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J t. ' . .. i r. 1 . ' . . ... tt ' ' " / ' . . "' , A CIDADE ADAPTAVEL ENSAIO SOBRE A ESTRUTURA ABERTA A cidade rejeita a favela. Mas a favela pode ser absorvida pelo tecido urbano, ser incorporada. A proposta é um a estratégia que visa a legitimação desse urbanismo espontâneo. A legibilidade pressupõe quase sempre intervenções fora da área de atuação além daquelas necessárias na própria área. A hierarquização do tecido urbano, a circulação coerente com o transporte público, a localização das centralidades e a geografia, sempre subjacente ao solo urbanizado, formam um quarteto de reflexão, conjunto importante para estabelecer um a condição básica de inclusão física. Legibilidade significa precisam ente a possibilidade de o indivíduo estabelecer mentalmente o mapa de sua localização no território. o reconhecimento desta leitura contribui na reconstrução da cidadania, favorecendo a apropriação e incorporação social e estabelecendo o sentido de lugar. o desafio é tornar o projeto permeável ao caráter paradoxal da paisagem física e humana da favela da Maré, uma favela única e homogênea, com processos históricos particulares e desafios presentes. A proposta visa contribuir para a superação de estigmas de violência e estereótipos de carências que povoam ainda o imaginário urbano através da inserção de um objeto adaptável a suas heterogeneidades, complexidades e identidades. Estruturas que sejam suporte de manifestações daqueles que nela habitam. UM PARADOXO A favela é a expressão da relação entre HOMEM e MEIO através de paisagens com postas por MULTIPLICIDADE s. É um fenômeno cultural e social, que se configura como resultado de um processo de segregação espacial e estigm ação. t A*tlf ----- -0 - ------ -0 - ------ -$ -------- -0 - ------ . ............. ·· if .. ...... ........ ....... ' . ' ······ ········ · ········ ········· ······ .. < 011 A CIDADE ADAPTÁVEL I 08

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, A CIDADE ADAPTAVEL

ENSAIO SOBRE A ESTRUTURA ABERTA

A cidade rejeita a favela. Mas a favela pode ser absorvida pelo tecido urbano, ser incorporada. A proposta é um a estratégia que visa a legitimação desse urbanismo espontâneo.

A legibilidade pressupõe quase sempre intervenções fora da área de atuação além daquelas necessárias na própria área. A hierarquização do tecido urbano, a circulação coerente com o transporte público, a localização das centralidades e a geografia, sempre subjacente ao solo urbanizado, formam um quarteto de reflexão, conjunto importante para estabelecer um a condição básica de inclusão física. Legibilidade significa precisam ente a possibilidade de o indivíduo estabelecer mentalmente o mapa de sua localização no território. o reconhecimento desta leitura contribui na reconstrução da cidadania, favorecendo a apropriação e incorporação social e estabelecendo o sentido de lugar.

o desafio é tornar o projeto permeável ao caráter paradoxal da paisagem física e humana da favela da Maré, uma favela única e homogênea, com processos históricos particulares e desafios presentes. A proposta visa contribuir para a superação de estigmas de violência e estereótipos de carências que povoam ainda o imaginário urbano através da inserção de um objeto adaptável a suas heterogeneidades, complexidades e identidades. Estruturas que sejam suporte de manifestações daqueles que nela habitam.

UM PARADOXO A favela é a expressão da relação entre HOMEM e MEIO através de paisagens com postas por MULTIPLICIDADE s.

É um fenômeno cultural e social, que se configura como resultado de um processo de segregação espacial e estigm ação.

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011 A CIDADE ADAPTÁVEL I 08

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, AMARE ,

TERRITORIO A M!l"é é um dos maiores conjuntos de favelas da cidade do Rio de Janeiro. Nela encontr!l"nos aproximadamente 140 nil pessoas vivendo em 17 comunidades popul!l"es, distribuídas em cerca de 30.000 pequenos edifícios, a maioria até 3 andares. Localiza-se em meio às principais rodovias da cidade, ocupando uma área de cerca de 4011la, em t!l"nanho e população paralela a Copacabana. À primeira vista, uma favela única e homogênea, na verdade, é constituída de 16 bairros, com processos históricos particulares e desafios presentes.

Muitas pessoas for!l"n removidas das áreas mais pobres da Zona Sul e do Centro da cidade e se estabelecer!l"n na região da Maré. Sua localização, as margens da Avenida Brasil, é indicativa de sua história, pois foi justamente com a aiação dessa via expressa que as primeiras fammas construíram suas moradas. Uma onda de desenvolllimento industrial no Rio nos anos 1940 e 1950 fez com que as áreas ao redor da Maré se tomassem alllos imobiliários, restando aos pobres ocupar o pâltmo à beira da Baía de Guanabara. O nome "Maré" renete a história única de uma comunidade que se desenvollleu literalmente fora da água por meio de ações fonnais e informais. Muitos de seus nomes, inclusive, eiqilicitam sua inegálel origem popular. Esse encontro de pessoas e lugares significa, mas não ~enas, a construção de abrigo para trabalhadores pobres da cidade e suas fll"nílias, que jamais pouparam seus maiores esforços p!l"a garmtir o legftimo direito de habit!I" a cidade. A fatela da Maré é, assim, um território feito de encontros entre pessoas e vidas socialmente construídas, e não um conjunto de casas ou ruas apressadamente consideradas como precárias ou carentes.

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AP1

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Avenida Brasil Linha Amarela Linha Vermelha

ZlllEAllOOO FA2. PARTE OA.APl­ZONA INCENllVACA.

111 llTA-SE PB.A BAIA OE GUANAll'\AA, UNHA VEIM:Uil\ LINHA MM.RELA E AV. BRASIL

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17 allllllJAIES

,

COMPLEXO DA MARE 0 FIA~DllAllOS

0 l'ARDUERDCl.UEAITO

0 l'ARDUEUllAO

0 l'AR<UERUBlllSVAZ

0 IDVlHOIAnA

0 H.RQUE l>IRE

0 IAIXADDSAl'A!ElRD

O cou11101ov1t.11Rt 0 lllRRODOTIMSA9

0 BllllORliDROD.lllllS 0 VIUDOS~IMDROS 0 COIJ•llOAIH!IROS

0 VUOOJOÃO

0 SAlSA 1 M!l!EMCOI

0 COllUll!O ElftlA!ÇA 0 COIJUll!O li!R~UD 01A$

$ ll:IAREM

POPULAÇÃO/?)\

11€. 4 7 4 '<.!J

ATIVIJAllS

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30,3% SERVIÇOS

HllDS

45.732. lllHERES

48.303

0,7% INDÚSTRIA

ATIVIDADES DADOS Quase a totalidade dos empreendimentos pertence ao setor de comércio e serviços, sendo inferior a 1% a p!l"cela correspondente às indústrias. Situada em um território muito próximo ao centro da cidade, junto a Ilias urbmas significativas -Avenida Brasil, Linha Vermelha e Linha Amarela - e densamente hallitado, a Maré tem uma localização privilegiada p!l"a o desenvolvimento dos mais diversos ellllreendimentos econônicos.

O MAIOR.CON!Plf)O OE FAVBASOORI. Entretmto, a partir de década de 1980, muitas unidades de médio e grande porte que se

faziam presentes na Maré e em seu entorno - notad!l"nente, as industriais -for!l"n encerradas. As alillidades comerciais e de serviços que emergirll"n conconitmtemente ao esvaziamento econômico (por falências e deslocamentos) representar!l"n alternativas de trabalho e renda aliadas ao atendimento das demmdas de consumo da população. Apesar de ser um contingente populacional de baixa renda, a forte vida comunitária e as relações

43.499 o socioafetivas estallelecidas no espaço local conferem condições particulares para a realização dos empreendimentos. E é, just!l"nente, em torno da sociabilidade, que os empreendimentos na Maré gmham sua configuração e se afirmam, com identidade própria, face à construção dássica da relação oferta/ necessidade/consumo •

DOMldLOS

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ENCLAVE , MUROS FISICOS

O processo simbólico-depreciativo é piste de uma dinâmica ainda mais allllla que envolve a produção de narrativas que buscam adesão popular e t!l"nbém justific!I" ações do Estado, as quais em detrimento de outros, beneficiarão setores específicos da sociedade. Atratés de "práticas democr<'Aicas" questionáveis, intervenções urbanas são apresentadas como benéficas para uma parcela mais ll"npla da sociedade. Tais pr<'Aicas são conduzidas por elites econômicas e polfticas; fazem uso da violência sirmólica p!l"a mmter o stalus quo.

Muros acústicos - segregação disf!l"çada de intervenção urbana.

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!ADO rlOÃO

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CONJUNTO \ DE FAVELAS ~

DA MARÉ \

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"BARREIRAS ACÚSTICAS" - Linha Vermelha - Muro acústico

UFRJ

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Luiz Fernando enjoo lado, performance realizada pelo artista como forma de protestar contra o muro (""barreiras acústicas"") erguido pela Prefeitura na Linha Vennelha.

021 A CIDADE ADAPTÁVEL I 08

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ENCLAVE , MUROS SIMBOLICOS

IMPACTO OA VIWNICA NA MAR( 2011

~2A 90% · 78% & YlrwAS DE 00 SEXO ' COM IDAOl IHTR(

88%~ HOMJciOIOS MASCULINO 151H ANOI

~2 0 ~5 ® DIASCOM ATIY10ADES IUUCNSAS NDS POSTOS OC SAllOE

MORTES

35.

Pll(Tl)S l PARDOS

57 1i f(RIOOS EM 01'1iRAÇ0ES POllCIAJS (U) E EM CONFRONTOS EHTRE 6RUPOSARMAOOS(U)

OIASCOM OPlRAÇOU POLICIAIS

CENSO MARÉ 2017 DADOS: RIDES OAMAR( I OBSERVATÓRIO OEFA~

ESCOL.AS FECHADA.$

EQulvllt 1 17,.001 011 ltt \OI 0t 1011

Enfrentar preconceitos e estigmas sociais é um dos desafios comuns no cotidiano dos moradores da Ma-é. e orno todas as demais favelas da cidade, a Maré \11!111 sendo tratada como território carente, sem ordem, sem lei e violento. Muitos de seus moradores ainda usam os balrrosvtzinhos - Bonsucesso e Ramos, por exemplo-como referência de endereço quando buscam emprego, até mesmo os que exigem menor escolaridade ou especiali zação profissional. Os estigmas impostos ao território também são gravados no corpo das pessoas, sobretudo d os jovens, perversamente vistos como Ili o lentos em potencia.

en m•o11. 1 op•~çlo 1CIQIS0111,

Podemos percàler que contra as faielas se ergue uma ordem simbólica discricionáta que contribui decisivamente para a reprodução das desigualdades sociais na cidade, um muro simbólico. Quando se trata de políticas governamentais, são recorrentes os baiMOs investimentos e a Incompletude das ações face às demandas e às necessidades das comunl dades populares. Escol as, postos d e saúd e e de assistência social, saneamento básico e equipamentos culturais se fazem presentes em multas faielas, porém, em nú mero e q ualld ade multo aquém das expectdivas dos moradores e, principalmente, multo longe de representarem uma oferta de serviços que Etetive direitos básicos de um conjunto de cidadãos.

, TEXTURAS MUROS S IMBO LICOS

Se observa um território com muitas situações distintas, essas camadas fonnam o tecido urbano da Maré. Do eixo de sua criação a pinir da Avenida Brasll,aos antigos gapões fabris da era indústria em desenvolvimento, às margens da Baia de Guanabara onde hoje se confor­ma a grande massa densa de moradias que antes se equilibravam em palafitas em meio à ilgua. Como rom11er barreiras por anos estigmatizadas em meio a esse deserto territorial ocupado por habitantes que inventam seus próprios serviços; estruturas distantes de qualquer ordem planifl. cada, mas isolada também de qualquer traçado prévio de infraestrutura básica

Tudo isso configurando um sistema pulsante, cheio de colisões, desencontros e Interseções e que acabam gerando espaços de perturbação, fissuras, lacunas, vazios.

Fronteiras

VIA EXPRESSA Av. Brasil

Resíduos

GALPÕES/ FÁBRICAS

Densidade

MORADIAS

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,.., INSERÇAO URBANA

-EIXOS DE ESTRUTU RAÇAO

0 .,. ~

®~® PE NSAM:NTO SISTElvlATICO

ADAPTAS ILI D<\DE

EXPANSÃO

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-ESTRUTURAS QUE SEJAM SUPORTE DE MANIFESTAÇOES DAQUELES QUE NELA HABITAM

, ESTRATEGIAS A PROPOSTA A implantação foi feita em três terrenos subutilizados. A proposta é rasgar o tecido urbmo, lançai do sobre o território uma estrutura que sirva de suporte para as manifestações daqueles que habitam a Maré. Estrutura que dê Infraestrutura, aqui, vista não 1')enas como melhorias urbmas, mas tarmém como mecanismos estimuladores dos canais institucionais de pisticipação popul..-. Infraestrutura que possa não 1')enas substituir as formas mais tribais de comunicação (a violência), mas que tarmém saiba respeit..- e incentiv..- os aspectos mais subjetivos das comunidades locais. Infraestrutura responsável pelo desenvolvimento de novas institucionalidades, capazes de isticul..­melhor as favelas, de integrá-las social e economicamente aos bairros.

TEORIA DOS SUPORTES A nel<ibilidade é o que permite diferentes formas de hallitação/ múltiplos usos e usuários. A proposta é de utiliz..-, através da Estrutura aberta, um meio de comportar toda multiplicidade el<istente na M..-é e a tornar evidente, mal<irriz..- as possibilidades econômicas, culturais e sociais realizadas pelos moradores nos seus legftimos esforços para habitar a cidade.

A estrutura aberta caracteriza-se pela diferenciação clara entre elementos estruturais e infraestruturais (pilates,lajes,vedações,etc.) para que os espaços internos sej..-n pacilleis de adaptação a componentes espeáficos. - teoria dos suportes ( n. john habraken ). A partir da estrutura aberta, atravês do módulo é possillel uma sistematização de elementos a fim de reduzir custos e acelerar o processo de montagem

USO MISTO

REXIBIUOADE/ ESTRllTlllAABERTA

SISTEMA MOCllAR

CORREDORES

IKN-.S UNDADES llABITACI~

ESP*CO PliBLICO

rn

Maré

FLUXO DE PESSOAS E IDÉIAS

O projeto utiliza de estruturas para rasg..- os limites que impõem ao território da Maré um muro simbólico e segregador. Avança na malha urbma no sentido de dissipar os muroserguidos pela visão estigmatizada da sociedade.

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fOOPAMEHTOS COMlHTARIOS

llfRAESTRUTl.f.A

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o sistema modular permite organizar e personalizar cada situação

sem requerer uma invenção tem oló glca específica, o que garante montao em

rápida e de baixo custo

/

MODULO

'

SISTEMA MODULAR DE USO MISTO

adaptmilidade às demandas contextuais

IDENTIDADE

•1 •

um sistema aberto d e unidades espaciais flexíveis que resp ond emàs ind htldu ai Idades do

homem, podendo contemplll' suas necessidades intrinsecas. Possibilidade de e>epl!ll são

PLANTA LIVRE

circulação vertical I shafts -Responsável por delimitar os espaços

de expansão

/

NUCLEO DURO

••

• -

ili perrrite a consolidaçãoda estrutura o uso misto dentro do sistema modular atrallés do processo de ocupação possibilita uma regeneração urbll'la,

como um melabo lismo, podendo ser adaptíwel a diferentes tipos de re<llidades

FASEAMENTO USO MISTO

DE PROJETO

N • N

A CONSOLIDAÇAO DA ESTRUTURAATRAVES DO PROCESSO DE OCUPAÇAO.

t i t f t i

ESTRUTVRAABERTA VIGAS ( PILA.RES

LANÇAMENTO ESTRUTURAL

e nação de vãos p!l'a deixar a luz e o ar entra-em na base do Edifício_

NÚCLEO O\JRO

ClltCUIA(l!> VIOllCAl/ SKAITS .

Olll .. TA OS C!AAÇOS OC C>CPAHSÃO

A mesa de concreto resiste aos esforços de compressão e a armadura os de tração .

Nesse sistema tem-se um alívio do peso próprio d a estrutura e um aproveitamento mais m d ente dos materiais, aço e concreto .

-CONCEPÇAO DA FORMA

ETAPAS DE FASEAMENTO

• -------

• --. . . -. .

UESA- ESlRUT\IRAL vlos

-HABITAÇOES

"MESA-ESTRUTURAL"

/

COMERCIO/ SERVIÇ OS

~ 1 1 i 1l1111l1 1 11l111 1 l1111l111 1 l1111l1111l 1 111l1111l1111l111 1 LANÇAMENTO

OAESTRUTVRA ETAPAS OE FASEAMENTO EXPANSÃO

0 05 1 A CIDADE ADAPTÁVEL / 08

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, METODO CONSTRUTIVO

, O MODULO MORFOLOGIA COMPOSITIVA

3.5X3.5X3.5

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AMBIENTE

• • • • • • • •

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CIRCULAÇÃO VERTICAL

... .... . . .. .. -. . . . .. .

EXPANSÃO

TIPO 02 36.75m2

TIPO 03 49.0m2

TIPO 04 49.0m2

TIPO 05 61.25m2

TIPO 01 24.5m2

............... CIRCULAÇÃO HORIZONTAL

TIPO O 1

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A proposta objetiva qualific~ a produção das hmit~ções em lar~a escala, de modo que os usualios possam se apropnll" e aiustar as suas necessidades as hmitações que são os espaços "suporte~. Esse conceito reconhece ainda as necessidades de transformaçao e readequação dos espaços percebidos pelos usuários ao longo do tempo.

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TIPO 02

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03 llÓIXJLOS 36.751112

1 nível

73.5m2

ÁREA MÁXIMA OE EXPANSÃO PARA 1 HABITAÇÃO

2 ou 3 níveis

• • : • f • • • • • '

• •• . . . . .. . · ... --. ··-i--

147m2

ÁREA MÁXIMA EM 2 NÍVEIS OE EXPANSÃO

PARA 1 HABITAÇÃO

220.5m2

EM 3 NÍVEIS

tilf A ;

Módulos que apresentam independência entre estrU1ura e vedação admitem maior liberdade projetual, seja pela soma de espaço dos módulos combinados e/ou pela possibilidade de abrir totalmente os 4 lados do módulo, eliminando restrições para a composição de cheios e vazios nas fachadas.

04MÓOOlOS TIPO 03 49.0m' TIPO 04

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SUPORIE • • • • • • • • •

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MÓDULO Núcleo duro

Sistema de pifares e vigas ré·fabric.ldosdeconcreto :----:---"'"""'""'--

Circulação vtttlcal

ELEMENTOS ESTRUTURANTES

MÓDULOS PRÉ-FABRICADOS PARA RACIONALIZAÇÃO E ECONOMIA DA OBRA

, VIGAS PRIMARIAS

L#-f=====t? @) ~....__ __ ___.? @

, VIGA vt.S -lS X 50 cm VIGAS SEGUNDARIAS a pçs /unld..ie

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LAJES

PtlAR- 30 X 30 cm PILARES comrubodePVClSOmm

0 4 pçs/unkllde

TIPO 05 ~~os

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POSSIBILIDADES DE HIVEIS IHTERMEi.ÁRIDS

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O MODULO HABITACIONAL

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PROGRAMA O PODER INVENTIVO DAS PERIFERIAS

Os moradores da Maré extraíram rmitas lições das condições adversas que precisaram enfrentar. Sem dúvida, podemos considerar que a Maré possui uma dinâmica rmito particular de orgariização e mobilização da sociedade cillil, fato que pode ser comprovado com as inúmeras conquistas políticas de seus direitos enquarito território da cidade, que vão da instalação de seiviços urbarios ao reconhecimento formal como bairro, ao longo de mais meio de século de existência No crescente processo de encontro deste território com outros espaços da cidade, é preciso que os diferentes segmentos sociais vejam a Maré mais através de suas potências do que por suas carências.

A proposta é discutir a potência das Periferias como afirmação do direito à convillência democrâtica, ressaltando suas formas e processos plurais de eiq1ressão politica, cultural, estética e social.

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uso MISTO

O uso da arquitetura para produzir um novo senso de comunidade e cidadariia por meio de coabitação e interação informais para alcariçar uma reinvenção das pr<'ticas sociais. Não é apenas sobre trazer espaços de comercio e gerar um novo núcleo de lucro/consumo para esses moradores, mas a consciência social de democratizar ditaduras (sociais e econômicas) e incentillar a cidadania participaliva.

Precisa-se unificar ações coletivas nos vários ambientes da vida É necessário conquistar, no território, condições dignas de subsistência, como saúde, educação, transporte, equipamentos de arte, espaços de lazer, formas de encontro coletillo, onde o trabalho siga se realizando como força humaria, sem o peso de ser algo que escraviza. Nesse sentido, fortalecer a periferia, que já realiza, em vários momentos da sua Ilida, ações que se contrapõem à sociedade do mercado e aponta, para uma cidade de direitos, é fundamental.

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, A MARE VIVE!

MA11JELLE

\) PR!f>!NT(

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0 PROCESSO GRADUAL DE CONSOLIDAçÃO URBANA DA MARÉ SE ES1ENDE POR MAIS DE 90 ANOS -E NAO ESCONDE AS HETEROGENEIDADES, COMPLEXIDADES E IDENTIDADES OPERANDO DENTRO DESSE

VASTO DISTRITO. CONTUDO, MESMO ENCARANDO DIVERSOS CONFLITOS AO DECORRER

DESSE PROCESSO, ESSA DIVERSIDADE HISTÓRICA FICA EM SUSPENSO

NA VOZ DA RESISTÊNCIA.

0 ELEMENTO UNIVERSAL QUE LIGA A MARÉ, FORA SUA GEOGRAFIA, E A ENLAÇA

Às OUTRAS FAVELAS É O DIREITO DE RESISTIR E DE REIVINDICAR POR VOZ.

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081 A CIDADE ADAPTÁVEL I 08