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5/11/2018 A Constitui o e a estrutura judici ria nacional - slidepdf.com
http://slidepdf.com/reader/full/a-constituicao-e-a-estrutura-judiciaria-nacional
A Constituição e a estrutura judiciária nacional
No Cap. III do seu Tít. IV (arts. 92-126) cuida a Constituição Federal do Poder
Judiciário, ditando normas gerais, fixando garantias e impondo impedimentos aos
magistrados e também dando, desde logo, a estrutura judiciária do país.
A propósito desta, dispõe inicialmente sobre o Supremo Tribunal Federal, suacomposição, sua competência, forma de escolha e nomeação de seus componentes
(arts. 101-103). Em seguida, sobre o Superior Tribunal de Justiça (arts. 104-105).
Ambos incluem-se entre os Tribunais Superiores da União, sendo alheios e
sobrepairando às Justiças. O primeiro tem competência preponderantemente
constitucional (o guarda da Constituição) e o segundo, em sua competência recursal,
recebe causas da Justiça Federal e das Estaduais comuns.
Depois, fala a Constituição das diversas Justiças, através das quais se exercerá a
função jurisdicional.A jurisdição é uma só, ela não é nem federal nem estadual: como
expressão do poder estatal, que é uno, ela é eminentemente nacional e não comporta
divisões. No entanto, para a divisão racional do trabalho é conveniente que se instituam
organismos distintos, outorgando-se a cada um deles um setor da grande "massa decausas" que precisam ser processadas no país. Atende-se, para essa distribuição de
competência, a critérios de diversas ordens: às vezes, é a natureza da relação jurídica
material controvertida que irá determinar a atribuição de dados processos a dada
Justiça; outras, é a qualidade das pessoas figurantes como partes; mas é
invariavelmente o interesse público que inspira tudo isso (o Estado faz a divisão das
Justiças, com vistas à melhor atuação da função jurisdicional).
São estes os organismos que compõem a estrutura judiciária brasileira: Justiça
Federal (Const., arts. 106-110), Justiça do Trabalho (arts.111-117), Justiça Eleitoral
(arts. 118-121), Justiça Militar (arts. 122-124), Justiças Estaduais ordinárias (arts. 125-
126), Justiças Militares estaduais (art. 125, § 3º).
Dentre elas, só a Justiça do Trabalho não tem competência penal alguma; e só as
Justiças Militares (da União e Estaduais) não têm qualquer competência civil. Fora
disso, as Justiças exercem igualmente competência civil e criminal (Justiça Eleitoral,
Federal, Estaduais).
Por Justiça Federal entende-se aquela composta pelos Tribunais Regionais
Federais e pelos juízes federais(Const., arts. 106 ss.); também a Justiça do Trabalho, a
Eleitoral e a Militar são organizadas por lei federal e mantidas pela União (são
federais, portanto), mas só aquela é que recebe o nome de Justiça Federal, por
antonomásia.
Há também a Justiça do Distrito Federal e Territórios, organizada e mantida pela
União, mas que é Justiça local.Atendendo à existência desses organismos judiciários, costuma a doutrina
distingui-los em Justiça comum e Justiça especial (exercendo jurisdição comum ou
especial: v. supra, n. 71).
Pertencem à Justiça especial os organismos judiciários encarregados de causas
cujo fundamento jurídico-substancial vem especialmente indicado na Constituição (e,
nos casos em que ela permite, na lei ordinária). Especificamente, competem:
a) à Justiça do Trabalho, dissídios individuais entre trabalhadores e empregadores,
assim como outros oriundos da relação de trabalho (Const., art. 114);
b) à Justiça Eleitoral, matéria referente a eleições, partidos, perda de mandato, crimes
eleitorais (remissão da Const., art. 121, à lei complementar específica); c) à Justiça
Militar da União, os "crimes militares definidos em lei" (Const., art. 124); d) à JustiçaMilitar dos Estados, crimes militares imputados a policiais e bombeiros militares (art.
5/11/2018 A Constitui o e a estrutura judici ria nacional - slidepdf.com
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125, § 4º).
A lei n. 9.299, de 7 de agosto de 1996, submete à competência da Justiça comum
os crimes dolosos contra a vida, cometidos contra civil.
Onde nada diz a Constituição, a competência é da Justiça comum (Justiça Federal
e Justiças ordinárias dos Estados); no seio da própria Justiça comum, também, há
alguma relação de especialidade, cabendo:a) à Federal, as causas em que for parte a União ou certas outras pessoas, ou fundadas
em tratado internacional, e ainda as referentes aos crimes praticados contra a União
(Const., art. 109);
b) às Estaduais, as demais (competência residual - CF, art. 25, § 1º).
A Justiça do Trabalho agora tem competência para as reclamações trabalhistas
contra a União, suas autarquias e empresas públicas federais, que na ordem
constitucional precedente não tinha (v. Const. 88, art. 114). Mas permanecem fora de
sua competência os acidentes do trabalho, que pertencem às Justiças dos Estados (art.
109, inc. I). A Constituição deixa a critério do legislador ordinário a fixação da
competência da Justiça Eleitoral e da Trabalhista, estabelecendo apenas o mínimo a ser
observado (arts. 114 e 121).