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4ª edição São Paulo

2018

BRUXAS CELTAS

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© Copyright 2018 Ogma Books

CapaNathália Gomes da Silva

Projeto gráfico e diagramação Bianca de Triana Franco

IlustraçõesCarlos Bourdiel e Bianca de Triana Franco

Revisão da 4ª. ediçãoAna Leila Black de Castro

Revisão técnicaLady Mirian Black

Todas as fotografias utilizadas nesta obra estão em domínio público, por terem sido disponibilizadas com licença livre para uso.

Proibida a reprodução total ou parcial desta obra, de qualquer forma ou meio ele-trônico, mecânico, inclusive por processos xerográficos, sem permissão expressa do editor (Lei nº 9610/98).

Todos os direitos reservados à: OGMA BOOKSRua dos Gerânios, 60, Vargem Grande Paulista-SP, CEP 06730-000www.ogmabooks.com.br / [email protected]

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)(Câmara Brasileira do Livro)________________________________________________________B 627Black, Lady MirianBruxas celtas / Lady Mirian Black; ilustrações de Carlos Bourdiel, Branca de Triana Franco. – São Paulo : Ogma Books, 2018. BibliografiaISBN 978-85-93697-02-9 1. Magia Celta 2. Celtas – Civilização 3. Religião da Deusa 4.Ocultismo I. Bourdiel, Carlos II. Franco, Branca de Triana III.Título

CDD 299.16Bibliotecária Responsável: Ana Lúcia Merege - CRB 4667-CRB/7________________________________________________________Índice para catálogo sistemático:1.Magia Celta 299.162.Celtas – Civilização 963.43. Religião da Deusa 299.164. Ocultismo 133.43

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Bênçãos de uma bruxa

Ao abrir este livro, você libertará a antiga arte da Magia Celta em sua vida, e eu espero e desejo que isto lhe traga conhecimento com alegria,

amor e harmonia.

Praticar Magia e ser uma bruxa é, em primeiro lugar, estar de bem com você, se amar e se aceitar como você é agora, sempre buscando o aprimoramento pessoal, transformando sua realidade interior e exterior com muito amor, respeito e para o bem maior de todos os envolvidos.

Saiba que os deuses não atenderão pedidos que possam prejudicá-la ou a quem quer que seja. A Magia Celta vem trazer a luz, e não as trevas.

Assim, desejo que a sabedoria e o amor da Grande Mãe e do Grande Espírito transformem sua vida sempre para melhor a partir de agora.

A deusa que há em mim saúda a deusa/o deus que há em você!

Lady Mirian Black

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Agradeço e dedico esta obra…

À Grande Mãe, ao Grande Espírito e aos meus queridos guardiões e ami-gos do Outro Mundo, que em nome dos deuses e com sua permissão

guiam-me com infinita paciência, orientando-me e protegendo-me.

Às três maiores bruxas que já conheci e minhas mães: Nair Voltarelli Black (no Outro Mundo), strega de força, vontade e fé inquebrantáveis, corajo-sa, caridosa e extremamente inteligente; Mirian Black (no Outro Mundo), que me legou valiosos conhecimentos sobre Magia, principalmente Celta, mas não só; e especialmente Ana Leila Black de Castro, cujas qualidades são inúmeras, sendo as principais inteligência, vasto conhecimento, educação refinada e elegância, que foram fundamentais para minha formação. Esta é a minha mãe zelosa, sábia conselheira e avó maravilhosa. Vocês são os meus exemplos, as forças que me nortearam.

Aos meus pais por afinidade, grandes mestres que tiveram papel fundamental na minha formação pessoal, profissional e espiritual: Sérgio de Lima Castro e Neimer Mazotti (ambos no Outro Mundo). Não há uma só noite em que eu não pense em vocês… Mas é claro, vocês sabem disso!

A Thiago Pagliarini, o bruxo (apesar de fingir que não é) que realizou a magia mais importante da minha vida: a nossa família, a quem devo muitas apren-dizagens como disciplina, organização e persistência, sem as quais não teria obtido sucesso na realização e na finalização desta obra. Agradeço de coração todo o amor, apoio e paciência que recebi desde sempre, mas especialmente ao longo deste trabalho.

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Aos meus amados bruxinhos Ruryk e Nahya Black Pagliarini, que partici-pam ativamente dos rituais e encantamentos, contribuindo com suas presen-ças radiantes. Vocês são o meu tesouro, minha vida, meus amores.

Carinhosamente, agradeço a Diamantino Trindade, bruxo Wicca que abriu as portas da Editora Ícone, tornando esta obra uma realidade. Salve, meu irmão!

A Carlos, Scarlett e Pablo Bourdiel, pelo desvelo que dedicaram não só ao trabalho, mas também a mim, sem o qual esta obra não seria tão rica. Há um ano iniciamos uma relação profissional e hoje tenho a felicidade de tê-los como amigos. Meus sinceros agradecimentos por tudo.

A todos os funcionários da biblioteca do MAE – Museu de Arqueologia e Et-nologia da USP, que sempre me atenderam com muita atenção e eficiência, especialmente a Hélio Rosa de Miranda, a quem considero um sábio amigo, cujo imenso conhecimento e dedicação ao trabalho foram imprescindíveis para que eu tivesse acesso a todo o material utilizado nesta obra. Sem sua ajuda, Hélio, provavelmente eu teria cometido muitos equívocos e esta obra seria deficitária em termos de informações arqueológicas e mitológicas.

A Henrique Terra, que foi meu mestre na Arte do Tarô há mais de vinte anos, pela nossa amizade.

A professora doutora Adriene Baron Tacla, da UFF – Universidade Federal Fluminense, que a despeito do contato tardio foi extremamente atenciosa e solícita, fornecendo-me importante material para o estudo dos povos celtas, mas principalmente, esclarecendo minhas dúvidas e orientando-me com pa-ciência e boa vontade sempre. Sem sua valiosa ajuda, eu teria cometido erros imperdoáveis, tanto na parte arqueológica quanto na parte da Mitologia dos povos celtas. Obrigada por tudo.

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Com carinho…Para as bruxas assumidas e não assumidas do meu clã: tia Lits (Lilian Maria Black Veronesi), atualmente “vovó Lits”, que sempre me ajuda muito com o Ruryk e a Nahya; minhas primas Viviane Luciana e Ana Carolina Black Veronesi, atualmente “madinhas”; Rosemari Cortado Pagliarini (no Outro Mundo), profunda conhecedora e praticante de Magia Afro-brasileira – Umbanda; Thaís Helena da Costa Manso, cuja dedicação à família, nobreza de caráter e inteligência conquistaram meu profundo respeito, admiração e carinho (Tha, nós amamos você!) e para a bruxinha Nicolle Bianca Black Veronesi, que possui o dom do silêncio, minha sobrinha-bruxa do coração.

Para meu tio Artêmio Celso Veronesi, que desencarnou enquanto eu estava escrevendo esta obra, com todo o nosso carinho e saudades, especialmente dos seus netos Ruryk e Nahya.

Para meus amigos caninos, meus fiéis escudeiros espirituais neste mundo: Max, Odin (no Outro Mundo) e Túrë. Obrigada pela incondicional doação de energia vital e amor.

A todas as minhas ancestrais, tanto da família Black (da Escócia e Irlanda) quanto da família Voltarelli (Itália) cujos ensinamentos passados de geração em geração trouxeram-me até aqui.

A deusa que há em mim saúda a deusa/o deus que há em você! Bênçãos dos deuses...

Lady Mirian Black

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Agradecimentos Especiais da 4ª. Edição

Ao meu editor, Thiago Pagliarini, por tudo desde o início. O Sagrado Feminino e o Sagrado Masculino são completos em si mesmos, pois

ambos possuem uma parcela do outro. No entanto, quando os Sagrados se unem em um só coração, o poder gerador do Sagrado Feminino e o poder realizador do Sagrado Masculino são potencializados, multiplicando todas as bênçãos. Essa é a Magia mais poderosa: amor verdadeiro! Quem ainda não se deu conta disso, é digno da piedade dos deuses.

Aos meus bruxinhos lindos Ruryk e Nahya Black, por todo o amor, carinho, conhecimento, alegria que trazem às nossas vidas, além de sua rica contribui-ção à Tradição de Magia Celta do Clã Black. Vocês detêm o dom de surpre-ender e encantar, são fantásticos!

Às duas Fadas das Artes, que vieram somar à Ogma Books, cujos dons enri-queceram nossas obras: Bianca de Triana Franco e Nathália Gomes. Obriga-da pela paciência infinita, pela dedicação e, principalmente, pelos belíssimos trabalhos. Vocês são fadas maravilhosas em todos os sentidos!

À equipe Ogma Books, especialmente Ana Leila Black de Castro, que tem contribuído com seu conhecimento técnico e suas vibrações de luz para to-dos nós; e Ana Lúcia Merege, por compartilhar seu precioso conhecimento da área literária.

Aos deuses, guardiões, fadas, criaturas encantadas e ancestrais sempre, e aos nossos fiéis e amorosos guardiões caninos Túrë, Sitka, Kitsunê e Yuki, que combatem incansavelmente ao nosso lado, protegendo-nos.

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Prefácio

A presente obra está dividida em sete partes:

i Parte 1Aborda o povoamento do continente europeu a partir de 10000 a.C. até o surgimento dos povos celtas na Europa continental, assim como sua expan-são por todo continente até a Ásia Menor e para as ilhas, especialmente Grã--Bretanha e Irlanda, com fundamento na Arqueologia, História e nos relatos dos autores clássicos gregos e romanos.

i Parte 2O tema central é a religião celta antiga e seu sistema de crenças, organização, sacerdotes e práticas, com fundamento na Antropologia, Arqueologia, auto-res clássicos e Mitologia Celta.

i Parte 3Parte introdutória à prática da Magia Celta por meio da apresentação de conceitos e esclarecimentos sobre o tema.

i Parte 4Aborda a prática da Magia Celta na atualidade, começando pelos Rituais Elementares que formam sua base.

i Parte 5Contém a tradição de Magia Celta do Clã Black da Escócia. São rituais mais complexos que exigem certa experiência e conhecimento por parte dos bruxos praticantes da Magia em geral. Possui diversos encantamentos, rituais, feitiços etc.

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i Parte 6

Nesta penúltima parte, os leitores encontrarão minhas observações e estudos sobre as bruxas e a prática da Magia desde a Antiguidade até os nossos dias. São alguns temas o Malleus Maleficarum, a história desta obra e as consequ-ências devastadoras que causou; o que a igreja católica usurpou e deturpou da religião celta antiga; bruxas e Jesus, dentre outros.

i Parte 7

Traz o alfabeto e oráculo dos celtas, o Ogam, também conhecido como “O alfabeto celta das árvores” ou “O oráculo celta das árvores”. Os símbolos ogâmicos podem ser usados pelos bruxos como oráculo, como poderosos talismãs e ainda como escrita encantada.

i Tabelas para consultas rápidas

São informações úteis e, por vezes, necessárias à prática da Magia em geral, como o significado das cores, dos números segundo a Numerologia, data de início das estações etc.

i Parte Especial da 4a. Edição "Segredos das Bruxas Celtas"

Traz rituais secretos das bruxas celtas do Clã Black, em especial um ritual de iniciação para que o praticante de Magia Celta torne-se Sacerdote/isa de Magia Celta.

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Notas

i Nota 1

Os leitores perceberão que, ao longo da obra, nomes e palavras em gaéli-co aparecerão grafadas de diversas formas, como, por exemplo, Samain e Samhain, Táin Bó Cualing e Táin Bó Cualgne.

Tais diferenças não são erros, mas se originaram da pesquisa de vários autores que adotam grafias distintas para as mesmas palavras. Como desco-nheço as línguas de origem céltica, preferi escrever da mesma forma que o autor pesquisado para aquele capítulo ou parte do livro, justificando assim as diferentes grafias para os mesmos nomes ou palavras.

i Nota 2

Ao longo de todo o livro dirijo-me aos leitores, mais especificamente às leito-ras, como “bruxas”, pois esta obra tem como foco a figura feminina pratican-te da Magia Celta, entretanto, isso não exclui, de modo algum, os homens, aos quais me dirigirei como “bruxos”, e tampouco exclui leitores e leitoras que não se consideram bruxos ou bruxas.

Espero que este trabalho possa ser apreciado pelo público em geral e não só pelo público esotérico, pois se trata, antes de tudo, de um estudo da condição da mulher nas sociedades célticas da Antiguidade (anterior à conquista romana e da catolicização dos povos celtas), de sua condição após o advento do cristianismo entre os povos celtas e da religião celta antiga, com fundamento na Arqueologia, Antropologia, História, Psicologia, auto-res clássicos e Mitologia Celta.

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Índice

Introdução, 23

Parte 1 Os povos celtas, 31Capítulos

1 Origem das primeiras comunidades europeias, 342 Surgimento dos povos celtas, 373 Os celtas da Grã-Bretanha, 414 Os celtas da Escócia, 465 Os celtas do País de Gales, 506 Os celtas na Irlanda, 517 Os gauleses – celtas da Gália, 548 Os gálatas - celtas da Ásia Menor, 579 Os celtíberos – celtas da Península Ibérica, 59

10 Celtas na Alemanha, República Tcheca e Grécia, 6111 As tribos celtas mais conhecidas, 6312 As sociedades matrilineares celtas, 6713 A condição da mulher nas sociedades celtas até a romanização e antes

da cristianização, 7014 A condição da mulher nas sociedades celtas após a cristianização, 8115 As casas das bruxas celtas, 8516 Aparência física dos celtas, 9617 Ritos célticos funerários, 10118 Os monumentos de pedras, 105

Parte 2 Religião Celta, 109Capítulos

19 Religião e Magia – conceitos, 11220 Conceito medieval e moderno de “bruxa”, 113

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21 O Outro Mundo, 11522 Os deuses celtas, 12523 Domínios célticos do Outro Mundo e sua conexão com a Natureza, 13224 A antiga arte celta de contar histórias, 13825 A música e a poesia encantadas do País das Fadas, 14226 Druidisas, bruxas celtas, seanachies e profetisas – a mulher como oficiante

na religião celta, 14427 Os druidas, 14828 A história do tuatha dè Danann e seus Quatro Tesouros Mágicos, 15729 O calendário céltico, 16030 Maldições célticas, 17231 Juramentos célticos, 178

Parte 3 Introdução à prática da Magia Celta do Clã Black, 181 Capítulos

32 O poder dos rituais segundo Jung, 18633 As iniciações na Magia Celta, 18934 A Prece do Coração, 19135 Nomes encantados, 19236 Roupas da bruxa para rituais – a roupa encantada, 19437 O Livro Encantado, 19938 Espíritos Guardiões, 20139 Instrumentos básicos para a prática da Magia Celta, 205

Parte 4 Rituais Elementares de Magia Celta do Clã Black, 207Capítulos

40 Glannad ou Purificação, 21041 Ritual de Meditação e Conexão com as Árvores, 21442 Ritual de Magnetização de Talismãs/Amuletos, 21643 Os Quatro Tesouros na Magia Celta do Clã Black, 22244 Ritual de Consagração dos Quatro Tesouros, 23745 Ritual de Saudação dos Guardiões das Estações, 239

Parte 5 Draíocht (Magia Druídica) do Clã Black, 245Capítulos

46 Varinhas Celtas Encantadas, 24847 Glannad na Draíocht, 26248 Os Espaços Sagrados Celtas, 26349 Ritual de Invocação do Guardião Encantado, 28150 Celebrações do Calendário Céltico, 285

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51 Canção Encantada do País das Fadas, 29252 Encantamento para Visitar o País das Fadas, 29453 Ritual Celta de Proteção da Criança, 29754 Ritual Celta de Casamento, 30255 Ritual Celta de Preparação para a Desencarnação, 31156 Criando uma Barreira Druídica de Proteção – airbe drùad – para o lar

e para seus moradores, 31357 O Pote da Abundância e Prosperidade, 32058 Encantamento para obter a dá sheallach ou segunda visão, 32159 Pós encantados, 32360 Encantamento para afastar inimigos, 32661 Poções encantadas, 32762 Feitiço para anular maldições, 33263 Juramento das bruxas celtas, 335

Parte 6 As bruxas na História, 337Capítulos

64 Igreja Católica – a instituição que fala em nome de Deus e Jesus mas usa os métodos do diabo, 340

65 Malleus Maleficarum – a obra que demonizou as mulheres, 34366 O que a Igreja Católica Apostólica Romana usurpou e distorceu da

Religião Celta, 35067 Bruxas e Jesus, 358

Parte 7 Ogam – O Oráculo Celta das Árvores, 361Capítulos

68 Introdução ao Ogam, 36469 Significado das letras ogâmicas, 371 70 Métodos de leitura do Ogam, 389

Tabelas para consultas rápidas, 393

Bibliografia, 402

Parte Especial “Segredos das Bruxas Celtas”, 409

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Índice de Ilustrações

Mapa da Europa – 1300 a 700 a.C., LMBlack/Carlos Bourdiel, 33Mapa Línguas e Cultura Celtas, LMBlack/Carlos Bourdiel, 37Casa celta Hut Circle 1 e 2, LMBlack/Carlos Bourdiel, 87/88Casa celta Ring-ditch house, LMBlack/Carlos Bourdiel, 90Casa celta Crannog, LMBlack/Carlos Bourdiel, 91Casa celta Atantic Roundhouse 1 e 2, LMBlack/Carlos Bourdiel, 92Casa celta Wheelhouse 1 e 2, LMBlack/Carlos Bourdiel, 93/94Comunidade celta, LMBlack/Carlo Bourdiel, 94Casa dos celtas da Gália, LMBlack/Carlos Bourdiel, 95Mulher celta, LMBlack/Carlos Bourdiel, 99Homem celta, LMBlack/Carlos Bourdiel, 100Monumentos Newgrange e Gavrinis, domínio público, Bianca de Triana Franco, 107Bruxa celta no Poço Sagrado, LMBlack/Carlos Bourdiel, 111Fada celta, LMBlack/Carlos Bourdiel, 183Roupas da bruxa celta, LMBlack/Carlos Bourdiel, 195/198Gorsedd da Lady Mirian Black, Carlos Bourdiel, 209Brasão do Clã Black da Escócia, LMBlack/Carlos Bourdiel, 247Varinhas celtas encantadas, LMBlack/Carlos Bourdiel, 249/261Círculo Celta Sagrado da Lady Mirian Black, Carlos Bourdiel, 269Poço das Oferendas, LMBlack/Carlos Bourdiel, 278Bonecos de União para casamentos celtas, LMBlack/Carlos Bourdiel, 309As bruxas na História, LMBlack/Carlos Bourdiel, 339A Árvore Ogam, LMBlack/Bianca de Triana Franco, 363Deuses celtas Bride e Angus, LMBlack/Bianca de Triana Franco, 422/423Dragão encantado, Ruryk Black/Bianca de Triana Franco, 426Poções de Gelo, Nahya Black/Bianca de Triana Franco, 432Ogams do Livro de Ballymote, Bianca de Triana Franco, 434/439Chapéus cerimoniais celtas, domínio público/Bianca de Triana Franco, 441/443Gorsedd e Armário de Poções do Clã Black, Bianca de Triana Franco, 444/445

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Introdução

i As bruxas celtas existiram?

A Mitologia Celta é povoada por bruxas e feiticeiras poderosas que podiam mu-dar sua própria forma e a das pessoas, transformando-as em animais, plantas ou objetos. Eram videntes, previam o futuro, estavam sempre às voltas com o povo das fadas e outras criaturas encantadas, indo e vindo do Faery e do Outro Mundo.

Nos mitos também aparecem bruxos, embora com menor frequência, pois o mais comum é que a figura masculina represente papéis como os de heróis-guerreiros, druidas e bardos. A mulher celta, por sua vez, não ficava atrás e também exercia funções como as de rainha, guerreira, druidisa, barda, satirista e profetisa.

As bruxas das narrativas célticas antigas não necessariamente eram per-sonagens más, apesar de existirem algumas que tinham especial vocação para a maldade, entretanto, nem sempre podiam ser consideradas essencialmente boas. Eram apenas mulheres dotadas de poderes “sobrenaturais”1, portadoras do conhecimento ancestral da religião celta, conquanto estivessem ainda su-jeitas às paixões humanas.

Há uma discussão acadêmica entre arqueólogos, historiadores, pes-quisadores e professores acerca da veracidade das informações que constam dos mitos célticos. Para alguns, não passam de folclore ou lendas e não de-vem receber maior importância além da cultural.

Todavia, para outros estudiosos, os mitos preservaram histórias reais que ocorreram há milênios e que, passadas de geração a geração, ganharam

1. Para mim não existem poderes sobrenaturais, sendo antes poderes naturais dos quais todos os seres humanos são dotados, porém, algumas pessoas os desenvolvem mais que outras e aprendem a usá-los.

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90 Bruxas Celtas Lady Mirian Black

Ring-ditch house, moradia comum das bruxas celtas da Escócia, provavelmente datada de 500 a.C. Ilustração de LMBlack e Carlos

Bourdiel, inspirada na obra “Celtic Scotland”, Ian Armitt.

CrannogsAs crannogs foram encontradas principalmente na Escócia e Irlanda. Um único exemplar foi observado ao sul do País de Gales. Na Escócia, este tipo arquitetônico foi construído particularmente nas Highlands e a sudoeste.

As crannogs estudadas pertencem ao final do século oitavo a.C., época em que muitas foram construídas, em que pese os arqueólogos acreditarem que tenham origem em época bem anterior, por volta de 3650 a.C., ou seja, no período Neolítico.

São casas circulares construídas sobre ilhas artificiais de madeira e/ou pedras, criadas em lagos ou braços do mar. Para que seus moradores pudessem chegar à terra firme construíram pontes, por vezes de pedras, outras vezes de madeira, geralmente com uma parte elevadiça no meio para evitar ou dificultar invasões. O transporte até a terra firme também poderia ser feito com barcos.

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125Religião Celta

Capitulo 22

Os deuses celtas

Os celtas não tinham um panteão como o greco-romano. Para al-guns estudiosos, tampouco tinham o costume de atribuir aos deuses

forma humana, e a representação dos deuses celtas através de imagens entalhadas em madeira começou após as invasões romanas, por volta do século primeiro a.C.

Para os celtas, os deuses eram responsáveis pelas estações e contro-lavam a Natureza, da qual os seres humanos faziam parte. O divino estava em todos os lugares: nas árvores centenárias dos bosques e florestas, nas rochas, fontes, rios, pântanos, montanhas, mar, vento etc.

As deusas celtas possuíam, normalmente, aspecto triplo. Mórrigan ou Mórrigna, por exemplo, era na verdade integrada por três divindades ou talvez, três aspectos divinos distintos, que eram Mórrigan, Macha e Badb, também chamadas de “as grandes rainhas” ou pelo nome coletivo “Mórrigan, as deusas da guerra”. A deusa Brigit, filha de Mórrigan, assim como a mãe, era dotada de três aspectos.

Entre os deuses o triplismo era bem menos comum, embora existis-se. Dagda ou “O Bom Deus”, Lug, Taranis, dentre outros, não possuem aspecto triplo.

Os locais com água como poços, lagos, fontes, rios eram personifica-ções da deusa ou do poder feminino e eram considerados Espaços ou Locais Sagrados protegidos por espíritos femininos.

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255Draíocht (Magia Druídica) do Clã Black

i 2. Varinha druídica

Esta varinha terá o poder de trazer a luz que dissipa as trevas, limpando e equilibrando pessoas, animais, plantas, objetos e locais, ao mesmo tempo em que protege e quebra feitiços. A varinha druídica é um galho comprido, leve-mente arqueado na parte superior, onde serão presos guisos, moedas duplas de metal ou sementes que produzam sons intensos. O som do metal e/ou das sementes causará no ouvinte os efeitos determinados pela bruxa quando da consagração da varinha.

É aplicada passando-se ao redor da pessoa a ser purificada ou protegida, balançando-a sobre a sua cabeça e ao seu redor para que produza seu som, assim como pode ser passada no local a ser purificado, pronunciando-se as pa-lavras encantadas. O tamanho desta varinha pode variar de 50cm até um galho grande com mais de 1m, desde que seja curvo na ponta superior.

Todas as vezes que esta varinha for usada, deverá ter o cabo fincado na terra, preferencialmente em local onde receba a luz da Lua e depois os raios do Sol, para descarregar e reenergizar-se.

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343As bruxas na História

Capitulo 65

Malleus Maleficarum – a obra que demonizou as mulheres

O Malleus Maleficarum, título em latim que significa “O Martelo das Bruxas”, em alemão Hexenhammer, foi a obra mais devastadora de

todos os tempos, tendo condenado, no mínimo, 60.000 pessoas (adultos e crianças) à morte no decorrer de pouco mais de dois séculos, sendo noventa por cento mulheres.

Trata-se de um livro que originalmente possuía 256 páginas, escrito em 1486 por dois clérigos, Heinrich Kramer (1430?-1505) e Jacob Sprenger (1435-1495), publicado pela primeira vez na Alemanha em 1487. Desde en-tão, foi deflagrada a hedionda caça às bruxas, mais especificamente às mulhe-res acusadas de praticar bruxaria, espalhando a histeria e o pânico coletivos em toda a Europa e, mais tarde, também na América.

No século catorze, houve a primeira perseguição generalizada às bruxas na Europa, inicialmente como uma tentativa de acabar com ritos pagãos como a invocação do clima, o curandeirismo e o pragmatismo. Em 1320, o papa João XXII estendeu as perseguições da Inquisição aos praticantes de bruxaria. No entanto, esta perseguição transformou-se em ódio. As bruxas deixaram de ser simplesmente pagãs para se transforma-rem em hereges e satânicas.

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371Ogam – O Oráculo Celta das Árvores

Capitulo 69

Significado das letras ogâmicas

i BEITHE – “A Beleza dos Sonhos e do Sonhador”Letra: BÁrvore: birch – bétula ou vidoeiro (Betula alba)Palavras-chave: início, novidades, a arte de sonhar e concretivar os sonhos

Significado oracular

Novidades em alguma área. Entretanto, esta novidade requererá muito tra-balho e dedicação para vingar, pois tudo que é novo é frágil e precisa lutar para se estabelecer. Isso significa que com a novidade, virá um desafio que precisa ser vencido. Sendo a Ogam dos sonhos, sua mensagem é para nunca desistir e lutar por seus sonhos e desejos profundos, e será capaz de concreti-zá-los. Pode mostrar também gravidez.

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396 Bruxas Celtas Lady Mirian Black

i Tabela 2 – Numerologia Tradicional aplicada à MagiaA Numerologia é de grande importância na consecução dos rituais, sendo aplicada principalmente através do número de velas, flores e ervas a serem utilizadas, de acordo com o objetivo a ser atingido.

Obviamente, a Numerologia é ciência complexa que exige anos de estudos para aqueles que realmente desejam dominar este conhecimento.

No entanto, para a prática da Magia, basta que a bruxa tenha noção básica do significado dos números conforme segue:

Número 1Para trabalhar a individualidade, a iniciativa, bem como para pedir bênçãos para um bom início do que quer que seja - novo negócio, ami-zade, relacionamento etc. Muito útil para as pessoas que só pensam nos outros e se esquecem de si mesmas. Concede a iniciativa e a coragem de dar o primeiro passo rumo ao desconhecido ou ao novo.

Número 2Para trabalhar qualquer relacionamento, seja ele uma sociedade ou en-tre um casal, pois ajuda a discernir entre os opostos e dualidades como bem e mal, luz e sombra, falar e ouvir etc. Ajuda a bruxa a se colocar no lugar do outro e consequentemente, mostra-lhe como o outro vê e reage à situação, proporcionando compreensão.

Número 3É o número do equilíbrio interno, pois é representado por um triângu-lo que, quando voltado para cima como uma pirâmide, significa posi-tivo, evolução, crescimento, e quando voltado para baixo, o negativo, estagnação ou retrogradação. Assim, se a bruxa busca equilíbrio inter-no, seja mental, espiritual, emocional ou físico, deve trabalhar com esse número. Também é o número das comunicações, ajudando a superar a dificuldade de expressão. Aplicado a um projeto em andamento, ga-rante sua frutificação, pois é o número da trindade celta – a juventude, a maturidade e a experiência, ou o feminino que se une ao masculino gerando um fruto – a criança.

Número 4Representado pelo quadrado, é o número da matéria. Assuntos finan-ceiros e profissionais devem ser trabalhados através da vibração do qua-tro, bem como, tudo o que se pretende ver concretizado, materializado no mundo físico. Tudo o que está relacionado à casa – imóvel e ao lar igualmente pode ser trabalhado pelo quatro, seja para pedir proteção, para venda, harmonização, etc.

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Parte Especial

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411Parte Especial “Segredos das Bruxas Celtas”

“RITUAL DO DESPERTAR” – Tornando-se Sacerdotisa

da Magia Celta

Os autores clássicos greco-romanos narraram um ritual celta realizado à beira-mar, no qual em dado momento, todos adentravam o mar e os

discípulos eram mergulhados nas águas pelos sacerdotes. Para os celtas, o Outro Mundo ficava à oeste e viajando por mar, po-

deriam alcançá-lo. Os arqueólogos constataram que para dar início a um ritual, os sa-

cerdotes celtas e os participantes partiam de um retângulo ou círculo menor demarcado frente à entrada do Espaço Sagrado, que poderia ser um círculo de pedras como Stonehenge, um alinhamento de pedras, um poço sagrado, etc, atravessando um vao ou pequena passagem de água para adentrá-lo.

Portanto, na religião celta, as águas sempre simbolizaram portais que ao serem cruzados, conduziam as pessoas ao Outro Mundo, e consequente-mente, aos deuses. Por outro lado, dos poços sagrados deuses, fadas, criaturas encantadas emergiam e vinham ao nosso mundo.

Não é à toa que em diversas religiões, mergulhar em águas sagradas ou ser mergulhado em água representa renascer.

i Considerações iniciais e recomendações

Como expliquei anteriormente, no meu clã não existe um ritual de ini-ciação para tornar o estudante/praticante de Magia Celta uma bruxa ou um bruxo, pois todos nascem com este dom, basta aflorá-lo e aprender a trabalhar com ele.

Entretanto, dentre os diversos rituais existentes no clã Black, o Ri-tual do Despertar é extremamente importante, intenso e transformador. Sua função é estreitar a conexão da bruxa com os deuses e habitantes do Outro Mundo e o afloramento dos dons de Magia, tornando a bruxa uma sacerdotisa celta.

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423Parte Especial “Segredos das Bruxas Celtas”Ilustração “Ritual do Despertar”, de L.M.Black e Bianca de Triana Franco