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A DENÚNCIA DO
SENHORIO NO
REGIME TRANSITÓRIO
Regina Santos Pereira
ARRENDAMENTOS COM PRAZO CERTO
• Senhorio – oposição à renovação
• Inquilino – oposição à renovação e denúncia
ARRENDAMENTOS DE DURAÇÃO INDETERMNADA
• Senhorio – denúncia – Tema em discussão
• Inquilino - denúncia
CONCEITOS DE CESSAÇÃO DO CONTRATO
Denúncia pelo senhorio
• Antes do NRAU – os contratos de arrendamento
sem duração limitada só podiam ser denunciados
pelo senhorio nos seguintes casos: Art. 69º do RAU
a) Quando necessite do prédio para habitação (sua ou
dos descendentes) ou para nele construir a sua
residência;
b) Quando pretenda ampliar o prédio ou construir novos
edifícios, aumentando o número de locais
arrendáveis;
Denúncia pelo senhorio
c) Quando o prédio era irrecuperável pelo estado de
degradação que apresentava (DL nº329-B/2000 – 22
Dez);
d) Quando contrato se transmitia para descendentes ou
afins em certas condições (idade/portador de
deficiência/reforma por invalidez/incapacidade total
para o trabalho) – implicava o pagamento de
indemnização correspondente a 10 anos de renda –
artigos 87º, 89º-A, B, C e D.
VINCULISMO – O NRAU tenta acabar
Denúncia pelo senhorio
Artigo 1101º
O senhorio pode denunciar o contrato de duração
indeterminada nos casos seguintes:
a)Denúncia para habitação;
b)Denúncia para obras;
c)Denúncia com antecedência não inferior a dois
anos sobre a data que pretenda a cessação.
Denúncia pelo senhorio
no NRAU
1º grupo: ARTIGO 26º
•Contratos habitacionais celebrados depois do RAU –
Decreto-Lei nº 321-B/1990 de 15 de Outubro
•Contratos não habitacionais celebrados depois do
Decreto-Lei nº257/95 de 30 de Setembro
2º grupo: ARTIGOS 27º A 58º
•Contratos habitacionais celebrados antes do RAU –
Decreto-Lei nº 321-B/1990 de 15 de Outubro
•Contratos não habitacionais celebrados antes do Decreto-
Lei nº257/95 de 30 de Setembro
ARRENDAMENTOS DE PRETÉRITO
ÂMBITO DE APLICAÇÃO
Princípio geral: artigo 26º/1 e 27º
Os contratos celebrados antes do NRAU passam a
estar submetidos ao NRAU, com especificidades –
quais ?
NORMAS TRANSITÓRIAS
ARTIGOS 26º a 58º
Âmbito de aplicação: habitacionais depois do RAU e não
habitacionais depois do DL 257/95
•Artigo 26º números 2 e 3 – contém outras matérias
•Artigo 26º/4:
1) Aos contratos sem duração limitada (vinculísticos)
aplicam-se as regras dos contratos de duração
indeterminada, com as seguintes especificidades:
2) Denúncia:
-Denúncia pelo senhorio – artigo1101º
-Denúncia para habitação – artigo 1102º
-Denúncia justificada – artigo 1103º
ARTIGO 26º
1º grupo de contratos
• NRAU de 2012 – artigo 1101º/c) - os contratos de
duração indeterminada passam a poder ser
denunciados pelo senhorio com antecedência não
inferior a 2 anos por carta registada com aviso de
recepção (no NRAU de 2006 a antecedência era de 5
anos) (em discussão) *1
• Esta regra passa a ser aplicável aos contratos de
arrendamento sem duração limitada, excepto quando:
- Arrendatário tiver idade igual ou superior a 65 anos;
- Arrendatário tiver incapacidade superior a 60%
É uma das medidas para terminar com o vinculismo
ARTIGO 26º /4 – c)
Denúncia pelo senhorio
• Princípio geral: artigo 27º - os contratos celebrados antes
do RAU e do DL 257/95 passam a estar submetidos ao
NRAU, com especificidades dos artigos:
- 28º/2, 3, 4 e 5;
- 30º a 37º - actualização das rendas e transição para o
NRAU;
- 50º a 54º - actualização das rendas e transição para o
NRAU.
ARTIGO 27º
2º grupo de contratos
Artigo 28º/2:
Não se aplica a denúncia pelo senhorio - artigo 1101º/c)
(denúncia com 2 ANOS de antecedência) – os contratos não
são denunciáveis/mantém-se vinculismo
EXCEPÇÕES: ...
Apenas para os arrendamentos para FINS NÃO
HABITACIONAIS
ARTIGO 27º
2º grupo de contratos
EXCEPÇÕES:
- Há denúncia pelo senhorio – (mas de) 5 anos – quando
ocorra:
a) Trespasse;
b) Locação do estabelecimento;
c) Cessão do arrendamento para profissão liberal
d) Transmissão inter vivos de posições sociais que
determinem alteração de titularidade em mais de 50%
- Quando os referidos negócios ocorram após a entrada em
vigor da presente lei
(em discussão)
(Consequências para quem celebra estes negócios)
ARTIGO 28º/3 e 4
2º grupo de contratos
a) Trespasse – 1112º - transmissão definitiva, por acto inter
vivos, de um estabelecimento comercial (muda o
inquilino);
b) Locação do estabelecimento – 1109º - transmissão
temporária, por acto inter vivos, de um estabelecimento
comercial (o inquilino mantém-se);
c) Cessão do arrendamento para profissão liberal – 1112º -
transmissão definitiva, por acto inter vivos, da posição de
arrendatário, para o exercício de prof. liberal – pessoa ou
sociedade profissional;
d) Transmissão inter vivos de posições sociais que
determinem alteração de titularidade em mais de 50% -
cessão de quotas ou outra forma de transferência da
mesma (o arrendatário tem de ser sociedade).
ARTIGO 28º/3 e 4
2º grupo de contratos
Transmissão inter vivos de posições sociais
Outras formas de transferência (discutível em certos
casos)
•Usufruto
•Locação financeira de estabelecimento comercial
•Fusão ou Cisão de Sociedades
•Penhor de estabelecimento comercial
•Penhora de estabelecimento comercial
•Arrolamento de estabelecimento comercial
•Partilha de estabelecimento comercial por divórcio
•Aumento de capital /redução de capital/transformação de
sociedades
•Transmissão de quotas (cessão de quotas/venda de quota
em processo executivo)
•Transmissão de acções (usufruto/penhora/amortização)
ARTIGO 28º/3 e 4
2º grupo de contratos
Referência bibliográfica para estudo dos casos
anteriormente referidos:
Novo regime do arrendamento comercial
Fernando Gravato Morais
ARTIGO 28º/3 e 4
2º grupo de contratos
Acórdão Relação do Porto de 23/02/2010I -A aplicação no tempo do NRAU consta do respectivo art. 59º n°1,
segundo o qual ele se aplica “aos contratos celebrados após a sua
entrada em vigor, bem como às relações contratuais constituídas que
subsistam nessa data, sem prejuízo das normas transitórias”; estas
normas constam dos arts 26° a 58° NRAU.
II - Da conjugação dos arts 26º, 27º e 28º dessa Lei resulta que o
legislador pretendeu que aos contratos de arrendamento para fins
não habitacionais (assim como aos contratos de arrendamento
habitacionais celebrados antes do RAU), anteriores ao D.L. nº
257/95, de 30/9, não se aplique a regra da denúncia livre por
parte do senhorio.
III- Desta forma, o legislador manteve em vigor os antigos regimes,
relativamente aos contratos celebrados à sua sombra;
IV- As disposições transitórias acabam por funcionar como não tocando
nos anteriores regimes do arrendamento urbano, em matérias como
a denúncia ou a oposição à renovação do contrato. *2
JURISPRUDÊNCIA
Acórdão do STJ de 05/12/2017
VI - Tendo as partes acordado um prazo inicial de 20 anos,
de 01-04-1978 a 31-03-1998, que prorrogaram, por
aditamento de 1994, até 31-03-2005 e que tornaram a
prorrogar, em novo aditamento de 31-03-2006, até 2015,
vindo o NRAU a entrar em vigor, na vigência deste último,
está o contrato dos autos sujeito às disposições
transitórias dos arts. 27.º a 29.º (e 26.º por remissão
destes), por força das quais o contrato não admite
denúncia pelo senhorio, senão em situações
verdadeiramente excepcionais e com pré-aviso de 5
anos. *3
Ac. STJ de 19/09/2017 – no mesmo sentido
JURISPRUDÊNCIA
Acórdão STJ de 11/09/2012I. A cessão de quotas por actos inter vivos
representativa de mais de 50% do capital social da
sociedade arrendatária, ocorrida depois da entrada
em vigor da Lei nº 6/2006, de 27/02 ( NRAU ), confere
ao senhorio o direito de denúncia do mesmo contrato
de arrendamento, nos termos do art. 1101º, al.c) do
Cód. Civil, por aplicação do disposto no nº 6 , al. b) do
art. 26º da aludida Lei nº 6/2006.
II. A circunstância de a cessão de quotas não implicar a
entrada de novos sócios por a cessão haver
ocorrido através da cedência da maioria do capital por
parte de sócios que assim saem da sociedade e
cedendo aquelas quotas aos sócios anteriormente
minoritarios, não é impeditiva da aludida faculdade
de denúncia. *4
JURISPRUDÊNCIA
Acórdão Relação de Lisboa de 01/03/2012
A alínea b) do n.º 6 do artigo 26° da Lei n.º 6/2006 de
27 de Fevereiro deverá ser interpretada no sentido da
sua aplicação a todas as situações em que se
verifique uma alteração de mais de 50% da
titularidade do capital social da sociedade inquilina,
resultante de transmissão inter vivos, mesmo não
tendo havido entrada de novos sócios. *5
Ac. Rel. Lisboa de 17/05/2016 – no mesmo sentido
JURISPRUDÊNCIA
Acórdão Relação de Lisboa de 09/06/2016
- A alínea b) do n.º6 do art. 26° da Lei n.º6/2006 de 27 de
Fevereiro deverá ser interpretada no sentido de ser
aplicável ao caso em que foram extintas as quotas até
então detidas e tituladas pelos sócios da sociedade
locatária, sendo acto contínuo realizado um aumento de
capital social da mesma, subscrito na totalidade por outra
sociedade comercial que passou a ser a única sócia dessa
sociedade.
- A não ser entendido assim, estaria encontrada a forma
de se proceder à alteração dos sócios que têm o
domínio da sociedade, sem que o senhorio pudesse
denunciar o contrato de arrendamento, o que sempre se
traduziria numa situação de fraude à lei. 6*
JURISPRUDÊNCIA
Denúncia Justificada
DL Nº 157/2006 de 8/8
Alterações:
•DL Nº 309/2009 de 23/11
•LEI Nº 30/2012 de 14/8
•LEI Nº 79/2014 de 19/12
•LEI Nº 42/2017 de 14 de Junho (lojas históricas)
•LEI Nº 43/2017 de 14 de Junho
ARTIGOS 26º /4 – b) e 28º/1
Denúncia Justificada
• Art. 1101º/b) do CC e DL157/2006 de 8 de Agosto
•Aplicável apenas aos contratos de duração
indeterminada.
•Fundamentos da denúncia:
A)denúncia para demolição – artigo 7º do DL nº
157/2006 de 8 de Agosto
B)denúncia para realização de obra de remodelação ou
restauro profundo – artigo 4º do DL nº 157/2006 de 8
de Agosto
Denúncia Justificada
Âmbito de aplicação: (art. 1º/a) – DL157/2006)
O regime que consta da lei só de aplica aos contratos de
duração indeterminada (1101º/b) e 1103º/nº11, ambos do CC)
1.Aqueles que as partes não estipularam um prazo de duração
do contrato;
2.Todos os contratos de arrendamento para habitação
celebrados antes do dia 15 de Novembro de 1990 (estes serão
sempre de duração indeterminada);
3.Todos os contratos de arrendamento para fim não
habitacional celebrados antes do dia 5 de Outubro de 1995
(estes serão sempre de duração indeterminada)
Denúncia Justificada
Artigo 3º DL157/2006 (NOVO – Junho 2017):
Quando o senhorio pretende fazer obras de conservação, tem
o direito de solicitar ao arrendatário, com a antecedência de 3
meses, que desocupe o local por prazo não superior a 60 dias
o contrato não pode ser denunciado e o senhorio está
obrigado a:
-realojar o arrendatário em condições análogas e;
-a suportar as despesas pela desocupação.
Denúncia Justificada
Quando o senhorio pretende fazer obras de remodelação ou
restauro profundos pode denunciar o contrato (art. 4º/1-a) e
b) DL157/2006) (NOVO – Junho 2017) (em discussão *10)
O que são obras de remodelação ou restauro profundos ?
1.Reconstrução - aquelas que impliquem a reconstituição da
estrutura das fachadas ou;
2.Alteração - aquelas que impliquem a modificação das
características do imóvel, designadamente quanto à sua
estrutura, número de fogos ou divisões interiores, natureza e cor
dos materiais de revestimento exterior, sem que das mesmas
resulte aumento da área de total de construção, área de
implantação ou altura da fachada ou;
3.Ampliação - aquelas que aumentem a área de implantação,
área total de construção, a altura da fachada ou o volume do
imóvel.
Denúncia Justificada
As obras só serão consideradas de remodelação ou restauro
profundos desde que (art. 4º/i) e ii) DL 157/2006) (NOVO –
Junho de 2017)
•Resultem num nível bom ou superior ao estado de
conservação do locado de acordo com a Portaria nº 1192-
B/2006 de 3 de Novembro e;
•O custo da obra corresponda, pelo menos, a 25% do valor
patrimonial (VPT) fixado pelas Finanças, incluindo o valor do
IVA. (em discussão *11)
Denúncia Justificada
A possibilidade de denunciar o contrato para a execução de
obras de remodelação e restauro profundos não se aplica
às “lojas históricas”
(art.6º/7 e art.2º da Lei nº 42/2017) (NOVO –Junho 2017)
• “Lojas com História” – estabelecimentos comerciais com
especial valor histórico;
• “Comércio tradicional” – comércio local realizado em
pequenos estabelecimentos (situados fora das grandes
superfícies) especializado na venda de um produto ou na
prestação de um serviço, com excepção de bancas e feiras;
Denúncia Justificada
• “Estabelecimentos de interesse histórico e cultural ou
social local” – lojas com história ou estabelecimentos de
comércio tradicional, restauração ou bebidas, abertos ao
público, que, pela sua actividade e património material ou
imaterial, constituam uma referência viva na actividade
económica, cultural ou social local;
• “Entidades de interesse histórico e cultural ou social
local” – entidades com ou sem fins lucrativos,
nomeadamente colectividades de cultura, recreio e desporto
ou associações culturais, que pela sua actividade e
património material ou imaterial, constituam uma relevante
referência cultural ou social local a nível local.
Denúncia Justificada
Lojas históricas
O reconhecimento das referidas entidades como
estabelecimento e entidades de interesse histórico e
cultural ou social local compete aos municípios segundo
os critérios que constam da lei e após consulta pública pelo
período de 20 dias (art.6º da Lei nº42/2017)
Em todos os casos a actividade do estabelecimento ou
entidade deverá ter, pelo menos, 25 anos de existência
(art.4º/2-a) da Lei nº 42/2017)
Denúncia Justificada
Lojas históricas
Quais os direitos do inquilino quando o senhorio
denuncia o contrato ?
Para os contratos de arrendamento de duração
indeterminada celebrados depois da entrada em vigor do
NRAU (12 de Novembro de 2006)
Denúncia Justificada
O senhorio ficará obrigado, mediante acordo e em alternativa
(art.6º DL157/2006 e art. 1103º/6 e 7 do CC):
a) Ao pagamento de uma indemnização correspondente a
dois anos de renda, de valor não inferior a duas vezes o
montante de 1/15 do VPT; (NOVO-Junho 2017) ou
b) A garantir o realojamento do arrendatário por período não
inferior a três anos.
• Se o senhorio e o inquilino não chegarem a acordo no prazo
de 60 (NOVO –Junho 2017) dias (atenção ao art. 1103º/ 7-
refere 30 dias...) a contar da recepção da comunicação do
senhorio, o inquilino terá direito ao pagamento de uma
indemnização correspondente a dois anos de renda,
calculada com base no valor da renda que o inquilino
paga mensalmente - o valor da indemnização não pode ser
inferior a duas vezes o montante de 1/15 do VPT (em
discussão *12)
Denúncia Justificada
Quais os direitos do inquilino quando o senhorio denuncia
o contrato ?
Para os contratos de arrendamento de duração indeterminada
celebrados antes da entrada em vigor do NRAU (12 de
Novembro de 2006)
Denúncia Justificada
• O senhorio ficará obrigado, mediante acordo e em
alternativa:
a) Ao pagamento de uma indemnização correspondente a
dois anos de renda, de valor não inferior a duas vezes o
montante de 1/15 do VPT; (NOVO – Junho 2017) ou
b) A garantir o realojamento do arrendatário por período não
inferior a três anos.
• Se o senhorio e o inquilino não chegarem a acordo no prazo
de 60 dias (NOVO – Junho 2017) a contar da recepção da
comunicação do senhorio, o inquilino terá direito ao
pagamento de uma indemnização correspondente a dois
anos de renda – o valor de dois anos de renda é calculado
com base no valor da renda correspondente a 1/15 do VPT do imóvel – o valor da indemnização não pode ser inferior a
duas vezes o montante de 1/15 do VPT (art.26º/4-b) e art.
28º/1, ambos do NRAU). (em discussão *12)
Denúncia Justificada
CONT. Quais os direitos do inquilino quando o senhorio
denuncia o contrato ?
O arrendatário habitacional tem direito a ser compensado
pelas obras licitamente feitas, nos termos do possuidor de
boa-fé (art.29º/1 do NRAU);
O arrendatário não habitacional tem direito a compensação
pelas obras/benfeitorias licitamente feitas, independentemente
do que possa estar estipulado no contrato de arrendamento e
mesmo que o senhorio não as tenha autorizado (art.29º/3 do
NRAU)
ARTIGOS 26º /4 – b) e 28º/1
Denúncia Justificada
Quais os direitos do inquilino quando o senhorio denuncia
o contrato ?
Para os contratos de arrendamento de duração indeterminada:
• para habitação celebrados antes do dia 15 de Novembro
de 1990;
• quando o arrendatário tiver idade igual ou superior a 65
anos;
• ou deficiência com grau comprovado de incapacidade igual
ou superior a 60 %
o senhorio ficará obrigado a garantir o realojamento do
inquilino em condições análogas às que este já detinha
(art. 25º DL157/2006 e art.28º/5 do –NRAU)
Denúncia Justificada
Direito de realojamento do inquilino:
- Condições análogas às que detinha.
- Renda calculada segundo o RABC do inquilino (quando
inferior a 5 RMNA)
- Contrato de arrendamento:
a) de duração indeterminada;
b) sem a possibilidade de denúncia;
c) transmissível por morte do arrendatário(NOVO-Junho 2017 )
Denúncia Justificada
Condições análogas do realojamento (art. 6º/3, 4 e 5 DL
157/2006):
- Área da mesma freguesia ou freguesia limítrofe
- Fogo de estado de conservação igual ou superior
- Adequado às necessidades do agregado familiar do
inquilino (tipos de fogo constam da lei)
Denúncia Justificada
Requisitos da denúncia: (seis meses de antecedência – art.
8º DL157/2006)
•Comprovativo de que foi iniciado o procedimento de controlo
prévio (licenciamento ou comunicação prévia) das obras a
executar no imóvel;
•Termo de responsabilidade do técnico autor do projecto que
ateste que: 1) as obras a realizar reúnem os pressupostos
legais de obras de remodelação ou restauro profundos e
2) as razões pelas quais a execução das mesmas obriga à
desocupação do locado;
•Orçamento total das obras, incluindo estimativa do custo
total das mesmas, caderneta predial e comprovativo de que
tais documentos foram entregues na Câmara Municipal, no
caso das obras serem de Alteração ou Ampliação (art. 8º/2-c)
DL157/2006)
Denúncia Justificada
Confirmação da denúncia (art. 8º/3, 4 e 5 DL157/2006) :
• Envio do comprovativo do deferimento do pedido, no caso de
obras sujeitas a licenciamento;
• Envio de que a pretensão não foi rejeitada, no caso de obras
sujeitas a comunicação prévia
(atenção art.1103º/3 CC – requisitos não totalmente iguais)
O Pagamento de 50% da indemnização é devido após a
confirmação da denúncia, sob pena de ineficácia.
A desocupação só é exigivel no prazo de 60 dias após a
confirmação da denúncia e o pagamento dos restantes 50% é
devido na data da desocupação, sob pena de ineficácia.
Denúncia Justificada
Regime extraordinário e transitório:
- Entrou em vigor no dia 17 de Julho de 2018;
- Produz efeitos até 31 de Março de 2019.
Lei nº 30/2018
16 de Julho
Âmbito de aplicação:
- Contratos de arrendamento para habitação;
- Arrendatários que residam há mais de 15 anos no locado
7*;
- Idade igual ou superior a 65 anos ou grau de incapacidade
igual ou superior a 60%
Lei nº 30/2018
16 de Julho
Limitações para o senhorio:
- O senhorio só pode opor-se à renovação – com
fundamento nas situações previstas na alínea a) do artigo
1101º do CC
- O senhorio só pode proceder à denúncia – com
fundamento nas situações previstas na alínea a) do artigo
1101º do CC
Ver artigo 1101º/a)
Lei nº 30/2018
16 de Julho
Artigo 1101º, alínea a) do CC
Denúncia pelo Senhorio
O Senhorio pode denunciar o contrato de duração
indeterminada nos casos seguintes:
a) Necessidade de habitação pelo próprio ou pelos seus
descendentes em primeiro grau 8*
Ver artigo 107º/a) RAU
Lei nº 30/2018
16 de Julho
Artigo 107º, alínea a) do RAU
Artigo 107.º
Limitações
1 - O direito de denúncia do contrato de arrendamento,
facultado ao senhorio pelas alíneas a) e b) do n.º 1 do artigo
69.º (denúncia para habitação), não pode ser exercido
quando no momento em que deva produzir efeitos ocorra
alguma das seguintes circunstâncias:
a)Ter o arrendatário 65 ou mais anos de idade ou,
independentemente desta, se encontre na situação de reforma
por invalidez absoluta, ou, não beneficiando de pensão de
invalidez, sofra de incapacidade total para o trabalho, ou seja
portador de deficiência a que corresponda incapacidade
superior a dois terços;
Aplicável a todos os contratos antes do NRAU (2006)
Suspensão:
• Das denúncias já efectuadas nos casos de:
a) Demolição ou realização de obra de remodelação ou
restauro profundos que obriguem à desocupação do
locado (art.1101º/b));
a) Comunicação com a antecedência de dois anos
(art.1101º/c)).
Quando a produção de efeitos deva ocorrer na vigência
desta lei
Lei nº 30/2018
16 de Julho
Suspensão:
• Da oposição à renovação deduzida pelo senhorio
Quando a produção de efeitos deva ocorrer na vigência
desta lei
Lei nº 30/2018
16 de Julho
Suspensão de PED e Acção de despejo:
• No caso de PED ou acção de despejo;
• Com fundamento na denúncia para demolição ou obra de
remodelação ou restauro profundos e denúncia com a
antecedência de dois anos;
• Com fundamento em oposição à renovação;
• O juiz deve determinar a suspensão do PED ou a
suspensão da instância.
Lei nº 30/2018
16 de Julho
Exclusão da aplicação desta Lei:
a) Quando tenha havido pagamento de indemnização ao
arrendatário pela não renovação ou pela denúncia;
b) Quando tenha sido celebrado contrato com pagamento de
indemnização
Excepto:
Se o arrendatário comunicar ao senhorio – até 31/3/2019 – a
renúncia à indemnização, restituindo as quantias que
tenha recebido
Lei nº 30/2018
16 de Julho
Exclusão da aplicação desta Lei:
c) Quando tenha sido determinada a extinção do contrato por
decisão judicial transitada em julgado.
9*
Lei nº 30/2018
16 de Julho