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Publicação feita pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) - Brasília (Brasil)
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Ano III | nmero 7 | nov./dez. 2012
noSSo BrASILeSpecIAL
Jovemcoop: novo proGrAmA do SeScoop moBILIzA novAS GerAeS de cooperAdoS
em SAnTA cATArInA, Um mILHo de mULHereS demonSTrA A ForA FemInInA no cooperATIvISmo
Como o ensino dos princpios cooperativistas est mudando
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Queremos que esta dcada fique marcada como a das cooperativas cHArLeS GoULd, dIreTor-GerAL dA AcI:
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edITorIAL
Ano III | nmero 7 | nov./dez. 2012
As recorrentes crises financeiras, a m distribuio de renda e o estmulo ao consumo em excesso so exemplos de que o siste-ma capitalista que conduz o mercado financeiro no to eficaz quanto a doutrina cooperativista. Com a promulgao do Ano In-ternacional das Cooperativas, pela Organizao das Naes Unidas (ONU), prova que elas so uma resposta vivel a esse cenrio, por sua capacidade de beneficiar pessoas e gerar sustentabilidade.
A mensagem da ONU para o mundo clara: preciso promover esse modelo socioeconmico mais justo. E no h melhor forma de perpetuar essa filosofia, do que investir nos jovens. Nesta edi-o, especialmente dedicada educao, a Saber Cooperar apre-senta iniciativas que esto revolucionando a vida de estudantes e de suas comunidades, graas a propostas de ensino dedicadas aos princpios da cooperao.
Em Santa Catarina, visitamos a minicidade da Cooperativa Edu-cacional Magna, um projeto pedaggico relacionado cidadania e vida comunitria, que tem apresentado s crianas conceitos relacionados a processos polticos, econmicos e sociais. Tambm demonstramos os timos resultados do Cooperjovem, projeto do Servio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), que j promoveu a doutrina cooperativista e de ajuda mtua a mais de 60 mil alunos em 128 municpios de todo o Pas.
Em relao formao de futuros cooperados, uma matria especial fala sobre o JovemCoop, novo programa da Unidade Na-cional do Sescoop, que capacitar novas geraes no empreende-dorismo e, assim, as inserir no quadro social das cooperativas. Enquanto isso, a editoria Cooperando ressalta a Ao Cooperativa, iniciativa do sistema paranaense que rene aes culturais e so-ciais, como oficinas, palestras e jogos educativos.
Em Inovao, conhecemos no Rio de Janeiro o projeto que est capacitando 1,5 mil catadores de materiais reciclveis organizados em cooperativas, em um Curso de Formao de Multiplicadores em Cooperativismo. Uma iniciativa do Sescoop pensada para ade-quar esses trabalhadores Poltica Nacional de Resduos Slidos, alm de oferecer melhorias em suas condies de trabalho.
Como entrevistado especial, trazemos o diretor-geral da Alian-a Cooperativista Internacional (ACI), o norte-americano Charles Gould que, em visita recente ao Brasil, fez um balano geral do atual cenrio da doutrina no mundo. Ele garantiu que a instituio est empenhada em transformar esta dcada na das cooperativas, com o trabalho de promoo da doutrina junto imprensa. Com tantas aes e programas, a Organizao das Cooperativas Brasi-leiras (OCB) e o Sescoop seguem fazendo a sua parte no desenvol-vimento do cooperativismo brasileiro. A todos, uma boa leitura.
Disseminando a Doutrina
Participe da Revista Saber Cooperar
enviando sugestes, elogios, reclamaes
ou nos informando das suas realizaes como
cooperado. Nosso e-mail : revistadosescoop@
sescoop.coop.br
mrcIo LopeS de FreITAS Presidente do Sistema OCB
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CoNSelho NaCioNal
Mrcio Lopes de Freitas Presidente
Representantes do executivo
Ministrio da agricultura, Pecuria e abastecimentoErikson Camargo Chandoha Titular
Vera Lcia de Oliveira Suplente
Ministrio da FazendaJoo Pinto Rabelo Junior Titular
Lucas Vieira Matias Suplente
Ministrio da Previdncia SocialDnio Aparecido Ramos Titular
Alex Pereira Freitas Suplente
Ministrio do Planejamento, oramento e GestoJoo Batista Ferri de Oliveira Titular
Ministrio do Trabalho e empregoFbio Battistello Titular
Fabrcio Valle Dutra Suplente
RePReSeNTaNTeS da oCB
Regio Centro-oesteOnofre Cezrio de Souza Filho Titular
Remy Gorga Neto Suplente
Regio Norte e NordesteCergio Tecchio Titular
Manoel Valdemiro F. da Rocha Suplente
Regio SudesteRonaldo Ernesto Scucato Titular
Marcos Diaz Suplente
Regio SulVerglio Frederico Perius Titular
Marcos Antonio Zordan Suplente
Conselheiros Representantes dos empregados em Cooperativas
Geci Pungan TitularMaria Silvana Ramos Suplente
CoNSelho FiSCal
Representantes do executivo
Ministrio da agricultura, Pecuria e abastecimento
Antonio Carrijo Primo TitularHelcio Campos Botelho Suplente
Ministrio da FazendaMrcio Nahas Ribeiro Titular
Bruna Adair Miranda Suplente
Ministrio da Previdncia SocialFtima Aparecida Rampin Titular
Maria de Ftima C. da Cruz Suplente
Representantes da oCBMarcos A. Braga da Rocha Titular
Gilcimar Barros Pureza TitularJos Aparecido dos Santos Suplente
Norberto Tomasini Suplente
Conselheiros Representantes dos empregados em Cooperativas
Marcelino Henrique Queiroz Botelho TitularRobespierre Koury Ferreira Suplente
diretoria executiva Mrcio Lopes de Freitas Presidente
Lus Tadeu Prudente Santos Superintendente
Gerncia Geral de operaesRyan Carlo Rodrigues dos Santos
Gerncia Geral de desenvolvimento de Cooperativas
Maurcio Cordeiro Alves
Gerncia de ComunicaoGuara Flor
Conselho editorialAndrea Sayar Ferreira Nunes, Adriano Trentin Fassine,
Fernando Ripari, Juliana Gomes de Carvalho, Lus Tadeu Prudente Santos, Karla Tadeu Duarte de Oliveira,
Maurcio Cordeiro Alves, Maria Helena Varnier Manhes, Ryan Carlo Rodrigues dos Santos, Samuel
Zanello Millo Filho e Tnia Zanella
Jornalista ResponsvelDaniela Lemke DRT/DF - 5112
Projeto grfico, edio, redao, reviso, diagramao e arte-final
i-Comunicao Integrada
Fotografia Angela Ramos, Arquivo Pessoal Leonardo Moreira,
Assessoria de Imprensa Concred, Carolina Barcelos, Cludio Ventura, Cooperativa Integrada, iStockphoto,
Coprdia, Gisele James, Jos Filho, Nova Produtiva, Ricardo Pereira, Sescoop, Severina Cuoshinski, Sicredi,
Sistema Ocepar, Vilmar Kaiser, Uniodonto
ilustrao Diego Pizzini e Fernando Lopes
Tiragem 12.000 exemplares
impresso Grfica e Editora Brasil Ltda.
A Revista Saber Cooperar uma publicao do Sistema OCB, de responsabilidade do Sescoop, distribuda gratuitamente.
Endereo: SAUS (Setor de Autarquias Sul) Qd. 4, Bloco I CEP 70070-936, Braslia-DF, Brasil
Tel.: +55 (61) 3217-2119
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42 entrevista Charles Gould, diretor-geral da ACI faz um balano do Ano Internacional das Cooperativas e ressalta participao do Brasil no cooperativismo mundial
Cooperando No Paran, iniciativa Ao Cooperativa dissemina a cultura da cooperao entre crianas, adolescentes e adultos no estado
Capa No interior de Santa Catarina, exemplos de educao dos princpios e valores cooperativistas para crianas
artigo Superintendente da unidade Nacional do Sescoop, Lus Tadeu Prudente Santos, comenta sobre os 13 anos de conquistas do Sescoop
Boas Prticas (Confederao Nacional de Auditoria Cooperativa (CNAC) completa cinco anos de trajetria com grandes resultados e importantes conquistas
Voz do Cooperativismo Representantes de todo o Pas contam suas experincias dentro do movimento cooperativista
Nosso Brasil Mulheres catarinenses representam 32% dos mais de um milho de cooperados. L, elas ocupam cada vez mais conselhos e diretorias
Personagem Engenheiro e administrador de empresas, Guntolf Van Kaick, h mais de 40 anos, se dedica ao movimento cooperativista do Paran e do Brasil
inovao Projeto coordenado pelo Sescoop/RJ capacitar 1,5 mil catadores de materiais reciclveis do municpio que atuaro com coleta seletiva
Bem-estar Psiquiatra Leonardo Moreira ressalta os perigos do estresse e d dicas de como evitar essa e outras patologias psicolgicas do trabalho
Fique de olho/aconteceu Resumo de algumas atividades que aconteceram no segundo semestre de 2012, entre elas o Rio Grande Canta e as Convenes da Unimed e Uniodonto
Notas Dicas de livros, revistas, cartilhas sobre assuntos atualizados do cooperativismo brasileiro.
Governana Conselheiros da Unidade Nacional do Sescoop definem estratgias e aes para desenvolvimento do cooperativismo
especial JovemCoop Novo programa do Sescoop visa a promover a sustentabilidade das cooperativas por meio da insero de jovens na Organizao do Quadro Social
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A continuidade do cooperativismo est nas
futuras geraesdiretor-geral da aCi faz um balano do
ano internacional das Cooperativas e elogia o papel de destaque do Brasil no cenrio mundial
CHARLES GOULD
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Ampliar a abrangncia do Ano Internacional das Cooperativas, declarado em 2012 pela Organizao das Naes Unidas (ONU), para toda uma dcada dedicada
ao relanamento desse modelo socioeconmico uma das propostas do norte-americano Charles Gould, frente da Aliana Cooperativa Internacional (ACI). Advogado especializado em Direitos Humanos Internacionais, antes de assumir o cargo de diretor-geral em uma das principais associaes de promoo do cooperativismo no mundo, Gould, se destacou por sua atuao em instituies de assistncia social, como a Voluntrios da Amrica, em que por cinco anos atuou como diretor-executivo. Por esse trabalho, foi considerado um dos 15 lderes de Organizaes No Governamentais (ONGs) mais influentes dos Estados Unidos. H dois anos na ACI, Gould esteve em agosto no Brasil para participar do 9. Congresso Brasileiro do Cooperativismo de Crdito (Concred), realizado em Nova Petrpolis/RS. Em visita recente sede da Organizao das Cooperativas Brasileiras (OCB) em Braslia, concedeu esta entrevista exclusiva Revista Saber Cooperar, em que defende que a filosofia do trabalho cooperado a soluo para as crises do sistema financeiro, e que o futuro da doutrina est nas mos das novas geraes.
Saber Cooperar Como a aCi aproveitou o ano internacional para promover o cooperativismo? Charles Gould Trabalhamos duro para ter esse reconheci-mento por parte da ONU e de seus membros, e trabalharemos ainda mais para tirar o mximo proveito disso. Estamos par-ticularmente empenhados em uma campanha de promoo da marca cooperativa internacional. Entendemos que as pes-soas tm ideias diferentes sobre o cooperativismo, seja de acordo com a realidade dos pases em que vivem, seja em relao ao ramo que foram apresentadas. Dessa forma, que-remos deixar claro que esse um modelo socioeconmico importante, com uma proposta de governana diferente, que conta, inclusive, com algumas das maiores marcas do mundo, com reconhecido valor de mercado, que fazem a diferena em diversos pases.
SC Com essa perspectiva, o objetivo que tais aes no se restrinjam ao ano de 2012, correto?CG A diretoria da ACI olhou para essa ocasio e disse: se nos limitarmos ao Ano Internacional, subestimaremos es-sa oportunidade. Por isso, estamos construindo a base desse relanamento em 2012, para que o desenvolvimento seja progressivo. Queremos que essa campanha fique marcada como a dcada das cooperativas, encerrando-se em 2020. En-to, se tudo der certo, ao longo desse tempo, ratificaremos o sistema cooperativista como o mais sustentvel, apresentan-do empreendimentos de impacto e influncia. Se tudo correr bem, ser a opo de negcio preferida das pessoas, e, assim, a que mais crescer no mundo. Esta a nossa meta.
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cHArLeS GoULdfoi considerado um
dos 15 lderes de Organizaes
No Governamentais (ONGs) mais influentes
dos Estados Unidos
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SC outra forma de realizar essa divulgao tem acontecido no site (2012.coop), em que a aCi apresenta casos de sucesso de cooperativas de todas as partes do mundo. Um trabalho que a oCB tambm tem realizado em nvel nacional no endereo (www.ano2012.coop.br). Fale um pouco sobre essa estratgia. CG Quando contatamos a mdia, no queremos falar da ACI como instituio, mas sim mostrar grandes histrias do setor cooperativista. Esse o verdadeiro interesse da imprensa: conhecer pessoas que esto fazendo a diferena, criando em-pregos, promovendo melhorias na qualidade de vida e ajudando a economia a crescer nesse pero-do de recesso. Assim, estamos coletando histrias de pequenas e grandes cooperativas de todos os ra-mos. So casos incrveis que sero reunidos em um livro a ser publicado at o fim do ano. E no Brasil, es-se trabalho tem parceria com a OCB, que cedeu duas histrias de cooperativas brasileiras ao Livro Inter-nacional: a da Copersucar e a da Sicredi Pioneira.
SC outro trabalho importante desenvolvido pela aCi nessa rea o Monitoramento Global das Cooperativas, que publicado a cada dois anos, com o objetivo de destacar o perfil das cooperativas em seus setores e pases, demonstrando assim a sua importncia. Qual o impacto desse estudo?CG Existem muitas pessoas que acham que as cooperativas so empreendimentos menores, limita-dos a auxiliar pequenas comunidades. E o bom disso que conseguem desempenhar esse papel e, ainda, ganhar reconhecimento mundial. Por isso, publica-mos a Global 300, um monitoramento com as 300 maiores cooperativas do mundo, mostrando como contribuem para as economias locais e ajudam a de-senvolver seus pases. Mas o verdadeiro propsito do relatrio tambm apresent-las grande mdia. Para se ter uma ideia, de acordo com o relatrio de 2010, s as 300 maiores geraram 1,6 trilho de dla-res em receitas, o equivalente ao PIB do Canad. E vale lembrar que ainda existem milhares de coope-rativas alm dessas.
o mais importante em relao crise mundial que as cooperativas so um modelo econmico mais slido, porque no possuem tendncia a correr riscos
SC Com nmeros to expressivos, qual a real fora do cooperativismo no atual contexto econmico mundial? CG Elas j esto servindo de soluo para a crise econ-mica de diversas maneiras, e uma forma de atestar isso compreender sua verdadeira dimenso. Estamos mos-trando que somos capazes de causar impacto. O mais importante em relao crise mundial que as coopera-tivas so um modelo econmico mais slido, porque no possuem tendncia de correr riscos. Elas no esto ten-tando maximizar o retorno dos seus ganhos a qualquer custo, procurando, por exemplo, investimentos arris-cados. Na verdade o que elas fazem so investimentos responsveis em suas comunidades. Dessa forma, elas demonstram no ceder como as demais empresas durante as recesses. um sistema sustentvel.
SC o Brasil tem Jos Graziano como diretor-geral e Roberto Rodrigues como embaixador da organizao das Naes Unidas para agricultura e alimentao (Fao). em sua opinio, como o Pas se encontra no cenrio internacional do cooperativismo?CG Esse tem sido um ano em que a posio de liderana do Brasil e a perspectiva de assumir um papel ainda maior no futuro esto se destacando. O Pas tem sido manchete por todo o mundo: outros governos observam o que a presi-denta tem a dizer, como est a economia, ou seja, a situao brasileira causa grande interesse. E o papel das cooperati-vas aqui enorme. O fato de Jos Graziano conhecer muito bem o Ramo Agricultura fez com que trouxesse uma srie de demandas para a ONU. Inclusive a FAO assinou um me-morando de entendimento com a ACI que nos d maior acesso a eventos e reunies das Naes Unidas, dessa forma, podemos trabalhar juntos pela causa cooperativista. Outro exemplo foi durante a Rio+20, em que conseguimos incluir o cooperativismo no documento final da confern-cia. E pelo fato de ela ter acontecido no Rio de Janeiro, o Brasil liderou todo esse processo, o que fez a diferena para garantir que as cooperativas no fossem somente mencio-nadas, mas sim aparecessem trs vezes naquele relatrio: em relao reduo da pobreza; s prticas de agricultu-ra familiar; e criao de empregos, um dos tpicos mais importantes do atual cenrio mundial.
Fundada em 1889, em Londres, a Aliana Cooperativa Internacional uma associao independente que tem como funo bsica preservar e defender os princpios cooperativistas, servindo de frum e promovendo aes para o setor. Atualmente, com membros em 100 pases, representa um bilho de pessoas.
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SC o princpio da intercooperao tem apresentado grandes resultados no Brasil. a ideia do trabalho em conjunto entre cooperativas vital para o crescimento desse modelo socioeconmico? CG Desde que entrei para a ACI, uma das coisas que mais me impressionam como as cooperativas ajudam umas s outras, como isso faz parte de suas culturas. Um dos legados que esperamos deixar com o Ano Inter-nacional o Fundo Mundial de Desenvolvimento das Cooperativas, que j arrecadou mais de 15 milhes de dlares, com o objetivo de ajudar centenas dessas ins-tituies a crescer. Os recursos desse emprstimo so provenientes das integrantes da lista Global 300, sem outros interesses envolvidos. Acredito que esse seja um exemplo de intercooperao, algo que no se v em ou-tras formas de empreendimentos. At mesmo entre as Organizaes No Governamentais (ONGs) no existem colaboraes como essas.
SC Voc mencionou que 2012 deve ser visto apenas como o incio de uma nova poltica de divulgao desse movimento no mundo. No Brasil, muito se fala sobre a necessidade da educao cooperativista nas escolas e universidades. em sua opinio, como deve acontecer a formao das novas geraes para garantir o futuro do cooperativismo?CG Como j dissemos, o conhecimento pblico do cooperativismo no to amplo quanto deveria ser. Muitas pessoas ouvem falar das cooperativas, mas no entendem necessariamente o que elas so. Parte disso vem da falta de ensino da doutrina aos jovens, especial-mente em idade mais nova, e muitas organizaes tentam mudar isso, como o caso da OCB com o Cooperjovem. Identificamos em nosso projeto da dcada do coopera-tivismo a necessidade de criarmos cursos de formao tambm em faculdades de Administrao e Direito. Essa doutrina precisa ser apresentada aos profissionais que futuramente comearo um negcio, desde a base da educao. E estamos otimistas. Acredito que as novas geraes so to antenadas em mdia colaborativa e tra-balho em conjunto que, conceitualmente, elas j esto praticando a tica cooperativista e sendo expostas a ela mesmo sem saber. Vemos tantas pessoas que se sentem desconectadas, caso desse movimento de ocupao que se espalhou pelo mundo no qual muitos protestaram contra o padro econmico vigente e grandes corpora-es. Se essas coisas lhe incomodam, voc pode ocupar as ruas, mas tambm pode juntar-se a uma cooperativa, mu-dar a forma de criar e administrar um negcio. assim que o cooperativismo se desenvolver. A nossa mensa-gem para os jovens : vocs tm voz. Se no gostam da maneira como a economia mundial conduzida, jun-tem-se a uma cooperativa. Trabalhe cooperando, voc pode mudar a maneira que isso funciona. A continuida-de do cooperativismo est nas futuras geraes.
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cooperAndo
A cooperao uma filosofia e ao mesmo tempo uma doutri-na que pode ser explicada, vi-venciada e disseminada desde muito cedo. A frase no uma novidade para quem j trabalha com o tema e sa-be da importncia de propagar essa cul-tura. No entanto, quando se coloca em prtica tudo o que aprendido na teo-ria, os ganhos so ilimitados. Observar crianas fazendo blitzes para entregar cartas e desenhos, ressaltando a neces-sidade da ao cooperativa, ou testemu-nhar adultos se unindo para trabalhar em conjunto, no tem preo.
Foi com o esprito de promover e esti-mular o cooperativismo e a cidadania nas pessoas e, ainda, celebrar o Ano Interna-cional das Cooperativas, institudo pela Organizao das Naes Unidas (ONU), que nos meses de junho e julho deste ano, aconteceu a Ao Cooperativa em 55 municpios do Paran. A iniciativa con-junta dos programas Cooperjovem, do Servio Nacional de Aprendizagem do
Cooperativismo no Paran (Sescoop/PR) e A Unio Faz a Vida, do Sistema de Cooperativas de Crdito (Sicredi-PR), en-volveu 26 cooperativas e beneficiou 40,1 mil pessoas. Os eventos foram direciona-dos a estudantes, mas abrangeram, alm dos participantes diretos dos programas, toda a comunidade escolar.
Durante algumas semanas, o Sescoop e o Sicredi promoveram inmeras ati-vidades baseadas nos valores do coope-rativismo. A programao incluiu jogos cooperativos, aes sociais e ambientais, distribuio de Cartas da Cooperao, apresentaes culturais, oficinas e pa-lestras, visita a asilos, terapia do abrao e arrecadao de roupas, brinquedos, livros e alimentos, entre outros. Des-sas iniciativas, uma ao teve um forte poder de mobilizao: as Cartas da Cooperao, que consistiam em dese-nhos e mensagens produzidos por crian-as, destinadas populao.
A estudante Mariana Moraes Schulze, da escola Judith Roesler de Meira, do municpio de Turvo (PR), escreveu com muita originalidade sobre o tema.
dIverSo Em Astorga, no
norte do estado, a Nova Produtiva
promoveu uma grande festa
da cooperao com alunos
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Cooperjovem
IdeAIS compArTILHAdoSdeSde A InFncIA
Com um trabalho srio e eficaz, a Ao Cooperativa dissemina a cultura da cooperao entre crianas,
adolescentes e adultos no estado do Paran
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Saiba Mais AocooperATIvAem nmeroS
40.100 pessoas beneficiadas
26 cooperativas envolvidas
1.500 horas de aes
18.800 cartas/desenhos entregues
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Eu fao parte de um grupo que coopera, pois adotei esse ideal de parti-cipar. Cooperar unir foras para que o meu futuro e de outras tantas crian-as seja melhor. Trabalhar em coope-rao crescer como pessoa, como comunidade e como cidado.
Mais de 18 mil cartas e desenhos fo-ram distribudos pelo estado do Paran. A analista de Desenvolvimento Humano do Sescoop no estado, Vanessa Christ-foli de Castro, conta que essas entregas tinham, em um primeiro momento, o objetivo de reforar a disseminao da cultura de cooperao nas escolas, em relao a uma maior cultura em volta do assunto, mas tomou uma pro-poro maior.
As crianas decidiram para quem entregariam os desenhos, seja para o prefeito, seja para qualquer pessoa da comunidade. Agora, cerca de cem cartas foram selecionadas e sero entre-gues a autoridades em mbito nacio-nal, como a presidente Dilma Rousseff, ministros, secretrios estaduais e deputados da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), afirma Vanessa Christfoli de Castro.
HISTrIco
A Ao Cooperativa nasceu de um entendimento dos programas Cooperjovem e Unio Faz a Vida, desenvolvidos, respectivamente, pelo Servio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/PR) e Sistema de Cooperativas de Crdito Sicredi. Esses dois programas tm uma sinergia muito grande. Eles esto se expandindo em diferentes regies dos estados do Paran e de So Paulo. H dois anos difundem os valores de cooperao e cidadania nos ambientes escolares, informa Vanessa. Essa parceria vem desde o ano de 2010 quando os programas realizaram o evento Juntos e, assim, deram incio ao que seria mais tarde a Ao Cooperativa. Mas foi s em outubro de 2011, em Curitiba, no encontro interestadual PR/SP dos dois programas, que a ideia comeou a sair do papel. A partir daquele momento, com a participao dos presidentes da Ocepar e Sicredi, dos coordenadores dos programas, dos assessores de programas sociais, de secretrios de educao, coordenadores locais, educadores e assessorias pedaggicas do Sescoop e do Mato Grosso do Sul, foi formado um esboo da Ao Cooperativa. As pessoas que participaram do encontro pensaram em um trabalho que pudesse simbolizar essa unio. O mais legal que no foi uma imposio. Foi uma construo coletiva, conjunta. Os resultados foram surpreendentes, destaca Rejane Farias. A assessora de Programas Sociais da Central Sicredi-PR/SP conta ainda que a Ao Cooperativa dever ser realizada no prximo ano. Na avaliao que foi feita, todos os participantes ressaltaram que o Sicredi e o Sescoop devem continuar promovendo eventos desse tipo. As pessoas perceberam o quanto importante cooperar e trabalhar junto pela mesma causa.
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SoLIdArIedAdeOs estudantes venderam brigadeiros para ajudar o paratleta Jefferson da Silva Amaro a disputar uma vaga para os Jogos Parapan-americanos de Guadalajara, no Mxico
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Algumas correspondncias tambm foram publi-cadas na ltima edio da Revista Paran Cooperati-vo e encantaram o gerente administrativo e comercial de uma franquia do Correios da Cidade Industrial de Curitiba, Luiz Cludio Ciccarino. Todos os meses, e l se vo sete anos, ele cuida da logstica da distribuio da publicao. Tenho por hbito, sempre que envio uma revista a um cliente, ler o que estou distribuin-do. Quando li as cartas, fiquei surpreso.
Ciccarino relata que ficou admirado com um desenho que retratava o globo terrestre, em que apa-reciam pases da Amrica do Norte e do Sul com al-guns pedaos faltando. Ao lado do globo, existiam duas torres e bonecos que montavam o restante da circunferncia. Fiquei abismado com o que vi. Es-tava, de fato, vendo uma descrio perfeita do que cooperativismo, ou seja, a unio de foras para alcan-ar melhores resultados. Uma criana percebendo isso fantstico, sensacional, constata.
No foram somente as cartas que produziram re-sultados satisfatrios. Todas as aes, sua maneira, proporcionaram a divulgao da cultura coopera-tivista, mas os moradores do municpio de Rancho Alegre do Oeste as trataram de um modo especial. E mobilizados pela cooperativa Sicredi Vale do Piqui-ri, participaram do desafio de realizar, durante dez minutos, alguma ao em conjunto. Desafio dado, desafio cumprido.
Eles entenderam o significado de agir de forma cooperada e fomentaram vrias atividades. Alguns se uniram e plantaram rvores em uma regio des-matada, funcionrias de um salo de beleza fizeram escovas de cabelo coletiva, empregados de um supermercado arrumaram o estoque juntos e mem-bros de uma igreja lavaram a instituio religiosa.
Na avaliao de Rejane Farias Andrade, assessora de Programas Sociais da Central Sicredi-PR/SP, o munic-pio merece destaque pela dificuldade de movimentar o pblico adulto. Eu vi depoimentos de pessoas dizen-do que nunca tinham pensado no todo, na comunida-de, e que agora despertaram o gosto de trabalhar junto. Dessa forma, perceberam a importncia de dividir ta-refas e que, quando se faz uma atividade em conjun-to, se consegue fazer muito mais e melhor, afirma Rejane Farias.
No municpio de Londrina, alunos do 4.o ano de uma escola, movidos pela Cooperativa Integrada, reuniram-se e venderam brigadeiros para a compra de material esportivo em auxlio ao paratleta Jefer-son da Silva Amaro, que brilhou nos jogos Parapan- americanos de Guadalajara, no Mxico. O nadador perdeu o brao e a perna esquerda num acidente na linha de trem em 2003. Esse foi um lindo exemplo de cooperao. Isso significa que, reunidos, conseguimos fazer a diferena. A ideia principal era mostrar que a diferena est na unio de foras, afirma Vanessa Christfoli de Castro.
moTIvAo(Acima) A deficincia visual no impediu Daniel da Cruz de escrever a sua cartinha da cooperao.( esquerda) Crianas fazem visita a um asilo em Itambarac, cidade que compe a rea de atuao da Sicredi Paranapanema PR/SP
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Em frente Casa da Cincia, a prefeita Thais Ros-seto Silva, 9 anos, a vice-prefeita Kalinka Arboit, 10, e o presidente da Cmara de Vereadores, Samuel Ro-digheri, 9, ouviam orgulhosos o chefe geral da Em-brapa Sunos e Aves, Dirceu Talamini, dizer que ali estava nascendo um espao onde surgiro novos pensadores da cincia. Enquanto o presidente da Cmara de Vereadores de Concrdia, Leocir Zanela, destacava que o fato de crianas to novas estarem se preocupando com processos polticos e pensando na comunidade em que vivem fazia dali um lugar privi-legiado. Em seu discurso, Thais disse que a minicida-de estava crescendo e todos os concordienses estavam convidados a participar. Ela est aberta a vocs, afir-mou a prefeita antes de cortar a fita inaugural.
Criada h cinco anos, a minicidade cooperativista um projeto pedaggico que apresenta aos estudantes experincias relacionadas cidadania e vida co-munitria inspiradas em valores do cooperativismo. Ns no queremos necessariamente que eles saiam daqui instigados a montar cooperativas, explica a presidente, Elizeth Pelegrine. O que estamos tra-balhando o cooperativismo em sua essncia, isto , evitando a competitividade e despertando neles o princpio da cooperao e a ajuda mtua, completa.
Formada por uma Prefeitura e Cmara de Vereado-res prprias, uma unidade representativa da coope-rativa de crdito Sicoob Crediauc, um polo comercial inspirado na cooperativa de consumo Coprdia, alm de uma Casa Cultural, Livroteca, Centro de Conven-es e Secretaria de Meio Ambiente e Turismo, fun-cionalmente a minicidade administrada por seus ci-
dados, os 480 alunos da Educao Infantil e 1. a 4. sries do Ensino Fundamental, daquela unidade do Colgio CEM.
Inicialmente pensada como uma atividade extra-classe, a minicidade ganhou vida, graas ao compro-metimento dos estudantes. Hoje tem moeda prpria, resultante dos lucros da reciclagem de latas de alu-mnio e papis levados pelos minicidados, o que faz com que cada um deles tenha sua conta-corrente simblica na cooperativa de crdito, pagando impos-tos e fazendo compras na cooperativa de consumo, o que auxilia, por exemplo, o ensino da matemtica. Todo esse desenvolvimento exigiu um educador dedi-cado exclusivamente ao espao.
Os prefeitos e vereadores esto divididos em dois partidos polticos: Partido Cooperativista (PC) e Par-tido Cooperativista Magna (PCM), tm mandatos de dois anos, em eleies com direito a santinhos, com-cios e propaganda na rdio local. Eles decidem como os impostos devem ser investidos e viabilizam pro-postas que melhoram a vida dos cidados. Diferente dos processos eleitorais atribulados dos adultos, na minicidade as eleies tm o esprito da cooperao: O candidato com o maior nmero de votos se tor-na prefeito, mas o vice-prefeito o que ficou em se-gundo lugar. Dessa forma, os dois partidos trabalham unidos no mesmo mandato, conta a coordenadora da iniciativa, Ariane Rossi.
Esse modelo de educao tem chamado a ateno de outras instituies, cooperativas e, principalmen-te, da comunidade de Concrdia. Os pais dos alunos nunca se envolveram tanto na escola. A doutrina cooperativista era uma novidade at mesmo para eles. Agora, todos comentam os benefcios que essa atividade tem proporcionado aos filhos, comemora a coordenadora pedaggica do Colgio CEM, Sonia Turmena. Para ela, esse comprometimento do corpo docente e da sociedade a razo do sucesso. No adianta querer que nossos filhos vivam em um mun-do melhor se no nos modificarmos juntos. Sozinhos no fazemos nada e o cooperativismo aliado ao conhecimento est fazendo com que essas crianas pensem mais no social.
MANH DE 16 DE OUTUBRO REPRESENTOU UM DIA ESPECIAL PARA OS ALUNOS DA COOPERATIVA EDUCACIONAL MAGNA, O COLGIO CEM, EM CONCRDIA, SANTA CATARINA. A MINICIDADE COOPERATIVISTA, UM CONJUNTO DE SETE CASAS COM SISTEMA DE TRNSITO, PRAA CENTRAL, HORTA E AT MESMO PISO TTIL PARA DEFICIENTES VISUAIS NAS PEQUENAS CALADAS, ESTAVA EM FESTA. ESTUDANTES, PAIS, PROFESSORES, REPRESENTANTES DOS PODERES ExECUTIVO E LEGISLATIVO MUNICIPAIS, ENTRE OUTROS CONVIDADOS, ESTAVAM L PARA INAUGURAR, JUNTOS, A CASA DA CINCIA DA EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECURIA (EMBRAPA). O MAIS NOVO AMBIENTE DA MINICIDADE PERMITIR AOS CIDADOS MIRINS O ESTMULO PESQUISA AGROPECURIA.
Saber Cooperar 17
A me da prefeita mirim, a psicloga Maristela Rosseto comenta o quanto a filha mudou desde que comeou a se dedicar ao projeto. A Thais se desen-volveu mais como ser humano, est pensando mais no prximo. Sem falar que era tmida e a necessidade de falar em pblico a transformou, diz.
cooperJovemEntre os sete princpios que regem o cooperativis-
mo, a preocupao com a comunidade e particular-mente a educao dos jovens esto entre as premissas de diversos setores empenhados em prosperar esse modelo socioeconmico. Tendo a promoo desses ideais como seu principal objetivo, o Servio Nacio-nal de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) tem oferecido, por meio do programa Cooperjovem, desde 2001, um modelo de ensino diversificado que trabalha os ensinamentos da doutrina com crianas e jovens do ensino mdio e fundamental, incentivando a parceria entre cooperativas e escolas e capacitando professores. At o momento, mais de 60 mil alunos de instituies pblicas e particulares de todo o Pas foram beneficiados por meio das dinmicas, jogos educativos e publicaes.
A 120 quilmetros da minicidade do Colgio CEM, a Cooperativa Regional Agropecuria de Campos Novos (Copercampos) tem apoiado a implantao do Cooper-jovem em oito escolas da rede municipal de ensino.
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cIdAdAnIA(Acima) A presidente da Cooperativa Educacional Magna, Elizeth Pelegrine junto prefeita Thais Rosseto Silva, a vice-prefeita Kalinka Arboit e o presidente da Cmara de Vereadores da minicidade, Samuel Rodigheri.( esquerda) A Casa da Cincia da Embrapa, com uma minibiblioteca cientfica, bancada de laboratrio e microscpio
18 Saber Cooperar
Com 42 anos de atividades, a Coopercampos com mais de dois mil associados e funcion-rios uma das principais pro-dutoras de gros do estado, ge-rando renda para centenas de famlias. Como forma de re-tribuir comunidade, patroci-na diversos programas sociais. O Cooperjovem o carro-che-fe em uma parceria com a Se-cretaria Municipal de ensino desde 2011, atendendo mais de mil estudantes.
O diretor vice-presidente, Cludio Hartmann, afirma que a cooperativa entende que aes culturais, sociais, am-bientais e educacionais devem ser vistas como pilares na pro-moo da sustentabilidade do municpio. Estamos falando de um sistema econmico mais justo, onde todos ganham e que est provando ser o mais ade-quado para o futuro. Se qui-sermos mudar alguma coisa no Pas, ser por meio dessas crianas, por isso a importn-cia desse trabalho.
Em sua metodologia, o Cooperjovem valoriza, desde atitudes simples do cotidiano, como incentiva os alunos a irem escola com o uniforme completo e a ter bom comportamento, premiando-os com estrelinhas de mrito, como tambm promove a rea-lizao de tarefas de forma conjunta, alm de diver-sos jogos e brincadeiras onde o trabalho em equipe essencial. Mudamos nas crianas a ideia do indi-vidualismo, fazendo com que trabalhem em duplas e grupos. Dessa forma, eles criam novas noes de responsabilidade, porque se espelham nos colegas ao mesmo tempo em que no querem prejudic-los, explica Carla Matos, professora do 2. ano do en-sino fundamental da Escola Municipal Deputado Waldemar Rupp.
Segundo a educadora, o maior impacto tem sido observado em escolas localizadas em regies me-nos favorecidas da cidade, onde os jovens sofrem com a violncia e a falta de estrutura familiar. O que acontece que esses estudantes so carentes no apenas financeiramente, mas de valores cultu-rais. Nesses lugares, o Cooperjovem realizou uma verdadeira revoluo. Antes eles pensavam: se eu no tenho, tomo do outro; e o cooperativismo subjetivamente os faz pensar que todos ganham de forma igualitria e por isso o melhor caminho trabalhar junto.
Para a secretria de educao de Campos Novos, Suleide Maria Gehrke, os frutos do Cooperjovem su-peraram as expectativas. Ficamos encantados com
conHecImenToAlunos do Colgio CEM na Biblioteca
da minicidade
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337 o nmero de Escolas Participantes do Cooperjovem
2.744 o nmero de professores envolvidos no projeto
94 o nmero de cooperativas envolvidas
60.940 o nmero de alunos beneficiados com a cooperativa
128 o nmero total de municpios envolvidos
cooperJovem em nmeroS
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essa proposta de educao para a cidadania. Os pr-prios professores ganharam motivao extra por meio do programa, ao ver o quanto essa educao di-ferenciada devolveu o brilho aos olhos dos alunos. A cooperao foi de fato estimulada em diversas ver-tentes, comemora.
Este ano acontecem, ainda, o Prmio Professor Cooperjovem e a 6. edio do Prmio Nacional de Redao do Programa. A parceria entre o Sescoop e as unidades estaduais visa a valorizar o trabalho dos professores e estimular o pensamento crtico dos estudantes, sob o tema cooperativas constroem um mundo melhor.
Estamos falando de um sistema econmico mais justo, onde todos ganham, e que est provando ser o mais adequado para o futuro. Se quisermos mudar alguma coisa no Pas, ser por meio dessas crianas, por isso a importncia desse trabalhocLUdIo HArTmAnnDiretor vice-presidente da Coopercampos
LInHA do Tempo do cooperJovem
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XV Encontro dE coordEnadorEs de Capacitao e Promoo Social do Sescoop
Encontro nacional de
Multiplicadores e Professores
Cooperjovem Sescoop Nacional
A OCB firma contrato dE
licEnciamEnto das marcas da Turma da
Cooperao e Programa Cooperjovem
Lanamento de novos materiais
didticos do Programa Cooperjovem: iniciando a
coopErao.
Encontro de Coordenadores do
Programa Cooperjovem Encontro anual dos coordEnadorEs do Programa Cooperjovem
Programa Cooperjovem ganha plano de
qualificao, implantao E
acompanhamEnto do programa
sEmana nacional do Cooperjovem
OCB adquire dirEitos autorais da Turma da Cooperao e do Programa Cooperjovem
Nasce o programa coopErjoVEm
Lanamento da primeira edio da turma da
coopErao, para o Ramo Agropecurio
Fonte: OCB
20 Saber Cooperar
duais e municipais de educao tm se mostrado ca-da vez mais dispostas a colaborar. Vivenciamos uma crise de valores, sejam financeiros, de identidade e do modelo econmico social como um todo, e a cul-tura da cooperao vem somar. Se as crianas apren-derem sobre essa filosofia logo cedo, a transformao em longo prazo ser surpreendente.
Enquanto dezenas de propostas da educao para a cooperao surgem em todo o Brasil, essa filosofia de vida a favor de uma sociedade mais humana tem cati-vado no s estudantes, como tambm os educadores. Na opinio de Carla Matos, que no conhecia a fundo o cooperativismo antes do Cooperjovem, o que faz essa doutrina ser realmente especial que o conceito da cooperao promove a ao e no a passividade. Mui-tas pessoas tm a viso de que a palavra cooperar sig-nifica caridade. Mas esse no o caso. Cooperar quer dizer fazer juntos, ter atitude e conquistar de forma justa, destaca a professora do 2. ano.
Voltando minicidade, que tambm um modelo de educao em prol da cooperao, tem mostrado saldo positivo logo aps a inaugurao da Casa da Cincia da Embrapa, a revista Saber Cooperar con-seguiu reunir, em uma entrevista coletiva mirim, a prefeita, a vice e o presidente da Cmara de Verea-dores para saber deles o que significava a coopera-o. Entre consideraes tmidas ou apressadas, a vice-prefeita, que sonha em se tornar escritora quando crescer, resumiu do alto de seus dez anos o que aprendeu at ento sobre a doutrina: Sem o cooperativismo ns no teramos nada em nossa minicidade. E o lado bom dessa cooperao que podemos mostrar que o mundo no s de violncia, como algumas pessoas acham que . Tem, inclusive, o lado em que todo mundo se ajuda, o lado da amiza-de, disse antes de correr da cerimnia para a aula de portugus.
Muitas pessoas tm a viso de que a palavra cooperar
significa caridade. Mas esse no o caso. Cooperar
quer dizer fazer juntos, ter atitude e conquistar de
forma justacArLA mAToS
Professora do 2. ano do ensino fundamental da Escola Municipal Deputado Waldemar Rupp
FAzer JUnToS A gerente de Promoo Social da Unidade Na-
cional do Sescoop, Maria Eugnia Borba, diz que os excelentes resultados motivaram a instituio a tra-balhar no aprimoramento do Cooperjovem. Como ponto de partida desse projeto, est sendo realizada uma pesquisa de indicadores qualitativos indita. Queremos saber com detalhes o que ele tem signifi-cado para as famlias envolvidas. E em mdio prazo, ampliaremos a faixa etria de estudantes participan-tes, adianta Borba.
Depois desse processo, a ideia relanar o Cooper-jovem em uma ao nacional, ressaltando seu car-ter educacional diferenciado. O Cooperjovem tem potencial para ser muito maior que uma disciplina extracurricular, diz. Nesse cenrio, segundo a ge-rente, o Ministrio da Educao e as secretarias esta-
TrAnSFormAoEm Campos Novos, o
Cooperjovem aplicado em oito escolas da Rede Municipal
e atende 773 alunos
como pArTIcIpAr do cooperJovemCooperativas e escolas interessadas em conhecer o projeto devem entrar em contato com as unidades estaduais do Sescoop. informaes no site: www.brasilcooperativo.coop.br/site/cooperjovem
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Saber Cooperar 21
LUS TAdeU prUdenTe SAnToSAdministrador com habilitao em Comrcio Exterior e extenso em Direito e Gesto dos Servios Sociais Autnomos, , desde junho de 2006, superintendente da Unidade Nacional do Sescoop.
ArTIGo
Treze AnoS de conqUISTASo Sescoop atua decisivamente no crescimento e desenvolvimento do cooperativismo brasileiro, trazendo orientao e apoio necessrios para a gesto eficiente do setor
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22 Saber Cooperar22 Saber Cooperar
Cerca de 2,6 milhes de cooperados e empregados foram capacitados por meio de vrios programas, cursos e treinamentos, somando mais de 1,8 milho de pessoas beneficiadas com aes de promoo social em todo o Pas
Enquanto o Ano Internacional das Cooperati-vas, declarado pela Organizao das Naes Unidas, ratifica em nvel global a importn-cia desse modelo socioeconmico mais justo e que beneficia cada vez mais famlias e comunida-des em todo o mundo, o Servio Nacional de Apren-dizagem do Cooperativismo (Sescoop) comemora 13 anos promovendo a formao profissional, a promo-o social e o monitoramento das cooperativas em mbito nacional. Nesse perodo, cerca de 2,6 milhes de cooperados e empregados foram capacitados por meio de vrios programas, cursos e treinamentos, so-mando mais de 1,8 milho de pessoas beneficiadas com aes de promoo social em todo o Pas.
E assim, juntos, o Sescoop e o cooperativismo bra-sileiro crescem a passos largos. proporo que as cooperativas j respondem por 5,39% do Produto Interno Bruto (PIB), marcando presena em 1.407 municpios, o Sescoop dispe de representaes em todas as unidades da federao. O que lhe permite estar mais prximo aos cooperados e identificar as demandas de cada regio, estabelecendo e difundin-do metodologias adequadas formao profissional e promoo social. No Brasil, esse modelo de neg-cios que une eficincia econmica e eficcia social j mobiliza 33 milhes de cidados.
So muitos os desafios, em especial, os que dizem res-peito inovao tecnolgica, que permitir a criao de novos processos internos que daro mais velocidade e alinhamento s unidades do Sescoop e s cooperativas. Alm disso, entre as atividades, o Sescoop entende que preciso buscar projetos e iniciativas das prprias coope-rativas, espalhados pelo Brasil, que do bons resultados, e, assim, difundi-los numa espcie de intercooperao de boas ideias.
Com certeza, h um espao potencial para que o setor cooperativista amplie seu campo de atuao. O cresci-mento mais forte vir com o tempo, seguido por um ama-durecimento natural, que ser somado ao investimento no profissionalismo da gesto dos negcios e na evoluo dos mecanismos de governana. E sabemos que, para isso, o Sescoop um ator social determinante e, por isso, trabalhamos com muita transparncia. Primamos pela
Jos
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Saber Cooperar 23
ArTIGo
boa aplicao dos recursos e pelo bom relacionamento com os diversos rgos de controle.
Estamos em um momento mpar, em que o Brasil destaca-se no novo sculo como uma das naes mais promissoras no cenrio econmico e poltico, e com isso surge uma exi-gncia ainda maior de mo de obra especializada. E a que entra o pa-pel das entidades do Sistema S, e o Sescoop tem trabalhado para aten-der s necessidades especficas das cooperativas instaladas em cada can-to do Pas. Para acelerar essa trajet-ria, precisamos trabalhar com mais nfase na educao cooperativa, com o objetivo de disseminar os conceitos, a doutrina e os princpios do coope-rativismo a mais pessoas. Ao mesmo tempo, temos de investir na boa go-vernana, visando transparncia e segurana, alm de seguir bons modelos de gesto profissional. Nes-se contexto, preciso ter sempre em mente que a cooperativa , acima de tudo, um negcio e, portanto, deve ser gerida com profissionalismo e compe-tncia. Assim, com certeza, contribui-remos para esse processo evolutivo, na certeza de estarmos no caminho certo para potencializarmos o movi-mento, tornando-o mais competitivo e moderno.
conqUISTAS conSoLIdAdASCriado em 1998 para se tornar par-
te das instituies autnomas que compem o Sistema S, o Sescoop veio suprir as necessidades das cooperativas que careciam de um servio de aprendizagem prprio. Hoje, assiste esses empreendimentos em diversas frentes, como na ateno gesto, governana, responsabili-dade socioambiental, transparncia e propagao da cultura da coopera-o, contribuindo para que elas as-cendam em quantidade e qualidade.
Trabalho esse que, na prtica, re-alizado por programas educacionais diferenciados, caso do Cooperjovem, que insere a temtica do cooperati-vismo nas escolas de Ensino Funda-mental; e o Aprendiz Cooperativo, que oferece tambm aos jovens insero ao mercado de trabalho. Entre outros
Teremos para 2013 a inovao como bandeira para o desenvolvimento
de aes estratgicas de atendimento aos
cooperados, responsabilidade socioambiental e melhoria
de processos, maximizando os recursos disponveis
com planejamento de longo prazo. E para atender a essa
necessidade, o Sescoop contar com o Programa de
Desenvolvimento da Gesto das Cooperativas (PDGC)
a serem lanados para eliminar fronteiras, esto o de Educao a Distn-cia (EAD), que atender gestores, dirigentes, cooperados e empregados; e o de Educao do Crdito Cooperativo (Educred), para atender ainda mais s necessidades crescentes desse ramo no Pas.
Teremos para 2013 a inovao como bandeira para o desenvolvi-mento de aes estratgicas de atendimento aos cooperados, respon-sabilidade socioambiental e melhoria de processos, maximizando os recursos disponveis com planejamento de longo prazo. E para atender a essa necessidade, o Sescoop contar com o Programa de Desenvolvi-mento da Gesto das Cooperativas (PDGC). Nossa inteno auxiliar buscando o aprimoramento constante dos modelos de gesto dentro das nossas cooperativas e nos processos de produo, reduo de cus-tos e aumento da produtividade e competitividade das organizaes. Ao garantirmos a eficincia nesses processos, damos mais um passo em direo ao desenvolvimento com sustentabilidade. Assim, nossas cooperativas tero a oportunidade de demonstrar a cada dia como se constri um mundo melhor.
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INFORMAES DIVULGADAS TODOS OS ANOS PELO BANCO CENTRAL (BC) DEMONSTRAM A CRESCENTE ExPANSO DO COOPERATIVISMO DE CRDITO NO MERCADO BRASILEIRO, SEJA PELO AUMENTO DO NMERO DE ATIVOS, DE EMPRSTIMOS E DE PESSOAS ASSOCIADAS, SEJA PELO RELEVANTE PATRIMNIO LQUIDO ALCANADO POR ESSAS ORGANIZAES.
Confederao Nacional de Auditoria Cooperativa (CNAC) completa cinco anos fortalecendo o setor no Brasil
mAIS SeGUrAnA e credIBILIdAde pArA o rAmo crdITo
Entre os fatores que tm provocado esse crescimento, como j citado em edies anteriores desta Revista, esto o excelente desempenho frente s oscilaes do mercado financeiro e os benefcios oferecidos pelas cooperativas do ramo aos brasileiros. Porm, o que poucos sabem que boa parte desse progresso tambm se deve ao trabalho realizado pela Confederao Nacional de Auditoria Cooperativa (CNAC).
H cinco anos, essa instituio tem atuado junto ao cooperativismo de crdito, de forma a dar mais segurana aos associados, aumentando a credibilidade das informaes contbeis e, consequentemente, melhorando o nvel de transparncia na gesto das cooperativas brasileiras, estreitando o relacionamento entre cooperados, cooperativas, rgos reguladores e supervisores, empresas parceiras e a sociedade em geral.
26 Saber Cooperar
O resultado das auditorias realizadas pela CNAC alcanam tanto gestores e cooperados, quanto outros usurios externos, incluindo bancos, cooperativas cen-trais, fundos garantidores e o prprio Banco Central. Esses servios, segundo o diretor da instituio, Alexandre Euzbio Silva, so realizados de duas maneiras, para alcanar os objetivos da confederao: uma voltada para as demonstraes contbeis de junho a dezembro de cada ano, para prestao de contas das cooperativas junto ao seu quadro social, e outra para datas-bases especficas dos processos de incorporaes e fuses entre cooperativas, explica.
Dessa forma, a confederao auditou, de 2007 para c, 31% das cooperativas de crdito do Brasil, em 1.848 postos de atendimento, atingindo positivamente 62% do total de cooperados, algo em torno de 3,6 milhes de pessoas. Nessa meia dcada de experincia, ela emitiu, ainda, quase 2,2 mil relatrios de auditoria sobre as demonstraes contbeis das cooperativas singulares, perfazendo uma mdia de 438 relatrios por ano.
Esses nmeros revelam em volume, que os servi-os oferecidos pela CNAC alcanaram 63% das ope-raes de crdito e 42% dos ativos totais das 1.312 cooperativas do ramo, segundo a Organizao das Cooperativas Brasileiras (OCB) e o Banco Central (BC). Nmeros que nos qualificam ainda mais como entidade especializada e preparada para atender s demandas do cooperativismo de crdito, destaca Alexandre Euzbio.
Mas no foi s com esses resultados que a CNAC encerrou seus primeiros cinco anos de atividades. Segundo o presidente do Conselho Administrativo da confederao, Jos Luis Barreto Alves, outras importantes conquistas tambm foram alcanadas com apoio de suas filiadas e lideranas do coopera-tivismo. Entre elas, a diminuio dos percentuais de erros contbeis nos relatrios das cooperativas, a implantao de software de auditoria e mecanismos de controle de qualidade e o respeito e a satisfao das cooperativas em relao instituio, compro-vados por meio de pesquisa de satisfao, realizada pela prpria confederao.
Para o presidente da Organizao das Cooperativas Brasileiras (OCB), Mrcio Lopes de Freitas, a CNAC atingiu, ainda, outra vitria importante. A confe-derao conseguiu conquistar um lugar cativo na discusso de ideias e polticas a serem adotadas no setor, garantindo um selo de qualidade e credibilida-de junto ao Banco Central, ao mercado e aos associa-dos, disse.
Ainda de acordo com Mrcio Lopes, essa instituio tambm teve um papel relevante na implantao de boas prticas de gesto dentro do cooperativismo de crdito no Brasil, seja em relao profissionalizao do sistema, seja na uniformidade das demonstraes contbeis, garantindo ao associado entendimento e mais confiana para a gesto de sua cooperativa.
dAdoS 2011ToTAIS dAS
cooperATIvAScooperATIvAS
AUdITAdAS peLA cnAc%
Ativos Totais R$ 86,5 bilhes 42,7 49%
Operaes de Crdito R$ 37,8 bilhes 23,8 63%
Depsitos R$ 38,1 bilhes 25,7 67%
Patrimnio Lquido R$ 15,9 bilhes 7,7 48%
Cooperativas Singulares 1.312 unidades 403 31%
PACs 3.502 unidades 1848 53%
Cooperados 5,8 milhes 3,6 62%
Fonte: CNAC
A confederao conseguiu conquistar um lugar cativo na discusso de ideias e polticas a serem adotadas no setor,
garantindo um selo de qualidade e credibilidade junto ao Banco Central,
ao mercado e aos associados
mrcIo LopeS de FreITASPresidente da Organizao das Cooperativas Brasileiras OCB
ATUAo repreSenTATIvA dA cnAc no cooperATIvISmo de crdITo BrASILeIro
Saber Cooperar 27
uma mdia de 438 relatrios por ano
exempLo de GeSToParte das conquistas alcanadas por esta instituio
tambm so resultado da gesto estratgica utilizada pela confederao. As diretrizes e polticas da CNAC so realizadas de forma a trabalhar o objetivo social, com profissionalismo, segurana, qualidade e independncia.
Dessa maneira, tem adotado aes no sentido de capacitar continuamente o quadro de 66 profissionais distribudos nas cidades de So Paulo, Porto Alegre, Belo Horizonte, Curitiba, Salvador, Campo Grande e Cuiab utilizando as melhores prticas de auditoria, informati-zando os processos e procedimentos e implantando sis-temas de qualidade para obter eficincia e um feedback constante dos servios realizados. Alm disso, impor-tante destacar a manuteno dos trabalhos executados, a independncia e a neutralidade em seus julgamentos e concluses, destaca Alexandre Euzbio.
GovernAnA O Conselho de Administrao da CNAC formado por
um representante de cada confederao filiada (Sicredi, Sicoob e Unicred), tendo sua atuao e diretriz estrat-gica em longo prazo. Todos os conselheiros so eleitos em Assembleia Geral e o mandato de quatro anos, com rodzio na presidncia, no sendo permitida a continua-o por mais de um mandato seguido. Na direo, existe uma segregao estatutria entre as atividades dos con-selheiros e dos executivos responsveis pelos trabalhos, em que os conselhos no interferem de forma executiva, garantindo maior independncia tcnica aos programas de controle e qualidade realizados.
cooperATIvAS ASSocIAdASAtualmente, so filiadas CNAC 26 cooperativas cen-
trais e trs confederaes pertencentes aos sistemas Sicoob, Sicredi, Unicred e mais a central Federalcred, que juntas representam mais 700 cooperativas de crdito no Brasil. Nos prximos cinco anos, a ideia alcanar cerca de 700 cooperativas que esto indiretamente ligadas confederao.
A meta, segundo o presidente da instituio, auditar o maior nmero de cooperativas possvel. Quanto maior a quantidade de cooperativas participantes da CNAC, melhores sero as condies de trabalho e otimizao dos recursos utilizados, propiciando maior segurana e ainda mais transparncia, destaca Jos Luis Barreto.
Para Celso Ramos Rgis, diretor do Ramo Crdito na OCB, a CNAC no est sozinha nesse desafio. O Conselho Consultivo de Crdito da OCB (Ceco), tambm est traba-lhando, desde 2010, para o fortalecimento da atuao dessa instituio dentro do cooperativismo de crdito brasileiro e continuar nesse processo, destaca. Segundo o diretor, esto sendo avaliados e trabalhados pelo sistema, estudos sobre possibilidades de ampliao desse plano de ao, assim como, possveis conjugaes dos servios de audi-toria externa a entidades de controle do setor.
BoAS prTIcAS
das cooperativas de crdito do Brasil foram auditadas pela CNaC
do total de cooperados foi atingido positivamente por essas auditorias
Relatrios de auditoria sobre as demonstraes contbeis das cooperativas singulares
Em 50 anos dE ExpErinCia
aproximadamente 3,6 milhes de pessoas
31%
62%
os servios oferecidos pela cnac alcanaram 63% das operaes de crdito e 42% dos ativos totais das 1.312 cooperativas do ramo, segundo a organizao das cooperativas Brasileiras (ocB) e o Banco central (Bc).
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Fonte: CNaC
28 Saber Cooperar
S no cooperativismo ocorre uma cumplicidade entre os associados e o empreendimento em que trabalham, e o retorno dessas aes distribudo a todos de forma mais justa.
mArceLo cApeLArICooperado e engenheiro agrnomo da Cooperativa Regional Agropecuria de Campos Novos (Copercampos), Santa Catarina
Este um espao que d voz ao cooperativismo
brasileiro. Aqui, representantes de
cooperativas de unidades estaduais e de todo o Sistema
oCB podem expressar suas opinies e trocar experincias, alm de
enviar sugestes para a equipe da Revista Saber Cooperar.
Confira os comentrios desta edio:
voc nA revISTA
Mande tambm sua contribuio para a
Revista Saber Cooperar. envie um e-mail para
[email protected]. Voc faz
parte da nossa equipe!
voz do cooperATIvISmo
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Saber Cooperar 29
Sou f do movimento cooperativista, porque me proporcionou trabalho, aprendizado e
direcionamento para a vida. Por isso, na minha cooperativa, todo conhecimento que adquiro,
fao questo de repassar aos jovens, que, assim como eu, necessitam de oportunidades no
mercado de trabalho.
mArIA do nAScImenToBrigadista e diretora financeira da Cooperativa dos Bombeiros Civis
(Cobomceap), Amap
Eu levo o cooperativismo para a faculdade e para a vida. Acredito que o esprito de unio favorece as relaes e fortalece nossas aes. As pessoas no devem ser vistas como concorrentes, mas como parceiros que trabalham por um bem comum.
rAyAne BASToS Estudante de arquitetura e secretria na Cooperativa Mista e Agropecuria de Manacapuru (Comapem), Manaus (AM)
Eu acho que a presena do jovem no cooperativismo fundamental, porque hoje essa uma das nicas formas de economia em que podemos envolver toda a famlia.
JoSIAne mArIAnoParticipante do programa Jovens Lideranas, Esprito Santo
As cooperativas de crdito se configuram como
importantes instrumentos de desenvolvimento local e
regional, suprindo as demandas das populaes no inseridas
no sistema financeiro operado pelos grandes bancos.
rUI ScHneIder dA SILvAPresidente da Confederao
Brasileira de Cooperativas de Crdito (Confebras), Braslia (DF)
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30 Saber Cooperar
A presena das mulheres tem se tornado a marca do cooperativismo em Santa Catarina
eLASApoSTAm no
cooperATIvISmo
noSSo BrASIL
Saber Cooperar 31
No Brasil, elas so maioria. Segundo dados do ltimo Censo, divulgado em 2010 pelo Institu-to Brasileiro de Geografia e Estatstica (IBGE), as mulheres j representam 51% da popula-o nacional, ultrapassando em 3,9 milhes o nmero de homens. Hoje, por conta dessa representatividade e, ainda, pelos direitos alcanados ao longo dos anos, alm de liderarem as estatsticas, o sexo feminino tambm est frente de cargos pblicos, de empresas e organiza-es de diversos setores da economia, reiterando a cada dia o seu importante papel no desenvolvimento do Pas.
No cooperativismo, o cenrio no diferente. Elas tambm esto ganhando espao nesse seg-mento ao ocuparem presidncias, diretorias e conselhos administrativos. Alm disso, em locais como Santa Catarina existe um movimento muito forte para que as cooperadas tenham ainda mais oportunidades e voz dentro das cooperativas, parti-
cipando ativamente da gesto. Nesse estado, as mu-lheres j representam 32% dos mais de um milho de cooperados, totalizando 350 mil cooperadas.
Incentivando o crescimento do gnero no setor, com apoio do Servio Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop/SC), por intermdio da Organizao das Cooperativas do Estado de Santa Catarina (Ocesc), as cooperativas catarinenses reali-zam um trabalho de mobilizao e motivao com as associadas, promovendo uma maior insero dessas mulheres dentro das organizaes, principalmente nas tomadas de deciso. Por meio de lderes, elas so atualizadas a respeito de tudo o que acontece na instituio, das aes que so realizadas em prol dos associados e da sociedade em geral. So apresen-tadas, ainda, aos relatrios de gesto e ao balano financeiro das cooperativas. Nesse momento, h um espao para sugerirem melhorias para a cooperati-va, explica o presidente da Ocesc, Marcos Antnio Zordan. Alm disso, so oferecidos palestras
10. enconTroCooperadas da Coprdia durante a dcima edio do encontro de mulheres cooperativistas, realizado em Florianpolis/SC
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e treinamentos referentes s reas de atuao ou temas como sade e qualidade de vida.
Com base nesses Ncleos ou Comits Femininos, como so chamados as aes no estado, mulheres como Maria Dutkwicz, da Cooperativa de Produo e Consu-mo Concrdia (Coprdia), tm ganhado respeito entre os cooperados e conquistado espaos importantes den-tro dessas instituies. Maria, que comeou sua hist-ria no cooperativismo h 20 anos, ainda quando no era cooperada e ajudava o marido com as vendas de leite e sunos, hoje comemora seu cargo de conselheira administrativa da organizao, jamais ocupado por uma mulher. Segundo a cooperada, essa conquista resultado do trabalho que prestou e do conhecimen-to que adquiriu durante sua participao no Ncleo Feminino da Coprdia, onde teve cursos, palestras e trei-namentos, e realizou atividades de liderana com mais de 3,5 mil mulheres dos 92 grupos do ncleo. Nesses sete anos, aprendi muito sobre a doutrina cooperativis-ta e sobre a vida. L, percebi o que era bom para mim e para minha cooperativa. Com isso, me desenvolvi muito como pessoa e cooperada. S tenho a agradecer. O cooperativismo, realmente, proporciona muitas oportunidades de crescimento mulher, ressalta.
Exemplos como esses so fceis de encontrar em Santa Catarina. Mas, segundo o presidente da Ocesc, preciso mais. Hoje, a gente j percebe esses comi-ts em algumas instituies do estado. Mas a nossa proposta que todas as cooperativas realizem esse trabalho e ofeream oportunidades s mulheres. Ns continuaremos investindo para que esse quadro me-lhore na sociedade como um todo, ressalta Zordan.
SeScoop/ScCoordenadora de promoo Social,
Patrcia Gonalves de Souza (ao lado),
e o presidente do Sistema Ocesc,
Marcos Antnio Zordam (abaixo).
Ambos no 10. Encontro Estadual
de Mulheres Cooperativistas
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mULHereS no comAndoA Cooperativa de Produtores de Alimentos de Gover-
nador Celso Ramos (Cooalimar), desde 2003, quando foi fundada, elege mulheres para ocupar os cargos de pre-sidncia, vice-presidncia e secretaria-executiva. No por menos. Afinal, foram elas mesmas que, h nove anos, resolveram empreender e se dedicar fortemente ao desenvolvimento da regio, ao comercializar e agre-gar valor aos produtos oferecidos pelos pescadores como peixes, siris, camaro, ostras e mariscos.
No incio eram apenas cooperadas. Ao longo do tempo, com apoio da Ocesc e da prefeitura local, a cooperativa amadureceu e mudou a estrutura orga-nizacional. Como nosso objetivo tambm era ajudar as famlias da regio, passamos a englobar como cooperados os pescadores, que antes eram apenas fornecedores, explica a presidente da Cooperativa, Rosemary Calsolari Rodrigues.
Mas no foi fcil, ela lembra. A cooperativa s con-seguiu chegar onde est por conta do apoio da Ocesc e de alguns rgos do governo ministrios da Agricul-tura e Desenvolvimento Agrrio e, principalmente, pela determinao e confiana das cooperadas no negcio. Ningum acreditava na gente. Mas ns mos-tramos que somos capazes e que temos condies de mudar a situao local. Hoje, ns conseguimos colocar nosso produto no mercado. E todos reconhecem nosso trabalho por isso, ressalta a dirigente.
Atualmente, a Cooalimar produz cerca de duas toneladas ao ms de pratos congelados, que so co-mercializados em grandes estabelecimentos comer-ciais de Florianpolis e Governador Celso Ramos. A cooperativa possui uma parceria com a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que fornece me-renda para as Creches e Associao de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) do municpio.
enconTro rene cooperAdAS de Todo o eSTAdo
Devido a essa grande participao feminina no cooperativismo catarinense, h onze anos o Sescoop/SC com apoio da Ocesc, realiza o Encontro de Mulheres Cooperativistas do estado. No incio, em 2002, quando foi inaugurado, a ideia do evento era integrar e propor-cionar um momento de encontro e troca de experincias entre essas mulheres a respeito de matrias diversas voltadas ao cooperativismo e ao universo feminino. Cada ano havia um tema diferente. Uma comisso organizadora composta por coordenadoras de ncleos femininos das cooperativas , escolhia o que ia ser tratado, de acordo com a necessidade desse segmento. O Sescoop fazia a programao, ressalta a coordenado-ra do encontro, Patrcia Gonalves de Souza.
Em 2011, o foco do encontro comeou a mudar, prin-cipalmente depois do 1. Congresso Catarinense de Mu-lheres Cooperativistas, que levantou a discusso acerca de uma participao mais efetiva dessas mulheres
dentro das cooperativas do estado. De acordo com Pa-trcia, o congresso no s gerou debates importantes que serviram de inspirao para os prximos encon-tros, como impulsionou a construo de um programa institucional do Sescoop/SC que fortalecer, em 2013, as aes com o pblico feminino nas organizaes, oferecendo formao em cooperativismo e consultoria especializada nas etapas de organizao e implantao dos ncleos femininos. Trabalharemos com elas ques-tes mais focadas no negcio cooperativo e no protago-nismo feminino, incentivando-as e preparando-as para atuarem de forma mais comprometida e participativa no quadro social de suas cooperativas, exemplifica. Para Marcos Zordan, o programa tambm tem como objetivo dar mais fora aos comits femininos, para que tenham mais voz nas decises das cooperativas.
eLAS nA conSTrUo de Um mUndo meLHor
O 10. Encontro das Mulheres de 2012 foi realizado na cidade de Florianpolis e teve como tema principal o Ano Internacional das Cooperativas, decretado pela Organizao das Naes Unidas (ONU). Na ocasio, Sescoop e a Ocesc reforaram a importncia delas na construo de um mundo melhor e celebraram esta conquista to respeitvel para o cooperativismo. Dis-cutiram, tambm, assuntos relevantes como o papel contemporneo da mulher nas organizaes e na sociedade, o olhar feminino no sistema cooperativo, entre outros. Mais de 750 mulheres do estado repre-sentaram os mais diversos ramos em Santa Catarina.
Esse projeto social fundou-se em 1988, para atender ao anseio de esposas e filhas de associados de se aproximarem mais das atividades da cooperativa. Hoje, 24 anos depois, a ao movimenta mais de 3,5 mil mulheres por ano, em 92 ncleos, localizados em 17 municpios de Santa Catarina. Atualmente, oferece mais de 20 tipos de palestras (motivacionais e de sade) e dez opes de cursos de culinria, visando ao melhor aproveitamento do que produzido nas propriedades, evitando o desperdcio e melhorando a qualidade nutricional dos pratos oferecidos s famlias.
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Uma vida dedicada ao cooperativismo paranaense
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A histria do cooperativismo no Paran teve incio em 1920, quando Valentin Cuts, consi-derado o pioneiro da doutrina no estado, fundou a Sociedade Coopera-tivista de Consumo Svitlo, na regio de Carazinho, no municpio de Unio da Vitria. De l para c, o sistema se de-senvolveu e, hoje, responsvel por 240 cooperativas, 735 mil cooperados e 62,3 mil colaboradores, beneficiando cerca de 2,5 milhes de cidados.
Um dos personagens responsveis pela consolidao do cooperativismo parana-ense o engenheiro e administrador de empresas Guntolf Van Kaick, que h mais de 40 anos se dedica ao movimento, ten-do participado ativamente da reestrutu-rao do setor em todo o Pas. Em 1971, foi pea fundamental na constituio da Organizao das Cooperativas do Es-tado do Paran (Ocepar) e, em 1998, na fundao do Servio Nacional de Apren-dizagem do Cooperativismo (Sescoop). Eleito primeiro presidente da Ocepar, cargo exercido por mais trs mandatos, totalizando 11 anos na presidncia da or-ganizao e por mais dois mandatos na vice-presidncia da OCB.
Durante sua trajetria, que comeou ainda como estudante de Agronomia na Universidade Federal do Paran, Van Kaick trabalhou na estruturao do ser-vio de extenso da cidade de Chapec implantando o escritrio da Associao de Crdito e Assistncia Rural de Santa Catarina (Acaresc) nesse municpio. Es-tudou na Alemanha, e, de volta ao Brasil, atuou no interior de So Paulo a convite da Cooperativa Agrcola de Cotia na poca, uma das maiores do estado de So Paulo no Ramo Agrcola, conta o engenheiro. Segundo ele, foi com essa experincia que passou a conhecer mais o cooperativismo. A Cotia funcionava como uma verdadeira universidade. L, praticava-se a essncia da doutrina cooperativista com os associados e eu me apaixonei, lembra.
De So Paulo para Curitiba, assumiu o departamento agrcola da Cotia. Nessa poca, comeou sua atuao como pro-tagonista do cooperativismo no estado. Fui convidado a fazer parte de um con-selho estadual que havia sido constitudo
A instituio s chegou onde est porque fruto do
desejo coletivo, do esprito de solidariedade,
de querer ajudar o prximo,
desenvolvendo as pessoas para
que tenham uma condio de vida
melhor
Segundo Van Kaick, esses anteceden-tes foram decisivos para que, em 1971, fosse fundada a Ocepar. Hoje, 40 anos depois, celebra o sucesso da organi-zao e ressalta: a instituio s che-gou onde est porque fruto do desejo coletivo, do esprito de solidariedade, de querer ajudar o prximo, desenvolvendo as pessoas para que tenham uma con-dio de vida melhor, diz comovido Revista.
Quando questionado sobre as con-quistas do cooperativismo paranaen-se nessas quatro dcadas, Guntolf Van Kaick se diz muito gratificado pelo alto nvel que o segmento atingiu no estado. So mais de 200 cooperativas e 735 mil cooperados. Toda essa representativi-dade tem origem naquele esforo pre-liminar, em que as prprias lideranas do sistema assumiram total responsa-bilidade sobre o seu desenvolvimento, completa. Dentro desse processo, o per-sonagem tambm ressaltou a criao da Unidade Nacional do Sescoop. A fundao desse rgo foi decisiva. Nos ajudou bastante na disseminao dos princpios, que sempre foi nosso prin-cipal objetivo, contribuindo ainda mais para o amadurecimento do sistema cooperativista nacional, completa.
O entrevistado destacou, ainda, a iniciativa da Organizao das Naes Unidas (ONU) de instituir 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas. Para ele, uma homenagem justa ao seg-mento. Envolvemos hoje mais de um bilho de pessoas em todo o mundo, que desenvolvem a economia de forma solidria, contribuindo para reduzir as desigualdades sociais, permitindo cres-cimento global mtuo. Merecemos esse reconhecimento, finaliza.
Por toda uma vida dedicada a bene-ficiar a sociedade paranaense, Guntolf Van Kaick cidado benemrito do es-tado do Paran, concedido pela Assem-bleia Legislativa. Atualmente, consul-tor Independente da Ocepar e membro dos conselhos estaduais de Cincia e Tecnologia do Paran e de Recursos H-dricos e do Conselho de Consumidores da Copel. Tambm conselheiro nacio-nal de Proteo a Cultivares do M.A, no perodo de 2008 a 2011 foi conselheiro da Unidade Nacional Sescoop e vogal da Junta Comercial paranaense.
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em meados de 1960, para organizar e modernizar a agricultura e o segmento cooperativista do Pas, o que viabilizaria alguns objetivos que o Governo Federal tinha na poca, conta. De acordo com Van Kaick, participaram do conselho r-gos como a Secretaria da Agricultura e a Associao de Crditos de Assistncia Rural do estado do Paran, hoje Emater, os bancos do Brasil e o Regional de Desen-volvimento do Extremo Sul, entre outros.
Todos pactuaram uma ao conjunta, na qual as cooperativas do Paran se desenvolveriam sem concorrer entre si, estabelecendo, assim, uma colaborao mtua, explica.
Esse projeto chamado na poca de Iguau tambm previa que essas ins-tituies fossem constitudas dentro dos princpios e da filosofia cooperativista. O rgo de extenso do estado do Paran dava treinamento aos futuros associados, que eram educados para ter um entendi-mento correto sobre como funcionava a cooperativa, tanto no que diz respeito ao posicionamento do associado quanto organizao e o contrrio, conta.
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InovAo
Projeto coordenado pelo Sescoop/RJ capacitar, em trs anos, mais de mil catadores de resduos slidos da capital fluminense
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H 23 ANOS, O CARIOCA JOS ESTCIO TRABALHA COM RECICLAGEM DE RESDUOS SLIDOS NO RIO DE JANEIRO. NESSE PERODO, COLETOU PLSTICOS E OUTROS MATERIAIS NAS RUAS, PARTICIPOU DE MOVIMENTOS COMO O NACIONAL DOS CATADORES, FEZ VRIOS CURSOS PARA SE PROFISSIONALIZAR E, EM 1999, FUNDOU A COOPERATIVA DE COLETA SELETIVA DE MATERIAIS PLSTICOS E RESDUOS (RIOCOOP 2000), DA QUAL HOJE PRESIDENTE. EM SUA TRAJETRIA, JOS ESTCIO J VIVEU DE TUDO DENTRO DA CATEGORIA, COMO AFIRMA. PORM, NO SEGUNDO SEMESTRE DESTE ANO, ELE SE DEPAROU COM UMA ExPERINCIA NOVA: FOI CHAMADO PARA PARTICIPAR DE UM workshop REALIZADO PELO SERVIO NACIONAL DE APRENDIZAGEM DO COOPERATIVISMO DO RIO DE JANEIRO (SESCOOP/RJ), EM PARCERIA COM A PREFEITURA MUNICIPAL DA CIDADE, PARA UMA AO QUE AMBOS OS RGOS ESTAVAM FAZENDO EM PROL DOS CATADORES DE RECICLVEIS DA CIDADE FLUMINENSE.
Trata-se da primeira etapa do Projeto de Coleta Seletiva com Incluso Social e Produtiva dos Catadores de Materiais Reciclveis, que tem por objetivo capacitar 1,5 mil catadores organizados em cooperativas, alm de oferecer melhores equipamentos e um local adequado de trabalho. Vai ser uma coisa boa para o municpio. Vai gerar muitos frutos para nossa categoria. Teremos toda assessoria possvel. Vamos produzir para vencer, ressalta Jos Estcio sobre a novidade.
A iniciativa obedece a Poltica Nacional de Resduos Slidos (Lei n. 12.350, aprovada em agosto de 2010), que estabelece como metas para 2014 o fechamento dos lixes em todo o Brasil e, ainda, a incluso social dos catadores de materiais reutilizveis e reciclveis, que dependiam financeiramente desses trabalhos. A ideia, segundo o superintendente tcnico do Sescoop/RJ e coordenador do projeto, Jorge Barros, am-pliar a coleta seletiva, que ser distribuda espacialmente em seis centros de triagem. De acordo com engenheiro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES), Joo Paulo Picano, que tambm est apoiando a iniciativa, o intuito tambm aumentar a renda da categoria, que agora se organizar em rede para vender diretamente para indstrias, com ganho em escala.
Para isso, foram previstos R$ 50 milhes de reais, sendo R$ 22 milhes do Banco Nacional do Desenvolvimento So-cial (BNDES) e R$ 28 milhes da Prefeitura Municipal, para serem investidos em capacitao entre as cooperativas, na construo das seis centrais de triagem e, ainda, em 27 cami-nhes de coleta. Uma equipe multidisciplinar do Sescoop/RJ capacitar os 1,5 mil catadores, que atuaro na rea de reciclagem no Rio de Janeiro.
Essa capacitao ocorrer por meio do Curso de For-mao de Multiplicadores em Cooperativismo, que ter como foco a criao de Cooperativas de Resduos Slidos, a produtividade dentro das Centrais de Triagem e, ainda,
o aprendizado cooperativista. Nesse contexto, fazem parte da grade do curso disciplinas como: Gesto e Liderana Cooperativista, para apri-morar o funcionamento dos conselhos de ad-ministrao e fiscal das organizaes; Estudo de Viabilidade Econmica; Plano de Negcios Cooperativista; Contabilidade para no con-tadores; Segurana do Trabalho (EPIs); entre outras. Nossa meta levar os catadores a re-alizarem de forma organizada e ainda mais capacitada o trabalho que eles j faziam nos lixes ou nas prprias ruas da cidade, e ajudar na sustentabilidade dessas cooperativas de re-ciclagem, destaca o coordenador Jorge Barros.
Para Jorge Neves, diretor financeiro da Fe-derao das Cooperativas de Catadores de Ma-teriais Reciclveis (Febracom), essa formao ensinar os catadores a gerir seus negcios com sustentabilidade. Dessa maneira, o Sescoop nos orientar para que possamos ter mais au-tonomia para alcanar nossos objetivos. Isso muito importante para ns.
Ao todo, o curso oferecido ter uma carga hor-ria de 14 horas por oficina, com quatro encontros de 3,5 horas cada. As turmas tero, no mximo, 300 catadores, sendo 60 da central de Triagem do Centro, 60 de Bangu, 60 de Campo Grande, 40 de Iraj, 40 de Jacarepagu e 40 da Penha.
O catador Jnio da Silva Valdevino, que h dois anos trabalha com reciclagem de leo na regio de Ramos, no Rio de Janeiro, est ansioso para o incio do projeto. Eu e mais um grupo de amigos estamos comeando uma cooperativa de reciclagem, a CoopRamos. No vemos a hora de fazer o curso. Acho que assim teremos mais co-nhecimento para criar e gerir nosso negcio. As minhas expectativas so as melhores possveis com esse trabalho, ressalta.
Essa formao ensinar os catadores a gerir seus negcios com sustentabilidade. Dessa maneira, o Sescoop nos orientar para que possamos ter mais autonomia para alcanar nossos objetivos. Isso muito importante para ns
JorGe neveSDiretor financeiro da Federao das Cooperativas de Catadores de Materiais Reciclveis (Febracom)
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AS cenTrAIS de TrIAGem Todos os seis galpes tero o mesmo padro, de
acordo com um modelo desenvolvido pelo Ministrio das Cidades para essas instalaes. Ao todo, so 1,8 mil metros quadrados de rea edificada, com energia solar e captao de gua da chuva. A rea de triagem contar com 12 mesas de separao e trs espaos cobertos para armazenamento e espao de expedi-o, local onde o caminho receber o material j separado. Haver tambm um espao de processa-mento, no qual estaro fixas a prensa, a fragmenta-dora de papis, o enfardamento e uma rea adminis-trativa, com refeitrio, banheiros, vestirios, salas de treinamento e de primeiros-socorros.
Trs centrais comportaro at 200 catadores com uma produo diria de 20 toneladas, e as outras trs at 300 catadores, com produo de 30 toneladas/dia, ressalta Jorge Barros. Para ajudar na logstica, a Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) fomentar o projeto com equipamentos, como carri-nhos para carregar material slido, empilhadeiras, picotadora de papel, entre outros.
A primeira das seis centrais de triagem de mate-riais reciclveis, localizada em Iraj, comeou a ser construda. Essa unidade contar com at 200 catado-res dos seis bairros do entorno que operaro naquela unidade. Aps ser finalizado o galpo, o Sescoop selecionar os catadores que participaro do Curso de Formao de Multiplicadores em Cooperativismo.
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WorkshopEntrega de kits
para os inscritos na palestra
realizada pelo Sescoop/RJ
Catadores de materiais
reciclveis da cidade do Rio de Janeiro durante
palestra
Presidente do Sescoop/RJ
durante sua participao no workshop
com catadores de materiais
reciclveis
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eSTUdo de vIABILIdAdeO Projeto Catadores teve como primeiro produto o
workshop para Realizao do Pr-Diagnstico Socio-econmico dos Trabalhadores, realizado em novem-bro deste ano. Nesse primeiro encontro, o Sescoop/RJ apresentou o projeto aos interessados e junto com os catadores discutiu algumas propostas em relao implantao da Poltica Nacional de Resduos Sli-dos no Rio de Janeiro.
O estudo de viabilidade do projeto est em anda-mento com as diversas cooperativas e instituies. Segundo Jorge Barros, essa uma das etapas mais importantes. Com esse levantamento, conheceremos quem so, onde esto, como vivem e como traba-lham os catadores, para desenvolvermos da melhor forma essa ao e torn-la cada vez mais acessvel a essas pessoas, explica o superintendente tcnico do Sescoop/RJ.
Feito esse estudo da situao legal das organiza-es de catadores no municpio, haver uma apre-sentao para aprovar os indicadores da situao so-cioeconmica dos catadores. Depois de tudo pronto, o Sescoop/RJ apresentar os contedos programti-cos das capacitaes para aprovao da prefeitura e iniciar o curso. A ideia que as capacitaes come-cem ainda este ano.
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conSeLHo de cATAdoreSNo workshop realizado em novembro deste ano,
foi proposta a criao de um conselho (o que ainda no ocorreu) para representar os catadores no decorrer do projeto. A previso, segundo Jorge Barros, que trs instituies faam parte: a Federao das Cooperativas de Catadores de Materiais Reci-clveis (Febracom), a Cooperativa Central de Coleta Seletiva e Reciclagem de Materiais Reaproveitveis (Cata Rio) e o Movimento Nacional dos Catadores do municpio do Rio de Janeiro.
Segundo Jorge Neves, da Febracom, o Conselho de Representantes dos Catadores do municpio do Rio de Janeiro ser fundamental para acompanhar de perto as prximas etapas do projeto. Verificaremos o andamento das aes, se os galpes esto sendo construdos da forma adequada, para evitar erros na execuo e planejamento do projeto. Lus Santia-go, do Movimento Nacional dos Catadores, acredita que por meio desse conselho ser possvel conferir e garantir que as nossas reivindicaes esto sendo atendidas; que as promessas esto sendo colocadas em prtica, destaca.
JorGe BArroSCoordenador do Projeto, com equipe do Sescoop/RJ durante visita central de triagem em Irj
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SAde menTAL no TrABALHoComo os pequenos desgastes do dia a dia podem se transformar em doenas graves
Exames de sade peridicos e medidas relacionadas preveno de acidentes nos ambientes de trabalho so cada vez mais comuns em empresas conhecedo-ras da importncia da integridade fsica de seus colaboradores. Apesar dessa conscientizao, a ateno sade mental (males que envolvem o alcoolismo, depresso, sndrome do pnico e at mesmo doenas fsicas que tm origem no des-gaste emocional) ainda carece do mesmo nvel de precauo.
Um estudo encomendado pela Federao Mun-dial para Sade Mental, em que foram ouvidos 377 adultos diagnosticados com depresso e 756 clnicos gerais e psiquiatras do Brasil, Canad, Mxico, Alemanha e Frana, mostrou a dimenso desse problema. Nos resultados, 64% das pessoas deprimidas relataram ausentar-se do trabalho uma mdia de 19 dias perdidos por ano e 80% disseram ter a produtividade reduzida em cerca de 25%. Segundo a Organizao Mundial da Sa-de (OMS), estima-se que mais de 350 milhes de pessoas sofrem de depresso no mundo, o que re-presenta, em mdia, pelo menos 5% de quem vive
Bem-eSTAr
dr. LeonArdo moreIrATel.: (061) 3202-4417Cel.: (061) [email protected]
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em comunidade. Ainda de acordo com a OMS, at 2020 esse mal passar da 4. para a 2. colocao entre as principais causas de incapacidade para o trabalho em todo o planeta.
O psiquiatra Leonardo Moreira res-salta que a preveno o meio mais efi-caz de se evitar patologias psicolgicas graves ocasionadas pelo estresse e por relaes interpessoais difceis no traba-lho. O especialista afirma que os motivos que levam as pessoas a desenvolverem a doena em empreendimentos, empresas comuns ou rgos pblicos so basica-mente os mesmos.
Moreira defende que, essencialmente, todo trabalhador precisa ter definido um equilbrio entre suas expectativas pessoais e aquilo que pode realizar profissionalmente. Criando assim, um vnculo de recompensas e de cobranas corretamente ajustado, seja consigo mesmo, seja em relao sua chefia imediata. Normalmente, tudo comea com uma diminuio na capacidade de sentir prazer em realizar suas tarefas, ou na dificuldade em alcanar resulta-dos. Situao que se complica quando no existe um feedback positivo por par-te dos superiores, informa.
Com base nisso, inicia-se uma altera-o no padro biolgico de humor, per-da de sono, de apetite ou libido. Tudo isso antes de qualquer diagnstico mais srio, como depresso ou outro mal, salienta o psiquiatra. O que consequen-temente se reflete na interao no am-biente de trabalho e na produtividade, pois interfere nos nveis de concentra-o, memria, produo, enfim, tem-se um indivduo desmotivado.
Com o agravamento dessa situao, podem se manifestar alteraes fsicas, como dores de cabea, gastrite, labirin-tite, entre outras, que muitas vezes no so facilmente associadas ao fator psico-lgico. Essas so formas da insatisfao e do estresse cobrarem o preo do cor-po, diz o especialista. Ainda segundo ele, o pior que a maioria s trata isso em carter finalstico, ou seja, quando ocorrem as crises. O paciente pensa: mi-nha enxaqueca s ataca quatro vezes por ano, e eu j sei que remdios devo tomar. Assim, ele nunca busca tratar a raiz da enfermidade, para, quem sabe, conse-guir uma cura definitiva, completa.
Outra situao grave que pode ser de-sencadeada por esse tipo de mal-estar no trabalho envolve o abuso de subs-tncias lcitas, ou no, para enfrentar eventos importantes ou cumprir prazos: o uso das anfetaminas, muito utilizadas por motoristas de caminho na forma dos populares rebites, remdios de prescrio controlada, drogas e at mes-mo no consumo excessivo de cafena. Muita gente diz que toma calmante s para enfrentar uma reunio sria, mas quando esses compromissos se tornam cada vez mais frequentes, aquele peque-
LeonArdo moreIrAPsiquiatra
preciso deixar claro aos trabalhadores o
que , como identificar os transtornos mentais e como procurar ajuda so atitudes essenciais
para garantir o bem-estar da equipe
no hbito vira uma dependncia, res-salta o psiquiatra.
Enquanto tais transtornos no so de-vidamente tratados, a tendncia que o quadro se agrave. Antes de ter um diagnstico srio de depresso, pode surgir a sndrome de burnout, sensao de esgotamento fsico e emocional que se reflete em atitudes negativas, como ausn-cias no trabalho, agressividade, isolamen