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TN Petróleo nº 56 33 CADERNO ESPECIAL IBP 50 ANOS do setor de petróleo e gás 50 ANOS NA VANGUARDA Criado em 1957, com o objetivo de estimular as atividades do setor, o Instituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) comemora em novembro de 2007 seu cinqüentenário, com a segurança de estar em dia com a missão de difusão de conhecimento, formação e aperfeiçoamento de profissionais, e consolidado como uma referência não apenas nas questões técnicas e comerciais como também nas estratégicas e políticas do setor no país.

50 ANOS NA VANGUARDA - IBP...missões no Brasil. Para o mais popular veículo de comunicação do sécu-lo XX, são anos de aventura, aprendizagem e improviso. Esta época também

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TN Petróleo nº 56 33

CADERNO ESPECIAL IBP 50 ANOS

do setor de petróleo e gás

50 ANOSNA VANGUARDACriado em 1957, com o objetivo de estimular as atividades do setor, oInstituto Brasileiro de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (IBP) comemoraem novembro de 2007 seu cinqüentenário, com a segurança de estarem dia com a missão de difusão de conhecimento, formação eaperfeiçoamento de profissionais, e consolidado como uma referêncianão apenas nas questões técnicas e comerciais como também nasestratégicas e políticas do setor no país.

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IBP 50 anos

1 – Leopoldo Miguez de Mello,diretor; Helio Beltrão, presidente e

Plinio Cantanhede, membro doConselho, 1960.

2 – Formandos do cursoSindustrial, 1968.

3 – William Zattar, diretor do IBP,entrega certificado de associado

emérito em assembléia, 1977.

4 – Eleição do ganhador doPrêmio Plínio Cantanhede, 1980.

5 – Abertura do 3º CongressoLatinoamericano de Perfuração, 1982.

6 – Abertura do 2º CongressoBrasileiro de Petróleo, 1982.

ão é difícil entender o porquê dessa posição: desde sua fundação, o IBPreúne profissionais que são referências por suas contribuições em cadaum dos segmentos da indústria de petróleo e gás. Entre seus associa-dos, encontram-se as principais empresas do setor no país.

Em meio século, não houve um só tema de interesse que não tenhasido debatido no âmbito do Instituto, seja em suas comissões, cursos,eventos ou nas numerosas atividades desenvolvidas para atender àsnecessidades de mercado. Como parte de sua preparação para o futuro,o IBP vem se reestruturando continuamente, aperfeiçoando métodos detrabalho, ampliando e otimizando serviços. Com tudo isso, a empresacomemora seu 50º aniversário, ao mesmo tempo realizado e inquieto,encarando e buscando caminhos, com o vigor de sempre, para os inú-meros desafios que estão por vir.

Reconhecido como instituição de natureza rigorosamente técnica, oInstituto vem cumprindo, ao longo do tempo, a meta proposta, há 50 anos,por seus idealizadores: a de ser um foro técnico de debates, em que inte-resses de natureza política ou comercial são colocados de lado, em nomeda cooperação técnica e integração dos vários setores industriais.

Cenário pós-guerraA década de 1950 é considerada uma época de transição entre o

período de guerras da primeira metade do século XX e o período dasrevoluções comportamentais e tecnológicas da segunda metade.

No mundo, surge a televisão em cores e pouco tempo depois sãorealizadas, por Assis Chateaubriand e sua TV Tupi, as primeiras trans-missões no Brasil. Para o mais popular veículo de comunicação do sécu-lo XX, são anos de aventura, aprendizagem e improviso. Esta épocatambém é considerada a “idade de ouro” do cinema.

Em 1950, o Brasil é escolhido para sediar a Copa do Mundo e paraisso é construído o Estádio Municipal do Rio de Janeiro, o Maracanã. Adécada de 1950 é também uma época de importantes descobertas cien-tíficas, como, em 1953, a descoberta da estrutura do DNA.

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Npor Cassiano Viana

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Em especial, o ano de 1957 éum marco na história do Brasil.Aprovado o Plano Piloto da novacapital, de autoria do urbanistaLúcio Costa, em concurso organi-zado por Oscar Niemeyer, em fe-vereiro de 1957 começa a constru-ção de Brasília, a “Capital da Es-perança”, título dado pelo escritorfrancês André Malraux, escritor epensador francês, amigo deCamus, Charles De Gaulle e ativoda resistência francesa durante aocupação nazista na SegundaGuerra Mundial.

Neste mesmo ano foram ini-ciadas também as atividadesexploratórias no norte do estadodo Espírito Santo e intensifica-das as pesquisas geológicas egeofísicas em todas as baciassedimentares do país.

O mundo assiste ao lança-mento do Sputnik I, o primei-ro satélite artificial a orbitar aTerra. O Brasil, sobretudo o Rio

de Janeiro, vive os seus AnosDourados, imortalizados naminissérie exibida em 1986pela Rede Globo.

Quatro anos após a edição daLei 2.004, em 1953, que constituía,a partir do acervo recebido do anti-go Conselho Nacional do Petróleo(CNP), a Petróleo Brasileiro S/A,com o objetivo de executar as ativi-dades do setor de petróleo no Bra-sil em nome da União, é criado oInstituto Brasileiro do Petróleo(IBP). O Instituto tem como objeti-

vo estimular as atividades setoriaispor meio da difusão de conhecimen-to, formação e aperfeiçoamento deprofissionais.

Antiguidade é posto“O IBP sempre procurou aten-

der às demandas, estar sempre li-gado à indústria através das nos-

sas comissões, que são nossainterface com a indústria do petró-leo”, avalia o secretario executivodo IBP, Álvaro Teixeira.

A história do IBP atravessa trêsfases, três períodos distintos: o IBPdesde sua fundação, em 1957, até1995; de 1995 até 2000, o períodode transição da indústria de petró-leo no Brasil; e o IBP depois de2000, que é a consolidação da novalegislação.

A primeira fase – a da criação –teve como objetivo integrar a en-

tão recém-criada Petrobras às ou-tras empresas, sobretudo as de re-fino. “O IBP foi criado em cima darefinaria. Naquele tempo a Petro-bras ainda tinha uma parcela pe-quena no refino no Brasil, entãofoi oportuno criar o Instituto paraintegrar a estatal às refinarias jáexistentes, trocando experiências.

Foi algo muito positivo”, avaliaÁlvaro Teixeira.

Até que, na época da revolu-ção, a Petrobras tomou conta detudo, inclusive as refinarias, queestavam praticamente todas nasmãos da Petrobras. “Essa seria asegunda fase, aquela em que aPetrobras assumiu o monopólio detoda a indústria, de toda a cadeiaprodutiva”, comenta.

“Quando isso aconteceu, o IBPprocurou diversificar suas ativida-des. Se você olhar as primeiras

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50 anos na vanguarda do setor de petróleo e gás

Visita do presidente Juscelino Kubitschek às obras da Reduc nos anos 1950.

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cursos e eventos, mas agora am-pliada para novos atores, mas sur-giu a oportunidade de o IBP atuarna área de regulamentação danova Lei do Petróleo”, comenta oexecutivo.

“Foi muito interessante isso por-que em 1996, antes da Lei do Petró-leo, o ministro de Minas e Energiana ocasião, Raimundo de Brito, au-torizou a Petrobras a negociar par-cerias com empresas multina-

cionais”, recorda ele, lembrando ain-da que foi nesse período que se ini-ciaram os debates sobre os marcoslegais, os tipos de contrato e tributa-ção. “E tão logo houve a Lei do Pe-tróleo, o IBP se habilitou para seressa interface entre as empresas depetróleo e a Petrobras na discussãocom o governo, Ministério de Mi-nas e Energia (MME), Ministériodo Meio Ambiente (MMA), ReceitaFederal, Agência Nacional do Petró-leo, Gás Natural e Biocombutíveis(ANP), a ser uma interface com a

7 – Palestra de João Carlos De Lucadurante o 5º Congresso Brasileiro

de Petróleo, 1994.

8 – Ceremônia de aberturada Rio OIl & Gas 2000.

9 – 17th World Petroleum Congress(WPC) e Rio Oil & Gas 2002.

10 – Abertura da Rio Oil & Gas 2004.

11 – Apresentações durantea Rio OIl & Gas 2006.

12 – Presença da equipedo IBP na OTC 2007.

IBP 50 anos

comissões do IBP, elas eram todasrelacionadas à área de refino. De-pois, quando se começou a discu-tir a questão da petroquímica, o IBPteve uma participação forte naestruturação da petroquímica noBrasil. E então o Instituto foi aten-dendo à grande demanda daPetrobras nas questões de nacio-nalização e qualidade de equipa-mentos. E teve um momento emque o IBP virou a interface da

Petrobras com a indústria de bense serviços no Brasil. E, obviamen-te, a Petrobras sempre buscandoinovações, buscando aprimorarsuas atividades”, diz Álvaro.

A terceira fase tem como marcoa Lei do Petróleo, que obrigou o IBPa desenvolver outras atividades.“Não só com a abertura do merca-do apareceram novos players, nãosó em exploração e produção, masna área de trading, refino etc. Abriua possibilidade de continuar nãoapenas as atividades técnicas, de

CERTA VEZ, OUVI DO CEO DE

UMA GRANDE OPERADORA

INTERNACIONAL, QUE ESTÁ-

VAMOS DE PARABÉNS,

POIS ELE NÃO CONHECIA,

NO MUNDO, UMA OUTRA

INSTITUIÇÃO QUE REUNISSE

COMPETIDORES PARA TRA-

TAR, ENTRE SI, DE TEMAS

DE IMPORTÂNCIA GERAL.

Álvaro Teixeira,secretário-executivo IBP

Produção onshore no interior da Bahia, anos 1950.

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Catálogo da I Feira Industrial de Petróleo e Gás

indústria para discutir os contratosde concessão, as questões tributári-as etc.”, explica.

“O IBP teve um papel importantenessa fase. Obviamente, para essesucesso foi importante o papel proativoda Petrobras, no sentido de que já queiríamos abrir o mercado, o caminhoseria maximizar a participação da

Petrobras nesse mercado aberto. Foium processo muito bem-sucedido. Foiuma revolução aqui dentro. Até entãoa atividade do IBP era puramente téc-nica, de eventos, cursos etc. Já umpouco antes, nós tínhamos entrado naárea de normalização e certificação.Mas durante o monopólio, isso era omáximo que a gente podia fazer”, ava-lia o executivo.

Política branca“Uma vez, escutei do CEO de

uma grande operadora internacio-

nal que estávamos de parabénsporque ele não conhecia outra ins-tituição no mundo que reunisse oscompetidores entre si para discu-tir temas dessa envergadura, e quetivessem força e motivação parabuscar regulamentar o mercado emum fórum neutro e aberto junto aempresas que são competidorasentre si”, comenta o secretário exe-cutivo do IBP.

“Muitos pensavam que, como tempo, iríamos perder a credibi-lidade ao defender interesses. Olobby à luz do dia sempre foiolhado com desconfiança. Masquando você defende os interes-ses de uma indústria, buscandoque ela seja competitiva e quetenha as melhores práticas e tra-ga para cá investimentos e com-petição, não tem problema. Nãoperdemos credibilidade, pelocontrário, passamos a ser aindamais respeitados pela indústriae pelo próprio governo que nos

vê como um interlocutor muitoimportante na área de petróleo:forte, neutro e apartidário”, re-conhece. “O que nos ajudou emtodo esse processo foi a credibi-lidade que temos na nossa basetécnica. Não é possível fazer umaregulamentação sem uma boabase técnica.”

Segundo o diretor do IBP,William Zattar, apesar de a histó-ria do IBP se confundir com a daPetrobras, nunca houve conflitoentre a estatal e o instituto. Quími-

co Industrial formado pela EscolaNacional de Química da Universi-dade do Brasil, Zattar foi um dosprimeiros membros do Conselhode Administração do IBP e é o úni-co fundador do Instituto ainda vivoe em atuação.

“O IBP é uma entidade inde-pendente de facções políticas oude campanhas e possui cultura téc-nica”, afirma Zattar. “No entanto,somos independentes. O IBP éuma entidade independente, téc-nica, e que não se envolve em fac-ções políticas. E cada vez mais pre-cisa assumir seu papel de lideran-ça nessas causas. O IBP chegou aser apenas uma entidade que fa-zia seminários, simpósios, cursose, de repente, explodiu de forma aampliar a sua atuação.”

O futuroDe acordo com Álvaro Teixeira,

uma das grandes metas do IBPpara o futuro é criar uma área de

t r e i n a m e n t oavançado de pe-tróleo e gás.“Não formar re-almente umauniversidade,não queremoscompetir comelas, mas uma

grande organização de pós-gra-duação como é o Instituto Brasi-leiro de Mercado de Capitais(Ibmec). Esse é o nosso grandesonho”, afirma.

50 anos na vanguarda do setor de petróleo e gás

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IBP 50 anos

O IBP conta hoje com 216 empre-sas associadas e 255 profissionais,atuantes nos diversos segmentos daindústria e na área de bens e servi-ços. As empresas associadas ao IBPdividem-se em três diferentes cate-gorias, de acordo com sua atuação nosetor de petróleo e sua participaçãonas atividades do Instituto.

Na categoria de Sócios Patri-moniais encontram-se as empresasque contribuíram para a constituiçãodo Fundo Social do IBP: a Associa-ção Brasileira de Infra-Estrutura eIndústrias de Base (Abdib), ChevronTexaco, Companhia Brasileira de Pe-tróleo Ipiranga, Ultragás, CompanhiaPetroquímica do Sul (Copesul),Esso, Petrobras, PetroquímicaUnião, Refinaria de Petróleos deManguinhos, Shell e SHV Gas Brasil.

Como Sócios Cooperadores en-contram-se as empresas cujas ativida-des estejam intimamente ligadas à in-

dústria do petróleo e que contribuamde modo acentuado para o desenvol-vimento das atividades do IBP. Sãoelas: Associação Brasileira da IndústriaQuímica (Abiquim), Anadarko, BG doBrasil, BP Brasil, Devon Energy do Bra-sil, El Paso Petróleo do Brasil, EncanaBrasil Petróleo, Eni Oil do Brasil, Hydro,Petrogal, Queiroz Galvão, Repsol YPF,Schlumberger, Statoil do Brasil, TBG eTotal, dentre outras.

As demais empresas classificam-se na categoria de Sócios Coletivos.Também fazem parte do IBP as cha-

madas Entidades Associadas, repre-sentadas por instituições ou órgãos declasse, de caráter técnico-científico,cujas atividades tenham ligação diretaou indireta com a indústria do petró-leo. Para técnicos e profissionais foicriada a categoria de Sócio Individual.

Numa categoria à parte, foi cria-do o título de Sócio Emérito, con-cedido por unanimidade do Conse-lho de Administração às personali-dades que tenham prestado rele-vantes serviços ao IBP ou à indús-tria do petróleo.

As empresas associadas

Ata de Constituição do IBP, 1957.

Para o executivo, a idéia não étransformar o IBP em uma uni-versidade de petróleo, mas talvezcriar uma fundação, uma outra ins-tituição ligada ao Instituto e quepossa se transformar em centro dereferência em pós-graduação naárea de petróleo. “Para isso, esta-mos buscando o credenciamentojunto ao Ministério de Educação ejá buscando comprar outras insta-lações no Rio de Janeiro, já com apossibilidade de, no futuro, ofere-cer um campus específico de trei-namentos”, comenta o secretarioexecutivo do IBP.

“Já começamos a trabalhar comMBAs. Começamos com Explo-ração e Produção, já temos Direi-to no Petróleo, Petroquímica e a

idéia é ampliar para todas as áre-as esse MBA. É a indústria trei-nando a indústria. É a indústriapara a indústria. A idéia é que agente tenha não apenas compe-tência, mas que estejamos aptosa dar esses cursos”, ressalta. “Aindústria, de modo geral, confiamuito no IBP”, conclui.

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e é possível ou necessário determinar um marco, tudo começou no dia24 de maio de 1957, quando o Instituto Sudamericano del Petroleo pro-moveu na Argentina uma reunião com representantes da América Lati-na, buscando incentivar a criação de institutos dentro de cada país. Aproposta prontamente atendeu às aspirações de profissionais da área noBrasil e assim, poucos meses depois, em 21 de novembro do mesmoano, foi criado o então Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP).

“O IBP nasce do pioneirismo, trabalho dedicado eidealismo de empreendedores como Leopoldo AméricoMiguez de Mello, Helio Beltrão, Plínio Cantanhede eGeonísio Barroso”, recorda seu atual diretor, WilliamZattar. “O Instituto foi fundado a partir de uma assem-bléia geral que houve entre as companhias de petró-leo, incluindo a Petrobras, que resolveram fundar oInstituto Brasileiro de Petróleo. O Helio Beltrão foi o

grande incentivador, o grande bandeirante e fundador do IBP”, afirma.Helio Beltrão seria o primeiro presidente do IBP, com um mandato que

foi de 1957 a 1962. Economista, ministro da Previdência Social no gover-no Figueiredo e ministro do Planejamento na gestão de Costa e Silva,Helio Beltrão foi pioneiro na defesa da simplificação administrativa e dosdireitos do cidadão diante do Estado. Falecido em 1997, deixou comomaior legado a conscientização da sociedade brasileira a respeito dosmalefícios da burocratização e da centralização administrativa. Foi res-ponsável, também, pela organização da Petrobras e membro da sua pri-meira diretoria, encerrando sua vida pública como presidente da estatal.

“O Beltrão foi escolhido como presidente porque era um homem neu-tro. Até então, não havia passado pela Petrobras. Então, havia duascorrentes políticas técnicas, a livre-iniciativa, que lutava pela aberturado mercado no Brasil, e a Petrobras, os estatais. Foi decidido que aoinvés de colocar alguém da estatal ou particular da livre-iniciativa oualguém da Petrobras, iríamos colocar uma pessoa neutra. Houve umaassembléia e o Helio Beltrão foi eleito, sendo então constituída a direto-ria da qual fiz parte”, recorda Zattar.

Consolidando pilares“Eram todos da mesma idade. Eu ainda era garoto, por isso continuo

aqui. Eu tinha 30 anos de idade (nasci em 1927) e eles já eram quaren-tões... tinham dez anos na minha frente. Aprendi muito com eles. Amaior escola da minha vida foi trabalhar com eles – uma turma ética,com integridade e competência, uma coisa muito bonita”, emociona-se.“Chamávamos as pessoas do IBP de ‘pobres, mas filhos de pais ricos’,apelido dado pelo Helio Beltrão, em uma sala pequena na praça daCandelária. Nosso primeiro coordenador foi o Tobias Cepelowicz, hojediretor da Petroservice, um coordenador brilhante, incomparável.”

Entre os sócios fundadores, estão a Petrobras e a Associação Brasileirapara o Desenvolvimento da Indústria de Base (Abdib). Assinaram também,

O PRINCÍPIO DE TUDO

SIBP 50 anos

EM NOME DA DIRETORIA DO

IBP, TENHO A HONRA DE

APRESENTAR AOS SENHORES

O RELATÓRIO RESUMIDO DAS

REALIZAÇÕES DO INSTITUTO

NO ANO DE 1958. ESTOU

CERTO DE QUE A LEITURA

ATENTA DESSE BREVE RELATO

REVELARÁ COMO FOI

EXPRESSIVA E PROVEITOSA A

ATIVIDADE DO IBP EM SEU

PRIMEIRO ANO DE EXISTÊNCIA,

AO PRENUNCIAR UM FUTURO

AINDA MAIS ÚTIL E

SIGNIFICATIVO”, ESCREVE O

PRESIDENTE DO IBP, HELIOHELIOHELIOHELIOHELIO

BELBELBELBELBELTRÃTRÃTRÃTRÃTRÃOOOOO, NO PRIMEIRO

RELATÓRIO DE ATIVIDADES

DO INSTITUTO.

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TN Petróleo nº 56 41

como sócios fundadores, refinariasprivadas brasileiras, empresas distri-buidoras de derivados de petróleo,companhias petroquímicas e outrasinstituições interessadas nos objeti-vos da instituição.

Já no primeiro ano, foram ad-mitidos mais de cem sócios indivi-duais e admitidas como sócios co-letivos as empresas IndústriaMatarazzo de Energia, MercedesBenz do Brasil, Óleo GalenaSignal, Indústria Mecânica Caval-lari, Companhia Brasileira deMaterial Ferroviário (Cobrasma),Walgás, Mecânica Pesada, Socie-dade Técnica e Industrial de Lu-brificantes (Solutec), CompanhiaPetroquímica Brasileira (Cope-brás), Companhia Técnica Internaci-onal (Techint), Equipamentos Gerais(Equipan) e Sanson VasconcellosComércio e Indústria de Ferro.

Destacavam-se nas atribuiçõesdo IBP a formação e o aperfeiço-amento de pessoal por meio decursos, a organização de con-gressos e seminários e a articu-lação entre a indústria do petró-leo e os fabricantes nacionais deequipamentos visando o desen-volvimento e a consolidação daindústria nacional de petróleo.

“O Helio Beltrão era uma figuraextraordinária! Primeiro, pelo bomhumor que ele tinha para tratar ascoisas. Uma pessoa extremamentesimpática, muito eficiente e compe-tente. Ele foi muito importante parao IBP. E como era um homem demétodos e organização, foi muitoimportante para o seu início. Pou-cos sabem, mas foi ele que fez aformatação inicial da Petrobras”,comenta o ex-presidente do IBP,Otto Perrone. “Nessa primeira fase,ele se transformou naquilo que foio ideal de seus idealizadores e fun-dadores”, ressalta.

“Eles já tinham, naquela épo-ca, a idéia da indústria do petró-leo como uma indústria integra-

da, exploração e produção, refinoe petroquímica, transporte e dis-tribuição. Conceberam o Institutocomo uma entidade eminente-mente técnica e com uma marcade isenção e independência, como objetivo de promover a melhoriade qualidade do pessoal profis-sional. O IBP passou a dar cur-sos, que dá até hoje, promoverconferências, debates, congressos,feiras, exposições e, além disso, aidéia era entrar na área de espe-cificação e normatização. Isso sãocoisas que o IBP vem fazendo avida toda e continua fazendo ebem. Não existe nada igual aoIBP”, avalia.

“O êxito do Instituto pode sermedido pelo suporte que obtevee continua obtendo das empresasenquadradas em seu amplo cam-po de atividades. O instituto con-ta com mais de 300 empresas/só-cios, que participam ativamentede suas muitas comissões técni-cas e grupos de trabalho. Ressal-te-se que o IBP é entidade não go-vernamental, cujo trabalho se fazcom dedicado esforço de coope-ração, articulação e integração, oque nem sempre é fácil entre nós.Trata-se, ademais, de esforço si-lencioso, que não tem o ‘charme’das realizações ostensivas e apa-ratosas. Note-se, por fim, que asnumerosas atividades do Institu-to são hoje inteiramente custeadaspela remuneração que recebe dosinteressados em troca dos servi-ços que presta ou das publicaçõesque edita. Ao completar o IBP oseu trigésimo ano de bons servi-ços ao desenvolvimento nacional,orgulho-me de haver participadointimamente, ao lado de dedica-dos companheiros, da fundação eadministração de uma entidadeque deu certo, isto é, que resistiuao insubstituível teste da eficácia”(depoimento de Helio Beltrão àPerfil IBP).

1957 – 24/05 – Reunião com repre-sentantes da América Latina, pro-movida pelo Instituto Sulamericanodel Petroleo, na Argentina, incenti-va a criação de institutos em cadapaís.21/11 – Fundação do IBP. HelioBeltrão é o primeiro presidente doInstituto.

1958 – Primeira Comissão Técnica,com o tema Armazenamento dePetróleo.

1962 – Toma posse, como presidentedo IBP, Plínio Cantanhede, que irácomandar o Instituto por 22 anos.Primeiro seminário, sobre Corro-são, e primeiro curso, intituladoErros e Precisão de Medidas.

1967 – 10º aniversário do IBP.

1975 – 9° Congresso Mundial de Pe-tróleo.

1976 – Primeiro evento no exterior, o1º Congresso Latino-americano dePetroquímica, na Argentina.Em novembro é realizado o 1º Con-gresso Brasileiro de Petroquímica:1º Congresso Latino-Americano dePetroquímica.

1977 – 20º aniversário do IBP.

1978 – 1º Congresso Brasileiro dePetróleo (novembro).

1981 – Primeiro curso internacional,realizado no Equador.

1982 – 1ª Feira Industrial de Petróleode Gás.É realizada a primeira edição daRio Oil & Gas Expo, atualmentemaior feira de petróleo da AméricaLatina em volume de visitações eem área.

1984 – Paulo Cunha é eleito presidentedo IBP.2ª Feira Industrial de Petróleo e Gás

1985 – Exposição Industrial – IBP’85(outubro).Seminário sobre Offshore IBP/IAP(outubro).

1986 – O IBP tem novo presidente:Eduardo Difini.3ª Feira de Petróleo e Gás.

Linha do tempo

50 anos na vanguarda do setor de petróleo e gás

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A era Plínio CantanhedeAlguns dos destaques do iní-

cio da década de 1960: a desco-berta do campo petrolífero deCarmópolis (SE), abrindo pela pri-meira vez perspectivas de explo-ração fora da Bahia e a criação doCentro de Pesquisa e Desenvolvi-mento da Petrobras (Cenpes). Reu-nindo todas as atividades de pes-quisa tecnológica na Petrobras, oCenpes se tornou o centro tecno-lógico que desenvolveu os proces-sos de exploração e produção emáguas profundas.

Para o IBP, em 1962 tem início omandato de Plínio Cantanhede,então diretor da Companhia Side-rúrgica Nacional (CSN) e que pas-sou 22 anos à frente da entidade,de 1962 a 1984 – o mais longo dosmandatos.

“O Plínio Cantanhede era umafigura interessante porque era mui-to diversificado. Você imagina: umhomem que foi prefeito de Brasília,presidente da Companhia Siderúr-gica Nacional, presidente do Con-selho Nacional de Petróleo... Erauma pessoa de atitude, de ativida-des”, lembra Otto Perrone.

Já em 1963, mesmo ano daampliação do monopólio, abran-gendo também as atividades deimportação e exportação de petró-leo e seus derivados, o IBP recebe

o reconhecimento internacional,quando, pela primeira vez, duran-te o 6º Congresso Mundial de Pe-tróleo, em Frankfurt, um represen-tante do Instituto – no caso o pró-prio Plínio Cantanhede – ocupa apresidência da Seção sobreProcessamento e Refinação de óleoe Gás.”

“São marcos de uma etapa queo IBP, graças aos esforços conju-gados de seus diretores e do seuquadro de associados, fundadores,coletivos e individuais, vem plan-tando para estar na vanguarda dodesenvolvimento tecnológico daindústria do petróleo e gás nopaís”, escreve Plínio na carta da 7ª

Assembléia geraldo IBP.

O ano de1968, segundoCantanhede, foide muita ativida-de e grandesempreendimen-tos. Nele foi rea-

lizado, no Hotel Glória, Rio de Ja-neiro, o Seminário de Corrosão,junto com uma exposição sobre otema, reunindo quase 600 técnicos,representando dez estados brasi-leiros. E é também o ano do lança-mento do Informativo IBP, o iníciodo Plano de Pesquisa da Comis-são de Asfalto e a realização de um

1987 – 30º aniversário do IBPExpo IBP’97 (agosto).

1988 – 2º Congresso Latino-Ameri-cano de Hidrocarbonetos.2º Seminário Internacional sobreGás Natural (junho).

1990 – Rio Oil & Gas Expo’90 (outubro).

1991 – Expo IBP’91 (outubro).Laic-PEP’91/Latin AmericanConference on ArtificialIntelligence in Petrol: Explorationand Production (novembro).

1992 – 1º Seminário sobre Meio Am-biente (março/abril).Ciclo de Palestras “Desenvolvi-mento Sustentável”.Rio Oil & Gas Expo’92.

1993 – IBP Expo’93.

1994 – Conexpo Arpel’94 (outubro).Encuentro Petroleo y Gas en elMercosur: en Búsqueda de laConvergencia (agosto).Rio Oil & Gas Expo’94 (outubro).

1995 – Toma posse, como presidentedo IBP, Otto Vicente Perrone.É realizada no Brasil a DOT’95/Deep Offshore TechnologyExhibition (outubro).Iscop’95/Colloid Chem. in OilProduction (novembro).

1996 – Seminário ‘A Nova Regula-mentação da Indústria de Petróleo’.abril – WPC – Congresso Mundialde Petróleo (março).Almoço-palestra – Regulamentaçãodo Setor Petróleo (agosto).Rio Oil & Gas Expo’96 (setembro).

1997 – 40º aniversário do IBP.Seminário ANP. (agosto)O Brasil comemora o fim do monopólio.

2000 – O IBP incorpora o gás naturala seu nome.

2001 – João Carlos De Luca é eleitopresidente.

2002 – O IBP traz pela primeira vez oCongresso Mundial de Petróleo aoBrasil, recebendo cerca de 3.500participantes.

2007 – O IBP incorpora osbiocombustíveis a seu nome e co-memora os 50 anos de atuação.

IBP 50 anos

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curso sobre Segurança Individualque alcançou “pleno êxito”, alémda realização de “uma concorridamesa-redonda sobre Instru-mentação e sua Manutenção, coma participação de quase toda a in-dústria ligada ao setor de ins-trumentação”, ressalta Plínio, emcarta para a Assembléia Ordináriado IBP.

1968 é o ano em que a Petrobrasdecide explorar petróleo no mar!A companhia iniciou as atividadesde prospecção offshore. Um anodepois, em 1969, são editados, pelaprimeira vez desde a fundação doInstituto, um Catálogo de Publica-ções e um Catálogo de Associados.Realiza-se a primeira descobertade petróleo no mar, em Sergipe,dando origem ao campo deGuaricema, com a perfuração de

apenas dois poços, além de ser oinício dos levantamentos geofísicosna Bacia de Campos (RJ), sendoperfurado o primeiro poço subma-rino naquela área.

“As perspectivas para 1970 sãobastante animadoras. (...) Em 1970,dedicar-se-á o IBP à reestruturaçãodas suas atuais Comissões Técnicas,dando maior ênfase às suas ativida-des”, escreve Plínio. “Novas áreasserão atingidas pelo IBP. Prevê-se acriação de Comissões Permanentespara os seguintes setores: Petroquí-mica, Combustí-veis e FormaçãoProfissional Es-pecializada. Comtudo isso, espera-mos estar cum-prindo a finalida-de precípua do

IBP que é atender da melhor ma-neira possível a Indústria do Petró-leo e Petroquímica.”

E assim correu a década de1970, com o Instituto realizandoos devidos ajustes para melhorara sua atuação.

1980: a década que não foiperdida

A década de 1980 se inicia, naopinião de Plínio, com intenso di-namismo. Realiza-se o 2º Congres-so Brasileiro e 3º Latino-Americanode Petroquímica, reunindo, naBahia, 1.540 participantes. “A expo-sição industrial, que funcionou pa-ralela aos Congressos, contou coma significativa participação de 145empresas do setor de petroquímicae serviços e foi, sem dúvida, umacontecimento marcante na históriado IBP”, diz Plínio.

Também em 1980, o IBP baterecordes em participação nos cur-sos e treinamentos: 1.850 técnicosacompanharam cursos, seminá-rios, simpósios e encontros promo-vidos pelo Instituto.

“Editamos cerca de 20 publica-ções técnicas, entre livros, ma-nuais, apostilas e anais, muitasdelas com edições rapidamente es-gotadas”, comemora Plínio. “Todosos objetivos do IBP estão sendoalcançados com muito esforço,muito trabalho e muito empe-nho”, afirma. “Na verdade, naAmérica Latina não existe umainstituição como o IBP. Depois deum início modesto, atualmente oInstituto conta com a colaboraçãode mais de 1.500 técnicos (...)que têm proporcionado, com seutrabalho silencioso, grandes rea-lizações para o país”, comemora,aquele que durante mais tempoficou à frente do IBP.

Em 1984, toma posse, como pre-sidente da entidade, o engenhei-ro e diretor-presidente da Ultrapar,Paulo Cunha. Professor de enge-

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Cerimônias de abertura da Rio Oil & Gas, edições 1982 e 1986.

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nharia na Universidade Católica ena Universidade Federal do Rio deJaneiro, vice-presidente da Asso-ciação Brasileira de IndústriasQuímicas (Abiquim), membro doConselho de Orientação do Insti-tuto de Pesquisas Tecnológicas(IPT), membro do Conselho Supe-rior de Economia e do ConselhoConsultivo da Indústria da Fede-ração das Indústrias do Estado deSão Paulo (Fiesp), presidente doConselho do Instituto de Estudospara o Desenvolvimento Indus-trial (Iedi) e membro do Conselhoda Companhia Siderúrgica Naci-onal (CSN), Cunha ficará no Ins-tituto apenas dois anos.

“O Paulo sempre foi um profis-sional super ocupado”, lembraWilliam Zattar. “Ele é uma figuraexcepcional, inteligente, muito cul-to e atuante”, afirma Otto Perrone.

“O IBP tem sido, ao longo de suaexistência, um fórum de debates paraos técnicos e empresários do setorpúblico e privado, nos quais os inte-resses antagônicos são deixados delado e as diferenças de opinião neu-tralizadas. É nesse clima que sãorealizados os intercâmbios de expe-riências, a prestação de serviços e odesenvolvimento de normas adap-tadas à nossa realidade”, escrevePaulo Cunha, em março de 1985.

“Não obstante as dificuldadescomuns, o trabalho de centenas deprofissionais altamente capacitadose os resultados alcançados não ape-nas nos conferem excelente conceitoe prestígio, como nos credenciam atomar iniciativas pioneiras na ado-ção de medidas que vão ao encon-tro dos mais altos interesses nacio-nais”, ressalta Paulo.

Durante sua gestão, o IBP con-tinuou batendo recordes de parti-cipação em cursos e treinamentose realização de eventos. Em 1984,os eventos contaram com o aindahoje expressivo número de 20 milparticipantes.

“O IBP espera continuar seu fir-me propósito de servir, prosseguin-do com o intenso e extenso traba-lho das Comissões, com destaquepara as publicações técnicas, nor-mas e edições de livros, que con-tribuirão cada vez mais para o aper-feiçoamento de nossos profissio-nais. (...) Temos a convicção deque, apesar de tudo o que o IBPrealizou desde a sua fundação, háainda muito que realizar, e quemantendo aceso o ideal de colabo-rar com o desenvolvimento do paísjuntos ainda faremos muito mais”,afirma Paulo.

Em 1985 pode-se destacar a pre-sença do IBP na organização doSeminário Offshore na Argentina,por solicitação do Instituto Argenti-no de Petróleo, quando técnicos bra-sileiros apresentaram a experiênciabrasileira e capacitação na explora-ção e produção de petróleo no mar,e a organização da Expo IBP 85.

Em 1985, morre Plínio Canta-nhede. “Não poderíamos deixar deregistrar uma homenagem grata ecomovida à figura de PlínioCantanhede, valoroso companhei-ro de luta, que há poucos dias dei-xou nosso convívio. (...) Seu nomeestá registrado de forma indelévelcomo personalidade de relevo nahistória do Instituto Brasileiro de Pe-tróleo e da indústria petrolífera bra-sileira”, escreve Paulo Cunha.

Eduardo DifiniDe 1986 a 1995, o IBP é lidera-

do por Eduardo Difini. Segundomuitos, o conservadorismo de

Difini foi impor-tante para a sus-tentabilidade doIBP, em um mo-mento crítico dosetor. Acionistada Refinaria deManguinhos e

da Metanol, Difini foi o presiden-te mais presente do IBP. “Foi o

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único presidente que teve uma salana sede”, comenta William Zattar.

Durante a gestão Difini, desta-cou-se, em 1986, a realização do3º Congresso Brasileiro de Petró-leo e a 3ª Feira Industrial de Pe-tróleo e Gás, que contaram com aparticipação de 1.450 técnicos, 300expositores e 23 mil visitantes.

“Graças à continuada e cres-cente participação de todos os as-sociados e ao apoio recebido daPetrobras e demais associações vin-culadas ao setor, foi possível nãosó o sucesso registrado como man-ter o crescimento e aprimoramen-to destes eventos que se sucedema cada dois anos”, escreve Eduar-do Difini, no Relatório de Ativida-des daquele ano.

Um ano depois, em 1987, o IBPcomemorava os seus primeiros 30anos de existência. “Trinta anos quevão desde a infância da indústriado petróleo no Brasil até o desen-volvimento pujante de hoje, trans-formando a dúvida de muitos naconfiança irrestrita da Nação”, co-memora Difini, em texto de marçode 1988 no Relatório de Atividadesdo Instituto, destacando a intensaatividade de planejamento, a aná-lise minuciosa do desempenho doIBP ante as necessidades do setor,a reformulação, ampliação do nú-mero de curso e sua duração.

“Procura-se, igualmente, ajus-tar o programa de cursos às neces-sidades de mão-de-obra do setornão só para servi-lo como paragarantir que os cursos represen-tem maior oportunidade de acessoprofissional”, ressalta, concluindoque o IBP entrava em sua quartadécada de existência com grandeconfiança no futuro, aprimorandoe aumentando a intensidade desua atuação.

O final de década de 1980 mar-ca importante etapa nos esforçosem prol da integração latino-ame-ricana nas indústrias do petróleo.

“A Arpel (Asistencia RecíprocaPetrolera Estatal Latinoamericana),entidade com a qual o IBP man-tém, há quatro anos, um acordo decooperação, decidiu, em sua As-sembléia Geral, realizada em maio,na Jamaica, que seus Congressose Exposições (Conexpos), promo-vidos a cada quatro anos, passa-riam a ser realizados no Rio de Ja-neiro, em conjunto com o Congres-so Brasileiro de Petroquímica e aFeira Industrial de Petróleo e Gásdo IBP”, comemora Difini.

“A decisão é bastante significa-tiva, pois reflete o reconhecimen-to, por parte dos presidentes dasempresas latino-americanas depetróleo, da competência do IBPna organização desse tipo de even-to”, ressalta.

“Enquanto o crescimento acen-tuado foi a marca dos anos ante-riores, 1990 serviu para demons-trar a maturidade do IBP e a im-portância atribuída pelo setor àsoportunidades e serviços por eleoferecidos”, escreve Difini em1991, já prevendo, no campo dacrescente internacionalização eglobalização dos mercados, a cria-ção do Mercosul, “que deve serencarado como apenas uma dasetapas da integração latino-ame-ricana, trazendo oportunidades

50 anos na vanguarda do setor de petróleo e gás

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para as empresas e obrigando aadaptações”, avalia. “Abre-se apossibilidade de ser investir empaíses vizinhos, com melhoria daeficácia e rentabilidade das em-presas (...) Todo esse quadro re-quer não só investimentos subs-tanciais, como um difícil trabalhode planejamento, envolvendo asempresas em todos os setores daindústria. (...) O equacionamentonão será fácil. Os assuntos sãointerdependentes, e o setor é afe-tado por fatores e pressões exter-nas, fora do seu controle”, analisa.

Em 1993, dois anos antes do fi-nal de sua gestão, Difini afirmava:“Tanto a indústria do petróleo comoa da petroquímica atravessam faseimportante e de planejamento deli-cado. Uma das dificuldades é a ne-cessidade, ditada pelo panorama demédio prazo, de investir em explo-ração e produção de petróleo, en-quanto seus atuais preços estão nonível mais baixo dos últimos anos”,afirma. E ainda: “O IBP passa a seengajar na identificação e equacio-namento de assimetrias e outros as-pectos técnicos de integração latino-americana, em colaboração com o Ins-tituto Argentino de Petróleo (IAP).”

Otto PerroneEm 1995, o IBP recebe Otto

Perrone, o seu quarto – e até agorapenúltimo – presidente, que estarána liderança do Instituto até o anode 2001.

Químico in-dustrial e enge-nheiro químicoformado pela Es-cola Nacional deQuímica, chefeda Divisão dePetroquímica da

Petrobras, até ser eleito como dire-tor da área de projetos especiaisda Petroquisa, em 1971, quandofoi eleito, Perrone fazia parte doConselho do IBP há muitos anos.

“Eu era conselheirodo IBP e fui aponta-do pelo pessoal doconselho para serpresidente, em1995. De 1995 até2000, fiquei trêsmandatos. Termina-do o terceiro, volteipara o Conselho”,lembra.

A Emenda Constitucional n. 9foi o principal acontecimento da-quele ano no setor do petróleo.“Este evento marca o início de umanova fase para a indústria petrolí-fera brasileira, que será, sem dú-vida, caracterizada por uma cres-cente liberalização na produção ecomercialização de petróleo e seusderivados”, escreve Otto Perrone.

“O IBP, cônscio de suas respon-sabilidades, e com sua tradição deindependência e isenção, preten-de ser um dos promotores da pro-pagação e do debate dos novos ter-mos institucionais”, diz.

“De ordem interna, os fatosmais significativos de 1996 para oIBP foram a reforma de seus Esta-tutos Sociais, a reativação da Co-missão Técnica de Petroquímica ea aquisição de um imóvel para alocalização de sua nova sede, a serinaugurada em 1997, ano em queo Instituto comemora 40 anos. Comesta mudança de instalações, o IBPvisa aumentar sua eficiênciaorganizacional para melhor aten-dimento a seus sócios e colabora-dores” (Otto Perrone, 1996).

“Com a Emenda Constitucionaln. 9, o IBP entendeu que os tem-

pos estavam mudando e ele tam-bém mudou, fazendo modificaçõesna sua estrutura interna e até mes-mo na sua estrutura acionária, cri-ando novas classes de sócios paraagasalhar essas novas empresasque vieram atuar no Brasil depois,quando o monopólio foi flexibi-lizado”, explica hoje, mais de umadécada depois, Otto Perrone.

“O IBP mudou inclusive o seuConselho de Administração, que eraconstituído de seis membros, passan-do para 12, justamente para poderrefletir melhor o novo perfil da in-dústria do petróleo no Brasil”, diz.

Os primeiros passos daregulação

Em 1996, com o objetivo de con-tribuir para o Projeto de Lei quedeu seqüência à EC n. 9, o IBPpromoveu um seminário interna-cional (“A Nova Regulamentaçãoda Indústria de Petróleo no Bra-sil”), cujas conclusões e recomen-dações tiveram forte influência notexto final do referido projeto. Ain-da com esse mesmo propósito, em1997 foi realizado um seminárioabordando especificamente aestruturação da Agência Nacional

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O acervo do Centro de Informação e Documentação Helio Beltrão (CID) e deoutros centros de documentação parceiros do IBP são uma importante contribuiçãopara as atividades de pesquisa e geração de conhecimento do setor de petróleo egás e estão disponíveis a todos os associados. Atualmente, mais de 2.790 itensbibliográficos e 261 títulos de periódicos com 5.421 fascículos estão cadastra-dos no CID.

As publicações editadas pelo IBP incluem anais de eventos, apostilas dos cursose livros técnicos elaborados pelas Comissões.

Publicações, informação e documentação

Inauguração do Centro de Informação e Documentação Helio Beltrão.

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do Petróleo (ANP) e um conjuntode workshops abordando as ques-tões mais críticas para a regulamen-tação do segmento de E&P, entre elasos tipos de contratos de concessão,valores de participações governa-mentais, incidências tributárias epolítica de preços de mercado, açõesdas quais resultaram propostas le-vadas às autoridades do setor.

Logo após a promulgação da Leido Petróleo, o IBP instituiu a Comis-são de Regulamentação de Explo-ração e Produção, reunindo repre-sentantes das mais importantes em-presas de petróleo, internacionais enacionais, inclusive a Petrobras.

Desta maneira, foi criada a pri-meira das Comissões Setoriais doIBP, assim denominadas por seremconstituídas apenas por represen-tantes de empresas investidoras dosegmento envolvido.

O IBP, desde 1996, esteve àsvoltas com a candidatura brasileirapara sediar pela primeira vez oCongresso Mundial de Petróleo. Osucesso dessa investida foi demons-trado pela votação dos 56 paísesque elegeram o Brasil entre cincocandidatos. Tal confiança no país,e, em particular, no IBP, foi retri-buída pela realização, em 2002, noRio de Janeiro, de um congresso im-pecável, com cerca de 3.500 parti-cipantes, vindos de 76 países de to-dos os continentes. A Rio Oil & Gas,realizada em paralelo, bateu todosos recordes: em 31 mil m2, 53 milvisitantes, 850 expositores!

Com a abertura do mercado em1997, o IBP marcos seus 40 anosse adaptando às novas necessida-des do mercado, que crescia emvolume e complexidade. Novascomissões, novos setores na estru-tura, novos temas nos cursos, noseventos e nas reuniões. E, para com-pletar, uma nova sede de 1.000 m2,moderna e bem localizada. Assim,o IBP pôde acompanhar com agi-lidade a mudança.

Em 2000, outra adaptação do IBPacompanha o mercado em constan-te mutação. A crescente importânciaque o gás natural assumia na ma-triz energética brasileira e todas aspeculiaridades que o novo segmen-to trazia com seu crescimento exigi-ram do Instituto uma adaptação emseu próprio nome, passando a se cha-mar Instituto de Petróleo e Gás.

“Em 2000, a nova legislaçãoentrou em sua plena vigência, comos preços dos derivados de petró-leo deixando de ser controladospara o consumidor final, as impor-tações liberadas etc. Nessa novafase, o IBP começou a viver comuma estrutura nova, com um per-fil novo, o que veio a caracterizara nova fase do IBP do ano 2000em diante”, comenta Otto Perrone.

“O período que passei na presi-dência foi um marco tão importanteque os outros ficam muito peque-nos: houve a regulamentação daEmenda n, 9. O IBP teve uma im-portância primordial nessa nova le-gislação porque dois anos antes dea lei sair, o IBP promoveu amplodebate no país – fez seminários,convidou especialistas internacio-nais, de países que já tinham a ex-periência nesse tipo de legislação.Então, tudo isso foi debatido am-plamente, inclusive o caráter quedeveria ter uma agência de petró-

leo. O IBP, depois, juntou tudo isso,as idéias dominantes nesses semi-nários em um paper e levou ao go-verno como sugestões e teve a sa-tisfação de ver que a maioria dositens foram incorporados, estão re-fletidos na legislação.”

“O IBP, desde suas origens,sempre esteve ligado ao setorpetroquímico brasileiro. Entreseus fundadores, em novembrode 1957, ao lado da Petrobras,dos refinadores particulares e dascompanhias distribuidoras, esta-vam representantes de empresaspetroquímicas que iniciavam ati-vidades no país. Desde então, oIBP vem sendo, para a indústriapetroquímica nacional, um cen-tro de desenvolvimento e de di-fusão de conhecimentos e umpromotor de iniciativas no planotécnico e cultural. A medalhaLeopoldo Miguez de Mello –prêmio máximo do IBP – objeti-va homenagear personalidadesmarcantes, não somente da in-dústria do petróleo, mas tambémda indústria petroquímica. De-corridos 30 anos, a petroquímicabrasileira cresceu e o IBP conso-lidou o seu papel como um dosprincipais intérpretes dessa in-dústria, que ele mesmo ajudou aplasmar” (depoimento de OttoVicente Perroni para a Perfil IBP).

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Em 2001, o engenheiro paranaense João CarlosDe Luca é eleito presidente do IBP. Diante docenário decorrente da consolidação da aber-tura do mercado nacional de petróleo, o IBPpromoveu, em 2003, uma avaliação críticade sua atuação. A consultoria A.T. Kearney

foi contratada para elaborar um Plano Estratégico, com oobjetivo de estabelecer as bases para inserção das novasatividades do Instituto, de forma a enfrentar os desafios demédio e longo prazos, criados por esta nova conjuntura.

A extensa análise levada a cabo pela A.T. Kearneyincluiu entrevistas com personalidades representativasdo setor de petróleo e gás, no âmbito empresarial,institucional, acadêmico e governamental, e o desenvol-vimento de cenários. Confirmou-se que a atuação tradi-cional do IBP, de difusão de conhecimento técnico, deve-ria agora ser agregada à de representação das empresasassociadas junto à sociedade e ao governo federal, atra-vés do encaminhamento de suas demandas, com vistasao desenvolvimento de uma indústria competitiva, sus-tentável, ética e socialmente responsável.

A grande credibilidade do IBP, comprovada nas entre-vistas, o credenciava para exercer esse novo papel.

Com base nos resultados desse trabalho, no final de 2003o Conselho de Administração aprovou a nova ‘Missão, Ob-jetivos e Valores do IBP’, bem como a implantação, no de-correr de 2004, da ‘Nova Estrutura Funcional do Instituto’.

Foram criadas então, quatro Gerências de Segmentopara coordenar as atividades regulatórias e técnicas emcada uma das áreas de atuação do IBP na cadeia de petró-leo: E&P, Gás Natural, Abastecimento e Petroquímica (in-cluindo as áreas de Refino e Transporte) e Downstream,sendo que a implementação desta última foi postergada.

As várias comissões do IBP foram então realocadas, oque garantiu melhor visualização e desempenho.

No caminho certo“Antes a indústria do petróleo no Brasil era quase toda

concentrada na Petrobras. Depois entraram novos players e atendência é que esse número cresça mais com o tempo e hajauma diversidade maior. E o IBP passou a desempenhar umafunção que não era o forte dele. A entidade hoje se envolve nasgrandes questões da indústria do petróleo. Recentemente, nes-se ano, vimos o IBP muito envolvido com a legislação tributá-ria, exercendo um papel importantíssimo, mas sempre man-tendo aquela idéia inicial de seus fundadores que é preservar aisenção, que é o seu patrimônio. O IBP não se envolve emquestões menores ou particulares; ele só entra nos problemasda indústria e aí, com autoridade, com uma aura de respeito econfiança”, avalia Otto Perrone.

“O IBP, além de ajudar a indústria a crescer, está cres-cendo até no nome. Ele não é mais o Instituto Brasileirode Petróleo, é também o Instituto Brasileiro de Petróleo eGás e agora também de Biocombustíveis. O IBP vai cres-cer da forma que a indústria crescer”, conclui.

Segundo William Zattar, o caminho a percorrer élongo, mas o IBP está no bom caminho. “Que é a tri-lha do progresso, com a missão renovada de acompa-nhar a indústria do petróleo no Brasil, sempre procu-rando ajudar os temas de interesse nacional, como ostemas de conteúdo nacional, de taxação, royalties. OIBP está no caminho certo, mas o que vale aqui é so-bretudo a equipe. Quando estamos aqui sentados nes-sa mesa de reunião e entra algum tema polêmico, oDe Luca sempre fala, apontando para os retratos dosex-presidentes, à guisa de grande conselho: ‘Olha, es-tão todos eles aqui, olhando o nosso trabalho’.”

O IBP é OCPNo dia 8 de fevereiro de 2002, o IBP recebeu a co-

municação oficial do Inmetro (Instituto Nacional de

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UM NOVO IBP

Estrutura organizacional do IBP

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COM MAIS DE 40 anos de experiência na elaboração deconteúdos e organização de cursos, o IBP vêm, ao longodesse período, se firmando como referência na capacitaçãode profissionais para o mercado de petróleo. Os cursosministrados pelo Instituto têm como professores, profis-sionais de grande experiência e de alta visibilidade junto àindústria.

O resultado desse reconhecimento pode ser consta-tado não apenas pelo número de cursos e participantesque aumenta ano a ano, mas pela opinião dos participan-tes ao fazerem suas avaliações. Os resultados indicam que92% dos cursos tiveram nota máxima nos itens ‘objetivospropostos’ e ‘didática e esclarecimento de dúvidas’. Hou-ve também um salto qualitativo nos itens ‘apoio e material

Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial) deque foi concedido o credenciamento do Instituto comoOrganismo de Certificação de Produto/ OCP-0028 paraServiços Próprios de Inspeção de Equipamentos (SPIE),segundo a NR-13 e a portaria n. 16/2001 do Inmetro.

A Norma Regulamentadora para Caldeiras e Vasosde Pressão (NR-13) foi publicada pelo Ministério doTrabalho pela primeira vez em 1978. Este Regulamen-to Técnico de Segurança estabelece parâmetros e res-ponsabilidades relativos às atividades de Instalação,Operação, Manutenção e Inspeção de Caldeiras eVasos de Pressão e tem caráter compulsório, tendo sidorevisado pela última vez em 1994. A revisão foi feita

didático’, ‘resultado de investimentos em novas técnicas’e’ material de apresentação dos instrutores’.

A Gerência de Cursos desenvolve e promove todoano 113 cursos, com 3.053 participantes, totalizando 4.150horas/aula. O Instituto mantém uma política que visa aten-der técnicos em todo o país, promovendo cursos em to-das as regiões do Brasil.

Em 2002, foi criado um novo modelo de curso delonga duração (360 horas), visando a capacitação de pro-fissionais do setor. O primeiro deles foi “Gestão de Negó-cios de E&P de Petróleo e Gás”. Outra novidade são oscursos à distância, que procuram abranger um númeromaior de profissionais em todo o país. Além de uma pro-gramação aberta, o IBP também realiza cursos de caráterfechado, para atender às necessidades específicas dasempresas.

Cursos

por um Grupo Técnico Tripartite, indicado pelo Minis-tério do Trabalho e teve ampla participação da comuni-dade e técnicos ligados à atividade. Foram incluídosno texto importantes e inéditos avanços, alguns dosquais seguidos pela legislação de outros países. Entretais disposições destaca-se a possibilidade de maiorflexibilização nos prazos máximos de inspeção de Cal-deiras e de Vasos de Pressão. Estes incrementos per-mitem a determinados tipos de empresas estenderemsuas campanhas operacionais, com conseqüente au-mento de produtividade e produção. Para que sejapossível estender os prazos máximos sem comprome-ter a segurança das instalações, das pessoas e a pre-servação do meio ambiente foi inserido na NR-13, emseu Anexo II, a certificação de SPIE.

Os SPIE podem ser organizados da forma maisconveniente para a empresa, isto é, na forma de Se-tor, Seção, Divisão ou Grupo. O importante mesmo éque, antes de se adotar os prazos especiais e outrasfacilidades previstas pela NR-13, sejam avaliados ecertificados.

A Avaliação dos Serviços Próprios e sua certificaçãoé feita por um organismo previamente credenciadopelo Inmetro. Tanto o credenciamento dos organis-mos como a certificação dos SPIE são regulamenta-dos por portarias e procedimentos específicos.

A certificação de SPIE pode ser aplicada nos maisvariados tipos de indústria que possuam Caldeirasou Vasos de Pressão.

O IBP é habilitado pelo Inmetro como Organismo deCertificação de Produto (OCP-0028) e tal credenciamentoratifica sua competência técnica e administrativa paracertificação de SPIE, conforme regulamentado pelo Ane-xo II da NR-13, do Ministério do Trabalho e Emprego,relativo a Caldeiras e Vasos de Pressão.

Sede do IBP, desde 1997, Av. Almirante Barroso, Centro, Rio de Janeiro

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Membro mais antigo do IBP, em 50 anos, desde suaentrada no Instituto, o químico William Zattar sóperdeu uma reunião da Assembléia Geral do IBP, emesmo assim por motivos de saúde. Testemunhahistórica, Zattar passa a limpo, um por um, com aautoridade de quem viu o IBP surgir e se consolidar,

a atuação dos presidentes do Instituto e a marca que cada um deixouna entidade:HELIO BELTRÃO – “Os primeiros anos de IBP foram anos de técni-ca. O Helio primava por ser um organizador, um administrador deuma amplitude, de uma competência invejável! Ele sabia distribuir astarefas e estimular as pessoas envolvidas. Um advogado competente ecom uma noção de relacionamento fenomenal.”PLÍNIO CANTANHEDE – “O Plínio era diretor da Companhia Side-rúrgica Nacional, era um engenheiro e um financista famoso. Foi omandato mais longo que teve. O Plínio era de uma grande polivalência,tinha a abrangência de todos os assuntos, uma facilidade de adminis-trar delegando aos diretores, sem centralizar, dando status e autonomiasuficientes. Foi um presidente muito querido. Era o patriarca.”PAULO CUNHA – “O Paulo sempre foi um profissional ocupadíssimo!Um homem com uma capacidade de trabalho fenomenal. Um dínamo,um trator, que fez uma administração muito bonita. Uma liderança. Foiconvidado muitas vezes para ser ministro, mas nunca aceitou. No IBP,ele marcou presença, durante curta, mas saudosa duração.”EDUARDO DIFINI – “Foi o quarto mandato. Era centralizador, mascompetente e brilhante, dono de uma grande visão. O conserva-dorismo de Difini foi importante para a sustentabilidade do IBP,em um momento crítico do setor. Era acionista da Refinaria deManguinhos e da Metanol, mas que vivia aqui no IBP. Foi o presi-dente mais presente do IBP – o único que teve uma sala aqui.Foi ele quem trouxe o Álvaro Teixeira para cá.”OTTO PERRONE – “O Perrone teve uma gestão oposta à do Difini.Foi um dos cabeças, uma das personalidades mais importantes daindústria petroquímica no Brasil. Dizem que foi o filho que o Leo-poldo Miguez não teve! Quando fizemos a homenagem do PrêmioLeopoldo Miguez de Mello ao Otto Perrone foi uma das mais justas!O Otto foi um presidente que conseguiu reunir todas as forças aquidentro, que soube delegar sem perder a liderança, de uma grandehabilidade política, de conseguir conciliar interesses às vezesconflitantes com uma estratégia invejável. Ninguém conseguia como oOtto Perrone dirimir as dúvidas, conciliar, aparar as arestas com pulsofirme, mas sem que você sentisse. Campeão de xadrez, um dosmestres no Brasil... talvez por isso toda essa habilidade para lidar comas questões com coerência e estratégia.”

A marca dos

Os presidentes do IBPHelio Beltrão 1957/1962

Plínio Catanhede 1962/1984

Paulo Guilherme Aguiar Cunha 1984/1986

Eduardo Difini 1986/1995

Otto Vicente Perrone 1995/2001

João Carlos De Luca a partir de 2001

PRESIDENTES

IBP 50 anosIBP 50 anos

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JOÃO CARLOS DE LUCA –“Para o De Luca, a expressãocerta é ‘o’ presidente! Um profis-sional brilhante, de liderança, dehabilidade política, de traquejo,de mobilidade. Um ex-executivoda Petrobras (pode ser presiden-te, mas recusou,pois optou pelainiciativaprivada). Tem odom de condu-zir os problemasmais difíceiscom umasimplicidade encantadora. O DeLuca, para mim, é aquele cara comumas 20 bengalas e 20 pratosrodando em cima, equilibrados esem deixar nenhum quebrar. É umlíder, um sujeito bom e humano,modesto e de um carisma natural,mas um político de mão-cheia. Umdos técnicos de maior renome nopaís e no mundo.”

DURANTE OS DOIS primeiros me-ses de funcionamento, o IBP ficou pro-visoriamente localizado em uma salacedida pelo Centro de Aperfeiçoa-mento e Pesquisa da Petrobras(Cenap), na avenida Pasteur, 250,fundos. Em seguida, foi alugado umconjunto de três salas na avenida

Presidente Vargas, 417-a, 21º andar.Em 1960, adquiriu-se a sede consti-tuída pelo conjunto de cinco salas noEdifício Avenida Central, localizadona avenida Rio Branco, 152/162.

Em 1996, o IBP adquiriu um imó-vel sua nova sede, inaugurada em1997, ano em que o Instituto come-morou 40 anos. E, assim, parte, em1997, para a sede na avenida Almi-rante Barroso, 52, 26º andar.

AS SEDES

50 anos na vanguarda do setor de petróleo e gás

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As atividades e os produtos oferecidos pelo IBP são resul-tado do trabalho desenvolvido por comissões esubcomissões, nas quais participam voluntariamente cercade 900 executivos e especialistas, representantes da in-dústria, instituições científicas e acadêmicas, órgãos dogoverno e associações congêneres. As comissões são

reestruturadas em decorrência da dinâmica do mercado e da expansãodo setor de petróleo e gás no país, o que gera a crescente diversificaçãonas atividades do Instituto.

“O que o IBP faz é gerenciar, ser um facilitador, dentro de um códigode ética, de processos. As Comissões são nossa inteligência, nossa espi-nha dorsal. Não fazemos nada aqui sem uma comissão técnica por trás.As comissões têm autonomia. Tudo aqui é feito na base das comissões,das quais participam profissionais das nossas empresas-membro. Vo-luntariamente, participam cerca de 900 profissionais e executivos daindústria”, afirma o secretario executivo Álvaro Teixeira.

“Temos dois tipos de comissões: as técnicas e as setoriais. A comissãotécnica é aberta. É uma interface do IBP com a comunidade do petróleo ea sociedade de modo geral. Delas podem participar qualquer especialis-ta, não precisa nem ser sócio do IBP. Basta ser especialista. Participamuniversidades, governo etc. É um fórum aberto de discussão. Já nas co-missões setoriais, que discutem especialmente as questões de regula-mentação, dessas podem participar apenas as empresas do setor.”

As Comissões Técnicas tiveram suas atividades iniciadas em 1958,quando foi implantada a Comissão de Armazenamento de Petróleo.Desde então, o quadro de Comissões é atualizado regularmente, acom-panhando a evolução do setor. Hoje, o Instituto conta com 14 gruposque discutem temas ligados a toda a cadeia produtiva, desde a explora-ção e produção de petróleo até a qualidade de derivados, passando pelogás natural, refino, transporte, logística, meio ambiente e responsabili-dade social, entre outros temas de igual importância.

Atuando como “inteligência” do IBP, as Comissões Técnicas agemde forma isenta, congregando especialistas de instituições de pesquisa,universidades, órgãos do governo e da indústria, em fóruns de intensatroca de experiências.

Dada a importância de suas atividades para o desenvolvimento dosetor petróleo, as Comissões coordenam estudos, debates, cursos e even-tos, contando com a participação voluntária de mais de 900 técnicos, esco-lhidos entre aqueles que mais se destacam em seu campo de atuação.

Atualmente, desenvolvem atividades no IBP as seguintes Comis-sões Técnicas: Asfalto, Combustíveis, Inspeção de Equipamentos,Instrumentação e Automação, Laboratório, Lubrificantes e Lubrificação,Negócios Eletrônicos, Transporte Dutoviário, Biodiesel, Exploração &

Comissões Técnicas e Setoriais:

A INTELIGÊNCIA DO IBP

O IBP em números217 empresas associadas e 266profissionais, atuantes nos diver-sos segmentos da indústria e naárea de bens e serviços.

42 Comissões, Subcomissões eComissões ad-hoc

950 profissionais, entre executi-vos e especialistas da indústria,instituições científicas e acadêmi-cas, órgãos do Governo e associa-ções congêneres.

170 reuniões das ComissõesSetoriais ao longo do ano.

15 eventos anuais de grandeporte, entre seminários, congres-sos, fóruns de debates e exposi-ções na área de Petróleo e Gás.

113 cursos/ano com 3.053 partici-pantes, totalizando 4.150h/aula.

Mais de 2.790 itens bibliográficose 261 títulos de periódicos com5.421 fascículos cadastrados noCentro de Informação e Documen-tação Helio Beltrão (CID).

IBP 50 anos

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Produção de Petróleo, Gás, Petro-química, Responsabilidade SocialCorporativa e Segurança, MeioAmbiente e Saúde (SMS).

As Comissões Setoriais reú-nem mais de 220 representantesde empresas que atuam nos di-ferentes segmentos da cadeia depetróleo. Têm como objetivo co-laborar com autoridades gover-namentais no processo de regu-lamentação dessas atividades,oferecendo sugestões para tornara legislação brasileira adequada,estável e competitiva para a atra-ção de investimentos. Com inten-so programa de trabalhos, suasatividades se desenvolveram pormeio de mais de 170 reuniões aolongo do ano.

”Criamos um modelo suigeneris. Não somos uma asso-ciação de classe; representamosos interesses genuínos da indús-tria para fazer com que, de fato,

a abertura do Brasil crie uma in-dústria competitiva. No entanto,tudo o que é tratado em uma co-missão é levado para a outra. Nósconseguimos essa interface, esserelacionamento aberto entre ascomissões”, diz Álvaro Teixeira.“Quando criamos a primeira co-missão de regulamentação, de ex-ploração e produção, as empre-sas internacionais pensavam queiríamos pedir uma indústria na-cional e, da nossa parte, o pedi-do era que não viessem com nadaque não fossem as boas práticas.O fato de representar a indústriaparecia que nós iríamos perder acredibilidade.”

Segundo ele, de início, foi com-plicado o processo de construçãode credibilidade nos termos da re-gulamentação. “Agora vamos emconjunto. E a ética de nossas co-missões é irretocável. Nós nuncativemos nenhum problema.”

Comissões setoriais:• Gás Natural Veicular

• Comercializadores de Gás Natural

• Companhias de Serviços Offshore

• Incentivo aos ProdutoresIndependentes

• Refino

• Regulamentação de Exploraçãoe Produção

• Transportadores Dutoviários

• Política de Desenvolvimentodo Gás Natural

50 anos na vanguarda do setor de petróleo e gás

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OIBP organiza, anualmente, cerca de15 eventos – entre seminários, con-gressos, fóruns de debates e exposi-ções na área de Petróleo e Gás. Como objetivo de atender às necessida-des da indústria, o Instituto, com a

ajuda de suas Comissões Técnicas e Setoriais, procu-ra sempre abordar temas atuais, valorizando os as-suntos de natureza técnica e de gestão.

Grande parte dos eventos do Instituto surge desuas Comissões Técnicas, formadas por colaborado-res e profissionais da indústria, que trazem os temasmais relevantes para o mercado. Outros eventos sur-gem por meio de parcerias com instituições e entida-des, atendendo às necessidades do setor.

Pioneiro na realização de feiras de petróleo egás no Brasil, o IBP organiza a cada dois anos aRio Oil & Gas Expo and Conference, um dos maisimportantes eventos mundiais e a maior feira denegócios na América Latina, uma vitrine essencialpara as empresas nacionais e estrangeiras apre-sentarem seus produtos e serviços.

Principal evento de Petróleo e Gás da AméricaLatina, a Rio Oil & Gas Expo and Conference érealizada a cada dois anos no Centro de Conven-ções do Riocentro, Rio de Janeiro.

Desde sua primeira edição, em 1982, a feira econferência vêm colaborando na consolidação doRio de Janeiro como "capital do petróleo", já que oestado concentra 80% de todo o óleo produzido nopaís, além de 50% da produção de gás. A Exposi-ção é uma importante vitrine para as empresas na-cionais e estrangeiras apresentarem seus produtose serviços, bem como, a conferência dá a oportuni-dade de discussão sobre os principais temas relati-vos às inovações tecnológicas.

Rio Oil & Gas (expositores) 1990-2006

Rio Oil & Gas (visitantes) 1990-2006

Rio Oil & Gas (área/m²) 1990-2006

Rio Oil & Gas

COLOSSAL

IBP 50 anos

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50 anos na vanguarda do setor de petróleo e gás

Em 2002, a 11ª edição de Rio OIl & Gas tomouum vulto ainda maior pois aconteceu paralelamen-te ao 17th World Petroleum Congress (WPC), quefoi realizado pela primeira vez no Brasil, consoli-dando o crescimento e a importância do país nomercado internacional.

Em 2006, a feira celebrou seu recorde absolu-to. Ao final de quatro dias, 32 mil pessoas visita-ram o evento, número superior ao previsto pelopresidente do IBP, João Carlos De Luca, na aber-tura do encontro.

“Com 12 mil metros quadrados já reservadospara 2008, estamos com um saudável problema: oscinco pavilhões do Riocentro não serão mais sufici-entes para o evento”, disse De Luca, no encerra-mento do evento.

Confirmada para os dias 15 a 18 de setembro de2008, a edição 2008 da Rio Oil & Gas Expo, apro-veitará todo o potencial dos 30.500m² do Riocentro,confirmando assim sua posição entre as feiras maisimportantes do setor.

WPC: Repercussão internacionalO IBP também é responsável, desde 1979, pela

secretaria do Comitê Nacional Brasileiro (CNB) doWorld Petroleum Council (WPC). Fundado em Lon-dres em 1933, dentre os principais objetivos do WPCestão a promoção da gestão responsável dos recur-sos mundiais de petróleo para o bem-estar da hu-manidade, incentivo à aplicação de avanços cientí-ficos da indústria, transferência tecnológica e a or-ganização de encontros regionais.

Fazem parte do WPC, 61 países-membros, re-presentando cerca de 90% das principais naçõesprodutoras e consumidoras de óleo e gás do mun-do. Cada país possui um Comitê Nacional, com-posto pelos principais representantes da indústriado petróleo e gás, instituições acadêmicas e agên-cias governamentais.

Em 1996, o IBP esteve envolvido com a candi-datura brasileira para sediar pela primeira vez, oCongresso Mundial de Petróleo. O sucesso dessainvestida foi demonstrado pela votação dos 56 paí-ses que elegeram o Brasil entre cinco candidatos.Essa confiança no país e, em particular no IBP, foiretribuído pela realização, em 2002, no Rio de Ja-neiro, do 17th World Petroleum Congress, que comuma organização impecável atraiu cerca de 3.500participantes, vindos de 76 países.

Realizado em conjunto com a 11ª edição da Rio Oile Gas Expo, o 17º WPC foi considerado até então o me-lhor congresso de todos os tempos pelos participantes.

O tema do evento abordou umatendência já observada na gestão denegócios mundialmente. A questãoda excelência em tecnologia e res-ponsabilidade social para compor otema: "Indústria do Petróleo: Exce-lência e Responsabilidade ao Servirà Sociedade".

A repercussão internacionaldurante a semana do evento foioutro fator de sucesso do Congres-so, que teve uma cobertura de 650 jornalistas noRiocentro e contou com a presença de 30 líderes dosetor e presidentes das principais empresas de pe-tróleo entre os seus participantes. Além disso, com-pareceram ministros de energia da Índia, Inglater-ra e Noruega, além do presidente da Opep.

Outra inovação foi a premiação aos melhores tra-balhos técnicos do congresso. "O WPC ExcellenceAwards" premiou em duas categorias: ExcelênciaTecnológica e Responsabilidade Social. Os vencedo-res foram, respectivamente, Statoil e Schlumberger.

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EVENTOS INTERNACIONAIS

IBP 50 anos

Apresença brasileira em eventos internacionais como aOffshore Technology Conference (OTC), realizada emHouston (EUA) é garantida, todos os anos, desde 2001,pelo IBP, quando foi organizado o primeiro PavilhãoBrasil. Aquela foi a primeira vez que brasileiros parti-cipavam, de forma organizada, de um evento fora do

país e ainda mais com a grandiosidade e importância da OTC. Àsvésperas da Terceira Rodada de Licitações de Blocos Exploratóriosda ANP, ao todo 60 empresários brasileiros participaram do primeiroPavilhão Brasil, com 150 metros quadrados, demonstrando que, jánaquela época, o país era visto como um dos mercados mais atraen-tes do mundo.

O que significa que, há sete anos, os estandes brasileiros sãovisitados por empresários latino-americanos, canadenses, america-nos, europeus, indianos, africanos, israelenses, executivos e profis-sionais de todos os lugares do mundo. Todos em busca de negóciosno Brasil.

Criado em 1969, a Offshore Technology Conference (OTC) é umevento que todos os anos reúne o que há de mais atual na tecnologiade perfuração, exploração e produção além-mar. Executivos, enge-nheiros, pesquisadores, técnicos e gerentes de operadoras e empre-sas do setor se agendam anualmente para participar do evento. Há

O prestígio do Brasil ao redor do mundo

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50 anos na vanguarda do setor de petróleo e gás

quatro décadas, aOTC é o principalfórum tecnológicomundial do setor,apresentando tec-nologias pioneiras einovadoras de pro-cessos de explora-ção e produção depetróleo offshore.

Em sua 25ª edi-ção, realizada emmaio deste ano,uma delegação de300 pessoas e 25empresas estevepresente no Pavilhão Brasil.

“A OTC é uma exposição emque você encontra todos os paí-ses do mundo, empresas de to-das as áreas, da logística ao pla-nejamento”, explica o secretáriodo IBP, Álvaro Teixeira.

A International Pipeline Con-ference & Exposition, realizada

em Calgary, Canadá – um dos maisimportantes eventos da indústriado petróleo e gás, no segmento detransporte dutoviário, a OffshoreEurope, realizada em Aberdeen,Escócia, e a Argentina Oil & Gassão outros eventos nos quais aparticipação brasileira é garanti-da pelo IBP.

“É uma porta importante parabuscar o mercado internacional,e oportunidades não só de ex-portações da tecnologia nacional,de contratações, mas parcerias.É uma excelente oportunidadepara nossas empresas mostraremsua capacitação no setor”, ava-lia o executivo.

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Além das Gerências de Suporte, que auxiliam o IBP adesenvolver suas atividades relacionadas a produtos,serviços e apoio (Gerências de Cursos, Eventos, Nor-malização, Certificação, Tecnologia, Administrativo-financeira e Coordenadoria de Responsabilidade So-cial), o IBP conta hoje com quatro Gerências de Seg-

mento: E&P, Gás Natural, Abastecimento e Petroquímica e Distribui-ção, essa última, postergada. Nessa estrutura, as 22 comissõessetoriais e técnicas estão distribuídas entre as diferentes Gerências.

De acordo com o gerente de Exploração e Produção, Jonas Fonseca,a abertura do mercado fez do IBP o que ele é hoje.“Antes, a comissão de E&P era muito mais uma comis-são de network. Com a abertura, enxergamos a opor-tunidade de desempenharmos o papel de interlocutoresentre as empresas e o governo”, explica Jonas.

A Gerência de E&P foi criada em 2000, antes daprimeira Rodada de Licitações de Blocos Exploratórios,inicialmente contando com a participação de noveempresas. “Com o tempo, foi ganhando força e hoje contamos com 18companhias”, conta Jonas, que destaca, como exemplos da contribui-ção do IBP logo no início, na elaboração dos contratos de concessão edecretos de participação governamentais, por exemplo. “Com isso, oIBP se tornou a ponta de lança dos interesses do setor de exploração eprodução”, avalia.

Na opinião do gerente, é característica do IBP o leque de interfacescom o governo, desde o Ministério de Minas e Energia e o CNPE, atéo Ministério de Desenvolvimento da Indústria e Comércio e Ministé-rio do Meio Ambiente e instâncias jurídicas como o Supremo TribunalFederal e a interface com outras instituições como Onip, CT-Petro,Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), dentre outras.

“O modelo que alcançamos na Comissão de E&P foi replicadopara as outras comissões e gerências do IBP. É um trabalho que dávisibilidade ao IBP em todos os níveis”, diz.

Jonas destaca como exemplos da atuação da Gerência de E&P, oMapem (Monitoramento Ambiental em Atividades de PerfuraçãoExploratória Marítima), trabalho desenvolvido entre 2001 e 2005 juntoà Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e Universi-dade Federal de Santa Catarina, e que contou com apoio do FundoSetorial do Petróleo e Gás Natural (Finep/CT-Petro e do IBP).

“O projeto teve como objetivo avaliar o impacto ambiental do usode fluidos não aquosos (NAF) na atividade de perfuração de doispoços exploratórios na Bacia de Campos: um em águas profundas eoutro em águas rasas, a partir da comparação das análises químicas,geológicas e biológicas de amostras de sedimentos e água coletadosem três campanhas: um mês antes, um mês depois e um ano depois

AS GERÊNCIAS DO IBP

OS EVENTOS REALIZADOS

PELAS COMISSÕES SETO-

RIAIS E TÉCNICAS SÃO

O FÓRUM SELETIVO E

QUALIFICADO, MOMENTO

NO QUAL OUVIMOS O

MERCADO PARA DEPOIS

SISTEMATIZAR, AVALIAR

E CATALISAR AS

INFORMAÇÕES PARA, EM

UM MOMENTO SEGUINTE,

BUSCAR O ENCAMINHA-

MENTO DAS DEMANDAS.

Jorge Delmonte,gerente de Gás, IBP

IBP 50 anos

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da perfuração dos poços”, expli-ca Jonas. “Foi um trabalho grati-ficante e que nos deu grandes re-sultados”, comemora.

Criado em 2004 e formadopelos principais executivos dosetor, o Conselho Consultivo paraPolítica de Desenvolvimento doGás Natural tem a atribuição decoordenar as atividades do IBPna área. Em três anos, o Conse-lho diversificou e ampliou suasatividades, promovendo não sóintenso programa de palestrasinternas, mas acompanhando eatuando nos debates dos princi-pais assuntos do setor como aparticipação das termelétricas agás nos leilões de energia, e ainserção desses empreendimen-tos no planejamento energéticobrasileiro.

“O Instituto sempre está, nomínimo, em dia com os debatesno mundo”, afirma o gerente deGás do IBP, Jorge Delmonte. “Aadoção do ‘Gás’ no nome, bemcomo a criação da Gerência eConselho decorre da evolução daparticipação do gás no cenáriomundial”, diz.

Delmonte considera que aComissão de Gás procura semprerealizar eventos que promovam,em um fórum seletivo e qualifi-cado, o debate de temas impor-tantes para o setor. “Momento noqual ouvimos o mercado paradepois sistematizar, avaliar ecatalisar as informações para, emum momento seguinte, buscar oencaminhamento das demandas”,explica. “É uma forma de atua-ção rica para todos os envolvidos.”

O executivo destaca tambéma presença do Instituto noLegislativo, Executivo e a atua-ção institucional do IBP. “O Con-selho acompanhou com grandeinteresse os três Projetos de Leisobre Gás Natural, em discussãono Congresso Nacional.”

Ainda no âmbito do Executi-vo, junto ao MME, o Conselho,por meio da Comissão deComercializadores, participou doGrupo de Trabalho criado pelomesmo Ministério com o objetivode estabelecer um Plano de Con-tingência para o setor de gás, aser implementado num cenário decorte no suprimento de gás natu-ral ao mercado. “No início de2007, foi encaminhando ao MMEum parecer jurídico que deu su-porte às questões apontadas comocríticas pelo Conselho”, conta.

“No início de 2007, o Conse-lho se reuniu com a Diretoria daEPE (Empresa de Pesquisa Ener-gética), com o objetivo de discu-tir e comparar os cenários de ofer-ta e demanda das duas entida-des, além de estabelecer meca-nismos para ampliar e formalizaro intercâmbio entre elas, que pre-vê para 2007, a elaboração deuma agenda de temas a seremanalisados em conjunto”, agrega

Delmonte.De acordo

com ele, preocu-pado com as re-percussões danacionalizaçãodas empresasde petróleo na

Bolívia, o Conselho de Gás pu-blicou em maio, em jornais degrande circulação, uma nota so-bre o tema, propondo alternati-vas para cobrir a lacuna deixadapelo cancelamento da expansãode gás importado da Bolívia. “En-tre outras possibilidades foram le-vantadas: a antecipação da pro-dução nacional, a necessidade demaior celeridade nos processosde licenciamento ambiental nosempreendimentos de produção, arealização de Rodadas de Licita-ções de Blocos Exploratórios, comfoco em gás natural, a importa-ção de GNL (Gás Natural Lique-

feito), e a existência de um mar-co regulatório estável e adequa-do para este setor ”, explicaDelmonte.

Desde 2005, o IBP – por meiodo Conselho de Gás – decidiuparticipar do IGU (InternationalGas Union), o mais importantefórum internacional sobre gásnatural. A entidade congrega re-presentantes de 67 países, e contacom cerca de cem empresas as-sociadas. Em 2006, após intensacampanha junto aos mais de 20membros associados do IGU, oIBP foi eleito para representá-losjuntamente com a BP e a Total nadiretoria executiva da entidade.Além disso, o IBP buscou, juntoao setor, ampliar a participaçãobrasileira nos comitês de estudoda entidade.

Criada em 2004, a Gerência deAbastecimento e Petroquímica co-ordena as atividades de nove co-missões, sendo oito em atividadestécnicas (asfalto, biodiesel, com-bustíveis, laboratório, logística deabastecimento de combustíveis,lubrificantes e lubrificação, petro-química e transporte dutoviário)e uma nas atividades setoriais (re-fino).

O gerente de Abastecimentoe Petroquímica do IBP, ErnaniFilgueiras de Carvalho, destacao trabalho “Planejamento Inte-grado do Sistema Logístico deDistribuição deCombustíveis”,realizado em ju-nho de 2005 emparceria entre oIBP e Coppead(Instituto dePós-graduação ePesquisa e Administração da Uni-versidade Federal do Rio de Ja-neiro), e que identificou o mo-mento atual da infra-estruturadisponível para distribuição decombustíveis líquidos. “O estudo

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TN Petróleo nº 56 67

50 anos na vanguarda do setor de petróleo e gás

Existe um IBP antes e depois de Álvaro Teixeira.Graduado em engenharia civil em 1957, pela antiga Escola Nacional de Enge-

nharia da Universidade do Brasil, o chairman do IBP completa, em 2007, exata-mente o mesmo número de anos do Instituto que tão bem representa e ajudou areinventar. Em 1959, recebeu o grau de Geólogo de Petróleo, da Universidade daBahia, em curso de pós-graduação conveniado com a Petrobras e a Universidadede Stanford, dos Estados Unidos.

Em 1960, iniciou atividades na Petrobras em “geologia de poço” na Bacia deSergipe-Alagoas, passando, em 1965, a chefiar a “geologia de subsuperfície” daantiga RPNE (Região de Produção do Nordeste). Em 1967 foi transferido para aDivisão Central de Exploração, no Rio de Janeiro, onde chefiou as equipes deinterpretações das bacias brasileiras.

Em 1972, passou para o quadro da recém-criada subsidiária internacionalBraspetro, sendo designado para a função de gerente residente em Madagascar,em projeto de joint venture com a Chevron. De retorno ao Rio em 1975, assumiu agerência de Geologia e, de 1983 a 1987, a diretoria de Exploração e Produção daempresa.

Retornou à holding em 1987, para, como superintendente adjunto, gerenciar osprogramas de treinamento de nível superior da Petrobras. De 1989 a 1993, foi secre-tário geral da Assistência Recíproca Petroleira Estatal Latino-americana (Arpel),organização internacional com sede em Montevidéu, Uruguai, que congregava asempresas petroleiras estatais da América Latina e Caribe. Aposentado da Petrobrasem 1993, desde 1994 exerce a secretaria executiva do IBP, o Instituto Brasileiro dePetróleo, Gás e Biocombustíveis, no Rio de Janeiro.

Álvaro Alves Teixeira

O chairmando IBP

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Entrevista especial

Com João Carlos De Luca – presidente do IBP

Interlocutor entreempresas e governoENGENHEIRO CIVIL, FORMADO pelaUniversidade Federal do Paraná, JoãoCarlos De Luca, paranaense, 56 anos,foi diretor da Petrobras, é secretáriodo Comitê Nacional do World PetroleumCouncil (WPC), representante do Brasilneste Conselho (desde 2005), vice-pre-sidente do Sindicom (Sindicato Nacio-nal das Empresas Distribuidoras deCombustíveis e Lubrificantes), desde2004, e presidente da Repsol YPF Bra-sil, desde 1998. É o quinto presidente doIBP, eleito em 2001. Em entrevista ex-clusiva para a TN Petróleo, De Lucarecorda a entrada no Instituto, as mu-danças ao longo dos anos e os planospara o futuro.

Como e quando o senhor entrou no IBP?Acompanho a história do IBP há cer-

ca de 25 anos, quando iniciei meu pri-meiro contato com a entidade. Nestaépoca, trabalhava na Petrobras e asprimeiras atividades das quais partici-pei foram os eventos e comissões téc-nicas ligadas à área de Exploração eProdução, na qual tive a honra de ser ocoordenador da Comissão de E&P. Nosanos 1990, tive a oportunidade de pre-sidir o Conselho de Administração, ondepude presenciar as grandes transfor-mações do Instituto, incluindo a abertu-ra do mercado em 1997. Em 2001, assu-mi a presidência.

Qual a imagem do Instituto na época?O IBP sempre teve uma imagem de

credibilidade e isenção no mercado,valores que trazemos até hoje comobase das nossas atividades. Naquelaépoca, porém, a atuação do IBP era di-ferente, inicialmente concentrada nasatividades de downstream, com ênfasenas áreas de refino e petroquímica, umforte mercado, e no desenvolvimentodos seus produtos como os cursos e

eventos do setor. A área de E&P pas-sou a ganhar mais importância a partirdo descobrimento da Bacia de Campos,em 1974.

Quais os marcos de mudança do IBPao longo desses 50 anos?

Durante o período em que pudeacompanhar as mudanças de perto, des-taco a abertura do setor em 1997. Estemarco da indústria representou o co-meço da atuação do IBP também na áreade regulamentação, razão da criação daprimeira comissão setorial, o “SteeringCommittee”, que reúne as principaisempresas de exploração e produção doBrasil. Outro destaque foi a mudançada razão social em 2000, quando in-corporamos Gás ao nome. O gás natu-ral provou ser um importante compo-nente da nova matriz energética brasi-leira e o IBP apostou desde o começo,quando destaco também nossa atuaçãopara implementação de um marcoregulatório, a futura Lei do Gás. Em2002, um novo patamar foi estabeleci-do, com a realização do CongressoMundial de Petróleo (17th WPC) no Bra-sil. Foi um grande aprendizado e certa-mente um marco para o IBP.

Como avalia o IBP após a reestrutu-ração, em 2003?

O trabalho feito para a nova estru-tura funcional do IBP veio fortalecer oimportante papel do IBP, como fórumde discussão do setor, promovendo odebate, incentivando o desenvolvimen-to de forma isenta e apartidária. Antes,nossa estrutura era baseada nas ativi-dades técnicas e suas comissões, o quechamamos de “a inteligência do IBP”.Hoje, criamos uma “departamentali-zação” dessas atividades, com novasgerências, como E&P, Gás e Abasteci-mento, para nortear as atividades

regulatórias e técnicas do IBP. Criamostambém uma gerência de Economia ePolítica Energética, com o objetivo dedesenvolver estudos econômicos rela-cionados ao setor. As gerências de pro-dutos, como Eventos e Cursos, perma-necem na estrutura e interagem direta-mente com as outras gerências.

Quais os planos do Instituto para o futuro?Este ano já tivemos uma importante

mudança que se refletirá no futuro, quefoi a incorporação dos “Biocombus-tíveis” ao nome do IBP. Acredito tam-bém que o papel do IBP, construído apartir da abertura do setor comointerlocutor entre empresas e governo,foi um passo importante e tende a sedesenvolver ainda mais dentro das nos-sas atividades. Um bom exemplo do tra-balho que temos feito é o do diálogo comempresas e governo na questão doICMS, com o objetivo de encontrar o me-lhor cenário tributário e regulatório parao desenvolvimento da indústria. Tambémestá em nossos planos ampliar as ativi-dades de treinamento e especialização dosprofissionais do segmento com cursos depós-graduação e MBA. A Responsabili-dade Social e as questões de SMS tam-bém continuarão a exigir grandes esfor-ços do Instituto no futuro.

IBP 50 anos

Page 29: 50 ANOS NA VANGUARDA - IBP...missões no Brasil. Para o mais popular veículo de comunicação do sécu-lo XX, são anos de aventura, aprendizagem e improviso. Esta época também

TN Petróleo nº 56 69

50 anos na vanguarda do setor de petróleo e gás

foi elaborado em um período desete a oito meses pela Comissãode Logística do IBP e pelo Cen-tro de Estudos em Logística daCoppead e mostra quais são osprincipais gargalos e onde é pre-ciso investir para minimizar oscustos com abastecimento”, co-menta Ernani.

O trabalho envolveu todos oscomponentes logísticos (transpor-te, armazenagem e estoque) dosfluxos de distribuição de gasoli-na, álcool e diesel, a partir das re-finarias e usinas e foi estruturadoem quatro etapas: mapeamento doperfil das operações atuais; diag-nóstico dos gargalos, envolven-do dutos, ferrovias, rodovias eportos; quantificação dos custosdas ineficiências e dos investi-mentos necessários; e elaboraçãode Plano de Ação.

As informações mostram arepresentatividade dos custoslogísticos na cadeia de abaste-cimento, os impactos financei-ros dos gargalos no preço finaldos produtos, e o detalhamentodos investimentos necessáriospara sanar os problemas encon-trados.

O estudo foi lançado no 4ºSeminário de Logística de Distri-buição de Combustíveis, eventoorganizado anualmente pela Co-missão de Logística do IBP, e estádisponível em formato de relató-rio, apresentando as análises co-mentadas e com alto grau dedetalhamento.

Ernani também destaca a cri-ação, em 2005, da Comissão deBiodiesel, da qual participamprodutores, governos, pesquisa-dores e distribuidores. “Desen-

volvemos, nos mesmos moldesdo estudo sobre logística, juntocom o Programa de Engenhariade Transportes (PET) da Coor-denação dos Programas de Pós-graduação de Engenharia(Coppe/UFRJ), um trabalho paraidentificar quais as questões fun-damentais para o desenvolvi-mento do programa de desenvol-vimento de biodiesel no Brasil,desde a produção e qualidadeaté a logística”, conta Ernani.

De acordo com o gerente, o re-sultado do trabalho será apresen-tado nos dias 12 e 13 de novem-bro, durante o seminário ’Cená-rios Técnicos e Logísticos da Pro-dução de Biocombustíveis’. “Aidéia é, após o seminário, enca-minhar o estudo ao governo fe-deral”, comenta Ernani Fil-gueiras de Carvalho.