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O Jovem, jornal oficial da Juventude Popular da Maia. www.jpmaia.com
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[10] [12] [22]
Este texto é um clássico de Frédéric Bastiat, economista francês do século XIX, e que desmonta uma das maiores falácias económicas. Um boa oportunidade para aprenderes e reflectires.
Nuno Silva assina mais um Relatório Internacional, com todas as novidades sobre o que de mais importante se passa no panorama político por todos os cantos do mundo, com especial destaque para a situação na Líbia.
Nesta edição poderás encontrar três artigos de opinião com a marca de qualidade habitual das palavras de Luís Miguel Ribeiro, Manuel Oliveira e Carlos Pinto. Opiniões atentas e pertinentes para ler com atenção.
[4]
É sob o mote que Miguel Pires da Silva lançou na sua caminhada até à
liderança da Juventude Popular, que a estrutura se prepara para viver os
próximos dois anos. Fica a saber todos os pormenores sobre o Congresso
Nacional da JP, realizado em Lamego, em especial as novidades com mais
impacto na concelhia da Maia.
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A moda das petições veio para ficar.
Ultimamente, a classe política tem-se
habituando a promover petições mais ou
menos pífias, mais ou menos inoportunas
e, por norma, completamente
irrelevantes. Foi a vez da JSD, ao lançar a
"Petição Pela Afirmação e Valorização do
Jovem Atleta Português".
Estava capaz de sugerir que, em vez de se
preocuparem com um jovem atleta que
não consegue vingar profissionalmente
porque há clubes que exercem o seu
natural direito de preferir contratar
atletas estrangeiros (melhores ou piores,
não interessa), se preocupassem com os
jovens que não conseguem entrar no
mercado de trabalho porque a legislação
dá preferência à perpetuação de
incompetentes só porque possuem um
contrato sem termo, mesmo quando o
merecem menos do que um jovem mais
motivado e qualificado.
Parece-me que a Assembleia da
República seria melhor aproveitada ao
resolver os problemas e a debelar as
limitações que o estado impõe aos
cidadãos, do que ao dar palco a este tipo
de debate completamente irrelevante e
que em nada deve ser responsabilidade
do estado.
Continuando no campo das
irrelevâncias, não faz sentido levar a
discussão para a típica demagogia do
colocar os "ricos" a pagar a criste. O
problema não está em saber se este
paga mais ou menos do que aquele, ou
se este devia pagar mais ou menos
impostos do que paga. A realidade é que
todos pagamos mais impostos do que
devíamos pagar. E se o fazemos é
porque o estado chegou a um nível de
irracionalidade e de irresponsabilidade
só ao nível do tamanho da própria
se este devia pagar mais ou menos
impostos do que paga. A realidade é que
todos pagamos mais impostos do que
devíamos pagar. E se o fazemos é porque
o estado chegou a um nível de
irracionalidade e de irresponsabilidade só
ao nível do tamanho da própria gordura,
que urge eliminar e não perpetuar.
Sugerir que a solução para os problemas
consiste em usurpar o que é dos outros e
criar mais receitas, oferece aos estados
incompetentes um belo balão de
oxigénio e um tapete para debaixo do
qual podem varrer as suas obrigações de
emagrecimento.
Por isso, é imoral pedir a quem quer que
seja, independentemente do volume da
sua conta bancária, que pague sequer um
cêntimo a mais em impostos enquanto a
cultura despesista do estado não for
posta decisivamente em causa. É o
estado quem tem a obrigação de zelar
pelo bem estar da carteira das pessoas e
não as pessoas que têm de sustentar os
caprichos deste estado de coisas.
Em vez de exigirem ao estado a criação
de mais um imposto para sacar uns euros
extra a quem mais ganha, os “Buffetts”
desta vida poderiam propor que o
mesmo crie (se é que eles já não existem)
certos mecanismos para que os
interessados façam doações ao estado
voluntariamente. Quem quer aumentar a
sua contribuição deve fazê-lo sem
arrastar consigo quem não quer
contribuir mais. Ser altruísta com o
dinheiro dos outros é sempre muito fácil.
A concelhia da Maia da Juventude
Popular vai ficar representada nos novos
órgãos nacionais da estrutura. A eleição
decorreu no fim-de-semana de 23 e 24
de Julho, durante o XVIII Congresso
Nacional da Juventude Popular, que
decorreu em Lamego, Viseu.
A concelhia da Maia da Juventude
Popular esteve representada com
quinze congressistas e viu assim três dos
seus militantes receberem a confiança
do novo Presidente da Comissão
Política Nacional para estarem
presentes em três órgãos nacionais.
O presidente da concelhia da Juventude
Popular da Maia, Manuel Oliveira, vai
fazer parte da equipa de Miguel Pires da
Silva na Comissão Política Nacional. Já o
vice-presidente da estrutura maiata,
Tiago Loureiro, vai assumir a liderança
do Gabinete de Estudos Gonçalo
Begonha e por inerência terá também
assento na nova Comissão Política
Silva na Comissão Política Nacional. Já o
vice-presidente da estrutura maiata,
Tiago Loureiro, vai assumir a liderança
do Gabinete de Estudos Gonçalo
Begonha e por inerência terá também
assento na nova Comissão Política
Nacional; também vice-presidente da JP
Maia, Nuno Silva, continua como
Conselheiro Nacional da Juventude
Popular.
Este configura o momento mais
importante da história da Juventude
Popular da Maia, pois nunca ntes a
concelhia tinha visto tantos dos seus
militantes chamados para assumir
responsabilidades tão elevadas no seio
da estrutura nacional.
Todos sabemos que umas das medidas
impostas pela Troika para o
financiamento a Portugal foram a
redução de custos com o mapa
autárquico e o sector empresarial
público associado a este. A pressão do
triunvirato para que executemos uma
reforma séria sobre este tema
prevaleceu sobre o susto dos paladinos
do caciquismo. Há que eliminar com
urgência. A grande dúvida recairá
sobre todos os vícios e opulência que
se foram construindo: o que fazer aos
modernos edifícios de junta?; o que
fazer com os funcionários que aí
trabalham?; o que fazer com as dívidas
das empresas municipais?; como
promover a nova organização
territorial e incorporação das empresas
municipais nos pelouros das
respectivas autarquias?
Aparentemente o Município da Maia
tem encarado estes problemas com
determinação e coragem. Numa terra
adepta de empresas municipais e palco
de freguesias irrelevantes, só podemos
dar graças quando nos chega aos
ouvidos que a mentalidade está a
mudar e que se todo este resgate não
servir para muito, pelo menos
despertou consciências de que o sector
público se deve reger por normas e
formas de estar tão ou mais rigorosas
que o sector privado. Não é mau que
todos tenham agora medo pelo seu
posto de trabalho. Mesmo que não
trabalhem mais, pelo menos esforçam-
se mais.
Lidador Por terras de
A Juventude Popular esteve reunida
em congresso nacional no passado
fim-desemana, em Lamego. Perto de
400 congressistas decidiram o futuro
da estrutura, tendo como opções as
candidaturas de Miguel Pires da Silva
e Luís Chiti Dias, à sucessão do
deputado Michael Seufert.
Apresentaram também as suas ideias,
um conjunto de militantes de Coimbra
e o aveirense Carlos Martins, autor de
um dos discursos mais decisivos de
todo o Congresso.
A vitória de Miguel Pires da Silva foi
confirmada já durante a madrugada
de Domingo depois de um período de
discussão que se prolongou por mais
de doze horas com as intervenções de
inúmeros congressistas.
A concelhia da Maia esteve
representada com quinze
congressistas e viu três dos seus
militantes receberem a confiança do
novo Presidente da Comissão Política
Nacional para estarem presentes
em três órgãos nacionais da
Juventude Popular. Manuel Oliveira,
Presidente da concelhia da Maia, fará
parte da equipa de Miguel Pires da
Silva na Comissão Política Nacional,
Tiago Loureiro, Vice-Presidente
maiato, ficará à frente do Gabinete de
Estudos Gonçalo Begonha e por
inerência terá também assento na
nova Comissão Política Nacional, na
qualidade de Vice-Presidente, e Nuno
Silva, também Vice-Presidente da
Juventude Popular da Maia, continua
como Conselheiro Nacional da
Michael Seufert deixou a liderança da Comissão Política
Nacional da Juventude Popular, assumindo agora a
presidência da Mesa do Congresso.
Os maiatos Manuel Oliveira e Tiago Loureiro, foram eleitos para a
Comissão Política Nacional e para o Gabinete de Estudos, respectivamente.
O também maiato Nuno Silva, foi eleito Conselheiro Nacional.
Maia merecem fazer parte deste
novo projecto e tudo farão para
continuar a zelar pela qualidade do
trabalho político da estrutura”.
Ficou ainda a garantia de que
este comprometimento exigente
com a nova representação nacional
em nada prejudicará a continuidade
do empenho na actividade política a
nível concelhio: “gostamos de mais
da nossa concelhia e da nossa cidade
para que ela seja posta em segundo
plano. Sentimos um enorme orgulho
quando na JP usam a concelhia
da Maia para exemplos de
qualidade e competência. De forma
alguma vamos abdicar desse
reconhecimento e deixar de
trabalhar ainda mais.”
Quanto à nova direcção da Comissão
Política Nacional, Manuel Oliveira
considera Miguel Pires da Silva
“uma pessoa dinâmica e com
um projecto de união e crescimento
para a JP muito forte.” Remata com
“a certeza de que o Miguel fará um
grande mandato e conseguirá, com
o empenho da restante equipa,
colocar a Juventude Popular na
frente de batalha por uma juventude
com mais liberdade na Economia e
na Educação, rica em valores e
consciente do enorme potencial do
seu país”.
De salientar ainda a presença do
presidente da JSD, Duarte Marques,
na sessão de encerramento do
Congresso, bem como a do
Vice-Presidente do CDS-PP e
eurodeputado, Nuno Melo.
De salientar ainda a presença do
presidente da JSD, Duarte Marques,
na sessão de encerramento do
Congresso, bem como a do
Vice-Presidente do CDS-PP e
“
nova Comissão Política Nacional, na
qualidade de Vice-Presidente, e Nuno
Silva, também Vice-Presidente da
Juventude Popular da Maia, continua
como Conselheiro Nacional da
Juventude Popular.Para Manuel
Oliveira, este foi o “momento mais
alto e histórico” da concelhia da Maia
da Juventude Popular pois “nunca a
concelhia tinha tido dois militantes
com representação na direcção
nacional e a coordenação de
um órgão tão exigente e fundamental
como o Gabinete de Estudos Gonçalo
Begonha”. Ainda nas palavras do
Presidente da JP Maia, “este
congresso foi mais um grande
momento para a Maia depois de um
ano em que já fomos distinguidos com
o prémio de melhor estrutura
concelhia da JP. A maior prova de
meritocracia dentro da JP vê-se nesta
confiança por parte do novo
Presidente nacional. Os militantes da
Maia merecem fazer parte deste novo
projecto e tudo farão para continuar a
zelar pela qualidade do trabalho
político da estrutura”. Ficou ainda a
garantia de que este
comprometimento exigente com a
nova representação nacional em nada
prejudicará a continuidade do
empenho na actividade política a nível
concelhio: “gostamos de mais da
nossa concelhia e da nossa cidade
para que ela seja posta em segundo
plano. Sentimos um enorme orgulho
quando na JP usam a concelhia da
Maia para exemplos de qualidade e
competência. De forma alguma
vamos abdicar desse reconhecimento
e deixar de trabalhar ainda mais.”
Quanto à nova direcção da CPN,
Manuel Oliveira considera Miguel
Pires da Silva “uma pessoa dinâmica e
um órgão tão exigente e fundamental
como o Gabinete de Estudos Gonçalo
Begonha”. Ainda nas palavras do
Presidente da JP Maia, “este
congresso foi mais um grande
momento para a Maia depois de um
ano em que já fomos distinguidos com
o prémio de melhor estrutura
concelhia da JP. A maior prova de
meritocracia dentro da JP vê-se nesta
confiança por parte do novo
Presidente nacional. Os militantes da
Maia merecem fazer parte deste novo
projecto e tudo farão para continuar a
zelar pela qualidade do trabalho
político da estrutura”. Ficou ainda a
garantia de que este
comprometimento exigente com a
nova representação nacional em nada
prejudicará a continuidade do
empenho na actividade política a nível
concelhio: “gostamos de mais da
nossa concelhia e da nossa cidade
para que ela seja posta em segundo
plano. Sentimos um enorme orgulho
quando na JP usam a concelhia da
Maia para exemplos de qualidade e
competência. De forma alguma
vamos abdicar desse reconhecimento
e deixar de trabalhar ainda mais.”
Quanto à nova direcção da CPN,
Manuel Oliveira considera Miguel
Pires da Silva “uma pessoa dinâmica e
com um projecto de união e
crescimento para a JP muito forte.”
Remata com “a certeza de que o
Miguel fará um grande mandato e
conseguirá, com o empenho da
restante equipa, colocar a JP na frente
de batalha por uma juventude com
mais liberdade na Economia e na
Educação, rica em valores e
consciente do enorme potencial do
seu país”.
Presidente:
Miguel Pires da Silva
Vice-Presidentes:
Francisco Peres Mota
Manuel Aranha
André Araújo Correia
Fernando Neves
Manuel Caiado Figueiredo
Secretário-Geral:
José Miguel Lello
Vogais:
Pedro Pinto Lopes
Daniel Pinto
Pedro Vidal
Ana Castro
António Gomes Pereira
Vítor Vicente
Frederico Pimentel
Paulo Pereira
José Rosas Brandão
Ricardo Marques
Manuel Oliveira
Abel Baptista
Duarte Salgado Bucho
Marco Rodrigues
Rafael Souza-Falcão
Gabinete de Estudos
Gonçalo Begonha Coordenador:
Tiago Loureiro
Vice-Coordenadores:
Lúcia Santos
Luís Pedro Mateus
Vogais:
Diogo Pascoal
Francisco Ancede
Joana Martins Rodrigues
Rafael Borges
Presidente
Michael Seufert
Vice-Presidentes:
Rodrigo Lobo D’Ávila
Patrique Alves
Vogais:
Carlos Martins
Susana Garcia
Mesa do
Congresso Nacional
Mesa do
Conselho Nacional
Presidente
Vera Rodrigues
Vice-Presidentes:
André Rodrigues Barbosa
Miguel Garcez
Vogais:
Miguel Guedes Cardoso
Mafalda Laranjo
Comissão de
Fiscalização e
Disciplina Presidente
Hugo Nunes
Vice-Presidentes:
Pedro Morais Vaz
Vogais:
Marta Carvalho Esteves
Será que alguém presenciou o ataque
de raiva que acometeu o bom
burguês Jacques Bonhomme*, quando
seu filho partiu uma janela?
Quem assistiu a esse espectáculo
seguramente constatou que todos
os presentes, e eram para mais
de trinta, foram unânimes
em hipotecar a sua solidariedade
ao infeliz proprietário da vidraça
quebrada: "Há males que vêm para
o bem”, diziam. “São acidentes
deste tipo que ajudam a indústria a
progredir”. Continuavam: “É preciso
que todos possam ganhar a vida. O que
seria dos vidraceiros, se não houvesse
janelas partidas?”
Ora, há nessas fórmulas de
condolência toda uma teoria que é
importante captar-se, pois é
exactamente igual àquela teoria que,
infelizmente, rege a maior parte de
nossas instituições económicas.
Supondo-se que seja necessário
gastar seis francos para reparar os
danos feitos, pode dizer-se, com toda
a certeza, e estou de acordo com isso,
que o incidente faz chegar seis francos
à indústria vidraceira, provocando o
seu desenvolvimento na proporção de
seis francos. O vidraceiro virá, fará o
seu serviço, ganhará seis francos,
esfregará as mãos de contente e
abençoará, do fundo do seu coração, o
miúdo que jartiu a janela. Isto é o que
se vê.
Mas se, por dedução, chegamos à
conclusão, como pode acontecer, de
que é bom que se quebrem vidraças,
de que isto faz o dinheiro circular, de
que daí resulta um efeito
impulsionador do desenvolvimento da
indústria em geral, então eu serei
obrigado a exclamar: alto lá! Essa
teoria pára naquilo que se vê e não
tem em consideração aquilo que não
se vê.
Não se vê que, se o nosso burguês
gastou seis francos numa
determinada coisa, não vai poder
gastá-los noutra! Não se vê que, se ele
não tivesse nenhuma janela
para substituir, teria trocado, por
exemplo, os seus sapatos velhos ou
posto um livro a mais na sua
biblioteca. Enfim, teria aplicado seus
seis francos em alguma outra coisa
que, agora, não poderá mais
comprar.
Façamos, pois, as contas da indústria
em geral.
Tendo sido partida a janela, o fabrico
de vidros foi estimulado em seis
francos; é o que se vê.
Se a janela não tivesse sido partida, o
fabrico de sapatos (ou de qualquer
outra coisa) teria sido estimulada na
proporção de seis francos; é o que
não se vê.
E se tivéssemos em consideração o
que não se vê por ser um facto
negativo, como também o que se vê,
por ser um facto positivo,
compreenderíamos que não há
nenhum interesse para a indústria em
geral, ou para o conjunto do trabalho
nacional, o facto de janelas serem
partidas ou não.
Façamos agora as contas de Jacques
Bonhomme. Na primeira hipótese, a
da janela partida, ele gasta seis
francos e não tem mais nem menos
prazer do que antes; apenas tem uma
janela nova.
Na segunda hipótese, aquela na qual
o incidente não ocorreu, ele teria
gasto seis francos em sapatos e teria
tido ao mesmo tempo o prazer de
possuir um par de sapatos e também
uma janela.
Ora, como Jacques Bonhomme faz
parte da sociedade, deve concluir-se
que, considerada no seu conjunto, e
fazendo-se o balanço dos seus
trabalhos e dos seus prazeres, a
sociedade perdeu o valor relativo à
janela partida.
Daí, generalizando-se, chega-se a
esta conclusão inesperada: a
sociedade perde o valor dos objectos
destruídos inutilmente. E chega-se
também a este aforismo que vai
arrepiar os cabelos dos
proteccionistas: partir, estragar,
dissipar não é estimular o trabalho
nacional ou, mais sucintamente,
destruição não é lucro.
É preciso que o leitor aprenda a
constatar que não há somente dois,
mas três personagens no pequeno
drama que acabei de apresentar. Um
deles, Jacques Bonhomme,
representa o consumidor reduzido a
ter, por causa da destruição, um só
prazer em vez de dois. O outro, sob a
figura do vidraceiro, mostra-nos o
produtor a quem o incidente estimula
o negócio. O terceiro é o sapateiro (ou
outro industrial qualquer) cujo
trabalho é desestimulado também
pelas mesmas razões. É esse terceiro
personagem que se mantém sempre
na penumbra e que, personificando
aquilo que não se vê, é peça
fundamental do problema. É ele que
nos faz compreender o quanto é
absurdo afirmar-se que existe lucro na
destruição. É ele que nos ensinará que
não é menos absurdo procurar-se
lucro numa restrição, já que esta é
também, no final das contas, uma
destruição parcial.
* Jacques Bonhomme, em francês,
representa o homem comum do povo,
probo, responsável.
A “Primavera Árabe” será, com
certeza, objecto de estudo científico
para os académicos durante largos
anos. Mas haverá sempre a
“Primavera Árabe” de revolta e
manifestação que deu novo rumo à
Tunísia e ao Egipto e que,
actualmente, ainda se prolonga na
Síria, e uma guerra civil que dura há
mais de meio ano nas areias da Líbia.
Certamente a mais sangrenta das
revoltas, esta Primavera na Líbia
durará pelo Outono dentro, até que o
líder derrotado seja encontrado. Faria
dia 1 de Setembro 42 anos de poder,
que tomou no longínquo Setembro de
1969, mas Kadhafi está em fuga,
dentro do seu país, com dois dos seus
filhos (tomando a informação
disponível como fidedigna).
dizer que o Coronel chegou ao fim da
sua carreira como o excêntrico líder
líbio e passará para outro papel. Um
de quatro cenários aparece: Kadhafi
será capturado e levado para o exílio;
Kadhafi será capturado e entregue ao
Tribunal Penal Internacional; Kadhafi
será capturado e julgado na Líbia
pelos seus crimes; ou Kadhafi será
morto no momento da captura.
Se o primeiro cenário que coloco é
manifestamente mais complicado de
acontecer, já os outros três tem as
suas hipóteses mais elevadas. A
entrega de Kadhafi à comunidade
internacional para responder aos
mandatos de captura do Tribunal
Penal Internacional é um gesto
importante que o Conselho Nacional
de Transição daria à comunidade
internacional mas é legitimo que os
líbios o queiram julgar. Quem me
conhece sabe que sou contra o
Tribunal Penal Internacional pois
acredito que os acusados não devem
responder por crimes cometidos num
líbios o queiram julgar. Quem me
conhece sabe que sou contra o
Tribunal Penal Internacional pois
acredito que os acusados não devem
responder por crimes cometidos num
país por outra entidade que não a
justiça desse país.
O terceiro cenário, que acho o mais
provável, é que Kadhafi seja
capturado e julgado na Líbia pelos
crimes cometidos. Uma solução como
a de Saddam Hussein. Além disso,
parece-me a solução mais sensata e
racional serem os Líbios a julgarem-no
como já expliquei. Já o quarto cenário,
terá quase a mesma probabilidade do
julgamento na Líbia. É possível que,
um qualquer soldado rebelde, ou
patente com uma ganância de
vingança possa premir o gatilho fora
de tempo, e executar o Coronel. Para
o futuro da própria Líbia, era bom que
não acontecesse.
Em quinze dias, os rebeldes
o futuro da própria Líbia, era bom que
não acontecesse.
Em quinze dias, os rebeldes
conseguiram aquilo que tentavam há
meses: chegar à capital líbia. O dia 28
de Julho é chave neste processo. Foi
neste dia que os soldados rebeldes
conseguiram capturar o chefe do
exército rebelde, Abdul Fatah Younis,
que foi morto por um soldado rebelde
durante a ordem de prisão que o
Conselho Nacional de Transição tinha
ordenado. Com a possibilidade de ser
agente duplo, Abdul Fatah Younis
seria preso e acabou morto e
substituído na frente do exército
rebelde. Nesse mesmo dia, os
rebeldes do ocidente líbio começaram
a avançar, e os rebeldes de Benghazi
fizeram o mesmo até que dia 13 de
Agosto, cercam Tripoli. Entretanto, os
bombardeamentos da NATO foram
dando uma ajuda e aberto caminho
aos rebeldes.
fizeram o mesmo até que dia 13 de
Agosto, cercam Tripoli. Entretanto, os
bombardeamentos da NATO foram
dando uma ajuda e aberto caminho
aos rebeldes.
A Batalha de Tripoli, sangrenta e
citadina, exige das tropas outro tipo
de engajamento. A guerra citadina é
bem diferente de uma guerra nas
estradas líbias no meio do deserto. Em
três dias, a capital foi tomada e a 23
de Agosto, a sua quase totalidade
controlada pelos rebeldes que
festejaram nas ruas de Tripoli e
transferiram o governo para lá. Nesse
dia o complexo de Kadhafi foi tomado
e o mundo viu o “socialismo árabe” do
destronado líder líbio.
Desaparecido e em fuga, as tropas
rebeldes deram 4 dias para os fieis ao
antigo ditador se renderem, enquanto
que a vizinha Argélia confirmou que a
esposa do Coronel e três dos filhos
Desaparecido e em fuga, as tropas
rebeldes deram 4 dias para os fieis ao
antigo ditador se renderem,
enquanto que a vizinha Argélia
confirmou que a esposa do Coronel e
três dos filhos passaram a fronteira e
estão no país. Para um actor neutro,
a Argélia tomou, de certo modo,
partido na guerra civil que o Conselho
Nacional de Transição (CNT) já
entendeu ser uma grave afronta ao
novo regime da Líbia. Sendo por
razões humanitárias ou não, Argel
devia ter contactado o CNT e
negociado a estadia de parte da
família na Argélia, principalmente da
esposa e filha grávida do ex ditador.
Setembro mostra-se como um mês
decisivo no futuro do país e que volta
a ser o mês de mudança de regime,
42 anos depois.
“
No último congresso nacional da Juventude Popular
que se realizou em Lamego, todos fomos
contemplados com exposições de opinião contendo
premissas, que de forma leviana, povoam o
pensamento de muitos jovens portugueses – e não só.
Falo nomeadamente das correntes de opinião que se
revelam a favor de uma união dos indivíduos para o
consumo apenas e só de produtos nacionais com o
intuito de proteger o mercado nacional, e assim,
garantir postos de trabalho.
De forma mais explícita ou em forma de lobby, sempre
existiram tentativas de proteccionismo de mercado
por parte dos estados, instituições e grupos de
interesse de indivíduos, no entanto com o passar dos
anos com o abandono de políticas de autarcia
económica, nomeadamente com a integração na união
europeia, abolição de tarifas aduaneiras e
consequentemente uma maior exposição e
interdependência num mundo cada vez mais
globalizado, obrigou o relaxamento desse tipo de
proteccionismo com vista a aumentar as quantidades
produzidas, transaccionadas e consumidas entre os
países (ver artigo de opinião da edição anterior, sobre
mercado internacional).
Assim, no sentido da preservação e manutenção das
liberdades individuais como factor primordial para a
condição de um mercado livre e concorrencial, que
sempre defendemos e é altamente desejável para a
competitividade da economia, não posso deixar passar
em branco estas novas correntes de pensamento que
visam a defesa de grupos de interesse isolados e que
em nada abonam a favor da população em geral, isto
é, dos consumidores.
Perante estas situações fico sempre intrigado quando
vejo alguém a comentar ou incentivar sobre medidas
de consumo exclusivo de produção nacional, pelo que
me questiono sobre o que é que entendem como
produção nacional.
Vamos supor um exemplo: Um investidor de
nacionalidade estrangeira e com uma conta bancária
estrangeira, decide abrir uma exploração agrícola com
100% de mão-de-obra nacional, mas recorrendo a
matéria-prima 100% estrangeira (sementes, adubos,
maquinaria) ou vice-versa. Consideremos isto como
produção nacional?
Agora, vamos supor um outro exemplo: Uma
empresa que importe exclusivamente produtos
agrícolas, embale e distribua em território nacional
para consumo é considerado produção nacional? Se
apontarmos ao critério da escolha de produtos
nacionais pelo seu código de barras, então este
último exemplo seria considerado nacional. Se
atendermos aos critérios da AEP com a campanha
“compre o que é nosso” nos critérios de adesão
podem-se diluir os efeitos da nacionalidade da mão-
de-obra com os consumos intermédios, com o rácio
[(VAB+INCI)/Valor da Produção]*.
Referido no exemplo anterior, pode-se já apontar uma
instituição que se apropriou desta corrente de
pensamento de se consumir exclusivamente aquilo que
é nacional, como é o caso da AEP, que por cada
atribuição de autorização do seu “compre o que é
nosso” cobra uma taxa pelo seu serviço, obrigando
produtores que queiram ver os seus produtos
reconhecidos como “nacionais” a adquirirem o seu
serviço impondo-lhes custos, que ficam a cargo do
consumidor ou reduzindo as margens de lucro dos
produtores.
Desta forma, não posso deixar passar a crítica a esta
ideia que cada vez mais se encontra mais em voga.
* Nota: VAB - Valor Acrescentado Bruto INCI – Incorporação Nacional de Consumos Intermédios
“
A par da expectável renovação de equipas dos órgãos
nacionais, Lamego trouxe ainda curiosas
interpretações sobre o futuro e desfechos sobre o
passado da Juventude Popular. Naquele que foi o meu
quarto Congresso Nacional, suspeito seria se não
dissesse que foi o melhor. Ainda que do ponto de vista
material e logístico, a JP deu neste congresso um
passo em frente na dignidade do momento. Nunca
foram dadas tão boas condições de trabalho aos
congressistas num espaço que perdurará durante
muito tempo na memória de muitos. Foi óptimo,
finalmente, ter um espaço com verdadeiro espírito de
congresso que possibilitou sem grande esforço
acompanhar a longa maratona dos trabalhos. Também
nunca será em demasia salutar as quatro Moções de
Estratégia Global e as quatro Moções de Estratégia
Sectorial.
Independentemente das suas ideias, a JP vive da
discussão coerente e interessada que possa alimentar
a sua posição política num Portugal cada vez mais
complexo e com urgência de mudança. Dos resultados
mais notórios, surge a expectativa em torno da nova
Comissão Política Nacional e do Gabinete de Estudos
Gonçalo Begonha. Se o novo Coordenador do GEGB
conheço na perfeição e não tenho dúvidas que fará um
trabalho sem precedentes no que respeita a enorme
qualidade e compromisso com a formação da JP, o
novo Presidente da CPN dá-me garantias de união e
empenho na construção de uma estrutura solidária
com os seus. Há muito trabalho pela frente, todos
somos necessários e capazes de fazer crescer ainda
mais uma JP que por vários motivos tem tido
dificuldades em manter-se de pé.
Nos últimos anos a JP tem sofrido, como nenhuma
outra associação juvenil partidária, o fenómeno do
afastamento dos jovens da política activa. Com muito
menos recursos e sentido de organização que a
Juventude Socialista e a Juventude Social-Democrata,
a JP tem sentido particulares dificuldades, na última
década, em conseguir manter um nível de exigência,
resistência e comprometimento que a caracterizam
desde a reunião do Teatro S. Luís em 1974. Num
cenário macro, que condiciona todas as nossas
atitudes e tomadas de posição, a JP não tem sabido
aproveitar da melhor forma todas as oportunidades
que a constante mudança proporciona. No entanto, é
óbvio que nem só dos factores externos pode a JP
queixar-se. Se pensarmos que a mudança começa por
dentro, a JP tem cometido (sinto e defendo isso desde
que conheço a estrutura) erros crassos quando não se
alavanca no poder e margem de exposição das suas
concelhias e distritais - uma velha questão na
estrutura, um constante problema que dificilmente se
dissocia de específicos momentos de oportunidade.
Embora não se exija heróis nem fórmulas mágicas, a
verdade é que este problema tem travado imenso o
crescimento qualitativo da JP, tornando-a muitas
vezes permeável a más intenções e outras que, sem
orientação e estratégia, se perdem em “boa vontade”.
Consequência ou não deste mar de intenções, na
última década, também o perfil do novo militante da
JP mudou categoricamente. Pressente-se um
sentimento unânime que o militante da JP é hoje um
espelho da Educação e da vida familiar e social em
Portugal. Muitos caracterizam-no como “incapaz de
escrever duas frases sem um erro ortográfico”, outros
como “irresponsável, incapaz de saber-estar e criticar
fundamentadamente o que o rodeia” e ainda outros
como “alguém que não consegue distinguir socialismo
de liberalismo”. Embora eu concorde com a
generalidade destas críticas, todos sabemos que é um
passo recorrente, em qualquer que seja a situação, a
geração presente criticar a futura. Temos de ser
especialmente cuidadosos quando, mesmo que
inconscientemente, colocamos filtros sobre quem
deve estar ou não na JP. Temos de ser inteligentes ao
geração presente criticar a futura. Temos de ser
especialmente cuidadosos quando, mesmo que
inconscientemente, colocamos filtros sobre quem
deve estar ou não na JP. Temos de ser inteligentes ao
ponto de compreender que todas as organizações são
afectadas pela sociedade que a rodeia e que estas
serão alvo dos vícios e costumes dessa. A JP não tem
sabido harmonizar esta questão e aprender a viver
com ela, retirando partido dos pontos fortes e apostar
numa melhoria dos pontos fracos.
A JP não é de um grupo do Norte ou de uma rebelião
do Sul; não é uma colectividade com fins desportivos e
culturais e, certamente, não é uma agência de
emprego. A JP é uma instituição com quase quarenta
anos de história, actriz e espectadora de importantes
mudanças sociais e económicas do nosso país, palco
onde já militaram (e militam!) actuais Ministros,
Secretários de Estado e Deputados, voz da indignação
dos jovens contra um Estado omnipresente e
estrangulador. Saibamos, mais do que permanecer
assim, fazer perceber que é assim que tem de
continuar. Vamos a isto!
“
Neste mês, carrega-se uma esperança verde lusa, de
que o virar de página político do mês passado possa
nos propulsar para fora da linha vermelha em que
estamos financeiramente inseridos. Como em todas as
crises financeiras que a história conheceu, existiu a
oportunidade da transformação e da superação de
esforços. Mas este fenómeno que aglutina em si já
algumas potências europeias tem, na sua génese, uma
falha do Euro. Vejamos.
A moeda única implica uma política monetária
também ela única e uma situação consolidada dos
desempenhos financeiros dos países que a compõem.
Em consequência, devem ser respeitadas regras e
responsabilidades comuns. As vantagens da moeda
única são obviamente numerosas como cada um de
nós as terá percebido desde a criação do Euro. No
entanto, esta moeda única implica para cada país, uma
disciplina comum a respeitar. Tal não significa uma
perda da soberania nacional pois esta manifesta-se nas
modalidades escolhidas para atingir essa disciplina.
Mas de facto, esta sempre foi uma barreira que a
vertente histórico-cultural de cada país invocou para
manter o rumo divergente em matéria de políticas
económicas e financeiras na UE.
Em consequência dessa barreira inultrapassável, a
zona Euro pôs “os carros à frente dos bois.” Trágico
erro! Assim, esqueceu-se do manual para direccionar
os bois: não há política cambial comum, não existem
emissões de títulos de dívida comum. Podemos ainda
citar a ausência de fiscalidade coordenada e a
inexistência de um modelo económico comum e de
uma política comum de crescimento… A União
Europeia tem, evidentemente, muito a ganhar em
proteger e conservar uma moeda única. No entanto,
chegadas às condições dos mercados actuais, é
necessário ir mais longe.
Não faz sentido continuar a deixar os países da zona
Euro financeiramente mais vulneráveis de se
apresentarem nos mercados com títulos de dívida para
financiar a sua dívida pública. Do ponto de vista dos
mercados, existindo o Euro, a dívida dos países da zona
Euro apenas pode constituir um risco representado
pela potência económica global da zona Euro.
Deve ser redireccionada a política cambial, destinada a
assegurar um crescimento económico satisfatório,
pivotado pelo BCE cujo papel deixaria de ser apenas o
do controlo da inflação.
Deve ainda ser redefinida a função da banca,
separando as actividades de crédito, de trading para
conta própria e as actividades ligadas a seguradoras.
Isto poderia levar a uma restrição nas actividades para
conta própria dos bancos. Interesses económicos à
parte, e porque não?
Ainda é importante a implementação de um modelo
económico global, coerente, onde cada país oriente a
sua economia em coordenação com a dos outros em
termos de níveis de crescimento, inflação e fiscalidade.
Se decisões que rumem neste sentido não forem
tomadas rapidamente, a situação actual verá países da
zona Euro em recessão enquanto outros estiverem em
crescimento. Provocará certamente um fosso ainda
mais profundo e um efeito inadaptado para os países
de fraca produtividade, taxas de juro divergentes entre
países endividados e ainda uma fiscalidade disparatada
que levarão a que se ponha em causa a sua
continuação na moeda única. Ao não encontrar uma
resposta proteccionista à escala europeia que
colmate as falhas da construção europeia e
assim elimine o suco do oportunismo e da pressão dos
mercados, a pressão que recai sobre a zona Euro e que
anestesia as atenções sobre a dívida dos EUA,
transformará a opção de saída do Euro dos membros
incumpridores no único escape possível para a
sobrevivência de todos.
Claro que, à partida, uma saída do Euro seria
instantaneamente catastrófica para países
sobrendividados, que sofreriam uma forte
desvalorização das suas novas moedas e teriam que se
declarar em incumprimento nas suas dívidas em euros.
O custo de produtos importados seria imediatamente
acrescido e uma forte inflação esmagaria o já fraco
poder de compra. O ajustamento seria brutal, mas a
termo a competitividade poderia seria reencontrada,
permitindo de novo o crescimento mediante uma
execução orçamental sólida. Este cenário traçaria
ainda consequências dramáticas para os restantes
países credores como a Alemanha ou os países do
Norte mas esta passividade das instâncias europeias
culminará inevitavelmente num ponto sem retorno…
“