A BUSCA DE UM NOVO MODELO DE MUNDO A existncia de uma relao ntima entre a evoluo de uma raa e seu modelo de mundo um trusmo metafisico. Os primeiros cristos o inturam e Buda o deu a entender em sua doutrina da manifestao simultnea e do inter-relacionamento de tudo o que existe. A essncia dos seus ensinamentos sobre esse tema, como mostra David ling em seu estudo sobre a vida de Buda, que a civilizao nasce com seus prprios paradigmas ou simplesmente no nasce; uma civilizao e sua religio, suas estruturas social e poltica, suas artes e tica, sua definio de humanidade e filosofia csmica surgem juntas e perecem juntas, porque cada componente no mais do que um reflexo contingente do todo. " Consequentemente, invlida a noo corrente de que o desenvolvimento pessoal um assunto privado que no tem nada que ver com a cosmoviso predominante e de que ela pode ser independente da coletividade e de seu modelo do cosmos. Ao contrrio, a espcie de mundo com que concordamos coletivamente afeta profundamente nossas possibilidades evolutivas. Assim, embora alguns intelectuais estivessem mais bem informados, o homem medieval europeu da massa estava preso na sua concepo de uma terra plana, uma ideia cuja inadequao espelhava exatamente a esqualidez social e religiosa em que ele vivia; e nada, exceto sua destruio e reconstituio numa geografia mais iluminada o liberou para uma existncia relativamente mais saudvel. Alm disso, a adoo de uma cosmografia heliocntrica o liberou ainda mais. Do mesmo modo, ns mesmos estamos aprisionados pela viso inadequada do mundo em que se baseia nossa cultura contempornea, e s podemos livrar-nos dela pelo mesmo tipo de revoluo conceitual que ps termo Idade Mdia. Enquanto o planeta for concebido como um corpo puramente fsico, privado de alma, embora esfrico, girando sem sentido num universo fsico inconsciente e sem amor; enquanto no tivermos uma teoria coerente sobre uma energia de vida compassiva e inteligente no mago de tudo o que existe - na Terra e no universo no menos do que em ns mesmos - parece provvel que estaremos entregando-nos morte, e a Terra a uma degradao continua. A menos que toda a configurao csmica que prov nossa base cultural seja reconstituda de modo a acomodar um novo fator crucial - isto , a realidade axial da energia unitiva; e no como uma mera abstrao, mas como um componente estrutural vivel da geografia do nosso mundo - seremos incapazes de cruzar o prximo limiar de nossa jornada evolutiva. Enquanto no pudermos reconhecer Gaia como um ser espiritual, no poderemos reconhecer a nossa prpria espiritualidade, pois estamos interligados. Se rejeitarmos as reformas ecolgicas exigidas pela viso unitiva, fracassaremos em realizar o nosso potencial humano. O resultado depende de um fator, o da viso do xam abrir-se na psique racial, revelando novamente a estrutura dos chakras centralizada de Gaia. Se isso acontecer, o poder pleno da fora unitiva - da kundalini terrestre - estar disposio da raa: as religies do mundo iro fundir-se e aproximar-se da cincia; uma comunho consciente com os Poderes orientadores superiores se tornar possvel e ambas, a Terra e a humanidade, inextricavelmente unidas, sero capazes de entrar num processo de espiritualizao muito mais rpido. A viso de uma Terra que se fortalece pela ao de uma energia consciente, inteligente e amorosa em seu mago, uma energia a que todo ser humano tem acesso, sem dvida revolucionaria o curso evolutivo da raa para alm de tudo que o possamos imaginar hoje. "O REI DE SHAMBALA MUDAR SUA RESIDNCIA" Para os que foram criados nas tradies esotricas da sia Central, esses temas de transcendncia esto tecidos na magia de Shambala. Shambala a prpria apoteose do princpio de unidade que inerente diversidade; ela o nosso destino, o nosso Centro de gravidade, o alfa e o mega de todas as religies, de todas as almas, de todas as obras coletivas de transcendncia neste planeta. Ela atrai-nos irresistivelmente para si para sermos espiritualizados como o xam; ela o chamado sem palavras que nos convoca a voltar ao corao divino da raa, a um sentido de inefvel Unicidade dos seres vivos. Um lama disse a Roerich que agora esse chamado podia ser ouvido. "A grande movimentao comeou! Uma nova energia csmica est se manifestando no mundo ... Kalagiya, kalagiya, kalagya. Venha para Shambala!".Shambala teve muitas localizaes, muitos nomes, muitas formas; ao longo dos tempos, ela foi conhecida como uma regio-tabu da magia paleoltica, um espaoso santurio megaltico, um reino sagrado, um centro de Sabedoria subterrneo, um complexo moderno de ashrams e de escolas de treinamento. Algumas vezes esteve acessvel ao mundo exterior, outras vezes escondeu-se, mas ningum conhece sua natureza verdadeira, e os tibetanos dizem que ningum pode chegar at ela, a no ser aqueles cujo karma est maduro. Shambala parece ter-se cingido com um cordo de invisibilidade que nenhuma fora comum consegue romper, e contudo ela sempre pode ser encontrada pelo radar da alma. Quanto ao seu destino, os textos do Kalachakra dizem que um dia o domnio do Rei de Shambala se estender por toda a Terra, a qual se tornar um jardim; uma nova era de Sabedoria surgir e a humanidade far progressos espirituais rpidos. Os inimigos de Shambala sero vencidos e os brbaros que invadirem seu territrio sero destrudos; todavia, essa destruio ser a sua salvao. Porque as altas vibraes de Shambala vai purific-los, e suas almas se tornaro to transparentes como o cristal, de modo que depois da morte no campo de batalha eles renascero na Terra Pura ou entraro no Nirvana, um lugar muito alm de qualquer paraso terrestre.