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COMPENSAÇÃO – TRIBUTOS FEDERAIS - REGRAS GERAIS APLICÁVEIS – ROTEIRO Sumário Introdução A - Regras gerais aplicáveis à compensação I - Recursos contra o indeferimento da compensação II - Créditos que não podem ser utilizados para compensar débitos III - Débitos que não podem ser compensados com créditos IV - Créditos Reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado IV.1 - Necessidade de habilitação prévia do crédito IV.2 - Procedimentos do contribuinte para habilitação do crédito IV.3 - Prazo para apreciação do pedido de habilitação V - Compensação considerada não declarada V.1 - Multa isolada por compensação não declarada VI - Compensação não homologada VII - Apresentação de documentos e diligência fiscal VIII - Declaração de compensação VIII.1 - Utilização da declaração de compensação eletrônica VIII.1.1 - Pessoa jurídica - Compensação VIII.1.2 - Pessoas físicas - Compensação VIII.2 - Utilização da declaração de compensação em papel (formulários) VIII.3 - Retificação da declaração de compensação VIII.4 - Desistência da declaração de compensação IX - Atualização dos valores a compensar X - Créditos XI - Pedidos de compensação formulados anteriormente à edição da Medida Provisória nº 66/2002, convertida na Lei nº 10.637/2002 XI.1 - Tratamento dos pedidos de compensação pendentes B - Compensação com precatórios - Lei nº 12.431/2011 I - Histórico II - Débitos e créditos permitidos III - Utilização para quitação de débitos parcelados IV - Prestação de informações pela Fazenda Pública Federal V - Recursos contra o valor do débito a ser compensado V.1 - Impugnação V.2 - Agravo de Instrumento VI - Efeitos do trânsito em julgado da decisão VII - Correção dos valores do precatótio e dos débitos VIII - Quitação dos débitos IX - Cancelamento do precatório Introdução A Instrução Normativa RFB nº 900, de 30.12.2008, com as atualizações promovidas pela Instrução Normativa RFB nº 1.224/2011, aprovou novas regras aplicáveis à compensação de créditos tributários no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB. Tais regras serão analisada s na parte "A" deste Roteiro. 1

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COMPENSAÇÃO – TRIBUTOS FEDERAIS - REGRAS GERAIS APLICÁVEIS – ROTEIRO

Sumário Introdução A - Regras gerais aplicáveis à compensação I - Recursos contra o indeferimento da compensação II - Créditos que não podem ser utilizados para compensar débitos III - Débitos que não podem ser compensados com créditos IV - Créditos Reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado IV.1 - Necessidade de habilitação prévia do crédito IV.2 - Procedimentos do contribuinte para habilitação do crédito IV.3 - Prazo para apreciação do pedido de habilitação V - Compensação considerada não declarada V.1 - Multa isolada por compensação não declarada VI - Compensação não homologada VII - Apresentação de documentos e diligência fiscal VIII - Declaração de compensação VIII.1 - Utilização da declaração de compensação eletrônica VIII.1.1 - Pessoa jurídica - Compensação VIII.1.2 - Pessoas físicas - Compensação VIII.2 - Utilização da declaração de compensação em papel (formulários) VIII.3 - Retificação da declaração de compensação VIII.4 - Desistência da declaração de compensação IX - Atualização dos valores a compensar X - Créditos XI - Pedidos de compensação formulados anteriormente à edição da Medida Provisória nº 66/2002, convertida na Lei nº 10.637/2002 XI.1 - Tratamento dos pedidos de compensação pendentes B - Compensação com precatórios - Lei nº 12.431/2011 I - Histórico II - Débitos e créditos permitidos III - Utilização para quitação de débitos parcelados IV - Prestação de informações pela Fazenda Pública Federal V - Recursos contra o valor do débito a ser compensado V.1 - Impugnação V.2 - Agravo de Instrumento VI - Efeitos do trânsito em julgado da decisão VII - Correção dos valores do precatótio e dos débitos VIII - Quitação dos débitos IX - Cancelamento do precatório Introdução A Instrução Normativa RFB nº 900, de 30.12.2008, com as atualizações promovidas pela Instrução Normativa RFB nº 1.224/2011, aprovou novas regras aplicáveis à compensação de créditos tributários no âmbito da Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB. Tais regras serão analisada s na parte "A" deste Roteiro. A parte "B" do Roteiro tratará sobre uma importante inovação trazida com a promulgação da Lei nº 12.431/11, que veio a atender um antigo anseio dos contribuintes: A possibilidade de compensação de débitos perante a Fazenda Pública Federal com créditos provenientes de precatórios.

 Esse Roteiro não abrange a compensação de quantias arrecadadas por meio da Guia da Previdência Social (GPS), bem como os créditos decorrentes de contribuições previdenciárias.

De acordo com a legislação vigente, o sujeito passivo que apurar crédito, inclusive o reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, relativo a tributo administrado pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, passível de restituição ou

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de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios, vencidos ou vincendos, relativos a quaisquer tributos e contribuições administrados pela RFB, ressalvadas as contribuições previdenciárias e as contribuições recolhidas para outras entidades ou fundos.

 Consideram-se "débitos próprios" os débitos por obrigação própria e os decorrentes de responsabilidade tributária apurados por todos os estabelecimentos da pessoa jurídica.

É obrigatória a formalização da compensação, ainda que o débito e o crédito se refiram a um mesmo tributo ou que o crédito para com a Fazenda Nacional tenha sido apurado por pessoa jurídica de direito público. A compensação será formalizada até a data de vencimento do débito a ser compensado. Caso o débito já esteja vencido na data da compensação, sofrerá a incidência de acréscimos moratórios (multa de mora e juros de mora), nos termos da legislação de regência. Como regra, o direito à utilização de créditos para compensação de débitos, prescreve em 5 (cinco) anos contados do pagamento indevido ou a maior. O contribuinte poderá formular Declaração de Compensação que tenha por objeto crédito recolhido ou apurado há mais de cinco anos, desde que referido crédito já tenha sido objeto de Pedido de Restituição ou de Pedido de Ressarcimento encaminhado à Receita Federal antes do transcurso do referido prazo e que: a) o pedido não tenha sido indeferido, mesmo que por decisão administrativa não definitiva; e b) se deferido o pedido, ainda não tenha sido emitida a ordem de pagamento do crédito. É importante ressaltar que o crédito que exceder ao total dos débitos compensados mediante a entrega da Declaração de Compensação somente será restituído ou ressarcido pela Receita Federal caso tenha sido requerido pelo sujeito passivo mediante Pedido de Restituição ou Pedido de Ressarcimento formalizado dentro do prazo previsto no art. 168 do Código Tributário Nacional ou no art. 1º do Decreto nº 20.910/32.

 1. Prevê o art. 168 do CTN:"Art. 168. O direito de pleitear a restituição extingue-se com o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contados:I - nas hipótese dos incisos I e II do artigo 165, da data da extinção do crédito tributário;II - na hipótese do inciso III do artigo 165, da data em que se tornar definitiva a decisão administrativa ou passar em julgado a decisão judicial que tenha reformado, anulado, revogado ou rescindido a decisão condenatória."2. Dispõe o art. 1º do Decreto nº 20.910/32:"Art. 1º As dividas passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação contra a Fazenda Federal, Estadual ou Municipal, seja qual for a sua natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato do qual se originarem." Ver Roteiros específicos sobre Ressarcimento e Restituição Regras sobre "compensação de ofício" constam do Roteiro - Federal: "Restituição de Tributos e Contribuições Federais Pagos Indevidamente ou em Valor Maior que o Devido - Roteiro de Procedimentos".

Fundamentação: arts. 34, "caput" e §§ 5º, 8º a 10, e 35 da IN RFB nº 900/2008. A - Regras gerais aplicáveis à compensação A Declaração de Compensação extingue o débito sob condição resolutória da ulterior homologação. A Declaração de Compensação é instrumento de confissão de dívida, por isso, hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de cinco anos, contados da data da entrega da Declaração de Compensação.

 Nas hipóteses em que tenha havido retificação do Pedido de Compensação, o termo inicial da contagem do prazo de prescrição será a data da apresentação do Pedido de Retificação.

Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o sujeito passivo e intimá-lo a efetuar, no prazo de 30 dias, contado da ciência do ato que não a

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homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados, com os respectivos acréscimos legais. Não ocorrendo o pagamento ou o parcelamento no prazo de 30 dias, o débito deverá ser encaminhado à PGFN, para inscrição em Dívida Ativa da União.

 Na hipótese de a Declaração de Compensação gerada a partir do programa PER/DCOMP ser transmitida à RFB em dia não útil, referido documento será considerado entregue no 1º (primeiro) dia útil subsequente à data de sua transmissão. Os débitos do sujeito passivo serão compensados na ordem por ele indicada na Declaração de Compensação.

É importante ainda ressaltar, que a compensação declarada à RFB de crédito tributário lançado de ofício importa renúncia às instâncias administrativas ou desistência de eventual recurso interposto. O processamento das PER/DCOMP, relativas a créditos da Contribuição para o PIS/PASEP e da COFINS, observará a ordem cronológica de entrega das EFD-PIS/COFINS transmitidas antes do dia 7 de fevereiro de 2012.

 Para mais informações sobre EFD-PIS/COFINS veja nosso Roteiro "EFD-PIS/COFINS - Regras gerais e dúvidas de preenchimento - Roteiro de Procedimentos".

Fundamentação: arts. 34, §§ 2º, 4º e 6º, 37, 80 e 97 da IN RFB nº 900/2008; art. 2º da IN RFB nº 1.161/2011. I - Recursos contra o indeferimento da compensação É facultado ao contribuinte, no prazo de 30 dias, contados da ciência do ato que não homologou a declaração de compensação, apresentar manifestação de inconformidade. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá recurso ao Conselho Administrativo de Recursos Fiscais - CARF. A manifestação de inconformidade contra a não homologação da compensação, bem como o recurso contra a decisão que julgou improcedente a manifestação de inconformidade, suspendem a exigibilidade do crédito tributário, relativamente ao débito objeto da compensação.

 A manifestação de inconformidade e o recurso obedecerão ao rito processual do Decreto nº 70.235/1972, devendo a autoridade competente para decidir sobre o pedido de compensação se pronunciar quanto ao atendimento dos requisitos de admissibilidade da manifestação de inconformidade.

Não cabe manifestação de inconformidade contra a decisão que considerou não declarada a compensação, sem prejuízo da interposição de recurso, em face de razões de legalidade e de mérito, nos termos do art. 56 da Lei nº 9.784, de 1999. Fundamentação: art. 66 da IN RFB nº 900/2008. II - Créditos que não podem ser utilizados para compensar débitos a) crédito que: a.1) seja de terceiros;

 A vedação em relação a créditos de terceiros não se aplica à compensação com débito consolidado no âmbito do Refis ou do parcelamento a ele alternativo, bem como aos pedidos de compensação formalizados perante a RFB até 7 de abril de 2000.

a.2) refira-se a "crédito-prêmio" instituído pelo art. 1º do Decreto-Lei nº 491 de 1969; a.3) refira-se a título público; a.4) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; a.5) não se refira a tributos e contribuições administrados pela RFB; a.6) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei que não tenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade, nem tenha sido sua execução suspensa pelo Senado Federal, exceto nos casos em que a lei: tenha sido declarada inconstitucional pelo STF em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade; tenha tido sua execução suspensa pelo Senado Federal; tenha sido julgada inconstitucional em sentença judicial transitada em julgado a favor do contribuinte; ou seja

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objeto de súmula vinculante aprovada pelo STF nos termos do art. 103-A da Constituição Federal. b) o saldo a restituir apurado na DIRPF; c) o crédito que não seja passível de restituição ou ressarcimento; d) o crédito apurado no âmbito do Programa de Recuperação Fiscal (Refis) de que trata a Lei nº 9.964/2000, do Parcelamento Especial (Paes) de que trata o art. 1º da Lei nº 10.684/2003, e do Parcelamento Excepcional (Paex) de que trata o art. 1º da Medida Provisória nº 303/2006, decorrente de pagamento indevido ou a maior; e) o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento indeferido pela autoridade competente da RFB, ainda que o pedido se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; f) o valor informado pelo sujeito passivo em Declaração de Compensação apresentada à RFB, a título de crédito para com a Fazenda Nacional, que não tenha sido reconhecido pela autoridade competente da RFB, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; g) os tributos apurados na forma do Simples Nacional, instituído pela Lei Complementar nº 123/2006;

 Os valores recolhidos no Simples Nacional, indevidamente ou a maior que o devido, poderão ser restituídos por meio dos formulários constantes da Instrução Normativa RFB nº 900/2008. Essa restituição abrange somente os débitos administrados pela Receita Federal. Os demais valores deverão ser restituídos ou compensados de acordo com a disciplina de cada ente federativo.Destaca-se que a restituição de valores no âmbito do Simples Nacional não pode ser feita por meio do programa PER/DCOMP.

h) o crédito resultante de pagamento indevido ou a maior efetuado no âmbito da PGFN; e i) outras hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo. Fundamentação: arts. 34, §§ 3º, X a XVII, 4º e 56 parágrafo único da IN RFB nº 900/2008. III - Débitos que não podem ser compensados com créditos Não poderão ser extintos por compensação: a) o débito apurado no momento do registro da DI; b) o débito que já tenha sido encaminhado à PGFN para inscrição em Dívida Ativa da União; c) o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela RFB; d) o débito que já tenha sido objeto de compensação não-homologada ou considerada não declarada, ainda que a compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; e) o débito que não se refira a tributo administrado pela RFB; Entre 04.12.2008 e 27.05.2009, também não poderiam ser extintos por compensação: a) o débito relativo a tributos de valor original inferior a R$ 500,00 (quinhentos reais); b) o débito relativo ao recolhimento mensal obrigatório da pessoa física (carnê-leão); c) o débito relativo ao pagamento mensal por estimativa do IRPJ e da CSLL apurados na forma do art. 2º da Lei nº 9.430/1996. Essas vedações constavam da Medida Provisória nº 449, de 03.12.2008, mas não foram mantidas por ocasião da sua conversão na Lei nº 11.941, de 27.05.2009. De acordo com informações do site da Receita Federal, "o contribuinte pode apresentar declaração de compensação de débitos de estimativa, carnê-leão ou inferiores a R$ 500,00, estando o programa PER/DCOMP apto para a transmissão. No entanto continua a vedação a retificadoras de DCOMP transmitida originalmente no período de vigência da MP nº 449 (de 4 de dezembro de 2008 a 27 de maio de 2009) para inclusão de débito vedado pela MP." Fundamentação: art. 34, § 3º, II a IX, da IN RFB nº 900/2008 e art. 2º da IN RFB nº 973/2009. IV - Créditos reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado É vedada a compensação do crédito do sujeito passivo para com a Fazenda Nacional, objeto de discussão judicial, antes do trânsito em julgado da decisão que reconhecer o direito creditório.

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Para dar cumprimento à decisão judicial, a Receita Federal poderá exigir do sujeito passivo, como condição para homologação da compensação, que lhe seja apresentada cópia do inteiro teor da decisão judicial em que seu direito creditório foi reconhecido. Na hipótese de ação de repetição de indébito, a compensação somente poderá ser efetuada se o requerente comprovar a homologação, pelo Poder Judiciário, da desistência da execução do título judicial ou da renúncia à sua execução, bem como a assunção de todas as custas do processo de execução, inclusive os honorários advocatícios referentes ao processo de execução.

 Não poderão ser objeto de compensação os créditos relativos a títulos judiciais já executados perante o Poder Judiciário, com ou sem emissão de precatório.  A compensação de créditos reconhecidos por decisão judicial transitada em julgado será feita na forma descrita neste Roteiro, exceto se a decisão dispor de forma diversa.

Importante destacar que, os créditos relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, reconhecidos por sentença judicial transitada em julgado que tenha permitido apenas a compensação com débitos de tributos da mesma espécie, ou ainda, que tenha permitido apenas a repetição do indébito, podem ser compensados com débitos próprios relativos a quaisquer tributos administrados pela Receita Federal do Brasil se houver legislação superveniente que assegure igual tratamento aos demais contribuintes; ou se a legislação vigente quando do trânsito em julgado não tiver sido fundamento da decisão judicial mais restritiva. Contudo, não se incluem entre os débitos compensáveis os tributos apurados na forma do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições (Simples Nacional) instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. Veja a ementa da Solução de Divergência nº 23/2011: SOLUÇÃO DE DIVERGÊNCIA Nº 23, DE 17 DE AGOSTO DE 2011ASSUNTO: NORMAS GERAIS DE DIREITO TRIBUTÁRIOEMENTA: COMPENSAÇÃO. DECISÃO JUDICIAL TRANSITADA EM JULGADO APÓS LEI Nº 10.637, de 2002; POSSIBILIDADE DE COMPENSAÇÃO COM OUTROS TRIBUTOS ADMINISTRADOS PELA SECRETARIA DA RECEITA FEDERALDO BRASIL.Os créditos relativos a tributos administrados pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), reconhecidos por sentença judicial transitada em julgado que tenha permitido apenas a compensação com débitos de tributos da mesma espécie, ou ainda, que tenhapermitido apenas a repetição do indébito, podem ser compensados com débitos próprios relativos a quaisquer tributos administrados pela RFB (a) se houver legislação superveniente que assegure igual tratamento aos demais contribuintes ou (b) se a legislação vigente quando do trânsito em julgado não tiver sido fundamento da decisãojudicial mais restritiva. Não se incluem entre os débitos compensáveis os tributos apurados na forma do Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições (Simples Nacional) instituído pela Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.Simples Nacional.DISPOSITIVOS LEGAIS: art. 74 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, com a redação dada pelo art. 49 da MP nº 66, de 29 de agosto de 2002, convertida na Lei nº 10.637, de 30 de dezembro 2002; inciso XV do § 3º do art. 34 da IN RFB nº 900, de 30de dezembro de 2008.FERNANDO MOMBELLI - Coordenador-Geral Fundamentação: art. 70 da IN RFB nº 900/2008, Solução de Divergência nº 23/2011. IV.1 - Necessidade de habilitação prévia do crédito Na hipótese de crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, a Declaração de Compensação somente será recepcionada pela RFB após prévia habilitação do crédito pela Delegacia da Receita Federal (DRF), Delegacia da Receita Federal de Administração Tributária (Derat) ou Delegacia Especial de Instituições Financeiras (Deinf) com jurisdição sobre o domicílio tributário do contribuinte titular do crédito.

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Para tanto o contribuinte titular do crédito deverá informar na Declaração de Compensação o número do processo administrativo no qual tenha havido o deferimento do pedido de habilitação do crédito. O deferimento do pedido de habilitação do crédito não implica homologação da compensação. Fundamentação: art. 71, "caput" e § 6º, da IN RFB nº 900/2008. IV.2 - Procedimentos do contribuinte para habilitação do crédito A habilitação será obtida mediante pedido do contribuinte titular do crédito, formalizado em processo administrativo instruído com: a) o formulário Pedido de Habilitação de Crédito Reconhecido por Decisão Judicial Transitada em Julgado, constante do Anexo VIII da Instrução Normativa RFB nº 900/2008, devidamente preenchido; b) a certidão de inteiro teor do processo, expedida pela Justiça Federal; c) na hipótese de ação de repetição de indébito, bem como nas demais hipóteses em que o crédito esteja amparado em título judicial passível de execução, cópia da decisão que homologou a desistência da execução do título judicial e a assunção de todas as custas e honorários advocatícios referentes ao processo de execução ou cópia da petição de renúncia à execução do título judicial protocolada na Justiça Federal; d) a cópia do contrato social ou do estatuto da pessoa jurídica acompanhada, conforme o caso, da última alteração contratual em que houve mudança da administração ou da ata da assembléia que elegeu a diretoria; e) a cópia dos atos correspondentes aos eventos de cisão, incorporação ou fusão, se for o caso; f) a cópia do documento comprobatório da representação legal e do documento de identidade do representante, na hipótese de pedido de habilitação do crédito formulado por representante legal do contribuinte; e g) a procuração conferida por instrumento público ou particular e cópia do documento de identidade do outorgado, na hipótese de pedido de habilitação formulado por mandatário do contribuinte titular do crédito. O pedido de habilitação do crédito será deferido pelo titular da DRF, Derat ou Deinf, mediante a confirmação que: a) o sujeito passivo configura no pólo ativo da ação; b) a ação tem por objetivo o reconhecimento de crédito relativo a tributo ou contribuição administrados pela RFB; c) houve reconhecimento do crédito por decisão judicial transitada em julgado; d) foi formalizado no prazo de 5 anos da data do transito em julgado da decisão ou da homologação da desistência da execução do título judicial; e) na hipótese de ação de repetição de indébito, bem como nas demais hipóteses de crédito amparado em título judicial passível de execução, houve a homologação pelo Poder Judiciário da desistência da execução do título judicial ou a comprovação da renúncia à sua execução, e a assunção de todas as custas e dos honorários advocatícios referentes ao processo de execução. Constatada irregularidade ou insuficiência de informações nos documentos apresentados pelo contribuinte titular do crédito, o requerente será intimado a regularizar as pendências no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data de ciência da intimação. Fundamentação: art. 71, §§ 1º, 2º e 4º, da IN RFB nº 900/2008. IV.3 - Prazo para apreciação do pedido de habilitação No prazo de 30 dias, contado da data da protocolização do pedido ou da regularização de pendências, será proferido despacho decisório sobre o pedido de habilitação do crédito. Fundamentação: art. 71, § 3º, da IN RFB nº 900/2008. V - Compensação considerada não declarada A Declaração de compensação, durante o prazo para homologação, será submetida pela Receita Federal às chamadas "malhas eletrônicas" ou a procedimentos internos de verificação.

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Será considerada não declarada a compensação quando o sujeito passivo, em inobservância ao disposto nos §§ 2º a 4º do art. 98 da Instrução Normativa RFB nº 900/2008, não tenha utilizado o Programa PER/DCOMP. Será também considerada não declarada, total ou parcialmente, a compensação quando o sujeito passivo incluir na Declaração débitos ou créditos vedados, listados em "II" e "III" ou: a) em que o crédito: a.1) seja de terceiros;

 A vedação em relação a créditos de terceiros não se aplica à compensação com débito consolidado no âmbito do Refis ou do parcelamento a ele alternativo, bem como aos pedidos de compensação formalizados perante a RFB até 7 de abril de 2000.

a.2) refira-se a "crédito-prêmio" instituído pelo art. 1º do Decreto-Lei nº 491, de 5 de março de 1969; a.3) refira-se a título público; a.4) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; a.5) não se refira a tributos e contribuições administrados pela RFB; a.6) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei que não tenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade, nem tenha sido sua execução suspensa pelo Senado Federal, exceto nos casos em que a lei: tenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em ação direta de inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade; tenha tido sua execução suspensa pelo Senado Federal; tenha sido julgada inconstitucional em sentença judicial transitada em julgado a favor do contribuinte; ou seja objeto de súmula vinculante aprovada pelo STF nos termos do art. 103-A da Constituição Federal. Nas hipóteses de considerada não declarada a compensação, seja quando o sujeito passivo não tenha utilizado o Programa PER/DCOMP ou quando o sujeito passivo incluiu débitos ou créditos vedados, conforme o exposto, não se aplicam os procedimentos previstos de (artigo 39, § 2º da IN RFB nº 900/2008): a) extinção de crédito tributário sob condição resolutória da ulterior homologação do procedimento; b) confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para exigência dos débitos indevidamete compensados; c) cientificação da não-homologação e intimado a efetuar o pagamento dos débitos no prazo de 30 dias; d) manifestação de inconformidade no prazo de 30 dias contados da ciência da decisão do indeferimento, sem prejuízo da interposição de recurso, em face de razões de legalidade e de mérito, nos termos do art. 56 da Lei nº 9.784, de1999. Ressalte-se que também será considerada não declarada a compensação transmitida no período entre 4 de dezembro de 2008 e 27 de maio de 2009, que tiver por objeto compensar débito relativo a tributos de valor original inferior a R$ 500,00 e débito relativo ao pagamento mensal por estimativa de IRPJ e CSLL, apurados na forma do artigo 2º da Lei nº 9.430 de 1996.

 Durante o período de 04.12.2008 a 27.05.2009, em decorrência do art. 29 da Medida Provisória nº 449/2008, vigorou a vedação às compensações de valores originais inferiores a R$ 500,00 e pagamento mensal por estimativa de IRPJ e CSLL.

A compensação considerada não declarada implicará a constituição dos créditos tributários que ainda não tenham sido lançados de ofício nem confessados ou a cobrança dos débitos já lançados de ofício ou confessados.

 As compensações consideradas não declaradas, transmitidas no período entre 4 de dezembro de 2008 e 27 de maio de 2009, constituem confissão de dívida e instrumento hábil e suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados.

Fundamentação: art. 39, "caput" e §§ 1º a 3º, 94 e 94-A da IN RFB nº 900/2008 incluído pelo art. 2º da IN RFB nº 973/2009.

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V.1 - Multa isolada por compensação não declarada Será exigida multa isolada sobre o valor total do débito cuja compensação for considerada não declarada em decorrência da utilização dos créditos relacionados em "a.1" a "a.6" do subtópico anterior, aplicando-se o percentual de: a) 75% (setenta e cinco por cento); ou b) 150% (cento e cinqüenta por cento), quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo.

 As multas de 75% e 150% poderão ser elevadas para 112,5% ou 225%, respectivamente, quando o sujeito passivo, intimado, não prestar os esclarecimentos necessários à apuração dos fatos.

O lançamento de ofício da multa isolada será efetuado por AFRFB da unidade da RFB que considerou não declarada a compensação. Fundamentação: art. 39, §§ 6º a 8º, da IN RFB nº 900/2008. VI - Compensação não homologada Além das hipóteses em que a declaração é considerada não declarada, há ainda aquelas situações em que a compensação não é homologada. Nestes casos, o tributo objeto de compensação não homologada será exigido com os respectivos acréscimos legais. Ademais, também será exigida do sujeito passivo, mediante lançamento de ofício, multa isolada de: a) 50% (cinquenta por cento), sobre o valor do crédito objeto de declaração de compensação não homologada;

 Até 24.08.2010 a multa isolada era de 75% (setenta e cinco por cento) aplicada sobre o valor total do débito tributário indevidamente compensado, quando não confirmada a legitimidade ou suficiência do crédito informado na declaração de compensação.

b)150% (cento e cinqüenta por cento), calculada sobre o valor total do débito tributário indevidamente compensado, quando se comprove falsidade da declaração apresentada pelo sujeito passivo. A multa prevista no item "b)" passará a ser de 225% (duzentos e vinte e cinco por cento), nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo marcado, de intimação para prestar esclarecimentos ou apresentar documentos ou arquivos magnéticos. O lançamento de ofício da multa isolada será efetuado por Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB) da unidade da RFB que não homologou a compensação declarada pelo sujeito passivo. Fundamentação: art. 38 da IN RFB nº 900/2008, alterado pela IN RFB nº 1.124/2012. VII - Apresentação de documentos e diligência fiscal A autoridade da RFB competente para decidir sobre a compensação poderá condicionar o reconhecimento do direito creditório à apresentação de documentos comprobatórios do referido direito, inclusive arquivos magnéticos, bem como determinar a realização de diligência fiscal nos estabelecimentos do sujeito passivo a fim de que seja verificada, mediante exame de sua escrituração contábil e fiscal, a exatidão das informações prestadas. Fundamentação: art. 65 da IN RFB nº 900/2008. VIII - Declaração de compensação São duas as formas de preenchimento e encaminhamento da Declaração de Compensação. Uma é a Declaração Eletrônica a ser gerada mediante utilização do Programa Gerador (PER/DCOMP) na versão 4.2, aprovado pelo Ato Declaratório Executivo COTEC nº 4/2009, e enviada à Receita Federal mediante utilização do Programa Receita Net. Outra é a Declaração de Compensação em Papel, mediante preenchimento do formulário aprovado pela Instrução Normativa RFB nº 900/2008 (Anexo VII), ao qual deverá ser anexada documentação comprobatória do direito creditório e protocolado junto à unidade da Receita Federal de jurisdição do contribuinte. Clique aqui para baixar o Programa Gerador da Declaração de Compensação. Clique aqui para imprimir os formulários da Declaração de Compensação em Papel: a) Declaração de Compensação - Fls. 01; b) Declaração de Compensação - Fls. 02;

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c) Declaração de Compensação - Fls. 03. Fundamentação: art. 34, § 1º, da IN RFB nº 900/2008. VIII.1 - Utilização da declaração de compensação eletrônica A Declaração Eletrônica, gerada mediante utilização do Programa Gerador PER/DCOMP, como regra, será utilizada na compensação de créditos originados a menos de cinco anos e nas seguintes hipóteses: VIII.1.1 - Pessoa Jurídica - Compensação A) Espécie de Crédito Passível de Restituição ou Compensação

B) Espécie de Débito Passível de Extinção por Compensação com Créditos da Coluna "A"

I - Créditos passíveis de Ressarcimento, que se refiram a: a) crédito relativo a Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), passível de Ressarcimento, que tenha sido reconhecido por decisão judicial transitada em julgado ou que se refira a período de apuração relativo ao exercício de 1999 ou posterior e que tenha sido apurado há menos de cinco anos, exceção feita ao crédito de IPI de que trata o art. 27 da Medida Provisória nº 2.158/2001. Na hipótese de o estabelecimento detentor do crédito de IPI passível de ressarcimento ter dado saída, a partir de 1º de janeiro de 2004, a produtos submetidos a períodos de apuração distintos, a pessoa jurídica deverá pleitear o ressarcimento ou declarar a compensação do referido crédito mediante petição/declaração (papel), ainda que o crédito se refira a períodos de apuração anteriores a 2004. b) crédito da Contribuição para o PIS/Pasep, passível de ressarcimento, que tenha sido reconhecido por decisão judicial transitada em julgado ou que tenha sido apurado há menos de cinco anos; e c) crédito da Cofins, passível de ressarcimento, que tenha sido reconhecido por decisão judicial transitada em julgado ou que tenha sido apurado há menos de cinco anos; O valor do crédito presumido da Contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) previsto na Lei nº 10.925/2004 (agroindústrias), somente pode ser utilizado para deduzir do PIS/Pasep e da Cofins apurados no regime de incidência não-cumulativa. Portanto, o valor deste crédito presumido não poderá ser objeto de compensação ou de ressarcimento (ADI SRF nº 15/2005). II - Créditos reconhecido por decisão judicial transitada em julgado. Na hipótese de crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, a Declaração de Compensação, o Pedido Eletrônico de Restituição e o Pedido Eletrônico de Ressarcimento, somente serão recepcionados após prévia habilitação do crédito pela Receita Federal. III - Créditos passíveis de Restituição, que se refiram a: a) saldo negativo do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ) relativo a período de apuração encerrado há menos de cinco anos; b) saldo negativo da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) relativo a período de apuração encerrado há menos de cinco anos; c) pagamento indevido ou a maior de IRPJ, Imposto de Renda Retido na Fonte (IRRF), IPI, Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou relativas a Títulos ou Valores Mobiliários (IOF), ITR, Sistema

I - Débitos relativos a: a) IRPJ relacionado ao código de receita 0220, 0262, 1599, 2089, 2319, 2334, 2362, 2390, 2430, 2456, 3317, 3320, 3373, 5625, 5788, 5993, 6147, 6175, 6188, 6190, 6256, 6297, 6875, 6883, 8726, 8739, 8754, 8767, 8770, 8835, 8848, 8850, 8972, 8998, 9060 ou 9086, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; b) IRRF relacionado ao código de receita 0297, 0422, 0430, 0473, 0481, 0490, 0561, 0588, 0730, 0764, 0916, 0924, 1283, 1708, 2063, 2103, 2281, 3208, 3223, 3249, 3251, 3264, 3277, 3280, 3426, 3674, 4424, 5136, 5192, 5204, 5217, 5232, 5273, 5286, 5299, 5557, 5565, 5598, 5600, 5706, 5928, 5936, 5944, 6799, 6800, 6813, 6826, 6839, 6891, 6904, 8045, 8053, 8468, 8673, 8863, 9385, 9412, 9427, 9453, 9466 ou 9478, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; c) IPI relacionado ao código de receita 0668, 0676, 1020, 1097, 5110 ou 5123, referente a período de apuração de 1993 ou posterior; d) IOF relacionado ao código de receita 1150, 1270, 1351, 1458, 3467, 4028, 4290, 4465, 5220, 6854, 6895, 7893 ou 7905, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; e) ITR relacionado ao código de receita 1070 (período de apuração de 1997 ou posterior) ou 2050 (período de apuração compreendido entre 1991 e 1996); f) Simples relacionado ao código de receita 6106, referente a período de apuração de 1997 ou posterior; g) CSLL relacionada ao código de receita 2030, 2372, 2469, 2484, 4397, 5638, 5802, 5952, 5987, 6012, 6147, 6175, 6188, 6190, 6228, 6758, 6773, 6875, 6883, 8726, 8739, 8754, 8767, 8770, 8835, 8848, 8850, 8863 ou 9060, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; h) Contribuição para o PIS/Pasep relacionada ao código de receita 3084, 3092, 3703, 3885, 4409, 4574, 5434, 5952, 5979, 6147, 6175, 6188, 6190, 6230, 6824, 6875, 6883, 6912, 8002, 8109, 8205, 8301, 8496, 8726, 8739, 8754, 8767, 8770, 8835, 8848, 8850, 8863, 9060 ou 9558, referente a período de apuração de 1991 ou posterior; i) Contribuição ao Fundo de Investimento Social (Finsocial) relacionada ao código de receita 1783 ou 6120, referente a período de apuração compreendido entre 1990 e 1992; j) Cofins relacionada ao código de receita 1783, 2172, 2173, 3544, 4407, 5442, 5856, 5952, 5960, 6147, 6175, 6188, 6190, 6243, 6840, 6875, 6883, 7987, 8645, 8726, 8739, 8754, 8767, 8770, 8835, 8848, 8850, 8863, 9060 ou 9562, referente a período de apuração de 1992 ou posterior;

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Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de Pequeno Porte (Simples), CSLL, Contribuição para o PIS/Pasep, Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), Contribuição Provisória sobre a Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF) ou Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) efetuado há menos de cinco anos mediante qualquer código de receita do respectivo imposto ou contribuição, inclusive multa moratória e juros moratórios do IRPJ, IRRF, IPI, IOF, ITR, Simples, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, CPMF ou Cide; d) pagamento indevido ou a maior de IRPJ, IRRF, IPI, IOF, ITR, Simples, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, CPMF ou Cide, lançados de ofício, inclusive multa e juros moratórios, efetuado há menos de cinco anos; e) pagamento indevido ou a maior de multa ou juros moratórios do IRPJ, IRRF, IPI, IOF, ITR, Simples, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, CPMF ou Cide, exigidos de ofício isoladamente, efetuado há menos de cinco anos; f) IRRF de cooperativas relativo ao exercício de 1996 ou posterior, arrecadado mediante o código de receita 3280 há menos de cinco anos e remanescente, ao final de um exercício financeiro, da compensação de débitos do IRRF incidente sobre o pagamento de rendimentos aos cooperados, relacionado aos códigos de receita 0588 e 3280. Durante o ano-calendário o crédito poderá ser utilizado, na compensação do IRRF incidente sobre os pagamentos de rendimentos aos cooperados ou associados, e g) créditos decorrentes do REINTEGRA - Regime Especial de Reintegração de Valores Tributários para as Empresas Exportadoras, previsto na Lei nº 12.546/2011.

l) CPMF relacionada ao código de receita 5869, 5871, 5884 ou 8536, referente a período de apuração de 1997 ou posterior; m) Cide relacionada ao código de receita 8741 ou 9331, referente a período de apuração de 2001 ou posterior; n) Cosirf relacionado ao código de receita 4085, 6150 ou 6215, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; o) débito relativo a imposto ou contribuição mencionado nos itens "a" a "n" que tenha sido objeto de lançamento de ofício, relacionado ao código de receita 2917, 2932, 2945, 2958, 2960, 2973, 2986, 2999, 3260, 3308, 3316, 3332, 3345, 3359, 3360, 3375, 4562, 4685, 5477, 5788, 5790, 5802, 6656, 7051, 7104, 7200, 7213, 7307, 7403, 7500, 7606, 7702, 7809, 7878, 9303 ou 9304, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; p) multa por omissão, erro ou atraso na entrega da Declaração de Contribuições e Tributos Federais ou da Declaração de Débitos e Créditos Tributários Federais (DCTF), relacionada ao código de receita 1345, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; q) multa por omissão, erro ou atraso na entrega da Declaração de Imposto de Renda Retido na Fonte (Dirf), relacionada ao código de receita 2170, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; r) multa por omissão ou atraso na entrega da DITR, relacionada ao código de receita 5300, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; s) multa por omissão, erro ou atraso na entrega da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (DIRPJ) ou da Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ), relacionada ao código de receita 5338, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; t) multa por omissão, erro ou atraso na entrega da Declaração Trimestral, da Declaração de Não-Incidência ou da Declaração de Informações Consolidadas (DIC) da CPMF, relacionada ao código de receita 9479, referente a período de apuração de 1997 ou posterior; u) multa por omissão, erro ou atraso na entrega do Demonstrativo de Apuração de Contribuições Sociais (Dacon), relacionada ao código de receita 6808, referente a período de apuração de 2003 ou posterior; v) multa por omissão, erro ou atraso na entrega da Declaração do Imposto sobre Produtos Industrializados (DIPI), relacionada ao código de receita 3199, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; x) multa por omissão, erro ou atraso na entrega da Declaração de Informações sobre Atividades Imobiliárias (Dimob), relacionada ao código de receita 6680, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; z) multa por omissão, erro ou atraso na entrega da Declaração de Operações Imobiliárias (DOI), relacionada ao código de receita 6744, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; aa) multa relativa a imposto ou contribuição mencionado nos itens "a" a "n" lançada de ofício isoladamente, relacionada ao código de receita 3391, 3482, 3682, 3738, 4288, 5572, 5937, 5940, 6094,

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6324, 6337, 6378, 6380, 6405, 6418, 6420, 6841, 6882, 6907, 6939, 8128, 8130, 8143, 8156, 8169, 8171, 8197, 8209, 8504 ou 8651, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; ab) multa relacionada ao código de receita 2185 ou 5149, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; ac) juros moratórios relativos a imposto ou contribuição mencionados nas alíneas "a" a "n" e lançados de ofício isoladamente, relacionados ao código de receita 3495, 3711, 6570, 6583, 6596, 6608, 6610, 6623, 6636, 6649, 6651, 8211, 8224, 8237, 8240, 8252, 8265, 8278, 8293, 8619 ou 8660, referentes a período de apuração de 1990 ou posterior; ad) juros exigidos de ofício isoladamente relacionados ao código de receita 6542, referentes a período de apuração de 1990 ou posterior; ae) débito relativo ao regime especial de tributação do patrimônio de afetação relacionado ao código de receita 4095, 4112, 4138, 4153 ou 4166, referente a período de apuração de 2004 ou posterior; e af) débito relativo a imposto ou contribuição mencionados nas alíneas "a" a "n", relacionado a código de receita diverso dos mencionados nas alíneas "a" a "ae" instituído posteriormente à aprovação do Programa PER/DCOMP 2.0, o qual deverá ser incluído na Tabela de Códigos do Programa previamente ao preenchimento da ficha de débito correspondente;

IV - IRRF de juros sobre o capital próprio relativo ao exercício de 1996 ou posterior, arrecadado mediante o código de receita 5706 ou 9453 há menos de cinco anos.

II - IRRF de juros sobre o capital próprio relacionado aos códigos um desses códigos 5706 ou 9453.

VIII.1.2 - Pessoas Físicas - Compensação A) Espécie de Crédito Passível de Restituição ou Compensação

B) Espécie de Débito Passível de Extinção por Compensação com créditos da Coluna "A"

I - Crédito tenha sido reconhecido por decisão judicial transitada em julgado.

 Na hipótese de crédito reconhecido por decisão judicial transitada em julgado, a Declaração de Compensação, o Pedido Eletrônico de Restituição e o Pedido Eletrônico de Ressarcimento, somente serão recepcionados após prévia habilitação do crédito pela Receita Federal.

II - Créditos que se refiram a: a) Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) relativo ao exercício de 1996 ou posterior, pago indevidamente ou a maior há menos de cinco anos, inclusive multa moratória e juros moratórios do IRPF, exceto mediante os códigos de receita 0190 e 0246; b) Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) pago indevidamente ou a maior há menos de cinco anos mediante qualquer código de receita do ITR, inclusive multa moratória e juros moratórios do ITR; c) pagamento indevido ou a maior de ITR ou IRPF lançado de ofício, inclusive multa e juros moratórios exigidos de ofício juntamente com o ITR ou IRPF, efetuado há menos de cinco anos; e d) pagamento indevido ou a maior de multa ou juros moratórios do ITR ou IRPF exigidos de ofício

a) ITR relacionado ao código de receita 1070, referente a período de apuração de 1991 a 1996, ou ao código de receita 2050, referente a período de apuração de 1997 ou posterior; b) IRPF relacionado ao código de receita 0190, 0211, 0246, 1054, 4600, 6015, 8523 ou 8960, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; c) ITR lançado de ofício, relacionado ao código de receita 7051, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; d) IRPF lançado de ofício, relacionado ao código de receita 2904, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; e) Imposto de Importação lançado de ofício, relacionado ao código de receita 2692, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; f) multa por omissão ou atraso na entrega da Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Física (DIRPF), relacionada ao código de receita 5320 ou 7130, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; g) multa por omissão ou atraso na entrega da Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), relacionada ao código de receita 5300, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; h) multa relacionada ao código de receita 2185 ou 5149, referente a período de apuração de 1990 ou posterior;

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isoladamente, efetuado há menos de cinco anos.

i) juros do Imposto de Importação lançados de ofício isoladamente, relacionados ao código de receita 6542, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; j) multa de outras origens, relacionada ao código de receita 3391, referente a período de apuração de 1990 ou posterior; e l) débito relativo a imposto mencionado nas alíneas "a" a "d", relacionado a código de receita diverso dos códigos neles mencionados instituído posteriormente à aprovação do Programa PER/DCOMP 2.0, o qual deverá ser incluído na Tabela de Códigos do Programa PER/DCOMP 2.0 previamente ao preenchimento da ficha de débito correspondente.

Fundamentação: art. 2º da IN RFB nº 598/2005. VIII.2 - Utilização da declaração de compensação em papel (formulários) A Declaração de Compensação em Papel somente poderá ser utilizada pelo sujeito passivo nas hipóteses em que a compensação de seu crédito para com a Fazenda Nacional não possa ser declarada eletronicamente à RFB mediante utilização do programa PER/DCOMP. A Receita Federal caracterizará como impossibilidade de utilização do Programa PER/DCOMP, podendo ser utilizada a Declaração em papel, a ausência de previsão da hipótese de compensação no aludido Programa, bem como a existência de falha no Programa que impeça a geração do Pedido Eletrônico de Restituição, do Pedido Eletrônico de Ressarcimento ou da Declaração de Compensação. A falha deverá ser demonstrada pelo sujeito passivo no momento da entrega do formulário, sob pena de ser considerado não formulado o pedido de compensação. Não será considerada impossibilidade de utilização do programa PER/DCOMP, todavia, a restrição nele incorporada em cumprimento ao disposto na legislação tributária.

 Aos formulários deverá ser anexada documentação comprobatória do direito creditório.

Fundamentação: art. 98, §§ 2º a 6º, da IN RFB nº 900/2008. VIII.3 - Retificação da declaração de compensação A retificação da Declaração de Compensação gerada a partir do Programa PER/DCOMP, pendente de decisão administrativa, será processada mediante a apresentação de documento retificador gerado a partir do referido Programa.

 Considera-se pendente de decisão administrativa, a Declaração de Compensação em relação ao qual ainda não tenha sido intimado o sujeito passivo do despacho decisório proferido pelo titular da DRF, Derat, Deinf, IRFClasse Especial ou ALF competente para decidir sobre a compensação.

A retificação da Declaração de Compensação apresentada em formulário (papel), nas hipóteses em que admitida, deverá ser requerida pelo sujeito passivo mediante a apresentação de formulário retificador, o qual será juntado ao processo administrativo de compensação para posterior exame pela Receita Federal. A retificação será admitida somente na hipótese de inexatidões materiais verificadas no preenchimento do referido documento. Não será admitida retificação da Declaração de Compensação quanto tiver por objeto a inclusão de novo débito ou o aumento do valor do débito compensado. Nessa hipótese o sujeito passivo deverá apresentar nova Declaração de Compensação. A mencionada restrição não se aplica, todavia, quando a Declaração de Compensação retificadora for apresentada à RFB: a) no mesmo dia da apresentação da Declaração de Compensação original; ou b) até a data de vencimento do débito informado na declaração retificadora, desde que o período de apuração do débito esteja encerrado na data de apresentação da declaração original. Admitida a retificação da Declaração de Compensação, o termo inicial da contagem do prazo de 5 (cinco) anos para homologação será a data da apresentação da Declaração de Compensação retificadora.

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A retificação da Declaração de Compensação não altera a data de valoração dos créditos e de atualização dos débitos, que permanecerá sendo a data da apresentação da Declaração de Compensação original. Fundamentação: arts. 76 a 81 da IN RFB nº 900/2008. VIII.4 - Desistência da declaração de compensação A desistência da compensação poderá ser requerida pelo sujeito passivo mediante a apresentação à RFB do pedido de cancelamento gerado a partir do programa PER/DCOMP ou, na hipótese de utilização de formulário em meio papel, mediante a apresentação de requerimento à RFB, o qual somente será deferido caso a compensação se encontre pendente de decisão administrativa à data da apresentação do pedido de cancelamento ou do requerimento. O pedido de cancelamento da Declaração de Compensação será indeferido quando formalizado após intimação para apresentação de documentos comprobatórios da compensação.

 Considera-se pendente de decisão administrativa, a Declaração de Compensação em relação ao qual ainda não tenha sido intimado o sujeito passivo do despacho decisório proferido pelo titular da DRF, Derat, Deinf, IRFClasse Especial ou ALF competente para decidir sobre a compensação.

Fundamentação: arts. 82 e 95 da IN RFB nº 900/2008. IX - Atualização dos valores a compensar Na compensação efetuada pelo sujeito passivo: a) os créditos serão valorados na forma prevista no subtópico IV.1; e b) os débitos sofrerão a incidência de acréscimos legais, na forma da legislação de regência, até a data de entrega da Declaração de Compensação. A compensação total ou parcial de tributo administrado pela RFB será acompanhada da compensação, na mesma proporção, dos correspondentes acréscimos legais. Havendo acréscimo de juros sobre o crédito, a compensação será efetuada com a utilização do crédito e dos juros compensatórios na mesma proporção.

 Aplicam-se à compensação da multa de ofício as reduções de que trata o art. 6º da Lei nº 8.218/1991, salvo os casos excepcionados em legislação específica.

Fundamentação: art. 36 da IN RFB nº 900/2008. X - Créditos O crédito a compensar sofrerá incidência de juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial de Liquidação e de Custódia (Selic) para títulos federais, acumulados mensalmente, e de juros de 1% (um por cento) no mês em que: a) a quantia for disponibilizada ao sujeito passivo, houver a entrega da Declaração de Compensação; b) houver a entrega da Declaração de Compensação ou for efetivada a compensação na GFIP, ou c) for considerada efetuada a compensação de ofício, conforme a data definida nos incisos I a IV do art. 53 da IN RFB nº 900/2008. No cálculo dos juros Selic observar-se-á, como termo inicial de incidência: a) o mês de janeiro de 1996, se o pagamento tiver sido efetuado antes de 1º de janeiro de 1996; b) a data da efetivação do pagamento, se este tiver sido efetuado entre 1º de janeiro de 1996 e 31 de dezembro de 1997; c) o mês subsequente ao do pagamento, se este tiver sido efetuado após 31 de dezembro de 1997; ou d) na hipótese de saldo negativo de IRPJ e de CSLL, o mês subsequente ao do encerramento do período de apuração.

 As quantias pagas indevidamente a título de multa de mora ou de ofício, inclusive multa isolada, e de juros moratórios decorrentes de obrigações tributárias relativas aos tributos administrados pela RFB também serão compensadas com o acréscimo dos juros compensatórios.

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Não haverá incidência dos juros sobre o crédito do sujeito passivo quando na compensação de ofício ou declarada pelo sujeito passivo, a data de valoração do crédito estiver contida no mesmo mês da origem do direito creditório.

 Não incidirão juros compensatórios nos créditos no caso de ressarcimento de créditos do IPI, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, bem como na compensação de referidos créditos.  Não haverá incidência dos juros compensatórios sobre o crédito do sujeito passivo quando, na compensação declarada pelo sujeito passivo, a data de valoração do crédito estiver contida no mesmo mês da origem do direito creditório.

Na hipótese de a Declaração de Compensação gerada a partir do programa PER/DCOMP ser transmitida à RFB em dia não útil, referido documento será considerado entregue no 1º (primeiro) dia útil subsequente à data de sua transmissão. Fundamentação: arts. 72 e 97 da IN RFB nº 900/2008. XI - Pedidos de compensação formulados anteriormente à edição da Medida Provisória nº 66/2002, convertida na Lei nº 10.637/2002 Antes da instituição da Declaração de Compensação nos moldes atuais, os contribuintes detentores de créditos relativos a tributos e contribuições federais apresentavam à Receita Federal Pedidos de Compensação em formulários, sem a garantia que há hoje de extinção dos débitos sob condição de ulterior homologação da compensação. Muitos desses Pedidos de Compensação, protocolados até 1º de outubro de 2002, encontram-se pendentes de análise pela autoridade administrativa da Receita Federal. XI.1 - Tratamento dos pedidos de compensação pendentes Com a nova sistemática de compensação instituída pela nova redação dada ao art. 74 da Lei nº 9.430/96, pelo art. 49 da Lei nº 10.637/2002, e pelo art. 17 da Lei nº 10.833/2003, referidos Pedidos de Compensação foram automaticamente transformados em Declaração de Compensação. Em face dessa conversão automática, algumas regras da atual Declaração de Compensação foram definidas como aplicáveis aos Pedidos de Compensação. Assim é que o art. 88 da Instrução Normativa RFB nº 900/2008 dispõe que aplica-se ao Pedido de Compensação convertido em Declaração de Compensação o disposto nos seus arts. 76, parágrafo único, 77 a 80 e 82. Fundamentação: arts. 86 e 88 da IN RFB nº 900/2008. B - Compensação com precatórios - Lei nº 12.431/2011 I - Histórico Com a publicação da Lei nº 12.431/2011, originária da Medida Provisória nº 517/2010, foi regulamentada a possibilidade de compensação de tributos federais com precatórios da União Federal, trazida inicialmente pela Emenda Constitucional nº 62/2009. Antes da Emenda Constitucional nº 62/2009, os contribuintes que tentassem efetuar a compensação de tributos federais com precatórios tinham seus pedidos negados, judicial ou administrativamente, sob a alegação de falta de previsão legal para efetuar tal procedimento. Após a edição da mencionada norma, o Judiciário passou a tomá-la como base, e já estava aplicando a compensação de tributos federais com precatórios da União Federal, sendo que agora, com a expressa regulamentação contida na Lei nº 12.431/2011, o procedimento de compensação será iniciado na própria ação de condenação da União Federal, evitando com que os contribuintes tenham de ingressar com ações específicas buscando autorização do Poder Judiciário. II - Débitos e créditos permitidos Conforme disposição contida nos §§ 9º e 10º do art. 100 da Constituição Federal, no momento da expedição dos precatórios, independentemente de regulamentação, deles deverá ser abatido, a título de compensação, valor correspondente aos débitos líquidos e certos, inscritos ou não em dívida ativa e constituídos contra o credor original pela Fazenda Pública devedora, incluídas parcelas vincendas de parcelamentos.

 1. O precatório federal de titularidade do devedor, inclusive aquele expedido anteriormente à Emenda

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Constitucional nº 62/2009, poderá ser utilizado nos parcelamentos de débitos previstos na Lei 11.941/2009, para amortizar a dívida consolidada. 2. A Portaria PGF nº 690/2011 estabelece o procedimento a ser observado para a compensação de débitos perante as autarquias ou fundações públicos federais com créditos provenientes de precatórios.

A compensação não poderá ser efetuada quando os débitos estiverem com sua exigibilidade suspensa, ressavaldo o parcelamento, ou se a execução esteja suspensa em virtude de qualquer tipo de recurso ou contestação judicial que a confira efeito suspensivo. Também estão excluídos desta modalidade de compensação os pagamentos de obrigações definidas em lei como de pequeno valor, que a Fazenda Pública Federal deva fazer em virtude de senteça judicial transitada em julgado. Destaca-se que, somente poderão ser objeto da compensação de que trata este tópico os créditos e os débitos oriundos da mesma pessoa jurídica devedora do precatório. Fundamentação: art. 30, §§ 1º, 2º e 6º e arts. 43 e 44 da Lei 12.431/2011. III - Utilização para quitação de débitos parcelados No caso de compensação parcial de precatórios com débitos parcelados, a quitação das parcelas ocorrerá, sucessivamente: a) na ordem crescente da data de vencimento das prestações vencidas; b) na ordem decrescente da data de vencimento das prestações vincendas. Fundamentação: art. 36, § 4º e art. 42 da Lei 12.431/2011. IV - Prestação de informações pela Fazenda Pública Federal A Fazenda Pública Federal, antes da requisição do precatório ao Tribunal, será intimada para responder, no prazo de 30 (trinta) dias, sobre eventual existência de débitos do autor da ação, cujos valores poderão ser abatidos a título de compensação. Esta intimação será dirigida ao órgão responsável pela representação judicial da pessoa jurídica devedora do precatório na ação de execução e será feita por mandado, que conterá os dados do beneficiário do precatório, em especial o nome e a respectiva inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ).

 A informação prestada pela Fazenda Pública Federal deverá conter os dados necessários para identificação dos débitos a serem compensados e para atualização dos valores pela contadoria judicial.

A requisição do precatório pelo juiz ao Tribunal conterá informações acerca do valor integral do débito da Fazenda Pública Federal, do valor deferido para compensação, dos dados para preenchimento dos documentos de arrecadação e do valor líquido a ser pago ao credor do precatório, consideradas as deduções tributárias que serão retidas pela instituição financeira. O precatório será expedido pelo Tribunal em seu valor integral, contendo, para enquadramento no fluxo orçamentário da Fazenda Pública Federal, informações sobre os valores destinados à compensação, os valores a serem pagos ao beneficiário e os dados para preenchimento dos documentos de arrecadação. Fundamentação: art. 30, §§ 3º, 4º e 5º e arts. 37 e 38 da Lei 12.431/2011. V - Recursos contra o valor do débito a ser compensado V.1 - Impugnação Ao receber as informações referentes à eventual existência de débitos do autor da ação, passíveis de compensação, o juiz intimará o beneficiário do precatório para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias. A impugnação do beneficiário deverá vir acompanhada de documentos que comprovem de plano suas alegações e poderá versar exclusivamente sobre: a) erro aritmético do valor do débito a ser compensado; b) suspensão da exigibilidade do débito, ressalvado o parcelamento; c) suspensão da execução, em virtude do recebimento de embargos do devedor com efeito suspensivo ou em virtude de outra espécie de contestação judicial que confira efeito suspensivo à execução; ou d) extinção do débito.

 Outras exceções somente poderão ser arguidas pelo beneficiário em ação autônoma.

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Apresentada a impugnação pelo beneficiário do precatório, o juiz intimará, pessoalmente, mediante entrega dos autos com vista, o órgão responsável pela representação judicial da pessoa jurídica devedora do precatório na ação de execução, para manifestação em 30 (trinta) dias e proferirá decisão em 10 (dez) dias, restringindo-se a identificar eventuais débitos que não poderão ser compensados, o montante que deverá ser submetido ao abatimento e o valor líquido do precatório.

 O cálculo do juízo deverá considerar as deduções tributárias que serão retidas pela instituição financeira.

Fundamentação: arts. 31, 32 e 33 da Lei 12.431/2011. V.2 - Agravo de Instrumento Da decisão que julgar a impugnação, caberá recurso de agravo de instrumento, que terá efeito suspensivo e impedirá a requisição do precatório ao Tribunal até o seu trânsito em julgado.

 O agravante, no prazo de 3 (três) dias, requererá juntada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento e do comprovante de sua interposição, assim como a relação dos documentos que instruíram o recurso, e após, deverá no mesmo prazo informar o cumprimento deste procedimento ao Tribunal, sob pena de inadmissibilidade do agravo de instrumento.

Fundamentação: art. 34 da Lei 12.431/2011. VI - Efeitos do trânsito em julgado da decisão A compensação deverá ocorrer no momento em que a decisão judicial que a determinou transitar em julgado, ficando sob condição resolutória de ulterior disponibilização financeira do precatório. Durante este período, os atos de cobrança dos débitos ficam suspensos, sendo cabível a expedição de certidão positiva com efeitos de negativa.

 A Fazenda Pública Federal será intimada do trânsito em julgado da decisão que determinar a compensação, com remessa dos autos, para fins de registro, devendo devolvê-los no prazo de 30 (trinta) dias, devidamente instruídos com os dados para preenchimento dos documentos de arrecadação referentes aos débitos compensados.

Recebidos os dados para preenchimento dos documentos de arrecadação pelo juízo, este intimará o beneficiário, informando os registros de compensação efetuados pela Fazenda Pública Federal.

 Os efeitos financeiros da compensação, para fins de repasses e transferências constitucionais, somente ocorrerão no momento da disponibilização financeira do precatório, que é entendido como o ingresso de recursos nos cofres da União decorrente dos recolhimentos de que trata o § 4º do art. 39 da Lei nº 12.431/2011.

Os valores informados, submetidos ao abatimento, serão atualizados até a data do trânsito em julgado da decisão judicial que determinou a compensação, nos termos da legislação que rege a cobrança dos créditos da Fazenda Pública Federal.

 Antes do trânsito em julgado da decisão que julgar eventuais impugnações e agravos de instrumento, somente será admissível a requisição ao Tribunal de precatório relativo à parte incontroversa da compensação.

Fundamentação: arts. 35 e 36 da Lei 12.431/2011. VII - Correção dos valores do precatório e dos débitos Os precatórios deverão ser corrigidos na forma prevista no § 12 do artigo 100 da Constituição Federal, ou seja, serão atualizados após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua natureza, utilizando o índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança, e, para fins de compensação da mora, incidirão juros simples no mesmo percentual de juros incidentes sobre a caderneta de poupança, ficando excluída a incidência de juros compensatórios.

 O valor bruto do precatório será depositado integralmente na instituição financeira responsável pelo pagamento.

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A mesma forma de atualização deve ser aplicada aos débitos, porém, apenas a partir da data do trânsito em julgado da decisão que determinar a compensação.

 O Tribunal respectivo, por ocasião da remessa dos valores do precatório à instituição financeira, atualizará os valores correspondentes aos débitos compensados, conforme os critérios apresentados neste tópico, e remeterá os dados para preenchimento dos documentos de arrecadação à instituição financeira juntamente com o comprovante da transferência do numerário integral do precatório.

Fundamentação: art. 100, § 12, da Constituição Federal de 1988, e art. 39, §§§ 1º, 2º e 3º da Lei 12.431/2011. VIII - Quitação dos débitos Uma vez recebidos pela instituição financeira os dados transmitidos pelo Tribunal para preenchimento dos documentos de arrecadação, a quitação deverá ser efetuada em 24 (vinte e quatro) horas.

 Após a disponibilização financeira do precatório, caberá restituição administrativa ao beneficiário de valores compensados a maior.

Recebidas pelo juízo as informações de quitação dos débitos compensados, o órgão responsável pela representação judicial da pessoa jurídica devedora do precatório na ação de execução será intimado pessoalmente, mediante entrega dos autos com vista, para registro da extinção definitiva dos débitos. Fundamentação: art. 39, §§ 4ºe 5º e art. 40 da Lei 12.431/2011. IX - Cancelamento do precatório Em caso de cancelamento do precatório, será intimada a Fazenda Pública Federal para dar prosseguimento aos atos de cobrança. Caso isto ocorra após a quitação dos débitos compensados, o Tribunal solicitará à entidade arrecadadora a devolução dos valores à conta do Tribunal. Em se tratando de débitos parcelados, uma vez cancelado o precatório, o parcelamento será reconsolidado para pagamento no prazo restante do parcelamento original, respeitado o valor da parcela mínima, se houver. Fundamentação: art. 41 da Lei 12.431/2011.

FONTE: FISCOSoft .

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