ESTERILIZAÇÃO POR ÁCIDO PERACÉTICO

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Definição

Consiste em uma mistura equilibrada entre água, ácido acético e peróxido de hidrogênio. É um produto tóxico e corrosivo.

Mecanismo de ação

O ácido peracético age de forma semelhante aos agentes oxidantes como o peróxido de hidrogênio. Tem ação esporicida em temperaturas baixas e mesmo em presença de matéria orgânica.

Indicações

Este método pode ser aplicado a artigos termo-sensíveis, porém que possam ser totalmente mergulhados no líquido. Materiais de alumínio anodizado não podem sofrer este processo de esterilização por apresentarem incompatibilidade.

Os materiais esterilizados por este meio devem ser utilizados imediatamente.

Testes

Os testes para a monitorização do processo devem incluir indicadores biológicos e funcionamento do esterilizador. Há na literatura diferentes opiniões sobre a forma de monitorização, deve-se seguir as instruções do fabricante. Cada unidade que utiliza este método que deve estabelecer procedimentos e políticas para a implementação do uso deste tipo de esterilização.

ESTERILIZAÇÃO POR PLASMA DE PERÓXIDO DE HIDROGÊNIO

Definição

O plasma é um estado físico da matéria definido como uma nuvem de íons, elétrons e partículas neutras, as quais são altamente reativas. É um estado diferente dos demais conhecidos (líquido, gasoso e sólido) e vem sendo chamado de quarto estado da matéria.

O plasma é produzido através da aceleração de moléculas de peróxido de hidrogênio (água oxigenada) e ácido peracético, por uma forte carga elétrica produzida por um campo eletromagnético (microondas ou radiofreqüência). Os elétrons dessas moléculas são então "jogados" fora de seus átomos, aceleram partículas carregadas, recombinam-se com outros átomos ou elétrons, retornam para a baixa energia e produzem brilho visível.

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Mecanismo de ação

Ocorre interação entre os radicais livres gerados pelo plasma e as substâncias celulares como enzimas, fosfolipídeos, DNA, RNA e outros, impedindo o metabolismo ou reprodução celular.

Indicações

Este método de esterilização é utilizado como alternativa para artigos sensíveis a altas temperaturas e à umidade e vem sendo estudada sua característica ecologicamente viável, pois é um sistema de esterilização atóxico, com processo ambiental saudável.

Este processo pode ser aplicado em materiais como alumínio, bronze, látex, cloreto de polivinila (PVC), silicone, aço inoxidável, teflon, borracha, fibras ópticas, materiais elétricos e outros. Não é oxidante.

O plasma de peróxido de hidrogênio não deve ser utilizado para derivados de celulose, uma vez que o processo se dá a baixas pressões. A esterilização por este método exige embalagens que não contenham em suas formulação celulose. São utilizadas embalagens de Tyvek siliconizado (poliolefinas), Mylar (polietileno em tripla camada) e um polipropileno 100% repelente a líquido, com características de resistência, penetração e impermeabilidade específicos. Os indicadores biológicos utilizados para avaliação do processo também requerem atenção especial, pois originalmente são feitos com fita de celulose impregnados com esporos de bacilos.

Ciclo de esterilização

Vácuo: é a primeira fase do ciclo, é realizada através de uma bomba de vácuo;

injeção: nesta fase, uma ampola de peróxido de hidrogênio é injetada na câmara sob a forma de vapor. Cada ampola contém 1,8 ml de peróxido a 58% e é o suficiente para um ciclo de esterilização. A concentração dentro da câmara torna-se de 6mg/l de peróxido de hidrogênio;

difusão: o vapor de peróxido é difundido por toda a câmara e materiais. O tempo dura 44 minutos;

plasma: nesta fase acontece a formação do plasma, que ocorre mediante a aplicação de energia de radiofreqüência no eletrodo da câmara. Esta fase dura cerca de 15 minutos;

ventilação: interrompe-se a emissão de energia e é injetado ar no interior da câmara, voltando assim a pressão atmosférica nesta em cerca de 4 minutos.

Vantagens

Este processo tem como vantagens o fato de realizar a reação química com as unidades celulares muito rapidamente, viabilizando o processo de esterilização em curto espaço de tempo; o fato de a ativação do gás de peróxido se dar por alguns minutos e depois voltar ao estado normal sem deixar resíduos e, no final do processo, ter como produtos

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de degradação oxigênio e água, não necessitando de período de aeração. Além disso, o processo não requer equipe específica, nem controle exaustivo de monitorização.

ESTERILIZAÇÃOUM BREVE HISTÓRICO

A descoberta das bactérias como causadoras de doenças foi uma das principais descobertas da clínica médica. A ciência microbiológica foi fundada no século XIX e até então progredia lentamente durante anos:

No século IV a. C., Aristóteles já alertava Alexandre (o Grande) a ferver água para evitar doenças e escreveu: "às vezes são formados animais na terra putrefeita, às vezes em plantas e às vezes no fluido de outros animais". A maioria dos intelectuais então aderiu à teoria da geração espontânea, que persistiu por muitos anos.

Com a introdução da anestesia em 1842 por Long e em 1846 por Morton, as cirurgias eletivas começaram a surgir, pois até esta época os procedimentos cirúrgicos realizados eram principalmente os executados em período de guerras. Assim, ocorreu um aprimoramento nas técnicas e procedimentos cirúrgicos, porém a mortalidade por infecção de ferida era muito alta.

Até 1865 a taxa de infecção por amputação durante a guerra era de 25 a 90%. Em Paris, no ano de 1870, essa taxa chegava próxima a 100%. Os pacientes morriam geralmente do que era denominado de "alguma gangrena hospitalar".

Observações realizadas antes do século XIX verificavam que pessoas sadias ficavam doentes se entravam em contato mais íntimo com uma pessoa doente, especialmente em ambiente hospitalar.

Na metade do século XVI, Girolamo Fracastoro publicou "De Contagione", delineando a transmissão de doenças através do contato direto, da manipulação de pertences de pessoas infetadas ou através de transmissão a distância. A importância de limpeza, particularmente a lavagem das mãos, começou a ser especulada.

No final do século XVII, no Hospital Manchester Lying, os médicos Charles White e Thomas Kirkland tentaram implantar controles de engenharia, limpeza e ventilação adequados para os pacientes. Vários anos depois, no Hospital de Rotunda em Dublin, Robert Collins introduziu o tratamento com calor para as roupas de cama, o que resultou em uma diminuição das infecções. Estas simples soluções não foram aceitas e foram descartadas, tal era a força da teoria de geração espontânea.

Em 1863, Nealaton demonstrou o uso efetivo de álcool em feridas, mas, novamente, a idéia revolucionária não foi aceita pela Sociedade Cirúrgica de Paris. Em 1744, o primeiro halógeno a ser descoberto foi o cloro, que foi utilizado como um agente alvejante. Mais tarde, em 1823, sua efetividade como

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um desinfetante e desodorizante foi mostrada por Labarraque e novamente, em 1850, por Semmelweis. O iodo foi avaliado semelhantemente por Pasteur & Koch.

A influência de microbiologia começou a ser sentida em meados do século XVII quando foram descritos organismos muito pequenos para serem vistos a olho nú. A maioria conservadora assegurou que estes organismos foram produzidos através de geração espontânea.

Foi em 1861, quando Louis Pasteur demonstrou que a putrefação é uma fermentação causada pelo crescimento de microorganismos, que a doutrina de geração espontânea foi finalmente contestada.

A aplicação clínica da efetividade da lavagem das mãos, do uso de princípios epidemiológicos e da antissepsia foi demonstrada claramente por Oliver Wendell Holmes, em Boston, em 1843 e por Ignaz Semmelweis em 1847, no Allgemeines Krankenhaus, em Viena, Áustria.

Cientistas perceberam que havia uma analogia entre a fermentação dos experimentos de Pasteur e o processo de putrefação que se dava após amputação dos membros. Em 1867 foi introduzido o uso de fenol como um agente antimicrobiológico para esterilização do ar nas salas de operação e como um curativo de ferida cirúrgica. A mortalidade por amputação caiu de 45 para 15 por cento. A técnica foi aprovada nos Estados Unidos na primeira reunião oficial da Associação Cirúrgica Americana em 1883.

Em 1877, John Tyndall, um físico inglês, reconheceu a forma calor-resistente das bactérias, o esporo, e desenvolveu métodos de esterilização para lidar com isto. O bacteriologista francês e colaborador de Louis Pasteur, Charles Chamberland, construiu o primeiro esterilizador a vapor em 1880. Semelhante a um "fogão de pressão", ficou conhecido como a "Autoclave de Chamberland". Em 1880, Robert Koch descobriu o uso de culturas sólidas, as bactérias isoladas em colônias puras e as associou com doenças específicas. A bacteriologia tinha se tornado uma ciência.

Monitoramento dos Métodos de EsterilizaçãoPara se garantir a eficiência dos processos de esterilização deve-se elaborar um programa de monitamento para controle de qualidade de esterilização.

Este programa deve avaliar e controlar todas as fases da esterilização, a fim de se detectar possiveis falhas e onde elas ocorrem:

 

IDENTIFICAÇÃO DOS PRODUTOS

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- os materiais a serem esterilizados devem conter o nome do material, tipo de esterilização, lote da esterilização, a data de validade da esterilização, nome do responsável pelo empacotamento;

- cada ciclo de esterilização deve manter um registro com o lote, o conteúdo do lote, temperatura e tempo de esterilização, nome do operador, resultado do teste biológico e do indicador químico obtido e qualquer intercorrência.

 

MONITORAÇÃO MECÂNICA

 

- a monitoração mecânica consiste no controle e registro de parâmetros tempo, temperatura e pressão durante a esterilização e na manutenção do equipamento e dos aparelhos de registro (manômetros e termômetros).

 

INDICADORES QUÍMICOS

 

Os indicadores químicos são fitas de papel impregnadas com uma tinta termocrômica que mudam de cor quando expostas à temperatura elevada por certo tempo. Elas podem apenas indicar a exposição ou não ao calor (indicadores específicos de temperatura) ou ainda indicar a ação de diferentes componentes como tempo, temperatura e vapor (integradores).

Devem ser colocados indicadores externos nos pacotes a serem esterilizados. Essa prática indica apenas se o material passou ou não pelo processo de esterilização.

Indicadores colocados no interior dos pacotes devem estar posicionados em locais de difícil acesso ao agente esterilizante, assim poderá se obter informações sobre falhas na esterilização com relação à penetração do vapor ou concentração de óxido de etileno. Para cada processo existe um tipo de indicador apropriado: autoclave, calor seco ou óxido de etileno.

Um outro teste químico utilizado é o Teste de Bowie-Dick. Este método testa a eficácia do sistema de vácuo na autoclave de pré-vácuo. Para sua realização faz-se um pacote com campos empilhados um sobre o outro formando uma pilha de 25 a 28 cm de altura, no meio desta pilha coloca-se um papel com fitas de autoclave ou fitas zebradas coladas em forma de cruzes, cobrindo toda a superfície do papel. O pacote deve ser colocado acima ao dreno da autoclave, com esta vazia. Processa-se então um ciclo a 132oC por 3 a 4 minutos. Se as fitas não apresentarem homogeneidade na coloração indica que

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ocorreu a formação de bolhas de ar e deve ser feita a revisão do equipamento. Este teste deve ser realizado todos os dias, antes da primeira carga ser processada.

 

INDICADORES BIOLÓGICOS

 

A utilização destes indicadores permite a comprovação da eficiência da esterilização, uma vez que o crescimento de microrganismos após a aplicação do processo é diretamente testado.

Este indicador consiste em uma preparação padronizada de esporos bacterianos em suspensões que contém em torno de 106 esporos por unidade de papel.

Os microrganismos utilizados são de acordo com o processo de esterilização avaliado (APECIH, 1998):

- autoclave a vapor: B. stearothermophilus;

- calor seco: B. subtilis var. niger;

- autoclave a óxido de etileno: B. subtilis var. niger;

- plasma de peróxido de hidrogênio: B. subtilis var. niger;

- radiação gama: Bacillus pumilus;

Após o processamento dos indicadores, eles devem ser incubados para se verificar se as cepas ainda são viáveis. As condições de incubação e o meio em que os indicadores devem ser incubados devem ser fornecidas pelo fabricante das preparações. O indicador que fora processado é incubado nas mesmas condições e juntamente com um outro que não tenha passado pelo processo de esterilização a fim de se verificar a viabilidade das cepas e as condições adequadas de incubação que favoreçam o crescimento bacteriano.

A realização de testes biológicos deve ser, no mínimo, semanalmente e após cada manutenção ou suspeita de mau funcionamento.

No processo de esterilização a óxido de etileno o teste deve ser realizado em cada ciclo de esterilização devido a complexidade do processo e a maior probabilidade de falhas.

 

PESSOAL E PRÁTICAS DE TRABALHO

 

Page 99: 4 Enfermagem no centro cirúrgico

A atuação do pessoal que trabalha nesta área e as práticas empregadas devem ser constantemente supervisionadas, verificando assim a adesão aos métodos adotados para o controle de qualidade dos processos.

Montagem de carros para cirurgia

Setor responsável por separar os materiais a serem utilizados em uma cirurgia.