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•Rogério José Marczak •Resistência dos Materiais Avançada •1 5. Critérios de falha zDeterminam a segurança do componente. zCoeficientes de segurança arbitrários não garantem projeto seguro. zCompreensão clara do(s) mecanismo(s) de falha (modos de falha). zAspectos de confiabilidade. zRelação custo × benefício = balanço. § Modos de falha § Por deslocamentos excessivos. § Por escoamento. § Por fratura. § Por critérios operacionais. § Outros. Pergunta: Dado um projeto, com suas definições geométricas, material, carregamento e função definidos, o que constitui a falha deste projeto?

5. Critérios de falha - Inicial — UFRGS · yTemperatura maior que a de recristalização. yO encruamento sofrido pelo material não é permanente. yLimita-se a deformação máxima

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•Rogério José Marczak

•Resistência dos Materiais Avançada •1

5. Critérios de falha

zDeterminam a segurança do componente.zCoeficientes de segurança arbitrários não

garantem projeto seguro.zCompreensão clara do(s) mecanismo(s)

de falha (modos de falha).zAspectos de confiabilidade.zRelação custo × benefício = balanço.

§ Modos de falha

§ Por deslocamentos excessivos.§ Por escoamento.§ Por fratura.§ Por critérios operacionais.§ Outros.

Pergunta: Dado um projeto, com suas definições geométricas, material, carregamento e função definidos, o que constitui a falha deste projeto?

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•Resistência dos Materiais Avançada •2

zFalha por deslocamento excessivo

yDeflexão elástica sob equilíbrio estável.

M

q

Contato ?

Normas: limitam deslocamentos máximos.

?

F

yFlambagem

crP

crP

crP

Coluna imperfeita

Comportamento ideal

u

P

u

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•Resistência dos Materiais Avançada •3

ySnap-through

P

u

crP

u

P

trajetória instável

snap

yAmplitudes de vibração

)(tF

8 4

)(tF

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•Resistência dos Materiais Avançada •4

Escoamento ?

zFalha por escoamento

yEscoamento à temperatura ambiente

Projeta-se para que as tensões nos pontos críticos não ultrapassem σesc.

ε

σ

escσ

F•Material

•Geometria

•Carregamento

yEscoamento à altas temperaturas (creep)

zFalha por fraturayFratura de materiais frágeisyFratura por descontinuidade geométrica (trinca)yFratura progressiva (fadiga)

zFalha por critérios operacionais

zFalha por outras razões (corrosão, abrasão etc.).

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•Resistência dos Materiais Avançada •5

zCritérios de falha para início do escoamento

ySuperfície de escoamento:⌧O estado de tensões em um ponto pode ser escrito

em termos de suas tensões principais (σ1, σ2, σ3).⌧O material não pode ultrapassar σesc .⌧Então deve existir uma função do tipo:

que permita verificar se o escoamento ocorreu.⌧A função f, em um espaço σ1 × σ2 × σ3 ,, é

denominada superfície de escoamento (superfície de falha).

),,,( esc321 σσσσf

yFatores fenomenológicos do escoamento

⌧Materiais dúcteis.⌧A tensão cisalhamento desempenha o papel mais

importante para o início do escoamento ocorrer.

y Critérios mais comuns:

⌧Teoria da máxima tensão cisalhante - TMTC (Tresca, Saint Venant e Coulomb).⌧Teoria da máxima energia de distorção - TMED

(Hencky, von Mises e Huber).

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•Resistência dos Materiais Avançada •6

yTeoria da máxima tensão cisalhante - TMTC

⌧Faz uso do fato da tensão cisalhante desempenhar o papel principal.

⌧Deve ser aplicada a materiais dúcteis.

⌧Quando a tensão de cisalhamento máxima no ponto crítico do componente atingir o mesmo valor da tensão de cisalhamento máxima do corpo de prova no momento do seu escoamento, então também o escoamento do componente iniciará, naquele ponto.

⌧Durante o ensaio de tração, no momento que o escoamento se inicia:

ε

σ

escσ

o90

σ

τ

σ1σ2 = 0

τmax

τmin

22esc

maxσ

=τ xx

•Rogério José Marczak

•Resistência dos Materiais Avançada •7

⌧No componente analisado, o estado de tensões é mais complexo.⌧Duas situações possíveis:

σ

ττmax

τmin

σ1σ2 σ3

σ1 e σ2 têm o mesmo sinal: σ1 e σ2 têm sinais opostos:

σ

σ1σ3

ττmax

τmin

σ2

A B

A BCaso : Caso :

2ou

22

max1

maxσ

=τσ

σ1σ2 σ2 σ1

221

maxσ−σ

esc2

esc1

ouσ≤σ

σ≤σ

esc21 σ≤σ−σ

Para que não haja escoamento , logo: 2esc

maxσ

≤τ

•Rogério José Marczak

•Resistência dos Materiais Avançada •8

Graficamente:

esc

1σσ

esc

2σσ

1+1−

1+

1−

Seguro

Inseguro

yTeoria da máxima energia de distorção - TMED

⌧Também faz uso do fato da tensão cisalhante desempenhar o papel principal.

⌧Deve ser aplicada a materiais dúcteis.

⌧Quando a energia de distorção no ponto crítico do componente atingir o mesmo valor da energia de distorção do corpo de prova no momento do seu escoamento, então também o escoamento do componente iniciará, naquele ponto.

⌧Energia em lugar de tensão.

•Rogério José Marczak

•Resistência dos Materiais Avançada •9

⌧O tensor tensão [σ] sempre pode ser decomposto em duas partes, uma hidrostática (esférica) e outra desviadora (de distorção) :

[ ]

σ−σσ−σ

σ−σ+

σσ

σ=

σσ

σ=σ

3

2

1

3

2

1

000000

000000

000000

3331321 Izzyyxx =

σ+σ+σ=

σ+σ+σ=σ (tensão hidrostática)

Parcela hidrostática (volume)

[ ]hσ

Parcela de distorção (forma)

[ ]dσ

⌧A energia de deformação específica:

Dividindo U0 em duas parcelas: dh UUU 000 +=

U0h é a energia de deformação específica hidrostática Volume

U0d é a energia de distorção (desviadora) específica Forma

( ) ( )32312123

22

210 2

1σσ+σσ+σσ

ν−σ+σ+σ=

EEU

( )

( ) ( ) ( )[ ]232

231

2210

23210

1216

21

σ−σ+σ−σ+σ−σ=

σ+σ+σν−

=

GU

EU

d

h

( ) ( ) ( )[ ]232

231

221real0 12

1σ−σ+σ−σ+σ−σ=

GU d

•Rogério José Marczak

•Resistência dos Materiais Avançada •10

No ensaio de tração, apenas σxx ≠ 0 :

2escensaio0 6

1σ=

GU d

ε

σ

escσ

ensaio0real0dd UU =

Pela TMED:No momento que isto

ocorrer, inicia-se o escoamento

21

20 2

121

σ=σ=EE

U xx

210

210

616

21

σ=

σν−

=

GU

EU

d

h

Logo, no momento que o escoamento do corpo de prova inicia:

( ) ( ) ( ) esc2

322

312

2122

σ≤σ−σ+σ−σ+σ−σ

ou:

Resolvendo:

esceq σ≤σ

Tensão equivalente de von Mises

•Rogério José Marczak

•Resistência dos Materiais Avançada •11

⌧Caso 2D:

222eq

2122

21eq

3 xyyyxxyyxx τ+σσ−σ+σ=σ

σσ−σ+σ=σ

( ) ( ) ( )232

232

221eq 2

2σ−σ+σ−σ+σ−σ=σ

⌧Caso 3D:

( ) ( ) ( ) ( )222222eq 6

31

xzyzxyxxzzzzyyyyxx τ+τ+τ+σ−σ+σ−σ+σ−σ=σ

Graficamente:

Seguro

Inseguro

esc

1σσ

esc

2σσ

1+1−

1+

1−

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•Resistência dos Materiais Avançada •12

zCritérios de falha para ruptura

yFatores fenomenológicos da ruptura⌧Materiais frágeis.⌧A tensão normal desempenha o papel mais

importante para a ruptura ocorrer (ou propagar).⌧Materiais frágeis comumente apresenta maior

resistência à compressão.

y Critérios mais comuns:⌧Teoria da máxima tensão normal - TMTN (Rankine).⌧Outros (Mohr-Coulomb, Mohr modificado, etc.

yTeoria da máxima tensão normal - TMTN

⌧Faz uso do fato da tensão normal desempenhar o papel principal na abertura e propagação de trincas.

⌧Deve ser aplicada a materiais frágeis.

⌧Quando a tensão principal no ponto crítico do componente atingir o mesmo valor da tensão de ruptura do corpo de prova, então também a ruptura do componente iniciará (propagará), naquele ponto.

•Rogério José Marczak

•Resistência dos Materiais Avançada •13

⌧Durante o ensaio de tração, no momento que a ruptura ocorre:

σ

τ

σ1σ2 = 0

rup1 σ=σ=σ xx

ε

σ

rupσ

⌧Comportamentos diferentes à tração e à compressão:

σ

τ

σ1σ2

−σ=σ=σ rup2xx Ensaio de compressão

+σ=σ=σ rup1xx Ensaio de tração

ε

σ+σrup

−σrup

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•Resistência dos Materiais Avançada •14

Graficamente:

Seguro

Inseguro

+σ rup

+σ rup

−σ rup

−σ rup

: Se ruprup−+ σ=σ

ou+σ≤σ rup1 −σ≤σ rup2 Logo:

zComparação entre as teorias

σσ

σσ

rup

2

esc

2

1+1−

1+

1−

σσ

σσ

rup

1

esc

1

Ferro fundido

Aço

Cobre

Alumínio

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•Resistência dos Materiais Avançada •15

zQual a τmax que inicia o escoamento ?

σσ

σσ

rup

1

esc

1

σσ

σσ

rup

2

esc

2

1+1−

1+

1−diagonal de

cisalhamento

)( 21 σ−=σ

AB

Ponto A (TMTC):

Ponto B (TMED):

escmax 21

σ=τ

escmax 33

σ=τ

zSuperfícies de escoamento - caso 3D

nr

faz o mesmo ângulo com os 3 eixos.nr

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•Resistência dos Materiais Avançada •16

zEscoamento à altas temperaturas - Creep

yTemperatura maior que a de recristalização.

yO encruamento sofrido pelo material não é permanente.

yLimita-se a deformação máxima por unidade de tempo (resistência ao creep).

yPode levar a falha sob cargas baixas.

zFratura

yAo contrário da falha por escoamento, a falha por fratura pode ocorrer de diferentes formas.

yA transição dúctil-frágil não é bem definida.

yO processo de fratura envolve duas fases:⌧(a) Iniciação da trinca.⌧(b) Propagação da trinca.

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•Resistência dos Materiais Avançada •17

yOcorre de três formas básicas:

yA superposição de modos pode ser usada em casos mais gerais.

Modo I (Opening) Modo II (Sliding) Modo III (Tearing)

yO Modo I é o mais importante: o aumento da resistência a este modo melhora também a dos demais modos.

yFator de intensidade de tensões:

⌧Mede as tensões na vizinhança da raiz da trinca (a tensão na raiz da trinca é infinita).

K (tensão/comprimento1/2)

comprimento da trinca

tensão média

III

II

I

KKK

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•Resistência dos Materiais Avançada •18

yQuando a trinca atinge uma dimensão crítica, o componente perde sua capacidade de suportação de carga e o colapso ocorre.

yTestes de resistência à fratura frágil -Determinação de Kc (ASTM):

ICK

zFadiga de alto ciclo (N>106)

yDefinição: Falha do componente após um número de ciclos de tensão alternante com valor abaixo da tensão de ruptura do material.

y”Fratura progressiva”

yFadiga à temperatura ambiente.yFadiga sob temperatura.yFadiga sob corrosão.

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•Resistência dos Materiais Avançada •19

yTrincas subcríticas: falhas microscrópicassempre presentes relacionadas à rugosidade superficial.ySob certas condições, as trincas subcríticas

podem se tornar microtrincas, e estas então crescerem até se tornarem macrotrincas.

t

σ

Estágio I

Estágio II

yMuitas vezes a macrotrinca já existe:

yLogo, sucessivas deformações plásticas inicial a fadiga.

yMateriais frágeis são muito pouco suscetíveis ao fenômeno da fadiga.

Região encruada

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•Resistência dos Materiais Avançada •20

yEnsaio de fadiga:

⌧Tração-compressão (push-pull):

⌧Flexão rotativa (rotating bending):

F±x

AF

=σ±

x

IMd2

=σ±

yDefinições do carregamento alternante:

t

σ

maxσ

aσminσ

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•Resistência dos Materiais Avançada •21

yCurva σ × N (σa = 0) :

N

σam

600

200

300

500

400

100

[Mpa]

104 105 106 107 108 109

Aço inox 18Cr 9Ni

Aço SAE1035

Alumínio 2024-T4

yEfeito da tensão média:

0

maxσ

amσ

mσescσ

escσ

1esc

m

am

a =σσ

+σσ

12

max

m

am

a =

σσ

+σσ

1max

m

am

a =σσ

+σσ

Sodeberg:

Gerber:

Goodman:

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•Resistência dos Materiais Avançada •22

yExemplo:

55

100

180

250

Curva de Whöler:

1E+4 1E+5 1E+6 1E+7N

σa 410

510

610

71055

100

180

250

0.00 150.00 300.00 450.00 600.00σm

0.00

150.00

300.00

450.00

σa

MPa600MPa450

rup

esc

yOutros aspectos importantes na fadiga:

⌧Tensão média variável.⌧Amplitude de tensão variável.⌧Baixo ciclo.

yCargas aleatórias

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•Resistência dos Materiais Avançada •23

zCoeficiente de segurança

yLevam em conta aspectos que não podem ser determinados/detectados.

yDefinição geral:

yNão deve ser arbitrário.

Knormal carga

projeto de sobrecargaaplicado máximo

suportado máximo==n

zFatores a serem considerados:yGrau de incerteza do carregamento.yGrau de incerteza da resistência do material.yIncerteza da relação carga × resistência.yConsequências da falha (humanas ou

econômicas).yCusto associado a altos coeficientes de

segurança.

zConfiabilidade (teoria da interferência)yPropriedades estatísticas do material e da

resistência.

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•Resistência dos Materiais Avançada •24

zNo escoamento/ruptura:

1σ)( rupesc σσ

AB

O

P

linha de carregamento

)( rupesc σ−σ−

C

P : Ponto de projeto

OPOAn =TMTC

OPOBn =TMED

OPOCn =TMTC

zPara outros tipos de falha:

yLevar em conta o tipo de problema:⌧Estático⌧Dinâmico⌧Impacto⌧etc.

yLevar em conta o mecanismo de falha:⌧Escoamento, Fratura, Fadiga⌧Flambagem,⌧Deslocamento, velocidade, aceleração,⌧etc.