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Maria Regina Rocha O ensino da gramática: atividades para o 3.º Ciclo e o Ensino Secundário

7. O Ensino Da Gramática - Atividades Para o 3.º Ciclo e Ensino Secundário_Teresa Moura Pereira (1)

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gramática

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  • Maria Regina Rocha

    O ensino da gramtica: atividades para o 3. Ciclo e o

    Ensino Secundrio

  • Plano da Sesso

    A competncia do Conhecimento Explcito da Lngua (CEL): os resultados esperados no final do 3. Ciclo; os 8 planos e respetivos descritores de desempenho. O Funcionamento da Lngua (FL) no Ensino Secundrio. Reflexo conjunta: perodo destinado apresentao de dvidas e esclarecimento das mesmas.

  • Entende-se por conhecimento explcito da lngua a refletida capacidade para sistematizar unidades, regras e processos gramaticais do idioma, levando identificao e correo do erro; o conhecimento explcito da lngua assenta na instruo formal e implica o desenvolvimento de processos metacognitivos.

    Novos Programas de Portugus do Ensino Bsico, pg. 16

    Conhecimento Explcito da Lngua

  • 4. Dicionrio Terminolgico

    1. Descritores de desempenho 3. Notas

    5. Plano

    2. Contedos

  • A. Lngua, Comunidade Lingustica, Variao e Mudana B. Lingustica Descritiva B.1. Fontica e Fonologia B.2. Morfologia B.3. Classes de Palavras B.4. Sintaxe B.5. Lexicologia B.6. Semntica C. Anlise do discurso, Retrica, Pragmtica e Lingustica textual D. Lexicografia E. Representao Grfica

    Dicionrio Terminolgico

  • 1. Plano da Lngua, Variao e Mudana

    2. Plano Fonolgico

    3. Plano Morfolgico

    4. Plano das Classes de Palavras

    5. Plano Sinttico

    6. Plano Lexical e Semntico

    7. Plano Discursivo e Textual

    8. Plano da Representao Grfica e Ortogrfica

    Programas de Portugus do Ensino Bsico

    Conhecimento Explcito da Lngua

    Planos

  • 1. Qual o desempenho que importa que o aluno domine (qual

    o descritor de desempenho).

    2. Observao de frases ou de textos em que ocorra a rubrica a

    aprender, de modo a que o aluno se aperceba das regularidades

    que lhe permitam formular a regra ou compreend-la.

    3. Informao ou regra, deduzida pelo aluno ou referida pelo

    professor.

    4. Aplicao do aprendido e exercitao.

    O ensino da Gramtica

  • 1. Plano da Lngua, Variao e Mudana

    3. Ciclo

    Reconhecer especificidades fonolgicas, lexicais e sintticas nas variantes do

    Portugus no europeu.

    Descritor de desempenho

  • Texto

    Nasci no dia 12 de outubro, aniversrio do Gerson, que estava fazendo oito anos. Meu irmo tinha pedido de presente uma surpresa, e surpresa ele teve: nasci em casa, como acontecia naquela poca, e minha me mandou botar o beb na cama do Gerson, como presente de aniversrio. Quando ele acordou e deu comigo a seu lado, ficou na maior alegria. Foi um custo para se convencer de que eu no era um brinquedo dele, que pudesse ficar carregando pela casa de c para l o tempo todo. Da o carinho com que ele me tratou a vida toda. Embora o Toninho, que era s dois anos mais velho, sempre tenha sido tambm muito meu amigo, e fosse o meu companheiro de quarto, o Gerson, pelo fato de j ser para mim um homem com seus dezesseis anos, me despertava uma grande fascinao; eu queria ser como ele quando crescesse. Fernando Sabino, O Menino no Espelho, cap. VIII, Editora Record

    1. Observao

  • Especificidades do Portugus no Brasil 1. Fonologia

    - Vocalizao do l final Portugal: legal, leal, mal Brasil: /legaw/, /leaw/, /maw/

    - Palatalizao de /di/ e /ti/ Os sons d e t antes de /i/ so pronunciados /d/ e /t/: presidente

    - Uso do acento circunflexo em vez do agudo Portugal: cmodo, fenmeno, tnico, gnio, beb Brasil: cmodo, fenmeno, tnico, gnio, beb

    - Sonoridade das vogais

    2. Informao, regra

  • Especificidades do Portugus no Brasil 2. Lxico e Semntica Exemplos: virar = transformar-se em aquarela = aguarela banheiro = casa de banho cncer = cancro gol = golo nibus = autocarro

    3. Morfologia e Sintaxe - Ausncia de artigo definido antes do possessivo - Colocao dos pronomes em frases afirmativas - Emprego do gerndio - Emprego do pronome pessoal voc

    2. Informao, regra

  • 1. L o texto que se segue, um excerto do captulo VIII da obra O Menino no Espelho.

    Texto Estou contando tudo isto para chegar a um episdio de minha infncia que devo ao Gerson (). Ainda garotinho eu ia v-lo jogar no Amrica, que era o time de nossa devoo primeiro nos juvenis, depois no time titular, do qual era reserva, apesar de sua pouca idade. At ento, o futebol vinha constituindo para mim uma srie de sucessivos fracassos. () Era comigo? Eu caa das nuvens, procurando ir na bola, mas nem mesmo sabia onde ela estava: quando a descobria, o zagueiro adversrio j se havia antecipado, afastando o perigo, enquanto os companheiros reclamavam, pedindo minha substituio.

    3. Aplicao, exercitao

  • O resultado que eu era um peso morto nas raras peladas que me deixavam disputar, tanto na escola como no campinho daquele lote vazio perto de casa. Um dia experimentei jogar de goleiro, e o resultado foi ainda mais desastrado: engoli cinco gols, sendo trs contra, feitos por mim mesmo () Logo ao incio do segundo tempo, o juiz apitou contra o Amrica um pnalti que nossa torcida reclamava, revoltada, jamais ter existido.

    2. Sublinha as palavras ou expresses reveladoras de que este texto de um autor brasileiro.

    3. Tipifica as palavras e expresses que sublinhaste. a) Aspetos fonolgicos. b) Aspetos lexicais. c) Aspetos morfossintticos.

    3. Aplicao, exercitao

  • 2. Plano Fonolgico

    3. Ciclo Sistematizar propriedades da slaba

    gramatical e da slaba mtrica: segmentar versos por slaba mtrica.

    Descritor de desempenho

  • Observa os seguintes versos do incio do poema Balada do Rei das Sereias, de Manuel Bandeira:

    1. Observao

    O rei atirou Seu anel ao mar E disse s sereias: Ide-o l buscar, Que, se o no trouxerdes, Virareis espuma Das ondas do mar!

    Foram as sereias, No tardou, voltaram Com o perdido anel. Maldito o capricho

    De rei to cruel!

  • 1. Observao

    Se segmentarmos as palavras pelas slabas gramaticais, verificamos que os versos 1, 2 e 7 tm cinco slabas gramaticais: O | rei | a | ti | rou Seu | a | nel | ao | mar Das | on | das | do | mar Mas os versos 4 e 6 tm 6 slabas: I | de - | o | l | bus | car Vi | ra | reis | es | pu |ma E os versos 3 e 5, esses, at tm 7 slabas: E | di | sse | s | se | rei | as, Que,| se | o | no | trou | xer | des No entanto, cada verso, ao ser dito ou cantado, parece ter o mesmo tamanho. Como que tal acontece?

  • 2. Informao, regra

    Existem as chamadas slabas mtricas, que no correspondem exatamente s slabas gramaticais escritas, mas quelas que pronunciamos.

    Efetivamente, a melodia do verso exige que as palavras venham ligadas umas s outras mais estreitamente.

    Assim, h slabas que se unem ou no se contam quando se l ou se canta um poema.

  • 2. Informao, regra

    Algumas Regras:

    1. As slabas mtricas s se contam at ltima slaba tnica. Assim, se o verso terminar numa palavra aguda, as slabas contam-se at ltima: O | rei | a | ti | rou

    Mas, se o verso terminar numa palavra grave, contam-se s at penltima: Fo | ram | as | se | rei ||as

    E, se o verso terminar numa palavra esdrxula, no se contam as duas ltimas, como acontece nestes versos de 12 slabas mtricas do poema Construo, de Chico Buarque de Holanda, compositor e intrprete brasileiro: Er |gueu | no | pa | ta | mar | qua | tro | pa | re | des | s || li das

    Ti | jo | lo | com | ti | jo | lo | num | de | se |nho | m ||gi co

  • 2. Informao, regra

    Algumas Regras:

    2. Quando uma palavra termina numa vogal tona e a palavra seguinte comea por vogal, as duas vogais contraem- -se, formando s uma slaba mtrica: E | di | sse s | se | rei || as Que,| se o | no | trou | xer ||des

    3. A preposio com pode ligar-se palavra seguinte se esta comear por vogal, pois a consoante m na palavra com apenas serve para nasalar a vogal o:

    Com o | per | di | do a | nel Concluso: Podemos, assim, verificar que cada verso do poema Balada do Rei das Sereias, de Manuel Bandeira, tem 5 slabas mtricas.

  • 3. Aplicao, exercitao

    Faz, agora, a diviso em slabas mtricas de duas outras estrofes do mesmo poema de Manuel Bandeira.

    O rei atirou Gros de arroz ao mar E disse s sereias: Ide-os l buscar, Que, se os no trouxerdes, Virareis espuma Das ondas do mar!

    Foram as sereias, No tardou, voltaram. No faltava um gro.

    Maldito o capricho Do mau corao!

    1. Comea por assinalar os versos agudos. 2. Assinala os versos graves. Lembra-te de que nestes versos no se conta a ltima slaba. 3. Faz a ligao de algumas palavras e a segmentao das slabas de todos os versos. 4. Verifica se cada verso tem 5 slabas mtricas.

  • 3. Plano Morfolgico

    3. Ciclo Sistematizar padres de formao de

    palavras complexas: por composio de duas ou mais formas

    de base.

    Descritor de desempenho

  • 1. Observao

    Existem dois grandes processos morfolgicos de formao de palavras: a derivao e a composio. J os conheces a ambos:

    Derivao formao de uma nova palavra a partir de uma palavra. Exemplo: sapateiro (sapato + sufixo -eiro)

    Composio formao de uma nova palavra a partir de duas palavras. Exemplo: guarda-chuva (guarda + chuva)

    Vais agora aprofundar os teus conhecimentos sobre a composio. Observa as seguintes palavras:

    couve-flor = couve + flor (palavra + palavra) picapau = pica + pau (palavra + palavra) pirotecnia = piro + tecnia (radical + radical) agridoce = agri + doce (radical + palavra)

  • 2. Informao, regra

    Verificas que h palavras compostas formadas a partir de duas palavras, com hfen ou sem ele (couve-flor, picapau), mas que tambm h palavras compostas formadas a partir de um radical e uma palavra (agridoce) e, mesmo, de dois radicais (pirotecnia).

    Tal situao faz com que a sua classificao seja diferente: 1. Composio morfossinttica As palavras compostas so formadas de duas palavras. Exemplos: navio-escola, guarda-fatos, passatempo.

    2. Composio morfolgica Na composio da nova palavra, pelo menos um dos elementos um radical. Exemplos: cronmetro, herbicida, poltico-cultural.

  • 3. Aplicao, exercitao

    1. Classifica as seguintes palavras compostas quanto ao tipo de composio. a) arco-ris f) microscpio b) beija-flor g) paraquedas c) cardiopatia h) pisca-pisca d) eletroencefalograma i) qualquer e) fonoteca j) vaivm

    2. Consulta um dicionrio de rimas e escolhe trs palavras forma-das com o radical grama. So palavras de composio __________.

    3. Forma trs palavras de composio morfossinttica a partir da palavra rosa.

  • 4. Nova observao

    As palavras compostas de duas palavras (composio morfossinttica) no fazem todas o plural da mesma maneira.

    1.Observa:

    a) a couve-flor as couves-flores (ambos os elementos flexionam) o amor-perfeito os amores-perfeitos (ambos flexionam)

    b) o guarda-chuva os guarda-chuvas (o 1. elemento no flexiona)

    c) o corta-unhas os corta-unhas (nenhum elemento flexiona) o pisa-papis os pisa-papis (nenhum elemento flexiona)

    2. Observa os elementos que formam as palavras da alnea a): no primeiro caso so dois substantivos; no segundo caso so um substantivo e um ____________). 3. Observa melhor as palavras das alneas b) e c) e descobre, em cada uma delas, a que classe de palavra pertence o 1. elemento.

  • 5. Nova informao, regra

    Aprendamos, ento, que as palavras formadas por composio morfossinttica flexionam da seguinte forma:

    1. Nas palavras formadas por um substantivo e um adjetivo, flexionam ambos os elementos. Exemplo: os amores-perfeitos

    2. Nas palavras formadas por dois substantivos que contribuam com o mesmo valor para a formao do significado da palavra, flexionam ambos os elementos. Exemplo: as couves-flores

    3. Nas palavras em que o primeiro termo uma forma verbal, esse elemento no flexiona. Exemplos: os guarda-chuvas, os vaivns

    4. As palavras constitudas por uma forma verbal e uma palavra no plural no flexionam. Exemplos: os para-brisas, os porta-moedas

  • 5. Nova informao, regra

    Mais informao: 5. Nas palavras em que o primeiro elemento de formao uma palavra invarivel, esse termo no flexiona. Exemplo: o abaixo-assinado os abaixo-assinados 6. Nas palavras formadas por dois substantivos em que o segundo especifica o primeiro ou refere uma funo ou um tipo, s flexiona o primeiro termo. Exemplos: o navio-escola os navios-escola o carro-bomba os carros-bomba

  • 6. Aplicao, exercitao

    1. Forma o plural das seguintes palavras compostas:

    a) o guarda-chuva f) a bomba-relgio b) o abre-latas g) o saca-rolhas c) o lava-loias h) o vaivm d) o homem-r i) o meio-irmo

    e) a segunda-feira j) o surdo-mudo 2. Forma uma palavra composta a partir de cada uma das

    seguintes palavras e passa-a para o plural: a) fato b) mal c) bem d) gotas

  • 4. Plano das Classes de Palavras

    3. Ciclo Caracterizar propriedades de seleo de

    verbos transitivos.

    Descritor de desempenho

  • 1. Observao

    Observa as seguintes formas verbais e respetivos complementos: 1. a) Ele compreende o texto. = Ele compreende-o. b) Ela l a mensagem. = Ela l-a. 2. a) Ela telefona irm. = Ela telefona-lhe. b) Eles obedeceram ao pai. = Eles obedeceram-lhe. 3. a) Ela precisa de uma palavra de incentivo. = Ela precisa disso. b) Ele abdicou dos seus direitos. = Ele abdicou disso. Os complementos exigidos por estes verbos so diferentes: 1. No primeiro caso, o complemento no introduzido por preposio e substituvel pelo pronome _______________.

    2. No segundo caso, o complemento introduzido pela preposio __________ e substituvel pelo pronome ____________.

    3. No terceiro caso, o complemento introduzido pela preposio __________ e substituvel pelo pronome ____________.

  • 2. Informao, regra

    Conclumos que h vrios tipos de verbos, consoante o complemento que selecionam:

    1. Os verbos transitivos diretos so os que pedem complemento direto. Este complemento no introduzido por preposio e substituvel pelo pronome pessoal o, a, os, as. Exemplos: Ele acabou o trabalho. = Ele acabou-o. Ela adora o irmo. = Ela adora-o.

    2. Os verbos transitivos indiretos so os que pedem complemento introduzido por uma preposio. a) Se esse complemento for introduzido pela preposio a e substituvel por lhe, lhes, trata-se de um complemento indireto. Ex.: Ele respondeu professora. = Ele respondeu-lhe. b) Se esse complemento for introduzido por uma qualquer pre-posio e substituvel por isso, trata-se de um complemento oblquo. Ex.: Ela esqueceu-se de desligar o fogo. = Ela esqueceu-se disso.

  • 3. Aplicao, exercitao

    1. Em cada frase, sublinha o complemento do verbo. a) Ela comprou um apartamento. b) Ela desobedeceu me. c) Ele conquistou a sua amada. d) Ela apercebeu-se do problema. e) Ele respeitou os sinais de trnsito. f) Ele precisa de dinheiro. g) Ela livrou-se do problema. h) Ele apoderou-se da herana. i) Ele telefonou aos pais.

    2. Transforma as frases substituindo cada complemento pelo pronome correspondente (o, a, os, as; lhe, lhes; isso).

    3. Classifica os verbos (transitivo direto ou transitivo indireto).

  • 5. Plano Sinttico

    3. Ciclo Detetar diferentes configuraes da funo

    sinttica de sujeito.

    Descritor de desempenho

  • 1. Observao

    O Sujeito

    1. Observa as seguintes frases: a) Quem tudo quer tudo perde. b) Quem semeia ventos colhe tempestades.

    Cada uma destas frases constituda por duas oraes: a) quem tudo quer / tudo perde b) quem semeia ventos / colhe tempestades Se quisermos saber qual o sujeito da segunda orao, podemos perguntar: a) quem que perde tudo? b) quem que colhe tempestades? E a resposta a primeira orao: a) quem tudo quer b) quem semeia ventos

  • 2. Informao, regra

    O sujeito frsico Concluso: a orao relativa comeada por quem pode desempenhar a funo sinttica de sujeito de outra orao. Quando o sujeito de uma orao outra orao, chama-se sujeito frsico. Exemplos:

    1. Quem anda devagar pouco alcana. A orao sublinhada sujeito de pouco alcana.

    2. Quem canta seus males espanta. A orao sublinhada sujeito de seus males espanta.

    3. Quem abraar este projeto no se vai arrepender. A orao sublinhada sujeito de no se vai arrepender.

  • 3. Aplicao, exercitao

    1. Nas frases que se seguem, divide as oraes e sublinha o sujeito da segunda:

    a) Quem desdenha quer comprar. b) Quem corre por gosto no cansa. c) Quem deixa caminhos por atalhos nunca se livra de trabalhos. d) Quem tiver estudado no se atrapalhar no exame. 2. Em relao a cada frase, cria uma orao relativa que possa servir de sujeito apresentada:

    a) ______________________________ sempre alcana. b) ______________________________ perdeu o lugar. c) ______________________________ no petisca. d) ______________________________ caa com gato. e) ______________________________ tarde ou nunca se endireita.

  • 4. Nova observao

    O sujeito frsico J vimos que o sujeito pode ser constitudo por uma orao relativa. Vamos agora estudar sujeitos formados por oraes completivas. Observa as seguintes frases: pouco provvel que ele tenha chegado hoje. = A chegada dele pouco provvel. = Isso pouco provvel. = Que ele tenha chegado hoje pouco provvel. Como se pode ver, a orao completiva que ele tenha chegado hoje pode ser substituda por a chegada dele ou isso, sendo, pois, o sujeito de pouco provvel.

  • 5. Nova informao, regra

    O sujeito frsico Concluso: a orao completiva comeada pela conjuno que pode desempenhar a funo sinttica de sujeito de outra orao. Exemplos: 1. difcil que o meu clube vena o jogo. = A vitria do meu clube difcil. = Isso difcil.

    A orao que o meu clube vena o jogo o sujeito de difcil. 2. impossvel que ele entregue o trabalho dentro do prazo. = A entrega do trabalho dentro do prazo impossvel. = Isso impossvel. A orao que ele entregue o trabalho dentro do prazo o sujeito de impossvel.

  • 6. Aplicao, exercitao

    1. Divide as oraes nas frases que se seguem e sublinha o sujeito da primeira:

    a) verdade que ela teve 20 valores a Portugus e a Matemtica. b) triste que ela no se d conta do amor dele. c) Entristece-me que ela no se d conta do amor dele. 2. Em relao a cada frase, cria uma orao completiva que possa servir de sujeito orao apresentada:

    a) totalmente falso ____________________________________. b) muito importante ___________________________________. c) bem feito ___________________________________________! d) Espanta-me __________________________________________.

  • 6. Plano Lexical e Semntico

    3. Ciclo Sistematizar relaes semnticas de

    semelhana e oposio, hierrquicas e de parte-todo.

    Descritor de desempenho

  • 1. Observao

    1. L o texto que se segue.

    Era domingo, dia de passeio de carro. Carro, automvel, veculo, viatura: o que interessava que no fssemos a p. Embora o dia estivesse convidativo e o mais pequenito dissesse que no queria ir no velho calhambeque Enfim, l entrmos no Fiat 600. Mas, quem diz que o carro arrancava? Depois de algumas tentativas e de ver o meu velhinho 600 apelidado de chocolateira e caranguejola, resignei-me a deixar o Fiat bem estacionadinho e a aceitar que o pequenito tinha razo: o melhor meio de transporte ainda so as nossas pernas

    2. O texto refere uma determinada marca de automvel. Refere outros modelos dessa marca. 3. Qual o termo de valor mais genrico: Fiat ou Fiat 600? 4. Sublinha todas as palavras do texto que dizem respeito a carro. Ser que so todas verdadeiramente sinnimas?

  • 2. Informao, regra

    Relaes de hierarquia: a hiperonmia A hiperonmia uma relao hierrquica de sentido entre duas palavras ou expresses, partindo do genrico (hipernimo) para o especfico (hipnimo). Exemplos: 1. O hipernimo meio de transporte tem como hipnimos, por exemplo, as palavras carro, autocarro, comboio, metro, navio, avio. 2. O hipernimo flor tem como hipnimos, por exemplo, rosa, cravo, jasmim, orqudea, amor-perfeito, antrio. O hipernimo pode substituir qualquer dos seus hipnimos. Identifica-se um hipnimo se se lhe puder aplicar a seguinte afirmao: Um hipnimo um hipernimo. Exemplo: A rosa uma flor.

  • 3. Aplicao, exercitao

    1. Refere um hipernimo dos seguintes nomes: a) Nokia, Siemens, Motorola b) Honda, Mercedes, Fiat c) trigo, centeio, milho, cevada d) bacalhau, atum, sardinha 2. Refere dois hipnimos relativos a cada um dos termos seguintes: a) Animal b) Cidade c) Rio d) Tecido 3. Identifica, nesta sequncia, o termo que hipernimo dos outros: casaro, habitao, moradia, apartamento, vivenda.

  • 4. Nova observao

    Observa as seguintes frases: 1. A parede, a janela, a porta, o telhado so partes de uma casa.

    2. O volante, o pedal do travo, o pedal da embraiagem, o travo de mo, o porta-luvas so partes de um carro.

    3. As ruas, os passeios, os prdios so elementos que pertencem a uma localidade.

    4. Um pomar pode ser composto de macieiras, pereiras, laranjeiras.

    5. Numa horta, pode haver couves, alfaces, salsa, coentros, tomates, cebolinho Como podes ver, em cada frase h uma palavra mais genrica, cujo conceito inclui os restantes elementos. Qual ela?

  • 5. Nova informao, regra

    Relao de incluso: a holonmia A holonmia uma relao semntica de incluso entre um todo (holnimo) e as suas partes (mernimos). Exemplos: 1. As palavras cabea, tronco e membros so mernimos de corpo humano (holnimo). 2. As palavras convs, mastro, proa, popa, ncora so mernimos de navio (holnimo). O holnimo no impe as suas propriedades ao mernimo. Identifica-se um mernimo se se lhe puder aplicar a seguinte afirmao: O mernimo pertence ao (ou faz parte do) holnimo. Exemplo: A folha faz parte do livro.

  • 6. Aplicao, exercitao

    1. Refere um holnimo dos seguintes conjuntos de nomes:

    a) cama, guarda-fatos, cmoda b) carruagem, carris, estao c) bola, baliza, rbitro, onze, golo d) cutelo, carne, banca, faca

    2. Refere dois mernimos relativos a cada um dos termos

    seguintes:

    a) Sala de aula b) Cidade c) Restaurante d) Supermercado e) Casamento

  • 7. Aplicao, exercitao

    Faz a correspondncia entre os elementos da primeira e os da segunda coluna, e refere o tipo de relao (hiperonmia ou holonmia).

    Termos Conjuntos de palavras

    A. Arte

    B. rvore

    C. Canteiro

    D. Cidade

    E. Moeda

    F. Escola

    G. Estdio

    H. Floresta

    I. Fruto

    J. Livro

    K. Profisso

    1. Casas, ruas, prdios

    2. Euro, franco, lira, libra

    3. Ma, laranja, tangerina, manga

    4. Pincis, telas, guaches

    5. Pinheiros, arbustos, mato

    6. Pinheiro, sobreiro, faia, eucalipto

    7. Pintor, canalizador, eletricista

    8. Pintura, Escultura, Msica

    9. Romance, novela, conto

    10. Rosas, cravos, lrios

    11. Salas de aula, biblioteca, laboratrios

  • 7. Plano Discursivo e Textual

    3. Ciclo Reconhecer propriedades configuradoras

    da textualidade: coerncia textual.

    Descritor de desempenho

  • 1. Observao

    L os dois pargrafos que se seguem, incio do conto A estrelinha do mar, de Isabel Maria Fonseca.

    Era uma vez uma estrela-do-mar que vivia num grande oceano. Apesar de este ser lindo, cheio de corais e peixes, a estrelinha sentia-se triste, to triste que, quando chorava, a mar enchia um pouco mais do que o habitual. E tudo porqu? Porque a estrelinha do mar queria ser uma estrela do cu. E todas as noites, de olhos postos no cu, suspirava ao ver aquele brilho reluzente dos pontinhos que faiscavam na noite escura.

    No primeiro pargrafo, referida a tristeza da estrela-do-mar. No segundo pargrafo, essa ideia retomada? De que forma?

    No conto, o que poder acontecer em seguida?

  • 2. Informao, regra

    Coerncia textual 1. Um texto coerente quando existe compatibilidade entre os conceitos, as ideias que o texto apresenta e o conhecimento que o leitor tem do mundo. 2. Um texto coerente quando possui uma lgica interna: ordenao lgica das situaes; adequadas relaes temporais, de causa e efeito; respeito pelo princpio da no contradio.

    Ento, para que este conto tenha coerncia, o que que lgico que acontea de seguida? Vamos ver

  • 1. Observao, compreenso

    Tanto suspirou, tanto se lamentou, que um dia a Fada das Ondas decidiu fazer-lhe a vontade e, num passe de mgica, transformou-a numa estrela do cu.

    O que se seguir? Para que haja coerncia, como que a estrelinha se vai sentir?

  • 1. Observao, compreenso

    A estrelinha no cabia em si de contente. E, nessa mesma noite, foi a mais brilhante e luminosa. No era mais do que um pontinho no cu, mas aquilo enchia-a de orgulho e alegria.

    Mas a histria no acaba aqui. O que poder seguir-se, para a histria se desenvolver coerentemente?

  • 1. Observao, compreenso

    E assim foi durante algum tempo. Ao princpio sentia-se bem a ver as irmzinhas c em baixo a rir e a brincar, a esconderem-se dos peixes, a enfiarem-se na areia fina...

    A histria vai continuar E temos aqui dois indcios de que, se calhar, algo vai mudar. Quais sero as expresses que mostram isso?

  • 1. Observao, compreenso

    Mas depois comeou a ver que ali onde estava no podia sair do stio, no tinha com quem falar, no tinha com quem brincar: a prxima estrela ficava to longe que quase no a conseguia ver... A estrelinha comeou a sentir saudades das ondas do mar, do barulho das guas, das risadas dos peixes e dos caranguejos, das brincadeiras com as irms... O seu brilho comeou a diminuir... at que se apagou. E a estrelinha agora chorava outra vez, s que ainda mais do que quando era estrela-do-mar. Ainda no chegmos ao fim da histria. O que poder acontecer que seja coerente com o que lemos at aqui?

  • 1. Observao, compreenso

    E a Fada das Ondas, sempre atenta e generosa, tanto a viu triste, tanto a ouviu chorar, que voltou a ter pena dela.

    O que far a Fada das Ondas? O que poder acontecer que seja coerente com toda a narrativa?

  • 1. Observao, compreenso

    E a Fada das Ondas, sempre atenta e generosa, tanto a viu triste, tanto a ouviu chorar, que voltou a ter pena dela. Desfez o encanto e lanou-a outra vez nas guas do oceano imenso, onde todos os dias a podemos ver agora, feliz e contente, a brincar com as irmzitas e com os seus amigos peixes.

    FIM

    A histria s termina bem porque Que informao continha o texto que nos permitiu calcular que haveria um final feliz?

  • 2. Informao, regra

    Coerncia textual Vamos lembrar que 1. Um texto coerente quando existe compatibilidade entre os conceitos, as ideias que o texto apresenta e o conhecimento que o leitor tem do mundo. 2. Um texto coerente quando possui uma lgica interna: ordenao lgica das situaes; adequadas relaes temporais, de causa e efeito; respeito pelo princpio da no contradio.

  • 3. Aplicao, exercitao

    L, agora, o incio do conto tradicional As sementes do rei.

    Conta-se que num pas do norte da Europa o rei mandou chamar os

    rapazes em idade de casar para uma audincia privada, onde lhes iria

    comunicar algo muito importante.

    Vieram muitos jovens e o rei disse-lhes:

    Vou dar a cada um de vs uma semente diferente e daqui a seis

    meses quero que me tragam num vaso a planta que tiver nascido, e o

    jovem que apresentar a planta mais bela casar com a minha filha e,

    claro, ser o meu sucessor no reino.

    1. Que expresso da fala do rei (3. pargrafo) est em coerncia com a passagem mandou chamar os rapazes em idade de casar (1. pargrafo)? 2. De tudo o que o rei disse (3. pargrafo), o que que corresponde mais diretamente expresso algo muito importante (1. pargrafo)?

    Continua a leitura do conto, observando a coerncia da sua construo

  • 3. Aplicao, exercitao

    Continua a leitura do conto e completa o quadro do diapositivo seguinte.

    Assim fizeram: cada um dos rapazes comprou um belo vaso e

    tratou de cumprir o pedido do rei.

    Mas houve um jovem que semeou a semente e ela no havia

    maneira de germinar. Entretanto os outros no paravam de falar nas

    belas plantas que tinham nascido e que iam mostrar ao rei.

    Passaram os seis meses e, no dia aprazado, l foram os jovens ao

    palcio do rei, cada qual com o seu vaso e a sua planta.

    O jovem cuja semente no tinha dado flor estava muito triste e no

    queria apresentar-se ao rei. Os pais, porm, aconselharam-no a ir pois

    era um participante e o rei havia de ficar triste com a sua ausncia.

    Com a cabea baixa e muito envergonhado, l foi o rapaz

    presena do rei, com o vaso apenas cheio de terra.

    Os outros j l estavam, cada qual elogiando a sua formosa

    planta. Ao ver entrar o jovem com o vaso vazio, pararam de conversar

    e desataram a rir e a fazer troa dele.

  • Considerando a leitura feita at ao momento, completa o quadro seguinte.

    Antecedentes Lgica das situaes; adequadas relaes temporais, de causa e efeito

    1. Daqui a seis meses (3. pargrafo)

    2. Mas... (incio 5. pargrafo)

    3.

    4. Porm (7. pargrafo)

    5.

    1.

    2.

    3. O jovem estava muito triste. (7. pargrafo)

    4.

    5. Desataram a rir e a fazer troa dele. (9. pargrafo)

    3. Aplicao, exercitao

    A histria ainda no acabou Que nos reservaro os pargrafos finais?

  • 3. Aplicao, exercitao

    Nesse momento o alvoroo foi interrompido pela chegada do rei.

    Todos fizeram a respetiva vnia medida que o rei passava entre os

    vasos, apreciando as plantas.

    Finda a inspeo, o rei mandou entrar a filha e chamou para junto dela o jovem que no tinha trazido nenhuma planta.

    A atitude do rei parece lgica? Porqu? Qual vai ser a reao das pessoas que esto na sala, nomeadamente a dos jovens candidatos mo da princesa?

  • 3. Aplicao, exercitao

    Finda a inspeo, o rei mandou entrar a filha e chamou para junto dela o jovem que no tinha trazido nenhuma planta. Muito admirados, todos esperavam a explicao do rei para a escolha que tinha feito. Ento o rei disse: este o jovem que vai casar com a minha filha e ser ele o herdeiro ao trono, pois a todos eu dei uma semente infrtil e todos trataram de me enganar plantando outras plantas. Este jovem, porm, teve a coragem de trazer o vaso vazio, mostrando ser humilde e leal, pondo acima de tudo a verdade, e essas so as qualidades que um futuro rei deve ter, e que a minha filha merece.

    FIM

    Este final est em coerncia com toda a narrativa? Porqu?

  • 8. Plano da Representao Grfica e Ortogrfica

    3. Ciclo

    Sistematizar as regras de uso de sinais de pontuao para delimitar constituintes de

    frase.

    Descritor de desempenho

  • 1. Observao

    O uso da vrgula J conheces bem uma das mais frequentes utilizaes da vrgula. L os conjuntos de frases que se seguem.

    1. a) Ele comprou um ba. b) Ela gosta de ler. c) A Maria entregou o trabalho a tempo.

    2. a) Ele comprou um ba, uma mesa, dois espelhos e um cofre. b) Ela gosta de ler, de ouvir msica, de sair com os amigos c) A Maria, a Marta, o Pedro e o Vasco entregaram o trabalho. J aprendeste porque que no segundo conjunto se utilizam vrgulas. As vrgulas so precisas para _______________________.

  • 1. Observao

    Vais agora sistematizar mais algumas regras de utilizao da vrgula. Observa, ento, dois outros conjuntos de frases. 1. a) Ele abre sempre as persianas antes de sair de casa. b) Eles puseram-se a caminho de manh bem cedo. c) Eles puseram-se a caminho mal nasceu o Sol. d) Ele entrou na sala quando ela estava a cantar. 2. a) Antes de sair de casa, ele abre as persianas. b) De manh bem cedo, puseram-se eles a caminho. c) Mal nasceu o Sol, eles puseram-se a caminho. d) Quando ela estava a cantar, ele entrou na sala. Porque que se utilizam vrgulas nas frases do segundo conjunto?

  • 2. Informao, regra

    Algumas Regras:

    1. A vrgula necessria nas enumeraes. Exemplo: Por toda a parte se vendiam joias, perfumes, armas trabalhadas, tapetes preciosos, veludos, sedas. 2. A vrgula necessria para delimitar uma expresso ou uma orao adverbial que se coloca no incio da frase. Exemplos: Na vasta Praa de So Marcos, em frente da enorme Catedral, o Cavaleiro mal podia acreditar naquilo que os seus olhos viam. L fora, sob a luz azul da lua, Veneza parecia suspensa no ar. Quando calculou que o pai e a me dormiam, abriu a janela devagar. Assim que se viu na rua, desatou a correr.

  • 3. Aplicao, exercitao

    Transforma as frases que se seguem, deslocando para o incio da frase os sintagmas que o permitam e utilizando a pontuao adequada. a) O polcia apitou antes de mandar o automobilista parar. b) O condutor parou mal o polcia fez sinal. c) Ele j estava a abrir a porta quando bateram. d) Os marinheiros assistiam missa antes de partirem. e) Ele telefonou para a escola depois de se ter ido embora.

  • 4. Sequncia no ensino do uso da vrgula

    Algumas Regras: Usa-se a vrgula 1. Nas enumeraes. 2. A separar oraes coordenadas. 3. Depois de oraes adverbiais ou grupos adverbiais deslocados para o incio da frase. 4. Antes de conjunes, locues e advrbios de natureza adversativa, explicativa e conclusiva: mas, porm, todavia, contudo, logo, no entanto, por isso, portanto 5. Antes da conjuno e com valor adversativo ou que introduz orao de sujeito diferente do da anterior. 6. A isolar o vocativo. 7. A isolar o modificador apositivo do nome (sintagma ou orao). 8. A isolar o modificador colocado entre o verbo e o seu complemento. 9. A isolar oraes encaixadas. 10. A indicar a elipse de um verbo.

  • Critrios de avaliao 1. Identificar marcas lingusticas de distintos usos da lngua mediante a observao direta e a comparao de diversas produes. 2. Refletir sobre as regras de funcionamento da lngua, identificando os elementos formais bsicos nos planos fonolgico, morfolgico, lexical, semntico e pragmtico. 3. Utilizar conscientemente os conhecimentos adquiridos sobre o sistema lingustico para uma melhor compreenso dos textos e para a reviso e aperfeioamento das suas produes. Programa de Portugus 10. 11. e 12., pg. 32

    Ensino Secundrio Funcionamento da Lngua

  • 1. Semntica

    Expresses nominais valores

    referenciais

    Contedo

  • Observe os seguintes conjuntos de frases e as expresses sublinhadas: 1. a) O pai do Andr levou os filhos ao Algarve. b) Os jogadores de futebol da Acadmica portaram-se bem. 2. a) H homens que nunca viram o mar. b) Ele foi visitar uns amigos. Em qual dos conjuntos as expresses sublinhadas designam indivduos perfeitamente identificados?

    Expresses nominais 1. Observao

  • Aprenda que as expresses nominais podem ser definidas ou indefinidas. 1. As expresses nominais definidas so as antecedidas de artigos definidos ou de demonstrativos e designam indivduos singulares ou plurais, identificados. Exemplos: a) Estes rapazes trabalharam arduamente. b) Aquele deputado prepara-se para falar. 2. As expresses nominais indefinidas ou no tm qualquer determinante ou so antecedidas de artigos indefinidos e designam indivduos singulares ou uma pluralidade de indivduos no identificados. Exemplos: a) Uma andorinha fez ninho no beiral da escola. b) Havia portugueses a bordo do navio que naufragou.

    Expresses nominais 2. Informao

  • Classifique as expresses nominais sublinhadas de definidas ou indefinidas.

    1. A equipa da Acadmica tambm tem o nome de Briosa. 2. Os estudantes do Porto juntaram-se aos de Coimbra. 3. Estes jovens so os melhores alunos da escola. 4. Assaltantes mascarados aterrorizam utentes do metro. 5. Os jovens protestam sempre. 6. Os portugueses no sabem perder. 7. Chegou uma carta para ti. 8. Um homem no se comporta assim. 9. Estou a ver pintassilgos no quintal. 10. Tenho sempre medo de ir ao mdico.

    Expresses nominais 3. Aplicao, exercitao

  • 1. As expresses nominais definidas podem ter valor especfico ou valor genrico.

    1.1. Tm valor especfico quando designam indivduos nicos, identificados. Esse valor conferido: a) pela especificidade da designao. Os jogadores de futebol da AAC vestem de negro. b) pelo valor semntico da expresso verbal utilizada. Aquele deputado prepara-se para falar. c) pelo tempo e modo verbal utilizado. Os rapazes trabalharam arduamente. d) pelas expresses adverbiais (este ano, ontem, aqui). Ontem os nossos atletas no treinaram.

    Expresses nominais 4. Nova informao

  • 1.2. As expresses definidas tm valor genrico quando no designam indivduos nicos, mas uma espcie ou um prottipo. Esse valor conferido pela possibilidade de substituio da designao, por exemplo, por a espcie humana, a espcie animal, todos os, o portugus tipo, etc.

    Exemplos: 1. O Homem est geneticamente preparado para a linguagem. 2. Os portugueses so romnticos. 3. O co o melhor amigo do Homem. 1.2.1. Determinados predicados e valores temporo-aspetuais contribuem para a formao desse valor genrico: a) por exemplo, o presente do indicativo faculta a interpretao genrica, enquanto o pretrito a bloqueia. b) certos advrbios como sempre ou habitualmente induzem a interpretao genrica, enquanto outros a bloqueiam (ex. ali).

    Expresses nominais 4. Nova informao

  • 2. As expresses nominais indefinidas podem ter valor especfico, no especfico ou genrico.

    2.1. Valor especfico afirma-se a existncia do referente, sendo possvel dar mais informaes sobre ele. Queria que conhecesses uns amigos meus.

    2.2. Valor no especfico no se afirma a existncia de um referente concreto. Gostava de conhecer um astronauta.

    2.3. Valor genrico quando designam prottipos ou conjuntos significativos de indivduos, quer no singular, quer no plural sem qualquer determinante. Um homem no chora. Para esta misso, querem-se homens valentes.

    Expresses nominais 4. Nova informao

  • 1. Classifique as expresses (definidas ou indefinidas). 2. Identifique os valores referenciais (especfico, no especfico ou genrico). a) Os jovens da nossa escola comearam a protestar. b) Os jovens protestam sempre. c) As mes preocupam-se com os filhos. d) Estas mes trazem sempre os filhos escola. e) Um homem no chora. f) Estou ali a ver um homem na rua. g) Estas cidades tm mais de um milho de habitantes. h) Reunimo-nos ontem com os donos da empresa. i) Queria conhecer um pintor francs. j) Um menino bem educado no se comporta assim. k) Os espanhis tm fama de conquistadores. l) As crianas tm medo de morcegos. m) Aqueles morcegos metiam medo. n) As vacinas so indispensveis. o) Estas vacinas tm uma eficcia de 99%.

    p) Todos merecem uma segunda oportunidade.

    Expresses nominais 5. Aplicao, exercitao

  • Ia Tobias caminhando com o Anjo S. Rafael, que o acompanhava, e descendo a lavar os ps do p do caminho nas margens de um rio, eis que o investe um grande peixe com a boca aberta em ao de que o queria tragar! Gritou Tobias assombrado; mas o Anjo lhe disse que pegasse no peixe pela barbatana e o arrastasse para terra; que o abrisse e lhe tirasse as entranhas e as guardasse, porque lhe haviam de servir muito. F-lo assim Tobias; e perguntando que virtude tinham as entranhas daquele peixe que lhe mandara guardar, respondeu o Anjo que o fel era bom para sarar a cegueira, e o corao para lanar fora os demnios. ()

    Expresses nominais 5. Aplicao, exercitao

    De sorte que o fel daquele peixe tirou a cegueira a Tobias, o velho, e lanou os demnios de casa a Tobias, o moo. Um peixe de to bom corao e to proveitoso fel, quem o no louvar muito? Certo que se a este peixe o vestiram de burel e o ataram com uma corda, parecia um retrato martimo de Santo Antnio.

    Leia a seguinte passagem do cap. III do Sermo de Santo Antnio, de Padre Antnio Vieira, classifique as expresses nominais sublinhadas e interprete a sua utilizao.

  • 2. Semntica

    O Tempo

    Contedo

  • O tempo uma categoria gramatical que localiza temporalmente o que expresso. A categoria tempo tem trs grandes valores passado, presente e futuro e pode ser expressa de diferentes formas, muitas vezes associadas.

    1. Atravs da flexo verbal Exemplo de localizao temporal (presente e passado) expressa atravs da morfologia verbal (desinncias): O inspetor est na escola. (presente expresso pelo presente do indicativo) O inspetor esteve na escola. (passado expresso pelo pretrito perfeito do indicativo) 2. Atravs de verbos auxiliares Exemplo de localizao temporal (passado e futuro) expressa atravs de verbo auxiliar: O inspetor acaba de chegar escola. (passado construdo por meio de auxiliar) O inspetor vai estar na escola. (futuro construdo por meio de um auxiliar)

    O Tempo 1. Observao e informao

    http://dt.dgidc.min-edu.pt/index.php?id=n147http://dt.dgidc.min-edu.pt/index.php?id=n228

  • 3. Atravs de grupos adverbiais Exemplo de localizao temporal (presente e futuro) expressa atravs de um grupo adverbial: O inspetor est na escola agora. (presente) O inspetor est na escola amanh tarde. (futuro)

    4. Atravs de grupos preposicionais Exemplo de localizao temporal (presente e futuro) expressa

    atravs de um grupo preposicional: O inspetor est na escola neste momento. (presente)

    O inspetor est na escola na prxima quinta-feira. (futuro)

    O Tempo 1. Observao e informao

    http://dt.dgidc.min-edu.pt/index.php?id=n282http://dt.dgidc.min-edu.pt/index.php?id=n282

  • 5. Atravs de oraes temporais Exemplo de localizao temporal expressa atravs de uma

    orao temporal: O Pedro entrou na escola quando o seu irmo Abel fez dois

    anos. O Pedro entrou na escola antes de fazer os seis anos. 6. Atravs da ordem relativa entre oraes coordenadas

    copulativas Exemplo de localizao temporal expressa atravs da ordenao

    de oraes: O Pedro entrou na escola e cumprimentou o professor. O Pedro cumprimentou o professor e entrou na escola.

    O Tempo 1. Observao e informao

    http://dt.dgidc.min-edu.pt/index.php?id=n282http://dt.dgidc.min-edu.pt/index.php?id=n282http://dt.dgidc.min-edu.pt/index.php?id=n282

  • 1. Em cada uma das frases que se seguem, indique o valor temporal da expresso assinalada (presente, passado ou futuro).

    A. Frases em que est presente a categoria tempo

    B. Valor temporal

    1. A Anabela foi comprar um computador.

    2. Amanh assinada a escritura.

    3. Ela saiu de casa e telefonoume.

    4. O avio aterrou em Lisboa.

    5. Quando ela acabou de falar, aplaudiram-na.

    6. Venham cedo. O conferencista chega s 9 horas.

    1.

    2.

    3.

    4.

    5.

    6.

    O Tempo 2. Aplicao, exercitao

  • A. Frases em que est presente a categoria tempo

    B. Localizao temporal realizada atravs de...

    1. A Anabela foi comprar um computador.

    2. Amanh assinada a escritura.

    3. Ela saiu de casa e telefonou para a escola.

    4. O avio aterrou em Lisboa.

    5. Quando ela acabou de falar, todos a aplaudiram.

    6. Venham cedo. O conferencista chega s 9 horas.

    a) flexo verbal b) verbo auxiliar c) grupo adverbial d) grupo preposicional e) orao subordinada

    temporal f) ordenao de oraes

    coordenadas copulativas

    2. Faa corresponder a cada elemento da coluna A o respetivo elemento da coluna B.

    O Tempo 2. Aplicao, exercitao

  • 3. Pragmtica e Lingustca Textual

    Atos Ilocutrios

    Contedo

  • Observe as seguintes passagens da cena II do Ato I de Frei Lus de Sousa, de Almeida Garrett.

    TELMO (chegando ao p de Madalena que o no sentiu entrar) A minha senhora est a ler ?... MADALENA (despertando) Ah! sois vs, Telmo... No, j no leio: h pouca luz de dia j; confundia-me a vista. () MADALENA (com as lgrimas nos olhos) s muito amigo dela, Telmo? TELMO Se sou! Um anjo como aquele uma viveza, um esprito! e ento que corao! MADALENA Filha da minha alma! () TELMO f de escudeiro honrado, senhora D, Madalena, a minha boca no se abre mais; e o meu esprito h de h de fechar-se tambm( parte) No possvel, mas eu hei de salvar o meu anjo do cu! (Alto, para Madalena) Est dito, minha senhora.

    Atos ilocutrios 1. Observao

  • Nestas falas, podemos verificar a existncia de:

    1. perguntas: A minha senhora est a ler ?... s muito amigo dela, Telmo?

    2. resposta, informao: No, j no leio: h pouca luz de dia j; confundia-me a vista.

    3. manifestao de sentimentos: s muito amigo dela, Telmo? Se sou! Um anjo como aquele uma viveza, um esprito! e ento que corao! Filha da minha alma!

    4. promessa: f de escudeiro honrado, senhora D, Madalena, a minha boca no se abre mais; e o meu esprito h de h de fechar-se tambm () Est dito, minha senhora.

    Atos ilocutrios 1. Observao

  • Um ato ilocutrio um ato lingustico que o falante realiza quando, em determinado contexto comunicativo, profere um enunciado, sob certas condies e com certas intenes. Ao proferir determinada frase, num contexto especfico, o falante executa, explcita ou implicitamente, atos como afirmar, avisar, ordenar, perguntar, pedir, prometer, contrapor, objetar, criticar... Estes verbos traduzem explicitamente atos de fala.

    Atos ilocutrios 2. Informao

  • Tipo Objeto ilocutrio Fora ilocutria Exemplos

    Assertivo O locutor enuncia uma proposio com cujo valor de verdade se compromete em maior ou menor grau.

    Afirmao, res-posta, descrio, colocao de uma hiptese

    Hoje tenho aula de Portugus.

    Diretivo Com este ato de fala, o locutor tem a inteno de levar o interlocutor a dizer ou a fazer alguma coisa.

    Ordem, aviso, pedido, splica, convite, requeri-mento, pergunta...

    Por favor, baixa o som do rdio.

    Que horas so?

    Compro-missivo

    Este ato d expresso a uma inteno do locutor, que se vincula realiza-o de uma ao futura.

    Promessa, jura-mento, ameaa, manifestao de uma inteno

    Entrego o trabalho amanh, sem falta.

    Tipologia dos Atos ilocutrios 2. Informao

  • Tipo Objeto ilocutrio Fora ilocutria Exemplos

    Expressivo O locutor pretende exprimir um estado psicolgico acerca da situao enunciada.

    Agradecimento, congratulaes,

    lamento, apresentao de desculpas, de psames...

    Muito obrigado!

    Que pena!

    Declarativo Ato de fala em que dizer fazer, criar a prpria realidade. A declarao altera o estado de coisas envolvente. Para tal, necessrio que quem pronuncia o enunciado tenha poder institucio-nal (Igreja, Estado, Tribunal, rbitro...).

    Frmulas de matrimnio, de batismo, condenaes, nomeaes, demisses...

    Declaro-vos marido e mulher!

    O ru cul-pado de

    Tipologia dos Atos ilocutrios 2. Informao

  • Identifique os atos ilocutrios presentes nas frases sublinhadas da seguinte passagem da obra Felizmente H Luar!, de Lus de Sttau Monteiro (Ato I). VICENTE Senhores! Senhores! Ontem noite entraram mais de dez pessoas em casa de...

    D. MIGUEL Cuidado!

    VICENTE (Atrapalhado. Olhando sua volta) Entraram mais de dez pessoas na casa que fui incumbido de vigiar...

    D. MIGUEL Conhece-lhes os nomes?

    VICENTE S de sete, senhor.

    D. MIGUEL (Para Vicente) Est bem. Continue. () PRINCIPAL SOUSA No me agrada a condenao dum inocente

    Atos ilocutrios 3. Aplicao

  • 4. Pragmtica e Lingustica Textual

    Texto: continuidade e progresso

    Contedo

  • Continuidade e progresso temtica Um texto inicia-se com uma informao fornecida como ponto de partida, que retomada (continuidade) e qual se interliga informao nova, de modo a haver progresso. A continuidade consiste, assim, na retoma da informao fornecida. Denomina-se progresso temtica a introduo de informao nova que ocorre constantemente no discurso e no texto, mediante as relaes institudas com a informao fornecida como ponto de partida. A informao nova passa a ser tambm retomada para, em ligao com ela, ir sempre surgindo nova informao, at concluso do texto.

    Texto: continuidade e progresso 1. Informao

  • Texto

    Era uma vez um rei, moo e valente, senhor de um reino abundante em cidades e searas, que partira a batalhar por terras distantes, deixando solitria e triste a sua rainha e um filhinho, que ainda vivia no seu bero, dentro das suas faixas. A Lua cheia que o vira marchar, levado no seu sonho de conquista e de fama, comeava a minguar, quando um dos seus cavaleiros apareceu, com as armas rotas, negro do sangue seco e do p dos caminhos, trazendo a amarga nova de uma batalha perdida e da morte do rei, trespassado por sete lanas entre a flor da sua nobreza, beira de um grande rio.

    1. Leia o texto que se segue, o incio do conto A Aia, de Ea de Queirs. 2. Interprete os sublinhados a cores diferentes.

    Texto: continuidade e progresso 2. Observao

  • A rainha chorou magnificamente o rei. Chorou ainda desoladamente o esposo, que era formoso e alegre. Mas, sobretudo, chora ansiosamente o pai, que assim deixava o filhinho desamparado, no meio de tantos inimigos da sua frgil vida e do reino que seria seu, sem um brao que o defendesse, forte pela fora e forte pelo amor. Desses inimigos o mais temeroso era seu tio, irmo bastardo do rei, homem depravado e bravio; consumido de cobias grosseiras, desejando s a realeza por causa dos seus tesoiros, e que havia anos vivia num castelo sobre os montes, com uma horda de rebeldes, maneira de um lobo que, de atalaia no seu fojo, espera a presa. Ai! a presa agora era aquela criancinha, rei de mama, senhor de tantas provncias, e que dormia no seu bero com seu guizo de oiro fechado na mo! Ao lado dele, outro menino dormia noutro bero. Mas este era um escravozinho, filho da bela e robusta escrava que amamentava o prncipe.

    Texto: continuidade e progresso 2. Observao

  • E Vilaa foi encontrar Afonso na livraria, com as janelas cerradas ao lindo sol de Inverno, cado numa poltrona, a face cavada sob os cabelos crescidos e brancos, as mos magras e ociosas sobre os joelhos. O procurador veio dizer para Lisboa que o velho no durava um ano. Mas esse ano passou, outros anos passaram. Por uma manh de Abril, nas vsperas de Pscoa, Vilaa chegava de novo a Santa Olvia. No o esperavam to cedo; e como era o primeiro dia bonito dessa Primavera chuvosa, os senhores andavam para a quinta. O mordomo, o Teixeira, que ia j embranquecendo, mostrou-se todo satisfeito de ver o senhor administrador, com quem s vezes se correspondia, e conduziu-o sala de jantar, onde a velha governanta, a Gertrudes, tomada de surpresa, deixou cair uma pilha de guardanapos, para lhe saltar ao pescoo. As trs portas envidraadas estavam abertas para o terrao, que se estendia ao sol, com a sua balaustrada de mrmore coberta de trepadeiras; e Vilaa mal pde reconhecer Afonso da Maia naquele velho de barba de neve, mas to robusto e corado, que vinha subindo a rua de romzeiras com o seu neto pela mo.

    Texto: continuidade e progresso 3. Aplicao

    Leia, agora, uma passagem dOs Maias, de Ea de Queirs.

  • As trs portas envidraadas estavam abertas para o terrao, que se estendia ao sol, com a sua balaustrada de mrmore coberta de trepadeiras; e Vilaa mal pde reconhecer Afonso da Maia naquele velho de barba de neve, mas to robusto e corado, que vinha subindo a rua de romzeiras com o seu neto pela mo. Carlos, ao avistar no terrao um desconhecido, de chapu alto, abafado num cache-nez de pelcia, correu a mir-lo, curioso e achou-se arrebatado nos braos do bom Vilaa (). 1. Transcreva as expresses do texto que so retomadas por meio das frases ou palavras sublinhadas. 2. Em relao a cada pargrafo, refira uma informao nova. 3. Da informao que configura progresso temtica, refira dois dos aspetos que considera mais significados para o desenvolvimento da ao.

    Texto: continuidade e progresso 3. Aplicao

  • FIM

    O ensino da gramtica: atividades para o 3. Ciclo e o

    Ensino Secundrio