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O PROTAGONISMO JUVENIL NO IEMA GUARNICENDO UMA NOVA GERAcaO: Raimundo Palhano (Organizador)

A caO - IEMA · 2019-09-19 · GUARNICENDO UMA NOVA GERAÇÃO DE TAPUIAS: o protagonismo juvenil pelo IEMA. 2 ”Guarnicê”, no vocabulário popular dos grupos de bumba meu boi

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O PROTAGO

NISMO

JUVENIL N

O IEMA

GUARNICENDO UMA

NOVA GERAcaO:

Raimundo Palhano (Organizador)

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GUARNICENDO UMA

NOVA GERAcaO:

O PROTAGO

NISMO

JUVENIL N

O IEMA

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São Luís – MA2019

GUARNICENDO UMA

NOVA GERAcaO:

O PROTAGO

NISMO

JUVENIL N

O IEMA

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Flávio DinoGovernador do Maranhão

Felipe CamarãoSecretário de Estado da Educação

Jhonatan AlmadaReitor do IEMA

Elinaldo Silva Diretor de Ensino e Pesquisa

Gustavo AndradeDiretor de Planejamento e Administração

Patrícia RégiaProjeto Gráfico, Capa e Diagramação

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Guarnicendo uma nova geração: o protagonismo juvenil pelo IEMA / Raimundo Palhano (Organizador). – São Luís: Engenho, 2019.

260 p.: il.

ISBN 978-85-69805-23-6

1. Educação. 2. Política pública. 3. Protagonismo juvenil. 4. Edu-cação pública – Maranhão. 5. Instituto de Educação Ciência e Tec-nologia do Maranhão – IEMA. I. Título.

CDU 37.014.53 (812.1)CDD 371.01

G916

Elaborada por Soraya C. B. Carvalho – CRB 13/822

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Flávio DinoGovernador do Maranhão

Felipe CamarãoSecretário de Estado da Educação

Jhonatan AlmadaReitor do IEMA

Elinaldo Silva Diretor de Ensino e Pesquisa

Gustavo AndradeDiretor de Planejamento e Administração

Patrícia RégiaProjeto Gráfico, Capa e Diagramação

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

Guarnicendo uma nova geração: o protagonismo juvenil pelo IEMA / Raimundo Palhano (Organizador). – São Luís: Engenho, 2019.

260 p.: il.

ISBN 978-85-69805-23-6

1. Educação. 2. Política pública. 3. Protagonismo juvenil. 4. Edu-cação pública – Maranhão. 5. Instituto de Educação Ciência e Tec-nologia do Maranhão – IEMA. I. Título.

CDU 37.014.53 (812.1)CDD 371.01

G916

Elaborada por Soraya C. B. Carvalho – CRB 13/822

O jovem carrega em si o Machado de Xangô e o Machado de Assis e ao mesmo tempo é a força

do vibranium e a delicadeza da flor de Lis.

Há 500 anos de Brasil o jovem não é levado a sérioCharlie Brown gritou por todxs quando disse que

sempre quis falar mas nunca teve chanceenquanto muitos pensam que jovem é deletério.

O jovem é memória é a luta e o progresso

é a voz mas também silêncioé deliciar do caminho antes do sucesso

é a gota de gasolina num incêndio.

Sou jovem também, sei a dor que carregamos.Mas sei também da nossa diferença, é nela que

nos encontramos.

A mudança é nossa incumbênciae diz muito do que somos

pois pra mudança é necessário muitosmuitos do que sonhos.

Há muito somos silenciados

mas não há como ficar calado diante de tantos sonhos baleados.

O tempo não para e é preciso de união

Vamos ser Dandara e alavancar essa revolução.Nada mais nos cala

“Educação! Educação!”Marielle presente!

Somos o caminho para a evolução.

Andam querendo nos matarmas não conseguirão

pois os sonhos são a prova de balase nossa arma é a União.

Marysol da Silva Costa

(Estudante do 3° ano do curso de Serviços Jurídicos, Unidade Plena de Timon @erasol_quemefaltava /

@uma_indiaa)

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NÚCLEO ESTRATÉGICO DA REITORIACENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS PARA A EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO – CEPEDUCTRABALHO DE PESQUISA2:GUARNICENDO UMA NOVA GERAÇÃO DE TAPUIAS: o protagonismo juvenil pelo IEMA.

2 ”Guarnicê”, no vocabulário popular dos grupos de bumba meu boi do Ma-ranhão, é o momento que antecede as apresentações nos terreiros de São João. Mo-mento esse de muita ansiedade que os brincantes aquecem os tambores e se prepa-ram para tomar os arraiais.

**Tapuia vem do Tupi “fugidos da aldeia” e foi um termo utilizado por por-tugueses para designar os índios que não falavam a língua de tronco Tupi. No auto do bumba boi do Maranhão, mais especificamente nos apresentados pelos grupos de sotaque de zabumba, tapuias são índias que tradicionalmente se vestem com saia de ráfia e fibra desfiada dos sacos utilizados para transporte de cereais. Geralmente são crianças e adolescentes que encarnam essa personagem na brincadeira típica da re-gião da baixada maranhense.

***Como um dos principais objetivos, o IEMA propõe fortalecer competên-cias e habilidades essenciais para formar uma nova geração de maranhenses para o século 21, descentralizando as ofertas de educação básica de qualidade, atuando também nas regiões do interior do estado. Guarnicendo uma nova geração de tapuias faz menção ao presente momento no qual o IEMA trabalha para transformar, positi-vamente, as realidades dos jovens maranhenses.

ORGANIZADORES:

GeralRaimundo Palhano

Setoriais: Jhonatan AlmadaJoão Batista EriceiraRossini Corrêa

EQUIPE TÉCNICA

CoordenadorRaimundo Palhano

Colaborações EspeciaisDra. Maria Izabel Calil Stamato e Claúdia Costin

Trabalho de Campo:Elane Patricia Andrade de OliveiraMarina Mirella dos Santos D’ CaminhaVitor Sampaio Soares

Analistas e Autores:Elane Patricia Andrade de OliveiraMarina Mirella dos Santos D’CaminhaVitor Sampaio Soares

Apoio Operacional: Leila Matos

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NÚCLEO ESTRATÉGICO DA REITORIACENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS PARA A EXCELÊNCIA EM EDUCAÇÃO – CEPEDUCTRABALHO DE PESQUISA2:GUARNICENDO UMA NOVA GERAÇÃO DE TAPUIAS: o protagonismo juvenil pelo IEMA.

2 ”Guarnicê”, no vocabulário popular dos grupos de bumba meu boi do Ma-ranhão, é o momento que antecede as apresentações nos terreiros de São João. Mo-mento esse de muita ansiedade que os brincantes aquecem os tambores e se prepa-ram para tomar os arraiais.

**Tapuia vem do Tupi “fugidos da aldeia” e foi um termo utilizado por por-tugueses para designar os índios que não falavam a língua de tronco Tupi. No auto do bumba boi do Maranhão, mais especificamente nos apresentados pelos grupos de sotaque de zabumba, tapuias são índias que tradicionalmente se vestem com saia de ráfia e fibra desfiada dos sacos utilizados para transporte de cereais. Geralmente são crianças e adolescentes que encarnam essa personagem na brincadeira típica da re-gião da baixada maranhense.

***Como um dos principais objetivos, o IEMA propõe fortalecer competên-cias e habilidades essenciais para formar uma nova geração de maranhenses para o século 21, descentralizando as ofertas de educação básica de qualidade, atuando também nas regiões do interior do estado. Guarnicendo uma nova geração de tapuias faz menção ao presente momento no qual o IEMA trabalha para transformar, positi-vamente, as realidades dos jovens maranhenses.

ORGANIZADORES:

GeralRaimundo Palhano

Setoriais: Jhonatan AlmadaJoão Batista EriceiraRossini Corrêa

EQUIPE TÉCNICA

CoordenadorRaimundo Palhano

Colaborações EspeciaisDra. Maria Izabel Calil Stamato e Claúdia Costin

Trabalho de Campo:Elane Patricia Andrade de OliveiraMarina Mirella dos Santos D’ CaminhaVitor Sampaio Soares

Analistas e Autores:Elane Patricia Andrade de OliveiraMarina Mirella dos Santos D’CaminhaVitor Sampaio Soares

Apoio Operacional: Leila Matos

LISTA DE SIGLAS APL - Arranjos Produtivos locais

BNC - Base Nacional Comum

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

CAPS - Centro de Atenção Psicossocial

CCN-MA - Centro de Cultura Negra do Maranhão

Cepal - Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe

CF - Constituição Federal

CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CONANDA - Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente

CRAS - Centro de Referência de Assistência Social

CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social

DCNs - Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio

Dine - Diretoria de Inovação e Empreendedorismo

DSTs - Doenças Sexualmente Transmissíveis

ECA - Estatuto da Criança e do Adolescente

ECO/UFRJ - Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro

FAETEC - Fundação de Apoio à Escola Técnica

FAPEMA - Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico Tecnológico do Maranhão

FGV - Fundação Getúlio Vargas

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GDs - Grupos de Discussões

IBUTUMY - Sistema de Gestão Acadêmica

IEMA - Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão

Iesti - Instituto de Estudos Sociais e Terapias Integrativas

IIPE - Instituto Internacional de Planejamento da Educação

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

NECTAR - Núcleo de Empreendimentos em Ciência, Tecnologia e Artes

NUPPI - Núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem

OBA - Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica

OBG - Olimpíada Brasileira de Geografia

ODS - Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

ONU - Organização das Nações Unidas

PCdoB - Partido Comunista do Brasil

PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais

PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional

PDT - Partido Democrático Trabalhista

PEA - Programa de Escolas Associadas

PPI - Projeto Político Pedagógico

PROJUR - Protagonismo Juvenil em Rede

PRONATEC - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego

PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira

PSL - Partido Social Liberal

PT - Partido dos Trabalhadores

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GDs - Grupos de Discussões

IBUTUMY - Sistema de Gestão Acadêmica

IEMA - Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão

Iesti - Instituto de Estudos Sociais e Terapias Integrativas

IIPE - Instituto Internacional de Planejamento da Educação

LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação

MCTI - Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação

NECTAR - Núcleo de Empreendimentos em Ciência, Tecnologia e Artes

NUPPI - Núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem

OBA - Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica

OBG - Olimpíada Brasileira de Geografia

ODS - Objetivos do Desenvolvimento Sustentável

ONU - Organização das Nações Unidas

PCdoB - Partido Comunista do Brasil

PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais

PDI - Plano de Desenvolvimento Institucional

PDT - Partido Democrático Trabalhista

PEA - Programa de Escolas Associadas

PPI - Projeto Político Pedagógico

PROJUR - Protagonismo Juvenil em Rede

PRONATEC - Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego

PSDB - Partido da Social Democracia Brasileira

PSL - Partido Social Liberal

PT - Partido dos Trabalhadores

PUC - SP - Pontifícia Universidade Católica de São PauloSECTI - Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e

InovaçãoSEDUC - Secretaria de Educação do Governo do Estado

do MaranhãoSNJ - Secretaria Nacional da JuventudeSUS - Sistema Único de SaúdeTVET - Technical and Vocational Education and

TrainingUEMA - Universidade Estadual do MaranhãoUEMASUL - Universidade Estadual da Região Tocantina

do MaranhãoUFC - Universidade Federal do CearáUFMA - Universidade Federal do MaranhãoUFRJ - Universidade Federal do Rio de Janeiro Unb - Universidade de BrasíliaUNESCO - União das Nações Unidas para Educação.

Ciência e CulturaUP - Unidade PlenaUV - Unidade Vocacional

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SUMÁRIO

PREFÁCIO 13

APRESENTAÇÃO ESPECIAL 19

MENSAGEM DO REITOR 22

O IEMA PELO OLHAR DOS EGRESSOS 24

INTRODUÇÃO 46

OBJETIVOS 52 Objetivo Geral 52 Objetivos Específicos 52

METODOLOGIA 54

O IEMA COMO NOVO PARADIGMA DE POLÍTICA PÚBLICA VOLTADA PARA A EDUCAÇÃO 57Marina Mirella dos Santos D’Caminha PROTAGONISMO JUVENIL: GÊNESE, TEORIA E DISCURSO 68Elane Patrícia Andrade de OliveiraMarina Mirella dos Santos D’Caminha Vitor Sampaio Soares

Gênese histórica, cultural e política do discurso do Protagonismo Juvenil 68

O Protagonismo Juvenil no Direito brasileiro 72

O Protagonismo Juvenil no Projeto Pedagógico Institucional do IEMA 79

O Protagonismo Juvenil na literatura especializada 84

Antônio Gomes da Costa 84 Paulo José Duval da Silva Krischke 87 José Atílio Silva Iulianelli 94

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ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS SUBMETIDOS AOS ESTUDANTES 100Elane Patrícia Andrade de OliveiraMarina Mirella dos Santos D’Caminha Vitor Sampaio Soares AVALIAÇÃO DO ENCONTRO DE LÍDERES 2018 DO IEMA 119Elane Patrícia Andrade de Oliveira Vitor Sampaio Soares

Pré-Encontro 119 Encontro 124 Pós-Encontro 130 DIÁLOGOS: a Reitoria do IEMA e os Jovens Protagonistas 134 PONTOS DE VISTA: entrevistas com profissionais do IEMA e convidados 156 BREVES NOTAS SOBRE FORMAS DE DINAMIZAR O PROTAGONISMO JUVENIL NO IEMA: uma proposta de intervenção 215Elane Patrícia Andrade de Oliveira Marina Mirella dos Santos D’Caminha Vitor Sampaio Soares

Geração XXI: formação de novos maranhenses 217 Geração Z: preocupações da atual juventude 224 Geração Roda Viva: práticas de emancipação política 230 CONSIDERAÇÕES FINAIS 234

REFERÊNCIAS 237

APÊNDICES 243

Resolução n° 92, de 26 de Novembro de 2018 243Modelo de questionário submetido antes do Encontro de Líderes 2018 250Programação do Encontro de Líderes 2018 252Registros fotográficos do Encontro de Líderes 2018 253

NOTAS BIOGRÁFICAS 255

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ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS SUBMETIDOS AOS ESTUDANTES 100Elane Patrícia Andrade de OliveiraMarina Mirella dos Santos D’Caminha Vitor Sampaio Soares AVALIAÇÃO DO ENCONTRO DE LÍDERES 2018 DO IEMA 119Elane Patrícia Andrade de Oliveira Vitor Sampaio Soares

Pré-Encontro 119 Encontro 124 Pós-Encontro 130 DIÁLOGOS: a Reitoria do IEMA e os Jovens Protagonistas 134 PONTOS DE VISTA: entrevistas com profissionais do IEMA e convidados 156 BREVES NOTAS SOBRE FORMAS DE DINAMIZAR O PROTAGONISMO JUVENIL NO IEMA: uma proposta de intervenção 215Elane Patrícia Andrade de Oliveira Marina Mirella dos Santos D’Caminha Vitor Sampaio Soares

Geração XXI: formação de novos maranhenses 217 Geração Z: preocupações da atual juventude 224 Geração Roda Viva: práticas de emancipação política 230 CONSIDERAÇÕES FINAIS 234

REFERÊNCIAS 237

APÊNDICES 243

Resolução n° 92, de 26 de Novembro de 2018 243Modelo de questionário submetido antes do Encontro de Líderes 2018 250Programação do Encontro de Líderes 2018 252Registros fotográficos do Encontro de Líderes 2018 253

NOTAS BIOGRÁFICAS 255

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PREFÁCIO

Sonhos!!! Sonhos construídos coletivamente!!! Sonhos de adolescentes de oportunidades de crescimento e participação social!!! Sonhos de jovens gestores educa-

dores, que, identificados com seus educandos, abrem espa-ços para a expressão, a reflexão, a troca e a ação transfor-madora. Sonho de grandes educadores, que oferecem seu conhecimento, sua experiência, sua ousadia, para transmi-tir aos mais jovens a esperança de que só a justiça social pode transformar a realidade.

É disso que trata este livro: do relato de um sonho transformado em realidade, em programa pedagógico, pro-posta de política educacional de governo para a juventude.

Um material rico, que abre janelas para o conhecimen-to e a reflexão de discursos teóricos e conceituais sobre o protagonismo juvenil; para a socialização de práticas trans-formadoras alinhadas ao fortalecimento deste conceito te-órico-metodológico; e para a análise crítica das oportunida-des e possibilidades que oferece aos jovens, na direção de uma socialização política de participação cidadã, compro-metida com o resgate das relações solidárias e com a cons-trução coletiva da justiça social.

Fiquei muito feliz em participar dessa construção, em ser um tijolinho nas paredes dessa casa, e honrada pela oportunidade de, ao prefaciar este livro, apresentar meu olhar mostrando o quão significativo e real é o trabalho em

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torno do protagonismo juvenil realizado pelo Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão/IEMA, sob a Reitoria de Jonathan Almada e do consultor do Núcleo Es-tratégico de Raimundo Palhano.

Para além das referências teóricas sobre o conceito de protagonismo juvenil, o livro relata pesquisa realizada pelo Núcleo Estratégico do IEMA, a partir do Encontro de Lí-deres 2018, visando analisar as concepções de Protagonis-mo Juvenil e Liderança previstas no projeto em vigor e sua forma de implementação nas práticas escolares diárias nas unidades do Instituto.

Inicialmente é feita uma breve contextualização do processo de expansão e fortalecimento do IEMA no contex-to educacional do Maranhão, mostrando sua importância atual enquanto espaço político pedagógico de formação da juventude.

A análise arqueológica da educação pública no Estado do Maranhão apresenta o IEMA como um novo paradigma de política educacional para a juventude, subsidiado em vi-sões teóricas, legislações e documentos jurídicos, que defi-nem parâmetros pedagógicos, intelectuais, sociais, políticos e subjetivos.

Integrando conhecimentos da Pedagogia, Economia, Ciências Sociais e Direito, com experiências e demandas técnicas, este paradigma centraliza-se na práxis crítica e transformadora de construção e fortalecimento do prota-gonismo de jovens estudantes.

O aprofundamento da conceituação de protagonismo juvenil parte da retomada da gênese histórica, cultural e po-lítica de sua presença no discurso social e político. Avança na análise do significado do protagonismo em diferentes le-gislações, marcos regulatórios de políticas públicas e sociais

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torno do protagonismo juvenil realizado pelo Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão/IEMA, sob a Reitoria de Jonathan Almada e do consultor do Núcleo Es-tratégico de Raimundo Palhano.

Para além das referências teóricas sobre o conceito de protagonismo juvenil, o livro relata pesquisa realizada pelo Núcleo Estratégico do IEMA, a partir do Encontro de Lí-deres 2018, visando analisar as concepções de Protagonis-mo Juvenil e Liderança previstas no projeto em vigor e sua forma de implementação nas práticas escolares diárias nas unidades do Instituto.

Inicialmente é feita uma breve contextualização do processo de expansão e fortalecimento do IEMA no contex-to educacional do Maranhão, mostrando sua importância atual enquanto espaço político pedagógico de formação da juventude.

A análise arqueológica da educação pública no Estado do Maranhão apresenta o IEMA como um novo paradigma de política educacional para a juventude, subsidiado em vi-sões teóricas, legislações e documentos jurídicos, que defi-nem parâmetros pedagógicos, intelectuais, sociais, políticos e subjetivos.

Integrando conhecimentos da Pedagogia, Economia, Ciências Sociais e Direito, com experiências e demandas técnicas, este paradigma centraliza-se na práxis crítica e transformadora de construção e fortalecimento do prota-gonismo de jovens estudantes.

O aprofundamento da conceituação de protagonismo juvenil parte da retomada da gênese histórica, cultural e po-lítica de sua presença no discurso social e político. Avança na análise do significado do protagonismo em diferentes le-gislações, marcos regulatórios de políticas públicas e sociais

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de promoção, garantia e defesa dos direitos infanto-juvenis. Resgata concepções de diferentes autores, com foco na edu-cação, como o pedagogo Antonio Carlos Gomes da Costa, ou na integração e participação social dos jovens, como o cientista político Paulo José Duval da Silva Krischke.

Este aprofundamento conceitual fornece as bases teó-ricas que justificam o lugar central do protagonismo juvenil no Projeto Pedagógico Institucional (PPI) do IEMA. Conce-bido como ator principal das ações voltadas à superação dos problemas relacionados ao bem comum, parte da solução e agindo com autonomia, solidariedade e competência, o IEMA abre aos jovens oportunidades de participar de atividades dinâmicas, contextualizadas e significativas nos diversos campos das ciências, das artes, das linguagens e da cultura corporal. Articulando mundo acadêmico e práticas sociais na realização dos Projetos de Vida dos estudantes, o PPI foca o desenvolvimento integral dos estudantes e sua formação enquanto sujeitos autônomos, solidários e competentes.

Considerando os 03 pilares da educação profissional e tecnológica – ensino, pesquisa e extensão – que destacam a interrelação entre teoria e prática, o trabalho pedagógico focado no protagonismo juvenil, sua organização, estrutu-ra, dinâmica, e impacto é apresentado a partir dos resulta-dos de pesquisa sobre o Encontro de Líderes 2018, plane-jada e realizada pela equipe do Núcleo Estratégico - Elane Patricia Andrade de Oliveira, Marina Mirella dos Santos D’ Caminha e Vitor Sampaio Soares –, autores do livro e res-ponsáveis pela criação de projetos e metodologias necessá-rios ao atendimento das demandas prioritárias, sob a batuta do Professor e economista Me. Raimundo Palhano.

O principal objetivo da pesquisa foi analisar, a partir do Encontro de Líderes 2018, as intervenções e práticas de

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liderança e protagonismo juvenil inseridas no Plano de De-senvolvimento Institucional do Instituto, de forma a aper-feiçoar metodologias, tecnologias pedagógicas e estratégias comprometidas uma educação pública de qualidade.

A pesquisa resulta em um diagnóstico situacional, com dados quantitativos sobre o impacto positivo da par-ticipação no IEMA na vida dos jovens, fundamentais para fornecer um retrato atualizado dos resultados concretos do trabalho desenvolvido. E, por ser de caráter qualitativo, traz diferentes olhares e vozes, incluindo os jovens estudantes sobre o reflexo desta experiência em suas subjetividades e na subjetividade de seus coletivos de vida.

Buscando atingir os objetivos, foram utilizados diversi-ficados instrumentais: análise de documentos oficiais e prá-ticas escolares institucionais; entrevistas com profissionais internos chave e convidados externos sobre sua visão do Instituto e da temática Protagonismo Juvenil; entrevistas com os estudantes sobre como enxergam a questão.

Com base na correlação dos dados quantitativos e qua-litativos, são apresentadas, ao final do estudo, possibilida-des para aprofundar e fortalecer práticas que reforcem a construção de jovens efetivamente protagonistas, política diretamente relacionada às bases de expansão do Instituto.

O Encontro de Líderes 2018, realizado em São Luís do Maranhão, em junho de 2018, teve como tema Prota-gonismo Juvenil em Rede, e envolveu diferentes atividades - palestra interativa, laboratórios de escrita e imagem, de-poimentos de jovens protagonistas envolvidos em projetos políticos-culturais em suas comunidades e âmbitos escola-res -, com o objetivo de estimular o pensamento reflexivo e diversificado sobre o tema.

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liderança e protagonismo juvenil inseridas no Plano de De-senvolvimento Institucional do Instituto, de forma a aper-feiçoar metodologias, tecnologias pedagógicas e estratégias comprometidas uma educação pública de qualidade.

A pesquisa resulta em um diagnóstico situacional, com dados quantitativos sobre o impacto positivo da par-ticipação no IEMA na vida dos jovens, fundamentais para fornecer um retrato atualizado dos resultados concretos do trabalho desenvolvido. E, por ser de caráter qualitativo, traz diferentes olhares e vozes, incluindo os jovens estudantes sobre o reflexo desta experiência em suas subjetividades e na subjetividade de seus coletivos de vida.

Buscando atingir os objetivos, foram utilizados diversi-ficados instrumentais: análise de documentos oficiais e prá-ticas escolares institucionais; entrevistas com profissionais internos chave e convidados externos sobre sua visão do Instituto e da temática Protagonismo Juvenil; entrevistas com os estudantes sobre como enxergam a questão.

Com base na correlação dos dados quantitativos e qua-litativos, são apresentadas, ao final do estudo, possibilida-des para aprofundar e fortalecer práticas que reforcem a construção de jovens efetivamente protagonistas, política diretamente relacionada às bases de expansão do Instituto.

O Encontro de Líderes 2018, realizado em São Luís do Maranhão, em junho de 2018, teve como tema Prota-gonismo Juvenil em Rede, e envolveu diferentes atividades - palestra interativa, laboratórios de escrita e imagem, de-poimentos de jovens protagonistas envolvidos em projetos políticos-culturais em suas comunidades e âmbitos escola-res -, com o objetivo de estimular o pensamento reflexivo e diversificado sobre o tema.

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Momento significativo de contato e troca, o Encontro apontou a importância de ampliação de espaços de organi-zação política dos jovens e de co-gestão das Unidades Plenas e Vocacionais.

Com o terreno preparado e a semente plantada, a par-tir da relação aberta, próxima e horizontalizada da Rei-toria com os adolescentes, expressa na seção Diálogos, as perspectivas são promissoras e apontam possibilidade de rompimento crítico com o secular ciclo de coronelismo, do-minação e opressão predominante na região, dando conti-nuidade ao caminho iniciado pelo atual governo estadual, sob a liderança de Flávio Dino.

As entrevistas com profissionais chaves do IEMA re-forçam a centralidade do princípio do protagonismo juvenil no Modelo Pedagógico e de Gestão, e enquanto metodologia de êxito, desenvolvida por meio de práticas e vivências em Ações Protagonistas genuínas, voltadas ao fortalecimento da capacidade de iniciativa (ação), da liberdade (opção) e do compromisso (responsabilidade), com participação acadê-mica, político-pedagógica e cultural e artística. E apontam caminhos e direções futuras norteadas pelo respeito aos direitos humanos, sociais e transgeracionais, compromisso social e responsabilidade coletiva.

Muito importante ainda, enquanto registro histórico, acadêmico e vivencial, o capítulo que apresenta as interven-ções práticas. Estruturadas em 3 dimensões - Geração 21, Geração Z e Geração Roda Viva –, com focos complementa-res, priorizam: o amadurecimento intelectual dos estudan-tes e sua futura colocação profissional; a auto consciência de anseios e formas de superação de desafios individuais; a ocupação de espaços de movimentação estudantil e de co--gestão na instituição.

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A diretriz única do trabalho pedagógico abrange diver-sificados programas, contextualizados às especificidades, demandas e necessidades das diferentes Unidades Plenas e Vocacionais e dos estudantes. A partir de uma visão inte-gral e dialética de desenvolvimento, que concebe individual e coletivo como mãos de uma mesma trilha no processo de construção do sujeito, o Projeto pedagógico une a dimen-são intelectual do conhecimento, a dimensão humanista do cuidado individual e a dimensão coletiva de participação e emancipação política.

Para finalizar, as propostas de aperfeiçoamento do mo-delo pedagógico do IEMA apontam para a construção de uma política de educação para o ensino profissional e tec-nológico, que se torne referência no país, e que resgate a ju-ventude como real fonte de inspiração e investimento para a promoção do desenvolvimento humano e social.

Destaco o quanto me foi gratificante perceber a contri-buição de minha Tese de Doutorado Protagonismo Juvenil: uma Práxis Sócio-Histórica de Ressignificação da Juventu-de na construção dessa proposta, que coloca o protagonis-mo juvenil como pilar central da política de educação para a juventude no Estado de Maranhão.

E encerro citando Paulo Freire, grande educador bra-sileiro, que criou um modelo pedagógico reconhecido mun-dialmente, por alçar a camada trabalhadora e empobrecida da população da condição de analfabetos ao patamar de le-trados, leitores e escreventes conscientes de seu papel no processo de transformação social.

Acredito que seja nosso dever criar meios de compre-ensão de realidades políticas e históricas, que deem origem a possibilidades de mudanças. Penso que nosso papel seja de-senvolver métodos de trabalho que permitam aos (às) opri-midos (as), pouco a pouco, revelarem sua própria realidade.

Maria Izabel Calil StamatoProfessora da Universidade Católica de Santos

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A diretriz única do trabalho pedagógico abrange diver-sificados programas, contextualizados às especificidades, demandas e necessidades das diferentes Unidades Plenas e Vocacionais e dos estudantes. A partir de uma visão inte-gral e dialética de desenvolvimento, que concebe individual e coletivo como mãos de uma mesma trilha no processo de construção do sujeito, o Projeto pedagógico une a dimen-são intelectual do conhecimento, a dimensão humanista do cuidado individual e a dimensão coletiva de participação e emancipação política.

Para finalizar, as propostas de aperfeiçoamento do mo-delo pedagógico do IEMA apontam para a construção de uma política de educação para o ensino profissional e tec-nológico, que se torne referência no país, e que resgate a ju-ventude como real fonte de inspiração e investimento para a promoção do desenvolvimento humano e social.

Destaco o quanto me foi gratificante perceber a contri-buição de minha Tese de Doutorado Protagonismo Juvenil: uma Práxis Sócio-Histórica de Ressignificação da Juventu-de na construção dessa proposta, que coloca o protagonis-mo juvenil como pilar central da política de educação para a juventude no Estado de Maranhão.

E encerro citando Paulo Freire, grande educador bra-sileiro, que criou um modelo pedagógico reconhecido mun-dialmente, por alçar a camada trabalhadora e empobrecida da população da condição de analfabetos ao patamar de le-trados, leitores e escreventes conscientes de seu papel no processo de transformação social.

Acredito que seja nosso dever criar meios de compre-ensão de realidades políticas e históricas, que deem origem a possibilidades de mudanças. Penso que nosso papel seja de-senvolver métodos de trabalho que permitam aos (às) opri-midos (as), pouco a pouco, revelarem sua própria realidade.

Maria Izabel Calil StamatoProfessora da Universidade Católica de Santos

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APRESENTAÇÃO ESPECIAL

O grande educador Antonio Carlos Gomes da Cos-ta, ao se deparar com um interessante trabalho da Fundação Odebrecht desenvolvido junto a adoles-

centes, notou que ao dar voz a estes jovens e possibilitar--lhes caminhar na construção de sua autonomia como cida-dãos e senhores de seu projeto de vida, o time responsável pelo projeto se aproximava do que Roger Hart chamava de protagonismo juvenil. É verdade que o psicólogo americano estendia a noção para incluir mesmo as crianças, num con-texto diverso do que o que Antonio Carlos encontrara, mas a ideia de que jovens têm um futuro sonhado, seja para seu cotidiano, seja para a sociedade e que a educação poderia e deveria apoiá-los na formatação de um projeto de vida e até de comunidade encantou o educador.

Mais tarde, quando Marcos Magalhães, ex presidente da Philips para a América Latina, resolveu ajudar sua an-tiga escola, em Pernambuco a ter seu prédio recuperado, a compreensão de que para uma boa educação não basta-va um prédio fê-lo esbarrar em Antônio Carlos Gomes da Costa, que desenhou para ele uma proposta pedagógica que enfatizava o protagonismo dos jovens. A partir da experi-ência do Ginásio Pernambucano, foi criado o ICE- Instituto de Corresponsabilidade pela Educação, que difundiu pelo

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Brasil afora um novo conceito de escola de ensino médio focada em excelência acadêmica e protagonismo juvenil.

Muito inovadora a iniciativa do governador Flavio Dino, por meio do IEMA - Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, de trazer este modelo para os cursos técnicos integrados ao ensino médio no es-tado. Ao preparar jovens para uma carreira profissional, o protagonismo dos jovens faz todo o sentido, pois assim os coloca como sujeitos responsáveis por sua própria aprendi-zagem e construtores de suas trajetórias futuras. Isso sig-nifica, mais do que tudo, uma mudança cultural profunda frente ao que costuma acontecer no ensino tradicional, em que o aluno é, muitas vezes, receptor inerte de conheci-mentos transmitidos por seus mestres, sem que haja uma apropriação do processo ou uma compreensão do sentido do que ele aprende para a sua vida e para a de sua comu-nidade. Isto se torna particularmente relevante em tempos de 4ª Revolução Industrial, em que a automação e a Inteli-gência Artificial extinguem, em ritmo acelerado, postos de trabalho, num processo que, embora criará no futuro novas oportunidades de trabalho, estas demandarão outras com-petências, mais associadas a pensamento crítico e sistêmico, resolução colaborativa e criativa de problemas e empatia.

A ideia de escrever um livro com os relatos dos profes-sores que vivem a notável experiência do Maranhão é mui-to rica, pois os mestres tiveram que viver intensamente esta transformação cultural. Eles tiveram (e continuarão tendo) um papel muito relevante, ao instilarem nos adolescentes e jovens adultos confiança no seu potencial -numa concepção que Carol Dweck chama de Mindset de Crescimento- apro-priação de uma metodologia social de transformação de seu meio e de si próprios e uma abordagem de altas expectativas para todos, a base para excelência acadêmica com equidade.

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Brasil afora um novo conceito de escola de ensino médio focada em excelência acadêmica e protagonismo juvenil.

Muito inovadora a iniciativa do governador Flavio Dino, por meio do IEMA - Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, de trazer este modelo para os cursos técnicos integrados ao ensino médio no es-tado. Ao preparar jovens para uma carreira profissional, o protagonismo dos jovens faz todo o sentido, pois assim os coloca como sujeitos responsáveis por sua própria aprendi-zagem e construtores de suas trajetórias futuras. Isso sig-nifica, mais do que tudo, uma mudança cultural profunda frente ao que costuma acontecer no ensino tradicional, em que o aluno é, muitas vezes, receptor inerte de conheci-mentos transmitidos por seus mestres, sem que haja uma apropriação do processo ou uma compreensão do sentido do que ele aprende para a sua vida e para a de sua comu-nidade. Isto se torna particularmente relevante em tempos de 4ª Revolução Industrial, em que a automação e a Inteli-gência Artificial extinguem, em ritmo acelerado, postos de trabalho, num processo que, embora criará no futuro novas oportunidades de trabalho, estas demandarão outras com-petências, mais associadas a pensamento crítico e sistêmico, resolução colaborativa e criativa de problemas e empatia.

A ideia de escrever um livro com os relatos dos profes-sores que vivem a notável experiência do Maranhão é mui-to rica, pois os mestres tiveram que viver intensamente esta transformação cultural. Eles tiveram (e continuarão tendo) um papel muito relevante, ao instilarem nos adolescentes e jovens adultos confiança no seu potencial -numa concepção que Carol Dweck chama de Mindset de Crescimento- apro-priação de uma metodologia social de transformação de seu meio e de si próprios e uma abordagem de altas expectativas para todos, a base para excelência acadêmica com equidade.

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Fiquei comovida com os relatos contidos no livro, que me fizeram perceber o quanto os professores se comprome-teram com a proposta. Eles sabem que ainda há muito o que se fazer para conquistar uma educação de qualidade para todos os alunos, mas os primeiros e mais difíceis passos já foram dados.

Espero que o leitor, incluindo a nova geração de alunos, também se emocione e sinta orgulho de fazer parte da “fa-mília” IEMA e, em especial, dos professores e dos jovens que os precederam nesta empreitada educacional de sucesso.

Rio de Janeiro, 6 de fevereiro de 2019

Claudia Costin

Diretora do Centro de Excelência e Inovação em Políticas Educacionais da Fundação Getúlio Vargas-CEIPE/FGV

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MENSAGEM DO REITOR Jhonatan Almada

O IEMA é uma instituição, eis aqui em uma palavra toda a força de seu conteúdo. Instituição que é uni-dade na diversidade, porém as instituições são prá-

ticas sociais, elas se constituem permanentemente ao longo do tempo no processo de interação, reinvenção e fazimen-tos. Não é algo ordinário em terras da descontinuidade das políticas públicas, o extraordinário é criarmos raízes. A vida dos nossos estudantes evidencia as raízes mais profundas da contribuição do IEMA.

Somos IEMA na medida em que eles sejam cidadãos autônomos, solidários e competentes. Se eles não vão bem, nós não podemos ir bem. A instituição é a soma de todas as pessoas que a compõem, não é apenas uma narrativa. É vida no sentido mais pleno e poderoso, portanto, temos alta responsabilidade por aquilo que fazemos.

Isso envolve sim e não, alegrias e tristezas, conquistas e derrotas. Não é a sinfonia do sucesso ou aópera do fracas-so. A composição possui um tema e suas variações, ora mais rápido, ora mais lento. E cada um que chega traz sua nota musical, cada um que sai deixa sua marca na melodia.

Como servidor público que sou, tenho a honra de lide-rar o IEMA e contribuir para que se consolide, papel desa-fiador que me foi delegado no Governo Flávio Dino. Cada

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MENSAGEM DO REITOR Jhonatan Almada

O IEMA é uma instituição, eis aqui em uma palavra toda a força de seu conteúdo. Instituição que é uni-dade na diversidade, porém as instituições são prá-

ticas sociais, elas se constituem permanentemente ao longo do tempo no processo de interação, reinvenção e fazimen-tos. Não é algo ordinário em terras da descontinuidade das políticas públicas, o extraordinário é criarmos raízes. A vida dos nossos estudantes evidencia as raízes mais profundas da contribuição do IEMA.

Somos IEMA na medida em que eles sejam cidadãos autônomos, solidários e competentes. Se eles não vão bem, nós não podemos ir bem. A instituição é a soma de todas as pessoas que a compõem, não é apenas uma narrativa. É vida no sentido mais pleno e poderoso, portanto, temos alta responsabilidade por aquilo que fazemos.

Isso envolve sim e não, alegrias e tristezas, conquistas e derrotas. Não é a sinfonia do sucesso ou aópera do fracas-so. A composição possui um tema e suas variações, ora mais rápido, ora mais lento. E cada um que chega traz sua nota musical, cada um que sai deixa sua marca na melodia.

Como servidor público que sou, tenho a honra de lide-rar o IEMA e contribuir para que se consolide, papel desa-fiador que me foi delegado no Governo Flávio Dino. Cada

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dia envolve decisões, negociações e lutas para avançar em conjuntura econômica difícil, atravessada por complexa cultura política.

Quando converso com os membros da família IEMA, comparecem os sonhos, projetos e histórias de todos, daí alimento minha motivação. Compreendo que lidamos com vidas preciosas e percebo que criamos as condições de opor-tunidade para que nenhum dos nossos estudantes se extra-viem nos caminhos sem rumo.

Acredito que todos nós estamos destinados a sermos mais, o IEMA tem o papel de fornecer a bússola, o compasso e o relógio para que nossos estudantes tenham norte, sai-bam para onde estão indo, consigam desenhar seus projetos e possam medir os passos que precisam dar, a eles meu res-peito, confiança e agradecimento.

Agradeço todas as pessoas singulares que contribuí-ram com este livro, verdadeiro marco no trabalho de pro-tagonismo juvenil desenvolvido pelo IEMA, em especial a equipe do Centro de Estudos e Pesquisas para a Excelência em Educação-CEPEDUC, Elane, Marina e Vitor, liderados pelos professores Raimundo Palhano, João Batista Ericeira e Rossini Corrêa.

Agradeço a equipe do IEMA que se dedica para que nenhuma palavra se perca e a prática corresponda ao que acreditamos, saúdo a todos e cada um em nome dos direto-res Elinaldo Silva e Gustavo Andrade.

Agradeço às queridas Maria Izabel Calil Stamato e Cláudia Costin que iluminam este livro com suas inteligên-cias e sensibilidades.

Vida longa ao IEMA!

Jhonatan AlmadaReitor do IEMA

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O IEMA PELO OLHAR DOS EGRESSOS

Em 2018, o IEMA teve suas três primeiras turmas de egressos (São Luís, Pindaré e Bacabeira), formando um total de 323 alunos com habilitação técnica em

diferentes áreas, tais como Meio Ambiente, Eventos, Servi-ços Jurídicos, Recursos Pesqueiros, Logística, Mineração e Agropecuária. A partir da sugestão da Prof.ª Cláudia Cos-tin, a Diretoria de Ensino (DIREN) realizou entrevistas com alguns desses egressos. Foi pedido, por e-mail, que os ex--alunos relatassem brevemente suas experiências no IEMA e como está sendo os primeiros meses no momento pós En-sino Médio.

Saber um pouco da história desses estudantes, o que eles vivenciaram nos três anos que passaram no Instituto e quais suas perspectivas pós-conclusão do curso se mostrou necessário para podermos não só ouvir esses ex-alunos, que continuam sendo parte da família IEMA, como tam-bém para o Instituto poder ter um feedback dos estudantes os quais foram acompanhados pelo Reitor, professores, di-retores e demais funcionários em suas trajetórias e Projeto de Vida. Segue abaixo os relatos de 21 egressos organizados por Unidade Plena:

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O IEMA PELO OLHAR DOS EGRESSOS

Em 2018, o IEMA teve suas três primeiras turmas de egressos (São Luís, Pindaré e Bacabeira), formando um total de 323 alunos com habilitação técnica em

diferentes áreas, tais como Meio Ambiente, Eventos, Servi-ços Jurídicos, Recursos Pesqueiros, Logística, Mineração e Agropecuária. A partir da sugestão da Prof.ª Cláudia Cos-tin, a Diretoria de Ensino (DIREN) realizou entrevistas com alguns desses egressos. Foi pedido, por e-mail, que os ex--alunos relatassem brevemente suas experiências no IEMA e como está sendo os primeiros meses no momento pós En-sino Médio.

Saber um pouco da história desses estudantes, o que eles vivenciaram nos três anos que passaram no Instituto e quais suas perspectivas pós-conclusão do curso se mostrou necessário para podermos não só ouvir esses ex-alunos, que continuam sendo parte da família IEMA, como tam-bém para o Instituto poder ter um feedback dos estudantes os quais foram acompanhados pelo Reitor, professores, di-retores e demais funcionários em suas trajetórias e Projeto de Vida. Segue abaixo os relatos de 21 egressos organizados por Unidade Plena:

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UP - PINDARÉ

Charles Rogério Sousa Junior

“Melhores anos.

Eu não podia imaginar as coisas que me aconteceriam, o início foi incerto, confuso e incomum, onde todos os estra-nhos fariam parte da minha vida, onde todos os cantos te-riam histórias escondidas. Aqui passei os melhores anos de minha vida, fiz amigos, muitos dos quais, me acompanha-rão para sempre. Por isso tenho que comemorar! Esse é um momento especial! É hora de olhar para trás e ver por tudo o que já passei. O Iema é capaz de nos deixar à flor da pele durante 24h, 48h, 72h… quem não for bom de coração não aguenta a pressão. Falo com propriedade!

Quem nunca passou por essas bandas não sabe, nem de longe, da imensidão desse sentimento. É no dia a dia que a gente aprende a “ser” um lugar e ama, venera, defende, como se fosse uma pessoa, de carne e osso, mesmo que no fundo saibamos que aquilo ali não passa de um amontoado de almas (e cada uma com suas infinitas particularidades)! Rapaz, deixa eu contar pra vocês, se tem uma coisa que eu aprendi nesses 3 anos é que Protagonista do Iema se reco-nhece no olhar. É estranho até de falar. Explicar… Posso pa-recer repetitivo, mas o amor que eu sinto por esse Instituto é inexplicável. tenho absurda gratidão pelo que ele me tor-nou. esse sentimento de “esse mundo é meu” foi o Iema que me fez sentir.

A gente desaprende sobre limites e… voa!

Deus, família, professores, projetos, amigos, zeladores, vi-gias, inúmeras viagens, IEMA… São os verdadeiros respon-sáveis pela minha formação como Técnico em serviços Ju-

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rídicos, e a palavra que define a minha vida é Gratidão… gratidão porque entre vários, eu tive a chance de conseguir ingressar em um instituto tão completo, ter uma educação tão inovadora.

É importante perceber que as pedras que apareceram no caminho só servem para que tenhamos a chance de nos re-erguer, para todos que caminharam comigo, desejo sucesso e graças ao Iema esse sucesso será sem sombra de dúvidas regado de muito esforço. que nas próximas fases saibamos nos reerguer na faculdade, estou fazendo o curso de Fisio-terapia onde sempre o meu sonhos onde consolidei o mes-mo na instituição. E só tenho a agradecer a rede iema pelo grande trabalho exercido e como sentimento de constante desenvolvimento #familiaiema.”

Enilde Jansen Cutrim

“Primeiramente sou grata à Deus por ter me proporcionado a alegria em cursar meu ensino médio-técnico em uma es-cola integral (IEMA). Escola essa de alta qualificação profis-sional, competência e, claro, bons resultados. Foram os três anos bem mais investidos e colhidos, muitas experiências adquiridas e conhecimentos. Então, à tão “pouco tempo”, como aluno do IEMA, me referindo às conquistas, con-seguir realizá-las pouco a pouco, com tempo e dedicação. Hoje, infelizmente “não faço mais parte da família IEMA”, mas, posso afirmar que o IEMA, foi uma das bases prin-cipais para que eu chegasse até aqui, (atualmente univer-sitária), foi a graças à Deus, à minha dedicação e à gran-diosa competência profissional que consegui avançar à essa nova jornada da minha vida, uma nova trajetória, porém, como o mesmo protagonismo. Digo ainda que… fui, estou e continuarei feliz em lembrar que estudei nessa escola, pois

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rídicos, e a palavra que define a minha vida é Gratidão… gratidão porque entre vários, eu tive a chance de conseguir ingressar em um instituto tão completo, ter uma educação tão inovadora.

É importante perceber que as pedras que apareceram no caminho só servem para que tenhamos a chance de nos re-erguer, para todos que caminharam comigo, desejo sucesso e graças ao Iema esse sucesso será sem sombra de dúvidas regado de muito esforço. que nas próximas fases saibamos nos reerguer na faculdade, estou fazendo o curso de Fisio-terapia onde sempre o meu sonhos onde consolidei o mes-mo na instituição. E só tenho a agradecer a rede iema pelo grande trabalho exercido e como sentimento de constante desenvolvimento #familiaiema.”

Enilde Jansen Cutrim

“Primeiramente sou grata à Deus por ter me proporcionado a alegria em cursar meu ensino médio-técnico em uma es-cola integral (IEMA). Escola essa de alta qualificação profis-sional, competência e, claro, bons resultados. Foram os três anos bem mais investidos e colhidos, muitas experiências adquiridas e conhecimentos. Então, à tão “pouco tempo”, como aluno do IEMA, me referindo às conquistas, con-seguir realizá-las pouco a pouco, com tempo e dedicação. Hoje, infelizmente “não faço mais parte da família IEMA”, mas, posso afirmar que o IEMA, foi uma das bases prin-cipais para que eu chegasse até aqui, (atualmente univer-sitária), foi a graças à Deus, à minha dedicação e à gran-diosa competência profissional que consegui avançar à essa nova jornada da minha vida, uma nova trajetória, porém, como o mesmo protagonismo. Digo ainda que… fui, estou e continuarei feliz em lembrar que estudei nessa escola, pois

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me ajudou grandiosamente a crescer profissionalmente, em apresentações de projetos, seminários, eventos internos en-tre outros. Em se tratando de educação de qualidade, é um parâmetro significativo para uma boa formação acadêmica, eu, pessoalmente deixo em evidência essa questão, assim como também sou grata por ter tido o IEMA como prepa-ração inicial.

No ano passado, realizei meu primeiro ENEM, e conseguir ser aprovada, tudo isso, graças a boa qualificação, como já citei. Pois era realizado aulas preparatórias voltadas para o ENEM diariamente, ou seja, para alcançar bons resultados, e essa técnica funcionou, À exemplo, foi aprovada.

Essa brilhante ideia, foi bem aplicada e valorizada. me sinto realizada e bastante feliz por alcançar tal consquista, essa foi apenas uma de muitas por vir.”

Ruan Felipe dos Santos Corrêa

“Obrigado IEMA

O INSTITUTO DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLO-GIA DO MARANHÃO - IEMA UP- PINDARÉ MIRIM, foi de grande importância para minha vida, pois com ele pude entender e exercer o protagonismo a ser solidário e ter res-ponsabilidade.

o IEMA me deu a oportunidade de sonhar com a tão dese-jada aprovação no vestibular da UEMA e no ENEM, graças ao suporte com aulas complementares, eletivas e principal-mente incentivo pude conquistar minha aprovação não só no vestibular da UEMA, mas também no Enem, e também oportunidades para eventos complementares para o currí-culo acadêmico, como a agritec, robótica e a mostra brasi-

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leira de foguetes na qual tive a oportunidade de participar junto com dos amigos.

Hoje graças ao IEMA tenho a formação TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA, que está ajudando muito no meu cur-so de Ciências biológicas, tanto em aulas teóricas, práticas quanto na elaboração de projetos.

Agradeço muito a todos envolvidos nesse novo modelo de ensino que é o IEMA, e principalmente a equipe de pro-fessores e gestores que sempre incentivaram e aconselha-vam. Muito obrigada pelo equipe IEMA.”

Larithyssa Borges

“Bom, sabemos que o ser humano possui o thauma entre suas características, ou seja temos a capacidade de admirar ou estranhar algo que nunca vimos e nem conhecemos, e eu com integrante desse grupo, ao me deparar com o mo-delo pedagógico do Iema tive um certo estranhamento, era novo pra mim, me fiz várias perguntas, perguntas essas que ao longo dos anos eu mesma pude respondê-las. Pois o Iema não é apenas uma escola comum, é muito além disso.

O Iema foi uma experiência maravilhosa e inesquecíveis em minha vida, sou grata por tudo que o instituto me pro-porcionou. Aprendi a ser autônoma com o estudo orientado, e protagonismo em minha própria trajetória com projeto de vida.

Não estou como sonhei, ainda não alcancei o meu objetivo, mas serei persistente como aprendi com o projeto de vida, e vou permanecer em busca dos meus sonhos, e comigo levo o projeto de vida, um projeto que será essencialmente para minhas realizações.”

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leira de foguetes na qual tive a oportunidade de participar junto com dos amigos.

Hoje graças ao IEMA tenho a formação TÉCNICO EM AGROPECUÁRIA, que está ajudando muito no meu cur-so de Ciências biológicas, tanto em aulas teóricas, práticas quanto na elaboração de projetos.

Agradeço muito a todos envolvidos nesse novo modelo de ensino que é o IEMA, e principalmente a equipe de pro-fessores e gestores que sempre incentivaram e aconselha-vam. Muito obrigada pelo equipe IEMA.”

Larithyssa Borges

“Bom, sabemos que o ser humano possui o thauma entre suas características, ou seja temos a capacidade de admirar ou estranhar algo que nunca vimos e nem conhecemos, e eu com integrante desse grupo, ao me deparar com o mo-delo pedagógico do Iema tive um certo estranhamento, era novo pra mim, me fiz várias perguntas, perguntas essas que ao longo dos anos eu mesma pude respondê-las. Pois o Iema não é apenas uma escola comum, é muito além disso.

O Iema foi uma experiência maravilhosa e inesquecíveis em minha vida, sou grata por tudo que o instituto me pro-porcionou. Aprendi a ser autônoma com o estudo orientado, e protagonismo em minha própria trajetória com projeto de vida.

Não estou como sonhei, ainda não alcancei o meu objetivo, mas serei persistente como aprendi com o projeto de vida, e vou permanecer em busca dos meus sonhos, e comigo levo o projeto de vida, um projeto que será essencialmente para minhas realizações.”

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Aryane Fernanda Tinoco da Silva

“O IEMA foi uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida, sou imensamente grata por ter participado de uma escola de excelência. O IEMA me abriu portas que nunca imaginei que seriam abertas. Tive o imenso prazer de participar de projetos, eletivas, clubes, olimpíadas, e até mesmo liderança. Tudo contribuiu para pessoa que me tor-nei hoje. Não só aprendi os conteúdos comuns que as esco-las ensinam, aprendi também a ser uma jovem protagonis-ta, autônoma solidária e competente, desenvolvi e expandi os meus saberes, que hoje serviram grandiosamente para essa nova etapa da minha vida que é a Universidade. Uma garota cheia de sonhos e que hoje sabe o caminho a se-guir. Graças a educação que essa escola de excelência me ofereceu, atualmente curso enfermagem pela uema, sigo na caminhada rumo ao meu projeto de vida, acreditando nos meus sonhos. Agradeço a todos que contribuíram para que isso acontecesse, pois é disso que os jovens precisam, de pessoas que acreditem nos seus sonhos e que os motivem a realizá-los. Obrigado família IEMA por ser quem eu sou hoje e por me mostrar que a Educação sempre será o me-lhor caminho. Obrigada por abrir meus olhos para o mun-do, e me encorajar a torná-lo um lugar melhor”

André Felipe Oliveira Anjos

“Meu primeiro ano no iema foi de muitas aprendizagens, logo no começo estávamos inseguro pois não sabíamos se ia funcionar. Pra me era uma experiência, nunca tinha es-tudado numa escola em tempo integral. Mais hoje podemos dizer que o iema se tornou numa das melhores instituições do Maranhão de nível técnico.

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Bem no começo conhecemos a disciplina projeto de vida, com ela pude desenvolver e traçar minhas metas. E com os professores aprendemos muito, deram conselho que posso levar para minha vida toda. Cada dia que passei no iema foi de muitas aprendizagens e sabedoria.

Da base técnica pude tirar muitas experiências como aluno e futuramente como profissional. O iema era como minha segunda família, passei três anos foi muito bom conhecer novos amigos. As aulas do Enem foram de muitas apren-dizagens e também não pode deixar de fora as eletivas que qualificaram muito.

Hoje posso dizer que o iema mudou minha vida pessoal, vejo diferente de como eu via antes, agora não estou cur-sando nada no momento, mas nos momentos livres que es-tou tendo pude pensar em outro objetivos para minha vida.”

Mellyssa Costa Sousa

“O Instituto IEMA foi de grande importância para mim! Ele fez e ainda faz parte das mudanças no meu eu e na minha vida de estudante. Sou grata pela educação e pelo ótimo ensino que o IEMA me ofereceu. Se hoje estou cursando Psicologia, um curso que sempre quis, foi graças ao Projeto de Vida que me ajudou a desenvolver minhas habilidades, a descobrir o que quero e tá sempre com ideias e sonhos para construir e segur. Até hoje, a educação que o IEMA me proporcionou faz parte do meu cotidiano de universitária e pretendo levá-lo comigo para continuar me fortalecendo no meu caminho de aprendiz.”

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Bem no começo conhecemos a disciplina projeto de vida, com ela pude desenvolver e traçar minhas metas. E com os professores aprendemos muito, deram conselho que posso levar para minha vida toda. Cada dia que passei no iema foi de muitas aprendizagens e sabedoria.

Da base técnica pude tirar muitas experiências como aluno e futuramente como profissional. O iema era como minha segunda família, passei três anos foi muito bom conhecer novos amigos. As aulas do Enem foram de muitas apren-dizagens e também não pode deixar de fora as eletivas que qualificaram muito.

Hoje posso dizer que o iema mudou minha vida pessoal, vejo diferente de como eu via antes, agora não estou cur-sando nada no momento, mas nos momentos livres que es-tou tendo pude pensar em outro objetivos para minha vida.”

Mellyssa Costa Sousa

“O Instituto IEMA foi de grande importância para mim! Ele fez e ainda faz parte das mudanças no meu eu e na minha vida de estudante. Sou grata pela educação e pelo ótimo ensino que o IEMA me ofereceu. Se hoje estou cursando Psicologia, um curso que sempre quis, foi graças ao Projeto de Vida que me ajudou a desenvolver minhas habilidades, a descobrir o que quero e tá sempre com ideias e sonhos para construir e segur. Até hoje, a educação que o IEMA me proporcionou faz parte do meu cotidiano de universitária e pretendo levá-lo comigo para continuar me fortalecendo no meu caminho de aprendiz.”

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UP - BACABEIRA

Idarcilene Martins Ferreira

“Olá, Me chamo Idarcilene, tenho 18 anos e sou ex-aluna do IEMA Unidade Plena de Bacabeira. Hoje estou cursando Matemática Licenciatura na UEMA e trabalho dando aulas de reforço escolar em matemática para alunos do 7° e 8° ano do Colégio Militar da minha cidade, indicada por um antigo professor dos tempos de ensino fundamental.

Grande parte dessas conquistas devo ao IEMA e aos seus professores, pelo incentivo e pelas metodologias de ensino, as metodologias de êxito e o incentivo à prática de monito-ria, que me ajudou muito tanto em meus estudos como a confiança para exercer esta nova atividade profissional.

Agradeço ao IEMA pelas oportunidades que me proporcio-nou, pois graças a elas consegui aperfeiçoar meus conheci-mentos e seguir na área das Ciências Exatas, que eu sempre gostei e foi meu sonho desde o início. Obrigada IEMA!”

Amarildo Silva Junior

“Bom, eu vou falar sobre como o IEMA me ajudou a me compreender como um profissional no mercado de trabalho e a conseguir um emprego.

Primeiramente, a Base Técnica nos prepara para exercer com profissionalismo nossas atividades dentro da empresa. E, os professores da Base Técnica sempre falam e explicam muito sobre essas questões comportamentais e de postura profissional.

Saber como me comportar para uma entrevista de empre-go foi essencial! Claro que você vai ficar um pouco nervo-

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so, ansioso, mas você não pode deixar essa ansiedade, esse nervosismo tomar conta de você.

Na minha entrevista para a CAVAN, o entrevistador me deixou muito a vontade para responder às perguntas, não foi necessário pressa, você tem que demonstrar muito cal-ma. Claro que eles percebem tudo. O jeito que você fala, o jeito que você senta, eles prestam atenção no seu comporta-mento como um todo. Por exemplo, se você for a uma em-presa, a partir da recepção eles já lhe observam, se você é pontual e até como você se senta etc. Enfim, as metodolo-gias de êxito no IEMA e o preparatório para o estágio foram essenciais para o meu sucesso e emprego.

Outro quesito onde o IEMA também me ajudou muito foi na minha timidez. Eu sou muito tímido, mas dentro de uma empresa você não pode ser tímido. Você tem que se comu-nicar desde o diretor até o porteiro, com todos. Se você não tiver comunicação dentro de uma empresa, eu sinto muito, mas não vai conseguir ficar, porque você deve se comuni-car com todos os funcionários. Nisso, também, o IEMA me ajudou bastante.

Acredito que atingi os objetivos: autônomo, solidário e com-petente. Obrigado, IEMA!”

Marla Jackeline Martins Rocha

“O IEMA foi de grande contribuição para minha carreira profissional, todos os três anos naquela escola me marcou em vários aspectos. Lembro como se fosse ontem o início das aulas, toda receptividade da comunidade escolar, dos jovens protagonistas e do reitor de sua equipe. Todos esses três anos que passamos no IEMA nos motivou a cada mo-mento nos dedicarmos de corpo e alma, pois como sendo a

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so, ansioso, mas você não pode deixar essa ansiedade, esse nervosismo tomar conta de você.

Na minha entrevista para a CAVAN, o entrevistador me deixou muito a vontade para responder às perguntas, não foi necessário pressa, você tem que demonstrar muito cal-ma. Claro que eles percebem tudo. O jeito que você fala, o jeito que você senta, eles prestam atenção no seu comporta-mento como um todo. Por exemplo, se você for a uma em-presa, a partir da recepção eles já lhe observam, se você é pontual e até como você se senta etc. Enfim, as metodolo-gias de êxito no IEMA e o preparatório para o estágio foram essenciais para o meu sucesso e emprego.

Outro quesito onde o IEMA também me ajudou muito foi na minha timidez. Eu sou muito tímido, mas dentro de uma empresa você não pode ser tímido. Você tem que se comu-nicar desde o diretor até o porteiro, com todos. Se você não tiver comunicação dentro de uma empresa, eu sinto muito, mas não vai conseguir ficar, porque você deve se comuni-car com todos os funcionários. Nisso, também, o IEMA me ajudou bastante.

Acredito que atingi os objetivos: autônomo, solidário e com-petente. Obrigado, IEMA!”

Marla Jackeline Martins Rocha

“O IEMA foi de grande contribuição para minha carreira profissional, todos os três anos naquela escola me marcou em vários aspectos. Lembro como se fosse ontem o início das aulas, toda receptividade da comunidade escolar, dos jovens protagonistas e do reitor de sua equipe. Todos esses três anos que passamos no IEMA nos motivou a cada mo-mento nos dedicarmos de corpo e alma, pois como sendo a

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primeira turma tínhamos que mostrar que era a ESCOLA DA DIFERENÇA, com toda essa responsabilidade no início não foi fácil, teve ano ou até mesmo bimestre que perdemos companheiros de turma no caminho da trajetória, mas es-sas quedas só motivou seguirmos firmes. E nessa jornada caminho e conseguimos, confesso que o IEMA é uma gran-de oportunidade nos que estão e os que ainda vão adentrar nas Unidades. A visão do IEMA de preparar os alunos a planejar o seu projeto de vida, investir na sua carreira pro-fissional é gratificante.

Mas enfim, o IEMA foi uma grande contribuição em minha carreira profissional, com o curso técnico já estou preparado para exercer tarefas no ramo de trabalho, com a experiên-cia profissional do estágio me ajudou em todos os aspectos, esclarecendo a maneira e modos que devemos exercer no ramo da empregabilidade.”

João Pedro Rodrigues Costa

“Não tem como eu começar essa carta sem primeiro agra-decer, agradecer a toda a equipe do IEMA por ter me pre-parado para o ensino superior, agradecer por terem me ajudado a me tornar uma pessoa melhor, mais responsável, mais ativa, entre várias outras coisas que conseguir graças ao IEMA, então, muito obrigado a toda equipe do IEMA que dá sempre o seu melhor para o bem dos alunos.

Hoje estou na Universidade, sou do curso de educação física no Ceuma (bacharel), estou muito feliz no meu curso, muito mesmo e também não tem como eu falar sobre escolha do meu curso sem citar Mayara Carvalhal e Karla Fernanda, que foram as que mais me incentivaram para tomar essa decisão.

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Antes do IEMA, eu não tinha olhos abertos para o ensino superior, esse foi um dos motivos para estudar no IEMA, em busca de uma formação de técnico em meio ambiente. Mas foi juntamente onde a professora Mayara entrou na minha vida, com as aulas da disciplina “projeto de vida” foi onde ela me ajudou a enxergar a necessidade e os benefícios de ter um ensino superior, e também através dela eu decidi que ia fazer o curso de educação física (disciplina que ela ministrava), foi a partir desse momento que fui buscar co-nhecer mais sobre o profissional da educação física e fui me encantando cada vez mais.

No segundo ano fiquei mais próximo da professora Karla que também é professora de educação física e através dos treinos para o time do IEMA, foi que eu enxerguei fazendo aquilo que ela fazia, e ela também me incentivou mais ain-da.

E hoje, eu sou um aluno muito feliz no meu curso e graças a preparação que tive no IEMA estou tendo uma enorme facilidade no ensino superior, muitas coisas que os meus professores fazem e dizem que são novas, eu já fiz no IEMA e consigo tirar de letra agora.

Além do mais, no IEMA apresentei vários trabalhos e amos-tra científicas e me deram uma grande segurança fazendo com que eu apresente meus trabalhos na faculdade de uma forma brilhante.

E para finalizar queria novamente agradecer por tudo e di-zer que estou disponível para ajudar se for preciso.”

Ana Celia Santana Sobrinha

“Me chamo Ana Célia, 19 anos, ex aluna do IEMA UP São Luís, fiz parte das primeiras turmas do IEMA, fiz curso téc-

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Antes do IEMA, eu não tinha olhos abertos para o ensino superior, esse foi um dos motivos para estudar no IEMA, em busca de uma formação de técnico em meio ambiente. Mas foi juntamente onde a professora Mayara entrou na minha vida, com as aulas da disciplina “projeto de vida” foi onde ela me ajudou a enxergar a necessidade e os benefícios de ter um ensino superior, e também através dela eu decidi que ia fazer o curso de educação física (disciplina que ela ministrava), foi a partir desse momento que fui buscar co-nhecer mais sobre o profissional da educação física e fui me encantando cada vez mais.

No segundo ano fiquei mais próximo da professora Karla que também é professora de educação física e através dos treinos para o time do IEMA, foi que eu enxerguei fazendo aquilo que ela fazia, e ela também me incentivou mais ain-da.

E hoje, eu sou um aluno muito feliz no meu curso e graças a preparação que tive no IEMA estou tendo uma enorme facilidade no ensino superior, muitas coisas que os meus professores fazem e dizem que são novas, eu já fiz no IEMA e consigo tirar de letra agora.

Além do mais, no IEMA apresentei vários trabalhos e amos-tra científicas e me deram uma grande segurança fazendo com que eu apresente meus trabalhos na faculdade de uma forma brilhante.

E para finalizar queria novamente agradecer por tudo e di-zer que estou disponível para ajudar se for preciso.”

Ana Celia Santana Sobrinha

“Me chamo Ana Célia, 19 anos, ex aluna do IEMA UP São Luís, fiz parte das primeiras turmas do IEMA, fiz curso téc-

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nico em meio ambiente, durante meus três anos tive vários tipos de oportunidades e experiências. Participei de eleti-vas, clubes, eventos e grupos e pesquisa da robótica, com essas experiências desenvolvi meu lado pessoal e profissio-nal, tive chances de conviver e interagir com pessoas dife-rentes, professores e alunos de atitudes e comportamentos diferentes do nosso.

Após a conclusão das matérias técnicas executadas em sala de aula tive o estágio, que é a parte final do curso onde a gente põe nosso conhecimento em prática. Nessa prática eu fui para a Emap, uma empresa que a gente põe nosso co-nhecimento em prática. Nessa prática, eu fui técnica, acom-panhei fiscalização, treinamentos, atracação de navios, as-sim como atividades extras. O curso e o estágio ajudaram na minha decisão sobre o que fazer após o ensino médio, o IEMA ajudou a decidir que quero fazer oceanografia e ges-tão portuária.

Além das minhas obrigações que eram as matérias comuns do ensino médio e do curso técnico, o IEMA fornece opor-tunidades ao estudante, tive de viajar para competir repre-sentando o Maranhão, palestras motivacionais, eventos com ligação ao curso e minicursos.

Eu sempre dizia que a frase certa sobre estudar no IEMA era ‘aqui temos oportunidades para viver e criar sonhos’.”

Yann

“A importância do IEMA para um jovem formado na Insti-tuição, aprovado no vestibular e já empregado não pode ser descrita em uma simples carta. Pois acreditar nos sonhos de alguém que inicialmente não tinha perspectiva é algo sem preço.

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O IEMA é uma fábrica de sonhos e dá suporte para que os mesmos sejam realizados. Ajudando, também, os seus alu-nos, como pode ser vivido na matéria Projeto de Vida.

Graças ao IEMA pude aprender, conhecer outras culturas e, sobretudo crescer. A robótica educacional me ajudou muito, também me ensinou valores que irei levar para toda a vida. A mesma é uma das matérias da grade curricular da escola que serve com uma ferramenta de aprendizagem dentro da instituição.

O IEMA contribui imensamente a meu êxito nesta etapa, pois o mesmo me capacita para trilhar meu caminho pro-fissional e dar continuidade aos meus estudos na universi-dade.

Eu me chamo Yann, tenho 18 anos e pude participar de muitas competições de robótica pelo Brasil e até em outro país durante o ensino médio graças ao IEMA, pois o mes-mo acreditou no meu potencial no momento em que eu não tinha perspectiva para o futuro, no momento em que mais precisei.”

Patrick Moraes Cutrim

“Me chamo Patrick Moraes Cutrim e sou ex aluno do IEMA da UP de São Luís. O IEMA para mim foi uma oportuni-dade para desenvolver minhas competências, visto que lá trabalhado bastante a atividade individual e em grupo. A Escola também foi um desafio para mim, visto que até então sempre tinha estudado apenas um turno e com isso por ser uma escola em período integral trabalhou muito a questão da organização pessoal e a administração do horário e sua responsabilidade.

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O IEMA é uma fábrica de sonhos e dá suporte para que os mesmos sejam realizados. Ajudando, também, os seus alu-nos, como pode ser vivido na matéria Projeto de Vida.

Graças ao IEMA pude aprender, conhecer outras culturas e, sobretudo crescer. A robótica educacional me ajudou muito, também me ensinou valores que irei levar para toda a vida. A mesma é uma das matérias da grade curricular da escola que serve com uma ferramenta de aprendizagem dentro da instituição.

O IEMA contribui imensamente a meu êxito nesta etapa, pois o mesmo me capacita para trilhar meu caminho pro-fissional e dar continuidade aos meus estudos na universi-dade.

Eu me chamo Yann, tenho 18 anos e pude participar de muitas competições de robótica pelo Brasil e até em outro país durante o ensino médio graças ao IEMA, pois o mes-mo acreditou no meu potencial no momento em que eu não tinha perspectiva para o futuro, no momento em que mais precisei.”

Patrick Moraes Cutrim

“Me chamo Patrick Moraes Cutrim e sou ex aluno do IEMA da UP de São Luís. O IEMA para mim foi uma oportuni-dade para desenvolver minhas competências, visto que lá trabalhado bastante a atividade individual e em grupo. A Escola também foi um desafio para mim, visto que até então sempre tinha estudado apenas um turno e com isso por ser uma escola em período integral trabalhou muito a questão da organização pessoal e a administração do horário e sua responsabilidade.

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No primeiro ano de escola em 2016, eu ainda não sabia o queria para meu futuro, se ai estudar para concurso ou para o ensino superior, eu estava perdido, e no IEMA, pude participar de palestras informativas e de seminários e de feiras de ciência e tecnologia, onde me apaixonei pela área de exatas, ou seja, no IEMA pude ter oportunidade de ter a melhor escolha para mim. Além de que o currículo hoje em dia é a porta de entrada para ingressar não somente em empresas, mas também em qualquer seletivo, sendo as-sim o IEMA pode me proporcionar um currículo com além da base nacional comum, também o curso técnico que no meu caso eu fiz de informática, já no ano de 2018, quando já estava cursando o 3° ano do ensino médio, eu já tinha maturidade para escolher entre as áreas dos cursos e assim resolvi escolher a área das engenharias, cujo eu mais me identifico, hoje em dia estou cursando BICT, na UFMA, que é um curso de porta de entrada para as engenharias, o cur-so em si é bem aberto para quem ainda não sabe qual en-genharia seguir, porém já sabe que quer engenharia. Con-siste em 3 anos na qual o estudante mescla entre matérias obrigatórias e matérias que você quer fazer para construir sua emenda do curso e outros dois anos que você cursa a própria a própria engenharia, assim tendo dois certificados e ensino superior em 5 anos. O que quero dizer é que nem seja uma pontinha o IEMA me ajudou em todas essas áreas, inclusive a ser uma pessoa melhor no âmbito pessoal. Sei que sou ainda novo, tenho apenas 18 anos, porém sei que isso é só o começo, como já dizia o professor Márcio de bio-logia do IEMA, grande Márcio, isso é apenas o começo, não se contente com o primeiro degrau. Assim estou traçando meu caminho, e, a cada acerto, um bom, a cada erro, um tente novamente.”

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UP – SÃO LUÍS

Flávia Melyssa

“Meu nome é Flávia Melyssa, cursei meu Ensino Médio no IEMA No período compreendido entre 2016 e 2018, bem como o curso técnico de Meio Ambiente. Curso este o qual foi bastante significativo na continuidade dos meus estudos até os dias atuais.

Realidade esta advinda dos estudos e grande aprendizado obtido no Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecno-logia do Maranhão. Em que através de sua metodologia de ensino tive a oportunidade de aperfeiçoar os conhecimen-tos adquiridos durante as aulas ministradas nas disciplinas tanto do ensino médio quanto nas específicas de meio am-biente.

Curso que por dispor do estágio na área, foi de grande valia para o desenvolvimento das teorias estudadas e colocadas em prática. Sobre o estágio este foi realizado na empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) sendo ela uma corporação pública do governo do Estado do Mara-nhão e sediada no porto do Itaqui, na Baía de São Marcos, em São Luís, capital do Estado.

O referido estágio foi uma etapa, juntamente dos estudos adquiridos no IEMA, crucial para a escolha acadêmica, pois dei continuidade na área do curso técnico em Meio Am-biente ingressando na faculdade para o curso de engenha-ria ambiental. Escolha e decisão em virtude do grande e valoroso proveito que obtive durante cada fase do Ensino Médio.

Cabendo colocar que essa prática é também importante para experiência em campo na área de estudo escolhida

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UP – SÃO LUÍS

Flávia Melyssa

“Meu nome é Flávia Melyssa, cursei meu Ensino Médio no IEMA No período compreendido entre 2016 e 2018, bem como o curso técnico de Meio Ambiente. Curso este o qual foi bastante significativo na continuidade dos meus estudos até os dias atuais.

Realidade esta advinda dos estudos e grande aprendizado obtido no Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecno-logia do Maranhão. Em que através de sua metodologia de ensino tive a oportunidade de aperfeiçoar os conhecimen-tos adquiridos durante as aulas ministradas nas disciplinas tanto do ensino médio quanto nas específicas de meio am-biente.

Curso que por dispor do estágio na área, foi de grande valia para o desenvolvimento das teorias estudadas e colocadas em prática. Sobre o estágio este foi realizado na empresa Maranhense de Administração Portuária (EMAP) sendo ela uma corporação pública do governo do Estado do Mara-nhão e sediada no porto do Itaqui, na Baía de São Marcos, em São Luís, capital do Estado.

O referido estágio foi uma etapa, juntamente dos estudos adquiridos no IEMA, crucial para a escolha acadêmica, pois dei continuidade na área do curso técnico em Meio Am-biente ingressando na faculdade para o curso de engenha-ria ambiental. Escolha e decisão em virtude do grande e valoroso proveito que obtive durante cada fase do Ensino Médio.

Cabendo colocar que essa prática é também importante para experiência em campo na área de estudo escolhida

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e vida profissional do aluno, configurando-se no primeiro passo para colocar em prática a teoria adquirida no decor-rer do ensino médio rumo ao mercado de trabalho.

A família IEMA é notória pela sua estrutura de metodo-logias inovadoras que visam proporcionar aos estudantes um ambiente de aprendizagem seguro, saudável, inclusivo e eficaz e interagir com outras escolas local e globalmente, pois é baseada não apenas no estudo local, mas na interação e desenvolvimento em nível de mundo.

Em resumo, o que se pode dizer em relação a qualidade de ensino do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecno-logia do Maranhão, é que essa escola além de um lugar de acolhimento e promovedor de talentos, é também uma por-ta de grandes oportunidades profissionais e pessoais.”

Rubens Adriel Candido da Silva

“É com imenso prazer que venho através desta carta, agra-decer a todos vocês pelo excelente ensino e comprometi-mento com o futuro de cada aluno. Realmente foi uma das melhores escolhas que fiz quando pensei em qual escola ir quando terminasse o ensino fundamental, pois foi uma ins-tituição que sempre apoiou os seus alunos em seus sonhos, incentivando continuamente ser um profissional e um in-divíduo com um caráter social, solidário, autônomo e com-petente.

A vida é feita de momentos e oportunidades, e uns dos meus melhores momentos, eu tive no IEMA, na qual me lembro das eletivas, das aulas práticas, das Semanas Nacio-nais de Ciência e Tecnologia, dos projetos, dos excelentes professores e de toda amizade que fiz ali, com toda certeza foi uma página decisiva no meu livro da vida. Durante todo

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esse tempo, o colégio me disponibilizou muitas coisas que foram indispensáveis para a minha conquista na universi-dade. Ali aprendi a controlar meu tempo durante o vestibu-lar, aprendi a ter foco e dominar diversos conteúdos e soube também quando estive errado e procurei constantemente a correção. Além disso, não recebi apenas o ensino de quali-dade que precisava, recebi o aprimoramento da minha dis-ciplina e fortaleci meus valores morais construídos por toda experiência que tive no IEMA.

Como já dizia Paulo Freire “a educação não transforma o mundo, educação transforma pessoas e pessoas transfor-mam o mundo”, partindo dessa frase, creio eu que o IEMA funciona dessa forma, transformando e educando indiví-duos para toda e qualquer preparação do mundo real, e só então, essas pessoas podem ser a diferença em uma socie-dade tão maldosa.

Recordo-me dos desafios que enfrentei, de ter que acordar todo dias às 7h30 e sair somente às 17h00 e olha lá, pois sempre fazia mais alguma coisa na escola que saia mais tar-de; lembro-me das rotinas exaustivas de prova que pare-ciam não acabar mais, visto que saiamos das provas sema-nais e já íamos para as provas bimestrais; os relatórios que tínhamos que entregar toda semana um novo e se deixasse acumular tinha que ficar na correria de fazer vários rela-tórios de uma vez só, sem mencionar que nesse período de prova, relatório e projeto, tínhamos também apresentação de seminário que coincidia quase sempre com outra tarefa... Enfim, se eu colocasse todas as provações que passei aqui, isso iria dar um livro gigante.

Apesar dos pesares, todo esse sofrimento foi recompen-sado com a felicidade de duas aprovações na UEMA e na UFMA para o curso que tanto almejava (Bacharelado em

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esse tempo, o colégio me disponibilizou muitas coisas que foram indispensáveis para a minha conquista na universi-dade. Ali aprendi a controlar meu tempo durante o vestibu-lar, aprendi a ter foco e dominar diversos conteúdos e soube também quando estive errado e procurei constantemente a correção. Além disso, não recebi apenas o ensino de quali-dade que precisava, recebi o aprimoramento da minha dis-ciplina e fortaleci meus valores morais construídos por toda experiência que tive no IEMA.

Como já dizia Paulo Freire “a educação não transforma o mundo, educação transforma pessoas e pessoas transfor-mam o mundo”, partindo dessa frase, creio eu que o IEMA funciona dessa forma, transformando e educando indiví-duos para toda e qualquer preparação do mundo real, e só então, essas pessoas podem ser a diferença em uma socie-dade tão maldosa.

Recordo-me dos desafios que enfrentei, de ter que acordar todo dias às 7h30 e sair somente às 17h00 e olha lá, pois sempre fazia mais alguma coisa na escola que saia mais tar-de; lembro-me das rotinas exaustivas de prova que pare-ciam não acabar mais, visto que saiamos das provas sema-nais e já íamos para as provas bimestrais; os relatórios que tínhamos que entregar toda semana um novo e se deixasse acumular tinha que ficar na correria de fazer vários rela-tórios de uma vez só, sem mencionar que nesse período de prova, relatório e projeto, tínhamos também apresentação de seminário que coincidia quase sempre com outra tarefa... Enfim, se eu colocasse todas as provações que passei aqui, isso iria dar um livro gigante.

Apesar dos pesares, todo esse sofrimento foi recompen-sado com a felicidade de duas aprovações na UEMA e na UFMA para o curso que tanto almejava (Bacharelado em

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Ciências Biológicas), cada dedicação gasta em redações fei-tas de madrugada, dos dias que deixei de sair nos finais de semana para me preparar para as provas e todo o esforço que tinha em fazer os trabalhos, foi convertido nessa apro-vação. Além, a minha confiança em Deus sempre foi algo que prezei, o motivo de entregar minha vida nas mãos dEle fez com que eu confiasse no que Ele estava planejando para mim. Mesmo se nada desse certo esse ano, eu ainda estaria confiando nEle e esperando que Ele agisse em mim de acor-do com a Sua vontade.

Termino essa carta com um grande sentimento de gratidão pela instituição que me formou e me acolheu tão bem, de-sejo a todos os alunos que nunca desistam dos seus sonhos, que recebam toda a oportunidade que a escola oferece, pois não é em qualquer esquina que vai se encontrar uma escola nesse modelo. Persistam se esforcem e confiem! Aos profes-sores e funcionários de todo corpo docente do IEMA, eu só tenho que dar meus parabéns por terem sidos tão pacientes e inspiradores para mim, a saudade de todos vocês é grande e irei levar o aprendizado que tive por toda minha vida!”

Amanda Diniz Mendes

“O IEMA conseguiu me proporcionar uma evolução de conhecimento e curiosidades sobre o mundo, no qual, foi bastante desafiador no começo, pois tudo era novidade para mim. Diante disso, eu escolhi o curso de informática sem nem saber o que se tratava tendo um pensamento que era um curso voltado para meninos, com isso optei ele, pois queria fazer a diferença.

Apesar das dúvidas, eu tinha certeza de que todo dia apren-dia algo, mesmo que fosse extracurricular ou particular, mas logo me adaptei a ideia de estudar o dia todo e passei

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a ver meus colegas de classe e professores como a minha família. Criei uma admiração muito grande pelos meus pro-fessores, achava impressionante como eles conseguiam me fazer viajar apenas com a minha mente dentro de uma sala de aula.

Um dos momentos mais felizes no IEMA foi poder contri-buir coma robótica, era um cenário de aprendizado total-mente diferente, mas eu me identifiquei e foi nesse ambien-te que compreendi que a melhor maneira de aprender é ensinando.

Eu já estava quase concluindo o ensino médio, achando que já tinha aproveitado todas as oportunidades que o IEMA me deu, mas tive a surpresa quando comecei o estágio, não imaginava que ia ser tão gratificante por em prática tudo que aprendi.

Estagiei no Happy Code que é uma escola de tecnologia para crianças, uma empresa que vem fazendo a diferença na sociedade e poder fazer dessa equipe me faz sentir uma gratidão muito grande porque nunca imaginei que aos 18 anos me tornaria professora e faria parte dessa revolução técno-científica que o mundo está passando.

Hoje tenho a certeza que o IEMA foi o início da minha jor-nada no ambiente acadêmico e profissional. Sempre serei grata a todos que fizeram parte desse processo. Estou muito feliz, trabalho por amor e ainda tenho muito pra aprender.”

Oscar Henrique Azevedo Pereira

“Sou Oscar Henrique Azevedo Pereira, fiz o meu ensino médio todo no IEMA UP São Luís, não sabia que essa escola existia, só fui saber por minha tia que falou ora minha mãe e como já estava matriculado no Paralelo, eu não estava

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a ver meus colegas de classe e professores como a minha família. Criei uma admiração muito grande pelos meus pro-fessores, achava impressionante como eles conseguiam me fazer viajar apenas com a minha mente dentro de uma sala de aula.

Um dos momentos mais felizes no IEMA foi poder contri-buir coma robótica, era um cenário de aprendizado total-mente diferente, mas eu me identifiquei e foi nesse ambien-te que compreendi que a melhor maneira de aprender é ensinando.

Eu já estava quase concluindo o ensino médio, achando que já tinha aproveitado todas as oportunidades que o IEMA me deu, mas tive a surpresa quando comecei o estágio, não imaginava que ia ser tão gratificante por em prática tudo que aprendi.

Estagiei no Happy Code que é uma escola de tecnologia para crianças, uma empresa que vem fazendo a diferença na sociedade e poder fazer dessa equipe me faz sentir uma gratidão muito grande porque nunca imaginei que aos 18 anos me tornaria professora e faria parte dessa revolução técno-científica que o mundo está passando.

Hoje tenho a certeza que o IEMA foi o início da minha jor-nada no ambiente acadêmico e profissional. Sempre serei grata a todos que fizeram parte desse processo. Estou muito feliz, trabalho por amor e ainda tenho muito pra aprender.”

Oscar Henrique Azevedo Pereira

“Sou Oscar Henrique Azevedo Pereira, fiz o meu ensino médio todo no IEMA UP São Luís, não sabia que essa escola existia, só fui saber por minha tia que falou ora minha mãe e como já estava matriculado no Paralelo, eu não estava

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com tanta esperança de passar nessa Instituição, então tava esperando o resultado e passei uma semana no Paralelo e sai pois recebi o resultado de que fui aceito no IEMA.

Logo quando recebi o resultado comecei a sonhar com o IEMA, quando eu cheguei e olhei tudo fiquei tímido por-que sempre fui assim nas escolas que passei, até que en-contrei uma amiga e só falava com ela pois ainda não tinha conhecido ninguém, mas tudo mudou no acolhimento pois conheci um outro amigo chamado Michael que ia fazer o curso de informática o mesmo que o meu. No primeiro ano eu estava me adaptando então eu só consegui fazer dois amigos e uma amiga.

Já no segundo ano antes de começar as aulas recebi o convi-te de acolher um grupo de alunos em Ribamar, um desafio para mim, fiquei com medo, mas aceitei o desafio. Foi no acolhimento que eu consegui me soltar, eu não sabia o que fazer, mas o IEMA nos ajudou a parender como fazer e logo depois começou as aulas do 2º ano , conheci novos profes-sores e fiz muitos mais amigos e no segundo ano teve teve muito o apoio dos professores e diretores e também muitos eventos legais no IEMA, um que vou lembrar muito vai ser o projeto de vida que era onde sonhamos o que faríamos depois da escola.

Acabou o segundo ano, chegando o terceiro e último ano no IEMA todos os professores falavam que éramos pra ter mais maturidade e estudar mais pois o terceiro ano não é fácil, nesse mesmo ano começaram os estágios e era aquele medo do que fazer na empresa, se era capaz. Mais uma vez o apoio do IEMA e dos funcionários do IEMA nos ajudaram a superar esse medo, no primeiro dia de estágio fiquei com medo, mas quando cheguei lá o pessoal nos acolheu e foi tudo tranquilo e eles nos deu dicas sobre nosso curso. De-

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pois que acabaram os estágios voltaram as aulas do pós-mé-dio que era no sábado e foram para as tardes na semana. Lá nós aprendemos como fazer uma redação boa e tivemos aula de inglês tudo feito pelo IEMA e professores do IEMA.

No mesmo ano nos horários vagos, nós todos falávamos de formatura quem ia, se ia fazer dança, no final do ano todos com medo da recuperação depois dessa etapa foi a de com-prar as roupas para a formatura e comprar mais senhas na colação, foi tudo bom no baile e foi melhor ainda, me despe-di dos professores onde fui muito bem acolhido, vou sentir saudade do IEMA pois lá foi onde mais me senti em casa, foi o meu alicerce, a minha base para o meu futuro e sei que vai dar tudo certo.”

Helena Silva Cunha

“Lembro-me de quando estudava no ensino fundamental e ouvia dos meus paism, amigos e professores que o ensi-no médio seria completamente diferente: segundo eles, os professores eram insensíveis, as disciplinas eram chatas e o cansaço me desmotivaria extremamente. Por longo tem-po acreditei e realmente imaginava meus três últimos anos dessa forma. Estava enganada.

No IEMA encontrei um cirpo docente comprometido, que utilizava seu horário de almoço para reforço, bem como o fim das aulas, além de produzir projetos que auxiliam os alunos no desempenho acadêmico. Com profissionalismo, engajamento e respeito, fazia-nos sentirmos acolhidos, in-tensificando assim o desejo de crescer.

Obviamente existiam problemas, nada é perfeito. Alguns conflitos surgiram no caminho, talvez ocasionados pela di-vergência de ideias, por uma má comunicação... mas quan-

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pois que acabaram os estágios voltaram as aulas do pós-mé-dio que era no sábado e foram para as tardes na semana. Lá nós aprendemos como fazer uma redação boa e tivemos aula de inglês tudo feito pelo IEMA e professores do IEMA.

No mesmo ano nos horários vagos, nós todos falávamos de formatura quem ia, se ia fazer dança, no final do ano todos com medo da recuperação depois dessa etapa foi a de com-prar as roupas para a formatura e comprar mais senhas na colação, foi tudo bom no baile e foi melhor ainda, me despe-di dos professores onde fui muito bem acolhido, vou sentir saudade do IEMA pois lá foi onde mais me senti em casa, foi o meu alicerce, a minha base para o meu futuro e sei que vai dar tudo certo.”

Helena Silva Cunha

“Lembro-me de quando estudava no ensino fundamental e ouvia dos meus paism, amigos e professores que o ensi-no médio seria completamente diferente: segundo eles, os professores eram insensíveis, as disciplinas eram chatas e o cansaço me desmotivaria extremamente. Por longo tem-po acreditei e realmente imaginava meus três últimos anos dessa forma. Estava enganada.

No IEMA encontrei um cirpo docente comprometido, que utilizava seu horário de almoço para reforço, bem como o fim das aulas, além de produzir projetos que auxiliam os alunos no desempenho acadêmico. Com profissionalismo, engajamento e respeito, fazia-nos sentirmos acolhidos, in-tensificando assim o desejo de crescer.

Obviamente existiam problemas, nada é perfeito. Alguns conflitos surgiram no caminho, talvez ocasionados pela di-vergência de ideias, por uma má comunicação... mas quan-

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do se deseja realmente algo, quando se tem um sonho, ne-nhum problema é grande o suficiente para tornar alguém estático.

Além desse ótimo corpo docente, a estrutura física da ins-tituição também auxiliava no aprendizado. Tínhamos lá equipamentos que muitos outros colégios nem sonham em possuir e embora não tenham sido aproveitados por mui-tos, estou certa de que aqueles que realmente esforçaram-se conseguiram realizar seus objetivos após deixarem a escola.

Por questões familiares, não pude me inscrever na UFMA no primeiro semestre, contudo no segundo semestre que abrirá em Julho, escreverei-me e se tudo der certo, estarei na próxima turma de Serviço Social.

Hoje posso dizer que de tudo, o que mais sinto falta no IEMA é da liderança que possibilitou-me um avanço com-portamental tão grande que hoje sei que tudo valeu a pena. Tenho muito a agradecer ao IEMA: tornei-me alguém me-lhor, mais focada e responsável, sempre verei lá como sendo minha segunda casa. A verdade é que não sei como será o futuro, não sei como tudo terminará, mas na minha cabeça, eu já dominei o mundo.”

Ingryd Alerrandra

“Estudei no IEMA durante 3 anos, uma escola de excelência com estrutura nota 10 e profissionais de qualidade, princi-palmente os professores que dão o seu melhor para ajudar os alunos e ensinar todos os conteúdos.

Minha experiência no IEMA foi boa por diversos fatores pois ele me ensinou a ser uma pessoa protagonista, autôno-ma, me fez adquirir liderança, independência e etc.”

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INTRODUÇÃO

A partir da necessidade de expansão do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), apresentada pelo reitor Jonathan Almada

no I Encontro de Planejamento Estratégico2, em janeiro de 2018, foram encaminhados os campos temáticos e de atua-ção para cada colaborador do projeto Bases para a Expansão do IEMA de 2018 a 2028: Consolidação do Plano de Desen-volvimento Institucional e Estudos Técnicos. O Núcleo Es-tratégico do Instituto, por sua vez, foi o setor responsável pela criação de projetos e metodologias capazes de atender as demandas prioritárias para aquele ano de grande impor-tância no contexto político, social e educacional do Mara-nhão.

O Encontro, que aconteceu nas primeiras semanas da-quele ano que se iniciava, sinalizava também as proposi-ções políticas que ocorreram no âmbito da educação esta-dual com a saída do Jonathan Almada da função de gestor da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) para ser empossado reitor do IEMA no segundo semestre de 2017. A proposta do então reitor foi a criação de novas ferramentas de melhoria e ampliação das políti-cas educacionais para áreas isentas de escolas integrais e

2 IEMA recebe estagiários para Núcleo Estratégico. Disponível em: <http://www.iema.ma.gov.br/iema-recebe-estagiarios-para-nucleo-estrategico/>. Acesso em: 30 jan. 2018.

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INTRODUÇÃO

A partir da necessidade de expansão do Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA), apresentada pelo reitor Jonathan Almada

no I Encontro de Planejamento Estratégico2, em janeiro de 2018, foram encaminhados os campos temáticos e de atua-ção para cada colaborador do projeto Bases para a Expansão do IEMA de 2018 a 2028: Consolidação do Plano de Desen-volvimento Institucional e Estudos Técnicos. O Núcleo Es-tratégico do Instituto, por sua vez, foi o setor responsável pela criação de projetos e metodologias capazes de atender as demandas prioritárias para aquele ano de grande impor-tância no contexto político, social e educacional do Mara-nhão.

O Encontro, que aconteceu nas primeiras semanas da-quele ano que se iniciava, sinalizava também as proposi-ções políticas que ocorreram no âmbito da educação esta-dual com a saída do Jonathan Almada da função de gestor da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (SECTI) para ser empossado reitor do IEMA no segundo semestre de 2017. A proposta do então reitor foi a criação de novas ferramentas de melhoria e ampliação das políti-cas educacionais para áreas isentas de escolas integrais e

2 IEMA recebe estagiários para Núcleo Estratégico. Disponível em: <http://www.iema.ma.gov.br/iema-recebe-estagiarios-para-nucleo-estrategico/>. Acesso em: 30 jan. 2018.

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técnicas, promovendo uma descentralização nas cidades do interior do estado com a abertura de novas Unidades Plenas (UP) e Vocacionais (UV)3, e, portanto, a demanda de estudos técnicos precisos capazes de apontar alternativas de con-solidação do Instituto – que formava sua primeira turma naquele ano – com o lema “Escola pública de excelência” e apontasse novos contextos de implementação.

As estratégias que configuram as Bases de Expansão do IEMA estão afinadas à ideia de educação e treinamento técnico e profissional que tem terminologia própria - Tech-nical and Vocational Education and Training (TVET) - e às estratégias elaboradas pela União das Nações Unidas para Educação. Ciência e Cultura (UNESCO) para o período 2016-2021 com o objetivo de estabelecer as áreas prioritárias de educação profissional e tecnológica a serem atendidas no âmbito desse organismo internacional. Ou seja: favorecer o emprego juvenil e o empreendedorismo, promover equi-dade e igualdade de gênero e facilitar a transição para eco-nomias verdes e sociedades sustentáveis são as três áreas prioritárias.

Estes três pilares que estruturam as áreas prioritá-rias da educação profissional do Instituto apontam para o núcleo da formação holística do estudante do IEMA: o seu Projeto de Vida. A centralidade do modelo, como resultados dos processos educativos, é o jovem e seu projeto de vida correspondente a uma formação acadêmica de excelência, formação para a vida e formação de competências para o século 21. Objetivando o ideal formativo do jovem ao final da educação básica capaz de ser: (1) autônomo, de avaliar e

3 Como parte da agenda 2018 do IEMA, foram inaugurados as Unidades Plenas de São Luís – Itaqui Bacanga, Cururupu, Santa Inês, Brejo, Presidente Dutra e Matões. Um total de 13 UP em todo o Maranhão.

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decidir baseado nas suas crenças, valores e interesses; (2) solidário, capaz de envolver-se como parte da solução e não do problema; (3) competente, capaz de compreender as no-vas exigências do novo mundo do trabalho e reconhecer a necessidade de aquisição de habilidades específicas requeri-das para o seu Projeto de Vida.

Para tanto, contemplando as áreas da Pedagogia, Eco-nomia, Ciências Sociais e Direito, os estudos e projetos cons-truídos pelo Núcleo Estratégico, sob consultoria do econo-mista Me.Doutor.h.c Raimundo Nonato Palhano Silva, do jurista Me.Doutor.h.c João Batista Ericeira e do sociólogo Doutor.h.c José Rossini de Campos do Couto Corrêa, cor-respondem aos eixos: Estudo de Arranjos Produtivos Locais (APL), Protagonismo Juvenil, Estudo de Egressos, Geração 21 e Estudos do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e Projeto Pedagógico Institucional (PPI); que apontam para as premissas citadas anteriormente.

Os quatro meses que sucederam a primeira reunião com o Reitor foi de imersão aos eixos temáticos subdivi-didos entre os cinco colaboradores, em que cada um dedi-cou-se a pesquisar e sugerir uma proposta de intervenção institucional como forma de melhoria e aplicação das políti-cas educacionais para o ano de 2018. As primeiras reuniões apresentaram os processos sociais, políticos e pedagógicos do IEMA, com alguns indicadores do ano anterior, como os 20 cursos técnicos instalados em 50 polos do Maranhão atendendo cerca de 13,5 mil pessoas; medalha de bronze na Olimpíada Internacional de Matemática sem Fronteiras; participação na Jornada Brasileira de Foguetes; medalha de prata na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáuti-ca (OBA); ganhador do Campeonato Internacional de Robó-tica Educacional, no Japão; medalha de ouro, prata e bronze na Olimpíada Brasileira de Geografia (OBG); primeiro, se-

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decidir baseado nas suas crenças, valores e interesses; (2) solidário, capaz de envolver-se como parte da solução e não do problema; (3) competente, capaz de compreender as no-vas exigências do novo mundo do trabalho e reconhecer a necessidade de aquisição de habilidades específicas requeri-das para o seu Projeto de Vida.

Para tanto, contemplando as áreas da Pedagogia, Eco-nomia, Ciências Sociais e Direito, os estudos e projetos cons-truídos pelo Núcleo Estratégico, sob consultoria do econo-mista Me.Doutor.h.c Raimundo Nonato Palhano Silva, do jurista Me.Doutor.h.c João Batista Ericeira e do sociólogo Doutor.h.c José Rossini de Campos do Couto Corrêa, cor-respondem aos eixos: Estudo de Arranjos Produtivos Locais (APL), Protagonismo Juvenil, Estudo de Egressos, Geração 21 e Estudos do Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI) e Projeto Pedagógico Institucional (PPI); que apontam para as premissas citadas anteriormente.

Os quatro meses que sucederam a primeira reunião com o Reitor foi de imersão aos eixos temáticos subdivi-didos entre os cinco colaboradores, em que cada um dedi-cou-se a pesquisar e sugerir uma proposta de intervenção institucional como forma de melhoria e aplicação das políti-cas educacionais para o ano de 2018. As primeiras reuniões apresentaram os processos sociais, políticos e pedagógicos do IEMA, com alguns indicadores do ano anterior, como os 20 cursos técnicos instalados em 50 polos do Maranhão atendendo cerca de 13,5 mil pessoas; medalha de bronze na Olimpíada Internacional de Matemática sem Fronteiras; participação na Jornada Brasileira de Foguetes; medalha de prata na Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáuti-ca (OBA); ganhador do Campeonato Internacional de Robó-tica Educacional, no Japão; medalha de ouro, prata e bronze na Olimpíada Brasileira de Geografia (OBG); primeiro, se-

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gundo e terceiro lugar na Mostra Acadêmico-Científica de Ciências Biológicas; 1° lugar no Campeonato Maranhense de Jiu-Jitsu e mais de 150 ações de saúde preventivas pela Rede Maria Aragão Educação em Saúde, dentre outros.

Estes indicadores mostram os desafios e as dimensões que os projetos precisam dar continuidade, sobretudo, em realidades socioeconômicas e educacionais bastante adver-sas. Uma dinâmica institucional se apresentava como uma oportunidade singular aos jovens estudantes de graduação, experienciando os conhecimentos teórico- metodológicos com as demandas técnicas do IEMA.

As reuniões semanais proporcionaram também encon-tros com intelectuais que contribuíram com as perspectivas adotadas pelo Instituto, como Rossini de Corrêa, dedicado aos estudos jurídicos, teológicos, filosóficos e sociais, contri-buindo na compreensão das realidades maranhenses em um contexto social histórico4; Carlos Wagner Costa Araújo, pesquisador da área de Educação em Ciência e consultor da UNESCO na Secretaria Nacional de Juventude (SNJ), im-portante para a construção de projetos ”com” os jovens e não “para” os jovens, propondo uma concepção com maior participação dos estudantes; Dario Manoel Barroso Soares, então diretor de Pesquisa, Inovação e Extensão do IEMA, apresentando as pesquisas de APL já realizadas e os desa-fios da nova imersão ao campo; Nélio Augusto, coordenador acadêmico, apresentando possibilidades de estreitamento de diálogo com os alunos via Sistema de Gestão Acadêmica (IBUTUMY); João Batista Braga, principal responsável pe-las diretrizes apontadas no PDI 2015/ 2018 do Instituto, que

4 Discussão presente em: CORRÊA, Rossini. Formação social do Maranhão: o presente de uma arqueologia. São Luís: Engenho, 2017.

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apresentou os alcances esperados por uma “Escola Pública de Excelência” e direcionamentos para tal.

A partir desses encontros fundamentais para elabora-ção das intervenções estratégicas no que tange às priorida-des de expansão e consolidação do IEMA, os projetos criam corpo, e, no âmbito do Núcleo, integram-se como uma rede a qual um subsidia a importância da existência do outro, de acordo com as competências supracitadas. Entretanto, foram elegidos, pelo Reitor Jonathan Almada, os projetos Encontro de Líderes 2018 - como apresentação estratégica relacionada ao Protagonismo Juvenil - e Estudos de APL5- que visa implementação dos cursos técnicos e análise de possibilidades para mercado de trabalho em cidades que re-ceberão os novos IEMA - como prioritários e pilotos para os demais projetos que estão em agenda a ser desenvolvidos nos anos posteriores, dentro do ciclo 2018-2028.

É neste sentido que surge o atual estudo sobre Protago-nismo Juvenil no contexto do IEMA, cujo objetivo primeiro é analisar as concepções de Protagonismo Juvenil e Lide-rança veiculadas no último PDI 2015/2018 e suas formas de concretização no cotidiano escolar, tendo em especial aten-ção o Encontro de Líderes 2018. Não apenas, além de docu-mentos oficiais e práticas escolares institucionais, a análise abraça entrevistas realizadas com profissionais chave do Instituto (reitor, diretor de ensino, pesquisa e extensão, co-ordenadores do Núcleo Estratégico, professor) e convidados externos com o fim de se avaliar como pensam o Instituto e a temático do Protagonismo Juvenil. Como não poderia deixar de ser, os estudantes também foram mobilizados a

5 As cidades visitadas pelo Núcleo Estratégico que integram os Estudos de APL são Santa Helena, São Vicente Ferrer, Balsas, Colinas, São Domingos do Mara-nhão. Dom Pedro e São Mateus.

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apresentou os alcances esperados por uma “Escola Pública de Excelência” e direcionamentos para tal.

A partir desses encontros fundamentais para elabora-ção das intervenções estratégicas no que tange às priorida-des de expansão e consolidação do IEMA, os projetos criam corpo, e, no âmbito do Núcleo, integram-se como uma rede a qual um subsidia a importância da existência do outro, de acordo com as competências supracitadas. Entretanto, foram elegidos, pelo Reitor Jonathan Almada, os projetos Encontro de Líderes 2018 - como apresentação estratégica relacionada ao Protagonismo Juvenil - e Estudos de APL5- que visa implementação dos cursos técnicos e análise de possibilidades para mercado de trabalho em cidades que re-ceberão os novos IEMA - como prioritários e pilotos para os demais projetos que estão em agenda a ser desenvolvidos nos anos posteriores, dentro do ciclo 2018-2028.

É neste sentido que surge o atual estudo sobre Protago-nismo Juvenil no contexto do IEMA, cujo objetivo primeiro é analisar as concepções de Protagonismo Juvenil e Lide-rança veiculadas no último PDI 2015/2018 e suas formas de concretização no cotidiano escolar, tendo em especial aten-ção o Encontro de Líderes 2018. Não apenas, além de docu-mentos oficiais e práticas escolares institucionais, a análise abraça entrevistas realizadas com profissionais chave do Instituto (reitor, diretor de ensino, pesquisa e extensão, co-ordenadores do Núcleo Estratégico, professor) e convidados externos com o fim de se avaliar como pensam o Instituto e a temático do Protagonismo Juvenil. Como não poderia deixar de ser, os estudantes também foram mobilizados a

5 As cidades visitadas pelo Núcleo Estratégico que integram os Estudos de APL são Santa Helena, São Vicente Ferrer, Balsas, Colinas, São Domingos do Mara-nhão. Dom Pedro e São Mateus.

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pensar sobre a questão. Para além das práticas vigentes e discursos, nas páginas finais deste trabalho e do diagnós-tico então levantado, o Núcleo Estratégico apresenta pos-sibilidades a fim de se aprofundar e fortalecer as práticas que corroboram para a construção de jovens efetivamente protagonistas, política que, ao fim e ao cabo, diretamente relacionada às Bases de Expansão do Instituto.

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OBJETIVOS

Objetivo Geral

Na iminência de revisão do Plano de Desenvolvimen-to Institucional (PDI) do Instituto Estadual de Edu-cação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA),

a presente pesquisa tem por fim analisar as concepções de Protagonismo Juvenil e Liderança previstas no projeto em vigor e sua forma de implementação nas práticas escola-res diárias; para tanto, toma por foco o Encontro de Líderes 2018 e os discursos veiculados pelos principais atores - es-tudantes e profissionais - da instituição.

Objetivos Específicos

a) Compreender as concepções em torno do Protago-nismo Juvenil na literatura especializada, nas legislações que afetam especialmente a Juventude, nos documentos que a nível nacional norteiam o Ensino Médio Técnico Pro-fissional e no Projeto Político Pedagógico do IEMA.

b) Avaliar os trabalhos conduzidos no âmbito do En-contro de Líderes 2018 do IEMA. Para tanto, cabe analisar o momento de elaboração - concepção do evento, as ativida-des preparatórias e as projeções e insights que pôde trazer

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OBJETIVOS

Objetivo Geral

Na iminência de revisão do Plano de Desenvolvimen-to Institucional (PDI) do Instituto Estadual de Edu-cação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA),

a presente pesquisa tem por fim analisar as concepções de Protagonismo Juvenil e Liderança previstas no projeto em vigor e sua forma de implementação nas práticas escola-res diárias; para tanto, toma por foco o Encontro de Líderes 2018 e os discursos veiculados pelos principais atores - es-tudantes e profissionais - da instituição.

Objetivos Específicos

a) Compreender as concepções em torno do Protago-nismo Juvenil na literatura especializada, nas legislações que afetam especialmente a Juventude, nos documentos que a nível nacional norteiam o Ensino Médio Técnico Pro-fissional e no Projeto Político Pedagógico do IEMA.

b) Avaliar os trabalhos conduzidos no âmbito do En-contro de Líderes 2018 do IEMA. Para tanto, cabe analisar o momento de elaboração - concepção do evento, as ativida-des preparatórias e as projeções e insights que pôde trazer

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para o desenvolvimento de práticas de Protagonismo Juve-nil dentro do Instituto.

c) Analisar os discursos acerca de Protagonismo Juve-nil e Liderança que circulam em meio ao corpo estudan-til do IEMA, as experiências que tiveram até então no que tange à Liderança e suas percepções quanto à forma como encaram seus Projetos de Vida.

d) Analisar os discursos acerca de Protagonismo Juve-nil e Liderança que circulam em meio ao corpo profissional do IEMA - gestores, professores, demais profissionais dire-tamente vinculados ao cotidiano escolar e à elaboração de diretrizes pedagógicas, além de convidados externos.

e) Propor intervenções que, pontualmente e a longo prazo, possam aprofundar práticas existentes e desenvol-ver novas iniciativas de Protagonismo Juvenil no contexto do IEMA.

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METODOLOGIA

A presente pesquisa engloba mais de uma escolha metodológica. De início, a fim de se debruçar sobre o objetivo de construir a base teórica deste traba-

lho como um todo, predominou a pesquisa bibliográfica e documental. Como se depreende dos objetivos menciona-dos, neste primeiro momento delineou-se os conteúdos do Protagonismo Juvenil e os significados sociais, políticos e culturais que invariavelmente acompanham os discursos em torno desta temática. Em relação ao primeiro tipo de pesquisa, a busca por fontes secundárias limitou-se à litera-tura brasileira e especializada - dissertações, teses e artigos científicos produtos de longas pesquisas - a partir dos quais elegeu-se as perspectivas teóricas mais próximas daquelas veiculadas no Projeto Pedagógico Institucional do IEMA (PPI) e aquelas que destoavam até certo ponto, mas que são igualmente relevantes dentro do universo de discussão do tema.

Tal revisão bibliográfica permitiu o olhar mais atento para a pesquisa documental. Neste, a escolha dos documen-tos oficiais a serem analisados abraçou aqueles que têm in-fluência direta no ambiente institucional do IEMA e aque-les que juridicamente são marcos importante no campo da Juventude e, por consequência, também abordam o Pro-tagonismo Juvenil. Nesse sentido, chegou-se ao principal elenco: o Projeto Pedagógico Institucional do IEMA (PPI),

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METODOLOGIA

A presente pesquisa engloba mais de uma escolha metodológica. De início, a fim de se debruçar sobre o objetivo de construir a base teórica deste traba-

lho como um todo, predominou a pesquisa bibliográfica e documental. Como se depreende dos objetivos menciona-dos, neste primeiro momento delineou-se os conteúdos do Protagonismo Juvenil e os significados sociais, políticos e culturais que invariavelmente acompanham os discursos em torno desta temática. Em relação ao primeiro tipo de pesquisa, a busca por fontes secundárias limitou-se à litera-tura brasileira e especializada - dissertações, teses e artigos científicos produtos de longas pesquisas - a partir dos quais elegeu-se as perspectivas teóricas mais próximas daquelas veiculadas no Projeto Pedagógico Institucional do IEMA (PPI) e aquelas que destoavam até certo ponto, mas que são igualmente relevantes dentro do universo de discussão do tema.

Tal revisão bibliográfica permitiu o olhar mais atento para a pesquisa documental. Neste, a escolha dos documen-tos oficiais a serem analisados abraçou aqueles que têm in-fluência direta no ambiente institucional do IEMA e aque-les que juridicamente são marcos importante no campo da Juventude e, por consequência, também abordam o Pro-tagonismo Juvenil. Nesse sentido, chegou-se ao principal elenco: o Projeto Pedagógico Institucional do IEMA (PPI),

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as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Médio (DCNs), o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o Estatuto da Juventude.

A análise destes trabalhos científicos e documentos, todavia, não são suficientes para entender de fato como se desenrolam as práticas de Protagonismo Juvenil dentro do IEMA, mais que isso, era necessária a imersão naquilo que se tomou por objeto de estudo. Por tais motivos, optou-se que por avaliar um dos momentos mais relevantes para o IEMA dentro da pauta do Protagonismo Juvenil - o En-contro de Líderes 2018 -, por lançar questionários ao corpo estudantil e realizar entrevistas semiestruturadas junto a profissionais da Instituição e convidados.

A partir das entrevistas realizadas, tais como as que foram feitas com o Reitor, Jhonatan Almada; o Diretor de Ensino, Elinaldo Soares; os Consultores do Núcleo Estraté-gico, Raimundo Palhano, João Ericeira e Rossini Corrêa; a professora de Psicologia da Universidade Católica de Santos e especialista no tema Protagonismo Juvenil, Dra. Maria Izabel Calil Stamato e o professor de Sociologia do IEMA/Unidade Plena de Bacabeira, Alex Reis Barroso - preten-deu-se traçar a noção de Protagonismo Juvenil correspon-dente aos campos subjetivo, intelectual, político, social e pedagógico que compõem os parâmetros do IEMA sobre a proposição. Para tanto, as perguntas foram direcionadas a cada profissional mencionado acima com a aspiração de compreender como cada um destes campos configuram a noção do Protagonismo Juvenil, presente no PPI do IEMA.

A análise que se faz do Encontro de Líderes, por sua vez, leva em conta tanto o momento de elaboração de seu projeto quanto o desenrolar das atividades preparatórias. Não apenas, toma em atenção as respostas de questioná-

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rio submetido aos alunos antes da participação no evento. No questionário dirigido aos estudantes antes da realiza-ção do Encontro, a perguntas foram formuladas no sentido de averiguar as experiências que tiveram até então no que tange à Liderança, suas percepções quanto à forma como encaram seus Projetos de Vida e as sugestões que tinham para o Encontro. O instrumento foi submetido via Sistema de Gestão Acadêmica (IBUTUMY) e os alunos tiveram duas semanas para responder. As possíveis respostas não foram previamente estruturadas, deixando-as em aberto para os líderes de turma responderem de forma livre, desse modo seria possível perceber a variabilidade de noções e demais nuances em torno do tema. Estes questionários foram ana-lisados tendo em vista o interesse em perceber a realidade de cada Unidade Plena, ressaltando as percepções mais fre-quentes e contrapondo-as com as mais distintas.

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rio submetido aos alunos antes da participação no evento. No questionário dirigido aos estudantes antes da realiza-ção do Encontro, a perguntas foram formuladas no sentido de averiguar as experiências que tiveram até então no que tange à Liderança, suas percepções quanto à forma como encaram seus Projetos de Vida e as sugestões que tinham para o Encontro. O instrumento foi submetido via Sistema de Gestão Acadêmica (IBUTUMY) e os alunos tiveram duas semanas para responder. As possíveis respostas não foram previamente estruturadas, deixando-as em aberto para os líderes de turma responderem de forma livre, desse modo seria possível perceber a variabilidade de noções e demais nuances em torno do tema. Estes questionários foram ana-lisados tendo em vista o interesse em perceber a realidade de cada Unidade Plena, ressaltando as percepções mais fre-quentes e contrapondo-as com as mais distintas.

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O IEMA COMO NOVO PARADIGMA DE POLÍTICA

PÚBLICA VOLTADA PARA A EDUCAÇÃO

Marina Mirella dos Santos D’Caminha

No estudo que realiza sobre como a qualidade se ex-pressa em planos nacionais de educação produzidos e implementados no Brasil principalmente a partir

da década 1960, a doutora em Ciências da Educação, Marí-lia Fonseca (2009), atesta que a ideia de qualidade pode ser apreendida por diferentes aspectos. Em verdade, a autora destaca que um trabalho que pretende se debruçar sobre a qualidade da educação invariavelmente se desdobra na análise pormenorizada de como políticas educacionais se relacionam com projetos de desenvolvimento nacional, com demandas da sociedade como um todo e com movimentos pedagógicos e metodológicos.

Em um trabalho sobre qualidade da educação não se pode também deixar de questionar sobre quais os sentidos, significados e funções da escola. Neste mote, Fonseca (2009) destaca três principais pontos de vista pelos quais a educa-ção é enxergada. Pela ótica da função social, a educação tem por propósito preparar o indivíduo para o exercício da cida-dania e da ética profissional e para que este possa ter acesso e compreender as manifestações da cultura humana. No entendimento que mais aproxima a educação da lógica e di-nâmica de mercado, a esta cabe tão somente prover apren-dizagens mínimas capazes de transformar o indivíduo em

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sujeito produtor - consumidor. Por sua vez, pela perspectiva da função equalizadora da educação, a qualidade está vin-culada a uma noção de direito individual, segundo o qual é de responsabilidade do Estado garantir a oferta, o acesso e a permanência de todos no sistema educativo. A perspectiva deste trabalho e do próprio Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) se aproximam do primeiro e terceiro entendimento, não se desconsiderando, todavia, o diálogo que deve existir entre a oferta de cursos técnicos e os arranjos produtivos locais, assim como a preparação para o mundo do trabalho no âmbito da educação profissional.

Retomando a perspectiva histórica traçada por Fon-seca (2009), a Constituição de 1934 absorveu grandes de-mandas do movimento de educadores, estabelecendo assim o ensino primário integral, gratuito, de frequência obriga-tória e extensivo aos adultos. Com o Estado Novo, todavia, ocorreu uma interrupção desse projeto e a priorização da formação de homens úteis e disciplinados para o país que se queria - moderno, industrial e nacionalista. No gover-no de Gaspar Dutra não ocorrem mudanças significativas e com Kubitschek, seu projeto educacional estava direta-mente vinculado ao Plano de Metas, a prioridade era for-mar pessoal técnico para a implantação de indústrias de base. Do período que se estende de 1956 a 1963, a experi-ência democrática permitiu a rearticulação dos educadores e o confronto com o reducionismo econômico que vigorava até então nos projetos educacionais na esfera nacional e em conferências internacionais.

Neste época, ganha força a pedagogia social, cuja ideia principal pode ser encontrada no resgate que Fon-seca (2009) faz das lições de Baia Horta (1982), segundo o qual a educação não poderia ser reduzida exclusivamente a assuntos de natureza técnica e ficar subordinada a pro-

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sujeito produtor - consumidor. Por sua vez, pela perspectiva da função equalizadora da educação, a qualidade está vin-culada a uma noção de direito individual, segundo o qual é de responsabilidade do Estado garantir a oferta, o acesso e a permanência de todos no sistema educativo. A perspectiva deste trabalho e do próprio Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA) se aproximam do primeiro e terceiro entendimento, não se desconsiderando, todavia, o diálogo que deve existir entre a oferta de cursos técnicos e os arranjos produtivos locais, assim como a preparação para o mundo do trabalho no âmbito da educação profissional.

Retomando a perspectiva histórica traçada por Fon-seca (2009), a Constituição de 1934 absorveu grandes de-mandas do movimento de educadores, estabelecendo assim o ensino primário integral, gratuito, de frequência obriga-tória e extensivo aos adultos. Com o Estado Novo, todavia, ocorreu uma interrupção desse projeto e a priorização da formação de homens úteis e disciplinados para o país que se queria - moderno, industrial e nacionalista. No gover-no de Gaspar Dutra não ocorrem mudanças significativas e com Kubitschek, seu projeto educacional estava direta-mente vinculado ao Plano de Metas, a prioridade era for-mar pessoal técnico para a implantação de indústrias de base. Do período que se estende de 1956 a 1963, a experi-ência democrática permitiu a rearticulação dos educadores e o confronto com o reducionismo econômico que vigorava até então nos projetos educacionais na esfera nacional e em conferências internacionais.

Neste época, ganha força a pedagogia social, cuja ideia principal pode ser encontrada no resgate que Fon-seca (2009) faz das lições de Baia Horta (1982), segundo o qual a educação não poderia ser reduzida exclusivamente a assuntos de natureza técnica e ficar subordinada a pro-

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jetos de desenvolvimento que mudam ao sabor das paixões governamentais. Outrossim, a educação abraça propósitos bem mais abrangentes, dentre esses, aguçar a percepção do educando a fim de que este possa compreender as condi-ções políticas e ideológicas que o circundam e possa intervir qualitativamente e por empenho coletivo na superação de adversidades do país. Igualmente, em parecer de 1962, Aní-sio Teixeira afirmaria que a educação é condição sine qua non para que o brasileiro se transforme em cidadão, possa exercer seus direitos políticos e seu poder econômico, e viva decente e dignamente.

Mais uma vez, todavia, o projeto fora frustrado, dessa vez pelo Regime Militar que começou com o Golpe de 1964. Novamente, o que movia a educação brasileira era a forma-ção do homem útil - mão de obra cativa para pôr em práti-ca o plano de desenvolvimento formulado pelos militares. Como bem ressalta Fonseca (2009), esse projeto se afastava diametralmente do ótica social a qual formulava o desen-volvimento do espírito crítico de forma a potencializar a ca-pacidade de transformação dos indivíduos.

No âmbito de discussão semelhante, José Carlos Li-bâneo (2016), doutor em filosofia e história da educação, também atesta o dissenso que existe em torno dos sentidos, objetivos e funções da escola e, portanto, do que seria quali-dade ou excelência educacional. No contexto brasileiro, tais divergências, historicamente, se traduziram em políticas educacionais diversas ao longo do tempo, diretamente arti-culadas com forças políticas, econômicas e empresariais no plano nacional e internacional.

Analisando a história da educação brasileira, Libâneo (2016) identifica que as políticas oficiais para a escola se as-sentam especialmente em dois modelos curriculares com-

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plementares, os quais se subordinam, no plano externo, ao mercado global competitivo e determinadas políticas de contenção da pobreza. O primeiro deles é o que chama de currículo instrumental ou de resultados imediatos, o qual engloba, majoritariamente, conjunto de conhecimentos mí-nimos necessários ao trabalho e ao emprego que são repas-sados em forma de conteúdos apostilados (mecanização da aprendizagem). Aqui, os sentidos da escola são simplificados e esta tem como função primordial atender às demandas imediatas da preparação da força de trabalho. Neste modelo vigora a satisfação de necessidades básicas de aprendiza-gem - em que esta é enxergada enquanto produto - deixan-do-se de lado a aprendizagem como processo; situação, que, por consequência, se desdobra na desvalorização do papel do professor, da pedagogia, didática e ensino. Em coexistên-cia ao currículo instrumental, há o que o autor chama de currículo de convívio e acolhimento social, com forte apelo à inclusão social e ao atendimento da diversidade social. A predominância de ambos os currículos no modelo de edu-cação brasileira faz com que, ao fim e ao cabo, ocorra grada-tivamente o empobrecimento da escola, em que esta passa a ocupar a periferia do sistema educacional e produz - ela mesma - mais exclusão social. Em síntese:

Não se trata, portanto, de uma escola volta-da para ensinar conhecimentos significativos, contribuir para a promoção e a ampliação dos processos psíquicos superiores, ajudar a com-preender e analisar a realidade e desenvolver processos de pensamento. Ao contrário, é uma escola centrada em conhecimentos práticos, em habilidades e maneiras de fazer, visando a empregabilidade precária para os que vivem somente do trabalho [...] A escola, nesse mo-delo, cabe ser apenas espaço de acolhimento e integração social, moderadora de conflitos, com

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plementares, os quais se subordinam, no plano externo, ao mercado global competitivo e determinadas políticas de contenção da pobreza. O primeiro deles é o que chama de currículo instrumental ou de resultados imediatos, o qual engloba, majoritariamente, conjunto de conhecimentos mí-nimos necessários ao trabalho e ao emprego que são repas-sados em forma de conteúdos apostilados (mecanização da aprendizagem). Aqui, os sentidos da escola são simplificados e esta tem como função primordial atender às demandas imediatas da preparação da força de trabalho. Neste modelo vigora a satisfação de necessidades básicas de aprendiza-gem - em que esta é enxergada enquanto produto - deixan-do-se de lado a aprendizagem como processo; situação, que, por consequência, se desdobra na desvalorização do papel do professor, da pedagogia, didática e ensino. Em coexistên-cia ao currículo instrumental, há o que o autor chama de currículo de convívio e acolhimento social, com forte apelo à inclusão social e ao atendimento da diversidade social. A predominância de ambos os currículos no modelo de edu-cação brasileira faz com que, ao fim e ao cabo, ocorra grada-tivamente o empobrecimento da escola, em que esta passa a ocupar a periferia do sistema educacional e produz - ela mesma - mais exclusão social. Em síntese:

Não se trata, portanto, de uma escola volta-da para ensinar conhecimentos significativos, contribuir para a promoção e a ampliação dos processos psíquicos superiores, ajudar a com-preender e analisar a realidade e desenvolver processos de pensamento. Ao contrário, é uma escola centrada em conhecimentos práticos, em habilidades e maneiras de fazer, visando a empregabilidade precária para os que vivem somente do trabalho [...] A escola, nesse mo-delo, cabe ser apenas espaço de acolhimento e integração social, moderadora de conflitos, com

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migalhas de conhecimento e habilidades para sobrevivência social dos pobres. Passa longe do que Gramsci postulava para as classes subalter-nas : a elevação intelectual, moral e política dos dominados (LIBÂNEO, 2016, p. 49-53).

Como alternativa ao que majoritariamente se cons-truiu ao longo da história da educação brasileira, Libâneo (2016) apontou que a melhor escola é aquela cuja preocu-pação premente é a formação cultural e científica dos estu-dantes articulada com a diversidade sociocultural. Esta es-cola assenta-se em formulações de pedagogias sociocríticas e é vista como:

Uma das mais importantes instâncias de demo-cratização da sociedade e de promoção da in-clusão social, cabendo-lhe propiciar os meios de apropriação dos saberes sistematizados cons-tituídos socialmente, como base para o desen-volvimento das capacidades intelectuais e a for-mação da personalidade, por meio do processo ensino-aprendizagem (LIBÂNEO, 2016, p. 42).

Após a breve retomada teórica, antes de se adentrar propriamente nas práticas que apontam a singularidade e a busca da excelência educacional do IEMA, mostra-se fundamental descortinar seu contexto de construção e a política estadual em sentido macro a que está vinculada. Em pesquisa de 2012 realizada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) o investimento do Estado do Maranhão em Ciência e Tecnologia era o menor da região Nordeste, ocupando o 24° lugar no ranking então elabora-do. Não apenas havia deficiências na disponibilização de recursos, como também não existia uma política estraté-gica de aplicação destes. Como resume o reitor do IEMA e ex - secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado, Jonathan Almada (2017), no Maranhão se realizava pouca

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pesquisa científica e o que até então era produzido poucas vezes se transformava em inovação, produtos, técnica ou práticas implementadas a fim de transformar a realidade estadual. Não havia propriamente uma política de ciência, tecnologia e inovação em âmbito estadual, em que se ga-rantisse investimentos, esses fossem aplicados estrategica-mente e diretamente atrelados às necessidade de desenvol-vimento econômico social do Maranhão.

Devido ao histórico desinteresse político na pauta de Ciência, Tecnologia e Inovação no plano estadual, determi-nados resultados não poderiam ser diferentes. Segundo da-dos de 2016 da Plataforma Lattes6 sobre a distribuição de pessoas com doutorado pelo Brasil, a mesorregião de São Paulo possui o mesmo número de doutores que toda a re-gião Nordeste e o estado de Tocantins. A respeito do Mara-nhão em específico, a concentração de doutores a cada 100 mil habitantes se encontra na faixa de 61 a 121 doutores na capital e regiões próximas e na faixa 0 a 61 doutores nas demais regiões do Estado7. Não apenas, até a construção do IEMA, o Estado não oferecia educação profissionalizan-te diretamente, esta estava a cargo do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), Sistema S e redes privadas conveniadas com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC).

Inspirando-se em Renato Archer e Ignácio Rangel, os quais viam na agenda de Ciência, Tecnologia e Inovação elo fundamental para se pensar a longo prazo o desenvol-vimento local e nacional, a ciência e educação passaram a

6 A DISTRIBUIÇÃO de pessoas com doutorado pelo Brasil in Nexo Jornal. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/grafico/2017/10/23/A-distribui%-C3%A7%C3%A3o-de-pessoas-com-doutorado-pelo-Brasil>. Acesso em: 01 jan.2019.

7 A faixa mais alta é 425 a 486 doutores por 100 mil habitantes.

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pesquisa científica e o que até então era produzido poucas vezes se transformava em inovação, produtos, técnica ou práticas implementadas a fim de transformar a realidade estadual. Não havia propriamente uma política de ciência, tecnologia e inovação em âmbito estadual, em que se ga-rantisse investimentos, esses fossem aplicados estrategica-mente e diretamente atrelados às necessidade de desenvol-vimento econômico social do Maranhão.

Devido ao histórico desinteresse político na pauta de Ciência, Tecnologia e Inovação no plano estadual, determi-nados resultados não poderiam ser diferentes. Segundo da-dos de 2016 da Plataforma Lattes6 sobre a distribuição de pessoas com doutorado pelo Brasil, a mesorregião de São Paulo possui o mesmo número de doutores que toda a re-gião Nordeste e o estado de Tocantins. A respeito do Mara-nhão em específico, a concentração de doutores a cada 100 mil habitantes se encontra na faixa de 61 a 121 doutores na capital e regiões próximas e na faixa 0 a 61 doutores nas demais regiões do Estado7. Não apenas, até a construção do IEMA, o Estado não oferecia educação profissionalizan-te diretamente, esta estava a cargo do Instituto Federal do Maranhão (IFMA), Sistema S e redes privadas conveniadas com o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC).

Inspirando-se em Renato Archer e Ignácio Rangel, os quais viam na agenda de Ciência, Tecnologia e Inovação elo fundamental para se pensar a longo prazo o desenvol-vimento local e nacional, a ciência e educação passaram a

6 A DISTRIBUIÇÃO de pessoas com doutorado pelo Brasil in Nexo Jornal. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/grafico/2017/10/23/A-distribui%-C3%A7%C3%A3o-de-pessoas-com-doutorado-pelo-Brasil>. Acesso em: 01 jan.2019.

7 A faixa mais alta é 425 a 486 doutores por 100 mil habitantes.

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ocupar papel central nas decisões políticas do Maranhão a partir de 2015 com a eleição do projeto ‘Governo de Todos Nós’, liderado pelo governador Flávio Dino. Nesse sentido, a celebração da educação, ciência e tecnologia enquanto prio-ridade política surge da necessidade de se fortalecer a socie-dade democrática através da igualdade de oportunidades e garantia de direitos e de se encarar a resolução de históricos problemas sociais e econômicos através de agenda estrate-gicamente pensada.

É por tais razões que se observa protagonismo até então nunca experimentado pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado (SECTI), a qual configura ponto central de inúmeras articulações. Dentro os progra-mas, iniciativas e instituições daí nascidas, destacam-se8: Programa Cidadão do Mundo, Programa Luminar Carava-na da Ciência, Programa Pré Universitário - Aulão Enem, Programa Crede Ciência/Vale Livro, Semana Estadual de Ciência e Tecnologia, Programa Cidadania Digital, Progra-ma Inova Maranhão, a reativação do Conselho Estadual de Ciência e Tecnologia, a regionalização do ensino superior através da Universidade Estadual da Região Tocantina do Maranhão (UEMASUL) e, o então mais proeminente deles, a construção do IEMA.

Através da Lei Estadual n° 10.254, de 09 de junho de 2015, o IEMA surge enquanto autarquia vinculada à SEC-TI cuja intenção é democratizar, de forma descentralizada e permanente, o acesso à educação profissional e tecnoló-

8 Detalhes sobre cada um desses programas e outras iniciativas podem ser consultados em: SECRETARIA da Ciência, Tecnologia e Inovação. Disponível em: <http://www.secti.ma.gov.br/>. Acesso em: 01 jan.2019.

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gica. O IEMA9 se realiza em três espécies de unidade: as Unidades Plenas10 de ensino médio integral e integrado à educação profissional; as Unidades Vocacionais11, em que se dá a oferta de educação profissional subsequente ao jovem e adulto trabalhador e o Centro de Educação Científica12, cuja ideia é promover a popularização da ciência através da edu-cação científica para estudantes do ensino fundamental da rede pública13.

O primeiro grande indicativo de distinção do IEMA em relação a demais experiências educativas no Maranhão e outras partes do Brasil é a predominância da ideia de edu-cação científica em todo seu modelo pedagógico. Elucidando essa categoria, Pedro Demo (2014) traduz a educação cien-tífica no ‘educar pela pesquisa’ o qual engloba simultanea-mente o educar pesquisando e o pesquisar educando. Por essa perspectiva, a formação científica não pode ser vista enquanto interferência externa eventual, mas intrínseca ao próprio processo formativo e a melhor garantia de uma

9 Tem 26 Unidades instaladas em 22 municípios do Maranhão, chegando a 100 cidades por meio de parcerias diversas, perfazendo 2.375 estudantes matricula-dos no ensino médio técnico integral e 26 mil maranhenses qualificados profissional-mente.

10 O IEMA possui atualmente 13 Unidades Plenas em funcionamento, treze em construção e 10 serão erguidas nos próximos anos.

11 O IEMA possui atualmente 13 Unidades Vocacionais em funcionamento, três em fase de construção, duas em reforma e 46 a entrar em funcionamento.

12 Até então o IEMA conta com apenas a experiência piloto de Caxias. CEN-TRO de Educação Científica in IEMA. Disponível em: <http://www.iema.ma.gov.br/centro-de-educacao-cientifica/>. Acesso em: 01 jan. 2019.

13 “Desse modo, a articulação entre o Ensino Médio e a formação técnica pro-fissional pode ocorrer das seguintes formas: a) Integrada: na mesma escola em que o estudante cursa o Ensino Médio, o que requer uma única matrícula; b) Concomitante: pode ou não ser ministrada na mesma instituição em que o estudante cursa o Ensino Médio, sendo facultativo o convênio entre as distintas instituições; c) Subsequente: oferecida aos estudantes que já tenham concluído o Ensino Médio.” (IEMA, 2016, p. 13).

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gica. O IEMA9 se realiza em três espécies de unidade: as Unidades Plenas10 de ensino médio integral e integrado à educação profissional; as Unidades Vocacionais11, em que se dá a oferta de educação profissional subsequente ao jovem e adulto trabalhador e o Centro de Educação Científica12, cuja ideia é promover a popularização da ciência através da edu-cação científica para estudantes do ensino fundamental da rede pública13.

O primeiro grande indicativo de distinção do IEMA em relação a demais experiências educativas no Maranhão e outras partes do Brasil é a predominância da ideia de edu-cação científica em todo seu modelo pedagógico. Elucidando essa categoria, Pedro Demo (2014) traduz a educação cien-tífica no ‘educar pela pesquisa’ o qual engloba simultanea-mente o educar pesquisando e o pesquisar educando. Por essa perspectiva, a formação científica não pode ser vista enquanto interferência externa eventual, mas intrínseca ao próprio processo formativo e a melhor garantia de uma

9 Tem 26 Unidades instaladas em 22 municípios do Maranhão, chegando a 100 cidades por meio de parcerias diversas, perfazendo 2.375 estudantes matricula-dos no ensino médio técnico integral e 26 mil maranhenses qualificados profissional-mente.

10 O IEMA possui atualmente 13 Unidades Plenas em funcionamento, treze em construção e 10 serão erguidas nos próximos anos.

11 O IEMA possui atualmente 13 Unidades Vocacionais em funcionamento, três em fase de construção, duas em reforma e 46 a entrar em funcionamento.

12 Até então o IEMA conta com apenas a experiência piloto de Caxias. CEN-TRO de Educação Científica in IEMA. Disponível em: <http://www.iema.ma.gov.br/centro-de-educacao-cientifica/>. Acesso em: 01 jan. 2019.

13 “Desse modo, a articulação entre o Ensino Médio e a formação técnica pro-fissional pode ocorrer das seguintes formas: a) Integrada: na mesma escola em que o estudante cursa o Ensino Médio, o que requer uma única matrícula; b) Concomitante: pode ou não ser ministrada na mesma instituição em que o estudante cursa o Ensino Médio, sendo facultativo o convênio entre as distintas instituições; c) Subsequente: oferecida aos estudantes que já tenham concluído o Ensino Médio.” (IEMA, 2016, p. 13).

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aprendizagem efetiva. Nesta cultura, através da exercício da ‘autoridade do argumento’ os estudantes são convidados a construção de autoria e autonomia. Não recaindo em um reducionismo científico, Demo (2014) destaca a relação en-tre a educação científica e a perspectiva social e humanista ao afirmar que:

Quando o aluno aprende a lidar com método, a planejar e a executar pesquisa, a argumentar e contra argumentar, a fundamentar com a auto-ridade do argumento, não está só ‘fazendo ci-ência’, está igualmente construindo a cidadania que sabe pensar [...] Em termos de qualidade de vida, uma das referências mais importantes é a cidadania que sabe pensar, ou seja, que não só aprecia ciência e tecnologia, mas que principal-mente sabe construir e usar ciência e tecnologia para fins éticos e cidadãos. (DEMO, 2014).

Em consonância com tais considerações, é possível averiguar que o IEMA procurou organizar sua estrutura curricular tendo em conta os conhecimentos científicos, tecnológicos, culturais e de diferentes modalidades de lin-guagem (IEMA, 2016) que sejam fundamentais para a auto-nomia intelectual e moral de seus estudantes. Além de en-globar dentro do fazer pedagógico as premissas da pesquisa científica, inovação e inclusão social, o Instituto também abraça o que chama, de modo geral, formação para a vida.

Neste ponto apresenta-se um segundo aspecto traça-do pelo IEMA em seu caminho para a excelência educacio-nal. Como contraponto ao modelo de escola que se impõe completamente ante a seus estudantes, o Instituto escolhe como centralidade de sua atuação14 o aluno e seu Projeto de

14 Vale destacar que, ao tempo de elaboração de seu modelo pedagógico, o IEMA contou com a consultoria do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE).

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Vida. A escolha por esta centralidade é critério distintivo fundamental, donde vem o questionamento sobre quando e em que medida a educação pública já se preocupara com a realização dos sonhos e aspirações de seus estudantes ou se, no caso de ausência de perspectivas, os convidara a so-nhar para além de sua realidade social imediata. Desta for-ma, também se preconiza mudança cultural sobre a forma como as escolas são enxergadas pelos alunos, de lugar onde é sujeito à educação meramente bancária à espaço de des-coberta, realização da ciência, materialização de sonhos e autorealização.

Esta é o modelo da Escola da Escolha, a qual é orienta-da através de três eixos principais: a garantia de excelência acadêmica, a solidez na formação em valores e o desenvol-vimento de competências fundamentais para o mundo con-temporâneo. Neste ponto, destaca-se por mérito metodoló-gico a construção da disciplina específica Projeto de Vida ao longo dos primeiros dois anos do ensino médio. Nesta disciplina, os estudantes, acompanhados de um professor - tutor, são levados a despertar sobre sonhos, ambições e desejos para sua vida, onde almejam chegam e qual sujeito pretendem ser. Não apenas, a matéria não abraça somente o plano abstrato, convida o estudante a também identificar as etapas pelas quais precisa atravessar e as atitudes, posturas e instrumentos necessários para concretizar seu Projeto de Vida (ICE, 2017).

Por certo que o IEMA tende a cada vez mais se afastar do que então fora o quadro histórico apresentado por Libâ-neo sobre a educação brasileira. Certamente um marco no Maranhão, o IEMA conjuga uma série de outros elemen-tos distintivos que já constroem caminho bastante sólido pela trilha da excelência educacional, dentre eles, a própria performance acadêmica dos estudantes, os destaques que

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Vida. A escolha por esta centralidade é critério distintivo fundamental, donde vem o questionamento sobre quando e em que medida a educação pública já se preocupara com a realização dos sonhos e aspirações de seus estudantes ou se, no caso de ausência de perspectivas, os convidara a so-nhar para além de sua realidade social imediata. Desta for-ma, também se preconiza mudança cultural sobre a forma como as escolas são enxergadas pelos alunos, de lugar onde é sujeito à educação meramente bancária à espaço de des-coberta, realização da ciência, materialização de sonhos e autorealização.

Esta é o modelo da Escola da Escolha, a qual é orienta-da através de três eixos principais: a garantia de excelência acadêmica, a solidez na formação em valores e o desenvol-vimento de competências fundamentais para o mundo con-temporâneo. Neste ponto, destaca-se por mérito metodoló-gico a construção da disciplina específica Projeto de Vida ao longo dos primeiros dois anos do ensino médio. Nesta disciplina, os estudantes, acompanhados de um professor - tutor, são levados a despertar sobre sonhos, ambições e desejos para sua vida, onde almejam chegam e qual sujeito pretendem ser. Não apenas, a matéria não abraça somente o plano abstrato, convida o estudante a também identificar as etapas pelas quais precisa atravessar e as atitudes, posturas e instrumentos necessários para concretizar seu Projeto de Vida (ICE, 2017).

Por certo que o IEMA tende a cada vez mais se afastar do que então fora o quadro histórico apresentado por Libâ-neo sobre a educação brasileira. Certamente um marco no Maranhão, o IEMA conjuga uma série de outros elemen-tos distintivos que já constroem caminho bastante sólido pela trilha da excelência educacional, dentre eles, a própria performance acadêmica dos estudantes, os destaques que

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recebem nas mais diversas olimpíadas, concursos e compe-tições, a conjugação entre o currículo obrigatório - de co-nhecimento básicos e fundamentais - com atividades diver-sas e que principalmente, tomam o estudante e seu Projeto de Vida como o centro do modelo pedagógico. Esta pesquisa se debruça especialmente sobre uma variável desta cami-nho rumo á excelência que permeia toda a realidade e vida escolar e projeta a Juventude para além dos muros da esco-la - o Protagonismo Juvenil.

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PROTAGONISMO JUVENIL: GÊNESE, TEORIA E DISCURSOElane Patrícia Andrade de OliveiraMarina Mirella dos Santos D’Caminha Vitor Sampaio Soares

Gênese histórica, cultural e política do discurso do Protagonismo Juvenil

Emergindo no final da década de 1980, o Protagonismo Juvenil vem sido utilizado com recorrência em tex-tos oficiais, discursos sindicais, movimentos sociais de

diversos segmentos, grupos juvenis de igreja, projetos pe-dagógicos de escolas, dentre outros. O Protagonismo tanto se associa à concepção de fortalecimento da participação democrática dos jovens, quanto se caracteriza como um conceito impreciso e multifacetado ancorado em diferentes referenciais teóricos, metodológicos e ideológicos (STAMA-TO, 2009), que, de todo modo, voltam-se à reflexão do signi-ficado do jovem em diferentes tempos da sociedade.

Com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescen-te (ECA) (BRASIL, 1990) e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) (BRASIL, 1996) nas primeiras décadas do Brasil pós-ditadura militar, o protagonismo juvenil emer-ge como pauta transversal em ambos os documentos, e, se afirma como tema fundante de uma perspectiva de empo-deramento do jovem enquanto categoria social de definição

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PROTAGONISMO JUVENIL: GÊNESE, TEORIA E DISCURSOElane Patrícia Andrade de OliveiraMarina Mirella dos Santos D’Caminha Vitor Sampaio Soares

Gênese histórica, cultural e política do discurso do Protagonismo Juvenil

Emergindo no final da década de 1980, o Protagonismo Juvenil vem sido utilizado com recorrência em tex-tos oficiais, discursos sindicais, movimentos sociais de

diversos segmentos, grupos juvenis de igreja, projetos pe-dagógicos de escolas, dentre outros. O Protagonismo tanto se associa à concepção de fortalecimento da participação democrática dos jovens, quanto se caracteriza como um conceito impreciso e multifacetado ancorado em diferentes referenciais teóricos, metodológicos e ideológicos (STAMA-TO, 2009), que, de todo modo, voltam-se à reflexão do signi-ficado do jovem em diferentes tempos da sociedade.

Com a criação do Estatuto da Criança e do Adolescen-te (ECA) (BRASIL, 1990) e da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) (BRASIL, 1996) nas primeiras décadas do Brasil pós-ditadura militar, o protagonismo juvenil emer-ge como pauta transversal em ambos os documentos, e, se afirma como tema fundante de uma perspectiva de empo-deramento do jovem enquanto categoria social de definição

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complexa (GAUTHIER, 2000) e como agente capaz de pro-vocar transformações contínuas na sociedade.

Portanto, para melhor compreensão e aprofundamen-to referencial das discussões sobre protagonismo juvenil, pretende-se neste subtítulo, discutir brevemente a gênese histórica, cultural e política de ações e de discursos que, de algum modo, fomentaram o debate, levando o protagonis-mo juvenil à centralidade de pautas importantes nas últi-mas décadas no Brasil.

Na origem etimológica, a palavra protagonismo deriva do grego protagnistés, que se refere ao ator principal no te-atro grego ou aquele que ocupa papel central em um acon-tecimento (FERRETTI et all, 2004). No dicionário da língua portuguesa Houaiss, protagonista ou protagonizar é o indi-víduo que tem papel de destaque em um acontecimento ou é agente principal de um fato (HOUAISS, 2004).

Neste contexto, pode-se ler o jovem protagonista en-quanto personagem principal na disputa e combate no es-paço público, ocupando o papel central dos acontecimentos. Desta raiz etimológica, deduz-se que o protagonismo juve-nil está relacionado ao fortalecimento do poder do jovem enquanto sujeito ativo e participante na transformação política e social de dado cenário. Entretanto, esse fortaleci-mento e a consequente participação do jovem protagonista não sucedem em si mesmo ao nascer, de modo natural e espontâneo, mas resultam de um processo de engajamento pelo qual o jovem questiona e reflete criticamente sua pró-pria existência social.

Segundo a autora Maria Izabel Calil Stamato (2009), a contextualização histórica do uso do termo protagonismo juvenil, a partir da análise de autores referenciados em di-ferentes teorias e concepções, mostra que o protagonismo

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juvenil ora se apresenta como conceito, ora como estratégia, ora como metodologia, sempre associado à participação do jovem, embora não fique claro o significado dessa participa-ção nem os caminhos para chegar a ela.

A participação como objetivo central do protagonismo juvenil é compreendido pela autora como uma decorrência da “abertura democrática do país, que levou ao fim do perío-do da ditadura militar e as novas legislações norteadas pelo paradigma da democracia participativa” (STAMATO, 2009, p. 59).

Após o fim da ditadura militar, a aprovação da Cons-tituição Federal, em 1988, trouxe uma expressiva mudan-ça de princípios e diretrizes com relação à participação da população nos rumos da política nacional. Esta mudança, segundo a autora:

[...] fez presente no próprio processo de discussão da reformulação da lei, uma vez que o Processo Constituinte, que possibilitou, pela primeira vez na história do Brasil, a reunião de pessoas dos mais variados segmentos e de todas as partes do país em torno da inclusão de direitos universais, coletivos e individuais no novo texto legal (STA-MATO, 2009, p. 59).

Entretanto, as críticas de Mario Volpi (2000) ao Conse-lho de Políticas Públicas, enfatiza a necessidade do paradig-ma jurídico acompanhar as dinâmicas de mobilização social em torno das mudanças de concepções, conteúdos e meto-dologias das políticas de atenção à infância e a adolescência. Para Volpi:

[...] pode-se afirmar que a simples formalização de instâncias de participação da sociedade civil não é suficiente para obter políticas públicas de qualidade. Existe a necessidade de rever o con-

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juvenil ora se apresenta como conceito, ora como estratégia, ora como metodologia, sempre associado à participação do jovem, embora não fique claro o significado dessa participa-ção nem os caminhos para chegar a ela.

A participação como objetivo central do protagonismo juvenil é compreendido pela autora como uma decorrência da “abertura democrática do país, que levou ao fim do perío-do da ditadura militar e as novas legislações norteadas pelo paradigma da democracia participativa” (STAMATO, 2009, p. 59).

Após o fim da ditadura militar, a aprovação da Cons-tituição Federal, em 1988, trouxe uma expressiva mudan-ça de princípios e diretrizes com relação à participação da população nos rumos da política nacional. Esta mudança, segundo a autora:

[...] fez presente no próprio processo de discussão da reformulação da lei, uma vez que o Processo Constituinte, que possibilitou, pela primeira vez na história do Brasil, a reunião de pessoas dos mais variados segmentos e de todas as partes do país em torno da inclusão de direitos universais, coletivos e individuais no novo texto legal (STA-MATO, 2009, p. 59).

Entretanto, as críticas de Mario Volpi (2000) ao Conse-lho de Políticas Públicas, enfatiza a necessidade do paradig-ma jurídico acompanhar as dinâmicas de mobilização social em torno das mudanças de concepções, conteúdos e meto-dologias das políticas de atenção à infância e a adolescência. Para Volpi:

[...] pode-se afirmar que a simples formalização de instâncias de participação da sociedade civil não é suficiente para obter políticas públicas de qualidade. Existe a necessidade de rever o con-

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ceito adotado no final da década de 80, quando em função do contexto de fim de um governo de exceção, de uma ditadura militar, apostou-se na institucionalização da democracia forma-lizando espaços de participação e construindo conceito de Estado Democrático de Direito. Os conselhos participativos, na área da infância, vieram desta tendência que, acreditava que o controle social sobre as ações do Estado seria melhor com a participação na gestão das políti-cas públicas e que seriam desenvolvidas políti-cas mais adequadas porque os conselhos eleitos têm proximidade com o cotidiano das crianças e adolescentes enquanto os tecnocratas de plan-tão não conseguem dar respostas para as situ-ações reais da população (VOLPI, 2000, p. 28).

Os estudos de Barrientos e Lascano (2000), por sua vez, definem protagonismo social como a participação ou atuação dos indivíduos em um determinado espaço - comu-nidade, região ou país -, com possibilidade de influir nas de-cisões e ações que os envolvem. Para eles, essa participação se dá de forma coletiva, através de grupos organizados, e supõe o exercício de responsabilidades e direitos dentro de espaços democráticos, construindo-se a partir das ações e dos papéis que os indivíduos assumem no interior dos gru-pos.

A interação entre os sujeitos e os grupos a qual per-tençam é responsável pelo exercício protagônico em que os jovens são estimulados a demandar e realizar tarefas, habilitando o senso de planejamento e o trabalho coletivo. Para os autores (BARRIENTOS e LASCANO, 2000) o exer-cício individual de responsabilidades e direitos, tomadas de decisão e para a execução de ações coletivas fortalecem as construções individuais e sociais.

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Para Ferretti et all (2004) o protagonismo decorre da urgência social em desenvolver atitudes e deveres que pos-sibilitem uma convivência autônoma com o mundo contem-porâneo; da necessidade de respostas às angústias juvenis frente às exigências e desafios das sociedades pós-moder-nas e do atual mercado de trabalho. O protagonismo juvenil seria, portanto, a via promissora que responde a urgências sociais e a angústias pessoais, concomitantemente.

O Protagonismo Juvenil no Direito brasileiro

A razão de ser deste ponto, parte da ideia segundo a qual, a essa altura, poucos são os fatos sociais que fogem ao mundo jurídico. Não somente, o Direito encerra o ponta-pé inicial de um política pública e a forma oficial como esta deve ser conduzida. Apesar de acreditar-se que o Direito tem por premissa originária viés de manutenção do status quo, o espaço que aqui lhe é dedicado baseia-se na crença de que este também veicula possibilidades de empoderamento e inovações sociais; o histórico de legislações sobre os direi-tos das crianças e adolescentes e os espaços recentemente concedidos à participação da juventude são prova desta ou-tra face.

Da mesma forma, este tópico contempla a ideia desta pesquisa em entrelaçar as arestas mais fundamentais que desenham uma realidade: o discurso jurídico - oficial que postula o dever - ser, o posto em prática que traz as expe-riências desenvolvidas no IEMA e a reflexão propriamente acadêmica, a qual traz as semelhanças e diferenças entre os dois anteriores, questiona aquilo que é oficial e aquilo que é

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Para Ferretti et all (2004) o protagonismo decorre da urgência social em desenvolver atitudes e deveres que pos-sibilitem uma convivência autônoma com o mundo contem-porâneo; da necessidade de respostas às angústias juvenis frente às exigências e desafios das sociedades pós-moder-nas e do atual mercado de trabalho. O protagonismo juvenil seria, portanto, a via promissora que responde a urgências sociais e a angústias pessoais, concomitantemente.

O Protagonismo Juvenil no Direito brasileiro

A razão de ser deste ponto, parte da ideia segundo a qual, a essa altura, poucos são os fatos sociais que fogem ao mundo jurídico. Não somente, o Direito encerra o ponta-pé inicial de um política pública e a forma oficial como esta deve ser conduzida. Apesar de acreditar-se que o Direito tem por premissa originária viés de manutenção do status quo, o espaço que aqui lhe é dedicado baseia-se na crença de que este também veicula possibilidades de empoderamento e inovações sociais; o histórico de legislações sobre os direi-tos das crianças e adolescentes e os espaços recentemente concedidos à participação da juventude são prova desta ou-tra face.

Da mesma forma, este tópico contempla a ideia desta pesquisa em entrelaçar as arestas mais fundamentais que desenham uma realidade: o discurso jurídico - oficial que postula o dever - ser, o posto em prática que traz as expe-riências desenvolvidas no IEMA e a reflexão propriamente acadêmica, a qual traz as semelhanças e diferenças entre os dois anteriores, questiona aquilo que é oficial e aquilo que é

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posto em prática e apresenta possibilidades para uma outra realidade.

O tópico dedica-se prioritariamente ao panorama na-cional, isto não significa, todavia, que a realidade interna esteja desvinculada de movimento anterior que se deu no plano internacional. Em verdade, tal qual aponta grande parte da literatura - (STAMATO, 2009) (SANTOS; GOMES, 2016) - o que se verifica é uma omissão histórica da expres-são ‘protagonismo juvenil’ em discursos oficiais, normas ju-rídicas e demais referências bibliográficas, de modo que o que aqui se resgata são explicitamente enunciados sobre o protagonismo juvenil e outros que não utilizando a expres-são em si, trazem aquilo que é majoritariamente entendido como seu conteúdo.

De fato, a expressão Protagonismo Juvenil foi utiliza-da pela primeira vez somente em março de 2001 em publi-cação da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) intitulada Protagonismo Juvenil en proyectos locales: lecciones del Cone Sur. No Brasil, o teórico Antônio Carlos Gomes da Costa, cujas reflexões serão resgatadas na sequência deste trabalho, seria o primeiro a fazer uso do termo. Pontuado isto, tal qual coloca Santo e Gomes (2016), no âmbito normativo internacional, o protagonismo juvenil surge antes mesmo da primeira aparição do termo.

O primeiro grande marco importante foi a Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1959, a qual com o ter-mo criança abrange também o que na legislação nacional é entendido como jovem e/ou adolescente. Mais tarde, no ano de 1985, a Resolução da Organização das Nações Uni-das (ONU) - A/RES/40/14 - determinou que aquele seria o Ano Internacional da Juventude, momento em que seriam construídos espaços em diversos países voltados à formu-

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lação de políticas públicas para a juventude. Quatro anos depois, em 20 de novembro de 1989, foi aprovada a Conven-ção Internacional dos Direitos da Infância, ratificada pelo Brasil em 1990 e promulgada pelo Decreto n° 99.710 de 21 de novembro de 1990.

A aprovação desta convenção internacional coroa este primeiro momento histórico, o qual teve por mérito possibi-litar paulatinamente o exercício da liberdade de expressão e participação ativa das crianças e adolescentes na socieda-de e nas políticas públicas a elas destinadas. A longo prazo, esta primeira dinâmica no plano internacional permitiu também a superação de paradigma que reservava a crian-ças e adolescentes a condição de propriedade de seus pais ou objeto de medidas judiciais.

A partir de então, a infância e juventude correspon-de à categoria de sujeitos de direitos, a quem é reservada a devida autonomia para expressar suas ideias e opiniões e para participar e influir na vida pública. Tais alterações pa-radigmáticas encontraram solo fértil no Brasil que tentava superar o regime militar e passava pelo período de redemo-cratização, refletindo-se então no novo Texto Constitucio-nal que surgia e no que mais tarde ficou conhecido como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

No âmbito nacional, a literatura chama de doutrina da situação do menor irregular o panorama histórico-jurídi-co anterior à Constituição Federal de 1988. Neste tempo, o principal marco normativo para a infância e adolescencên-cia era a Lei n° 6.697/1979 (Código de Menores) cuja pre-missa básica era a caracterização de situação irregular em dois simples aspectos: a carência e a delinquência. Por seu turno, o novo tratamento dedicado a infância e juventude na CF/1988 é o que se conhece por doutrina da proteção in-

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lação de políticas públicas para a juventude. Quatro anos depois, em 20 de novembro de 1989, foi aprovada a Conven-ção Internacional dos Direitos da Infância, ratificada pelo Brasil em 1990 e promulgada pelo Decreto n° 99.710 de 21 de novembro de 1990.

A aprovação desta convenção internacional coroa este primeiro momento histórico, o qual teve por mérito possibi-litar paulatinamente o exercício da liberdade de expressão e participação ativa das crianças e adolescentes na socieda-de e nas políticas públicas a elas destinadas. A longo prazo, esta primeira dinâmica no plano internacional permitiu também a superação de paradigma que reservava a crian-ças e adolescentes a condição de propriedade de seus pais ou objeto de medidas judiciais.

A partir de então, a infância e juventude correspon-de à categoria de sujeitos de direitos, a quem é reservada a devida autonomia para expressar suas ideias e opiniões e para participar e influir na vida pública. Tais alterações pa-radigmáticas encontraram solo fértil no Brasil que tentava superar o regime militar e passava pelo período de redemo-cratização, refletindo-se então no novo Texto Constitucio-nal que surgia e no que mais tarde ficou conhecido como Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

No âmbito nacional, a literatura chama de doutrina da situação do menor irregular o panorama histórico-jurídi-co anterior à Constituição Federal de 1988. Neste tempo, o principal marco normativo para a infância e adolescencên-cia era a Lei n° 6.697/1979 (Código de Menores) cuja pre-missa básica era a caracterização de situação irregular em dois simples aspectos: a carência e a delinquência. Por seu turno, o novo tratamento dedicado a infância e juventude na CF/1988 é o que se conhece por doutrina da proteção in-

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tegral, a qual norteará toda legislação posterior preocupada com estes sujeitos.

A Lei n° 8.069/1990 (ECA) é um dos marcos normativos que não utiliza a expressão ‘protagonismo juvenil’, todavia, é possível visualizar seu conteúdo em algumas previsões da legislação. O art.16, a exemplo, faz referência ao direito à liberdade, a qual engloba, pelo rol de incisos apresentados, o direito de se expressar e opinar; de participar da vida fami-liar e comunitária sem quaisquer discriminações; e o direito de participar da vida pública. No que tange o direito à edu-cação, o art.53 do ECA postula que esta volta-se ao pleno desenvolvimento da criança e adolescente, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho - em clara sintonia com o art.205 da CF/198815 - com o diferencial de especificar nos incisos demais direitos necessários para uma educação que atinja tais objetivos, entre eles, o direito de organização e participação em entidades estudantis.

Na análise desta legislação vale destacar o olhar de Sta-mato (2009), a qual visualiza pontos positivos com a chega-da do ECA, mas também aponta contradições da legislação. Logo no art.3° do Estatuto é possível enxergar a ideia de sujeito de direitos e a doutrina da proteção integral de que falou-se anteriormente. Por este dispositivo, às crianças e aos jovens são assegurados todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana em condições de liberdade e dig-nidade. Superficialmente entenderia-se a plena capacidade jurídica e perfeita correspondência entre a situação legal do adulto e a situação legal da criança e do adolescente. En-

15 “Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvol-vimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.” (BRASIL, 1998).

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tretanto, tal entendimento nem sempre persiste. Apesar de alçarem ao status de sujeito titular de direitos, a criança e o adolescente nem sempre possuem a capacidade plena para exercê-los. Tais limites, todavia, não apagam a conquista personificada pelo ECA de atribuir a categoria de cidadãos a crianças e jovens e reconhecer seus interesses específicos, os quais merecem ser tomados em atenção na elaboração e execução de políticas públicas a eles destinadas.

A Lei n° 9.394/1996, Lei de Diretrizes e Bases da Edu-cação Nacional (LDB), também constitui enorme avanço no que tange à política educacional voltada para a juventude. Por esta norma - art.4, I, c) - o ensino médio é alçado ao pa-tamar de direito a ser garantido pelo Estado. Ao organizar a estrutura curricular do ensino médio (Seção IV) e da edu-cação profissional técnica de nível médio (Seção IV - A), a legislação aponta que esta etapa da vida escolar terá por fi-nalidade, dentre outras, preparar o educando para o traba-lho e a cidadania e aprimorá-lo enquanto pessoa humana, incluindo, para tanto, a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.

Nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Mé-dio (DCNs) são estipuladas instruções gerais a serem con-sideradas nos planos e ações educativas. A temática desta pesquisa, o protagonismo, aparece explicitamente em três artigos. No art.3° são trabalhados os princípios políticos e éticos que devem comandar a prática administrativa e pe-dagógica e a convivência no ambiente escolar. Dentre estes inclui-se a Política de Igualdade, a qual diz respeito à cons-tituição de identidades que busquem e pratiquem a igualda-de no acesso aos bens sociais e culturais, o respeito ao bem comum, o protagonismo e a responsabilidade no âmbito pú-blico e privado. Por seu turno, no art.7 é postulado que os sistemas escolares devem criar mecanismos que garantam

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tretanto, tal entendimento nem sempre persiste. Apesar de alçarem ao status de sujeito titular de direitos, a criança e o adolescente nem sempre possuem a capacidade plena para exercê-los. Tais limites, todavia, não apagam a conquista personificada pelo ECA de atribuir a categoria de cidadãos a crianças e jovens e reconhecer seus interesses específicos, os quais merecem ser tomados em atenção na elaboração e execução de políticas públicas a eles destinadas.

A Lei n° 9.394/1996, Lei de Diretrizes e Bases da Edu-cação Nacional (LDB), também constitui enorme avanço no que tange à política educacional voltada para a juventude. Por esta norma - art.4, I, c) - o ensino médio é alçado ao pa-tamar de direito a ser garantido pelo Estado. Ao organizar a estrutura curricular do ensino médio (Seção IV) e da edu-cação profissional técnica de nível médio (Seção IV - A), a legislação aponta que esta etapa da vida escolar terá por fi-nalidade, dentre outras, preparar o educando para o traba-lho e a cidadania e aprimorá-lo enquanto pessoa humana, incluindo, para tanto, a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico.

Nas Diretrizes Curriculares Nacionais do Ensino Mé-dio (DCNs) são estipuladas instruções gerais a serem con-sideradas nos planos e ações educativas. A temática desta pesquisa, o protagonismo, aparece explicitamente em três artigos. No art.3° são trabalhados os princípios políticos e éticos que devem comandar a prática administrativa e pe-dagógica e a convivência no ambiente escolar. Dentre estes inclui-se a Política de Igualdade, a qual diz respeito à cons-tituição de identidades que busquem e pratiquem a igualda-de no acesso aos bens sociais e culturais, o respeito ao bem comum, o protagonismo e a responsabilidade no âmbito pú-blico e privado. Por seu turno, no art.7 é postulado que os sistemas escolares devem criar mecanismos que garantam

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a liberdade e responsabilidade das instituições escolares na formulação de sua proposta pedagógica, visto que essas de-vem ser expressão da iniciativa das escolas, com o protago-nismo de todos aqueles diretamente interessados, especial-mente dos professores. Por fim, no art.10 são trabalhados os objetivos das áreas de Ciências Humanas e suas Tecnologias no que tange ao desenvolvimento de certas competências e habilidades, dentre eles, a capacidade de indagação, análise, problematização e protagonismo diante de situações novas, problemas ou questões da vida pessoal, social, política, eco-nômica e cultural.

Ao longo da Diretriz resta claro que o enunciado pro-tagonismo inclui tanto estudantes quanto professores. Sta-mato (2009) defende que a Diretriz trabalha o protagonis-mo ainda de forma muito vaga, associando-o difusamente a diversos atores, condutas e ações e esquecendo-se, nesse meio tempo, as estratégias necessárias para sua operacio-nalização. De modo diverso, Ferretti et all (2004) e Zibas et all (2006) enxergam o protagonismo juvenil como um dos eixos centrais da Diretriz, sendo esta, pois, o meio jurídico legal mais relevante para induzir e fortalecer o protagonis-mo juvenil no contexto escolar do ensino médio brasileiro.

No ano de 2013, através da Lei n° 12.852, foi instituí-do o chamado Estatuto da Juventude, o qual dispõe sobre o funcionamento do Sistema Nacional de Juventude (SNJ) e os princípios e diretrizes das políticas de juventude. Esses princípios constam no art.2º da legislação e neles podem ser verificados muitos dos significados do protagonismo ju-venil, a saber : promoção da autonomia e emancipação dos jovens (I), valorização e promoção da participação social e política, de forma direta e por meio de suas representações (II) e promoção da criatividade e da participação no desen-volvimento do país (III).

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Não ficando apenas no campo das generalidades e abs-trações e tendo em vista esses princípios norteadores, o Es-tatuto - em seu art.3º - postula diretrizes que os agentes pú-blicos e privados devem observar quando envolvidos com políticas de juventude. Nesse sentido, é dever desses atores incentivar a participação juvenil na formulação, implemen-tação e avaliação de tais políticas (I), assim como ampliar as alternativas de inserção social do jovem, promovendo programas que priorizem o seu desenvolvimento integral e participação ativa nos espaços decisórios (III).

Em seu art.4º é explicitamente colocado que a partici-pação social e política na formulação, execução e avaliação das políticas públicas de juventude é um direito dos jovens. Interessante notar que a legislação vincula prioritariamen-te a perspectiva do protagonismo juvenil a uma noção de participação. O conteúdo dessa participação o parágrafo único traduz da seguinte forma :

Parágrafo único. Entende-se por participação juvenil: I - a inclusão do jovem nos espaços pú-blicos e comunitários a partir da sua concepção como pessoa ativa, livre, responsável e digna de ocupar uma posição central nos processos polí-ticos e sociais; II - o envolvimento ativo dos jo-vens em ações de políticas públicas que tenham por objetivo o próprio benefício, o de suas co-munidades, cidades e regiões e o do País; III - a participação individual e coletiva do jovem em ações que contemplem a defesa dos direitos da juventude ou de temas afetos aos jovens; e IV - a efetiva inclusão dos jovens nos espaços públicos de decisão com direito a voz e voto. (BRASIL, 2013)

Como será possível verificar através do subtópico se-guinte, tanto quanto existe uma multiplicidade de noções acerca do protagonismo juvenil na literatura especializada,

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Não ficando apenas no campo das generalidades e abs-trações e tendo em vista esses princípios norteadores, o Es-tatuto - em seu art.3º - postula diretrizes que os agentes pú-blicos e privados devem observar quando envolvidos com políticas de juventude. Nesse sentido, é dever desses atores incentivar a participação juvenil na formulação, implemen-tação e avaliação de tais políticas (I), assim como ampliar as alternativas de inserção social do jovem, promovendo programas que priorizem o seu desenvolvimento integral e participação ativa nos espaços decisórios (III).

Em seu art.4º é explicitamente colocado que a partici-pação social e política na formulação, execução e avaliação das políticas públicas de juventude é um direito dos jovens. Interessante notar que a legislação vincula prioritariamen-te a perspectiva do protagonismo juvenil a uma noção de participação. O conteúdo dessa participação o parágrafo único traduz da seguinte forma :

Parágrafo único. Entende-se por participação juvenil: I - a inclusão do jovem nos espaços pú-blicos e comunitários a partir da sua concepção como pessoa ativa, livre, responsável e digna de ocupar uma posição central nos processos polí-ticos e sociais; II - o envolvimento ativo dos jo-vens em ações de políticas públicas que tenham por objetivo o próprio benefício, o de suas co-munidades, cidades e regiões e o do País; III - a participação individual e coletiva do jovem em ações que contemplem a defesa dos direitos da juventude ou de temas afetos aos jovens; e IV - a efetiva inclusão dos jovens nos espaços públicos de decisão com direito a voz e voto. (BRASIL, 2013)

Como será possível verificar através do subtópico se-guinte, tanto quanto existe uma multiplicidade de noções acerca do protagonismo juvenil na literatura especializada,

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a legislação nacional abraçou mais de uma opção dentro do que seria o protagonismo juvenil e a participação da juven-tude na vida político-social.

O Protagonismo Juvenil no Projeto Pedagógico Insti-tucional do IEMA

O Projeto Pedagógico Institucional (PPI) do IEMA, con-tido em seu Plano de Desenvolvimento Institucional (PDI), constitui o instrumento de orientação das práticas pedagó-gicas no âmbito do Ensino, Pesquisa, Extensão e Inovação. Observa-se que o presente Projeto contempla o protagonis-mo juvenil, entendendo este como um fortalecimento da participação democrática dos jovens nas escolas e que tal não se sucede em si mesma, de modo que cabe ao IEMA perceber e construir estratégias a fim de promover o prota-gonismo juvenil dentro da Instituição.

Embora o Projeto reconheça que a sociedade esteja voltada à lógica capitalista, e por consequência, a educação priorize atender ao mercado de trabalho, o Projeto também reconhece que a educação não pode estar, exclusivamente, a serviço desta lógica, justificando que “não há como insti-tucionalizar o ensino para o trabalho e para o trabalhador sem vislumbrar os trabalhadores como centro desse pro-cesso” (IEMA, 2015, p. 1). Assim, o PPI compreende que a inclusão do homem na sociedade se dá a partir da articu-lação permanente entre trabalho e educação, entendendo este último “como práxis constituidora do ser humano, que ao mesmo tempo possibilita a manutenção da espécie e o liberta das suas necessidades” (IEMA, 2015, p. 2).

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Os princípios filosóficos do projeto do IEMA fogem ao seu papel meramente institucional que tem como objetivo ofertar Educação Profissional Técnica de Nível Médio, nas formas integrada, concomitante e subsequente, por meio da articulação entre formação geral e educação profissional. Para efetivar essa articulação, o IEMA tem como ponto de partida a

Realidade concreta no contexto dos arranjos produ-tivos e das vocações sociais, culturais e econômicas locais e regionais, juntamente com a perspectiva da construção, ampliação, modernização e adequação do espaço físico; construção de laboratórios; aquisição de acervo bibliográfi-co, material de consumo e formação de docentes, gestores e pessoal técnico-administrativo (IEMA, 2015, p. 2).

O Projeto reconhece que “a integridade do processo ensino/aprendizagem torna-se palpável à proporção que a competência de cooperar com o currículo da escola no aten-dimento às necessidades dos alunos, dos professores e dos demais partícipes da comunidade escolar” (IEMA, 2015, p. 3). Nessa perspectiva, as diretrizes curriculares para ensi-no médio integrado são pautadas na práxis das Unidades Plenas que têm como propósito ofertar cursos técnicos em tempo integral e se constituírem como Unidades inovado-ras em termos de gestão e modelo pedagógico, combinan-do educação integral e profissional de qualidade, motivadas pelos princípios educativos do protagonismo juvenil, dos quatro pilares da educação, da pedagogia da presença e da educação interdimensional.

Para tanto, foi definido, de acordo com o PPI, cada um dos princípios educativos, a fim de observar se os procedi-mentos teóricos-metodológicos do IEMA, incorporam as propostas citadas no parágrafo anterior. O primeiro prin-

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Os princípios filosóficos do projeto do IEMA fogem ao seu papel meramente institucional que tem como objetivo ofertar Educação Profissional Técnica de Nível Médio, nas formas integrada, concomitante e subsequente, por meio da articulação entre formação geral e educação profissional. Para efetivar essa articulação, o IEMA tem como ponto de partida a

Realidade concreta no contexto dos arranjos produ-tivos e das vocações sociais, culturais e econômicas locais e regionais, juntamente com a perspectiva da construção, ampliação, modernização e adequação do espaço físico; construção de laboratórios; aquisição de acervo bibliográfi-co, material de consumo e formação de docentes, gestores e pessoal técnico-administrativo (IEMA, 2015, p. 2).

O Projeto reconhece que “a integridade do processo ensino/aprendizagem torna-se palpável à proporção que a competência de cooperar com o currículo da escola no aten-dimento às necessidades dos alunos, dos professores e dos demais partícipes da comunidade escolar” (IEMA, 2015, p. 3). Nessa perspectiva, as diretrizes curriculares para ensi-no médio integrado são pautadas na práxis das Unidades Plenas que têm como propósito ofertar cursos técnicos em tempo integral e se constituírem como Unidades inovado-ras em termos de gestão e modelo pedagógico, combinan-do educação integral e profissional de qualidade, motivadas pelos princípios educativos do protagonismo juvenil, dos quatro pilares da educação, da pedagogia da presença e da educação interdimensional.

Para tanto, foi definido, de acordo com o PPI, cada um dos princípios educativos, a fim de observar se os procedi-mentos teóricos-metodológicos do IEMA, incorporam as propostas citadas no parágrafo anterior. O primeiro prin-

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cípio menciona o protagonismo juvenil, o qual compreende pensar o jovem como ator principal das ações que dizem respeito a problemas concernentes ao bem comum, na Uni-dade e na sociedade de modo geral percebendo-se como parte da solução e não como parte do problema, agindo com autonomia, solidariedade e competência. Para a realização deste e como meio para desenvolver as competências dos alunos, o PDI sugere 4 pilares da educação: o aprender a ser, aprender a conviver, aprender a fazer e aprender a co-nhecer.

Aprender a conhecer: estimula o estudante a questio-nar sobre o não conhecer, a buscar novas informações e aprender a selecionar o que é relevante e o que os ajuda a responder seus questionamentos.

Aprender a fazer: os estudantes são envolvidos em processos que conduzem a resultados, conclusões e/ou com-promissos com a prática cooperativa para a geração de re-sultados comuns.

Aprender a conviver: que diz respeito a tratar as dife-renças culturais, étnicas, físicas, sensoriais, intelectuais ou religiosas, as quais são oportunidades para a aprender e a compartilhar outras formas de pensar, de sentir e de atuar .

Aprender a ser: estimula os estudantes a partir de si-tuações reais e cotidianas, a desenvolver a capacidade de reflexão e reconhecimento da existência do outro, do au-tocontrole, de assumir as consequências da ação ou da não ação, respondendo por aquilo que escolhe e aprende a deli-berar entre alternativas.

O professor nessa metodologia é compreendido mais como um mediador, estará junto ao estudante de maneira compromissada, presente e recíproca garantindo seu de-senvolvimento pleno, mas, em certos momentos deve se

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distanciar, para encorajar a crescer e a agir com liberdade e responsabilidade. Esse princípio é nomeado de pedagogia da presença. Por último, a educação é compreendida pelo princípio educação interdimensional, considerando as Uni-dades Plenas, como a base para a realização dessas metodo-logias, ou seja, como verdadeiros centros potencializadores dos estudantes, desenvolvendo suas competências e habili-dades em todas as dimensões humanas (racionalidade, cor-poreidade, sentimentalidade, espiritualidade).

A proposta pedagógica das Unidades Plenas realiza-se por meio de procedimentos teórico-metodológicos que favo-reçam a vivência de atividades dinâmicas, contextualizadas e significativas nos diversos campos das ciências, das artes, das linguagens e da cultura corporal e, exercendo o papel de agente articulador entre o mundo acadêmico, as práticas sociais e a realização dos Projetos de Vida dos estudantes, tornando-os sujeitos autônomos, solidários e competentes. Este modelo pedagógico, adota inovações inspiradas no mo-delo de Escola da Escolha e intensifica as atividades didáti-cos/participativas em metodologias de êxito a partir de um currículo construído por Parte Diversificada, Base Nacional Comum e Base Técnica.

Reconhece-se que os procedimentos metodológicos do IEMA incorporam as propostas pedagógicas e, por meio dos procedimentos teóricos-metodológicos, promovem o pro-tagonismo juvenil ao levar em consideração o Projeto de Vida dos estudantes em consonância com Base Nacional Comum (BNC). A BNC se dedica ao conteúdo organizado segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que engloba Linguagem - Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Estrangeira Moderna -, Ciências da Natureza e Matemática - Matemática, Ciências da Natureza, Biologia,

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distanciar, para encorajar a crescer e a agir com liberdade e responsabilidade. Esse princípio é nomeado de pedagogia da presença. Por último, a educação é compreendida pelo princípio educação interdimensional, considerando as Uni-dades Plenas, como a base para a realização dessas metodo-logias, ou seja, como verdadeiros centros potencializadores dos estudantes, desenvolvendo suas competências e habili-dades em todas as dimensões humanas (racionalidade, cor-poreidade, sentimentalidade, espiritualidade).

A proposta pedagógica das Unidades Plenas realiza-se por meio de procedimentos teórico-metodológicos que favo-reçam a vivência de atividades dinâmicas, contextualizadas e significativas nos diversos campos das ciências, das artes, das linguagens e da cultura corporal e, exercendo o papel de agente articulador entre o mundo acadêmico, as práticas sociais e a realização dos Projetos de Vida dos estudantes, tornando-os sujeitos autônomos, solidários e competentes. Este modelo pedagógico, adota inovações inspiradas no mo-delo de Escola da Escolha e intensifica as atividades didáti-cos/participativas em metodologias de êxito a partir de um currículo construído por Parte Diversificada, Base Nacional Comum e Base Técnica.

Reconhece-se que os procedimentos metodológicos do IEMA incorporam as propostas pedagógicas e, por meio dos procedimentos teóricos-metodológicos, promovem o pro-tagonismo juvenil ao levar em consideração o Projeto de Vida dos estudantes em consonância com Base Nacional Comum (BNC). A BNC se dedica ao conteúdo organizado segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) que engloba Linguagem - Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Estrangeira Moderna -, Ciências da Natureza e Matemática - Matemática, Ciências da Natureza, Biologia,

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Química, Física - e Ciências Humanas - Geografia, História, Sociologia, Filosofia.

A Parte Diversificada diz respeito às disciplinas eleti-vas oferecidas semestralmente e propostas pelos professo-res e/ou estudantes, visando diversificar e aprofundar/enri-quecer os conteúdos e temas trabalhados nos componentes curriculares da Base Nacional Comum., aqui que encontram o Projeto de Vida, as Práticas e Vivências, o Estudo Orien-tado e Prática Experimental de Laboratório. O primeiro diz respeito a aulas que resultam em documento elaborado pelo estudante, expressa metas e define prazos, com vistas à realização das aptidões individuais, com responsabilidade social, institucional e individual. Por sua vez, as Práticas e Vivências constituem processo pedagógico no qual o jovem é estimulado a atuar criativa, construtiva e solidariamente na solução de problemas reais na Unidade, na comunidade e na vida social. O Estudo Orientado são aulas com objetivo de ensinar o aluno a estudar, apoiá-lo e orientá-lo em seu estudo diário, por meio da utilização de técnicas de estudo que o auxiliarão em seu processo de ensino e aprendiza-gem. Por fim, a Prática Experimental de Laboratório são au-las que englobam experiências práticas dos conhecimentos apreendidos pelos estudantes em sala de aula.

A Base Técnica diz respeito às disciplinas técnicas voltadas para a formação profissional e melhoria da qua-lificação dos estudantes, articulando a formação do ensi-no médio e a preparação para o exercício profissional em cada componente (base comum e base técnica) curricular, de modo transversal. Dessa forma, a avaliação diagnóstica do IEMA não leva em conta apenas a BNC, a avaliação for-mativa é reconhecida como importante metodologia para apresentar ao corpo escolar em que medida os alunos estão alcançando os objetivos almejados.

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Observa-se nos princípios filosóficos do Projeto, que o protagonismo juvenil é trabalhado no IEMA por meio do desenvolvimento integral dos estudantes, construindo es-tratégias para integralização entre uma educação de exce-lência e o mercado de trabalho. Por fim, o ensino integral não representa o único meio para promoção da autonomia dos estudantes, mas, uma estratégia.

O Protagonismo Juvenil na literatura especializada

Antônio Gomes da Costa

O primeiro autor que propõe-se analisar nesta revisão de literatura é o pedagogo mineiro Antônio Gomes da Costa. Este foi o principal responsável pela difusão das ideias de protagonismo juvenil no contexto brasileiro, sendo o primei-ro a explicitamente utilizar a expressão. Não somente, pos-sui também histórico de luta junto aos direitos da infância e adolescência, sendo um dos redatores do ECA. Apesar da presença constante das ideias de protagonismo juvenil por toda sua obra, destaca-se a principal delas “Protagonismo juvenil: adolescência, educação e participação democrática”.

Além de ser marco teórico fundamental, Costa (2006) não poderia deixar de ser revisitado pois, tal qual aponta grande parte da literatura, é um dos poucos autores que es-tabelecem relação tão estreita entre o protagonismo juvenil e a educação formal no Brasil - variável de fundamental importância para esta pesquisa. Como bem aponta Santos, Gomes (2016), o protagonismo proposto pelo referido autor assenta-se em duas principais perspectivas: o desenvolvi-mento pessoal e social do jovem.

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Observa-se nos princípios filosóficos do Projeto, que o protagonismo juvenil é trabalhado no IEMA por meio do desenvolvimento integral dos estudantes, construindo es-tratégias para integralização entre uma educação de exce-lência e o mercado de trabalho. Por fim, o ensino integral não representa o único meio para promoção da autonomia dos estudantes, mas, uma estratégia.

O Protagonismo Juvenil na literatura especializada

Antônio Gomes da Costa

O primeiro autor que propõe-se analisar nesta revisão de literatura é o pedagogo mineiro Antônio Gomes da Costa. Este foi o principal responsável pela difusão das ideias de protagonismo juvenil no contexto brasileiro, sendo o primei-ro a explicitamente utilizar a expressão. Não somente, pos-sui também histórico de luta junto aos direitos da infância e adolescência, sendo um dos redatores do ECA. Apesar da presença constante das ideias de protagonismo juvenil por toda sua obra, destaca-se a principal delas “Protagonismo juvenil: adolescência, educação e participação democrática”.

Além de ser marco teórico fundamental, Costa (2006) não poderia deixar de ser revisitado pois, tal qual aponta grande parte da literatura, é um dos poucos autores que es-tabelecem relação tão estreita entre o protagonismo juvenil e a educação formal no Brasil - variável de fundamental importância para esta pesquisa. Como bem aponta Santos, Gomes (2016), o protagonismo proposto pelo referido autor assenta-se em duas principais perspectivas: o desenvolvi-mento pessoal e social do jovem.

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O primeiro leva em conta que o protagonismo, ao valo-rizar o potencial dos jovens em transformar a si mesmos e suas vidas, estimula capacidades e habilidades que permitem o desenvolvimento de autoconhecimento e autoconfiança. Por esta via, o jovem é ,simultaneamente, fonte de iniciativa (ação) - ao passar de espectador para autor na resolução de dada problemática - , fonte de liberdade (opção) - à medida que os adultos passam a não desconsiderar suas ideias, mas as discutem junto a eles - e fonte de compromisso (respon-sabilidade) - em razão do fato de os adolescentes passarem a participar de todas as etapas na resolução da adversidade -.

O desenvolvimento social, por seu turno, prescreve a ideia segundo a qual os jovens devem atuar para além de seus interesses particulares, se preocupando com a co-munidade local em que vivem e com questões sociais mais amplas. Não somente, esta preocupação deve se concretizar em intervenções conscientes e responsáveis que visem ao bem estar coletivo, é o que notadamente se conhece por ci-dadania ativa e participação cidadã.

O protagonismo em Costa (2006) coloca o aluno no centro do processo educativo e reserva aos professores o papel tão somente de orientadores. Neste trabalho coopera-tivo que ele designa de pedagogia ativa, chama de protago-nismo juvenil a participação dos jovens no enfrentamento de problemas reais no contexto escolar, na comunidade e na vida social de modo geral. Nesse sentido, o protagonismo possibilita a criação de espaços em que se permite ao adoles-cente empreender a construção de si mesmo na perspectiva pessoal e social. Nem toda participação, todavia, está quali-ficada para se enquadrar na categoria do protagonismo ju-venil. Sobre esse aspecto, Costa (2006) também se preocupa em estabelecer as etapas que caracterizam o protagonismo juvenil e especifica, dentro de sua experiência enquanto pe-dagogo, as práticas que não correspondem ao protagonismo.

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Acerca das etapas do protagonismo, Costa (2006) as de-limita em cinco : iniciativa, planejamento, execução, avalia-ção e resultados. A primeira concerne ao momento em que os jovens, uma vez postos diante de determinada problemá-tica, devem compreendê-la e esboçar solução para que seja resolvida. No momento do planejamento é necessário defi-nir quem fará o quê, quando e onde será realizado e quais os recursos disponíveis para fazer o que fora pensado no momento da iniciativa. Na execução, efetivamente deverá ser colocado em prática o que fora então pensado e planeja-do. Na fase de avaliação, os jovens devem se preocupar em verificar se os objetivos foram alcançados ou não e o que foi interessante ou não para o desempenho do grupo. Por fim, nos resultados, cabe decidir o que fazer coletivamente com os resultados financeiros ou materiais e averiguar se esses foram satisfatórios ou não.

Sobre as formas de não protagonismo e seu reforço à cultura adultocêntrica, Stamato (2009) e Santos, Gomes (2016) retomam que o autor pontua três situações em espe-cífico: manipulação, simbolismo e decoração. A primeira de-las refere-se a um conjunto de posturas cujo objetivo é im-primir, de forma planejada, determinado modo de agir em outro indivíduo; a manipulação desconsidera o potencial das ideias da juventude. No caso do simbolismo é retomada a situação em que adolescentes são chamados para compor determinados espaços (eventos, congressos, audiências) e convidados para proferir algumas palavras, as quais, ao fi-nal, não serão tomadas em consideração para a construção do debate ou agenda. Aqui, a participação é figurativa, ape-nas para lembrar que os jovens são eventualmente impor-tantes. Por sua vez, a participação decorativa se faz quando os jovens estão presentes, mas não possuem qualquer direi-to de fala e de expressar suas opiniões.

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Acerca das etapas do protagonismo, Costa (2006) as de-limita em cinco : iniciativa, planejamento, execução, avalia-ção e resultados. A primeira concerne ao momento em que os jovens, uma vez postos diante de determinada problemá-tica, devem compreendê-la e esboçar solução para que seja resolvida. No momento do planejamento é necessário defi-nir quem fará o quê, quando e onde será realizado e quais os recursos disponíveis para fazer o que fora pensado no momento da iniciativa. Na execução, efetivamente deverá ser colocado em prática o que fora então pensado e planeja-do. Na fase de avaliação, os jovens devem se preocupar em verificar se os objetivos foram alcançados ou não e o que foi interessante ou não para o desempenho do grupo. Por fim, nos resultados, cabe decidir o que fazer coletivamente com os resultados financeiros ou materiais e averiguar se esses foram satisfatórios ou não.

Sobre as formas de não protagonismo e seu reforço à cultura adultocêntrica, Stamato (2009) e Santos, Gomes (2016) retomam que o autor pontua três situações em espe-cífico: manipulação, simbolismo e decoração. A primeira de-las refere-se a um conjunto de posturas cujo objetivo é im-primir, de forma planejada, determinado modo de agir em outro indivíduo; a manipulação desconsidera o potencial das ideias da juventude. No caso do simbolismo é retomada a situação em que adolescentes são chamados para compor determinados espaços (eventos, congressos, audiências) e convidados para proferir algumas palavras, as quais, ao fi-nal, não serão tomadas em consideração para a construção do debate ou agenda. Aqui, a participação é figurativa, ape-nas para lembrar que os jovens são eventualmente impor-tantes. Por sua vez, a participação decorativa se faz quando os jovens estão presentes, mas não possuem qualquer direi-to de fala e de expressar suas opiniões.

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Tais formas de não protagonismo, quando dialogadas com o universo escolar, muito se aproximam da educação bancária denunciada por Paulo Freire (2014). Quer dizer, superar a concepção segundo a qual os adultos/educadores é a fonte de todo o saber e os jovens/educandos são meros receptores está diretamente relacionado a práticas efetivas e verdadeiras de protagonismo juvenil capazes de transfor-mar o processo de ensino e aprendizado e projetar a juven-tude para além da escola.

Paulo José Duval da Silva Krischke

O segundo autor que propõe-se analisar é o cientista político Paulo José Duval da Silva Krischke. Embora este não estude exatamente protagonismo juvenil, ele criou ba-ses teóricas para a discussão a partir pesquisas sobre juven-tude, cultura política, democratização e aprendizado políti-co. Um exemplo é o trabalho da pesquisadora Maria Isabel Calil Stamato (2009), citada anteriormente nesta revisão de literatura, responsável também por aproximar as ideias de participação política dos jovens, abordadas por Kriscke (2004), ao protagonismo juvenil, analisado por ela em tese de doutorado.

Entretanto, Paulo J. Kriscke não poderia ficar de fora desta literatura, uma vez que seus estudos iniciados pelos anos 1964 - momento de grande mudança política no Brasil - levou-o a pertinentes reflexões sobre os processos demo-cráticos no país, presentes em sua dissertação de mestra-do, em 1977, e tese de doutorado, em 1983, defendidas no programa de pós-graduação em Ciências Políticas pela York University, no Canadá. Ampliando, nas últimas décadas, o olhar sobre formas de integração social da juventude por

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meio da participação em projetos culturais e processos de-cisórios.

O autor levanta questões para formulação de hipóteses acerca das possíveis mudanças e características da cultura política dos jovens no Brasil, tendo em vista a análise dos dados da pesquisa realizada em 2003 pelo Instituto Cidada-nia. A pesquisa foi realizada à luz dos resultados e interpre-tações de outras pesquisas realizadas no Brasil, como a de Moisés (1995), e no exterior, como as de Banõ (1997), Durand (1995) e Norris (2004).

Kriscke (2004) identifica duas formas de atuação. A primeira examina a adesão (ou não adesão) dos jovens à democracia, por meio dos indicadores e interpretações convencionais. A segunda parte considera outros dados e análises menos convencionais sobre a participação política, centrados na adesão a valores e práticas emergentes entre a juventude, que será explicitado a seguir.

A partir do resultado de uma pesquisa feita por José Álvaro Moisés (1995) , apresentando dados de 1989 e 1993, com jovens entre 16 e 25 anos, e pelos indicadores do Per-fil da Juventude Brasileira com dados de 2003, com idade entre 15 a 24 anos, - Krischke (2004) apresenta uma avalia-ção a adesão dos jovens à democracia como regime político para iniciar a discussão sobre a participação convencional. Embora o autor dedique-se sobre estas e outras pesquisas, evidencia-se as análises centrais sobre a problemática.

Antes dessas interpretações, o autor chama atenção para os momentos históricos muito especiais em que as pes-quisas foram realizadas e que devem ser levadas em conta na análise dos dados:

Em 1989 ocorreu a primeira eleição direta para a Presidência da República após 21 anos de regime

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meio da participação em projetos culturais e processos de-cisórios.

O autor levanta questões para formulação de hipóteses acerca das possíveis mudanças e características da cultura política dos jovens no Brasil, tendo em vista a análise dos dados da pesquisa realizada em 2003 pelo Instituto Cidada-nia. A pesquisa foi realizada à luz dos resultados e interpre-tações de outras pesquisas realizadas no Brasil, como a de Moisés (1995), e no exterior, como as de Banõ (1997), Durand (1995) e Norris (2004).

Kriscke (2004) identifica duas formas de atuação. A primeira examina a adesão (ou não adesão) dos jovens à democracia, por meio dos indicadores e interpretações convencionais. A segunda parte considera outros dados e análises menos convencionais sobre a participação política, centrados na adesão a valores e práticas emergentes entre a juventude, que será explicitado a seguir.

A partir do resultado de uma pesquisa feita por José Álvaro Moisés (1995) , apresentando dados de 1989 e 1993, com jovens entre 16 e 25 anos, e pelos indicadores do Per-fil da Juventude Brasileira com dados de 2003, com idade entre 15 a 24 anos, - Krischke (2004) apresenta uma avalia-ção a adesão dos jovens à democracia como regime político para iniciar a discussão sobre a participação convencional. Embora o autor dedique-se sobre estas e outras pesquisas, evidencia-se as análises centrais sobre a problemática.

Antes dessas interpretações, o autor chama atenção para os momentos históricos muito especiais em que as pes-quisas foram realizadas e que devem ser levadas em conta na análise dos dados:

Em 1989 ocorreu a primeira eleição direta para a Presidência da República após 21 anos de regime

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militar, e ao final do governo de transição sob a gestão de José Sarney (eleito pelo Congresso em 1984). O ano de 1993 foi o último do governo Fernando Collor/Itamar Franco, após o impea-chment de Collor pelo Congresso, e às vésperas da eleição de Fernando Henrique Cardoso para a Presidência, sob a forte influência do Plano Real (implantado por FHC quando Ministro da Fazenda de Itamar). Finalmente, 2003 é o pri-meiro ano da gestão de Luís Inácio Lula da Silva na Presidência, após uma campanha presiden-cial no ano anterior que suscitou grandes expec-tativas, utilizando os mais modernos recursos de marketing eleitoral (KRISCKE, 2004, p. 4).

Paulo J. Krischke afirma (2004) que o trabalho de Moisés apresenta o grau de escolaridade dos entrevistados como o principal determinante da escolha pela democra-cia, em 1993, seguido de perto pelo nível de renda familiar, considerando ambos indicadores relacionados com a “so-fisticação política”16 dos entrevistados (tanto homens como mulheres). A ampliação da escolaridade e da renda familiar é vista assim como indicador principal da “modernização”17 social que possibilita a opção pela democracia, embora os dados da pesquisa também mostrem que as mulheres jo-vens participam bem menos em atividades de trabalho re-muneradas que os homens jovens entrevistados, o que para o autor é uma contradição às configurações das chamadas sociedades modernas.

16 A escala escolhida por Krischke correlaciona indicadores usuais sobre cul-tura política e acesso a recursos socioeconômicos. Portanto, compreende-se “sofisti-cação política” em Krischke como a capacidade para fazer escolhas políticas, enquan-to que os “não sofisticados” são aqueles indiferentes e que alegam desconhecimento sobre as discussões políticas.

17 Krischke, a partir dos dados de Moisés, problematiza uma estreita relação entre democracia e urbanização, ambos associados a uma noção de modernização presente nos entrevistados.

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Os dados de 2003 reafirmam a escolaridade e a ren-da familiar como determinantes da opção pela democracia, revelando que 34% dos jovens escolarizados até o ensino fundamental apoiam o regime democrático, sendo que 59% dos que atingiram o ensino médio e 72% dos que chegaram à universidade fazem essa mesma opção. Krischke pontua que houve uma considerável expansão do acesso à rede es-colar e universitária na década que se divide entre os últi-mos anos do século 20 e os primeiros do século 21.

Uma outra contradição parece surgir quando Paulo Krischke compara os dados de Moisés com o de 2003 em correlação entre o apoio à democracia e o índice de urba-nização. A pesquisa do Perfil da Juventude Brasileira, ao contrário do que achou Moisés sobre o local de moradia dos entrevistados, pontuou a estimativa de 49% dos jovens que vivem nas capitais e regiões metropolitanas em contraste com o apoio de 55% dos que moram no interior. Para Kris-chke, pode-se compreender essa contradição por conta dos surtos de prosperidade que muitas cidades do interior pas-saram, relacionados à expansão da agroindústria e da eco-nomia regional, além da descentralização fiscal e adminis-trativa que transferiu mais recursos aos municípios a partir da Constituição de 1988.

A violência urbana, segundo Krischke, é um dos pro-blemas mais apontados pelos entrevistados na pesquisa de 2003 (seguido pela ameaça de desemprego) o que faz salien-tar uma hipótese sobre a relação entre a adesão à democra-cia e a vigência dos seus valores (como a tolerância social e política) ser menor do que entre os jovens do interior. O au-tor também propõe compreender esses indicadores a partir da correlação dessas questões, como a exposição da mídia em suas mais variadas formas (desde programas jornalís-ticos, telenovelas e programas de auditório), uma vez que

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Os dados de 2003 reafirmam a escolaridade e a ren-da familiar como determinantes da opção pela democracia, revelando que 34% dos jovens escolarizados até o ensino fundamental apoiam o regime democrático, sendo que 59% dos que atingiram o ensino médio e 72% dos que chegaram à universidade fazem essa mesma opção. Krischke pontua que houve uma considerável expansão do acesso à rede es-colar e universitária na década que se divide entre os últi-mos anos do século 20 e os primeiros do século 21.

Uma outra contradição parece surgir quando Paulo Krischke compara os dados de Moisés com o de 2003 em correlação entre o apoio à democracia e o índice de urba-nização. A pesquisa do Perfil da Juventude Brasileira, ao contrário do que achou Moisés sobre o local de moradia dos entrevistados, pontuou a estimativa de 49% dos jovens que vivem nas capitais e regiões metropolitanas em contraste com o apoio de 55% dos que moram no interior. Para Kris-chke, pode-se compreender essa contradição por conta dos surtos de prosperidade que muitas cidades do interior pas-saram, relacionados à expansão da agroindústria e da eco-nomia regional, além da descentralização fiscal e adminis-trativa que transferiu mais recursos aos municípios a partir da Constituição de 1988.

A violência urbana, segundo Krischke, é um dos pro-blemas mais apontados pelos entrevistados na pesquisa de 2003 (seguido pela ameaça de desemprego) o que faz salien-tar uma hipótese sobre a relação entre a adesão à democra-cia e a vigência dos seus valores (como a tolerância social e política) ser menor do que entre os jovens do interior. O au-tor também propõe compreender esses indicadores a partir da correlação dessas questões, como a exposição da mídia em suas mais variadas formas (desde programas jornalís-ticos, telenovelas e programas de auditório), uma vez que

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as experiências reais da população com essas questões e as estratégias da mídia para ampliar audiência podem inflá-las de modo sensacionalista.

Para Paulo Krischke, as variáveis socioeconômicas, como renda, classe social, idade e escolarização devem ser estudadas em análises multivariada ou fatorial, que con-sidere suas relações com as atitudes políticas da juventu-de - tanto as de caráter instrumental (busca de emprego, segurança, exercício do voto, etc) quanto às atitudes consi-deradas “expressivas” (como a insatisfação com o cotidiano, tolerância à diferença, apoio a valores como qualidade de vida, liberdades, etc) - uma vez que os fatores gênero, esco-laridade, renda e outros perderam sua força explicativa nos últimos anos da pesquisa quando, outrora, justificava-se o melhoramento dessas problemáticas através da moderniza-ção evolutiva.

Para tanto, Krischke cita a pesquisa comparativa, de 1993, que o chileno Rodrigo Baño (1997) fez entre o Chile, o México e o Brasil sobre o mesmo fenômeno, mostrando dados sobre atitudes usuais de apoliticismo. Para Baño, a origem do novo tipo de apoliticismo reside nas políticas ne-oliberais presentes nos três países.

As atitudes apolíticas atuais residem em uma “síndro-me do homem-massa”, o qual segundo Baño, ostenta “uma pretensão contraditória de individualidade sem referente social, e uma identificação com os demais sem diferenciação crítica” (BAÑO, 1997, p. 16). Ou seja, “o homem massa é uma categoria compreensiva da condição de alienação sócio-po-lítica, estabelecida por uma soma de atitudes inter-relacio-nadas” (BAÑO, 1997, p. 16). Desta forma, a noção de moder-nidade evolucionista e econômico-determinista que detinha no passado dá lugar a modernização da sociedade sob con-

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trole das políticas neoliberais que introduziu uma autoima-gem individualista, antisocial e antipolítica na apatia e no desinteresse político tradicionais, segundo Khrischke.

Sobre a participação não-convencional do envolvi-mento político, Paulo J. Khrischke afirma que esta categoria pode ser observada a partir de contradições aparentemente inexplicáveis acerca da participação convencional. Alguns autores, como Pippa Norris (2004), buscaram encontrar na juventude uma mudança geracional para compreender as novas noções de engajamento político que pudessem justi-ficar alguma “desafeição” aos tratados estabelecidos decor-rente da chamada pós-modernização.

Khrischke toma para o centro da discussão dois arti-gos publicados por Pippa Norris (2004), da universidade de Harvard, em 2003 e 2004, nos quais a autora utiliza dados do European Social Science Survey, de 2002, com dados so-bre 15 países europeus, para afirmar que o ativismo político tem aumentado em lugar de diminuir (como alguns autores mais estruturalistas afirmam) com formas mais espontâne-as, associativas e não-convencionais.

A pesquisa, segundo as interpretações de Khrischke, revela que os jovens europeus de até 29 anos têm um senso maior de eficácia política do que os cidadãos de maior ida-de - tanto eficácia objetiva (no sentido de reconhecer que o governo corresponde a seus interesses) como subjetiva (de que as pessoas podem influir na política e no governo) e que, gradualmente, os jovens de participação não-conven-cional tornam-se mais engajados na política convencional a partir dos 30 anos, filiando-se a partidos e participando dos processos eleitorais.

Khrischke avalia a pesquisa de Norris como multiva-riada por utilizar indicadores demográficos e socioeconômi-

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trole das políticas neoliberais que introduziu uma autoima-gem individualista, antisocial e antipolítica na apatia e no desinteresse político tradicionais, segundo Khrischke.

Sobre a participação não-convencional do envolvi-mento político, Paulo J. Khrischke afirma que esta categoria pode ser observada a partir de contradições aparentemente inexplicáveis acerca da participação convencional. Alguns autores, como Pippa Norris (2004), buscaram encontrar na juventude uma mudança geracional para compreender as novas noções de engajamento político que pudessem justi-ficar alguma “desafeição” aos tratados estabelecidos decor-rente da chamada pós-modernização.

Khrischke toma para o centro da discussão dois arti-gos publicados por Pippa Norris (2004), da universidade de Harvard, em 2003 e 2004, nos quais a autora utiliza dados do European Social Science Survey, de 2002, com dados so-bre 15 países europeus, para afirmar que o ativismo político tem aumentado em lugar de diminuir (como alguns autores mais estruturalistas afirmam) com formas mais espontâne-as, associativas e não-convencionais.

A pesquisa, segundo as interpretações de Khrischke, revela que os jovens europeus de até 29 anos têm um senso maior de eficácia política do que os cidadãos de maior ida-de - tanto eficácia objetiva (no sentido de reconhecer que o governo corresponde a seus interesses) como subjetiva (de que as pessoas podem influir na política e no governo) e que, gradualmente, os jovens de participação não-conven-cional tornam-se mais engajados na política convencional a partir dos 30 anos, filiando-se a partidos e participando dos processos eleitorais.

Khrischke avalia a pesquisa de Norris como multiva-riada por utilizar indicadores demográficos e socioeconômi-

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cos, como gênero, educação, renda e tempo de residência na localidade, correlacionando as atitudes políticas usuais às atividades características à própria juventude.

Para concluir a discussão, Khriscke compara os dados trabalhos por Norris com o da Pesquisa da Juventude, re-alizada em 2003 no Brasil, sobre a participação não-con-vencional entre a juventude de Curitiba e Porto Alegre - os quais já foram tratados pelo autor em análise fatorial em 2004.

Paulo Khrischke constata que há tanto semelhanças como diferenças em ambas as cidades. Os jovens partilham uma demanda por competência, associada à condução do desenvolvimento e da estabilidade econômica, como objeti-vo prioritário para o país, porém, afirma que só será possí-vel chegar a configurações mais precisas da predominância dos valores, por subculturas, regionais e outras, que permi-tam caracterizar a cultura política dos jovens brasileiros em sua complexa e promissora diversidade.

Como dito no início desta revisão de literatura, Paulo J. Khrischke não se propõe analisar teorias ou metodologias acerca do protagonismo juvenil, porém com sua vasta pes-quisa sobre cultura política, em que os jovens também são agentes moduladores, mostra um campo interpretativo os-cilante, baseado nos dados apresentados. O autor apresenta em suas análises sobre as participações convencional e não--convencional diretrizes teóricas, que também podem ser compreendidas a partir de determinadas epistemologias da Ciência Social, modos de enxergar os atuais engajamentos dos jovens brasileiros na política e deixa a estudos posterio-res sugestões de análises mais aprofundadas sobre o tema.

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José Atílio Silva Iulianelli

O terceiro autor que propõe-se analisar é o filósofo José Atílio Silva Iulianelli e suas contribuições e críticas acerca do protagonismo Juvenil. Utiliza-se como base des-sa discussão o livro “O tempo real dos jovens: juventude como experiência acumulada” (IULIANELLI, 2013), no qual o autor subdivide em três partes, problematiza o conceito de protagonismo juvenil e discute a inserção dos jovens na sociedade. Iulianelli (2013) pontua que o conceito juventude como sujeitos de direitos é complexo e apresenta algumas acepções para ingresso do jovem na vida pública.

A primeira parte do livro refere-se à capacidade de acesso aos direitos sociais políticos específico da juventude. A segunda, à participação de jovens em organizações polí-ticas, “para fazer valer uma visão dos direitos de juventude, com repercussões no campo da incidência pública da ação política” (IULIANELLI, 2013, p. 10). A terceira trata-se da articulação de interesses da juventude a partir das organi-zações culturais.

Durante todo o texto, Iulianelle escreve sempre “ju-ventudes”, pois, a juventude, especificamente a brasileira, é diversificada em suas mais variadas identidades: bran-co, negro, indígena, homossexual, heterosexual, rockeiro, evangélico e classes econômicas. O autor também traz da-dos estatísticos que mostram que as juventudes femininas, negras e pobres são as que mais sofrem por muitas vezes não terem sua identidade aceita em vários locais, principal-mente no meio político, no qual se sentem poucos represen-tados. Alguns desses dados nos mostram que a evasão es-colar no Brasil durante o ensino médio é 10%, a maior taxa da América Latina, ou ainda a violência contra os jovens

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José Atílio Silva Iulianelli

O terceiro autor que propõe-se analisar é o filósofo José Atílio Silva Iulianelli e suas contribuições e críticas acerca do protagonismo Juvenil. Utiliza-se como base des-sa discussão o livro “O tempo real dos jovens: juventude como experiência acumulada” (IULIANELLI, 2013), no qual o autor subdivide em três partes, problematiza o conceito de protagonismo juvenil e discute a inserção dos jovens na sociedade. Iulianelli (2013) pontua que o conceito juventude como sujeitos de direitos é complexo e apresenta algumas acepções para ingresso do jovem na vida pública.

A primeira parte do livro refere-se à capacidade de acesso aos direitos sociais políticos específico da juventude. A segunda, à participação de jovens em organizações polí-ticas, “para fazer valer uma visão dos direitos de juventude, com repercussões no campo da incidência pública da ação política” (IULIANELLI, 2013, p. 10). A terceira trata-se da articulação de interesses da juventude a partir das organi-zações culturais.

Durante todo o texto, Iulianelle escreve sempre “ju-ventudes”, pois, a juventude, especificamente a brasileira, é diversificada em suas mais variadas identidades: bran-co, negro, indígena, homossexual, heterosexual, rockeiro, evangélico e classes econômicas. O autor também traz da-dos estatísticos que mostram que as juventudes femininas, negras e pobres são as que mais sofrem por muitas vezes não terem sua identidade aceita em vários locais, principal-mente no meio político, no qual se sentem poucos represen-tados. Alguns desses dados nos mostram que a evasão es-colar no Brasil durante o ensino médio é 10%, a maior taxa da América Latina, ou ainda a violência contra os jovens

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na qual cerca de 35 mil jovens morrem por ano vítimas de homicídio causado por armas de fogo.

O autor destaca a importância da discussão sobre as identidades, pois é na juventude, aproximadamente dos 15 aos 29 anos, que se começa a questionar quem são realmen-te e a partir disso, criam uma consciência maior do seu “eu” e percebem a importância de ir em busca dos seus direitos. Os dados estatísticos, anteriormente apresentados, são um dos principais fatores para tais questionamentos e criação da consciência juvenil, seja por ter acesso a esses dados ou por vivenciarem todos os dias o que a estatística comprova.

O dilema que tem-se na sociedade brasileira, relaciona-do ao problema entre sujeito e direito, aparece em sequência nas reflexões do autor, afetando os jovens de forma espe-cífica e pertinente. O autor se pergunta como seria a cida-dania na juventude e se os jovens a exercitam. Cidadania é um conceito amplo e não homogêneo. Pensar no exercício da cidadania pelos jovens é pensar em diferentes formas de exercício da mesma. Falar em jovens é falar em diversidade, étnica, sexuais e religiosas. Dessa forma, Iulianelli indaga como se conciliam está duas noções, a de sujeitos de direito e a de atores sociais plurais.

Para responder essa questão, o autor faz um breve apanhado histórico da formação das cidades, que está dire-tamente ligada à noção de cidadania. Ser cidadão é cuidar da cidade, é ter os direitos básicos de moradia e trabalho para poder exercer suas obrigações. Viver, ser feliz, ter la-zer, ter alimentos à mesa, é a busca de todos os seres huma-nos e na cidade, seja ela capital ou interior do estado, essa busca passa pela superação de vários obstáculos como o de-semprego, falta de moradia, saneamento básico, segurança e, como lembra o autor, da mobilidade urbana que em 2013,

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a famosa jornada de junho em todo país, levou os jovens a se voltarem fortemente à mobilização, lutando não apenas contra o aumento das passagens, mas também por trans-porte público de qualidade e de acesso ao povo pobre - seus verdadeiros usuários.

A partir dessa jornada, o termo protagonismo juvenil começou a ser mais amplamente problematizado devido a algumas adjetivação variadas que passou a acompanhá-lo. “Protagonismo juvenil popular”, “protagonismo juvenil ru-ral”, “protagonismo juvenil na luta por direitos”, esses e tan-tos outros tipo de protagonismos passaram a ser pauta de discussão entre especialistas. Surge então um novo conceito que nos impõe uma reflexão sobre essas juventudes: sujeitos de direitos, “pluralizando ambos os termos para emitir um juízo sobre a qual principal característica que identifica essa principal parcela da população” (IULIANELLI, 2013, p. 13).

Mesmo tendo chegado ao termo “sujeitos de direitos”, não significa que seja um termo definitivo, pois as juventu-des continuam sendo dinâmicas, variando em suas classes econômicas, lugares onde se encontra, sexualidade e tantas outras categorias. Por exemplo, os jovens rurais tem uma faixa etária diferente do jovem urbano. Na cidade, os jovens são os mais diversos, formando vários subgrupos. Por tan-to, falar em juventudes é andar em um terreno sempre em movimento.

No entanto, apesar das juventudes serem uma fase geracional sempre em movimento e que lutam por seus direitos, Iulianelli faz uma crítica ao termo “protagonismo juvenil”. Ao se falar em protagonismo juvenil, apesar do termo ser amplamente entendido e útil tanto no ponto de vista metodológico, pedagógico quanto da interpretação da ação da juventude, ele se limita a algo relacionado ao em-

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a famosa jornada de junho em todo país, levou os jovens a se voltarem fortemente à mobilização, lutando não apenas contra o aumento das passagens, mas também por trans-porte público de qualidade e de acesso ao povo pobre - seus verdadeiros usuários.

A partir dessa jornada, o termo protagonismo juvenil começou a ser mais amplamente problematizado devido a algumas adjetivação variadas que passou a acompanhá-lo. “Protagonismo juvenil popular”, “protagonismo juvenil ru-ral”, “protagonismo juvenil na luta por direitos”, esses e tan-tos outros tipo de protagonismos passaram a ser pauta de discussão entre especialistas. Surge então um novo conceito que nos impõe uma reflexão sobre essas juventudes: sujeitos de direitos, “pluralizando ambos os termos para emitir um juízo sobre a qual principal característica que identifica essa principal parcela da população” (IULIANELLI, 2013, p. 13).

Mesmo tendo chegado ao termo “sujeitos de direitos”, não significa que seja um termo definitivo, pois as juventu-des continuam sendo dinâmicas, variando em suas classes econômicas, lugares onde se encontra, sexualidade e tantas outras categorias. Por exemplo, os jovens rurais tem uma faixa etária diferente do jovem urbano. Na cidade, os jovens são os mais diversos, formando vários subgrupos. Por tan-to, falar em juventudes é andar em um terreno sempre em movimento.

No entanto, apesar das juventudes serem uma fase geracional sempre em movimento e que lutam por seus direitos, Iulianelli faz uma crítica ao termo “protagonismo juvenil”. Ao se falar em protagonismo juvenil, apesar do termo ser amplamente entendido e útil tanto no ponto de vista metodológico, pedagógico quanto da interpretação da ação da juventude, ele se limita a algo relacionado ao em-

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preendedorismo, ao empoderamento do jovem no sentido de serem atores principais nos cenários em que atuam, mas, isso não se aplica a todos os jovens, principalmente aqueles em que o meio social onde vivem não lhe dá ferramentas para serem protagonistas. Falar somente em protagonismo juvenil, pode ser falar em algo construído pelo jovem, mas, também, como um roteiro que não foi criado por ele.

Para os jovens serem protagonistas de suas próprias vidas, tendo isso como um projeto, requer que ele crie o seu próprio roteiro, capacitando-o, e, não apenas recebendo o roteiro pronto com falas e expressões de como deve atuar. O jovem, por sua vez, busca no reconhecimento e nos seus direito à moradia, ao estudo, ao passe livre, ao trabalho, ao respeito à diversidade sexual, entre outros, mesmo que in-conscientemente, conseguir tal capacidade.

Para Iulianelli, o termo “sujeitos de direitos” engloba melhor a capacidade do jovem atuar por si só enquanto que o protagonismo juvenil o limita. Uma de suas percepções em suas pesquisas ainda sobre o não abranger o termo “pro-tagonismo juvenil” é que este não é usado pelos próprios jovens, seja nos movimentos sociais, seja nas escolas, seja na comunidade. “Eu sou um protagonista juvenil” não é uma frase dita pelas juventudes de forma corriqueira ou em seus discursos, a não ser que o jovem esteja falando para adultos ou para satisfazer as instituições nos quais se encontram, seja em um seminário ou em uma escola que usa esse termo como discurso e tentativa de prática.

O autor encerra suas reflexões trazendo um outro as-pecto, não menos importante, das juventudes como sujeitos de direitos: a cultura e as organizações culturais, como o hip-hop e o funk, e ressalta a dificuldade de mapeamento

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dessas e outras expressões culturais como formas de exer-cer a cidadania e alcançar seus direitos.

Para nos ajudar nessa reflexão, Iulianelli traz três au-tores que tentam explicar a importância da cultura para a participação do jovem enquanto sujeitos de direitos e cria-dores dos seus projetos de vida. A primeira a ser apresen-tada é a Elizabeth Murillo que analisa as subculturas juve-nis como o punk por se afirmar como rejeição da sociedade hegemônica. Ela apresenta também as torcidas de futebol como fragmentação da juventude, mostrando sua comple-xidade e, ao mesmo tempo, a sua não alienação defendida por muitos adultos.

Outra autora apresentada é a Tâmara Lins Reis Um-belino com sua etnografia sobre o Ministério da Galera de Cristo, em Uberlândia-Minas Gerais, que apresenta o hip--hop gospel como forma de chamar a atenção dos jovens para saírem das drogas e mudarem de vida. As letras ao mesmo tempo próximas ao contexto original da história do hip-hop e ao mesmo tempo com uma característica cristã foi o que chamou a atenção da pesquisadora como estra-tégias, aparentemente, de mudança de comportamento dos jovens que começavam a integrar o grupo.

Finalizando a série dos autores e suas pesquisas, temos o “Caiu na rede: hip-hop como experiência social e forma de resistência”, do Paulo Fraga em parceria com a Tâmara Umbelino, Maria França e Eduardo Moreira. O estudo mos-tra os jovens do hip-hop de Juiz de Fora como protagonistas ao utilizarem as redes sociais para divulgar seus eventos, músicas e manifestações artísticas. Neste estudo, o termo “protagonismo juvenil” é bem colocado, segundo Iulianelli apesar de sua crítica ao termo que neste caso explicita os próprios jovens que agem de si e para si e o meio em que atuam (redes sociais) abrange a todos do grupo, sem deixar

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dessas e outras expressões culturais como formas de exer-cer a cidadania e alcançar seus direitos.

Para nos ajudar nessa reflexão, Iulianelli traz três au-tores que tentam explicar a importância da cultura para a participação do jovem enquanto sujeitos de direitos e cria-dores dos seus projetos de vida. A primeira a ser apresen-tada é a Elizabeth Murillo que analisa as subculturas juve-nis como o punk por se afirmar como rejeição da sociedade hegemônica. Ela apresenta também as torcidas de futebol como fragmentação da juventude, mostrando sua comple-xidade e, ao mesmo tempo, a sua não alienação defendida por muitos adultos.

Outra autora apresentada é a Tâmara Lins Reis Um-belino com sua etnografia sobre o Ministério da Galera de Cristo, em Uberlândia-Minas Gerais, que apresenta o hip--hop gospel como forma de chamar a atenção dos jovens para saírem das drogas e mudarem de vida. As letras ao mesmo tempo próximas ao contexto original da história do hip-hop e ao mesmo tempo com uma característica cristã foi o que chamou a atenção da pesquisadora como estra-tégias, aparentemente, de mudança de comportamento dos jovens que começavam a integrar o grupo.

Finalizando a série dos autores e suas pesquisas, temos o “Caiu na rede: hip-hop como experiência social e forma de resistência”, do Paulo Fraga em parceria com a Tâmara Umbelino, Maria França e Eduardo Moreira. O estudo mos-tra os jovens do hip-hop de Juiz de Fora como protagonistas ao utilizarem as redes sociais para divulgar seus eventos, músicas e manifestações artísticas. Neste estudo, o termo “protagonismo juvenil” é bem colocado, segundo Iulianelli apesar de sua crítica ao termo que neste caso explicita os próprios jovens que agem de si e para si e o meio em que atuam (redes sociais) abrange a todos do grupo, sem deixar

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dúvidas que são eles os criadores de suas próprias formas de se manifestarem.

Esses estudos mostram como as juventudes brasilei-ras fazem parte de um mosaico que de diferentes maneiras estão constituindo uma nova democracia brasileira, mais plural e mais preocupada com as desigualdades sociais. São ações das juventudes com poder transformador, não só individual, mas também coletivo, mostrando como as pro-blemáticas de ordem social também cabem nos projetos de vida desses jovens, que por muitas vezes, são invisibilizados pela sociedade e pelo Estado.

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ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIO SUBMETIDOS AOS ESTUDANTESElane Patrícia Andrade de OliveiraMarina Mirella dos Santos D’CaminhaVitor Sampaio Soares

Ao longo deste capítulo apresenta-se as respostas obtidas18 em razão do questionário19 submetido aos líderes de turma das Unidades Plenas do IEMA

em momento anterior à realização do Encontro de Líderes 2018. O questionário foi submetido via IBUTUMY e ficou disponível por duas semanas para apreciação dos estudan-tes. A análise que abaixo se realiza separa as respostas ob-tidas por Unidades Plenas, a escolha parte da ideia segundo a qual o IEMA não é completamente homogêneo, uma vez que cada Unidade inevitavelmente enfrenta particularida-des nos municípios em que são instaladas, seja por aspectos culturais, sociais ou econômicas. A separação, ao fornecer um quadro discursivo de cada UP, contempla também a ideia de descentralização institucional veiculada pelo pró-prio IEMA.

18 Um total de 67 estudantes responderam ao Questionário.

19 Ver Apêndices.

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ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIO SUBMETIDOS AOS ESTUDANTESElane Patrícia Andrade de OliveiraMarina Mirella dos Santos D’CaminhaVitor Sampaio Soares

Ao longo deste capítulo apresenta-se as respostas obtidas18 em razão do questionário19 submetido aos líderes de turma das Unidades Plenas do IEMA

em momento anterior à realização do Encontro de Líderes 2018. O questionário foi submetido via IBUTUMY e ficou disponível por duas semanas para apreciação dos estudan-tes. A análise que abaixo se realiza separa as respostas ob-tidas por Unidades Plenas, a escolha parte da ideia segundo a qual o IEMA não é completamente homogêneo, uma vez que cada Unidade inevitavelmente enfrenta particularida-des nos municípios em que são instaladas, seja por aspectos culturais, sociais ou econômicas. A separação, ao fornecer um quadro discursivo de cada UP, contempla também a ideia de descentralização institucional veiculada pelo pró-prio IEMA.

18 Um total de 67 estudantes responderam ao Questionário.

19 Ver Apêndices.

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Trazer esse traço de localismo mesmo em um estudo de âmbito estadual também servirá para melhor guiar as estratégias de reforço e/ou implementação do protagonismo juvenil enquanto cultura e prática institucional. O IEMA pode prescrever sua filosofia e princípios, mas cada Unidade não deixa de ser uma realidade por si mesma, empreender o protagonismo juvenil em todos elas e da melhor forma possível, pressupõe fazer uma análise desse micro espaço.

Nos primeiros parágrafos dentro da análise geral dos questionários serão avaliados simultaneamente as respos-tas obtidas a primeira e quarta perguntas. O primeiro ques-tionamento então elaborado - “Em sua visão o que seria um bom líder ?” - veio com o intento de se identificar, pelo olhar dos alunos, as características que fazem de um indivíduo um bom líder; a ideia era identificar, abstratamente, os com-portamentos, posturas, valores e preocupações que os estu-dantes do IEMA - representados por seus líderes de classe - reconhecem enquanto comuns a bom líder ou, ao menos, visados por esses.

Por sua vez, a quarta pergunta - “Em sua visão, quais benefícios podem trazer um trabalho de liderança para você e para a sociedade ?” - exigia tanto um olhar para a liderança no contexto de sala de aula em sentido individual e micro, quanto uma visão mais abrangente, a qual permi-tisse enxergar o trabalho e exercício da liderança em sen-tido mais coletivo e macro. A interligação entre os questio-namentos se faz à medida que envolve exercício abstrato de reflexão e, nesse meio tempo, uma autoavaliação do tra-balho de liderança que realizam no contexto da escola. Da mesma forma, não há como se pensar em bons líderes sem projetar como aquilo que assim os qualificam é refletido em seu desenvolvimento pessoal e no todo social em que estão inseridos.

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A segunda pergunta - “Você já assumiu algum espaço de liderança em outro momento?” - referindo-se às experi-ências anteriores ao cargo de líder de turma, foi pedido que descrevessem estes espaços levando em consideração gru-pos de jovens de igreja, associação de moradores, movimen-to estudantil, grupos esportivos e culturais, dentre outros. Ou caso nunca tenham assumido outro espaço de liderança que não a de turma, que relatassem suas razões. O objetivo, portanto, foi conhecer o interesse dos alunos em projetos que promovam a cooperação em grupo, motivando-os a as-sumir cargos estratégicos de liderança.

Na terceira questão - “Você se considera líder da pró-pria vida ? Justifique.”-, os estudantes foram levados a refle-tir sobre o que é ser protagonista de sua própria vida e se se consideram como tais. Essa pergunta é de fundamental importância, pois além de formar um jovem capaz de lide-rar uma turma, é um dos desafios do IEMA também prepa-rá-lo a liderar a si mesmo dentro de outros aspectos da vida. Assim, saber o que esses líderes pensam a respeito e se já se enxergam ou não protagonistas juvenis, dará um norte melhor de compreensão ao Instituto sobre o perfil de seus alunos.

A quinta pergunta - “O que você acha que não pode faltar no Encontro de Líderes 2018?” - tem como intenção criar um diálogo participativo na concepção do Encontro como um todo, priorizando os interesses dos líderes de tur-ma para nortear estratégias de montagem da programação. De antemão, os alunos apresentaram nesta última per-gunta, além desse objetivo primeiro, ações de cooperação e envolvimento como práticas necessárias de qualquer líder. Abaixo, a análise realizada por Unidade.

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A segunda pergunta - “Você já assumiu algum espaço de liderança em outro momento?” - referindo-se às experi-ências anteriores ao cargo de líder de turma, foi pedido que descrevessem estes espaços levando em consideração gru-pos de jovens de igreja, associação de moradores, movimen-to estudantil, grupos esportivos e culturais, dentre outros. Ou caso nunca tenham assumido outro espaço de liderança que não a de turma, que relatassem suas razões. O objetivo, portanto, foi conhecer o interesse dos alunos em projetos que promovam a cooperação em grupo, motivando-os a as-sumir cargos estratégicos de liderança.

Na terceira questão - “Você se considera líder da pró-pria vida ? Justifique.”-, os estudantes foram levados a refle-tir sobre o que é ser protagonista de sua própria vida e se se consideram como tais. Essa pergunta é de fundamental importância, pois além de formar um jovem capaz de lide-rar uma turma, é um dos desafios do IEMA também prepa-rá-lo a liderar a si mesmo dentro de outros aspectos da vida. Assim, saber o que esses líderes pensam a respeito e se já se enxergam ou não protagonistas juvenis, dará um norte melhor de compreensão ao Instituto sobre o perfil de seus alunos.

A quinta pergunta - “O que você acha que não pode faltar no Encontro de Líderes 2018?” - tem como intenção criar um diálogo participativo na concepção do Encontro como um todo, priorizando os interesses dos líderes de tur-ma para nortear estratégias de montagem da programação. De antemão, os alunos apresentaram nesta última per-gunta, além desse objetivo primeiro, ações de cooperação e envolvimento como práticas necessárias de qualquer líder. Abaixo, a análise realizada por Unidade.

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Unidade Plena de Axixá20

Entre os estudantes da UP de Axixá há diversidade de perspectivas que traduzem um bom líder. Primeiramente, destacam-se aquelas respostas em cuja conotação viu-se algo de mais positivo. Por esta via, o sujeito ético e que é exemplo são predominantes, o bom líder, no caso, é aque-le que consegue bons resultados, inspira e busca soluções para determinados problemas. Aqui ressalta-se também a relação que o bom líder estabelece com a equipe em que está inserido: incentiva crescimento, preserva harmonia, se comunica com todos, leva em conta visões divergentes, au-xilia a serem eficazes, acompanha e supervisiona.

Não somente, em algumas respostas é possível visu-alizar que a liderança por vezes é colocada enquanto algo que pressupõe dominação e dois polos, líderes e liderados, líderes e sua equipe, como na resposta da aluna F.M.O21 se-gunda a qual um bom líder é aquele que “consegue ter um bom domínio sobre si e sobre quem é liderado”. Nesse ponto, há também a questão da onipresença, bons líderes “sabem agir em todos os momentos”. Essas são perspectivas tímidas no quadro geral de respostas, mas ainda presentes e diluí-das com outras conotações, a exemplo a ideia de equipe e coletividade. No mais, também percebe-se que o bom líder é igualmente um sujeito suscetível de falhas, que aceita crí-ticas, preza pelo bem da equipe e da sociedade e representa a turma da melhor forma possível.

20 8 estudantes responderam ao Questionário, estes estão distribuídos entre os cursos de técnico em informática, serviços jurídico, eletrotécnica e guia de turis-mo.

21 Optou-se por colocar somente as iniciais dos estudantes para que não hou-vesse uma exposição indevida destes e não lhes tirasse o protagonismo de todo.

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Em relação ao quarto questionamento, entre as res-postas é unânime que um trabalho de liderança é “forma de ajudar todos e beneficiar todos”. Para além de asserti-vas mais generalistas, interessa destacar perspectivas mais políticas como aquela que ressalta D.V.P.S. segundo a qual um trabalho de liderança permite que os sujeitos que por ali passaram possam “ser representantes de qualquer mo-vimento social, seja na escola, trabalho ou em qualquer conjunto da sociedade”. Da mesma forma, muitos alunos também tomaram em atenção o contexto de sala de aula e de trabalho ao afirmarem enquanto pontos positivos o au-mento de produtividade, melhoria do clima organizacional e da convivência em grupo e de relacionamentos sociais em geral. Em termos pessoais, enxergam oportunidade de cres-cimento, chance de ser tornarem mais autônomos, otimis-tas e confiantes, em síntese, um exercício que serve como “preparação para a vida”.

Em relação ao segundo questionamento, dos oito líde-res que responderam, apenas dois nunca tiveram outra ex-periência de liderança senão a exercida atualmente como líder de turma do IEMA. Alegam nunca ter tido interesse anteriormente e a oportunidade não havia sido apresen-tada mesmo quando, um deles, diz ser “líder/organizador do grupo de amigos”. Os demais, por sua vez, contam já ter tido algum tipo de experiência na igreja, como professora da escola dominical e coordenador de grupo de jovens, líder de grupo de estudos e representante da escola em eventos externos. O conhecimento formado a partir destas experi-ências contribuem no cotidiano do cargo exercido hoje, e, o convívio com pessoas de diferentes idades mostra o respeito às diferenças e facilita a compreensão de todos nas decisões relacionadas aos interesses do grupo envolvido.

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Em relação ao quarto questionamento, entre as res-postas é unânime que um trabalho de liderança é “forma de ajudar todos e beneficiar todos”. Para além de asserti-vas mais generalistas, interessa destacar perspectivas mais políticas como aquela que ressalta D.V.P.S. segundo a qual um trabalho de liderança permite que os sujeitos que por ali passaram possam “ser representantes de qualquer mo-vimento social, seja na escola, trabalho ou em qualquer conjunto da sociedade”. Da mesma forma, muitos alunos também tomaram em atenção o contexto de sala de aula e de trabalho ao afirmarem enquanto pontos positivos o au-mento de produtividade, melhoria do clima organizacional e da convivência em grupo e de relacionamentos sociais em geral. Em termos pessoais, enxergam oportunidade de cres-cimento, chance de ser tornarem mais autônomos, otimis-tas e confiantes, em síntese, um exercício que serve como “preparação para a vida”.

Em relação ao segundo questionamento, dos oito líde-res que responderam, apenas dois nunca tiveram outra ex-periência de liderança senão a exercida atualmente como líder de turma do IEMA. Alegam nunca ter tido interesse anteriormente e a oportunidade não havia sido apresen-tada mesmo quando, um deles, diz ser “líder/organizador do grupo de amigos”. Os demais, por sua vez, contam já ter tido algum tipo de experiência na igreja, como professora da escola dominical e coordenador de grupo de jovens, líder de grupo de estudos e representante da escola em eventos externos. O conhecimento formado a partir destas experi-ências contribuem no cotidiano do cargo exercido hoje, e, o convívio com pessoas de diferentes idades mostra o respeito às diferenças e facilita a compreensão de todos nas decisões relacionadas aos interesses do grupo envolvido.

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As respostas ao terceiro questionamento foram bem parecidas, em sua maioria os estudantes se consideram pro-tagonistas de sua própria vida pelo fato deles se sentirem capazes de raciocinar o que desejam e avaliarem até que ponto estes seriam bons ou não para sua vida e a do pró-ximo. Outros estudantes afirmam que em parte eles ainda não são protagonistas de todos os seus atos, pois ainda de-pendem dos pais, avós e/ou familiares e por isso precisam obedecer as escolhas destes, ainda que em desacordo. Ape-nas dois dos oitos líderes de turma da Unidade, responde-ram não se considerar protagonista de suas vidas por serem menores de idade e devido a isso não poderem tomar suas próprias decisões.

Os líderes de Axixá apontaram para o mesmo ponto quanto aos interesses prioritários do Encontro de Líderes 2018 que aconteceu em São Luís. Socialização, troca de sa-beres, participação ativa e formação dos líderes para criação de ideias inovadoras, formas de incentivar o protagonismo juvenil nas UP e solucionar possíveis problemas enfrenta-dos pelos líderes e suas respectivas turmas. Eixos bastante explorados no Encontro.

Unidade Plena de Bacabeira22

A fim de responder à primeira pergunta, as respostas da UP de Bacabeira se concentraram na liderança do am-biente de sala de aula. Nesse sentido, o melhor líder é aquele que estabelece bom diálogo com os alunos, mantém a or-

22 12 estudantes responderam ao Questionário, estes estão distribuídos entre os cursos de técnico em administração, serviços jurídicos, logística e mineração.

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dem e constrói pontes entre a direção e os estudantes de modo a relatar problemas da sala de aula e comunidade es-colar, fazer reivindicações e encontrar soluções. Nesse mes-mo contexto, o bom líder é também um incentivador para que os estudantes sejam as melhores versões de si mesmos, ajudando as pessoas em sala de aula, não apenas corrigin-do ou criticando, mas os incentivando a serem estudantes melhores.

De modo mais geral, o bom líder é enxergado enquanto aquele que é competente, solidário e autônomo - retoman-do o conteúdo filosófico do IEMA. Não apenas, é também aquele que tem compromisso e respeito ao próximo, ético, honesto, empático e proativo. Tal líder age voltando-se para o bem coletivo e não por uma pequena parcela, da mesma forma, entende que não é entidade superior, é representan-te e deve fazer a diferença.

No que tange ao segundo questionamento, é unânime que um trabalho de liderança “ajuda as pessoas e muda suas vidas”, neste ponto são citados Martin Luther King e Gan-dhi como exemplos de grandes líderes. Em perspectiva mais micro, para os estudantes, o trabalho em liderança constrói sujeitos mais comunicativos e organizados, melhora a con-vivência e interatividade e os prepara para se comportar frente a multiplicidade de situações. Novamente, é feita a conexão entre o exercício da liderança e os preceitos filo-sóficos do IEMA à medida que o primeiro ajuda a formar pessoas competentes, autônomas e solidárias. Não apenas, torna as pessoas mais autoconfiantes para exercer o prota-gonismo de suas vidas.

Metade dos líderes entrevistados nunca exerceram nenhum outro cargo de liderança anteriormente por ra-zões distintas, como o alto grau de timidez que não per-

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dem e constrói pontes entre a direção e os estudantes de modo a relatar problemas da sala de aula e comunidade es-colar, fazer reivindicações e encontrar soluções. Nesse mes-mo contexto, o bom líder é também um incentivador para que os estudantes sejam as melhores versões de si mesmos, ajudando as pessoas em sala de aula, não apenas corrigin-do ou criticando, mas os incentivando a serem estudantes melhores.

De modo mais geral, o bom líder é enxergado enquanto aquele que é competente, solidário e autônomo - retoman-do o conteúdo filosófico do IEMA. Não apenas, é também aquele que tem compromisso e respeito ao próximo, ético, honesto, empático e proativo. Tal líder age voltando-se para o bem coletivo e não por uma pequena parcela, da mesma forma, entende que não é entidade superior, é representan-te e deve fazer a diferença.

No que tange ao segundo questionamento, é unânime que um trabalho de liderança “ajuda as pessoas e muda suas vidas”, neste ponto são citados Martin Luther King e Gan-dhi como exemplos de grandes líderes. Em perspectiva mais micro, para os estudantes, o trabalho em liderança constrói sujeitos mais comunicativos e organizados, melhora a con-vivência e interatividade e os prepara para se comportar frente a multiplicidade de situações. Novamente, é feita a conexão entre o exercício da liderança e os preceitos filo-sóficos do IEMA à medida que o primeiro ajuda a formar pessoas competentes, autônomas e solidárias. Não apenas, torna as pessoas mais autoconfiantes para exercer o prota-gonismo de suas vidas.

Metade dos líderes entrevistados nunca exerceram nenhum outro cargo de liderança anteriormente por ra-zões distintas, como o alto grau de timidez que não per-

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mitia a integração com outros alunos, desinteresse e falta de oportunidade. Três disseram repetir o cargo de líder de turma assumido em outras escolas. Duas lideranças estão relacionadas à igreja, como líder do ministério de dança, e a associação de moradores como assistente de programas especiais. E, um aluno que foi líder eleito por três mandatos consecutivos em uma ação social e que comemora os bons frutos junto com mais de 120 integrantes, no Maranhão, além do trabalho desenvolvido no estado da Bahia.

Dos doze líderes de turma de Bacabeira, apenas um respondeu que não se considera protagonista de sua pró-pria vida, pois ainda é dependente dos pais. Os outros onze líderes relataram que se sentem competentes a liderar suas vidas e assim o fazem. As qualidades que consideram ser de suas próprias personalidades foi o mais destacado entre aqueles que dizem protagonizar seus atos, as características como sociabilidade, autoconfiança, responsabilidade e de-terminação são essenciais para ser um bom líder de turma e de si mesmos.

Também vale destacar que foi colocado em evidência entre eles que apesar de se considerarem protagonistas, uma jornada de aprendizado e melhorias ainda os esperam e ainda que mesmo sendo mais fácil liderar a si mesmo do que uma turma inteira, as experiências adquiridas em gru-po é muitas vezes colocadas em aplicação em suas vidas pessoais.

Os líderes de Bacabeira, dentre sugestões de ordem éti-ca mencionaram respeito e saber ouvir o próximo, alguns alunos pontuaram criações estratégicas na programação do Encontro, como conversa com especialistas na temática de liderança, grupos de discussão (GD), realização de acor-dos ou propostas conclusivas, participação dos estudantes

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expondo opiniões e mecanismos para solucionar determi-nados desafios. Metodologias interativas e para lidar com a imparcialidade também foram requisitadas para “mudar não apenas a sua realidade, mas a realidade de todo”, como bem disse a líder J.B.D.R.

Unidade Plena de Coroatá23

Para os estudantes da UP de Coroatá, o bom líder tem compromisso e responsabilidade com aquilo que faz, é pa-ciente e companheiro e sabe ouvir de maneira justa e leal. No âmbito escolar, o melhor líder ajuda a sala de aula em suas problemáticas, leva interesses da turma à gestão peda-gógica e promove o desenvolvimento desta, seja em sentido acadêmico, coletivo ou pessoal. Além disso, entre as respos-tas dos alunos é possível verificar a responsabilidade que sentem para com o IEMA como um todo, tal qual afirma M.O.C.F., “bom líder motiva a turma e trabalha junto com esta em prol do crescimento e desenvolvimento do Institu-to”.

De modo geral, os estudantes de Coroatá entendem que o trabalho de liderança os auxiliam a aprender a se-rem jovens protagonistas, os quais se destacam e assumem os deveres de sua vida cotidiana com seriedade e respon-sabilidade. Citando Peter Drucker, o pai da administração moderna, entendem que a liderança os possibilita ter mais influência sobre seu futuro, acelerando seu crescimento e ajudando os outros a alcançar seu potencial. Também reco-

23 8 estudantes responderam ao Questionário, este estão distribuídos entre os curso de técnico em agricultura, zootecnia (avicultura) e informática.

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expondo opiniões e mecanismos para solucionar determi-nados desafios. Metodologias interativas e para lidar com a imparcialidade também foram requisitadas para “mudar não apenas a sua realidade, mas a realidade de todo”, como bem disse a líder J.B.D.R.

Unidade Plena de Coroatá23

Para os estudantes da UP de Coroatá, o bom líder tem compromisso e responsabilidade com aquilo que faz, é pa-ciente e companheiro e sabe ouvir de maneira justa e leal. No âmbito escolar, o melhor líder ajuda a sala de aula em suas problemáticas, leva interesses da turma à gestão peda-gógica e promove o desenvolvimento desta, seja em sentido acadêmico, coletivo ou pessoal. Além disso, entre as respos-tas dos alunos é possível verificar a responsabilidade que sentem para com o IEMA como um todo, tal qual afirma M.O.C.F., “bom líder motiva a turma e trabalha junto com esta em prol do crescimento e desenvolvimento do Institu-to”.

De modo geral, os estudantes de Coroatá entendem que o trabalho de liderança os auxiliam a aprender a se-rem jovens protagonistas, os quais se destacam e assumem os deveres de sua vida cotidiana com seriedade e respon-sabilidade. Citando Peter Drucker, o pai da administração moderna, entendem que a liderança os possibilita ter mais influência sobre seu futuro, acelerando seu crescimento e ajudando os outros a alcançar seu potencial. Também reco-

23 8 estudantes responderam ao Questionário, este estão distribuídos entre os curso de técnico em agricultura, zootecnia (avicultura) e informática.

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nhecem que é trabalho altamente gratificante, que encoraja dedicação, lealdade e disciplina. Os estudantes também ve-rificam uma “carência de líderes no corpo social” que sejam capazes de lidar com os problemas de de forma flexível e autônoma e que sejam úteis para a sociedade, promovendo possíveis soluções para adversidades socioeconômicas, edu-cacionais etc.

Os oito alunos entrevistados já tiveram algum tipo de experiência antecessor ao cargo de líder de turma desen-volvida no IEMA. Quatro estão sendo líderes de turma pela segunda vez ou mais, com atuação em grêmio estudantil, grupo de estudos e dividindo a liderança na escola com as assumidas na igreja. Metade dos alunos também já exerce-ram ou exercem algum tipo de liderança na âmbito religio-so, como o grupo de música, como integrante da banda da igreja, grupo de jovens e crianças nas atividades de recrea-ção e acompanhamento com os jovens.

Diferente das UPs de Bacabeira e Axixá, a Unidade de Coroatá teve respostas similares em concordância com o não ser protagonistas de si mesmo. Dos quatro líderes das turmas do primeiro ano, dois se consideram efetivamente capazes de se liderarem e assim o fazem, um se considera apenas em alguns pontos um líder completo de suas ações, mas por depender de outras pessoas em várias esferas de sua vida, ainda não se sente um pessoa autônoma o sufi-ciente para se comandar. Um estudante apenas não se con-sidera protagonista de sua própria vida, por serem seus pais a decidir tudo.

Nas turmas do segundo ano as respostas são mais próximas, sendo dois não se considerando líder de si, uma relata que apenas em parte e uma se sente liderada por ela mesma. Aqueles que responderam negativamente a esse

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questionamento, tem por motivo os mesmo que os alunos do primeiro ano: a devida obediência e respeito que ainda devem aos pais, principalmente por ainda morarem com eles, por dependerem deles financeiramente e por não te-rem emprego, vivendo assim só para os estudos.

Os líderes reafirmaram a importância das trocas de experiências entre si e de “dar atenção a todos e ouvir a todos de maneira justa e igual”, como enfatizou a líder D. M.F.M. Sugeriram capacitação com outros líderes mais ex-perientes e de outros segmentos, um momento de discussão entre líderes, vice-líderes com o reitor para criar soluções de melhoria para as UP e para o corpo discente. Além de uma premiação aos líderes, apresentações culturais, ação de graças a Deus e uma boa alimentação.

Unidade Plena de Pindaré-Mirim24

Na perspectiva dos alunos de Pindaré Mirim, o bom líder toma decisões em constante diálogo com a turma e, re-tomando mais uma vez a filosofia do Instituto em que estão inseridos, é autônomo, solidário, competente e protagonista. A boa liderança também é verificável pelo senso crítico que bons líderes possuem diante de situações diárias, enquanto observadores, sabem analisar o que ocorre em seu entorno de modo a encontrar soluções eficazes para determinadas problemáticas. Grande colaborador para o bem comum, os estudantes reconhecem que mesmo os bons líderes são se-

24 11 estudantes responderam ao Questionário, estes estão distribuídos entre os curso de técnico em recursos pesqueiros, agropecuária, serviços jurídicos e meio

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questionamento, tem por motivo os mesmo que os alunos do primeiro ano: a devida obediência e respeito que ainda devem aos pais, principalmente por ainda morarem com eles, por dependerem deles financeiramente e por não te-rem emprego, vivendo assim só para os estudos.

Os líderes reafirmaram a importância das trocas de experiências entre si e de “dar atenção a todos e ouvir a todos de maneira justa e igual”, como enfatizou a líder D. M.F.M. Sugeriram capacitação com outros líderes mais ex-perientes e de outros segmentos, um momento de discussão entre líderes, vice-líderes com o reitor para criar soluções de melhoria para as UP e para o corpo discente. Além de uma premiação aos líderes, apresentações culturais, ação de graças a Deus e uma boa alimentação.

Unidade Plena de Pindaré-Mirim24

Na perspectiva dos alunos de Pindaré Mirim, o bom líder toma decisões em constante diálogo com a turma e, re-tomando mais uma vez a filosofia do Instituto em que estão inseridos, é autônomo, solidário, competente e protagonista. A boa liderança também é verificável pelo senso crítico que bons líderes possuem diante de situações diárias, enquanto observadores, sabem analisar o que ocorre em seu entorno de modo a encontrar soluções eficazes para determinadas problemáticas. Grande colaborador para o bem comum, os estudantes reconhecem que mesmo os bons líderes são se-

24 11 estudantes responderam ao Questionário, estes estão distribuídos entre os curso de técnico em recursos pesqueiros, agropecuária, serviços jurídicos e meio

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res humanos falhos, que possuem qualidades e que também sabem reconhecer que possuem limites e defeitos.

Esses mesmos estudantes percebem que o trabalho de liderança lhes trazem mais autoconfiança e os ajuda na futura vida profissional. Neste ponto, é válido retomar a resposta de um dos alunos, o qual refletindo sobre experi-ências anteriores que teve enquanto líder de classe, reitera o valor dessas, especialmente porque aprendeu a ter mais calma e agir com prudência e sabedoria, além de melhor aceitar e conviver com visões/opiniões divergentes.

Dois, dos onze líderes, não responderam ao questioná-rio. Dos nove restantes, apenas um disse não ter experiên-cias anteriores ao IEMA, pois, admitiu não querer assumir responsabilidades; posteriormente, com o objetivo de se profissionalizar em um ofício no qual exija o espírito de lide-rança, interessou-se em praticar desde já. Os demais líderes mostraram experiências em grupos de jovem da comunida-de e da igreja, clubes organizados, grêmio estudantil, líder de conselho de bairro e líder de turma de outras escolas.

“Sim. A partir do momento em que temos a necessida-de de no nosso dia a dia fazermos escolhas e decisões por mais simples que sejam, estamos mostrando o ato de liderar através da ideia expressa de ‘comando’, seja no ambiente es-colar, no trabalho, na igreja ou em casa.” Essa foi a resposta do líder E.L, e que faz consonância com todas as outras seis respostas em que os líderes afirmaram ser jovens protago-nistas dentro e fora da escola, levando em consideração os aspectos mais amplos da vida como o que querem para o futuro e os mais específico do dia a dia, seja na própria esco-la ou em escolher suas próprias roupas. Um respondeu não

ambiente.

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ser protagonista de sua vida e outro relatou ser em partes, ambos do primeiro ano e com a mesma colocação de que ainda dependem dos pais para tudo. Dois não responderam ao questionário.

A alegria foi pedido destaque para essa Unidade. Dos nove líderes que responderam ao questionário, seis enfati-zaram que momentos de alegria, boa música e diversão não podia faltar, pois são nesses momentos em que se faz bons amigos e que que se pode trocar informações informais en-tre eles.

Além disso, podemos destacar também o pedido de boas palestras, de dinâmicas, oficinas e mesas redondas que enturme a todos. Uma palestra com um profissional que explique como ser um bom líder também foi sugerido e assim como em outras unidades se percebe a ânsia que esses líderes têm em resolver seus conflitos, percebendo-se uma necessidade de algo como um “manual do bom líder”, anseios característicos de jovens protagonistas dispostos a transformar sua turma.

Unidade Plena de São José de Ribamar25

Em São José de Ribamar, os estudantes atestam que o bom líder é uma pessoa solidária, justa e sempre aberta ao diálogo. Em sala de aula, está disposto a escutar ativamente seus colegas de classe de modo a contribuir para o pleno desenvolvimento da turma e do ambiente escolar como um todo. Não muito diferente de casos anteriores, para esses

25 8 estudantes responderam ao Questionário, estes estão distribuídos entre os cursos de técnico em agricultura, guia de turismo, eletromecânica e informática.

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ser protagonista de sua vida e outro relatou ser em partes, ambos do primeiro ano e com a mesma colocação de que ainda dependem dos pais para tudo. Dois não responderam ao questionário.

A alegria foi pedido destaque para essa Unidade. Dos nove líderes que responderam ao questionário, seis enfati-zaram que momentos de alegria, boa música e diversão não podia faltar, pois são nesses momentos em que se faz bons amigos e que que se pode trocar informações informais en-tre eles.

Além disso, podemos destacar também o pedido de boas palestras, de dinâmicas, oficinas e mesas redondas que enturme a todos. Uma palestra com um profissional que explique como ser um bom líder também foi sugerido e assim como em outras unidades se percebe a ânsia que esses líderes têm em resolver seus conflitos, percebendo-se uma necessidade de algo como um “manual do bom líder”, anseios característicos de jovens protagonistas dispostos a transformar sua turma.

Unidade Plena de São José de Ribamar25

Em São José de Ribamar, os estudantes atestam que o bom líder é uma pessoa solidária, justa e sempre aberta ao diálogo. Em sala de aula, está disposto a escutar ativamente seus colegas de classe de modo a contribuir para o pleno desenvolvimento da turma e do ambiente escolar como um todo. Não muito diferente de casos anteriores, para esses

25 8 estudantes responderam ao Questionário, estes estão distribuídos entre os cursos de técnico em agricultura, guia de turismo, eletromecânica e informática.

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alunos, o bom líder é também autônomo, solidário e compe-tente, não somente aponta os problemas da turma ou Insti-tuto, mas, em cooperação com a equipe de gestão, se coloca para ajudar a solucioná-los.

No que tange aos desdobramentos positivos do exercí-cio da liderança, os estudantes também retomam diversos aspectos que já foram pontuados em respostas anteriores, tais como, a questão de responsabilidade e compromisso, lidar com visões de mundo divergentes, ser autônomo e co-municativo, saber tomar decisões e ter autoconfiança. Aqui destaca-se a ideia de amadurecimento intelectual (“desen-volvimento intelectual”) que até então não fora menciona-do, assim como o reconhecimento da juventude enquanto potencialidade política na afirmação “mostra que o jovem dentro de uma sociedade pode ter voz ativa para fazer a diferença.”

Assim como na UP de Pindaré-Mirim, apenas um, dos oito líderes de turma da UP de São José de Ribamar, disse nunca ter tido nenhum tipo de experiência antecessora ao que atualmente exerce no IEMA. A razão também é prati-camente a mesma: nunca teve oportunidade para partici-par de algum programa e falta de interesse, pois disse ser uma grande responsabilidade assumir cargos de liderança. Já os sete demais disseram ora conciliar a atuação protagô-nica na escola com as ações na igreja, ora exclusivamente na escola. Os projetos anteriores variam desde grupos de trabalho, líder de turma à instrução de capoeira do projeto Mais Educação.

“Sim, pois a metodologia de ensino do IEMA nos pro-porciona isso, nos dá uma independência” Essa é a resposta dada pelo líder A.O.A, e que inicia uma sequência de afir-mações positivas a essa terceira pergunta, fazendo da UP

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de São José de Ribamar, a única em que todos os líderes se consideram protagonistas de suas vidas. Alguns outros alunos também afirmam ser capazes de se liderar devido às oportunidades que eles tem no IEMA, pois essas expe-riências os tornam autoconfiantes. Os líderes dessa Unida-de Plena se sentem desafiados a se conhecerem e a buscar conhecimento de forma que melhorem suas vidas, unindo a isso suas próprias capacidades como responsabilidade, de-terminação e empatia

Nessa UP, diálogo entre os líderes foi unânime, de-fendido pelo fato de que muitas vezes o líder de turma se encontra só. Como decorrência também da dificuldade que alguns sentem em liderar uma turma, foi pedido para que no Encontro houvessem orientações de como agir perante uma turma que não lhe respeita ou que não lhe compre-ende, enfatizando assim um pedido de socorro encontrado nas expectativas da grande parte dos líderes de todas UPs. Um feedback do ocorrido também foi sugerido.

Unidade Plena de São Luís/Centro26

Para os estudantes da capital São Luís, o bom líder é uma pessoa compreensiva, paciente, respeitosa, compro-missada e prestativa. Esse mesmo líder é justo e democráti-co, coloca os interesses do coletivo acima de suas pretensões pessoais e atua em conjunto com a turma, não tomando ati-tudes unilaterais. Além disso, o bom líder também se tra-

26 13 estudantes responderam ao Questionário, estes estão distribuídos entre os cursos de técnico em eventos, serviços jurídicos, meio ambiente, informática, pro-dução de áudio e vídeo e meio ambiente

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de São José de Ribamar, a única em que todos os líderes se consideram protagonistas de suas vidas. Alguns outros alunos também afirmam ser capazes de se liderar devido às oportunidades que eles tem no IEMA, pois essas expe-riências os tornam autoconfiantes. Os líderes dessa Unida-de Plena se sentem desafiados a se conhecerem e a buscar conhecimento de forma que melhorem suas vidas, unindo a isso suas próprias capacidades como responsabilidade, de-terminação e empatia

Nessa UP, diálogo entre os líderes foi unânime, de-fendido pelo fato de que muitas vezes o líder de turma se encontra só. Como decorrência também da dificuldade que alguns sentem em liderar uma turma, foi pedido para que no Encontro houvessem orientações de como agir perante uma turma que não lhe respeita ou que não lhe compre-ende, enfatizando assim um pedido de socorro encontrado nas expectativas da grande parte dos líderes de todas UPs. Um feedback do ocorrido também foi sugerido.

Unidade Plena de São Luís/Centro26

Para os estudantes da capital São Luís, o bom líder é uma pessoa compreensiva, paciente, respeitosa, compro-missada e prestativa. Esse mesmo líder é justo e democráti-co, coloca os interesses do coletivo acima de suas pretensões pessoais e atua em conjunto com a turma, não tomando ati-tudes unilaterais. Além disso, o bom líder também se tra-

26 13 estudantes responderam ao Questionário, estes estão distribuídos entre os cursos de técnico em eventos, serviços jurídicos, meio ambiente, informática, pro-dução de áudio e vídeo e meio ambiente

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duz na comunicação eficiente que estabelece entre a comu-nidade de estudantes e a gestão escolar.

Aqui os alunos também reconhecem que um trabalho de liderança os possibilita adquirir experiência e conheci-mento, melhora suas capacidades de comunicação e organi-zação, além de lhes permitir lidar com certas responsabili-dades desde cedo. A autoconfiança e o “ter atitude” também são colocados como benefícios; acreditam ainda que o exer-cício da liderança os ajudará muito na vida profissional. No mais, parte das respostas também apontou no sentido de que o trabalho de liderança torna homens e mulheres soli-dários, os quais visam ao bem comum sem perder a auten-ticidade de ir contra certos preceitos estabelecidos caso haja necessidade.

“Sempre tive essa característica de liderança comigo, porém nunca tive a oportunidade de exercer essa lideran-ça como eu tenho aqui no IEMA”, relata um dos 13 líderes que respondeu ao nosso questionário. Embora já tenha sido líder de equipe vencedora de uma gincana (bastante recor-rente entre os alunos como um evento importante), o líder J.P pontua a necessidade das instituições de ensino criarem subsídios para as ações protagônicas dos alunos, inclusive, de ordem estimulatória. Quatro líderes disseram nunca ter tido outra experiência de lideranças, senão a inaugurada pelo IEMA; as razões: falta de interesse, achava que não tinha maturidade suficiente para tratar das responsabilida-des de um líder e timidez. Os demais, formando a maioria dos líderes, trazem na bagagem algum tipo de experiência, como grupos de igreja e líder de turma de antigas escolas, embora haja queixa quanto a eficiência dessas ações.

A Unidade Plena de São Luís/Centro é a que apresenta o maior número de turmas, no total de 13 em 2018. Dessas

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13 turmas, 8 de seus respectivos líderes responderam a essa questão de forma afirmativa: “Sim, após a experiência com liderança, pude ver que tinha responsabilidade suficiente para certas dúvidas que tinha”, como responde a líder, B.P. Assim como ela, os outros 7 líderes que afirmaram ser pro-tagonistas de suas vidas, relatam que se sentem capazes de tomar decisões importantes em todos os âmbitos, de forma responsável e consultando seus pais caso precisem, pois é uma forma de demonstrar a eles o quanto estão amadure-cendo, de maneira a ganhar confiança.

Dos que responderam “não serem líderes de si mesmo”, afirmam que isso está ligado ao fato de ainda dependerem de seus pais para que suas ideias e opiniões fossem conside-radas e efetivadas, mesmo que dentro da escola e da turma os pais não interfiram.

No que diz respeito às coisas essenciais ao Encontro, houve concordância entre eles é fundamental uma boa pa-lestra, num formato em que seja mais dinâmico e aberta a participação dos alunos, além de uma boa oratória por parte dos palestrantes.

Um anseio percebido também por todos é que os próprios líderes pudessem participar do evento não só como ouvintes, mas também como pessoas que tem algo a contri-buir uns para com os outros e com a própria Instituição. Di-namismo e diálogos entre todos também foi algo colocado e um líder disse ser iniciante e não saber o que esperar de um encontro como esse, mostrando que mesmo assim a expec-tativa de um dia com boas vivências também está presente.

O pedido para que palestras motivacionais fossem mi-nistradas também foi frequente, sendo argumentado por muitos que várias vezes um líder de turma não encontra

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13 turmas, 8 de seus respectivos líderes responderam a essa questão de forma afirmativa: “Sim, após a experiência com liderança, pude ver que tinha responsabilidade suficiente para certas dúvidas que tinha”, como responde a líder, B.P. Assim como ela, os outros 7 líderes que afirmaram ser pro-tagonistas de suas vidas, relatam que se sentem capazes de tomar decisões importantes em todos os âmbitos, de forma responsável e consultando seus pais caso precisem, pois é uma forma de demonstrar a eles o quanto estão amadure-cendo, de maneira a ganhar confiança.

Dos que responderam “não serem líderes de si mesmo”, afirmam que isso está ligado ao fato de ainda dependerem de seus pais para que suas ideias e opiniões fossem conside-radas e efetivadas, mesmo que dentro da escola e da turma os pais não interfiram.

No que diz respeito às coisas essenciais ao Encontro, houve concordância entre eles é fundamental uma boa pa-lestra, num formato em que seja mais dinâmico e aberta a participação dos alunos, além de uma boa oratória por parte dos palestrantes.

Um anseio percebido também por todos é que os próprios líderes pudessem participar do evento não só como ouvintes, mas também como pessoas que tem algo a contri-buir uns para com os outros e com a própria Instituição. Di-namismo e diálogos entre todos também foi algo colocado e um líder disse ser iniciante e não saber o que esperar de um encontro como esse, mostrando que mesmo assim a expec-tativa de um dia com boas vivências também está presente.

O pedido para que palestras motivacionais fossem mi-nistradas também foi frequente, sendo argumentado por muitos que várias vezes um líder de turma não encontra

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motivação em continuar com essa responsabilidade. Além disso, lanches e música se encontram na lista.

Unidade Plena de Timon27

No caso dos estudantes de Timon, o bom líder tem comportamento e performance acadêmica exemplares, é inspirador e solidário. Tal qual citado em respostas anterio-res, a liderança exercida em seu melhor sabe escutar e não guarda sentimentos de superioridade. No ambiente escolar, evita o conflito dentro de sala de aula, auxilia na melhoria de seu desempenho e ajuda na resolução de seus problemas internos e do Instituto como um todo. Esse líder também possui outra característica até então pouco citadas, é resi-liente e sabe conduzir a própria vida, dos projetos mais sim-ples a grandes decisões.

Maturidade, responsabilidade e organização são os principais pontos citados no que tange aos benefícios de um trabalho de liderança. Não apenas, entram também neste rol, o saber lidar com pessoas diversas e o desenvolvimento precoce da autonomia. Neste ponto, os estudantes também fizeram elogios ao trabalho em equipe - “é maravilhoso” - e citaram a ideia de harmonia e amor/afetividade como resul-tados deste trabalho de liderança.

Mais da metade dos líderes de Timon, tiveram sua es-treia em cargos de liderança no IEMA. A recusa por cargos desse tipo colocam os estudantes em condição de insegu-rança. “Já recebi uma oportunidade de líder de banda da

27 7 estudantes responderam ao Questionário, estes estão distribuídos entre os cursos de técnico em serviços jurídicos, equipamentos biomédicos, informática biomédica e logística.

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igreja, mas recusei por achar que não tinha maturidade suficiente para um cargo desse nível”, disse o líder M.J.M. Situação semelhante se repete com outros três líderes, dos sete entrevistados. Os demais, têm experiência como trei-nador, tesoureiro, líder e fundador de um time de futebol, líder de clube e grupos escolares.

A maioria dos líderes de turma da UP de Timon se sen-tem protagonistas de suas vidas, pois consideram impor-tante que eles tomem suas decisões, principalmente aquelas voltadas a seu futuro dentro e fora da escola. “Sim, porque eu mesmo estou construindo o meu futuro e estou tomando escolhas que irão definir esse futuro”, afirma M.J.M. Aquele que não se sente protagonista de si, afirma que não lidera só, muito menos toma as decisões sozinha, pois há a inter-ferência de externos, seja os pais ou professores.

Entre os líderes desta UP, as expectativas para o en-contro de líderes 2018 foram bem similares: desde a abun-dância de comida para que eles possam se manter em pé durante todo o evento à música brasileira ambientando o espaço durante a programação. Houve também a colocação da maioria para que houvesse roda de conversa entre os lí-deres para que pudessem expor suas aflições, alegrias e difi-culdades em liderar e também um respondeu a importância de se levar tudo o que foi aprendido durante o evento para seus colegas de classe para quando algum deles for líder, já está mais preparado.

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igreja, mas recusei por achar que não tinha maturidade suficiente para um cargo desse nível”, disse o líder M.J.M. Situação semelhante se repete com outros três líderes, dos sete entrevistados. Os demais, têm experiência como trei-nador, tesoureiro, líder e fundador de um time de futebol, líder de clube e grupos escolares.

A maioria dos líderes de turma da UP de Timon se sen-tem protagonistas de suas vidas, pois consideram impor-tante que eles tomem suas decisões, principalmente aquelas voltadas a seu futuro dentro e fora da escola. “Sim, porque eu mesmo estou construindo o meu futuro e estou tomando escolhas que irão definir esse futuro”, afirma M.J.M. Aquele que não se sente protagonista de si, afirma que não lidera só, muito menos toma as decisões sozinha, pois há a inter-ferência de externos, seja os pais ou professores.

Entre os líderes desta UP, as expectativas para o en-contro de líderes 2018 foram bem similares: desde a abun-dância de comida para que eles possam se manter em pé durante todo o evento à música brasileira ambientando o espaço durante a programação. Houve também a colocação da maioria para que houvesse roda de conversa entre os lí-deres para que pudessem expor suas aflições, alegrias e difi-culdades em liderar e também um respondeu a importância de se levar tudo o que foi aprendido durante o evento para seus colegas de classe para quando algum deles for líder, já está mais preparado.

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AVALIAÇÃO DO ENCONTRO DE

LÍDERES 2018Elane Patrícia Andrade de Oliveira

Vitor Sampaio Soares

Pré-Encontro

Sobre o Encontro de Líderes 2018, de início, analisa-se a construção do projeto - no que tange às perspecti-vas políticas e pedagógicas -, escolha dos convidados,

elaboração da programação, realização do evento e os des-dobramentos para um plano base e instituinte sobre prota-gonismo juvenil para o IEMA.

Emergindo no cenário político e econômico do final da década de 1980, a expressão protagonismo juvenil tem sido identificada à concepção de empoderamento e participação democrática da juventude, associando-se à noção de sujeito de direitos, presente nas diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (BRASIL, 1990), da Lei de Diretrizes e Ba-ses da Educação (BRASIL, 1996) e do Estatuto da Juventude (2013). Entretanto, ainda pouco se concede confiança aos jovens em suas ousadias e inovações.

Com o objetivo de viabilizar um intercâmbio estadual de líderes-estudantes das UP do IEMA, fomentar o debate acerca do protagonismo juvenil no século 21 era o primeiro

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passo necessário. Para o pontapé inicial, foi importante es-tabelecer diálogo com os líderes de turma das sete primei-ras UPs28, via Sistema de Gestão Acadêmica (IBUTUMY), pelo qual conhecemos histórias de jovens protagonistas em suas respectivas escolas e comunidades, também conhece-mos alguns projetos de vida e os desafios de exercer o papel de liderança nas escolas.

A partir desse primeiro contato, entendemos que a construção de um projeto para os jovens ou sobre os jo-vens não pode ser pensado senão com o apoio e o incentivo maior destes. Compreender, portanto, as inquietações do tempo presente é, antes de mais nada, reconhecer o jovem como agente relevante nas relações sociais, a ser ouvido e integrado como ator indissociável de qualquer prática - o que não poderia ser diferente nas práticas pedagógicas.

Nas reuniões do Núcleo Estratégico do IEMA, foi su-gerido o nome da professora do curso de Psicologia da Universidade Católica, Maria Izabel Calil Stamato, como facilitadora importante para discutir os pressupostos do protagonismo juvenil com os estudantes e como consultora destes novos passos do Instituto. Com vasta obra sobre o tema e uma tese29 de doutorado dedicada especificamente a uma ressignificação da juventude ao que tange às ações protagônicas dos jovens, Maria Izabel também traz as ex-periências do Gabinete da Secretaria de Ação Comunitária (atual Secretária de Assistência Social) da Prefeitura Mu-nicipal de Santos, participando da implantação, gestão e

28 Participaram do Encontro os estudantes das UPs de Pindaré Mirim, Coro-atá, São José de Ribamar, Timon, Axixá, Bacabeira e São Luís.

29 Defendida em 2008, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com o título: Protagonismo Juvenil: uma práxis sócio-histórica da ressignificação da juventude.

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passo necessário. Para o pontapé inicial, foi importante es-tabelecer diálogo com os líderes de turma das sete primei-ras UPs28, via Sistema de Gestão Acadêmica (IBUTUMY), pelo qual conhecemos histórias de jovens protagonistas em suas respectivas escolas e comunidades, também conhece-mos alguns projetos de vida e os desafios de exercer o papel de liderança nas escolas.

A partir desse primeiro contato, entendemos que a construção de um projeto para os jovens ou sobre os jo-vens não pode ser pensado senão com o apoio e o incentivo maior destes. Compreender, portanto, as inquietações do tempo presente é, antes de mais nada, reconhecer o jovem como agente relevante nas relações sociais, a ser ouvido e integrado como ator indissociável de qualquer prática - o que não poderia ser diferente nas práticas pedagógicas.

Nas reuniões do Núcleo Estratégico do IEMA, foi su-gerido o nome da professora do curso de Psicologia da Universidade Católica, Maria Izabel Calil Stamato, como facilitadora importante para discutir os pressupostos do protagonismo juvenil com os estudantes e como consultora destes novos passos do Instituto. Com vasta obra sobre o tema e uma tese29 de doutorado dedicada especificamente a uma ressignificação da juventude ao que tange às ações protagônicas dos jovens, Maria Izabel também traz as ex-periências do Gabinete da Secretaria de Ação Comunitária (atual Secretária de Assistência Social) da Prefeitura Mu-nicipal de Santos, participando da implantação, gestão e

28 Participaram do Encontro os estudantes das UPs de Pindaré Mirim, Coro-atá, São José de Ribamar, Timon, Axixá, Bacabeira e São Luís.

29 Defendida em 2008, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, com o título: Protagonismo Juvenil: uma práxis sócio-histórica da ressignificação da juventude.

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avaliação de creches, serviços de acolhimento institucional, programas de medidas sócio-educativas, de atendimento a meninos e meninas em situação de rua, crianças, adoles-centes e mulheres vítimas de violência, e famílias em situa-ção de vulnerabilidade social. A professora constituía então a profissional adequada para discutir inquietações que cer-cam os jovens do século 21.

O Encontro de Líderes 2018, por sua vez, teve como re-corte temático “Protagonismo Juvenil em Rede” ao compre-ender que as atuações dos jovens em plataformas digitais também podem operar a favor de seus interesses subjetivos, educacionais, políticos e também culturais. A integralidade nas redes virtuais são sinalizadores de um debate acerca do mérito da autoafirmação do protagonismo dos estudan-tes. Discutir as melhores formas de transitar nessas redes, o poder da palavra, as trocas de alteridade e as construções de ideias a partir das informações imagéticas não poderiam ficar de fora desse Encontro quando o assunto é também cibernético.

Foram pensados, a partir dos questionários respondi-dos pelos líderes de turma via IBUTUMY, dois laboratórios que pudessem levar as discussões do protagonismo juvenil no século 21 para análises mais táteis, tangenciando as re-flexões em ações e vice-versa. A criação dos laboratórios de escrita - coordenado pela professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e crítica de arte, Danie-la Name - e de imagem - coordenado pelas professoras de Comunicação Social da UFMA, Carolina Libério e Jane Ma-ciel - marca a parceria do Núcleo Estratégico com o Proje-

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to Curiar Midiação + Arte30, colaborador nas escolhas das coordenadoras e entendimento das funcionalidades desses laboratórios.

O laboratório de escrita objetivou discutir o papel do texto, da escrita e leitura crítica, gerando reflexões sobre ética, alteridade, responsabilidade, desafios e atmosferas da escrita, a partir da mídia e das relações sociais, abordando exemplos sobre articulações e criações de projetos escola-res, comunitários e contextos mais amplos de protagonismo juvenil. Enquanto o laboratório de imagem visava refletir sobre a produção e circulação de imagens e a relação destas com aspectos políticos e culturais da sociedade atual, pen-sando formas críticas de leitura e elaboração de imagens em meio à comunicação em rede e abordar exemplos de mobi-lização e protagonismo juvenil pelas imagens, com foco em aplicações práticas e no desenvolvimento de produtos adap-tados à realidade e ao contexto sociocultural maranhense.

Provocando entendimento dessas realidades mara-nhenses, pensou-se que depoimentos de jovens protagonis-tas que desenvolvem projetos político-culturais, externos ao IEMA, em suas comunidades pudessem criar empatia desses relatos de vida com as experiências trazidas pelos líderes de turma e apontar um maior envolvimento destes. Uma troca capaz de ser construída em linguagem, geração e

30 Sob coordenação pedagógica de Viviane Vazzi Pedro, o projeto é promo-vido pelo Governo do Estado, sendo concebido e executado pelo Instituto de Estudos Sociais e Terapias Integrativas (Iesti), em parceria com a Reitoria do IEMA. O projeto tem por finalidade fomentar a leitura crítica, disseminação de práticas artísticas, ex-periências, processos criativos, diálogo a partir de identidades e repertórios contem-porâneos e a partilha de saberes no intuito de gerar autonomia dos alunos e da comu-nidade escolar enquanto produtores de conhecimento. As atividades são conduzidas pelo corpo docente e discente do Instituto, artistas e comunicadores, entre eles, estão Márcio Vasconcelos, Thiago Martins de Melo, Robson Jr., e o Núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem (NUPPI) composto por Saraelton Panamby, Jane Maciel, Bruno Barata, Ramusyo Brasil e Carolina Libério.

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to Curiar Midiação + Arte30, colaborador nas escolhas das coordenadoras e entendimento das funcionalidades desses laboratórios.

O laboratório de escrita objetivou discutir o papel do texto, da escrita e leitura crítica, gerando reflexões sobre ética, alteridade, responsabilidade, desafios e atmosferas da escrita, a partir da mídia e das relações sociais, abordando exemplos sobre articulações e criações de projetos escola-res, comunitários e contextos mais amplos de protagonismo juvenil. Enquanto o laboratório de imagem visava refletir sobre a produção e circulação de imagens e a relação destas com aspectos políticos e culturais da sociedade atual, pen-sando formas críticas de leitura e elaboração de imagens em meio à comunicação em rede e abordar exemplos de mobi-lização e protagonismo juvenil pelas imagens, com foco em aplicações práticas e no desenvolvimento de produtos adap-tados à realidade e ao contexto sociocultural maranhense.

Provocando entendimento dessas realidades mara-nhenses, pensou-se que depoimentos de jovens protagonis-tas que desenvolvem projetos político-culturais, externos ao IEMA, em suas comunidades pudessem criar empatia desses relatos de vida com as experiências trazidas pelos líderes de turma e apontar um maior envolvimento destes. Uma troca capaz de ser construída em linguagem, geração e

30 Sob coordenação pedagógica de Viviane Vazzi Pedro, o projeto é promo-vido pelo Governo do Estado, sendo concebido e executado pelo Instituto de Estudos Sociais e Terapias Integrativas (Iesti), em parceria com a Reitoria do IEMA. O projeto tem por finalidade fomentar a leitura crítica, disseminação de práticas artísticas, ex-periências, processos criativos, diálogo a partir de identidades e repertórios contem-porâneos e a partilha de saberes no intuito de gerar autonomia dos alunos e da comu-nidade escolar enquanto produtores de conhecimento. As atividades são conduzidas pelo corpo docente e discente do Instituto, artistas e comunicadores, entre eles, estão Márcio Vasconcelos, Thiago Martins de Melo, Robson Jr., e o Núcleo de Pesquisa e Produção de Imagem (NUPPI) composto por Saraelton Panamby, Jane Maciel, Bruno Barata, Ramusyo Brasil e Carolina Libério.

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vivências semelhantes. Enilson Ribeiro31 e Robson Lopes32, ligados à Rede Amiga da Criança e ao Centro de Cultura Negra do Maranhão (CCN-MA), foram nomes que rapida-mente vieram à mente por conta do engajamento social que ambos exercem na cidade de São Luís. Aproveitando a dis-cussão dos jovens negros de periferia, achou-se pertinente que a apresentação cultural ficasse por conta dos projetos Ako Eres e Bateria Akomabu33, ligados ao CCN-MA. A arte como manifesto e luta em desejo da vida dos jovens negros da periferia.

Contudo, se há um consenso em torno do debate acer-ca da juventude é o fato de esta ser uma categoria social de definição complexa ou fato social instável, como sugere Gauthier (2000). Exige, portanto, um olhar minucioso sobre como compreender em desafios, limitações e habilidades de novos conceitos, novos comportamentos e novas cognições inerentes ao tempo presente. Enxergar os jovens do século 21 exige um trabalho de retirada da visão adultocêntrica. Neste bojo de complexidade, o Encontro de Líderes 2018 foi desenhado na tentativa de corresponder às demandas dos

31 Referência na discussão sobre Protagonismo Juvenil nas organizações so-ciais do Maranhão. Desde adolescente atendido por uma organização para jovens, in-tegrou a primeira formação do Protagonismo Juvenil em Rede (PROJUR), passou a ser articulador do grupo com o passar dos anos. Atualmente, representa a Rede Amiga da Criança na campanha nacional “Criança não é de rua” e tem assento no Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA) representando a re-gião Nordeste.

32 Integrante do bloco afro Akomabu, é estudante de música na Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e militante contra o extermínio da juventude negra.

33 No Carnaval de 2018, o Bloco levou para as ruas de São Luís o enredo “A luta do centro de cultura negra do maranhão contra o extermínio da juventude negra” com compromisso para agendas presentes e futuras pela garantia e imple-mentação de direitos e continuidade do legado da população negra para o Brasil e Maranhão.

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estudantes, provocando o pensamento reflexivo e diversifi-cado sobre as propostas.

Encontro

No dia 15 de Junho de 2018 (sexta-feira), os líderes de turma dos IEMA do continente (Axixá, Bacabeira, Coroatá, Pindaré-Mirim, São José de Ribamar e Timon) chegaram à ilha de São Luís por volta das 20h e logo em seguida foram com os líderes da UP de São Luís ao cinema, acompanha-dos pelos respectivos gestores, assistir ao filme “Vingadores: guerra infinita”, em uma sala especialmente reservada. A princípio, o filme parece não ter relação ao tema escolhido - protagonismo juvenil - mas no decorrer da obra percebe-se a importância da cooperação entre os heróis mais jovens e os mais antigos.

Dirigido por Joe Russo e Anthony Russo, “Vingadores: guerra infinita” é um filme da Marvel que une super heróis da nova e da velha geração como Thor, Homem de Ferro, Gamora, Homem Aranha, Viúva Negra, Homem Formiga, Pantera Negra e Capitão América, para enfrentar o grande vilão Thanos que pretende reunir todas as jóias que con-trolam o universo e das quais duas dessas se encontram no planeta Terra. A sintonia entre todos os heróis não é per-feita de ínicio, os mais velhos como Tony Stark (Homem de Ferro) ao saber que precisarão voltar a ativa ao lado de ado-lescentes como o novo Homem-Aranha, ficam profunda-mente chateados e se negam a se unirem a eles, mas no de-correr do filme todos acabam entrando em sintonia e numa mistura de tensão e comédia, pensam e enfrentam juntos o vilão e seus seguidores.

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estudantes, provocando o pensamento reflexivo e diversifi-cado sobre as propostas.

Encontro

No dia 15 de Junho de 2018 (sexta-feira), os líderes de turma dos IEMA do continente (Axixá, Bacabeira, Coroatá, Pindaré-Mirim, São José de Ribamar e Timon) chegaram à ilha de São Luís por volta das 20h e logo em seguida foram com os líderes da UP de São Luís ao cinema, acompanha-dos pelos respectivos gestores, assistir ao filme “Vingadores: guerra infinita”, em uma sala especialmente reservada. A princípio, o filme parece não ter relação ao tema escolhido - protagonismo juvenil - mas no decorrer da obra percebe-se a importância da cooperação entre os heróis mais jovens e os mais antigos.

Dirigido por Joe Russo e Anthony Russo, “Vingadores: guerra infinita” é um filme da Marvel que une super heróis da nova e da velha geração como Thor, Homem de Ferro, Gamora, Homem Aranha, Viúva Negra, Homem Formiga, Pantera Negra e Capitão América, para enfrentar o grande vilão Thanos que pretende reunir todas as jóias que con-trolam o universo e das quais duas dessas se encontram no planeta Terra. A sintonia entre todos os heróis não é per-feita de ínicio, os mais velhos como Tony Stark (Homem de Ferro) ao saber que precisarão voltar a ativa ao lado de ado-lescentes como o novo Homem-Aranha, ficam profunda-mente chateados e se negam a se unirem a eles, mas no de-correr do filme todos acabam entrando em sintonia e numa mistura de tensão e comédia, pensam e enfrentam juntos o vilão e seus seguidores.

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O filme foi muito comentado pelos alunos e gestores, principalmente sobre a cena em que o jovem inexperiente Peter Park (Homem-Aranha) dá uma ideia decisiva para o desfecho do filme e as muitas vezes nas quais tiveram que se unir mesmo com inúmeros desentendimentos, mostran-do que os desafios da vida são enfrentados não apenas por um único protagonista, mas na verdade, vários, pois os vi-lões do dia a dia são desde nós mesmos a agentes outros e que lutar sozinho, protagonizar sozinho, não é a saída, mostrando a importância do coletivo.

Na manhã do dia 16 (sábado) no IEMA Itaqui-Bacan-ga, ocorreu o segundo e último dia do Encontro de Líderes. Às 9h deu-se início a solenidade de abertura na qual se fizeram presente o Reitor Jhonatan Almada, o diretor de ensino Elinaldo Silva e o consultor do Núcleo Estratégico do IEMA, Raimundo Palhano, e coordenadores do evento Elane Andrade e Vitor Sampaio.

O Reitor, Jhonatan Almada, iniciou falando sobre a importância do protagonismo dos jovens estudantes de to-dos os IEMA, citando os bons resultados que a Instituição obteve desde o ano de 2015 por mérito dos próprios estu-dantes, a exemplo a Olimpíada Internacional de Matemáti-ca Sem Fronteiras, e lembrou de suas aspirações na época de secundarista quando já pensava fazer um diferencial na educação, visto que para ele a educação sempre fora trans-formadora e deveria ser também para todos os jovens, es-pecialmente os maranhenses.

Elinaldo Silva, na condição de Diretor de Ensino, falou aos jovens líderes de turma que eles são os verdadeiros ges-tores do IEMA, pois ajudam no processo de elaborar novas ideias para a escola. Elinaldo explicou também que esse é um tipo de protagonismo que se encontra dentro dos prin-

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cípios da Instituição, o qual apregoa que os jovens represen-tam a solução e não o problema.

Cada gestor das Unidades Plenas que vieram acompa-nhando seus alunos, também se fizeram presente na aber-tura, o gestor de Pindaré Mirim, Carlos Alberto Gonçalves, falou que essa experiência que o IEMA vive hoje, é um mo-delo já implementado em outro estados, como Pernambuco, e que vem dando certo, fazendo com que seja destaque no Maranhão e no Brasil na qual dá ao jovem a possibilidade de ter o poder de decisão na escola e na vida pessoal para revolucionar sua região, seu estado, seu país.

Logo em seguida, deu-se início a palestra “Protagonis-mo juvenil: geração 21” com a professora de Psicologia Drª Maria Izabel Stamato Calil, abordando o desenvolvimento físico e psíquico desde a infância à fase adulta, explicou a importância do protagonismo juvenil fazer parte desse pro-cesso. Protagonismo esse relacionado ás escolhas do modo de viver do adolescente, desde a roupa a decisão de qual profissão seguir, pois muitos temendo aos pais, deixam pas-sar parte de seus desejos e anseios, de modo que é essencial que o jovem saiba equilibrar suas vontades individuais com as expectativas de seus pais. Outro ponto abordado foi o relacionamento desses jovens protagonistas com a política. A importância de sua inserção neste campo, tanto para o âmbito de desenvolvimento pessoal quanto cidadão, foi ex-posta como parte importante que integra esse processo de ser protagonista da sua própria história. O modo de se re-lacionar com todas essas esferas (com o próprio ser, família e Estado) no século 21 é diferente das relações dos séculos passados, mostrando a necessidade desse tema ser sempre debatido.

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cípios da Instituição, o qual apregoa que os jovens represen-tam a solução e não o problema.

Cada gestor das Unidades Plenas que vieram acompa-nhando seus alunos, também se fizeram presente na aber-tura, o gestor de Pindaré Mirim, Carlos Alberto Gonçalves, falou que essa experiência que o IEMA vive hoje, é um mo-delo já implementado em outro estados, como Pernambuco, e que vem dando certo, fazendo com que seja destaque no Maranhão e no Brasil na qual dá ao jovem a possibilidade de ter o poder de decisão na escola e na vida pessoal para revolucionar sua região, seu estado, seu país.

Logo em seguida, deu-se início a palestra “Protagonis-mo juvenil: geração 21” com a professora de Psicologia Drª Maria Izabel Stamato Calil, abordando o desenvolvimento físico e psíquico desde a infância à fase adulta, explicou a importância do protagonismo juvenil fazer parte desse pro-cesso. Protagonismo esse relacionado ás escolhas do modo de viver do adolescente, desde a roupa a decisão de qual profissão seguir, pois muitos temendo aos pais, deixam pas-sar parte de seus desejos e anseios, de modo que é essencial que o jovem saiba equilibrar suas vontades individuais com as expectativas de seus pais. Outro ponto abordado foi o relacionamento desses jovens protagonistas com a política. A importância de sua inserção neste campo, tanto para o âmbito de desenvolvimento pessoal quanto cidadão, foi ex-posta como parte importante que integra esse processo de ser protagonista da sua própria história. O modo de se re-lacionar com todas essas esferas (com o próprio ser, família e Estado) no século 21 é diferente das relações dos séculos passados, mostrando a necessidade desse tema ser sempre debatido.

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Ao término da palestra e após muitos aplausos, foi dada a oportunidade para os líderes de turma fazerem per-guntas, colocarem suas dúvidas e explicitarem suas expe-riências. Muitos compartilharam do mesmo sentimento de que às vezes não se sentem capazes de resolver todos os conflitos da turma, lançando tais aflições para que a pro-fessora Stamato os pudesse aconselhar. Além disso, houve colocações de alunos com pensamentos políticos diversos, mostrando como esses jovens estão antenados com o cená-rio atual, mesmo que por vezes ainda confusos.

Por volta das 11h, Enilson Ribeiro, engajado nos movi-mentos sociais em geral, falou com veemência e incentivou aos líderes de turma a fazerem a diferença também fora da escola e a votar consciente, visto que era ano eleitoral. Robson Lopes manteve uma postura mais calma, contou de sua experiência no CCN-MA e bloco Afro Akomabu no qual faz ensaios, apresentações e incentiva crianças negras de periferia a participarem do grupo como forma de criar uma expectativa melhor de vida.

Os líderes de turma também fizeram perguntas e falas de incentivo logo após a fala de Enilson e Robson, como a Marysol da Silva, líder de turma do 2º ano da UP de Timon que declamou uma poesia de sua autoria sobre como é ser uma jovem negra nos dias atuais. Em seguida, as crianças e jovens do bloco Akomabu entraram tocando seus tambo-res, atabaques e mostrando suas belas vozes, encerrando a parte da manhã com muita alegria e animação.

Foi dada uma pausa para o almoço e às 14h com todos já de volta ao auditório, a coordenadora pedagógica do Pro-jeto Curiar - MidiAção + Arte, Viviane Vazzi, foi convida-da para explicar sobre o Projeto e como iriam acontecer os laboratórios de imagem e escrita, dando uma ênfase mais

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prática à temática do evento: Protagonismo juvenil em rede. O Projeto Curiar - MidiAção + Arte é promovido pelo Go-verno do Estado do Maranhão, sendo concebido e executa-do pelo Instituto de Estudos Sociais e Terapias Integrativas (Iesti), em parceria com a Reitoria do IEMA. O Projeto tem como objetivo trazer inovação, leitura crítica, ventilação de práticas artísticas, experiências, processos de criação, tro-ca de saberes, diálogo a partir de identidades e repertórios contemporâneos, empoderando alunos e comunidade esco-lar enquanto sujeitos e produtores de conhecimento. Os la-boratórios estabeleceram a relação das mídias digitais com os estudantes, eles aprenderam a dinamizar essas mídias para melhor aplicar seus conhecimentos técnicos e de vida adquiridos no IEMA por meio de memes usando o compu-tador e do uso da linguagem escrita para elaborar textos em que se possam ver no outro e aprender sobre o outro.

Logo após, foram distribuídas aleatoriamente fitas azuis claras e escuras, os alunos puderam trocar sua fita com outros colegas que também estivessem interessados em mudar de Laboratório. Esse método foi escolhido para que não houvesse superlotação em alguma das turmas e para que os alunos não viessem a se sentir injustiçados por não conseguirem participar do Laboratório desejado. Aque-les que receberam as claras e se direcionaram a sala de aula para o Laboratório de escrita ministrado pela professora Dra. Daniela Name34 e os que receberam fitas azuis escuras foram para a sala de informática participar do Laborató-

34 Doutora em comunicação, mestre em história e crítica da arte e graduada em jornalismo, tendo todos os títulos pelo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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prática à temática do evento: Protagonismo juvenil em rede. O Projeto Curiar - MidiAção + Arte é promovido pelo Go-verno do Estado do Maranhão, sendo concebido e executa-do pelo Instituto de Estudos Sociais e Terapias Integrativas (Iesti), em parceria com a Reitoria do IEMA. O Projeto tem como objetivo trazer inovação, leitura crítica, ventilação de práticas artísticas, experiências, processos de criação, tro-ca de saberes, diálogo a partir de identidades e repertórios contemporâneos, empoderando alunos e comunidade esco-lar enquanto sujeitos e produtores de conhecimento. Os la-boratórios estabeleceram a relação das mídias digitais com os estudantes, eles aprenderam a dinamizar essas mídias para melhor aplicar seus conhecimentos técnicos e de vida adquiridos no IEMA por meio de memes usando o compu-tador e do uso da linguagem escrita para elaborar textos em que se possam ver no outro e aprender sobre o outro.

Logo após, foram distribuídas aleatoriamente fitas azuis claras e escuras, os alunos puderam trocar sua fita com outros colegas que também estivessem interessados em mudar de Laboratório. Esse método foi escolhido para que não houvesse superlotação em alguma das turmas e para que os alunos não viessem a se sentir injustiçados por não conseguirem participar do Laboratório desejado. Aque-les que receberam as claras e se direcionaram a sala de aula para o Laboratório de escrita ministrado pela professora Dra. Daniela Name34 e os que receberam fitas azuis escuras foram para a sala de informática participar do Laborató-

34 Doutora em comunicação, mestre em história e crítica da arte e graduada em jornalismo, tendo todos os títulos pelo Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

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rio de imagem com as professoras Dra. Carolina Libério35 e Dra. Jane Maciel36.

Estando todos em suas respectivas salas, os Labora-tórios foram iniciados. No de escrita foi lançado o desafio para que os líderes se conhecessem melhor, se dividindo em duplas, puderam saber mais do outro por meio de relatos de vida pessoal e com perguntas inusitadas feitas pela facilita-dora, os alunos se adjetivaram a partir das atmosferas que as palavras significavam, como qual animal eles seriam, se tinham personalidade quente ou fria, doce ou salgado. Ao final, foi feito um grande círculo em que puderam expor um pouco do que aprenderam e perceber o quanto podem expressar e serem ouvidos por meio da escrita, mas princi-palmente, da escuta que é uma das funções de líder, sendo assim protagonista de suas próprias histórias e também dos colegas.

Na oficina de imagem, os alunos foram convidados a fazer uma pesquisa comparativa na internet, pesquisando “jovens negros” e, em seguida, “jovens brancos”. Percebe-ram como os jovens são representados em contextos dife-rentes pela sociedade, embora sejam da mesma faixa etária, os jovens negros apresentaram-se associados a violência e marginalização enquanto que os jovens brancos em situa-ções de divertimento e de condições sociais favoráveis. A partir do debate que foi gerado, os alunos puderam cons-truir seus próprios memes, utilizando-os para fazer críticas

35 Doutora em comunicação e cultura pela UFRJ, mestre em comunicação e semiótica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e graduada em Jornalismo pela UFMA.

36 Doutora e mestre em Comunicação e Cultura pela Escola de Comunica-ção da Universidade Federal do Rio de Janeiro (ECO/UFRJ), na linha de pesquisa Tecnologias da Comunicação e Estética. Graduada em Comunicação Social - Relações Públicas pela UFMA.

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e reflexões sobre a sociedade, como meios de comunicação inovadores a serem explorados pelos jovens protagonistas.

Às 17h, próximo ao encerramento e com todos no au-ditório, os alunos representantes de cada Laboratório fo-ram chamados à frente para apresentarem suas produções, e assim puderam perceber como os Laboratórios estavam interligados, uma vez que a escrita da imagem e a escrita textual podem dar voz aos jovens. Uma foto de recordação foi tirada com a presença do Reitor Jhonatan Almada em frente ao prédio do IEMA Itaqui Bacanga, encerrando o II Encontro de Líderes.

Pós-Encontro

As reuniões do Núcleo Estratégico em fase posterior ao Encontro de Líderes apresentavam em mãos um mate-rial primoroso, uma sensação de dever cumprido, porém, não finalizado. O Encontro marcava a realização de um projeto relativamente concluído – pelo menos para aquele ano – mas também como precedente entusiasta para tornar o protagonismo juvenil transversal em uso metodológico, conteudista, com diretrizes pedagógicas ao IEMA, que em fase de revisão do seu PDI, via grandes possibilidades em tornar os alunos agentes mais ativos no processo de apren-dizagem e em competências extraclasse – como o holístico projeto de vida.

Propostas de avaliação seriam de extrema importân-cia para sentir o feedback dos líderes participantes sobre os modelos adotados no Encontro, e consequentemente, para que o IEMA avaliasse e otimizasse este que seria um dos

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e reflexões sobre a sociedade, como meios de comunicação inovadores a serem explorados pelos jovens protagonistas.

Às 17h, próximo ao encerramento e com todos no au-ditório, os alunos representantes de cada Laboratório fo-ram chamados à frente para apresentarem suas produções, e assim puderam perceber como os Laboratórios estavam interligados, uma vez que a escrita da imagem e a escrita textual podem dar voz aos jovens. Uma foto de recordação foi tirada com a presença do Reitor Jhonatan Almada em frente ao prédio do IEMA Itaqui Bacanga, encerrando o II Encontro de Líderes.

Pós-Encontro

As reuniões do Núcleo Estratégico em fase posterior ao Encontro de Líderes apresentavam em mãos um mate-rial primoroso, uma sensação de dever cumprido, porém, não finalizado. O Encontro marcava a realização de um projeto relativamente concluído – pelo menos para aquele ano – mas também como precedente entusiasta para tornar o protagonismo juvenil transversal em uso metodológico, conteudista, com diretrizes pedagógicas ao IEMA, que em fase de revisão do seu PDI, via grandes possibilidades em tornar os alunos agentes mais ativos no processo de apren-dizagem e em competências extraclasse – como o holístico projeto de vida.

Propostas de avaliação seriam de extrema importân-cia para sentir o feedback dos líderes participantes sobre os modelos adotados no Encontro, e consequentemente, para que o IEMA avaliasse e otimizasse este que seria um dos

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eventos mais importantes no que tange a participação e as dinâmicas protagônicas dos estudantes como parte do seu processo.

Um relatório descritivo e analítico começou a ser esbo-çado em um modelo próximo ao que se encontra neste su-mário, entretanto, como sugestão aceita da prof. Dra Maria Izabel Calil Stamato, escrever um livro sobre a experiência de criação e realização do Encontro de Líderes 2018 seria de fundamental importância para a literatura nacional sobre o tema, como forma de mostrar ações objetivas do planeja-mento pedagógico, dialogando com as teorias e desafios de propor intervenções.

Iniciado como relatório, tem-se presentificado neste li-vro os desafios do Instituto que se propõe formar uma nova geração de maranhenses; de modo democrático, as percep-ções divergentes sobre o entendimento do tema é fator mo-tivante para a construção de um projeto sério e eficiente. Tendo em vista, a partir dos desdobramentos do Encontro, uma série de outros projetos começaram a ser desenhados com base nesse considerado piloto. Pois, o objetivo pelo qual não arbitrariamente foi realizado, tornar-se agora, mode-lo-pilar e estruturante. Como por exemplo, para a criação de um grêmio estudantil em configuração adaptada às re-alidades dos IEMA e correspondente às necessidades dos estudantes.

O modelo de grêmio, a ser melhor discutido nos próxi-mos capítulos, sugere uma organização de liderança capaz de viabilizar diferentes reivindicações dos estudantes; um modelo institucional pelo qual pode-se construir mentali-dades políticas, culturais, educacionais, dentre outros, de modo diversificado, criativo e inovador.

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As diretrizes apontadas no relatório, toma como base uma preocupação bibliográfica de compreensão sobre a lite-ratura do protagonismo juvenil para iniciar quaisquer aná-lises sobre as dimensões que tomou o Encontro. A escolha dos teóricos mostra uma complexa área, embora não capaz de frear a intervenção já provocada, ao contrário, estímulos a cada olhar tencionado à luz dos autores provocam uma maior atenção nos projetos futuros. Com auxílio37 de profis-sionais que atuam em posições divergentes, mostraram-nos como uma rede estar postas para que projetos como este possam ser realizados em âmbitos que vão desde a sala de aula às reuniões do Núcleo Estratégico, pois, estão inteira-mente interligadas.

A análise dos questionários38 realizados antes do En-contro foi, dos dados recolhidos, o que melhor nos aproxi-mou, em entendimento, da noção de protagonismo presen-te entre os alunos do IEMA. Propomo-nos compreender e acompanhar a construção desta percepção a partir do que eles nos propuseram como significante às suas trajetórias – ou seja, os perceber como agentes conscientes dos processos nos assegurou estar mais assertivos na elaboração dos pro-jetos. Esta geração nos deixou com muita evidência, como a preocupação com o protagonismo juvenil pode ser eficiente com uma boa dosagem de humor, levando em considera-ção, sobretudo, os perfis criados nas redes sociais que comu-mente é utilidade para mobilizar colegas e fazer denúncias sobre alguma temática de seus interesses que os desagrada, estabelecendo por vezes contato direto com o Reitor.

37 Refere-se às entrevistas do capítulo "PONTOS DE VISTA: entrevistas com profissionais do IEMA e convidados"

38 O questionário a qual me refiro pode ser lido na íntegra no apêndice deste livro.

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As diretrizes apontadas no relatório, toma como base uma preocupação bibliográfica de compreensão sobre a lite-ratura do protagonismo juvenil para iniciar quaisquer aná-lises sobre as dimensões que tomou o Encontro. A escolha dos teóricos mostra uma complexa área, embora não capaz de frear a intervenção já provocada, ao contrário, estímulos a cada olhar tencionado à luz dos autores provocam uma maior atenção nos projetos futuros. Com auxílio37 de profis-sionais que atuam em posições divergentes, mostraram-nos como uma rede estar postas para que projetos como este possam ser realizados em âmbitos que vão desde a sala de aula às reuniões do Núcleo Estratégico, pois, estão inteira-mente interligadas.

A análise dos questionários38 realizados antes do En-contro foi, dos dados recolhidos, o que melhor nos aproxi-mou, em entendimento, da noção de protagonismo presen-te entre os alunos do IEMA. Propomo-nos compreender e acompanhar a construção desta percepção a partir do que eles nos propuseram como significante às suas trajetórias – ou seja, os perceber como agentes conscientes dos processos nos assegurou estar mais assertivos na elaboração dos pro-jetos. Esta geração nos deixou com muita evidência, como a preocupação com o protagonismo juvenil pode ser eficiente com uma boa dosagem de humor, levando em considera-ção, sobretudo, os perfis criados nas redes sociais que comu-mente é utilidade para mobilizar colegas e fazer denúncias sobre alguma temática de seus interesses que os desagrada, estabelecendo por vezes contato direto com o Reitor.

37 Refere-se às entrevistas do capítulo "PONTOS DE VISTA: entrevistas com profissionais do IEMA e convidados"

38 O questionário a qual me refiro pode ser lido na íntegra no apêndice deste livro.

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Uma agenda de intervenções39 para 2019, estudava projetos instituintes e contínuos às Unidades Plenas, viu--se abalada com o novo cenário político que começara a ser desenhado no âmbito federal. As mudanças provoca-das pela eleição presidencial obrigaram que o Instituto, em fase conclusiva deste livro, reduzisse os gastos diminuindo o número de funcionários e enxugando alguns projetos em andamento. Viu-se, portanto, um desafio de ordem política deixar em possível suspensão a realização de projetos vol-tados a atuação dos estudantes, tanto acerca dos assuntos escolares, mas sobretudo, no que tange às suas expectativas de vida.

Em visita a UP. de Bacabeira, no I Fórum Maranhense de Sociologia que aconteceu nos dias 14 e 15 de setembro de 2018 com o tema Protagonismo Juvenil, o Núcleo pode acompanhar sob coordenação do prof. Alex Reis40, o empo-deramento dos jovens secundaristas de diferentes escolas e regiões de toda a rede educacional do estado. Com criativi-dade e ousadia os estudantes mostraram um espetáculo de autoconfiança e maturidade em discutir temas como polí-tica, gênero, trabalho, cultura cibernética, meio ambiente, dentre outros. Corpos, mentes e falas deixaram claro que essa autoestima, desafiando o então cenário político, é um importante sinalizador do trabalho que está sendo reali-zado no âmbito do Protagonismo; são subjetividades com segurança e inteligência mostrando uma nova geração de maranhenses para o século 21.

39 Propostas de intervenção podem ser conferidas no capítulo " BREVES NO-TAS SOBRE FORMAS DE DINAMIZAR O PROTAGONISMO JUVENIL NO IEMA: uma proposta de intervenção"

40 A entrevista na íntegra com o professor Alex Reis pode ser conferida no capítulo "PONTOS DE VISTA: entrevistas com profissionais do IEMA e convidados."

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DIÁLOGOS: A REITORIA DO IEMA E OS JOVENS PROTAGONISTAS

Com objetivo de avaliar o primeiro semestre letivo por meio de análise dos desafios e proposição de soluções possíveis para as problemáticas projetadas no primei-

ro semestre de 2018 no âmbito das sete Unidades Plenas do IEMA, equipe técnica e, eventualmente, aos parceiros, o Instituto promoveu entre os dias 4 e 5 de setembro o “IEMA Café”. O evento adota uma metodologia específica condu-zida pela equipe do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE). A metodologia permite a oferta e o com-partilhamento de um café e, ao mesmo tempo, promove um processo participativo de diálogo reflexivo e intencional, além do seu alto grau de interatividade.

Pelo elevado nível de interação possibilitada pela me-todologia do “IEMA Café”, todos os participantes conhece-ram a síntese das discussões dos grupos, se conectaram e polinizaram as suas ideias, tornando visível os esforços e a inteligência coletiva, o senso colaborativo e o espírito de corresponsabilidade. O evento é voltado para gestores ge-rais, auxiliar com função pedagógica e administrativo-fi-nanceira, e estudantes.

O diálogo entre o Reitor e os estudantes, portanto, ocorreu no âmbito do Fórum de Protagonismo, dentro da programação do IEMA Café, no dia 5 de setembro de 2018, e contou com a participação dos seguintes estudantes: Cas-

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DIÁLOGOS: A REITORIA DO IEMA E OS JOVENS PROTAGONISTAS

Com objetivo de avaliar o primeiro semestre letivo por meio de análise dos desafios e proposição de soluções possíveis para as problemáticas projetadas no primei-

ro semestre de 2018 no âmbito das sete Unidades Plenas do IEMA, equipe técnica e, eventualmente, aos parceiros, o Instituto promoveu entre os dias 4 e 5 de setembro o “IEMA Café”. O evento adota uma metodologia específica condu-zida pela equipe do Instituto de Corresponsabilidade pela Educação (ICE). A metodologia permite a oferta e o com-partilhamento de um café e, ao mesmo tempo, promove um processo participativo de diálogo reflexivo e intencional, além do seu alto grau de interatividade.

Pelo elevado nível de interação possibilitada pela me-todologia do “IEMA Café”, todos os participantes conhece-ram a síntese das discussões dos grupos, se conectaram e polinizaram as suas ideias, tornando visível os esforços e a inteligência coletiva, o senso colaborativo e o espírito de corresponsabilidade. O evento é voltado para gestores ge-rais, auxiliar com função pedagógica e administrativo-fi-nanceira, e estudantes.

O diálogo entre o Reitor e os estudantes, portanto, ocorreu no âmbito do Fórum de Protagonismo, dentro da programação do IEMA Café, no dia 5 de setembro de 2018, e contou com a participação dos seguintes estudantes: Cas-

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sianne Dutra Protázio; Jhon Carlos Silvas Santos; Yago Silva Rocha; Karine da Silva Correia; Suellen Jhoyna de Oliveira Rodrigues; Thalia Viana Pessoa; Silvane da Silva Ribeiro; Jonathan Felipe da Silva Bezerra; Thácila Bianca Lopes Te-les; Arthur Abraão de Sousa Almeida; Nathalya do Rosario Alves de Jesus; Thalyson Victor Nunes Rodrigues; Virna Patrícia Pereira da Cunha; Ayla Kévin Trindade Luz; Arya-ne Fernanda Tinoco da Silva; Joao Vitor Lourenco Lima; Arnob Souza Varão Júnior; Luiz Eduardo Alexandre Car-valho; Ananda da Silva Santos; Gabriel Santos de Sousa; Bruna Agnes Dias da Silva; Cassia Gabrielle Miranda Fran-ça; Leandro Gabriel Pinheiro Silva; Anna Luiza Monteles Oliveira; Tiago Mota Vieira; e Marysol da Silva Costa.

Diante de uma realidade de vários casos de tentativas de suicídio de jovens que sofrem de depressão, qual a possi-bilidade de ter um acompanhamento psicológico e psiqui-átrico dentro das Unidades Plenas do IEMA?

Jhonatan Almada: Criamos Rede Maria Aragão de Edu-cação em Saúde, essa rede reúne os profissionais da área das unidades que são enfermeiros e técnicos de enferma-gem. O caminho é que essa rede acione as instituições do município que são responsáveis por cuidar desses casos. A primeira instituição é o CAPS (Centro de Atenção Psicosso-cial), temos o CREAS (Centro de Referência Especializado de Assistência Social) e o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) que são ligados a assistência social que atendem a situações nesse sentido. Problemas ligados à família, por abandono, violência mais específica entre ou-tros assuntos acionamos o Conselho Tutelar. Então, tem um conjunto de instituições que tem esse papel, não cabe a nós exercermos um papel que não é nosso. Sabemos de todos os

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casos porque somos uma instituição que estabeleceu com os jovens um compromisso de colocá-los como centro, sendo assim podemos perceber e saber mais. Essa é a diferença do IEMA, conseguimos enxergar a situação, identificar e fazer o encaminhamento.

Então os alunos precisam comunicar a gestão da escola para que façam o encaminhamento em todos os casos?

Jhonatan Almada: E fazem! Porque a informação que re-cebo é que todos têm encaminhamento, agora esse proble-ma é de difícil solução, não é algo simples, a depender da gravidade, numa situação extrema você tem que retirar a pessoa da Instituição e cuidar. Então, não é um problema de simples solução, mesmo que a Instituição encaminhe, as famílias precisam assumir esse acompanhamento junto a instituições especializadas que tenham autorização do Sis-tema Único de Saúde (SUS) para fazer esse atendimento.

Não conheço e nem me informei se existe uma obrigação quanto aos tutores estarem presentes na vida dos seus tu-torados. Em nossa UP temos um projeto protagonista do Dia D, que é um dia que obriga que os tutores façam reu-nião com seus tutorados, o que é muito importante. Vendo que alguns professores se ausentam da vida dos alunos acredito que isso acaba sendo ruim, pois estudamos em uma unidade integral e que cuida do caráter do aluno então o tutor é muito importante nessa construção. Existe algo que obrigue os professores a estarem presentes no papel como tutor e se não porque não tem?

Jhonatan Almada: A tutoria faz parte do modelo e nos ci-clos de acompanhamento aparece isso que você disse e avi-

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casos porque somos uma instituição que estabeleceu com os jovens um compromisso de colocá-los como centro, sendo assim podemos perceber e saber mais. Essa é a diferença do IEMA, conseguimos enxergar a situação, identificar e fazer o encaminhamento.

Então os alunos precisam comunicar a gestão da escola para que façam o encaminhamento em todos os casos?

Jhonatan Almada: E fazem! Porque a informação que re-cebo é que todos têm encaminhamento, agora esse proble-ma é de difícil solução, não é algo simples, a depender da gravidade, numa situação extrema você tem que retirar a pessoa da Instituição e cuidar. Então, não é um problema de simples solução, mesmo que a Instituição encaminhe, as famílias precisam assumir esse acompanhamento junto a instituições especializadas que tenham autorização do Sis-tema Único de Saúde (SUS) para fazer esse atendimento.

Não conheço e nem me informei se existe uma obrigação quanto aos tutores estarem presentes na vida dos seus tu-torados. Em nossa UP temos um projeto protagonista do Dia D, que é um dia que obriga que os tutores façam reu-nião com seus tutorados, o que é muito importante. Vendo que alguns professores se ausentam da vida dos alunos acredito que isso acaba sendo ruim, pois estudamos em uma unidade integral e que cuida do caráter do aluno então o tutor é muito importante nessa construção. Existe algo que obrigue os professores a estarem presentes no papel como tutor e se não porque não tem?

Jhonatan Almada: A tutoria faz parte do modelo e nos ci-clos de acompanhamento aparece isso que você disse e avi-

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sa quando a tutoria não está funcionando bem em alguma Unidade e diz o porquê e como vamos resolver isso. Estamos refletindo se podemos mudar o professor para acompanhar uma turma ou grupo de alunos. São reflexões que estamos fazendo nesse momento, mas as diretrizes e as recomen-dações são de que o professor tenha essa responsabilidade. Agora cada profissional tem um comportamento, sabendo que os alunos têm uma amizade respeitosa com a maioria dos tutores e que eles acabam representando apoio muito importantes na vida desses alunos, tem também outros tu-tores que não são tão presentes. Temos a formação em tu-toria para os professores, anualmente fazem formação em Projeto de Vida, tutoria, pedagogia da presença, todos os aspectos e metodologias de êxito no modelo.

O livro do protagonista41 diz detalhadamente sobre a tuto-ria e lá ele fala dessa relação família, acredito que muitos alunos acabam tendo um relacionamento de família com seu tutor ou tutora como se fossem tios, ou até pais. E como já foi falado sobre a depressão, a tutoria poderia sim ajudar nessa área podendo adotar uma sala até para aju-dar no aumento de desenvolvimento das notas. Uma su-gestão falando sobre a importância do CREAS e do CRAS na unidade, as enfermeiras da unidade poderiam se unir mais com as unidades e participar mais das campanhas da saúde. No caso da nossa UP, o CREAS, CRAS e o Conselho Tutelar que estão muito presentes e participam com mui-tas palestras e muitos assuntos que envolve a adolescência,

41 Aqui a estudante fala sobre o Guia do Jovem Protagonista, guia que a cada ano é entregue para os estudantes que ingressam no Instituto. Os guias dos três úl-timos anos podem ser consultados em: <http://www.iema.ma.gov.br/guia-do-jovem--protagonista/> .

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então eu acho que as enfermeiras podem tentar aproximar mais e trazer mais atividades relacionadas a esses assun-tos com psicólogo e psiquiatra, trazendo um profissional para dar palestra.

Jhonatan Almada: Por que as enfermeiras da unidade de Coroatá fazem isso? Porque a Rede de Educação em Saúde tem um plano de trabalho anual, nesse plano tem todas as campanhas que acontecem no município por mês e tem a recomendação expressa de se articular com redes de assis-tência de saúde daquele município, aí depende da atuação do profissional de cada unidade, uns atuam muito e outros atuam menos, mas vamos corrigindo. Temos uma nova co-ordenadora da Rede que é inclusive a enfermeira de Timon, vamos fazer alguns ajustes, temos dois encontros anuais de avaliação com elas e vamos corrigindo para que todas as unidades cheguem ao mesmo padrão.

Como você imagina o IEMA daqui a dois anos, o IEMA que você quer para o futuro?

Jhonatan Almada: Acredito que o IEMA será a instituição educacional mais importante do estado do Maranhão. Será a melhor instituição pública do Maranhão e acredito que ela vai se afirmar como uma das melhores do Brasil. É nisso que eu acredito.

Qual a possibilidade de acontecer uma Copa IEMA de fut-sal, futebol e de outras categorias? Tem a possibilidade de acontecer e de preferência se pode acontecer ainda esse ano de 2018?

Jhonatan Almada: Vamos organizar um fórum com os pro-fessores de educação física, já é o primeiro passo para com-

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então eu acho que as enfermeiras podem tentar aproximar mais e trazer mais atividades relacionadas a esses assun-tos com psicólogo e psiquiatra, trazendo um profissional para dar palestra.

Jhonatan Almada: Por que as enfermeiras da unidade de Coroatá fazem isso? Porque a Rede de Educação em Saúde tem um plano de trabalho anual, nesse plano tem todas as campanhas que acontecem no município por mês e tem a recomendação expressa de se articular com redes de assis-tência de saúde daquele município, aí depende da atuação do profissional de cada unidade, uns atuam muito e outros atuam menos, mas vamos corrigindo. Temos uma nova co-ordenadora da Rede que é inclusive a enfermeira de Timon, vamos fazer alguns ajustes, temos dois encontros anuais de avaliação com elas e vamos corrigindo para que todas as unidades cheguem ao mesmo padrão.

Como você imagina o IEMA daqui a dois anos, o IEMA que você quer para o futuro?

Jhonatan Almada: Acredito que o IEMA será a instituição educacional mais importante do estado do Maranhão. Será a melhor instituição pública do Maranhão e acredito que ela vai se afirmar como uma das melhores do Brasil. É nisso que eu acredito.

Qual a possibilidade de acontecer uma Copa IEMA de fut-sal, futebol e de outras categorias? Tem a possibilidade de acontecer e de preferência se pode acontecer ainda esse ano de 2018?

Jhonatan Almada: Vamos organizar um fórum com os pro-fessores de educação física, já é o primeiro passo para com-

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binarmos como vão ser esses eventos em todas as unidades. Uma Copa IEMA ou uma Olimpíada IEMA de diferentes modalidades, talvez uma prévia para os jogos escolares, en-tão fazemos uma seleção entre nós e as equipes que irão competir no Jogos Escolares Maranhenses (JEMs) , nas re-gionais, dentro do interclasse, dentro das unidades. Essa es-tratégia esportiva ainda está em construção, é um objetivo nosso, acreditamos que este ano não é mais possível porque temos um calendário extremamente intenso, se for contar quantos eventos o IEMA tem por mês e quantas vezes os alunos saem da unidade para um evento externo, para al-guma atividade interna do IEMA. Gostaria que vocês alu-nos do terceiro ano assumissem a liderança da associação de ex-alunos e o que precisarem nossa assessoria jurídica vai orientar.

Qual a possibilidade de haver um encontro dos alunos do IEMA e, se houver, qual a possibilidade de levar alunos que têm baixo rendimento acadêmico e não somente alunos que mais se destacam na unidade?

Jhonatan Almada: Sobre o encontro é uma ideia boa, para operacionalizar essa ideia precisamos discutir com a dire-toria, com os gestores, porque o encontro acadêmico serve para reconhecer aqueles alunos que não só se esforçaram muito naquilo que deveriam se esforçar que é a questão acadêmica, as disciplinas, a parte diversificada do currículo que vocês fazem e também ter participado de olimpíadas, daqueles que trouxeram medalhas e participaram de com-petições, aqueles que foram um pouco além. Esse evento vai servir para isso, tenho dúvidas em relação a essa ques-tão de ser um evento também para estimular aqueles que não estão com esse engajamento no modelo do IEMA para fazer uma espécie de incentivo e motivação. Talvez para o

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encontro acadêmico não sirva, pode ser um outro evento, é uma ideia e vamos conversar com a equipe, mas veremos como poderá ser o formato42.

Ano passado o IEMA de Axixá participou de um desfi-le do dia 7 de setembro e esse ano queríamos fazer uma banda marcial, porém, devido alguns problemas, não con-seguimos participar. Queríamos fazer um desfile e quere-mos saber se tem a possibilidade de nós mesmos criarmos a banda ou fazermos um pelotão, tem ainda o desfile do dia 23 de setembro da cidade e os alunos estavam querendo participar demais. O tema do desfile esse ano será tecno-logia e inovação e queríamos saber qual a possibilidade?

Jhonatan Almada: Vocês têm um conjunto de programa-ção, precisam estudar muito e têm que participar de muitas coisas, algumas são novas quando vocês entram e a partir do 2º ano vocês já entendem e sabem naturalmente como acontece. Então, a participação do desfile do dia 7 de setem-bro é voluntária e de acordo com a organização da Unidade, isso é algo que está dentro da esfera da organização de uma Unidade, sobre planos nós já temos um edital específico para financiar isso que é o Consciência Cultural, Bacabeira ganhou ano passado. Então é necessário ter um professor e fazer gestão com os alunos para poder captar o recurso, esse ano quem ganhou o edital de Consciência Cultural foi o Itaqui-Bacanga. O acesso a esse recurso permite comprar todos os equipamentos necessários para que o projeto de vocês, seja uma banda, uma orquestra, fanfarra ou um pe-

42 O IEMA aceitou a ideia dos jovens protagonistas e criamos a categoria “Melhor progressão acadêmica”, reconhecendo o esforço de aprendizado daqueles que começaram com notas ruins e foram melhorando ao longo do ano.

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encontro acadêmico não sirva, pode ser um outro evento, é uma ideia e vamos conversar com a equipe, mas veremos como poderá ser o formato42.

Ano passado o IEMA de Axixá participou de um desfi-le do dia 7 de setembro e esse ano queríamos fazer uma banda marcial, porém, devido alguns problemas, não con-seguimos participar. Queríamos fazer um desfile e quere-mos saber se tem a possibilidade de nós mesmos criarmos a banda ou fazermos um pelotão, tem ainda o desfile do dia 23 de setembro da cidade e os alunos estavam querendo participar demais. O tema do desfile esse ano será tecno-logia e inovação e queríamos saber qual a possibilidade?

Jhonatan Almada: Vocês têm um conjunto de programa-ção, precisam estudar muito e têm que participar de muitas coisas, algumas são novas quando vocês entram e a partir do 2º ano vocês já entendem e sabem naturalmente como acontece. Então, a participação do desfile do dia 7 de setem-bro é voluntária e de acordo com a organização da Unidade, isso é algo que está dentro da esfera da organização de uma Unidade, sobre planos nós já temos um edital específico para financiar isso que é o Consciência Cultural, Bacabeira ganhou ano passado. Então é necessário ter um professor e fazer gestão com os alunos para poder captar o recurso, esse ano quem ganhou o edital de Consciência Cultural foi o Itaqui-Bacanga. O acesso a esse recurso permite comprar todos os equipamentos necessários para que o projeto de vocês, seja uma banda, uma orquestra, fanfarra ou um pe-

42 O IEMA aceitou a ideia dos jovens protagonistas e criamos a categoria “Melhor progressão acadêmica”, reconhecendo o esforço de aprendizado daqueles que começaram com notas ruins e foram melhorando ao longo do ano.

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lotão, vocês precisam se organizar esse ano para sair em 2019 e assim vocês deixarão um legado para os outros cole-gas que virão.

Sobre os Clubes de alunos sabemos que assim como os lí-deres de turma os clubes também representam os alunos, sendo que tem encontro de líder de turma e o que gostarí-amos de saber porque o IEMA não faz encontro de líderes de clube? Porque para nós é muito importante e acaba que não acontece e isso reflete como se não fossemos impor-tantes, e alguns alunos pensam que o tratamento é desi-gual. Jhonatan Almada: É uma ideia assim como da colega que falou anteriormente, vamos refletir sobre. Não tínhamos pensado em se ter um nesse modelo, talvez um fórum nes-se modelo, podendo ser um momento dentro do IEMA Café e ter esse fórum só para os clubes43.

Sabemos que o IEMA ainda é novo, e mesmo tendo um modelo parecido com o IFMA, o IEMA consegue se desta-car porque tem seu próprio engajamento, tem sua marca na história. E sabendo que o IEMA pertence ao Governo do Estado, é possível que após as eleições caso o Governa-dor não seja reeleito o IEMA findar? Jhonatan Almada: O IEMA se espelhou no IFMA e somos diferentes, porque o Instituto Federal não funciona como educação integral, ele possui modelo integrado de ensino médio com educação profissional. Mas é totalmente dife-

43 Durante o II Encontro Acadêmico reconheceu-se os 5 (cinco) melhores clu-bes juvenis de cada Unidade Plena, o fizemos a partir da ideia dos jovens protagonis-tas.

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rente do modelo de educação integral, que é esse engaja-mento que você chamou, chamamos de modelo pedagógico. Esse conteúdo nos faz singulares e não tem no Maranhão instituições similares ao IEMA trabalhando educação pro-fissional, científica e tecnológica na perspectiva da educa-ção integral. Fomos criados por lei, então existe uma lei que foi aprovada e criou o IEMA, tendo várias outras legislações que vão aperfeiçoando esse marco principal. Os programas do IEMA como intercâmbio que foi mencionado, o IEMA no Mundo, são criados por resolução, então programas, projetos e iniciativas têm uma forma jurídica, são institu-cionalizadas e isso quer dizer que o governante que queira extinguir ou acabar, teria que passar pela Assembleia Le-gislativa e negociar lá um projeto de lei e tendo que dizer publicamente que vai extinguir a instituição, teria que ir publicamente. O IEMA ano que vem vai subir para 6 mil alunos, então vai ser totalmente necessário comunicar aos alunos e familiares que uma instituição educacional que vem projetando o nome do Maranhão para o Brasil e para o mundo será extinta. Então politicamente é muito difícil que essa realidade que você colocou tenha alguma chance de acontecer, acredito que o governador será reeleito e o proje-to vai continuar, a meta é chegar a 100 (cem) e vamos levar a mesma oportunidade que hoje vocês têm para jovens de outros municípios do Maranhão. Essa é a meta e sobre a garantia todos somos essa garantia, pois, nenhum gover-nante pode extinguir algo que está dando certo ou que deu certo, claro que há uma insegurança devido ao momento eleitoral, mas faz parte. Não acredito nessa possibilidade de extinção do IEMA, vamos continuar e alcançar esse sonho maior que todos os alunos do IEMA fazem parte.

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rente do modelo de educação integral, que é esse engaja-mento que você chamou, chamamos de modelo pedagógico. Esse conteúdo nos faz singulares e não tem no Maranhão instituições similares ao IEMA trabalhando educação pro-fissional, científica e tecnológica na perspectiva da educa-ção integral. Fomos criados por lei, então existe uma lei que foi aprovada e criou o IEMA, tendo várias outras legislações que vão aperfeiçoando esse marco principal. Os programas do IEMA como intercâmbio que foi mencionado, o IEMA no Mundo, são criados por resolução, então programas, projetos e iniciativas têm uma forma jurídica, são institu-cionalizadas e isso quer dizer que o governante que queira extinguir ou acabar, teria que passar pela Assembleia Le-gislativa e negociar lá um projeto de lei e tendo que dizer publicamente que vai extinguir a instituição, teria que ir publicamente. O IEMA ano que vem vai subir para 6 mil alunos, então vai ser totalmente necessário comunicar aos alunos e familiares que uma instituição educacional que vem projetando o nome do Maranhão para o Brasil e para o mundo será extinta. Então politicamente é muito difícil que essa realidade que você colocou tenha alguma chance de acontecer, acredito que o governador será reeleito e o proje-to vai continuar, a meta é chegar a 100 (cem) e vamos levar a mesma oportunidade que hoje vocês têm para jovens de outros municípios do Maranhão. Essa é a meta e sobre a garantia todos somos essa garantia, pois, nenhum gover-nante pode extinguir algo que está dando certo ou que deu certo, claro que há uma insegurança devido ao momento eleitoral, mas faz parte. Não acredito nessa possibilidade de extinção do IEMA, vamos continuar e alcançar esse sonho maior que todos os alunos do IEMA fazem parte.

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Eu acho que todo mundo sabe a situação crítica que nos-so país está enfrentando em questão de corrupção e lava-gem com a participação de políticos que já passaram pela gestão do nosso país. Gostaria de saber qual a sua opinião em relação aos candidatos à Presidência da República e se você acredita que algum deles podem fazer diferença no nosso Brasil?

Jhonatan Almada: Vamos começar pela letra A de Alckmin filiado ao PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), o candidato é um dos mais experientes, porque já gover-nou várias vezes, saiu recentemente do mandato, tem um trabalho interessante no estado de São Paulo. Não resolveu todos os problemas, lá ainda tem problemas de segurança, então o Geraldo Alckmin é um quadro que tem experiência e um trabalho. Porém, o plano de governo que ele defende e o partido dele já foi experimentado no Brasil nos anos 90, esse plano é baseado na ideia de que menos estado é mais eficiente, menos estado é mais desenvolvimento, se aplicar isso no nosso caso isso quer dizer que menos IEMA é bom porque o IEMA é do estado e isso quer dizer que a iniciati-va privada resolve todos os problemas com muita eficiência. E quem foi o responsável pelo desastre de Mariana? Foi a iniciativa privada onde terceirizavam empresas. Quem foi responsável pelo incêndio no Museu da Língua Portugue-sa? Quem geria aquele prédio? Iniciativa privada, Fundação Roberto Marinho ligada a Rede Globo. Então esse conjunto de ideias que estão atrás desse perfil específico me parece que já foram experimentadas e não deram certo. Elas apli-cadas para agora, para nosso contexto de crise econômica e de dificuldades institucionais não me parecem adequadas.

O candidato Ciro Gomes filiado ao PDT (Partido Demo-crático Trabalhista), é um grande quadro e muito preparado, já teve experiência como governador, prefeito, ministro e

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tem uma grande experiência acumulada. Essa educação do Ceará hoje que é uma das melhores do Brasil e ela não é só a melhor educação no governo estadual, eles conseguiram desenvolver uma tecnologia social em que a educação é boa no governo estadual e boa para os municípios sendo algo muito difícil de fazer. A proposta dele revisa algumas refor-mas que foram feitas nesses últimos quatro anos, reformas essas que tiraram direitos ou diminuíram direitos, ou esta-beleceram restrições à expansão de direitos, então o plano dele contempla isso: revisar essas reformas que não foram adequadas ou não beneficiam uma boa parte da população brasileira. E um outro ponto importante que é a prioridade que ele dá no seu plano na área de ciência e tecnologia que é justamente a ideia de levar um modelo similar ao IEMA para as maiorias das cidades do Brasil.

Candidato Bolsonaro filiado ao PSL (Partido Social Li-beral), me parece que ele tem muito meme e pouca propos-ta, pouco conteúdo, ele tem zero em experiência de gestão, sempre foi deputado, defende algumas ideias que são ex-tremamente pouco defensáveis, por exemplo, que não exis-tiu ditadura militar no Brasil e isso é um absurdo. Vai no YouTube e assista os depoimentos das mulheres que foram estupradas e violentadas na ditadura militar, a exemplo da própria presidente Dilma ou peguem o relatório da Comis-são Nacional da Verdade que é público, está no site e tem vídeos, fotos e relatórios, leiam esse documento. A segunda ideia que me parece complicada que é militarizar a educa-ção, a escola militar tem um desempenho melhor do que outras escolas porque primeiro tem um processo seletivo, então exclui quem não passa na prova e é óbvio que quem passou na prova já entra melhor e assim terá um desempe-nho melhor, também a militarização é problemática porque indica a ideia da ordem, disciplina e obediência, isso em con-

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tem uma grande experiência acumulada. Essa educação do Ceará hoje que é uma das melhores do Brasil e ela não é só a melhor educação no governo estadual, eles conseguiram desenvolver uma tecnologia social em que a educação é boa no governo estadual e boa para os municípios sendo algo muito difícil de fazer. A proposta dele revisa algumas refor-mas que foram feitas nesses últimos quatro anos, reformas essas que tiraram direitos ou diminuíram direitos, ou esta-beleceram restrições à expansão de direitos, então o plano dele contempla isso: revisar essas reformas que não foram adequadas ou não beneficiam uma boa parte da população brasileira. E um outro ponto importante que é a prioridade que ele dá no seu plano na área de ciência e tecnologia que é justamente a ideia de levar um modelo similar ao IEMA para as maiorias das cidades do Brasil.

Candidato Bolsonaro filiado ao PSL (Partido Social Li-beral), me parece que ele tem muito meme e pouca propos-ta, pouco conteúdo, ele tem zero em experiência de gestão, sempre foi deputado, defende algumas ideias que são ex-tremamente pouco defensáveis, por exemplo, que não exis-tiu ditadura militar no Brasil e isso é um absurdo. Vai no YouTube e assista os depoimentos das mulheres que foram estupradas e violentadas na ditadura militar, a exemplo da própria presidente Dilma ou peguem o relatório da Comis-são Nacional da Verdade que é público, está no site e tem vídeos, fotos e relatórios, leiam esse documento. A segunda ideia que me parece complicada que é militarizar a educa-ção, a escola militar tem um desempenho melhor do que outras escolas porque primeiro tem um processo seletivo, então exclui quem não passa na prova e é óbvio que quem passou na prova já entra melhor e assim terá um desempe-nho melhor, também a militarização é problemática porque indica a ideia da ordem, disciplina e obediência, isso em con-

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traste com a ideia de protagonismo, porque se formos pegar a ideia da ordem e obediência, quando eu chegasse aqui vocês teriam que levantar porque chegou uma autoridade e vocês teriam que bater continência para mim e os pro-fessores de vocês, fazer uma fila organizada, caso contrário iam receber punição. Eu citei duas ideias que me parecem complicadas. A terceira ideia é sobre o porte de arma, se ele realmente implicasse na redução da violência, os Estados Unidos deveria ser o país menos violento porque o porte de arma lá é liberado. E não é isso, podemos observar nos Estados Unidos vários casos em que jovens, porque o porte é liberado, vão com arma para escola e matam os colegas.

Sendo assim o porte de arma não vai resolver o problema, ele vai agravar o problema, temos conhecimento de que no nosso país tem muitos jovens que sofrem com problemas psicológicos e psíquicos, e o que a instituição escolar faz? Encaminha, acompanha e indica para as instituições res-ponsáveis. Se esse jovem tivesse arma?

Tem pesquisas que afirmam que nos Estados Unidos tem maior índice de crianças que pegam armas dos pais por-que ficam em lugares de fácil acesso.

Jhonatan Almada: Tem um vídeo circulando na internet onde uma criança de 9 anos mata o treinador acidentalmen-te, eles estavam treinando tiro com arma de grosso calibre e por acidente a criança atirou atingindo o treinador. Então, esse candidato tem essas restrições, não conheço propostas positivas que pudesse citar para vocês.

A Marina Silva é filiada a Rede Sustentabilidade, ela tem muitas similaridades com as propostas do Alckmin em al-guns aspectos as propostas que ela defende são próximas da atual, porque é um conjunto de ideias e uma ideologia

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de neoliberalismo que está ali na base. Marina vem de uma grande experiência na área do meio ambiente, tem uma história de vida belíssima, é uma lutadora na vida, uma ex-ceção entre as pessoas que trabalharam nos seringais da Amazônia porque muitos não passaram dos quarenta para contar história, então ela é uma exceção, é uma pessoa que representa muito a agenda ambiental, uma agenda estraté-gica para o século XXI. Mas me parece uma candidata um pouco monotemática para a diversidade de problemas do Brasil.

Henrique Meirelles é filiado ao MDB (Movimento Demo-crático Brasileiro), ele é um milionário, trabalhou no setor financeiro a vida toda e teve uma contribuição importante no governo Lula na área econômica. O Meirelles traz uma agenda que foi implementada nesses últimos três anos que é chamada de “Ponte para o Futuro”, vocês podem encon-trar na internet esse documento. No “Ponte para o Futuro” está as reformas que eu mencionei que subtraem os direi-tos, por exemplo: direitos trabalhistas, aposentadoria, o teto de gastos que vai durar durante vinte anos. Então o Meirel-les hoje representa essa agenda que não deu certo porque hoje vivemos ciclo de grande desemprego, o maior da nossa história e com perda de direitos.

João Amoêdo, filiado ao Novo, é um outro candidato milio-nário que até esse presente momento eu desconheço qual é sua agenda para o Brasil, ainda não consegui captar o que ele quer fazer.

Luiz Inácio Lula da Silva filiado ao Partido dos Trabalhado-res (PT), foi o melhor presidente da história do Brasil depois de Juscelino Kubitschek e Getúlio Vargas, ele teve um papel na nossa história, que é dele. Ele foi o melhor porque apro-veitou o crescimento da economia brasileira e investiu esse

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de neoliberalismo que está ali na base. Marina vem de uma grande experiência na área do meio ambiente, tem uma história de vida belíssima, é uma lutadora na vida, uma ex-ceção entre as pessoas que trabalharam nos seringais da Amazônia porque muitos não passaram dos quarenta para contar história, então ela é uma exceção, é uma pessoa que representa muito a agenda ambiental, uma agenda estraté-gica para o século XXI. Mas me parece uma candidata um pouco monotemática para a diversidade de problemas do Brasil.

Henrique Meirelles é filiado ao MDB (Movimento Demo-crático Brasileiro), ele é um milionário, trabalhou no setor financeiro a vida toda e teve uma contribuição importante no governo Lula na área econômica. O Meirelles traz uma agenda que foi implementada nesses últimos três anos que é chamada de “Ponte para o Futuro”, vocês podem encon-trar na internet esse documento. No “Ponte para o Futuro” está as reformas que eu mencionei que subtraem os direi-tos, por exemplo: direitos trabalhistas, aposentadoria, o teto de gastos que vai durar durante vinte anos. Então o Meirel-les hoje representa essa agenda que não deu certo porque hoje vivemos ciclo de grande desemprego, o maior da nossa história e com perda de direitos.

João Amoêdo, filiado ao Novo, é um outro candidato milio-nário que até esse presente momento eu desconheço qual é sua agenda para o Brasil, ainda não consegui captar o que ele quer fazer.

Luiz Inácio Lula da Silva filiado ao Partido dos Trabalhado-res (PT), foi o melhor presidente da história do Brasil depois de Juscelino Kubitschek e Getúlio Vargas, ele teve um papel na nossa história, que é dele. Ele foi o melhor porque apro-veitou o crescimento da economia brasileira e investiu esse

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dinheiro em educação, saúde e infraestrutura. O Museu Nacional passou seus melhores anos no Governo Lula, se olhar o orçamento do Museu Nacional ele vai decrescen-do do último ano do governo Lula para agora. O Lula não poderá ser candidato obviamente porque se enquadrou na Lei da Ficha Limpa, na minha visão não há um crime com-provado nessa condenação, eu não vi as provas materiais além dos depoimentos. Quem assume a candidatura é o Fernando Haddad que é filiado ao PT junto com a vice Ma-nuela D’Ávila filiada ao Partido Comunista do Brasil (PC-doB). Fernando Haddad é o homem responsável pelo me-lhor momento da educação brasileira nos últimos 15 anos quando ele foi Ministro da Educação, foi o momento que a universidade pública cresceu abrindo mais vagas, inclu-sive para que vocês possam disputar essas vagas, porque quando Lula assumiu nós tínhamos 3,8 milhões no máxi-mo de matriculados na educação superior, hoje chegamos a 8 milhões de matrículas. Foi o momento em que a rede de Institutos Federais teve a maior expansão desde que foi criada, chegaram a quase 600 campus. O melhor momen-to da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), CNPq (Conselho Nacional de Desenvol-vimento Científico e Tecnológico), Ciência e Tecnologia em termos de investimento e desse momento nasceu o satélite geoestacionário foi lançado, nasceu a Semana de Ciência e Tecnologia, também o submarino nuclear, o laboratório Si-rius. Então ele representa isso além de ter sido prefeito de São Paulo, me parece que as propostas dele são antenadas com o que desejamos e se aproxima em alguns pontos das ideias do Ciro, e são as duas candidaturas que têm mais pro-ximidade com aquilo que acredito e defenderia para o Brasil nesse momento.

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Continuando a fala sobre o Brasil e sobre a política, o que acho mais importante é a educação, porque eu sempre falo que um país que a educação é elevada tudo se encaixa e tudo errado tende a diminuir. Acredito na educação in-tegral que é o que o IEMA nos oferece e isso faz com os jovens passem a maior parte do tempo dentro da escola com segurança além de estarem se qualificando em vários aspectos, evitando o risco das ruas. Então acredito que o ponto principal seja a educação porque é a educação que vai ajudar diminuir todos os problemas que enfrentamos hoje e corrigir as falhas existentes. Você concorda que a educação traria essa solução e na sua concepção, qual os principais aspectos para mudar o Brasil?

Jhonatan Almada: Concordo com essa afirmação, acredito também que a educação seria um dos pontos mais impor-tantes na agenda do Brasil. Mas a educação e os outros as-pectos eles têm que estar vinculados a um projeto de de-senvolvimento. Esse projeto de desenvolvimento ele é um documento, é uma agenda onde você diz o que você quer para o Brasil daqui a 30 anos e o que queremos enquanto nação.

A resposta é de que queremos um país com zero analfabe-tismo, um país que não exista mortalidade infantil, um país que todos os jovens tenham oportunidade de fazer uma educação integral, queremos um país em que o desemprego chegue a zero ou próximo de zero, um país onde idosos e crianças sejam tratados como devem, com seus direitos ga-rantidos e com sua saúde garantida com a oportunidade e dignidade de gozar a velhice.

São um conjunto de aspectos que poderíamos fazer uma enorme lista deles de como nós gostaríamos que o Brasil fosse. Por que que a educação é o mais importante? Porque

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Continuando a fala sobre o Brasil e sobre a política, o que acho mais importante é a educação, porque eu sempre falo que um país que a educação é elevada tudo se encaixa e tudo errado tende a diminuir. Acredito na educação in-tegral que é o que o IEMA nos oferece e isso faz com os jovens passem a maior parte do tempo dentro da escola com segurança além de estarem se qualificando em vários aspectos, evitando o risco das ruas. Então acredito que o ponto principal seja a educação porque é a educação que vai ajudar diminuir todos os problemas que enfrentamos hoje e corrigir as falhas existentes. Você concorda que a educação traria essa solução e na sua concepção, qual os principais aspectos para mudar o Brasil?

Jhonatan Almada: Concordo com essa afirmação, acredito também que a educação seria um dos pontos mais impor-tantes na agenda do Brasil. Mas a educação e os outros as-pectos eles têm que estar vinculados a um projeto de de-senvolvimento. Esse projeto de desenvolvimento ele é um documento, é uma agenda onde você diz o que você quer para o Brasil daqui a 30 anos e o que queremos enquanto nação.

A resposta é de que queremos um país com zero analfabe-tismo, um país que não exista mortalidade infantil, um país que todos os jovens tenham oportunidade de fazer uma educação integral, queremos um país em que o desemprego chegue a zero ou próximo de zero, um país onde idosos e crianças sejam tratados como devem, com seus direitos ga-rantidos e com sua saúde garantida com a oportunidade e dignidade de gozar a velhice.

São um conjunto de aspectos que poderíamos fazer uma enorme lista deles de como nós gostaríamos que o Brasil fosse. Por que que a educação é o mais importante? Porque

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é o mais permanente. Por exemplo, a Coreia do Sul em torno dos anos 50 saiu de uma guerra com a Coreia do Norte que gerou essa divisão e que, ao mesmo tempo, houve o envol-vimento dos Estados Unidos, China e União Soviética. Um país arrasado economicamente e socialmente, eles decidi-ram criar um plano de desenvolvimento e esse plano co-meçava com investimento na educação básica, creches, pré--escolas, escolas técnicas e ensino médio. Depois de tantos anos eles passaram para o ponto seguinte, a educação supe-rior, investindo muito em abertura de novas universidades e de vagas. O terceiro momento onde a população estava qualificada começou-se a criar empresas e avançar mais na área tecnológica, por exemplo, empresas como a Samsung uma marca mundialmente conhecida e isso é fruto de uma decisão que foi tomada nos anos 50 a 60 e que foi seguindo ao longo do tempo, por isso são o que são hoje. Fizeram isso sem democracia, é um problema. A democracia é importan-te para que as pessoas possam se sentir participantes, então a democracia é indispensável para esse projeto de desen-volvimento que o Brasil precisa construir. Nós não temos ainda, porque esse projeto não pode ser só de um candidato, ele tem que ser suprapartidário e os próximos presidentes do Brasil sigam isso, sem interromper ou retirar o recurso.

Sobre o avanço do IEMA em relação ao crescimento de Unidades levando de 13 Unidades para 100, queremos sa-ber se você enquanto Reitor do IEMA está preparado ou está se preparando para assumir esse desafio?

Jhonatan Almada: Não posso garantir que estarei à frente desse processo porque isso é uma decisão política do gover-nador, se ele entender que o time está bem e até aqui acres-centou bons resultados talvez continuemos. Temos uma equipe muito boa, que é fundamental, é estratégico para a

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chegada até aqui com esses resultados. Comando uma equi-pe e todos temos uma consciência e clareza de como fazer e como agir, continuo estudando e nunca deixei de estudar, estudo hoje com mais dificuldade por conta das demandas da gestão e esses problemas todos que vocês falaram aqui e que eu ouvi ao longo do dia no Fórum eles estão na minha mesa e a gente está sempre acompanhando e tentando en-caminhar, e quando que vamos entregar o prédio de Presi-dente Dutra, o prédio de Coroatá, quando vão terminar em Cururupu, quando vão fazer as quadras? Todas essas ques-tões estamos buscando soluções para resolvê-las. Também estou fazendo um curso internacional na área de política e gestão da educação, passei em uma seleção, estou fazendo esse curso que tem uma fase a distância e última fase é pre-sencial em Buenos Aires, sede da organização responsável que é o Instituto Internacional de Planejamento da Educa-ção (IIPE), vinculado à Unesco. Então, é a preparação mais importante que tenho feito nesse momento para contribuir com essa nova etapa de expansão do IEMA.

Já falaram sobre a candidatura da ex governadora Rose-ana Sarney e sabemos que não tem um aval favorável na educação. Acompanhando e analisando as propostas do atual governo do Maranhão e do ex-governo, caso o “ex--governo” ganhe as eleições há uma hipótese de ser entre-gue o IEMA para o Governo Federal, já que o estado não teria mais condições de manter o IEMA. Nós queríamos saber de você se isso é possível?

Jhonatan Almada: Primeiro não acredito que poderá acon-tecer isso, segundo o Governo Federal não tem condições de assumir mesmo se quisesse fazer uma federalização, que é transferir as unidades para o Governo Federal, não tem

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chegada até aqui com esses resultados. Comando uma equi-pe e todos temos uma consciência e clareza de como fazer e como agir, continuo estudando e nunca deixei de estudar, estudo hoje com mais dificuldade por conta das demandas da gestão e esses problemas todos que vocês falaram aqui e que eu ouvi ao longo do dia no Fórum eles estão na minha mesa e a gente está sempre acompanhando e tentando en-caminhar, e quando que vamos entregar o prédio de Presi-dente Dutra, o prédio de Coroatá, quando vão terminar em Cururupu, quando vão fazer as quadras? Todas essas ques-tões estamos buscando soluções para resolvê-las. Também estou fazendo um curso internacional na área de política e gestão da educação, passei em uma seleção, estou fazendo esse curso que tem uma fase a distância e última fase é pre-sencial em Buenos Aires, sede da organização responsável que é o Instituto Internacional de Planejamento da Educa-ção (IIPE), vinculado à Unesco. Então, é a preparação mais importante que tenho feito nesse momento para contribuir com essa nova etapa de expansão do IEMA.

Já falaram sobre a candidatura da ex governadora Rose-ana Sarney e sabemos que não tem um aval favorável na educação. Acompanhando e analisando as propostas do atual governo do Maranhão e do ex-governo, caso o “ex--governo” ganhe as eleições há uma hipótese de ser entre-gue o IEMA para o Governo Federal, já que o estado não teria mais condições de manter o IEMA. Nós queríamos saber de você se isso é possível?

Jhonatan Almada: Primeiro não acredito que poderá acon-tecer isso, segundo o Governo Federal não tem condições de assumir mesmo se quisesse fazer uma federalização, que é transferir as unidades para o Governo Federal, não tem

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recurso disponível para manter o que já existe de responsa-bilidade federal. O Instituto Federal do Maranhão (IFMA), em 2017 custou 554 milhões, eles têm 32 pontos de presen-ça, nós IEMA, somos 27 unidades e custamos 110 milhões, infinitamente menos caros no modelo em que criamos e te-mos nossa qualidade, alcançamos mais resultados e falamos sem querer diminuir nada, nem ninguém. Então, é uma fala que objetiva duas coisas que esse grupo sempre fez: a primeira é a disseminação do medo, a exemplo de “amanhã vai acabar o dinheiro”, “amanhã vai acontecer um cataclis-mo”, “amanhã vai sair um novo escândalo”, “o amanhã não vai acontecer”, “amanhã não vai amanhecer”, “amanhã não vai ter sol”, eles sempre usaram essa disseminação do medo e a segunda que eles sempre utilizaram como método, foi o desrespeito com as instituições, sem respeitar nenhuma instituição nem a Polícia Federal, Ministério Público, IEMA, IFMA e a Universidade, o desrespeito acontece quando você faz uma afirmação leviana sem considerar e sem co-nhecer. Eles não conhecem e nem consideram quem somos nós, como nós somos, o que foi feito, quanto nós gastamos e o que temos por investir então temos 250 milhões de in-vestimentos em andamento, desse montante só abrimos a Unidade de Matões, temos recurso em caixa para executar vinte novas Unidades do IEMA e virão Balsas, Colinas, Ca-rutapera, São Domingos, Santa Helena, São Vicente Ferrer, Tutóia entre várias outras Unidades e o nosso custeio não é alto porque nós temos os profissionais indispensáveis para garantir nosso funcionamento, sem inventar despesas que não fazem sentido, justamente para garantir nossa susten-tabilidade.

Gostaria que você analisasse às duas seguintes frases do candidato Bolsonaro: “Aos poucos, a população vai enten-

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dendo que é melhor menos direitos e mais emprego do que todos os direitos e desemprego” e “Bandido bom é bandido morto”.

Jhonatan Almada: Mais direitos e menos empregos não faz sentido porque países como Suécia, Finlândia, Dinamarca, Noruega tem mais direitos e mais empregos porque eles têm um estado de bem-estar social e não há contradição em ter mais direitos e mais empregos. Se fomos recordar um pouco no tempo vamos ver em um momento da história que as mulheres não podiam votar, os trabalhadores não tinham o direito de férias, décimo terceiro, licença saúde e nem licença maternidade, mais um pouco atrás não tinha aposentadoria, você tinha que trabalhar jornadas de 15 a 17 horas porque não havia a garantia da jornada de 8 horas diárias ou 40 horas semanais.

Não existia também a distinção entre o trabalhador adul-to e o trabalhador infantil, era comum encontrar dentro das fábricas crianças trabalhando e correndo riscos de so-frer acidentes, ficavam inválidos, não existia indenização por acidente de trabalho. Esses países que citei possuem a melhor educação pública, os melhores sistemas de saú-de, cobram imposto sobre fortunas e é algo que no Brasil não acontece. Vejamos os americanos vocês devem lembrar que um milionário, um bilionário resolve doar sua fortuna ou parte dela para uma biblioteca, um hospital, uma uni-versidade e eles fazem isso porque o imposto sobre fortuna nos Estados Unidos é enorme e eles podem escolher entre pagar o imposto ou fazer essas doações, preferem fazer as doações, isso é raríssimo no Brasil. Temos uma instituição criada há dois anos que é o Instituto Serrapilheira, a pri-meira instituição de financiamento privado de pesquisas, criada pela família Moreira Sales, investiram 350 milhões dessa fortuna voluntariamente e criaram a instituição de

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dendo que é melhor menos direitos e mais emprego do que todos os direitos e desemprego” e “Bandido bom é bandido morto”.

Jhonatan Almada: Mais direitos e menos empregos não faz sentido porque países como Suécia, Finlândia, Dinamarca, Noruega tem mais direitos e mais empregos porque eles têm um estado de bem-estar social e não há contradição em ter mais direitos e mais empregos. Se fomos recordar um pouco no tempo vamos ver em um momento da história que as mulheres não podiam votar, os trabalhadores não tinham o direito de férias, décimo terceiro, licença saúde e nem licença maternidade, mais um pouco atrás não tinha aposentadoria, você tinha que trabalhar jornadas de 15 a 17 horas porque não havia a garantia da jornada de 8 horas diárias ou 40 horas semanais.

Não existia também a distinção entre o trabalhador adul-to e o trabalhador infantil, era comum encontrar dentro das fábricas crianças trabalhando e correndo riscos de so-frer acidentes, ficavam inválidos, não existia indenização por acidente de trabalho. Esses países que citei possuem a melhor educação pública, os melhores sistemas de saú-de, cobram imposto sobre fortunas e é algo que no Brasil não acontece. Vejamos os americanos vocês devem lembrar que um milionário, um bilionário resolve doar sua fortuna ou parte dela para uma biblioteca, um hospital, uma uni-versidade e eles fazem isso porque o imposto sobre fortuna nos Estados Unidos é enorme e eles podem escolher entre pagar o imposto ou fazer essas doações, preferem fazer as doações, isso é raríssimo no Brasil. Temos uma instituição criada há dois anos que é o Instituto Serrapilheira, a pri-meira instituição de financiamento privado de pesquisas, criada pela família Moreira Sales, investiram 350 milhões dessa fortuna voluntariamente e criaram a instituição de

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financiamento de pesquisas, o IEMA apresentou o projeto dos clubinhos de robótica nas redes municipais e quem sabe eles podem financiar. Então não há uma competição entre ter menos direitos e mais emprego.

“Bandido bom é bandido morto”, o ser humano evoluiu (em tese) ao longo desses anos depois que passamos pela Segun-da Guerra Mundial e muita gente morreu no mundo todo, irmãos lutaram um contra o outro na guerra e isso foi trau-mático, muitas vidas se perderam. A humanidade depois dessa guerra resolveu criar a Organização das Nações Uni-das (ONU), a ONU estabeleceu uma declaração de direitos humanos que são básicos, todos os países reconhecem como básicos para que nos identifiquemos como seres humanos, todos somos um, vivemos em um planeta que é um entre milhões de mundos nesse universo gigante que nem nós conhecemos ainda. Essa Declaração Universal dos Direitos Humanos reconhece que somos todos iguais perante a lei e que não pode haver distinção e discriminação por cor, raça, que não pode haver a pena de morte porque todos temos direito a vida.

A pena de morte resolve o problema da violência? Se ela resolvesse a China não tinha violência, Estados Unidos não era violento porque também tem pena de morte. E quem é que estava nas prisões para enfrentar a pena de morte? Se você pegar os estudos ligados à violência e segurança pú-blica vai identificar que a maioria é negro, pobre, não teve oportunidade, não teve direitos garantidos, não teve em-prego, claro que existem pessoas provavelmente sem jeito, mas isso é o ínfimo. Então se você quer acreditar que é pos-sível convivermos como seres humanos, você jamais pode defender que eu tenho direito de tirar uma vida e nós não temos esse direito de tirar a vida de ninguém por isso foi criada a instituição do devido processo legal onde você tem

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direito de se defender, se alguém te acusar esse alguém vai ter que provar, você vai ser punido por aquilo e o objetivo da punição não é ficar para sempre preso é que você repen-se seu erro e que você saia de lá e não cometa mais crime e é esse o sentido, ninguém deve ser colocado em prisão como uma solução definitiva do problema da violência.

Visitei recentemente o presídio de Pedrinhas e quatro anos atrás o que se encontrava no chão do presídio eram cabe-ças degoladas, os presos em salas apertadas. Pedrinhas hoje está recebendo a educação profissional, o IEMA oferece cursos, eles estão fazendo bloquetes de cimento para ruas e calçadas, fazem pão, vassoura, bola e tem a oportunidade de alfabetização, com remissão pela leitura. Então não po-demos acreditar nisso de que o outro ser humano é incapaz de mudar.

Se pudesse aplicar cidadania e a Constituição na educação dos estudantes acredito na possibilidade de entregar cida-dãos mais preparados para a vida, conscientizando todos sobre seus direitos e deveres para uma boa convivência. Qual sua visão sobre isso?

Jhonatan Almada: A cidadania é um elemento do nosso mo-delo, aciona o protagonismo, vocês estão discutindo aqui ao longo desses dias ações de protagonismo que aconteceram dentro da escola, mas vocês observam que algumas dessas ações podem extrapolar a escola, por exemplo o caso de Axi-xá com o tema do lixão, então a cidadania ela está no nosso modelo. Outro aspecto é que vocês sejam protagonistas e sujeitos solidários. Essa dimensão da solidariedade dialoga com a cidadania, a preocupação com o outro e a compre-ensão de estamos juntos e interdependentes neste mundo, cidadania faz parte do nosso modelo ela está no protagonis-

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direito de se defender, se alguém te acusar esse alguém vai ter que provar, você vai ser punido por aquilo e o objetivo da punição não é ficar para sempre preso é que você repen-se seu erro e que você saia de lá e não cometa mais crime e é esse o sentido, ninguém deve ser colocado em prisão como uma solução definitiva do problema da violência.

Visitei recentemente o presídio de Pedrinhas e quatro anos atrás o que se encontrava no chão do presídio eram cabe-ças degoladas, os presos em salas apertadas. Pedrinhas hoje está recebendo a educação profissional, o IEMA oferece cursos, eles estão fazendo bloquetes de cimento para ruas e calçadas, fazem pão, vassoura, bola e tem a oportunidade de alfabetização, com remissão pela leitura. Então não po-demos acreditar nisso de que o outro ser humano é incapaz de mudar.

Se pudesse aplicar cidadania e a Constituição na educação dos estudantes acredito na possibilidade de entregar cida-dãos mais preparados para a vida, conscientizando todos sobre seus direitos e deveres para uma boa convivência. Qual sua visão sobre isso?

Jhonatan Almada: A cidadania é um elemento do nosso mo-delo, aciona o protagonismo, vocês estão discutindo aqui ao longo desses dias ações de protagonismo que aconteceram dentro da escola, mas vocês observam que algumas dessas ações podem extrapolar a escola, por exemplo o caso de Axi-xá com o tema do lixão, então a cidadania ela está no nosso modelo. Outro aspecto é que vocês sejam protagonistas e sujeitos solidários. Essa dimensão da solidariedade dialoga com a cidadania, a preocupação com o outro e a compre-ensão de estamos juntos e interdependentes neste mundo, cidadania faz parte do nosso modelo ela está no protagonis-

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mo. Vocês apresentaram problemas que ultrapassam nos-sos muros, como o caso do presídio que discutimos antes ou a questão de decidir em quem votar nas eleições. Então a cidadania está no nosso modelo e é importantíssima, a minha impressão é que daqui a um tempo vocês serão ci-dadãos diferentes, cidadãos mais empoderados, mais cien-tes, com a capacidade e o poder de impacto na sociedade. Quando estimulamos vocês a participar de um prêmio, de um concurso como esse vocês vão fazer uma reflexão sobre o tema da cidadania na instituição, você está se importando com o tema para além do currículo, do teu currículo e do seu cotidiano de estudo. O Prêmio Samsung Respostas para o Amanhã reconhece a contribuição da unidade no entorno escolar, na comunidade da escola. Você contribui para sua comunidade, no bairro em que a escola está, da rua ou da cidade, pode ser mais amplo ou o estado. E daí vocês vão expandindo, sem ter limites, o limite é ter a consciência de se preparar para enfrentar o problema que escolheram en-frentar, assim vocês têm que buscar e estudar.

A Constituição Brasileira está lá em seus artigos nos capí-tulos de direitos e deveres e o mais importante é o direito à educação, antes não existia obrigatoriedade de a educação chegar até a idade de vocês, a oferta obrigatória estatal ia até o ensino fundamental. Então isso recentemente foi mo-dificado, foi alterado dizendo que o Estado tem que garantir a educação do infantil ao nível médio gratuitamente. Então estamos aqui enquanto IEMA porque tem uma determina-ção que diz que esse nível de ensino tem que ser gratuito. O primeiro país que modificou sua Constituição incluindo que o ensino médio fosse obrigatório foi a Venezuela, depois todos os países da América do Sul, isso na ciência política chamamos de difusão de política pública. Esses dois aspec-tos estão no nosso modelo, são inerentes e transversais.

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PONTOS DE VISTA: ENTREVISTAS COM PROFISSIONAIS DO IEMA E CONVIDADOS

Após o Encontro de Líderes 2018, realizado nos dias 15 e 16 de junho, que contou com a presença atuan-te dos líderes de turma de sete UP e convidados es-

pecialistas no tema, o Núcleo Estratégico - com o objetivo de consolidar o protagonismo juvenil como temática transver-sal e como política pedagógica estruturante do IEMA - viu--se na necessidade de realizar entrevistas com profissionais do Instituto e convidados para elucidar contextos e discus-sões acerca do protagonismo juvenil enquanto ferramenta transformadora da sociedade.

As entrevistas feitas com o Reitor do IEMA, Jhona-tan Almada; o Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão do IEMA, Elinaldo Soares; os Consultores do Núcleo Estraté-gico do IEMA, Raimundo Palhano e João Batista Ericei-ra; a professora de Psicologia da Universidade Católica de Santos e especialista no tema Protagonismo Juvenil, Dra. Maria Izabel Calil Stamato; o escritor e sociólogo especia-lista na formação social do Maranhão, José Rossini Cam-pos de Couto Corrêa; e o professor de Sociologia do IEMA - UP - Bacabeira, Alex Reis Barroso, foram realizadas via e-mail. Cada entrevistado respondeu questões específicas à sua área de atuação, apresentando, respectivamente, visões

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PONTOS DE VISTA: ENTREVISTAS COM PROFISSIONAIS DO IEMA E CONVIDADOS

Após o Encontro de Líderes 2018, realizado nos dias 15 e 16 de junho, que contou com a presença atuan-te dos líderes de turma de sete UP e convidados es-

pecialistas no tema, o Núcleo Estratégico - com o objetivo de consolidar o protagonismo juvenil como temática transver-sal e como política pedagógica estruturante do IEMA - viu--se na necessidade de realizar entrevistas com profissionais do Instituto e convidados para elucidar contextos e discus-sões acerca do protagonismo juvenil enquanto ferramenta transformadora da sociedade.

As entrevistas feitas com o Reitor do IEMA, Jhona-tan Almada; o Diretor de Ensino, Pesquisa e Extensão do IEMA, Elinaldo Soares; os Consultores do Núcleo Estraté-gico do IEMA, Raimundo Palhano e João Batista Ericei-ra; a professora de Psicologia da Universidade Católica de Santos e especialista no tema Protagonismo Juvenil, Dra. Maria Izabel Calil Stamato; o escritor e sociólogo especia-lista na formação social do Maranhão, José Rossini Cam-pos de Couto Corrêa; e o professor de Sociologia do IEMA - UP - Bacabeira, Alex Reis Barroso, foram realizadas via e-mail. Cada entrevistado respondeu questões específicas à sua área de atuação, apresentando, respectivamente, visões

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sobre formas de empreender o protagonismo e seus impac-tos na vida dos estudantes e na sociedade. Ao final, pode-se visualizar uma rede de interdependência pela qual o Pro-tagonismo Juvenil promovido pelo IEMA atua e se propõe atuar. A seguir, breve apresentação das personalidades en-trevistadas e sua palavras na íntegra.

“As práticas e vivências em protagonismo que são um processo pedagógico no qual o jovem é estimulado a atuar

criativa, construtiva e solidariamente na solução de problemas reais na Unidade”

ELINALDO SOARES SILVA

Graduado em Letras pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e mestre em linguística pela Universi-dade Federal do Ceará (UFC), Elinaldo Silva é o atual Dire-tor de Ensino, Pesquisa e Extensão do IEMA e esteve pre-sente no Encontro de Líderes 2018 : Protagonismo Juvenil em Rede, por isso a importância de suas colocações nesta presente entrevista.

Elinaldo inicia relatando que um dos maiores motivos de desistência do jovem ao estudo é a baixa estima causada pela falta de interesse com os assuntos meramente acade-micistas muitas vezes apresentados pela maioria das esco-las, principalmente as de rede pública. Por isso é de funda-mental importância que a escola busque formas de chamar atenção do aluno, mostrando que aqueles conhecimentos ali obtidos são válidos para o seu Projeto de Vida, perce-bendo-se a necessidade de abordar várias temáticas dentro e fora da sala de aula e o IEMA usa o protagonismo juvenil como uma das formas de manter viva a chama do apren-

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dizado no aluno. “O protagonismo Juvenil além de ser um dos princípios do Modelo Pedagógico e de Gestão é também uma das Metodologias de Êxito, que na escola se materializa por meio de um conjunto de práticas e vivências em ações protagonistas genuínas dotadas da capacidade de iniciativa (ação), liberdade (opção) e compromisso (responsabilidade)” afirma.

Em continuidade a entrevista, ele apresenta as formas práticas e reais em que os estudantes do IEMA atuam como protagonistas, como por exemplo, os Clubes Estudantis, nos quais os estudantes exercitam suas habilidades de forma a ajudar os que têm ou se interessam pela mesma habilidade, outra forma apresentada por ele é a participação dos alunos em determinadas etapas da reunião do Conselho que in-forma sobre os problemas da instituição e abre espaço para que os estudantes proponham soluções, bem como apresen-tar suas próprias queixas. Além disso também é incentiva-do no IEMA a escolha democrática dos líderes de turma.

Encerrando, Elinaldo afirma com sua ampla percep-ção, que Protagonismo juvenil “é Princípio que estabelece o jovem como ator principal em ações que dizem respeito a problemas concernentes ao bem comum, na unidade e na sociedade de modo geral percebendo-se como parte da solu-ção e não como parte do problema, agindo com autonomia, solidariedade e competência”. Confira abaixo a entrevista na íntegra:

1. Por que o IEMA prioriza o protagonismo juvenil?

O grande desafio da Educação nos dias de hoje está nas juventudes principalmente no que se refere aos altos índices de abandono escolar devido à acentuada baixa au-toestima, declínio da expectativa em relação ao futuro e a

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dizado no aluno. “O protagonismo Juvenil além de ser um dos princípios do Modelo Pedagógico e de Gestão é também uma das Metodologias de Êxito, que na escola se materializa por meio de um conjunto de práticas e vivências em ações protagonistas genuínas dotadas da capacidade de iniciativa (ação), liberdade (opção) e compromisso (responsabilidade)” afirma.

Em continuidade a entrevista, ele apresenta as formas práticas e reais em que os estudantes do IEMA atuam como protagonistas, como por exemplo, os Clubes Estudantis, nos quais os estudantes exercitam suas habilidades de forma a ajudar os que têm ou se interessam pela mesma habilidade, outra forma apresentada por ele é a participação dos alunos em determinadas etapas da reunião do Conselho que in-forma sobre os problemas da instituição e abre espaço para que os estudantes proponham soluções, bem como apresen-tar suas próprias queixas. Além disso também é incentiva-do no IEMA a escolha democrática dos líderes de turma.

Encerrando, Elinaldo afirma com sua ampla percep-ção, que Protagonismo juvenil “é Princípio que estabelece o jovem como ator principal em ações que dizem respeito a problemas concernentes ao bem comum, na unidade e na sociedade de modo geral percebendo-se como parte da solu-ção e não como parte do problema, agindo com autonomia, solidariedade e competência”. Confira abaixo a entrevista na íntegra:

1. Por que o IEMA prioriza o protagonismo juvenil?

O grande desafio da Educação nos dias de hoje está nas juventudes principalmente no que se refere aos altos índices de abandono escolar devido à acentuada baixa au-toestima, declínio da expectativa em relação ao futuro e a

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inexistência de autonomia na capacidade de tomar decisões e fazer escolhas adequadas sobre sua própria vida.

Para que esse jovem permaneça estudando de forma efetiva é preciso que a Escola tenha sentido e significado e que ele perceba esse espaço dotado de oportunidades para o desenvolvimento do seu Projeto de Vida, baseado na incor-poração de valores.

Se quisermos transmitir valores às novas gerações, não devemos nos limitar à dimensão de uma formação aca-dêmica, mas devemos ir além, pois estamos mergulhados numa sociedade globalizada marcada pelo dinamismo de mercado, onde o que prevalece são pessoas muito autôno-mas, porém, pouco solidárias.

O Modelo Pedagógico e de Gestão do IEMA alinha-do a essas questões, define três eixos, por meio dos quais, a prática pedagógica se realiza (Formação Acadêmica de Ex-celência, Formação para a Vida e Formação de Competên-cias para o Século XXI), fundamentada em princípios como a Pedagogia da Presença, a Educação Interdimensional, o Protagonismo e os quatro Pilares da Educação.

O protagonismo juvenil além de ser um dos princípios do Modelo Pedagógico e de Gestão é também uma das Me-todologias de Êxito, que na escola se materializa por meio de um conjunto de práticas e vivências em Ações Protago-nistas genuínas dotadas da capacidade de iniciativa (ação), liberdade (opção) e compromisso (responsabilidade).

2. Como o IEMA estrutura a temática em seus projetos peda-gógicos?

As práticas e vivências em protagonismo que são um processo pedagógico no qual o jovem é estimulado a atuar

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criativa, construtiva e solidariamente na solução de proble-mas reais na Unidade, na comunidade e na vida social, de-pendem do engajamento dos estudantes com propostas de soluções para problemas identificados na Escola ou ações impactantes na comunidade com o apoio genuíno dos edu-cadores naquilo que precisarem.

Essas práticas se estruturam, a partir de organizações como os Clubes de Protagonismo, Conselhos de Líderes, Grêmio Estudantil, e por meio de ações de mobilizações dos estudantes em torno de situações específicas do cotidiano escolar e devem assegurar uma participação autêntica dos estudantes desde a concepção, planejamento, execução, avaliação e apropriação dos resultados, contemplando sem-pre os princípios da educação inclusiva.

Os Conselhos de Líderes de Turma são exercidos pelos estudantes como práticas de Protagonismo. É nela que a li-derança Servidora surge como um aprendizado de atitudes e convivência, ajudando a construir valores e competências para a vida. A ação do Conselho de Líderes devido a vários fatores:

Estimula a autonomia dos estudantes em liderar a tur-ma;

É garantido um espaço democrático para a eleição dos líderes;

Participação dos estudantes nas decisões e soluções dos problemas da Escola,

São oportunizados encontros quinzenais para tratar de assuntos de interesse dos estudantes e da gestão.

Um exemplo de Protagonismo e do exercício da Lide-rança Servidora é a participação dos Líderes de Turma em determinadas fases da reunião do Conselho onde possibilita

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criativa, construtiva e solidariamente na solução de proble-mas reais na Unidade, na comunidade e na vida social, de-pendem do engajamento dos estudantes com propostas de soluções para problemas identificados na Escola ou ações impactantes na comunidade com o apoio genuíno dos edu-cadores naquilo que precisarem.

Essas práticas se estruturam, a partir de organizações como os Clubes de Protagonismo, Conselhos de Líderes, Grêmio Estudantil, e por meio de ações de mobilizações dos estudantes em torno de situações específicas do cotidiano escolar e devem assegurar uma participação autêntica dos estudantes desde a concepção, planejamento, execução, avaliação e apropriação dos resultados, contemplando sem-pre os princípios da educação inclusiva.

Os Conselhos de Líderes de Turma são exercidos pelos estudantes como práticas de Protagonismo. É nela que a li-derança Servidora surge como um aprendizado de atitudes e convivência, ajudando a construir valores e competências para a vida. A ação do Conselho de Líderes devido a vários fatores:

Estimula a autonomia dos estudantes em liderar a tur-ma;

É garantido um espaço democrático para a eleição dos líderes;

Participação dos estudantes nas decisões e soluções dos problemas da Escola,

São oportunizados encontros quinzenais para tratar de assuntos de interesse dos estudantes e da gestão.

Um exemplo de Protagonismo e do exercício da Lide-rança Servidora é a participação dos Líderes de Turma em determinadas fases da reunião do Conselho onde possibilita

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o seu comprometimento com a comunicação da autoavalia-ção realizada pela sua turma e a corresponsabilização pelos encaminhamentos pactuados, que deverão ser observados por todos os envolvidos a quem as ações se destinarem.

Esse é um legítimo exercício de Protagonismo, no qual os estudantes se colocam a serviço da melhoria dos resultados de aprendizagem de sua turma, confirmando sua atitude solidária em não ser indiferente e fazer parte da solução dos problemas identificados.

O Modelo Pedagógico do IEMA tem em suas Metodologias de Êxito os Clubes de Protagonismo que são espaços desti-nados aos estudantes para que eles colaborem com o suces-so da Escola.  É a formação do estudante Protagonista.

Funciona a partir das áreas de interesse dos estudantes e, a partir delas, seus integrantes desenvolvem atividades que proporcionam trocas de informações e de experiências, re-lacionadas ou não à vida escolar.

Nos Clubes, os estudantes desenvolvem e exercitam um conjunto de habilidades essenciais para a sua formação que irá contribuir de forma efetiva em sua vida pessoal, social e produtiva, devolvendo para a sociedade no final do Ensino Médio um jovem que pouco a pouco adquire capacidades, responsabilidades e amplia as suas possibilidades de atuar no mundo de maneira responsável, consciente, fraterna, justa, competente e solidária.

3. Como o IEMA compreende o protagonismo juvenil?

Protagonismo Juvenil é Princípio que estabelece o jovem como ator principal em ações que dizem respeito a problemas concernentes ao bem comum, na Unidade e na sociedade de modo geral percebendo-se como parte da solu-

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ção e não como parte do problema, agindo com autonomia, solidariedade e competência.

O Protagonismo Juvenil pode se efetivar por meio de Clubes de Protagonismo, Conselhos de Líderes, Grêmio Es-tudantil ou ainda por meio de mobilizações estudantis, que contribuíram de forma decisiva para estudantes autôno-mos, autênticos, colocando em atuação todos os estudantes.

O Protagonismo Juvenil no IEMA é compreendido como práticas educativas providas pela Escola, que por meio de oportunidades nas quais os jovens, apoiados ou não por seus educadores assumem o papel principal das ações que executam, ou seja, uma ação do jovem atuante socialmente, com poder de iniciativa, voltado para a solução de proble-mas reais com liberdade e responsabilidade.

São ações concretas e intencionais onde cabe a Esco-la propiciar oportunidades e espaços para essas atitudes e criar condições para os estudantes mobilizarem saberes para suas práticas, extraindo dessas práticas mais conhe-cimentos para a vida em sociedade e para sua qualificação profissional, tendo pleno desenvolvimento de suas poten-cialidades.

O desenvolvimento de ações protagonistas possibilita que o estudante tenha características de um jovem com perfil empreendedor, capacidade de liderança, atitude pro-ativa, responsabilidade, habilidade na resolução de proble-mas, entre outras.

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ção e não como parte do problema, agindo com autonomia, solidariedade e competência.

O Protagonismo Juvenil pode se efetivar por meio de Clubes de Protagonismo, Conselhos de Líderes, Grêmio Es-tudantil ou ainda por meio de mobilizações estudantis, que contribuíram de forma decisiva para estudantes autôno-mos, autênticos, colocando em atuação todos os estudantes.

O Protagonismo Juvenil no IEMA é compreendido como práticas educativas providas pela Escola, que por meio de oportunidades nas quais os jovens, apoiados ou não por seus educadores assumem o papel principal das ações que executam, ou seja, uma ação do jovem atuante socialmente, com poder de iniciativa, voltado para a solução de proble-mas reais com liberdade e responsabilidade.

São ações concretas e intencionais onde cabe a Esco-la propiciar oportunidades e espaços para essas atitudes e criar condições para os estudantes mobilizarem saberes para suas práticas, extraindo dessas práticas mais conhe-cimentos para a vida em sociedade e para sua qualificação profissional, tendo pleno desenvolvimento de suas poten-cialidades.

O desenvolvimento de ações protagonistas possibilita que o estudante tenha características de um jovem com perfil empreendedor, capacidade de liderança, atitude pro-ativa, responsabilidade, habilidade na resolução de proble-mas, entre outras.

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“Trata-se, afinal, da necessidade de retirar da margem e instaurar no centro jovens e gerações porvindouras,

reescrevendo destinos por meio da ampliação da acessibilidade social”

ROSSINI CORRÊA

Advogado, sociólogo, escritor e membro do Núcleo Es-tratégico do IEMA, José Rossini Campos de Couto Corrêa é um estudioso sobre a formação social, cultural e política do Maranhão. Nesta entrevista, apresenta um cenário his-tórico não muito entusiasmante aos jovens maranhenses, porém, bastante desafiador para estes e esta Instituição que se propõe mudar os caminhos dessa história.

Do Renascimento aos dias de hoje, o autor pontua que a visibilidade do problema juvenil cresceu na medida em que a urbanização expande. O processo de exclusão da ju-ventude do mundo de bens e de serviços ficou notório den-tro da assimetria das classes sociais e com estrita divisão entre as atividades do fazer e as atividades do saber.

Na opinião de Rossini Corrêa, qualquer discussão acerca do protagonismo juvenil só cumpre um sentido de mudança se tiver compromisso inclusivo e democrático. E o IEMA, na concepção do sociólogo, promove aquela das re-voluções a mais necessária, a da educação, “a única suficien-te para transformar o bicho em pessoa e a pessoa em gente, em ser humano verdadeiro”, capaz de “aprender a tratar gente como gente”, disse o escritor.

Para concluir, Rossini ressalta que o Programa Gera-ção XXI - implementado pelo IEMA com o objetivo de for-mar uma nova geração de maranhenses para os desafios

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do novo século - é um grande desafio, pois implica desde o crescimento físico, por meio da alimentação necessária, até a proficiência em disciplinas estruturantes, importan-tes para o entendimento de novas linguagens e do ser ci-dadão no mundo. O Programa, para Rossini, é necessário para “desprovincianizar desde cedo o espírito, permitindo ser mais para fazer melhor”. Confira a seguir a entrevista na íntegra:

1. Enquanto estudioso da formação social, política e cultural do Maranhão, como avalia a importância de debates e políticas pedagógicas em torno do Protagonismo Juvenil como um pro-cesso de intercessão na “cultural social maranhense”?

Considero que a questão etária e geracional é uma re-alidade presente e desafiante no tecido histórico de toda e qualquer formação social, da mais simples à mais complexa, da sociedade comunitária à sociedade societária, como le-cionava Ferdinand Tönnies.

Tomando-se os gregos como exemplo, em quaisquer dos cinco períodos civilizacionais - Pré-Homérico, do sécu-lo XX ao século XII a.C; Homérico, do século XII ao século VIII a.C; Arcaico, do século VIII ao século VI a.C; Clássico, do século V ao século IV a.C; Helenístico, do século IV ao sécu-lo I a.C – será possível a demarcação de uma problemática singular referente à juventude, do aprendizado da lavoura, da diligência nas caçadas, do desafio do mar, das atividades pedagógicas à atividade na arte da guerra.

Evidente que as civilizações que precederam os gregos, do que a egípcia é testemunho, lidaram com o desafio, regis-trando até mesmo a presença do mais do que jovem, quase imberbe Tutankamon, no centro do poder, normalmente entregue à gerontocracia, do que a magistratura longeva de

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do novo século - é um grande desafio, pois implica desde o crescimento físico, por meio da alimentação necessária, até a proficiência em disciplinas estruturantes, importan-tes para o entendimento de novas linguagens e do ser ci-dadão no mundo. O Programa, para Rossini, é necessário para “desprovincianizar desde cedo o espírito, permitindo ser mais para fazer melhor”. Confira a seguir a entrevista na íntegra:

1. Enquanto estudioso da formação social, política e cultural do Maranhão, como avalia a importância de debates e políticas pedagógicas em torno do Protagonismo Juvenil como um pro-cesso de intercessão na “cultural social maranhense”?

Considero que a questão etária e geracional é uma re-alidade presente e desafiante no tecido histórico de toda e qualquer formação social, da mais simples à mais complexa, da sociedade comunitária à sociedade societária, como le-cionava Ferdinand Tönnies.

Tomando-se os gregos como exemplo, em quaisquer dos cinco períodos civilizacionais - Pré-Homérico, do sécu-lo XX ao século XII a.C; Homérico, do século XII ao século VIII a.C; Arcaico, do século VIII ao século VI a.C; Clássico, do século V ao século IV a.C; Helenístico, do século IV ao sécu-lo I a.C – será possível a demarcação de uma problemática singular referente à juventude, do aprendizado da lavoura, da diligência nas caçadas, do desafio do mar, das atividades pedagógicas à atividade na arte da guerra.

Evidente que as civilizações que precederam os gregos, do que a egípcia é testemunho, lidaram com o desafio, regis-trando até mesmo a presença do mais do que jovem, quase imberbe Tutankamon, no centro do poder, normalmente entregue à gerontocracia, do que a magistratura longeva de

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Ramsés II foi o modelo mais acabado, com seus 66 anos ou mais de administração, de difícil, mas não impossível pa-ralelo, em quaisquer tempos históricos. Ramsés, o Grande, se notabilizou no Império Novo, por sua obra econômica e militar, administrativa e cultural, que não foi estranha, en-tretanto, à existência da juventude.

Nos tempos medievais, ultrapassada a civilização ro-mana, o problema da juventude foi catapultado nas guildas e nas corporações de ofício, nas quais os aprendizes foram submetidos à disciplina do fazer. Um ponto fora da curva, inclusive quanto à cultura monacal reinante, esteve junto aos Irmãos Pregadores, expressão do proletariado religioso, os quais fundaram uma ordem mística sem propriedade da terra, poder hierárquico, suntuosas catedrais, funda-ção de universidades, controle de seminários e possantes braços armados. Eram os hippies de Deus, mendicantes e ambulantes, quase crianças, todos adolescentes, que pere-grinavam pregando a fé, dançando, cantando e louvando, apresentando números teatrais e récitas de poemas. O livro daí resultante, Carmina Burana, é patrimônio da literatura universal.

Nos frequentes ciclos belicosos do medievo, em que disputavam a hegemonia entre si o Baronato da Terra, o Papado e a Realeza, entre Guardas Privadas, Guelfos e Gibelinos, as Cruzadas internas, na Europa e externas, no Oriente, derramaram sangue e confrontaram sonhos e contrassonhos, da libertação do Santo Sepulcro à resis-tência comandada por Saladino. Não há como ser olvidada a guerra conhecida como Cruzada das Crianças, de 1212, cujos interesses dos mercadores venezianos subverteram o seu destino, trocando a libertação de Jerusalém pela con-quista de Constantinopla, de onde buscaram controlar o co-

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mércio do Mar Mediterrâneo, regado com o sal da morte e da escravidão de infantes e de jovens europeus.

Do Renascimento para frente, sem dúvida, a visibili-dade do problema juvenil ganhou, como quase tudo, com a urbanização, maior transparência. O processo de exclusão da juventude do mundo de bens e de serviços ficou notório, dentro da assimetria das classes sociais, com recorte dos que eram dirigidos para a esfera do fazer ou para o âmbito do saber; para o abismo do obedecer ou para a montanha do comandar; sem o olvido dos muitos que constituíram as multisseculares legiões dos sobrantes, dos dispensáveis, en-fim, dos desclassificados.

A rigor, dentro das circunstâncias de uma sociedade periférica e de passado colonial, a formação social mara-nhense foi herdeira de todos os precedentes enumerados, com registro de que o espírito aristocrático fechou no cír-culo de ferro o benefício juvenil das conquistas sociais. A utensilagem da qualidade de vida, do saber e do poder ficou restrita ao patriciado patrimonialista, decorrente do arroz, do algodão, da cana de açúcar, do gado, do entreposto mer-cantil e da experiência da indústria têxtil, que nos vinculou aos brasis e ao resto do mundo.

Registre-se que os jovens maranhenses de extração social elitista povoaram as universidades da Europa, estu-dando e se formando na França, na Bélgica, na Alemanha, na Inglaterra e outras Europas, não apenas a da Universi-dade de Coimbra. O próprio Grupo Maranhense é expres-são desta realidade, de Gonçalves Dias a Gomes de Souza. Quando menos, pela morte de Odorico Mendes e de João Lisboa, acontecida no Reino Unido, a do primeiro e em Por-tugal, a do segundo, vindo Gonçalves Dias a falecer no Bai-xo dos Atins, em Guimarães, depois de uma longa e doentia

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mércio do Mar Mediterrâneo, regado com o sal da morte e da escravidão de infantes e de jovens europeus.

Do Renascimento para frente, sem dúvida, a visibili-dade do problema juvenil ganhou, como quase tudo, com a urbanização, maior transparência. O processo de exclusão da juventude do mundo de bens e de serviços ficou notório, dentro da assimetria das classes sociais, com recorte dos que eram dirigidos para a esfera do fazer ou para o âmbito do saber; para o abismo do obedecer ou para a montanha do comandar; sem o olvido dos muitos que constituíram as multisseculares legiões dos sobrantes, dos dispensáveis, en-fim, dos desclassificados.

A rigor, dentro das circunstâncias de uma sociedade periférica e de passado colonial, a formação social mara-nhense foi herdeira de todos os precedentes enumerados, com registro de que o espírito aristocrático fechou no cír-culo de ferro o benefício juvenil das conquistas sociais. A utensilagem da qualidade de vida, do saber e do poder ficou restrita ao patriciado patrimonialista, decorrente do arroz, do algodão, da cana de açúcar, do gado, do entreposto mer-cantil e da experiência da indústria têxtil, que nos vinculou aos brasis e ao resto do mundo.

Registre-se que os jovens maranhenses de extração social elitista povoaram as universidades da Europa, estu-dando e se formando na França, na Bélgica, na Alemanha, na Inglaterra e outras Europas, não apenas a da Universi-dade de Coimbra. O próprio Grupo Maranhense é expres-são desta realidade, de Gonçalves Dias a Gomes de Souza. Quando menos, pela morte de Odorico Mendes e de João Lisboa, acontecida no Reino Unido, a do primeiro e em Por-tugal, a do segundo, vindo Gonçalves Dias a falecer no Bai-xo dos Atins, em Guimarães, depois de uma longa e doentia

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estada em quase toda a Europa, particularmente, na França e na Alemanha.

Em decorrência, a conclusão de fundo a ser retira-da provocação proposta, outo não é senão a de que todo e qualquer debate sobre políticas pedagógicas para o protago-nismo juvenil só cumpre um sentido de mudança, no Ma-ranhão como no Brasil, se tiver compromisso inclusivo; se portar sinete democrático; se romper, em perspectiva, com o círculo de ferro, para transformar em direitos aquilo que foi, tradicionalmente, puro privilégio.

Trata-se, afinal, da necessidade de retirar da margem e instaurar no centro jovens e gerações porvindouras, re-escrevendo destinos por meio da ampliação da acessibilida-de social, sob a compreensão de que, individualmente ou em pequenos grupos, cada um que ultrapassar as suas cir-cunstâncias limitativas estará potencializado para salvar a outrem, por meio do exercício da solidariedade. É o ensina-mento de Ortega y Gasset: “Eu sou eu e a minha circunstân-cia; se eu não a salvar, não hei de me salvar”. Salvando-se pela salvação de suas circunstâncias, o salvo poderá salvar a outrem. O nome disto é esperança. No caso, com conteúdo social e sob a recordação do Mestre Paulo Freire: “é na luta que se espera a esperança”.

2. Uma vez membro do Núcleo Estratégico do IEMA, como avalia a forma como o Protagonismo Juvenil é atualmente tra-balhado pelo Instituto, especialmente no âmbito do Programa Geração XXI? Falando de horizontes futuros, que outras for-mas/através de quais meios acredita que o IEMA pode fortale-cer as práticas de Protagonismo Juvenil?

Tenho convicção de que o Instituto Estadual de Educa-ção, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IEMA, com efeito,

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representa a maior agência de política para a juventude já estabelecida na Esfera Pública timbira. O passado mara-nhense e brasileiro, em termos coletivos, apresentou mais antipolítica pública do que política pública para a juventude. Os potentados sempre privatizaram o Estado, tornando-o patrimônio de famílias e colocando-o a serviço das águas turvas de interesses subalternos.

Neste sentido, a fazenda pública financiou a fazenda privada, alimentando o círculo de ferro dos interesses do patriciado, ao transportar a Família para o Estado, levando o espírito privatista daquela a subverter a dimensão publi-cista deste, negando o ensinamento de Aristóteles de A a Z. Para os despossuídos a antipolitica pública reservou, pelo menos desde o século XIX, apenas o reformatório, a casa de correção, as instituições totais. Representou uma lufada de ar a fundação dos liceus de artes e ofícios, indicando o mundo do fazer para os chamados sem eira nem beira, en-quanto os da tribeira eram conduzidos às superiores esferas do saber e do poder.

Quem compulsar o meu livro Bacharel, Bacharéis: Graça Aranha, Discípulo de Tobias e Companheiro de Na-buco, ali encontrará a propaganda do Instituto de Huma-nidades – internato e externato para educação e instrução da mocidade, de propriedade do Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, Pedro Nunes Leal, irmão do Plu-tarco Maranhense, Antônio Henrique Leal. A instrução era primária, do primeiro ao terceiro ano e secundária, do quarto ao décimo ano, admitindo-se os alunos depois dos cinco anos de idade e até os quinze em diante. Os custos, pa-gos adiantadamente, para uma educação requintada, eram proibitivos até mesmo para os remediados. Havia aulas de belas-artes, latim, grego, francês, inglês e alemão, gramática geral, literatura clássica, matemáticas elementares, filosofia,

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representa a maior agência de política para a juventude já estabelecida na Esfera Pública timbira. O passado mara-nhense e brasileiro, em termos coletivos, apresentou mais antipolítica pública do que política pública para a juventude. Os potentados sempre privatizaram o Estado, tornando-o patrimônio de famílias e colocando-o a serviço das águas turvas de interesses subalternos.

Neste sentido, a fazenda pública financiou a fazenda privada, alimentando o círculo de ferro dos interesses do patriciado, ao transportar a Família para o Estado, levando o espírito privatista daquela a subverter a dimensão publi-cista deste, negando o ensinamento de Aristóteles de A a Z. Para os despossuídos a antipolitica pública reservou, pelo menos desde o século XIX, apenas o reformatório, a casa de correção, as instituições totais. Representou uma lufada de ar a fundação dos liceus de artes e ofícios, indicando o mundo do fazer para os chamados sem eira nem beira, en-quanto os da tribeira eram conduzidos às superiores esferas do saber e do poder.

Quem compulsar o meu livro Bacharel, Bacharéis: Graça Aranha, Discípulo de Tobias e Companheiro de Na-buco, ali encontrará a propaganda do Instituto de Huma-nidades – internato e externato para educação e instrução da mocidade, de propriedade do Bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra, Pedro Nunes Leal, irmão do Plu-tarco Maranhense, Antônio Henrique Leal. A instrução era primária, do primeiro ao terceiro ano e secundária, do quarto ao décimo ano, admitindo-se os alunos depois dos cinco anos de idade e até os quinze em diante. Os custos, pa-gos adiantadamente, para uma educação requintada, eram proibitivos até mesmo para os remediados. Havia aulas de belas-artes, latim, grego, francês, inglês e alemão, gramática geral, literatura clássica, matemáticas elementares, filosofia,

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retórica, história, geografia, escrituração mercantil, quími-ca e física, geologia e agricultura, economia política e direito comercial e doutrina cristã e moral religiosa. Pontificavam mestres como Francisco Sotero dos Reis, Antônio Henrique Leal, Gentil Homem D’Almeida Braga, Alexandre Teófilo de Carvalho Leal e Joaquim da Costa Barradas. Assim como os preços cobrados, o enxoval também era de vedação para presenças estranhas ao círculo de ferro.

Não tenho dúvida de que o Instituto Estadual de Edu-cação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IEMA promove uma revolução pacífica, a maior de todas, a da educação, a única suficiente para transformar o bicho em pessoa e a pessoa em gente, em ser humano verdadeiro, segundo a mi-nha legenda maior e desafiante, subversiva por excelência, frente ao espírito dos brasis: aprender a tratar gente como gente.

Posso resumir a minha perspectiva com as noções de ampliação, inclusão, horizontalização e compartilhamento. Ampliação da acessibilidade social por meio da educação. Inclusão dos sem oportunidades no domínio das novas linguagens. Horizontalização da presença pedagógica do Estado, da Ilha para o Continente, ganhando os interiores maranhenses. E compartilhamento possível das conquistas civilizatórias, por meio da experiência da dignidade empo-derada pela educação. Eis o quadro. A jornada do Geração XXI, no Maranhão, com certeza, é altamente desafiante, pois implica desde o crescimento físico por meio da alimen-tação necessária, até a proficiência em disciplinas estrutu-rantes, permissivas do domínio das novas linguagens e da aventura educacional no mundo, para desprovincianizar desde cedo o espírito, permitindo ser mais para fazer me-lhor.

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Só um Governo como o de Flávio Dino, com horizonte humanístico e sentimento do mundo, dotado de consciência social emancipatória, liberto de preconceitos escravocratas e fundamentado no agir segundo valores, poderia empre-ender esta louvável aventura de colocar em marcha uma meia trava na roda dentada da reprodução do círculo de ferro, para refundar a esperança e tornar cada vez mais plausível a percepção nacional de que o Maranhão é o Bra-sil que eu quero, como me ensinou minha prima, a Cineasta Luelane Corrêa.

“Acredito que este deve ser o principal objetivo do trabalho de fortalecimento do protagonismo juvenil: a abertura para

o jovem se constituir como um sujeito, com visão critica da realidade em que vive, capaz de pensamentos próprios, de ações comprometidas com a coletividade, consciente de seu papel de transformação social e comprometido com a

construção de uma sociedade justa e democrática”

MARIA IZABEL STAMATO

Professora do Curso de Psicologia da Universidade Católica de Santos e atuante na implementação de políti-cas públicas voltadas para juventude e família em situação de vulnerabilidade social, Maria Izabel Calil Stamato foi a convidada para facilitar a discussão sobre “Protagonismo juvenil: geração 21”, no Encontro de Líderes 2018 do IEMA. Um diálogo crítico e reflexivo, voltado especialmente para os líderes de turma, motivou alunos a relatarem suas expe-riências e angústias no contexto escolar.

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Só um Governo como o de Flávio Dino, com horizonte humanístico e sentimento do mundo, dotado de consciência social emancipatória, liberto de preconceitos escravocratas e fundamentado no agir segundo valores, poderia empre-ender esta louvável aventura de colocar em marcha uma meia trava na roda dentada da reprodução do círculo de ferro, para refundar a esperança e tornar cada vez mais plausível a percepção nacional de que o Maranhão é o Bra-sil que eu quero, como me ensinou minha prima, a Cineasta Luelane Corrêa.

“Acredito que este deve ser o principal objetivo do trabalho de fortalecimento do protagonismo juvenil: a abertura para

o jovem se constituir como um sujeito, com visão critica da realidade em que vive, capaz de pensamentos próprios, de ações comprometidas com a coletividade, consciente de seu papel de transformação social e comprometido com a

construção de uma sociedade justa e democrática”

MARIA IZABEL STAMATO

Professora do Curso de Psicologia da Universidade Católica de Santos e atuante na implementação de políti-cas públicas voltadas para juventude e família em situação de vulnerabilidade social, Maria Izabel Calil Stamato foi a convidada para facilitar a discussão sobre “Protagonismo juvenil: geração 21”, no Encontro de Líderes 2018 do IEMA. Um diálogo crítico e reflexivo, voltado especialmente para os líderes de turma, motivou alunos a relatarem suas expe-riências e angústias no contexto escolar.

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Izabel destacou a presença significativa dos jovens de diferentes regiões do estado e a ativa participação destes durante todo o Encontro. Ressaltou a importância do even-to promover formação intelectual como parte de um pro-cesso rico de investimento político-pedagógico do Instituto.

Para a professora, nos tempos de cidadania fluída, em que os meios de comunicação, em especial as redes sociais banalizam os discursos, um aspecto necessário a ser po-tencializado é o processo de socialização política do jovem. “Incluir a socialização política do jovem na proposta peda-gógica do IEMA implica em fortalecer o processo de empo-deramento e de efetivo protagonismo social do jovem”, disse Izabel.

Por fim, a especialista no assunto chama atenção para ações efetivas ligadas ao protagonismo juvenil, pois, embo-ra fala-se muito sobre protagonismo juvenil, há uma pre-dominância da visão adultocêntrica, que vê o adolescente ou jovem em fase antecedente, preliminar e preparatória em relação ao adulto e não como “um ser que é, em plena construção de sua subjetividade, um ser no auge do desper-tar de sua consciência individual e coletiva e que precisa do adulto, do educador consciente de seu papel de mediador e facilitador para fazer esta travessia.” como ressalta a profes-sora. Confira abaixo a entrevista completa:

1. Quais foram as suas impressões sobre o IEMA em promover um encontro de líderes de turma que discute a importância do Protagonismo Juvenil?

Minhas impressões foram muito positivas. A presença significativa de jovens, líderes de turmas de diferentes lo-cais, acompanhados de seus tutores, com ativa participação durante todo o Encontro, retrataram os resultados de um

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processo bastante rico de investimento político-pedagógico na autonomia intelectual e no empoderamento dos jovens integrantes do Programa. Um aspecto que chama a aten-ção e que se caracteriza como um diferencial do trabalho desenvolvido, fortalecendo esta proposta do IEMA, é a pre-sença de jovens profissionais como operadores do Progra-ma, em nível de condução e gestão, agregados e potencia-lizados pelo conhecimento e sabedoria de educadores mais experientes, no papel de Coordenação. Destaco também a importância do Encontro de Líderes unir uma dimensão mais intelectual, de transmissão e reflexão sobre conceitos teóricos, relacionados ao protagonismo juvenil, com estraté-gias metodológicas de expressão do conhecimento adquiri-do, a partir de uma leitura crítica e contextualizada destes conceitos, e produção em linguagem além da tradicional. Esta forma de trabalhar se alinha à proposta pedagógica dialética de H. Wallon, que destacou a necessidade da par-ticipação ativa e concreta do aluno na construção do conhe-cimento; de Bernard Charlot, que enfatiza a importância do ensino com significado para transformação em aprendiza-gem; e também à visão marxista de práxis, enquanto prá-tica transformadora da realidade, proposta pela Psicologia Histórico-Cultural de Vygotsky.

2. Quais considerações de melhorias podem ser utilizadas para solidificar a temática no IEMA?

Um aspecto que analiso como necessário de ser poten-cializado é o processo de socialização política do jovem, espe-cialmente nos tempos de cidadania fluída que vivemos, em que os meios de comunicação, em especial as redes sociais banalizam os discursos, pasteurizando ideias, homogenei-zando pensamentos, deturpando princípios e colocando no

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processo bastante rico de investimento político-pedagógico na autonomia intelectual e no empoderamento dos jovens integrantes do Programa. Um aspecto que chama a aten-ção e que se caracteriza como um diferencial do trabalho desenvolvido, fortalecendo esta proposta do IEMA, é a pre-sença de jovens profissionais como operadores do Progra-ma, em nível de condução e gestão, agregados e potencia-lizados pelo conhecimento e sabedoria de educadores mais experientes, no papel de Coordenação. Destaco também a importância do Encontro de Líderes unir uma dimensão mais intelectual, de transmissão e reflexão sobre conceitos teóricos, relacionados ao protagonismo juvenil, com estraté-gias metodológicas de expressão do conhecimento adquiri-do, a partir de uma leitura crítica e contextualizada destes conceitos, e produção em linguagem além da tradicional. Esta forma de trabalhar se alinha à proposta pedagógica dialética de H. Wallon, que destacou a necessidade da par-ticipação ativa e concreta do aluno na construção do conhe-cimento; de Bernard Charlot, que enfatiza a importância do ensino com significado para transformação em aprendiza-gem; e também à visão marxista de práxis, enquanto prá-tica transformadora da realidade, proposta pela Psicologia Histórico-Cultural de Vygotsky.

2. Quais considerações de melhorias podem ser utilizadas para solidificar a temática no IEMA?

Um aspecto que analiso como necessário de ser poten-cializado é o processo de socialização política do jovem, espe-cialmente nos tempos de cidadania fluída que vivemos, em que os meios de comunicação, em especial as redes sociais banalizam os discursos, pasteurizando ideias, homogenei-zando pensamentos, deturpando princípios e colocando no

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mesmo patamar ações antagônicas em sua essência. Incluir a socialização política do jovem na proposta pedagógica do IEMA implica em fortalecer o processo de empoderamen-to e de efetivo protagonismo social do jovem. Recomendo como leitura para nortear a potencialização deste patamar educativo do Programa SCHMIDT, João Pedro. Juventude e Política no Brasil: a socialização política dos jovens na virada do milênio. Santa Cruz do Sul: EDUNISC, 2001.

3. Como o Protagonismo Juvenil está sendo abordado, atual-mente, nas principais discussões sobre o tema?

O protagonismo juvenil, como outros conceitos mul-tifacetados, nos tempos de cidadania fluída em que vive-mos, é muitas vezes abordado de forma equivocada e até utilizado de forma perversa para enfraquecer e manipular o jovem. Fala-se muito em protagonismo juvenil, mas as ações ligadas ao processo de construção deste protagonis-mo refletem a predominância de uma visão adultocêntrica, que vê o adolescente ou o jovem como aquele que “um dia será adulto” e não como um ser que é, em plena construção de sua subjetividade, um ser no auge do despertar de sua consciência individual e coletiva e que precisa do adulto, do educador consciente de seu papel de mediador e facilitador para fazer esta travessia. Acredito que este deve ser o prin-cipal objetivo do trabalho de fortalecimento do protagonis-mo juvenil: a abertura para o jovem se constituir como um sujeito, com visão crítica da realidade em que vive, capaz de pensamentos próprios, de ações comprometidas com a cole-tividade, consciente de seu papel de transformação social e comprometido com a construção de uma sociedade justa e democrática. É nesse tipo de educação que devemos inves-tir, mesmo que, muitas vezes, “remando contra a maré”, de

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forma a garantir todas as oportunidades para que nossos jovens se tornem cidadãos plenos e felizes.

Como diria Thiago de Melo (1978),

É preciso fazer alguma coisa

Escrevo esta canção porque é preciso.

Se não a escrevo, falho com o pacto que tenho abertamente com a vida.

E é preciso fazer alguma coisa para ajudar o homem.

Mas agora.

Cada vez mais sozinho e mais feroz, a ternura extraviada de si mesma,

o homem está perdido em seu caminho.

É preciso fazer alguma coisa para ajudá-lo. Ainda é tempo.

É tempo.

Apesar do próprio homem, ainda é tempo.

Apesar dessa crosta que cultivas com amianto e medo, ainda é tempo.

Apesar da reserva delicada das toneladas cegas mas perfeitas

de TNT pousando sobre o centro de cada cora-ção – ainda é tempo [...]

Dentro do riso torto que disfarça a amargura da tua indiferença,

na mágica eletrônica dourada, no milagre que acende os altos-fornos,

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forma a garantir todas as oportunidades para que nossos jovens se tornem cidadãos plenos e felizes.

Como diria Thiago de Melo (1978),

É preciso fazer alguma coisa

Escrevo esta canção porque é preciso.

Se não a escrevo, falho com o pacto que tenho abertamente com a vida.

E é preciso fazer alguma coisa para ajudar o homem.

Mas agora.

Cada vez mais sozinho e mais feroz, a ternura extraviada de si mesma,

o homem está perdido em seu caminho.

É preciso fazer alguma coisa para ajudá-lo. Ainda é tempo.

É tempo.

Apesar do próprio homem, ainda é tempo.

Apesar dessa crosta que cultivas com amianto e medo, ainda é tempo.

Apesar da reserva delicada das toneladas cegas mas perfeitas

de TNT pousando sobre o centro de cada cora-ção – ainda é tempo [...]

Dentro do riso torto que disfarça a amargura da tua indiferença,

na mágica eletrônica dourada, no milagre que acende os altos-fornos,

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no desamor das mãos, das tuas mãos, no enga-no diário, pão de cada noite,

o homem agora está, o homem autômato, servo soturno do seu próprio mundo, como um meni-

no cego, só e ferido, dentro da multidão.

Ainda é tempo.

Sei porque canto: se raspas o fundo do poço antigo de sua esperança,

acharás restos de água que apodrece.

É preciso fazer alguma coisa, livrá-lo dessa sedução voraz

da engrenagem organizada e fria que nos devora a todos a ternura,

a alegria de dar e receber, o gosto de ser gente e viver.

“A hora é de guarnicê e de pensar grande os próximos passos. Mobilizar toda a comunidade acadêmica e as demais que

interagem organicamente com o futuro imediato do IEMA, a fim de não deixar essa ciranda de sonhos ir ao chão.”

RAIMUNDO PALHANO

Consultor do Núcleo Estratégico do IEMA, Raimundo Palhano, voltou a discussão para a qualidade educacional centrada no protagonismo estudantil ao justificar a impor-tância destas ações como um eixo estratégico de expansão do Instituto. O protagonismo estudantil é o eixo decisivo para a transformação da sociedade pois é capaz de mate-rializar no processo formativo do estudante “o meio mais

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efetivo para a dinamização das articulações envolvendo a dimensão acadêmica, as práticas sociais do estudante e a efetivação do projeto de vida, como culminância da forma-ção”, ressalta do entrevistado.

Há também em sua fala uma preocupação de que so-mente o formato de líderes de turma seria insuficiente para alcançar um protagonismo eficaz, Palhano pede para que junto ao Núcleo Estratégico, os estudantes possam pensar maneiras mais efetivas de desenvolver o protagonismo ju-venil no Instituto.

Palhano finaliza sua contribuição pontuando como o IEMA tem atuado nesse tempo de funcionamento recente e os resultados alcançados em escala nacional e internacio-nal. Como exemplo dessas práticas, tem-se o IEMA no Mun-do, no qual o estudante tem a possibilidade de fazer parte do ensino médio no Canadá, o chamado High School; as Olimpíadas de robótica, matemática e esportivas nas quais sempre há alunos das UP em destaque; o recente ingresso do IEMA às escolas associadas da UNESCO, além de outras iniciativas consideradas de grande importância para o in-centivo e permanência dos estudantes na âmbito escolar, melhorando a autoestima e tendo os Projetos de Vida dos alunos sempre em mente. Confira na íntegra a entrevista:

1. Por que para o IEMA é importante ter o Protagonismo Juve-nil como um eixo estratégico de expansão?

Antes de passar às respostas, deixo claro que considero o IEMA a mais relevante e adequada iniciativa de política pública educacional ocorrida no Maranhão nas últimas dé-cadas, que, de tão surpreendente e inovadora que é, quase no fim do primeiro Governo Flávio Dino (2015-2018), seu instituidor, ainda não foi assimilada plenamente pelos ma-

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efetivo para a dinamização das articulações envolvendo a dimensão acadêmica, as práticas sociais do estudante e a efetivação do projeto de vida, como culminância da forma-ção”, ressalta do entrevistado.

Há também em sua fala uma preocupação de que so-mente o formato de líderes de turma seria insuficiente para alcançar um protagonismo eficaz, Palhano pede para que junto ao Núcleo Estratégico, os estudantes possam pensar maneiras mais efetivas de desenvolver o protagonismo ju-venil no Instituto.

Palhano finaliza sua contribuição pontuando como o IEMA tem atuado nesse tempo de funcionamento recente e os resultados alcançados em escala nacional e internacio-nal. Como exemplo dessas práticas, tem-se o IEMA no Mun-do, no qual o estudante tem a possibilidade de fazer parte do ensino médio no Canadá, o chamado High School; as Olimpíadas de robótica, matemática e esportivas nas quais sempre há alunos das UP em destaque; o recente ingresso do IEMA às escolas associadas da UNESCO, além de outras iniciativas consideradas de grande importância para o in-centivo e permanência dos estudantes na âmbito escolar, melhorando a autoestima e tendo os Projetos de Vida dos alunos sempre em mente. Confira na íntegra a entrevista:

1. Por que para o IEMA é importante ter o Protagonismo Juve-nil como um eixo estratégico de expansão?

Antes de passar às respostas, deixo claro que considero o IEMA a mais relevante e adequada iniciativa de política pública educacional ocorrida no Maranhão nas últimas dé-cadas, que, de tão surpreendente e inovadora que é, quase no fim do primeiro Governo Flávio Dino (2015-2018), seu instituidor, ainda não foi assimilada plenamente pelos ma-

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ranhenses, e, até mesmo, por alguns setores do próprio go-verno, já acostumados e, de certo modo, conformados com a repetição de uma história antiga de fracassos na área da educação pública.

Destaco, também, que respondo a este questionário com a melhor das minhas convicções analíticas, estimu-ladas pelo impacto positivo de duas excelentes notícias re-centíssimas: o IEMA acaba de ser incluído no Programa de Escolas Associadas (PEA) da UNESCO, feito ímpar entre as escolas públicas maranhenses em todos os tempos; e, para coroar, seus estudantes alcançaram o melhor desempenho na Olimpíada Brasileira de Geografia e Ciências da Terra, tendo 98 equipes premiadas dentre as 128 do Maranhão, uma verdadeira chuva de ouros, pratas e bronzes, feitos es-tes que reforçam um padrão de desempenho institucional e de conquistas relevantes de seus estudantes, professores e dirigentes, obtidos em menos de 4 anos de existência tem-poral.

Isto posto, começo a responder, agradecendo pela oportunidade de fazer mais um exercício de análise crítica sobre a trajetória desta instituição estratégica para o desen-volvimento da educação maranhense e do próprio Estado do Maranhão.

Inicio perguntando: quais seriam os principais eixos estratégicos para expansão do IEMA? Em tal contexto, por que o Protagonismo Juvenil, o dos estudantes, é importan-te?

Entendo que os eixos estratégicos para a expansão do IEMA são aqueles capazes de estimular o crescimento sus-tentável da Instituição. Sintetizo afirmando que seria tudo que produzisse o crescimento do projeto pedagógico com qualidade. Aponto o bom planejamento e a boa gestão de-

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mocrática, geral e setorial; a adequação do Plano de Desen-volvimento Institucional e dos demais planos estruturantes daí decorrentes; a qualificação e envolvimento efetivo dos professores, técnicos e administrativos, a participação das famílias, a integração ao meio, existência de infraestrutu-ra física, material e de equipamentos, recursos financeiros para garantir o funcionamento organizacional, entre ou-tros, culminando com o recurso primordial, o que diz res-peito ao protagonismo do estudante, razão de ser de todo o processo de desenvolvimento da instituição educacional. A centralidade do estudante em todo e qualquer processo educacional é inquestionável em toda a história da educa-ção formal de qualidade no mundo todo.

Com efeito, o protagonismo, em termos conceptuais, representa uma práxis, um agir que faz sentido, que possui um rumo. Não é mero ativismo, um esforço muscular ner-voso individual. Exige ação, claro, pois é impossível aconte-cer protagonismo entre paralíticos.

Assim, a resultante do movimento é orgânica, ou seja, deve voltar-se a uma busca por transformação da realidade. Não é um ato meramente individual. Não depende jamais de um único gato pingado. Tudo está associado e articulado a um coletivo societal. Protagonismo, portanto, passa pela capacidade de enxergar, de perceber, de interagir com a co-letividade ou com o outro.

Acredito que os princípios da Pedagogia da Presença, adotada pelo projeto pedagógico do IEMA, contribui muito para a dinamização desse movimento, definido por Antonio Carlos Gomes da Costa como a passagem do estado de soli-dão para um outro, o momento do encontro.

Este movimento leva a um novo território, situado entre a solidão e o encontro com o outro, espaço que edu-

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mocrática, geral e setorial; a adequação do Plano de Desen-volvimento Institucional e dos demais planos estruturantes daí decorrentes; a qualificação e envolvimento efetivo dos professores, técnicos e administrativos, a participação das famílias, a integração ao meio, existência de infraestrutu-ra física, material e de equipamentos, recursos financeiros para garantir o funcionamento organizacional, entre ou-tros, culminando com o recurso primordial, o que diz res-peito ao protagonismo do estudante, razão de ser de todo o processo de desenvolvimento da instituição educacional. A centralidade do estudante em todo e qualquer processo educacional é inquestionável em toda a história da educa-ção formal de qualidade no mundo todo.

Com efeito, o protagonismo, em termos conceptuais, representa uma práxis, um agir que faz sentido, que possui um rumo. Não é mero ativismo, um esforço muscular ner-voso individual. Exige ação, claro, pois é impossível aconte-cer protagonismo entre paralíticos.

Assim, a resultante do movimento é orgânica, ou seja, deve voltar-se a uma busca por transformação da realidade. Não é um ato meramente individual. Não depende jamais de um único gato pingado. Tudo está associado e articulado a um coletivo societal. Protagonismo, portanto, passa pela capacidade de enxergar, de perceber, de interagir com a co-letividade ou com o outro.

Acredito que os princípios da Pedagogia da Presença, adotada pelo projeto pedagógico do IEMA, contribui muito para a dinamização desse movimento, definido por Antonio Carlos Gomes da Costa como a passagem do estado de soli-dão para um outro, o momento do encontro.

Este movimento leva a um novo território, situado entre a solidão e o encontro com o outro, espaço que edu-

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cadores e educandos constroem juntos, fundamental para atingir o estado de diálogo, razão dinamizadora do protago-nismo, sobretudo em contextos como o brasileiro, em que o processo educacional permanece, de um modo geral, silen-te.

Eis porque o exercício de uma vida protagônica desen-volve capacidades para entender as razões que possibilitam apreender o significado de ser livre e, ao mesmo tempo, de entender a condição do outro.

Ainda no campo das fabulações conceptuais sobre o papel do protagonismo, acho importante, também, não per-der a perspectiva de que Protagonismo Juvenil é um fenô-meno social do qual deriva o Protagonismo Estudantil, ten-do este último uma série de especificidades, principalmente em função do seu vínculo orgânico com a educação formal operada no mundo da Escola e da Academia.

Evidencio, ademais, que o objetivo programático do IEMA de se transformar em uma instituição educacional de excelência, dificilmente será alcançado se a referida estraté-gia não for trabalhada, cuidadosamente, no que diz respeito à participação e envolvimento do segmento estudantil, no âmbito do projeto político-pedagógico institucional.

Empoderamento e fortalecimento estes que devem se efetivar numa perspectiva ampliada, e indo para além dos requisitos puramente formativos. Desenvolver tais capa-cidades, implicando no efetivo empoderamento estudantil para o exercício de funções técnicas, requer muita compe-tência pedagógica e superação de preconceitos e barreiras culturais por parte da comunidade acadêmica e dos gesto-res educacionais, no que estarão dando vida ao PDI como ordenador do processo de expansão institucional, em seus distintos recortes temporais e temáticos.

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Enfatizo, assim, a força de um contexto nacional e re-gional marcados pela visão de que os estudantes, grosso modo, não passam de alunos, ou seja, aqueles cujas cabeças se encontram vazias, portanto despojadas de capacidades para implementar conteúdos técnicos e pedagógicos para o trabalho educacional.

A efetividade desse processo de valorização estudantil precisa ser dimensionada com o máximo de competência, repito, não só por força das determinações culturais, em que para muitos, a participação estudantil na implementa-ção do PDI não passa de uma figuração, pois, em geral, como visto, muitos imaginam que os estudantes são tábulas rasas nessa matéria.

Com efeito, o itinerário do Instituto vem evidenciando que é cada vez mais frequente a afirmação de um conceito, segundo o qual, o IEMA possui uma “energia de participa-ção”. “A gente sente isso”, como muitos verbalizam. Privar a juventude desse papel é vetar o futuro às novas gerações, pois, em síntese, os jovens são naturalmente demolidores de padrões consagrados pelos gerações mais antigas.

Não esquecer que a juventude convive o tempo todo com estímulos às mudanças, motivada, de um lado, pelos fluxos hormonais, e, de outro, por experimentarem, de modo crescente, um paradoxo inexorável, que é imaginar que podem ser livres a qualquer tempo, para fazerem tudo que quiserem, mesmo que se deparem com a impossibilida-de recorrente de concretização de tais aspirações.

Esse dilema oxigena não só a vida do jovem, como também contamina o ambiente onde atua, produzindo cir-cunstâncias existenciais em que é possível pensar a trans-formação de sonhos impossíveis em realidades concretas.

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Enfatizo, assim, a força de um contexto nacional e re-gional marcados pela visão de que os estudantes, grosso modo, não passam de alunos, ou seja, aqueles cujas cabeças se encontram vazias, portanto despojadas de capacidades para implementar conteúdos técnicos e pedagógicos para o trabalho educacional.

A efetividade desse processo de valorização estudantil precisa ser dimensionada com o máximo de competência, repito, não só por força das determinações culturais, em que para muitos, a participação estudantil na implementa-ção do PDI não passa de uma figuração, pois, em geral, como visto, muitos imaginam que os estudantes são tábulas rasas nessa matéria.

Com efeito, o itinerário do Instituto vem evidenciando que é cada vez mais frequente a afirmação de um conceito, segundo o qual, o IEMA possui uma “energia de participa-ção”. “A gente sente isso”, como muitos verbalizam. Privar a juventude desse papel é vetar o futuro às novas gerações, pois, em síntese, os jovens são naturalmente demolidores de padrões consagrados pelos gerações mais antigas.

Não esquecer que a juventude convive o tempo todo com estímulos às mudanças, motivada, de um lado, pelos fluxos hormonais, e, de outro, por experimentarem, de modo crescente, um paradoxo inexorável, que é imaginar que podem ser livres a qualquer tempo, para fazerem tudo que quiserem, mesmo que se deparem com a impossibilida-de recorrente de concretização de tais aspirações.

Esse dilema oxigena não só a vida do jovem, como também contamina o ambiente onde atua, produzindo cir-cunstâncias existenciais em que é possível pensar a trans-formação de sonhos impossíveis em realidades concretas.

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O protagonismo portanto é um processo; não é uma simples manifestação da razão pura. Sem canais de par-ticipação, o processo tende ao engessamento, e se fecha, impedindo o emergir de novas perspectivas, vitais para transformar contextos já estabilizados e conformados com o status quo.

O esforço analítico adotado até aqui visa sobretudo re-alçar que considero o componente curricular do Projeto de Vida como o lugar central para enfrentar o desafio de con-ceber e implementar os conteúdos instituintes do protago-nismo estudantil no âmbito do IEMA, sem dúvida alguma um dos componentes basilares do seu projeto político-peda-gógico institucional.

Não é difícil concluir que Projeto de Vida não se limi-ta apenas às dimensões constitutivas do currículo institu-cional. Seu horizonte vai para além de tais determinações. É também uma dimensão existencial e filosófica. Pode ser base para o aperfeiçoamento profissional, com vistas ao mercado de trabalho, podendo ainda contar com mentorias especializadas, criativas e avançadas, originárias do quadro docente ou do ambiente acadêmico mais amplo.

Todo este processo se inicia, sempre, com o autoconhe-cimento, que estimula a busca de uma identidade, impor-tantíssimo para um ser social em formação e que deverá ser preparado, entre tantas outras habilidades, para o exercício de uma cidadania ativa na sociedade.

O foco no desenvolvimento do Projeto de Vida implica igualmente na capacidade de inventar e reinventar a vida, a partir de um pensamento mutante, que precisa entrar em um processo de permanente transformação. A ciência com-prova que quanto maiores os estímulos, mais o cérebro se robustece e se expande, elevando a capacidade de pensar.

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É evidente que educação de qualidade só acontece se houver um salto de qualidade no cérebro e no pensamento, em razão da evolução correspondente dos neurônios. As-sim, numa perspectiva filosófica, só uma escola de qualida-de é capaz de fazer com que os sonhos se transformem em projetos de vida.

Tal possibilidade não é fruto de visões mágicas e muito menos de intuições superiores. Nasce da implementação de capacidades, construídas e desenvolvidas ao longo do pro-cesso educacional baseado na construção do conhecimento, a partir dos contextos reais, tanto nas formas presenciais e virtuais.

O ser protagonista exige capacidade crítica em suas interações sociais e culturais. A capacidade de realizar a crítica social e da realidade depende muito das bases cons-titutivas desse processo. Se não for capaz de desenvolver o pensamento dos atores envolvidos, dificilmente se atingirá o estágio seguinte, aquele ligado à formação da consciência, que é a dimensão insubstituível para a efetivação da condi-ção criadora do ser humana.

Somos, em última análise, produtos de nossas consci-ências individuais e coletivas. Esse atributo é mais relevan-te do que ter uma inteligência privilegiada. Entendo, a rigor, que as instituições educacionais, para realizarem a sua mis-são finalística, não podem prescindir do envolvimento ativo dos integrantes de pelo menos cinco eixos de sustentação do processo pedagógico: professores, estudantes, gestores, famílias e entorno.

Em todas as experiências que conheci de boas práticas educacionais, Brasil afora, estes cinco eixos possuíam uma atuação integrada, orgânica e protagônica. Não tinham atu-ação figurativa.

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É evidente que educação de qualidade só acontece se houver um salto de qualidade no cérebro e no pensamento, em razão da evolução correspondente dos neurônios. As-sim, numa perspectiva filosófica, só uma escola de qualida-de é capaz de fazer com que os sonhos se transformem em projetos de vida.

Tal possibilidade não é fruto de visões mágicas e muito menos de intuições superiores. Nasce da implementação de capacidades, construídas e desenvolvidas ao longo do pro-cesso educacional baseado na construção do conhecimento, a partir dos contextos reais, tanto nas formas presenciais e virtuais.

O ser protagonista exige capacidade crítica em suas interações sociais e culturais. A capacidade de realizar a crítica social e da realidade depende muito das bases cons-titutivas desse processo. Se não for capaz de desenvolver o pensamento dos atores envolvidos, dificilmente se atingirá o estágio seguinte, aquele ligado à formação da consciência, que é a dimensão insubstituível para a efetivação da condi-ção criadora do ser humana.

Somos, em última análise, produtos de nossas consci-ências individuais e coletivas. Esse atributo é mais relevan-te do que ter uma inteligência privilegiada. Entendo, a rigor, que as instituições educacionais, para realizarem a sua mis-são finalística, não podem prescindir do envolvimento ativo dos integrantes de pelo menos cinco eixos de sustentação do processo pedagógico: professores, estudantes, gestores, famílias e entorno.

Em todas as experiências que conheci de boas práticas educacionais, Brasil afora, estes cinco eixos possuíam uma atuação integrada, orgânica e protagônica. Não tinham atu-ação figurativa.

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Não cabe aqui explicitar a relevância de cada um de-les. Não é o objetivo da entrevista. Assim, quero reafirmar, que é impossível atingir a educação de qualidade, aquela que possui efetividade, ou seja, os estudantes materializam o seu direito de aprender, sem que haja um projeto pedagó-gico capaz de articular, organicamente, as cinco dimensões destacadas.

Esses atores estratégicos precisam ser desafiados, per-manentemente, no esforço de construção do projeto edu-cacional adequado às necessidades do desenvolvimento dos contextos, o interno e o externo.

O desenvolvimento da dimensão aqui tratada, a do protagonismo dos estudantes, é insubstituível no âmbito do cumprimento da missão institucional do IEMA, focada na ideia de promoção de uma educação profissional, científica e tecnológica de forma inovadora e de qualidade, visando a formação integral dos jovens para atuarem na sociedade de maneira autônoma, solidária e competente.

Sintetizo destacando que o Protagonismo Estudantil é eixo estratégico decisivo para a expansão do IEMA, en-tre tantos aspectos já evidenciados ao longo da abordagem, pela força que tem na materialização do processo formativo do estudante: o meio mais efetivo para a dinamização das articulações envolvendo a dimensão acadêmica, as práticas sociais do estudante e a efetivação do projeto de vida, como culminância da formação.

2. Quais são os objetivos estratégicos do Núcleo em trabalhar a temática para os próximos semestres?

Destaco, inicialmente, um deles e dos mais importantes: contribuir para a concepção, estruturação e organização de

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uma nova cultura de participação juvenil e estudantil, que se expresse em um novo arranjo institucional, o mais ade-quado possível ao exercício do novo papel exigido, cujo pano de fundo está contido nas ideias esboçadas anteriormente, na primeira pergunta da entrevista, não esquecendo que a referência primária deverá ser o diálogo fecundo com o Projeto Político-Pedagógico do IEMA.

Tenho dúvidas se o atual arranjo, baseado na represen-tação por líderes de turma, seja suficiente para impulsionar a participação ativa dos estudantes na construção de um projeto pedagógico ousado, como perseguido pelo IEMA. Pretende-se provocar este assunto e mobilizar a comunida-de acadêmica a discuti-lo e optar por soluções as mais ade-quadas e viáveis.

O arranjo institucional pensado é para dinamizar a participação acadêmica, político-pedagógica e cultural e artística dos estudantes do IEMA, na expectativa de que contribua para sua preparação para o exercício de uma ci-dadania consciente e ativa, combinada com a elevação de conhecimentos e capacidades nas dimensões culturais, científicas e tecnológicas.

Um arranjo que não se limite apenas ao exercício de um ativismo político-ideológico, importante para o desen-volvimento da cultura política, mas, muitas vezes, neutra-lizador da expansão da formação humana plural e do co-nhecimento, fundamentais para o emergir da consciência social, científica, técnica e histórico dos estudantes, em seus compromissos com a transformação da realidade circun-dante e do mundo em que vivem.

A temática do Protagonismo Estudantil, como visto, faz parte da Modelo Pedagógico do IEMA, integrando por-tanto o currículo institucional. O foco curricular baseia-se

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uma nova cultura de participação juvenil e estudantil, que se expresse em um novo arranjo institucional, o mais ade-quado possível ao exercício do novo papel exigido, cujo pano de fundo está contido nas ideias esboçadas anteriormente, na primeira pergunta da entrevista, não esquecendo que a referência primária deverá ser o diálogo fecundo com o Projeto Político-Pedagógico do IEMA.

Tenho dúvidas se o atual arranjo, baseado na represen-tação por líderes de turma, seja suficiente para impulsionar a participação ativa dos estudantes na construção de um projeto pedagógico ousado, como perseguido pelo IEMA. Pretende-se provocar este assunto e mobilizar a comunida-de acadêmica a discuti-lo e optar por soluções as mais ade-quadas e viáveis.

O arranjo institucional pensado é para dinamizar a participação acadêmica, político-pedagógica e cultural e artística dos estudantes do IEMA, na expectativa de que contribua para sua preparação para o exercício de uma ci-dadania consciente e ativa, combinada com a elevação de conhecimentos e capacidades nas dimensões culturais, científicas e tecnológicas.

Um arranjo que não se limite apenas ao exercício de um ativismo político-ideológico, importante para o desen-volvimento da cultura política, mas, muitas vezes, neutra-lizador da expansão da formação humana plural e do co-nhecimento, fundamentais para o emergir da consciência social, científica, técnica e histórico dos estudantes, em seus compromissos com a transformação da realidade circun-dante e do mundo em que vivem.

A temática do Protagonismo Estudantil, como visto, faz parte da Modelo Pedagógico do IEMA, integrando por-tanto o currículo institucional. O foco curricular baseia-se

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em procedimentos teórico-metodológicos que contribuam e estimulem a experimentação e a vivência de atividades dinâmicas, contextualizadas e significativas nos diversos campos das ciências, das artes, das linguagens e da cultura corporal e, exercendo o papel de agente articulador entre o mundo acadêmico, as práticas sociais e a realização dos Projetos de Vida dos estudantes, como demonstrado ante-riormente.

A razão de ser desse objetivo curricular é contribuir para que os estudantes se transformem em sujeitos autôno-mos, solidários e competentes.

De um ponto de vista pessoal, uma das causas do fra-casso escolar renitente e aparentemente, insuperável no contexto amplo da educação nacional e local, deve-se à falta desses atributos no cotidiano de boa parte de suas escolas, situação que implica na negação da cidadania escolar do es-tudante, impedindo o alcance de padrões mais elevados de aprendizagens de qualidade.

Convém lembrar que a metodologia de ensino do IEMA, também como já demonstrado, se fundamenta em quatro princípios, sendo um deles, justamente o mais im-portante para os objetivos estratégicos do Núcleo, ou seja, contribuir para estruturação, organização e dinamização do Protagonismo Estudantil.

O aludido princípio define o jovem como ator principal em ações que dizem respeito a problemas concernentes ao bem comum, na Instituição e na sociedade de modo geral, levando os estudantes a se perceberem como parte da solu-ção e não como parte do problema, na perspectiva de que venham a agir socialmente com autonomia, solidariedade e competência.

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Assim, o objetivo focal do Núcleo com este trabalho é contribuir com a estruturação e organização do arranjo institucional que garanta a participação ativa dos estudan-tes no desenvolvimento do IEMA, ampliando o atual espaço de atuação baseado na representação por sala de aula, para um formato mais estruturado capaz de promover a parti-cipação ampla dos estudantes no projeto pedagógico insti-tucional, que busca chegar ao estágio de uma instituição promotora da educação pública de excelência.

Com efeito, conforme as premissas do PDI 2015-2018 do IEMA, uma das principais é o Protagonismo, direcionada à construção do projeto de vida do estudante, a partir da excelência acadêmica, educação para a vida e o desenvolvi-mento de competências para o século XXI, dentro do espíri-to dos 4 Pilares para a Educação do Século XXI, entendidos como meios de desenvolvimento das competências dos estudantes através do aprender a ser, aprender a conviver, aprender a fazer e aprender a conhecer.

Enfatiza-se também que o projeto político-pedagógico do IEMA está centrado nos fundamentos da Pedagogia da Presença, como referido, princípio, segundo o qual, o educa-dor estará junto ao estudante de maneira compromissada, garantindo seu desenvolvimento pleno.

Alicerça-se na ideia de estar próximo, estar com ale-gria, sem oprimir, nem inibir; saber afastar-se no momento oportuno, encorajar a crescer e a agir com liberdade e res-ponsabilidade.

Outra estratégia pedagógica das mais relevantes, refe-ridas aos objetivos estratégicos do Núcleo, diz respeito aos fundamentos da Educação Interdimensional, em que as Unidades Plenas são concebidas como verdadeiros centros potencializadores dos estudantes, buscando desenvolver

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Assim, o objetivo focal do Núcleo com este trabalho é contribuir com a estruturação e organização do arranjo institucional que garanta a participação ativa dos estudan-tes no desenvolvimento do IEMA, ampliando o atual espaço de atuação baseado na representação por sala de aula, para um formato mais estruturado capaz de promover a parti-cipação ampla dos estudantes no projeto pedagógico insti-tucional, que busca chegar ao estágio de uma instituição promotora da educação pública de excelência.

Com efeito, conforme as premissas do PDI 2015-2018 do IEMA, uma das principais é o Protagonismo, direcionada à construção do projeto de vida do estudante, a partir da excelência acadêmica, educação para a vida e o desenvolvi-mento de competências para o século XXI, dentro do espíri-to dos 4 Pilares para a Educação do Século XXI, entendidos como meios de desenvolvimento das competências dos estudantes através do aprender a ser, aprender a conviver, aprender a fazer e aprender a conhecer.

Enfatiza-se também que o projeto político-pedagógico do IEMA está centrado nos fundamentos da Pedagogia da Presença, como referido, princípio, segundo o qual, o educa-dor estará junto ao estudante de maneira compromissada, garantindo seu desenvolvimento pleno.

Alicerça-se na ideia de estar próximo, estar com ale-gria, sem oprimir, nem inibir; saber afastar-se no momento oportuno, encorajar a crescer e a agir com liberdade e res-ponsabilidade.

Outra estratégia pedagógica das mais relevantes, refe-ridas aos objetivos estratégicos do Núcleo, diz respeito aos fundamentos da Educação Interdimensional, em que as Unidades Plenas são concebidas como verdadeiros centros potencializadores dos estudantes, buscando desenvolver

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suas competências e habilidades em todas as dimensões humanas (racionalidade, corporeidade, sentimentalidade, espiritualidade).

Ainda sobre a temática envolvida nesta segunda per-gunta, vale destacar que o Projeto Pedagógico Institucional destaca a relevância de que não se perca de vista a ques-tão do ser humano que se pretende formar. É enfático ao afirmar que o ser humano é um ser histórico, cultural, ina-cabado, é um ser de relações e na convivência com outros seres se constitui. Encontra-se em permanente movimento no tempo e espaço, sempre em busca de sanar suas necessi-dades para produzir sua existência.

Esta característica, que os seres humanos possuem em sua essência, se materializa através do trabalho, que resulta na produção de conhecimento e na consequente formação de uma bagagem cultural, que se constitui como ponto fun-damental para o desenvolvimento da humanidade. Sendo assim, o ser humano, como sujeito cognoscente, reflete so-bre sua própria existência e atua politicamente na realida-de, transformando a sociedade.

3. Como os atuais projetos que dialogam com o Protagonismo Juvenil estão sendo recebidos e interpretados pelo IEMA?

Primeiramente vale destacar a ênfase plena e o apoio institucional absolutos à política de valorização da estraté-gia do Protagonismo Juvenil e Estudantil no planejamento e na gestão do desenvolvimento do IEMA, a cargo do Reitor e seu corpo dirigente, dos demais membros da comunida-de acadêmica, técnica e administrativa, que vêm adotando, desde o início do reitorado, uma pletora de estímulos ao desenvolvimento da participação dos estudantes na vida do IEMA, A estratégia central associada a essa política

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passa pela visão, segundo a qual, o processo de expansão do IEMA só será sustentável se continuar implementando suas bases de sustentação acadêmica, pedagógicas e infra-estrutural, de modo cada vez mais vigoroso, encontrando no protagonismo juvenil sua essência teórico-metodológica.

Vive-se o primeiro momento deste processo, ampla-mente vitorioso, marcado pela profusão de iniciativas re-levantes, que poderão, pelos seus resultados efetivos, se transformarem em instituintes, isto é, capazes de se inter-nalizarem profundamente na dinâmica acadêmica e peda-gógica da Instituição e assegurar a conquista crescente de padrões de qualidade educacional.

Além das iniciativas próprias de cada uma das Unida-des Plenas, e tantas outras das Unidades Vocacionais, distri-buídas em municípios do Estado, com suas peculiaridades e características intrínsecas, no âmbito supraestrutural da Instituição, várias são as iniciativas que impactam forte e plenamente no Protagonismo Juvenil e Estudantil, desta-cando-se os certames sobre conhecimentos dos estudantes, de âmbitos estaduais, regionais, nacional e internacionais, nos quais os estudantes do IEMA participam de forma des-tacada; assim como os programas de intercâmbio nacional e internacionais, como o IEMA no Mundo, associados à aprendizagem de idiomas e ao intercâmbio educacional e cultural; e, mais recentemente, o ingresso na Rede de Esco-las Associadas da UNESCO, Rede PEA, feito singular, pelo ineditismo no âmbito das redes escolares do Maranhão, se-jam entre as escolas públicas ou as particulares.

Uma Rede que cresce aceleradamente no Mundo. No Brasil, saltou de 361 escolas em 2017, para 583 em 2018. A Rede brasileira é a segunda maior do planeta, menor ape-nas que a do Japão. Está presente em 181 países de todos os

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passa pela visão, segundo a qual, o processo de expansão do IEMA só será sustentável se continuar implementando suas bases de sustentação acadêmica, pedagógicas e infra-estrutural, de modo cada vez mais vigoroso, encontrando no protagonismo juvenil sua essência teórico-metodológica.

Vive-se o primeiro momento deste processo, ampla-mente vitorioso, marcado pela profusão de iniciativas re-levantes, que poderão, pelos seus resultados efetivos, se transformarem em instituintes, isto é, capazes de se inter-nalizarem profundamente na dinâmica acadêmica e peda-gógica da Instituição e assegurar a conquista crescente de padrões de qualidade educacional.

Além das iniciativas próprias de cada uma das Unida-des Plenas, e tantas outras das Unidades Vocacionais, distri-buídas em municípios do Estado, com suas peculiaridades e características intrínsecas, no âmbito supraestrutural da Instituição, várias são as iniciativas que impactam forte e plenamente no Protagonismo Juvenil e Estudantil, desta-cando-se os certames sobre conhecimentos dos estudantes, de âmbitos estaduais, regionais, nacional e internacionais, nos quais os estudantes do IEMA participam de forma des-tacada; assim como os programas de intercâmbio nacional e internacionais, como o IEMA no Mundo, associados à aprendizagem de idiomas e ao intercâmbio educacional e cultural; e, mais recentemente, o ingresso na Rede de Esco-las Associadas da UNESCO, Rede PEA, feito singular, pelo ineditismo no âmbito das redes escolares do Maranhão, se-jam entre as escolas públicas ou as particulares.

Uma Rede que cresce aceleradamente no Mundo. No Brasil, saltou de 361 escolas em 2017, para 583 em 2018. A Rede brasileira é a segunda maior do planeta, menor ape-nas que a do Japão. Está presente em 181 países de todos os

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continentes, no que abre um leque vastíssimo de possibili-dades de intercâmbio internacional e de cooperação inter-nacional federativa.

A aludida Rede tem como princípios fundamentais promover a cultura de paz, a educação para o desenvolvi-mento sustentável e a formação de gerações conscientes do seu papel como protagonistas de uma cidadania global, no que fortalece a iniciativa interna do IEMA de empoderar o protagonismo estudantil como projeto instituinte educacio-nal.

Vale destacar, por seu turno, que a Rede possui como objetivos especiais difundir a Inovação e a Qualidade da Educação como fatores impulsionadores do desenvolvi-mento econômico e social, requisitos estratégicos para o fortalecimento das economias locais presentes no território maranhense, marcadas por práticas de produção pouco de-senvolvidas e tecnologicamente defasadas.

Para potencializar a participação do IEMA na Rede PEA, está sendo desenvolvida a formação de uma Cátedra Acadêmica, a Cátedra PEA-IEMA, visando mobilizar ta-lentos e oportunidades dentre os integrantes da Rede, com destaque para laboratórios de ideias, programas de forma-ção e aprendizagens colaborativas, oportunidades de trocas de experiências profissionais e culturais, entre muitas ou-tras linhas de atuação compartilhadas.

O mais abrangente dos objetivos estratégicos da Rede PEA é ajudar a conquistar os Objetivos do Desenvolvimen-to Sustentável, focados na Agenda ODS 2030 da ONU, o que poderá atribuir ao IEMA um papel destacado nas arti-culações interinstitucionais sobre a temática da sustentabi-lidade do desenvolvimento no contexto maranhense.

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Deve-se destacar, por outro lado, que o Protagonismo, em sua contextura orgânica, aquele que ocorre no interior de uma Instituição Educacional, seja uma Escola ou uma Universidade, depende fundamentalmente de uma consis-tente e bem sucedida política interna de Ensino, Pesquisa e Extensão.

O processo educacional do IEMA concebe que o ensi-no, a pesquisa e a extensão devem se constituir de forma integrada e indissociável na formação dos estudantes, se-jam como técnicos, tecnólogos, graduados e profissionais pós-graduados, estes últimos quando o IEMA estiver atu-ando também na educação superior, voltados para o saber científico, tecnológico e cultural, comprometidos com a transformação da realidade social.

Percebe-se que a integração entre ensino, pesquisa e extensão está diretamente relacionada à organização curri-cular e à flexibilização dos tempos e dos espaços escolares e extraescolares. Parte do princípio de que os saberes neces-sários ao trabalho conduzem à efetivação de ações do en-sino e aprendizagem dialógica, da pesquisa e da extensão.

Assim, torna-se fundamental o envolvimento dos es-tudantes em projetos de pesquisa e extensão, que contribu-am para sua formação, dando-lhes sustentação tanto empí-rica quanto epistemológica.

Sem estudantes protagonistas é impossível incremen-tar a prática educativa evidenciada, pois passa pela promo-ção e desenvolvimento do senso crítico do estudante em relação ao mundo e ao pleno exercício de sua formação, ca-pacitando-o para as inovações tecnológicas.

Em síntese, de acordo com a aludida proposta pedagó-gica, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão deve promover a articulação das diferentes áreas de conhe-

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Deve-se destacar, por outro lado, que o Protagonismo, em sua contextura orgânica, aquele que ocorre no interior de uma Instituição Educacional, seja uma Escola ou uma Universidade, depende fundamentalmente de uma consis-tente e bem sucedida política interna de Ensino, Pesquisa e Extensão.

O processo educacional do IEMA concebe que o ensi-no, a pesquisa e a extensão devem se constituir de forma integrada e indissociável na formação dos estudantes, se-jam como técnicos, tecnólogos, graduados e profissionais pós-graduados, estes últimos quando o IEMA estiver atu-ando também na educação superior, voltados para o saber científico, tecnológico e cultural, comprometidos com a transformação da realidade social.

Percebe-se que a integração entre ensino, pesquisa e extensão está diretamente relacionada à organização curri-cular e à flexibilização dos tempos e dos espaços escolares e extraescolares. Parte do princípio de que os saberes neces-sários ao trabalho conduzem à efetivação de ações do en-sino e aprendizagem dialógica, da pesquisa e da extensão.

Assim, torna-se fundamental o envolvimento dos es-tudantes em projetos de pesquisa e extensão, que contribu-am para sua formação, dando-lhes sustentação tanto empí-rica quanto epistemológica.

Sem estudantes protagonistas é impossível incremen-tar a prática educativa evidenciada, pois passa pela promo-ção e desenvolvimento do senso crítico do estudante em relação ao mundo e ao pleno exercício de sua formação, ca-pacitando-o para as inovações tecnológicas.

Em síntese, de acordo com a aludida proposta pedagó-gica, a indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão deve promover a articulação das diferentes áreas de conhe-

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cimento e a inovação científica, tecnológica, artística e cul-tural.

Portanto, é fundamental para a expansão do Institu-to, priorizar projetos de pesquisa e programas de iniciação científica vinculados aos objetivos do ensino e extensão, inspirados em proposições, demandas locais, regionais e na-cionais, como preconizam os projetos político-pedagógicos institucionais em vigor.

Nesse intuito, é vital estimular e incrementar o inter-câmbio com instituições científicas nacionais e internacio-nais, visando firmar acordos e convênios sistemáticos entre os atores institucionais, tanto pesquisadores e estudantes, sem esquecer o desenvolvimento de projetos comuns entre as instituições e suas comunidades acadêmicas, técnicas e gerenciais.

Feitas as considerações acima, fica evidente que para responder com precisão à questão proposta pelo tercei-ro questionamento desta pesquisa, a respeito de como os projetos atuais que dialogam com o Protagonismo Juvenil/Estudantil estão sendo recebidos e interpretados no IEMA, necessita-se de um mergulho mais profundo em suas práti-cas e movimentos cotidianos, sobretudo a partir do dia a dia de suas Unidades Plenas e Vocacionais.

Não esquecer que se experimenta o primeiro ciclo de expansão do IEMA (2015-2018), caracterizado, sobretudo, por sua natureza experimental, não só no que respeita ao modelo pedagógico, como no que se refere ao sistema de planejamento e gestão institucional como um todo e daque-les correspondentes ao funcionamento da rede de escolas existentes.

Enquanto integrante da equipe de planejamento es-tratégico da Reitoria, não tenho dúvida de que, em termos

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amplos, os projetos já referidos ao longo desta análise estão sendo recebidos e interpretados de maneira muito satisfa-tória, sobretudo pela reação positiva da comunidade acadê-mica e dos dirigentes internos e externos, encantados com os êxitos da instituição, perceptível quando se manifestam publicamente.

Chega-se, com louros, ao fim da corrida de obstáculos que foi o primeiro ciclo de implantação do IEMA, exigente e desafiador, por seus elevados objetivos programáticos, foca-dos na ousadia de promover a educação de qualidade na es-cola pública, em um contexto ainda despojado de competên-cias ampliadas e de baixas exigências pedagógicas e sociais.

O momento agora é de elevada concentração e inspi-ração para preparar a transição ao novo ciclo, abrangido pelo quadriênio 2019-2022, quando o país completará 200 anos de sua Independência como nação soberana, mesmo desacreditada pelos críticos, e o encerramento do atual ciclo virtuoso do novo governo estadual, quando deverá coroar os êxitos de suas bem sucedidas estratégias de governança, diferenciadas do modelo histórico tradicional dos antigos regimes oligárquicos.

A hora é de guarnicê e de pensar grande os próximos passos. Mobilizar toda a comunidade acadêmica e as de-mais que interagem organicamente com o futuro imediato do IEMA, a fim de não deixar essa ciranda de sonhos ir ao chão.

O núcleo do poder central, localizado no Palácio dos Leões, também aquece seus músculos e azeita suas inteli-gências para montar a nova engenharia política que terá a missão de efetivar a implementação dos compromissos as-sumidos na disputa eleitoral, entre as mais destacadas, a de viabilizar o projeto de implantação de mais 100 IEMA até

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amplos, os projetos já referidos ao longo desta análise estão sendo recebidos e interpretados de maneira muito satisfa-tória, sobretudo pela reação positiva da comunidade acadê-mica e dos dirigentes internos e externos, encantados com os êxitos da instituição, perceptível quando se manifestam publicamente.

Chega-se, com louros, ao fim da corrida de obstáculos que foi o primeiro ciclo de implantação do IEMA, exigente e desafiador, por seus elevados objetivos programáticos, foca-dos na ousadia de promover a educação de qualidade na es-cola pública, em um contexto ainda despojado de competên-cias ampliadas e de baixas exigências pedagógicas e sociais.

O momento agora é de elevada concentração e inspi-ração para preparar a transição ao novo ciclo, abrangido pelo quadriênio 2019-2022, quando o país completará 200 anos de sua Independência como nação soberana, mesmo desacreditada pelos críticos, e o encerramento do atual ciclo virtuoso do novo governo estadual, quando deverá coroar os êxitos de suas bem sucedidas estratégias de governança, diferenciadas do modelo histórico tradicional dos antigos regimes oligárquicos.

A hora é de guarnicê e de pensar grande os próximos passos. Mobilizar toda a comunidade acadêmica e as de-mais que interagem organicamente com o futuro imediato do IEMA, a fim de não deixar essa ciranda de sonhos ir ao chão.

O núcleo do poder central, localizado no Palácio dos Leões, também aquece seus músculos e azeita suas inteli-gências para montar a nova engenharia política que terá a missão de efetivar a implementação dos compromissos as-sumidos na disputa eleitoral, entre as mais destacadas, a de viabilizar o projeto de implantação de mais 100 IEMA até

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2022. Em 2022 se estará a 8 anos da Agenda 2030, com suas 17 metas globais estabelecidas pela Assembléia Geral da Nações Unidas, voltadas à conquista do desenvolvimen-to sustentável no contexto dos países signatários da Agen-da, onde se inclui o Brasil.

O fim de 2018, em clima pós-eleitoral, anuncia um ce-nário desafiador e influenciado por três fatores marcantes: o primeiro, dinheiro escasso, dando o Tesouro Estadual os sinais preocupantes de que a arrecadação está desidrata-da, portanto sinalizando que o cinto vai ser apertado daqui para frente; segundo, uma nova equipe de governo deverá ser formada, considerando o panorama estadual e o novo cenário político nascido das eleições presidenciais, exigindo muita sabedoria na composição de um time de dirigentes que mescle quadros estratégicos do governo que finda, aos novos que chegam para realizar mais este desafio de con-tinuar trabalhando pelo desenvolvimento sustentável do Maranhão. Capacidade e inteligência na costura da nova governança a partir da escolha, na rosa-dos-ventos, do me-lhor norte, aquele que levará a nau da esperança ao porto mais seguro.

Internamente o recomeço deverá partir da intensifi-cação do reconhecimento dos projetos que dialogam com o Protagonismo Juvenil, diversificando-os e clareando a for-ma como são recebidos e interpretados pela comunidade.

O sentido de todas as ações educativas é assegurar um reconhecimento do alto valor pedagógico ao trabalho ins-titucional do IEMA, coroando o esforço extraordinário de um coletivo acadêmico, estudantil e de gestores competen-tes e compromissados com a educação pública de qualida-de, atuando sob uma regência reitoral talentosa e criativa, o que continuará garantindo de forma eloquente o acerto

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do Governo Flávio Dino em política pública educacional de qualidade, desta feita, para além das fronteiras do Mara-nhão..

“Trata-se de experiência inovadora, verdadeiro laboratório, comprovando como deve ser o ensino médio técnico de tempo

integral, uma solução para o Brasil.”

JOÃO BATISTA ERICEIRA

Formado em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e mestre pela Universidade de Brasília (Unb), o advogado e professor João Batista Ericeira é presi-dente da Academia Maranhense de Letras Jurídicas, vice diretor geral da Escola de Formação de Governantes do Ma-ranhão, diretor da Escola Superior de Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil/Seccional Maranhão e um dos co-ordenadores do Núcleo Estratégico do IEMA.

Na entrevista que concede a essa pesquisa, o profes-sor João Ericeira retoma a cultura conservadora do Direito brasileiro em tempos anteriores à Constituição Federal de 1988, em que predominava a repressão e criminalização da juventude, para então descortinar o novo cenário que passa a se construir com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o mais recente Estatuto da Juventude. Nesse pro-cesso, o professor reitera a necessidade de superação de um Estado policialesco em substituição a todo um tecido social que oportunize aos jovens o acesso a direitos básicos, den-tre eles, a educação de qualidade e melhores condições de trabalho. Explicita também a ideia de Protagonismo Juvenil como a efetiva participação dos jovens na formulação e exe-cução de políticas públicas e como o projeto IEMA é estru-

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do Governo Flávio Dino em política pública educacional de qualidade, desta feita, para além das fronteiras do Mara-nhão..

“Trata-se de experiência inovadora, verdadeiro laboratório, comprovando como deve ser o ensino médio técnico de tempo

integral, uma solução para o Brasil.”

JOÃO BATISTA ERICEIRA

Formado em Direito pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e mestre pela Universidade de Brasília (Unb), o advogado e professor João Batista Ericeira é presi-dente da Academia Maranhense de Letras Jurídicas, vice diretor geral da Escola de Formação de Governantes do Ma-ranhão, diretor da Escola Superior de Advocacia da Ordem dos Advogados do Brasil/Seccional Maranhão e um dos co-ordenadores do Núcleo Estratégico do IEMA.

Na entrevista que concede a essa pesquisa, o profes-sor João Ericeira retoma a cultura conservadora do Direito brasileiro em tempos anteriores à Constituição Federal de 1988, em que predominava a repressão e criminalização da juventude, para então descortinar o novo cenário que passa a se construir com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e o mais recente Estatuto da Juventude. Nesse pro-cesso, o professor reitera a necessidade de superação de um Estado policialesco em substituição a todo um tecido social que oportunize aos jovens o acesso a direitos básicos, den-tre eles, a educação de qualidade e melhores condições de trabalho. Explicita também a ideia de Protagonismo Juvenil como a efetiva participação dos jovens na formulação e exe-cução de políticas públicas e como o projeto IEMA é estru-

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turante e fundamental para a superação de desigualdades sociais no Maranhão. Confira abaixo a entrevista completa:

1. Enquanto jurista, como avalia as formas com que nossa cul-tura jurídica têm historicamente enxergado as categorias de in-fância, adolescência e juventude? Nesse sentido, quais pontos considera de maior relevância no âmbito do Estatuto da Crian-ça e do Adolescente (ECA) e do Estatuto da Juventude dentro deste movimento histórico?

O Direito brasileiro pretérito caracterizava-se por con-servadorismo e repressão em relação aos jovens, mais espe-cificamente, no tratamento das crianças e dos adolescentes. Antes da Constituição Federal de 5 de outubro de 1988 a situação o quadro social era deplorável. Em texto datado de 30 de julho de 1993, sob a epígrafe “A Guerra dos Meninos”, descrevi com realismo a imagem do país no exterior, em de-corrência do tratamento da matéria:

A tragédia da Candelária44 mais uma vez, levou o Bra-sil, infelizmente, de forma “noir”, ao noticiário dos grandes jornais e revistas, americanas e europeias, bem como das suas principais redes de televisão.

O cidadão civilizado do Primeiro Mundo, ao assistir a televisão, ou ler a revista ao pé da lareira em New York ou Paris, deve supor que, por estas paragens tropicais, habitam bestas humanas. Pululam entre nós orangotangos cruéis, devoradores de criancinhas.

44 A tragédia da Candelária ocorreu dia 23 de julho de 1993, na Igreja do mes-mo nome no Rio de janeiro, com a execução de 6 menores e dois maiores em situação de rua, assassinados por milicianos. A Anistia Internacional registrou que entre 1993 e 2013 44 das 70 pessoas que dormiam nas ruas do Rio de Janeiro perderam a vida de forma violenta. Quase todas eram negras e pobres.

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Como se as suas principais cidades não convivessem com situações idênticas e outras formas de delinquência praticadas por pessoas de classe média contra menores in-defesos. Que o digam os meninos negros de Harlem. A vio-lência é inerente à condição humana, que os conglomerados urbanos são laboratórios para comprovar a íntima relação existente entre a agressividade e a exiguidade de espaço fí-sico, como sustentava Konrad Lorenz. Naturalmente, existe a violência que resulta das injustiças sociais, da desagrega-ção familiar, nenhuma delas justificável, mas é explicável, jamais defensável.

A ideia que fará o cidadão do Primeiro Mundo resulta-rá do tratamento superficial que a mídia está dando ao fato. Não quero dizer que a simples existência de problemas se-melhantes nos centros urbanos do Primeiro Mundo atenue ou justifique a brutalidade da chacina da Candelária. Pelo contrário, é preciso tratá-la sem a “maquiagem” de novela para que se possa compreender as suas causas.

Segundo o depoimento prestado pela pesquisadora Lí-gia Costa Leite, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, os chacinados da Candelária não são ingênuas criancinhas, doces, evangélicas, mas delinquentes, viciados, agressivos, capitaneados por dois maiores, homossexuais, chamados de “Tieta” e “Turim”. Nada, porém, respalda a selvageria come-tida, se eram marginais, que lhes fosse aplicado o devido processo legal. Aí entra o outro dado significativo da ques-tão: a falência do Estado, a sua incapacidade para dar o con-veniente encaminhamento à delinquência juvenil. Se nem a criminalidade adulta pode o aparelho estatal enfrentar, o que dizer dos ilícitos praticados por adolescentes, a exigirem tratamento mais delicado?

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Como se as suas principais cidades não convivessem com situações idênticas e outras formas de delinquência praticadas por pessoas de classe média contra menores in-defesos. Que o digam os meninos negros de Harlem. A vio-lência é inerente à condição humana, que os conglomerados urbanos são laboratórios para comprovar a íntima relação existente entre a agressividade e a exiguidade de espaço fí-sico, como sustentava Konrad Lorenz. Naturalmente, existe a violência que resulta das injustiças sociais, da desagrega-ção familiar, nenhuma delas justificável, mas é explicável, jamais defensável.

A ideia que fará o cidadão do Primeiro Mundo resulta-rá do tratamento superficial que a mídia está dando ao fato. Não quero dizer que a simples existência de problemas se-melhantes nos centros urbanos do Primeiro Mundo atenue ou justifique a brutalidade da chacina da Candelária. Pelo contrário, é preciso tratá-la sem a “maquiagem” de novela para que se possa compreender as suas causas.

Segundo o depoimento prestado pela pesquisadora Lí-gia Costa Leite, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, os chacinados da Candelária não são ingênuas criancinhas, doces, evangélicas, mas delinquentes, viciados, agressivos, capitaneados por dois maiores, homossexuais, chamados de “Tieta” e “Turim”. Nada, porém, respalda a selvageria come-tida, se eram marginais, que lhes fosse aplicado o devido processo legal. Aí entra o outro dado significativo da ques-tão: a falência do Estado, a sua incapacidade para dar o con-veniente encaminhamento à delinquência juvenil. Se nem a criminalidade adulta pode o aparelho estatal enfrentar, o que dizer dos ilícitos praticados por adolescentes, a exigirem tratamento mais delicado?

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O Estatuto da Criança e do Adolescente ao reconhecer a falência do Estado atribuiu às organizações da sociedade os encargos de cuidar dos menores abandonados, o triste é que a sociedade brasileira se vê cada vez mais empobre-cida, nossa classe média faz ginástica para escapar. Então entram em cena as organizações internacionais, remetendo milhões de dólares para associações particulares adminis-trarem os meninos de rua, e essas fabulosas somas são des-viadas pela cultura de corrupção.

Os menores de rua brasileiros, na maioria, são filhos de empregadas domésticas favelizadas, descendentes dos ex--escravos, libertados pela princesa Isabel, sem que o Estado lhe tenha dado terra e condições de trabalho.

Joaquim Nabuco, o tribuno da abolição, dizia ser uma enorme crueldade libertar os escravos sem dar-lhes as con-dições de trabalho. Os brasileiros até hoje pagam o elevado preço da herança escravagista. Certamente de nada adian-tará a um Estado falido tratar de forma assistencialista ou policialesca essa grave questão. Será simplesmente inútil. Cada vez mais, em número, gênero e grau, aumentará a vio-lência de parte a parte. A Escola Superior de Guerra calcu-la no estudo intitulado “Estrutura do Poder Nacional para o ano 2001”, que no ano 2000 haverá “um contingente de marginais, malfeitores, semelhantes ao do atual Exército”.

As soluções idealistas ou paternalistas nada resolve-rão. Essa gente precisa é de condições de trabalho. Quanto a educação, em “Capitães de Areia”, Jorge Amado, define mui-to bem. Os meninos de rua elaboram uma cultura própria.

A pesquisadora Lígia Costa Leite a descreve ao relatar que duas menores abandonadas, a mais velha espancava com violência a menor, porque sentia saudade da professo-

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ra. Dizia a maior “você não pode chorar”. Em outras pala-vras, você não pode sentir afeto.

Está claro, falta a essa gente, terra, trabalho e afeto. São as principais causas da guerra dos meninos de rua.

2. Em sua concepção, o que significa Protagonismo Juvenil45? Quando o Protagonismo Juvenil passou a ter espaço em nossa cultura jurídica e como se caracteriza esse lugar?

A participação dos jovens nas políticas públicas tan-to na formulação quanto na execução tanto no presente quanto no futuro. Os três marcos legais são primeiramente a Constituição Federal de 5 de outubro de 1988, completan-do três décadas de vigência, ao facultar o direito do voto dos jovens aos dezesseis anos, em formulação inovadora, facul-tando-lhes o protagonismo político. Depois a Lei nº, 8.069, de 13 de julho de 1980, o Estatuto das Crianças e Adolescen-tes – ECA, calcada nas Declarações Internacionais de Di-reitos Humanos, facultando-lhes prerrogativas que já lhes eram deferidas pelas legislações dos países culturalmente avançados do continente europeu. Quando o ECA comple-tou 20 anos de vigência publiquei texto. Julgo oportuno re-produzi-lo:

“Educam-se e civilizam-se as crianças na proporção em que aprendam a respeitar os outros, ensinando-lhes os de-veres e os direitos correlatos. A condição inicial para tanto é a existência de núcleo familiar dotado de renda mínima, garantindo-lhe a sustentabilidade. Os gregos inventaram a instituição da escola para civilizar o ser humano, forman-

45 Segundo Antônio Carlos Gomes da Costa, no protagonismo juvenil o jo-vem se torna o elemento central da prática educativa, participando ativamente de todo o processo.

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ra. Dizia a maior “você não pode chorar”. Em outras pala-vras, você não pode sentir afeto.

Está claro, falta a essa gente, terra, trabalho e afeto. São as principais causas da guerra dos meninos de rua.

2. Em sua concepção, o que significa Protagonismo Juvenil45? Quando o Protagonismo Juvenil passou a ter espaço em nossa cultura jurídica e como se caracteriza esse lugar?

A participação dos jovens nas políticas públicas tan-to na formulação quanto na execução tanto no presente quanto no futuro. Os três marcos legais são primeiramente a Constituição Federal de 5 de outubro de 1988, completan-do três décadas de vigência, ao facultar o direito do voto dos jovens aos dezesseis anos, em formulação inovadora, facul-tando-lhes o protagonismo político. Depois a Lei nº, 8.069, de 13 de julho de 1980, o Estatuto das Crianças e Adolescen-tes – ECA, calcada nas Declarações Internacionais de Di-reitos Humanos, facultando-lhes prerrogativas que já lhes eram deferidas pelas legislações dos países culturalmente avançados do continente europeu. Quando o ECA comple-tou 20 anos de vigência publiquei texto. Julgo oportuno re-produzi-lo:

“Educam-se e civilizam-se as crianças na proporção em que aprendam a respeitar os outros, ensinando-lhes os de-veres e os direitos correlatos. A condição inicial para tanto é a existência de núcleo familiar dotado de renda mínima, garantindo-lhe a sustentabilidade. Os gregos inventaram a instituição da escola para civilizar o ser humano, forman-

45 Segundo Antônio Carlos Gomes da Costa, no protagonismo juvenil o jo-vem se torna o elemento central da prática educativa, participando ativamente de todo o processo.

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do-lhe para viver na Polis ou Civita dos romanos, donde provém a educação cívica. Semana passada, o Estatuto da Criança e do Adolescente comemorou vinte anos de vigên-cia. Conhecido pela sigla ECA substituiu o velho Código de Menores, inteiramente voltado para as condutas infracio-nais e as penas correspondentes. Trata-se de lei moderna, honrando as melhores tradições jurídicas brasileiras, ainda que estas briguem com a chocante realidade social. Foi as-sim no Império, tínhamos Constituição e Código Penal li-berais convivendo com o regime escravocrata. O Estatuto reconheceu a titularidade de direitos a crianças e adoles-centes, os sujeitos ao poder familiar e aos que pela desagre-gação do tecido social não conheceram família e escola.

O mesmo se pode dizer agora, a Constituição Federal de 5 de outubro de 1988 e a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - ECA, são dois monumentos jurídicos, nos põem em pé de igualdade com as nações mais civilizadas do planeta, levando-nos a inafastável pergunta: esta última lei é de fato aplicada? Qual o seu grau de eficácia? As respostas foram buscadas ao longo das comemorações pelas duas décadas de sua vigência. O desembargador Antônio Carlos Malheiros, coordenador de Infância e Juventude do Tribunal de Justi-ça de São Paulo, admite que haja excesso de internações de adolescentes, mas explica: as penas são respostas dos juí-zes à sociedade, completando que nesses casos, eles atuam como “caixa de ressonância” do grupo social, aterrorizado com o surto de crimes, em boa parte relacionado ao uso de drogas. Em síntese, as decisões judiciais satisfazem o senso comum a respeito da delinquência juvenil, de considerável parte de uma sociedade assustada com os índices elevados de violência e de insegurança pública. Após crime de gran-de repercussão, praticado por adolescente, fatalmente retor-na a onda a favor da redução da maioridade penal.

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As causas da criminalidade, no caso brasileiro, são ex-plicitadas por especialistas como originárias na miséria so-cial, desestruturação do núcleo familiar, presença do crime organizado, na modalidade especial do tráfico de drogas; na ausência do Poder público, gerando párias, sem qualquer es-perança de vida. O Estado comparece unicamente por ações repressivas, para punir a quem não foi oferecida qualquer oportunidade da convivência social normal.

Recente pesquisa sob os auspícios do Ministério da Justiça nos Tribunais de Justiça do país, concluiu que na maioria dos casos, o tratamento dispensado ao adolescen-te infrator é mais severo do que o aplicado aos criminosos comuns. Na verdade, optou-se em 86% dos casos analisa-dos pela internação, pena privativa da liberdade; com fa-lhas processuais comprometendo os direitos dos jovens, tais como audiências apressadas, ausência de testemunhas, insuficiência de provas. Em muitas situações poderiam ter sido aplicadas sanções alternativas. O Direito Penal moder-no prefere enfrentar a criminalidade com sanções exclu-dentes da privação de liberdade. Por que ser mais rigoroso com os jovens? Os presídios são escolas de aperfeiçoamento da criminalidade.

Será inútil pensar em resolver a delinquência juvenil pela sua judicialização. Juízes, Ministério Público, Advoca-cia, não poderão solucioná-lo, pois envolve desafios maio-res, requerendo macro políticas de distribuição da renda, por ações intersetoriais do Estado, nos três níveis da Fede-ração, em educação, saúde, cultura, lazer. As metodologias tradicionais de administração dos conflitos não serão efi-cazes para o enfrentamento da criminalidade dos jovens, na maioria, vitimados pela sociedade que lhes nega tudo, inclusive a esperança.

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As causas da criminalidade, no caso brasileiro, são ex-plicitadas por especialistas como originárias na miséria so-cial, desestruturação do núcleo familiar, presença do crime organizado, na modalidade especial do tráfico de drogas; na ausência do Poder público, gerando párias, sem qualquer es-perança de vida. O Estado comparece unicamente por ações repressivas, para punir a quem não foi oferecida qualquer oportunidade da convivência social normal.

Recente pesquisa sob os auspícios do Ministério da Justiça nos Tribunais de Justiça do país, concluiu que na maioria dos casos, o tratamento dispensado ao adolescen-te infrator é mais severo do que o aplicado aos criminosos comuns. Na verdade, optou-se em 86% dos casos analisa-dos pela internação, pena privativa da liberdade; com fa-lhas processuais comprometendo os direitos dos jovens, tais como audiências apressadas, ausência de testemunhas, insuficiência de provas. Em muitas situações poderiam ter sido aplicadas sanções alternativas. O Direito Penal moder-no prefere enfrentar a criminalidade com sanções exclu-dentes da privação de liberdade. Por que ser mais rigoroso com os jovens? Os presídios são escolas de aperfeiçoamento da criminalidade.

Será inútil pensar em resolver a delinquência juvenil pela sua judicialização. Juízes, Ministério Público, Advoca-cia, não poderão solucioná-lo, pois envolve desafios maio-res, requerendo macro políticas de distribuição da renda, por ações intersetoriais do Estado, nos três níveis da Fede-ração, em educação, saúde, cultura, lazer. As metodologias tradicionais de administração dos conflitos não serão efi-cazes para o enfrentamento da criminalidade dos jovens, na maioria, vitimados pela sociedade que lhes nega tudo, inclusive a esperança.

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Apesar das compreensíveis críticas dirigidas ao Estatu-to, oriundas de familiares das vítimas de crimes cometidos por jovens, as pesquisas comprovam: não será reduzindo a maioridade penal e os isolando que diminuiremos a crimi-nalidade. O efeito poderá ser o oposto, como comprovam as estatísticas de países que optaram por tais medidas.

As autoridades do Ministério da Justiça contabiliza-ram aspectos favoráveis nos vinte anos de vigência do Es-tatuto: diminuição da mortalidade infantil; ampliação do acesso à educação; redução do trabalho infantil; acréscimo das políticas municipais para a juventude; combate a gravi-dez na adolescência; ampliação dos programas de redução da criminalidade juvenil. E aqui, se deve reconhecer, para o resultado houve a contribuição dos conselheiros tutela-res, do nacional aos municipais; juízes, promotores, advo-gados, ativistas sociais, organizações não-governamentais. Poderia ser melhor? Claro. O mesmo se poder afirmar em relação à Constituição Federal em parte inaplicada e mal interpretada. Toda lei está sujeita às imperfeições da con-dição humana, ao gestá-la e interpretá-la. Mas o que seria de nós sem as utopias capazes de fazer-nos progredir? É oportuno ressaltar nas comemorações, o I Seminário Bra-sileiro de Justiça Juvenil Restaurativa, realizado dias 7, 8 e 9 de julho passados, promovido pela Terres des Hommes, UNICEF e outros parceiros, abordando novas metodologias para a administração de conflitos envolvendo a juventude. Convidado a coordenar o painel “A Justiça Juvenil Restau-rativa no Brasil, Espanha, Nicarágua e Peru”, confesso que não me envergonhei de ser brasileiro. Concluí, temos sobe-jas razões para festejar os vinte anos do ECA. Mas ainda há muito por fazer. ”

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3. Uma vez pertencente ao corpo profissional do IEMA e mem-bro do Núcleo Estratégico que já teve a oportunidade de com-partilhar espaços com os estudantes da instituição, como avalia a forma como o Protagonismo Juvenil é atualmente trabalhado pelo instituto? Falando de horizontes futuros, que outras for-mas/através de quais meios acredita que o IEMA pode fortale-cer as práticas de Protagonismo Juvenil?

Início a resposta lembrando os versos de Johnny Alf, o prestigiado compositor da música popular brasileira, em canção datada de 1967, Eu e a Brisa: “Ah, se a juventude que esta brisa canta/ Ficasse aqui comigo mais um pouco/ eu poderia esquecer a dor/ De ser tão só pra ser um sonho”. A nossa geração de 1968 sonhou com um mundo melhor, menos repressivo e mais livre. Era a transformação em re-alidade social e jurídica dos sonhos de uma geração que al-mejava chegar a uma sociedade solidária, fraterna, possível com a prática da justiça para com os jovens, sempre idealis-tas e libertários.

O Governo do Estado do Maranhão, liderado pelo pro-fessor Flávio Dino, criou o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia-IEMA oferecendo cursos de nível médio, pro-fissionalizantes em tempo integral. Trata-se de experiência inovadora, verdadeiro laboratório, comprovando como deve ser o ensino médio técnico de tempo integral, uma solução para o Brasil.

Um dos eixos do projeto pedagógico do IEMA é o pro-tagonismo juvenil, inserindo os jovens em práticas e vi-vências que o fazem uma escola moderna, com reconheci-mento mundial. Sendo membro das instituições de ensino associadas da UNESCO.

Trata-se de projeto estruturante para o Estado do Ma-ranhão, onde a educação é posta a serviço do esforço cole-

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3. Uma vez pertencente ao corpo profissional do IEMA e mem-bro do Núcleo Estratégico que já teve a oportunidade de com-partilhar espaços com os estudantes da instituição, como avalia a forma como o Protagonismo Juvenil é atualmente trabalhado pelo instituto? Falando de horizontes futuros, que outras for-mas/através de quais meios acredita que o IEMA pode fortale-cer as práticas de Protagonismo Juvenil?

Início a resposta lembrando os versos de Johnny Alf, o prestigiado compositor da música popular brasileira, em canção datada de 1967, Eu e a Brisa: “Ah, se a juventude que esta brisa canta/ Ficasse aqui comigo mais um pouco/ eu poderia esquecer a dor/ De ser tão só pra ser um sonho”. A nossa geração de 1968 sonhou com um mundo melhor, menos repressivo e mais livre. Era a transformação em re-alidade social e jurídica dos sonhos de uma geração que al-mejava chegar a uma sociedade solidária, fraterna, possível com a prática da justiça para com os jovens, sempre idealis-tas e libertários.

O Governo do Estado do Maranhão, liderado pelo pro-fessor Flávio Dino, criou o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia-IEMA oferecendo cursos de nível médio, pro-fissionalizantes em tempo integral. Trata-se de experiência inovadora, verdadeiro laboratório, comprovando como deve ser o ensino médio técnico de tempo integral, uma solução para o Brasil.

Um dos eixos do projeto pedagógico do IEMA é o pro-tagonismo juvenil, inserindo os jovens em práticas e vi-vências que o fazem uma escola moderna, com reconheci-mento mundial. Sendo membro das instituições de ensino associadas da UNESCO.

Trata-se de projeto estruturante para o Estado do Ma-ranhão, onde a educação é posta a serviço do esforço cole-

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tivo para a superação das desigualdades sociais. Além das unidades plenas, as vocacionais promovem a capacitação profissional no mercado de trabalho.

O protagonismo juvenil não faz parte do problema, mas da solução, presente em todas as etapas dos cursos, em lideranças de turmas e clubes juvenis, com exemplar inte-gração ao setor produtivo. Muito mais se fará ouvindo as lideranças estudantis.

Sob a exemplar liderança do Reitor Jonatan Almada, o IEMA está no mundo, e o mundo está nele. É a materializa-ção de um sonho de gerações.

“O protagonismo juvenil forma pessoas mais autônomas e comprometidas socialmente, capazes de se solidarizar com o próximo, colaborando assim para a formação de um futuro

mais justo aos jovens”

ALEX REIS BARROSO

Professor de sociologia da Unidade Plena de Bacabei-ra, Alex Reis Barroso é formado em Ciências Sociais pela UFMA e um dos idealizadores e organizadores do I Fórum de Sociologia do Maranhão que foi realizado na UP de Ba-cabeira com o tema “Protagonismo Juvenil”, recebendo pro-fessores de sociologia e alunos pertencentes às escolas esta-duais de todo estado.

Alex Reis destacou a importância de se debater o pro-tagonismo juvenil nas aulas de sociologia, em suas palavras “a sociologia pode proporcionar por meio da reflexão uma ‘visão crítica’ da realidade em que o aluno está inserido,

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abrindo assim como uma de suas possibilidades a transfor-mação dessa mesma realidade”.

Baseando-se em Lia Pappámikail, socióloga portu-guesa especialista em juventude, Alex faz breve apanha-do histórico sobre a noção de juventude que foi modificada com o tempo de acordo com as épocas e localidades, dessa forma pensar na juventude como se concebe hoje, é algo da modernidade e os quais a maioria se questiona e busca respostas em todos os âmbitos de sua vida. Essa modifica-ção trouxe uma maior participação dos jovens na busca por seus direitos, fazendo-se sujeitos de direito em ação para enfrentar situações, criar novos espaços e buscar condições para construir sua identidade pessoal e social.

O professor Alex finaliza dizendo que a escola é um local historicamente conhecido como o preparador para a ci-dadania, por tanto, se faz necessário que o IEMA crie novos projetos pedagógicos sobre o protagonismo juvenil voltados a ações de preparação para a vida em sociedade, integrando o jovem no tripé da política, trabalho e ação subjetiva, além de criar pesquisas que possibilite uma melhor intervenção dos seus estudantes para a contribuição do protagonismo juvenil priorizando a democracia e a formação política e ci-dadã completa. Confira abaixo a entrevista completa:

1. Como o estudo da sociologia pode trazer para a discussão em sala de aula o Protagonismo Juvenil?

Quando se pensa nas possibilidades que a sociologia pode realizar enquanto disciplina obrigatória nas escolas, considero de fundamental importância destacar a sua ca-racterística principal, que é a de proporcionar por meio da reflexão uma “visão crítica” da realidade em que o aluno está inserido, abrindo assim como uma de suas possibilidades a

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abrindo assim como uma de suas possibilidades a transfor-mação dessa mesma realidade”.

Baseando-se em Lia Pappámikail, socióloga portu-guesa especialista em juventude, Alex faz breve apanha-do histórico sobre a noção de juventude que foi modificada com o tempo de acordo com as épocas e localidades, dessa forma pensar na juventude como se concebe hoje, é algo da modernidade e os quais a maioria se questiona e busca respostas em todos os âmbitos de sua vida. Essa modifica-ção trouxe uma maior participação dos jovens na busca por seus direitos, fazendo-se sujeitos de direito em ação para enfrentar situações, criar novos espaços e buscar condições para construir sua identidade pessoal e social.

O professor Alex finaliza dizendo que a escola é um local historicamente conhecido como o preparador para a ci-dadania, por tanto, se faz necessário que o IEMA crie novos projetos pedagógicos sobre o protagonismo juvenil voltados a ações de preparação para a vida em sociedade, integrando o jovem no tripé da política, trabalho e ação subjetiva, além de criar pesquisas que possibilite uma melhor intervenção dos seus estudantes para a contribuição do protagonismo juvenil priorizando a democracia e a formação política e ci-dadã completa. Confira abaixo a entrevista completa:

1. Como o estudo da sociologia pode trazer para a discussão em sala de aula o Protagonismo Juvenil?

Quando se pensa nas possibilidades que a sociologia pode realizar enquanto disciplina obrigatória nas escolas, considero de fundamental importância destacar a sua ca-racterística principal, que é a de proporcionar por meio da reflexão uma “visão crítica” da realidade em que o aluno está inserido, abrindo assim como uma de suas possibilidades a

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transformação dessa mesma realidade. Ou seja, a disciplina de sociologia deveria fornecer ao educando as condições de ser também um “agente reflexivo e transformador” de sua própria realidade, além é claro da compreensão e interpre-tação da mesma (NETO, 2012). A sociologia, como as demais ciências, tem o papel de resgatar o educador como princi-pal elemento de mediação do processo político-pedagógico de emancipação do jovem e de mudança de sua forma de inserção na sociedade. Possibilitando o acesso ao conheci-mento historicamente construído e ampliando o horizonte de interesses, o educador se torna agente mediador da for-mação e do desenvolvimento das funções psicológicas su-periores (STAMATO, 2009). Ressaltando que a aprendiza-gem só ocorre quando o que é aprendido tem algum sentido para o jovem, ele rebate categorias consideradas estanques, como a motivação, e propõe em seu lugar a mobilização, que implica em fazer uso de si, para si, o que movimenta a atividade intelectual e dá sentido aos saberes. (STAMA-TO, 2009). O processo culmina com o desenvolvimento da autoconsciência do adolescente, que é a consciência social internalizada, formada a partir da reflexão e da internali-zação das relações interpessoais. Emergindo no cenário po-lítico e econômico do final da década de 1980, a expressão protagonismo juvenil tem sido identificada à concepção de empoderamento e participação democrática da juventude, associando-se à noção de sujeito de direitos, presente nas diretrizes do Estatuto da Criança e do Adolescente (BRA-SIL, 2000a), da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRA-SIL,1996), e do Estatuto da Juventude (2007). Pautando a organização curricular do ensino médio no significado do trabalho, no contexto da globalização e no sujeito ativo, que se apropria dos conhecimentos para se aprimorar, como tal, no mundo do trabalho e na prática social, a disciplina de

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Sociologia é essencial para o fortalecimento do processo de aprendizagem permanente, centralizado na construção da cidadania. De acordo com Gomes (1997), o protagonismo ju-venil é um processo no qual o jovem se torna o elemento central da prática educativa, participando ativamente de todo o procedimento, desde a elaboração, a execução até a avaliação das ações propostas. O intuito principal é fazer com que o jovem tenha uma legítima participação social, contribuindo não somente com a escola, mas também com a comunidade em que está inserido. Dessa maneira, o prota-gonismo juvenil forma pessoas mais autônomas e compro-metidas socialmente, capazes de se solidarizar com o próxi-mo, colaborando assim para a formação de um futuro mais justo aos jovens. Como exemplo desta perspectiva temos o “Fórum Maranhense de Sociologia”, evento que conta com a participação de alunos e professores das escolas públicas estaduais (SEDUC e IEMAs). Pois o tema do evento é “Socio-logia e Protagonismo Juvenil”. O qual visa o protagonismo dos jovens estudantes do Ensino Médio associado a diversas posturas, ações e atores (professores de sociologia e demais áreas, bem como a gestão escolar), deixando claro o referen-cial metodológico, ou seja, as estratégias e condições para sua operacionalização, facilitando para os embaixadores (Título dado aos jovens protagonistas de cada escola partici-pante do Fórum) uma saída da teorização e se torne realida-de no interior da dinâmica pedagógica do evento. Os embai-xadores (alunos) e professores participantes desse encontro construíram os Grupos de Discussões (GDs). Serão 14 GDs, com temas diversos (meio ambiente, violência, gênero, entre outros, deste Gds 12 foram criados exclusivamente para os protagonistas, um para professores de sociologia e último para gestores escolares), os quais serão coordenados por um(a) aluno(a) e um(a)professor(a). Durante o período dos

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Sociologia é essencial para o fortalecimento do processo de aprendizagem permanente, centralizado na construção da cidadania. De acordo com Gomes (1997), o protagonismo ju-venil é um processo no qual o jovem se torna o elemento central da prática educativa, participando ativamente de todo o procedimento, desde a elaboração, a execução até a avaliação das ações propostas. O intuito principal é fazer com que o jovem tenha uma legítima participação social, contribuindo não somente com a escola, mas também com a comunidade em que está inserido. Dessa maneira, o prota-gonismo juvenil forma pessoas mais autônomas e compro-metidas socialmente, capazes de se solidarizar com o próxi-mo, colaborando assim para a formação de um futuro mais justo aos jovens. Como exemplo desta perspectiva temos o “Fórum Maranhense de Sociologia”, evento que conta com a participação de alunos e professores das escolas públicas estaduais (SEDUC e IEMAs). Pois o tema do evento é “Socio-logia e Protagonismo Juvenil”. O qual visa o protagonismo dos jovens estudantes do Ensino Médio associado a diversas posturas, ações e atores (professores de sociologia e demais áreas, bem como a gestão escolar), deixando claro o referen-cial metodológico, ou seja, as estratégias e condições para sua operacionalização, facilitando para os embaixadores (Título dado aos jovens protagonistas de cada escola partici-pante do Fórum) uma saída da teorização e se torne realida-de no interior da dinâmica pedagógica do evento. Os embai-xadores (alunos) e professores participantes desse encontro construíram os Grupos de Discussões (GDs). Serão 14 GDs, com temas diversos (meio ambiente, violência, gênero, entre outros, deste Gds 12 foram criados exclusivamente para os protagonistas, um para professores de sociologia e último para gestores escolares), os quais serão coordenados por um(a) aluno(a) e um(a)professor(a). Durante o período dos

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GDs, serão realizadas discussões e ao final desta a apresen-tação sistematizada dos encaminhamentos pensados pelos grupos. Outro momento a ser desenvolvido será o concurso de desenhos (caricaturas e desenhos que expressem o tema do encontro) neste concurso somente alunos poderão par-ticipar. O desenho que melhor representar o encontro rece-berá um prêmio. Por fim, no segundo dia de Fórum, reali-zaremos uma reunião com os relatores dos GDs, bem como os coordenadores do Fórum, para elaboração de uma carta aberta aos gestores, como encaminhamento de demandas levantadas durante o Fórum. Todas essas atividades visam a discussão, reflexão e o protagonismo dos jovens, a fim de que estes se tornem mais políticos e conhecedores dos seus direitos, críticos e revolucionários de sua realidade.

2. Quais impressões você tem das discussões sobre a temática feitas por alunos do IEMA?

Pode-se afirmar, com um razoável grau de segurança, que a juventude, tal como se concebe atualmente (na sua dupla vertente de fase da vida e categoria social e cultu-ral), é um produto da modernidade. Não havia na Europa pré-industrial qualquer hesitação quanto à subordinação simbólica da infância e juventude em relação à fase adulta do ciclo de vida (PAPPÁMIKAIL, 2010). A maioria de ado-lescentes e jovens tem muitas questões, desejos, sonhos... e buscam respostas. Algumas questões vêm da própria fase que estão vivendo, mudanças corporais, primeiras experi-ências sexuais com um parceiro ou parceira, estimulados pelas primeiras paixões, primeiro amor, primeiras desco-bertas. Estas questões nem sempre encontram respostas, pois a escola, a família, a sociedade não estão preparadas para isso. (STAMATO, 2009). Se há consenso em torno do debate sobre a juventude, é o fato de esta ser uma categoria

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social de definição complexa (ou facto social instável, como sugere Gauthier (2000). Há, ainda, o fato da autonomia sur-gir simultaneamente como norma central das paisagens éticas contemporâneas e como um processo social vivido e experimentado pelos sujeitos que a ela tentam aceder. Considera-se, portanto, que as reflexões e discussões que as juventudes e os jovens suscitam são, na verdade, um exce-lente gatilho para se repensarem termos tão centrais quan-to banais nas ciências sociais (PAPPÁMIKAIL, 2010). Uma das noções sociológicas apropriadas com sucesso no interior das pesquisas sobre juventude, foi a de que o jovem deveria ser promovido a sujeito social. Esta noção aparece princi-palmente por meio de termos derivados, tais como agente social, ator estratégico de desenvolvimento, protagonista juvenil, jovem voluntário etc (GROPPO, 2016). Pode-se defi-nir o protagonismo juvenil como atuação cidadã na luta por suas posições, crenças e valores. Trata-se da participação de jovens no enfrentamento de situações em seus contextos de desenvolvimento, na escola, na comunidade e na vida social com objetivo de criar espaços e condições para a constru-ção de sua identidade pessoal e social (COSTA, 2004). Essa participação implica que o indivíduo seja competente para desenvolver uma ação desencadeadora de influência num contexto determinado. A participação é acima de tudo, um direito importante, capaz de criar o discernimento em con-junto com a informação, acerca de temas relacionados a po-líticas, serviços, oportunizar educação, competência e con-fiança e estimular o empoderamento, levando bem como promover aumento na auto-estima.

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social de definição complexa (ou facto social instável, como sugere Gauthier (2000). Há, ainda, o fato da autonomia sur-gir simultaneamente como norma central das paisagens éticas contemporâneas e como um processo social vivido e experimentado pelos sujeitos que a ela tentam aceder. Considera-se, portanto, que as reflexões e discussões que as juventudes e os jovens suscitam são, na verdade, um exce-lente gatilho para se repensarem termos tão centrais quan-to banais nas ciências sociais (PAPPÁMIKAIL, 2010). Uma das noções sociológicas apropriadas com sucesso no interior das pesquisas sobre juventude, foi a de que o jovem deveria ser promovido a sujeito social. Esta noção aparece princi-palmente por meio de termos derivados, tais como agente social, ator estratégico de desenvolvimento, protagonista juvenil, jovem voluntário etc (GROPPO, 2016). Pode-se defi-nir o protagonismo juvenil como atuação cidadã na luta por suas posições, crenças e valores. Trata-se da participação de jovens no enfrentamento de situações em seus contextos de desenvolvimento, na escola, na comunidade e na vida social com objetivo de criar espaços e condições para a constru-ção de sua identidade pessoal e social (COSTA, 2004). Essa participação implica que o indivíduo seja competente para desenvolver uma ação desencadeadora de influência num contexto determinado. A participação é acima de tudo, um direito importante, capaz de criar o discernimento em con-junto com a informação, acerca de temas relacionados a po-líticas, serviços, oportunizar educação, competência e con-fiança e estimular o empoderamento, levando bem como promover aumento na auto-estima.

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3. Quais medidas o IEMA deve adotar para ampliar o debate e a criação de novos projetos pedagógicos sobre Protagonismo Juvenil?

Enquanto processo histórico, contextualizado, e ex-tremamente complexo, o exercício da cidadania não ocorre de forma mágica, espontânea, natural, em função apenas de uma determinada faixa etária ou etapa de desenvol-vimento. Para que o jovem se torne cidadão, é necessária uma ação educativa que lhe permita transcender o papel de mero ator social, aprendendo a ler o mundo de forma críti-ca e atuar sobre ele de forma transformadora. (STAMATO, 2009) A criação de novos projetos pedagógicos sobre Prota-gonismo Juvenil deve ser, sobretudo, operacionalizada por meio de uma medidas voltada para aprimorar e capacitar os jovens protagonistas, para a vida em sociedade, a ativida-de produtiva e a experiência subjetiva, visando à integra-ção dos jovens no tríplice universo das relações políticas, do trabalho e da simbolização subjetiva. Entender que a categoria juventude se constrói nas e pelas relações sociais contribui para resgatar a dimensão social da educação, seu caráter de instrumento mediador de conhecimentos histo-ricamente acumulados pelo homem, e mediado pela cons-trução de sentidos e de novas relações no e com o mun-do (STAMATO, 2009). A escola é o espaço historicamente constituído com a missão de preparar para a cidadania. A condição de acesso futuro à cidadania plena passa pela es-cola, espaço institucional que pode ser marcado tanto por processos educativos participativos quanto por processos de dominação. Conforme Sarmento et al. (2007), A escola deve levar em conta a cultura da comunidade, mas deve também ampliar o mundo do jovem para além desta cul-tura,levando-o a buscar outras possibilidades e construir projetos fora da comunidade.Assim, para que o jovem de-

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senvolva uma cultura de resistência, de luta, de mudança, é preciso que a escola lhe permita compreender que a vida é diferente em outras classes sociais e em outros lugares, que foi diferente no passado e que pode ser diferente amanhã (CHARLOT, 2001). Criar pesquisas que possam discutir e delinear instrumentos práticos de intervenção que possibi-lite contribuir para o crescimento do Protagonismo Juvenil, enquanto prática pedagógica junto a comunidade escolar, priorizando a democratização e a gerando uma formação política e cidadã completa , destacando os espaços e tempos de participação democrática das representações estudantis na escola e, identificar e propor nas ações da instituição es-colar, questões relevantes para discussão, a fim de fortale-cer o Protagonismo Juvenil.

“O IEMA não pode ser confundido com uma escola de ensino médio regular, somos uma instituição de educação profissional, científica e tecnológica, como o Centro Paula

Souza de São Paulo, a FAETEC do Rio de Janeiro e os Institutos Federais”.

JHONATAN ALMADA

Formado originalmente em História pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Jhonatan Almada possui extensa trajetória no trabalho com Educação. É mestre em Educação pelo Universidade Federal do Maranhão (UFMA), especialista em Planejamento e Gestão de Políticas Educati-vas pela Instituto Internacional de Planejamento da Educa-ção da UNESCO e especialista em Gestão e Políticas Públi-cas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Antes de ocupar

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senvolva uma cultura de resistência, de luta, de mudança, é preciso que a escola lhe permita compreender que a vida é diferente em outras classes sociais e em outros lugares, que foi diferente no passado e que pode ser diferente amanhã (CHARLOT, 2001). Criar pesquisas que possam discutir e delinear instrumentos práticos de intervenção que possibi-lite contribuir para o crescimento do Protagonismo Juvenil, enquanto prática pedagógica junto a comunidade escolar, priorizando a democratização e a gerando uma formação política e cidadã completa , destacando os espaços e tempos de participação democrática das representações estudantis na escola e, identificar e propor nas ações da instituição es-colar, questões relevantes para discussão, a fim de fortale-cer o Protagonismo Juvenil.

“O IEMA não pode ser confundido com uma escola de ensino médio regular, somos uma instituição de educação profissional, científica e tecnológica, como o Centro Paula

Souza de São Paulo, a FAETEC do Rio de Janeiro e os Institutos Federais”.

JHONATAN ALMADA

Formado originalmente em História pela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA), Jhonatan Almada possui extensa trajetória no trabalho com Educação. É mestre em Educação pelo Universidade Federal do Maranhão (UFMA), especialista em Planejamento e Gestão de Políticas Educati-vas pela Instituto Internacional de Planejamento da Educa-ção da UNESCO e especialista em Gestão e Políticas Públi-cas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Antes de ocupar

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o então cargo de Reitor do IEMA, fora também Secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado do Maranhão.

Na entrevista abaixo concedida para este projeto, o Reitor e professor Jhonatan Almada relembra suas primei-ras experiências enquanto jovem protagonista na liderança estudantil até os atuais desafios de liderar um projeto de grande complexidade como o IEMA. Destaca ainda as di-ferenças que visualiza entre a formação que recebera nos tempos de secundarista no ensino público maranhense e as inovações que concretiza o IEMA, em especial pela centra-lidade que o jovem e seu Projeto de Vida passam a ocupar no modelo pedagógico do Instituto. Em razão da inquietude que sempre o acompanhou no trabalho profissional em prol do bem comum e da prestação eficiente de serviços públi-cos, o Reitor tem coragem para sonhar alto: tornar o IEMA um das melhores instituições de ensino público do Brasil. Confira a entrevista completa:

1. O Reitor se considera um protagonista? Por que?

Sim, pois exerço uma função que demanda ser prota-gônico. Gerir uma instituição como IEMA, cuja complexida-de vai se afirmando ao longo do tempo de sua implantação e desenvolvimento, exige proatividade e assertividade frente aos desafios que emergem dessa complexidade. Não consi-go imaginar uma atuação diferente para o trabalho que o IEMA demanda neste momento. Se colocarmos a pergunta em um sentido mais amplo, rememorando minha trajetória pessoal e profissional, exerci tanto a liderança estudantil (lí-der de turma, centro acadêmico) quanto cargos de direção e assessoramento no setor público e privado (coordenador de projetos, chefe de gabinete, secretário-adjunto, secretário e reitor). Nesse sentido, o espírito de estudante, a inquietude

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e a vontade de fazer sempre me acompanham em qualquer lugar que eu esteja, dentre esses lugares de atuação, prio-rizei o serviço público. Não posso aceitar que o serviço pú-blico no Brasil seja sinônimo daquilo que não presta ou da-quilo que não deu certo, é possível fazer um serviço público de excelência, enfrentar o comodismo, buscar as melhoras práticas, inovar, fazer bem feito e com zelo. Tenho coloca-do em prática essa concepção, a meu ver, ela está umbili-calmente vinculada a ideia de protagonismo, como disse o poeta eu não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte che-gar. Viver exige coragem, somente sendo protagonista se pode construir sua própria história e almejar ao ser mais, acredito nisso e assim vou fazendo, trabalhar pelo bem co-mum a meu ver é o grande sentido do serviço público.

2. Em que medida o IEMA também pode ser considerado um sonho realizado de quando eras estudante secundarista?

É notória a diferença entre o que pude acessar como estudante secundarista e o que nós oferecemos como IEMA a esses jovens. Diferença que passa sim pela infraestrutura, mas vai além dela, a diferença se refere ao conteúdo, existe um projeto pedagógico que orienta o trabalho institucio-nal, esse projeto estabelece o jovem e seu projeto de vida como centro. O modelo pedagógico e o modelo de gestão se baseiam na experiência de Pernambuco, dali vieram seus fundamentos. Após quatro anos de implementação, o IEMA tem avançado para constituir seu próprio modelo institu-cional, incorporando novos princípios como a inserção transformadora (agir para transformar o entorno escolar) e a relevância social (aplicar o recurso público com senso de prioridade) ou criando o modelo de pertinência (aperfeiço-

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e a vontade de fazer sempre me acompanham em qualquer lugar que eu esteja, dentre esses lugares de atuação, prio-rizei o serviço público. Não posso aceitar que o serviço pú-blico no Brasil seja sinônimo daquilo que não presta ou da-quilo que não deu certo, é possível fazer um serviço público de excelência, enfrentar o comodismo, buscar as melhoras práticas, inovar, fazer bem feito e com zelo. Tenho coloca-do em prática essa concepção, a meu ver, ela está umbili-calmente vinculada a ideia de protagonismo, como disse o poeta eu não me sento no trono de um apartamento com a boca escancarada cheia de dentes esperando a morte che-gar. Viver exige coragem, somente sendo protagonista se pode construir sua própria história e almejar ao ser mais, acredito nisso e assim vou fazendo, trabalhar pelo bem co-mum a meu ver é o grande sentido do serviço público.

2. Em que medida o IEMA também pode ser considerado um sonho realizado de quando eras estudante secundarista?

É notória a diferença entre o que pude acessar como estudante secundarista e o que nós oferecemos como IEMA a esses jovens. Diferença que passa sim pela infraestrutura, mas vai além dela, a diferença se refere ao conteúdo, existe um projeto pedagógico que orienta o trabalho institucio-nal, esse projeto estabelece o jovem e seu projeto de vida como centro. O modelo pedagógico e o modelo de gestão se baseiam na experiência de Pernambuco, dali vieram seus fundamentos. Após quatro anos de implementação, o IEMA tem avançado para constituir seu próprio modelo institu-cional, incorporando novos princípios como a inserção transformadora (agir para transformar o entorno escolar) e a relevância social (aplicar o recurso público com senso de prioridade) ou criando o modelo de pertinência (aperfeiço-

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amento contínuo, prática baseada em evidência e pesquisa aplicada). Não me recordo ao longo dos três anos que fiz en-sino médio de sequer ouvir a palavra projeto pedagógico, vivíamos imersos com alguma notícia de que depois dali teríamos de fazer vestibular, ninguém falava de pesquisa, o máximo que vivenciei foi a gincana cultural de todos os anos. Esse problema permanece o mesmo em milhares de escolas do Brasil, como fazer um trabalho diferenciado se não sabem para quê, por que e para quem? A meu ver a res-posta é crucial para que o ensino médio seja mais atrativo e garanta trajetórias escolares exitosas aos nossos jovens, seja a continuidade dos estudos na Universidade, a entrada no mundo do trabalho ou a abertura de um negócio próprio. Explicitar com clareza esses objetivos é o desafio do ensino médio para se reinventar no século XXI, enquanto ainda há algum tempo, outros países já o fizeram, aumentando a dis-tância entre a nossa formação e a deles, entre os nossos jo-vens e os que eles formam. Estudar no IEMA, sem dúvida, seria um sonho da época em que fui estudante, oportunida-de de desenvolver ou identificar talentos, descobrir ou esti-mular vocações, algo então impensável. O IEMA não pode ser confundido com uma escola de ensino médio regular, somos uma instituição de educação profissional, científica e tecnológica, como o Centro Paula Souza de São Paulo, a FAETEC do Rio de Janeiro e os Institutos Federais. O esco-po do nosso objeto abrange a ciência, tecnologia e inovação, formar pessoal qualificado para o mundo do trabalho, sen-do educação profissional parte fundamental do nosso cur-rículo. A educação integral que ofertamos nos singulariza em relação às instituições congêneres que mencionei, nas quais predomina o ensino médio integrado. Fazer nossos estudantes avançarem em seus projetos de vida e que se-jam agentes de transformação no mundo é o propósito do

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IEMA, isso me orgulha muito. Ser a melhor instituição pú-blica de ensino no Brasil é o sonho que mobiliza a todos nós.

3. O que pensa o reitor quando ver um aluno protagonismo no IEMA?

Vejo a vontade e o gosto de vencer na vida em cada um dos nossos estudantes, penso em suas histórias de vida, as lutas diárias para chegarem até nossa instituição e o desa-fio de superarem suas lacunas de aprendizado. A educação integral exige maior dedicação, foco e disposição para a jor-nada escolar, exaustiva algumas vezes, mas sempre neces-sária. Só é possível superar o complexo de uma pobre edu-cação para os pobres, ofertando múltiplas oportunidades e melhores condições de desenvolvimento da aprendizagem. Quando vejo esses estudantes criando clubes juvenis em te-mas de seu interesse, produzindo conhecimento com suas pesquisas, viajando pelo mundo, conquistando medalhas e premiações pelos seus méritos, agindo para mudar sua rea-lidade próxima, sinto que estamos no caminho certo, sinto que é possível uma educação pública de excelência.

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IEMA, isso me orgulha muito. Ser a melhor instituição pú-blica de ensino no Brasil é o sonho que mobiliza a todos nós.

3. O que pensa o reitor quando ver um aluno protagonismo no IEMA?

Vejo a vontade e o gosto de vencer na vida em cada um dos nossos estudantes, penso em suas histórias de vida, as lutas diárias para chegarem até nossa instituição e o desa-fio de superarem suas lacunas de aprendizado. A educação integral exige maior dedicação, foco e disposição para a jor-nada escolar, exaustiva algumas vezes, mas sempre neces-sária. Só é possível superar o complexo de uma pobre edu-cação para os pobres, ofertando múltiplas oportunidades e melhores condições de desenvolvimento da aprendizagem. Quando vejo esses estudantes criando clubes juvenis em te-mas de seu interesse, produzindo conhecimento com suas pesquisas, viajando pelo mundo, conquistando medalhas e premiações pelos seus méritos, agindo para mudar sua rea-lidade próxima, sinto que estamos no caminho certo, sinto que é possível uma educação pública de excelência.

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BREVES NOTAS SOBRE FORMAS DE DINAMIZAR O

PROTAGONISMO JUVENIL NO CONTEXTO DO IEMA:

UMA PROPOSTA DE INTERVENÇÃO

Elane Patrícia Andrade de OliveiraMarina Mirella dos Santos D’Caminha

Vitor Sampaio Soares

Como viu-se anteriormente, o protagonismo juvenil ora se apresenta como arcabouço teórico, ora como estratégia, ora como metodologia sempre associados

à participação do jovem, embora as construções necessárias para chegar até essas participações não fiquem claras. Sabe--se que a discussão sobre a efetiva atuação dos estudantes não é recente, porém, quantas vezes são verdadeiramente protagonistas na elaboração e articulações de projetos que dizem respeitos a si mesmos?

O desafio da criação de propostas de intervenção que possam viabilizar as realizações destas práticas recai na complexidade de efetivar o protagonismo juvenil enquanto diretriz fundamental do reconhecimento dos jovens. Ques-tões como falta de um esquema organizacional que prioriza os alunos como os principais interessados e responsáveis, má divisão de tarefas, diálogos escassos, grandes deslocamen-

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tos geográficos e uma rede de comunicação frágil somam-se a uma série de outros quesitos que poderia dificultar a rea-lização de políticas que correspondam, concomitantemente, às sugestões teóricas, empíricas e metodológicas.

Entretanto, tenta-se neste capítulo superar alguns atri-tos que dificultam a concretização de projetos que valori-zam a ativa participação dos estudantes e apresentar for-mas do IEMA empreender nestes três quesitos.

De modo a melhor organizar as propostas de interven-ção apresentadas neste capítulo, estabeleceu-se três gran-des dimensões que, uma vez contempladas, recorrem no exercício efetivo e concreto do protagonismo juvenil. Em termos metodológicos, em oposição à premissa de deixar as propostas de modo avulso no texto, preferiu-se assim orga-nizar a fim de explicitar as peças que compõem o mosaico do protagonismo juvenil, indicando individualmente sua importância e as práticas que ali se encaixam. Em sendo cada dimensão indispensável para a totalidade e intrinse-camente ligada às demais, discriminar cada uma delas é forma também de apontar aquela que, dentro da política educacional e cultura escolar, tem sido sobreposta às de-mais, situação que corrobora para um protagonismo juvenil ainda cercado por fragilidades.

Englobou-se aqui práticas já existentes no IEMA as quais merecem e devem ser aprofundadas, práticas no-vas então sugeridas pelo Núcleo Estratégico e projetos nos quais vislumbrou-se parcerias de grandes potencialidades. Tais práticas foram elencadas nas dimensões ora mencio-nadas, a que chamou-se de: Geração 21, Geração Z e Gera-ção Roda Viva. A primeira delas refere-se a projeto já em andamento dentro do IEMA e parte da ideia principal de apropriação de conhecimentos, habilidades e competências,

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tos geográficos e uma rede de comunicação frágil somam-se a uma série de outros quesitos que poderia dificultar a rea-lização de políticas que correspondam, concomitantemente, às sugestões teóricas, empíricas e metodológicas.

Entretanto, tenta-se neste capítulo superar alguns atri-tos que dificultam a concretização de projetos que valori-zam a ativa participação dos estudantes e apresentar for-mas do IEMA empreender nestes três quesitos.

De modo a melhor organizar as propostas de interven-ção apresentadas neste capítulo, estabeleceu-se três gran-des dimensões que, uma vez contempladas, recorrem no exercício efetivo e concreto do protagonismo juvenil. Em termos metodológicos, em oposição à premissa de deixar as propostas de modo avulso no texto, preferiu-se assim orga-nizar a fim de explicitar as peças que compõem o mosaico do protagonismo juvenil, indicando individualmente sua importância e as práticas que ali se encaixam. Em sendo cada dimensão indispensável para a totalidade e intrinse-camente ligada às demais, discriminar cada uma delas é forma também de apontar aquela que, dentro da política educacional e cultura escolar, tem sido sobreposta às de-mais, situação que corrobora para um protagonismo juvenil ainda cercado por fragilidades.

Englobou-se aqui práticas já existentes no IEMA as quais merecem e devem ser aprofundadas, práticas no-vas então sugeridas pelo Núcleo Estratégico e projetos nos quais vislumbrou-se parcerias de grandes potencialidades. Tais práticas foram elencadas nas dimensões ora mencio-nadas, a que chamou-se de: Geração 21, Geração Z e Gera-ção Roda Viva. A primeira delas refere-se a projeto já em andamento dentro do IEMA e parte da ideia principal de apropriação de conhecimentos, habilidades e competências,

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as quais são indispensáveis para o amadurecimento inte-lectual dos estudantes, futura colocação profissional e os habilita a ocupar em termos qualitativos e não simbólicos espaços de movimentação estudantil. A Geração Z surge da necessidade de se entender, dentro da própria organização, as especificidades da Juventude atual e desta se autocom-preender, aqui são abraçadas iniciativas no sentido de tra-balhar os anseios e desafios com que lidam esses jovens em suas vidas individuais os quais invariavelmente afetam sua carreira enquanto estudante e jovem protagonista. Na Ge-ração Roda Viva, enquadram-se as práticas com conotação mais coletiva e que traduzem o Protagonismo Juvenil em exercício, onde os estudantes passam a ocupar espaços de movimentação estudantil e a deliberar sobre a Instituição em que estão inseridos e nas pautas que lhes afetam.

Geração XXI: formação de novos maranhenses

Os incentivos aos estudos, a não faltarem às aulas ou a não deixarem a escola, se mostram nas vitórias obtidas pe-los próprios estudantes e que ficaram registradas no Livro de Conquista do IEMA no qual apresenta todos os alunos medalhistas nos mais variados eventos no período de 2016-2018. No total, foram mais de 133 medalhas em olimpíadas do conhecimento e 97 premiações, tornando o IEMA refe-rência em robótica educacional.

Essas conquistas são importantes para o protagonismo individual dos alunos no qual eles percebem que têm ca-pacidade intelectual para alcançarem medalhas, destaques e realizarem seus Projetos de Vida a partir dos subsídios oferecidos pelo IEMA, uma forma já existente e muito váli-

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da de desenvolver um dos tipos de protagonismo, mas com possibilidades de melhoramentos.

Nas Diretrizes Operacionais 2018 do IEMA esse pro-grama foi incluído com a finalidade de que os jovens pro-tagonistas possam ter um esquema melhor de subsídios para continuarem alcançando resultados tão significativos, sendo formada assim uma nova geração de maranhenses capazes de se destacarem não só no mercado de trabalho, mas também em qualquer outra de interesse dos estudan-tes. Dentro desse programa se encontram:

Podium 21 - desenvolve a proficiência em português e ma-temática com aulas diferenciadas aos sábados de março a junho, e de agosto a novembro;

IEMA no mundo - dá oportunidade ao estudante a partir do 2° ano estudar o ensino médio/high school no exterior;

IEMA bilíngue - tem como objetivo certificar proficiência na língua inglesa aos alunos concluintes do 3° ano;

Letramento - nas aulas diárias de todas as disciplinas de-vem ser trabalhadas atividades de leitura e escrita abordan-do temas e conteúdos do interesse dos jovens;

Raciocínio lógico - em todas as aulas de todas as disciplinas devem ser trabalhadas atividades que envolvam operações matemáticas;

Robótica educacional - disciplina eletiva relacionada a ma-temática e a física desde o 1° ano e com experimentos a par-tir do 2° ano;

Oficinas de férias - devem ocorrer nos meses de Julho e Ja-neiro sendo oferecido aos estudantes de todas as Unidades Plenas as Oficinas Souzinha de Matemática, Gonçalves Dias de Língua Portuguesa e Jane Austen de Língua Inglesa;

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da de desenvolver um dos tipos de protagonismo, mas com possibilidades de melhoramentos.

Nas Diretrizes Operacionais 2018 do IEMA esse pro-grama foi incluído com a finalidade de que os jovens pro-tagonistas possam ter um esquema melhor de subsídios para continuarem alcançando resultados tão significativos, sendo formada assim uma nova geração de maranhenses capazes de se destacarem não só no mercado de trabalho, mas também em qualquer outra de interesse dos estudan-tes. Dentro desse programa se encontram:

Podium 21 - desenvolve a proficiência em português e ma-temática com aulas diferenciadas aos sábados de março a junho, e de agosto a novembro;

IEMA no mundo - dá oportunidade ao estudante a partir do 2° ano estudar o ensino médio/high school no exterior;

IEMA bilíngue - tem como objetivo certificar proficiência na língua inglesa aos alunos concluintes do 3° ano;

Letramento - nas aulas diárias de todas as disciplinas de-vem ser trabalhadas atividades de leitura e escrita abordan-do temas e conteúdos do interesse dos jovens;

Raciocínio lógico - em todas as aulas de todas as disciplinas devem ser trabalhadas atividades que envolvam operações matemáticas;

Robótica educacional - disciplina eletiva relacionada a ma-temática e a física desde o 1° ano e com experimentos a par-tir do 2° ano;

Oficinas de férias - devem ocorrer nos meses de Julho e Ja-neiro sendo oferecido aos estudantes de todas as Unidades Plenas as Oficinas Souzinha de Matemática, Gonçalves Dias de Língua Portuguesa e Jane Austen de Língua Inglesa;

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Olimpíadas - A participação dos professores e estudantes em Olimpíadas de Conhecimento é obrigatória nas Unida-des Plenas do IEMA, priorizando-se as Olimpíadas de Ma-temática e Língua Portuguesa, podendo ser criados polos olímpicos especializados em cada UP.

O Geração XXI ainda se destaca por compreender a importância dos estudos de história e cultura indígena e afro-brasileira na formação de um pensamento mais crítico da nova geração de maranhenses a qual se propõe formar. A seguir, propostas com vistas a aprofundar as práticas do Programa Geração XXI :

a) Mentoria - todas as iniciativas do programa são impor-tantes para a formação individual dos alunos, mas incen-tivar somente o individualismo não está nas competências defendidas nos valores e na missão do IEMA, por isso é de fundamental importância a existência de uma mentoria, na qual o estudante que participou de olimpíadas, IEMA mun-do, oficina de férias ou ainda os egressos que ganharam seu certificado de proficiência em inglês e que obtiveram bons resultados no decorrer dos 3 anos dentro da institui-ção, possa auxiliar outros alunos que tenham os mesmos anseios. Por exemplo, o estudante que ganhou medalha de ouro na Olimpíada Brasileira de astronomia e astronáuti-ca, deverá auxiliar outro estudante que está se preparando para o mesmo tipo de olimpíada ou ainda os estudantes que fizeram high school, ao retornarem ao Brasil, poderão au-xiliar aqueles que estão se preparando para fazer a mesma viagem. Assim, as medalhas, experiências e conquistas fica-rão de maneira mais rotativa e não concentrada na mão de um, a modo que os estudantes percebam a importância de auxiliar o próximo e a enxergar na conquista do outro, sua própria conquista.

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b) Escola de Programação - conjuntamente com as aulas de robótica e o incentivo à participação em olimpíadas brasi-leiras e internacionais de robótica e de matemática, a lin-guagem de programação se faz necessária para um melhor desempenho dos alunos, não só nas competições ou nas disciplinas eletivas, mas também para prepará-los para o presente e o futuro tecnológico que se desencadeia a cada instante e onde se percebe cada vez mais a utilização de máquinas inteligentes e da inteligência artificial, causas da quarta revolução industrial a qual vivemos, marcada por uma convergência de tecnologias física, digital e biológicas que acontecem através de sistemas ciberfísicos, que foram possíveis graças à internet das coisas e à computação na nu-vem.

c) Parcerias - as parcerias do IEMA com instituições e pro-jetos já existentes se tornam importante por dois motivos: primeiro que a rapidez da execução dos trabalhos é maior, pois o IEMA contrata profissionais específicos na área de atuação desejada, de modo a ser menos custoso financeira-mente e em tempo. Segundo, é a vantagem para os próprios estudantes, os quais terão um processo de formação mais completo desenvolvendo suas capacidades cognitivas fora do horário tradicional das aulas, mas abrangendo seus co-nhecimentos obtidos dentro da sala e aperfeiçoando suas habilidades.

c.1) Projeto Curiar MidiaAção + Arte - composto pela coor-denadora pedagógica Viviane Vazzi, coordenadora Executi-va Samme Sraya, coordenadora Artística Samantha Morei-ra e produção de Nat Maciel, é concebido e executado pelo Instituto de Estudos Sociais e Terapias Integrativas (Iesti), em parceria com a Reitoria do Iema. Esse projeto promove experiências de Arte, Mídia, Educomunicação e MediAção para o IEMA, capacitando os alunos e professores para a

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b) Escola de Programação - conjuntamente com as aulas de robótica e o incentivo à participação em olimpíadas brasi-leiras e internacionais de robótica e de matemática, a lin-guagem de programação se faz necessária para um melhor desempenho dos alunos, não só nas competições ou nas disciplinas eletivas, mas também para prepará-los para o presente e o futuro tecnológico que se desencadeia a cada instante e onde se percebe cada vez mais a utilização de máquinas inteligentes e da inteligência artificial, causas da quarta revolução industrial a qual vivemos, marcada por uma convergência de tecnologias física, digital e biológicas que acontecem através de sistemas ciberfísicos, que foram possíveis graças à internet das coisas e à computação na nu-vem.

c) Parcerias - as parcerias do IEMA com instituições e pro-jetos já existentes se tornam importante por dois motivos: primeiro que a rapidez da execução dos trabalhos é maior, pois o IEMA contrata profissionais específicos na área de atuação desejada, de modo a ser menos custoso financeira-mente e em tempo. Segundo, é a vantagem para os próprios estudantes, os quais terão um processo de formação mais completo desenvolvendo suas capacidades cognitivas fora do horário tradicional das aulas, mas abrangendo seus co-nhecimentos obtidos dentro da sala e aperfeiçoando suas habilidades.

c.1) Projeto Curiar MidiaAção + Arte - composto pela coor-denadora pedagógica Viviane Vazzi, coordenadora Executi-va Samme Sraya, coordenadora Artística Samantha Morei-ra e produção de Nat Maciel, é concebido e executado pelo Instituto de Estudos Sociais e Terapias Integrativas (Iesti), em parceria com a Reitoria do Iema. Esse projeto promove experiências de Arte, Mídia, Educomunicação e MediAção para o IEMA, capacitando os alunos e professores para a

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utilização de novas mídias, incentivando a criação artística, a produção de saberes e conteúdos que contribuam para a sua formação, para a expressão e para criatividade comuni-cativa, além de transformar o cotidiano do IEMA fazendo ser divertido e incentivando a participação, a criatividade, o apoio ao potencial artístico, protagonismo juvenil e da cida-dania. Esse projeto já existe e foi executado no ano de 2018 na UP de São Luís - Centro, sendo levada também a UP de São Luís - Bacanga e sendo colocado aqui como proposta para ampliar para as demais Unidades Plenas do IEMA es-palhadas pelo estado.

c.2) NECTAR - empresa criada na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o NECTAR (Núcleo de Empreendi-mentos em Ciência, Tecnologia e Artes), a partir da iniciati-va do professor Edson Barros de Carvalho Filho, na época colaborador da Diretoria de Inovação e Empreendedorismo (Dine) e docente do Centro de Informática da UFPE teve inicialmente a intenção de ajudar no desenvolvimento so-cioeconômico da região, hoje ele já abrange quase todo país e tem como objetivo principal estar atento às possibilidades de desenvolvimento regional, mantendo uma capacidade de propor soluções de diferentes níveis de complexidade, cap-tar os parceiros que viabilizam sua aplicação e coordenar para que essas ações sejam executadas de forma eficiente. Esse tipo de parceria com o IEMA, de forma que os alunos pudessem participar na elaboração e execução dos projetos, agregaria valores econômicos e sociais inestimáveis.

d) Tradições do saber - para se ter um bom ensino ou ainda um ensino de excelência é preciso se antecipar e manter o foco na próxima etapa do desenvolvimento juvenil dentro do seu contexto, “despertando e provocando toda uma série de funções que se encontram na zona de maturação do seu estado próximo” (VIGOTSKY, 2007). Por tanto, se faz neces-

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sário trazer aos jovens do IEMA temáticas que os ajudem a desenvolver suas próximas etapas de maturação como a discussão sobre política, eleições, bem como uma nova vi-são sobre cultura de forma que seja entendida que o etno-centrismo das nações europeias e norte-americana não é a única forma de vê o mundo e que seja deixado de lado o tão famoso “complexo vira-lata” (DAMATTA, 1997). Com isso, conscientizar os jovens do IEMA sobre a importância da cultura em todas suas definições mostrando que a juven-tude está inserida em todas elas é importante de modo a va-lorizarem as culturas da região, estado e país em que vivem, capacitando-os a formarem argumentos lógicos baseados na ciência sem menosprezar os conhecimentos populares. Esse projeto reúne os mestres das culturas de cada região onde está inserida cada UP do IEMA para que em trocas de conhecimento com os estudantes, ambos percebam que ser uma nova geração de maranhense mesclando tecnologia e preservação dos saberes tradicionais não é algo impossível e o IEMA está capacitando-os para isso.

e) Empreendedorismo - muitas vezes a palavra empreen-dedorismo se resume apenas ao ramo empresarial, mas ela pode ser aplicada em várias outras áreas, inclusive na edu-cação. O IEMA é uma instituição que se preocupa com o fu-turo de seus estudantes e se propõe a ser uma escola de ex-celência usando dos meios pelos quais seus alunos possam ser protagonistas dentro da sala de aula, da escola, em casa e na sua carreira. Ao aplicar não só uma disciplina de em-preendedorismo no seu mais amplo conceito, mas também práticas que exercitem seus jovens a vê solução onde todos veem problemas, faz com que seu alunado tenha mais faci-lidade de alcançar suas metas de vida, bem como a Institui-ção alcançar o que propôs. Como forma prática de empre-

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sário trazer aos jovens do IEMA temáticas que os ajudem a desenvolver suas próximas etapas de maturação como a discussão sobre política, eleições, bem como uma nova vi-são sobre cultura de forma que seja entendida que o etno-centrismo das nações europeias e norte-americana não é a única forma de vê o mundo e que seja deixado de lado o tão famoso “complexo vira-lata” (DAMATTA, 1997). Com isso, conscientizar os jovens do IEMA sobre a importância da cultura em todas suas definições mostrando que a juven-tude está inserida em todas elas é importante de modo a va-lorizarem as culturas da região, estado e país em que vivem, capacitando-os a formarem argumentos lógicos baseados na ciência sem menosprezar os conhecimentos populares. Esse projeto reúne os mestres das culturas de cada região onde está inserida cada UP do IEMA para que em trocas de conhecimento com os estudantes, ambos percebam que ser uma nova geração de maranhense mesclando tecnologia e preservação dos saberes tradicionais não é algo impossível e o IEMA está capacitando-os para isso.

e) Empreendedorismo - muitas vezes a palavra empreen-dedorismo se resume apenas ao ramo empresarial, mas ela pode ser aplicada em várias outras áreas, inclusive na edu-cação. O IEMA é uma instituição que se preocupa com o fu-turo de seus estudantes e se propõe a ser uma escola de ex-celência usando dos meios pelos quais seus alunos possam ser protagonistas dentro da sala de aula, da escola, em casa e na sua carreira. Ao aplicar não só uma disciplina de em-preendedorismo no seu mais amplo conceito, mas também práticas que exercitem seus jovens a vê solução onde todos veem problemas, faz com que seu alunado tenha mais faci-lidade de alcançar suas metas de vida, bem como a Institui-ção alcançar o que propôs. Como forma prática de empre-

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ender, duas áreas podem ser possíveis para se trabalhar no IEMA: a tradicional empresa júnior e a economia criativa.

e.1) Economia criativa - pensar em novas formas de pro-mover o desenvolvimento de uma região sem ser de sua maneira clássica (empresas e indústrias), vem se tornando uma pauta importante nas conferências sobre sustentabi-lidade, e a economia criativa surge como uma alternativa para fugir do emaranhado das disputas de mercado, unindo tecnologia, cultura, inovação e sustentabilidade. Esse é um termo bem recente, mas pode-se conceituá-lo como sendo a produção, distribuição e consumo de bens ou serviços através de materiais que já existem, mas de forma a criar algo novo. Vale ressaltar que os profissionais da economia criativa fogem da lógica de mercado, formulando assim sua própria maneira e seu próprio tempo de produzir as coisas. A importância desse tipo de economia numa escola como o IEMA é que esse será um diferencial da Instituição que se preocupa não só com as imposições formais de participa-ção dos seus alunos no mercado de trabalho, mas também o desenvolvimento de sua própria renda e criatividade. Uma disciplina prática como essa fariam surgir mais projetos parecidos com o da extração de corante azul do jenipapo realizado pela UP de Bacabeira e o reaproveitamento dos alimentos bem como o ecosabão, ambos desenvolvidos pela UP de Pindaré Mirim.

e.2) Empresa Júnior - as universidades e institutos fede-rais, tendo como objetivo não só a educação e a pesquisa, mas também a extensão com o compromisso de atender a população a qual abarcam, em muitos dos seus cursos são utilizadas as Empresas Júnior, as quais fazem com que os alunos se aproximem da realidade do mercado de trabalho, aprimorem seus conhecimentos e se envolvam com a po-pulação em geral, contribuindo para o desenvolvimento da

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região. Numa empresa júnior, os estudantes desenvolvem suas capacidades e muitas vezes realizam atividades iguais ou maiores do que as já existentes no mercado de trabalho, pois eles são desafiados a criar ideias, apresentar projetos e mostrar resultados como qualquer outra empresa de con-sultoria.

Geração Z: preocupações da atual juventude

Esta dimensão parte do pressuposto de que é neces-sário olhar para além dos conteúdos típicos que cuidam as escolas. Por certo que a juventude de hoje é muito distinta do que fora a de outrora, gerações essas que convivem den-tro do ambiente escolar, seja enquanto estudantes, gestores, professores ou demais profissionais. De modo geral, com o cuidado de não homogeneizar as juventude(s), os jovens hoje compartilham inúmeros sonhos e aflições. O Geração Z surge para que se possa melhor compreender este jovem e para que este possa se autocompreender, construindo, des-te modo, relações pacíficas, amistosas e de confiança entre alunos e profissionais do Instituto. Aqui também se encon-tram iniciativas que tentem contemplar as inquietações do corpo de estudantes, de modo que são trabalhadas questões atinentes à qualidade de vida, sexualidade, finanças pes-soais e preparação para o iminente mercado de trabalho. Importante ressaltar que essas não são questões secundá-rias, todas elas afetam sobremaneira o convívio escolar e a trajetória acadêmica e profissional dos jovens protagonistas.

a) Políticas voltadas para a valorização da Saúde Mental - em ambiente em que os estudantes são demandados por todos os lados é crucial que a organização tome em atenção tópi-

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região. Numa empresa júnior, os estudantes desenvolvem suas capacidades e muitas vezes realizam atividades iguais ou maiores do que as já existentes no mercado de trabalho, pois eles são desafiados a criar ideias, apresentar projetos e mostrar resultados como qualquer outra empresa de con-sultoria.

Geração Z: preocupações da atual juventude

Esta dimensão parte do pressuposto de que é neces-sário olhar para além dos conteúdos típicos que cuidam as escolas. Por certo que a juventude de hoje é muito distinta do que fora a de outrora, gerações essas que convivem den-tro do ambiente escolar, seja enquanto estudantes, gestores, professores ou demais profissionais. De modo geral, com o cuidado de não homogeneizar as juventude(s), os jovens hoje compartilham inúmeros sonhos e aflições. O Geração Z surge para que se possa melhor compreender este jovem e para que este possa se autocompreender, construindo, des-te modo, relações pacíficas, amistosas e de confiança entre alunos e profissionais do Instituto. Aqui também se encon-tram iniciativas que tentem contemplar as inquietações do corpo de estudantes, de modo que são trabalhadas questões atinentes à qualidade de vida, sexualidade, finanças pes-soais e preparação para o iminente mercado de trabalho. Importante ressaltar que essas não são questões secundá-rias, todas elas afetam sobremaneira o convívio escolar e a trajetória acadêmica e profissional dos jovens protagonistas.

a) Políticas voltadas para a valorização da Saúde Mental - em ambiente em que os estudantes são demandados por todos os lados é crucial que a organização tome em atenção tópi-

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cos referentes a Saúde Mental de seu corpo discente. Para além de instituições tradicionalistas, o IEMA não apenas demanda de seus estudantes nas típicas atividades avaliati-vas, mas também os insere em projetos variados de abran-gência local, nacional e internacional em que desenvolvem múltiplas competências e se deparam com conhecimentos outrora negligenciados pelo espaço escolar tradicional. Em sentido filosófico, o IEMA constrói exigências não apenas no mundo acadêmico, mas também no que tange a estilos de vida e o jovem que se quer ter ao final daquele ciclo es-colar - eficiente, competente e solidário. Soma-se às deman-das da Instituição, as cobranças cotidianas construídas no âmbito familiar, comunitário e de demais círculos sociais, além das expectativas presentes e futuras que cada indi-víduo constrói para si mesmo. Afora as pressões externas e internas, existem ainda a história e o contexto social de cada estudante em confronto com rotina diferenciada com que se deparam ao ingressarem no IEMA. Saber lidar com tais questões é fundamental para que o aluno saiba lidar melhor com situações de grande pressão, conflito e/ou es-tresse, melhor desenvolva suas potencialidades durante a carreira escolar - inclusive enquanto jovem protagonista - e equilibre as diversas esferas da vida. Para a instituição, a política traduz a responsabilidade desta para com seus es-tudantes e garante, a longo prazo, seu nome em indicadores de excelência educacional. Abaixo, pequena descrição de iniciativas que considera-se relevante:

a.1) Atendimento psicológico individual - disponibilidade de um profissional de psicologia em cada Unidade Plena do IEMA a fim de atender o corpo de estudantes. Neste ponto, é importante a sensibilização de todos da comunidade es-colar para os trabalhos então oferecidos pelo profissional.

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Da mesma forma, considera-se relevante sua inserção em momentos estratégicos, tais como em atividades com alunos recém chegados ao IEMA e que se deparam com rotina di-ferenciada e aqueles que cursam o último ano e estão pres-tes a sair da Instituição e a lidar com mercado de trabalho e/ou ensino superior.

a.2) Inserção nas Campanhas de Prevenção ao Suicídio (Se-tembro Amarelo) - realização de parcerias entre Secretarias Municipais de Saúde e as Unidades Plenas do IEMA volta-das para a sensibilização da importância da saúde mental e prevenção ao suicídio. Neste ponto, é crucial que a cam-panha atinja os funcionários do Instituto, estudantes e pais ou responsáveis. A cooperação pode ocorrer, dentre outros, em torno da distribuição de material gráfico e da inserção de falas de profissionais dentro do Instituto.

a.3) Diálogos coletivos sobre o Projeto de Vida - neste ponto, a intenção é aliar atividades realizadas no âmbito da disci-plina Projeto de Vida e o acompanhamento psicológico ora mencionado. Para além do acompanhamento individual, é importante construir espaços - a englobar estudantes, pro-fessores da disciplina Projeto de Vida e profissional da psi-cologia - em que os alunos possam compartilhar os anseios, desafios, frustrações e motivações que os acompanham constantemente em busca da concretização de seus projetos de vida. Tais espaços também podem contar com a partici-pação de estudantes egressos do IEMA, a fim de comparti-lharem suas experiências quando estudantes do Instituto e após completarem sua formação - seria um primeiro tipo de inserção desse jovens recém formados para, a longo prazo, forma-se um Rede Alumini de estudantes do IEMA.

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Da mesma forma, considera-se relevante sua inserção em momentos estratégicos, tais como em atividades com alunos recém chegados ao IEMA e que se deparam com rotina di-ferenciada e aqueles que cursam o último ano e estão pres-tes a sair da Instituição e a lidar com mercado de trabalho e/ou ensino superior.

a.2) Inserção nas Campanhas de Prevenção ao Suicídio (Se-tembro Amarelo) - realização de parcerias entre Secretarias Municipais de Saúde e as Unidades Plenas do IEMA volta-das para a sensibilização da importância da saúde mental e prevenção ao suicídio. Neste ponto, é crucial que a cam-panha atinja os funcionários do Instituto, estudantes e pais ou responsáveis. A cooperação pode ocorrer, dentre outros, em torno da distribuição de material gráfico e da inserção de falas de profissionais dentro do Instituto.

a.3) Diálogos coletivos sobre o Projeto de Vida - neste ponto, a intenção é aliar atividades realizadas no âmbito da disci-plina Projeto de Vida e o acompanhamento psicológico ora mencionado. Para além do acompanhamento individual, é importante construir espaços - a englobar estudantes, pro-fessores da disciplina Projeto de Vida e profissional da psi-cologia - em que os alunos possam compartilhar os anseios, desafios, frustrações e motivações que os acompanham constantemente em busca da concretização de seus projetos de vida. Tais espaços também podem contar com a partici-pação de estudantes egressos do IEMA, a fim de comparti-lharem suas experiências quando estudantes do Instituto e após completarem sua formação - seria um primeiro tipo de inserção desse jovens recém formados para, a longo prazo, forma-se um Rede Alumini de estudantes do IEMA.

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b) Educação Financeira e empoderamento econômico - par-tindo da ideia de que a questão financeira é preocupação cotidiana de muitas famílias e indivíduos, saber lidar inteli-gentemente com as finanças pessoais e domésticas é crucial para que se possa viver de modo sustentável e para se con-cretizar sonhos e objetivos que demandam recurso próprio (aquisição de bens de consumo, qualificação profissional, novas experiências, programas culturais, cuidados pesso-ais, etc ). A Educação Financeira não surge como uma ode ao dinheiro, antes, veicula como lidar com este da melhor forma possível, em especial para a consecução de projetos de vida, dentro dos quais a independência financeira é ele-mento fundamental. Além da importância deste eixo em si, a proposta também é congruente com a realidade do IEMA. Em tradução à política de conquistas e performance aca-dêmica do Instituto, muitos estudantes são contemplados com retornos financeiros de concursos e premiações inter-nacionais, com bolsas de iniciação científica e demais editais da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (FAPEMA), além da própria possibilidade de estágio profissional remunerado. Acredita-se que a possibilidade de participar de oficinas de Educação Financeira promovidas pelo Instituto logo em seu primeiro ano de estudos é relevante a fim de cultivar desde já novos hábitos em relação às finanças pessoais e de me-lhor alinhá-los com seus Projetos de Vida.

c) Educação Sexual Compreensiva - diversos documentos nacionais e internacionais postulam uma educação sexual que vá além da abordagem meramente reprodutiva. No caso da UNESCO, na Orientação Técnica Internacional sobre Se-xualidade, elaborada em 2018, é postulado que o ensino e conhecimento escolar devem servir para que os jovens de-

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senvolvam habilidades e valores de modo a tomarem deci-sões saudáveis e responsáveis sobre relacionamentos, sexo e reprodução. No que a organização internacional chama de ‘Educação Sexual Compreensiva’ objetiva-se não só discu-tir aspectos físicos e cognitivos, como questões de fisiologia, anatomia sexual e reprodutiva, puberdade, menstruação, reprodução, métodos contraceptivos, gravidez e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs); mas também trabalhar aspectos emocionais e sociais da sexualidade, como o são a igualdade de gênero, o amor, a orientação sexual e a identida-de de gênero (KISLEY, 2018; ONU, 2018). Acredita-se que em diálogo com a comunidade escolar de pais ou responsáveis e professores do Instituto, a Educação Sexual Compreensiva pode ser trabalhada junto aos estudantes do segundo ano do IEMA. Ao longo de um ano, podem ser desenvolvidas ativi-dades periódicas que aliem aspectos informativos - exposi-tivos e perspetivas lúdicas de expressão artística, contando neste meio tempo com a participação de figuras chaves, a exemplo de profissionais da área da saúde e da psicologia. A possibilidade de se trabalhar a Educação Sexual com este viés é também coerente com as competências transversais da Base Nacional Comum Curricular, quais sejam, agir com responsabilidade, tomar decisões tendo por base “princípios éticos, cuidar emocionalmente de si e do outro e acolher a diversidade sem preconceitos” (KISLEY, 2018).

d) Construindo bases para o futuro profissional - o mercado de trabalho e o futuro profissional são preocupações pre-mentes dos jovens, em especial aqueles que cursam o úl-timo ano do Ensino Médio. A preparação para o trabalho é temática presente em toda a formação no IEMA; deste modo, a intenção com as ações descritas neste tópico é, para além de desenvolver competências e habilidades, conectar

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senvolvam habilidades e valores de modo a tomarem deci-sões saudáveis e responsáveis sobre relacionamentos, sexo e reprodução. No que a organização internacional chama de ‘Educação Sexual Compreensiva’ objetiva-se não só discu-tir aspectos físicos e cognitivos, como questões de fisiologia, anatomia sexual e reprodutiva, puberdade, menstruação, reprodução, métodos contraceptivos, gravidez e doenças sexualmente transmissíveis (DSTs); mas também trabalhar aspectos emocionais e sociais da sexualidade, como o são a igualdade de gênero, o amor, a orientação sexual e a identida-de de gênero (KISLEY, 2018; ONU, 2018). Acredita-se que em diálogo com a comunidade escolar de pais ou responsáveis e professores do Instituto, a Educação Sexual Compreensiva pode ser trabalhada junto aos estudantes do segundo ano do IEMA. Ao longo de um ano, podem ser desenvolvidas ativi-dades periódicas que aliem aspectos informativos - exposi-tivos e perspetivas lúdicas de expressão artística, contando neste meio tempo com a participação de figuras chaves, a exemplo de profissionais da área da saúde e da psicologia. A possibilidade de se trabalhar a Educação Sexual com este viés é também coerente com as competências transversais da Base Nacional Comum Curricular, quais sejam, agir com responsabilidade, tomar decisões tendo por base “princípios éticos, cuidar emocionalmente de si e do outro e acolher a diversidade sem preconceitos” (KISLEY, 2018).

d) Construindo bases para o futuro profissional - o mercado de trabalho e o futuro profissional são preocupações pre-mentes dos jovens, em especial aqueles que cursam o úl-timo ano do Ensino Médio. A preparação para o trabalho é temática presente em toda a formação no IEMA; deste modo, a intenção com as ações descritas neste tópico é, para além de desenvolver competências e habilidades, conectar

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os estudantes do último ano com oportunidades e possibi-lidades profissionais futuras, auxiliando-os na tomada de decisão e na conquista de posições no mercado de trabalho e/ou ensino superior.

d.1) Feira de Profissões - Ensino Superior - neste ponto, a ideia engloba tanto construir Feira de Profissões no âmbito interno de cada Unidade Plena quanto inserir os estudantes do IEMA em Feira de Profissões organizadas por institui-ções de ensino superior do Maranhão, a exemplo da que ocorre anualmente na Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Em âmbito interno, a Feira pode se realizar em formato stand e pode contar com cursos diretamente liga-dos aos cursos técnicos oferecidos pelo IEMA e outros que os estudantes tenham interesse em conhecer. Prioritaria-mente, os expositores devem compartilhar uma trajetória semelhante a dos estudantes, a exemplo, ex alunos do IEMA (outra forma de fortalecer a Rede Alumni), de institutos si-milares - IFMA - ou de demais escolas públicas.

d.2 ) Feira de Profissões - Recrutadores - similar à propos-ta anterior, a intenção nesta é conectar os estudantes do IEMA prestes a se formarem com potenciais recrutadores locais e estaduais da iniciativa privada, setor público ou ter-ceiro setor. Da mesma forma, dar espaço para que ex alunos do IEMA coloquem suas projeções profissionais é forma de fortalecer a construção da Rede Alumni.

d.3 ) Workshop Processos Seletivos - o objetivo deste ini-ciativa é explicitar e desenvolver as capacidades demanda-das pelo mercado de trabalho para além do conhecimen-

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to técnico. Aqui, a inspiração para os workshops pode vir de pesquisas e conteúdo reconhecidos, a exemplo do que é produzido no âmbito do Portal Na Prática46 - mantido pela Fundação Estudar e Fundação Lemman -. Dentre essas novas capacidades, elenca-se a ideia de autoconhecimento, articulação/inteligência emocional, execução prototipada, flexibilidade mental e pensamento ecológico.

Geração Roda Viva: práticas de emancipação política

Esta dimensão caracteriza-se por utilizar de metodolo-gias ativas capazes de tornar os estudantes principais atores no processo de articulação e organização de interesses que diz respeito a si mesmos. Com dupla atuação: âmbito político e pedagógico, o Geração Roda-Viva pensa o discente como agente consciente das potencialidades coletivas e do seu Projeto de Vida. Com o objetivo de fortalecer competências e habilidades essenciais para a formação de uma geração de jovens protagonistas com foco na integração dos estudantes em uma teia estadual, no qual as ações possam coexistir em parceria com outros estudantes, tornando-as menos indivi-dualizantes e hierárquicas e mais cooperativas. Para tanto, foi criada algumas propostas de intervenção:

a) Grêmio estudantil - instância histórica de representação dos estudantes nas escolas brasileiras, com fins cívicos, edu-cacionais, culturais e desportivos, permite que alunos dis-cutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação, tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade.

46 Portal Na Prática: https://www.napratica.org.br/

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to técnico. Aqui, a inspiração para os workshops pode vir de pesquisas e conteúdo reconhecidos, a exemplo do que é produzido no âmbito do Portal Na Prática46 - mantido pela Fundação Estudar e Fundação Lemman -. Dentre essas novas capacidades, elenca-se a ideia de autoconhecimento, articulação/inteligência emocional, execução prototipada, flexibilidade mental e pensamento ecológico.

Geração Roda Viva: práticas de emancipação política

Esta dimensão caracteriza-se por utilizar de metodolo-gias ativas capazes de tornar os estudantes principais atores no processo de articulação e organização de interesses que diz respeito a si mesmos. Com dupla atuação: âmbito político e pedagógico, o Geração Roda-Viva pensa o discente como agente consciente das potencialidades coletivas e do seu Projeto de Vida. Com o objetivo de fortalecer competências e habilidades essenciais para a formação de uma geração de jovens protagonistas com foco na integração dos estudantes em uma teia estadual, no qual as ações possam coexistir em parceria com outros estudantes, tornando-as menos indivi-dualizantes e hierárquicas e mais cooperativas. Para tanto, foi criada algumas propostas de intervenção:

a) Grêmio estudantil - instância histórica de representação dos estudantes nas escolas brasileiras, com fins cívicos, edu-cacionais, culturais e desportivos, permite que alunos dis-cutam, criem e fortaleçam inúmeras possibilidades de ação, tanto no próprio ambiente escolar como na comunidade.

46 Portal Na Prática: https://www.napratica.org.br/

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Por meio do grêmio, os alunos têm voz na administração da escola, apresentando suas ideias e opiniões em parce-ria com toda a rede escolar: desde o diretor, passando por coordenadores, professores e pais. O objetivo é aumentar a participação dos alunos nas atividades das UP, organizando campeonatos, GDs, palestras e projetos. Abaixo, breve des-crição sobre iniciativas de configuração do grêmio:

a.1) Pasta Protagonismo Juvenil - para que o Grêmio possa verdadeiramente atuar em benefício da escola e da comuni-dade, priorizamos uma pasta fundamental para a promoção do protagonismo juvenil tornar-se estruturante no Institu-to. Além de ser responsável por construir pontes com outras pastas como cultura, esporte, imprensa, dentre outras, que poderão compor a estrutura do grêmio e gerar ações espe-cíficas nestas áreas, fica sob responsabilidade desta, auxiliar o presidente do grêmio na gestão de políticas e projetos que devem ser colocados em prática priorizando, de modo de-mocrático, a ampla participação dos estudantes em debates e decisões administrativas e pedagógicas. O objetivo central desta página é criar e assegurar a participação dos jovens em todos os âmbitos que diz respeito ao ambiente escolar.

a.2) Ouvidoria - subordinada à Pasta Protagonismo Juvenil, gestores e administradores do IEMA poderão promover de-bates em assembleias e eleger representantes para tratar de assuntos como a construção do PDI e escolha das disciplinas relacionadas ao Projeto de Vida, além de outras demandas que diz respeitos aos interesses dos alunos. Caracteriza-se como ação articuladora na inserção dos estudantes em as-suntos do IEMA a partir das demandas anunciadas pelos próprios alunos.

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a.3) Clubes Juvenis - as pastas (cultura, esporte, etc.) serão responsáveis pela criação de grupos de leitura, dança, te-atro, esporte, dentre outros, com o objetivo de promover a cooperação entre os estudantes em eixos de interesse e internalizar e integrar as conquistas dos alunos premiados em cada seguimento deste.

a.4) Eleição dos líderes e vice-líderes - a pasta Protagonis-mo Juvenil ficará responsável sobre a legislação das elei-ções dos líderes e vice-líderes de turma, regulamentada em um periódico a ser definido em assembleia pelos estudantes para que possibilite uma rotação de um maior número de alunos em cargos de liderança e participação em eventos e encontros realizados pelo IEMA. As funções de presidente, vice-presidente, secretário geral, 1° secretário, tesoureiro--geral, 1° tesoureiro, diretor social, diretor de imprensa, di-retor cultural geral, diretor de esportes, dentre outros, são sugeridos para compor os cargos em exercício do grêmio, porém, deve ser configurado de acordo com às necessidades dos estudantes de cada UP, embora reafirma-se a primor-dialidade de implementação da Pasta Protagonismo Juve-nil comum a todas UPs. Uma vez que acreditamos que é de responsabilidade do IEMA criar subsídios legais, materiais e instrumentais para que as ações protagônicas dos estu-dantes possam acontecer. Desta forma, entende-se que a Pasta do Protagonismo Juvenil como a espinha dorsal para a criação das demais pastas e da articulação dos estudantes do IEMA e da própria Instituição.

b) “Para Além da Medalha” - é o lema que propomos para que uma relação mais cooperativa possa existir entre os estudantes que tiveram seus trabalhos reconhecidos em

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a.3) Clubes Juvenis - as pastas (cultura, esporte, etc.) serão responsáveis pela criação de grupos de leitura, dança, te-atro, esporte, dentre outros, com o objetivo de promover a cooperação entre os estudantes em eixos de interesse e internalizar e integrar as conquistas dos alunos premiados em cada seguimento deste.

a.4) Eleição dos líderes e vice-líderes - a pasta Protagonis-mo Juvenil ficará responsável sobre a legislação das elei-ções dos líderes e vice-líderes de turma, regulamentada em um periódico a ser definido em assembleia pelos estudantes para que possibilite uma rotação de um maior número de alunos em cargos de liderança e participação em eventos e encontros realizados pelo IEMA. As funções de presidente, vice-presidente, secretário geral, 1° secretário, tesoureiro--geral, 1° tesoureiro, diretor social, diretor de imprensa, di-retor cultural geral, diretor de esportes, dentre outros, são sugeridos para compor os cargos em exercício do grêmio, porém, deve ser configurado de acordo com às necessidades dos estudantes de cada UP, embora reafirma-se a primor-dialidade de implementação da Pasta Protagonismo Juve-nil comum a todas UPs. Uma vez que acreditamos que é de responsabilidade do IEMA criar subsídios legais, materiais e instrumentais para que as ações protagônicas dos estu-dantes possam acontecer. Desta forma, entende-se que a Pasta do Protagonismo Juvenil como a espinha dorsal para a criação das demais pastas e da articulação dos estudantes do IEMA e da própria Instituição.

b) “Para Além da Medalha” - é o lema que propomos para que uma relação mais cooperativa possa existir entre os estudantes que tiveram seus trabalhos reconhecidos em

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olimpíadas, competições ou em qualquer outro evento estu-dantil e aqueles que têm interesse em desenvolver habilida-des na mesma área de atuação. Entendemos que estes reco-nhecimentos são entusiasmantes para o Projeto de Vida dos alunos, e pode ser apreciado em roda de conversa, relato de experiência, criação de grupos organizados e orientação na elaboração de outros projetos.

c) Ocupa Jovem - já implementado no Instituto, o Projeto possibilita a experimentação dos estudantes em assumir cargos de grande importância administrativa como Jovem Senador, Parlamento Juvenil, Reitor por Um Dia e Mulher Cientista. Devem ficar a cargo da Pasta Protagonismo Juve-nil, junto a gestores do IEMA, selecionar áreas que poderão serem contempladas e organizar os seletivos que vão eleger os respectivos representantes, promovendo também um re-corte do protagonismo da mulher estudantil.

d) Encontro IEMA Grêmios - a criação do grêmio como prin-cipal contribuinte para implementação do protagonismo juvenil como projeto estruturante, é capaz de articular os estudantes em segmentos que diz respeito aos seus interes-ses, em trocas cooperativas, integrativas e engajamento po-lítico em reconhecimento de direitos e deveres humanos e sociais. Como projeto inspirado no já existente Encontro de Líderes (que acontece anualmente), a realização do Encon-tro IEMA Grêmios completa o ciclo de articulação expandi-da dos estudantes. As ações desenvolvidas em cada UP pelo grêmio também pode ser depurada e encontrar outras fór-mulas em contato com as realizadas em outras UP, fazendo das atuações dos alunos protagonistas uma teia de relações macro e micro, simultaneamente.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo desta pesquisa viu-se a complexidade em torno da temática do Protagonismo Juvenil, em es-pecial, sua implementação em uma Instituição de

história recente tal qual o IEMA. Como visto, o estudo surge da ideia segundo a qual o Protagonismo é simultaneamente premissa institucional - como consta em seu PDI - e um dos critérios de excelência do Instituto, sendo priorizado como eixo fundamental na política de expansão do IEMA para a próxima década - 2018/2028. Não apenas em termos abstra-tos, a motivação para esse estudo surge da necessidade de se refletir práticas específicas do Encontro de Líderes 2018.

Dentro da revisão de literatura constatou-se que o Pro-tagonismo Juvenil se desdobra em uma discussão transdis-ciplinar, se apresentando seja como ação política, metodolo-gia ou campo teórico. Entre os autores, viu-se visões mais atreladas ao aspecto pedagógico educacional, outras que trabalham especialmente a participação política dos jo-vens em seu modelo tradicional e não convencional e ainda as que discutem questões identitárias da juventude e sua aproximação com a luta por direitos. Percebe-se, à luz das contribuições dos estudiosos, que o Protagonismo Juvenil se realiza para além das escolas e, no entanto, é dever das instituições educacionais oferecer subsídios para possibili-tar ações efetivamente protagonistas por parte dos jovens.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo desta pesquisa viu-se a complexidade em torno da temática do Protagonismo Juvenil, em es-pecial, sua implementação em uma Instituição de

história recente tal qual o IEMA. Como visto, o estudo surge da ideia segundo a qual o Protagonismo é simultaneamente premissa institucional - como consta em seu PDI - e um dos critérios de excelência do Instituto, sendo priorizado como eixo fundamental na política de expansão do IEMA para a próxima década - 2018/2028. Não apenas em termos abstra-tos, a motivação para esse estudo surge da necessidade de se refletir práticas específicas do Encontro de Líderes 2018.

Dentro da revisão de literatura constatou-se que o Pro-tagonismo Juvenil se desdobra em uma discussão transdis-ciplinar, se apresentando seja como ação política, metodolo-gia ou campo teórico. Entre os autores, viu-se visões mais atreladas ao aspecto pedagógico educacional, outras que trabalham especialmente a participação política dos jo-vens em seu modelo tradicional e não convencional e ainda as que discutem questões identitárias da juventude e sua aproximação com a luta por direitos. Percebe-se, à luz das contribuições dos estudiosos, que o Protagonismo Juvenil se realiza para além das escolas e, no entanto, é dever das instituições educacionais oferecer subsídios para possibili-tar ações efetivamente protagonistas por parte dos jovens.

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No âmbito do IEMA, sobre políticas realizadas a par-tir da escola e para além dela, destaca-se o Projeto de Vida como centralidade na agenda do Protagonismo Juvenil e da própria vida escolar. Além disso, sobressaem-se também a política de liderança de turmas, a construção dos clubes juvenis, a participação dos estudantes na concretização da parte diversificada do currículo através das disciplinas ele-tivas, a proposto no âmbito do Programa Geração XXI e o destaque que os estudantes do Instituto, a cada ano, alcan-çam em olímpiadas do conhecimento e competições cientí-ficas. Todas essas iniciativas revelam a seriedade com que o Instituto enxerga o Protagonismo Juvenil enquanto pre-missa institucional e soma esforços para que seus jovens possam atuar de modo protagônico - constatação também verificável no questionário respondido pelos alunos em razão do Encontro de Líderes 2018 (Capítulo "Análise dos questionários submetidos aos estudantes"), no diálogo que os estudantes conduzem com o Reitor da Instituição (Ca-pítulo "Diálogos: a Reitoria do IEMA e os Jovens Protago-nistas"), e nos discursos veiculados pelos profissionais do IEMA e convidados (Capítulo "Pontos de Vista: entrevistas com profissionais do IEMA e convidados").

Celebradas as iniciativas já em voga e partindo da pre-missa de que este estudo não se limita a realizar mero diag-nóstico; ao longo do Capítulo "Breves notas sobre formas de dinamizar o protagonismo juvenil no IEMA: uma proposta de intervenção", a equipe do Núcleo Estratégico se coloca diante do desafio de propor práticas que empreendam o Pro-tagonismo Juvenil dentro do Instituto. As ditas propostas mesclam o aprofundamento de práticas já existentes e a su-gestão de novas iniciativas dentro de tríade então elaborada - Geração XXI, Geração Z e Geração Roda Vida - a qual visa contribuir para a formação de novos maranhenses, contem-

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plar as preocupações da atual juventude e facilitar a cons-trução de espaços de emancipação política. Aqui, a novidade reside especialmente em uma abordagem menos pontual e mais estrutural do Protagonismo Juvenil dentro do IEMA, em que, como critério diferenciador, são pensadas propostas que englobam, a exemplo, a atuação coletiva através de Grê-mios estudantis, a projeção e internalização das conquistas individuais dos alunos, a conexão com atividades artísticas e culturais, valorização de saberes científicos e tradicionais, e preocupações da juventude, tais como sexualidade, mercado de trabalho, saúde mental e qualidade de vida.

Ademais, resta ressaltar o atual relevo que a temática da Juventude passa a ocupar na recente conjuntura políti-ca e social do Brasil. Neste ponto é interessante visualizar como desde meados de 2015, circula na Câmara dos De-putados, o projeto de lei Escola Sem Partido. Dispensando apresentações e o indicativo de todas as suas problemáticas, o Escola Sem Partido apoia-se na equivocada ideia de que o jovem é mero objeto de alienação e doutrinação por parte de seus professores. Tal projeto de lei vai de confronto com a concepção do Protagonismo Juvenil, que nega a condi-ção de passividade dos estudantes e os enxerga enquanto jovens capazes de interpretar, agir e recusar socialmente ideias com as quais estão em desacordo. Com a ebulição das eleições presidenciais do ano de 2018 e o governo escolhi-do para o período de 2019-2022, as ideias do Escola Sem Partido ganham cada vez mais força, assim como surgem inúmeras interrogações sobre o projeto educacional que irá predominar. Do lado de cá, no Maranhão, há espaço para outros experiências, o IEMA sendo o maior símbolo delas no âmbito da Educação, instituto que trilha com ineditis-mo seu caminho na trilha da excelência educacional sem jamais esquecer aqueles que devem ocupar a centralidade de todo este processo - a Juventude.

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plar as preocupações da atual juventude e facilitar a cons-trução de espaços de emancipação política. Aqui, a novidade reside especialmente em uma abordagem menos pontual e mais estrutural do Protagonismo Juvenil dentro do IEMA, em que, como critério diferenciador, são pensadas propostas que englobam, a exemplo, a atuação coletiva através de Grê-mios estudantis, a projeção e internalização das conquistas individuais dos alunos, a conexão com atividades artísticas e culturais, valorização de saberes científicos e tradicionais, e preocupações da juventude, tais como sexualidade, mercado de trabalho, saúde mental e qualidade de vida.

Ademais, resta ressaltar o atual relevo que a temática da Juventude passa a ocupar na recente conjuntura políti-ca e social do Brasil. Neste ponto é interessante visualizar como desde meados de 2015, circula na Câmara dos De-putados, o projeto de lei Escola Sem Partido. Dispensando apresentações e o indicativo de todas as suas problemáticas, o Escola Sem Partido apoia-se na equivocada ideia de que o jovem é mero objeto de alienação e doutrinação por parte de seus professores. Tal projeto de lei vai de confronto com a concepção do Protagonismo Juvenil, que nega a condi-ção de passividade dos estudantes e os enxerga enquanto jovens capazes de interpretar, agir e recusar socialmente ideias com as quais estão em desacordo. Com a ebulição das eleições presidenciais do ano de 2018 e o governo escolhi-do para o período de 2019-2022, as ideias do Escola Sem Partido ganham cada vez mais força, assim como surgem inúmeras interrogações sobre o projeto educacional que irá predominar. Do lado de cá, no Maranhão, há espaço para outros experiências, o IEMA sendo o maior símbolo delas no âmbito da Educação, instituto que trilha com ineditis-mo seu caminho na trilha da excelência educacional sem jamais esquecer aqueles que devem ocupar a centralidade de todo este processo - a Juventude.

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REFERÊNCIAS

A DISTRIBUIÇÃO de pessoas com doutorado pelo Brasil in Nexo Jornal. Disponível em: <https://www.nexojornal.com.br/grafico/2017/10/23/A-distribui%C3%A7%C3%A3o-de--pessoas-com-doutorado-pelo-Brasil>. Acesso em: 01 jan. 2019.

ALMADA, Jhonatan Uelson Pereira Sousa de. Ciência e educação como agentes da mudança no governo Flávio Dino. São Luís: Engenho, 2017.

ALMADA, Jhonatan Uelson Pereira Sousa de. Crítica à in-diferença: política, ciência e educação. São Luís: Jhonatan Almada (Editor), 2016.

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APÊNDICES

Resolução n° 92, de 26 de Novembro de 2018 - Carta Fun-dacional do IEMARESOLUÇÃO Nº 92, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2018

Estabelecer a CARTA FUNDACIONAL do Instituto Estadual de Educação, Ciência e Tecnologia-IEMA.

O REITOR DO INSTITUTO ESTADUAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO MARANHÃO - IEMA, no uso de suas atribuições legais, ad. referendum do Conselho Superior do IEMA,

Considerando que o IEMA completará 4 (quatro) anos de criação no dia 2 de janeiro de 2019;

Considerando os expressivos resultados obtidos pelo Insti-tuto no período 2015-2018;

Considerando os aprendizados adquiridos e a necessidade de avançarmos em modelo institucional próprio;

RESOLVE:Art. 1º Estabelecer a Carta Fundacional do IEMA com sua missão, valores, visão, sonho, propósito, modelo institucio-nal, redes, programas e eventos de referência.

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Art. 2º A missão do IEMA é promover educação profissio-nal, científica e tecnológica de forma gratuita, inovadora e de qualidade, visando à formação integral dos jovens para atuarem na sociedade de maneira autônoma, solidária e competente.

Art. 3º Os valores do IEMA são:

Cooperação: trabalho em equipe, de forma harmônica, inte-grada e colaborativa em prol dos objetivos comuns;

Inclusão: respeito às diferenças e valorização da diversida-de;

Inovação: produção e difusão de saberes e tecnologias;

Qualidade: prática permanente revestida do princípio da dignidade humana e da disseminação da cultura de exce-lência;

Transparência: trabalho com exatidão, franqueza, sinceri-dade, informando tudo aquilo que possa afetar significati-vamente a comunidade escolar;

Confiança: atitude de acolhimento, apoio, estímulo e afetivi-dade para uma comunidade escolar geradora de segurança emocional, autoconsciência, resiliência e automotivação.

Art. 4º A visão do IEMA é ser referência, até 2024, em edu-cação profissional, científica e tecnológica no Brasil.

Art. 5º O sonho do IEMA é ser a melhor instituição pública de ensino do Brasil.

Art. 6º O propósito do IEMA é contribuir para que nossos estudantes realizem seus projetos de vida e sejam agentes de transformação no mundo.

Art. 7º O IEMA como Escola Associada da Organização das Nações Unidades para a Educação, Ciência e a Cultura-U-NESCO está comprometido com o desenvolvimento sus-

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Art. 2º A missão do IEMA é promover educação profissio-nal, científica e tecnológica de forma gratuita, inovadora e de qualidade, visando à formação integral dos jovens para atuarem na sociedade de maneira autônoma, solidária e competente.

Art. 3º Os valores do IEMA são:

Cooperação: trabalho em equipe, de forma harmônica, inte-grada e colaborativa em prol dos objetivos comuns;

Inclusão: respeito às diferenças e valorização da diversida-de;

Inovação: produção e difusão de saberes e tecnologias;

Qualidade: prática permanente revestida do princípio da dignidade humana e da disseminação da cultura de exce-lência;

Transparência: trabalho com exatidão, franqueza, sinceri-dade, informando tudo aquilo que possa afetar significati-vamente a comunidade escolar;

Confiança: atitude de acolhimento, apoio, estímulo e afetivi-dade para uma comunidade escolar geradora de segurança emocional, autoconsciência, resiliência e automotivação.

Art. 4º A visão do IEMA é ser referência, até 2024, em edu-cação profissional, científica e tecnológica no Brasil.

Art. 5º O sonho do IEMA é ser a melhor instituição pública de ensino do Brasil.

Art. 6º O propósito do IEMA é contribuir para que nossos estudantes realizem seus projetos de vida e sejam agentes de transformação no mundo.

Art. 7º O IEMA como Escola Associada da Organização das Nações Unidades para a Educação, Ciência e a Cultura-U-NESCO está comprometido com o desenvolvimento sus-

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tentável, a cidadania global e a aprendizagem intercultural, trabalhando para:

estimular a adesão de escolas públicas e privadas à Rede PE-A-UNESCO;

compartilhar práticas, aprendizados e modelos;

desenvolver pedagogias inovadoras e criativas;

articular local e global;

fomentar a transformação dos sistemas de ensino;

promover a cooperação e o intercâmbio de conhecimentos.

Art. 8º O modelo institucional é constituído por:

modelo pedagógico: formação acadêmica de excelência, for-mação para a vida, formação de competências para o século XXI e formação para o mundo do trabalho, assegurando o jovem e seu projeto de vida como centralidade.

modelo de gestão: ciclo contínuo de planejamento, execu-ção, avaliação e correção para garantir a efetiva aprendiza-gem dos estudantes e a terminalidade com sucesso do ciclo educativo.

modelo de pertinência: ciclo de análise, articulação, media-ção e validação da oferta educativa junto à sociedade, apor-tando relevância, aceitabilidade, confiança e inovação.

Art. 9º O modelo pedagógico tem como princípios:

Protagonismo: o estudante é envolvido como parte da solu-ção e não tratado como problema;

Quatro pilares da educação: aprender a ser, a fazer, a conhe-cer e a viver juntos;

Pedagogia da presença: exercício ativo de atenção, de diálo-go com intensa escuta do outro e de si próprio, referência de todas as práticas educativas de todos os educadores;

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Educação interdimensional: dimensões da corporeidade, es-pírito e emoção na formação humana;

Inserção transformadora: tomada de decisão no sentido de intervir e transformar a realidade.

Art. 10 O modelo de gestão tem como princípios:

Relevância social: eficiência, eficácia e efetividade para de-finir prioridades na aplicação dos recursos disponíveis e al-cançar resultados socialmente relevantes.

Círculo virtuoso: relação profícua entre gestão pública, ins-tituição de ensino/estudante, parceiros e comunidade;

Comunicação: clareza, transparência, honestidade, foco e sinergia na interlocução;

Educação pelo trabalho: processo educativo deve ocorrer para, pelo e no trabalho.

Art. 11 O modelo de pertinência tem como princípios:

Aperfeiçoamento contínuo: analisar experiências e tendên-cias nacionais e globais na área de educação profissional, científica e tecnológica para atualização regular de conteú-dos, métodos e práticas;

Prática baseada em evidência: implementar projetos-pilo-to antes da incorporação ou disseminação de novas ideias, métodos e práticas;

Pesquisa aplicada: realizar estudos e pesquisas dos arranjos produtivos e demandas sociais para delinear a oferta edu-cativa institucional.

Art. 12 O IEMA sustenta como redes:

Rede IEMA de Educação Científica e Tecnológica;

Rede Bandeira Tribuzi de Bibliotecas;

Rede Maria Aragão de Educação em Saúde;

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Educação interdimensional: dimensões da corporeidade, es-pírito e emoção na formação humana;

Inserção transformadora: tomada de decisão no sentido de intervir e transformar a realidade.

Art. 10 O modelo de gestão tem como princípios:

Relevância social: eficiência, eficácia e efetividade para de-finir prioridades na aplicação dos recursos disponíveis e al-cançar resultados socialmente relevantes.

Círculo virtuoso: relação profícua entre gestão pública, ins-tituição de ensino/estudante, parceiros e comunidade;

Comunicação: clareza, transparência, honestidade, foco e sinergia na interlocução;

Educação pelo trabalho: processo educativo deve ocorrer para, pelo e no trabalho.

Art. 11 O modelo de pertinência tem como princípios:

Aperfeiçoamento contínuo: analisar experiências e tendên-cias nacionais e globais na área de educação profissional, científica e tecnológica para atualização regular de conteú-dos, métodos e práticas;

Prática baseada em evidência: implementar projetos-pilo-to antes da incorporação ou disseminação de novas ideias, métodos e práticas;

Pesquisa aplicada: realizar estudos e pesquisas dos arranjos produtivos e demandas sociais para delinear a oferta edu-cativa institucional.

Art. 12 O IEMA sustenta como redes:

Rede IEMA de Educação Científica e Tecnológica;

Rede Bandeira Tribuzi de Bibliotecas;

Rede Maria Aragão de Educação em Saúde;

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Rede Ennes de Souza de Laboratórios Educacionais;

Círculo Rosa Mochel de Humanidades;

Círculo Maria Firmina dos Reis de Linguagens;

Núcleo de Integração Escola-Trabalho;

Núcleo de Pesquisa e Olimpíadas do Conhecimento.

Art. 13 São programas permanentes do IEMA:

Geração 21: foco na proficiência de português, matemática e inglês;

IEMA Bilíngue: certificação de proficiência em língua ingle-sa a todos os estudantes até a conclusão do 3º ano;

IEMA no Mundo: realização de intercâmbio no exterior;

Oficinas de Férias: realização das Oficinas Gonçalves Dias de Língua Portuguesa, Souzinha de Matemática e Jane Austen de Língua Inglesa;

Aperfeiçoamento da Gestão Escolar: visitas técnicas nacio-nais e internacionais para conhecer experiências exitosas de gestão escolar;

Residência Docente: visitas técnicas nacionais e internacio-nais para conhecer boas práticas de ensino e projetos peda-gógicos exitosos;

IEMA Mais IDH: realização de cursos profissionalizantes nos municípios com menor Índice de Desenvolvimento Hu-mano-IDH;

IEMA nas Comunidades: realização de cursos profissiona-lizantes nos bairros de maior vulnerabilidade socioeconô-mica;

Robótica na Estrada: divulgação e disseminação da robóti-ca educacional em escolas públicas das redes municipais de ensino;

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Vivência Profissional: práticas profissionais no mundo do trabalho durante o período de férias em caráter preparató-rio ao estágio curricular;

Inova IEMA: estímulo e reconhecimento de aulas, projetos e práticas inovadoras dos professores, gestores e estudantes.

Art. 14 São eventos de referência do IEMA:

Encontro Acadêmico: evento anual de reconhecimento e confraternização da comunidade escolar pelos resultados e conquistas obtidos;

Copa IEMA de Debates: evento bianual que estimula o de-senvolvimento da oratória e a capacidade de argumenta-ção, no qual diferentes times competem no debate de temas contemporâneos, vencendo aquele que apresentar o melhor argumento;

Dia da Família no IEMA: dia que estimula o envolvimento e a participação de pais e responsáveis no processo educativo dos estudantes;

Dia Internacional da Menina: dia que estimula o empodera-mento feminino e o exercício prático de funções de gestão no âmbito das Unidades e Reitoria pelas estudantes;

Dia Mundial da Saúde: dia com atividades práticas de edu-cação em saúde na comunidade escolar para uma vida sau-dável;

Dia Internacional da Paz: dia com atividades de celebração e disseminação de uma cultura de paz no mundo;

Feira do Livro: evento para divulgação e valorização do li-vro, leitura e escrita junto aos estudantes em articulação com o entorno escolar;

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Vivência Profissional: práticas profissionais no mundo do trabalho durante o período de férias em caráter preparató-rio ao estágio curricular;

Inova IEMA: estímulo e reconhecimento de aulas, projetos e práticas inovadoras dos professores, gestores e estudantes.

Art. 14 São eventos de referência do IEMA:

Encontro Acadêmico: evento anual de reconhecimento e confraternização da comunidade escolar pelos resultados e conquistas obtidos;

Copa IEMA de Debates: evento bianual que estimula o de-senvolvimento da oratória e a capacidade de argumenta-ção, no qual diferentes times competem no debate de temas contemporâneos, vencendo aquele que apresentar o melhor argumento;

Dia da Família no IEMA: dia que estimula o envolvimento e a participação de pais e responsáveis no processo educativo dos estudantes;

Dia Internacional da Menina: dia que estimula o empodera-mento feminino e o exercício prático de funções de gestão no âmbito das Unidades e Reitoria pelas estudantes;

Dia Mundial da Saúde: dia com atividades práticas de edu-cação em saúde na comunidade escolar para uma vida sau-dável;

Dia Internacional da Paz: dia com atividades de celebração e disseminação de uma cultura de paz no mundo;

Feira do Livro: evento para divulgação e valorização do li-vro, leitura e escrita junto aos estudantes em articulação com o entorno escolar;

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Feira de Profissões: evento de apresentação dos cursos téc-nicos oferecidos pelo Instituto, aproximando os estudantes do cotidiano das profissões, empresas e instituições;

Festival da Matemática: evento de divulgação lúdica e inte-rativa da matemática;

Olimpíadas do IEMA: evento trienal de competição das di-ferentes modalidades esportivas entre os estudantes das Unidades;

Semana de Iniciação Científica, Tecnológica e de Inovação--SEMICTI: evento bianual para apresentação dos resultados de projetos de pesquisa e inovação desenvolvidos pelos es-tudantes;

Seminário de Educação Profissional, Científica e Tecnológi-ca: evento trienal para intercâmbio de experiências e boas práticas com escolas, empresas e instituições de todo o Bra-sil;

Seminário Internacional de Robótica Educacional: evento bianual para intercâmbio de experiências e boas práticas na área de robótica com outros países.

Art. 15 Esta Resolução entrará em vigor na data de sua pu-blicação.

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Modelo de questionário submetido antes do Encon-tro de Líderes 2018

Jovens estudantes do IEMA,

Em sendo o ideal de nossa escola formar indivíduos autô-nomos, solidários e competentes, surge a necessidade de abordarmos um dos mais importantes aspectos do Protago-nismo Juvenil - a Liderança.

Igualmente, partindo da importância de se manter diálogo constante com o corpo estudantil,especialmente no que diz respeito aos espaços construídos para os alunos e alunas, o Núcleo Estratégico do IEMA - organizador do Encontro de Líderes 2018 - submete o seguinte questionário.

Através do questionário pretende-se averiguar como os es-tudantes enxergam a Liderança e que espaços de Liderança já ocuparam até então. Da mesma forma, interessa saber de que forma o aluno percebe suas posturas quando o assun-to é seu projeto de vida e que ideias/sugestões pode trazer para o Encontro de Líderes 2018.

Não há respostas certas ou erradas. Sua colaboração é de grande valia para a construção do Encontro de Líderes 2018, em sendo assim, agradecemos desde já.

1 ) Em sua visão, o que seria um bom líder?

2) Você já assumiu algum espaço de liderança em outro mo-mento ? Caso tenha assumido, descreva este espaço. Caso a res-posta seja negativa, por quais motivos não assumiu espaço de liderança? (Nesta resposta, vale levar em consideração outros espaços,tais como,Igreja, Associação de Moradores, Grupos Esportivos, Movimento Estudantil, entre outros.)

3 ) Você se considera líder da própria vida? Justifique.

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Modelo de questionário submetido antes do Encon-tro de Líderes 2018

Jovens estudantes do IEMA,

Em sendo o ideal de nossa escola formar indivíduos autô-nomos, solidários e competentes, surge a necessidade de abordarmos um dos mais importantes aspectos do Protago-nismo Juvenil - a Liderança.

Igualmente, partindo da importância de se manter diálogo constante com o corpo estudantil,especialmente no que diz respeito aos espaços construídos para os alunos e alunas, o Núcleo Estratégico do IEMA - organizador do Encontro de Líderes 2018 - submete o seguinte questionário.

Através do questionário pretende-se averiguar como os es-tudantes enxergam a Liderança e que espaços de Liderança já ocuparam até então. Da mesma forma, interessa saber de que forma o aluno percebe suas posturas quando o assun-to é seu projeto de vida e que ideias/sugestões pode trazer para o Encontro de Líderes 2018.

Não há respostas certas ou erradas. Sua colaboração é de grande valia para a construção do Encontro de Líderes 2018, em sendo assim, agradecemos desde já.

1 ) Em sua visão, o que seria um bom líder?

2) Você já assumiu algum espaço de liderança em outro mo-mento ? Caso tenha assumido, descreva este espaço. Caso a res-posta seja negativa, por quais motivos não assumiu espaço de liderança? (Nesta resposta, vale levar em consideração outros espaços,tais como,Igreja, Associação de Moradores, Grupos Esportivos, Movimento Estudantil, entre outros.)

3 ) Você se considera líder da própria vida? Justifique.

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4 ) Em sua visão, quais benefícios podem trazer um trabalho de liderança para você e para a sociedade?

5 ) O que você acha que não pode faltar no Encontro de Líderes 2018?

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Programação do Encontro de Líderes 2018

II ENCONTRO DE LÍDERES DO

15 16junho

UP. ITAQUI-BACANGA

@iema_oficial @iema_oficial @iemainstitutowww.iema.ma.gov.brWWW iema oficial

@iema_oficial @iema_oficial @iemainstituto

www.iema.ma.gov.br

iema oficial

Flávio DinoGovernador do Estado

Jhonatan AlmadaReitor do IEMA

Elinaldo Soares SilvaDiretor de Ensino

Gustavo Medeiros Mota AndradeDiretor de Planejamento e Administração

Dario Manoel Barroso SoaresDiretor de Pesquisa e Extensão

15 JUNHO

18h Jantar

19h Deslocamento UP Itaqui Bacanga / Cinesystem (Shopping Rio Anil)

20h00 Cinesystem - Exibição do filme: Os Vingadores - Guerra Infinita

22h Deslocamento Cinesystem / UP Itaqui Bacanga

O Protagonismo possibilita ao educando o exercício de práticas e vivências de situações de aprendizagem por meio das quais exercitará as condições essenciais para o seu desenvolvi-mento pessoal e social, que tem sua base na própria construção da identidade.

A concepção de educação subjacente ao conceito de protagonismo é aquela que trata do ato de educar como sendo capaz de transformar o potencial do ser humano em competências, habilidades e capacidades.

Nessa perspectiva o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão-IEMA promo-ve o 2º Encontro de Líderes 2018, tendo por objetivo promover a integração entre líderes de turmas das Unidades Plenas com vistas ao aprimoramento de práticas e vivências em protagonismo. Além disso, promover oficinas de capacitação para criação e uso de ferramentas comunicacionais para que nossos jovens protagonistas tornem-se articulado-res de suas lideranças na escola e comunidade.

16 JUNHO

08h Solenidade de abertura

08h30 Palestra de abertura – Protagonismo Juvenil no

Século XXI - Profª. Drª. Maria Izabel Calil Stamato

09h30 Debate

10h Lanche

10h20 Relatos de Jovens Protagonistas – Enilson Ribeiro e

Robson Lopes

11h30 Apresentação Cultural – Projeto Ako Eres e Bateria do Akomabu

12h Almoço

13h30 Práticas Juvenis: Laboratórios

• Laboratório de escrita – Profª. Drª. Daniela Name

• Laboratório de imagem – Profª. Drª. Carolina Libério

16h Painel com apresentação dos laboratórios

16h30 Encerramento

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Programação do Encontro de Líderes 2018

II ENCONTRO DE LÍDERES DO

15 16junho

UP. ITAQUI-BACANGA

@iema_oficial @iema_oficial @iemainstitutowww.iema.ma.gov.brWWW iema oficial

@iema_oficial @iema_oficial @iemainstituto

www.iema.ma.gov.br

iema oficial

Flávio DinoGovernador do Estado

Jhonatan AlmadaReitor do IEMA

Elinaldo Soares SilvaDiretor de Ensino

Gustavo Medeiros Mota AndradeDiretor de Planejamento e Administração

Dario Manoel Barroso SoaresDiretor de Pesquisa e Extensão

15 JUNHO

18h Jantar

19h Deslocamento UP Itaqui Bacanga / Cinesystem (Shopping Rio Anil)

20h00 Cinesystem - Exibição do filme: Os Vingadores - Guerra Infinita

22h Deslocamento Cinesystem / UP Itaqui Bacanga

O Protagonismo possibilita ao educando o exercício de práticas e vivências de situações de aprendizagem por meio das quais exercitará as condições essenciais para o seu desenvolvi-mento pessoal e social, que tem sua base na própria construção da identidade.

A concepção de educação subjacente ao conceito de protagonismo é aquela que trata do ato de educar como sendo capaz de transformar o potencial do ser humano em competências, habilidades e capacidades.

Nessa perspectiva o Instituto de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão-IEMA promo-ve o 2º Encontro de Líderes 2018, tendo por objetivo promover a integração entre líderes de turmas das Unidades Plenas com vistas ao aprimoramento de práticas e vivências em protagonismo. Além disso, promover oficinas de capacitação para criação e uso de ferramentas comunicacionais para que nossos jovens protagonistas tornem-se articulado-res de suas lideranças na escola e comunidade.

16 JUNHO

08h Solenidade de abertura

08h30 Palestra de abertura – Protagonismo Juvenil no

Século XXI - Profª. Drª. Maria Izabel Calil Stamato

09h30 Debate

10h Lanche

10h20 Relatos de Jovens Protagonistas – Enilson Ribeiro e

Robson Lopes

11h30 Apresentação Cultural – Projeto Ako Eres e Bateria do Akomabu

12h Almoço

13h30 Práticas Juvenis: Laboratórios

• Laboratório de escrita – Profª. Drª. Daniela Name

• Laboratório de imagem – Profª. Drª. Carolina Libério

16h Painel com apresentação dos laboratórios

16h30 Encerramento

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Registros fotográficos do Encontro de Líderes 2018

Auditório do IEMA Itaqui-Bacanga na solenidade de abertura do Encontro de Líderes 2018

Solenidade de Abertura com gestores do IEMA

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Projeto Ako Êres e Bateria do Akomabu

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Projeto Ako Êres e Bateria do Akomabu

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NOTAS BIOGRÁFICAS

Raimundo Palhano

Graduado em Ciências Econômicas pela UFMA (1972), Es-pecialista em Administração Pública pela UEMA, (1975), em Planejamento do Desenvolvimento pela UFPA, (1983) e Eco-nomia do Setor Público pela Unicamp (1989). Realizou ca-pacitação e aperfeiçoamento em Planejamento Educacional (Universidad Central de Las Villas, Cuba, 1987), Sociedade e Política no Brasil Contemporâneo (Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro-IUPERJ, 1986) e Planejamen-to e Gestão do Ensino Superior (Iowa State University, EUA, 1976). Participante de intercâmbios internacionais sobre planejamento e educação nos Estados Unidos, Cuba, Vene-zuela, Chile e França. Mestre em História, concentração em Urbanização e Industrialização pela Universidade Federal Fluminense do Rio de Janeiro-UFF (1987). Doutor h.c. em Economia pela Emil Brumer University.

Email: [email protected] / [email protected]

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João Batista EriceiraDoutor h.c em Direito pela Emil Brumer University. Mestre em Direito de Estado pela Universidade de Brasília, profis-sional nacionalmente respeitado e cultivador de notáveis conhecimentos nas áreas de História e Ciências afins. É Presidente da Academia Maranhense de Letras Jurídicas, Vice-Diretor-Geral da Escola de Formação de Governan-tes do Maranhão, Vice-Diretor da Associação Brasileira de Advogados Eleitorais (ABRAE), Presidente da Associação Brasileira de Advogados (ABA/Seccional Maranhão), Presi-dente da Associação Maranhense de Advogados – AMAd, Diretor da Escola Superior de Advocacia da Ordem dos Ad-vogados do Brasil/Seccional Maranhão e sócio majoritário do escritório “João Batista Ericeira Advogados Associados”. É também membro do Instituto dos Advogados do Brasil e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Coorde-nador do Núcleo de Ciência Política do Centro de Estudos Constitucionais e de Gestão Pública-CECGP.Foi membro do Conselho Consultivo e Secretário-Geral da Escola Nacional de Advocacia, do Conselho Federal da OAB, Vice-Presiden-te do Conselho Editorial e da Comissão de Defesa da Re-pública e da Democracia, da OAB-MA, Presidente da Sec-cional maranhense do Colégio Brasileiro de Faculdades de Direito, Diretor da Revista da ENA, membro do Conselho Estadual de Trânsito e do Conselho Estadual de Desenvol-vimento Econômico e Social do Maranhão.

Email: [email protected]

Rossini CorrêaÉ maranhense de São Luís, nascido em 08 de setembro de 1955. Dedicado aos estudos jurídicos, teológicos, filosóficos e sociais, Rossini Corrêa – que participou de seminários ju-

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João Batista EriceiraDoutor h.c em Direito pela Emil Brumer University. Mestre em Direito de Estado pela Universidade de Brasília, profis-sional nacionalmente respeitado e cultivador de notáveis conhecimentos nas áreas de História e Ciências afins. É Presidente da Academia Maranhense de Letras Jurídicas, Vice-Diretor-Geral da Escola de Formação de Governan-tes do Maranhão, Vice-Diretor da Associação Brasileira de Advogados Eleitorais (ABRAE), Presidente da Associação Brasileira de Advogados (ABA/Seccional Maranhão), Presi-dente da Associação Maranhense de Advogados – AMAd, Diretor da Escola Superior de Advocacia da Ordem dos Ad-vogados do Brasil/Seccional Maranhão e sócio majoritário do escritório “João Batista Ericeira Advogados Associados”. É também membro do Instituto dos Advogados do Brasil e do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão. Coorde-nador do Núcleo de Ciência Política do Centro de Estudos Constitucionais e de Gestão Pública-CECGP.Foi membro do Conselho Consultivo e Secretário-Geral da Escola Nacional de Advocacia, do Conselho Federal da OAB, Vice-Presiden-te do Conselho Editorial e da Comissão de Defesa da Re-pública e da Democracia, da OAB-MA, Presidente da Sec-cional maranhense do Colégio Brasileiro de Faculdades de Direito, Diretor da Revista da ENA, membro do Conselho Estadual de Trânsito e do Conselho Estadual de Desenvol-vimento Econômico e Social do Maranhão.

Email: [email protected]

Rossini CorrêaÉ maranhense de São Luís, nascido em 08 de setembro de 1955. Dedicado aos estudos jurídicos, teológicos, filosóficos e sociais, Rossini Corrêa – que participou de seminários ju-

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rídicos na Pontifícia Studiorum Universitas Urbaniana, no Vaticano e na Libera Università Maria Santíssima Assunta, em Roma, bem como na Universität Hamburg, na Alema-nha e na L’Ecole Nationale de la Magistrature à Paris e de conferência na Sultan Qaboos University, do Sultanato de Oman – possui Bacharelado em Ciências Sociais pela Uni-versidade Federal de Pernambuco (1978), Bacharelado em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco (1981), Mestrado em Ciência da Religião pelo Instituto de Ensino Superior Evangélico (1998), Mestrado em Direito Canônico pela Faculdade Teológica Panamericana (1998), Mestrado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Pernam-buco (1982), Doutorado em Teologia ThD, pela Faculdade de Teologia Antioquia Internacional (1998), em Theology, pela Antioch Christian University, em Sociologia, pela Universi-dade de Brasília (1987), Doutorado e Pós-Doutorado em Di-reito Internacional, pela American World University (2002 e 2008).

Email: [email protected]

Elane Patrícia Andrade de Oliveira

Acadêmica de Ciências Sociais (Licenciatura) pela Univer-sidade Federal do Maranhão (UFMA), integrou o Progra-ma Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) durante o período de 2016 a 2017 e atualmente faz parte do Programa de Iniciação Científica (PIBIC) no Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Trabalho e Sociedade (GEPTS) com pesquisa sobre os trabalhadores da indústria florestal da região de Açailândia - MA, orientado pelo professor Dr. Marcelo Carneiro. Tem ainda uma pesquisa independente intitulada “Repello Trouxatum - Da literatura para a coleti-vidade: um estudo de caso sobre fã clubes de Harry Potter

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em São Luís” sob orientação do professor Dr. Luiz Alberto Couceiro. Iniciou no IEMA em 2017 como colaboradora do Núcleo Estratégico, participando da elaboração de projetos sobre Protagonismo Juvenil, como o Encontro de Líderes 2018, sendo colaboradora também, mais recentemente, do Centro de Estudos e Pesquisas para a Excelência em Educa-ção (CEPEDUC).

Email: [email protected]

Marina Mirella dos Santos D’Caminha

Acadêmica do curso de Direito da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com período de mobilidade acadêmica internacional na Universidade de Coimbra pelo Programa de Bolsas Iberoamericanas Santander. Desde 2015 integra o Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular - NAJUP ‘Negro Cosme’ -, em que desenvolve trabalhos em Educação Popular e Direitos Humanos. A partir de 2016, passou a compor também o Núcleo de Estudos em Direito Internacional e Desenvolvimento. Foi bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) no âmbito do Programa Institu-cional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/UFMA 2016 -2017) por projeto sobre o Acesso à Justiça e o Poder Judici-ário estadual, sob orientação da Profa. Dra. Mônica Teresa Costa Sousa. Participou do Programa de Iniciação Científica 2016/2017 da Academia Nacional de Estudos Transnacio-nais (ANET) no eixo de pesquisa ‘Pensando criticamente migração, refúgio e direitos humanos: avanços e desafios’ sob coordenação da Profa. Dra. Patrícia Nabuco Martus-celli. Durante o período de mobilidade, atuou junto à Secção de Defesa dos Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra (SDDH/AAC). Na UFMA, também integrou a

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em São Luís” sob orientação do professor Dr. Luiz Alberto Couceiro. Iniciou no IEMA em 2017 como colaboradora do Núcleo Estratégico, participando da elaboração de projetos sobre Protagonismo Juvenil, como o Encontro de Líderes 2018, sendo colaboradora também, mais recentemente, do Centro de Estudos e Pesquisas para a Excelência em Educa-ção (CEPEDUC).

Email: [email protected]

Marina Mirella dos Santos D’Caminha

Acadêmica do curso de Direito da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), com período de mobilidade acadêmica internacional na Universidade de Coimbra pelo Programa de Bolsas Iberoamericanas Santander. Desde 2015 integra o Núcleo de Assessoria Jurídica Universitária Popular - NAJUP ‘Negro Cosme’ -, em que desenvolve trabalhos em Educação Popular e Direitos Humanos. A partir de 2016, passou a compor também o Núcleo de Estudos em Direito Internacional e Desenvolvimento. Foi bolsista da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Tecnológico do Maranhão (FAPEMA) no âmbito do Programa Institu-cional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/UFMA 2016 -2017) por projeto sobre o Acesso à Justiça e o Poder Judici-ário estadual, sob orientação da Profa. Dra. Mônica Teresa Costa Sousa. Participou do Programa de Iniciação Científica 2016/2017 da Academia Nacional de Estudos Transnacio-nais (ANET) no eixo de pesquisa ‘Pensando criticamente migração, refúgio e direitos humanos: avanços e desafios’ sob coordenação da Profa. Dra. Patrícia Nabuco Martus-celli. Durante o período de mobilidade, atuou junto à Secção de Defesa dos Direitos Humanos da Associação Académica de Coimbra (SDDH/AAC). Na UFMA, também integrou a

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Diretoria de Ensino, Pesquisa e Extensão do Centro Acadê-mico I de Maio/Gestão TROAR (março 2016 - março 2017).

A partir de novembro de 2017, passou a compor a equipe de colaboradores do Núcleo Estratégico do IEMA. Desde então, desenvolveu projetos no âmbito de estudos sobre o Protago-nismo Juvenil e políticas educacionais de excelência. Igual-mente, compôs a Comissão de Apoio Técnico e Logístico de elaboração do Plano de Desenvolvimento Institucional do IEMA (PDI) 2019 - 2022. Nesse mesmo ambiente, por agora, passar a compor também o Centro de Estudos e Pesquisas para a Excelência em Educação (CEPEDUC).

Email: [email protected]

Vitor Sampaio SoaresAcadêmico do curso de Licenciatura em Ciências Sociais da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), integra o Pro-jeto de Pesquisa: “O trabalho do artista: Investigação social das relações de trabalho na produção musical contemporâ-nea e do mercado do músico em São Luís – MA”, sob orien-tação do professor Dr. Paulo Fernandes Keller. Integrou o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) no período de 2016-2017, com pesquisa na área de Antropologia da Educação. Atualmente, pesquisa nas áreas de Sociologia e Antropologia da Arte.

No IEMA, é colaborador do Núcleo Estratégico, com elabo-ração de projetos pedagógicos voltados para a temática pro-tagonismo juvenil, foi o proponente e organizador do Encon-tro de Líderes 2018, compôs a Comissão de Apoio Técnico e Logístico do Plano de Desenvolvimento Institucional/PDI (2019-2022) e atualmente é membro do Centro de Estudos e Pesquisas para a Excelência em Educação (CEPEDUC).

Email: [email protected]

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Sonhos!!! Sonhos construídos coletivamente!!! Sonhos de adolescen-tes de oportunidades de crescimento e participação social!!! Sonhos de jovens gestores educadores, que, identificados com seus educan-

dos, abrem espaços para a expressão, a reflexão, a troca e a ação transfor-madora. Sonho de grandes educadores, que oferecem seu conhecimento, sua experiência, sua ousadia, para transmitir aos mais jovens a esperança de que só a justiça social pode transformar a realidade.

É disso que trata este livro: do relato de um sonho transformado em realidade, em programa pedagógico, proposta de política educacional de governo para a juventude.

Maria Izabel Calil Stamato

Fiquei comovida com os relatos contidos no livro, que me fizeram perceber o quanto os professores se comprometeram com a propos-ta. Eles sabem que ainda há muito o que se fazer para conquistar

uma educação de qualidade para todos os alunos, mas os primeiros e mais difíceis passos já foram dados.

Espero que o leitor, incluindo a nova geração de alunos, também se emocione e sinta orgulho de fazer parte da “família” IEMA e, em especial, dos professores e dos jovens que os precederam nesta empreitada educa-cional de sucesso.

Claudia Costin

FundaçãoSousândradeDE APOIO AO DESENVOLVIMENTO DA UFMA GOVERNO DO

MARANHÃO

SEDUC