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MANUALBOAS PRÁTICASPARA CULTURAS EMERGENTES

A CULTURA DA AMÊNDOA

Pensar Global,pela Competitividade,Ambiente e Clima

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A CULTURA DA AMÊNDOA

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Ficha técnica

Título: Manual Boas Práticas para Culturas Emergentes

A Cultura da Amêndoa

Autor: Associação dos Jovens Agricultores de Portugal

Lisboa | 2017

Grafismo e Paginação: Miguel Inácio

Impressão: GMT Gráficos

Tiragem: 250 ex.

Depósito Legal: 433098/17

ISBN: 978-989-8319-16-6

Distribuição Gratuita

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Índice

Introdução

1 - Origem

2 - Taxonomia e Morfologia

3 - Requisitos Edafoclimáticos3.1 - Clima

3.1.1 - Temperatura3.1.2 - Precipitação3.1.3 - Humidade Relativa3.1.4 - Vento

3.2 - Solos

4 - Ciclo Vegetativo4.1 - Floração4.2 - Desenvolvimento do fruto4.3 - Desenvolvimento vegetativo

5 - Material Vegetal5.1 - Variedades5.2 - Porta-enxertos

6 - Particularidades do Cultivo6.1 - Escolha da parcela6.2 - Preparação do terreno6.3 - Plantação6.4 - Desenho de plantação6.5 - Fertilização6.6 - Rega6.7 - Poda

7 - Pragas e Doenças7.1 - Pragas7.2 - Doenças

8 - Colheita

9 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

Bibliografia

Pensar Global, pela Competitividade, Ambiente e Clima

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Introdução

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Introdução

No âmbito da candidatura �Pensar Globalpela Competitividade, Ambiente e Clima�,inserida na operação 2.1.4 � Ações deInformação, com o objetivo de reunir, divul-gar e disseminar informação técnica, organi-zacional e de mercados, valorizando oambiente e o clima, foi definido como metaa elaboração de um conjunto de elementosnos quais se inclui o presente �Manual deBoas Práticas para Culturas Emergentes�.

Este manual, a par dos outros elementosprevistos neste projeto, visa dotar os agen-tes do setor agrícola, em particular os as-sociados da AJAP, de um conhecimentomais aprofundado sobre 15 culturas emer-gentes aliadas às boas práticas agrícolas.

A cultura da amêndoa insere-se no referidoconjunto de culturas consideradas emer-gentes, o qual foi aferido através da realiza-ção de inquéritos a nível nacional, por partedos técnicos da AJAP, junto de organismose instituições de referência do setor, tendoem conta a atual conjuntura, ou seja, consi-derando as culturas que se destacam pelacomponente de inovação aliada à rentabili-dade da exploração agrícola, aumentandoassim a competitividade do setor.

Para a elaboração deste manual, foram con-sultadas diferentes fontes bibliográficas,bem como produtores e especialistas quecontribuíram de forma determinante paraa valorização da cultura da amêndoa.

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1 - Origem

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1- Origem

A amendoeira é uma cultura tipicamentemediterrânica cuja origem se situa nasregiões montanhosas da Ásia Central (Irão,Tadjiquistão, Afeganistão e oeste do Paquis-tão). A amendoeira cultivada poderá terresultado do cruzamento entre espéciesselvagens (Prunus fenzliana, P. bucharica, P.

kuramica e outras), ou pela domesticaçãode populações de P. communis L..

Independentemente da sua origem, adisseminação desta cultura foi facilitadapelo facto de a semente ser ao mesmo tem-po a unidade de propagação e a partecomestível. Dessa forma a cultura foi distri-buída, através das rotas comerciais, a todasas principais civilizações primitivas. Terãosido os fenícios que a disseminaram portoda a bacia mediterrânica, da ilha de Cretaà Península Ibérica, embora seja difícil dedatar a chegada da amendoeira atual àsencostas mediterrânicas.

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Autóctone (incl. archaeophytes)Introduzida (status desconhecido)Cultivada em larga escala

Fonte: Botanical Museum, Helsinki, Finland 2016 Data from BGBM, Berlin-Dahlem, Germany

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2 - Taxonomia e Morfologia

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2 - Taxonomia e Morfologia

A amendoeira, cientificamente designadapor Prunus dulcis (Mill.) D. A. Webb, é umaárvore da família das Rosaceae e do géneroPrunus. Ao longo dos anos foi tendo váriasdesignações embora, segundo a Flora Euro-

pae (Euro+Med PlantBase) considera-seaceite a designação de Prunus dulcis (Mill.)D. A. Webb e consideram-se sinónimos prati-camente todas as outras denominações jáutilizadas.

Segundo a mesma fonte, a classificaçãobotânica da amendoeira é:

Família � Rosaceae; Subfamília �Prunoideae; Género � Prunus L.;Subgénero � Amygdalus (L.) Focke;Espécie � Prunus dulcis (Mill.) D. A. Webb.

Em termos de morfologia é uma árvore defolha caduca com 4 a 6 m de altura em condi-ções de cultivo. Apresenta um sistemaradicular com raízes fortes que se desenvol-vem em amplitude e profundidade, poden-do, em condições muito favoráveis, chegaraté aos 4 metros de profundidade e a 10 �12 m desde o tronco da árvore. A utilizaçãode porta-enxertos faz com que o sistemaradicular, na sua forma, ramificação e desen-volvimento, dependa do porta-enxertoutilizado.

A árvore apresenta um tronco liso quandoé jovem, tornando-se rachado ao longo dotempo, sendo esta uma característica daespécie.

As flores são hermafroditas, embora nasvariedades tradicionais sejam auto-incom-patíveis, o que determina, nestas variedades,a necessidade do recurso a polinização cru-zada e do cultivo simultâneo de pelo menosduas variedades diferentes. Em contrapon-to, as variedades plantadas recentementeforam desenvolvidas como auto-férteis,diminuindo a dependência do uso de insetospolinizadores, embora estudos apontempara o facto de que a presença destes pode-rem beneficiar a produção final.

O fruto é uma drupa, de forma ovoide-oblon-ga, apresentando exocarpo, mesocarpo eendocarpo que contém no seu interior asemente.

A semente é constituída por dois cotilédonese um embrião, sendo esta o produto deconsumo, e está revestida pelo tegumento(pele ou película) mais ou menos liso, poden-do apresentar vários tons de castanho.

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3 - Requisitos Edafoclimáticos

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3 - Requisitos Edafoclimáticos

3.1 - Clima

A amendoeira tradicional é uma cultura queapresenta uma grande capacidade deadaptação a condições muito diversas,sendo uma espécie muito rústica, pelo queconsegue suportar temperaturas elevadasno verão e temperaturas muito baixas noinverno, além de prolongados períodos deseca e cultivo em solos muito pobres. Noentanto, nestas condições as suas produti-vidades serão consideravelmente menores.Refira-se que nas variedades com maiorexpressão de plantação recente, por seremenxertadas em porta-enxertos desenvol-vidos para regadio, a tolerância à falta deágua é muito diminuta.

Os factores climáticos que mais influenciama adaptação e produtividade da cultura sãoa temperatura, a precipitação, a humidaderelativa e o vento.

3.1.1 - Temperatura

Considera-se que o intervalo de temperaturaótimo para o desenvolvimento da atividadefotossintética se situe entre 25°C e 30°C,verificando-se grande redução para tempe-raturas inferiores a 15°C ou superiores a 35°C.

As necessidades em horas de frio para quese inicie o período vegetativo e tenha lugaruma correta floração e frutificação, ou seja,

o número de horas com temperaturas infe-riores a 7°C, variam dependendo da varie-dade, entre 100 a 400 horas, não sendo porisso uma cultura muito exigente.

Por outro lado, durante o período de repou-so invernal a amêndoa é bastante resistenteao frio, podendo suportar temperaturasinferiores a -15°C. O mesmo não acontecequando os diferentes órgãos da árvore estãoformados, como por exemplo os frutos vin-gados, as flores e as gemas inchadas, osquais são bastante suscetíveis às geadas,havendo necessidade de escolher as varieda-des de modo que o período de formaçãodestes órgãos não coincida com o períodode maior risco de ocorrência de geadas.

3.1.2 - Precipitação

A água é uma das principais limitações daagricultura em clima mediterrânico, umavez que além de se verificar um elevadodéficit hídrico durante o verão, parte daprimavera e outono, também ocorrem porvezes anos consecutivos de seca em que asprecipitações diminuem drasticamente. Ocultivo da amêndoa adapta-se bem ao sis-tema de cultivo de sequeiro, necessitandoentre 300 a 600 mm de pluviosidade porano, embora a rentabilidade seja garantidapara valores a partir de 600 mm. Refira-sea importância não só da quantidade, mastambém da distribuição da precipitação,pois como referido anteriormente, o climamediterrânico carateriza-se por períodos

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de ausência de precipitação nos meses demaiores necessidades hídricas da cultura(junho, julho e agosto). Pelo atrás exposto,as produtividades nesta cultura beneficiamlargamente com a implementação do siste-ma de regadio.

3.1.3 - Humidade Relativa

A humidade relativa (HR) é um factor muitoimportante na medida em que valoresextremos induzem o fecho estomático cominfluência direta na atividade vegetativa ereprodutiva das plantas. Valores elevadosde HR favorecem o aumento da ocorrênciade doenças, em particular das causadas porfungos. A HR dentro de uma plantação podeser minimizada, em parte, através do aumen-to da ventilação dentro da plantação, medi-ante técnicas de cultivo, como o desenhoda plantação e dos sistemas de conduçãodas árvores (poda).

3.1.4 - Vento

Um dos efeitos negativos dos ventos fortesdecorre do aumento da taxa de transpira-ção, o que provoca stress hídrico nas árvo-res. Por outro lado, a formação das árvoresé difícil em zonas com ventos fortes fre-quentes. O efeito negativo dos ventos fortesna polinização decorre do facto da atividadedas abelhas diminuir ou mesmo cessar porcompleto nestas condições. Por outro lado,ventos fortes podem provocar danos físicosnas árvores, como a queda de flores e frutos,

quebra de ramos e queda de árvores.

A colocação de tutores permite o estabeleci-mento das árvores nos primeiros anos, emzonas onde se verifiquem ventos fortes efrequentes. De igual forma, sempre quepossível, o desenho da plantação deve terem conta a direção dos ventos dominantesque permita a circulação do vento.

3.2 - Solos

No que se refere aos solos, a amendoeiraé uma cultura que prefere solos franco--arenosos, apesar de também produzirem solos francos. São prejudiciais ossolos muito pesados por poderemapresentar problemas de encharca-mento, já que a amendoeira é sensível àasfixia radicular e é muito suscetível aosataques de Armillaria e Phytophthora.

A amendoeira pode ser cultivada emsolos pouco profundos embora quantomaior for a profundidade efetiva do soloque as raízes possam explorar, maior odesenvolvimento radicular e, consequen-temente, maior a disponibilidade de águae nutrientes para a planta, melhorandoo seu estado vegetativo e produtivo. Deforma a ultrapassar esta questão, emsolos pouco profundos, pode instalar-sea cultura em camalhões de modo aaumentar a profundidade do solo explo-rável pelas raízes bem como minimizarproblemas de encharcamento.

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4 - Ciclo Vegetativo

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4 - Ciclo Vegetativo

A longevidade da amendoeira variaconsoante estejamos perante uma plan-tação instalada segundo o sistema tradici-onal ou se, pelo contrário, a plantação forinstalada em sistema intensivo. No primeirocaso podemos encontrar árvores comidades médias de 50 a 60 anos e até cente-nárias, enquanto que no segundo caso, avida económica das árvores é bastanteinferior. Decorrente das variedades obtidase dos porta-enxertos utilizados, as planta-ções iniciam a produção ao 2º/3º ano e emsituações ótimas podem atingir a plenaprodução ao 5º/6º ano, sendo a vida útil dosamendoais muito inferior aos tradicionais.

Em termos de ciclo vegetativo anual pode-mos considerar que, de uma forma geral,na amendoeira temos o repouso invernal eo período de atividade vegetativa.

O repouso invernal corresponde ao períodoentre a queda das folhas (paragem vegetati-va outonal) até ao início da atividade vege-tativa no fim do inverno. Já o período deatividade vegetativa tem início no fim do in-verno, com os primeiros sinais de atividadeaté à queda das folhas. É nesta fase que sediferenciam os vários órgãos da árvore noque se designa por estados fenológicos daamendoeira relativos à floração, desenvolvi-mento do fruto e desenvolvimento vege-tativo.

4.1 - Floração

A floração na amendoeira é influenciadapor quatro factores principais: a polinização,a precipitação, o vento e as geadas.

Manual Boas Práticas para Culturas Emergentes A Cultura da Amêndoa

Estados fenológicos da amendoeira, relativos à floraçãoe ao desenvolvimento do fruto

Fonte: A Amendoeira. Monteiro A.M. et al (2003)

Eabertura

da flor

Hfruto

vingado

Fplena

floração

Gqueda

das pétalas

Ifruto

jovem

Lfruto

maduro

Jfruto

desenvolvido

Kfruto

deiscente

Agema

de inverno(botão floralem repouso)

Daparecimento

dacorola

B gema

inchada(botão floral

inchado)

Caparecimento

docálice

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

As variedades autoférteis e tardias nafloração são sem dúvida as mais adap-tadas às condições específicas do nossoclima, caraterizado por invernos rigoro-sos com bastante ocorrência de chuva evento durante os meses de janeiro efevereiro. (Daniel Montes, 2017)

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As variedades tradicionais de amêndoa sãoauto-incompatíveis, sendo por isso neces-sária a polinização cruzada para se produziruma colheita rentável. Neste caso deve serprojetada a plantação com pelo menos 2variedades inter-compatíveis de floraçãosimultânea. Sendo a polinização entomófila,devem utilizar-se abelhas domésticas nosentido de potenciar a polinização, devendocolocar-se entre 4 a 8 colmeias por hectaree tendo o cuidado de selecionar polinizado-res que coincidam plenamente com afloração da variedade pretendida. No casodas variedades recentemente desenvolvi-das, como referido anteriormente, apesardo facto de serem auto-férteis ter diminuídoo impacto do uso de insetos polinizadores,poderá ser benéfico a sua utilização para aprodução final.

Tanto no sistema tradicional como no siste-ma moderno, o clima é um aspeto determi-nante para a polinização, nomeadamentea intensidade do vento, a precipitação, atemperatura e a humidade, pelo impactoque desempenham na atividade das abe-lhas, assim como na abertura das flores ena libertação e disponibilidade do pólen.

No caso das abelhas o seu papel não é tãoevidente no sistema moderno, mas a suapresença pode beneficiar em muito, mesmoas variedades auto-férteis. Neste sentidoquando se verificam condições climáticasadversas como ventos fortes (superiores a

24 km/h), precipitação e temperaturasinferiores a 10 � 12°C as abelhas diminuemou cessam por completo a sua atividade,comprometendo dessa forma a polinizaçãoe, consequentemente, a floração.

As geadas são um problema recorrente emmuitas regiões do interior, mas também nasáreas costeiras podem ocorrer fenómenosde geadas no momento da floração ou ime-diatamente depois, o que em alguns casospode anular completamente a colheita.

De forma a superar o problema das geadas,podem-se tomar precauções no caso denovas plantações, na forma de estudosprévios à seleção do local de plantação queacautelem este problema, ou em alternativa,na adoção de medidas dentro da plantaçãoque minimizem o impacto das geadas. Noentanto, a principal medida contra as geadasé a escolha de variedades cujo período defloração/frutificação não coincida com operíodo de maior risco de ocorrência de ge-adas, nomeadamente através da opção porvariedades de floração tardia.

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Manual Boas Práticas para Culturas Emergentes A Cultura da Amêndoa

4.2 - Desenvolvimento do fruto

No final da floração dá-se a queda daspétalas, os estiletes e os estames murchame dá-se início ao desenvolvimento dos frutos.Quando o fruto fica próximo do tamanhodefinitivo e se produz a lenhificação do en-docarpo e a formação dos cotilédones,considera-se o fruto desenvolvido. Esta faseocorre cerca de 10 � 12 semanas após a flora-ção (abril/maio) e a maturação ocorre porvolta das 25-30 semanas (agosto/setembro).

4.3 - Desenvolvimento vegetativo

O desenvolvimento das folhas tem inícioapós a queda das pétalas, juntamente como início do dos frutos (março a abril). A que-da das folhas ocorre normalmente quandoo fruto está maduro e pronto para a colheitae consiste numa defesa da árvore à seca.Nesta altura tem início o repouso invernal,

que corresponde ao período de abro-lhamento durante o qual são necessárias,dependendo das variedades, de 100 a 400horas de frio (com temperatura inferior a7°C).

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Flores Formação de frutos Crescimento embrião Maturaçãoe inícioendurecimentoda casca

AtividadeRadicular

Indução eDiferenciação Floral

DesenvolvimentoVegetativo

DesenvolvimentoFlores e Frutos

QuedasFisiológicas

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Indução Diferenciação

Folhas e brotos Formação gemas Queda das folhas

Primeira 2ª 3ª

jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez

Flores Formação frutos Maturação

Crescimentoe início endurecimentocasca

Fonte: El Almendro. Manual Técnico. Muncharaz Pou, M. (2004)

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5 - Material Vegetal

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5 - Material Vegetal

5.1 - Variedades

A escolha das variedades de amendoeiraadequadas às condições edafoclimáticas dolocal onde se pretende instalar a plantaçãoé de primordial importância, tal como paraqualquer cultura perene, uma vez que essaescolha determinará a viabilidade econó-mica da plantação.

Os principais aspetos a considerar na escolhade variedades são: a fenologia, a compatibi-lidade, vigor e porte, a facilidade de poda,a resistência a pragas e doenças, a produtivi-dade e as características do fruto.

A amendoeira é uma das espécies comfloração mais precoce, sendo este o motivopara que uma das principais causas de perdade colheita seja devida aos danos causadospelas geadas antecipadas. A seleção emplantações plurivarietais auto-incompatíveisde variedades não coincidentes na data defloração também causa problemas na poli-nização e perdas na colheita. Assim a épocade floração é um aspeto a ter em conta naseleção varietal.

Nas tabelas seguintes indicam-se as datasde floração e de maturação de algumas varie-dades de maturação tardia, decorrentes deensaios realizados em Espanha, na regiãode Badajoz.

Calendário de floração das variedades. Período 2010-2016

Fonte: Revista de Fruticultura nº 52 novembro/dezembro 2016

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Calendário de maturação das variedades. Período 2012-2016

Fonte: Revista de Fruticultura nº 52 novembro/dezembro 2016

Em Portugal as variedades utilizadas nagrande maioria dos pomares pertencem àclassificação dura. Em termos de rendi-mento considera-se que este é tanto maiorquanto menor for a dureza da casca.

A seguir descrevem-se algumas dasvariedades atualmente mais indicadas paraas condições do nosso território:

Penta � variedade de baixo vigor, fácil depodar e sensível à mancha ocre. Variedadede floração bastante tardia, pelo que éindicada para regiões com risco de ocor-rência de geadas.

Belona � variedade de elevado vigor, defloração tardia e maturação precoce. É umavariedade auto-fértil, de casca dura e boacapacidade produtiva.

Soleta � variedade de elevado vigor, defloração tardia. Muito produtiva e muitofácil de formar. Não se trata de uma varie-dade que mantenha picos produtivos muitoaltos nem muito baixos, ao invés mantémsempre um nível muito aceitável de produ-ção. Pode apresentar alguma sensibilidadeà antracnose (Colletotrichum acutatum) e àmancha ocre.

Tipo de casca

Muito dura

Dura

Semi-dura

Semi-frágil

Frágil

Rendimento

ao descasque (%)

< 25

25-35

35-45

45-55

> 55

Exemplo

Marcona

Cristomorto

Ferragnès

Morskoy

Nonpareil

Fonte: El Almendro. Manual Técnico. Muncharaz Pou, M. (2004)

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Manual Boas Práticas para Culturas Emergentes A Cultura da Amêndoa

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Marinada � variedade de baixo vigor,apresentando elevada precocidade deentrada em produção, embora não man-tenha níveis altos de produção nos anossubsequentes. Apresenta floração muitotardia e sensibilidade à mancha ocre.

Vayro � variedade muito vigorosa de flora-ção abundante e tardia, apresentando umagrande queda de flores abertas, o que causagrande impacto nos agricultores. No entanto,apesar da elevada queda de flores a produ-tividade desta variedade é bastante elevada.Apresenta elevada tolerância à mancha ocre.

Guara - variedade autofértil de floração mui-to intensa e tardia e maturação precoce.Rendimento em grão entre 32 a 36%. Frutocom casca dura e mucronada, e sementebastante alongada. Vigor médio e porteaberto, fácil de formar e de podar. Apresen-ta relativa resistência ao frio, embora sejasensível a doenças fúngicas.

Lauranne � variedade autofértil de flora-ção tardia e maturação precoce. Rendi-

mento em grão entre 30 a 35%. Fruto decasca dura de tamanho médio a pequeno.Árvore vigorosa quando jovem, caracte-rística que decresce com a idade. Tem umarápida entrada em produção, é bastanteprodutiva e é pouco sensível ao Fusicoccum.

Antoñeta � variedade autofértil, de floraçãotardia e abundante, em que a flor apresentacerta resistência ao frio. Maturação precoce.Rendimento em grão entre 32 a 35%. Frutode casca dura e forma arredondada. É umaárvore rústica que apresenta uma rápidaentrada em produção.

5.2 - Porta-enxertos

Denomina-se porta-enxerto o materialvegetal que configura a componente sub-terrânea da árvore, onde será enxertada avariedade (parte aérea), que irá formar otronco, ramos, folhas, flores e frutos.

Podem-se indicar as seguintes influênciasdo porta-enxerto sobre a amendoeira:

� VIGOR e PORTE - podem, mesmo, classificar-se os porta-enxertos segundo o vigor e porte que induzem à árvore em:ananicantes, pouco vigorosos, medianamente vigorosos, vigorosos e muito vigorosos;

� ENTRADA EM PRODUÇÃO - trata-se de uma influência pouco relevante;

� PRODUTIVIDADE - também para este aspeto, não tem grande significado o tipo de porta-enxerto;

� FRUTOS (tamanho e qualidade) - é um dos aspetos mais importantes a ter em conta na seleção de porta-enxertos clonais;

� PRECOCIDADE NA MATURAÇÃO - a influência do porta-enxerto é de reduzido significado;

� SENSIBILIDADE A DETERMINADOS FATORES LIMITANTES DO SOLO - é provavelmente a característica mais marcante paraa escolha do porta-enxerto;

� RESISTÊNCIA AO FRIO - não sendo um aspeto com influência notória, é de considerar pelo atraso que pode induzir noabrolhamento;

� LONGEVIDADE DA PLANTA - constituindo o porta-enxerto metade da árvore, é, naturalmente, uma condicionante aocomportamento da vida da planta.

Fonte: A Amendoeira. Monteiro A.M. et al (2003)

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Tipo de cultivo

SEQUEIRO

Solos profundos e bem drenados

Solos mais fortes: francos

REGADIO

Solos profundos e bem drenados

Solos francos

Solos franco-argilosos

Compatibilidade do enxerto

Francode amendoeira

X

Não conveniente

X

Não conveniente

Não conveniente

Muito boa

Francode pessegueiro

Não conveniente

Não conveniente

X

X

Não conveniente

Muito boa

Pessegueirox amendoeira

X

X

X

X

X

Muito boa

Ameixeira decrescimento lento

Não conveniente

Não conveniente

X*

X*

X*

Variável

PORTA-ENXERTOS

X: porta-enxerto de possível utilização

X*: deve conhecer-se a compatibilidade entre porta-enxerto e a variedade eleita

Fonte: A Amendoeira. Monteiro A.M. et al (2003)

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

A correta seleção de variedades e porta--enxertos é crítica para o sucesso da plan-tação. Devemos ter muito cuidado como tema da humidade atmosférica e dosolo e a suscetibilidade das diferentesvariedades a problemas fúngicos. Alémdisso deve ser considerado o tema dovigor e hábitos de frutificação quandoselecionamos as densidades de planta-ção. (Daniel Montes, 2017)

Porta-enxertos indicados de acordo com as condições de cultivo do solo

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6 - Particularidades do Cultivo

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6 - Particularidades do Cultivo

6.1 - Escolha da parcela

Em termos do tipo de solo, a amendoeiradesenvolve-se melhor em solos soltos ebem drenados, do que em solos compactose argilosos. Deve-se igualmente privilegiarparcelas que se localizem em zonas maisaltas e arejadas, de modo a evitar as geadasprimaveris que normalmente ocorrem naszonas baixas de vales onde se acumula oar frio.

6.2 - Preparação do terreno

Na preparação do terreno deve-se emprimeiro lugar efetuar os trabalhos denivelamento e de drenagem sempre quese verifiquem problemas de acumulaçãode água no terreno, uma vez que a culturaé muito sensível à asfixia radicular. Devemtambém ser construídos os caminhosnecessários à circulação das máquinasdentro da exploração.

No caso de se pretender instalar o pomarem zonas previamente cultivadas, deve-seeliminar os restos das culturas anterioresuma vez que a amendoeira apresentagrande suscetibilidade a doenças fúngicasradiculares veiculadas principalmente poroutras árvores fruteiras e espécies florestais.Do mesmo modo, terrenos que tenhamsido utilizados para a produção de culturas

anuais (solanáceas, cucurbitáceas, etc.)transmissoras de doenças fúngicas devemser evitados.

Com a antecedência adequada devem serefetuadas operações de mobilização emprofundidade como a ripagem, com vistaa expor os materiais removidos, como osraizames, e promover uma melhor retençãodas precipitações outonais. Após estaoperação realizam-se as fertilizações defundo ou fertilizações de plantação com oobjetivo de colocar à disposição das raízesos nutrientes.

Posteriormente deve-se realizar operaçõessuperficiais do solo, destruição de infestan-tes e de eventuais restos de culturas, o quepode ser realizado com recurso a controloquímico ou mecânico.

Dependendo das características do solocomo por exemplo, no caso de solos maispesados ou pouco profundos, poderá insta-lar-se a cultura em camalhões, o que permi-te aumentar o volume de solo explorávelpelas raízes e, por outro lado, diminuir ahumidade na zona das raízes.

6.3 - Plantação

A época de plantação mais indicada para aamendoeira compreende o período derepouso vegetativo, antes do aparecimentodos primeiros botões florais. O período ideal

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situa-se entre meados de novembro e mea-dos de janeiro, no caso de se tratar de raiznua. Quando se utiliza plantas em vasopodemos plantar até à primeira quinzenade outubro.

6.4 - Desenho de plantação

A conceção e estrutura de plantação devemter em consideração não só as condiçõesedafo-ecológicas, como também o vigorda variedade, características do porta--enxerto, o posterior arejamento, disposiçãosoalheira do pomar, o nível de mecanização,o tipo de colheita e se a plantação se realizaem sequeiro ou regadio.

As linhas devem ser preferencialmenteorientadas no sentido Norte-Sul, não sópara garantir a maximização da exposiçãosolar do pomar como para defesa em rela-ção aos ventos frios e geadas.

Podem-se considerar 3 tipos de sistemasde produção na amendoeira: o tradicional,o intensivo e o superintensivo. O sistemaintensivo é o mais difundido no que se refereàs plantações mais recentes, podendo-seconsiderar os compassos entre os 7 x 6 me 6 x 4 m, como os que apresentam osmelhores resultados demonstrados paraas nossas condições, correspondendo adensidades entre 238 a 416 árvores porhectare.

Recentemente tem-se vindo a estudar ocomportamento de plantações de amên-doa de alta densidade (superior a 1.000árvores por hectare). Os ensaios contem-plam a utilização de porta-enxertos poucovigorosos, sistemas de formação e podaadequados a este sistema e a colheita comrecurso às máquinas de colheita utilizadaspara olival. Este tipo de plantação apresentaainda algumas incertezas, desconhecendo--se o seu comportamento a médio e longoprazo.

Em relação à distribuição das variedadesno terreno para pomares de variedades au-toférteis deve ter-se em atenção a épocade maturação das diferentes variedades demodo a facilitar a colheita. No caso de po-mares de variedades autoestéreis deve ter--se o cuidado de associar a(s) variedade(s)principal(ais) com as polinizadoras compatí-veis (na época de floração e pólen). Umasugestão de distribuição poderia ser umalinha de uma variedade polinizadora, duasde variedades principais e uma terceira deoutra polinizadora.

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Na tabela seguinte sintetizam-se os critérios gerais que se podem seguir para arestituição de nutrientes e micronutrientes por via da fertilização:

Elemento nutritivo

Azoto (N)

Fósforo (P2O5)

Potássio (K2O)

Cálcio (CaO)

Magnésio (MgO)

Ferro (Fe)

Manganês (Mn)

Zinco (Zn)

Imobilizado

40

6

30

30

4

1,5

0,5

0,8

Produção 1000 kg/ha amêndoa com casca

Aporte fertilização

30

20

40

20

Extração

10-20

1,5-2,5

13-15

1,5-2,5

0,8-1,0

0,4-0,6

0,04-0,006

0,1-0,3

Produção 4000 kg/ha amêndoa com casca

Extração

40-80

6-10

52-60

6-10

3,2-4,0

1,6-2,4

0,16-0,24

0,4-0,12

Aporte fertilização

90

50

100

50

Fonte: El Almendro. Manual Técnico. Muncharaz Pou, M. (2004)

6.5 - Fertilização

A fertilização tem como objetivo aotimização da produtividade do pomar.O azoto é o nutriente que mais frequen-temente limita a produção das culturasuma vez que se trata do nutriente fun-damental para o crescimento e vigor daárvore, enquanto que a sua falta se refle-te no equilíbrio vegetativo em geral e oseu excesso leva a um forte crescimento,o que penaliza o rendimento e conduza induções florais fracas e de baixa quali-dade.

Já o fósforo é um nutriente muito impor-tante para a formação das flores e dos

jovens frutos, favorecendo igualmenteo desenvolvimento vegetativo e a estabi-lidade do sistema radicular. A sua aplica-ção deve ser uma única vez no inverno,durante o repouso vegetativo quer emtodo o terreno quer ao longo da linhade plantação.

O potássio é importante para a qualidadedos frutos, sendo muito móvel, quer naplanta quer no solo e rapidamentefixado. Apesar da grande maioria dossolos cultivados apresentarem concen-trações elevadas deste nutriente, eleencontra-se em formas não assimiláveis,daí a necessidade de fornecer este ele-mento aos solos.

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Para o estabelecimento de um plano anualde fertilização que responda às neces-sidades das plantas, o melhor diagnósticoé através da análise foliar e análises de solo,complementado com dados adicionaiscomo, observações no campo que permi-tam aferir sobre o estado vegetativo eprodutivo das plantas.

6.6 - Rega

A amendoeira tradicional caracteriza-sepela sua grande resistência à seca. Tratando--se de uma árvore de folha caduca é estemecanismo fisiológico que lhe permite sercultivada em zonas semi-áridas, ao perderparte da folhagem durante a fase de cres-cimento.

A cultura da amêndoa tradicional respondemuito bem à irrigação, tendo sido demons-trado o aumento de produtividade, che-gando mesmo a triplicar a sua produção ea aumentar, substancialmente, o rendimen-to à britagem. A rega promove o crescimen-to e volume da árvore e consequentementeo número de flores e de frutos, sendoigualmente importante para o desenvolvi-mento e entrada em produção rápida dasjovens plantas.

Pelo contrário a carência hídrica tem umefeito negativo na frutificação, pelas con-sequências que tem na diferenciação florale consequentemente no aumento de flores

malformadas, para além dos efeitos con-dicionadores ao nível da qualidade comer-cial e nutritiva do fruto.

Como referido anteriormente, plantaçõescom variedades com porta-enxertos origi-nários do pessegueiro e ameixeira, nãodevem ser instaladas em sistema de se-queiro, podendo eventualmente ser pre-conizado um regadio deficitário.

O período crítico onde se verificam asmaiores necessidades hídricas está com-preendido entre o início do enchimento dofruto e a fase em que alcança o comprimen-to definitivo. As necessidades diminuemnos períodos anteriores e posteriores aoindicado embora a rega não deva sersuprimida na totalidade, sendo de grandeimportância a rega pós-colheita.

Em pomares modernos e utilizando os porta--enxertos mais recentes em rega gota-a--gota estima-se um consumo médio de5.000-6.000 m3/ha para se conseguir umaboa resposta à rega, contando que a regaé aplicada no momento adequado e deforma correta, o que promove aumentosde produção consideráveis, podendo-seatingir produções superiores a 2.000 kg demiolo de amêndoa por hectare.

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6.7 - Poda

Através desta técnica é possível modificaros hábitos de crescimento natural da árvore,de modo a obter e manter uma estruturaque permita atingir rapidamente o máximopotencial de produção e o máximo de lon-gevidade do pomar, para além de facilitara execução das diversas práticas culturaisdentro da plantação.

Podemos considerar diferentes sistemasde poda tendo em conta o ciclo vegetativoanual e o ciclo de vida da árvore. Assim,durante o ciclo anual distingue-se a podaem verde e a de inverno e durante o ciclode vida realizam-se a poda de plantação,formação, produção e rejuvenescimento:

� poda em verde � realizada durante operíodo de atividade vegetativa daárvore, incidindo sobre os ramos doano, mediante desbaste e rebaixa-mento;

� poda de inverno � realizada quando aárvore se encontra em repouso vege-tativo invernal, incidindo em qualquertipo de ramo, com cortes de desbastee rebaixamento (eliminando total ouparcialmente os ramos em que se pre-tende intervir), em função das neces-sidades e objetivos da operação;

� poda de plantação � realizada no mo-mento da plantação. No caso de mudas

com raiz nua as raízes danificadas emuito compridas devem ser podadas,devendo-se rebaixar a muda à alturaque se pretende que a cruz se localize,eliminando, desta forma, as ramifica-ções laterais, tendo o cuidado de nãodanificar os gomos situados na zonada cruz;

� poda de formação � realizada desde oprimeiro ano de plantação até que aárvore alcance os níveis de produti-vidade e de desenvolvimento próximosdo potencial máximo (5º ao 7º ano);

� poda de produção � realizada nos anosseguintes para as árvores em produção,com o objetivo de manter a estruturae o equilíbrio da parte produtiva, atravésda renovação dos ramos produtivos edo ajustamento da estrutura da árvore.Podem-se cortar pontualmente ramosdo centro para promover a entrada deluz e o arejamento. São realizadas prefe-rencialmente no inverno após a quedadas folhas, sendo aconselhável realizaresta operação anualmente para que seevite ter de recorrer a podas muito for-tes que desequilibrem a árvore;

� poda de rejuvenescimento � com oenvelhecimento das árvores verifica-seuma diminuição da produtividade. Pararejuvenescer e revigorar a árvore reali-zavam-se podas severas, embora hojeem dia esta seja uma técnica que se

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encontra em desuso, aconselhando-sea proceder ao arranque da plantaçãoquando fique demonstrado por estu-dos de rentabilidade, que os gastos decultivo ultrapassam os ganhos obtidoscom a venda da produção.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

A poda deve ser adequada à variedade,ao compasso e modelo de colheita pre-conizado. Deve ser acautelada umacorreta formação da árvore nos primeirosanos, não comprometendo o futuroprodutivo através de uma boa confor-mação, na busca de uma antecipação deproduções altas nas primeiras campa-nhas. (Daniel Montes, 2017)

Fonte: Manual del Almendro, Junta de Andalucia, 2013

Rama terciáriaRama fructíferaRama secundáriaRama primária

Ramode extensão

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7 - Pragas e Doenças

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7 - Pragas e Doenças

7.1 - Pragas

As principais pragas que afetam a cultura da amêndoa são:

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Inimigos (Nome vulgar)

ácaros

afídeos ou pulgões

anársia

cochonilha-farinhenta

monosteira

bichado da fruta

carocho negro ou cabeça de prego

lagarta da amendoeira

Nome científico

Pragas

Tetranychus cinnabarinus Boisduval

(Tetranychidae, Acari)

Brachycaudus amygdalinus (Schouteden)

Brachycaudus helichrysi Kaltenbach

Brachycaudus persicae (Passerini)

Hyalopterus pruni (Geoffroy)

Hyalopterus amygdali Blanchard

Myzus persicae (Sulzer)

(Aphididae, Hemiptera)

Anarsia lineatella, Zeller

Pseudococcus viburni

Monosteira unicostata (Mulsant & Rey)

(Tingidae, Hemiptera)

Cydia pomonella (Linnaeus)

(Tortricidae, Lepidoptera)

Capnodis tenebrionis (Linnaeus)

(Buprestidae, Coleoptera)

Aglaope infausta (Linnaeus)

(Zygaenidae, Lepidoptera)

Código OEPP (Bayer)

TETRCI

BRDSAM

ANURHE

ANURPN

HYALPR

HYALAM

MYZUPE

ANARLI

PSECOB

MONSUN

CARPPO

CAPNTE

AGLPIN

Fonte: Nomenclatura dos inimigos das culturas para as quais se admite o recurso à luta química, DGADR, 2012; Manual del Almendro, Junta de Andalucia, 2013, http://www.eppo.org/

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7.2 - Doenças

As principais doenças que afetam a cultura da amêndoa são:

Inimigos (Nome vulgar)

armillaria (podridão da raiz)

cancro

mancha-ocre

fusicocum

podridão branca da raíz

míldio

crivado

antracnose

lepra

moniliose

Nome científico

Doenças

Armillaria mellea Vahl.

Pseudomonas syringae pv. Syringae van Hall

Polystigma ochraceum Sacc

Phomopsis amyggdali

Rosellinia necatrix Prill.

Phytophthora

Wilsonomyces carpophylus (Lév.)

Adaskaveg, Ogawa e Butler

(= Stigmina carpophila (Lév.) M.B. Ellis)

(= Coryneum beijerinckii Oudemans)

Glomerella cingulata

Taphrina deformans (Berk.) Tul.

(= Exoascus deformans (Berk.) Fuckel)

Monilia laxa (Ehrenb) Sacc.

Teleomorfo: Monilia laxa (Aderhold & Ruhland)

Honey ex Whetzel

Monilia fructigena Pers.

Teleomorfo: Monilia fructigena (Aderhold & Ruhland)

Honey ex Whetzel

Código OEPP (Bayer)

ARMIME

PSEUDOMO

POLTOC

FUSCAM

ROSLNE

STIGCA

GLOMCI

TAPHDE

MONILA

MONIFG

Fonte: Nomenclatura dos inimigos das culturas para as quais se admite o recurso à luta química, DGADR, 2012; Manual del Almendro, Junta de Andalucia, 2013

Para cada uma das pragas e doenças, tantoo diagnóstico como os tratamentos deverãoser elaborados por técnicos especializadosna cultura, dado que, consoante as caracte-rísticas climáticas e edáficas das explorações,as recomendações de tratamento poderãovariar.

O QUE DIZEM OS PRODUTORES:

A instalação da cultura onde existam defacto boas condições edafoclimáticas,uma boa preparação de terreno e a esco-lha de variedades menos suscetíveis, sãoaspetos chave para evitar problemas fi-tossanitários. A execução de um corretoe atempado plano de tratamentos resol-ve o resto, uma vez que já existem ou es-tão em homologação, substâncias ativaspara a maior parte das doenças. (Daniel

Montes, 2017)

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8 - Colheita

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8 - Colheita

Tradicionalmente a colheita da amêndoaera feita com o recurso a varas. Atualmentea colheita da amêndoa no caso de planta-ções intensivas é mecanizada fazendo usode máquinas vibradoras, as quais conse-guem uma eficácia de colheita bastanteelevada. O rendimento de trabalho destasmáquinas situa-se em cerca de 2 árvorespor minuto. A colheita mecânica pode apre-sentar limitações em plantações com decliveacentuado, com camalhões muito elevadosou com espaçamento entre linhas reduzido(inferior a 5 m).

Podem ser usados vários sistemas de co-lheita mecanizada, como o sistema devibrador com ou sem caixa de colheita, noprimeiro caso podendo ainda ter incorpo-rado o descascador.

No caso dos sistemas com vibrador semcaixa de colheita, podem ser usadospanos onde as amêndoas caem e sãoposteriormente recolhidas, ou um sis-tema sem panos, em que a amêndoa caino chão e posteriormente passa umamáquina que amontoa a amêndoa nocentro da entrelinha. Por último, passauma máquina que recolhe a amêndoa dosolo, faz uma primeira limpeza e descar-rega num contentor. Este sistema tam-bém é usado na colheita da noz.

Dependendo das variedades, considera--se a primeira colheita comercial entre oterceiro e o quarto ano, embora, nalgunscasos, a colheita do segundo possa jáapresentar algum interesse. Em termosde produtividade por hectare, os valoresestimam-se, para pomares intensivos deregadio, entre os 1.000 e os 2.000 kg demiolo de amêndoa.

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Vibrador de tronco com caixa de colheita e descas-cador incorporado

Sistema californiano para a recolha de frutos secos

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9 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

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9 - Produção Integrada e Agricultura Biológica

As questões relacionadas com a preservaçãoambiental, manutenção da biodiversidade,sustentabilidade no uso dos recursosnaturais e responsabilidade social, impul-sionadas por uma cada vez maior conscien-cialização/exigência por parte dos consumi-dores, têm sido os grandes motores docrescimento da agricultura biológica e daprodução integrada.

Em Portugal, as estatísticas disponíveis noâmbito do setor biológico referem-seapenas às áreas de produção por tipo decultura e por região e ao número de pro-dutores, sendo que segundo dados de 2014a área dedicada a frutos secos correspondea 2% da área total, correspondendo a 4.567hectares.

Apesar da fraca expressão que o modo deprodução biológico tem no setor dos frutossecos, no caso dos pomares formados porvariedades tradicionais, pouco exigentes ede fácil adaptação a este modo de pro-dução, em particular no que se refere aosistema de exploração em sequeiro, aconversão é relativamente facilitada,permitindo a opção por um sistema deprodução melhor para o ambiente.

Do mesmo modo, na instalação de novospomares, havendo interesse económicoassociado ao interesse da parte dos consu-midores, em que ao aumento do consumode amêndoa se associa um estilo de vidasaudável, a opção por sistemas de agricul-tura mais sustentáveis, como o modo deprodução biológico e produção integradasão opções cada vez mais interessantes.

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Bibliografia

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