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PARANÁ
GOVERNO DO ESTADO
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDENCIA DA EDUCAÇÃO – SUED
DIRETORIA DE POLÍTICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS – DPPE PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE
PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA
CADERNO TEMÁTICO
AUTORA: SELENE COTRIM RIBEIRO
PROFESSORA ORIENTADORA: CLAUDIA PRIORI
UBIRATÃ-PARANÁ
2016
Ficha para identificação da Produção Didático-pedagógica – Turma 2016
Título: A construção de uma identidade paranaense: a relação entre história e arte
Autora: Selene Cotrim Ribeiro
Disciplina/Área: História
Escola de Implementação do Projeto e sua localização:
Colégio Estadual Carlos Gomes – E. F. M.
Município da escola: Ubiratã-PR
Núcleo Regional de Educação: Goioerê-PR
Professora Orientadora: Claudia Priori
Instituição de Ensino Superior: Universidade Estadual do Paraná –UNESPAR – Campus de Campo Mourão
Relação Interdisciplinar: História; Geografia; Arte.
Resumo: A presente Produção Didático-pedagógica se justifica devido à importância de abordar a construção de uma identidade paranaense, possibilitando aos alunos e alunas do 3º ano do Ensino Médio, do Colégio Estadual Carlos Gomes – Ensino Fundamental e Médio, do município de Ubiratã-PR, relacionar os aspectos históricos e artísticos nesse processo, a partir do começo do século XX. A identidade não é única e nem está pronta, é uma questão de contínua construção. Para tanto, o objetivo é analisar a busca de uma identidade paranaense por meio da produção historiográfica, compreendendo como a história e a arte se relaciona no processo de construção identitária e abordar as principais características do movimento cultural e histórico, o paranismo, que buscou construir a ideia de uma identidade paranaense. A metodologia adotada parte do uso de materiais diversificados como revistas, trechos de filmes, músicas, artigos acadêmicos, análise de obras de arte, debates, aulas expositivas, desenhos, charges, documentários, dentre outros.
Palavras-chave: Identidade. Cultura. História.
Formato do Material Didático: Caderno Temático.
Público: 3º Ano – Ensino Médio.
Figura 1: Lenda da Gralha Azul. Fonte: http://joaocguima.blogspot.com.br/2012/12/lenda-da-gralha-azul.html
A CONSTRUÇÃO DE UMA IDENTIDADE PARANAENSE: A RELAÇÃO ENTRE HISTÓRIA E ARTE
No fim do século XIX e início do século XX, se organizou no Paraná, um
movimento de intelectuais, artistas e literatos que se uniram e forjaram uma cultura
paranaense unido ao movimento simbolista. Esse movimento artístico, cultural e
político ficaram conhecidos como Paranismo, e buscava a invenção da tradição
paranaense, ou seja, a formulação de uma auto-imagem do estado do Paraná, a
construção de uma identidade paranaense, já que naquele momento acreditava-se
que o estado não possuía traços regionais próprios. Esta é a interpretação que mais
encontramos na historiografia sobre o Paranismo.
Alfredo Romário Martins, intelectual, jornalista e historiador, autor de “História
do Paraná”, publicado em 1899, é tido como o principal fundador do Paranismo, por
trazer em seu livro um resgate da história do Paraná, com dados importantes, os
quais serviram de base para o início desta ideia, dessa busca de uma identidade
paranaense. Nessa perspectiva, o Paranismo seria um resgate, uma pesquisa, um
culto e uma divulgação das histórias e tradições paranaenses, não uma invenção,
principalmente, através da arte, incentivando a construção de uma identidade
regional e convocando a população paranaense a aderirem ao Centro Paranista,
valorizando a identidade de paranaense e quem aqui morava, como fica declarado
no “Manifesto Paranista” de 1827:
Paranista é aquele que em terras do Paraná lavrou um campo, cadeou uma floresta, lançou uma ponte, construiu uma máquina, dirigiu uma fábrica, compôs uma estrofe, pintou um quadro, esculpiu uma estátua, redigiu uma lei liberal, praticou a bondade, iluminou um cérebro, evitou uma injustiça, educou um sentimento, reformou um perverso, escreveu um livro, plantou uma árvore (MARTINS apud CAMARGO, 2007, p.157).
Figura 2: Capa da primeira edição da Revista Ilustração Paranaense. Fonte: SALTURI, A. Paranismo, movimento artístico do sul do Brasil no
início do século XX, 2009, p.15.
Brasil Pinheiro Machado não concordava com o pensamento dos intelectuais
paranistas e destacava:
O Paraná é um Estado típico desses que não tem um traço que faça deles alguma coisa notável, nem geograficamente como a Amazônia, nem pitorescamente como a Bahia ou o Rio Grande do Sul. [...] falta-lhe o lastro dos séculos. Apesar de ser o estado de futuro mais próximo, forma nessa retaguarda característica de incaracterística [...] eu poderia afirmar sem errar por muito que paranaense não existe (MACHADO apud CAMARGO, 2007, p.157).
Quando questionadas tais características por Brasil Pinheiro Machado,
conforme a citação acima, Bento Munhoz da Rocha Neto, ex-governador do Paraná
defende que:
[...] É inteiramente falso que não tenhamos uma ‘natureza característica’. Aí está o pinheiro. Ergue-se raquítico, tímido, hesitante, quando as terras paulistas se avizinham. Estende-se largamente pela faixa catarinense até rarear e extinguir-se no território gaúcho. Mas o pinheiro grande, nobre e altivo é o nosso pinheiro. Grande e nobre como o paranaense que agasalha o forasteiro com todo o seu carinho, dá-lhe o melhor que tem [...]. O pinheiro
ereto e dominador simboliza o Paraná (ROCHA NETO apud CAMARGO, 2007, p.49).
Para os intelectuais do Paranismo a questão racial não era uma problemática
a ser discutida. O pensamento prevalecente era homogeneizador, europeizado. Na
representação identitária aparecem apenas as pessoas de origem luso-brasileira,
enquanto que as de origem africana e indígena são imagens romantizadas e
esquecidas. Nesse sentido, Alessandro Batistella (2012), em seu artigo O Paranismo
e a Invenção da Identidade Paranaense, afirma que os imigrantes europeus no
Paraná vieram para a regeneração da raça brasileira pelo “branqueamento da
população”.
A questão geográfica, o clima ameno, semelhante ao europeu, influenciou o
processo de construção da identidade do Paraná e justificava a superioridade do
território paranaense em relação ao resto do país, cujo clima tropical era um
empecilho ao desenvolvimento da civilização.
Paralelo ao lançamento do Manifesto Paranista, um mês após, é lançada a
Revista “Ilustração Paranaense” em 1927-1930 criada pelo fotógrafo e jornalista
João Baptista Groff, a capa de autoridade João Turin, tendo como o principal
mentor, Romário Martins e outros artistas e intelectuais que estavam envolvidos com
o paranismo, como: João Ghelfi, João Turin, Zaco Paraná, Lange de Morretes. Esta
mostra a influência do Renascimento com a estilização do pinheiro que se
assemelha à figura humana (CAMARGO, 2007).
A primeira edição da revista já foi marcante e muito conceituada nas ideias do Paranismo, trazia os elementos escolhidos como símbolos do estado, o pinheiro e o pinhão, além da representação do homem no meio destes, trazendo a imagem de “forte, nobre, hospitaleiro, bondoso, cuja alvorada é promissora” [...]. O principal recurso do Movimento Paranista para atingir o “Imaginário popular” foi utilizar-se das artes plásticas, propondo uma alfabetização visual não verbal [...] a recorrência às artes plásticas foi a grande estratégia para Paranista de construir, no imaginário paranaense, a ideia de processo e ciência (BUENO, 2008, p.03).
Revista que sempre trazia a mesma capa, salvo algumas poucas mudanças e
nela exaltava-se o Paraná e os seus símbolos, como também alguns slogans sobre
Curitiba com uma visão bem eurocêntrica como: “A Capital do Primeiro Mundo”;
“Curitiba, a cidade mais européia do Brasil”; pois, os símbolos que identificaram o
Estado do Paraná eram o pinheiro, a pinha e o pinhão, sendo até hoje presentes na
capital, Curitiba (CAMARGO, 2007).
Wilson Martins, formado em Direito, crítico literário, publicou em 1955, O
Brasil diferente. Ensaios sobre fenômenos de aculturação, obra que consolida o
Paranismo na história paranaense. Enquanto Romário Martins relativizou a presença
africana e utilizou o mito do bom selvagem para representar o indígena paranaense,
Wilson Martins simplesmente excluiu totalmente o negro, o índio (e até mesmo os
luso-brasileiros) da história do Paraná. Das mulheres indígenas, negras e luso-
brasileiras, sequer mencionavam sua existência, diante de um discurso histórico
masculino e dominante. Dessa forma, o Paraná seria “um Brasil diferente” por não
ter conhecido a existência da escravidão – embora saibamos de sua presença
exitosa - e por ter sido colonizado por uma população de origem europeia (alemã,
italiana, ucraniana e polonesa – verdadeiros formadores do povo paranaense), que
se adaptaram perfeitamente ao clima ameno do estado, onde puderam trabalhar e,
consequentemente, contribuíram para o advento do progresso e da civilização.
Nessa ótica dos intelectuais paranistas, no caso do estado, diferentemente do
Brasil, a mistura de raças teria sido nula e Wilson Martins afirmava: “no Paraná,
pode-se dizer que não há brasileiro [...] sem uma gota de sangue estrangeiro”
(VIACARA, 2009, p.06). Ademais, convém mencionar que Wilson Martins, em sua
obra, de um lado elege a população imigrante alemã como a principal responsável
pelo desenvolvimento do Paraná. De outro lado, identifica a população imigrante
polonesa como “os párias”. De qualquer forma, o trabalho desse intelectual foi
fundamental para consolidar uma auto-imagem do Paraná, e particularmente, de
Curitiba, como um local europeizado e, sobretudo, branco.
Assim, conforme observou Janeslei Albuquerque (2003, p.10), “não há lugar
para o diferente, sobretudo, negros e índios”. Especificamente, em Curitiba,
conforme a autora, “a política de branqueamento está presente na arquitetura dos
monumentos, no discurso oficial e no currículo oficial do município”.
É importante perceber nesses discursos, a relação da história com a arte,
uma vez que o Paranismo utilizou-se das artes visuais, especialmente as artes
plásticas, para alcançar o imaginário popular, tendo na alfabetização visual, não
formal e não escolar, uma estratégia de construir a ideia de progresso e ciência no
imaginário paranaense, como o mural de pedra em duas fases da Praça 19 de
Dezembro em Curitiba.
Figura 3: Mural de Azulejos de Poty. Fonte: http://www.fotografandocuritiba.com.br/2015/09/painel-de-poty-lazzarotto-na-praca-
19.html
Figura 4: Mural em alto relevo de Stenzel. Fonte: http://www.circulandoporcuritiba.com.br/2009/06/praca-do-homem-nu.html
Mural de Pedra em duas fases: Erbo Stenzel, artista plástico e escultor,
produziu um painel de granito em alto relevo com os ciclos econômicos do Paraná
desde a mineração à emancipação da província, em comemoração ao centenário da
emancipação política do Paraná em 1953, enquanto que no verso, em azulejos azuis
e brancos, Poty Lazzarotto reproduziu a evolução política do Estado.
“Na música e no teatro, o paranismo se manifestou em motivos musicais
baseados em canções tradicionais ou em gêneros populares com textos exaltando
temas locais nas composições”, como o pinheiro, a gralha azul e as lendas
indígenas (SALTURI, 2009, p.14).
Quanto à comercialização de revistas e livros paranaenses, os paranistas
faziam um verdadeiro apelo para que as mesmas fossem compradas, com frases do
tipo, “não importa se seja ruim, é nosso”.
O escultor João Turin, inspirando-se na coluna grega “criou” a coluna
paranista adornada com as pinhas e pinhões, que seriam características do
movimento. Nas artes visuais destacaram-se: artistas plásticos, escultores, pintores,
tais como Frederico Lange de Morretes, João Turin, Zaco Paraná, Erbo Stenzel e
Alfredo Andersen.
Figura 5: Colunas Paranistas. Fonte: https://blogdomaizeh.wordpress.com/tag/romario-martins/
Nas obras de Lange de Morretes, os símbolos do Paraná sempre estiveram
presentes, são dele os pinhões estilizados nas calçadas paranaenses de Curitiba.
Figura 6: Calçadas de Petit Pavê com o símbolo dos pinhões do Paraná. Fonte: https://keyimaguirejunior.wordpress.com/2013/08/25/paranismo-residual/
Apesar dessa obra não conter os principais símbolos do paranismo, como a
pinha, o pinhão ou o pinheiro, esta obra revela o semear, semear o Paraná do
futuro, conforme aparece no Manifesto Paranista em 1927.
Figura 7: O Semeador. Fonte: http://www.agitocuritiba.com.br/materias/exposicao-na-casa-joao-turin-aborda-
historia-da-escultura-paranaense/1567
Segundo Romário Martins, no seu livro História do Paraná, não se pode
precisar o ano em que começou o povoamento do nosso litoral e do planalto
correspondente, mas em ambos, foi sem dúvida, a exploração de ouro, a origem das
suas primeiras povoações – a de Paranaguá e a de Curitiba. Tais fatos ocorreram
quase no fim da primeira metade do século XVII, porquanto, antes dessa época, não
se tinha ainda iniciado em nenhuma parte do Brasil, o ciclo da mineração
propriamente dita (MARTINS, 1953).
Em 19 de dezembro de 1853, aconteceu a emancipação política do Paraná
em relação a São Paulo, instalando-se a nova província, tendo como presidente o
baiano Zacarias de Góes e Vasconcellos – uma das principais medidas tomadas por
ele foi a instalação de escolas públicas primárias no Paraná, possibilitando um
abrasileiramento dos estrangeiros.
O Paraná tinha em seu território duas cidades – Curitiba e Paranaguá –, sete vilas – Guaratuba, Antonina, Morretes, São José dos Pinhais, Príncipe (Lapa), Castro e Guarapuava –, seis freguesias – Campo Largo, Palmeira, Ponta Grossa, Jaguariaíva, Tibagi e Rio Negro – e cinco capelas curadas – Guaraqueçaba, Iguaçu, Tindiquera (atual Araucária), Votuverava (Rio Branco) e Palmas. A população era de aproximadamente 62.258 habitantes. A vida econômica era baseada na pecuária, muares, agricultura de subsistência, comércio, indústria extrativa de erva-mate e indústria de transformação incipiente (CAMPINAS, 2005 apud PRIORI, 2012, p.22).
A grande maioria dos escritos da história de um Paraná tradicional está em
Romário Martins e Wilson Martins, sendo Romário o maior representante do
Paranismo nessa historiografia.
Contudo, quando terminada a 2ª Guerra Mundial, novos tempos e novas
ideias contribuíram para outros olhares e novas perspectivas para a história do
Paraná, dando espaço para uma historiografia emergente que retratava um Paraná
moderno do século XX.
Erasmo Pilotto, Dalton Trevisan, e Antônio P. Walger foram os pioneiros na
criação da Revista “Joaquim” (1946-1948), que combatia o Paranismo, mas teve
apenas 02 anos e 08 meses de duração. Nesta Revista, Dalton, que era o dono,
praticamente resolvia tudo. Segundo Wilson Martins, no ano de 2005, em entrevista
no final da Revista, Dalton Trevisan (en)contra o paranismo, pois tinha uma
preocupação social com a arte e representava a arte nacional e internacional, não
ficando só com a local como fazia o Paranismo.
Dalton Trevisan, na Revista Joaquim, homenageou todos os Joaquim do
Brasil, o povo brasileiro. Ilustrada por Poty Lazzarotto, Di Cavalcante e Heitor dos
Prazeres, nela havia a divulgação da agitação e tensão cultural de artistas
modernistas da época, reconhecidos como “geração de 45”. Teve como
participantes, os nomes como Erasmo Pilotto, Wilson Martins, Euro Brandão,
Temístocles Linhares.
Figura 8: Capas da Revista Joaquim Fonte: http://www.evenmore.com.br/upload/files/image/1510/revista_joaquim_6.JPG
Depois da Revista Joaquim, outras revistas foram publicadas no Brasil,
imitando-a como, Nicolau, Teresa, Antônio, José, mas sem o sucesso da Joaquim.
Ela parou de circular porque Dalton resolveu parar, não foi devido à crise financeira
ou por falta de leitores, conforme disse Wilson Martins em entrevista realizada em
2005.
De qualquer forma, tanto o Paranismo como a Revista Ilustração Paranaense
e o livro de Romário Martins, quanto a Revista Joaquim, que veio contestar aquelas
ideias fechadas do paranismo, muito contribuíram para o enriquecimento e a
divulgação “das coisas do Paraná”.
Atualmente, o Paraná é um rico estado da Federação com 399 municípios.
Seu clima, sua natureza predominantemente rica como as Cataratas do Iguaçu; Vila
Velha; a descida de trem pela Serra do Mar Curitiba – Morretes, apreciando a
natureza; praias e ilhas belíssimas; a descida de carro pela “Estrada da Graciosa”
(antiga ligação do litoral à capital Curitiba); Itaipu Bi-nacional (Brasil e Paraguai,
localizada no Rio Paraná, construída entre 1975-1982 – Usina Hidrelétrica que se
encontra na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, está entre as maiores do mundo).
Além disso, podemos destacar a agricultura de ponta com as terras mais férteis do
planeta; a diversidade de artistas, como a atriz de teatro Lala Schneider; a poetisa
Helena Kolody e a Júlia da Costa; a escritora Mariana Coelho; a pintora Bia Wouk e
Maria Amélia D”Assumpção, entre outras; além de cantores(as) como Nhô
Belarmino e Nhá Gabriela com “As Mocinhas da Cidade”; Luiz Carlos Paraná com a
“Flor do Cafezal”; Chitãozinho e Xororó com “Fio de Cabelo” e “Evidências”; Paulo
Leminski com “Xixi nas Estrelas”; atores como Ary Fontoura e Tony Ramos; e,
atrizes como Katiuscia Canoro, Maria Fernanda Cândido, dentre outras; os
fandangos; a música tradicional “Barreado”; e atualmente, o Vanderlei Cordeiro de
Lima, maratonista olímpico de Cruzeiro do Oeste-PR, ganhador da medalha de
bronze em Atenas (2004), bicampeão dos Jogos Panamericanos e o único latino
americano outorgado com a medalha “Pierre de Cobertin”, a maior condecoração de
cunho humanitário-esportivo concedida pelo Comitê Olímpico Internacional. No dia
05 de agosto de 2016, no Maracanã, Rio de Janeiro acendeu a pira olímpica e deu
início aos Jogos Olímpicos do Rio 2016. É, e o Paranismo continua?
ARTISTAS QUE FIZERAM E FAZEM NOSSA HISTÓRIA
Erbo Stenzel e Humberto Cozzo autores do “Homem Nu”, da Praça 19 de
dezembro em Curitiba, que causa muita polêmica até hoje. Este representa o
paranaense dando os primeiros passos, o Paraná emancipado, independente,
caminhando com as próprias pernas, visando o futuro, olhando rumo ao noroeste do
Estado.
Figura 9: Homem Nu Fonte: https://www.flickr.com/photos/istvanfranca/3527524653
Alfredo Andersen: Nasceu na Noruega em 1860, foi um pintor, escultor, decorador,
cenógrafo, desenhista, professor radicado no Brasil. Morou e trabalhou em Curitiba e
é considerado o “pai da pintura paranaense” destacando em seus principais
trabalhos a natureza do Paraná.
Figura 10: Pintura Paranista de Alfredo Andersen Fonte http://www.gilsoncamargo.com.br/blog/pintores-da-paisagem-paranaense/
Helena Kolody: Nasceu em 1912, em Curitiba. Foi uma poetisa brasileira. Ela
praticava o haicai e foi a primeira mulher a publicar haicais no Brasil, em 1941. Ex.
de haicai:
“Poesia mínima” Pintou estrelas no muro
e teve o céu ao alcance das mãos.
Figura 11: Helena Kolody Fonte:
http://www.cneprimomanfrinato.seed.pr.gov.br/modules/noticias/article.php?storyid=46
Paulo Leminski: Foi um escritor, poeta, crítico, literário, tradutor e professor
paranaense. Nasceu em 24 de agosto de 1944 em Curitiba-PR. Dentre suas obras,
destaca-se: “Catatau”, “Toda Poesia” e muitas composições musicais como “Xixi nas
Estrelas”. “Não discuto com o destino o que pintar eu assino”.
Figura 12: Paulo Leminski Fonte: http://www.esquerdadiario.com.br/Paulo-Leminski-O-bandido-que-sabia-latim-e-y-
otras-cositas-mas
Poty Lazzarotto: nasceu em Curitiba a 29 de março de 1924. Era gravador,
desenhista ilustrador, muralista e professor. É um dos principais artistas curitibanos,
com várias obras na cidade, destacando-se painéis, murais e estátuas, entre elas, o
Monumento aos Tropeiros da Lapa-PR.
Figura 13: Monumento aos Tropeiros. Fonte: http://www.cultura.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=305
Em 1853 quando aconteceu a emancipação política da província do Paraná
(Província porque ainda vivíamos o II Império e pertencia à província de São Paulo)
Curitiba, a capital, tinha apenas 5.819 habitantes e o Paraná totalizava 62.258
habitantes? Contava com 308 casas, sendo 52 em construção, 38 lojas de fazendas
e armarinhos, 35 armazéns, 03 ourivesarias, 05 ferrarias, 02 mercearias, 10 olarias,
01 selaria, 06 alfaiatarias, 09 sapatarias, 03 açougues, 01 padaria, 15 engenhos de
erva-mate (MARTINS, 1953, p.327).
Que em 1494, antes mesmo do descobrimento, Portugal e Espanha
assinaram o Tratado de Tordesilhas e que, por este Tratado só a região litorânea
pertenceria a Portugal?
Figura 14: Mapa do Paraná com o Tratado de Tordesilhas Fonte: http://sanderlei.com.br/PT/Silveira/Parana/Parana-Historia-Geografia-32
VOCÊ SABIA?
Que na década de 1940, em fins da 2ª Guerra Mundial foram criados novos
territórios federais em regiões limítrofes, com o objetivo de aumentar a defesa do
Brasil e permitir ao governo federal ocupar mais diretamente nestas regiões de baixa
densidade demográfica? Foi criado o Território Federal do Iguaçu, formado por
áreas dos atuais Estados do Paraná e Santa Catarina, 1943 a 1946, com o propósito
de assegurar a defesa nacional? Que o território era dividido em cinco municípios:
Foz do Iguaçu, Clevelândia, Iguaçu (atual Laranjeiras do Sul, a capital),
Mangueirinha e Chapecó-SC?. Que essa área, em 1946, foi retomada ao Paraná e
Santa Catarina?
Figura 15: Território Federal do Iguaçu.
Fonte: http://jaccolodel.blogspot.com.br/2013_06_25_archive.html
Curitiba, de origem Tupi Guarani. Curi = pinheiro; tiba = quantidade; terra de
muitos pinheiros. O nome de Curitiba era Nossa Senhora da Luz dos Pinhais até por
volta de 1648 e Distrito criado com a denominação de Curitiba, em 1654. Foi
elevado à categoria de vila com a denominação de Curitiba, em 1693, bem como á
condição de cidade com a denominação de Curitiba, pela lei provincial de São Paulo
de n. 5, 1842. Pela lei provincial 1, de 1854, passou a ser capital da província.
Para desenvolver a região oeste do Paraná foi feito um projeto denominado
“Marcha para o Oeste”, no governo Vargas, Estado Novo (1937-1945) com o intuito
de ocupação dos vazios demográficos. Para tanto, o governo vendeu essas terras
devolutas para empresas ou particulares, a partir de 1935, especificamente a
colonizadoras como a Companhia Melhoramentos Norte do Paraná, e à Sociedade
Imobiliária Noroeste do Paraná (SINOP), ignorando a existência de populações
tradicionais que residia nos locais, gerando vários conflitos.
Os ciclos econômicos do Paraná foram a mineração, erva-mate, madeira,
gado, café? Nos dias atuais, são o milho, trigo e soja. Somos um estado de grande
produção de grãos.
Paraná, origem Tupi Guarani significa mar ou rio grande, Para = mar; anã =
parecido; parecido com o mar.
O Porto de Paranaguá é o segundo maior do Brasil, o primeiro em exportação
de grãos e o quarto do mundo.
O primeiro lugar do Brasil a ser descoberto ouro foi em Paranaguá em 1570,
dando início ao ciclo do ouro e à ocupação do Litoral.
No governo de Bento Munhoz da Rocha Neto (1951-1955) foi celebrado o
centenário da Independência do Paraná (1953) com grandes festividades e
inaugurações de monumentos e foi dado início à construção do Centro Cívico e
Biblioteca Pública do Paraná e o Centro Cultural Teatro Guaíra, entre outros.
O Paraná foi palco de vários conflitos como: a Guerra do Contestado, a
Coluna Prestes, a Revolução Federalista com o episódio do Cerco da Lapa, conflitos
entre os governos e o campesinato com a formação da liga camponesa em 1944
(Revolta Camponesa de Porecatu) e a questão de Palmas.
Em 1576 foi criada a Villa Rica Del Espiritu Santo, os primeiros núcleos de
povoamento do Paraná e a região recebeu o nome de Guairá e os padres jesuítas
catequizaram as populações indígenas sendo que, posteriormente, os bandeirantes
paulistas destruíram as missões jesuíticas.
Vila Velha é um conjunto de formações rochosas esculpidas pela ação do
tempo localizada na região dos Campos Gerais e faz parte da rota turística
paranaense.
O termo paranista surgiu no norte do Paraná, quando Domingos Nascimento,
em 1906 retornou de uma viagem ao norte do Paraná e notou que todos chamavam
o povo paranaense de paranistas.
O simbolismo é um movimento literário surgido na França no final do século
XIX se opondo ao realismo, naturalismo e positivismo retomando a literatura
romântica.
TRATR
a) Conforme o texto “A construção de uma identidade paranaense: uma relação
entre história e arte” identifique as principais ideias que ele retrata sobre o
Paranismo.
b) Ainda conforme o texto “A construção de uma identidade paranaense: uma
relação entre história e arte” faça um paralelo entre a Revista Ilustração Paranaense
e a Revista Joaquim.
c) Em 19 de dezembro de 1853, aconteceu a emancipação política do Paraná.
Como se deu tal fato? Quem foi o nosso primeiro presidente? Quais as suas
primeiras atitudes? Qual foi a capital do Paraná?
a) Ouça e comente a música, Meu Paraná, e escreva se podemos encontrar
características do Paranismo, e quais são?
LETRA: MEU PARANÁ Paraná, meu Paraná Quem te conhece não te esquecerá jamais Paraná, meu Paraná Terra querida recanto dos pinheirais
ATIVIDADES
1) ANALISE E RESPONDA
2) OUÇA E COMENTE
Suas belezas simplesmente divinais Tu é sinônimo de belezas naturais Eu que conheço cada canto desse mundo Potiguar amor profundo Nunca vi nada igual Paraná, meu Paraná Quem te conhece não te esquecerá jamais Paraná, meu Paraná Terra querida recanto dos pinheirais A gralha azul ainda voa no infinito Posso escutar seus gritos, nos confins a ecoar seus lindos rios se transformam em cataratas a saudade é uma chibata, é difícil não chorar Paraná, meu Paraná Quem te conhece não te esquecerá jamais Paraná, meu Paraná Terra querida recanto dos pinheirais Meu Paraná em palavras te confesso Logo será meu regresso, aprendi a te amar Esse caboclo da terra das três fronteiras Em palavras derradeiras, te amo Paraná Paraná, meu Paraná Quem te conhece não te esquecerá jamais 4x Paraná, meu Paraná Terra querida recanto dos pinheirais (Publicado em 15 de jul de 2016 – Banda: Paraná Country – Música: Meu Paraná). Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=1X6UAyeyxkw
b) Após assistir o vídeo e analisar a letra da música “Te amo meu Paraná”, ilustre-a de acordo com seu entendimento. c) Homenagem à beleza da mulher paranaense. https://www.youtube.com/watch?v=H3FdK5zEtC0 d) Paranaenses famosas. https://www.youtube.com/watch?v=325C6tYxFKM e) Coluna Prestes (entrevista de Luiz Carlos Prestes a Jô Soares – Parte 1 e 2). https://www.youtube.com/watch?v=BNImLVCIRWw (PARTE 2) https://www.youtube.com/watch?v=yFbXRoB2sSU (PARTE 2) f) Gazeta do Povo – Um Movimento pelo Paraná http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/um-movimento-pelo-parana-0d4rwsdgm1cgpsve4gxkbzc5q
g) Gazeta do Povo - Com Romário Martins, surge o registro histórico do Paraná http://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/com-romario-martins-surge-o-registro-historico-do-parana-emk8gu7nwdlkuhngaimmj2ury h) CD: Filme – Natureza sobre Trilhos. i) CD: DVD: Vida Indígena no Paraná. j) CD: Filme – Cataratas do Iguaçu. k) A Revolução Federalista – Filme: O Preço da Paz - <https://www.youtube.com/watch?v=KmkVuHOUON0>
a) Observe a imagem de Eloir Jr. e comente os aspectos visuais que te chamaram
mais atenção e pontue-os.
ELOIR JR. – Artista Naife premiado, que expressa lendas, festas e cultura étnica
européia no Paraná. Nascido em Curitiba em 07 de janeiro de 1969, seu trabalho é
alegre e resgata as memórias culturais trazidas pelos diversos povos. Inspirando-se
nas etnias europeias, o artista procura demonstrar seu percurso artístico e sua
identificação com a linguagem Naife, que traduz a expressão da cultura, hábitos e
costumes que as diversas etnias trouxeram para o Estado do Paraná, em harmonia
com os ícones paranistas, como gralha azul, araucárias e pinhões.
Figura 16: Saudade da Ucrânia
Fonte: http://eloirjr.blogspot.com.br/
3) LEITURA E INTERPRETAÇÃO
b) Faça uma releitura da obra Monumento ao Tropeiro de Poty Lazzarotto, exposta
anteriormente e comente como esta alfabetização visual pode nos trazer
informações e reflexões
c) Com base nos tópicos da atividade “Você Sabia?”, faça uma leitura de como era
Curitiba, quando se tornou a capital do Paraná, observe as necessidades da época e
relacione o que faltaria pra época e o que não é, ou quase não é usual nos dias de
hoje e comente sobre o que você leu.
d) Umas das principais lendas do Paraná é a lenda da Gralha Azul que está sendo
passada de geração em geração. Veja a lenda e a música e interprete-as por meio
de desenhos.
Figura 17: Lenda da Gralha Azul Fonte: http://ler-com-prazer.blogspot.com.br/2014/08/projeto-folclore-lenda-da-gralha-azul.html
LETRA: GRALHA AZUL Vem Ver vem conhecer minha Cidade sorriso Terra do Pinheirais. Vem ver As riquezas as mil e uma belezas um paraíso no sul. Onde nasceu a Gralha azul, Onde nasceu a Gralha azul, O pinheiro dá a pinha, A pinha da o pinhão. (2x) Gralha Azul leva no bico, vai Fazer a Plantação. (2x) Vôoa Vôoa, Gralha Azul, Gralha Azul, Gralha Azul Gralha Azul. Gralha Azul tu és pequenina, mais é grande o seu valor. (2x) És Paranaense bichino, és bom trabalhador. (2x) Vôoa, Vôoa, Gralha Azul, Gralha Azul, Gralha Azul, Gralha Azul.
Autor: Inami Custódio Pinto (1930-2014: Curitiba-PR) – músico compositor e folclorista, pesquisador e defensor da cultura paranaense. Fonte: https://www.letras.mus.br/gralha-azul/1674952/
O Paraná teve uma colonização tardia em relação a alguns estados do Brasil. Aqui
tínhamos as populações indígenas, chegaram os povos portugueses, africanos e
tantas outras populações europeias. Somos um caldeirão cultural, a soma de vários
povos. As representações sociais e estereótipos do povo paranaense, criado e
reproduzido por discursos do Paranismo, ainda imperam até hoje, de que somos um
povo acolhedor, trabalhador, ordeiro, organizado e que uma grande maioria gosta da
vida no campo. Muitas vezes confundidos com a vizinhança gaúcha e catarinense
pela aproximação dos três Estados e pelo Paraná abrigar a todas as pessoas que o
procuram, ao menos migrantes.
Com base no vídeo “As muitas faces de um só Paraná” (disponível em:
<https://youtu.be/37v0u-nJZuE>), comente sobre a frase contida no vídeo “O Paraná
é brasileiro, mas ao mesmo tempo um pouco do mundo inteiro num único lugar!”.
Após a leitura do texto acima citado e o vídeo, faça uma ilustração seguida de
síntese ou poesia ressaltando o conceito de ser paranaense.
5) EM DESTAQUE
Em 1541, Dom Álvaro Nunes Cabeza de Vaca, a mando do rei da Espanha, vindo
de Santa Catarina por trechos do Caminho de Peabiru chegou às Cataratas do
Iguaçu e é considerado seu descobridor.
Neste ano de 2016 é comemorado no Paraná os 100 anos do Turismo Paranaense
(1916-2016). Este fato se deveu à visita de Santos Dumont às Terras das Cataratas
que o deslumbrou e queria transformá-la de área em Parque Nacional do Iguaçu,
como aconteceu posteriormente.
a) Conforme os conflitos que tivemos no Paraná citados no caderno de pesquisa,
escolha um deles para apresentá-lo aos/às colegas de sua turma.
b) A partir dos estudos realizados pesquisem a biografia de protagonistas (de
homens e mulheres) um nome que participaram da história paranaense que mais lhe
chamaram atenção, ou traga novos nomes dessa história, e apresentem à turma.
Limítrofe: que se encontra localizado ou contido nos limites de um terreno,
de uma área, de uma extensão: sociedades limítrofes.
Haicai: é um poema de origem japonesa, constituído de traços específicos,
formado de três versos.
Pitorescamente: aquilo que é excêntrico, inusitado ou interessante.
6) PASSADO/PRESENTE
7) TRABALHO EM GRUPO
GLOSSÁRIO
Redigiu: ato de escrever um texto, de representar ideias através de sinais
gráficos.
Barreado: um prato típico do litoral paranaense à base de carne bovina e
muitos temperos, tendo longa duração de cozimento em uma panela barreada, isto
é, tampada.
Freguesia: denominação dada a pequenos povoados menores que as vilas
que continham uma capela que fazia celebrações regulares.
Capela curada: era um título oficial dado pela igreja católica a uma vila com
determinada importância econômica e populacional no Brasil, do período colonial até
a proclamação da República, para que um povoado fosse reconhecido era
necessária a autorização dos poderes do governo e da igreja. Se existisse uma
capela com celebrações era chamado o local de Capela Curada. Com o aumento da
população poderiam solicitar a criação de uma Freguesia.
Naif: arte primitiva moderna, arte simples, ingênua, original, sem grandes
conhecimentos de técnicas acadêmicas, sem grandes formalidades ou
acabamentos, com cores brilhantes e alegres fora dos padrões usuais.
Párias: aquele que está à margem da sociedade, e que não desfruta os
mesmos benefícios que os outros.
Manuel Ribas: Nasceu em Ponta Grossa (1873), foi governador do Paraná no
período de Getúlio Vargas. Foi interventor por 13 anos (1932-1945), só saiu com a
queda do governo. E, foi em seu governo que ocorreu a separação do Paraná com o
território de Foz do Iguaçu. Encontrou o Estado financeiramente abalado, construiu
estradas, escolas, cortou o orçamento.
Moysés Wille Lupion de Tróia: Foi um empresário e político, nasceu em
Jaguariaíva-PR, governou o Paraná por duas gestões (1947-1951) e (1956-1961).
No seu governo ocorreu a colonização do norte e oeste paranaense e o surgimento
das colonizadoras.
Erasmo Pilotto: criou o método de alfabetização 1ª série – 1º grau (1975-1979),
alfabetização em curto espaço de tempo. Nasceu em Rebouças-PR, educador,
articulador da Escola Nova no Paraná, professor primário, não tinha título superior. É
autor do método de alfabetização mais utilizado no Paraná até 1988, morreu em
1992, era primo de Valfrido Pilotto.
Valfrido Pilotto: Nasceu em Mallet-PR em 1903 e morreu em Matinhos em 2006
com 103 anos. Advogado, jornalista, escritor, ensaísta, poeta, historiador e filósofo
brasileiro, foi o número 1 da Academia Paranaense de Letras. Publicou mais de 50
livros, quase todos sobre o Paraná e política.
GENTE DO PARANÁ
Nestor Vítor dos Santos: Nasceu em Paranaguá-PR no ano de 1868 e faleceu no
Rio de Janeiro em 1932. Foi poeta, contista, ensaísta, romancista, crítico e
conferencista brasileiro. Foi um grande estudioso da obra de Cruz e Sousa,
publicando "Obras Completas" (1923-1924), um estudo sobre a obra do poeta
catarinense que era também seu amigo. É um dos poetas partícipes da escola
literária conhecida como Simbolismo.
Alfredo Romário Martins: Nasceu em Curitiba, 1876. Iniciou o trabalho de
periodização da história literária do Paraná a partir da emancipação política do
estado. Autor do livro “História do Paraná”, em que sua 1ª edição foi em 1899.
Colaborou em vários jornais e nas revistas a República e Ilustração Paranaense. Foi
eleito oito vezes deputado estadual, foi diretor do museu paranaense e secretário do
Instituto Histórico e Geográfico do Paraná. Faleceu em 1948.
Newton Sampaio: Nasceu em Tomazina em 1913, morreu aos 24 anos em 1938.
Dedicou-se ao jornalismo e à medicina, foi premiado pela academia brasileira de
letras por sua obra “Irmandade” – não era um exemplo do paranismo da época. Ele
era um símbolo para os jovens da Revista “Joaquim”.
Temístocles Linhares: Professor, jornalista, escritor, intelectual e crítico literário.
Foi um importante colaborador da Revista Joaquim a combater o Paranismo. Autor
do livro “Paraná Vivo” encomendado pelo governo do Estado em comemoração ao
centenário da emancipação do Paraná (1953). Segundo ele, os paranistas pregavam
o fechamento do Estado para retirar o extrato paranista, nem que para isso tivesse
que inventar um folclore próprio existente e os jovens da Joaquim a abertura às
novas culturas e experiências. Era arredio e não era muito de badalações. Nasceu
em Curitiba em 1905.
Wilson Martins: Para ele, os paranistas analisavam o Paraná com uma visão lírica
e o Dalton da Joaquim com uma visão satírica. Nasceu em São Paulo em 1921 e
faleceu em 2010 em Curitiba. Era professor escritor, jornalista, historiador e crítico
literário brasileiro e escreveu livros que tinham como tema o Paraná, como “Um
Brasil diferente”, sobre a culturação do Paraná. Era professor da Universidade
Federal do Paraná – UFPR.
Dalton Trevisan: Nasceu em Curitiba em 1925, o principal criador da Revista
Joaquim (1946-1948) – 2 anos e 8 meses – 21 edições. Uma das principais obras “O
Vampiro de Curitiba”. Um dos maiores contistas brasileiros.
Domingos Pellegrini: Autor dos livros como “A árvore que dava dinheiro”, “Terra
Vermelha” que fala dos conflitos no processo de colonização do Oeste do Paraná
nos anos de 1950, que virou filme com o cineasta Ruy Guerra. Nasceu em Londrina
em 1949.
Emiliano Perneta: escritor, poeta, príncipe dos poetas paranaenses, um dos
fundadores do simbolismo no Brasil. Participou do movimento paranista, nasceu em
Pinhais em 1860, e uma das principais obras “Ilusão e Música”.
Júlio Perneta: Nasceu em Curitiba em 1869, escritor, poeta e jornalista brasileiro,
simbolista, parnasianista e paranista. Irmão de Emiliano Perneta.
Helena Kolody: Nasceu em Cruz Machado-PR, em 12 de outubro de 1912, e
faleceu em Curitiba-PR, em 15 de fevereiro de 2004. Passou a maior parte da
infância em Três Barras. Foi professora do ensino médio e inspetora de escola
pública. Primeira mulher a publicar haikais no Brasil em 1941. Foi admirada por
poetas como Carlos Drummond de Andrade e Paulo Leminski. A partir de 1985,
após receber o Diploma de Mérito Literário da Prefeitura de Curitiba, a sua obra
passou a ter grande repercussão no seu estado e no restante do País. Em 1988 foi
criado o importante “Concurso Nacional de Poesia Helena Kolody", realizado
anualmente pela Secretaria da Cultura do Paraná.
Mariana Coelho: Nasceu no Distrito de Vila Real, Portugal, em 10 de setembro de
1857 e faleceu em Curitiba, em 29 de novembro de 1954. Foi educadora, escritora,
ensaísta, jornalista, poetisa e uma das pioneiras do feminismo no Brasil. Em 1902,
fundou, em Curitiba, o Colégio Santos Dumont (1902-1917), onde lecionou e foi
diretora por mais de quinze anos. Em 1908, publicou a obra "O Paraná Mental" e em
1911, participou do 3º Congresso de Geografia do Estado do Paraná: era a única
mulher a figurar entre os representantes do Paraná. Proferiu, ao final, discurso muito
aplaudido. Sua atuação como feminista já se revela no século XIX, sendo sua obra
de maior destaque "A Evolução do Feminismo': um "trabalho que tem de ficar em
nossa história literária", na opinião de Rocha Pombo. Integrou a Federação
Brasileira pelo Progresso Feminino, participando dos congressos feministas de
1922, 1933 e 1936. Sua obra "A Evolução do Feminismo", de 1933, influenciou a
criação do Centro Paranaense Feminino de Cultura, em Curitiba, do qual foi
associada. Nesta instituição, proferiu palestra intitulada "Um Brado de Revolta contra
a Morte Violenta", posteriormente publicada. É patrona da cadeira n. 30 da
Academia Paranaense de Poesia e da cadeira n. 28 da Academia Feminina de
Letras do Paraná.
Júlia Maria da Costa: Nasceu em Paranaguá, em 1 de julho de 1844 e faleceu em
São Francisco do Sul, em 12 de julho de 1911. Foi poetisa e escritora de crônicas-
folhetins brasileira.
Bia Wouk: artista plástica que surgiu no início dos anos 1970 como um dos mais
autênticos talentos de uma nova geração.
Maria Amélia D’Assunpção: Desenhista, pintora e professora de arte, em 1917
torna-se a primeira mulher do Paraná a expor, individualmente, no Rio de Janeiro.
Lala Schneider: Nasceu em Irati, em 23 de abril de 1926 e faleceu em Curitiba, em
28 de fevereiro de 2007. Foi uma atriz brasileira, conhecida como a primeira dama
do teatro no Paraná e já foi considerada uma das cinco melhores atrizes do Brasil,
tendo atuado em teatro, televisão e cinema. Trabalhou também como diretora e
professora de interpretação.
Adélia Maria Woellner: Nasceu em Curitiba, em 20 de junho de 1940, é uma
escritora, advogada e professora universitária brasileira. Formada em Direito pela
Universidade Federal do Paraná, ela é a atual ocupante da cadeira n. 15 da
Academia Paranaense de Letras.
Amália Max Buss: Nasceu em Ponta Grossa, em 7 de julho de 1929 e faleceu em
Ponta Grossa, em 8 de julho de 2014. Foi professora, pintora e trovadora brasileira.
O TENENTISMO (1922-1926)
De acordo com o Portal Ahistoria (2016), no início da década de 1920, cresceu o
descontentamento social contra o tradicional sistema oligárquico que dominava a
política brasileira. Esse descontentamento foi particularmente observado entre as
populações dos grandes centros urbanos, que não estavam inteiramente sujeitas às
pressões dos “coronéis”. Assim, o clima de revolta atingiu as forças armadas,
difundindo-se, sobretudo, entre os tenentes. E, o tenentismo é o termo como ficou
conhecido o movimento político-militar que, sob a liderança de jovens oficiais das
forças armadas, principalmente tenentes, pretendia conquistar o poder pela luta
armada e promover reformas na Primeira República.
O tenentismo foi um movimento que ganhou força entre militares de média e baixa patente durante os últimos anos da República Velha. No momento em que surgiu o levante dos militares, a inconformidade das classes médias urbanas contra os desmandos e o conservadorismo presentes na cultura política do país se expressava. Ao mesmo tempo, o tenentismo era mais uma clara evidência do processo de diluição da hegemonia dos grupos políticos vinculados ao meio rural brasileiro (SOUSA, 2016, p.01).
As reivindicações dos tenentes incluíam: a moralização da administração pública e o
fim da corrupção eleitoral; o voto secreto e uma justiça eleitoral confiável; a defesa
da economia nacional contra a exploração das empresas e do capital estrangeiro; a
reforma da educação pública para que o ensino fosse gratuito e obrigatório para
todos os brasileiros.
A maioria das propostas do tenentismo contava com a simpatia de grande parte das
classes médias urbanas, dos produtores rurais que não pertenciam ao grupo que
estava no poder e de alguns empresários da indústria. Os tenentes almejavam dotar
o país de um poder centralizado, com o objetivo de educar o povo e seguir uma
política vagamente nacionalista. Tratava-se de reconstruir o Estado paro construir a
nação.
CONFLITOS EM SOLO PARANAENSE
Embora não chegasse nessa época a formular um programa antiliberal, os
“tenentes” não acreditavam que o “liberalismo autêntico” fosse o caminho para a
recuperação do país. Faziam restrições às eleições diretas, ao sufrágio universal,
insinuando a crença em uma via autoritária para a reforma do Estado e da
sociedade.
A primeira revolta tenentista teve início em 5 de julho de 1922, no Forte de
Copacabana, contando com uma tropa de aproximadamente 300 homens. Liderados
por 18 tenentes, os revoltosos do forte decidiram impedir a posse do presidente
Artur Bernardes. Pois, tropas fiéis ao governo imediatamente cercaram o Forte e
isolaram os rebeldes, que não tiveram condições para resistir. Mesmo diante da
superioridade das forças governamentais, 17 tenentes e um civil saíram às ruas num
combate corpo-a-corpo com as tropas opositoras. Dessa luta suicida, apenas dois
revoltosos escaparam com vida: os tenentes Eduardo Gomes e Siqueira Campos. O
episódio ficou conhecido como Os Dezoito do Forte.
Dois anos depois da Revolta do Forte de Copacabana, ocorreram novas rebeliões
tenentistas em regiões como o Rio Grande do Sul e São Paulo. Uma revolta liderada
pelo general Isidoro Dias Lopes, pelo tenente Juarez Távora e por políticos, como
Nilo Peçanha, eclodiu em São Paulo, também no dia 5 de julho. Com uma tropa de
aproximadamente mil homens, os revolucionários rapidamente ocuparam os lugares
mais estratégicos da cidade de São Paulo. Durante a ocupação, diversas batalhas
foram travadas entre os rebeldes e as tropas governamentais.
O governo paulista fugiu da capital, indo para uma localidade próxima, de onde pôde
organizar melhor a reação contra os rebeldes. Recebendo reforços militares do Rio
de Janeiro, preparou uma violenta ofensiva. O general Isidoro Dias Lopes,
percebendo que não tinha mais condições de resistir, decidiu abandonar a cidade de
São Paulo. A numerosa e bem armada tropa dos rebeldes formou a Coluna Paulista,
que seguiu em direção ao sul do país, ao encontro de outra coluna militar tenentista,
liderada pelo capitão Luís Carlos Prestes.
A Coluna Prestes
As forças tenentistas de São Paulo e do Rio Grande do Sul uniram-se e, lideradas
por Luís Carlos Prestes, decidiram percorrer o país, procurando apoio popular para
novas revoltas contra o governo. Nascia, assim, a chamada Coluna Prestes.
Durante mais de dois anos (de 1924 a 1926), a Coluna Prestes percorreu 24 mil
quilômetros através de 12 estados brasileiros. Sem descanso, o governo perseguia
as tropas da Coluna Prestes, que, por meio de manobras militares, conseguia
escapar. Em 1926 os homens que ainda permaneciam na Coluna decidiram
ingressar na Bolívia e finalmente desfazer a tropa.
A Coluna Prestes não conseguiu provocar revoltas capazes de ameaçar seriamente
o governo, mas também não foi derrotada por ele. Isso demonstrava que o poder na
Primeira República não era inatacável. Luís Carlos Prestes, posteriormente, voltou
ao país, tornando-se um dos principais líderes do Partido Comunista (fundado em
1922).
A Revolta do Forte de Copacabana, a Revolução de 1924 e a Coluna Prestes não
produziram efeitos imediatos na estrutura política brasileira. Contudo, mantiveram a
chama da revolta contra o poder e os privilégios das oligarquias.
A Guerra do Paraguai (1864-1870)
A Guerra do Paraguai foi um conflito da América que envolveu Brasil, Argentina e
Uruguai, compondo a Tríplice Aliança contra o Paraguai entre os anos de 1865 e
1870. A Tríplice Aliança era a união entre o Brasil, Argentina e Uruguai contra o
Paraguai. Francisco Solano López era o governante paraguaio, do período da
Guerra do Paraguai. O Paraguai invadiu o Brasil, todavia, sequestraram um navio
brasileiro, invadiram o Mato Grosso e o Rio Grande do Sul. Os brasileiros se
juntaram com argentinos e uruguaios e declararam guerra contra o Paraguai.
Algumas batalhas importantes foram a do Riachuelo e a do Tuiuti. O pretexto da
Guerra era de que, o ditador Paraguaio, o Solano López, já estava bravo com o
Brasil por causa da política uruguaia. Ele apoiou um partido, os brasileiros apoiaram
outro, e os brasileiros se saíram bem. Em sua política expansionista de nacionalista,
ele invadiu território brasileiro e o pretexto da guerra, o que deflagrou a guerra, foi o
sequestro do navio brasileiro Marques de Olinda.
A guerra do Paraguai teve como principal causa a tentativa do governo ditador do
Paraguai Solano Lopes, com sua política expansionista, tentar ampliar o território do
seu país e ter acesso ao mar, apossando-se de terras dos países vizinhos. Este fato
ocorreu no II Império, episódio que durou quase seis anos. Do Paraná saíram 2.020
voluntários e poucos deles retornaram em 1870 e foram recebidos como heróis.
Para o historiador e pesquisador Edilson Pereira Brito (1865), muitos indígenas do
Paraná foram utilizados e recrutados para a batalha no Paraguai. Outros eram
arregimentados para fazer a segurança das cidades sem policiamento.
Com a independência do Paraguai em 1811, a Argentina dificultou a navegação dos
paraguaios na Bacia Platina, que é formada pelos rios Paraná, Paraguai e Uruguai.
Como estava sem saída para o mar, o Paraguai desenvolveu uma política voltada
para a auto-sustentação com o presidente Gaspar de Francia que manteve o
Paraguai isolado dos vizinhos e do comércio exterior e com uma agricultura familiar
até sua morte, em 1840. Assumiu o presidente Carlos Antonio Lopez que rompeu o
isolamento de seu país construindo ferrovias e iniciando as exportações.
Em 1862, quando seu filho Solano Lopez assumiu a presidência deu continuidade
ao projeto de modernização do pai, mas dependia da Bacia do Prata para escoar
suas exportações, dependendo dos países vizinhos em especial a Argentina e o
Uruguai.
No Uruguai dois partidos: os Blancos (proprietários rurais) e os Colorados
(comerciantes) disputavam o poder. Com a ajuda do Brasil, os colorados derrotaram
os Blancos e tomaram o poder. O Brasil invadiu o Uruguai numa guerra civil. O
Paraguai, aliados aos Blancos, preocupado com a navegação de seus navios na
Bacia do Prata, pretendendo conquistar terras na Bacia do Prata, rompeu ligações
com o Brasil e invadiu o Mato Grosso aprisionando um navio brasileiro no Rio
Paraguai, fazendo com que o Brasil, Argentina e Uruguai, com a ajuda financeira da
Inglaterra que não via com bons olhos o progresso paraguaio, formaram a Tríplice
Aliança, na qual os três países declaram guerra ao Paraguai.
Como o Paraguai se tornava resistente com algumas vitórias, a guerra tornou-se
cara, forçando os países como o Brasil, a fazer grandes empréstimos e até
prometeu a alforria aos escravos que lutassem na guerra.
Um dos principais conflitos foi a Batalha Naval do Riachuelo, vencida pelos
brasileiros, e o comandante Almirante Barroso, ocorrida em 1865 nas margens do
Arroio Riachuelo, um afluente do Rio Paraguai, na província de Corrientes na
Argentina. A marinha necessária é derrotada.
O Paraguai na época devido ao seu desenvolvimento amedrontava os ingleses que
queriam novos mercados consumidores, e o objetivo era obter uma saída para o
Oceano Atlântico, através dos rios da Bacia do Prata e aumentar o território
paraguaio.
Em 1806, Uruguai e Argentina se desentendem e se retiraram da guerra, deixando o
Brasil sozinho.
Batalha Naval de Riachuelo
Nesta batalha, o Paraguai tentou atacar a esquadra naval brasileira de surpresa.
Mas um erro de estratégia paraguaio fez com que os navios paraguaios, ao invés de
atacarem todos de uma vez, atacassem um a um. Com isso, o exército e a marinha
do Brasil conseguiram destruir a esquadra paraguaia. Depois disso, o Paraguai ficou
isolado no meio do continente, por que não tinha mais barcos que pudessem
abastecer sua população ou exército.
Batalha de Tuiuti
Foi uma batalha que ocorreu durante a Guerra do Paraguai. A Batalha do Tuiuti foi a
mais violenta e sangrenta que ocorreu naquele contexto, envolvendo os exércitos da
Tríplice Aliança (Brasil, Uruguai e Argentina) contra o Paraguai.
Batalha do Cerro Corá
É a região onde ocorreu a Guerra do Paraguai, em que matou o presidente López.
Foi uma batalha entre a Tríplice Aliança e o exército paraguaio. Essa batalha de
Cerro Corá colocou fim à Guerra do Paraguai, ao derrotar definitivamente Solano
López. Para o Paraguai foi a destruição total de sua economia, morte de 80% de sua
população masculina, ou seja, a derrota e a miséria. Para o Brasil tivemos a crise
econômica decorrente dos gastos militares, o endividamento com a Inglaterra, mas,
principalmente, a estruturação e o fortalecimento da moral do exército brasileiro.
Este fortalecimento foi responsável depois pelo engajamento dos militares na
abolição da escravidão e na proclamação da república.
A Revolução Federalista e o Cerco da Lapa
A Proclamação da República no Brasil se deu em 1889. Poucos anos depois, no Rio
Grande do Sul em 1893, teve início um movimento, a Revolução Federalista, contra
o governo do Presidente Floriano Peixoto, que havia assumido no lugar do Marechal
Deodoro da Fonseca que renunciou antes de completar um ano de governo.
Contudo, teria que haver novas eleições, o que não aconteceu com a crise
econômica e a instabilidade política.
O objetivo era que o Rio Grande do Sul se libertasse do tirano Julio Prates de
Castilho, que era presidente do Estado, e alcançasse maior autonomia para o
estado do Rio Grande do Sul da então proclamada República.
O grupo dos republicanos ficou conhecido como os ‘pica-paus’, em virtude do uniforme de seus soldados, que fazia alusão ao bico do pássaro, e os federalistas, desencadeadores da Revolta, ficaram conhecidos como ‘maragatos’, pois, Silveira Martins e Gumercindo Saraiva - outro membro do Partido Federalista - provinham de uma região do Uruguai colonizada por espanhóis advindos da região da Maragateria, na Espanha (PRIORI, 2012, p.26).
O Presidente Floriano Peixoto tinha muitas inimizadas, ente as quais, o Almirante
Custódio de Melo que organizou a Primeira Revolta da Armada contra Deodoro da
Fonseca. Em 1893 deflagrou a Segunda Revolta da Armada na qual Custódio de
Melo era contrário ao apoio de Floriano a Julio de Castilhos no Rio Grande do Sul e
exigindo o cumprimento da Constituição com novas eleições, pois, Custódio
almejava a presidência da República. Os revoltosos tomaram a Ilha do Desterro
(atual Florianópolis) e se aliaram aos federalistas do Rio Grande do Sul.
O principal comandante das tropas federalistas era Gumercindo Saraiva. Seu primeiro alvo foi o Estado gaúcho. Tropas concentradas no Uruguai, numa região próxima à cidade de Bagé, iniciaram sua marcha sobre o Rio Grande do Sul com grande violência. Os revoltosos avançaram sobre Santa Catarina e, posteriormente, sobre o Paraná. O objetivo de Gumercindo Saraiva era chegar até o Rio de Janeiro, unir-se aos membros da Revolta da Armada, e tomar o poder (PRIORI, 2012, p.27).
Conforme Silva (apud Priori 2012, p.28), até o Paraná passou a ter papel importante
na Revolução Federalista quando o Presidente Floriano Peixoto decretou Estado de
Sítio para os Estados do Sul e convidou o General Francisco de Paula Argolo para
organizar o ataque aos revoltosos que já estavam em Santa Catarina. Nesse
sentido, o Paraná estava estrategicamente localizado para que as forças legalistas
pudessem articular a luta contra os federalistas.
No entanto, as forças militares de que Argolo dispunha eram insuficientes para conter o avanço dos revolucionários. Por isso, o comando da resistência legalista foi transferido para o Coronel Antonio Gomes Carneiro. Conforme orientações do Presidente Floriano Peixoto, o Coronel Carneiro instalou seu quartel-general na cidade de Lapa, de onde organizaria a defesa das cidades paranaenses (PRIORI, 2012, p.29).
De acordo com Lacerda (apud Priori, 2012, p.28-29), o material bélico utilizado pelas
forças legalistas era bastante precário, sendo, grande parte, herança da Guerra do
Paraguai (1864-1870) e conseguiram evitar a ocupação de algumas cidades
paranaenses pelos revolucionários.
Como a intenção dos federalistas era ocupar os Estados do Sul, avançar sobre São Paulo e tomar o poder no Rio de Janeiro, várias cidades paranaenses tornaram-se alvos dos revolucionários que já haviam tomado Santa Catarina. Sendo assim, cidades como Tijucas, Paranaguá, Curitiba, Ambrózios (atual Tijucas do Sul) e Lapa presenciaram embates mais acentuados entre legalistas e federalistas (PRIORI, 2012, p.29).
E ainda Priori (2012) complementa que, a ação federalista no Paraná se concentrou
nos primeiros meses de 1894. Quando Gumercindo Saraiva invadiu a capital
paranaense, suas autoridades civis e militares se retiraram, deixando a cidade nas
mãos dos revolucionários, sem resistência. O vice-governador do Estado, Vicente
Machado, transferiu a Capital para Castro. Os federalistas instalados em Curitiba
exigiam dos(as) moradores(as) altas quantias em dinheiro como imposto.
Para manter a ordem pública nessa cidade, o Barão de Serro Azul criou uma
‘Comissão Especial de Empréstimos de Guerra’, responsável por cumprir tais
exigências (SILVA apud PRIORI, 2012, p.30).
Em Paranaguá, forças da Revolta da Armada chegaram para auxiliar os federalistas
vindos do Sul. As forças que guardavam a cidade eram bem menores que os
contingentes de marinheiros que desembarcaram e, logo, tomaram os focos de
resistência do litoral:
A infantaria de marinha, entusiasmada com os resultados obtidos até aí, avançava pelas ruas da cidade adentro, e, ao encontrar a pequena resistência do canhão da rua 15, só se satisfizera depois de afogá-la em sangue. A guarnição foi morta à machadinha (CARNEIRO apud PRIORI, 2012, p.30).
Os conflitos armados entre legalistas e revoltosos ocorriam diariamente. Mesmo com
os reforços enviados pelo General Carneiro, a cidade não resistiu à ofensiva
federalista e capitulou. Restava, então, somente a resistência em Lapa. A cavalaria
federalista cercou essa cidade, interrompeu as comunicações telegráficas e obstruiu
suas linhas de rodagem e de ferro. Os legalistas não se encontravam em uma
posição confortável. Segundo o General Clemente Argolo Mendes, presente na Lapa
durante o cerco (PRIORI, 2012).
O general Carneiro ordenou a cavação de trincheiras. Os federalistas estavam
dominando tudo, como Curitiba e Paranaguá restavam apenas a Lapa, foco
legalista. Segundo o general Carneiro foi “um dos mais sangrentos na história do
Cerco da Lapa” (CARNEIRO apud PRIORI, 2012, p.31). Com o avanço dos
federalistas, as tropas sitiadas recuavam, mesmo com reforços, não foi suficiente.
Nos primeiros dias de fevereiro, os invasores consolidaram suas posições e os tiroteios não cessavam. As trincheiras restantes foram destruídas e soldados foram mortos. Os chefes e comandantes das tropas, incluindo o General Carneiro, foram executados. No dia 11 de fevereiro, o Coronel Joaquim Lacerda, observando que as tropas legalistas já não tinham nenhuma condição de resistir, assinou o ofício de capitulação da Lapa (PRIORI, 2012, p.31).
Floriano adquiriu equipamentos no exterior para dar um reforço aos legalistas. Com
o avanço dos florianistas, a revolução foi sendo, aos poucos, suprimida. Muitos
revoltosos se exilaram no Uruguai. Porém, esse momento, conforme Silva (apud
Priori, 2012, p.32), deu lugar ao “ódio legalista da revanche”. Ao contrário do que
possamos imaginar, as atrocidades foram cometidas de ambos os lados. Após a
vitória legalista, muitas prisões e mortes aconteceram. A título de exemplo vale
destacar dois episódios: o fuzilamento do Barão de Serro Azul, acusado de ter sido
conivente com os revoltosos em Curitiba, e o decepamento da cabeça de
Gumercindo Saraiva, cujo cadáver foi desenterrado pelos legalistas para cometerem
tal vingança.
E, Priori (2012, p.33) finaliza esclarecendo que, a resolução final do conflito
aconteceu apenas em 1895, quando o Presidente Prudente de Morais selou um
acordo de paz com os federalistas na cidade de Pelotas-RS. Assim, os castilhistas
foram vitoriosos, exercendo poder político no Rio Grande do Sul até a década de
1930. Em termos políticos, o Paraná desenvolveu importante papel no contexto da
Revolução Federalista. A resistência articulada pelo General Carneiro na cidade de
Lapa permitiu que os reforços governistas se organizassem contra os revoltosos,
contribuindo para a manutenção da República presidencialista no Brasil.
Questão de Palmas
Conflito diplomático entre o governo do Brasil e da Argentina entre 1890 a 1895, na
disputa de território da região oeste do Paraná e Santa Catarina que hoje pertence
ao Brasil. Quando tivemos o presidente norte americano Grover Cleveland que foi
arbitrário e deu parecer favorável ao Brasil ficando definida as fronteiras entre os 2
países.
O Barão do Rio Branco esteve à frente chefiando por 10 anos a diplomacia brasileira
e ajudando na soberania do território brasileiro. Em homenagem a Cleveland, o
Estado do Paraná batizou uma cidade de Clevelândia, em homenagem a ele. Neste
episódio de projeção internacional foram consideráveis os trabalhos diplomáticos de
Rui Barbosa, José Maria Paranhos, Barão do Rio Branco e Joaquim Nabuco.
Revoltas Camponesas e os Sindicatos
A partir dos anos 1930, o município de Porecatu, que se localiza no norte do Estado
do Paraná é ocupada por migrantes de várias regiões do país em busca de melhoria
de vida. A colonização ocorreu em pequenas posses de terras por meio do plantio
do café, de culturas alimentares e da criação de porcos. Posteriormente cana-de-
açúcar, associados com o trabalho assalariado.
Com a queda de Vargas em 1945, outro grupo político liderado por Moisés Lupion
entra em ascensão no Paraná em que as elites agrárias ganham força e
estabelecem uma nova divisão de terras, gerando um grande conflito entre os
camponeses posseiros e fazendeiros, grileiros e jagunços apoiados pelo Estado,
que se iniciou em 1945 e terminou em 1951.
Os camponeses se uniram aos comunistas organizando um movimento de
resistência com a luta armada criando o Partido Comunista do Brasil – PCB, uma
Frente Democrática de Libertação Nacional. O envolvimento do PCB se deu por
meio do Comitê Municipal de Jaguapitã, conforme Priori (2012), um dos casos de
vingança se deu com a morte de Celestino, capanga contratado pelos grileiros e
ainda prestava serviço para a Força Policial do Paraná, era acusado pelos posseiros
de vários crimes de estupro, despejo e assassinato. Estavam 18 pessoas
embrenhadas na mata onde executaram Celestino, que teve a morte comemorada e
repercutiu em todo Brasil.
O Estado do Paraná mobilizando uma grande operação militar contando até com o
auxílio da aeronáutica cercaram os camponeses, prenderam muitos deles em
Londrina desfazendo-se a organização camponesa. Este episódio significou uma
ruptura nas relações hierárquicas do campo. A própria população condenou as
atitudes de Lupion pela violência contra os posseiros. O próprio deputado Carlos
Marighella coligou uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI da Câmara para
apurar as denúncias contra os camponeses de Porecatu.
Pode-se dizer que, a partir da experiência de Porecatu, foram criados muitos
sindicatos no Paraná surgindo as primeiras associações de lavradores, precedendo
todas as organizações de ligas camponesas do país, chegando ao número de 12
ligas.
Mesmo com a derrota, Porecatu tornou-se símbolo de uma vitória moral da qual
brotou muitas outras experiências de lutas tornando camponeses e camponesas
protagonistas de sua própria história. Porecatu é na verdade, utopia camponesa da
terra prometida, uma valorização da memória dos que lutaram e morreram por esta
causa.
Depois da Revolta de Porecatu, com a venda de terras do oeste e sudeste do
Paraná para as companhias imobiliárias, colonos e posseiros ficaram incomodados
e muitos conflitos se deram em várias cidades paranaenses, como Pato Branco,
Francisco Beltrão e Santo Antonio, até por volta do ano de 1957 quando se
intensificou mais ainda.
Surgiu em 29 de janeiro de 1956 o primeiro sindicato de trabalhadores rurais do
norte do Paraná, em Londrina, com raio de atuação em vários municípios. Também
foram fundados sindicatos em Nova Fátima, Centenário do Sul e Maringá. Estes
sindicatos discutem sobre as condições de vida e de trabalho, os baixos salários,
unificação dos salários urbanos e rurais e as constantes privações a que eram
submetidos, acabaram possibilitando aos trabalhadores uma identidade de
interesses que até então, não se fazia presente. Os trabalhadores rurais
vislumbravam o sindicato como um veículo de luta, capaz de assegurar os seus
direitos garantidos por lei.
Mas, a identidade de um povo é caracterizada pelo seu modo de se relacionar por
seus hábitos e costumes. Na busca de entender sua própria realidade, as pessoas
criam histórias, mitos e lendas que compõem o folclore.
Em 29 de janeiro de 1956 com a participação de 300 trabalhadores, realizou-se no
Cine Marabá de Londrina, o Congresso de fundação do “Sindicato dos Colonos e
Assalariados Agrícolas de Londrina e Região”. Só no ano de 1962 foram
reconhecidos os sindicatos do norte do Paraná.
De acordo com Priori (2012, p.185), o II Congresso de Lavradores e Trabalhadores
Rurais do Paraná foi realizado na cidade de Maringá nos dias 13, 14 e 15 de Agosto
de 1961, um ano após o I Congresso, realizado na cidade de Londrina. O objetivo
central do Congresso era a preparação dos trabalhadores paranaenses para o I
Congresso da União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil (ULTAB),
que se realizaria no mês de novembro do mesmo ano em Belo Horizonte.
Ao contrário do Congresso de Londrina, marcado por uma discussão tranquila e pacífica, no Congresso de Maringá o processo foi tumultuado e violento. O tumulto e a violência ocorreram pela coincidência (não tão coincidente assim) do lançamento da Frente Agrária Paranaense, que se realizou na cidade de Maringá, nos mesmos dias do Congresso (FOLHA DE LONDRINA apud PRIORI 2012, p.185).
Segundo o Jornal Terra Livre (apud Priori, 2012, p.185), participaram desse
congresso mais de 2.000 delegados oriundos de todo o Estado do Paraná. Mais
uma vez, diversas autoridades locais, bem como deputados estaduais e federais
estiveram presentes. O Presidente da República, Jânio Quadros, fez-se representar
por meio do Líder na Câmara, Deputado Nestor Duarte.
Estiveram presentes, ainda, Francisco Julião, líder das Ligas Camponesas do
Nordeste, e diversos diretores nacionais da ULTAB. Para se ter uma ideia da
importância desse congresso, transcrevemos abaixo o teor do telegrama enviado
pelo Presidente Jânio Quadros aos congressistas, pois o mesmo, além de revelar o
pensamento presidencial em relação aos problemas rurais, ganhou importância
significativa por ter sido redigido 13 dias antes de sua renúncia ao cargo máximo do
país (PRIORI, 2012, p.185).
A Igreja Católica do Paraná procurou intervir de todas as formas para que o Congresso dos trabalhadores não pudesse acontecer. Desde a habitual acusação de ‘comunistas’ até pedidos à polícia e aos poderes públicos constituídos, no sentido de estes impedirem o Congresso (PRIORI, 2012, p.187).
Na noite de 14 de agosto, a organização do Congresso havia estipulado um recesso,
permitindo, aos congressistas e autoridades presentes, uma noite de lazer e
descontração. “Aproveitando-se dessa oportunidade, nessa mesma noite o auditório
onde estava sendo realizado o Congresso foi invadido” (PRIORI, 2012, p.187).
No dia seguinte, mais de 2 mil manifestantes se reuniram nas ruas centrais de Maringá portando cartazes de “repúdio ao comunismo”, às ligas camponesas e ao Congresso. Esses manifestantes eram estudantes das escolas católicas de Londrina, Maringá e Apucarana que vieram com ônibus fretados pelas dioceses para protestarem contra a realização do II Congresso de Trabalhadores Rurais (FOLHA DE LONDRINA; TERRA LIVRE apud PRIORI, 2012, p.188).
As Frentes Agrárias, como a Frente Agrária Paranaense – FAP foi articulada pelos
bispos de Londrina, Jacarezinho, Maringá e Campo Mourão, para destruir a
influência dos comunistas no movimento dos trabalhadores rurais. A FAP foi fundada
no dia 13 de agosto de 1961, na cidade de Maringá, durante uma missa campal
realizada em frente à catedral e, em 1968, desapareceu devido ao golpe militar de
1964, a partir disso a criação de novos sindicatos deixou de existir e com a
impressão do ‘dever cumprido’ (SERRA apud PRIORI, 2012, p.182).
A Guerra do Contestado (1912-1916)
Esta foi mais uma Revolta da República Velha, na qual muitas pessoas não
aceitavam a República, já que esta, pelo entendimento deles, não os beneficiava.
Foi considerado um movimento messiânico, pois, tivemos a presença de alguns
monges que pregavam uma nova forma de viver, uma “monarquia celeste”, onde
tinham um governo próprio, não obedecendo às ordens das autoridades da
República. Fato este ocorrido numa região da fronteira entre o Paraná e Santa
Catarina, em uma região contestada, isto é, disputada entre os dois estados. A vida
econômica nestas terras eram dominadas por grandes proprietários que exploravam
a extração da erva-mate e madeira, e da criação extensiva de gado bovino. Os
posseiros da região viviam de lavoura e da pecuária de subsistência, além da erva-
mate e madeira.
O 1º monge, João Maria de Agostinho, de origem italiana (1844-1870), fez sua
peregrinação, mas não participou do conflito. O 2º monge também se chamava João
Maria de Jesus, surgiu na Revolução Federalista de 1893. Ele fazia previsões e seu
verdadeiro nome era Ataná Marcaf. Era do lado dos Maragatos. O 3º monge foi José
Maria de Santo Agostinho, seu verdadeiro nome era Miguel Lucena Boaventura.
Conforme pesquisas, era desertor do exército. Entre suas curas, destaca-se a
ressurreição de uma jovem, provavelmente vítima de catalepsia e também a cura da
esposa do coronel Francisco de Almeida que tinha uma doença incurável na época.
O então coronel ficou muito grato e lhe ofereceu terra e ouro que foi negado por ele
aumentando sua fama e santidade.
Montou a “farmácia do povo” no rancho de um capataz coronel Francisco Almeida e
fazia suas curas e como sabia ler e escrever, então, anotava as propriedades
medicinais das ervas e atendia a todos gratuitamente. Crescendo sua popularidade
José Maria afirmava que tinha sido enviado pelo monge João Maria para ser o seu
continuador. Seu nome verdadeiro era Miguel Lucena Ventura. Organizou uma
comunidade no Arraial de Taquaruçu que fica próximo a Curitibanos, na propriedade
da terra que era comunitária, não havia trabalho assalariado e era proibido o
comércio, preservando valores da monarquia até o dia em que Dom Sebastião – rei
português morto em 1578 na batalha de Alcácer-Quibir – voltasse à terra para criar
um novo governo de paz. Atacado pela polícia paranaense, eles se deslocaram
para Palmas e o governo paranaense acreditou que seria uma invasão de
catarinenses. O governo iniciou uma campanha de repressão mobilizando até o
exército para combater os revoltosos.
José Maria reuniu mais de 20 mil sertanejos curitibanos, sob o domínio do coronel
Francisco Albuquerque pede reforço contra os rebeldes que proclamavam a
monarquia em Taquaruçu e implantou o paraíso na terra. Quando os revolucionários
atacaram cidades como Curitibanos, os principais alvos eram os cartórios e os
registros de terras que foram incendiados e destruíram também a serraria da
Lumber.
O último reduto de fanáticos era conduzido por Adeodato que muda o reduto – mor
para o Vale de Santa Maria com cerca de 5 mil homens, pela falta de mantimentos
torna-se autoritário – foge, mas acaba se entregando em 1916. Em 1923, ao tentar
fugir da prisão é morto, terminando de vez o conflito, deixando um saldo de 20 mil
mortos.
Em 1890, para interligar São Paulo ao Rio Grande do Sul, o governo iniciou a
construção de uma estrada de ferro, contratando uma empresa norte-americana, a
Brazil Railway Company, que pertencia a Percival Farquhar, que ganha o direito de
explorar 15km de cada lado da ferrovia, expulsando os posseiros.
Faquhar cria também a Souther Brazil Lumber, com o objetivo de extrair madeira e o
direito de revender os terrenos às margens da estrada de ferro, preferencialmente,
aos imigrantes. Esta empresa contratou em torno de 8 mil homens de outros
Estados que, com a estrada concluída em 1910, estes foram demitidos sem terem
nenhum direito.
A Brazil Lumber também construiu duas grandes serrarias, sendo uma em Três
Barras e a outra em Palmas, devastando os pinheirais.
CONHECENDO O NOSSO PARANÁ
Planaltos e Limites do Paraná
O relevo paranaense é dividido em cinco regiões, de acordo com suas
especificidades.
Figura 18: Relevo Paranaense Fonte: http://pt.slideshare.net/aroudus/geografia-do-parana
1. Planície litorânea – é a região do litoral, entre o oceano atlântico e a serra do
mar. São destaques dessa região as cidades de Paranaguá (onde fica o porto),
Antonina, Morretes, Guaratuba e Matinhos.
2. Serra do mar (Oceano Atlântico) – é o conjunto de montanhas próximo ao litoral.
Essas montanhas são formadas por rochas e cobertas pela Mata Atlântica. O ponto
mais alto do estado, o Pico do Paraná, fica na Serra do Órgão.
3. Primeiro planalto ou planalto de Curitiba – é o mais alto (altitudes entre 1300 e
850 metros) e menor (em extensão) dos planaltos. O relevo é ondulado e a
vegetação predominante é a Mata das Araucárias. A capital do estado, Curitiba, fica
nessa região.
4. Segundo planalto ou planalto de Ponta Grossa – as altitudes variam entre 1200 e
300 metros. O relevo é ondulado e a vegetação é composta por Araucárias e
campos. As principais cidades da região são Ponta Grossa e São Mateus do Sul.
5. Terceiro planalto ou planalto de Guarapuava – é o maior dos planaltos em
extensão. As altitudes variam entre 1200 e 900 metros. Nessa área a vegetação
original (Floresta Tropical e Mata das Araucárias) quase não existe mais. Em seu
lugar são encontradas plantações e pastos. As principais cidades são Maringá, Foz
do Iguaçu e Guarapuava.
Símbolos do Paraná: Bandeira; Hino; Brasão.
Bandeira
Figura 19: Bandeira do Estado do Paraná
Fonte: http://www.suapesquisa.com/estadosbrasileiros/bandeira_parana.htm
Hino do Paraná
Estribilho
Entre os astros do Cruzeiro,
És o mais belo a fulgir
Paraná! Serás luzeiro!
Avante! Para o porvir!
I
O teu fulgor de mocidade,
Terra! Tens brilho de alvorada
Rumores de felicidade!
Canções e flores pela estrada.
II
Outrora apenas panorama
De campos ermos e florestas
Vibra agora a tua fama
Pelos clarins das grandes festas!
III
A glória... A glória... Santuário!
Que o povo aspire e que idolatre-a
E brilharás com brilho vário,
Estrela rútila da Pátria!
IV
Pela vitória do mais forte,
Lutar! Lutar! Chegada é a hora.
Para o Zenith! Eis o teu norte!
Terra! Já vem rompendo a aurora!
Composição: Bento Mossurunga / Domingos Nascimento Fonte: http://www.pmpr.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=228
Brasão
Figura 20: Brasão do Paraná Fonte: http://almyrcarlos.blogspot.com.br/2012/04/brasao-do-parana.html
Símbolos de Identificação do Paraná: Gralha azul; pinhão; pinheiro do Paraná;
ópera de arame; Cataratas; Itaipu; Vila Velha.
Gralha Azul
Figura 21: Gralha Azul. Fonte: http://www.professorzezinhoramos.com/2013/07/lenda-da-gralha-azul.html
Pinhão
Figura 22: Pinhão Fonte: http://wp.clicrbs.com.br/viverbem/2014/05/20/pinhao-um-alimento-rico-em-fibras-e-potassio/
Pinheiro
Figura 23: Pinheiro do Paraná. Fonte: http://www.cultura.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=29
Ópera de Arame
Figura 24: Ópera de Arame.
Fonte: http://arquitetandonanet.blogspot.com.br/2010/08/opera-de-arame-curitiba-parana-brasil.html
Cataratas do Iguaçu
Figura: 25: Cataratas do Iguaçu Fonte: http://cataratasdoiguacu.com.br/portal/fotos.aspx
Itaipu
Figura 26: Itaipu Fonte: http://giovanifoz.com.br/blog/foz-do-iguacu-itaipu-binacional-circuito-especial/
Vila Velha
Figura 27: Parque Estadual de Vila Velha Fonte: http://www.portalcomunicare.com.br/parque-estadual-de-vila-velha-tem-foco-na-
preservacao-ambiental-3/
Mapa do Paraná
Figura 28: Mapa do Paraná e seus Municípios. Fonte: http://www.direito.mppr.mp.br/modules/noticias/article.php?storyid=270
Principais Rios do Paraná: Rio Paraná; Rio Paranapanema; Rio Iguaçu; Rio Tibagi;
Rio Ivaí; e, Rio Piquiri.
Figura 29: Principais Rios do Paraná. Fonte: http://amapadopassauna.blogspot.com.br/p/aquifero-karst.html
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