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A Cidademensageiro de fátima

Publicação Bimestral | Ano XXXII - Nº1 | janeiro - fevereiro de 2019 | Assinatura anual: 5,00€

A Cidademensageiro de fátima

Ano XXXII - Nº1JANEIRO-FEVEREIRO de 2019

MISSÃO DA IMACULADA

Propriedade e Edição«Cidade do Imaculado Coração de Maria»NIPC: 501 709 223

Depósito legal Nº 13262786Isenta de registo ERC - ao abrigo do decreto regulamentar 8/9 do 9 do 6 art. 12º nº1aPublicação Bimestral

Redação e AdministraçãoTravessa São Maximiliano, 48 - Ap. 862496-908 FátimaTel.: 249 531 146 | 925 795 003email: editora@cidadedoimaculado.comsite: www.cidadedoimaculado.com

ImpressãoTipografia de Fátima, LDATiragem: 1500 ex.

Fundador: Aureliano Dias GonçalvesDiretor: Eileen Arellano Reponte

SUMÁRIO

Se fizer o pagamento da assinatura por transferência Bancária agradecemos que nos informe, telefonando ou enviando um e-mail.

EDITORIALA Mensagem de Fátima: uma espiritualidade para osnossos tempos...........................................3

NOSSA SENHORAO Coração da Imaculada.........................4

ESCRITOS DE SÃO MAXIMILIANO KOLBENecessário: penitência e oração, principalmente o Rosário.....................6

PENSAMENTO DE PADRE PIOFilho de S. Francisco.............................7

FÁTIMA, UMA LUZ O MUNDOA autêntica espiritualidade cristã de Francisco e Jacinta.................................8

CRÓNICAA realização da JMJ de 2022 em Lisboa........................10

DONATIVOS/PEDIDOS DE ORAÇOES...................................11

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telefone: 249 531 146 / 925 795 003 e-mail: editora@cidadedoimaculado.comsite: www.cidadedoimaculado.com

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Editorial

A Mensagem de Fátima: uma espiritualidade para os nossos tempos

Vários são os elementos que compõem a Mensagem de Fátima (o apelo à conversão, à oração, à penitência, etc.), mas há um fio condutor que os unifica: é a devoção-consa-gração ao Coração Imaculado de Maria. Ela é parte constitutiva da mensagem, ou me-lhor, segundo o notável perito dos estudos sobre Fátima, o claretiano Joaquim Maria Alonso, ela é «a alma da mensagem de Fá-tima» e por isso – acrescentamos nós – é o fulcro da espiritualidade dos nossos tempos.

No dia 13 de junho de 1917 Nossa Se-nhora disse à Lúcia: «Jesus quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Coração Ima-culado. A quem a abraçar, prometo a salva-ção». Depois, na aparição de julho, após ter anunciado as calamidades às quais chegaria a humanidade se não correspondesse aos seus avisos maternais, profetizou: «Por fim o meu Imaculado Coração triunfará».

Pois bem, a nós, gerações do século XXI, é confiada a missão de colaborar para este triunfo. De que modo? Primeiro que tudo, levando uma vida de verdadeiros filhos de Deus consagrados a Maria, e depois rezan-do e sacrificando-nos para que Ela seja co-nhecida e amada pelo maior número possí-vel de almas.

Queridos irmãos e irmãs, o Coração Imaculado é a luz que ilumina a história e o mundo contemporâneo. Não faltemos ao apelo que Nossa Senhora dirige a cada ho-mem do nosso tempo e seremos cooperado-res do Reino de Deus através do Triunfo do Coração Imaculado de Maria. q

A nossa revista, a partir deste novo ano 2019, terá uma nova apresentação tipográfi-ca, um novo formato e maior número de pá-ginas para oferecer um espaço aos pedidos de oração dos nossos leitores, aos agradeci-mentos da Redação pelas ofertas recebidas e, sobretudo, para receber a nova rubrica “Fátima, uma luz sobre o mundo”.

Por quê uma rubrica com este título? Porque, como disse o Papa Bento XVI, exa-tamente em Fátima, a 13 de maio de 2010, Maria Santíssima escolheu este lugar bendi-to «para nos falar a nós nos tempos moder-nos» e «para este lugar converge hoje a Igre-ja peregrinante». Portanto, acrescentava o Papa, «iludir-se-ia quem pensasse que a mis-são profética de Fátima estivesse concluída». De facto, a Mensagem de Fátima não era dirigida apenas aos três Pastorinhos, mas também a nós que vivemos no séc. XXI, pioneiros da civilização do terceiro milénio. A Mensagem de Fátima é, portanto, ainda atual, talvez mais atual hoje do que no tem-po das aparições: é uma mensagem a nós enviada do Céu que oferece a solução para os males da sociedade atual. A confirmá-lo está o próprio facto de a Ir. Lúcia, a vidente encarregada de difundir a devoção ao Co-ração Imaculado de Maria, ter vivido até ao primeiro lustro do século XXI, permane-cendo um ponto de referência para a Igreja acerca da interpretação de toda a Mensa-gem. De facto, ela declarou que Deus, por meio de sua Mãe, lhe tinha confiado uma mensagem dirigida a todos os homens e que tinha uma ressonância universal, com o fim de nos ajudar no caminho da nossa salvação eterna (Apelos da mensagem de Fátima).

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Nossa Senhora

Coração trinitário...

A grande mística Matilde, irmã de San-ta Gertrudes, era fortemente atormentada pelo medo da morte e pelo perigo de não se salvar. Um dia apareceu-lhe Nossa Se-nhora que, sorrindo-lhe, lhe mostrou o seu Imaculado Coração, do qual saíam três raios que brilhavam na direção da Santís-sima Trindade. Através daqueles raios, a Santa leu estas três palavras: “Potência, Sa-piência, Bondade”. Depois Nossa Senhora disse: «Depois do poder do divino Pai, da sapiência do divino Filho, da bondade do Espírito Santo, nenhuma criatura é poten-te, sapiente e boa quanto eu».

O Coração de Nossa Senhora é realmen-te um sublime “Coração trinitário”!

O Coração da Imaculada é um coração físico e espiritual. Por isso a devoção e o culto ao Imaculado Coração de Maria têm um dúplice objeto, o material e o espiri-tual. O objeto material é o Coração físico da Imaculada, ou seja, o Coração de carne, que palpitou incansavelmente sobre a terra e continua a palpitar por toda a eternida-de no Reino dos Céus. O objeto espiritual

O Coração da Imaculada

O Coração da Imaculada é o Coração da Mãe de Deus, é o Coração da Mãe dos homens. É o Coração de uma criatura hu-mana, sim, mas de uma criatura humana que foi eleita e colo-cada acima dos anjos e dos santos do Paraíso: uma criatura “sublime entre as estrelas” (sublimis inter sidera), como canta a Liturgia há milénios.

do Coração da Imaculada, por sua vez, é aquele invisível que consiste no amor, que está fechado no seu Coração como num vaso preciosíssimo, fazendo, portanto, unidade com o coração físico sobre a terra e nos Céus.

A devoção e o culto do povo de Deus ao Coração da Imaculada, portanto, são diri-gidos diretamente ao Coração da pessoa da Imaculada, amado e venerado na sua unidade inseparável do coração carnal e de amor espiritual.

O que é que se pode dizer do Coração de carne da Imaculada?

É um Coração de carne inocente, um Coração de carne imaculada, nunca per-turbado por nenhum ímpeto desordenado do corpo, de nenhum impulso que não fosse puríssimo. Em relação a todos os outros membros do corpo todo santo da Imaculada, o seu Coração, primário e no-bilíssimo na sua missão vital, merece todo o elogio e admiração, merece de verdade a nossa mais sentida devoção de amor puro e ardente.

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Em relação ao Coração de carne da divina Mãe, o que poderíamos pensar do coração de carne de qualquer outra pes-soa importante a não ser que é inferior - e muito! - ao Coração da Santíssima Mãe do Verbo feito carne? Quem poderia avaliar a preciosidade do Coração de carne da Ima-culada, que com o seu sangue – o sangue do Coração! – formou o Coração divino do seu filho divino Jesus?

Honram-se as relíquias dos santos, é verdade, e é um ato de devoção muito fe-cundo para a nossa vida cristã de Fé e para obter dos santos as ajudas de que precisa-mos, mas valem muito mais os atos de de-voção ao Coração da Mãe divina, do qual teve origem o Coração d'Aquele que é a nascente de toda a graça e bênção para as criaturas.

Amor liliáceo ao Imaculado Coração...A Beata Elias de São Clemente, devotís-

sima de Nossa Senhora, quando era crian-ça, certa noite teve a graça de sonhar com Nossa Senhora que, atravessando um jar-dim de cândidos lírios, com um sorriso de paraíso olhava ao seu redor, tocando deli-cadamente os lírios brancos; depois arran-cou um, aconchegou-o juntou ao coração e desapareceu...

Acordando de sobressalto, a menina contou à mãe, que lhe explicou: «A Virgem Maria aconchegava a tua alma ao seu Co-ração. Tu honras todos os dias o seu Cora-ção, e ela quis recompensar-te aparecendo, no sonho, enquanto te aconchegava junto ao seu Coração naquele lírio».

A pequena ficou um pouco pensativa, recolheu-se depois em oração e dirigiu-se a Nossa Senhora dizendo-lhe: «Ó Rainha dos anjos, como quero amar-te! Ofereço-me ao teu Coração para nunca ser do mundo, mas toda amor a ti!».

O que se pode dizer do Coração espiri-tual da Imaculada?

É um tesouro de inestimável valor. O amor espiritual, ao contrário do físico, é um diamante puro que contém em si toda a virtude e todo o sentimento mais nobre e elevado de doação sem nenhuma reserva, de empenho radical na dedicação à santi-dade, ao martírio ou mesmo até à imola-ção total de si mesmo, como se exprime justamente Jesus quando diz que «ninguém tem um amor maior do que aquele que dá a vida pelos seus amigos» (Jo 15, 13).

Quando, pelo contrário, se chega ao ponto de dizer de uma pessoa que "não tem coração", significa que aquela pessoa perdeu realmente o tesouro mais precioso da sua vida, do seu pensar, do seu sentir e, sobretudo, do seu amar. "Sem coração!". O que é o homem "sem coração"? Que valor terá?...

Pensemos antes no Coração espiritual da Imaculada Virgem, que se tornou Mãe de Deus e Mãe universal dos homens: o que era o seu Coração? Era um paraíso de amor e doçura, de sabedoria e de pureza, de hu-mildade e de fortaleza. Encerrava todos os tesouros do amor divino, do amor virginal, do amor esponsal e do amor materno. Nele encontram-se todos os tesouros paradisía-cos da caridade e da amabilidade, da beleza e do candor fragrante dos lírios.

Ó Imaculado Coração de Maria! Tu disseste um dia à vidente Irmã Lúcia de Fátima: «O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá a Deus». Que seja assim também para nós que somos todos filhos teus necessitados. q

Tirado do livro «O Imaculado Coração»do Padre Stefano Ma. Manelli

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três vezes: "Penitência", com o Rosário na mão, fazendo saber que estes dois meios são muito necessários à nossa santificação: a penitência e a oração. O Rosário foi sinal de que a oração mais querida da Imacula-da é a recitação do Rosário (terço).

Como é agradável na Cidade da Ima-culada polaca, o entusiasmo pelo espírito de penitência e com que livre iniciativa a praticam. E aqui também no domingo, na reunião da MI, escolhestes alguns meios de penitência. Foi a Imaculada que vos inspirou, para que vos prepareis para tão grande Festa, como será este 75° aniversá-rio das aparições da Imaculada em Lour-des. O Rosário é a oração mais querida da Mãe de Deus.

Confesso-vos que desde já alguns anos, antes do começo de cada jornal "Cavaleiro da Imaculada", e depois de acabado, rezo sempre um Terço do Santíssimo Rosário, entregando à Imaculada como Sua pro-priedade, todos os resultados obtidos. q

Mugenzai no Sono, sábado 4 de fevereiro de 1933.

Apontamento de frei Sergiusz Pesiek

Necessário: penitência e oração, principalmente o Rosário

De hoje a uma semana, será a Festa da Aparição de Nossa Senho-ra em Lourdes. A Mãe de Deus apareceu naquele tempo e naquele país onde a fé mais arrefeceu e com esta aparição veio reforçá-la. A Mãe de Deus veio for-talecer a fé, reavi-vá-la entre o povo.

A nós também nos enviou a Imaculada aqui ao Japão, para que avivemos a fé en-tre os pagãos. E a Imaculada escolheu ape-nas uns incapazes e náufragos espirituais como nós para mostrar deste modo que é Ela que age e não nós. Quando chegámos aqui ao Japão, disseram-nos: "No começo ensinai sobre Deus, e não sobre a Mãe de Deus e quando já tiverdes ensinado sobre Deus, ensinai então sobre a Mãe de Deus." Cheios de bondade, mas não sabendo que todas as graças são distribuídas pela Ima-culada, e por conseguinte, essas graças de conversão também Ela as dará. A Imacula-da quando apareceu em Lourdes, disse por

Escritos de São Maximiliano Maria Kolbe

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Pensamento de Padre Pio

No dia da Epifania de 1903, Francisco, nosso futuro Padre Pio, com apenas 15 anos, foi recebido no convento de Morcone e tor-nou-se Frei Pio, como noviço capuchinho.

Este adolescente era já uma alma místi-ca que tinha sobre os seus ombros um lon-go caminho andado no processo interior de purificação e de libertação do mal e das suas raízes, que a natureza e seus instintos trazem connosco.

Já tinha vivido no seu espírito uma luta inaudita. Ele mesmo a descreve.

«Eu sentia as duas forças que se debatiam dentro de mim e me laceravam o coração. O mal que me reclamava para si e Deus que me chamava».

Como? «Com visões celestes, que foram numerosas: dos anjos, de Nossa Senhora, do próprio Jesus».

Com esta economia divina, a sua alma foi trabalhada, plasmada, amadurecida para a «missão grandíssima» que Deus lhe confiara a favor da nossa geração pervertida. Foi obri-gado pela obediência a contar como amadu-receu no seu interior aquele dizer adeus ao mundo e o despertar da vocação franciscana.

Durante uma meditação, precisamente sobre esta escolha (da vocação), a sua alma, arrebatada dos sentidos, «viu ao seu lado um homem majestoso, de rara beleza, esplendente como o sol. Esse homem tomou-o pela mão e disse-lhe: Vem comigo, convém que tu comba-tas como um valoroso guerreiro».

Encontrou-se diante duma grande mul-tidão de homens divididos em dois grupos: o primeiro, «esbeltíssimos e cobertos de vestes

brancas, cândidas como a neve»; o segundo, «horríveis, vestidos de negro à maneira de sombras escuras».

Improvisamente, pelo meio dos dois gru-pos «avançou um homem duma altura des-medida, de tal maneira que sua fronte tocava nas nuvens; parecia um etíope, horribilíssi-mo». Ele avançava cada vez mais. O guia se-gurou-o por um braço até que a alma se refez do susto, e lhe disse:

«É inútil qualquer resistência da tua par-te. É com este que tens de combater. Coragem! Entra confiante na luta, avança sem temor: eu estarei a teu lado. Eu te ajudarei e não permiti-rei que ele te abata».

«O recontro foi formidável. Abati-o, venci-o e pu-lo em fuga».

Assim acabou a visão, na qual estava in-cluído todo o arco da existência que o espe-rava: toda uma luta contra os demónios, mas na presença dos anjos. É ele quem o escreve.

Falando do noviciado dele, o seu diretor, perito da vida espiritual confidenciava a «ti» Josefa, a mãe de Frei Pio: «Ele está entre nós, mas não está connosco». O Padre, em 1953, escreverá, referindo-se então aos «Cinquenta anos de vida religiosa, cinquenta anos prega-dos na cruz, cinquenta anos de fogo devorador por vós, Senhor, e pelos vossos redimidos». Vi-via, portanto, mais que ocupado com os pro-blemas comuns da ascética do noviciado, já incendiado dum fogo ardente no seu interior e dilacerado pelo mistério doloroso da cruci-fixão em Cristo. q

«Cinquenta anos de vida religiosa, cinquenta anos pregados na cruz, cinquenta anos de fogo devorador por vós, Senhor, e pelos vossos redimidos»

Filho de S. Francisco

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Fátima, uma luz sobre o mundo

A autêntica espiritualidade cristã de Francisco e Jacinta

São Francisco e Jacinta captaram e vi-veram, de modo chocante, se atendermos a que são crianças, a necessidade de repara-ção pelos pecados pessoais e pelos pecados do mundo. Se a reparação não constitui o cerne da mensagem de Fátima, é, no entan-to, um dos seus aspectos mais salientes. O pecado aparece como ofensa a Deus. Por ele, o homem constitui-se fim de si mesmo; busca um bem particular e relativo, em vez de procurar o sumo bem que é Deus ; desvia-se do fim último; fecha-se ao amor; transtorna a ordem do universo, original-mente criado para Glória de Deus; repele a amizade de Cristo e fere o Seu Corpo Místico que é a Igreja. O pecado que priva Deus da sua glória, que é a causa dos sofri-mentos de Jesus e de Maria, que introduz no mundo as desordens sociais, as guerras, o pecado exige reparação.

Que disse Nossa Senhora? Perguntou alguém a Lúcia. «Disse que nos emendás-semos, que não ofendêssemos Nosso Senhor que estava muito ofendido, que rezássemos o terço e pedíssemos perdão dos nossos pe-cados...»1. Quaresma e mensagem identi-ficam-se no mesmo apelo de conversão interior, de mudança de vida, de regresso aos caminhos do amor, de um amor sem-pre maior, de um amor total, de um amor contemplativo e crucificado. O amor das crianças é terno e compassivo: «Porque não

me mandas beijar aquele Nosso Senhor que está ali?... Porque está Nosso Senhor assim pregado numa cruz?».

Depois de ouvir contar a história de Je-sus, dizia, com pena, a chorar : «Coitadinho de Nosso Senhor ! Eu não hei-de fazer nunca nenhum pecado. Não quero que Nosso Se-nhor sofra mais»2.

O Francisco gosta mais de rezar sozinho «para pensar e consolar a Nosso Senhor, que está tão triste»; enquanto a Lúcia vai à es-cola, ele fica junto de Jesus escondido; já doente, envia muitas saudades ao Jesus escondido; sente-se muito mal, mas sofre para consolar a Nosso Senhor; oferece do-res de cabeça, primeiro para consolar Nos-so Senhor e Nossa Senhora; deseja ardente-mente ir para o Céu, porque lá vai consolar muito a Nosso Senhor e a Nossa Senhora3 .

A vida dos santos Francisco e Jacinta é iniludivelmente teo-cêntrica, como a de Francisco de Assis, que despertou as gen-tes da Úmbria, os seus montes e vales, aos gritos: «Meu Deus e meu tudo: o Amor não é amado»!

Porque não metemos dentro da alma o amor enamorado destas crianças da Serra de Aire? Porque somos tão medíocres e calculistas na nossa entrega? Porque con-

O exemplo do Francisco e da Jacinta nos ajudaria a viver a Quaresma.

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tinuamos a afastar da nossa vida a radica-lidade evangélica? Se não fizermos como eles, não seremos cidadãos do Novo Reino. Quaresma e Mensagem identificam-se no mesmo apelo de penitência-mortificação, que é renúncia, privação, jejum, esmola, imitação de Jesus padecente para converter os pecadores e socorrer os necessitados.

Os pequenos renunciam à merenda, que dão aos pobrezinhos ou às ovelhas, pela conversão dos pecadores ; comem bo-lotas amargas, porque são amargas ; pros-trados pela sede, no fim do verão, não be-bem, para fazerem suas as sedes de Jesus, em favor dos pobres pecadores.

Sofrem as dores morais com o mesmo empenho, o mesmo heroísmo, a mesma vi-bração apostólica: as resistências vindas da família, da autoridade eclesiástica, da auto-ridade civil; a solidão da doença e da cadeia; ironias e sarcasmos de toda a ordem. Sem-pre os move o desejo de reparar e desagra-var, de consolar Jesus e o Coração de Maria, ferido pelos pecados dos homens: «Ó Jesus, é por Vosso amor, pela conversão dos pecado-res e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria»4.

Vemos que a espiritualidade dos san-tos Francisco e Jacinta é profundamente trinitária, pois arranca do mistério de to-dos os mistérios : o mistério da Santíssima Trindade, revelado pelo Anjo em 1916. É ao mesmo tempo cristológica. Para eles, como para todos os cristãos de todos os tempos, Maria é o caminho que leva a Je-sus, de modo mais directo e mais feliz. No amor a Nossa Senhora aprenderam a amar a Cristo, no mistério da sua redenção, no mistério da sua presença eucarística.

O Cristo da cruz, o Cristo da Hóstia, pola-rizou os seus corações, toda a sua capacidade de amar. A sua espiritualidade é eclesiológica.

Os videntes rezam e mortificam-se pelo San-to Padre. A Jacinta jamais esqueceu aquela visão do Vigário de Cristo, numa casa muito grande, diante de uma mesa, de joelhos, com as mãos na cara a chorar. Fora, uma grande multidão que lhe atirava pedras e o insultava com palavras feias.

Não é necessário dizer que a espirituali-dade dos santos Francisco e Jacinta é apai-xonadamente mariológica. Foi essa visão da Senhora vestida de Sol: "Ai que Senhora tão bonita!" que deu à vida dos pequenos o impulso das grandes transformações ope-radas nas suas almas cândidas e simples e os lançou definitivamente em caminhos de entrega, que denunciam e condenam a nossa tibieza e mediocridade.

A espiritualidade dos videntes Fran-cisco e Jacinta traz consigo todos os sinais de autenticidade: é trinitária, cristológica, contemplativa e apostólica. Nela se articu-lam admiravelmente mistério de Cristo, mistério da Igreja e mistério de Maria, ilu-minados pelo mistério da Trindade, fonte de todos os mistérios. Ela realiza em favor da humanidade a trajectória da Igreja, co-munidade de salvação: de Deus, levando consigo o universo resgatado pelo Sangue do Senhor.

Vamos agradecer à Trindade Santíssi-ma o tesouro que dispensou à sua Igreja e à humanidade, na pessoa dos seus santos Francisco e Jacinta. q

Tirado do livro D. A. Cosme do Amaral, Jacinta e Francisco. Virtudes Heróicas, pág. 27-29; 32, Edições CAS.1. As Grandes Maravilhas de Fátima, Visconde de Montelo, 1927. 2. Memórias da Irmã Lúcia, p. 21-22.3. Cfr. ivi, p. 124-125.4. Aparição de 13-7-1917.

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Reitor do Santuário de Fátima afirma que a realização da JMJ de 2022 em Lisboa é “uma alegria e uma responsabilidade”.

O Pe. Carlos Cabecinhas, que está no Panamá, a chefiar uma delegação do San-tuário que levou, de forma inédita, a Ima-gem número 1 da Virgem Peregrina de Fátima a uma Jornada Mundial da Juven-tude, afirmou esta manhã que a escolha de Lisboa como capital da JMJ de 2022 é “uma grande alegria e uma enorme res-ponsabilidade”.

“Para nós é motivo de grande alegria enquanto membros da igreja portugue-sa mas também para Fátima as Jornadas Mundiais da Juventude representam uma ocasião que proporciona a muitos jovens a visita a Fátima”, afirmou o sacerdote numa reação imediata ao anuncio pelo cardeal D. Kevin Farrell, prefeito do Dicastério para os Leigos, a Família e a Vida, esta ma-nhã (já tarde em Lisboa), de que a capital portuguesa era a cidade escolhida para acolher a próxima Jornada Mundial da Ju-ventude, em 2022.

“Se nos enchemos de alegria por toda a Jgreja portuguesa, sentimos também a enorme responsabilidade para que Fáti-ma saiba acolher e receber os jovens que aí rumarem”, precisou ainda o sacerdote que desde o passado dia 22 acompanha a Imagem número 1 da Virgem Peregrina de Fátima, que cumpre uma viagem extraor-

dinária ao encontro dos jovens de todo o mundo, na JMJ, mantendo paralelamente um programa autónomo que a levou a al-guns lugares mais periféricos como o Cen-tro Penitenciário Feminino da Cidade do Panamá e, amanhã a levará a um hospital de doentes oncológicos.

Já hoje, durante a Missa internacional na Basílica da Santíssima Trindade, o San-tuário de Fátima teve presente esta Jorna-da que se encerrou no Panamá.

Numa das preces da Oração Universal, os peregrinos foram especialmente inter-pelados a rezar “pelos jovens e por todos os participantes na JMJ para que, anunciando a fé viva e o rosto jovem do evangelho, tra-balhem na construção de uma sociedade mais justa e fraterna”.

_____________________________________Tirado do site do Santuário de Fátima

Crónica do Santuário de Fátima

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Recebemos as seguintes ofertas, que muito agradecemos

Paulo Campos 15,00 €; José Pedro Lima Nunes 10,00 €; Natália Aveiro Go-mes 15,00 €; Maria Adelaide Duarte 5,00 €; Vera Maria de Frias Gameiro 5,00 €; Ilda Ferreira Rodrigues 5,00 €; Lucinda de Jesus Baptist 5,00 €; Isabel As-sunção 10,00 €; Maria Justa Afonso 10,00 €; Alfredo Barata Fonseca 10,00 €; Eng. João Castel-Branco Ramos 50,00 €; Maria Emília Pereira 10,00 €; Maria da Conceição Figueira Gonçalves de Freitas 10,00 €; João Lourenço 10,00 €; Maria Joaquina Gomes Valente Roda 10,00 €; Maria Alcina Maia 15,00 €; Maria da Conceição da Silva Igreja 20,00 €; Maria de Lurdes Pires Rodrigues 20,00 €; Belmira Rodrigues10,00 €; Isabel Maria Nunes Sanches 10,00 €; Teresa Silva Sanches 5,00 €; Laurinda Antunes Sanches Vaz 7,00 €; Maria Gomes Sanches 5,00 €; Maria Sanches Vicente 10,00 €; Josefa Afonso Nunes Fernandes 10,00 €;

Gracinda Silva Sanche 10,00 €; Isabel Maria Ferreira Gomes 7,50 €; D. Georgina Ramos Barata Almeida 5,00 €; Duarte da Costa 10,00 €; Maria da Graça Lourenço 10,00 €; Lucília J. Ferreira 10,00 €.

Todos os meses é celebrada uma Santa Missa pelas intenções dos benfeitores.

Gostaria de confiar às vossas orações, e às de todos os leitores, a gravidez da minha mulher. Esperar um filho, na nossa idade, não é fácil. Temos 48 e 43 anos, respetivamente. Mas em todo o caso uma criança é sempre uma bênção de Deus (Marco).

Pedimos oração por uma criança que está internada no hospital, em Florença, na Itá-lia, com uma doença muito grave e incurável. Rezemos com muita fé porque toda a família está a atravessar um momento muito difícil, sobretudo porque já perderam uma outra fi-lha da mesma idade, nove anos atrás. Peça-mos à Nossa Senhora que os ajude e cure esta criança.

Sou uma moça africana. Vou ter uma ci-rurgia no coração e confio-me às vossas ora-ções (Ilda).

Peço oração pelo meu marido António Antunes, que sofreu um acidente de trabalho mortal e se salvou graças a Nossa Senhora. Agora ele está a passar por muitos sofrimen-tos, pois a sua recuperação será demorada. Conto com as vossas orações para ajudá-lo neste momento muito difícil (Mulher).

Peço orações para os meus filhos Nicola e Domingo a fim de que não se afastem dos mandamentos de Deus (Ana).

Recomendam-se às nossas Orações

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Novo Lançamento

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«Pela grande experiência que tenho dos favores de São José, gostaria que todos se convencessem a ser seus devotos. Não me lembro até hoje de ter-lhe supli-

cado uma graça sem que ma tivesse concedido imediatamente» (Santa Teresa d´Avila)

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