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59 - ATENÇÃO NUTRICIONAL DOMICILIAR - rev

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ATENÇÃO NUTRICIONAL DOMICILIAR

BARRABARRA DF; BUCH S; FESTA VT; PINTO JMD; REIS W ; SILVA PB -

Graduandas do Curso de Nutrição – Universidade Federal do Paraná

LIMA FSS - Nutricionista voluntária do Projeto de Extensão – Atenção Nutricional

Domiciliar Departamento de Nutrição – Universidade Federal do Paraná.

SOUZA MH - Nutricionista da Unidade de Nutrição e Dietética do Hospital de

Clínicas da Universidade Federal do Paraná

SCHIEFERDECKER M. E. M. - Professor do Departamento de Nutrição –

Universidade Federal do Paraná

RESUMO Objetivo: Realizar o acompanhamento domiciliar em terapia nutricional visando

melhor qualidade de vida do doente e da família.

Metodologia: Os pacientes em Terapia Nutricional Enteral (TNE) hospitalar são

indicados pelos nutricionistas do Hospital Escola para serem acompanhados no

domicílio. Nas visitas, previamente agendadas, são verificadas as medidas

antropométricas, intercorrências gastrintestinais e mecânicas, condições de higiene

e situação sócio-econômica da família. Os familiares são orientados sobre o preparo

e administração da dieta. Para continuidade da assistência ao paciente, busca-se a

Unidade de Saúde (US) mais próxima do domicilio estabelecendo-se um sistema de

referencia e contra-referencia com o Hospital.

Resultados: Dos 52 pacientes indicados para o atendimento, 25 foram atendidos no

domicilio no período de 3 anos, destes 4 foram a óbito, 19 receberam alta do

atendimento pelo projeto e 2 continuam sendo acompanhados. As doenças mais

freqüentes são as neurológicas (n=18) e neoplásicas (n=4). As complicações mais

comuns são as gastrointestinais: flatulência (n=6), obstipação (n=5) e diarréia (n=4).

A via nasogástrica é mais utilizada (n=17). Não houve diferença significativa

(p>0,05) em relação à prega cutânea tricipital e circunferência braquial durante as

visitas. Observou-se boa adesão às orientações e modificação das práticas de

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higiene. As famílias aparentavam precárias condições sócio-econômicas. Existe uma

preocupação com a nova condição do paciente “de não comer pela boca”.

Conclusão: A TNE domiciliar humaniza e individualiza o atendimento melhora a

qualidade de vida do doente, proporciona maior conforto e segurança às famílias.

PALAVRAS-CHAVE Atenção domiciliar, terapia nutricional, qualidade de vida.

INTRODUÇÃO O atendimento domiciliar (Home Care) é uma nova área de atuação em saúde,

porém existem relatos deste tipo de atendimento no século XIII a.C. No Brasil o

crescimento dessa modalidade de atendimento é recente, datando da última década

do século XX. Tem se tornado um meio viável de manutenção de pacientes

portadores de desnutrição grave que necessitam de hospitalização prolongada, se

não permanente, para coibir os problemas nutricionais e mesmo a morte por

incapacidade de alimentação oral (WAITZBERG, 1995; ANDRADE, et al, 2002;

FLORIANI; SCHRAMM, 2004).

A nutrição enteral (NE) é o tratamento de escolha para pacientes que não podem

manter sua ingestão alimentar oral suficiente e que tenham o trato gastrintestinal

funcionante. É fornecida através de sondas nasoenterais, nasogástricas ou

ostomias, localizadas em vários locais do tubo digestivo (WAITZBERG, 1995;

HEBUTERNE, et al, 2003).

A terapia nutricional domiciliar permite que o paciente volte para sua casa e receba

tratamento no ambiente familiar, confortável e seguro, além de reduzir o tempo de

internação e custos hospitalares (SHRONTS, 2002; BURGOS; PLANAS, 2004).

A decisão de iniciar a terapia nutricional é um esforço conjunto entre o médico que

presta o atendimento, a equipe de terapia nutricional, o paciente e a sua família

(SHRONTS, 2002; BURGOS; PLANAS, 2004).

A indicação deste tipo de terapia tem aumentado nos últimos anos, principalmente

devido ao aumento da prevalência de doenças crônicas na população,

especialmente nos idosos, os quais tem experimentado um aumento da expectativa

de vida. Esse aumento da população idosa tem ocorrido em todo o mundo sendo

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que esses idosos compreendem a maioria dos pacientes em nutrição enteral

domiciliar. No Brasil, segundo estudos do GANEP (Grupo de Apoio Nutricional

Enteral e Parenteral) no período de 1990-1999 houve um aumento de 64% da

indicação de Terapia Nutricional Enteral Domiciliar (TNED). Já nos EUA (North

American Home Parenteral and Enteral Patient Registry – 1994) e Europa (British

Association for Parenteral and Enteral Nutrition – 1994) só no ano de 1994 o

aumento variou de 20 a 25% (BORGES, et al, 2002; SILVER, et al., 2004).

As orientações dadas no momento da alta hospitalar são extensas e complexas. Há,

muitas vezes, dificuldade de apreensão e de cumprimento das mesmas, podendo

expor os pacientes a riscos. Para que a TNED seja adequada é necessário que os

pacientes e familiares sejam treinados e orientados por uma equipe multiprofissional

qualificada.

No Brasil ainda são pequenas as iniciativas no fornecimento de dietas

industrializadas e no acompanhamento por uma equipe multidisciplinar no domicílio.

O SUS (Sistema Único de Saúde) não garante esta assistência, fato que pode

interferir na efetividade da TNED, piorando o prognóstico dos pacientes que dela

dependem.

A terapia nutricional domiciliar é considerada uma tecnologia já dominada em muitos

países, no Brasil, apesar de ter poucos anos, é cada vez maior a tendência de se

prosseguir, no domicilio, os cuidados hospitalares (BORGES, et al, 2002).

Frente a esta realidade, o presente estudo, teve por objetivo realizar o

acompanhamento domiciliar em terapia nutricional enteral.

METODOLOGIA Os pacientes em terapia nutricional que necessitam de atenção domiciliar após alta

hospitalar, são indicados pelos nutricionistas do Hospital de Clínicas e

posteriormente agendadas as visitas.

Todas as visitas seguem um roteiro nas quais são coletados dados sobre: medidas

antropométricas (IMC, CB, CMB, PCT), exame físico, ingestão alimentar utilizando o

recordatório de 24 horas, exames bioquímicos, medicamentos, fatores que

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interferem no cumprimento das orientações, cuidados com a água utilizada na

alimentação e presença de pragas e animais domésticos.

Durante as visitas são realizadas orientações sobre: armazenamento de alimentos,

período de vida útil, freqüência de lavagem e desinfecção do equipo e orientação

sobre higiene das mãos, dos alimentos, dos utensílios e do ambiente. São feitos

também, esclarecimentos de dúvidas em relação à dieta.

Na primeira visita, é identificada a Unidade Básica de Saúde (UBS) de referência

para a família do paciente, estabelecendo-se contato com a autoridade sanitária.

Esta é informada sobre a realização do acompanhamento do paciente em terapia

nutricional domiciliar e solicitado o acompanhamento pela equipe da UBS ou PSF

(Programa de Saúde da Família).

As visitas posteriores ao paciente é feita a cada 15 dias ou, quando necessário

reavaliação, é feito contato por telefone para acompanhamento e esclarecimento de

dúvidas referente ao tratamento.

O desligamento do paciente no projeto se dá na medida em que ocorra uma

estabilização do peso, melhora nos resultados dos exames físicos; e administração

da dieta com mais segurança da família; adaptação da dieta; Após alta pelo projeto

o paciente ou familiares são encaminhados para o ambulatório de nutrição geral do

HC.

RESULTADOS E DISCUSSÃO Foram indicados 52 pacientes para atenção domiciliar no período de agosto de 2002

a setembro de 2005, sendo 17 do sexo masculino (68%) e 8 do sexo feminino

(32%), com uma média geral de idade de 65,43 anos ± 18,99. Quanto ao sexo, os

resultados encontrados assemelham-se aos verificados por Cabrit et al., 2005

sendo, 61,3% homens (n = 4405) e 38,7% mulheres (n = 2786) num total de 7191

pacientes em terapia enteral domiciliar.

A visita foi possível para 25 desses pacientes, os demais foram a óbito logo após a

alta hospitalar, reinternaram em seguida, ou evoluíram para alimentação via oral.

Dentre os pacientes visitados, 19 receberam alta na evolução devido à melhora e/ou

estabilização do estado nutricional e adaptação à dieta oral e 2 continuam sendo

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acompanhados. No período analisado, quatro(4) pacientes foram a óbito por

estarem em estágio terminal da doença (Tabela 1).

As doenças de maior freqüência nos pacientes deste estudo foram doenças

neurológicas (18 pacientes) seguidas das neoplásicas (4 pacientes). Entre as

neurológicas, apesar da existência de patologias degenerativas como Mal de

Alzheimer a predominância neste estudo foi de AVC, muitas vezes associado a

outras morbidades como hipertensão arterial, Diabetes Mellitus, sepse, etc. Entre as

neoplasias, o sistema gastrointestinal foi o mais comum. A maior freqüência destas

doenças reflete mudanças no perfil epidemiológico da população com aumento da

prevalência de doenças crônicas não transmissíveis, principalmente entre os idosos.

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TABELA 1 – CARACTERÍSTICAS DA POPULAÇÃO

SEXO

Masculino Feminino Total

Dados de Identificação Pacientes não visitados Pacientes visitados

Total de pacientes

Idade (X ± DP) Evolução dos Pacientes Alta Em andamento Óbito Diagnóstico Doenças Neurológicas Doenças Neoplásicas Outras

18

17

35

62,86 ± 27,94

11

1

4

11

3

3

9

8

17

66,56 ± 14,58

8

1

0

7

1

0

27

25

52

65,43 ± 18,99

19

2

4

18

4

3

Borges et al, 2002, realizaram um estudo com uma população de 723 pacientes em

TNED atendidos pelo GANEP até o final de 1999. Neste estudo observou-se que o

câncer e as doenças neurológicas são predominantes, aparecendo em

porcentagens semelhantes, sendo 37% e 37,5% respectivamente. Planas et al.,

2003 estudaram 2.986 pacientes com nutrição enteral domiciliar (NED), com idade

entre 19 a 65 anos no ano de 2000, observaram que as patologias mais freqüentes

encontradas foram doenças neurológicas (41,2 %) e neoplasias (33,3%). De

semelhante modo Cabrit et al., 2005 analisaram dados epidemiológicos de

aproximadamente 7200 pacientes em terapia enteral domiciliar, e constataram que

as patologias mais freqüentes eram neoplasias (47%) e neurológicas (42%).

Nas primeiras visitas no domicilio, observou-se que a via de administração mais

utilizada foi a nasogástrica (17), seguida pela via nasoentérica (3), gastrostomia (3),

e 2 pacientes já estavam com alimentação via oral. Na última visita houve uma

redução de 23,5% dos pacientes que utilizavam sonda nasogástrica e triplicou-se o

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número de pacientes que se alimentavam via oral, conforme pode ser observado no

gráfico 1. Houve uma importante evolução, diferente de outros estudos na literatura.

No estudo de Madigan et al., 2003 a via mais utilizada foi a gastrostomia (88,5 %),

seguida da nasogástrica (7,5%), enquanto que no estudo de Planas et al., 2003 esta

via foi a mais utilizada (30,5%) depois da via oral (50,8%), sendo que apenas 17,4%

eram ostomias. Segundo Planas et al., essa menor utilização de ostomias pode ser

devido ao alto custo deste tratamento, fator que possivelmente foi o responsável

pela maior prevalência de utilização da via nasogástrica em nosso estudo, já que a

população analisada possui baixo nível sócio econômico.

Quanto à situação sócio-econômica da maioria das famílias visitadas, esta era

precária. Havendo relatos de dificuldades na aquisição de alimentos para o preparo

das dietas artesanais, em função de desemprego ou baixa renda.

GRÁFICO 1 – EVOLUÇÃO DA VIA DE ADMINISTRAÇÃO DA DIETA DOS

PACIENTES ACOMPANHADOS PELO PROJETO - 2002-2005

3 4 3 2

17

13

2

6

02468

1012141618

Via de acesso

InicialFinal

Quanto às complicações da terapia nutricional, conforme se pode observar no

Gráfico 2, as mais comuns foram flatulência (n = 6), obstipação (n = 5) e diarréia

(n=4), havendo uma diminuição, embora sem diferença estatística, dessas

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complicações. Constatou-se aumento apenas no número de vômitos ocorridos no

decorrer das visitas e que não tinha nenhuma relação com a alimentação. A

ausência de diferenças estatísticas pode ser devido ao pequeno tamanho da

amostra estudada. Borges et al, 2002, em estudo já citado anteriormente verificaram

que entre as complicações mais freqüentes estão a obstipação e a diarréia, com

prevalência de 20 a 25%, concordando com os achados desse estudo. Planas et al.,

2003, em seu estudo, observaram que as complicações gastrointestinais eram as

mais freqüentes (33,3%), seguidas das mecânicas (26,3%).

GRÁFICO 2 - EVOLUÇÃO DAS COMPLICAÇÕES DA TERAPIA NUTRICIONAL

DOS PACIENTES ACOMPANHADOS – 2002-2005

4

1

5

3

6

3

0

1

2

1 1

0

1

00

1

2

3

4

5

6

Com plicações

In icia lFinal

A presença dessas complicações na alimentação via sonda é freqüente e pode ser

decorrente da falta de higiene, utilização de medicamentos ou má tolerância à dieta.

Porém, se conhecidas as causas, tais complicações podem ser tratadas ou

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prevenidas pela monitorização adequada do paciente, requerendo para isto

familiares responsáveis e equipe de terapia nutricional qualificada.

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GRÁFICO 3 - EVOLUÇÃO DA CIRCUNFERÊNCIA DO BRAÇO (CB) DOS

PACIENTES ACOMPANHADOS – 2002-2005

05

101520253035

1 5 9 13 17 21

Pacientes

CB

(cm

) INICIAL

FINAL

Quanto as medidas de PCT e CB, estas não apresentaram diferença estatística

significativa durante a evolução como observado nos gráficos 3 e 4.

GRÁFICO 4 – EVOLUÇÃO DA PREGA CUTÂNEA TRICIPITAL (PCT) DOS

PACIENTES ACOMPANHADOS – 2002-2005

05

1015202530

1 4 7 10 13 16 19 22

Pacientes

PCT

(mm

)

INICIALFINAL

CONCLUSÃO Com a modernidade, houve modificação do perfil epidemiológico, aumentando a

prevalência das doenças crônicas não transmissíveis. Observou-se neste estudo

que a prevenção e o acompanhamento destes pacientes por profissionais

capacitados em terapia nutricional domiciliar, humaniza e individualiza o

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atendimento, melhora a qualidade de vida, proporcionando mais conforto e

segurança dos familiares.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ANDRADE, K. C.; et al. Atendimento nutricional domiciliar: uma abordagem

descritiva. Nutrição em Pauta, n.55, p. 38-42, jul./ago. 2002.

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FLORIANI, C. A.; SCHRAMM, F. R. Atendimento domiciliar ao idoso: problema ou

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HEBUTERNE, X. et al. Home Enteral Nutrition in adults: a European Multicentre

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MADIGAN, S. M.; et al. Avaliação das Necessidades Dietéticas dos Diferentes

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Endocrinol Nutr, v. 51, n. 4, p. 173-178, 2004.

PLANAS, M. et al. Nutrição Enteral Domiciliar (NED): Registro Nacional do ano de

2000. Nutr. Hosp. v. XVIII, n. 1, p. 34-38, 2003.

SHRONTS, E. P. Bases da Terapia Nutricional Domiciliar. In: WAITZBERG, D. L.

Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de Janeiro: Atheneu,

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SILVER, H. J.; et al. Older Adults Receiving Home Enteral Nutrition: Enteral

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WAITZBERG, D. L. Nutrição Enteral e Parenteral na Prática Clínica. Rio de

Janeiro: Atheneu, 2002. 642 p. p. 135-137.

CONTATO Profª Mª Eliana M. Schieferdecker – Departamento de Nutrição da UFPR

Rua Lothário Meissner, 3400 - Jardim Botânico - Curitiba - PR - Fone 3360 4005

[email protected]