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Ministério de Minas e Energia - MMEGerenciador Eletrônico de Documentos e Processos - DocFlow
TERMO DE AUTUAÇÃO
Ao Protocolo Geral do Ministério de Minas e Energia
Brasília,14 de junho de 2016.
Encaminho a documentação anexa, contendo 61 folhas, para providências quanto à abertura de processo, conforme informações a seguir:
Interessado: Tradener Ltda.
Procedência: Departamento de Outorgas de Concessões, Permissões e Autorizações
Assunto: Requerimento para autorização da Tradener Ltda. para exportação energia elétrica para a Republica Argentina.
Destino: Departamento de Outorgas de Concessões, Permissões e AutorizaçõesCarimbo e assinatura
OSIANE KRAIESKI DE ASSUNÇÃO
MOD.CGRL.056/2008
48360003307201600
MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIASecretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético
Departamento de Outorgas de Concessões, Permissões e Autorizações
NOTA TÉCNICA No 265/2016-DOC/SPE-MME
Assunto: Autorização para a Tradener Ltda. Exportar Energia Elétrica para República Argentina até 31 de dezembro de 2018.
Referência: Processo nº 48000.000869/2016-56.
INTRODUÇÃO
1. Esta Nota Técnica tem por objetivo apresentar a análise técnica do requerimento
da Tradener Ltda. para obter autorização para exportar energia elétrica para República Argentina,
através da Conversora de Frequência de Garabi, até 31 de dezembro de 2018.
DOS FATOS
2. O Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia da
República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria, Energia e Mineração da República
Argentina sobre Intercâmbio de Energia Elétrica, firmado em 11 de maio de 2016 (fls. 10 a 14),
estabelece as bases e condições para possibilitar o intercâmbio de energia elétrica entre o Brasil e
a Argentina, com vigência até 31 de dezembro de 2018.
3. A Companhia Administradora del Mercado Mayorista Elétrico Sociedad Anónima
– CAMMESA, por meio da correspondência Nota B-108041-2, de 8 de junho de 2016
encaminhada à Tradener Ltda. (fl. 4), designou esta como agente comercializador responsável
por representá-la em território brasileiro.
4. Por meio da correspondência CT 317/16, de 8 de junho de 2016 (fls. 2 a 62), a
Tradener Ltda., CNPJ nº 02.691.745/0001-70, requereu autorização para exportar energia
elétrica da República Argentina no período de 1º de junho de 2016 a 31 de dezembro de 2018
através da Conversora de Frequência de Garabi.
48360003331201600
DA LEGISLAÇÃO E REGULAMENTAÇÃO
5. A Lei nº 9.427, de 26 de dezembro de 1996, no art. 26, no inciso III, estabelece
competência ao poder concedente para autorizar a importação e exportação de energia elétrica,
conforme transcrito a seguir.
Art. 26. Cabe ao Poder Concedente, diretamente ou mediante delegação à ANEEL, autorizar: (Redação dada pela Lei nº 10.848, de 2004)...................................
III - a importação e exportação de energia elétrica, bem como a implantação das respectivas instalações de transmissão associadas, ressalvado o disposto no § 6º do art. 17 da Lei nº 9.074, de 7 de julho de 1995; (Redação dada pela Lei nº 12.111, de 2009) (grifo nosso)
6. O Decreto nº 7.246, de 28 de julho de 2010, regulamentou a Lei nº 12.111, de 9 de
dezembro de 2009, dispõe que o MME expedirá os atos autorizativos de que tratam o art. 26,
inciso III, da Lei nº 9.427, de 1996, conforme transcrito a seguir:
Art. 21. A definição das instalações de transmissão de energia elétrica destinadas a interligações internacionais, de que trata o art. 17, §§ 6º e 7º, da Lei nº 9.074, de 1995, será estabelecida por meio de portaria do Ministério de Minas e Energia...............................................................................
§ 2º O Ministério de Minas e Energia celebrará os contratos de concessão e expedirá os atos autorizativos de que tratam o art. 3º-A, inciso II, e o art. 26, inciso III, da Lei nº 9.427, de 1996, necessários a viabilizar a importação e a exportação de energia elétrica. (grifo nosso)
7. A Portaria MME nº 596, de 19 de outubro de 2011, disciplina autorização para
importação e exportação de energia elétrica, que será outorgada à pessoa jurídica constituída, sob
os ditames das leis brasileiras, com o objetivo de importar, exportar ou comercializar energia
elétrica no mercado brasileiro.
Art. 1º A autorização para importação e exportação de energia elétrica será outorgada à pessoa jurídica constituída, sob os ditames das leis brasileiras, com o objetivo de importar, exportar ou comercializar energia elétrica no mercado brasileiro.
Parágrafo único. A autorização para importação e exportação de energia elétrica deverá observar: I - disposições constantes de acordos internacionais; e
II - condições e diretrizes específicas estabelecidas pelo Ministério de Minas e Energia, nos termos do art. 4º, § 2º, do Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004.
ANÁLISE
Do Regramento para Autorizar a Exportação de Energia Elétrica
8. A Portaria MME nº 596, de 19 de outubro de 2011, disciplina autorização para
importação e exportação de energia elétrica, que será outorgada à pessoa jurídica constituída sob
os ditames das leis brasileiras, com o objetivo de importar, exportar ou comercializar energia
elétrica no mercado brasileiro.
9. No âmbito do Ministério de Minas e Energia, compete à Secretaria de
Planejamento e Desenvolvimento Energético analisar o requerimento, bem como toda a
documentação apresentada, para fins de instrução do processo de autorização para importação e
exportação de energia elétrica, de acordo com o § 4º do art. 2º da citada Portaria.
Dos Requisitos para Autorizar a Exportação de Energia Elétrica
10. O art. 1º da Portaria MME nº 596, de 2011, dispõe que a autorização para
importação e exportação de energia elétrica deverá observar condições e diretrizes específicas
estabelecidas pelo Ministério de Minas e Energia, nos termos do art. 4º, § 2º, do Decreto nº
5.163, de 30 de julho de 2004.
11. O Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia da
República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria, Energia e Mineração da República
Argentina sobre Intercâmbio de Energia Elétrica, firmado em 11 de maio de 2016 (fls. 10 a 14),
com vigência até 31 de dezembro de 2018, estabeleceu que:
Artigo 1
O Governo Brasileiro buscará disponibilizar energia elétrica sob duas modalidades:
a) Sem Devolução da Energia Elétrica Interruptível Suprida: mediante utilização de usinas térmicas não despachadas para atender o mercado do País supridor e/ou por meio de energia vertida turbinável não alocável no sistema brasileiro; tal modalidade poderá ser realizada durante os meses de janeiro a dezembro, via Conversora de Frequência de Garabi ou via Conversora de Frequência de Uruguaiana; e
b) Com Devolução da Energia Elétrica Interruptível Suprida: suprimento realizado mediante utilização da energia elétrica do Sistema Interligado Brasileiro (de origem hidráulica) durante o período de maio a agosto.
Artigo 2
O suprimento de energia elétrica no período mencionado no item “b” do artigo anterior pela República Federativa do Brasil à República Argentina terá natureza excepcional e interruptível.
Artigo 3
O suprimento de energia elétrica da República Federativa do Brasil à República Argentina será realizado sempre que não coloque em risco a segurança eletro energética brasileira.
Artigo 4
A quantidade disponível de energia elétrica, limitada à capacidade de 2.100 MW, a ser fornecida pela República Federativa do Brasil à República Argentina, será definida semanalmente por meio do Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil, consultados os Órgãos competentes.
[...]
Do requerimento para Autorização para Exportar Energia Elétrica
12. Por meio da correspondência CT 317/16, de 8 de junho de 2016 (fls. 2 a 62), a
Tradener Ltda., CNPJ nº 02.691.745/0001-70 requereu autorização para exportar energia elétrica
da República Argentina no período de 1º de junho de 2016 a 31 de dezembro de 2018 através da
Conversora de Frequência de Garabi.
13. A Companhia Administradora del Mercado Mayorista Elétrico Sociedad Anónima
– CAMMESA, por meio da correspondência Nota B-108041-2, de 8 de junho de 2016
encaminhada à Tradener Ltda. (fl. 4), designou esta como agente comercializador responsável
por representá-la em território brasileiro.
Da Habilitação do Requerente
14. O art. 1º da Portaria MME nº 596, de 2011, disciplina que a autorização para
exportação de energia elétrica será outorgada à pessoa jurídica constituída, sob os ditames das
leis brasileiras, com o objetivo de exportar ou comercializar energia elétrica no mercado
brasileiro.
15. A Tradener Ltda. é autorizada a comercializar energia elétrica por meio da
Resolução nº 360, de 19 de novembro de 1998 (fl. 63), atuando como agente da Câmara de
Comercialização de Energia Elétrica – CCEE (fl. 64).
16. O art. 2º da Portaria MME nº 596, de 2011, discrimina os documentos necessários
a autorização para exportação de energia elétrica, que foram entregues ao MME pela interessada,
juntamente com o requerimento para autorização.
Situação Jurídica
17. A empresa apresentou cópia do Contrato Social, consolidado após 20ª Alteração
realizada em 18 de abril de 2016 (fls. 15 a 24), registrada na Junta Comercial do Paraná sob o
NIRE nº 41.2.0395262-0 e o Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ matriz (fl. 26).
Razão Social: Tradener Ltda.Endereço: Alameda Doutor Carlos de Carvalho, nº 603, 8º andar,conjunto 82CEP 80430-180, Centro, na Cidade de Curitiba, Estado do Paraná.CNPJ: 02.691.745/0001-70
Representação legal
18. O § 1º da Cláusula 14 do Contrato Social estabelece que: “Os documentos que
obriguem a Sociedade serão assinados conjuntamente pelo Presidente e por um dos Diretores
Executivos entre os nomeados nas letras “b”, “c” e “d” da Cláusula 13; ou, alternativamente,
os documentos que obriguem a Sociedade serão assinados conjuntamente pelo Diretor
Administrativo Financeiro e por um dos Diretores Executivos entre os nomeados nas letras “b”,
“c” e “d” da Cláusula 13”.
19. A correspondência CT 317/16, de 8 de junho de 2016, foi assinada pelo Diretor
Administrativo e Financeiro, Guilherme Rocha Ávila, e pelo Diretor de Novos Negócios,
Ricardo Thomaz de Aquino, designados na Cláusula 13 do Contrato Social.
Situação Econômico-financeira
20. A empresa apresentou Certidão Civil de Falências e Concordatas ou de
Insolvência Civil, em nome da interessada, no CNPJ da pessoa jurídica, que comprova inexistir
distribuição de ações de falência, concordatas, recuperação judicial e extrajudicial (fl. 25),
emitida no prazo inferior a 30 dias à solicitação de autorização, conforme estabelece o inciso IV
do art. 2º da Portaria MME nº 596, de 2011.
21. A empresa apresentou também as demonstrações contábeis do último exercício
social, referente ao ano de 2015 (fls. 28 a 57), conforme estabelece o inciso IV do art. 2º da
Portaria MME nº 596, de 2011.
Situação Fiscal
22. A Tradener Ltda. encontra-se regular com as obrigações fiscais e setoriais, de
acordo como as certidões relacionadas a seguir, que se encontram válidas e tiveram suas
autenticidades confirmadas:
Certidão Positiva com Efeitos de Negativa de Débitos relativos aos Tributos Federais e à Dívida
Ativa da União
fl.58Val.: 03/12/2016
Certidão Negativa de Débitos de TributosEstaduais (Paraná)
fl.59Val.: 16/08/2016
Certidão Negativa de Débitos de Tributos Municipais (Curitiba)
fl.60Val.: 29/09/2016
Certificado de Regularidade do FGTS (CRF) fl.61Val.: 06/07/2016
Certificado de Adimplemento para com as Obrigações do Setor Elétrico
fl.62Val.: 17/06/2016
23. A partir da edição da Portaria nº 358, de 5 de setembro de 2014 (fl. 65), a
exigência de Certidão Negativa de Débitos Relativos às Contribuições Previdenciárias e às de
Terceiros passa a ser atendida com a apresentação da Certidão Negativa de Débitos relativos aos
Tributos Federais e à Dívida Ativa da União emitida pela Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional – PGFN.
Da Competência para Autorizar a Exportação de Energia Elétrica
24. O § 2º do art. 21 do Decreto nº 7.246, de 2010, dispõe competência ao Ministério
de Minas e Energia para autorizar a importação e exportação de energia elétrica, de que trata o
inciso III do art. 26 da Lei nº 9.427, de 1996.
25. Portanto, compete ao Ministro de Estado de Minas e Energia autorizar a
exportação de energia elétrica objeto do requerimento da Tradener Ltda.
Minuta de Portaria Proposta
26. A minuta da Portaria apresentada no Anexo desta Nota Técnica autoriza a
Tradener Ltda., inscrita no CNPJ/MF sob o nº 02.691.745/0001-70, a exportar até 2.100 MW de
potência e respectiva energia elétrica associada, para a República Argentina, através da Estação
Conversora de Frequência de Garabi, localizada no Município de Garruchos.
27. O Parágrafo único do art. 1º estabelece que a autorização vigorará até 31 de
dezembro de 2018.
28. Em atendimento ao disposto nos arts. 3º e 4º da Portaria MME nº 596, de 2011, os
arts. 5º e 6º da minuta da Portaria constituem obrigação para a Autorizada:
I - pagar a Taxa de Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica - TFSEE, nos prazos e nas condições estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL;
II - submeter-se à fiscalização da ANEEL;
III - submeter-se a toda e qualquer regulamentação de caráter geral que venha a ser estabelecida, especialmente àquelas relativas à exportação e comercialização de energia elétrica;
IV - ingressar com pedido de adesão à CCEE, após a publicação da autorização de exportação;
V - informar mensalmente à ANEEL, no prazo de quinze dias após à contabilização da CCEE, todas as transações de exportações realizadas, indicando os montantes, a origem da energia vendida e a identificação dos compradores;
VI - cumprir os procedimentos administrativos previstos na legislação que rege a importação e exportação de energia elétrica;
VII - honrar os encargos decorrentes das operações de exportação de energia elétrica de que trata esta Portaria;
VIII - contabilizar, em separado, as receitas, as despesas e os custos incorridos com a atividade de exportação autorizada, de acordo com os princípios contábeis praticados pelo Setor;
IX - efetuar o pagamento dos encargos de Acesso e Uso dos Sistemas de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica decorrentes da autorização, nos termos da regulamentação específica, quando couber;
X - atender, no que couber, às obrigações tributárias, aduaneiras e de natureza cambial, relativas às atividades de exportação de energia elétrica; e
XI - manter regularidade fiscal durante todo o período da autorização, estando sujeita às penalidades previstas na regulamentação.
Art. 6o A exportação de energia elétrica, de que trata esta Portaria, deverá ser suportada pelos seguintes contratos:
I - Contrato de Uso do Sistema de Transmissão - CUST; e
II - Contratos de Compra de Energia Elétrica celebrados com os Geradores brasileiros para atendimento à exportação.
§ 1o A Autorizada deverá apresentar à ANEEL o Contrato referido no inciso I até trinta dias após sua celebração.
§ 2o Os Contratos referidos no inciso II deverão ser registrados na ANEEL, em conformidade com a regulamentação.
CONCLUSÃO
29. Diante do exposto, conclui-se ser tecnicamente viável autorizar a Tradener Ltda.,
inscrita no CNPJ/MF sob o nº 02.691.745/0001-70, a exportar até 2.100 MW de potência e
respectiva energia elétrica associada, para a República Argentina, até 31 de dezembro de 2018,
através da Estação Conversora de Frequência de Garabi, em conformidade com o disposto no
Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do
Brasil e o Ministério da Indústria, Energia e Mineração da República Argentina sobre
Intercâmbio de Energia Elétrica, de 11 de maio de 2016.
30. Compete ao Ministro de Estado de Minas e Energia autorizar a importação e
exportação de energia elétrica, conforme disposto no § 2º do art. 21 do Decreto nº 7.246, de
2010.
31. Para tanto, propõe-se a minuta de Portaria em anexo para autorização da citada
exportação de energia elétrica.
32. Recomenda-se encaminhar esta Nota Técnica e a Minuta de Portaria de
autorização pra exportação de energia elétrica à Consultoria Jurídica (CONJUR) deste MME,
para análise e emissão de parecer jurídico, com vistas à decisão do Senhor Ministro de Estado de
Minas e Energia.
Brasília, 15 de junho de 2016.
OSIANE KRAIESKI DE ASSUNÇÃOAnalista de Infraestrutura
MAURÍCIO DE OLIVEIRA ABI-CHAHINCoordenador-Geral de Outorgas deTransporte
de Energia Elétrica
RICARDO ALBERTO SUASSUNA DE MEDEIROS
Diretor do Departamento de Outorgas de Concessões, Permissões e Autorizações
PORTARIA No , DE DE DE 2016.
O MINISTRO DE ESTADO DE MINAS E ENERGIA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 87, parágrafo único, incisos II e IV, da Constituição, tendo em vista o disposto nos arts. 3o-A, inciso II, e 26, inciso III, da Lei no 9.427, de 26 de dezembro de 1996, no art. 21, § 2o, do Decreto no 7.246, de 28 de julho de 2010, na Portaria MME no 596, de 19 de outubro de 2011, o que consta no Processo no 48000.000869/2016-56, e considerando
o Memorando de Entendimento sobre Intercâmbio de Energia Elétrica, celebrado em 11 de maio de 2016, entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria, Energia e Mineração da República Argentina sobre Intercâmbio de Energia Elétrica, resolve:
Art. 1o Autorizar a Tradener Ltda., inscrita no CNPJ/MF sob o no 02.691.745/0001-70, com sede na Alameda Doutor Carlos de Carvalho, nº 603, 8º andar, conjunto 82, Centro, no Município de Curitiba, Estado do Paraná, doravante denominada Autorizada, a exportar até 2.100 MW de potência e respectiva energia elétrica associada para a República Argentina através da Estação Conversora de Frequência de Garabi, localizada no Município de Garruchos, Estado do Rio Grande do Sul, na fronteira do Brasil com a Argentina.
Parágrafo único. A autorização de que trata o caput terá vigência até 31 de dezembro de 2018.
Art. 2o A exportação de energia elétrica de que trata esta autorização não deverá afetar a segurança eletroenergética do Sistema Interligado Nacional - SIN, dentro dos critérios utilizados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS.
Art. 3o O montante de energia elétrica disponível para exportação será estabelecido pelo ONS em base semanal, tendo como referência os Programas Mensais de Operação - PMO e suas revisões, podendo ser ajustado conforme Programação Diária de Operação ou mesmo por necessidades em tempo real, observadas diretrizes do Ministério de Minas e Energia.
Parágrafo único. Somente poderão participar do processo de exportação os agentes de geração que estejam adimplentes com as obrigações setoriais, inclusive junto à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE.
Art. 4º As transações decorrentes da exportação de energia elétrica objeto desta autorização, deverão atender prioritariamente ao Memorando de Entendimentos celebrado entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria, Energia e Mineração da República Argentina, e:
I - as condições estabelecidas pelo Poder Concedente, nos termos do art. 4º do Decreto nº 5.163, de 30 de julho de 2004;
II - a Convenção de Comercialização de Energia Elétrica, instituída pela Resolução Normativa ANEEL nº 109, de 26 de outubro de 2004;
III - as disposições contidas nas Regras e Procedimentos de Comercialização; e
IV - o disposto nas Resoluções Normativas ANEEL nº 225, de 18 de julho de 2006, e nº 323, de 8 de julho de 2008.
Parágrafo único. As transações de compra de energia elétrica decorrentes desta autorização não poderão produzir majoração dos preços no mercado brasileiro.
Art. 5o Sem prejuízo de outras obrigações e encargos estabelecidos, a Autorizada obrigar-se-á a:
I - pagar a Taxa de Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica - TFSEE, nos prazos e nas condições estabelecidas pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL;
II - submeter-se à fiscalização da ANEEL;
III - submeter-se a toda e qualquer regulamentação de caráter geral que venha a ser estabelecida, especialmente àquelas relativas à exportação e comercialização de energia elétrica;
IV - ingressar com pedido de adesão à CCEE, após a publicação da autorização de exportação;
V - informar mensalmente à ANEEL, no prazo de quinze dias após a contabilização da CCEE, todas as transações de exportações realizadas, indicando os montantes, a origem da energia vendida e a identificação dos compradores;
VI - cumprir os procedimentos administrativos previstos na legislação que rege a importação e exportação de energia elétrica;
VII - honrar os encargos decorrentes das operações de exportação de energia elétrica de que trata esta Portaria;
VIII - contabilizar, em separado, as receitas, as despesas e os custos incorridos com a atividade de exportação autorizada, de acordo com os princípios contábeis praticados pelo Setor;
IX - efetuar o pagamento dos encargos de Acesso e Uso dos Sistemas de Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica decorrentes da autorização, nos termos da regulamentação específica, quando couber;
X - atender, no que couber, às obrigações tributárias, aduaneiras e de natureza cambial, relativas às atividades de exportação de energia elétrica; e
XI - manter regularidade fiscal durante todo o período da autorização, estando sujeita às penalidades previstas na regulamentação.
Art. 6o A exportação de energia elétrica, de que trata esta Portaria, deverá ser suportada pelos seguintes contratos:
I - Contrato de Uso do Sistema de Transmissão - CUST; e
II - Contratos de Compra de Energia Elétrica celebrados com os Geradores brasileiros para atendimento à exportação.
§ 1o A Autorizada deverá apresentar à ANEEL o Contrato referido no inciso I até trinta dias após sua celebração.
§ 2o Os Contratos referidos no inciso II deverão ser registrados na ANEEL, em conformidade com a regulamentação.
Art. 7o A presente autorização poderá ser revogada na ocorrência de qualquer uma das seguintes situações:
I - comercialização de energia elétrica em desacordo com a legislação ou regulamentação aplicável;
II - descumprimento das obrigações decorrentes da autorização;
III - transferência, a terceiros, de bens e instalações utilizados no intercâmbio de energia elétrica, necessários ao cumprimento dos Contratos celebrados, sem prévia e expressa autorização; e
IV - a qualquer momento, no interesse da Administração Pública.
Parágrafo único. A revogação da autorização não acarretará para o Poder Concedente ou para a ANEEL, em nenhuma hipótese, qualquer responsabilidade com relação a encargos, ônus, obrigações ou compromissos assumidos pela Autorizada com terceiros, inclusive os relativos aos seus empregados.
Art. 8o A CCEE e o ONS deverão disponibilizar, respectivamente, as regras e procedimentos de comercialização específicos para a contabilização e liquidação da energia exportada, os procedimentos operativos específicos, bem como celebrar acordos operacionais aderentes que permitam a exportação de energia elétrica, conforme disposto nesta Portaria.
Art. 9o Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
FERNANDO COELHO FILHO
Ao Gabinete da SPE,
Submeto ao Senhor Secretário encaminhar para análise da Consultoria Jurídica o Processo n2 48000.00869/2016-56, que trata do requerimento de autorização
para a Tradener Ltda. exportar até 2.100 MW de potência e respectiva energia elétrica associada para a República Argentina, através da Estação Conversora de Frequência de
Garabi, até 31 de dezembro de 2018, juntamente com a Nota Técnica n2 265/2016-DOC/SPE-MME, e a minuta de Portaria.
Brasília, 15 de junho de 2016.
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À Consultoria Jurídica,
Encaminho o Processo n2 48000.00869/2016-56, que trata do requerimento de autorização para a Tradener Ltda. exportar até 2.100 MW de potência e
respectiva energia elétrica associada para a República Argentina, através da Estação
Conversora de Frequência de Garabi, até 31 de dezembro de 2018, juntamente com a
Nota Técnica n2 265/2016-DOC/SPE-MME, e a minuta de Portaria, para análise e
emissão de parecer jurídico.
Brasília,4'(de junho de 2016.
Moacir Carlos tiertol Socretário-Adjunto de Plane;amIfltO
e Desenvolvimento Energético SPEJMME
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO CONSULTORIA-GERAL DA UNIÃO
CONSULTORIA JURÍDICA JUNTO AO MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA COORDENAÇÃO-GERAL DE ASSUNTOS DE ENERGIA, MINERAÇÃO E PETRÓLEO
ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS, BLOCO "U", 9° ANDAR, SALA 935, CEP: 70065-900, BRASÍLIA/DF, FONE: (61) 2032-5252
PARECER n. 00356/2016/CONJUR-MME/CGU/AGU
PROCESSO: 48000.000869/2016-56 INTERESSADO: Tradener Ltda. ASSUNTO: Análise de minuta de portaria ministerial que autoriza a exportação de energia elétrica para República Argentina.
I. Análise de minuta de Portaria que autoriza a importação de energia elétrica pela empresa Petróleo Brasileiro S.A.- Petrobras da República Argentina. li. Lei n° 9.427/1996. Decreto n° 7.246/2010. Portaria MME n° 596/2011. ill. Manifestação favorável da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético - SPE. IV. A minuta da portaria ministerial em questão, no seu aspecto jurídico-formal, atende à legislação pertinente.
Senhora Consultora Jurídica,
1. Por meio do Despacho de fls. 77, de 15 de junho de 2016, o Secretário Adjunto de Planejamento e Desenvolvimento Energético deste Ministério solicita à Consultoria Jurídica a análise de minuta de portaria ministerial que autoriza a exportação de energia elétrica pela empresa Tradener Ltda. para a República Argentina. 2. Por meio da missiva CT 317/16 inserto nas fls. 02 e seguintes, de 8 de junho de 2016, a empresa Tradener Ltda. requer a autorização para exportação de energia elétrica para República Argentina até 31 dezembro de 2018. 3. A Resolução ANEEL n° 360, de 19 de novembro de 1998, autoriza a Trandener Ltda. a comercializar energia elétrica no âmbito do Mercado Atacadista de Energia Elétrica - MAE. 4. A Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético deste Ministério, por meio da Nota Técnica n° 265/2016-DOC/SPE- MME (fls. 66/73), ao analisar o requerimento Tradener Ltda., assevera que:
INTRODUÇÃO
1. Esta Nota Técnica tem por objetivo apresentar a análise técnica do requerimento da Tradener Ltda. para obter autorização para exportar energia elétrica para República Argentina, através da Conversora de Frequência de Garabi, até 31 de dezembro de 2018.
DOS FATOS
2. O Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria, Energia e Mineração da República Argentina sobre Intercâmbio de Energia Elétrica, firmado em 11 de maio de 2016 (fls. 10 a 14), estabelece as bases e condições para possibilitar o intercâmbio de energia elétrica entre o Brasil e a Argentina, com vigência até 31 de dezembro de 2018.
3. A Companhia Administradora de/ Mercado Mayorista Elétrico Sociedad AnónimaCAMMESA, por meio da correspondência Nota B-108041-2, de 8 de junho de 2016
encaminhada à Tradener Ltda. (/1. 4), designou esta como agente comercializador responsável por representá-la em território brasileiro.
4. Por meio da correspondência CT 317/16, de 8 de junho de 2016 (fls. 2 a 62), a Tradener Ltda., CNPJ n° 02.691.745/0001-70, requereu autorização para exportar energia elétrica da República Argentina no período de JD de junho de 2016 a 31 de dezembro de 2018 através da Conversora de Frequência de Garabi.
(..) Do Regramento para Autorizar a Exportação de Energia Elétrica
8. A Portaria MME n° 596, de 19 de outubro de 2011, disciplina autorização para importação e exportação de energia elétrica, que será outorgada à pessoa jurídica constituída sob os ditames das leis brasileiras, com o objetivo de importar, exportar ou comercializar energia elétrica no mercado brasileiro.
(. . .)
11. O Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria, Energia e Mineração da República Argentina sobre Intercâmbio de Energia Elétrica, firmado em 11 de maio de 2016 (fls. 10 a 14), com vigência até 31 de dezembro de 2018, estabeleceu que:
Artigo 1
O Governo Brasileiro buscará disponibilizar energia elétrica sob duas modalidades:
a) Sem Devolução da Energia Elétrica Interruptível Suprida: mediante utilização de usinas térmicas não despachadas para atender o mercado do País supridor e/ou por meio de energia vertida turbinável não alocável no sistema brasileiro; tal modalidade poderá ser realizada durante os meses de janeiro a dezembro, via Conversora de Frequência de Garabi ou via Conversora de Frequência de Uruguaiana; e
b) Com Devolução da Energia Elétrica Interruptível Suprida: suprimento realizado mediante utilização da energia elétrica do Sistema Interligado Brasileiro (de origem hidráulica) durante o período de maio a agosto.
Artigo2
O suprimento de energia elétrica no período mencionado no item "b" do artigo anterior pela República Federativa do Brasil à República Argentina terá natureza excepcional e interruptível.
Artigo 3
O suprimento de energia elétrica da República Federativa do Brasil à República Argentina será realizado sempre que não coloque em risco a segurança eletro energética brasileira.
Artigo 4
A quantidade disponível de energia elétrica, limitada à capacidade de 2.IOO Mw, a ser fornecida pela República Federativa do Brasil à República Argentina, será definida semanalmente por meio do Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil, consultados os Órgãos competentes.
(. . .) 23. A partir da edição da Portaria n° 358, de 5 de setembro de 2014 (/1. 65), a exigência de Certidão Negativa de Débitos Relativos às Contribuições Previdenciárias e às de Terceiros passa a ser atendida com a apresentação da Certidão Negativa de Débitos relativos aos Tributos Federais e à Dívida Ativa da União emitida pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional- PGFN.
(...)
CONCLUSÃO
29. Diante do exposto, conclui-se ser tecnicamente viável autorizar a Tradener Ltda., inscrita no CNPJIMF sob o n° 02.691.745/0001-70, a exportar até 2.100 MW de potência e respectiva energia elétrica associada, para a República Argentina, até 31 de dezembro de 2018, através da Estação Conversora de Frequência de Garabi, em conformidade com o disposto no Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria, Energia e Mineração da República Argentina sobre Intercâmbio de Energia Elétrica, de 11 de maio de 2016.
30. Compete ao Ministro de Estado de Minas e Energia autorizar a importação e
exportação de energia elétrica, conforme disposto no § r do art. 21 do Decreto n< 7.246, de 2010.
31. Para tanto, propõe-se a minuta de Portaria em anexo para autorização da citada exportação de energia elétrica.
32. Recomenda-se encaminhar esta Nota Técnica e a Minuta de Portaria de autorização pra exportação de energia elétrica à Consultoria Jurídica (CONJUR) deste MME, para análise e emissão de parecer jurídico, com vistas à decisão do Senhor Ministro de Estado de Minas e Energia.
5. A minuta de portaria ministerial objeto deste estudo está acostada nas fls. 74/76. 6. Após esse breve escorço, passamos a opinar. FUNDAMENTAÇÃO 7. O exame desta Consultoria Jurídica é feito nos termos do art. 11 da Lei Complementar n° 7311993 e do Anexo I, art. 10, do Decreto n° 7.798/2012, subtraindo-se do âmbito da competência institucional deste órgão setorial da Advocacia-Geral da União - AGU, delimitada em lei, análises que importem em considerações de ordem técnica, financeira ou orçamentária. 8. De proêmio, o novel marco regulatório do setor energético brasileiro reestruturou a atividade de planejamento energético encarregando ao Estado o desempenho desse múnus. 9. Nesse motor, na seara da ciência da administração, o planejamento é entendido como um processo, contínuo e dinâmico, no qual gravita um feixe de ações dirigidas, coordenadas e integradas visando concretizar um objetivo futuro. Então, com o planejamento erige-se um processo de tomada de decisões antecipadas, não obstante as vicissitudes que são postas ao administrador ao longo do tempo (qualidade, custos, fatores da natureza, fatos fortuitos etc.), para tomar realidade o fim proposto. Um .bom planejamento possibilita um equacionamento de problemas e conflitos. 1 O. O Planejamento é um dos princípios fundamentais da atividade do Estado, consoante exegese cristalina do Decreto-Lei n° 20011967. O planejamento é, em verdade, um dever para o gestor público, para o Estado quando da formulação de políticas públicas. O conceito de planejamento, ademais, pode ser apreendido na citada norma jurídica, ad litteram:
Art. 6° As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios fundamentais:
I- Planejamento.
(. .. ) Art. 7° A ação governamental obedecerá a planejamento que vise a promover o desenvolvimento econômico-social do País e a segurança nacional, norteando-se segundo planos e programas elaborados, na forma do Título IIL e compreenderá a elaboração e atualização dos seguintes instrumentos básicos:
11. A Constituição Federal de 1988, ao tratar dos princípios que regem as relações internacionais da República Federativa do Brasil, dispõe que:
Art. 4° A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios:
(. .. )
IX- cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;
X- concessão de asilo político.
Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de nações. (grifamos)
12. Numa singela leitura dos excertos acima colacionados, podemos constatar que a Carta Magna de 1988 veicula as diretrizes ou vetores hermenêuticas que irão pautar a atuação da República Federativa do Brasil nas relações internacionais, a qual será marcada pela cooperação e ajuda mútua entre os países da América do Sul. 13. Nessa toada, conforme mencionado na Nota Técnica n° 265/2016-DOC/SPE- MME, bem como carreado cópia ao presente Processo Administrativo, há um Memorando de Entendimento entre o Ministério de Minas e Energia da República Federativa do Brasil e o Ministério da Indústria, Energia e Mineração da República Argentina sobre Intercâmbio de Energia Elétrica, firmado em 11 de maio de 2016, cuja vigência é até 31 de dezembro de 2018. 14. Nesse Memorando de Entendimento estabelece como requisito ou condição para o fornecimento (exportação) de energia elétrica da República Federativa do Brasil para a República Argentina que: (i) o
fornecimento de energia elétrica terá o caráter excepcional e interruptível, (ii) não comprometa a segurança eletroenergética brasileira e (iii) o limite exportável de energia elétrica é de até 2.1 OOMW. 15. Pois bem, no tocante à exportação de energia elétrica, calha transcrever o dispositivo da Lei n° 9.427, de 26 de dezembro de 1996. Vejamos:
Art. 26. Cabe ao Poder Concedente, diretamente ou mediante delegação à ANEEL, autorizar:
(..)
/li - a importação e exportação de energia elétrica, bem como a implantação das respectivas instalações de transmissão associadas, ressalvado o disposto no § 6° do art. I7 da Lei no 9.074, de 7 de julho de I995;
(realçamos)
16. Nesse passo, o Decreto n° 7.246, de 28 de julho de 2010, que regulamenta a Lei n° 12.111, de 9 de dezembro de 2009, e dispõe sobre o serviço de energia elétrica dos Sistemas Isolados e as instalações de transmissão de interligações internacionais no Sistema Interligado Nacional- SIN, reza que:
CAPÍTULO V
DAS INSTALAÇÕES DE TRANSMISSÃO DE INTERLIGAÇÕES INTERNACIONAIS
NO SISTEMA INTERLIGADO NACIONAL
Art. 21. A definição das instalações de transmissão de energia elétrica destinadas a
interligações internacionais, de que trata o art. 17, §§ 6° e 7°, da Lei n° 9.074, de I995, será estabelecida por meio de portaria do Ministério de Minas e Energia.
§ I'!_ Compete à ANEEL promover, direta ou indiretamente, licitação para a contratação de instalações de transmissão de energia elétrica destinadas a interligações internacionais, observando as diretrizes fixadas pelo Ministério de Minas e Energia.
§ 2'!_ O Ministério de Minas e Energia celebrará os contratos de concessão e expedirá
os atos autorizativos de que tratam o art. 3°-A, inciso /1, e o art. 26, inciso I/1, da Lei
n° 9.427, de 1996, necessários a viabilizar a importação e a exportação de energia elétrica.
§ 3'!_ As instalações e equipamentos considerados integrantes das instalações de transmissão de energia elétrica, destinadas a interligações internacionais, serão disponibilizadas, mediante Contrato de Prestação de Serviços de Transmissão, ao Operador Nacional do Sistema Elétrico - ONS, e a ele estarão subordinadas suas ações de coordenação e operação pertinentes.
(ressaltamos) 17. Infere-se dos dispositivos acimas estampados que compete ao Ministério de Minas e Energia, mediante ato normativo específico, autorizar a exportação de energia elétrica. 18. No mais, a Portaria MME n° 596, de 19 de outubro de 2011, trata sobre a autorização para importação e exportação de energia elétrica, bem assim elenca os requisitos para a edição da portaria de autorização. Vejamos:
Art. I!! A autorização para importação e exportação de energia elétrica será outorgada à pessoa jurfdica constituída, sob os ditames das leis brasileiras, com o objetivo de importar, exportar ou comercializar energia elétrica no mercado brasileiro.
Parágrafo único. A autorização para importação e exportação de energia elétrica deverá observar:
I- disposições constantes de acordos internacionais; e
TI - condições e diretrizes especificas estabelecidas pelo Ministério de Minas e Energia, nos termos do art. 4!!., § 2!!., do Decreto n!!. 5.163, de 30 de julho de 2004.
Art. 2!! O requerimento para a autorização, de que trata o art. 1!!, deverá ser dirigido à Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia, especificando o objetivo, o período, o país de intercâmbio de energia elétrica e o mercado de destino da energia elétrica importada, quando aplicável, acompanhado dos seguintes documentos: (Redação dada pela Portaria MME n~ 411, de 22 de novembro de 2013)
(...)
§ 2!! A requerente deverá manter as certidões atualizadas e válidas até a emissão da autorização, sob pena do processo ser arquivado até o integral cumprimento de todas as
exigências.
(..)
§ 6!! No caso em que a importação ou exportação de energia elétrica não for alcançada por Memorando de Entendimento celebrado entre o Ministério de Minas e Energia e o equivalente de outro país, a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético deverá consultar a Secretaria de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, para a manifestação pertinente quanto à conveniência, à necessidade e à possiblidade da importação ou exportação, considerados o interesse público e a segurança no suprimento. (Acrescentado pela Portaria MME n~ 411, de 22 de novembro de 2013)
19. Então, à vista das considerações estampadas na Portaria MME n° 596, de 19 de outubro de 2011, do contido no presente Processo Administrativo e na legislação acima transcrita, podemos aferir o arcabouço facto-jurídico que alicerça a edição da minuta da portaria ministerial em estudo.
20. Outrossim, a Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético, consoante se vê na Nota Técnica n° 265/2016-DOC/SPE- MME, conclui pela viabilidade técnica para autorizar a exportação de energia elétrica para a República Argentina.
21. Em relação à minuta de portaria ministerial em questão foram feitos ajustes redacionais que estão na versão final da minuta em questão, a qual foi rubricada por este parecerista.
22. No mais, a minuta de portaria ministerial em deslinde, no seu aspecto jurídico-formal, atende à legislação pertinente. CONCLUSÃO
23. Pelo exposto, considerando a manifestação favorável da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético deste Ministério, tem-se que a minuta de portaria ministerial em tela, no seu aspecto jurídico-formal, atende à legislação pertinente.
24. Essas são as considerações que esta Consultoria Jurídica, com supedâneo no art. 131 da Constituição Federal de 1988 e no art. 11 da Lei Complementar n° 73 de 1993, encaminha no cumprimento de sua missão institucional.
Brasília, 15 de junho de 2016.
(assinado eletronicamente) MAURICYO JOSÉ ANDRADE CORREIA
ADVOGADO DA UNIÃO
Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br mediante o fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 48000000869201656 e da chave de acesso 4043b7fl
Documento assinado eletronicamente por MAURlCYO JOSE ANDRADE CORREIA, de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 8408297 no endereço eletrônico http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): MAURlCYO JOSE ANDRADE CORREIA. Data e Hora: 15-06-2016 18:14. Número de Série: 7116423960796185811. Emissor: AC CAIXA PF v2.
ADVOCACIA-GERAL DA UNIÃO CONSULTORIA-GERAL DA UNIÃO
CONSULTORIA JURÍDICA JUNTO AO MINISTÉRIO DE MINAS E ENERGIA COORDENAÇÃO-GERAL DE ASSUNTOS DE ENERGIA, MINERAÇÃO E PETRÓLEO
ESPLANADA DOS MINISTÉRIOS, BLOCO "U", 9° ANDAR, SALA 935, CEP: 70065-900, BRASÍLIA/DF, FONE: (61) 2032-5252
DESPACHO n. 00566/2016/CONJUR-MME/CGU/AGU
PROCESSO: 48000.000869/2016-56 INTERESSADO: Tradener Uda. ASSUNTO: Análise de minuta de portaria ministerial que autoriza a exportação de energia elétrica para República Argentina.
Aprovo o PARECER n. 00356/2016/CONJUR-MME/CGU/AGU. Encaminhem-se os autos à Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético para providências, com urgência.
Brasília, 15 de junho de 2016.
(assinado eletronicamente)
RENATA BECKERT ISFER CONSULTORA JURÍDICA
Atenção, a consulta ao processo eletrônico está disponível em http://sapiens.agu.gov.br mediante o fornecimento do Número Único de Protocolo (NUP) 48000000869201656 e da chave de acesso 4043b7fl
Documento assinado eletronicamente por RENATA BECKERT ISFER, de acordo com os normativos legais aplicáveis. A conferência da autenticidade do documento está disponível com o código 8408363 no endereço eletrônico http://sapiens.agu.gov.br. Informações adicionais: Signatário (a): RENATA BECKERT ISFER. Data e Hora: 16-06-2016 12:04. Número de Série: 1090532705244563841. Emissor: AC CAIXA PF v2.
Memorando no 275/2016-DOC/SPE-MMEEm 16 de junho de 2016.
Ao Gabinete da SPE
Assunto: Autorização para a Tradener Ltda. Exportar Energia Elétrica para República Argentina até 31 de dezembro de 2018.
Referência: Processo nº 48000.00869/2016-56.
1. Submeto ao Senhor Secretário encaminhar ao Gabinete do Ministro o Processo
nº 48000.00869/2016-56, juntamente com o Parecer CONJUR nº 356/2016/CONJURMME/
CGU/AGU e a Nota Técnica nº 265/2016-DOC/SPE-MME, de 15 de junho de 2016, que trata da
outorga de autorização para a Tradener Ltda. exportar energia elétrica para Argentina até 31 de
dezembro de 2018, com vistas à assinatura da Portaria de Autorização.
2. O Certificado de Adimplemento para com as Obrigações do Setor Elétrico
Positivo com Efeitos de Negativo válido foi juntado ao Processo.
Atenciosamente,
RICARDO ALBERTO SUASSUNA DE MEDEIROSDiretor do Departamento de Outorgas de Concessões, Permissões e Autorizações
48360003383201600
Memorando no 298/2016-SPE-MMEEm 16 de junho de 2016.
Ao Senhor Chefe de Gabinete do Ministro
Assunto: Autorização para a Tradener Ltda. Exportar Energia Elétrica para República Argentina até 31 de dezembro de 2018.
Referência: Processo nº 48000.00869/2016-56.
Encaminho o Processo nº 48000.00869/2016-56, juntamente com o Parecer
CONJUR nº 356/2016/CONJUR-MME/CGU/AGU e a Nota Técnica nº 265/2016-DOC/SPE-
MME, de 15 de junho de 2016, que trata da outorga de autorização para a Tradener Ltda.
exportar energia elétrica para Argentina até 31 de dezembro de 2018, com vistas à assinatura da
Portaria de Autorização.
Atenciosamente,
MOACIR CARLOS BERTOLSecretário-Adjunto
48360003385201600
