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A Água Pura Aspergida e o Coração Novo Dado Título original: The Clean Water Sprinkled and the New Heart Given Por J. C. Philpot (1802-1869) Traduzido, Adaptado e Editado por Silvio Dutra Fev/2017

A Água Pura Aspergida e o Coração Novo Dado · vos darei um coração ... bebessem da água que brotava da ... deixa-me, para que a minha ira se acenda contra eles, e eu os consuma;

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A Água Pura Aspergida e o

Coração Novo Dado

Título original: The Clean Water Sprinkled and

the New Heart Given

Por J. C. Philpot (1802-1869)

Traduzido, Adaptado e

Editado por Silvio Dutra

Fev/2017

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P571

Philpot, J. C. – 1828 -1901 A água pura aspergida e o coração novo dado / J. C. Philpot / Tradução , adaptação e edição por Silvio Dutra – Rio de Janeiro, 2017. 50p.; 14,8 x 21cm Título original: The Clean Water Sprinkled and the New Heart Given

1. Teologia. 2. Vida Cristã 2. Graça 3. Fé. 4. Alves, Silvio Dutra I. Título CDD 230

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"Então aspergirei água pura sobre vós, e ficareis

purificados; de todas as vossas imundícias, e de

todos os vossos ídolos, vos purificarei. Também

vos darei um coração novo, e porei dentro de

vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o

coração de pedra, e vos darei um coração de

carne." (Ezequiel 36: 25,26)

Existem dois pecados profundamente

enraizados no coração humano. Um deles é a

incredulidade; o outro é a idolatria. Trata-se, na

verdade, de ramos gêmeos daquele grande

tronco, aquele enorme tronco da depravação

humana, que, tendo suas raízes profunda e

firmemente enraizadas no solo, lança ao alto

seus braços gigantescos, como se desafiasse os

próprios relâmpagos do céu. A história dos

filhos de Israel contém exemplos muito

marcantes de ambos os pecados.

Veja, primeiro, sua incredulidade. Embora

tivessem testemunhado pessoalmente todas as

pragas no Egito, e tivessem experimentado uma

dispensação milagrosa de cada um deles;

embora tivessem atravessado as ondas do Mar

Vermelho, quando as águas lhes eram um muro

à direita e à esquerda; embora comessem

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diariamente do maná que caiu do céu e

bebessem da água que brotava da rocha;

embora sempre houvesse diante dos seus olhos

o espetáculo da coluna de fogo e da nuvem,

denotando a imediata presença de Deus no

meio deles; mas nenhum destes sinais

poderosos poderia curá-los de seu pecado

inveterado, a incredulidade. De modo que,

finalmente, Deus jurou em sua ira, que eles não

iriam entrar em seu descanso. Os seus

cadáveres caíram no deserto; e eles não

puderam entrar por causa da incredulidade.

Mas, sua idolatria era quase, se não totalmente

tão grande quanto sua incredulidade. Embora

do topo ardente do Sinai, Deus tivesse revelado

sua lei com trovões, relâmpagos e terremotos;

embora tivesse falado do céu: "Não farás para ti

imagem esculpida, nem semelhança alguma do

que há no céu, nem debaixo da terra, nem nas

águas debaixo da terra". Ainda assim, quando

Moisés ficou algum tempo na montanha em

solene comunhão com Deus, eles fizeram para

si um bezerro de ouro, e clamaram com toda a

ignorância brutal da infidelidade e da idolatria:

"Estes são os teus deuses, ó Israel, que te

tiraram do Egito." O que! Um bezerro para ser a

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representação do grande Deus que tinha feito

tais maravilhas poderosas! Que ignorância

brutal eles terem se afastado tão rapidamente

da adoração do Deus vivo - e como o salmista

fala, "mudaram sua glória" (isto é, de seu Deus

glorioso) "à semelhança de um boi que come

erva". (Salmo 106: 20). Podemos nos admirar de

que Deus foi tão provocado por esta abominável

idolatria, que disse a Moisés: "Tenho observado

este povo, e eis que é povo de dura cerviz.

Agora, pois, deixa-me, para que a minha ira se

acenda contra eles, e eu os consuma; e eu farei

de ti uma grande nação.” (Êx 32: 9, 10).

Mas, este era apenas um exemplo de sua

teimosa e profundamente enraizada idolatria.

Quando eles adquiriram a terra prometida em

possessão, e que "não por sua própria espada,

nem por seu próprio braço, mas pela mão

direita e braço da luz do semblante de Deus,

porque ele tinha sido favorável a eles". Mesmo

assim, em vez de destruírem os altares,

derrubarem as imagens e cortarem os bosques

(ou, como deveria ser dito, "as imagens de

madeira") das nações pagãs como eram

expressamente ordenadas como falsos deuses,

"eles o provocaram à ira com os seus altos, e o

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incitaram a zelos com as suas imagens

esculpidas." (Salmo 78:58). De fato, o que é toda

a sua história até o tempo do cativeiro

babilônico, senão uma série contínua de

adoração idólatra, sempre que eles tiveram a

menor oportunidade de satisfazer essa

propensão de suas mentes corrompidas?

Vemos, portanto, destes exemplos dos filhos de

Israel, que são apresentados diante de nós nas

Escrituras como exemplos de advertência "com

a intenção de que não devemos cobiçar as

coisas más como também cobiçaram, nem ser

idólatras, como alguns deles o foram. "Quão

profundamente assentados estão os dois

pecados da incredulidade e da idolatria.

Semelhantemente, onde quer que um

missionário tenha penetrado, em qualquer

canto remoto e escuro da terra, lá ele encontrou

o culto idolátrico como a única forma de religião

conhecida e praticada. Na Grécia, em Roma, nos

dias mais difíceis, a idolatria era a única religião

do povo. Por mais que Atenas estivesse

aprendendo, cultivada como todas as ciências e

todas as artes, lemos sobre aquela cidade

distinta que, enquanto Paulo esperava por Silas

e Timóteo, "seu espírito se agitou nele quando

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viu a cidade inteiramente entregue à idolatria".

Havia realmente um altar "Ao Deus

desconhecido"; mas foi porque o verdadeiro

Deus era um Deus desconhecido e puseram um

ídolo em seu lugar.

Mas, erraríamos muito se pensássemos que a

idolatria estava confinada a imagens esculpidas.

Estes são apenas os sinais exteriores de algo

interior muito mais profundo do que a criação e

inclinação para baixo para tais ídolos feitos por

mãos humanas. Há ídolos do coração, e embora

não sejam feitos de madeira e pedra, contudo,

se lhes pagarmos o culto secreto de devoção e

afeto, como o profeta fala, debaixo de toda

árvore verde que cresce em nosso seio, eles são

tanto ídolos à vista de Deus que procura o

coração, como se inclinássemos o joelho diante

de uma imagem feita com os dedos dos

homens.

Contudo, terei ocasião de falar mais sobre este

ponto, quando lhes abrir o assunto deste

discurso, não vou agora me debruçar sobre ele.

Deixe-me, então, simplesmente ler o nosso

texto novamente, para que possam mais

distintamente se lembrarem dele; e que o

Senhor me habilite para colocar diante de vocês

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os seus ricos conteúdos, como será, com a sua

bênção especial, instrutivo, edificante e

reconfortante para as suas almas: "Então

aspergirei água pura sobre vós, e ficareis

purificados; de todas as vossas imundícias, e de

todos os vossos ídolos, vos purificarei. Também

vos darei um coração novo, e porei dentro de

vós um espírito novo; e tirarei da vossa carne o

coração de pedra, e vos darei um coração de

carne." (Ezequiel 36: 25,26)

Ao abrir estas palavras, desejo apresentar-lhes

três pontos principais, que penso que se

encontrarão intimamente ligados ao nosso

texto.

Em primeiro lugar, procurarei mostrar-lhe o que

é a "água limpa" que encontramos prometida

nele.

Em segundo lugar, como esta "água limpa" é

aspergida, e seus efeitos - "De todas as vossas

imundícias e de todos os vossos ídolos, eu vos

purificarei".

Em terceiro lugar, as suas realizações: "Também

vos darei um coração novo, e porei um espírito

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novo dentro de vós, e tirarei o coração de pedra

da vossa carne, e vos darei um coração de

carne".

I. O que é a "água limpa". A água, através da

Escritura, é empregada como uma típica

representação do Espírito Santo. Assim, o

Senhor disse: "Se alguém tem sede, venha a mim

e beba, quem crê em mim, como diz a Escritura,

do seu ventre (ou coração) fluirão rios de água

viva." (João 7: 37-39). Um testemunho similar

encontramos na linguagem do profeta: "Porque

derramarei água sobre o sedento, e correntes

sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito

sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre

a tua descendência." (Isaías 44: 3).

Foi deste dom do Espírito Santo, simbolizado

pela água, que o Senhor falou em sua conversa

com a mulher de Samaria, onde, contrastando a

água do poço de Jacó com a água viva que ele

tinha para dar, ele disse a ela, "Replicou-lhe

Jesus: Todo o que beber desta água tornará a

ter sede; mas aquele que beber da água que eu

lhe der nunca terá sede; pelo contrário, a água

que eu lhe der se fará nele uma fonte de água

que jorre para a vida eterna." (João 4:13, 14). E

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é neste sentido que eu compreendo as palavras

do Senhor que deram origem a tanto erro e

tanta controvérsia: "Se um homem não nascer

da água e do Espírito, não pode entrar no reino

de Deus." Pela água aqui eu não entendo o

elemento material água como a aplicada no

batismo, seja por imersão ou aspersão, mas

água em seu significado espiritual como

significando os dons e graças do Espírito Santo.

Assim, ser "nascido da água e do Espírito" é

nascer do Espírito e de suas graciosas

comunicações e influências que são derramadas

ou aplicadas à alma como a água ao corpo.

A. Mas, agora surge a pergunta: Por que as

Escrituras geralmente falam dos dons e das

graças do Espírito Santo sob a figura da água?

Parece-me que há três circunstâncias distintas

relacionadas com a água que adequadamente a

qualificam para ser representante do Espírito

Santo.

1. A água SACIA A SEDE. Os fisiologistas nos

dizem que a água entra muito em cada parte

líquida e sólida de nosso corpo; como, portanto,

há uma contínua evaporação deste fluido,

temos necessidade de renovados

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fornecimentos; e assim a sede é a exigência do

corpo por aquela provisão necessária. Da

mesma forma, a água da vida, que só o Espírito

Santo pode dar, satisfaz os anseios daquela

sede espiritual que é criada sempre e onde quer

que Deus tenha prazer em comunicar a vida

divina à alma. Não preciso dizer que esta sede

de Deus e por aquilo que somente ele pode dar

é uma marca segura de ser vivificado na vida

espiritual. Você se lembrará na passagem que

acabei de citar como o próprio Senhor disse: "Se

alguém tem sede, venha a mim e beba".

Também não pronunciou uma bênção sobre

aqueles que têm fome e sede de justiça? (Mt 5:

6). E essa bênção não é a bênção da vida para

sempre? Como ouvimos o salmista clamar: "A

minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo".

Como ele se compara em seus anseios por Deus

com o cervo que suspira pelos riachos de água.

(Salmo 42: 1, 2). Como ele clama: "Ó Deus, tu és

o meu Deus; ansiosamente te busco. A minha

alma tem sede de ti; a minha carne te deseja

muito em uma terra seca e cansada, onde não

há água. Assim no santuário te contemplo, para

ver o teu poder e a tua glória." (Salmo 63: 1, 2).

E novamente: "A ti estendo as minhas mãos; a

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minha alma, qual terra sedenta, tem sede de ti."

(Salmo 143: 6). Como é expressivo também o

convite do profeta: "Ó vós, todos os que tendes

sede, vinde às águas, e os que não tendes

dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde e

comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e

leite." (Isaías 55: 1). Essa nuvem de testemunhas

não mostra que, onde há graça, há sede de

Deus, do Deus vivo?

Agora, o que pode saciar ou satisfazer esta

sede, senão aquela água que o Espírito Santo

traz e dá, implicando, assim, toda aquela força,

apoio, libertação e consolação que ele oferece

pelas suas graciosas visitas e comunicações

divinas e especialmente revelando Cristo, e as

coisas que são suas, como seu sangue e justiça,

graça e glória, e mostrando-as à alma, e

derramando o amor de Deus no coração?

2. Mas ainda, a água, especialmente como vinda

do céu em forma de orvalho e chuva, tem um

efeito fertilizante sobre o solo. "Derramarei

água sobre o sedento, e inundarei a terra seca".

E qual é a consequência? "Eles brotarão como

entre a erva, como salgueiros pelos cursos de

água". Quando, então, o Espírito Santo

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descrever um povo favorecido como vindo e

cantando no auge de Sião, e fluindo juntos para

a bondade do Senhor, ele diz: "Suas almas serão

como um jardim regado". (Jeremias 31:12).

Agora, um jardim regado era irrigado, como

ainda é praticado no Oriente, por um ribeiro ou

rio que corria perto dele e foi assim tornado

frutífero; pois nesse clima quente nada era

necessário, a não ser um amplo e perene

abastecimento de água para fazer um jardim

repleto de flores e frutos.

"Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja

esperança é o Senhor. Porque é como a árvore

plantada junto às águas, que estende as suas

raízes para o ribeiro, e não receia quando vem

o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de

sequidão não se afadiga, nem deixa de dar

fruto." (Jeremias 17: 7-8). É somente então

quando o Espírito Santo opera na alma por sua

graça, e a rega com suas influências e operações

divinas que nós podemos frutificar para Deus.

3. Mas a água, em terceiro lugar, como

representando as operações e influências do

Espírito Santo, tem outra qualidade distintiva.

LAVA, LIMPA, PURIFICA. Com água lavamos

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nossos corpos, com água limpamos nossas

casas. Pode parecer estranho dizer isso, mas é

um fato estabelecido que o próprio ar está

contaminado pela fumaça, poeira e exalações

da terra, e precisa ser continuamente lavado e

limpo pelos chuveiros do céu. A chuva, que cai

das regiões superiores do céu, se apodera em

sua descida dessas partículas suspensas, e as

tira do ar. Quão fresco e doce é o aroma do ar

depois de um banho pesado, como se tivesse

acabado de ser lavado recentemente. Nem os

efeitos de limpeza da chuva param aqui.

Como, depois de uma chuva intensa, vemos

todo o aspecto da natureza sorrir como com um

rosto fresco e lavado. Como em cada lado as

folhas empoeiradas sobre as árvores e sebes, e

as produções sujas do campo e do jardim,

levantam seus rostos limpos e frescos como se,

como crianças, todos se regozijassem em uma

boa lavagem do chuveiro de Deus, e serem

vestidos com uma nova roupa. Quão claramente

o nosso texto fala dos efeitos purificadores

desta água pura, pois ela é limpa e pura como

vindo direto do céu sem se misturar com nada

da criatura. "Então eu aspergirei água limpa

sobre vós, e sereis purificados, de toda a vossa

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imundície e de todos os vossos ídolos vos

purificarei".

Vemos, assim, que a água, como representando

aquela que apaga a sede, representa aquilo que

lava, purifica e purifica; clara e lindamente

apresenta em tipo e figura as operações e

influências do Espírito Santo. Não pode haver

dúvida, portanto, que "a água limpa", falada no

nosso texto, que Deus promete espargir sobre

o seu povo, representa o Espírito Santo

derramado sobre a família de Deus. Isso

sabemos que foi a grande promessa do Novo

Testamento, o fruto especial da ressurreição,

ascensão e glorificação de nosso Senhor.

Portanto, lemos quando nosso Senhor prometeu

que rios de água viva fluiriam do coração do que

acreditasse no seu nome: "Ora, isto ele disse a

respeito do Espírito que haviam de receber os

que nele cressem; pois o Espírito ainda não fora

dado, porque Jesus ainda não tinha sido

glorificado." (João 7:39).

Vemos, portanto, que o dom do Espírito Santo

dependia da glorificação de Jesus; e por isso

disse a seus discípulos: “Todavia, digo-vos a

verdade, convém-vos que eu vá; pois se eu não

for, o Ajudador não virá a vós; mas, se eu for,

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vo-lo enviarei.” (João 16: 7). E o que deve fazer

este Espírito abençoado quando ele vier? "Ele me

glorificará, porque receberá do que é meu, e vo-

lo anunciará. Tudo quanto o Pai tem é meu; por

isso eu vos disse que ele, recebendo do que é

meu, vo-lo anunciará." (João 16:14, 15).

B. Mas, agora desejo mostrar-lhes de que modo

o Espírito bendito vem e age; pois não devemos

supor que exista algo visionário, selvagem ou

entusiástico em suas operações divinas. Não! Há

nelas uma realidade abençoada, sóbria e sólida.

Seus ensinamentos, influências e operações não

são uma mera questão de sentimentos que

podem ser certos ou errados, reais ou

visionários, de Deus, ou de Satanás

transformado em um anjo de luz, mas de

realidade e poder substanciais.

Agora, o que torna os ensinamentos, influências

e operações do Espírito Santo tão sólidos e tão

reais é que ele age através da Palavra escrita.

Encontramos este ponto abençoadamente

aberto pelo apóstolo em Efésios 5, e suas

palavras nos proporcionam uma chave marcante

para as águas faladas no nosso texto: "Vós,

maridos, amai a vossas mulheres, como

também Cristo amou a igreja, e a si mesmo se

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entregou por ela, a fim de a santificar, tendo-a

purificado com a lavagem da água, pela palavra,

para apresentá-la a si mesmo igreja gloriosa,

sem mácula, nem ruga, nem qualquer coisa

semelhante, mas santa e irrepreensível."

Observe a expressão "lavagem da água pela

palavra". Não é meramente a "lavagem da água",

isto é, as influências e operações do Espírito

representadas pela água, mas é "pela Palavra".

Isto também corresponde à linguagem de Tiago:

"Segundo a sua própria vontade, ele nos gerou

pela palavra da verdade, para que fôssemos

como que primícias das suas criaturas." (Tiago

1:18); e com a de Pedro: "tendo renascido, não

de semente corruptível, mas de incorruptível,

pela palavra de Deus, a qual vive e permanece."

(1 Pedro 1:23).

As águas então mencionadas em nosso texto,

podemos considerar que significam primeiro, a

lavagem da regeneração e, em segundo lugar,

cada renovação subsequente pelo Espírito Santo

na obra da graça. Encontramos estes dois

reunidos pelo apóstolo em Tito 3:5,6 - "não em

virtude de obras de justiça que nós

houvéssemos feito, mas segundo a sua

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misericórdia, nos salvou mediante o lavar da

regeneração e renovação pelo Espírito Santo,

que ele derramou abundantemente sobre nós

por Jesus Cristo, nosso Salvador." Temos

também naquela bela e impressionante

parábola do nosso Senhor, a parábola da

videira, outra chave para a interpretação da

água limpa mencionada no nosso texto; "Eu sou

a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador, todo

ramo em mim que não dá fruto tira, e todo ramo

que dá fruto, o purifica". A palavra "purgar" aqui

é a palavra inglesa antiga para purificar ou

limpar; e muitas vezes eu desejei que nossos

excelentes tradutores tivessem usado a palavra

"purificar", porque eles teriam então preservado

a bela conexão que há no original entre a

purificação e o modo de purificação.

Deixe-me mostrar isso adotando a palavra

"purificar". "E todo ramo que dá fruto, purifica-

o, para que produza mais fruto, e agora estais

purificados pela palavra que vos tenho falado".

Quão clara e linda é esta conexão entre limpar

e purificar o caminho pelo qual Deus purga o

ramo frutífero. É pela palavra. Esta palavra ele

aplicou aos corações dos discípulos, e pelo

poder desta palavra ele os tinha lavado e

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purificado de sua incredulidade. O Senhor,

portanto, disse: "É o Espírito que vivifica, a carne

para nada aproveita; as palavras que eu vos

digo são espírito e vida". (João 6:63). E foi o

poder desta palavra sobre o coração que fez

Pedro responder quando Jesus disse aos doze:

"Vocês também não querem ir embora?" "Senhor

a quem iremos, tens as palavras da vida eterna".

Tenha em mente que é a palavra nas mãos do

Espírito Santo que faz tudo o que está escrito

nas Escrituras e, portanto, em nosso texto está

exposta sob a figura da água.

Agora, tendo-lhes dado esta simples

interpretação da água limpa, tendo-lhes

mostrado que significa primeiro regeneração, e

depois cada renovação subsequente do Espírito

Santo, passarei a abrir o que eu propus colocar

diante de vocês como o segundo ramo de meu

assunto

II. Venho agora, portanto, ao meu segundo

ponto - a aspersão da água limpa e seus EFEITOS

sobre as almas do povo de Deus, pois é para

eles que a promessa é feita.

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Tenho apontado que a principal razão pela qual

a "água limpa" é aspergida é para limpar e

purificar aqueles a quem é aplicada. Agora,

encontramos duas lavagens principais faladas

na palavra da verdade, pois não preciso me

deter sobre as lavagens prescritas pela lei

cerimonial, que eram meramente típicas e

figurativas. As lavagens que reclamam nossa

atenção são as que são faladas no Novo

Testamento, que não são típicas e figurativas,

mas reais e espirituais. Uma, então, destas

lavagens é a lavagem de nossas pessoas, e a

outra é a lavagem de nossas almas. Há a

lavagem, para falar francamente, de nossos

exteriores, e há a lavagem de nossas entranhas.

A. Justificação. Consideremos por um momento

a primeira lavagem que mencionei, isto é, a

lavagem de nossas PESSOAS. Qual é a canção

dos redimidos? "Aquele que nos amou e nos

lavou de nossos pecados em seu próprio

sangue." Esta lavagem é a lavagem das nossas

pessoas no sangue do Cordeiro, pelo qual

somos lavados de toda a culpa, sujeira,

poluição, imputação e consequências de todos

os nossos pecados e crimes na fonte aberta para

o pecado e para a impureza. João viu uma

21

grande multidão, que ninguém podia contar, de

todas as nações, tribos e povos, e línguas de pé

diante do trono e diante do Cordeiro, vestida

com vestes brancas e palmas nas mãos. De onde

vieram essas vestes brancas, e por que eram tão

brancas? Foi porque os que as vestiram lavaram-

nas e tornaram-nas brancas no sangue do

Cordeiro. (Apocalipse 7: 9-14). Davi, pois,

clamou, quando carregado da culpa e do fardo

do pecado: "Purifica-me com hissopo, e serei

limpo, lava-me e ficarei mais alvo que a neve".

(Salmo 51: 7).

Se de fato estivermos lavados nesta fonte,

estaremos diante de Deus no grande dia, sem

mancha nem rugas; porque a fonte aberta nas

mãos e nos pés perfurados do Redentor era uma

fonte indicada pelo próprio Deus para todo o

pecado e toda a imundícia, e toda alma lavada

nela permanece diante de Deus alva como a

neve. Diz, pois, ao seu povo: “Vinde, pois, e

arrazoemos, diz o Senhor: ainda que os vossos

pecados são como a escarlata, eles se tornarão

brancos como a neve; ainda que são vermelhos

como o carmesim, tornar-se-ão como a lã."

(Isaías 1:18). Este é o sangue do Novo

Testamento que foi derramado por muitos para

22

remissão dos pecados; este é o sangue de Jesus

Cristo que purifica de todo pecado; este é o

sangue que purga a consciência das obras

mortas para servir ao Deus vivo; este é o sangue

de aspersão que fala coisas melhores do que o

sangue de Abel.

O apóstolo, portanto, diz: "Mas Cristo, tendo

vindo como sumo sacerdote dos bens já

realizados, por meio do maior e mais perfeito

tabernáculo (não feito por mãos, isto é, não

desta criação), e não pelo sangue de bodes e

novilhos, mas por seu próprio sangue, entrou

uma vez por todas no santo lugar, havendo

obtido uma eterna redenção." (Hebreus 9:11,

12). Desse precioso sangue flui toda a nossa

salvação, toda a nossa reconciliação com Deus,

todo o nosso perdão, toda a nossa paz e toda a

nossa esperança da vida eterna. Aqui, então,

lançamos a âncora como nossa única esperança

da nossa alma cansada; e a este sangue

precioso e expiatório olhamos como o único

sacrifício por todos os nossos pecados, o único

bálsamo para uma consciência culpada, o único

fundamento da paz com Deus pela fé em seu

amado Filho; porque é por esta oferta que ele

23

aperfeiçoou para sempre os que são

santificados.

B. Santificação. Mas, há outra lavagem na

palavra "santificado". Não devemos apenas ser

lavados no sangue do Cordeiro para que todos

os nossos pecados e crimes possam ser

eternamente afastados dos olhos daquele que é

de olhos tão puros que não pode contemplar o

pecado e não olhar para a iniquidade; mas

precisamos ser feitos aptos para a herança dos

santos na luz. Precisamos ser santificados e

justificados. E observe como o apóstolo reúne

no compasso de um versículo, três das mais

escolhidas bênçãos do evangelho - perdão,

justificação e santificação. "E assim foram

alguns de vós, mas vós estais lavados, mas vós

sois SANTIFICADOS, mas estais JUSTIFICADOS

em nome do Senhor Jesus e pelo Espírito de

nosso Deus". É no sangue de Cristo que somos

lavados. É pela justiça de Cristo que somos

justificados; é pelo Espírito de Cristo que somos

santificados.

Como acabo de observar, não precisamos

apenas de um título para o céu; precisamos de

uma aptidão para o céu. Não só precisamos de

24

perdão para a aceitação de nossas pessoas, mas

precisamos de regeneração para a santificação

de nossas almas. Porque se, como o Senhor

declara, ninguém pode ver ou entrar no reino de

Deus, a não ser que ele nasça de novo, a obra

do Espírito Santo sobre a nossa consciência é

tão necessária para a nossa entrada no céu

como a obra de Cristo na cruz, Quando ele levou

nossos pecados em seu próprio corpo sobre o

madeiro. Quão claras, quão decisivas são as

palavras do Espírito Santo - "Aqueles que estão

na carne não podem agradar a Deus". E outra

vez: "Se alguém não tem o Espírito de Cristo,

esse tal não é dele". Paulo, portanto, nos ordena

seguir a santidade, sem a qual ninguém verá o

Senhor.

Agora, é desta obra do Espírito sobre a alma que

brevemente chamamos em uma palavra de

"santificação", à qual o nosso texto se refere na

graciosa promessa - "Então eu aspergirei água

limpa sobre vós, e sereis purificados". A alusão

aqui é principalmente a um rito notável sob a lei

levítica, de que temos uma descrição detalhada

em Números 19. Você se recordará, talvez,

como, nesse capítulo, que Deus ordenou a

Moisés que tomasse uma novilha vermelha sem

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mancha, que nunca tivesse estado sob o jugo.

Esta novilha, que era um tipo de Cristo, o

sacerdote deveria levar fora do acampamento,

onde ela deveria ser morta diante de seu rosto.

Ele então tomaria do seu sangue com os dedos,

e aspergirá diretamente diante do tabernáculo

da congregação sete vezes. O próximo passo

era queimar a novilha à sua vista, tal como ela

era, com sua pele, sua carne e seu sangue; e

então o sacerdote tomaria madeira de cedro,

hissopo e escarlate, todas as coisas que tinham

uma referência típica ao sangue de um grande

sacrifício, como apontando para sua

durabilidade e fragrância, sendo aspergido na

consciência; para com eles queimar a novilha.

Todos esses ritos e cerimônias destinavam-se a

obter as cinzas da novilha, assim queimadas

com uma eficácia e poder peculiar, pois elas

seriam recolhidas por um homem limpo fora do

acampamento num lugar limpo, para serem

preservadas para um uso especial. Ora, este uso

era que, quando uma pessoa se tornasse

cerimonialmente impura, algumas das cinzas

desta novilha queimada, juntamente com água

corrente, deveriam ser colocadas em um vaso, e

esta água se tornava uma água de purificação

26

para o pecado; porque o hissopo devia ser

mergulhado nela, e aspergido sobre a pessoa

imunda no terceiro e no sétimo dia.

Minha explicação tem sido bastante longa, mas

cada parte dessa cerimônia típica traz consigo

um significado evangélico. Eu não posso passar

por esses vários significados, mas direcionarei

nossas mentes a uma como tendo uma conexão

especial com nosso texto. Havia uma disposição

particular de que a água na qual as cinzas

fossem mergulhadas deveria ser "água

corrente", isto é, não estagnada, como a de um

poço, mas clara e limpa, como a de um rio. E

posso observar que há uma leitura marginal

muito doce - "Águas vivas devem ser dadas",

que a liga com as palavras do bendito Senhor à

mulher de Samaria, onde ele diz a ela que se ela

conhecesse o dom de Deus, e quem era aquele

que lhe disse: "Dá-me de beber, ela teria pedido

e ele e teria dado a ela água viva." E ele diz a ela

por que era "água viva", pois seria naquele a

quem foi dada "uma fonte brotando para a vida

eterna".

Ora, no tipo da novilha vermelha há uma

conexão muito bonita e significativa entre as

27

duas lavagens de que falei. A morte, a queima e

a redução de cinzas da novilha vermelha

apontam para o sacrifício expiatório de Jesus; e

a mistura das cinzas com a água viva mostra a

conexão entre o sangue do Cordeiro aspergido

sobre a consciência e a lavagem da regeneração

pelo poder do Espírito.

C. Mas, agora, observe os EFEITOS. "Então eu

aspergirei água limpa sobre você, e você será

limpo." Há um certo efeito a ser produzido pela

aspersão da água limpa. Não vai, não pode cair

em vão; ela terá, e deve ter um certo efeito, pois

é aspergida como água limpa para produzir um

certo efeito, que se deve seguir; não só porque

é aspergida pela própria mão do próprio Deus,

mas porque é especialmente prometido um

efeito: "eu vou" e "você deve". "Eu aspergirei

água limpa sobre você, e você será limpo."

Você observará que há uma aplicação desta

água limpa, ou os efeitos não poderiam ser

produzidos; e como a água limpa é aspergida

para remover a impureza, onde quer que caia,

esse efeito deve necessariamente se seguir.

28

Ora, há quatro coisas em nós que necessitam da

aplicação desta água limpa, para que possamos

ser lavados da impureza. Há o entendimento; há

a vontade; há a consciência; e há os afetos.

Todos estes são, por assim dizer, tristemente

imundos, e sendo sujos precisam ser

purificados pela aspersão da água limpa sobre

eles para torná-los puros e limpos. Deixe-me

mostrar isso mais detalhadamente.

1. Em primeiro lugar, há a compreensão, e essa

tem que ser limpa de sua sujeira por água limpa

sendo aspergida sobre ela.

A imundície do entendimento é, por assim

dizer, a ignorância. O entendimento pode ser

comparado à "janela da alma", pois através de

nossa compreensão, como através de uma

janela aberta, vem toda a luz em nossa alma.

Encontramos um contraste na Palavra entre

aqueles em quem "o entendimento está

obscurecido" (Efésios 4:18) e aqueles que têm

"os olhos de seu entendimento iluminado"

(Efésios 1:18). O primeiro pode ser

representado por uma casa sem janelas, ou com

janelas e as persianas fechadas, e o outro com

janelas, ou com as persianas abertas.

29

Quando Deus criou o homem à sua própria

imagem, deu-lhe um entendimento; em outras

palavras, ele colocou uma "janela em sua alma".

Agora, esta janela da alma tornou-se, através da

queda, incrustada com lama. É como a janela de

uma casa não habitada e de pé ao lado da

estrada. Agora, enquanto a janela estiver tão

incrustada com lama, embora o dia possa estar

brilhante, nem um único raio de sol vai brilhar

no quarto.

Assim é com a compreensão do homem. Deus

deu ao homem uma boa e justa compreensão de

si mesmo, e um conhecimento de sua vontade;

mas o pecado, através da queda, espalhou, por

assim dizer, uma crosta de sujeira sobre o

entendimento do homem. Isto eu chamei de

impureza do entendimento; porque um

entendimento obscurecido é sempre atendido

com atos de escuridão; como o apóstolo

assinala tão claramente no primeiro capítulo da

epístola aos Romanos, que quando o "coração

insensato dos homens se obscureceu", eles

foram "entregues a afeições vis" e atos obscuros

seguiram as mentes obscuras. Até que, então,

este entendimento obscurecido seja purificado

pela água limpa aspergida sobre ele, nenhum

30

raio de luz divina pode entrar na mente, de

modo a iluminá-la com a luz dos vivos. Mas, a

água limpa, no próprio tempo e caminho de

Deus, é aspergida sobre o entendimento. Esta é

a "lavagem da água pela palavra" que eu já

mencionei, e principalmente a lavagem da

regeneração, pois essa é a primeira obra de

Deus sobre a alma.

Olhe para o processo. Aqui está uma alma que

deve ser vivificada para Deus. Ele mesmo, em

misericórdia infinita, asperge do céu (sua

morada) algumas gotas desta água limpa no

entendimento. Qual é o efeito? Tão milagrosa é

a sua operação sobre a compreensão de um

homem, que lava imediatamente aquela crosta

espessa, de raízes profundas que se reuniu

sobre a janela de sua alma. Eu chamei-o uma

"crosta grossa, profundamente enraizada." E

não temos uma prova diária disso, ao observar

que preconceito inveterado, que determinação

obstinada para não vir à luz, que cegueira

voluntária à Palavra de Deus, e que resistência a

todas as convicções que tendem a abrir os olhos

são exibidos diariamente por aqueles por quem

estamos cercados? Como verdadeiramente o

Senhor disse: "E esta é a condenação, que a luz

31

veio ao mundo, e os homens amaram a

escuridão antes que a luz, porque as suas ações

eram más, porque todo o que pratica o mal

odeia a luz, para que suas ações não sejam

reprovadas." (João 3:19, 20). A primeira coisa

necessária, então, é lavar esta espessa crosta.

Agora, observe seus efeitos. Como a água

limpa, então, vem caindo das graciosas fontes

do céu em toda a sua pureza divina, ela cai

sobre o entendimento. Eu quase não gosto de

perseguir a figura para que eu não a rebaixe,

mas é como a aplicação de água em uma janela

suja - ela limpa. Agora algumas gotas podem

fazer para a janela da alma o que escassamente

baldes de água poderiam fazer para a janela da

sala. Mas, marque o efeito das gotas aspergidas!

Um raio de luz celestial agora brilha através

dessa janela da alma, e vemos a luz na luz de

Deus.

Antes que o Senhor quisesse aspergir esta água

limpa em seu entendimento, quão escura era

sua mente. Você ouviu a Palavra, mas você não

entendeu. Uma das primeiras coisas que você

pode agora olhar para trás como indicando uma

obra graciosa de Deus em sua alma foi, que

32

parecia como se você tivesse, pela primeira vez

em sua vida, em uma certa temporada, alguma

compreensão das coisas que você ouviu sob um

evangelho pregado. Você não se sentou como

antes em seu assento, ignorante e

intencionalmente ignorante, cego e

voluntariamente cego, como se você afastasse

seus próprios ouvidos da verdade e se sentasse

estupidamente sem mente, ou tentasse divertir

sua mente pensando em outra coisa. Mas,

parecia que um raio de luz divina havia

penetrado em sua mente, e você sentiu como se

entendesse o que o pregador queria dizer, e que

ele estava pregando para você, para prender a

convicção à sua consciência.

Não posso continuar adiante neste ponto - mas

esse entendimento pareceu aumentar

gradualmente, pois é, como o sábio fala - "O

caminho do justo é como a luz brilhante que

brilha cada vez mais para o dia perfeito".

(Provérbios 4:18). Você agora começou a ler as

Escrituras com esta luz divina brilhando sobre

elas; e quanto mais você lê a Palavra e quanto

mais você ouve a verdade, mais você parece

entender, acreditar e sentir. Aqui estava a água

limpa aspergida em cima de sua compreensão.

33

2. Mas há, em seguida, a aspersão da água

limpa sobre a vontade. Deus criou o homem

com uma vontade em harmonia com a sua

própria. O que Deus ordenou que fizesse, o

homem fez. A vontade de Deus era sua vontade.

Mas, o pecado entrou e perverteu essa pura

vontade. O homem estava determinado a ter

uma vontade própria; e é esta obstinação da

vontade que podemos chamar de imundície da

vontade, pois imundície à vista de Deus é muito

parecida ao que é a imundície à nossa, se

estamos naturalmente limpos no hábito e na

pessoa. Como uma pessoa limpa sente repulsa

à sujeira; porque há algo repugnante nela a seu

olho natural; assim o pecado aos olhos de Deus

é repugnante, nojento, e uma abominação sobre

a qual seus olhos puros não podem suportar

descansar. Assim, a obstinação da vontade do

homem, a sua obstinada determinação em

seguir o seu próprio caminho, a sua falta de

submissão à vontade de Deus, podem ser

consideradas como a imundície da vontade,

porque é o pecado da vontade.

É um grande pecado ter uma vontade que não

esteja em harmonia com a vontade de Deus.

"Tua vontade seja feita", o Senhor ensinou seus

34

discípulos a orar. Ter uma vontade própria é ter

uma vontade imunda. Por quê? Não só porque é

imundícia aos olhos de Deus, mas porque a

nossa vontade natural está sempre inclinada

sobre os objetos pecaminosos e busca a

gratificação dos desejos sensuais, orgulhosos

ou ambiciosos que são contrários à vontade de

Deus.

Mas, Deus asperge água pura sobre a vontade;

e quando a água limpa vem, qual é a

consequência? Ela remove essa obstinação da

vontade para agradar a si mesmo; essa

determinação de ter nosso próprio caminho e

gratificar nossos desejos egoístas, venha o que

vier; e por sua operação graciosa, traz nossa

vontade em harmonia com a vontade de Deus.

A graciosa promessa feita a Cristo por seu Pai

celestial foi: "Seu povo estará disposto no dia do

seu poder". (Salmo 110: 3). E quanto vemos isso

exemplificado no caso de Paulo na porta de

Damasco, quando a água limpa foi aspergida

sobre a sua vontade, e ele todo tremendo e

espantado com seus efeitos, disse: "Senhor o

que queres que eu faça?" (Atos 9: 6).

35

3. Mas, ainda, nossa CONSCIÊNCIA precisa da

água limpa para ser aspergida sobre ela, assim

como a compreensão e a vontade.

Há duas coisas pelas quais nossa consciência

precisa ser purificada: uma é a culpa do pecado,

a outra é a sujeira. A culpa do pecado é sentida

primeiro. Agora, nada pode limpar a consciência

dessa culpa, senão a aplicação do sangue

expiatório. "Quanto mais o sangue de Cristo,

que pelo Espírito eterno se ofereceu sem mácula

a Deus, purificará a vossa consciência das obras

mortas para servir ao Deus vivo". Nada além do

sangue aplicado com poder purificará a

consciência do peso do pecado e da culpa que

o pecado carrega em cada pessoa. É, portanto,

chamado de "o sangue de aspersão que fala

coisas melhores do que o sangue de Abel".

Mas, a nossa consciência é imunda e culpada.

Ó, que monstros detestáveis de iniquidade;

poluídos, sujos e vis nos sentimos, quando a

culpa de nosso pecado é carregada em nossa

consciência! Porventura vocês não se

aborreceram às vezes diante de seus olhos por

causa das suas abominações? A sujeira do

pecado, às vezes, não o aborreceu - a abertura

36

daquele horrível esgoto sempre em execução,

que você carrega diariamente com você?

Reclamamos, e justamente nos queixamos, de

um esgoto que corre através de uma rua, ou de

uma vala cheia de tudo que é nojento, como é

visto às vezes nos arredores de uma cidade.

Mas, nós sentimos tanto, nós nos queixamos

tão frequentemente do esgoto sujo que está

sempre funcionando em nossa alma, da vala

suja em nosso próprio seio? Nós podemos

encobrir um com um dreno, e esconder de

nossos olhos sua visão hedionda. O outro está

nu diante dos olhos daquele com quem temos

de lidar; e como a vista deste esgoto encontra-

se também aberta para os nossos olhos, e seu

cheiro entra em nossas narinas, e nos enche de

autoaversão e autoaborrecimento perante os

olhos de um Deus santo.

Devemos então ser purificados, não somente da

culpa do pecado pela aplicação do sangue

expiatório, mas da sujeira do pecado pela

lavagem da regeneração e da renovação do

Espírito Santo. E eu vou lhe mostrar como.

Nosso abençoado Senhor disse aos seus

discípulos: "Vós estais limpos pela palavra que

vos falei". Quando a palavra de perdão e

37

misericórdia vem, ou a palavra de promessa, ou

a palavra de verdade em sua unção e poder, ela

carrega consigo uma eficácia purificadora. João

viu o lado do Redentor perfurado, e o que

encontrou seu olhar atônito? "E saiu sangue e

água." O sangue veio lavar a culpa do pecado; a

água para lavar a sujeira do pecado. Como diz

Deer:

"Esta fonte tão querida, ele vai livremente

transmitir:

Aberta pela lança, ela jorrava de seu coração;

Com sangue e água, o primeiro para expiar,

O último para nos limpar; mas a fonte é apenas

uma."

E eu também posso observar, ainda que não

tenha tempo de pensar nisso, que a aspersão

dessa água limpa torna a consciência não só

limpa, mas terna, submissa e obediente à

vontade e Palavra de Deus.

4. Mas, as afeições também precisam ser

purificadas, assim como o entendimento, a

vontade e a consciência. Pois, como nossas

38

afeições se apegam naturalmente à terra e às

coisas do tempo e do sentido; e este amor pela

criatura, em todas as suas formas, corrompe

nossas afeições; o amor exclusivo à criatura não

deixa espaço em nossa alma para que o amor

de Deus entre e habite lá. E embora o amor à

criatura, em alguns aspectos, seja necessário e,

portanto, possa parecer inocente, contudo

podemos ter certeza enquanto as afeições

terrenas são consentidas, o pecado é amado, as

coisas carnais amadas e as alegrias imaginadas

da terra nos perseguem a ponto de se chegar à

aversão de tudo o que poderia interferir com

eles, que não há afeições celestiais acesas na

alma, nem pilares de amor para com aquele que

está sentado à direita de Deus.

Mas, a água limpa que é aspergida sobre o

entendimento para iluminá-lo, sobre a vontade

para mudá-la e sobre a consciência para limpá-

la, vem sobre os afetos renová-los e fixá-los nas

coisas celestiais. Deus os asperge com a água

limpa; são lavados pela Palavra; e o amor de

Deus é derramado no coração pelo Espírito

Santo.

39

Você nunca teve a aspersão dessa água limpa -

uma doce palavra de promessa, um gentil

convite, um testemunho gracioso, um olhar

celestial, um suave sussurro, um toque gentil?

Aqui estava a água limpa aspergida sobre os

afetos. E qual foi o efeito? Purificou-os, e lavou

aquela impureza e sujeira que tinham contraído

pelos amores terrenos, que não davam espaço

ao amor a Deus.

Que coisa abençoada é ter a água limpa

aspergida, ter a Palavra de Deus em nosso

coração, assim como em nossos lábios, e sentir

o poder e a eficácia da verdade de Deus em

nossa alma. Temos um entendimento

esclarecido? Temos uma vontade renovada?

Temos uma consciência purificada? Temos

afeições celestiais? O que o produziu? A

lavagem da regeneração e a renovação do

Espírito Santo; a lavagem da água pela Palavra;

o poder da verdade de Deus na alma, de acordo

com a promessa: "Então eu aspergirei água

limpa sobre vós, e sereis purificados."

(Nota do tradutor: Se a purificação é feita pela

Palavra, como de fato é, vemos a imperiosidade

de nos aplicarmos ao seu estudo para o devido

40

conhecimento do seu significado, para que nos

disciplinemos para aplicação da verdade como

ela é, e não daquelas coisas que imaginamos

corresponderem a ela, quando não têm de fato

qualquer tipo de relação com a vontade de

Deus.)

D. Mas, eu passo a mostrar outro efeito da

aspersão da água limpa. Deus diz: "Vocês serão

limpos" e na Palavra de um rei há poder. Pedro

disse ao nosso misericordioso Senhor, quando

este lhe disse: "Se eu não te lavar, não tens parte

comigo". "Senhor, não só meus pés, mas

também minhas mãos e minha cabeça." Mas, o

Senhor respondeu graciosamente: "A pessoa

que tomou um banho só precisa lavar os pés,

todo o seu corpo está limpo." Então, se você tem

a água limpa aspergida sobre você, você está

completamente limpo. É verdade que você

precisa de uma lavagem diária. Nós

necessitamos às vezes que nossos olhos sejam

lavados, pois ficam pesados com sono, ou

apegados às coisas do tempo e do sentido.

Precisamos de nossos ouvidos lavados, pois às

vezes são fechados e não podem ouvir a Palavra

da verdade com vida, sentimento e poder.

Precisamos de nossas mãos lavadas e

41

purificadas de toda impureza de cobiça, e

tornadas mais abertas e liberais para a família

de Deus. Precisamos de nossos pés lavados,

porque enquanto viajamos por este mundo

lamacento, muitas vezes ficamos contaminados

pela lama das ruas.

Portanto, precisamos ser lavados não somente

na fonte do sangue de Cristo, e lavados pela

lavagem da regeneração; precisamos ser

lavados também pela renovação do Espírito dia

após dia - para ter uma e outra vez a aspersão

da água limpa sobre nós, para nos manter

limpos, bem como para nos fazer assim; pois

sucede com as nossas almas o mesmo que se

dá com os nossos corpos, eles precisam ser

lavados continuamente para serem mantidos

limpos.

Agora, as pessoas piedosas amam essa água

limpa por causa de seus efeitos purificadores.

As pessoas sujas amam sua imundícia; as

pessoas limpas amam a sua limpeza. Qual é a

maior punição que você pode infligir a um

desses vagabundos sujos que são tão

incômodos onde quer que vão? Cortar seus

cabelos emaranhados; suas unhas; dar-lhe uma

42

boa lavagem completa; colocá-lo na casa de

banho; lavar a sujeira acumulada de semanas e

meses. A limpeza é um martírio para ele. Mas,

nós que sabemos o que é estar continuamente

lavando nossos corpos para mantê-los limpos,

amamos a limpeza; porque não podemos

suportar a menor sujeira sobre nós. Assim é na

figura. Os pecadores amam seus pecados.

Quantos bêbados se sentariam em algum canto

da igreja fumando seu cachimbo e bebendo sua

cerveja, em vez de nos encontrar na casa de

oração. Mas, você gostaria de ser encontrado lá?

Você escolheria tal lugar e tal companhia para

qualquer dia da semana, muito mais no dia do

Senhor? O que é um céu para ele é um inferno

para você, e o que é um paraíso para você é o

inferno para ele. Ele estaria tão fora de seu lugar

na casa de oração, como você estaria fora de seu

lugar. Se alguma gota daquela água limpa foi

espargida sobre você, para iluminar o seu

entendimento, renovar a sua vontade, limpar a

sua consciência, e purificar as suas afeições,

você gostaria de ser limpo. Você não pode

suportar entrar nas poças sujas da rua.

Não tenho dúvidas de que algumas de vocês,

mulheres limpas, chegando à capela esta

43

manhã, de repente colocaram o pé em uma poça

suja, sentaram-se em seu assento muito

desconfortavelmente durante todo o tempo do

culto e não descansariam até que tirassem seu

sapato sujo e meia, e lavassem seus pés. Assim

é com o filho de Deus. Ele pode por desatenção

pisar em uma poça, mas ele não é como os

vagabundos da rua, cujo lugar escolhido de

diversão é um sujo. Aquele que sabe alguma

coisa de regeneração pela graça pelo poder de

Deus, não pode suportar nem mesmo sujar os

pés, pois sabe que isso o torna completamente

miserável até que a água limpa volte a lavá-lo de

toda a sua imundícia. E assim eu poderia

acrescentar um quinto lugar em nós para ser

aspergido, bem como os quatro que eu

mencionei, e que é o nosso pé, o qual significa

vida, conduta e conversa.

E. Mas, Deus prometeu em nosso texto que nos

purificaria de todos os nossos ÍDOLOS, assim

como de toda a nossa imundície.

A idolatria tem uma ampla gama. É

surpreendente o que a invenção dos homens

criou na forma de ídolos reais e materiais; e que

variedade eles tomam, desde as belas estátuas

44

da Grécia e Roma até as caricaturas da

humanidade que se encontram nas ilhas do Mar

do Sul. E, no entanto, todos são ídolos. Quer se

trate de uma estátua da mais consumada beleza

- "a estátua que encanta o mundo", ou se é um

fetiche ritualista - um objeto monstruoso que o

pobre pagão adora, é um ídolo ainda. E toda a

habilidade da arte e todo o refinamento

concedido sobre a produção de uma estátua por

um escultor grego, equivale tanto a um ídolo

como se fosse Mumbo Jumbo ou um fetiche

africano.

Mas, a idolatria, isto é, a idolatria do coração,

tem um alcance tão grande quanto aqueles que

mencionei como feitos por dedos humanos. Há

ídolos respeitáveis e ídolos vulgares, como há

estátuas de mármore e tais objetos de culto

composto de conchas e penas, como você pode

ver no Museu Britânico trazido pelo Capitão

Cook; e ainda cada um ainda será um ídolo.

Podemos ver ídolos respeitáveis, como

podemos olhar com prazer sobre uma estátua

grega; mas estamos muito virtuosamente

indignados contra ídolos vulgares. Vemos um

homem embriagado na rua , e nos afastamos

dele com desgosto porque está embriagado

45

com cerveja comum. Mas, alguém pode ficar

bêbado com champanhe, e ninguém pensa o

pior dele, por causa de sua posição elevada na

sociedade ou trajes finos. Uma pobre criatura

miserável, um ladrão, um carteirista, uma

prostituta comum atrairá a reprovação

universal. Pode haver outros igualmente maus

aos olhos de Deus; mas cuja beleza ou riqueza,

e títulos, atraem a admiração universal. Ídolos

respeitáveis que podemos admirar, como os

homens admiram belas estátuas; ídolos

vulgares que detestamos. Mas, um ídolo é um

ídolo, por mais respeitável ou vulgar, por mais

admirado ou desprezado que seja.

Mas, quão numerosos são esses ídolos

respeitáveis! O amor ao dinheiro, a ambição, a

ânsia por aplausos humanos, o desejo de

ascender no mundo, o desejo de ser o que se

chama respeitável - tudo isso podemos pensar

que são desejos naturais que podem ser

legalmente gratificados. Mas ó, que ídolos

podem vir a ser.

Mas, há mais ídolos secretos e não menos

perigosos do que esses ídolos respeitáveis.

Você pode ter um marido, ou esposa, ou filho,

46

que você ama quase tanto quanto você mesmo;

você concede a este seu ídolo todas as afeições

de seu coração. Nada é bom demais para ele,

nada muito caro para ele. Você não vê como isso

é um ídolo. Agora, Deus disse: "De todas as

vossas imundícias, eu vos purificarei dos vossos

ídolos." Tudo o que você ama mais do que Deus,

tudo o que você adora mais do que Deus, tudo

o que você anseia mais do que a Deus, é um

ídolo. Que Deus tire esse ídolo de seu peito, que

ele arranque esse ídolo do seu nicho, você verá

então como você permitiu que suas afeições

vagassem para esse ídolo e o amasse mais do

que o próprio Deus.

É quando o ídolo é levado, removido,

destronado, que nós aprendemos que ídolo tem

sido. Nosso bom nome, nossa reputação, nosso

caráter, nossa respeitabilidade, qualquer

pequena propriedade que possamos ter, como

abraçamos esses ídolos; como nos unimos a

eles; deleitamo-nos neles; inclinamo-nos diante

deles, e procuramos satisfação neles. Quão

pouco sabemos das afeições que se entrelaçam

ao seu redor; quão pouco sabemos da

reivindicação que Deus reservou para si mesmo

quando disse: "Meu filho, dá-me o teu coração".

47

Muitas viúvas chorando aprendem pela primeira

vez que seu marido era um ídolo; muitos

maridos de luto aprendem pela primeira vez

como muito caro, como muito carinhosamente,

quão idolatricamente amavam suas esposas;

muitos homens não sabem quão apegadamente

ele ama o dinheiro até que ele incorre em

alguma perda séria; muitos não sabem quanto

idolatram seu nome, fama e reputação até que

alguma calúnia pareça tocar aquele ponto

sensível. Poucos realmente parecem saber como

o querido EGO é até que Deus o tire de seu nicho

e se fixe lá em seu lugar.

Agora, Deus tem dito: "Então eu aspergirei água

limpa sobre vós, e sereis purificados de toda a

vossa imundície e de todos os vossos ídolos, eu

vos purificarei". Você poderia ir para os átrios

do céu com qualquer ponto ou mancha de

sujeira sobre você? Será que o olho de Deus

repousaria sobre você com santa aprovação, se

fosse possível para você rastejar pelas portas do

céu, e ele visse um ponto ou ruga em seu rosto

ou em suas roupas? Não; sua face franzida se

encontraria com seu semblante horrorizado, e

aquele olhar franzido o lançaria das próprias

ameias do céu para as profundezas do inferno.

48

E como você não pode entrar na presença de

Deus com qualquer mancha ou ruga sobre você,

você não pode levar seus ídolos para os

tribunais de felicidade celestial. O egoísmo, o

orgulho e a reputação, e o amor ao dinheiro, ao

nome e à fama, estes ídolos que não podes levar

contigo para os átrios do céu, como Raquel

tomou os terafins de seu pai e os escondeu

debaixo do arreio do camelo. Como Deus seria

movido ao ciúme se você pudesse carregar um

ídolo, se não fosse maior do que uma boneca de

criança, para os tribunais do céu. "De todas as

vossas imundícias e de todos os vossos ídolos

vos purificarei."

III. Mas devo apenas dizer apenas algumas

palavras sobre o nosso último ponto, o EFEITO

da aspersão com água limpa. Deus prometeu

dar um novo coração, um novo espírito - para

tirar o coração de pedra e nos dar um coração

de carne.

A. O primeiro efeito então da água limpa é tirar

o coração de pedra. Um coração de pedra é um

coração obstinado, impenitente, que não pode

ser e não é movido por qualquer coisa à tristeza

ou ao arrependimento. Deus, quando ele

49

asperge a água limpa, tira o coração pétreo; e o

que ele dá em seu lugar? Um coração de carne.

Lembrei-lhe agora que um dos primeiros efeitos

da graça regeneradora foi um entendimento

esclarecido.

Vou agora dar-lhe outra marca precoce da graça

vivificante. Um coração MACIO. Você se sentiu

maravilhosamente movido sob algum discurso;

o coração pedregoso cedeu; o coração de carne

foi dado; você se derreteu em lágrimas; sua

impenitência foi dissolvida, sua obstinação

removida, e você descobriu, para seu espanto,

que o velho coração pétreo que há tanto tempo

resistia a tudo o que parecia ser misericórdia foi

removido de seu peito - e havia um suave, terno,

humilde, penitente, coração crente e amoroso

dado em seu lugar. Onde quer que a água limpa

é aspergida lá vai com ela a retirada do coração

de pedra, e a doação do coração de carne.

E isso é expresso mais pelo NOVO coração, que

abraça com novas afeições objetos celestiais

que lhe são apresentados, onde a fé, a

esperança e o amor habitam graciosamente.

50

B. E com este novo coração há "um novo

ESPÍRITO", pelo qual adoramos a Deus em

espírito e em verdade; cremos, compreendemos

e saboreamos as coisas espirituais; somos

feitos espirituais, o que é vida e paz; e sendo

feitos participantes do Espírito de Deus, somos

assim feitos para a herança dos santos na luz.

Gostaria que tempo e força fossem dados a

mim, e paciência para você ampliar mais o

assunto, mas eu tenho falado o suficiente se

Deus tem o prazer de abençoar a sua Palavra.

Que o Senhor acrescente sua bênção ao que

temos falado.